Thebrazilianpost pt 90

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BRASIL NAS RUAS A pauta de um novo ciclo está aberta e o Brasil encontra-se em um momento de debate. >> Pg 03

TROPICÁLIA July 02nd – 15th 2013 LONDON EDITION

Documentário de Marcelo Machado sobre o movimento tropicalista chega aos cinemas do Reino Unido. >> Pgs 02/08

www.brazilianpost.co.uk • Issue n. 90

BRASIL COLOCA ESPANHA NA RODA

Brilhante vitória contra a Espanha na final da Copa das Confederações devolve prestígio à Seleção Brasileira. Dentro de campo, a festa pelo quarto título da competição; fora dele, protestos expõem insatisfação com a organização do evento da Fifa. Leia mais nas páginas 12 e 13 >>


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July 02nd – 15th 2013

Cultura CINEMA

Tropicália: Uma revolução cultural brasileira Documentário de Marcelo Machado chega ao Reino Unido com sessões em julho e agosto

Da Redação

Sobre a cabeça os aviões; sob os meus pés os caminhões; aponta contra os chapadões; meu nariz. Eu organizo o movimento; eu oriento o carnaval; eu inauguro o monumento; no planalto central do país...”. A letra da música Tropicália, de Caetano Veloso, escrita em 1968, não poderia ser mais atual. Ícone de um dos movimentos mais ricos da cultura brasileira – o Tropicalismo – é até hoje referência para jovens e adultos que buscam, através da arte, uma voz de contestação. Os tempos são outros, é verdade; não se vive mais uma ditadura militar no Brasil. Mas, no embalo dos protestos que cobrem as ruas do país desde o início de junho, chega em boa hora ao Reino Unido o documentário Tropicália, que estreia em Londres no dia 5 de julho, no Curzon Soho (veja todas as datas na página 8). Lançado no Brasil em 2012, Tropicália foi dirigido por Marcelo Machado e

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o bombardeio de informações sobre os protestos de junho no Brasil misturou-se a ebulição de sentimentos após uma bela demonstração da qualidade do futebol brasileiro na partida final da Copa das Confederações (páginas 13 e 14), da qual saímos campeões por 3 x 0 contra a seleção espanhola. Obviamente, tudo refletido na sua e na minha timeline do Facebook. Nesse clima de protestos, mudanças e futebol muita coisa foi abalada,

Jorge Benjor, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rita Lee e Os Mutantes e Gal Costa

resgata com muita riqueza um dos períodos mais ricos e controversos da história do Brasil: desde o marco inicial do movimento, em 1967, com o Festival de Música Popular realizado pela TV Record, até o exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil em Londres, em 1969, após serem presos pelas forças repressoras da ditadura militar (leia mais na página 8). Imagens raras de 1967 mostram Caetano Veloso cantando “Alegria, Alegria” ao lado do grupo Beat Boys, além de Gilberto Gil e o grupo Os Mutantes interpretando “Domingo no Parque” – duas músicas que deram o “start” do movimento tropicalista. O documentário explora também, como não poderia deixar de ser, o auge

daquela nova maneira de expressão, o álbum “Tropicália” ou “Panis et Circenses”, que além de Gil e Caetano contava com Gal Costa, Tom Zé, Os Mutantes, Nara Leão, a poesia de Torquato Neto e Capinam e os arranjos de Rogério Duprat. E mostra como o movimento se estendeu ao cinema novo de Glauber Rocha e ao teatro de José Celso Martinez Corrêa. Não faltam, é claro, alguns momentos polêmicos no documentário, fruto da conjuntura política adversa da época e de uma luta contra a ditadura que, em muitas ocasiões, atingia pontos contraditórios. As canções do movimento tropicalista eram vanguardistas, criticavam o regime militar de uma forma mais anárquica e com

elementos pop, diferentemente de outras músicas daquele tempo. Uma das críticas mais recorrentes que os tropicalistas receberam foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos tradicionais e nacionalistas acreditavam que esta era uma forte influência da cultura poprock norte-americana e que prejudicava a música brasileira, denotando uma influência estrangeira não positiva. O movimento tropicalista não possuía como objetivo principal utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil. Por este motivo, foi muito criticado por aqueles que defendiam as músicas de protesto. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era por si só uma forma revolucionária. Os conflitos políticos que rodearam o Tropicalismo são ótimas referências para entender melhor o que se passa no Brasil hoje (leia mais na página 3). E o valor cultural do movimento, sem dúvida, faz daquele período um dos mais importantes da nossa história. O documentário de Marcelo Machado é impecável neste sentido. Para quem viveu aquela época, o filme Tropicália certamente trará uma benéfica nostalgia; os rostos jovens de Caetano, Gil, Bethânia, Gal, Rita Lee e companhia farão o espectador sentir de novo aquela rebeldia juvenil, quando tudo parecia possível num mundo em revolução. Para aqueles que não eram nascidos, vêm à tona uma saudade diferente, de um tempo não vivido, mas ainda assim bastante inspirador. >> Continua na Página 8

EDITORIAL incluindo a avaliação da presidenta Dilma Rousseff, que caiu 30 pontos, de acordo com a última pesquisa Datafolha. É fato, a conjuntura política do país mudou e, a partir de agora, todas as ações do governo entram em outro estágio de avaliação pelos cidadãos. Ao saírem às ruas, brasileiros e brasileiras demonstram que hoje a ideia é ir além da democracia já conquistada; a busca agora é pela participação da sociedade em decisões que refletem nela mesma. Confira o artigo de Guilherme Reis, na página 3.

Os tempos são outros, mas impossível não relacionar os fatos históricos quando falamos da Tropicália. Segundo Tom Zé, o movimento foi a vertente cantada do pensamento que tirou o Brasil da Idade Média. É apresentando este cenário políticocultural que o documentário de Marcelo Machado, Tropicália, chega às telas no Reino Unido. Para descobrir a relação relação deste movimento com Londres, além das datas e locais em que o documentário será exibido, leia as página 2 e 8.

Mais cultura nesta edição com as impressões de Roberta Schwambach sobre o Glastonbury Festival 2013 (página 15 e 16), para o qual o The Brazilian Post foi a única mídia brasileira credenciada. É com a cara e as cores do Brasil que apresentamos esta edição! Divirta-se! See you next edition! Ana Toledo ana@brazilianpost.co.uk Editora Chefe


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SOCIEDADE

A voz das ruas e a pauta de um novo ciclo

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Por Guilherme Reis s manifestações que varrem as ruas do Brasil e surpreendem o mundo não deixam dúvidas: está em curso um processo de redefinição dos mecanismos democráticos brasileiros diante da necessidade de se começar um novo ciclo de desenvolvimento do país. O Brasil acelerou o passo para se tornar um país desenvolvido, principalmente nos últimos dez anos, com uma ascensão sem precedentes de milhares de pessoas à classe média. O salário mínimo aumentou consideravelmente, mas o que vale é o poder de compra. Uma família de classe média no Brasil tem renda mensal de até R$ 1,5 mil; não é o suficiente. Os serviços públicos não são de qualidade, apesar de a taxa de impostos no Brasil ser uma das maiores do mundo, e o consumo crescente que segurou o país nesses anos de crise mundial também não basta. Como diria a música, “a gente não quer só comida”, e a diversidade de pautas apresentadas por manifestantes desde o início de junho é uma amostra do quão necessário se faz uma revisão do diálogo entre Estado e população, além de reformas que façam do Brasil um país mais democrático e menos desigual. Reformas que, vale lembrar, remetem às quase esquecidas reformas de base propostas na década de 1960 pelo presidente João Gulart, tocado da presidência pelo golpe militar que deu início a ditadura em 1964. Reformas que, posteriormente, não foram retomadas de maneira ampla com a redemocratização do país após 1989. O processo de retorno ao estado democrático no Brasil foi interrompido pelos anos de neoliberalismo. A estabilização econômica do país nesse período, obra tão celebrada de Fernando Henrique Cardoso, foi na verdade a estabilização da burguesia. A chegada de Lula à presidência significou uma mudança de paradigmas na condução de políticas públicas, com foco na inclusão social e redução da pobreza, mas se deu a custo de acordos de classe que, no final das contas, ainda que permitisse o acesso de milhões a uma vida mais digna, manteve os privilégios de uma minoria detém o poder econômico. As bandeiras esquecidas pelo PT ao longo dos anos de governo foram trazidas à tona desde o início das manifestações, com a luta por um transporte público gratuito, democratização da mídia, maior diálogo entre o poder público e a sociedade civil e direitos humanos. Posteriormente, a pauta se ampliou: indignação com os gastos da Copa, impunidade de políticos corruptos e contra “tudo que está aí”. Tudo virou motivo de insatisfação; e então entraram na equação das ruas as forças de direita. A própria desarticulação e falta de liderança que potencializaram a revolta, inexperiente na linha de passagem entre

REIVINDICAÇÕES ATENDIDAS 24 de Junho •

Governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) cedem e revogam o aumento de tarifas de ônibus, trens e metrô que havia entrado em vigor em SP no início de junho. Na capital, o preço da passagem volta a R$ 3; no Rio, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) anuncia a redução da tarifa de R$ 2,95 para R$ 2,75. Várias outras cidades do Brasil também anunciaram redução. O governo do Estado de São Paulo suspende o reajuste do pedágio nas rodovias paulistas — que foram palco de diversos protestos e ficaram fechadas por horas nas últimas semanas. Se a inflação acumulada em 12 meses fosse aplicada, o reajuste dos pedágios seria de pelo menos 6,2%. A tarifa no Sistema Anchieta-Imigrantes, por exemplo, passaria dos atuais R$ 21,20 para R$ 22,51.

26 de Junho •

25 de Junho • •

Projeto de lei que reserva 75% das receitas dos royalties do pré-sal para a educação e os outros 25% para a saúde é aprovado na Câmara. A proposta segue agora para o Senado. Proposta de Emenda à Constituição 37/11, que limitaria o poder de investigação criminal do Ministério Público, é derrubada no plenário. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprova a proposta de emenda à Constituição (PEC), que inclui o transporte entre os direitos sociais do brasileiro.

A proposta seguirá agora para uma comissão especial antes de chegar ao plenário da Casa. A Câmara dos Deputados cancela verba de R$ 43 milhões que seria destinada ao Ministério das Comunicações. O recurso estava previsto para contratação de serviços de tecnologia da informação e telecomunicações, como transmissão de vídeo e transporte de dados durante a Copa das Confederações 2013 e a Copa do Mundo 2014.

Senadores aprovam projeto que classifica corrupção e outros delitos como crime hediondo e altera a punição para eles. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprova uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com o voto secreto na análise de cassações de mandatos de deputados e senadores. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), cancela a licitação de ônibus municipais, que custaria R$ 46,3 bilhões e valeria por até 15 anos. Haddad afirma que processo só acontecerá com participação popular e que vai abrir as planilhas dos custos com o transporte público.

3 de Julho •

Data prevista para a votação do projeto de lei que cria o passe livre estudantil em todo o país. Mais informações em www. brazilianpost.co.uk.

insatisfação e solução institucional, abriu caminho para que o conservadorismo tentasse pautar a energia das ruas. O foco das críticas, então, passou a ser o governo federal e os partidos políticos. Não se faz política, porém, sem partidos. O outro caminho é o autoritarismo, que se viu nas ações furiosas de manifestantes de primeira viagem contra militantes de partidos e movimentos sociais que historicamente estão ligados aos protestos nas ruas. Diante da avalanche de informações que fez e ainda faz surgirem análises precipitadas de jornalistas e governantes, a presidente Dilma veio a público em rede nacional com uma visão bastante consciente dos fatos. Expressou aquilo que se fez nítido desde o início: a sociedade quer maior participação no processo de desenvolvimento do país. Nesse sentido, acertou em cheio ao dizer que é a cidadania, e não o poder econômico, que deve nortear os próximos passos do Brasil. A presidente, é claro, aproveitou para prometer medidas emergenciais que atendessem todos os setores aglutinados nas manifestações, e habilmente dividiu a responsabilidade com o Congresso Nacional (leia no box os reflexos dos protestos no país). Tais medidas, porém, não são suficientes; o descrédito da classe política, fenômeno que não se restringe ao Brasil (basta lembrar a maioria dos protestos que se seguiram ao Occupy Wall Street, principalmente na Europa), e o consequente distanciamento entre Estado e sociedade coloca a democracia como a conhecemos na prática em cheque: votar de dois em dois anos não é mais suficiente. A reforma política colocada em pauta por Dilma caminha nesse sentido, já que a presidente quer que esse processo conte com a participação da sociedade através de um plebiscito. A discussão, porém, não pode ficar restrita ao financiamento público ou privado de campanha (ainda que o financiamento exclusivamente público possa evitar que candidatos sejam eleitos para defender os interesses das empresas que bancaram suas candidaturas); muito menos se seguirá ou não a forma de uma Constituinte. É necessário redefinir o papel do ser político, e para isso a continuidade da organização da sociedade em manifestações e debates entre movimentos sociais são essenciais para construir um caminho real. A pauta do novo ciclo está aberta. E o Brasil encontra-se em um momento crucial para que ela seja discutida de maneira ampla, com a participação da sociedade na tomada de decisões. Não há mais espaço para acordos por baixo dos panos, nem para as forças conservadoras que passaram a apoiar os protestos, mas não conseguem esconder que o que querem mesmo é que nada mude. As forças progressistas têm diante de si uma oportunidade histórica. A ver como se comportam.


Brasil | 04 |

July 02nd – 15th 2013

FLIPSIDE

Festa literária brasileira terá versão no Reino Unido

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Da Redação editora inglesa Liz Calder, 75 anos, sempre viveu com um pé – ou dois – fora da Inglaterra. Uma das idealizadoras da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), Liz prepara para outubro a primeira edição da FlipSide, braço inglês do evento brasileiro, que terá como homenageados Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Entre os escritores convidados estão Milton Hatoum, Bernardo Carvalho e Adriana Lisboa. O local escolhido é tão charmoso e peculiar quanto Paraty: um conjunto de edifícios do século 19, chamado Snape Maltings, no leste da Inglaterra, que costumava ser usado pela indústria de cerveja. A ideia é que a FlipSide se torne uma espécie de palco inglês para artistas de diferentes partes do mundo. “No Reino Unido, não se convidam muitos autores estrangeiros para esse tipo de evento. Será um acontecimento incomum aqui porque celebrará a literatura de outros países”, explica a editora. Apesar de ser entusiasta da jardinagem, espécie de hobby nacional bretão, Liz não fica muito à vontade em sua terra natal. “Não me sinto muito inglesa”, confessa. Ainda criança, migrou com sua família para a Nova Zelândia, onde o pai foi trabalhar como criador de ovelhas. Com o primeiro marido, Richard Calder, viveu também nos Estados Unidos e

FlipSide acontecerá em outubro em um conjunto de edifícios do século 19, chamado Snape Maltings, no leste da Inglaterra

no Canadá, além de ter passado quatro anos no Brasil durante a década de 1960 – período no qual trabalhou como modelo para grifes como Biba e Paco Rabanne. De lembranças do Brasil, apenas um papagaio de nome Juju, que levou com ela, além de discos de bossa nova que a ajudaram a manter contato com o português. Dedicou as três décadas seguintes ao período brasileiro à sua carreira na Inglaterra. Nos anos 1980, fundou a própria editora, a Bloomsbury. Com o tempo, especializou-se na descoberta de escritores que atuavam na periferia do

antigo Império Britânico. Nomes como o do indiano Salman Rushdie ou o do autor do livro “O Paciente Inglês”, Michael Ondaatje, natural do Sri Lanka. Em 1997, cruzou o caminho da Bloomsbury uma inglesa de nome Joanne. A aspirante a escritora tentava emplacar a história de um bruxinho de nome Harry Potter. A empresa comprou a ideia, e a série de J.K. Rowling vendeu mais de 400 milhões de cópias ao redor do mundo. A editora, rica e feliz, decidiu então investir em um projeto pessoal. Assim, nasceu a Flip. Criada em 2003, a festa

literária é, para Liz, “uma esperança de que a literatura brasileira se torne mais conhecida e mais traduzida no resto do mundo”. Em 2013, a Flip realiza sua 11ª edição e homenageia o alagoano Graciliano Ramos. “Gosto de escritores que me trazem novos mundos, novas experiências, não daqueles que simplesmente confirmam minha percepção das coisas. Escritores britânicos são ótimos, mas não me entusiasmam tanto quanto os outros”, explica Liz, feliz em fazer da Inglaterra um lugar um pouco menos inglês.

MEIO AMBIENTE

Brasil passa a ser a sede do Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável

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Da Redação Brasil tornou-se sede do Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, RIO+, espaço de debate e articulação de ações econômicas, sociais e ambientais para promover práticas sustentáveis de desenvolvimento. O lançamento foi anunciado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e pela vice-diretora mundial do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Rebeca Grynspan, durante o seminário internacional “Rio+20: A Implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, no Jardim Botânico. Izabella Teixeira lembrou que o Rio+ foi formalizado durante a Rio+20 para que fosse um órgão “paragovernamental”.

“O centro nasce não para ter consenso, tem que ser ambicioso, trazer novas ideias, influenciar a sociedade para a questão, um lugar de livre pensar”, disse a ministra. “Será um local para pensar o desenvolvimento sustentável, um modelo inovador de desenvolvimento de ideias, com a participação da sociedade, governos e especialistas”, declarou a ministra. Izabella lembrou que a Rio+20 mudou a relação do Brasil com as Nações Unidas para melhor. O novo centro é exemplo disso. “Foi um upgrade”, disse ela, ao apostar que o centro seja também liderança no debate sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. O centro tem apoio de mais de 20 instituições nacionais e estrangeiras: reunirá cientistas do mundo todo para encontrar as melhores soluções

sustentáveis e inclusivas para o planeta. O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CoppeUFRJ), no Fundão, zona norte do Rio de Janeiro, será o local temporário do centro pelos próximos dois anos. Rebeca Grynspan disse que o novo espaço poderá interferir positivamente nas discussões intergovernamentais que culminam em setembro de 2014 na sede das Nações Unidas. “Até agora tem sido muito difícil reunir as interdisciplinaridades das agendas e o centro tem a missão de contribuir para a convergência dos temas, como o da erradicação da pobreza e do desenvolvimento sustentável”, disse ela. O coordenador do centro, designado

pelo Pnud, Rômulo Paes, informou que os aportes iniciais para os projetos são da ordem de US$ 4,5 milhões, de um pool de contribuidores da Rio+20, mas que também estão sendo feitas parcerias público-privadas para o desenvolvimento de pesquisas sustentáveis. O secretário de Ambiente do estado do Rio e ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, lembrou que os assuntos debatidos no seminário internacional e que as ações do novo centro refletem alguns dos anseios da multidão que tem se manifestado nas ruas do Brasil. “Esses temas estão interligados com grande parte da voz das ruas. Sustentabilidade é ter saúde boa, ter transporte sem emitir carbono e com um mínimo de conforto. Não adianta ter estádio com padrão Fifa e outros serviços com padrão sub-Fifa”, declarou ele.


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Comunidade DAQUI PRA LÁ

Brasileiros estão retornando para casa profissional da esteticista ainda é um mistério. “Penso em abrir meu próprio negócio, mas não saberia por onde começar. Preciso analisar as opções ainda”, afirma.

Comunidade brasileira no exterior diminuiu aproximadamente 20% em cerca de dois anos

Portal do Retorno

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Por Nathália Braga

or mais numerosa que seja a comunidade brasileira no exterior, cada vez mais brasileiros estão voltando para terras tupiniquins. Estatísticas apontam uma redução de cerca de 20% no número de brasileiros residentes no exterior, atualmente estimados em cerca de 2,5 milhões (em comparação com 3,1 milhões em 2011). Pesquisas junto aos postos do Itamaraty e a associações comunitárias apontam forte tendência no movimento de retorno definitivo ao Brasil desses cidadãos, especialmente os que imigraram há menos de 10 anos. Um dos principais motivos é o crescimento da economia brasileira e o aumento de oportunidades para quem já está no país ou quer retomar a vida no Brasil. A grande oferta de empregos é um dos fatores que deixam o Brasil em vantagem se comparado com países da Europa, por exemplo. Mas, apesar do bom momento econômico do país, nem tudo são flores. Após anos vivendo longe da realidade de falta de segurança, condições precárias de saúde e educação - para citar problemas mais evidentes – a volta para casa exige um processo de orientação e readaptação para que no final o sentimento seja de ter feito a escolha certa. Quem sabe muito bem destas condições e está determinada a voltar é a esteticista Vera Leite, 36 anos, que mora em Londres há oito anos. Casada com um finlandês e mãe de um garoto de cinco anos, ela pretende voltar ao Brasil assim que a família tiver economias suficientes para arcar com as despesas para a construção de uma casa na sua cidade natal, Atibaia, em São Paulo. “Depois de cinco anos morando aqui já comecei ter vontade de voltar. Para minha sorte, meu marido ama o Brasil e não vê a hora de ir. Mas sei o quanto

Apesar do bom momento econômico do país, nem tudo são flores

é caro ter uma casa própria e o quanto é difícil pagar aluguel, então resolvi esperar mais um pouco para voltarmos com boas condições financeiras”, conta a esteticista. Segundo ela, alguns dos principais motivos que levarão à sua volta um dia é a vontade de estar perto da família e a

vantagem de voltar a aproveitar o clima tropical. “Chega uma hora que nem a beleza da cidade é suficiente para fazer a gente gostar do frio e da chuva. A fase de namoro, pelo menos para mim, acabou”, diz. Se para a compra da casa os planos já estão encaminhados, o futuro

Foi pensando nessa demanda de emigrantes que o Ministério das Relações Exteriores lançou o Portal do Retorno (www.retorno.itamaraty. gov.br) – que tem como objetivo disponibilizar informações sobre programas e serviços para brasileiros que querem retornar ao país definitivamente. A iniciativa, lançada no final de março deste ano, contou com o apoio do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Previdência Social, SEBRAE, Caixa Econômica Federal e Secretaria da Receita Federal, entre outros parceiros. O site reúne informações úteis sobre documentação, trabalho, apoio à abertura de pequenos negócios, capacitação profissional, educação financeira, previdência social, assistência psicológica, entre outros assuntos de ordem prática. Também disponibiliza links, e-mails e telefones de contato de instituições parceiras. De acordo com o Consulado Geral do Brasil em Londres, o lançamento do portal segue tendência de outras ações similares do Itamaraty, como o “Guia do Retorno”, lançado em setembro de 2010, e as “Semanas do Trabalhador” realizadas em Boston, Caiena, Genebra, Lisboa e Faro. Afinal, mais do que se readaptar ao estilo de vida levado no Brasil, o emigrante precisa voltar a atuar profissionalmente no país e se enquadrar novamente nos direitos e deveres como cidadão. Para o Consulado, de maneira geral, a pessoa que retorna ao Brasil deseja receber informações sobre alternativas de capacitação profissional, empreendedorismo e como aplicar suas economias de forma produtiva, além de como reinserir-se no sistema de previdência social e regras sobre a legislação de transporte de bagagem e bens desacompanhados. Há, da mesma forma, uma grande demanda sobre providências práticas em relação à documentação. Para oferecer estas e outras informações, o portal foi criado com instituições parceiras e serviços estaduais de apoio ao retornado no Amazonas, Bahia, Goiás, Paraná e São Paulo. Lançado há pouco mais de três meses, a tendência é que com o tempo o projeto receba ainda mais informações, assim como parceiros e serviços sejam agregados.


July 02nd – 15th 2013

Ricardo Coimbra http://vidaeobrademimmesmo.blogspot.co.uk/

Comunidade | 06 |

OMBUDSMAN Esta é a seção em que o Brazilian Post ouve a opinião do leitor sobre a matéria de capa da edição anterior. Você pode enviar a sua opinião também, participe! Envie um e-mail para contato@ brazilianpost.co.uk “A última capa do Brazilian Post introduziu os primeiros protestos na capital paulista no mês de junho, com o Movimento Passe Livre de São Paulo (MPL). Um manifesto social que despertou com fim da paciência com o péssimo transporte público no Brasil, acabou evoluindo para um grande movimento horizontal apartidário que sem dúvida já orgulhou brasileiros. Mas é importante saber aonde tudo começou. A partir dos dados do artigo, não foi difícil juntar dois mais dois, e a indignação aplica-se a várias faltas cometidas pelo governo brasileiro, e também a mídia conservadora”.

- Heloisa Moraes, Brasília - Brasil


Comunidade| 07

PERFIL

Jörg Wagner: ‘chegaram os filmes como a ponta do iceberg’

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Em seu filme “A quarta dimensão de Jörg”, autobiografia com cenas ficcionais, você direciona uma linha bem psicanalítica; sinto algo freudiano bem acentuado à sua obra. Concorda? Completamente. Eu diria que sigo a teoria da livre associação, um método utilizado por Freud em substituição à hipnose, que consistia em deitar o paciente ao divã e encorajá-lo a dizer o que viesse à mente, sendo também este convidado a relatar seus sonhos. Freud analisava todo o material que aparecesse e buscava entendê-los e descobrir os desejos, temores, conflitos, pensamentos e lembranças que pudessem se encontrar, que estivessem além do conhecimento consciente do paciente. Gosto desse método e fiz uso dessa técnica para desenvolver esse filme.

Entrevista e Foto: Rômulo Seitenfus

hegamos à casa do cineasta Jörg Wagner, localizada ao norte de Londres. Enquanto o entrevistado nos oferece o tradicional chá das cinco, meu assistente Emre Zengin e eu montamos tripés e luzes para prepararmos o retrato que ilustra esta entrevista. Deixo os equipamentos instalados, porque quero antes descobrir detalhes sobre a história de vida e da carreira do artista. Arriscaria dizer que o diretor, produtor e roteirista cinematográfico Jörg alterna entre o concreto e o não convencional; freudiano, apresenta através do subjetivo o seu melhor personagem: ele próprio. Nascido numa tradicional família de descendência germânica do sul do Brasil, e assombrada pela ditadura militar, o gaúcho de Porto Alegre cresceu em um sistema de rigidez familiar e social, e buscou nas ruas a pluralidade em diversos aspectos. Conhecendo diferentes pessoas com situações divergentes ao sistema, passou pelo desenho, pintura e fotografia até chegar ao cinema escrevendo, dirigindo e produzindo filmes, como o brilhante “Lost Tango”. Em Londres há mais de duas décadas, Jörg fala nesta entrevista exclusiva sobre a linha autobiográfica dedicada aos seus personagens, relembra o passado no Brasil e reflete algumas das suas principais obras. O que você lembra de sua infância e adolescência no Brasil e quando o cinema entrou na sua vida? Sou de Porto Alegre e venho de uma família de descendência germânica, tive uma educação muito rígida. Estudei no Colégio Cruzeiro do Sul, que seguia também essa linha tradicional. Na frente da escola cantávamos o hino de Porto Alegre, o hino do Rio Grande do Sul e o hino do Brasil. Aos poucos passei a me rebelar, porque percebi a extensão da minha casa em um regime familiar e estatal. Eu fazia rock, saía às ruas, era político. Havia a camada da ditadura que existia ao meu redor. Eu ia para as ruas, conversava com diferentes pessoas, ouvia as divergentes opiniões. A rua me proporcionou um crescimento fora do meu mundo horizontal, vi e aprendi muitas coisas, presenciei sexo, drogas e rock ‘n’ roll, Brasil na veia; vivi de tudo e fiz muitas coisas. Sempre fui liberal em todos os sentidos; já tinha amigos travestis, negros, brancos, pobres e ricos; nunca tive problema nenhum com as diferenças, muito pelo contrário. Ingressei na PUC – Pontifícia Universidade Católica - e passei a enxergar ainda mais: mais de outras pessoas, outras cores. Queria o contato

Teria alguma explicação por seguir uma linha autobiográfica na maioria dos seus filmes? A única pessoa que conheço razoavelmente sou eu. O meu ponto de vista inicial é sempre apresentado aos meus filmes. Não é algo narcisista; isso ocorre porque a única loucura que eu conheço de verdade é a minha. As de outros eu leio e escuto (risos). O Almodóvar tem uma linha sexual, o John Carpenter segue uma linha de terror obscura. Faço trabalhos documentários de cunho social, e na parte de ficção tenho interesse pelo inusitado, do não previsível e do linear. O “Lost Tango”, por exemplo, não é previsível, nem claro; ele é subjetivo. humano, pude ver o mundo de outra maneira, analisando outras opções e me veio a arte. O cinema adentrou a minha vida, passei pelo desenho, pintura, fotografia e chegaram os filmes, como a ponta do iceberg. Sobre o seu filme “Lost Tango”, reza a lenda que o personagem Jota, dramatizado pelo ator Márcio Mello, teria sido uma de suas criações autobiográficas. Você se vê no Jota? Sim, o Jota sou eu. O nome Jota é porque meu nome começa com “J”. Obviamente adicionamos elementos ficcionais ao personagem, tive de ir atrás das minhas “noias”; foi um filme sofisticado, a fotografia é muito boa, o áudio é muito bom, com pessoas competentes na equipe. Mas o considero sofisticado também pela busca interna mesmo. Gosto do enredo entre dois mundos; Jota vive um triângulo amoroso entre Marianne - interpretada por Claire Dodin - e Tereza - encarnada por Tereza Araújo. Nesse filme, divido a direção com Karine

Chevalier, minha companheira na época. Terminamos o filme, terminamos a relação. O interessante da história é que se passa em um apartamento em que Jota deixara uma fita de vídeo após gravar suas incertezas e inseguranças em formato de diário... Sim, e a Marianne possui problemas com a família, recebe a inesperada visita da desconhecida Tereza, a namorada de Jota que retorna do Brasil para resgatar algo antes deixado para trás. Dizendo conhecer Jota há tempos, descobre o conteúdo das imagens gravadas por ele. A fita revela a decadente relação com a namorada; ela também foi amante de Tereza no passado; Jota desaparecera com ela, porém descobre-se que Tereza está à procura da amante. A verdade é aos poucos revelada, sem saber ainda se Jota seria, de fato, o autor de um possível assassinato que justificaria o desaparecimento.

Você tocou no seu lado social. O filme “Another World is Possible” é sobre o Fórum Social Mundial. Como surgiu a ideia? Eu estava em Porto Alegre, havia levado uma câmera e um microfone para entrevistar pessoas. A minha intenção era filmar um policial, por exemplo, e perguntar tudo a ele. Como ele é na cama, como é com a mulher, como é na frente de um ladrão, se dorme depois de matar um bandido, se é parceiro do cara ou não. Eu queria explorar um mundo que a mídia não mostra. Mas uma amiga me falou do Fórum Social Mundial e comecei a me mover e saber do projeto. Viajei por cinco países com o documentário sobre o evento. Conheci pessoas muito interessantes; tinham grupos de prostitutas, travestis, indígenas, intelectuais, escritores, artistas, professores, revolucionários e descontentes com o sistema em geral, com as regras adotadas no mundo; foi ótimo poder entrar em contato com essas pessoas, sou aberto a conhecer as diferenças.


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MÚSICA

O que a Tropicália tem a ver com Londres?

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Da Redação

ra agosto de 1970 e mais de 600 mil pessoas estavam reunidas numa fazenda na Isle of Wight, no sul da Inglaterra, para o maior festival de música já realizado até então. O público iria testemunhar, ao longo de cinco dias, performances de The Who, The Doors, Joni Mitchell e Leonard Cohen, além do último show de Jimi Hendrix. A surpresa do segundo dia, porém, foram dois brasileiros desconhecidos do público, acompanhados por uma trupe de dançarinos nus cobertos por um plástico vermelho. A dupla começou a cantar em português, ao som de baterias africanas e flautas de jazz. Logo eles plugaram suas guitarras e começaram a tocar uma mistura maluca de rock psicodélico, funk e samba. A dupla era Gilberto Gil e Caetano Veloso. A apresentação, cujas imagens extraordinárias estão no documentário Tropicália, de Marcelo Machado, aconteceu um pouco antes de eles saírem tocando pelo mundo. Naquele verão de 1970, eles eram apenas figuras exóticas na cena underground de Londres: tocavam esporadicamente com a banda de rock Hawkwind, passeavam por galerias de arte e faziam parte de uma comunidade hippie. Dois anos antes, Caetano e Gil estouravam no Brasil, dando início ao movimento tropicalista, considerado subversivo pelo regime militar. Em dezembro de 1968 os dois foram presos em São Paulo e passaram dois meses numa cadeia, além de mais quatro meses em prisão domiciliar. Enquanto o mundo assistia ao primeiro homem pousar na Lua, em 21 de julho de 1969, os dois se preparavam para deixar o Brasil, para onde voltariam apenas em 1972. “Lisboa e Madrid estavam fora de questão porque também passavam por um pesado regime ditatorial. Paris tinha uma cena musical entediante. Então Londres era o melhor lugar para um músico estar”, disse Gil em entrevista ao jornal The Guardian, em 2010. Caetano, Gil e suas respectivas mulheres, além do empresário, acabaram morando em uma casa na Redesdale Street, Chelsea, zona oeste de Londres. Juntos frequentavam museus, galerias de arte, jogos de futebol e aprenderam a apreciar a série de televisão Monty Python’s Flying Circus –

Mortimer, Marketing & Media LTD CEO Gilberto Gil e Caetano Veloso na Trafalgar Square

Caetano, aliás, disse que o surrealismo da série influenciou algumas de suas músicas mais experimentais.

Em 1969, Gilberto Gil e Caetano Veloso foram exilados do Brasil pela ditadura militar; os anos que eles passaram em Londres influenciaram a música brasileira e britânica para sempre Caetano, porém, passou por uma depressão no primeiro ano em Londres, enquanto Gil estava um pouco mais otimista. Ao The Guardian, Gil lembrou que chegou à capital britânica na semana em que os Beatles lançaram o álbum Abbey Road, e que teve a oportunidade de ouvir Rolling Stones na famosa Roundhouse, além de conhecer diversos músicos e, pela primeira vez, ter entrado em contato com o reggae. Na prisão, Gil adotou uma dieta macrobiótica e passou a meditar e investigar o misticismo oriental. Na cena hippie de Londres, encontrou pessoas que

compartilhavam os mesmos interesses, e logo ficou amigo de algumas das figuras mais relevantes da contracultura, como o jornalista e cantor Mick Farren, além de Turner e Thomas Crimble, da banda Hawkwind. Através dos irmãos Crimble, Gil se envolveu com um grupo de boêmios que estavam organizando o que se tornaria o primeiro festival de Glastonbury (leia sobre a edição 2013 do festival na página 15). “Um dos modelos era o carnaval brasileiro, um perfeito exemplo de um festival multidisciplinar, quase espontâneo e gratuito. Lembro de ter conversas com Gil sobre medicina alternativa, música da África e América Latina. Ele tinha muitas ideias, e foi crucial no desenvolvimento do festival”, afirmou Bill Harkin, que desenhou o palco original do festival de Glastonbury, em forma de pirâmide. Caetano também fez música durante o período de exílio, mas de maneira mais introvertida. Ele descreve seu álbum de 1971, “London London”, como um “documento da depressão”. Nele há músicas como “Little More Blue”, com a letra “One day I had to leave my country, calm beach and palm beach”; e a que dá nome ao disco, com o lamento “green grass, blue eyes, grey sky, God bless”. No caso de Gil, seu primeiro álbum em Londres – Gilberto Gil (Nêga) – conta com performances solo, versões acústicas de músicas de Steve Winwood, Beatles e Hendrix. Mas o maior legado que a Inglaterra deixou na música de Gil foi definitivamente o reggae, com forte influência de Jimmy Cliff, Bob Marley e Burning Spear. O período em que Gil e Caetano passaram em Londres não foi fácil, pela conjuntura de terem sido praticamente expulsos do Brasil. É inegável, porém, que a passagem pela Inglaterra fez deles músicos mais criativos.

TROPICÁLIA: QUANDO E ONDE Sexta-feira 5 de julho (18h20) Curzon Soho, London (99 Shaftesbury Avenue, W1D 5DY) Entrada: £14.75

Domingo 7 de julho (20h30) Rich Mix, London (35-47 Bethnal Green Road, E1 6LA) Entrada: £5

Domingo 7 de julho (19h30) Star & Shadow Cinema, Newcastle (Stepney Bank Newcastle Upon Tyne, NE1 2NP) Entrada: £5

Segunda-feira 8 de julho (20h) Cube Cinema, Bristol (Dove Street South, BS2 8JD) Entrada: £5

Sábado 13 de julho (23h30) Rio Cinema, London (107 Kingsland High Street) Entrada: £8.50

Quinta-feira 8 de agosto Hyde Park Picture House, Leeds (a confirmar)

Quinta-feira 22 de agosto The Sugar Club, Dublin (a confirmar)

Marcelo Mortimer marcelo@brazilianpost.co.uk

Editora chefe Ana Toledo ana@brazilianpost.co.uk

EDITORES Guilherme Reis Kate Rintoul

RELAÇÕES PÚBLICAS Roberta Schwambach contato@brazilianpost.co.uk

DEPARTAMENTO COMERCIAL 074 6692 6782

DIAGRAMAÇÃO Roman Atamanczuk

DISTRIBUIÇÃO Emblem Group LTD

COLABORADORES Carolina Beal Christiano Holanda Cibele Porto Daniela Barone Jamie Jubon Nathália Braga Rafael Cabral Ricardo Somera Rômulo Seitenfus Saulo Caliari Shaun Cumming Tico Silvério Zazá Oliva

Publicado por Mortimer, Marketing & Media LTD 14 Widgeon Close, London – E16 3EF Company number: 8043939


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Europa DEMOCRACIA E DIREITOS HUMANOS

Protestos na Turquia: um depoimento pessoal

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Por Maurício Santoro* Turquia é uma potência emergente localizada na área mais turbulenta do planeta – o Oriente Médio, ainda que parte de seu território fique na Europa. Os protestos que eclodiram no início de junho travam uma batalha decisiva pelo futuro dos direitos humanos e da frágil democracia turca, com implicações para toda a região. Estive em Istambul para o encontro do Nexus Fund, uma coalizão de organizações da sociedade civil dedicada à prevenção de atrocidades em massa e aproveitei a ocasião para conversar com ativistas e conhecer de perto suas demandas. As manifestações turcas começaram com uma faísca pequena – a oposição ao projeto governamental de destruir o Parque Gezi, uma das poucas áreas verdes no centro de Istambul, e substituílo por um shopping center e pela réplica de um quartel da época do Império Otomano. Os ativistas ocuparam a praça

Taksim, em frente ao parque, um local de grande importância política e simbólica na cidade, e rapidamente o movimento tomou enormes proporções, engajando centenas de milhares de pessoas pelo país. O parque foi apenas o estopim e os protestos logo assumiram temáticas abrangentes, centradas na oposição à agenda religiosa do primeiro-ministro Reccip Erdogan. Erdogan está no poder desde 2002 e já venceu três eleições. É um líder popular e carismático. Em seu governo, a economia triplicou em uma década e a Turquia tem hoje renda per capita em torno de US$12 mil anuais, pouco superior ao Brasil. O premiê mistura políticas sociais e um programa islâmico que se opõe a diversos aspectos do Estado laico turco. Ele tem apresentado projetos de lei para restringir o consumo de bebidas alcóolicas, proibir a venda da pílula do dia seguinte e limitar a lei de aborto, legal até a 8ª semana de gravidez. Nos últimos 50 anos, a Turquia tornou-

se um país urbano e industrializado e deixou para trás a pobreza em massa, avançando para tornar-se uma sociedade de classe média. Contudo, milhões de pessoas sentem-se assustadas e perplexas por esse rápido ritmo de transformações e se apegam aos valores tradicionais da religião e da vida no campo ou nas pequenas cidades. Ao mesmo tempo, a 1ª geração turca nascida e criada na democracia chegou à universidade, ao mercado de trabalho e à vida pública. Esses jovens têm maior renda, mais educação e acesso à informação e expectativas mais elevadas do que seus pais e avós. Não vivenciaram a repressão estatal em períodos ditatoriais e têm menos medo do governo. Esse é o grupo que ocupou a Praça Taksim e iniciou os protestos. Usam métodos inovadores de mobilização: redes sociais, acampamentos em espaços urbanos (como na Praça Tahrir do Cairo ou no movimento Occupy Wall Street), fóruns de discussão nos parques. A resposta do governo foi acusar os manifestantes de

serem “bandidos, vagabundos e bêbados”, parte de conspiração internacional para desestabilizar a Turquia. A polícia os atacou com gás lacrimogênio, canhões d´água, veículos blindado. Jornalistas e advogados de direitos humanos também foram presos. “Nossa única esperança são os jovens”, ouvi da diretora de uma ONG turca de direitos humanos. Erdogan continua forte politicamente, mas sua popularidade diminuiu em seis meses de dois terços para metade da opinião pública. A economia não está mais no crescimento acelerado dos últimos anos e o cenário regional da Turquia é dramático, com a guerra civil na Síria e a chegada de meio milhão de refugiados desse país. Os manifestantes alteraram o jogo político e o governo está sob forte pressão. A questão é saber como as instituições e os partidos políticos responderão às demandas lançadas pelos ativistas. *Assessor de direitos humanos da Anistia Internacional Brasil


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Tecnologia REDE SOCIAL

Anúncios comoventes mostram como o ‘curtir’ no Facebook é inútil para ajudar quem precisa

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Por Gizmodo.com botão “Curtir” pode representar muitas coisas: diz que alguém fez a coisa certa; mostra que você achou algo legal; permite que você seja bobo e irônico – no fim, mostra que você apoia aquilo. Mas para ajudar em causas que realmente importam, o que o “curtir” realmente faz? Aumenta o ego de alguém? Dá audiência para uma página tosca no Facebook? Na verdade, não adianta nada. E muita gente ainda não sabe disso. A agência de publicidade Publicis

criou uma série de anúncios para a ONG Crisis Relief Singapore que diz: “Curtir não é ajudar”. Ele mostra pessoas que estão em necessidade de ajuda, mas rodeadas por uma multidão de polegares para cima (inseridos via Photoshop). É uma forma de deixar dolorosamente claro que, para apoiar uma causa, clicar em “Like” não adianta nada. Esta não é a primeira iniciativa do tipo: a Unicef preparou uma campanha este ano dizendo que “Curtir não salva vidas“, e propondo que você doe cerca de R$ 15 para vacinar doze crianças contra a poliomelite (paralisia

infantil). Saiba mais em www.crisisrelief.org

“Liking isn’t helping”


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Economia ECONOMIA SOLIDÁRIA

Além do real, Brasil tem 103 moedas sociais em circulação

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Da Redação

alma, Santana, Maracanã, Par, Terra, Ita, Semear, Ribeirinho, Sol, Cajueiro... Estas são algumas das 103 moedas sociais locais circulantes existentes no Brasil, conforme dados da Secretaria Nacional de Economia Solidária, ligada ao Ministério do Trabalho. Complementares ao real, as moedas sociais são criadas por bancos comunitários com o objetivo de fazer com que a riqueza circule na própria comunidade, ampliando o poder de comercialização do território, por meio do estímulo ao consumo local, gerando trabalho e renda. Segundo dados da Rede Brasileira de Bancos Comunitários, em 2012 estava circulando no Brasil o valor de 500 mil em moedas sociais, com uma estimativa de 350 mil pessoas utilizandoas. Já o lastro é em real. Além disso, nas comunidades em que há moedas sociais, elas são aceitas como pagamento pela grande maioria dos estabelecimentos comerciais. Outra prática bastante comum é conceder desconto para

quem compra com moeda social para incentivar o seu uso. No Conjunto Palmeiras, bairro de Fortaleza, foi criado o primeiro banco comunitário do País, o Banco Palmas, e também a primeira moeda social, a Palma. No bairro de cerca de 30 mil habitantes, há 260 empreendimentos cadastrados para aceitar a Palma, e a média de desconto para quem compra com ela é de 5%. Segundo o coordenador de crédito e inovação do Banco Palmas, Ansier Ansorena, a adesão de comerciantes e produtores locais é grande desde o início, e isso ocorre, principalmente, por se tratar de uma iniciativa dos próprios moradores para melhorar a comunidade. “Os moradores podem comprar com desconto, os comerciantes têm um aumento de vendas, e isso faz com que haja uma maior geração de emprego e renda na comunidade, o que é bom para todos”, explica Ansorena. Para ele, a consciência de que é uma ação para o benefício de todos é fundamental para o bom funcionamento de qualquer banco social. Isso pode ser atestado pela taxa

de inadimplência nos empréstimos do Banco Palmas, que é quase nula.

Início das Palmas

O Banco Palmas foi criado em janeiro de 1998 e a moeda Palma em janeiro de 2001. No entanto, a história do banco e de sua moeda remete a 1973, quando começaram a chegar ao Conjunto Palmeiras seus primeiros moradores, em sua maioria, despejados de áreas litorâneas de Fortaleza. O bairro foi construído de forma desordenada, e sua estruturação só teve início com a fundação da Associação dos Moradores do Conjunto Palmeiras, em 1981. O objetivo da associação era organizar as famílias e buscar melhores condições de vida. Na década de 90, os moradores do Conjunto Palmeiras haviam conquistado melhorias significativas na infraestrutura do bairro. No entanto, mesmo contando com rede de saneamento básico, água tratada, energia elétrica, escolas e outros serviços públicos, a situação ainda era ruim. Uma pesquisa realizada em 1997 constatou que 90% da população economicamente ativa tinha renda

familiar abaixo de dois salários mínimos; 80% estava desempregada, e apenas 20% da renda dos moradores era investida no comércio local. Assim, em janeiro do ano seguinte, após mais de 90 reuniões realizadas para debater possíveis soluções, a associação de moradores criou o Banco Palmas e implantou uma rede de solidariedade entre produtores e consumidores. O objetivo era garantir micro-créditos para produção e consumo local, sem a necessidade de comprovação de renda, e a garantia sendo dada pelos vizinhos, que atestavam se a pessoa era responsável ou não. Hoje, 15 anos depois, não há dúvidas de que a iniciativa foi bem-sucedida: cerca de 90% da riqueza gerada no bairro é reinvestido no comércio local, e nos três primeiros meses deste ano o valor movimentado em Palmas foi de 42,5 mil. Além dos serviços monetários prestados pelo Banco Palmas, são realizados na comunidade cursos de educação financeira e pedagógica e de capacitação profissional, além de consultoria para outros bancos comunitários da região.


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Esporte SELEÇÃO BRASILEIRA

O campeão voltou: Brasil coloca a espanha na roda no Maracanã O título é o menos relevante; a conquista mais importante foi a evolução do futebol da Seleção

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Por Renato Brandão

ouco menos de duas semanas antes do pontapé da Copa das Confederações, a Seleção Brasileira era cercada de ceticismo entre torcedores e imprensa esportiva especializada nacional e internacional, particularmente pelo desempenho irregular e pouco sedutor da equipe canarinho nos últimos anos. Dois dos sinais desse momento ruim para o selecionado do país sinônimo de futebol eram o incômodo jejum de quatro anos sem vitórias diante de campeões mundiais e o embaraçoso 22º lugar no Ranking da FIFA. Nos dois amistosos prévios - empate em 2 a 2 contra a Inglaterra e vitória por 3 a 0 contra uma desfalcada França -, a equipe em formação dirigida por Luiz Felipe Scolari não convenceu. Ciente das críticas, o Brasil iria jogar a Copa das Confederações como se fosse a Copa do Mundo. E jogou. Mostrando muita gana, os brasileiros conquistaram pela quarta vez a competição menor da FIFA, pela terceira vez seguida. O título é o menos relevante. A conquista mais importante foi a evolução do futebol da Seleção. Com uma equipe em formação, em pouco tempo, o Brasil tem uma base pronta e uma maneira definida de jogar. Se havia dúvidas de que o Brasil seria um forte candidato ao título mundial, essas dúvidas desapareceram. O time usou e deverá usar muito bem a vantagem de atuar o Mundial em casa. Mais importante ainda, o futebol brasileiro recuperou o prestígio e o respeito um pouco perdidos nos últimos anos. A atuação excepcional na final diante da Espanha, atual campeã mundial e bicampeã europeia, foi uma

Seleção Brasileira conquistou o quarto título da Copa das Confederações, terceira consecutiva

desses atos que explicam porque a Seleção Brasileira é historicamente a melhor equipe da do futebol mundial. Contudo, a acaçapante vitória diante dos espanhóis não pode levar o torcedor brasileiro a ilusões. Não pode levar a crer que, de uma hora para outra, o time verde-amarelo está acima da geração de Xavi e Iniesta. Com méritos, a Espanha tem figurado no degrau mais alto do futebol nos últimos anos; não é por uma derrota em um jogo que ‘La Roja’ perde o trono. A Espanha fez uma péssima final, mas muito mais porque o Brasil teve uma atuação brilhante - algo que não foi uma constante da equipe brasileira, basta lembrar que o time teve momentos ruins diante do México, Itália e, principalmente, Uruguai.

Os espanhóis foram goleados em amistosos contra Portugal e Argentina após a Copa do Mundo de 2010. E na Copa das Confederações de 2009, foram eliminados pelos Estados Unidos e, um ano depois, levaram o Mundial, o que realmente importa. O Brasil tinha vencido as duas últimas edições da Copa das Confederações e foi em seguida mal nos Mundiais de 2006 e 2010. A Seleção Brasileira não tem um time excepcional. Tecnicamente, ainda segue abaixo dos espanhóis e dos alemães. O Brasil possui um craque no ataque - Neymar. Dois grandes jogadores na defesa - Thiago Silva e David Luiz. E outros bons jogadores, que se saíram bem nestes últimos 30 dias entre treinos e jogos - como Júlio César, Luiz Gustavo, Paulinho e Fred.

Durante quase toda a competição, o time mostrou algumas deficiências, como não saber alternar jogadas em velocidade com o jogo cadenciado e o domínio da partida. Outro problema foi a falta de proximidade entre os volantes e os meias de ligação. Em outra perspectiva, o grande destaque coletivo do time brasileiro foi a marcação por pressão. Além de contagiar os torcedores (que apoiam mais o time) e acuar o adversário, que não consegue se organizar e trocar passes. A comissão técnica também tem mérito ao conseguir que os jogadores executassem bem o que fora planejado. Sim, o campeão voltou, e voltou bem, mas não pode entrar na onda da euforia. Na Copa do Mundo de 2014, será outra história. Mas que seja a do hexa.


Esporte | 13

ESPORTE X POLÍTICA

A Copa do Mundo é nossa?

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Por Renato Brandão Copa das Confederações 2013 pode ter concedido novamente à Seleção Brasileira o respeito que havia perdido nos últimos anos. Mas o torneio também ficará marcado pelas bombas de gás lacrimogêneo e as balas de borracha das forças de segurança. Na noite da decisão, dentro do Maracanã, a equipe canarinha se

impunha com brilhantismo diante da Espanha. Mas do lado de fora do estádio - reformado com R$ 1,2 bilhão do dinheiro público e que será entregue por menos de 10% desse valor à iniciativa privada -, centenas de brasileiros se reuniram próximo do estádio para demonstrarem seu descontentamento com a realização da competição e da Copa do Mundo. Foram contidos violentamente por policiais, que estiveram ali para garantir que nada atrapalhasse o espetáculo. Manifestações similares ocorreram ao longo da competição, que durou duas semanas e terminou no final do mês passado. E devem preocupar os cartolas da FIFA até o início do Mundial, daqui a um ano; eles provavelmente não imaginavam que encontrariam um ambiente tão hostil aos seus negócios futebolísticos no país do futebol. De pichações (“Go Home, FIFA”; “Bemvindo ao inferno”) em muros de Belo Horizonte ao apedrejamento de ônibus da entidade em Salvador, as manifestações expressam a indignação com uma Copa do Mundo de altos gastos públicos, em especial na reforma ou construção dos 12 estádios que servirão de palco para o megaevento internacional. Além dos gastos excessivos, movimentos sociais e ONGs nacionais têm alertado que há outros custos nos preparativos para a Copa do Mundo. Segundo os comitês populares que defendem o direito das populações afetadas pela Copa-2014, 170 mil famílias

Protesto durante cerimônia de encerramento da Copa das Confederações pede anulação da privatização do Maracanã

nas doze cidades-sede foram removidas, deslocadas, ou ameaçadas de deixar suas casas, ou pontos comerciais, por projetos diretamente vinculados à Copa do Mundo. Vendedores ambulantes estão proibidos, porque a FIFA defende direitos de venda exclusiva aos seus patrocinadores. Operários que trabalham nos canteiros de obras dos estádios chegaram a fazer algumas paralisações, por conta das condições de trabalho e salários. O secretário executivo do Ministério dos Esportes brasileiro estimou que já foram gastos R$ 28 bilhões nas obras para a Copa do Mundo do Brasil até o mês de julho. E admite que esse valor ainda

poderá chegar a R$ 33 bilhões. É um valor três vezes maior do que da Alemanha em 2006 e quatro vezes o que foi gasto na África do Sul em 2010. Vale lembrar que a FIFA, uma corporação “sem fins lucrativos”, e os patrocinadores da Copa do Mundo não precisarão pagar impostos sobre os seus lucros. A máxima entidade do futebol avalia que, sozinha, deve lucrar US$ 4 bilhões no Brasil. Tanto o governo brasileiro como a FIFA alegam que o evento deixará para o Brasil investimentos em infraestrutura, mobilidade urbana e outros setores. Contudo, outro legado ficará, feito com a supressão da democracia, da dignidade, da ética e da legalidade.

NA DEFESA E NO ATAQUE

Volante também sabe jogar

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Por Tico Silvério osé Paulo Bezerra Maciel Junior, mais conhecido como Paulinho, é o nome da nova estrela da Seleção Brasileira, escolhido o terceiro melhor jogador da Copa das Confederações. E, apesar de ser praticamente um novato com o uniforme verde e amarelo, Paulinho vem mostrando personalidade e faro de gol. O jogador, que atua como volante no time de Luiz Felipe Scolari, destaca-se pelo posicionamento em campo, pelo passe de qualidade e pela presença constante na área adversária. Paulinho, que conquistou a confiança da exigente torcida do Corinthians, é hoje um dos intocáveis dentro do esquema tático de Felipão. E o que mais impressiona é que o jogador conseguiu cumprir com eficiência tanto a parte defensiva como a de apoio aos atacantes, aparecendo como homem surpresa nos contraataques e recompondo o meio campo quando o time é atacado. As ótimas campanhas com o Corinthians, principalmente

Paulinho deve defender o Tottenham na próxima temporada

em 2012, e as boas apresentações com a Seleção Brasileira renderam o interesse de inúmeras equipes que sonham em ter o futebol do jogador. Mas tudo leva a crer que o Tottenham Hotspur será o destino de Paulinho na próxima temporada, já que a mídia vem anunciando que o acordo entre o clube inglês e o Corinthians está praticamente acertado, restando apenas o sim do jogador. Porém, se engana quem acha que essa será a primeira vez que Paulinho defenderá um clube europeu. O jogador de 24 anos teve passagens bem discretas pelo FC Vilnius da Lituânia, em 2006, e pelo Łódź da Polônia, em 2007. Mas, com certeza, a história será bem diferente dessa vez, e independentemente do clube que o jogador irá defender ele tem tudo pra brilhar nessa sua nova passagem pelo “Velho Mundo”. Paulinho vem tendo um ótimo rendimento na Seleção Brasileira, fazendo os torcedores esqueceremse da ausência de Ramires. O único problema é que dentro da filosofia do nosso treinador (Felipão), que diz que volante não precisa saber jogar, e a do seu auxiliar (Carlos Alberto Parreira), que gosta de afirmar que o gol é apenas um detalhe, Paulinho é um peixe fora d’água. A esperança é que suas boas atuações e seus gols possam mudar a opinião da nossa comissão técnica, que precisa de uma vez por todas aprender que não há mais espaço no futebol moderno para volante estilo Felipe Melo.


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FÓRMULA 1

Rosberg sobrevive a caótico GP da Inglaterra e vence segunda em 2013

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Da Redação GP da Inglaterra domingo dia 30 ficou marcado pelo ‘caos dos pneus estourados’. Quatro pilotos foram afetados de forma mais grave pelo problema e tiveram suas provas comprometidas. Felipe Massa, que fazia uma boa prova, foi um deles. Sebastian Vettel tinha tudo para vencer em Silverstone, mas abandonou a dez voltas do fim. Em um fim de prova emocionante, Nico Rosberg foi o vencedor, seguido por Mark Webber e Fernando Alonso. Apesar do problema no início, Massa terminou em 6º. Curiosamente, Massa, Lewis Hamilton, Jean-Éric Vergne e Sergio Pérez tiveram problemas no mesmo pneu: o traseiro esquerdo. Um dos pneus da Sauber de Nico Hülkenberg esvaziou, mas não estourou. Outros competidores também relataram dificuldades causadas pelos compostos. Apesar do abandono, Vettel continua na liderança do Mundial de pilotos com 132 pontos, mas viu Alonso, com 111, aproximar-se. Kimi Räikkönen perdeu rendimento no fim da prova e caiu da terceira para a quinta posição. O finlandês completou sua 25ª prova

Prova ficou marcada por pneus furados

seguida entre os dez primeiros colocados e quebrou o recorde de Michael Schumacher, estabelecido entre 2001 e 2003. Massa fez uma excelente largada. O brasileiro saiu em 11º e pulou para quinto. Hamilton se manteve em primeiro, mas seu companheiro de equipe não teve a mesma sorte. Rosberg largou mal e foi ultrapassado por Vettel, caindo para a

terceira posição. Webber, que saiu em quarto, perdeu nove posições após um toque com Grosjean. A sorte de Hamilton e Massa, porém, logo mudou. Na sétima volta, o pneu traseiro esquerdo da Mercedes do britânico estourou, fazendo-o perder muitas posições - ele havaia acabado de passar pela entrada dos boxes. Duas voltas depois, foi a vez de o brasileiro sofrer com o mesmo problema – coincidentemente, também no pneu traseiro esquerdo. Vettel assumiu a liderança e logo parou nos boxes, assim como os principais pilotos. O ‘festival de pneus traseiros esquerdos furados’ não parou: na 15ª volta, a vítima foi JeanÉric Vergne, da Toro Rosso. O safety car entrou na pista para que os detritos fossem retirados. Neste momento da prova, os cinco primeiros colocados eram Vettel, Rosberg, Sutil, Alonso e Räikkönen. O carro de segurança foi para os boxes na 22ª volta. Com tantos pneus estourados, as equipes orientavam seus pilotos a evitar passar sobre as zebras. Enquanto Vettel abria confortável vantagem sobre Rosberg, houve mudanças de posições no segundo pit stop. Räikkönen pulou para terceiro, seguido por Webber e Alonso. Quando a vitória parecia certa, Vettel abandonou a corrida na 42ª volta com problemas em sua Red Bull. O safety car voltou à pista, já que o carro do tricampeão ficou parado na reta dos boxes. Rosberg assumiu a liderança e partiu para sua segunda vitória nesta temporada. A cinco voltas do fim, o pneu traseiro esquerdo de Pérez estourou. O mexicano já havia passado pelo mesmo problema durante os treinos. Em disputa emocionante, Webber travou intensa briga com Räikkönen e

Rosberg comemora vitória

ultrapassou o finlandês, pulando para segundo. O australiano ainda tentou pressionar Rosberg, mas o alemão manteve o bom ritmo até a bandeirada. Alonso foi para cima do piloto da Lotus nas últimas voltas, conseguiu superálo e subiu ao pódio. O espanhol fez um ótimo fim de prova: ele estava em oitavao quando o safety car deixou a pista pela última vez. A próxima etapa da Fórmula 1 será realizada em 7 de julho: o GP da Alemanha.


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GREAT GLASTO!

One of the biggest music festivals on the world came to the end on June 30 and The Brazilian Post brings the first impressions of Roberta Schwambach, who was there seeing everything going on. >> Read more on page 16

Um dos maiores festivais de música do mundo chegou ao fim dia 30 de junho e o The Brazilian Post traz as primeiras impressões de Roberta Schwambach, que acompanhou de perto tudo que rolou por lá. >> Leia mais na página 16


Special | 16 |

July 02nd – 15th 2013

MUSIC FESTIVAL

Glastonbury 2013: A review By Roberta Schwambach

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he Glastonbury Festival 2013 featured more than 2,000 performances on 58 stages scattered around Worthy Farm, in Somerset. Worldwide known, attracted an audience of 177,000 people… And a city is formed in a few hours. There are several campsites scattered through the hills, connected to different areas of the Festival. Each area has a main stage and several smaller stages around it, besides the wonderful decorations on site. The Park, not only received Rodriguez and Cat Power, it is also an area based on Alice in Wonderland, counting with several rabbits, giant carrots and a stage called Habbit Role. Other areas are dedicated to the children, to Circus and Theatre performances, or electronic music, that does not stop until sunrise, on the famous Shangrila. The vast area is taken by coloured flags, artists and an audience so varied that it is difficult to classify, you see everything. Many walk costumed or with face paintings, between old and new lovers of festivals, strollers and bicycles. Amid so many people, a fun way to not lose friends is carrying a flag. As a Brazilian, I looked up for the green and yellow flag. Some Brazilians were allied with Cubans, others carried the shirt from our football team (but were sons of Brazilians, or lovers of our football). Many wore the famous Havaianas. But I must confess that few Brazilians travelled around there. Among the hundreds of restaurants, two were serving barbecue, I approached one of them and asked, “And the Brazil speaks Portuguese?” The answer came with a different accent, and I discovered that the chef had lived in São Paulo and fell in love with our cullinary. Among the artists, our representative was Sergio Mendes, who played in one of the big stages (West Holts) which also received Public Enemy and Alice Russell. And if you ask me who is he, my answer will be the way he was presented to the public, “one of the legends of Brazilian music.” The audience was large and enthusiastic about the Brazilian swing, but the songs were presented in English. The slogan Love the Farm Leave no Trace is actually put into practice, as well as the inclusion of disabled people is also a fact. Small details that make a huge difference. I will tell everything over the week on The Brazilian Post website, through the blog Alternatives.

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Por Roberta Schwambach Festival Glastonbury 2013 contou com mais de duas mil performances em 58 palcos espalhados pela fazenda Worthy Farm, em Somerset. Mundialmente conhecido, contou com um público de 177 mil pessoas... E uma cidade se forma em horas. São diversos campings espalhados pelas colinas, conectados às diferentes áreas do festival. Cada área conta com um palco principal e muitos palcos menores à sua volta, além da maravilhosa ambientalização do local. O Park não só recebeu Rodriguez e Cat Power, como também foi uma área baseada na história Alice no País das Maravilhas, com coelhos, cenouras gigantes e um palco chamado Habbit Role. Outras áreas são dedicadas à diversão das crianças, ao Circo e Teatro, ou à música eletrônica, que não para até o raiar do sol, no famoso Shangrila. A imensa área é tomada por bandeiras coloridas, artistas e um público tão variado que é difícil classificar; se vê de tudo. Muitos caminham fantasiados ou com pinturas no rosto, entre velhos e novos amantes dos festivais, carrinhos de bebê e bicicletas. Em meio a tanta gente, uma forma divertida de não se perder dos amigos é carregando uma bandeira. Como brasileira, busquei a verde e amarela. Alguns brasucas estavam aliados a cubanos, outros falsos brasileiros portavam a camisa da nossa seleção (filhos de brasileiros, ou amantes do nosso futebol). Muitos calçavam as famosas Havaianas. Mas devo confessar que poucos brasileiros caminhavam por ali. Entre as centenas de restaurantes, dois serviam churrasco; ao aproximarme de um deles, perguntei: “É do Brasil, fala português?” a resposta veio com um sotaque diferente, o chef era amante de nossa culinária e havia morado em São Paulo. Entre os artistas, nosso representante foi o Sergio Mendes, que tocou num dos grandes palcos (West Holts), que também recebeu Public Enemy e Alice Russell. E se você me perguntar quem é ele, lhe respondo como foi apresentado ao público: “uma das lendas da música brasileira”. O público era grande e entusiasmado com a ginga brasileira, mas as músicas foram apresentadas em inglês. O slogan Love the Farm Leave no Trace é realmente posto em prática, bem como a inclusão de deficientes também é um fato. Pequenos detalhes que fazem a diferença contarei ao longo dos próximos dias no site do The Brazilian Post, pelo blog Alternatives.


Showbiz | 17

CELEBRIDADES E AFINS

Vai encarar, Feliciano?

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não entender o motivo da “cura gay”, tendo em vista o “passado” dos dois. “Amor, eu estou estranhando essa sua posição. Eu te chamava de ‘Dundun’. Por tudo que nós vivemos, por tudo que você me falou ao pé do meu ouvido, eu esperava mais de você. Quando puder me liga, tá bom?”. Não preciso dizer mais nada, né?

Alexandre Frota tira onda com Feliciano

Aquela que nunca foi a Xuxa

Por Carolina Beal semana das celebridades foi marcada por mais protestos – entre aqueles que apoiam ou criticam os manifestantes – e por festas juninas. Mas nossa coluna gostou mesmo foi das fofocas de outro cunho...

Gente, eu adoro o Alexandre Frota. O cara é marrento, vive entre o baixo calão e momentos mais sensatos, mas acho-o muito engraçado, em geral. A nova dele foi ter avacalhado com o mala do Marco Feliciano de maneira bastante original. Em vez de ficar criticando o deputado homofóbico, na quinta-feira, 27, Frota resolveu afirmar em tom de gozação (literalmente) que já foi namorado do presidente da Comissão de Direitos Humanos. “Eu o conheço bem, ele foi meu namorado. Ele teve um relacionamento de dois anos comigo e eu fico surpreso com as coisas que ele fala, porque não era isso que ele falava quando estava comigo na cama.” Ironizando o deputado, Frota disse

Em contrapartida, Mara Maravilha, aquela que nunca conseguiu ser como a Xuxa e virou evangélica, é a múmia do outro lado da história. Em entrevista também ao programa “Morning Show”, da RedeTV!, a ex-apresentadora infantil defendeu o pastor Feliciano. Ela disse que não gosta de ver pessoas do mesmo sexo juntos e chamou os gays de aberração: “Tem outras questões além disso, mas eu não concordo com essa aberração”, criticou. Claro, que depois ela voltou atrás para se dizer vítima de má interpretação. “Estou sendo mal interpretada. Nunca disse que gay é aberração”, escreveu. Ela aproveitou para acusar aqueles que não acham gays uma aberração: segundo Maravilha, há o preconceito de quem não respeita a opinião dos que, como ela

Alexandre Frota tirou onda com pastor evangélico

e Feliciano, são contra os homossexuais. Bah, se fosse aqui na Inglaterra, este povo já seria visto como terrorista. Daqui uns dias, a louca sai degolando uns gays na rua!

Santinhos? Sei...

Quando a seleção de futebol espanhola sofreu um furto no hotel, veio à tona que alguns jogadores espanhóis haviam feito uma “festinha” em seus quartos com prostitutas. Até aí, estes jogadores que arquem com as consequências, certo? Agora, a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) querer defender seus

jogadores dizendo que eles são santinhos, é pra acabar.

Mídias sociais • •

cura gay, estou contando com você para trazer os homens lindos pro meu lado! (@unsigned) quem chega com uma camisa da lady gaga no sus para a cura gay, é levado pro pronto socorro rapidamemte e atendido com emergência. (@Kristyellen2) Depois da cura gay, só falta o alvejante para negros (@ BlogComTpm)


A Gringo’s View | 18 |

July 02nd – 15th 2013

PRESS

Journalists can be Brazil’s “12th man” off the pitch

A

separate, but it leads on to a topic I am passionate about – journalism. There are two parts to this story; both local and international coverage, and inefficient journalism has appeared in both cases. Over the past two or three weeks, Brazil has arguably changed more rapidly than at any time over the last decade. The tidal wave of protests has left a huge mark on the country and will doubtless go down in history as a pivotal point in the progress of Brazil as a country. Where they go from here, nobody knows, but it’s a certainty that if Dilma and the Brazilian government don’t now do what they have promised and lapse back into old ways, the people will be right back on the streets. A free press should be the pillar of change in a society, and should always be on the side of the consumer, but instead, Brazil’s national media has shown

partisan colours throughout. Not only that, it has waited to see which side wins arguments before making decisions. In the early stages of the movement, Brazil’s media organisations urged police to crack-down on protesters who were ‘causing inconvenience’ in the form of traffic jams in Sao Paulo. Over the next few nights, having urged police on, their own journalists were subject to indiscriminate police brutality. Some journalists were even shot with rubber bullets in the face. But it wasn’t until this movement became truly national before local media decided to back demonstrations. Even then, it has all too quickly swallowed government lines on reform. This doesn’t go down well with the population, which has immediately seen through the biases of the Brazilian media. Some speculate that many of the top media companies,

such as Globo, have far too much to lose financially from any World Cup advertising pull-out to fully back the movement. And yet, they have actually been there on the street every day, shoulder to shoulder with demonstrators. The international media, meanwhile, have shown an incredible ignorance of Brazil’s cultures, geography, and even basic things such as language during the coverage. Some Brazil-based international correspondents have done a great job, but many international news outlets do not have representatives. While they are keen to cover the protests, they clearly need to do some more research on Brazil. As I say, the last two weeks could prove to be historically important for Brazil, but its people need to the full backing of both local and international media to make sure.

Traduzido por Marielle Machado

que eu sou apaixonado – o jornalismo. Essa história tem dois lados; o jornalismo local e o internacional, e a ineficiência já apareceu em ambos os casos. Ao longo das últimas duas ou três semanas, o Brasil mudou mais rapidamente do que em qualquer momento da última década. A onda de protestos deixou uma enorme marca no país e, sem dúvida entrará para a história como um ponto fundamental para o progresso do Brasil como país. Onde isso vai parar, ninguém sabe, mas é certo que, se Dilma e o governo brasileiro não fizerem agora o que prometeram e voltarem aos velhos hábitos, as pessoas estarão de volta às ruas. A liberdade de imprensa deve ser o pilar da mudança em uma sociedade, e deve estar sempre do lado do cidadão (telespectador), mas em vez disso, a mídia nacional do Brasil mostrou cores partidárias por toda parte. Não só isso,

ela esperou para ver qual lado iria sair vitorioso antes de tomar decisões. Nos estágios iniciais do movimento, a mídia do Brasil pediu a polícia para reprimir os manifestantes que estavam “causando transtornos” para o trânsito de São Paulo. Nas próximas noites, depois de encorajar a polícia, os seus próprios jornalistas foram sujeitos a indiscriminada brutalidade policial. Alguns jornalistas chegaram a levar tiros de borracha no rosto. Mas foi só depois que este movimento se tornou verdadeiramente nacional que a mídia local decidiu apoiar as manifestações. E mesmo assim, tem engolido todas as falas do governo sobre reforma. Isso não cai bem com a população, que agora tem visto os dois lados da mídia brasileira. Alguns especulam que muitas das principais empresas de mídia, como a Globo, têm muito mais a perder financeiramente com o fim dos anúncios para a Copa

do Mundo do que com o apoio ao movimento. E ainda assim, eles foram para as ruas todos os dias, ombro a ombro com os manifestantes. Os meios de comunicação internacionais, enquanto isso, têm demonstrado uma ignorância incrível sobre o Brasil, suas culturas, geografia, e as coisas mais básicas, como a língua falada no país. Alguns correspondentes internacionais no Brasil têm feito um ótimo trabalho, mas muitas agências de notícias internacionais não têm representantes. Embora tenham interesse em cobrir os protestos, eles claramente precisam fazer mais algumas pesquisas sobre o país. Como eu disse, as duas últimas semanas podem se revelar historicamente importantes para o Brasil, mas o seu povo precisa do total apoio de ambas as mídias locais e internacionais para ter a garantia disso.

By Shaun Cumming s the issue comes to a close, Brazilians continue to protest. Even on the pitch, there was protest. Before the Seleção lined up to play Spain in in the final of the confederations cup on Sunday night, the people dressed as a giant football for the warm up celebrations burst out of costume displaying a banner marking their disapproval of Feliciano. For those of you who don’t know, Feliciano is the preacher with a tendency to hate homosexuality, yet somehow found his way into a Governmental position of power on human rights. The cameras immediately pulled out of the shot, hiding the banner in the middle of the field. They have an obligation to keep politics and football

A

inda até o fechamento dessa edição, os brasileiros continuam a protestar. Mesmo dentro do estádio, houve protesto. Antes da seleção brasileira entrar em campo para o jogo contra a Espanha na final da Copa das Confederações, na noite de domingo, dançarinos fantasiados de bolas de futebol para a festa de encerramento da competição exibiram faixas em protesto a declarações de Feliciano. Para quem não sabe, Feliciano é o pastor com tendência a odiar a homossexualidade, mas que de alguma forma encontrou um jeito de entrar para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados. As câmeras imediatamente mudaram de cena, escondendo a bandeira no meio de campo. Eles têm a obrigação de manter a política e o futebol separados, mas isso leva a um assunto


Travel | 19

HOLIDAY

Enjoy your summer: see 10 beaches in Europe Mykonos, Greek

Falar em Mykonos e Grécia vem à cabeça água turquesa, corpos bronzeados e lindas praias douradas. As melhores praias são Elia, Agrari e Panormos. Think of the Greek islands and turquoise water, tanned bodies and beautiful golden beaches come to mind. The best beaches are Elia, Agrari and Panormos.

Mykonos, Greek

Oludeniz, Turkey

As águas que rodeiam a pequena vila de Oludeniz são de um belo gradiente azul. O safira encontra-se com o verde na linha da costa, lindíssimo. As praias mais populares são a Lagoa Azul e Kidrak. The waters surrounding the small town of Oludeniz are a beautiful blue gradient with tones of saphire and green, beautiful. The most popular beaches are the Blue Lagoon and Kidrak.

Oludeniz, Turkey

St. Ives, UK

St. Ives é um aglomerado de praias douradas. Ideal para esportes aquáticos e para surfistas, que não devem perder a praia de Porthmeor. St. Ives is a cluster of golden beaches in the UK. Ideal for water sports and for surfers, you should not miss Porthmeor beach.

Alcudia, Spain

St. Ives, UK

Para um local familiar em Maiorca, Alcudia é uma excelente aposta. Para nadar e aproveitar o que a boa vida pode oferecer, Alcudia não tem só a praia mas também os suas delícias gastronômicas. Aconselham-se as praias de Platja Gran, Alcanada e Coll Baix. For families visiting Majorca, Alcudia is a great bet. There is plenty of space to swim and enjoy the good life can offer, Alcudia is not only the beach but also homes culinary delights. We recommend the beaches of Platja Gran, Alcanada and Coll Baix.

Alcudia, Spain

San Vito lo Capo, Italy

Muitos turistas ainda não descobriram San Vito lo Capo, por isso, se procuram uma praia sossegada, uma autêntica praia italiana, este pode ser o local perfeito. A praia de San Vito lo Capo não deve ser perdida. Many tourists have not discovered San Vito lo Capo, so if looking for a quiet beach, an authentic Italian beach, this may be the perfect place. The beach of San Vito lo Capo should not be missed. San Vito lo Capo, Italy

Calvia, Spain

Maiorca tem muitas vilas com praias, e para quem prefere férias em praia com um pouco de cultura, deve considerar Calvia. As praias aconselhadas são: Cala Fornells, Caló de Ses Llises e Playa Cala de Santa Ponça. Majorca has many towns with beaches, and those who prefer beach holidays with a bit of culture, should consider Calvia. Don’t miss Cala Fornells, Calo Playa de Ses Llises and Cala Santa Ponca.

Calvia, Spain

Newquay, UK

Pegue onda na praia de Cornwall, surfe e sigas as multidões que vão para Newquay todos os Verões. Aperfeiçoe o seu bronzeado na praia, reme nas ondas... e não perca as praias de Newquay Harbour e Watergate Bay. Take to the waves on the beach in Cornwall, surfing and follow the crowds that go to Newquay every summer. Perfect your tan on the beach, paddle in the waves ... and do not miss the beach life of Newquay and Watergate Bay Harbour.

Newquay, UK

Dalyan, Turkey

As antigas ruínas, os banhos de lama e as tartarugas tornam a praia de Dalyan um local mágico. Não percam a praia de Iztuzu. The ancient ruins, mud baths and turtle beach make Dalyan a magical place. Do not miss the Iztuzu Beach.

Lagos, Portugal

As paredes do século XIV são parte da história da cidade de Lagos, desde o seu forte à sua igreja medieval de São João, complementada com esportes aquáticos e com uma noite animada de uma das cidades mais ricas em diversidade da região. Não percam as praias de Ponta da Piedade, Meia Praia e Praia Dona Ana. The walls dating back to the fourteenth century are part of the history of the city of Lagos, from its strong its medieval church of St. John, complemented with watersports and a lively night of one of the richest cities in the region’s diversity. Do not miss the beaches of Ponta da Piedade, Meia Praia Beach and Dona Ana Beach

Dalyan, Turkey

Lagos, Portugal

Protaras, Cyprus

Um local familiar e tranquilo, Protaras, no Chipre, localiza-se na zona costeira na Baía da Figueira. As praias recomendadas são a Baía da Figueira, Praia Flamingo. A tranquil spot, Protaras, Cyprus is located in the coastal zone in the Fig Tree Bay. The best beaches are Fig Tree Bay, Flamingo Beach.

Protaras, Cyprus


London by Night | 20 |

July 02nd – 15th 2013

Last Saturday @

Patrícia and Adriana

Live music every Friday, Saturday and Sunday!

Chris and Julia

Visit us or call us to request your delivery. Every day from 12am to 11pm Kingsgate Place, London, NW6 4TA More info: 020 7604 4664 or http://www.barracocafe.co.uk Patrícia and Leo

Fernando and Evandro

Patrícia, Reinaldo and Daniela

Claudia, Dominik and Damian

Jaqueline, Liliane and Leticia

Luca and Larissa

Graziele, Everton and Alice


What's On | 21

Hermeto Pascoal @ Ronnie Scott’s

By Cibele Porto

The Many Faces of Bowie

Southbank Centre Urban Beach

For those who missed the exhibition “David Bowie” at the V&A Museum, Opera Gallery is showing an smaller exhibition, but as interesting! Commissioned by handful contemporary artists, this exhibition celebrates Bowie through portraits created by street artists such as Mr Brainwash, Marco Lodola, Eduardo Guelfenbein, Joe Black, Nick Gentry and others. The admission is free!

Londoners and tourists can relax, sunbathe and enjoy the hot summer days in the urban beach, located along the Queen’s Walk beside the Southbank Centre. The installation is a creation of artist James Bowthorpe, who decorated the “Beach” using materials found on the Thames. When: Until September 8th Where: Southbank Centre, SE1 8XX Described by Miles Davis as “one of the most important musicians on the planet” and nicknamed the ‘Sorcerer’, Hermeto Pascoal is a charismatic composer, arranger, multi-instrumentalist and musical visionary. Making a rare club appearance playing his uniquely intoxicating blend of jazz, rock and Brazilian music Hermeto is a unique musician and composer whose work has been a profound influence on British jazz musicians. Support from all-star British jazz group, led by formidable pianist James Pearson and featuring a revolving line-up of the cream of local talent. When: July 17, 18, 19 Where: Ronnie Scott’s Jazz Club (47 Frith Street, Soho W1D 4HT) Tickets: £ 35 / £ 55 Info: http://goo.gl/RyXwF

Descrito por Miles Davis como “um dos mais importantes músicos do planeta”, Hermeto Pascoal construiu uma longa fama nacional e internacional pela sua imensa criatividade de percussão corporal e instrumental, juntando acordeão, teclado, flauta e até copos e prataria. O seu primeiro concerto em Londres, em abril de 2004, foi considerado por alguns “o show da década”. No Ronnie Scott’s, Hermeto vai tocar o seu mais recente álbum, “Bodas de Latão”, com algumas composições e letras da ilustre companheira Aline Morena. Quando: 17, 18 e 19 de julho Onde: Ronnie Scott’s Jazz Club (47 Frith Street, Soho W1D 4HT) Ingressos: £ 35 / £ 55 Info: http://goo.gl/RyXwF

When: Until August 31st Where: Opera Gallery, 134 New Bond St, W1S 2TF Info: www.operagallery.com

Para quem perdeu a exposição “David Bowie” no V&A Museum, o Opera Gallery está com uma exposição menor, mas tão interessante quanto! Encomendada por um punhado de artistas contemporâneos, essa exibição celebra Bowie através de retratos criados por artistas de rua como Mr. Brainwash, Marco Lodola, Eduardo Guelfenbein, Joe Black, Nick Gentry e outros. Entrada grátis! Quando: Até 31 de Agosto Onde: Gallery, 134 New Bond St, W1S 2TF Info: www.operagallery.com

The Press Photographer’s Year Londrinos e turistas podem relaxar, tomar sol e curtir os dias quentes de verão na praia urbana instalada ao longo do Queen’s Walk, ao lado do Southbank Centre. A instalação é criação do artista James Bowthorpe, que usou na decoração da “praia” materiais encontrados no rio Tamisa. Quando: Até 8 de setembro Onde: Southbank Centre, SE1 8XX

The seventh edition of this exhibition highlights the unforgettable photos, used by the UK media in 2011 and 2012. Participants are four categories: news, portraits, sports, arts and entertainment. Surely it is worth reviewing the history of the last few years by the pictures! Free entrance. When: July 6 – August 31 Where: National Theatre, SE1 9PX Info: www.nationaltheatre.org.uk

A sétima edição dessa exposição destaca as fotos inesquecíveis utilizadas pela mídia do Reino Unido em 2011 e 2012. São quatro categorias participantes: notícias, retratos, esportes e artes. Com certeza vale a pena rever a historia dos últimos anos pelas imagens! A entrada é grátis. Quando: 6 de julho a 31 de agosto Onde: National Theatre, SE1 9PX Info: www.nationaltheatre.org.uk


Entertainment | 22 |

July 02nd – 15th 2013

FESTIVAL

Britsh Culture in Brazil by Ricardo Somera

T

he 17th Cultura Inglesa Festival (CIF) was held from May 17 to June 30, 2013 in São Paulo and in some countryside towns. Movies, theatre, music, visual arts, street art and dance were some aspects of British art presented to the Brazilian for free over the last six weeks. In theatre, the highlight was presentations direct from the international Edinburgh Fringe and adaptations of texts by major authors such as Samuel Beckett and Steven Berkoff. In film, rock documentaries like “Meeting People is Easy”, which follows the band Radiohead during the tour “OK Computer”, and recent releases such as “London: The Modern Babylon” by Julien Temple.

In music, the highlights were The Magic Numbers and Kate Nash who appeared in the Latin America Memorial concert. This year, the sell out event was the ballad with DJ set from Carl Barat at MIS, at Green Sunset. Unfortunately - or not, depending on which side you stand, the cultural diversity was overshadowed by the wave of protests that overtook São Paulo and Brazil last month. For example, a conversation with the director Zam Salim, Bafta winner for “Up There”, was held on the fourth day of major demonstrations and had no major media attention. The performances of Kate Nash and The Magic Numbers, should have been the main events of the festival, but they only draw crowds of 10,000 people to the west of the city (last year Franz Ferdinand, The Horrors and We Have

Band had almost twice as many people). The music festival also had the Brazilian band Bonde do Rolê playing tribute to The Cure, which was a great event that was well organised. There were few queues for food and drink (with no beer on sale) and a good sense fo fun with karaoke in between bands covering David Bowie and Robert Smith. The highlight of the festival was the participation of the musician Marcelo Jeneci in Magic Numbers concert singing “You Do not Know Me” by Caetano Veloso (Tropicália). This reminded fans of the the band’s first show in Brazil in 2007 they honored Os Mutantes band playing “Baby”. To get an idea of how the protests were on everyone’s lips, Romeo Stodart, volcalis in TMN, came to the stage announcing, “The giant woke up”, one

of hashtag of the protests in the streets of Brazil and social networks. Kate Nash, who wowed fans with “Oh my god” and “foundation”, wrapped herself in the flag of Brazil during her show and also attended one of the marches in Avenida Paulista to support of Brazilian fans. The CIF is a very traditional festival, but still seems to have excited the paulistanos with the choice of artists. An alternative would be to give greater voice to young artists from the land of the Queen as Mercury Prize nominees Django Django, Alt-J and Michael Kiwanuka, and an exhibition of contemporary artists in partnership with Brazilian museums and chat with British actors and film directors. Enthusiasts of British culture (like me) are already looking forward to next year’s schedule. See you!

Kate Nash, who wowed fans with “Oh my god” and “foundation”, wrapped herself in the flag of Brazil

O

17º Cultura Inglesa Festival (CIF) aconteceu entre os dias 17 de maio a 30 de junho de 2013 na capital do estado de São Paulo e no interior. Filmes, teatro, música, artes visuais, arte de rua e dança foram algumas das vertentes artísticas britânicas apresentadas para os brasileiros gratuitamente. No teatro, o destaque foram as apresentações internacionais direto do Fringe de Edimburgo e adaptações de textos de grandes autores como Steven Berkoff e Samuel Beckett. No cinema, rockumentários como “Meeting People is Easy”, que acompanha a banda Radiohead durante a turnê “OK Computer”, e lançamentos recentes como “London: The Modern Babylon”, de Julien Temple. Na música, os destaques foram The Magic Numbers e Kate Nash que se apresentaram no

último dia 23 no Memorial da América Latina. Infelizmente - ou não, essa diversidade cultural foi ofuscada pela onda de protestos que tomou São Paulo e o Brasil no último mês. A conversa com o diretor Zam Salim, vencedor do Bafta por “Up There”, aconteceu no dia da quarta grande manifestação contra o aumento da passagem em São Paulo e não teve grande espaço na mídia. Os shows de Kate Nash e The Magic Numbers, o principal evento do festival, levaram apenas 10 mil pessoas a zona oeste da cidade (ano passado Franz Ferdinand, The Horrors e We Have a Band tiveram quase o dobro de pessoas). Esse ano o evento que teve seus ingressos esgotados foi a balada com DJ set de Carl Barât no MIS, na tradicional festa Green Sunset. O festival de música que também teve a banda brasileira Bonde do Rolê

tocando The Cure, estava muito bem organizado. Poucas filas para comida e bebida (sem a venda de cervejas), ala VIP do lado do palco (e não na frente com vários festivais brasileiros), karaokê nos intervalos das bandas com David Bowie e Robert Smith (cover) como jurados e número de banheiros suficiente, além de fácil acesso de metrô. O grande destaque da noite foi a participação do músico Marcelo Jeneci no show do Magic Numbers cantando “You Don´t Know Me”, de Caetano Veloso. No primeiro show da banda no Brasil em 2007 eles homenagearam a banda Os Mutantes tocando “Baby”. Kate Nash era a principal atração da noite e empolgou os fãs com seus hits “Oh! My God” e “Foundations”. Para se ter uma ideia de como os protestos estavam na boca de todos, Romeo Stodart, volcalista do TMN, deu as boas vindas ao brasileiros

gritando “O Gigante Acordou”, um dos bordões das manifestações pelas ruas do Brasil e das redes sociais. Já Kate Nash ficou enrolada na bandeira do Brasil durante a apresentação e foi a uma das passeatas na Av. Paulista em apoio aos seus fãs brasileiros. O CIF é tradicional, mas ainda parece não ter empolgado os paulistanos com a escolha dos artistas. Uma alternativa seria dar mais voz aos novos artistas da terra da rainha como os indicados ao Mercury Prize Django Django, Alt-J e Michael Kiwanuka, exposição de artistas contemporâneos em parceria com museus brasileiros e um bate papo com atores britânicos que são mais conhecidos pelo público brasileiro que os diretores. Os entusiastas da cultura britânica (como eu) já estão ansiosos para a programação do próximo ano. See you!


Fashion | 23

Here it go one more of the Cool Hunter edition! Hope you like it ;-) To see more go to www.zazaoliva.com

Aí está mais edição do nosso Cool Hunter! Espero que gostem ;-) Para ver mais acesse www. zazaoliva.com

instangram: @zazaoliva

| facebook: facebook.com/zazaoliva

Go, 24

Top: A.P.C Blazer: from Korea Trousers: Cheap Monday Bag: Hack Boots: Dr. Martens Music: jazz, hip hop Best thing about London: the parks

Ara, 29

Hat: South Korea Top: Time ( Korea Brand) Skirt: Roulan Mouren Bag: from Denmark Shoes: Kenzo Music: Indie Best thing about London: Acne Paper Magazine

Django, 20

Glasses: from Mulben Top: H&M Skirt: Urban Essex Coat: Charity Shop Bag: from New Zealand Boots: Opening Ceremony Music: electronic Best thing about London: “it’s never no interesting”

Mariah, 23

Top: Topshop Blazer: Charity Shop in Holland Trousers: Topshop Belt: Vintage Boots: Topshop Music: hip hop, everything Best thing about London: “every area is creative”

Lindsay, 24

Shirt: Vintage in France Trousers: Urban Outfitters Bag: Vintage Shoes: Vagabond Music: pop Best thing of London: the food


Feel Good | 24 |

July 02nd – 15th 2013

SACRED CHAT

Empower Yourself

W

e hear the term selfempowerment a lot, but what does it really mean to be self-empowered? To be self-empowered is to live with intention and purpose. Being self-empowered means staying cool in the heat of a situation, choosing our responses and influencing the outcome rather than just reacting. Empowering ourselves is similar to really believing in who we are and what we are doing. When we step below the boundary of believing, we feel disconnected and the power no longer exists. Checkingin with ourselves from time to time is vital: Am I growing towards my ‘dreams’? Am I moving towards them or gliding away from them? Am I limiting myself? Do I know what my gifts are and am I sharing them? What are my strengths? Am I behaving, as I would like? One major tool to help empower myself is being able to tap into the power of silence. Silence creates space for my

thoughts to become clear and calm. Try this exercise: See if you can just stop for a moment; put a full stop to what you are thinking, and allow the mind to become like a still and deep lake. If you find this mind-bogglingly difficult, it’s okay. Don’t get frustrated with yourself nor put yourself down, just notice where you are and then restart the practice. Sometimes, when we try to put a full stop, instead of experiencing a still and silent mind, we come face to face with our own inner dialogue. Many of us are unaware of just how much our mind chatters all day long. The job of the mind is ‘to think’, yet what sort of chatter is occupying my mind? Listen to this chatter – are the thoughts positive and supportive or negative and draining? Remember: if we don’t like the commentary we have the opportunity to change the conversation. If you find the commentary are thoughts which are critical or a series of complaints, try conversing with yourself

as you would with a friend, with more positivity, then notice how different you feel as a result. Maybe try meditating; Raja Yoga meditation is designed to help us to dialogue with our self in a more empowering manner. With this practise, we are able to transform our thoughts and feelings into positive and uplifting ones. Being empowered is about feeling ‘real’. Life does not always go in the direction we hope and plan for. When it doesn’t, are you able to readjust, tolerate or even face the challenge thrown at you? As we start believing in ourselves and in our strengths, we are able to access the strength and talents that lie within us, as we need them. Let’s take an example: if you are planning a picnic and it rains, what’s your first response? Will you let the rain dampen your spirits, be disappointed, or do you come up with an alternative plan and make it fun? Empowering the self means we are able to both adapt and learn from things even

when they go wrong. This ability allows us to move on as we turn mistakes into ‘opportunities in disguise’. We need to be aware of what disempowers us. Blaming stops me from believing in myself. Even if the situation was someone else’s fault, blaming serves no purpose except to keep us stuck and rooted in the situation. So, how do we step away from the blame game? Accepting that mistakes happen; then, letting go enables me to move on and away. Doubt too, is disempowering. Often, doubts arise because of being influenced by others, or when we want to please them every which way. Check: Am I being influenced or have I come from a space of self-respect, faith or self-trust? If need be, re-align yourself. Being empowered means to live from the inside out. It means believing we can consciously choose our thoughts, feelings and responses to life, rather going through life just reacting as things happen. Inner Space (www.innerspace.org.uk)

experimentar o silêncio e a tranquilidade da mente, ficamos cara a cara com nossos diálogos interiores. Muitos de nós não sabemos o quanto a mente “tagarela” durante todo o dia. O trabalho da mente é pensar, então que tipo de pensamento está ocupando sua mente? Ouça esses pensamentos: são positivos e encorajadores ou negativos e secos? Lembre-se: quando não gostamos de um comentário, temos a oportunidade de mudar a conversa. Tente conversar consigo mesmo como conversaria com um amigo. Tente meditar; o método Raja Yoga foi feito para nos ajudar a dialogar com nós mesmos de maneira mais positiva. Assim podemos mudar nossos pensamentos. Alcançar o fortalecimento pessoal, o auto-empoderamento, se trata de se sentir “real”. A vida nem sempre caminha

na direção que desejamos. Quando isso acontece, você é capaz de reajustar, tolerar e até mesmo encarar o desafio de frente? Ao acreditar em nós mesmos, nos tornamos capazes de acessar nossos talentos interiores na medida em que precisamos deles. Auto-empoderamento significa ser capaz de aprender mesmo nas adversidades. Essa habilidade nos permite seguir em frente ao passo que transformamos problemas em oportunidades. Tornamos-nos mais fortes quando acreditamos que podemos escolher nossos pensamentos conscientemente, assim como nossos sentimentos e respostas diante de vida, em vez de apenas seguir apenas reagindo aos acontecimentos que nos cercam. Inner Space (www.innerspace.org.uk)

Fortalecimento pessoal

O

uvimos muito, em inglês, o termo “self-empowerment”, que pode ser traduzido literalmente para auto-empoderamento, mas que, no âmbito espiritual, quer dizer fortalecimento pessoal. Mas, afinal, o que isso quer dizer exatamente? Ser auto-empoderado, ou auto-capacitado a manter-se fortalecido espiritualmente, significa viver com intenção e propósito. Ou seja: manter-se sob controle no calor das situações, escolhendo suas respostas e influenciando o resultado em vez de apenas reagir a ele. Para alcançar esse fortalecimento pessoal, é preciso acreditar em quem você é no que está fazendo. Quando ficamos atrás dessa fronteira, nos sentimos desconectados e essa força não existe mais. Conversar consigo mesmo

é vital neste processo: Estou crescendo de acordo com meus sonhos? Estou me aproximando ou me afastando deles? Estou me limitando? Eu tenho noção dos meus valores e estou compartilhando-os? Quais são minhas metas? Estou agindo como eu gostaria? Uma ótima ferramenta para o processo de fortalecimento pessoal é ser capaz de aproveitar o poder do silêncio. O silêncio abre espaço para os pensamentos se tornarem mais claro e calmo. Tente parar por um momento; dê uma pausa em tudo que está pensando e permita à mente se tornar um lago tranquilo e profundo. Não se sinta frustrado com dificuldades iniciais; apenas tenha consciência de onde você está e comece de novo. Quando tentamos dar uma pausa completa, muitas vezes, em vez de


Food | 25

SUMMER TIME

Carrot Fettuccine: light, refreshing and easy

F

by The Brazilian Post

inally it feels like summer has arrived in the UK. In addition to the longer days, the temperature is also rising! This is the ideal time for enjoying recipes that are light, refreshing and easy to prepare: salads, ice cream, desserts, beverages, BBQ and more. Irresistible! In this edition the The Brazilian Post shows how to prepare Carrot Fettuccine, this is a lighter alternative to pasta and very seasonal. Check it out and enjoy your sunny days!

A

gora podemos dizer que o verão chegou no Reino Unido. Além dos dias mais longos, a temperatura está agradável! Ideal para saborear receitas leves, refrescantes e fáceis de preparar. Saladas, sorvetes, sobremesas, bebidas, carnes e muito mais. Irresistível! Nesta edição o The Brazilian Post mostra como preparar Fettuccine de Cenoura, confira!

Ingredientes

Ingredients • • • • •

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4 large carrots 1 table spoon olive oil 1 clove garlic, crushed 1 onion, chopped 2 tomatoes, peeled and seeds cooked and chopped ½ jar passata/ chopped tomatoes 1/2 kg lean beef mince ½ cup fresh basil 50g parmesan cheese, to serve

Preparation •

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Peel the carrots and pass them through the slice function of a food processor or use a peeler to create

4 cenouras grandes Molho 1 dente de alho picado 1 cebola picada 2 tomates sem pele e sem sementes cozidos e picados 1/2 kg de patinho moido ½ xícara de manjericão fresco

Modo de preparo •

Descasque as cenouras e passe-as em um cortador apropriado, de lâmina alongada, para que fiquem em forma

ADVERTORIAL

Casa Brasil:

News to leave your desk tastier

B

y joinin forces with others we are stronger! This is how we at Casa Brasil see the Latino community in the UK. So, we restructured and organised our store to meet the needs, not only the Brazilian community, but Latinos from other countries. Our products are varied, reflective of the mixed influences that make Latin American cuisine special. With a variety of food products, wines, cheeses, meats, etc., that are part of

everyday life for Brazilians, Colombians, Argentines, and mucho más, Casa Brasil brings the taste of food from your home to your table here in London and anywhere in Europe. You can check our available products through our webiste www. casabrasillondres.co.uk or in our store in Queensway Market. We are also working with a butcher to offer the best quality and cuts of meat. Come to check it out!

Casa Brasil:

Novidades para deixar sua mesa mais saborosa

S

omando sempre somos mais fortes! É desta forma que nós, da Casa Brasil pensamos a comunidade latina no Reino Unido. Por isso reestruturamos nossa loja para atender não apenas a comunidade brasileira, mas os latinos de outros países. Nossas misturas são variadas, desde a miscegenação até os sabores que fazem nossa culinária especial. Com uma variedade de produtos alimentícios, vinhos, queijos, carnes,

etc; que fazem parte do dia a dia do brasileiro, colombiano, argentino, e mucho más, a Casa Brasil traz o gostinho da comida da sua casa à sua mesa aqui em Londres e qualquer lugar da Europa. Você pode conferir nossos produtos disponíveis, tanto através do nosso webiste www.casabrasillondres.co.uk ou em nossa loja, no Queensway Market. E agora, a última novidade, é o açougue com a melhor qualidade e corte de carne. Venha conferir!

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long ribbons, shaped like fettuccine pasta. Sauté the garlic and onions and add ground beef, let it cook, once browned, add the chopped tomatoes to simmer. Add the passata tomato sauce and half the basil and cook for 10 min. Meanwhile Steam or boil the carrots until just soft, be careful not to overcook In a bowl place the cooked carrots and the sauce on top, sprinkle with cheese and the remaining fresh basil

tomato sauce, should be nice. It’s ready, now, just savour this delicious recipe!

* If you’d like to prepare with fresh

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de fettuccine. Coloque o fettuccine de cenoura para cozinhar no vapor. Reserve. Refogue o alho e a cebola e acrescente a carne moída, deixe refogar, quando estiver quase pronta, acrescente o tomate picadinho até apurar. Acrescente um sache de molho de tomate e cozinhe por 10 min. Em um recipiente coloque as cenouras cozidas e por cima o molho, salpique queijo e leve ao

forno para derreter. *se preferir pode preparar o molho de tomate fresco. Pronto! Agora, basta saborear esta delícia receita de Fettuccine de Cenoura!


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