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Jornal dos Aposentados - Setembro de 2013
Economia
Cristiano Guirado
Terceira idade endividada S
egundo pesquisa do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), 50,49% do total dos consumidores inadimplentes têm dívidas com valores superiores a R$500. E no comércio, a maior parte desta lista de inadimplentes te mais de 65 anos. Economistas apontam essa realidade como reflexo da compra de bens duráveis, na maioria das vezes, parceladas ao longo de vários meses. O agravamento dos problemas de saúde – e consequente comprometimento do orçamento com a compra de remédios – reforçam o cenário da terceira idade endividada. Presente em muitos lares de situação financeira conturbada, a falta de planejamento costuma se tornar a grande vilã depois dos 60 anos. Por isso a inadimplência na melhor idade é mais comum do que se pensa. Sem um bom controle do
Pesquisa SPC mostra que a maioria dos devedores do comércio tem mais de 65 anos
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orçamento fica difícil honrar os compromissos de forma ordenada, mesmo com orçamento compatível. Especialistas indicam que baratear o custo de vida é um dos caminhos. Além de atendimento médico e uma série de medicamentos que a rede pública de saúde fornece gratuitamente, o Governo Federal oferece uma série de benefícios para idosos. informar-se sobre serviços gratuitos é uma boa forma de desonerar o orçamento. Economistas da Serasa Experian recomendam que aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) – que começaram a receber a antecipação da primeira parcela do décimo terceiro salário na última semana de agosto utilizem essa verba para quitar as dívidas mais caras, como o rotativo do cartão de crédito e o che-
Parcelamento de compras a longo prazo e gastos com remédios reforçam o cenário da terceira idade endividada
que especial. Se o dinheiro não for suficiente, o ideal seria contratar um empréstimo consignado para quitar o saldo restante. O consignado opera com as taxas de juros mais baixas do mercado. Já os aposentados e pensionistas com a renda muito comprometida com emprés-
timos consignados, devem aproveitar a primeira parcela do décimo terceiro salário para reduzir o endividamento. Para os que estiverem com a vida financeira em dia, a dica é poupar para abatimento de despesas futuras, como férias de final de ano, IPVA (Imposto sobre
a Propriedade de Veículos Automotores) e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). É importante lembrar que a segunda parcela do décimo terceiro salário será menor, devido ao desconto do Imposto de Renda. O primeiro passo para sair da inadimplência é procurar
as empresas credoras para negociar os débitos e limpar o nome. Organize as dívidas e comece pelas têm juros mais altos. A renegociação ou pagamento da dívida deve ser feito diretamente com a empresa para a qual está devendo. Evite a contratação de intermediários.