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Monotipia


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Caio Gomez

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Luiz Berger

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Bernardo França

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André Lasak

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XL Esta edição traz alguns artistas cujos processos e poéticas pouco - ou nada - têm em comum. É de uma riqueza plástica e metodologicamente instigantes No mais, é bom ter quarenta edições no ar. Uma boa leitura ;-) Martins de Castro Editor Bernardo França (Capa. Páginas 2 e 3)

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Sobre a Monotipia


Caio Gomez

Caio Gomez http://talentosamaodireita.blogspot.com.br/


Caio Gomez


MT: Fale sobre sua formação, enquanto quadrinista. Caio Gomez: Acho que foi no ensino médio que começou. Criei um jornal junto com uns amigos, aquela velha história, textos, ilustrações, quadrinhos sobre colegas e professores numas folhas xerocadas. Foi bem legal, fez bastante sucesso na escola, deu pra sentir um gostinho do negócio. Depois já na faculdade, cursando desenho industrial, mandei umas tiras pro Salão de Humor de Piracicaba de 2005 que ganharam o segundo lugar, em 2007 mandei de novo e emplacou o primeiro lugar. Com o dinheiro do prêmio criei junto com o chapa Stêvz a editora Pegasus Alado por onde publicamos a revista Bongolê Bongoró e o Calendário Pindura. Mais tarde publiquei na Folhateen da Folha de São Paulo por um ano e meio e hoje trabalho como ilustrador e quadrinista no Correio Braziliense... ah sim, também tenho um blog (o “Talentosa mão direita“ - N.E.) desde 2007 que atualizo mal e porcamente, mas é de coração.



MT: Quais influências, no que se refere a movimentos e/ou artistas,você identifica no seu trabalho? CG: Devo muito ao Angeli, Laerte e Fábio Zimbres. Até o 11 anos só conhecia quadrinhos no formato Turma da Mônica, rolou um mind blow atômico quando topei com uma pilha de revistas (a maioria era Piratas do Tietê, Chiclete com Banana e Animal) esquecidas por um tio na casa da minha avó. Acho que depois desses caras, posso listar Quino, Robert Crumb, Allan Sieber, Blanquet, Gabriel Góes, Kaz, Nicholas Gurewitch...



MT: Há alguma predileção no que se refere a formatos e materiais? CG: Quanto a formatos, gosto muito de fazer quadrinhos curtos, de uma página (geralmente A4) ou tira de jornal. Recentemente estou experimentando fazer hqs mais longas, de duas páginas ou mais. O material que melhor me adaptei, ou que menos apanho é caneta estilo nanquim (unipin) e papel chamex, uso bastante mesa de luz também, e geralmente coloro no Paintbrush, sérião... aprendi a pintar lá e nunca consegui largar, é simples e tem as ferramentas necessárias.


MT: Conte sobre a dinâmica de produção das suas ilustrações, HQs e outros trabalhos. CG: Primeiro tenho uma idéia, geralmente antes de dormir, lavando louça ou tomando banho. Dai faço um esboço rápido, num estilo bonequinho de palito mesmo, só pra estruturar o negócio e ver se funciona. Depois vem o desenho no lápis seguido da arte final na caneta nanquim, com uma folha sobre a do lápis na mesa de luz. Por fim escaneio dou uns últimos acertos no Photoshop e coloro no Paintbrush.


MT: Quais costumam ser suas preocupações narrativas, no que concerne à construção de um ritmo visual, em suas HQs? CG: Inicialmente me preocupo em me fazer entender, que fique claro para o leitor a ideia que quero passar, depois vem a parte estética que é a interface da narrativa. Não sou muito fã de quadrinhos abstratos, com uma estética inflada e um texto esvaziado ou nulo.



MT: Fale-nos de seus trabalhos autorais. CG: Primeiro teve a Bongolê Bongoró, que foi uma revista zine que fiz com o Stêvz, isso na época da faculdade. Faz tempo, e é aquele negócio, hoje leio e sinto um misto de orgulho e vergonha, hehehe. Depois o grande projeto foi o Calendário Pindura, que criei junto com o Biu e o Stêvz, era basicamente um calendário que juntava vários ilustradores, mas a cada ano mudava o formato, e dava um trabalho de órfão na fábrica da Nike. Fizemos juntos 4 edições e o último saiu pela Beleléu. Atualmente tô tocando o Jornal Pimba com uns amigos de Brasília (cidade que nasci e moro), acabamos de lançar a primeira edição e o plano é lançar um a cada três meses, suadeira. A proposta do Jornal é uma abordagem menos abstrata dos quadrinhos, explorando essa cena de quadrinistica que está rolando em Brasília, é nele que tenho tido a oportunidade de desenvolver hqs mais longas.... bem, vamos ver se vai pra frente, cruzem os dedos e comprem ai: http://jornalpimba.com



MT: O que você tem produzido para além dos quadrinhos? CG: Bem, tem a ilustração, e tenho ilustrado bastante, na verdade é o que paga as contas, sou ilustrador contratado do Correio Braziliense e freela fixo da Revista VIP e Mundo Estranho. Outra coisa são os pôsteres, que faço pra bandas de amigos ou pros próprios lançamentos de quadrinhos, esse negócio de desenhar texto me atrai bastante. Ah, e vez ou outra faço coisas em papel machê e papietagem, a última coisa que fiz foi meu “porco cartaz 3D” pras manifestações de Junho e Julho, fiz até um tutorial: htt://jornalpimba.com/2013/06/27/ como-fazer-um-porco-cartaz-3d/.


MT: Por que quadrinhos? CG: Porque mexe comigo. Além de sempre rolar aquela sensação “cara, queria ter feito isso”, quando leio algum quadrinho muito bom....e isso eu só experimento com quadrinhos.


MT: Que quadrinhos você tem lido ultimamente? E o que além deles? CG: Acabei de ler a LoFi 2, do Pedro Dapremont, quadrinista novo aqui de Brasília. Pedro tem esse universo junkie, bagaceira engraçadão, além do traço que encaixa muito bem com o texto, tem tudo pra crescer e continuar detonando. Li recentemente também o Habibi, do Craig Thompson... cara, só pela experiência visual já vale, mas a história é também bem empolgante, recomendo fortemente. E no mais, Hora de Aventura e Breaking Bad na tv e Garcia Marquez no banheiro... Cem Anos de Solidão, snif, leiam!



AndrĂŠ Lasak https://www.facebook.com/quimeraufana



PÁSSAROS GEOMÉTRICOS


Nos Vértices Súbitos Da Geometria

Entoam Seus Cânticos À Natureza

Após Cantar Sua Tristeza

Pássaros Pousam Nas Artérias Da Sabedoria

E Partem Ao Horizonte


EXERCÍCIO POÉTICO OUVINDO “CANTO TRISTE” DE EDU LOBO E VINÍCIUS DE MORAES http://youtu.be/2gjMlHkIXOw


Num risco cortei um ponto Sem perceber o quanto movi Num meio sem saber do que Sequer pensei mexer de tanto Como quis de forma sofrer Aquele momento tenso Aquele tormento sereno Quase impossível de se imaginar... Tentei de tudo e não consegui Acertar novamente aquele Sentimento feliz que se tornou Triste quando finalmente Percebi que o que eu mais Queria era somente ser Feliz ao lado teu. Você foi voar e eu fiquei A imaginar como seria Se você estivesse aqui... E de triste que era O meu momento Simplesmente entendi Que o que vale nessa Vida é a felicidade De estar feliz ao lado De quem realmente Quer ser feliz Sinceramente Ao lado meu.


EM CANTO


O PONTO DESPONTA E CONTA CONTANDO CONTOS PONTUAIS A PONTE ESPANTA A DANÇA DANÇANDO CANTIGAS IMORTAIS O CANTO ENCANTA O TONTO ENTOANDO MELODIAS ESPECIAIS O LÚCIDO ELUCIDA ELEMENTOS EMANANDO ESPECIARIAS ORIENTAIS ESTEPES ESCAPAM DE NEVOEIROS NEBULOSOS CANTEIROS MUSICAIS BÊBADOS EMBEVECIDOS BALBUCIAM CLEMÊNCIAS NEGATIVAS MAGISTRAIS




Monotipia: Fale sobre sua formação, enquanto quadrinista. Luiz Berger: Minha mãe é ilustradora, então eu sempre tive um puta incentivo pra desenhar desde criança. Eu cresci lendo gibis de todo tipo, tive acesso a revistas como a Animal, Chiclete com Banana, Circo, etc. bem novo, por que meu irmão mais velho comprava, então quando eu era moleque não fiquei limitado a ler Mônica, Marvel e Disney. Na escola eu já fazia um gibizinho improvisado no meu caderno, era um treco bem idiota, de vários personagens feitos de merda, o Super Bosta, que tinha que salvar a vida da Puta Merda. Mas não cheguei nem a xerocar pra distribuir e nem guardei os originais. Desde então eu continuei desenhando por hobby, mas nunca mais tinha feito gibi nenhum. Eu me formei em design gráfico, e na faculdade eu fiz uma oficina de animação 2d tradicional, achei legal pra

caralho, fiz uns curtas e cheguei a trabalhar um pouco na área, mas o trabalho que dá pra fazer uma animação tradicional quadro a quadro é gigantesco, então acabei desencanado e virei ilustrador. Foi só em 2011 que eu resolvi fazer um gibi, que foi a primeira história do Rato Robson. MT: Quais influências, no que se refere a movimentos e/ou artistas,você identifica no seu trabalho? LB: Minha maior influência foram as coisas que saiam na ANIMAL e na Chiclete com Banana, e os quadrinhos underground americanos dos anos 60. Eu sempre gostei muito de HQs de terror, tanto das nacionais dos anos 80 quanto as americanas dos anos 50. Pra mim é bem difícil fazer lista de autores que eu gosto ou que me influenciam, porque eu sempre percebo que esqueci alguém importante, mas vou tentar: Vuillemin, Jano, Crumb, Laerte, Sérgio Aragonés, Basil Wolverton, Bernet, Corben, etc.



MT: Há alguma predileção no que se refere a formatos e materiais? LB: Não muito. Eu gosto de ler em papel, não consigo ler uma HQ no monitor. Eu só não sou muito fã desse negócio que rola no Brasil de quadrinho sendo publicado da forma mais chic e cara possível. Isso rola faz tempo pelas grandes editoras e agora ta ficando normal com editores independentes. Gibi perdeu o status de coisa vagabunda e ta virando o extremo oposto, isso não é nada bom. Como disse o Gomez, tem muita coisa que é quadrinho gourmet.

MT: Quais costumam ser suas preocupações narrativas, no que concerne à construção de um ritmo visual, em suas HQs? LB: Pode parecer imbecil, mas eu sempre ficou noiado que as pessoas simplesmente não vão entender a narrativa. Na escola eu sofria pra fazer redações, eu sempre deixava o texto muito confuso e os professores reclamavam que eu era conciso demais. Até hoje eu mostro pra várias pessoas antes de publicar em qualquer lugar, porque acho que pode estar confuso. mas nunca está, então acho que é só um trauma infantil mesmo.

MT: Conte sobre a dinâmica de produção das suas ilustrações, HQs e outros trabalhos. LB: De dia eu trabalho no meu estúdio de ilustração (estúdio Monga) com o meu sócio, Vandão Miranda. A gente faz muito trabalho pra revistas, vários dos trampos são ilustrações infantis ou infanto juvenis. A noite, quando da tempo eu faço os meus gibis ou desenhos autorais.

O ritmo visual das minhas histórias eu acho que acaba sendo um pouco afetado pela minha falta de saco de ficar muito tempo em uma mesma história. Eu adoro como o Jano, o Hergé, Sam Alden e o Jeff Smith desenham as suas histórias com vários quadros pra uma sequência de ação, quase como um story board, mas eu não consigo fazer isso.



MT: Fale-nos de seus trabalhos autorais. LB: meu trabalho autoral é basicamente humor nojento, coisa de moleque mesmo, meio história de boteco, mas eu gosto de fugir da realidade, uso alguns elementos irreais junto com coisas bem reais. Quase sempre se passa em São Paulo porque acho visualmente interessante pro desenho e tem a ver com as histórias, as sujeiras, mendigos, bares, putas, travestis, carros, pixações, etc. MT: O que você tem produzido para além dos quadrinhos? LB: No momento eu só tenho feito isso mesmo, além das ilustrações. tenho planos pra um curta de animação, mas por enquanto é só uma idéia, que talvez nem saia do papel.

MT: Por que quadrinhos? LB: Eu me comunico melhor em desenhos do que em texto. Eu gosto da mídia como um todo na verdade, nunca parei de ler gibis, mas também gosto muito de literatura, cinema, séries, etc. Um lance legal de fazer gibis é que da pra fazer sozinho e sem grana, e eu não sou muito fã de trabalhar em grupo. MT: Que quadrinhos você tem lido ultimamente? E o que além deles? LB: Nesses ultimos meses eu estou meio atrasado nas minhas leituras de HQs, mas tenho lido alguns gibis independentes, um exemplo é o Megg, Mogg and Owl, do Simon Hanselmann. Eu sou bastante fã da 2000ad, então to bem feliz que tenha voltado pras bancas. Comprei algumas coisas do Jaques Tardi, que é um gênio. Fora isso, de literatura eu tenho lido vários do Lovecraft e O Idiota, do Dostoievski.


http://www.luizberger.com/


Bernardo Franรงa http://bernardofranca.com/




MT: Fale sobre sua formação, enquanto ilustrador. Bernardo França: Eu não desenhava muito quando criança. Mas tive a meu favor o fato de ter nascido e crescido em Brasília e numa família de arquitetos, em que a cultura visual era muito valorizada. Essa foi minha verdadeira formação.


MT: Quais influências, no que se refere a movimentos e/ou artistas, você identifica no seu trabalho? BF: Modernismo. Essa é talvez minha referência mais forte. Para mim, é a escola que melhor representa a harmonia entre os elementos envolvidos. É possível constatar isso em todas as áreas, seja no desenho, escultura, arquitetura, animação e design gráfico e industrial. Porém, desde que me tornei profissional da ilustração, mantive sempre ativo o espírito de pesquisa. Cada nome que surge gera, para mim, a necessidade de conhecer o trabalho do artista, o que me leva automaticamente a uma pesquisa na internet, feita com maior ou menor grau de profundidade, a depender do interesse despertado. Isso eu faço muito e todos os dias, invariavelmente. É o momento do meu trabalho que me dá mais satisfação. Passar horas pesquisando, ligar o nome de um artista ao de outro, identificar semelhanças de estilo, estabelecer comparações... Cito aqui o nome de artistas que, desde o primeiro contato, continuam até hoje a me inspirar direta ou indiretamente: Jim Flora, Saul Steinberg, Erich Sokol, Charley Harper, Nássara, Miguel Covarrubias, Alvin Lustig, Tom Thomson, Henry Moore, Maurice Noble, Bob Tupper, Stuart Davis, Fernand Leger, Sadamitsu Neil Fujita,

Ever Meulen, Ernst Ludwig Kirchner, Olle Eksell, George Bellows, Walt Peregoy, Ronald Searle, George Grosz, José Clemente Orozco, Rolly Crump, Ben Shan, Le Corbusier, J. Carlos, Felix Vallotton, Raymond Staprans, William Wray, Andre Derain, Jules Engel, Paul Julian, Carlos Merida, Rufino Tamayo, Robert McGinnis, David Stone Martin, Abner Graboff, Darwyn Cooke, Victor Brecheter, Peter Arno, NemesLamperth Jozsef, Peter P. Plasencia, J.C. Leyndecker, Juan Gris, Byron Browne, Gustav Vigeland, Milt Gross, Jean-Jacques Sempé, Dean Cornwell, Paul Rand... e muitos outros.



MT: Há alguma predileção no que se refere a formatos e materiais? BF: Tenho uma queda por formatos panorâmicos, especialmente o horizontal. Em grande parte, porque adoro murais. Mas acho que um profissional tem que lidar com todos os formatos. Quanto mais diversificado o trabalho, mais o artista evolui. Quanto a materiais e técnicas, gosto de todos, menos de aquarela. Apesar de mirar minha carreira cada vez mais para uma produção analógica, o trabalho digital tem a vantagem de me permitir realizar uma infinidade de testes, que vão contribuir para a melhoria do produto final.



MT: Conte sobre a dinâmica de produção das suas ilustrações e outros trabalhos. BF: Posso responder apenas com relação ao trabalho digital, já que nos trabalhos analógicos sou pouco cartesiano. Primeiro, risco no caderno. Faço vários estudos iniciais, mas de forma bem rápida. Acho interessante ter várias opções para, entre elas, escolher a melhor. Evito, com isso, investir tempo e trabalho numa escolha errada ou "mais ou menos". Acredito que as boas soluções são boas desde a concepção. Sobre fazer esboços rápidos é interessante para me impedir de avançar numa ideia, a ponto de "fechá-la" completamente, pois, quando a levo para o computador, tenho ainda uma sessão de testes a fazer, com muitas possibilidades para explorar até que o trabalho se complete e atinja o nível desejado.




MT: Quais costumam ser suas preocupações narrativas, no que concerne à construção de um ritmo visual, em suas ilustras? BF: Meu maior compromisso é com a legibilidade. Busco que a obra permita uma leitura direta do objeto da ilustração, tal como planejei. Com esse propósito, e para deixar o trabalho interessante visualmente, fico atento a questões como: design*, composição, gesture e cor. Há uma frase do Baudelaire que mantenho sempre em mente, algo mais ou menos assim: "O inesperado, a surpresa, é o que faz a obra de arte diferente". *'Design é a relação entre forma e conteúdo', Paul Rand.


MT: O que você tem produzido para além delas? BF: Tenho tentado pintar com mais frequência e estou para estrear meu primeiro projeto como diretor de arte em cinema de animação, uma conquista que já vinha perseguindo há um tempo. Ano passado lancei com minha mulher, a historiadora Vanessa Sobrino, o livro 'São Paulo É Legal - Patrimônio.' o primeiro de nossa série 'Cidades Para Crianças'. E agora, está para ser lançado o fruto de um projeto pessoal meu, batizado ‘Mulher-de-Sexta’. A publicação vai reunir os desenhos de mulheres que produzí e divulguei na internet toda sexta-feira por 100 semanas ininterruptas. Além das minhas próprias mulheres, o livro vai contar com a visão da mulher-de-sexta de grandes artistas, entre os quais os notáveis Allan Sieber, Guazzelli, André Toma e outros. O livro vai sair pela Editora Gato Preto.



MT: O que vocĂŞ tem lido ultimamente? BF: Neoplasticismo na pintura e na arquitetura, escrito por Piet Mondrian (Ed. Cosac Naif); Charley Harper, an ilustrated life (Ed. Ammo); A treasury of Tom Thomson (Ed. Douglas & McIntyre); The Noble Approach: Maurice Noble and the zen of animation design (Ed. Chronicle Books).




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