Monotipia44

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Monotipia


04

Anderson B

16

André Lasak

28

Manoel Magalhães

34

Osmarco Valadão

44

Eduardo Belga

54

Previews: Wander

60

Gibicon

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XXXXIIII Deixarei no ar a relação que esta edição constrói com parte da bibliografia do Massimo Montanari. Martins de Castro Editor Eduarco Belga (Capa, págs 02 e 03)

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Chamada Permanente

Sobre a Monotipia



Anderson B


Monotipia: Fale sobre sua formação, enquanto quadrinista/ artista gráfico. AB: Sou formado em desenho industrial pela ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial), onde me graduei com um projeto de HQ experimental chamado Quadrinhos Dobradinhos ou o Álbum das Cônicas Dobradas do Rio de Janeiro. O projeto adaptou crônicas cariocas de Machado de Assis e Nelson Rodrigues como HQs que procuravam investigar alguns limites e concepções tradicionais dos quadrinhos, explorando, por exemplo, dobraduras como elementos narrativos, além de uma experiência de criar uma HQ sem fazer um único desenho, apenas recortando e colando – "remixando", pra usar um termo pseudo-cool – textos e imagens já existentes. Desde então, são 14 anos trabalhando profissionalmente com design, tendo passado por diversas áreas de atuação do design visual, como web/multimídia, identidade corporativa, editorial, videografismo etc. No campo da ilustração, como tantos de nós, desenho desde que me entendo por gente, mas não tive praticamente nenhuma educação formal na área (e, sinceramente, às vezes sinto que me faz falta).

MT: Quais influências, no que se refere a movimentos e/ou artistas,você identifica no seu trabalho? AB: Cinema, música e literatura – além de quadrinhos, é claro – têm grande influência em tudo o que faço, sem dúvida. Mas, sinceramente, não identifico muitos resultados diretos das minhas influências no meu trabalho como um todo. Sei que estão lá, mas sei também que muitas vezes nem as percebo. Talvez um olhar externo, mais distanciado, pudesse identificá-las mais adequadamente. No campo das artes plásticas, por exemplo, a grande maioria dos meus artistas favoritos não tem nada a ver com o meu trabalho. Pollock, Schiele, Mondrian, Turner... (bom, eles também não têm nada a ver entre si). Mas se no geral não percebo tão bem essas manifestações, posso citar alguns casos específicos, onde tive mais consciência das origens de certos elementos: O visual de Felinos começou com uma ideia de me aproximar da linha clara do Hergé, embora, na mistura com outras influências, tenha se transformado em algo bem diferente. O tipo de traço que valoriza as variações de espessura é inspirado nos desenhos animados e personagens de cartoon em geral que conheci na infância. Confesso que o Bone de Jeff Smith influenciou diretamente alguns traços da gatinha da história. Já as figuras humanas esguias vêm do meu apreço pelos desenhos do Tim Burton. Essa, aliás,

é uma referência constante, muito presente na minha próxima HQ, Cara-Metade, que também puxa algo do trabalho do Dave McKean, mas novamente transformado por outras influências e pelas minhas próprias limitações artísticas. Em Sempre Inconstante, como cada historieta é um experimento visual e narrativo distinto, posso citar várias referências pontuais. O traço influenciado pelos desenhos animados talvez seja a mais recorrente. Gosto de pensar que algo da poesia do realismo fantástico e das HQs do José Carlos Fernandes está presente de alguma maneira em várias histórias. Assim como o deleite com o nonsense adquirido com muitas reprises de Monty Python e TV Pirata, primeiro em fitas VHS, e depois em DVDs, streamings e downloads da internet. Uso um quadro do Little Nemo de Winsor McCay na HQ que abre a coletânea, e o seu assombroso trabalho com layouts, narrativa e cores é sempre uma inspiração. Algo de mangás aparece aqui e ali. Há uma história que faz referência explícita à abertura da Metamorfose, do Kafka (na tradução do Modesto Carone), que é meu escritor favorito, junto com Cortázar. Liniers está salpicado em algumas páginas. Acho que não é difícil de achar. Tentei canalizar Alphonse Mucha em algum momento, e embora eu não tenha sido bem sucedido, resquícios disso talvez tenham ficado por lá. Agora me ocorreu que a violência absurda e caricata do Homem Martelo deve algo ao Bill Plympton e a Ren & Stimpy. E as cores dessa história



foram parcialmente inspiradas no trabalho cromático incrível do Pedro Franz (o "parcialmente" fica por conta da minha absoluta incapacidade de chegar perto da habilidade que ele tem com as cores). E a metalinguagem de Pólen (o título não publicado da HQ das flores, que fecha a revista) teve suas influências declaradas na imagem final: o Homem Animal de Grant Morrison, o curta Duck Amuck do Chuck Jones e, em menor grau (porque é um uso bem distinto e foi totalmente inconsciente), a capa rasgada da edição número 7 da Raw Magazine, de Art Spiegelman e Françoise Mouly. Mas hoje, se eu tivesse que falar de algum artista que me inspira no sentido de "quero ser quando crescer", seria um músico: Omar Rodriguez Lopez, pela impressionante congregação de diversidade, qualidade e quantidade do trabalho que produz. É uma capacidade que eu adoraria ter.

MT: Há alguma predileção no que se refere a formatos e materiais? AB: Não tenho predileção alguma, pelo contrário. Busco sempre uma solução distinta para cada trabalho, e isso muitas vezes envolve trabalhar com suportes, materiais e formatos diferentes. Só não há mais variação porque minha técnica é muito limitada, então às vezes acabo recorrendo a algo mais familiar por

questões práticas. Adoro experimentar coisas novas, mas sempre leva um tempo pra chegar num resultado minimamente apresentável.

vezes esse processo toma desvios insólitos e me leva a resultados totalmente inesperados. Essa busca pode ser bastante cansativa, às vezes.

MT: Conte sobre a dinâmica de produção das suas ilustrações, HQs e outros trabalhos. AB: Sou muito lento, então "dinâmica" não me parece um termo que se aplique muito bem ao meu processo, rsrsrs.

Para Cara-Metade, fiz uma infinidade de estudos de traços e personagens, que nunca me satisfaziam. Em determinado momento, defini que aquilo tinha que acabar, e escolhi um dos caminhos que haviam surgido, embora não o achasse ideal. Mas fui interrompido por compromisso profissionais, e quando voltei à história senti que eu precisava tentar mais. Acabei encontrando algo que me deixou bem satisfeito, que acredito que transmita bem o tom que a história deve passar. Vamos ver se funciona.

Minhas ideias para histórias vêm de muitas fontes diferentes. Sonhos, coisas que ouço ou observo na rua ou em bares, trechos de música (que às vezes entendo errado e se tornam ideias totalmente desvinculadas da música)... enfim, não acho que ha ja nada de muito diferente em relação à maneira como outras pessoas criam suas histórias. Anoto tudo o que consigo, sem julgamento de qualidade ou pertinência, em um aplicativo de notas no celular (porque ele está sempre à mão). Uma vez anotadas, as ideias podem voltar à minha cabeça sozinhas e se imporem como algo a ser contado ou podem ser "pescadas" em alguma jornada exploratória pelas minhas anotações. Para cada história, busco um visual que eu ache adequado e, normalmente, que tenha algum aspecto de ilustração que ainda não explorei (que são infinitos). Daí são muitos esboços para encontrar algo entre o estilo desejado e o que eu consigo, de fato, executar. Muitas

Com estilo e design de personagens definidos, começo a fazer miniaturas bem pequenas das páginas, definindo a divisão de quadros e páginas, o ritmo visual, essas coisas. As que me satisfazem são escaneadas e ampliadas para o tamanho da arte-final (normalmente maior que o tamanho final impresso). Imprimo isso em magenta claro (a maioria das pessoas usa azul, mas teve uma época que minha impressora só dava saída em magenta, e acabei incorporando isso ao meu processo) e faço o traço mais definido com lápis vermelho ou magenta. Depois, geralmente arte-finalizo com canetas nanquim descartáveis, canetas-pincel ou pincéis com nanquim, escaneio e colorizo digitalmente (mas esses



materiais dependem muito do visual que pretendo atingir em cada trabalho). Assim como acontece com muitos outros quadrinistas independentes, eventos como o FIQ e a Gibicon acabam sendo determinantes para o meu cronograma, o que é ótimo para evitar a "lapidação" perpétua de cada detalhe das HQs.

MT: Quais costumam ser suas preocupações narrativas, no que concerne à construção de um ritmo visual, em suas HQs e demais ilustrações? AB: Em primeiro lugar, a clareza narrativa é importantíssima. Todos os elementos – o layout da página, a composição de cada quadro, e o posicionamento dos balões – devem contribuir para a condução dos olhos do leitor pela história. No entanto, gosto muito de arriscar, de experimentar com esses elementos. Nesse sentido, estou sempre atento aos trabalhos de Winsor McCay, George Herriman, Moebius, Will Eisner, Art Spiegelman, Dave McKean, Mike Mignola, Sam Kieth, Chris Ware, Rafael Coutinho, Liniers e outros. Também penso muito no suporte, no formato final que a HQ terá, e como explorá-lo da melhor forma que eu puder. Muitas ideias de Sempre Inconstante, por exemplo, surgiram como tir-

inhas (o que pode ser comprovado nos esboços que aparecem no final da revista). Quando decidi expandilos para páginas inteiras, procurei aproveitar esse espaço para criar experiências gráficas e narrativas bem distintas, o que, embora não fosse impossível, seria bastante restrito no formato de tiras.

MT: Fale-nos de seus trabalhos autorais AB: Bem, minha produção de quadrinhos é toda autoral, mas ainda é bem pequena, com apenas duas publicações, por enquanto, e uma terceira em produção. Há muitos outros projetos para o futuro, é claro, mas por enquanto só posso falar desses. Felinos foi a minha maneira de me aproximar do mercado de quadrinhos independentes. Eu estava há anos sem fazer HQs (que até então eu só tinha feito na adolescência e praticamente não tinha mostrado a ninguém), e sentia a necessidade de fazer algo a respeito. Eu tinha minha ideias para histórias, mas elas sempre acabavam se tornando ambiciosas demais para uma experiência inicial ou simplesmente eram algo que eu ainda não me sentia capaz de escrever e/ou desenhar. Eu vivia pedindo a amigos que escrevessem algo para eu desenhar, até que o Ricardo Vibranovski me apareceu com o roteiro de Felinos. Era uma historinha pequena e singela, e logo fiquei com vontade de desenhá-la.

Me surpreendeu como ele, que não desenha, tinha criado um ritmo visual tão forte, principalmente no início da história, que praticamente não tem diálogos. Produzi independentemente e comecei a levá-la debaixo do braço (leia-se: na mochila) para eventos como a Rio Comicon, o FIQ e a Gibicon. A recepção foi bastante positiva e a experiência foi muito enriquecedora. Passado um tempo, escrevi a base do roteiro de Cara-Metade, inspirado por um entendimento equivocado de uma música do Nirvana. Mas perdi muito tempo tentando encontrar um visual para a história e percebi que não poderia lançá-la quando pretendia (acho que era uma Gibicon). No lançamento de uma das revistas da série 1000, editada pelo Rafael Coutinho, fiquei enamorado com a ideia de produzir algo naquele formato, em preto e branco, de maneira ágil e buscando a espontaneidade de traço que eu via em muitas das HQs dessa série. Assim, talvez, eu conseguisse lançar um novo trabalho no evento vindouro. Decidi resgatar alguns esboços de tiras que eu vinha acumulando há algum tempo e aproveitá-los nesse projeto. Só que nessa passagem as histórias viraram um laboratório para experiências com estilos de desenho e narrativa, que acabaram incluindo experimentos com cores, área na qual sempre me senti deficiente. A intenção da espontaneidade e, principalmente, da agilidade caíram por terra com todo esse experimentalismo (não



que sejam HQs necessariamente experimentais, mas foram para mim, por quase sempre envolverem técnicas e caminhos que eu nunca havia percorrido). Com isso, Sempre Inconstante tornou-se um trabalho mais longo do que eu pretendia inicialmente, mas também acabou virando uma espécie de portfólio inesperado. E agora finalmente retomei CaraMetade. É uma história sem diálogos, a mais longa que já fiz até agora, com umas 60 páginas. Como o título sugere, ele fala sobre relacionamentos, sobre como eles podem definir nossa identidade individual e como essa identidade pode se perder, se transformar ou se revelar conforme os relacionamentos se rompem ou iniciam.

MT: O que você tem produzido para além dos quadrinhos? AB: Faço alguns trabalhos de ilustração [ http://www.flickr.com/photos/andersonb/ ] bem esporádicos, quando o tempo espremido entre meu emprego e minhas HQs permite. Recentemente, fiz as ilustrações de uma série de copos promocionais para o Jornal Extra, por ocasião da Copa do Mundo. O meu trabalho de ilustração mais conhecido sem dúvida são os pictogramas com o mascote dos Jogos Pan-americanos Rio 2007. No dia-a-dia, trabalho com videografismo. Há quatro anos faço vinhetas, gráficos e cenários para

vídeos do Sesc (Departamento Nacional). Trabalhar com vídeo é muito estimulante, e diferente do design de impressos (com o qual eu trabalhava anteriormente), a atualização tecnológica é uma demanda diária (sinto que estou sempre correndo atrás do prejuízo). Estou sempre descubrindo alguma técnica nova (ou "nova para mim", pelo menos), que pode mudar completamente a maneira de fazer algo ou que possibilite a execução de uma ideia que seria inviável antes. No meu canal do Vimeo [ www.vimeo.com/andersonb ] (deveras desatualizado, infelizmente) é possível ver alguns exemplos dessa produção. E também atuo como "VJ" para a banda Electric Goat Combo [electricgoatcombo.bandcamp. com]. Nos shows, nós projetamos, em sincronia com as músicas, várias imagens sobre a banda, o que confere às apresentações um clima meio psicodélico. Um exemplo desse trabalho pode ser visto aqui: http://youtu.be/xdLr_NDWvkc

MT: Por que quadrinhos? AB: Paixão antiga e incontornável. Você pode listar um monte de motivos para amar uma pessoa, mas nada garante que você vai ter qualquer interesse em outra que apresente essas mesmas características. E acredito que a minha opção pelos quadrinhos tem mesmo esse elemento de amor pela mídia.

Sempre gostei de quadrinhos, mas percebi mesmo que era algo perfeito para mim quando vi que ali se encontravam as duas coisas que eu mais gostava de fazer quando garoto: escrever e desenhar. Eu também tinha paixão por animação, mas ao contrário de hoje, quando eu era criança não parecia que ser animador era algo possível. A animação me parecia muito distante, um trabalho que só era feito no exterior, por um número muito reduzido de pessoas. Por outro lado, a acessibilidade e a aparente simplicidade técnica dos quadrinhos era muito atraente. Com papel e lápis, apenas, eu poderia dar vida às minhas histórias. Eu tinha muitos sonhos aventurescos, que eram prontamente anotados em um caderno sempre que eu me lembrava deles. E quando eu brincava de Comandos em Ação ou algum outro brinquedo (que tivesse a rara chance de ser escolhido em algum momento no lugar dos Comandos), a maior parte do tempo, antes de começar a brincadeira, era dedicada a definir uma história, o que iria acontecer, qual era o "plano dos vilões" naquele dia, e o que estava fazendo cada personagem no momento em que a brincadeira começava. Então muitas vezes eu tinha vontade de registrar essas ideias (não que fossem grande coisa), e imagino que os quadrinhos me pareciam um meio mais



adequado a esse tipo de história do que a prosa, embora eu anotasse os sonhos assim, pela praticidade. Curiosamente, quando criança fiz pouquíssimas histórias com os personagens estabelecidos (uma ridícula "continuação" de Batman: O Messias, quando eu tinha uns doze anos, é uma rara exceção). Sempre tive esse impulso de criar personagens. A princípio, a grande maioria eram imitações baratas dos meus favoritos, mas com o tempo essas criações foram ganhando cada vez mais autonomia e se tornando um pouco mais originais (espero).

MT: Que quadrinhos você tem lido ultimamente? E o que além deles? AB: Tenho lido pouquíssimo ultimamente, pela falta de tempo. Mas finalmente estou terminando The Invisibles, do Grant Morrison. Aliás, curto muito o selo Vertigo, e acompanho (ou acompanhei até recentemente) várias séries como Fábulas, Hellblazer, Escalpo, Vikings, O Inescrito, 100 Balas etc. Reli Dias de um Futuro Esquecido, dos X-Men, no clima do lançamento do filme. Com mangás, ando meio devagar. Mas li há pouco tempo Thermae Romae, que é bem interessante (embora eu esperasse mais, pelos comentários que ouvi). Outra leitura recente foi


a bela Pobre Marinheiro, de Sammy Harkham. Dos nacionais, as revistas Xula, Miolo Frito e Loki. foram boas leituras (especialmente a última). Galho Seco, do Guilherme Petreca, e Cavalos Mortos Permanecem no Acostamento, do Pedro Franz, foram grandes deleites visuais recente. Além dos quadrinhos, acabei de voltar da Flip cheio de leituras na fila. Dessas, por enquanto só consegui ler Parafilias, de Alexandre Marques Rodrigues, um impressionante livro de estreia. Nos últimos meses, tive a sorte de descobrir o escritor uruguaio Juan José Morosoli, com o livro A Longa Viagem de Prazer, e finalmente li o belíssimo O Filho de Mil Homens, do Valter Hugo Mãe. Estou aproveitando o lançamento de vários livros do Cortázar, um de meus escritores favoritos, para reler algumas coisas ou ler outras pela primeira vez. Em não ficção, tropecei no ótimo Debt: The First 5,000 Years, de David Graeber, e me surpreendi com um livro chamado A Golden Thread: The Unofficial Critical History of Wonder Woman. Comecei a ler uma prévia no Kindle só por curiosidade despretensiosa e, quando dei por mim, já estava comprando a versão completa assim que terminei a prévia.


AndrĂŠ Lasak https://www.facebook.com/quimeraufana



DEFINIÇÃO #6


O SEMBLANTE DA ESTÁTUA DE BRONZE RECUPERA A CENA DO CONTORNO BRUTO DE SUA FORMA ANTES DE SER EXTRAÍDA DO SOLO


DEFINIÇÃO #7


O INSTANTE EM QUE SE CAI NO SOLO PODE SER O ÚLTIMO SE SE CAIR DE MUITO LONGE


DEFINIÇÃO #8


O VERDE DA RELVA PODE SE TORNAR ESCURO SE APAGAR A LUZ DE SUA COR COM A NOITE


DEFINIÇÃO #9


O ETERNO PODE SE TORNAR POUCO EM SE TRATANDO DE ALGO QUE POSSA SER IMORTAL


DEFINIÇÃO #10


O QUE É EXTERNO PODE SER O INTERIOR DE ALGO QUE É UM POUCO MAIOR


Manoel Magalh達es



Monotipia: Fale sobre sua formação, enquanto artista gráfico. Manoel Magalhães: Estudei Comunicação Visual na Escola de Belas Artes, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, nos anos 80, mas ao descobrir que ali não aprenderia muita coisa sobre histórias em quadrinhos, abandonei o curso no meio e me dediquei a trabalhar em agências de publicidade como ilustrador, mas sempre desenhando quadrinhos, a maioria nunca publicados.

MT: Quais influências, no que se refere a movimentos e/ou artistas,você identifica no seu trabalho? MM: Desde criança eu era fã dos quadrinistas clássicos, como Hal Foster, Alex Raymond e, principalmente, Al Williamson, com suas tiras diárias do Agente Secreto X-9. Isso já mostra o quanto eu perseguia um estilo realista. Foi preciso muito amadurecimento e anos de experimentação para chegar ao meu estilo mais próximo à linea clara européia, que a partir da minha adolescência comecei a admirar. Claro que artistas como Moebius e Hergé foram primordiais nessa tra jetória, e hoje não perco nada de gênios como Pierre Alary e Yann, pouco conhecidos no Brasil, mas cultuados na Europa.

MT: Há alguma predileção no que se refere a formatos e materiais? MM: Para mim quadrinho é quadrinho, não importa como seja feito. Meus materiais ainda são bem antiquados, como lápis, borracha, canetinhas pretas, etc... e, só pra não parecer um dinossauro completo, uso o programa Photoshop para linhas dos quadros e balões do texto.

MT: Conte sobre a dinâmica de produção das suas ilustrações e outros trabalhos. MM: Nesse item não sou muito diferente de qualquer ilustrador. Recebo uma descrição do trabalho e faço um layout a lápis, que será escaneando e mandado, quase sempre por e-mail, para o cliente. Ele faz as modificações necessárias e me manda de volta, e aí finalizo (usando os materiais já citados) e mando por e-mail de novo. De um modo geral, sou um ilustrador que trabalha rápido, pode-se dizer até que sou um pouco paranóico em fazer o melhor, pois sou muito crítico com meus desenhos.

MT: Quais costumam ser suas preocupações narrativas, no que concerne à construção de um ritmo visual, em seus trabalhos? MM: Antigamente eu ficava muito preocupado com isso, principalmente quando os quadrinhos fa-



mosos de Alan Moore e Frank Miller vieram à tona nos anos 80, pois a diagramação das páginas tinha um papel fundamental na narrativa, e todo mundo, na minha opinião, tentava seguir essa tendência. Com o tempo, e mais uma vez com a influência dos quadrinhos europeus, principalmente das Bande Dessinees, esqueci um pouco disso e fui compreendendo que existem outros métodos de diagramação, meios talvez mais “caretas”. Desse modo, hoje sigo mais o meu instinto e acho que funcionam bem.

MT: O que você tem produzido para além deles? MM: Meus trabalhos autorais começaram em 2006, quando eu e Osmarco conseguimos publicar THE LONG YESTERDAY. Esse foi marco inicial que nos pôs no mapa do quadrinho nacional. Foi meu primeiro trabalho usando o estilo mais para a linea clara, e foi uma surpresa até para o Osmarco, tão acostumado com meu estilo mais americano. Meses mais tarde fomos convidados pelo Sydney Gusman para fazer uma pequena história do agente O’Malley, personagem principal do álbum para ser publicada na revista Wizard. Logo depois publicamos O INSTITUTO, um policial noir que Osmarco havia escrito anos atrás. Consegui convencê-lo a aumentar o roteiro, originalmente de 8 ou 9 páginas. Anos depois foi

a vez de O CORONEL, seguindo também o mesmo esquema: uma história já existente que virou uma graphic novel. Nossos últimos trabalhos autorais são duas hqs para a revista eletrônica Aces Weekly, do britânico David Lloyd, famoso artista do clássico V de Vingança. Fora dos quadrinhos produzo ilustrações para fins científicos para a Casa da Ciência, da UFRJ, onde sou funcionário. Produzo também manuais para empresas de segurança no trabalho, companhias de luz, entre outros.

MT: Por que imagem? MM: Nunca me perguntei isso... ao contrário, isso sempre foi meu objetivo maior como artista. É uma paixão, um desafio, um cacoete. Mas uma coisa é certa: são raros os dias em que não desenho uma página de quadrinho.

MT: O que você tem lido ultimamente? MM: Recentemente voltei da Europa, onde comprei Silas Corey, de Pierre Alary, La Mondaine, de Lafebre e Zidrou, e tenho visto coisas antigas de Steve Canyon, de autoria do genial Milton Caniff.



Osmarco


Vallad達o


Monotipia: Fale sobre sua formação, enquanto quadrinista. Osmarco Valladão: Sou roteirista e colorista, mas minha história com quadrinhos começa com desenho. Meu pai gostava de quadrinhos e comprava para mim mesmo antes de eu saber ler. Eu copiava e imitava tudo o que eu gostava, acabaram sendo meus grandes mestres dos fundamentos do desenho. Anatomia, perspectiva, etc. Mas só tive algum estudo mais específico na Escola de Belas Artes da UFRJ. Mas mesmo aí, meus grandes professores foram colegas e amigos como Gilberto Zavarezzi, Marcelo Tiburcio e, especialmente, Ricardo Key Takaghi. Amo quadrinhos porque são imagens combinadas com narrativa, o melhor de todos os mundos. Mais novo meu foco era o desenho, mas sempre li muito e inventava minhas próprias histórias. Mas minha formação como escritor é ler, ler, ler, ver filmes e praticar. Com o tempo, passei a ler sobre o processo de escrever, crítica literária e cinematográfica, etc. e entender melhor os mecanismos de construção de narrativas. E saber desenhar me a juda muito a escrever para quadrinhos. Sou designer gráfico, então algum estudo de cores faz parte de minha formação. Mas refinei isso trabalhando para a indústria da moda por um período. Baseado na minha

experiência como designer, meus conhecimentos sobre impressão, etc. não foi difícil desenvolver minhas próprias técnicas de colorização, que depois descobri que são muito parecidas com as formas de trabalhar de muitos profissionais.

MT: Quais influências, no que se refere a movimentos e/ou artistas,você identifica no seu trabalho? OV: Como falei, tenho desenhado pouco, mas tenho uma grande afinidade com os mestres do contraste como Alex Toth ou Mike Mignola. Como colorista, nenhuma influência muito forte, que eu perceba. Como escritor, depende do projeto. The Long Yesterday e as outras histórias de O'Malley (sim, há outras) têm uma óbvia influência do noir, especialmente de Dashiell Hammet. O Instituto também, embora uma influência mais bem dissimulada. O Coronel é meu Ray Bradbury, tem essa cara de fábula de muita coisa da FC da época, Metal Hurlant, etc. Amo terror, mas ainda não fiz algo com o gênero, mas tenho projetos na gaveta. Mas minha ex-mulher dizia que o que eu sou mesmo é um grande palhaço e meu melhor trabalho é uma historia curta (com Marcelo Tiburcio) chamada Amigos, que é pura comédia, apesar do humor meio negro. Só tenho 50 anos, meio novinho para estar preso há um influência ou gênero. Procurando meu caminho ainda.



MT: Há alguma predileção no que se refere a formatos e materiais? OV: Quadrinhos nunca me permitiram muitas experiências com formatos, pelo menos até agora. Recentemente, começamos a produzir para a publicação digital Aces Weekly, do David "V de Vingança" Lloyd. A página da Aces é horizontal, e foi uma boa surpresa como eu e Manoel nos adaptamos rápido e bem à este formato. O suporte digital acaba com qualquer obrigatoriedade de formato e estou querendo brincar nessa praia. Sobre materiais, a resposta é curta: Photoshop. Sou uma criatura completamente digital, e confesso que a maior parte do motivo é comodidade. Preguiça mesmo. Mas, por exemplo, programas de 3D para estudar a iluminação em uma cabeça ou cenário. Não gosto muito do que vi de quadrinhos feito em 3D até hoje, mas como ferramenta para gerar referências, é ótimo.

MT: Conte sobre a dinâmica de produção das suas ilustrações, HQs e outros trabalhos. OV: Eu planejo durante muito tempo antes de começar realmente à executar. Isso pode dar a impressão de que eu sou rápido, mas na verdade sou um procrastinador crônico. Eu preciso da pressão de um prazo. Meus métodos tem muita influência de minha formação como designer, inclusive costumo chamar tudo de

projeto, seja quadrinhos, texto ou ilustração. Foi assim que decidi, por exemplo, que um mundo povoado por robôs da HQ "Prodigal Son" (para a Aces Weekly) seria praticamente sem cores, mas a parte colorida teria sua palheta inspirada nos trabalhos do ilustrador Sid Mead. Ou narrar as histórias de O'Malley em primeira pessoa, para ser mais fiel ao estilo noir. Escolho o estilo que acho mais adequado e estudo como chegar à ele. Já fiz roteiros para o Manoel muito amarrados, descrevendo cada detalhe, mas também já trabalhamos à la Stan Lee, ele desenhou a partir de um sinopse e coloquei os diálogos depois.

MT: Quais costumam ser suas preocupações narrativas, no que concerne à construção de um ritmo visual, em suas HQs? OV: A maior de todas é o funcionamento da história. Que seja emocionante quando precisa ser, que seja clara quando precisa ser. Que o leitor realmente se preocupe com os personagens. Aprovamos há poucos dias uma nova história para Lloyd, "Heritage". O que me deixou mais feliz foi um comentário dele sobre o destino de uma personagem. Se causou alguma reação nele, então a história está funcionando. Levo em consideração, com em qualquer outra linguagem, as características desse formato. Tento ser econômico nos diálogos e aproveitar a virada



da página. O desenho e as cores tem seus valores estéticos próprios, claro, mas tudo é subordinado à narrativa. Tudo está ali para contar uma história e todas as escolhas são feitas baseado no que é melhor para o entendimento e/ou o impacto emocional. A velocidade é, na maior parte da vezes determinada pelo número de páginas. Gosto de evoluir a história mais lentamente, com detalhes que constroem um universo ou personagens mais sólidos, mas é raro haver espaço para isso.

MT: Fale-nos de seus trabalhos autorais OV: Como roteirista, praticamente todos meus trabalhos são autorais. Não é um longa carreira, são 3 graphic novels ("the Long Yesterday", "O Instituto" e "O Coronel") e algumas curtas ("Belvedere Blues" e uma do Astronauta para o primeiro volume do "Maurício de Souza por 50 artistas"). Como colorista, além dos meus projetos tenho por aqui a graphic novel sobre o Coronel Fawcett do Sergio Sbragia (ainda inédita) e vários trabalhos no exterior. Atualmente estou me dedicando mais à meu trabalho como colorista, buscando contatos, fazendo testes, etc. Há boas perspectivas no horizonte.

MT: O que você tem produzido para além dos quadrinhos? OV: Atualmente, coisas mais ligadas a área editorial. Projetos gráficos e

capas de livros. Espero que continue assim, porque gosto muito dessa área. A capa que fiz para o Hegemonia, do Clinton Davisson, foi muito elogiada. Estou fazendo uma capa Hollywoodiana para a Draco que está levando um tempo indecente (desculpe, Erick) mas acho que o resultado vai valer à pena. E a judando na produção de uma série, algo que não posso falar ainda, mas se sair o que espero, uau... as circunstâncias e o Jack Daniels das crianças me levaram à ter muitas habilidades, então cada hora estou uma coisa diferente.

MT: Por que quadrinhos? OV: Porque são histórias, e histórias criam o universo. Tem um carpinteiro que pode ter vivido há 2000 anos, não sabemos com certeza, mas a história dele mudou o rumo da nossa civilização. Não sou nem um pouco religioso, só usando um exemplo extremo. Minha vida sempre girou em torno de histórias, sejam em texto, quadrinhos ou filmes. E porque são histórias narradas com imagens, outra paixão minha. Aliás, pretendo aproximar mais ainda minhas experiências como designer e quadrinista. Incorporar mais elementos do design gráfico como elementos narrativos. Não sei bem onde vai dar, talvez não dê em nada, mas se eu soubesse onde vai dar não teria graça. Poucas coisas foram tão emocionantes quanto ser da geração que descobriu Miller, Moore, Gaiman e tantos outros. Se eu tinha alguma dúvida (e eu



tinha, mas eu sempre tenho dúvidas sobre tudo) que amava aquilo, acabou ali.

MT: Que quadrinhos você tem lido ultimamente? E o que além deles? OV: Estou trabalhando demais para meu próprio bem, mas descobri recentemente, e adorei, o Jeff Lemire. Minha última paixão foi "Escalpo" e a mais recente é o genial "O Inescrito". "O Pátio" e "Neonomicon" de Moore me impressionaram, mas isso não é nenhuma surpresa. Há pouco tempo tive uma fase de ler japoneses como "Monster", que achei genial, "Homúnculus", "Ichi the Killer", etc. O domínio, o amadurecimento dessa linguagem no Japão me fascina. Sempre estou lendo. Nesse momento, "O Rei Amarelo", mas quando essa entrevista for publicada já deve ser outro, eu leio rápido. Por causa de futuros projetos, relendo Poe e Thomas de Quincey.




Eduardo Belga



Monotipia: Fale sobre sua formação, enquanto artista gráfico. Eduardo Belga: Primeiro me formei Bacharel em Artes Plásticas na UnB. Tive grandes professores que me influenciaram bastante, como o Sérgio Rizo, Nelson Maravalhas, Miguel Simão e Cintia Falkenbach. A graduação era muito aberta, pude passear por outros cursos, especialmente desenho industrial, medicina, veterinária e psicologia. Depois fiz Mestrado em Poéticas Contemporâneas também na UnB. Atualmente sou professor do quadro de artes daa UnB. Ministro disciplinas de desenho e gravura.

MT: Quais influências, no que se refere a movimentos e/ou artistas,você identifica no seu trabalho? EB: Gosto muito dos artistas grotescos, que é uma estética que atravessa todas as eras da história da arte. Gosto dos simbolistas, da estética da gravura em metal. Pra citar alguns nomes: Bosch, Bruegel, Rembrandt, Piranesi, Goya, Kubin, Liberatore, Bisley, Glenn Fabry, Gabriel Góes, Felipe Sobreiro, Zakuro Ayoama...

MT: Há alguma predileção no que se refere a formatos e materiais? EB: Quase todos os trabalhos que faço tem algo introdutório, algo


inédito, algum material novo, ou mistura nova, ou raciocínio diferente. Os resultados são similares, mas os processos raramente. Algumas técnicas persistem mais. Por exemplo, agora voltei a trabalhar com bico de pena. Há uns dez anos atrás descobri essa ferramenta e fiquei fascinado, achei que faria tudo com bico de pena pelo resto da vida. E aí fui experimentando outras coisas, minhas penas enferrujaram e só agora fez sentido voltar, por conta de uma nova conjunção de materiais.

MT: Conte sobre a dinâmica de produção das suas ilustrações e outros trabalhos. EB: Tenho ideias bestas, as vezes absurdas. Dificilmente alguma coisa inteligente já de cara. Daí eu superestimo a ideia, começo a venerá-las e desenhar com todo o esmero, como se fossem mesmo importantes e transformadoras.

Às vezes funciona... Quando tenho uma ideia que parece inteligente, ela tende a se materializar besta. Demorei muito pra entender isso e tenho processos complexos de autoenganação pra produzir as coisas que gosto. Um exemplo comum dessa experiência, da qual muitos desenhistas podem vir a se identificar: Tenho três pilhas de papeis incríveis, um papel para guache que não é



mais fabricado e os ilustradores da velha guarda adoram, outro de fabrianos para aquarela. Nunca consigo desenhar nesses papéis. Botá-los na mesa quer dizer que eu tenho algo bom pra jogar em cima deles. Preciso acreditar que aquilo que estou desenhando na hora não é o final, é só um rascunho velho numa folha barata, ou que terão várias outras camadas e tratamentos que deixarão o desenho bacanão. Isso produz um traço mais espontâneo, direto. Se desenho sabendo que aquilo que eu to fazendo vai ser o final, publicado, emoldurado, etc, fica uma merda.


MT: Quais costumam ser suas preocupações narrativas, no que concerne à construção de um ritmo visual, em seus trabalhos? EB: Faço aquilo que eu gostaria de encontrar para ler, isso mediado pelas minhas habilidades e gostos. É sempre uma negociação do que você gostaria de fazer com o que você pode fazer. Gosto também de fazer histórias abertas, simbólicas e densas mas evito erudição, filosofias e conhecimentos como prérequisitos. Faço minhas histórias para pessoas como eu -como fui adolescente, como adulto e como, espero, serei quando, velho- gostarem.


MT: O que você tem produzido para além deles? EB: Ultimamente tudo o que faço até o esgotamento é produzir uma história em quadrinho e dar aula.

MT: Por que imagem? EB: Penso nos meus desenhos como uma linguagem, como a fala, só que demorada na pronúncia e rápida na recepção. Nela comunico comigo mesmo, como uma câmara criogênica com multiplas versões de mim distribuídas ao longo da vida. Comunico com os outros aonde a palavra sozinha não

alcança. Não sei se tem um jeito preciso de justificar essa escolha, qualquer coisa que eu diga será imprecisa. Mais vale olhar pra elas, as imagens, e procurar essa resposta nelas. Está contido lá.

MT: O que você tem lido ultimamente? EB: Pinóquio, Asterios Polyp, Building Stories e Habib foram as últimas coisas incríveis que li de quadrinhos. De teoria estou lendo um apanhado filosófico sobre o suicídio.



A saga do Wander é uma comédia gráfica de cem páginas dividida em cinco capítulos. É inspirada em vários estilos, autores, filmes, livros, músicas, artes marciais, personagens e, principalmente, os clássicos clichês universais. A tra jetória do personagem traz inúmeras referências do entretenimento, ora discretas, ora codificadas, ora escancaradas. A aventura do herói mascarado é secundária, dando mais espaço para o cara por trás

da máscara e sua incessante luta por saciar a vontade que todo nerd tem de se vestir de super-herói e combater o crime. Toda história se passa na cidade de Ficcítia onde as avenidas ganham nomes de personalidades que foram importantes para o fortalecimento dos quadrinhos. Já existe a rua Bill Finger, a rua 1938, entre outras, mas muitas estão sem nome. Estas e algumas praças vão ganhar o nome de apoiadores do projeto.

Gibi PB, em formato americano, com 110 páginas (e possibilidade de entrar uma galeria de fanarts), atualmente está em campanha no Catarse: catarse.me/wander Tem roteiro e desenhos de Luciano Félix (lucianofelix2@gmail.com) e arte final de Téo Pinheiro (teopinheiro@yahoo.com.br) Siga a fanpage: facebook.com/wander.kleyston





O curso de extensão Música & Negócios chega à sexta edição na PUC-Rio Considerado o mais completo sobre Music Business no Brasil, o curso de extensão reúne entre 9 de setembro e 4 de novembro mestres e doutores da PUC-Rio com a participação de executivos do Youtube, HSBC Arena, Rock in Rio, Warner, DeckDisc e outras empresas e associações do setor, como a ABMI


Mais que um panorama sobre o Music Business no Brasil, uma imersão sobre os novos caminhos da música no mundo, no mercado digital, nos modelos de negócios inovadores que despontam nesse universo e a gestão de carreiras no atual momento dessa indústria. A PUC-Rio está lançando a sexta edição do curso Música & Negócios, com duração total de 81 horas, cujas

aulas acontecem na Gávea entre 9 de setembro e 4 de dezembro. As inscrições estão abertas até o dia 5 de setembro. Idealizado pelo Instituto Gênesis e realizado através da Central de Cursos de Extensão (CCE), ambos da PUC-Rio, o curso aborda temas como Mercado Fonográfico, Marketing Digital, Distribuição,

Direitos Autorais, Captação de Recursos, Editais, Eventos, Tecnologia, Ecossistema da Cultura, Plano de Carreiras e Negócios, Gestão de Arenas Multiuso e Casas Noturnas, Economia Criativa, Trilhas Sonoras para TV e Cinema, O mercado de Estúdios e Produção Musical, entre outros.

Professores e Palestrantes O corpo docente é composto por profissionais de renome no mercado brasileiro, que contam com, entre outros: * O fundador da gravadora Deckdisc, João Augusto (Mercado Fonográfico e Inovação) * Bernardo Amaral, diretor do HSBC Arena (Gestão de Arenas e Casas de Espetáculo) * A executiva Luzia Canepa, da Dream Factory, realizadora do Rock in Rio (Planejamento de Grandes Eventos) * Sergio Affonso, presidente da Warner Music * Fábio Silveira, diretor de novos negócios da Deckdisc (Marketing Digital) * Sandra Jimenez, do YouTube/Google * O músico e produtor Plínio Profeta (Trilha Sonora para TV e Cinema) * O pesquisador e professor da PUC Miguel Jost (Ecossistema da Cultura) * Carolina Ficheira (Editais e Captação de Recursos) * Eduardo Senna (Direitos Autorais e Contratos) * Guta Braga (Music Business) * Gian Uccello (Distribuição Digital) * A professora da PUC Sandra Korman (Plano de Vida) * A também professora da PUC Regina Jardim (Atitude empreendedora) * Karen Soares (Pesquisa de Setor) * Murilo Farah, da Benfeitoria (Crowdfunding) * Rita Fernandes (presidente da Sebastiana) * Luciana Pegorer (ABMI - Associação Brasileira da Música Independente) * Mayrton Bahia (Produção Musical)

Informações sobre o conteúdo do curso: portal do CCE / PUC-Rio http://www.cce.puc-rio.br/sitecce/website/website.dll/folder_oferec?cOferec=8172



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