Oe 0049 14 revista 2014 novembro 215x280mm (b)

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Nยบ 65 / ANO XVIII NOVEMBRO 2014



EXPEDIENTE

04 EDITORIAL 07 EDUCAÇÃO 09 NOTÍCIAS 13 CLICK UNIDADE I 14 ESPIRITUALIDADE 17 ENTREVISTA 18 MÚSICA 20 CIDADaNIA 22 CLICK UNIDADE II 24 SÃO JOSÉ DE ANCHIETA 30 FAMÍLIA 32 ENQUETE 35 HORA DO CONTO 36 MEMÓRIA 37 LITERATURA 38 SUSTENTABILIDADE

ESPAÇO DO LEITOR Se você quiser fazer comentários, sugestões, críticas ou tirar dúvidas, entre em contato conosco pelo telefone (48) 3251-1500 ou pelo e-mail comunicacao@colegiocatarinense.g12.br

DIRETOR-GERAL Afonso Luiz Silva DIRETORA ACADÊMICA Jane Lúcia Pedro DIRETOR ADMINISTRATIVO Fábio Luiz Marian Pedro CONSELHO EDITORIAL Carlos Eduardo Martins Louisa Carla Farina Schröter Márcio Alexandre Pereira Patrícia Grumiche Silva Pe. João Quirino Weber Rozangela Kons Martendal Rodrigo dos Passos Magali Schmitz Knoll PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Marcca Comunicação FOTOGRAFIAS Márcio Alexandre Pereira Tiago Cristhian Costa José Renato Duarte Acervo Colégio Catarinense REVISÃO E CORREÇÃO DE TEXTOS Danieli Galvani João Júlio Freitas de Oliveira Aline Natureza de Andrade Silveira CONTATO Setor de Comunicação (48) 3251-1593 R. Esteves Júnior, 711 - Centro Florianópolis/SC - CEP 88015-130 (48) 3251-1500 www.colegiocatarinense.g12.br


EDITORIAL

celebrando a formação integral O ano de 2014 foi muito especial para a nossa comunidade educativa, pois, dentro da dinâmica e do hall de currículos, programações, atividades e projetos de cada ano/série, conseguimos realizar nossa intensa programação com a qualidade característica dos colégios da Companhia de Jesus. Assim, desenvolvemos as atividades previstas de modo que foram cumpridos os objetivos com a colaboração de todos os atores da comunidade escolar (alunos, pais, professores, funcionários, gestores, jesuítas e colaboradores). Dessa forma, verificamos a coerência entre os valores promovidos no Colégio e os que são vividos em família à medida que observamos a relação entre a instituição e as pessoas que a compõem, cujas práticas são autênticas e transparentes. No Colégio Catarinense, são respeitadas tanto as especificidades institucionais quanto as necessidades da comunidade educativa, de modo a abraçar o ideal do humanismo cristão, formando inacianamente nossos alunos, para que sejam cidadãos conscientes, competentes, compassivos e comprometidos com a cultura da paz, da sustentabilidade, da solidariedade e da promoção da justiça. Por isso, o Colégio Catarinense transcende a mera transmissão dos conhecimentos, para que os alunos, através de uma educação ampla e integral,

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alarguem seus horizontes, encontrando sempre formas criativas e conscientes de enfrentar as benesses, as adversidades e os desafios da vida, com a serenidade inaciana de que “não é o

muito saber que sacia e satisfaz a alma, mas o sentir e saborear internamente as coisas”. (Santo Inácio – EE). Dar cor, sabor, sentido e esperança à vida é missão e ação de quem educa. Escola é lugar de crescimento cognitivo, pessoal e coletivo, que exige, por parte dos professores, iniciativas constantes, inovadoras e criativas, despertando a sede pelo conhecimento, por cultura e valores em nossos jovens alunos. Ensinar é despertar para a arte do bem, do bom e do belo, é saciar e potencializar o desejo de aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos (Os quatro pilares da educação – UNESCO 2008). Nesse dinamismo, a sala de aula é o espaço interativo para a construção do conhecimento. Por isso, a utilização das novas tecnologias da informação e da comunicação como fato consolidado e crescente nas escolas vem servindo de aporte didático enriquecedor da construção do processo de ensino e aprendizagem. Assim, ciente da necessidade dessa transformação, o Colégio Catarinense vem alinhando, nos últimos anos, à sua forte tradição de ensino, a inovação e a moderniza-

ção dos recursos tecnológicos em prol da excelência do conhecimento e da educação. Esta edição da revista Conviva apresenta reflexões bem interessantes sobre o trabalho de formação humana e cristã desenvolvido no Colégio, além de uma contextualização sobre o Plano Nacional de Educação, sancionado pelo Governo Federal no mês de julho, que após quatro anos de espera estabelece vinte metas para melhorar e qualificar o ensino básico público e privado no Brasil. Entre os assuntos da revista, há um belo artigo do Pe. João Quirino Weber, SJ, sobre a cultura da paz, escrito a partir da experiência do projeto Neve Schalom, fundado pelo Pe. Bruno Hussar, em uma pequena colina no Vale Latrun, a meio caminho entre Jerusalém e Tel Aviv. A cultura da paz é viável e possível quando lançamos as pontes para unir as diversidades de línguas, tradições e religiões e buscamos imprimir, através do diálogo, a cultura do respeito e da tolerância às nossas diferenças e a promoção profunda e irrestrita dos direitos à integridade e à dignidade de cada pessoa e nação. Nesse viés, acreditamos que o diálogo iniciado e incentivado na família constitui-se como o melhor caminho para educar nossos alunos para a cultura da paz. Pelo diálogo, verbalizamos nossos


sentimentos e aprendemos a expor lebrações internas e externas às quais rer deste ano e, além disso, realizarnossas ideias e razões, como também estivemos ligados ou, de alguma formos as melhorias estruturais, didátiexercitamos o saber ouvir e respeitar ma, que nos impactaram, tais como a co-pedagógicas e relacionais, para as ideias e as razões dos nossos semeCopa do Mundo, as eleições, a canoniefetivarmos sempre mais e melhor lhantes. zação do Pe. José de Anchieta – jesuíta a educação integral, pautada na exNo texto: “diálogo, instrumento de e apóstolo da educação no Brasil –, a celência humana e acadêmica que paz na família”, nosso ex-aluno Fercomemoração do Bicentenário de tanto almejamos e perseguimos em nando Boing ressalta muito bem que nossas ações diárias, contando com a o diálogo promove o entendimento, valorização da parceria efetiva e afetia harmonia, a concórdia e o respeito va da família e da comunidade. entre os seres humanos, as instituiAproveitamos para desejar a todos ções e os povos. Segundo Paulo os nossos leitores, pais, alunos, Freire, “o diálogo é o encontro colaboradores, patrocinadoPor isso, ensinar é no qual a ação e a reflexão, res e professores um Sanum ato de amor, coragem e inseparáveis daqueles que to e Feliz Natal em Cristo dialogam, orientam-se e um 2015 repleto de construção coletiva, em que o para o mundo, que é prosperidade, saúde e debate e a reflexão contextualizada do preciso humanizar e paz! conhecimento na vida são muito mais que transformar”. mera transmissão de conteúdos; ensinar A proposta da CompaEm clima de festa, é abrir e alargar horizontes, para sempre nhia de Jesus não é de celebrações e férias, educar para o sucesso, desejo uma excelente mais amar, valorizar e contribuir com a na compreensão neolileitura a todos. construção de um mundo plenamente beral e egoísta, mas eduhumano, digno, sustentável, justo e car para valores, através Paz e Bem! fraterno para todos. dos quais seja possível aliar o conhecimento e a ciência à promoção da dignidade da vida em nosso planeta por meio de ações, relações e interações sociopolíticas e econômicas mais humanizadas e menos mercadológicas. Nosso objetivo é formar a consciência de nossos Restauração da Companhia de Jesus, alunos para que sejam “homens e mua solidificação da província única da lheres para e com os demais”, na diCompanhia no Brasil e a nomeação mensão de uma vida pautada na ética do Pe. João Renato Edit como primeie no compromisso cidadão. ro Provincial da BRA, além de diversas Agradecemos pela parceria entre tooutras atividades realizadas em nosso dos os membros da comunidade eduespaço escolar. cativa, por tudo o que realizamos e Esperamos, em 2015, podermos dar vivenciamos de bom neste ano letivo. continuidade a tudo o que coletiva e Afonso Luiz Silva Foram inúmeros os eventos e as cepositivamente construímos no decorDiretor-geral do Colégio Catarinense

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EDUCAÇÃO

Plano Nacional De Educação 2014 - 2024 Como esse documento mudará a rotina das escolas ? Louisa Carla Farina Schröter - Assessora Acadêmica

O Brasil aprovou, em junho passado, o Plano Nacional de Educação. Ele representa um esforço conjunto de setores e associações de classe ligadas à educação que buscam criar um Sistema Nacional, congregando iniciativas que fortaleçam o pacto federativo. O PNE tem como finalidade superar as falhas do sistema educacional atual, fazendo com que os governos, em regime de colaboração, estabeleçam metas e estratégias de atuação. O documento apresenta vinte

metas, quase todas quantificáveis por estatísticas, que abrangem todos os níveis de formação, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. O documento, transformado em lei federal, após ser sancionado pelo Congresso Nacional, passou a determinar as prioridades e o planejamento da educação nacional para a próxima década. Dentre seus objetivos, encontramse a maior valorização profissional dos docentes, a universalização do atendimento na Educação Infantil

a crianças de 4-5 anos, a melhoria da taxa de escolaridade média dos brasileiros, a educação inclusiva, bem como a destinação de verbas, a gestão e o financiamento da educação. As metas do novo plano prometem impactar profundamente a educação brasileira na próxima década. Tanto escolas públicas como privadas experimentarão mudanças que tenderão a transformá-las nos aspectos do tempo, do espaço e da qualidade. As propostas visam a qualificar e ampliar as experiências

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educativas possibilitadas aos estudantes. Isso significa que a escola de tempo integral é uma tendência que deverá estimular as escolas a serem criativas no desenho de seus currículos e na ampliação de oportunidades educativas, tanto no espaço escolar como nos espaços educativos do entorno da escola. A qualidade da educação também deverá ser priorizada com a reorientação curricular do novo Ensino Médio – que prevê escolas integrais que aliam formação geral à profissionalizante, a organização de matrizes curriculares menos fragmentadas e a consolidação de propostas para a Educação Infantil. Se o Plano Nacional der certo, teremos uma nova escola! O Colégio Catarinense, atento às mudanças desse cenário, busca constantemente formas criativas de atuar junto a seus alunos, em sintonia com suas necessidades, sem se descuidar das novas tendências e do atendimento à legislação educacional. A criação dos projetos Estendido e Integral, que atenderá, em 2015, a crianças de toda a Unidade I, é uma resposta a essa tendência. A ampliação das oportunidades educativas não se restringe, entretanto, aos alunos

das séries iniciais do CC; os demais estudantes terão acrescida, em suas atividades, uma aula diária, buscando o alinhamento gradual com as metas do PNE, que prevê que, até o final de sua vigência, 50% dos alunos brasileiros estejam integrados ao regime integral. A qualificação do tempo escolar visa a aumentar as oportunidades artísticas, culturais, motoras, espirituais de nossos estudantes. Assim, o currículo da escola de tempo integral permite maiores experiências com idiomas, artes, esportes e formação de hábitos de estudo mais sólidos. Para atender a esses novos usos, os espaços de aprendizagem também sofrem transformações. O Colégio tem investido solidamente em propostas de arranjos físicos que atendam aos novos desafios educativos. Inaugurouse, no ano de 2013, uma nova estrutura para atender aos alunos da Unidade I, equipada com todas as comodidades necessárias para tornar inesquecível a experiência de aprendizagem dos pequenos. A climatização de todas as salas de aula, que contam com equipamentos tecnológicos de ponta, como lousas digitais, sistema de som e computadores, o uso de tablets e portais de ensino, a concretização da

plataforma Moodle, o investimento constante em equipamentos e aperfeiçoamento dos laboratórios (Química, Física, Biologia, Ciências, Informática) são exemplos de investimentos que incrementam de forma significativa a relação de ensino e aprendizagem em nossa escola. Para finalizar, tudo isso não seria legítimo se não estivesse impregnado do modo jesuíta de ensinar e conceber o processo educativo – não nos empenharemos verdadeiramente em conseguir a excelência se não nos preocuparmos todos os dias, em cada um de nossos colégios, a partir do trabalho docente, em oferecer aprendizagens relevantes aos nossos alunos. Assim é tornar o aluno o centro de nosso trabalho (NOSSOS COLÉGIOS HOJE E AMANHÃ, 1997, p. 43). Bem-vindos educação!

ao

novo

tempo

da


NOTÍCIAS

ALUNO DO CC É CAMPEÃO DE XADREZ NO ESTADO. Christopher de Carvalho, aluno da 3ª série B do Colégio Catarinense, aprendeu a jogar xadrez aos quatro anos de idade com seu pai. Através da Olimpíada do Colégio, na qual é campeão desde o 6º ano, foi convidado para fazer parte da Seleção de Florianópolis, representando nosso município nas competições de nível estadual e nacional. Christopher foi o quinto colocado no Brasileiro Sub-12 de 2009, é o atual campeão juvenil de Florianópolis (sub-20) e campeão dos JESC – categoria 15 a 17 anos –, realizados em Blumenau. A próxima competição será em João Pessoa/PB, aonde Christopher levará o nome do CC para disputar o Brasileiro/2014.

Alunos do CC debatem sobre o processo eleitoral. Na tarde do dia 04 de setembro, os alunos da terceira série do Ensino Médio participaram de aula magna com a Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) e com o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE/SC). Esse foi o primeiro encontro das instituições com jovens estudantes de escolas catarinenses. A aula faz parte do projeto “Tudo a Ver”, em que o público-alvo são estudantes do Ensino Médio da rede pública de ensino estadual e das escolas particulares, e tem como objetivo apresentar aos jovens as instituições democráticas de seu Município, Estado e País; desmistificar e familiarizar os jovens com os temas do universo jurídico e político; estimular a cultura do debate entre os estudantes, tendo como foco assuntos ligados ao exercício da cidadania; e contribuir para que os jovens possam votar de forma consciente nas próximas eleições.

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CAFÉ FILOSÓFICO DEBATEU MANIFESTAÇÕES POPULARES.

Encontro de ex-alunos do Colégio Catarinense. O Colégio Catarinense promoveu mais uma edição da festa dos ex-alunos. O evento reuniu cerca de 270 pessoas em um clima descontraído e muito especial. O dia foi inesquecível, e a animação ficou por conta de diversas atrações: música, exposição de fotos antigas, selfies, torneio de futebol e a presença de convidados especiais que marcaram a história do Colégio. Além de reforçar os laços de amizade, o evento também buscou incentivar a manutenção constante do relacionamento entre o Colégio e seus ex-alunos. A intenção é a de que os ex-alunos, através da Associação dos Antigos Alunos dos Colégios Jesuítas (ASIA) continuem interagindo com o Colégio por meio de ações sociais e de reencontros de turmas que se formaram em diferentes décadas, compartilhando experiências e reforçando o compromisso com a fé e a justiça, valores que aperfeiçoaram no Colégio.

Uma competição para ficar na história. Em abril, a equipe do Colegial foi campeã da etapa municipal do Moleque Bom de Bola, vencendo a ADIEE por 5x0 e garantindo o direito de disputar a etapa microrregional. Nessa etapa, foi campeã na disputa de pênaltis após um empate em 4x4, conquistado com muito esforço nos últimos dez minutos de jogo, quando o placar ainda marcava 4x1 para os adversários. Na etapa regional, foi vicecampeã e garantiu uma vaga para a etapa estadual. Em uma competição da qual participaram 886 escolas, o time do Colegial ficou em terceiro lugar, resultado nunca alcançado anteriormente pelo Colégio Catarinense.

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No primeiro semestre de 2013, uma série de manifestações populares ocorreu nas ruas de centenas de cidades brasileiras. Tendo inicialmente como foco de reivindicação a redução das tarifas do transporte coletivo, as manifestações se ampliaram, ganhando um número imensamente maior de pessoas e também novas reivindicações. A violência policial também contribuiu para que mais pessoas fossem às ruas lutar por seus direitos. Em virtude da grande repercussão que essas manifestações alcançaram nas ruas e nos meios de comunicação de massa e por estarmos em ano de eleição, o Colégio Catarinense realizou o Café Filosófico, um espaço em que os alunos, juntamente com o orientador pedagógico do CC, Pedro Giovani Baesso, abordaram questões políticas e se posicionaram em relação às manifestações de 2013. Também esteve presente no debate, Samuel Schimidt dos Santos, professor de Direito, especialista em Ciências Criminais e mestre em Inclusão Social.


COLÉGIO CATARINENSE PROMOVE FEIRA CIENTÍFICO-CULTURAL. Aconteceu, nos dias 29 e 30 de outubro, no ginásio Padre Nunes, mais uma edição da Feira Científico-Cultural do Colégio Catarinense, em que a criatividade de projetos, experimentos e inovações foram as grandes atrações. Mais do que a exposição de trabalhos realizados durante o ano por nossos alunos, a Feira representa, para grande parte dos nossos jovens, uma oportunidade de mostrar a toda a comunidade educativa do Colégio, os seus dons e talentos. Além de constituir-se como uma oportunidade de revelação de novos talentos, a Feira também viabiliza o desenvolvimento de projetos comuns e transversais do CC, a exemplo do Projeto Lixo Zero, que já faz parte de nosso cotidiano e da preocupação de educarmos nossos alunos para a cultura da sustentabilidade.

Olimpíada movimenta a Unidade de Ensino I. Os alunos da Unidade de Ensino I, nos dias 22, 23 e 24 de outubro, participaram das Olimpíadas. Por esse motivo, a equipe do Colégio, juntamente com o Setor de Atividades Complementares, preparou, com afinco, a Olimpíada “Mundo dos Pequeninos”, envolvendo-se em atividades esportivas, formativas e culturais. As atividades esportivas e culturais, no Colégio Catarinense,

são formas alternativas de educar, divertir e compartilhar valores. “Tenho plena convicção de que o período da Olimpíada proporcionará intensas vivências e disseminará valores, como companheirismo, respeito, solidariedade, lealdade, alteridade, altruísmo, resiliência, honestidade e justiça, os quais solidificam intensamente a formação integral” – declarou Professor Afonso Luiz Silva, diretor-geral.

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JOVENS DO COLÉGIO CATARINENSE RECEBEM O SACRAMENTO DA CRISMA. Foi realizada, no dia 24 de outubro, a cerimônia de Crisma na Igreja Santa Catarina de Alexandria. A celebração foi ministrada pelo Pastor Dom Wilson, que conferiu aos 40 jovens, alunos do Colégio Catarinense, o sacramento da Crisma, transmitindo-lhes os dons do Espírito Santo através da imposição das mãos e da unção com o óleo, confirmando-os na maturidade da fé e no compromisso apostólico de assumirem seu profetismo de ser “sal da terra e luz do mundo”, como disse Jesus no Evangelho. Durante um ano e meio, os crismandos puderam se preparar para esse momento através da Confissão e da Renovação das Promessas do Batismo, instruídos pelos catequistas, professora Mirta, professor Delamare, professora Maria Luiza e Irmã Geisa, que guiaram esses jovens na fé e nos ensinamentos da Igreja, preparandoos para o Sacramento da Crisma. O ministério exercido por eles edifica a missão apostólica e evangelizadora do Colégio Catarinense, como obra da Companhia de Jesus, a serviço da fé e da promoção da justiça.

ALUNOS DO CC PARTICIPAM DA GINCANA AUTOBHAN. Na última quinta-feira (23), os alunos de Alemão do Colégio Catarinense participaram da gincana Autobhan, que é uma espécie de jogo criado na Finlândia, há quatro anos, por um alemão. O jogo tem sido praticado em várias escolas do Brasil e se baseia nas vias rápidas, comuns nos países europeus. Para jogar, os participantes recebem pistas para percorrer as cidades da Alemanha e da Áustria, em posse de um passaporte fictício. Em Santa Catarina, essa foi a primeira edição do evento, que já passou por três estados e esteve em Florianópolis em parceria com o Colégio de Aplicação e o Colégio Catarinense. A atividade é parte de uma iniciativa do

LANÇAMENTO DO LIVRO TECENDO IDEIAS... PROJETANDO O FUTURO! No dia 30 de outubro foi realizado o lançamento do livro “TECENDO IDEIAS... PROJETANDO O FUTURO!”, produzido pelos alunos de 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio do Colégio Catarinense. O objetivo foi incentivar o gosto pela leitura e a valorização do processo de autoria, aprimorando a produção escrita do educando. Os alunos se envolveram no projeto dentro da proposta pedagógica do Colégio Catarinense, que prima pelo ensino e pelo aprendizado voltados

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para a vida. A sexta edição do livro “TECENDO IDEIAS...PROJETANDO O FUTURO!” foi desenvolvida por professores de Produção Textual do Ensino Médio durante o ano letivo, através de leituras reflexivas, debates e construção de textos. A obra aborda temas relacionados à Campanha da Fraternidade e a fatos sócio-políticoeconômicos mundiais, remetendo-nos a uma discussão ética sobre a comercialização e, a manipulação da vida – Fraternidade e Tráfico Humano.

governo da Alemanha, através do seu Ministério de Relações Exteriores, e tem o intuito de aproximar os alunos da cultura alemã, bem como incentivar novos alunos a se interessarem pela língua.


CLICK

UNIDADE DE ENSINO I

Ana Clara, Profª Cláudia, Ricardo, Profª Maria Carla e Enzo

Ana, Letícia, Profª Fabrícia, Lívia, Lucas, Profª Susamar e Júlia

Bianca, Educadora Lettycia, Júlia e Bruno

Guilherme, Bruna, Profª Isamar, Bruno e Davi

Heloisa, Sofia, Profª Gil, Henrique, Bernardo e Educador Jocel

Lívia, Educadora Goreti e Eduarda

Luana, Júlia, Profº Paulo, Otávio e Daniel

Sofia, Mª Cristina, Profº Alisson, Luiza e Rebecca

Valentina, Educadora Luciane, Lavínia e Educadora Raquel

Gabriela, Larissa, Profª Janaina Melo e João Fábio

Isabela, Julia, Profª Elisa e Augusto

Profª Janice, Fernanda, Isabela, Profª Rosana, Isabela e Luísa

Luna, Isadora, Profª Rosângela, Anna Gabriela, Amanda e Renata


ESPIRITUALIDADE

Viver em paz é possível! Pe. João Quirino Weber, SJ - Assessor Espiritual

O nosso mundo está marcado pela cultura da morte. De fato, não é uma verdadeira cultura, pois o conceito de cultura significa o conjunto de práticas, costumes e leis que tornam possível a convivência pacífica de um grupo de pessoas. Nossas culturas levam a marca da diferença excludente, da competição implacável, do antagonismo intransigente, das guerras sem tréguas. O coração humano, porém, foi criado pelo Bom Deus para viver e partilhar a PAZ. Consciente ou inconscientemente, a liberdade humana, o maior tesouro que cada pessoa recebe, está sendo qualificada pela síndrome da “defesa-ataque”, da guerra. O estado e a dinâmica de “competição” criam e mantêm vencedores e vencidos em todos os recantos da Terra. Deus quer que todos sejam vencedores e possam viver uma vida digna. As razões que levam a essa

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dinâmica são, em grande parte, de cunho econômico-financeiro, mas, infelizmente, também as próprias culturas – uma maravilhosa riqueza do gênio dos povos –, bem como motivações e práticas religiosas se tornaram e se vão tornando motivos e ocasiões de guerra, de corrupção, de opressão, de “vitórias e de derrotas”. A convivência pacífica das famílias parece um sonho impossível de acontecer. Mas há uma exceção maravilhosa, uma proposta pequenina e simbólica, que pode ser qualificada como “a chama de um palito de fósforo querendo iluminar as imensas trevas do nosso tempo; ou como a gota de água no bico do passarinho querendo apagar os incêndios das destruições”. Bruno Hussar (1911-1996) nasceu no Egito. Converteu-se à Igreja Católica e, então, entrou na Ordem dos Padres Dominicanos. Foi ordenado padre

católico e exerceu a evangelização na Terra Santa, em Israel. Um dia, enquanto meditava sobre as palavras do profeta Isaias, o profeta da esperança, da alegria e dos tempos messiânicos, Pe. Bruno Hussar foi tocado, em seu coração, pelas palavras do versículo 32,18: “Meu povo habitará em moradas de paz, em mansões seguras e em lugares tranquilos”. Pe. Hussar fixou seu olhar e seu coração nessa palavra do Profeta, as quais lhe despertaram forte apelo, sonho e intuição: “Vou fundar essa cidade de paz”! Então, em 1972, Pe. Hussar acampou em uma pequena colina no Vale Latrun, a meio caminho entre Jerusalém e Tel Aviv, pertencente a um convento de monges trapistas. Com os monges, o jovem padre fez um contrato de vinte e cinco centavos por dia durante cem anos e, em 1978, associou-se a ele a primeira família. Pe. Bruno escreve: “Tínhamos a intenção de fundar uma pequena aldeia (village), habitada por pessoas das diversas comunidades do país.

Pe. Bruno Hussar


Judeus, cristãos e muçulmanos iriam viver em paz nessa aldeia, cada um ficando fiel às suas crenças e tradições, respeitando as crenças dos outros. Cada um iria descobrir na diversidade uma fonte de enriquecimento pessoal”. Com muitos outros termos, o Pe. Bruno expressa as suas intenções originais: criar e mostrar que é possível uma sociedade igualitária; em oposição às muitas escolas de guerra, fundar uma escola da paz (Shalom); lançar pontes para unir as diversidades de línguas, de culturas e de religiões, com respeito mútuo; mostrar que a reconciliação e a paz são possíveis. Em 1990, tive a oportunidade, com alguns colegas padres, de passar um dia com o Pe. Bruno em sua Aldeia (oásis) da Paz, o Neve Shalom. Ele nos introduziu no projeto e nos guiou pela aldeia. Na ocasião, aproximadamente setenta famílias participavam projeto. Viviam lá, judeus (ortodoxos e liberais), cristãos (de rito latino e bizantino) e muçulmanos, todos unidos somando as diferenças culturais, executando os serviços profissionais e administrativos da vila. Cada família mantinha a sua religião e suas práticas devocionais, mas havia momentos comuns de religiosidade. Nos dias de tempo bom, as famílias se encontravam na parte oriental da colina, ao pôr do sol, em silêncio, sentadas no chão ou nas

pedras, observavam o ocidente ao anoitecer e, unidas, comungavam silenciosamente. Nos dias de chuva e de inverno intenso, as famílias se encontravam em uma espécie de “templo redondo”, sem enfeites, sem símbolos, sem direcionamentos de cunho religioso. Sentados em silêncio, completavamse mutuamente como seres humanos. Naturalmente, cada qual fazia a sua oração sem excluir o vizinho. São as experiências contemplativas que realizam o coração e, no coração de cada participante, cresciam os sentimentos de acolhida, corresponsabilidade, compromisso pela vida e pela ajuda mútua. A escola ensinava, às crianças, os

conhecimentos normais, bem como os valores do ser humano, a ética, a busca e a construção da paz, sem entrar em polêmicas de religião. Assim, a Neve Shalom criava e mantinha a unidade na diversidade. O Pe. Bruno dedicou os últimos trinta anos de sua vida a essa maravilhosa iniciativa de paz para todos. Hoje, são mais de trezentas famílias que aguardam uma vaga para poder integrar-se ao projeto da Neve Shalom. Em Neve Shalom, concretiza-se a oração de Jesus: “(Pai), eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e para que o mundo reconheça que me enviaste e os amaste como amaste a mim”. (Jo 17,23).



ENTREVISTA

missão dos jesuítas no Brasil Pe. João Renato Eidt, SJ - Reitor do Teologado (CIF) Santo Inácio de Loyola

Natural de Itapiranga (SC), o padre João Renato Eidt tem 51 anos e ingressou na Companhia de Jesus em 18 de fevereiro de 1986. Foi ordenado presbítero em 11 de julho de 1998, e fez seus últimos votos em 26 de maio de 2007. Além da formação própria da Companhia, fez mestrado em Counseling, na Loyola University, em Chicago/EUA. O jesuíta também foi orientador espiritual do Juniorado Interprovincial Pe. Gabriel Malagrida, em João Pessoa (PB), diretor do CECREI (Centro de Espiritualidade Cristo Rei), em São Leopoldo (RS), reitor do Filosofado São Francisco Xavier, em Belo Horizonte (MG), e, desde 2012, é o reitor do Teologado (CIF) Santo Inácio de Loyola, em Belo Horizonte (MG). Como recebe o chamado da Companhia de Jesus para ser o primeiro provincial da Província do Brasil? Recebo esse chamado com muita surpresa. Não me passava no pensamento que eu poderia ser eleito para essa missão na Província do Brasil. Eu pensava em outros nomes que, no meu entender, eram os candidatos naturais para serem nomeados como o primeiro provincial da Província do Brasil. Agora recebo e acolho essa missão com esperança e disponibilidade para colaborar, da melhor forma possível, com a missão da Companhia de Jesus no Brasil. Qual será o espírito da Companhia de Jesus neste novo tempo e a forma de organização da missão dos jesuítas no Brasil? Acredito ser muito importante para a Companhia de Jesus no Brasil poder

contar com que todos os jesuítas, colaboradores e colaboradoras leigos tenham coração e mente abertos para o novo, o diferente, e para a ousadia. A Igreja, com o Papa Francisco, está vivendo um momento muito bonito de abertura, de simplicidade e de centrarse naquilo que é essencial: a dignidade da vida e a vivência do Evangelho; isto é, o amor fraterno, a partilha, a solidariedade, o perdão, a justiça e a esperança. Esse mesmo espírito deve estar presente na Companhia de Jesus. Quais os principais desafios do apostolado da Companhia no Brasil e como os jesuítas contribuem para a construção de um mundo melhor? A Companhia de Jesus sempre procurou fazer-se presente nas fronteiras da sociedade e da realidade. Em breve, seremos uma só província no Brasil. Entre outros desafios possíveis para o apostolado da Companhia de Jesus no Brasil, destaco a revitalização e a qualidade de vida do nosso “Corpo Apostólico” e a qualidade da missão; a convivência e a integração entre as múltiplas culturas deste nosso imenso Brasil; a adaptação e a integração dos jesuítas à reestruturação interna da Companhia de Jesus no Brasil e a manutenção da unidade apostólica; ainda afirmo que estaremos presentes em muitas frentes apostólicas vida. De que forma os colégios jesuítas se integram no apostolado universal da Companhia? Todas as obras apostólicas da Companhia de Jesus fazem parte de seu apostolado universal. Onde há um apostolado assumido pela Companhia de Jesus, aí está presente a universalidade da sua missão. Os

colégios fazem parte dessa missão. De uma forma mais concreta, no Brasil, o apostolado educacional, através dos colégios, está trabalhando muito para organizar-se em rede. Essa articulação dará uma unidade maior e revelará com mais clareza o modo de educar da Companhia de Jesus no Brasil e no mundo. Mensagem final aos leitores da revista Conviva e à comunidade educativa do Colégio Catarinense: Minha gratidão a toda a comunidade educativa do Colégio Catarinense pela importante e fundamental colaboração que dá ao apostolado educacional da Companhia de Jesus nesta bela Ilha de Santa Catarina. Convido essa mesma comunidade educativa a abrirse e abraçar possíveis mudanças e melhorias desejadas na reorganização da Companhia de Jesus no Brasil; quero também animá-la para que continue oferecendo excelente educação e formação, com valores, a todos os estudantes do Colégio Catarinense. Rogo a Deus para que abençoe e inspire a cada um e a cada uma nessa missão que Ele vos confia.

Pe. João Renato Lidt, SJ

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MÚSICA

Festival da Canção marca sua volta com sucesso

No dia 23 de outubro, o Colégio Catarinense celebrou a nova fase do Festival da Canção. O resgate desse Festival tem a finalidade de despertar e possibilitar aos alunos que exponham sua criatividade, seus talentos e seus dons artísticos. O evento teve o objetivo de valorizar repertórios calcados na canção popular brasileira. Dessa maneira, nossos alunos se apresentaram como artistas da noite, surpreendendo-nos com suas poesias e seus arranjos

musicais, extravasando todo o sentimento e a arte das belas e inéditas composições. Entre as marcas da nova edição, destacou-se a presença dos ganhadores do Festival de 1975: Rodolfo Cerny e Geraldo Barbosa. As bandas se prepararam para dar um show de qualidade, criatividade e musicalidade em suas apresentações. “Eu estava bem nervosa na hora da apresentação, mas foi bem legal ganhar as premiações. É muito bom

participar, independentemente do resultado, pelo fato de estar adquirindo uma nova experiência”, comentou Manoela Vogt Michaelsen. Sempre presente no cotidiano escolar, a música se mantém em um espaço privilegiado. Estimulados pelo compromisso com a formação integral do ser humano, os educadores do Colégio Catarinense acreditam que a música enriquece a vida cultural, estimula a criatividade, a paciência, a sensibilidade, a capacidade de


memorização e de concentração dos nossos alunos. A Companhia de Jesus sempre valorizou a arte e a música no seu processo educativo.

transforma o espaço em tempo, e a música, o tempo em espaço”, declarou Afonso Luiz Silva, diretor-geral do Colégio Catarinense.

Por isso, resgatar o Festival da Canção do CC é fortalecer nossa proposta de formação integral, com excelência no

desenvolvimento humano, artístico, cultural e cognitivo de nossas crianças, adolescentes e jovens. “Esta é uma noite muito especial, pois estamos retomando o nosso Festival da Canção, como nos idos tempos da década de 70 e 80. Como nos disse Hugo Hofmansthal, a pintura

Prêmios – ARRANJO E CANÇÃO

Prêmios – COMPOSIÇÃO E INTÉRPRETE

Prêmio – INSTRUMENTISTA

Davi Diuzon da Costa – 6ºF Henrique Valente de Amorim – 6ºF Iris Toledo Lara Bota – 6ºC Lucas Kuerten Scheidt – 6ºF Victor Kneipp Piva – 6ºF Vinicius Gonçalves Simoncello – 6ºF

Manoela Vogt Michaelsen – 2ªF Millena Martins Pereira Nunes – Convidada

João Vitor Peters – Ex-aluno


CIDADANIA

Formação Humana Cristã Pe. Nereu Fank, SJ

Formar e educar são formas de arte. Uma arte para a vida. Ter no currículo a disciplina FHC (Formação Humana e Cristã) sugere o cuidado que o CC tem pela formação de seus alunos no cultivo de valores humanos e cristãos. É bom ressaltar que a Formação Humana e Cristã não é somente uma disciplina anexa ao currículo, mas está integrada em todo o processo educativo. Uma pergunta que nos deve nortear é sobre o tipo/perfil de aluno que queremos formar. O CC quer oferecer, aos seus alunos, uma proposta de educação e formação a partir da Pedagogia Inaciana. A educação, em uma obra da Companhia de Jesus, pauta-se na fé cristã e quer promover os valores do Evangelho. Ao contemplar o contexto em que vivemos e nos movemos, podemos perceber que, em nosso continente, existem diversas facetas: há sinais de Páscoa, sinais da presença do Cristo

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Ressuscitado, há gestos e compromissos fraternos, mas há, também, grandes desafios sociais, econômicos, políticos e religiosos. Podemos, também, perceber uma crise de valores em nossos tempos, uma crise ética, crise de credibilidade nas instituições. Há promessas não cumpridas. Há a cultura da esperteza, de tirar proveito em tudo. Costumamos descrever o período pós-moderno como marcado pelo subjetivismo; vemos crescer o relativismo em termos de valores, enfim, da própria moral. Com isso, corre-se o risco de perder a sensibilidade e compromisso cristão ante a situação de pessoas em condições de vida menos favoráveis. Não há realidade em que Deus não possa ser contemplado. A confiança na presença de Deus, sua presença transformadora, motiva a trabalhar por uma sociedade mais justa e fraterna. O Espírito do Senhor Ressuscitado nos fortalece na missão, na qual somos companheiros de Cristo. A Companhia de Jesus, usando da grande tradição no campo da educação, consciente das desigualdades sociais e das necessidades mais urgentes do ser humano, quer se dedicar à missão evange-

lizadora da Igreja e contribuir para a formação integral da pessoa. Ela quer educar para o respeito ao diferente, à alteridade, ao bem comum e à defesa da vida digna para todos. Inspirado na Pedagogia Inaciana, o CC quer contribuir para uma transformação social saudável e de inclusão; quer formar homens e mulheres para os demais e com os demais. Homens e mulheres que produzam conhecimento, um conhecimento em vista da defesa da vida. Isso está no horizonte da missão. O PEC (Projeto Educativo Comum da Companhia de Jesus na América Latina) assinala uma série de valores que as próprias instituições educativas procuram promover. Entre eles estão o amor, em um mundo egoísta e indiferente; a justiça, frente a tantas formas de injustiça e exclusão; a paz, em oposição à violência; a honestidade, frente à corrupção; a solidariedade, em oposição ao individualismo e à competição; a sobriedade, em oposição a uma sociedade baseada no consumismo; a contemplação e a gratuidade, em oposição ao pragmatismo e ao utilita-


rismo. Vale sublinhar temas em pauta na Formação Humana e Cristã, respeitando o ano ou série em que se encontra o aluno. Destacamos: a motivação para um método de estudo com técnicas de aprendizado; estudo da Campanha da Fraternidade; celebração da reconciliação e do perdão; relacionamento interpessoal, que envolve o cuidado com o corpo, a afetividade e a sexualidade; escolhas profissionais e vocacionais; projeto de valorização da vida, com visitas a instituições de caridade e a comunidades terapêuticas; e celebração de Ação de Graças. No CC, um dos projetos interdisciplinares, intitulado “Valorização da Vida”, visa a proporcionar um debate sobre a problemática das drogas lícitas e ilícitas, com o intuito de formar para prevenir e levar os alunos a tomarem atitudes positivas diante da vida. Esse projeto leva os alunos a conhecerem histórias de pessoas que se encontram em tratamento em casas terapêuticas.

Além do projeto Valorização da Vida, há outros que contemplam visitas a instituições. Essas visitas têm o propósito formativo e são realizadas em casas como a Orionópolis, o Educandário Santa Catarina, o Lar do Carinho, o Asilo Irmão Joaquim. Nessas visitas, os alunos encontram realidades diferentes das vividas no seu dia a dia, sendo provocados a perceberem que o mundo apresenta continuamente pessoas que clamam pela inserção social. Os alunos também participam do projeto Lagoa do Peri, que proporciona um dia de reflexão, estudo, celebração eucarística, esporte e convivência. Também são promovidas, no CC, diversas campanhas solidárias, tais como o Dia de Integração e Ação Social, quando se arrecadaram alimentos, roupas, brinquedos, material de higiene pessoal e fraldas geriátricas a partir da colaboração dos alunos do Ensino Fundamental e Médio. Toda a arrecadação é doada às instituições de caridade que mais necessitam. Em algumas instituições, os próprios alunos acompanharam os educadores na entrega das doações, o que vem encontro da proposta de formar para a sensibilidade e para o compromisso com um mundo mais humano.

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Vale dizer, também, que todas essas atividades despertam, nos alunos, o desejo pela participação em projetos voluntários. Hoje, há um número expressivo de alunos que participam de projetos de voluntariado no contraturno da rotina de estudos. Semanalmente, por exemplo, os alunos do CC levam mensagens de esperança e alegria a pessoas idosas no Asilo Irmão Joaquim. Desde a tenra idade, são apresentados, aos alunos, os valores cristãos e humanos. Concretamente, com os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I, celebramos os momentos fortes do tempo litúrgico: Quaresma, Páscoa e Corpus Christi. Na Páscoa, o CC realizou a Páscoa Solidária: os chocolates arrecadados foram doados a cerca de dez instituições que atendem a crianças necessitadas. Por fim, cabe destacar que pretendemos formar alunos competentes, conscientes, compassivos e comprometidos. Que pela postura solidária e fraterna, nossos alunos sejam sinal de esperança e transformação social em nossos tempos.


CLICK

UNIDADE DE ENSINO II

Ana Paula, Profº Alexandre, Matheus e Bruno

Fábio, Luisa, Profª Stèphanie, Mª Fernanda e Isis

Laís, Profº José, Juliana e Ana Sofia

Vitor, Henrique, Profª Magda e Isadora

Marina, Profª Mirta e Isabela

Ana Clara, Profº Afonso e Tito


Juliana, Maitê, Educador Sinésio, Victória e Sara

Bernardo, Educador Valdir, Betina e Rodrigo

Thiago, Nathalie, Profª Fátima, Marina e Renato

Patrícia, Tiago, Educador Renato, João Antônio e Hanna

Guilherme, Izadora, Educadora Cristina e Alexandre

Luiza, Mª Augusta, Profº Diego e Francisco

Daniela, Victor, Profº Leandro e Isabella

Letícia, Profº José Francisco, Rafael e Beatriz


SÃO JOSÉ DE ANCHIETA

UM EXEMPLO INSPIRADOR PARA OS DIAS DE HOJE Arquivo Bicentenário da Companhia de Jesus

O padre jesuíta Carlos Alberto Contieri, ou simplesmente padre Contieri, como é conhecido, não consegue esconder o seu contentamento pela canonização de Anchieta, agora São José de Anchieta. Pe. Contieri é o diretor do Pateo do Collegio, principal referência quando o assunto é o padre José de Anchieta, pois foi nesse local onde ele, ainda noviço, junto aos demais irmãos jesuítas, ergueu uma modesta cabana de catorze por dez passos, sem nada em volta, e no dia 25 de janeiro de 1554 celebraram uma missa, data considerada a fundação da cidade de São Paulo. Foram 417 anos de espera desde a morte de Anchieta, no Espírito Santo. Padre Contieri admite que já não tinha mais esperanças de que houvesse a tão esperada canonização, pois até então era necessária a comprovação de um milagre novo. Anchieta foi beatificado pelo papa João Paulo II em 1980, sem a comprovação de um milagre, mas era preciso um milagre após sua beatificação. “Converso com os fiéis todos os dias após a missa, e muitos me contam sobre as graças recebidas. No ano passado, um padre do Norte veio até nós, juntamente com alguns fiéis, com documentos que mostravam que ele havia se curado de um câncer após orar e pedir a intercessão de Anchieta”, contou Contieri. “A comprovação de milagres exige muitos recursos de tempo e dinheiro, que nos faltam, com documentos assinados por especialis-

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tas, viagens ao Vaticano, etc.”, observou. Para o padre Contieri, ao canonizar Pe. Anchieta sem a comprovação do milagre, o papa Francisco deixou um recado: o que torna uma pessoa santa “é a sua capacidade de entregar tudo a Deus, todos os seus dons, toda a sua vida. É nessa capacidade de efetivamente entregar tudo a Deus que se constitui o modelo de vida cristã. Nisso, o padre Anchieta é realmente santo”, o milagre é secundário. Nesta entrevista, concedida no início de 2014, padre Contieri contou sobre a surpresa que teve ao receber a notícia da canonização, as comemorações que estão previstas, o destaque que os jesuítas ganharam recentemente com o papa Francisco e a canonização de dois membros da ordem (São Pedro Fabro e São José de Anchieta), além da importância do padre Anchieta e também do padre Manuel da Nóbrega, que foi quem deu asas para que Anchieta pudesse alçar voos maiores. Digesto Econômico – No dia 6 de abril, no primeiro domingo após a canonização do padre Anchieta, houve uma missa na Catedral da Sé, com uma procissão com as relíquias do santo. Quais outras comemorações estão previstas? Padre Contieri: Dando prosseguimento às comemorações da canonização do padre José de Anchieta, como o dia 9 de junho,


que é o Dia de Anchieta, cairá em uma segunda-feira, no dia 8, domingo, nós, do Pateo do Collegio, celebraremos a memória do agora São José de Anchieta. Na ocasião, serão lançados dois livros, um do padre Cardoso, sobre a vida de José de Anchieta, e outro sobre um devocionário de Anchieta. Ainda haverá eventos culturais nessa ocasião, como concertos e palestras com especialistas. Queremos tornar ainda mais conhecida a figura de Anchieta. O papa Francisco vem seguindo uma linha de simplicidade, sem ostentação, que se refletiu na canonização de Anchieta. Houve uma solenidade simples, e o papa apenas assinou um decreto. Na canonização de Frei Galvão, em 2007, o papa Bento XVI estava no Brasil e oficializou uma missa com um milhão de pessoas. Qual a sua opinião sobre isso? Para a canonização não é necessária uma concentração de pessoas. O que faz uma pessoa ser considerada santa, canonicamente falando, é a assinatura do decreto, que em geral se dá no despacho entre o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos e o papa. Na medida em que o papa assina o decreto, a pessoa é considerada santa. A missa é sempre uma Missa de Ação de Graças pelo decreto assinado e pela canonização de determinada pessoa, como no caso do beato Anchieta, que passou a ser São José de Anchieta. É possível, também, realizar uma missa na Praça de São Pedro (Vaticano), como será feito para os papas João Paulo II e João XXIII (27 de abril), pois se espera uma grande concentração de fiéis. No caso de Anchieta, ele será canonizado juntamente com ou-

tras duas pessoas (o bispo François de Laval e a freira Marie de l’Incarnation), missionários no Canadá, mas de origem francesa. O papa Francisco deve celebrar uma Missa de Ação de Graças pela canonização de Anchieta no dia 24 de abril, em uma igreja ainda não confirmada. Ele fez algo semelhante quando canonizou recentemente um jesuíta chamado Pedro Fabro, que foi companheiro de Santo Inácio de Loyola. A Missa de Ação de Graças a São Pedro Fabro que o papa Francisco celebrou foi na igreja dos jesuítas em Roma, no dia 3 de janeiro, mas ele assinou o decreto no fim de 2013. O importante é a assinatura do decreto, a celebração eucarística apenas dá publicidade à canonização realizada. Como o senhor recebeu a notícia da canonização do padre Anchieta? Todos nós, jesuítas, desejávamos que Anchieta fosse reconhecido como santo. Em determinado momento, pela demora, tínhamos até perdido as esperanças em razão da exigência então vigente da comprovação de

um milagre. Havia o desejo, mas as esperanças estavam quase esmorecendo. Porém, houve movimentos dos bispos brasileiros, liderados por D. Raymundo Damasceno, presidente da CNBB, e do cardeal-arcebispo de São Paulo, D. Odilo Scherer, além de outros setores da igreja e da sociedade, pois muita gente vinha manifestando o desejo pela canonização de Anchieta. O pedido de D. Raymundo Damasceno, por ocasião da visita do papa ao Brasil, na Jornada Mundial da Juventude, associado ao empenho de toda a CNBB e também de D. Odilo, que em minha opinião teve um papel muito importante nesse processo, acabou resultando em uma grande surpresa para nós. Esperávamos por isso há muito tempo, mas havia poucas esperanças, e tudo aconteceu de forma muito rápida. Realmente foi uma surpresa muito agradável e uma imensa alegria. Anchieta foi canonizado sem a comprovação do milagre. Como o senhor vê isso?

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Na origem da Igreja, a pessoa se tornava santa por aclamação, não por um decreto canônico. Mas o que é importante nessa atitude que o papa Francisco retoma? Ele diz: o milagre aqui é secundário. O que faz uma pessoa santa não são os milagres feitos e comprovados, mas a capacidade de entregar tudo a Deus, todos os seus dons, toda a sua vida. É nessa capacidade de efetivamente entregar tudo a Deus que se constitui o modelo de vida cristão. Nisso, o padre Anchieta é realmente santo. Se, por um lado, faltou a comprovação do milagre, Anchieta tem a fama de operar milagres e a fé de muitos devotos, não é verdade? Sim, tem muitos, e não somente no Brasil. Nas Ilhas Canárias, a população tem uma devoção muito grande por Anchieta. Também há milagres his-

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tóricos, como aqueles dos pássaros guarás, diante do sol escaldante que castigava aqueles que caminhavam. Diziam que Anchieta tinha a capacidade de falar com os animais, e ele fez com que esses pássaros de asas grandes fizessem uma grande sombra para aqueles que caminhavam, ficando protegidos do sol. Há milagres que foram comprovados, mas são anteriores à beatificação, em 1980, e por isso não valeram para a canonização. Por que não valeram? São necessários novos milagres entre a beatificação e a canonização, os anteriores não podem ser utilizados no processo. Mas, de que o padre Anchieta é um intercessor junto a Deus em favor do nosso povo, não há dúvidas, como também não há dúvidas de que ele intercede a favor de pessoas com necessidades. Eu mesmo recebi

aqui, de um padre do Norte, no ano passado, um envelope grande, tendo ele mesmo comparecido ao Pateo com seus fiéis, pois ele havia recebido a graça de ser curado de um câncer. Ele trouxe essa série de documentos que provava a gravidade de sua enfermidade e também a sua cura, sem que os médicos pudessem, de maneira razoável e científica, explicá-la. E como acontece sempre, encaminhamos esses documentos ao responsável por postular, junto à Santa Sé, a canonização. O Pateo do Collegio é o local que as pessoas procuram para pedir a intercessão de Anchieta. Vocês recebem muitos pedidos? Recebemos. E só não recebemos mais por falta de divulgação, mas com a canonização de Anchieta, a procura deverá aumentar. Temos, no Brasil, dois


centros em que isso ocorre: o Pateo do Collegio, onde Anchieta viveu ainda jovem, e uma outra casa dos jesuítas no Espírito Santo, na cidade de Anchieta, que antes se chamava Reritiba, local onde ele morreu. Esses dois lugares são referências quando se fala em José de Anchieta. Nunca fizemos propaganda para que as pessoas necessitadas viessem aqui, elas vêm espontaneamente. Todos os dias, depois da missa do meio-dia, quando desço para cumprimentar os fiéis, ouço casos de pessoas que vieram orar e pedir a intercessão de Anchieta por causa de alguma enfermidade, alguma dificuldade da vida. Não saberia dizer quantas pessoas procuram a nossa igreja em busca de intercessão de Anchieta, até porque muitos chegam aqui e fazem suas orações sem nada nos dizer. Com a canonização, mais pessoas deverão procurar o Pateo do Collegio. Vocês estão se preparando para isso? O Pateo do Collegio já tem uma estrutura para acolher as pessoas, tanto no museu, como na sala do oratório. De imediato, o que vamos promover para acolher melhor as pessoas é uma reforma no oratório, prevista para maio. Não queremos fazer agora, pois estamos no período da Quaresma, período em que a Igreja recomenda certa

moderação, inclusive nas manifestações religiosas. A reforma do oratório estará pronta para as comemorações da festa de Anchieta, que continuará sendo no dia 9 de junho. O senhor diz que muitos não conhecem a vida de Anchieta, mas as pessoas conhecem menos ainda o padre Manuel da Nóbrega, que também foi um personagem importante, não é mesmo? Sim, a figura do padre Nóbrega foi fundamental. Anchieta não seria o que é e como é reconhecido hoje se não fosse o padre Nóbrega, que era o provincial da época, e como tal era quem destinava as missões para os jesuítas do grupo. Destinando Anchieta para esta ou aquela missão, fez com que ele pudesse usar e desenvolver as suas aptidões naturais e sobrenaturais. Quando reconhecemos a santidade de padre Anchieta, em minha opinião, abençoamos o padre Nóbrega e reconhecemos o seu grande valor, pois se ele tivesse “segurado” Anchieta, certamente não estaríamos falando dele hoje. Os jesuítas parecem estar ganhando evidência. O papa Francisco é dessa ordem, assim como padre Anchieta. Como o senhor, também um jesuíta, vê isso?

Primeiramente, eu responderia como o padre-geral disse quando da eleição do papa Francisco: internamente, nada muda na Companhia de Jesus, ela continuará como sempre foi, fiel à Igreja, e estará sempre a serviço do Romano Pontífice. Em segundo lugar, evidentemente, a eleição do papa Francisco, a canonização de São Pedro Fabro e agora de São José de Anchieta reacendem um vigor na Companhia, e essa é uma grande oportunidade para que ela possa desenvolver ainda mais o seu dinamismo apostólico a serviço da Igreja. A Companhia não vê nenhum privilégio, ela continuará humilde e reconhecendo que tudo é dom de Deus. Não queremos cair em vaidade, mas ver isso como uma oportunidade de servir melhor à Igreja e ao povo de Deus. Em sua opinião, qual a importância da canonização de Anchieta nos dias de hoje? Acho que há duas questões sobre Anchieta que, para o nosso tempo, são fundamentais. A primeira é que, em um tempo em que achamos que dependemos sempre de altas tecnologias para viver, em um tempo em que estamos fechados em nós mesmos e cada um defende os próprios interesses, quando há a absoluta primazia do indivíduo em detrimento da coletivi-


cantavam para transmitir conteúdos da doutrina cristã. Assim, parece-me que a canonização de Anchieta nos desperta para algo que é indispensável aos dias atuais, que é o diálogo com a cultura. Falamos muito de Anchieta como catequista, mas fazer a relação de Anchieta com a cultura abre uma dimensão muito maior e urgente. Anchieta se utilizou da cultura para evangelizar, usou a linguagem própria dos povos para transmitir a doutrina cristã. Em resumo, eu diria que o ser humano só encontra a felicidade na sua doação ao próximo; e em segundo lugar, Anchieta é inspirador na medida em que nos põe diante da urgência de dialogar com a cultura.

dade, acredito que a canonização de Anchieta seja inspiradora, pois se trata de fazer da vida um dom para o outro. Ele viveu em um tempo com poucos recursos, a cidade de São Paulo começou de uma cabana de 14 por 10 passos. Anchieta foi capaz de utilizar o que ele tinha de melhor para poder servir, e provavelmente ele fez mais do que nós fazemos hoje, com tantos meios disponíveis. A escassez de recursos não é um empecilho para podermos desenvolver a nossa ação

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missionária, pelo contrário, ela pode mover a criatividade. Qual a segunda questão? A segunda questão, que me parece fundamental para o tempo de hoje, é essa dimensão cultural da vida de Anchieta. Ele vai se utilizar de suas habilidades de escritor para, em seis meses, fazer uma gramática em tupi; ele vai se utilizar de suas habilidades literárias para escrever o Poema à Virgem Maria, e se utilizar das modinhas que os índios


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FAMÍLIA

DIÁLOGO, INSTRUMENTO DE PAZ NA FAMÍLIA “Procurai a paz com todos [...].” Hb, 12, 14 Fernando Boing – ex-aluno do Colégio Catarinense, pai de ex-aluno e médico pediatra.

Convidado a escrever um texto que falasse sobre o diálogo como instrumento de paz nas famílias, procurei identificar, no Dicionário Aurélio, as definições para as palavras PAZ e DIÁLOGO. A PAZ significa a “ausência de conflitos entre as pessoas, o bom entendimento, a harmonia, a concórdia”; o DIÁLOGO se refere à “fala entre pessoas, à conversação, à troca de ideias, de opiniões e de conceitos, visando a solucionar problemas, [a promover] o bom entendimento e a harmonia.” Refletindo sobre essas definições, lembrei-me de que li, certa vez, um artigo cujo autor fala, em tom jocoso, que Deus, por ocasião da criação do mundo, deu duas orelhas e apenas uma boca ao homem, para que ele soubesse escutar mais do que falar. Desse modo, podemos ratificar como verdadeira a afirmação: DIÁLOGO – INSTRUMENTO DE PAZ NA FAMÍLIA. A partir dele, tudo termina bem, uma vez que, na família, o diálogo promove o entendimento, a harmonia, a concórdia, semelhantemente a uma empresa, cujos sócios se reúnem com certa periodicidade, a fim de discutirem metas de produção, aquisição de novos equipamentos ou aumento salarial de funcionários. Nesse contexto, aqueles que acompanharam atentamente as mudanças sociais nos últimos 50 anos tiveram a

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oportunidade de presenciar uma revolução tecnológica sem precedentes no campo da informação. Do telefone a cabo e do rádio, passou-se à TV, à telefonia sem fio, ao computador, e não se conteve mais essa explosão, que fala a linguagem dos gigabites. Laptop, tablet e IPod são nomes que estão na boca das crianças desde seus primeiros anos de vida. Paradoxalmente, o efeito que esse fato poderia causar no âmbito de nossas famílias não se verificou. O núcleo familiar da minha infância, cujas refeições reuniam toda a família em volta da mesa, desapareceu. As conversas diárias, as novidades sobre a escola, a realização conjunta de pequenas tarefas domésticas, a missa dominical, as festas da Igreja, o passeio ocasional com a família à casa de algum parente, a oração noturna, realizada diante do altarzinho com os santos de devoção da mãe, e o tradicional pedido de bênção aos pais são práticas que já não se realizam nos dias de hoje. Assim, no século da comunicação, tornou-se quase impossível o diálogo entre pais e filhos. As trocas de ideias, a discussão sobre algo importante na vida da família, os planos importantes na vida dos casais, as tomadas de decisões que envolvem a aplicação do dinheiro, as férias, poucas vezes são discutidas no âmbito da família.

Essa situação é reversível, mas é preciso coragem para tomar uma decisão sobre o assunto. Nossas famílias já sofreram muito por essa falta de comunicação. É preciso dar um basta a esse mutismo, uma tomada de decisão radical. Como realizar, contudo, tamanho desafio? Talvez, à revelia da vontade daqueles que não têm tempo, convocar a família para um jantar fora de casa, sem nenhum motivo aparente, e então lançar a isca para atrair a atenção de todos, começando por tratar de amenidades, pode ser uma medida efetiva no resgate das relações familiares. É possível, em um primeiro encontro, refletir sobre temáticas importantes para os filhos: a viagem de férias, o passeio à Flórida com o grupo de amigas, a desejada bateria para a banda de rock. Existem certas exigências para que os participantes do grupo aceitem o desafio: é necessário abrir o coração, ser humilde, estar disponível para falar e ouvir. É essencial que haja autoconhecimento e aceitação das próprias fragilidades e limitações; no diálogo, não há conquistadores nem conquistados, mas um compromisso assumido por todos em vista da causa comum. Todo esse processo exige amor, humildade, fé, confiança, esperança e pensamento crítico; é imprescindível


aceitar o outro com suas virtudes e seus defeitos. No diálogo, os filhos aprendem a verbalizar seus sentimentos, portanto, o objetivo não deverá findar-se em convencer, como nos debates, tampouco confundir-se com um monólogo ou com o ensino. Em situações assim, a atenção de todos e o silêncio são elementos essenciais para a realização do diálogo, pois é necessário dar tempo aos outros para que entendam o que foi dito. Por fim, lembremo-nos de que Jesus prometeu estar junto onde dois ou mais se reunissem em seu nome; vamos pedir, portanto, Sua assistência em nossos encontros. O padre Henri Caffarel, francês, foi o fundador do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, presente no Brasil desde 1950. Para os casais que pertencem ao Movimento, entre as exigências que o casal vive em sua espiritualidade, está o que se chama de “O DEVER DE SENTAR-SE”, do qual tomamos alguns tópicos para escrever este texto.

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ENQUETE

NO SEU DIA A DIA, O QUE VOCÊ FAZ PARA PROMOVER A PAZ? “Tento não entrar em conflito com os meus amigos.” Carolina Boppré – 1ª série A

“Tento tratar todo mundo da melhor forma possível, levando o bem a todos, e não somente a quem me interessa.” Maria Cecilia – 9º ano B

“Faço coisas simples e legais às pessoas.” Monique Lambert – 9º ano B

“Aprender a dividir as coisas com os outros.” Yasmin – 4º ano E

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“Quando observo pessoas discutindo, eu pergunto o que está acontecendo e tento ajudar a resolver o problema.” Paris Becker – 3º ano D

“Não falar mal dos amigos.” Rafael Lemos – 9º ano A

“Sou boa com as pessoas, fazendo o bem a elas.” Rafaela Lange 9ª ano A

“Procuro me preservar, não fazendo inimizades ou revidando com atitudes erradas. “ Theo Seara – 1º série F

“Procuro ajudar os amigos nas dificuldades.” Vinicius Carvalho – 9º ano A

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PEDAGOGIA

hora do conto Jeanice Schmidt Bulik - Orientadora Pedagógica

O silêncio invadiu a sala de aula. A luz foi se apagando... Era a professora convidando os alunos a mergulharem no mundo das fantasias e da imaginação. Começava a Hora do Conto. A curiosidade foi tomando conta dos alunos, que de olhos atentos esperavam ansiosamente o que iria acontecer. Esse momento faz parte do dia a dia escolar, pois contribui de maneira significativa na aprendizagem infantil. Na Hora do Conto, príncipes, princesas, animais encantados que falam e agem como humanos, velhos sábios e bruxas criam vida no imaginário e despertam a curiosidade e a criatividade de nossas crianças. O aluno, cada vez mais, ouve histórias que mexem com suas emoções, seus sentimentos e seus problemas. São histórias imaginárias, contos de fadas, narrativas, diálogos que ensinam realidades do mundo e de novos saberes. As personagens das histórias podem ensinar que a criança é capaz de transformar tudo e todos; podem ensinar, por exemplo, o caminho do bem e do mal, do certo e do errado. Como bem ressalta Gislayne Avelar Matos, em seu livro A palavra do contador de história, “os contadores de histórias são guardiões de tesouros feitos de palavras, que ensinam a compreender o mundo e a si mesmos. Eles semeiam sonhos e esperança. São carinhosamente chamados de ‘gente das maravilhas’ pelos árabes.” (MATOS, 2014 p. 1). A Hora do Conto permite, ainda, que a criança vá além da sua imaginação, criando novas personagens e recriando outras histórias. Ao assistir à Hora

do Conto sobre as bruxas de Franklin Cascaes, na semana do Folclore, promovida pela equipe da biblioteca do Colégio, por exemplo, o aluno Davi Wolff de Abreu, de sete anos, aluno do 2º ano D, disse que na sua imaginação o pescador iria morrer, “... mas ele não morreu, ainda bem. Na minha imaginação eu posso transformar as personagens”. Já para a aluna Bárbara M. Bublitz, sete anos, também aluna do 2º ano D, esse momento é de grande expectativa e emoção, pois permite entrar no mundo de imaginação e da criação. “Quando vai ter uma Hora do Conto na escola eu fico doida e imagino um monte de coisas, pode ser que eu conheça e pode ser que e eu não conheça. Presto bastante atenção na história para ver o que vai acontecer. Depois da Hora do Conto, eu posso imaginar as personagens e criar outras histórias”.

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MEMÓRIA

Conviva com Memória Patrícia Grumiche Silva - Assistente de Biblioteca do Colégio Catarinense

Foi em uma tarde do fim de agosto de 1907 que padre Maute, ao desembarcar no trapiche da Alfândega, fez seu primeiro contato com a cidade na qual exerceria o magistério até 1931. Trazidos pelo navio alemão “Guaíba”, chegaram à Ilha de Santa Catarina nove missionários para a Missão da Companhia de Jesus no Sul do Brasil, dentre os quais apenas Pe. Maute permaneceu. O telegrama do Superior da Missão, entregue no mesmo dia ao então diretor do Colégio Catarinense, Pe. Norberto Ploes, assim dizia: “Fique aí por enquanto só o Fráter Maute”. Seu campo de trabalho no Ginásio logo foi determinado: a música. Em pouco menos de duas semanas, Padre Maute já realizava sua primeira apresentação com os alunos tocando a Marcha Guerreira dos sacerdotes da Ópera Atalia, com piano, harmônio e um coro de violinos. Muitos outros espetáculos se sucederam a esse, todos vivamente comentados pelos seus companheiros de missão em seus relatórios anuais. Não se limitando às dependencias do Ginágio, em 1922 , Maute organizou um grande coro, constituído de vozes de vários colégios para uma grande

polifonia no centenário da Independência do Brasil em frente à Praça XV. Tal foi seu sucesso que o mesmo coro foi convidado a cantar na bênção dos novos sinos da Catedral e na sua inauguração após a reforma, no mesmo ano. Eram as raízes do canto popular em Santa Catarina que aos poucos se fixavam. Na década de 40, Padre Armando Marocco foi quem assumiu os trabalhos com o coral e a orquestra. Em uma entrevista concedida à Revista do Instituto Humanitas Unisisinos no ano de 2005, o jesuíta revelou sua relação com a música, contando sua experiência: “Toda a minha vida se estruturou em um clima de arte musical. Quando trabalhei como estudante jesuíta, em Florianópolis, a primeira coisa que fiz foi montar um coral de alunos. Era um coral a quatro vozes. Também criei uma pequena orquestra. Eu tocava piano e tinha violino, violoncelo, contrabaixo, acordeom, flauta, bateria, clarinete... Tocávamos nas festas do Colégio. Depois disso, deveria fazer meus estudos de Teologia, e nosso padre provincial me disse que eu faria Teologia na Bélgica. Perguntei o motivo, e ele disse que era para eu estudar música”.

Nos anos que seguiram após esse período, a música reapareceu com força na vida escolar, em 1972, com o 1º FESTICOCA – Festival da Canção do Colégio Catarinense – que permaneceu no calendário da cidade por mais de uma década, revelando talentos locais, como o grupo Expresso Rural, premiado no festival de 1982 com a música Sol de Sonrisal. Sempre presente no cotidiano escolar, a música mantém espaço privilegiado ainda hoje. Estimulados pelo compromisso com a formação integral do ser humano, nós, educadores, seguimos acreditando que a música enriquece a vida cultural, estimula a criatividade, a paciência, a sensibilidade, a capacidade de memorização e de concentração dos nossos alunos.


LITERATURA

Obra: “Mentes Inquietas” Autora: Ana Beatriz Barbosa da Silva Editora: Fontanar De fácil leitura e recheado de exemplos reais, o livro aborda o tema do Transtorno de Défcit de Atenção, amplamente diagnosticado em pessoas de variadas idades. A autora Ana Beatriz, que tem Déficit de Atenção, descreve em cada capítulo os principais sintomas do transtorno e as possibilidades de ajuda e tratamento, além da importância do diagnóstico precoce. A médica ainda traz alguns exemplos de pessoas que descobriram o transtorno já na fase adulta e conseguiram recuperar a autoestima, tornando-se profissionais realizados.

Os capítulos são escritos de forma simples, mas não perdem em qualidade informativa nem em profundidade de exploração do tema, brindando-nos, ainda, com trechos de músicas populares que retratam de forma poética a maneira como se sente quem apresenta o transtorno. A leitura desse livro ajuda pais e educadores a perceberem e a diferenciarem os sintomas próprios do transtorno com comportamentos comuns das crianças em fase escolar.

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SUSTENTABILIDADE

MASCOTES LIXO ZERO Guilherme Lamin - aluno 1ª série F do Colégio Catarinense

de acordo com ele, surgiu em sua vida há pouco tempo, quando cursava o oitavo ano do Ensino Fundamental, período em que começou a interessar-se pelos Animes japoneses. O que destaca o talento e o empenho de Guilherme com as artes é que, para cada personagem criado, o aluno executa previamente um estudo detalhado, passando por um processo de realização de vários desenhos até chegar ao resultado final. Guilherme relata que o reconhecimento do seu trabalho o motiva a continuar desenhando e que sua mãe é a sua maior incentivadora.

O Colégio Catarinense, desde o final de 2013, investe na geração de energia fotovoltaica. Esse fato não poderia passar em branco para os alunos. Por isso, o Comitê Lixo Zero está elaborando uma cartilha que contém os principais conceitos acerca dessa modalidade de energia. A Cartilha Solar será a base de referência para as aulas de Educação Ambiental do Projeto Lixo Zero no ano de 2015. O protótipo das placas coletoras já está circulando pelo Colégio e será complementado pela Cartilha.

Produziremos dois modelos diferenciados: um para atingir o público infantil, e o outro, com conceitos de Física e Geografia, mais aprofundado, atenderá aos jovens estudantes. A Cartilha será ilustrada pelo aluno Guilherme Lamin (ver box), que criou os dois personagens principais Photoman e SuperAraxá*. Confira, abaixo, em esboços, os dois personagens. Guilherme Lamin é aluno da primeira série F do Ensino Médio do Colégio Catarinense. O fascínio pelo desenho,

Localizada dentro do Colégio Catarinense ginásio 1 - Horário de funcionamento 9h às 11h30mim | 12h30mim às 18h

Fone: 48 - 3225.6939


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