Revista ArteAmbiente 18

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rgética

por Roberta Nascimento

lhos e aulas, principalmente, a relação da edificação com o meio ambiente, mais necessariamente com o clima da região. “Procuro explorar as boas características do nosso clima, que é muito favorável a uma arquitetura ‘bioclimática’, pois nos oferece brisa farta vindo do oceano, com temperatura agradável, luz natural em abundância, e baixa variação da temperatura anual e diária”, explica. Para se ter uma ideia, os edifícios em construção e operação chegam a consumir cerca de 75% de recursos naturais não renováveis e são responsáveis por 40% da emissão de gases de Efeito Estufa (GEE) no planeta. As edificações representam quase metade do consumo de energia do País. Segundo informações do Ministério de Minas e Energia, elas são responsáveis por 42% de toda energia elétrica consumida. O setor residencial contribui com 23%, o comercial, com 11% e o público com 8% desse percentual. Um dos grandes vilões nesses dois últimos setores, é o sistema de condicionamento de ar, com 48% do consumo da energia elétrica, seguido pelo sistema de iluminação, com 24%. Os Estados-Membros da União Européia já estão seguindo o Protocolo de Kioto, e devem aplicar exigências mínimas em matéria de desempenho energético em relação aos edifícios novos e existentes, velar pela sua certificação e impor inspeção regular das caldeiras e das instalações de aparelhos de ar condicionado.

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Equipamento instalado pela Refriman no Mercury Hotel Aracaju: com a utilização de recuperadores entálpicos de energia, o ar externo de renovação troca calor com o ar exaurido dos ambientes climatizados, gerando até 20% de economia do consumo de energia do sistema de ar condicionado.

Os “greens buildings”, edifícios verdes, estão aí para mostrar como funcionam as alternativas por um mundo melhor. Significa investir no presente para, literalmente, lucrar no futuro. Refrigeração ecológica Um dos grandes exemplos dessa nova era de produtos voltados a não agressão da natureza são os aparelhos de ar condicionados que utilizam fluido refrigerante tipo HFC e gás natural de combustão limpa que proporciona uma alteração de alta eficiência. Alguns países como Japão, Coréia e China usam largamente o gás natural em sistemas de ar condicionado, desde grandes empreendimentos comerciais até residências. No Brasil, o grande potencial está no segmento comercial, basicamente em shopping centers, hospitais, hotéis, prédios comerciais e varejistas. De acordo com o sócio-proprietário da Refriman, Flávio Carvalho, empresa que atende o mercado em Aracaju, o gás natural representa significativas vantagens tanto de custo como operacional para os usuários. “É um sistema ainda pouco difundido no país, com benefícios de custo operacional excelente, com redução de investimentos em subestação de energia elétrica, cabeamento e compra de geradores de emergência. Além disso, tem potencial de reaproveitamento energético, pois o sistema pode garantir, simultaneamente, água quente como subproduto para o uso no banho de um hotel ou hospital”, explica o empresário. Há cinco anos a Refriman instalou o equipamento à gás natural no Shopping Jardins. O investimento inicial, sem dúvida, acarretou numa elevação dos valores da obra, mas a redução dos

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