Textos 8º C

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Agrupamento de Escolas André Soares

OS NOSSOS TEXTOS Trabalho no âmbito da disciplina de Português

8º C


O coração também é um instrumento musical!

Há três anos, tive oportunidade de trabalhar com professores de clarinete no I festival de Clarinetes de Braga, na Gulbenkian. Trabalhei com o Professor Vitor Matos ( professor da Universidade do Minho), com o professor Luís Santos ( do grupo AbLibitum) e assisti a palestras do Joseph Fuster e António Saiote.

A pessoa/professor que mais me marcou pela positiva foi o António Saiote, um homem já com uma vida longa, com bastante experiência em Clarinete. Ao olhar para ele, pareceu arrogante, mas depois de o conhecer, o que nós


chamamos arrogância é, afinal, rigor que nos cativa a sermos melhores. Quando o professor chamava pelos nossos nomes para ir demonstrar ´´o talento´´ que tínhamos, ficávamos cheios de medo, mas quando o masterclasse acabava, só queríamos voltar. Ele passa uma energia musical quando toca e ensina!

Um dos ensinamentos que nos transmitiu e que me marcou foi ao explicar que existem muitos músicos com bastante técnica de dedos ou stacatto ao tocar, mas que o coração também é um dos nossos instrumentos musicais!


A miúda de 10 anos, apavorada com aquilo tudo, saiu de lá, com um ensinamento básico, mas essencial: a música apenas é vivida e sentida realmente com o coração!

Lúcia, 8ºC


O Ringue Hoje, a professora de português propôs-me fazer um texto sobre um lugar que me tenha marcado. De imediato, lembrei-me dum ringue de futebol, onde passei muito tempo da minha infância.

O campo, que tanto me marcou, situava-se em Braga, mais precisamente em Dume. Lembro-me do meu pai me chamar e dizer que íamos ao melhor sítio que existia no


mundo (pelo menos era o que eu achava na altura!). Nesses momentos, nascia dentro de mim uma felicidade tal, que me equipava em dois minutos e ia a correr para o ringue. Em si, este campo de futebol não era nada de especial! Era pequeno e o relvado estava desgastado. Mas isso não era o importante, pois sempre me disseram que não são os sítios onde estamos que fazem bons momentos, criar bons momentos só depende de nós. E era mesmo isso que acontecia! Juntavam-se lá várias pessoas, todas com o objetivo de se divertirem.


E era nessa rotina que eu passara muitos verões. Sinceramente, não me importava de voltar a esses tempos! Sei que a vida passa, mas as memórias ficam. Não é preciso grande coisa para ser feliz!

Rodrigo Carvalheira, Nº28, 8ºC


Em pleno verão, numa das mais bonitas noites na Praia da Rocha, eu e os meus pais passeávamos pelas ruas com um gelado na mão a apreciar barracas, lojinhas, músicos, pintores, o mar, a praia…

De repente, ouvimos a mais bonita música, que nos atraiu logo, como o queijo a um rato.


Quando conseguimos finalmente passar pelo meio da multidão, observámos o maior e o mais bonito dos violoncelos e um senhor que parecia tratar o seu instrumento como se do seu melhor amigo se tratasse. Senti-me imediatamente contagiada pela música e por lá fiquei bastante tempo. Eu via as pessoas a colocar as suas moedas e ficava cada vez mais admirada! Ele era diferente dos outros músicos! Continuava a tocar de olhos fechados, sem falar, sem agradecer.


Lembro-me perfeitamente do senhor… Era magro, cabelos longos e aloirados, baixo e nunca demonstrava um único sorriso. Enquanto ouvia esta música cada vez mais viciante, pensava no quanto ele parecia solitário, mas boa pessoa. Transmitia um amor incompreensível pelo seu violoncelo, um relacionamento sério, um compromisso. Fiquei por ali, sem exagero, trinta e cinco a quarenta minutos, até que tive de acordar, a noite não era só o músico dos cabelos loiros. Consegui perceber tudo sobre ele… menos o seu nome.

Constança, 8º C


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