Jornal Especial da 34ª Marejada 2022

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JORNAL ESPECIAL / OUTUBRO 2022

Marejada: união de povos pelo rio e pelo mar

pela cultura açoriana e que remete a uma origem comum, sendo o papel da festa de resgatar tal simplicidade, reinventando uma cidade litorânea, garantindo um contraponto do litoral em relação ao Vale do Itajaí: uma ilha açoriana cercada de tradição alemã por todos os lados.

A Marejada consegue agregar as mais diversas etnias, separadas geo gráfica e culturalmente, ligando-as à cidade e ao Estado da Federação pelo doce percurso da gastronomia, alma de toda festa, de toda congregação, de toda comemoração.

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epois de dois anos de paralisa ção para cuidarmos da saúde, a Marejada está de volta. E não são poucas as variantes econômicas e culturais de Itajaí que nos conduzem à Marejada, cujo objetivo é o de trazer aquilo que nos realiza enquanto fes teiros: alegria, cultura e comida, prin cipalmente.

Pois é a partir da gastronomia que mergulhamos os sabores à boca, apa ziguamos a mente, relaxamos o corpo, tranquilizamos o espírito e nos alegra mos do viver.

O fortalecimento do turismo foi a estratégia encontrada para escapar do perigo de imergir a economia, na década de 1970. Os deslocamentos em razão do turismo se dão por três fatores essenciais: a geografia (litoral ou planalto; vales ou serras), a cultura (música, arquitetura, tradições); gas tronomia, com seus temperos, espe cialidades exóticas ou não, seus sabo res) e a infraestrutura.

Então, por meio de setores em presariais e, depois, do poder público,

Itajaí buscava uma maneira de se en caixar na rota das festas de outubro, embora culturalmente falando, não se sabia que tipo de evento dinamizar.

Na Comissão Municipal de Turis mo (criada em 1973), em seu âmago, as discussões reverberavam na cria ção de eventos, festas e acontecimen tos que juntassem suficiente número atrativo para trazer o turista até Itajaí. A partir daí, muitas tentativas de pro mover festas e eventos foram à pique, e surge uma estratégia remodeladora: o espaço da Beira-rio.

Urbanizada nos anos de 1980, a Beira-rio foi pensada como espaço tu rístico, ou seja, criar em Itajaí uma área incorporando espaços públicos para o lazer da população e do turista. Essa nova concepção de cidade e seus es paços transferiram o terminal urbano, que se localizava onde fica hoje o Cen treventos, para o Bairro Fazenda.

Com o espaço vago, tornando-se o local ideal para a realização de uma grande confraternização: a Mareja da – pensada como um espaço que

se pretendia abrir para a festa e lazer itajaiense, além da preocupação de se trazer o turista para a cidade e mantê -lo aqui.

A exemplo das cidades de Blume nau ou de Brusque, Itajaí procurava, para o teor da festa, um mote especial, uma identidade e cultura que pudes se ser explorada e estabelecida como autêntica e onde se pudesse realizar todo um esforço em empreender seu “resgate” cultural.

Apesar da forte influência germâ nica, era preciso diferenciar-se das de mais festividades primaveris, nem que se tivesse de inventar representações do passado da cidade.

À margem da nossa cidade, o rio agregou a vinda de múltiplas famílias e culturas. E na dimensão efervescente de culturas, os textos oficiais remetem para a preservação de características relacionadas com a simplicidade da origem açoriana a partir da Marejada, então festa Portuguesa e do Pescado.

Essa noção de purismo étni co remonta a um passado marcado

Itajaí, hoje, se congratula com to das as etnias que aqui residem e nos visitam. Não importa se alemães, por tugueses, croatas, açorianos, russo, poloneses, italianos etc.

Um não se prevalece sobre outro. E se o mar une todos os continentes através de suas águas e correntes, o pescado é a melhor maneira de enal tecer uma confraternização que se dá a todos.

Jornal Especial da 340 Marejada Produzido por Editora Bittencourt

Diretor: Carlos Bittencourt - (47) 98405-8777

Comercial:

Rosane Fagundes - (47) 99914-3901 Rose de Souza - (47) 98415-8773

Diagramação: Solange Maria Pereira Alves (0005254/SC)

Distribuição: Município de Itajaí - centro e áreas rurais - e municípios da AMFRI

Fotos e histórico: Prefeitura Municipal de Itajaí

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34ª Marejada, a festa que traz o pescado como prato principal nas festas de outubro

De volta ao calendário das festas de outubro após a pandemia, o evento ampliou sua progra mação para 18 dias e reunirá música, gastronomia, diversão e cultura para toda família A maior festa do pesca do do Brasil, a 34ª edição da Marejada ocorre de 06 a 23 de outubro, no Cen treventos de Itajaí.

Consolidado no calendário das festas de outubro em Santa Catarina, o evento reune música, gastronomia, diversão e cultura para toda família durante 18 dias de programação. Nes te ano, a festa reforça os conceitos de sustentabilidade e acessibilidade, que garantiram o sucesso das últimas três edições.

A 34ª Marejada também está maior. As atrações ocuparão em torno de 80% do terreno do Centreventos. O bicicletário gratuito terá o dobro de vagas e o parque infantil contará ainda com mais opções para diversão das crianças.

“A Marejada se tornou uma festa familiar, inclusiva e sustentável, que se renova e se reinventa a cada ano.

Após esse período de pandemia, es tamos retomando os eventos no mu nicípio e queremos reforçar os concei tos que destacam a Marejada entre as festas de outubro e a tornam uma das maiores festas públicas do país. Serão 18 dias com muitas novidades e tudo que o público mais gosta”, ressalta o secretário de Turismo e Eventos de Ita jaí, Evandro Neiva.

Zero plástico

A sustentabilidade é um dos maio res pilares da Marejada e fortalece o compromisso de Itajaí com os Obje tivos de Desenvolvimento Sustentá vel (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O uso de copos ecoló gicos evitou o descarte de 400 mil co pos plásticos na última edição e segui rá em 2022 com novos modelos para garantia de um evento zero plástico. O visitante poderá devolver o copo no fim do evento e recuperar o dinhei ro investido, ou guardar a lembrança como souvenir.

Além disso, a festa adotará a com postagem dos resíduos orgânicos produzidos nas cozinhas do evento,

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reforçará a destinação correta do óleo de cozinha e manterá o uso de emba lagens de papel como medidas ecoló gicas. A 34ª Marejada também perma necerá como um dos únicos eventos públicos do país a distribuir água gra tuita – desta vez, o Semasa assumirá a distribuição para os visitantes.

Outra ação promovida para fo mento da sustentabilidade é o 2º Fó rum Kids. O objetivo é conscientizar as crianças sobre redução do plástico e preservação do meio ambiente. A ação deve alcançar cerca de 1.000 es tudantes da Rede Municipal de Ensino em três sessões previstas para essa edição.

Compromisso com a acessibilidade

A Marejada também será 100% acessível para a população através do Plano de Acessibilidade, elaborado em parceria com o Conselho Municipal de Direitos da Pessoa com Deficiência de Itajaí (Comadefi). Essas ações reforçam o compromisso do evento com a inclusão social. Em 2019, graças às medidas adotadas, a Marejada ficou em segundo lugar no Prêmio Nacional do Ministério do Turismo, na categoria Turismo Social.

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Gastronomia, diversão e apresentações culturais

Uma das principais atrações da festa é a valorização da gastronomia, que ganha ainda mais destaque nesta 34ª edição. Serão 10 restaurantes com pratos exclusivos, como a tradicional sardinha na brasa, paella, bolinho de bacalhau, camarão, opções sem frutos do mar e muito mais. A Tasca Portuguesa, que serve pratos típicos de Portugal, é outra atração para o público. O chopp oficial é Ger mânia e haverá a participação de seis cervejarias artesanais de Itajaí.

As mais de 100 atrações musicais e apresentações de dança garantirão en tretenimento para todos os públicos. Ao todo, dois palcos serão montados no evento. Além disso, haverá espaço com artesanato e a presença do Marejão e da Marejoa, mascotes oficiais do evento.

A 34ª Marejada ocorrerá de 06 a 23 de outubro de 2022. Nos dias de semana, a festa funcionará das 18h às 24h, e nos fins de semana das 10h às 24h. No últi mo dia, o evento encerra às 20h. A entrada é gratuita.

7 Rua João Dalmolin, n° 789 Canhanduba Itajaí 47 3346.5099 Viva a Marejada! Festa que valoriza a cultura e gastronomia de Itajaí e sua forte ligação com o rio e o mar! Marcos Porto marmorariamoser

34ª Marejada terá linha de ônibus exclusiva

Transporte sairá do Terminal Cordeiros, passará pela Ressacada e Fazenda até o Centreventos

AMarejada 2022 contará com transporte coletivo exclusivo. A partir de quinta-feira (06), a Transpiedade estará com linha especial para o deslo camento até o Centreventos de Itajaí. O itinerário tem início no Terminal Cordeiros e passará pelos terminais da Ressacada e Fazenda, com parada em todos os pontos da linha. O retorno será pela Linha 150, do Centreventos até o Terminal Cordeiros.

Durante a semana, o transporte funcionará das 18h às 00h. Nos finais de se mana e feriados, o transporte inicia de manhã, das 10h às 00h. Ao todo, haverá dois ônibus circulando a cada 30 minutos na Linha Cordeiros > Centreventos. O valor da passagem é o mesmo já praticado, de R$ 4,00.

A iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, em con junto com a Transpiedade, tem como objetivo dar oportunidade à população para prestigiar o evento, além de contribuir com a mobilidade urbana e a ações sustentáveis proposta pela festa.

Que tal ir de bike para a Marejada?

Esse ano o bicicletário que fez tanto sucesso na edição anterior estará presente! Em parceria com o @giassisupermercados essa ação vem em forma de iniciativa sustentável e de uma vida mais saudável para todos! Isso é sustentabilidade, isso é Marejada. Vem de bike!!!

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Marejada 2022 oferecerá 20 estilos de cervejas ao público

Apresença dos chopes artesanais está confir mada na 34ª Marejada de Itajaí. Além da marca oficial da festa, a Germânia, que tra rá nove tipos de chope, outras seis cervejarias locais estarão presentes no evento. Ao todo, serão oferecidos 20 estilos para degustação dos visitantes. A maior festa do pescado do Bra sil ocorre de 06 a 23 de outubro, no Centreventos de Itajaí, e tem entrada gratuita.

Além dos diversos estilos de chope, como Pilsen, IPA, APA e Weiss, o espaço das cervejarias artesanais estará maior. Nesta edição da Marejada, as mar cas ficarão no Fish Garden, um ambiente com mesas, cadeiras e iluminação especial para cur tir a festa. As cervejarias con firmadas são: Alzira, Faroeste, Green Coast, Notorious, Oggin e Samurai.

“Nesta edição da Marejada mantemos a parceria com as

cervejarias artesanais do muni cípio. O objetivo é valorizar as empresas itajaienses e incenti var a produção local”, comenta o secretário de Turismo e Even tos, Evandro Neiva.

O chope Pilsen será comer cializado por R$ 14, enquanto os chopps especiais custarão R$ 15. As cervejas serão servi das nos copos ecológicos do evento de 400 ml, que serão vendidos por R$ 8 a unidade. Porém, o visitante poderá de volver o copo e reembolsar o dinheiro. O combo do copo mais a fita sairá por R$ 20.

Familiar, inclusiva e susten tável, a 34ª Marejada é promo vida pelo Município de Itajaí, por meio da Secretaria de Tu rismo e Eventos. O evento, que reúne música, cultura, gastro nomia e diversão, tem patrocí nio de Bradesco, Klabin, Giassi, Semasa e Germânia, além de apoio do Itajaí Shopping e da Univali.

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Marejada destaca gastronomia com pescados e frutos do mar

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gastronomia é um dos maiores destaques da 34ª Marejada e, a partir do dia 6 de outubro, 10 restaurantes serão responsáveis pelo pre paro de pratos exclusivos para a festa. O cardápio conta com opções tradicionais, à base de peixes e frutos do mar, além de lanches e pratos sem glúten e sem lactose. Os preços atendem a todos os bolsos e variam de R$ 5 a R$ 99.

Entre as opções do cardápio da festa, o prato mais barato é o bolinho de bacalhau. A unidade de 30g custa R$ 5. Já o mais caro é o mix de frutos do mar, com camarão, lula e isca de peixe à milanesa e fritas, que sai por R$ 99. Há ainda a tradicional sardi nha na brasa (R$ 18) e a paella com camarão, lula e marisco (R$ 50), além de novidades como o risoto de

limão siciliano com polvo grelhado (R$ 80), a tainha “das antigas” (R$ 50), o xixo de camarão (R$ 55) e o acarajé (R$ 35).

Quem deseja fugir dos frutos do mar encontra diversas delícias para experimentar na Marejada. En tre elas: cheeseburguer (R$ 20), hot dog (R$ 14), piz za (R$ 30), pão com bolinho (R$ 25), porção de mini pastéis (R$ 35), batata recheada (R$ 50) e asinha de frango defumada (R$ 35).

Além disso, a Tasca Portuguesa traz pratos tí picos de Portugal, com base em frutos do mar, em um espaço exclusivo na festa. O cardápio tem op ções gastronômicas a partir de R$ 52. O restaurante também contará com apresentações ao vivo de fado português com a cantora Celia Pedro. O local funcio

nará durante todos os dias do evento, com almoço a partir das 11h.

Para garantir um evento zero plástico, os restau rantes da festa utilizarão embalagens de papel on dulado produzidas pela Klabin e talheres ecológicos feitos de bagaço de cana. Serão utilizados 45 mil ta lheres e quase 143 mil embalagens.

Familiar, inclusiva e sustentável, a 34ª Marejada é promovida pelo Município de Itajaí, por meio da Se cretaria de Turismo e Eventos. A maior festa do pes cado do Brasil tem patrocínio de Bradesco, Klabin, Giassi, Semasa e Germânia, além de apoio do Itajaí Shopping e da Univali. Ao todo, serão 18 dias de fes ta, de 06 a 23 de outubro, no Centreventos de Itajaí. A entrada é gratuita.

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34ª Marejada: saiba como se movimentar no Centreventos de Itajaí

Neste ano, a Marejada ocupa 80% da área do Centreventos de Itajaí, o que repre senta o dobro do espaço em relação à última edição. A maior festa do pescado do Bra sil ocorre de 06 a 23 de outubro e tem entrada gratuita. Por isso, o Mapa em 3 D orienta você a localizar as atrações deste evento. “A Marejada se tornou uma festa familiar, inclusiva e susten tável, que se renova e se reinventa a cada ano. A montagem para o evento está a todo vapor. Se rão 18 dias com muitas novidades e tudo que o público mais gosta”, comenta o secretário de Turismo e Eventos de Itajaí, Evandro Neiva.

Um dos destaques desta edição é a amplia ção da área de lazer infantil, que terá parque de diversões externo e parque indoor para ga rantir o entretenimento de toda família. Have rá brinquedos como uma montanha russa de 17 metros, carrinhos de choque, roda-gigante, aviões interativos, kamikaze, tiro ao alvo e mui to mais. A atração é paga e custará R$ 12 por brinquedo.

Já o parque indoor fica localizado no anexo do Centreventos. O espaço terá uma pista de patinação com 150 m², organizada pela Atitu de Patinação Artística, com 30 pares de patins para empréstimo gratuito. Também haverá ins trutores para auxiliar o público. O atendimen

to será de segunda a sexta das 18h às 22h e, nos finais de semana e feriado, das 13h às 22h. Além disso, a área kids contará com diversos atrativos para recreação dos pequenos, como piscina de bolinhas, carrossel e escorregador. Monitores estarão no local para assegurar a se gurança das crianças. O valor do acesso é R$ 40 por hora.

O tradicional Fish Garden, ambiente com mesas, cadeiras e iluminação especial, também foi ampliado para esta edição. Outra novidade é que o local abrigará seis cervejarias artesa nais de Itajaí: Oggin, Samurai, Notorious, Alzira, Green Coast e Faroeste.

Além de ser uma das únicas festas do país com conceito zero plástico e acessibilidade plena, a Marejada terá 18 dias de programação para toda a família. Serão mais de 100 atrações musicais, apresentações de dança, 10 restau rantes com pratos exclusivos, cervejarias ar tesanais, espaço com artesanato e a presença do Marejão e da Marejoa, mascotes oficiais do evento. A expectativa é que o evento reúna en tre 250 e 300 mil pessoas. Nos dias de semana, a festa funcionará das 18h às 24h, e nos fins de semana das 10h às 24h. No último dia, o evento encerra às 20h. Acesse o site marejada.itajai.sc. gov.br e saiba mais.

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Localize-se na

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Boi de Mamão é presença garantida na Marejada

“O

meu boi morreu, o que será de mim?”. Este tre cho da cantiga popular marca o momento mais dramático do festejo do Boi de Mamão, quando en tra em cena o seu dono que, ao ver o animal desfalecido, fica desolado e cai em prantos. Neste ponto desenrola-se o drama, em tom de comédia, para curar ou ressuscitá-lo. Uma encenação na qual a verdade se mistura à fanta sia e à arte e o boi transforma-se em quimera. A tradição veio para o Brasil, mais especificamente para Santa Ca tarina, na bagagem dos colonizadores açorianos. E como não poderia deixar de ser, também é presença obrigatória na programação da Marejada, afinal, o objetivo da festa é resgatar a cultura e tradições dos colonizadores de Itajaí e região.

O festejo que já foi chamado de “Boi-de-Pano”, no entanto, recebeu esse nome em alusão ao uso de um mamão verde para representar a ca beça do boi. Segundo relatos históri cos, a brincadeira se originou nas Ilhas dos Açores, em Portugal, e em Floria nópolis a descrição mais antiga do fol guedo é de 1871, feita pelo historiador José Arthur Boiteux. No entanto bem antes disso a manifestação cultural já ocorria no litoral continental. Seu pri

meiro registro é datado de 1840.

Diferentemente das outras brin cadeiras que foram trazidas à Santa Catarina pelos açorianos, o Boi de Ma mão é também uma tradição comum a outros estados brasileiros. Porém, apresenta variações com tipos dife rentes de apresentação, mas seme lhantes na originalidade de sua his tória. Muitas semelhanças são vistas entre o Boi-de-Mamão e o Boi-Bumbá, ou o Bumba Meu Boi, e o Boi Pintadi nho, em Paraty. Todavia, para conhe cer a verdadeira origem da tradição, é preciso recorrer à Europa.

Personagens

Mais do que uma mera brincadei ra, o Boi de Mamão é considerado uma importante manifestação cultural, um auto em tom cômico, mas com um elemento central dramático, cerca do de outros elementos que crescem durante a encenação. Segundo a tra dição, a dramatização inerentemente usa voluntários para protagonizarem o festejo, sendo que estes são postos sob as fantasias feitas por uma arma ção de metal ou madeira e coberta por pano. Entre as figuras que apare cem, além do Boi-de-Mamão estão o proprietário do boi, a Bernunça e seu filhote, a Maricota, o doutor, a viúva,

o cavalinho, além de outros bois, os corvos e outros personagens que aparecem de acordo com a tradição de cada região. A Bernunça é uma espécie de bicho-papão que engo le tudo o que encontra pela frente, principalmente as crianças desobe dientes, e é a principal coadjuvante do auto. A figura é fantasmagórica e teria sido inspirada na figura do dragão celeste chinês. Durante sua apresentação, ela investe sobre o público engolindo crianças e dando à luz, em seguida, a um filhote.

Tem ainda a Maricota, uma mu

lher altíssima, vaidosa e desengon çada, que ao dançar rodopiando esbarra seus enormes braços em quem estiver descuidado; o Cavali nho, que laça e recolhe o furioso Boi; a Cabrinha, que é o boi das crianças, tem um porte menor e dança mais li geiro. Outros personagens também são encontrados em alguns grupos: urso, urubu, macaco, girafa, abelha, ema, barata, anão, cavalinho-mari nho, entre outros que a criatividade permitir. O acompanhamento musi cal da cantoria é feito por três músi cos: pandeiro, violão, gaita.•

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34ª Marejada terá acesso exclusivo para grupos prioritários

A34ª Marejada quer proporcionar uma ex periência agradável a todos os visitantes durante os 18 dias de festa, com inclusão e acessibilidade. Pensando nisso, o evento deste ano contará com acesso prioritário para idosos com mais de 60 anos, gestantes, deficientes físicos ou com mobilidade reduzida, pessoas com obesidade, com crianças de colo e autistas. A novidade vem para fa cilitar a entrada destas pessoas e reforça o conceito inclusivo do evento. Os grupos foram definidos em conjunto com o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Itajaí (Comadefi).

“O Plano de Acessibilidade da Marejada, realiza do em parceria com o Comadefi, proporciona auto nomia e segurança para que pessoas com deficiên

cia possam acessar todas as áreas do evento. Essas ações de acessibilidade foram premiadas pelo Mi nistério de Turismo na última edição da festa e agora reforçamos e ampliamos esse conceito. Queremos que todos possam aproveitar tudo que o evento”, destaca o secretário de Turismo e Eventos de Itajaí, Evandro Neiva.

Única festa de outubro de Santa Catarina com acessibilidade plena, a Marejada 2022 também re forçou seu conceito inclusivo. Além do acesso prio ritário para grupos, a 34ª edição oferecerá equipe de libras, mesa tátil, cardápios com audiodescrição, balcão de acessibilidade, vagas de estacionamen to prioritárias, pulseira de identificação para autis tas, canudo especial para pessoas com dificuldade

de deglutição, rampas de acesso para cadeirantes, banheiros acessíveis e cinco cadeiras de rodas para pessoas com mobilidade reduzida.

Para receber a pulseira de identificação de pes soas autistas e o canudo, é necessário se dirigir até o Balcão de Acessibilidade, localizado na entrada do Centreventos. O atendimento ocorrerá das 18h às 21h em dias de semana e, das 10h às 21h, nos finais de semana.

Familiar, inclusiva e sustentável, a 34ª Marejada é promovida pelo Município de Itajaí, por meio da Se cretaria de Turismo e Eventos. A maior festa do pes cado do Brasil tem patrocínio de Bradesco, Klabin, Giassi, Semasa e Germânia, além de apoio do Itajaí Shopping e da Univali.

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Evento é a única festa de outubro de Santa Catarina com acessibilidade plena
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Abobado ou abobalhado - metido à besta, bobo, tonto

Aglomerar - puxar briga, folgar

Ah-ãh - interjeição que indica dúvida ou descrença em relação a algo

Ah-ãh, negu - interjeição que indica dúvida ou descrença em relação a alguém

Antes donti – antes de ontem

Á-pára - bastante usado no imperativo do verbo parar

Apurado - apertado, com vontade de ir ao banheiro

Apurar - apressar também muito utilizado no imperativo: apura!

Arrenegar - deixar nervoso, irritar

Arregado - porção generosa, posição confortável

Ax dereita - o contrário de ‘ax ixquerda’, à direita

Ax ixquerda - o contrario de ‘ax dereita’, à esquerda

Asmininxegaro - as meninas chegaram

Ânsdionti - antes de ontem

Àxpampa - coisa em abundância ‘arregado’

Badapia - debaixo da pia

Badacama - debaixo da cama

Baga - legal

Bataixtranho - algo muito estranho

Balaio - coisa muito comum

Balela - papo furado, enrolação

Banzo - pessoa pouco inteligente, lerda

Barrasco - homem forte, encorpado

Barrêoterrerro - varrer o quintal

Batêra - canoa

Bico de bule - jovem virgem

Blitix - parada policial para verificação de veículos e condutores irregulares

Bobiça - coisa sem importância

Boca de suvaco - pessoa que não possui dente

Boca mole - pessoa sem atitude ou atitude demorada

Bonéu - boné

Bucica - cachorro

Buso - ônibus

Dicionário Peixerês

Acultura dos açorianos em Itajaí não está presente apenas na arquitetura, ar tesanato, gastronomia e folclore. A maneira com que o povo da cidade se comunica também é um forte diferencial. As características da fala rápida e cantada, a omissão de sílabas e a substituição do s pelo x na pronúncia, transforma

Cacau - chuva forte

Cacalhada - pessoas ou coisas ruins, que não prestam

Cachorrinho - pão salgado

Caco - sujeito à toa, vagabundo (muito usado em tom de brincadeira)

Calhau - coisa grande

Camarão dicacadinho - camarão limpo. Alguns nativos falam “camarão dicaxcadu”

Cambar - virar, dobrar uma esquina

Cambacica - o mesmo que bucica, cachorro

Capax - imagina!

Cardeneta - caderneta

Carudo - que não tem medo ou vergonha de nada

Cas costa - com as costas

Casa germinada - casa cheia de germes (o certo seria ‘geminada’)

Chêru - o mesmo que “cheiro”, pessoa muito querida

Chinéli - pessoa que não vale nada

Chocar - aguardar (Vai chocar esta pipa?)

Coça - surra

Coizarada - algo muito bom

Corisco - algo muito rápido

Crédu - expressão de indignação e surpresa

Cruux - expressão de indignação (voltado para vingança)

Dádidedo - o mesmo que dar de dedo, tomar satisfação

Dazhôje - agora há pouco, há pouco tempo Demonho - demônio

Dendapia - dentro da pia

Denduforno - dentro do forno Dengodengo - nativo de Navegantes Dérreal - dez reais

Deu pra bolha - chega, já deu o que tinha que dar Dizaoje - hoje

Disincheu - o mesmo que esvaziar Dôdestongo - dor de estômago Doidimai - dói demais

Dôli cós dosh pé no peito – vou te arrebentar todo

Dou-ti uma que ti faço gatinhá – te bato com tanta violência que você fica de quatro

Dôrreal - dois reais

Em côra - desnuda, com pouca roupa

É mole ou quéx maix - você ainda acha pouco?

Empombado ou empiçado - arrumado, caprichado, metido à besta

Entojado - chato, enjoado

Enxer os cornu - se embriagar

Esganado - egoísta, olho grande

Estepo - pessoa de pouco caráter, não vale nada

Estrovar - incomodar

És um bicho - pessoa muito boa em fazer alguma coisa

Excumungado - desgraçado (xingamento)

Fala maix quiuhomi da cobra - fala mais que o

homem da cobra, ser muito tagarela, falar demais

Ficá si proseando - exibir-se

Filé - querida, bonita

Fragar - saber, entender, perceber

Funda - estilingue ‘galega’= loira

Gazear - matar aula

Guapeca - vira-lata

Guaxcaço - barulho alto, ou expressão para agressão física

Guspir - cuspir

Hox ou hoj - hoje

Imbigo - umbigo

Intizicar ou inticar - provocar, mexer com alguém

Inzame - exame

Iscodidente - escova de dente

Issokipómoiá - isso aqui pode molhar?

Ixtreve - algo do tipo “ninguém se atreve.”

Ixquenta galho - arquibancada popular do estádio do time Marcílio Dias

Já ti di - eu já lhe entreguei

Ládincovim - lá de onde eu vim

Ladina - pessoa esperta

ram a linguagem numa das marcas registradas dos habitantes do nosso litoral. Estas pessoas são conhecidas como ‘peixeiros’, que por meio do vocabulário específico formado por várias expressões, refletem o espírito brincalhão deste simpático povo. Conheçam algumas das expressões mais usadas.

Lambança - confusão, falha cometida

Largato - lagarto

Lidileite - litro de leite

Lidialcom - litro de álcool

Lholhó - olha só

Mardusfigo - mal do fígado

Massa ou damassa - coisa boa, ”legal”

Malaco - bandido

Mandrião - preguiçoso

Mastumate - massa de tomate

Másumênu - mais ou menos

Medêducé - meu deus do céu!

Meidia - meio-dia

Mêmo - mesmo

Não tem? - algo do tipo “está entendendo?”

Né? - interjeição utilizada sistematicamente no final de cada frase

Nêgo ou nêga - pessoa próxima ou querida

Nossinhora - nossa senhora

Nudánempruchêru - não dá nem pro cheiro, insuficiente

Nuvaidánada - não vai dar em nada

ÓI ÓI ÓI ÓI - expressa admiração, algo como “olha lá, veja só”

Oiuchêru - olha o cheiro

Óikichêru - olha que cheiro

Oiprocevê - olha pra você ver

Olhà di reveshgueio - olhar de soslaio (de lado)

Onquié? - onde que é?

Oncotô? - onde que eu estou?

onquetá? - onde está?

Ontonte - anteontem

OoooooooOOOO - exprime espanto, como se deparar com algo incrível ou fora do comum

O pau pega e não alivia - indica trabalho, movimento ou confusão intensa

Orelhuda - pessoa curiosa

Pastel – tombo, queda

Pau de virá tripa – pessoa magrela e alta

Pilica – bolinha de gude

Posolha - Olha só

Proma - loteamento popular chamado de Promorar, mais conhecido como “Portelinha”

Rosca do ouvido - tapa no ouvido

Sapeiro - pessoa mentirosa

Se afinou – morreu de rir

Seco - pessoa magra

Socado - veículo com alteração na suspensão Socado - lotado

Sótumermo - você é a única pessoa que pode me ajudar

Surrasquinhu na tauba - churrasco, carne assada

Si quex, quex! si num quex, dix! - se quiseres, diga

Ta igual couro de pica – pessoa/acontecimento que não tem uma definição, aquilo que vai e volta

Tânso - pessoa tola, boba

Tásh tolo – tá ficando louco

Testiculamaum na cara - vou dar-te um tapa na face Tidoti uma nos córnus - te bato na cabeça

Tirá farinha – levar vantagem

Tirombaço - disparo feito com arma de fogo Tô di cara! - estou impressionado

Traste - pessoa que não presta

Uix uix, nego - que saco, cara!

Uma renca - um monte de pessoas

Vamocumeocuteu? - pergunta para definir em que veículo será feito o passeio

Valdomiroéstu - me admira você!

Vôm - vamos

Vodadivudera - dar uma voadora

Zolho - olho

Zolhudo - olho grande, invejoso

Zica - bicicleta

Zomi - polícia militar

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