COMUNICANDO nº 53

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M E M B R O D O G R U P O E U R O P E U D E P E N S I O N I S TA S D A S C A I X A S E C O N Ó M I C A S E B A N C O S

Comunicando 53 Publicação Trimestral • Ano XXI • 2012 (Abril/Junho)

EDITORIAL A

nossa Associação está inserida num país concreto, que tem as suas especificidades, dificuldades e maisvalias. O tempo do “orgulhosamente sós” está passado e teremos de potenciar ao máximo os nossos valores mas também aprender com a experiência dos outros. Daí que seja fundamental a nossa participação em organismos internacionais.

V em

esta escrita a propósito da realização do “XVIII Euroencontro” em Portugal, no passado mês de Abril. Conforme texto que o Presidente do Grupo Europeu teve a amabilidade de nos endereçar (e que publicamos com muito gosto), este encontro foi oportunidade para cerca de 300 aposentados bancários de meia dúzia de países europeus conhecerem as belezas do nosso país mas, sobretudo, reflectirem sobre os problemas que todos enfrentamos.

Tomada de Posse dos Órgãos Sociais da ANAC Como previsto, decorreu no dia 8 de Maio a tomada de posse dos Órgãos Sociais da ANAC para o triénio de 2012/2015. O acto foi presidido pelo nosso sócio e amigo Alves Silva, membro da MAG. Os sócios estiveram presentes em número muito agradável. A CGD fez-se representar através do nosso amigo Dr. Henrique de Melo que pronunciou algumas palavras de muito incentivo e apoio às iniciativas da nossa Associação e desejou as maiores felicidades a todos (O.S. e sócios). A Direcção dos nossos Serviços Sociais também marcou presença através do seu Presidente (Dr. João Martins) e de um dos Vice Presidentes (Dr. Armando Santos). As Estruturas representativas dos Trabalhadores da CGD (CT, STEC e SBSI) também nos honraram com as presenças dos seus Representantes/Amigos. Os “nossos talentos” estiveram muito bem representados pelo Grupo de Cantares, pelos “alunos” do viola e pelo Grupo Coral. Foram três belas actuações que dão bem a ideia da dinâmica e das qualidades artísticas dos nossos Sócios!!! Os próximos anos serão de muito trabalho e de alguns desafios muito importantes para todos. Cândido Vintém

Os resultados destes encontros são levados à Comissão Europeia através de um grupo de pressão que representa 165 organizações idênticas à nossa (o que corresponde a mais de 150 milhões de pessoas com mais de 50 anos de idade). A AGE Plataforma Europeia das Pessoas idosas. A importância desta plataforma é tão significativa que, na sua assembleiageral estiveram presentes o Comissário Europeu para o Emprego e Assuntos Sociais e uma Directora da UE da mesma área. Disso mesmo nos dá conta um outro texto assinado pelo nosso amigo Jean Claude Chrétien.

Portanto, ser Sócio da ANAC não é apenas ter a possibilidade de participar em actividades mais ou menos lúdicas, mais ou menos culturais. Ser Sócio da ANAC é, principalmente, fazer parte de uma grande família de menos jovens que faz pressão junto das instâncias europeias para que os nossos interesses sejam defendidos.

O peso que a nossa Associação pode ter nessa família é o que os nossos Sócios lhe queiram dar. Certo é que ele já é muito grande e tem vindo a reafirmar-se sobretudo nos últimos anos.

O empenhamento deste elenco directivo tem sido muito orientado nesse sentido. No entanto, internamente, também te m o s p re o c u p a çõ e s g ra n d e s , nomeadamente os constrangimentos financeiros que a todos assolam. A concretização do nosso “XIII Encontro Nacional” está muito condicionado pelos “apertos” referidos. Com muito menos disponibilidades, tentaremos que a qualidade do mesmo não seja beliscada. A Direcção


O XVIII EUROENCONTRO, EM LISBOA Em primeiro lugar quero saudar todos os participantes deste Euroencontro por se encontrarem nesta nossa linda cidade de Lisboa que tão bem sabe acolher os seus amigos e visitantes. Portugal está a atravessar mais uma crise cíclica como já aconteceu nos séculos XIX, XVII, XVI ou XIV. Algumas destas crises foram dramáticas e levaram mesmo à perda da soberania nacional. Esta situação é, para a nossa geração, muito pior do que as anteriores porque é mais global e porque simplesmente, estamos envolvidos nela! Durante mais de uma década, os nossos governantes, políticos, universidades, meios de comunicação social, bancos e outros intervenientes sociais criaram em nós a ideia de que podíamos viver sem o passado, que os “yuppies” é que traziam em si o futuro deste país, que as bolsas substituiriam a produção agrícola e industrial e que, portanto, podíamos viver o futuro alegremente, hipotecando-o desde logo. A partir de 2008 começámos a sentir alguns efeitos no nosso quotidiano mas ainda não conseguíamos ver muito claramente pois os novos hábitos de vida ainda não eram questionados. A partir de finais de 2010, os portugueses acordaram para a dura realidade e começámos a sentir que, de facto, o “paraíso consumista prometido” estava em questão. Não perdemos, formalmente, a soberania mas temos uma “gestão controlada” que aperta, sobretudo, a vida das gerações mais idosas. Estas tiveram sempre hábitos de vida muito pouco ligados às “aventuras” atrás referidas. Cremos que esses hábitos serão ainda a “reserva moral” que nos fará sobreviver como pessoas com direito à felicidade. No entanto, estas gerações, não tendo sido causadoras das distorções, têm agora de apoiar financeiramente os filhos e os netos para ultrapassar as situações de desemprego, de doença ou de sobreendividamento. Temos aqui, pois, uma inversão do conceito de solidariedade intergeracional. Reportando apenas às medidas ultimamente tomadas, as reformas dos pensionistas do regime geral (CNP) e do regime estatal (CGA) sofreram, em 2011, um corte de cerca de 50% no subsídio de Natal habitualmente pago. Em 2012 e anos seguintes não serão pagos 2 subsídios e será aumentada a taxa do imposto sobre rendimentos. Tal levará à redução em mais de 20% dos rendimentos

dos reformados. O poder de compra está a ser drasticamente reduzido. Esta situação terá menor impacto nos reformados bancários porque embora os seus Fundos de Pensões tenham sido “nacionalizados” continuarão a ser-lhes pagos os referidos subsídios. Como caso particular, mais gravoso e injusto, aponto o dos reformados do banco a que pertenço (Caixa Geral de Depósitos). O nosso Fundo de Pensões também já tinha sido “nacionalizado” em 2005 mas não iremos receber os subsídios porque somos considerados como funcionários públicos e não como bancários (portanto, o regime aplicado não poderá ser o mesmo que é para os outros bancários). Com as restrições financeiras existentes, o Estado tem vindo a reduzir os gastos. Um dos sectores mais afectados é o da saúde. Desde há alguns anos foi decidido encerrar Centros de Saúde, extinguir valências médicas em pequenos hospitais do interior e, sobretudo, ultimamente, deixar de apoiar as despesas com alguns medicamentos e transporte não urgente de doentes para os hospitais. Sabemos que a população idosa, com menor poder económico, é quem recorre mais a estes serviços dado o seu isolamento e debilidade social. Portanto, é a primeira a sofrer as consequências, deixando de ir ao médico e, mesmo, deixando de comprar e de tomar os medicamentos. É com preocupação que se assiste ao aumento do fenómeno do aparecimento de corpos de idosos mortos há longo tempo nas suas habitações sem que ninguém tenha dado pela sua falta. Portugal é um país tipicamente ordeiro, sem grandes rupturas sociais, marcado aqui e além por episódios dramáticos de violência. Até ao momento, pesem embora todas as dificuldades económicas, podemos dizer que não existe um clima de insegurança preocupante. Estão latentes algumas tensões sociais e, provavelmente, o efeito mais importante entre os idosos, é o aumento da sua taxa de suicídio. Há algumas notícias de assaltos a idosos mas os números estão a nível considerado como normal. É mesmo no seio da família que se assiste ao crescimento da violência contra os idosos. O Observatório Nacional de Saúde publicou um estudo, em Outubro de 2010, no qual se conclui que 40% das casas portuguesas são consideradas como “frias”. Se tomarmos em consideração os baixos rendimentos dos idosos e as formas de construção

tradicionais, concluiremos facilmente que este é mais um factor estrutural onde se sentem dificuldades acrescidas. As consequências, dramáticas, das situações descritas começam a ser visíveis. Durante três semanas consecutivas, no mês de Fevereiro último, morreram em Portugal cerca de 3.000 idosos. Historicamente, a média de óbitos rondava os 1.800 (cerca de 60% daquele valor). Como causas prováveis apontam-se o frio ou um surto de gripe. Entretanto, o Ministério da Saúde está a investigar… As gerações mais idosas já atravessaram momentos muito difíceis, nomeadamente no período da Guerra Civil de Espanha e da II Guerra Mundial, com racionamento de alimentos também no nosso país. Portanto, digamos que os hábitos de vida com dificuldades e recurso a imaginação para ultrapassar as mesmas, fazem parte da sua génese. Em tempos como os que correm, como referi, essa é uma mais-valia importante para enfrentarem o futuro. No entanto, há limites mínimos para a sobrevivência. Portugal é, também, um país solidário. Há exemplos magníficos de solidariedade intergeracional e social como o que nos será trazido aqui pela nossa ilustre convidada (Drª Isabel Jonet). O Banco Alimentar Contra a Fome e todas as instituições que fazem parte do seu universo levam o conforto, os alimentos, a solidariedade e a integração social a milhares de pessoas, sobretudo a crianças, deficientes e idosos. As Misericórdias, criadas há mais de 500 anos, também desempenham um importante papel de integração social e acompanhamento dos idosos. Um pouco por todo o país crescem associações de solidariedade social vocacionadas para os problemas dos idosos. Esta será uma das vias a aprofundar para que as nossas gerações mais antigas se sintam acarinhadas por todos, sem esquecer o papel fundamental que o Estado tem que assumir na defesa dos menos reivindicativos. Claro que o nosso país tem uma história de quase 900 anos e sempre soube ultrapassar todas as dificuldades, mesmo a perda de soberania. Temos esperança de que os nossos idosos, bem como as nossas crianças, sejam beneficiados quando tivermos ultrapassado mais esta fase dura. A “experiência de vida” será certamente muito importante para a preparação do nosso futuro. Obrigado Cândido Vintém – Presidente da ANAC (Portugal)

Ficha Técnica Propriedade da ANAC – Associação dos Aposentados da Caixa Geral de Depósitos II Sede: Rua Marechal Saldanha, n.º 5 - 1.º 1200-259 Lisboa • Tels. 21 324 50 90/1 • Fax 21 324 50 94 • http://anaccgd.blogspot.com • E-mail: anac@cgd.pt Coordenação: Carlos Pereira II Publicação Trimestral II Impressão: Marsil – Artes Gráficas, Lda. - Rua Central de Carvalhido, 374 - 4470-907 Moreira; II Tiragem: 3 500 exemplares II Depósito Legal n.º 55350/92 II Distribuição gratuita aos sócios II Colaboraram neste número: Cândido Vintém; Carlos Pereira; Cremilda Cabrita; Carlos Garrido; Antónia Serrano; Jorge Sebastião, Vital Veríssimo e José Coimbra (Deleg. ANAC Norte).


O XVIII EUROENCONTRO, EM LISBOA O XVIII Euroencontro teve lugar em Lisboa, o segundo organizado em Portugal, contou com a participação de 300 pessoas provenientes dos vários países europeus, membros do grupo europeu. O E u ro e n c o n t ro d e s t e a n o f o i fundamental, porque a crise financeira está a atingir a União Europeia, especialmente os países do sul da Europa. O que devemos reter deste Euroencontro? Por um lado, o compromisso do presidente, Jean Claude Chrétien de continuar a manter a união do Grupo Europeu. Além disso, após um trabalho incansável pelo "grupo de trabalho", formado na Sardenha, foi aprovada e adoptada a nova reforma estatutária iniciada em Olbia. Esta reforma servirá para esclarecer e definir a distribuição de competências do Conselho e da Assembleia e identificar as tarefas associadas aos diferentes órgãos de governo. Ela também adaptou as regras para flexibilizar a tomada de decisões. Uma vez aprovados os novos estatutos, os membros da assembleia designaram os membros eleitos pelas diversas federações com assento na Assembleia ; por Espanha: Luis Antonio Tena Orduña, Felix Martinez Arenas, Angel Begueira Franca, Maria Jesus San José Diez ; por França: Lucien Latrille, Max Pons, Jean Yves Martin e Jean Wojtiuk e Portugal: Maria Cremilda Cabrito, Orlando Santos, Fernando Ribeiro Gonçalves e Fernando Boto. De seguida, os membros da assembleia procederam à eleição dos membros eleitos (designados por outros países sem assento directo na assembleia-geral): Arline Easson (Grã-Bretanha) Ruth Rebert (Alemanha) Egídio Ramondetti (Itália) e Domingo Auyanet (Espanha).

O Conselho de Administração reeleito, ficou composto da seguinte forma: Jean Claude Chrétien (França), presidente ; José Barbera Blesa (Espanha) e Cândido Vintém (Portugal) Vice-Presidentes ; Francisco Ramirez (Espanha) Tesoureiro; Antonio Joaquin Diaz (Espanha) Secretário ; e Francis Bizard (França) como secretário-adjunto. No primeiro dia, o GET (Grupo de Estudos e Trabalho) trabalhou sobre os temas discutidos em Olbia para tirar conclusões sobre as pensões na Europa. Estas conclusões foram apresentadas à Plataforma AGE, a Plataforma para Idosos em Bruxelas, em Maio passado. A outra reunião, a Assembleia Plenária que teve 180 delegados, abordou os seguintes temas: o relatório moral e da atividade do presidente, Jean Claude Chrétien e as comunicações de Ruth Rebert (Alemanha), Egidio Ramondetti (Itália) Cândido Vintém (Portugal) Luis A. Tena (Espanha) e Jean Yves Martin (França) sobre o tema: A crise financeira e os idosos A Dra. Isabel Jonet, o orador deste ano, também participou nas discussões. Tendo trabalhado na Comunidade Económica Europeia, em Bruxelas, em 2003, a Dra. Jonet tornou-se presidente do "Banco Alimentar contra a Fome" e fundou a "Entrajuda", um projeto paralelo para a melhoria da gestão e organização das instituições de solidariedade. Ela criou a "bolsa de voluntariado" e o "Banco de Bens Doados e de Equipamentos." Em 15 de Fevereiro deste ano, recebeu o prémio de Personalidade do ano de 2012 atribuído pela Reader’s Digest internacional.

Pela primeira vez desde a criação do Grupo Europeu, há 18 anos, houve um debate intenso e interessante entre os oradores e a sala. Lado lúdico do Euroencontro: Os participantes tiveram um programa cuidadosamente preparado pelo nosso Vice-Presidente Cândido Vintém. Através deste programa, nós visitámos os locais mais emblemáticos de Portugal: do Rossio a Belém em Lisboa; desde a vila fortificada de Óbidos ao Mosteiro da Batalha passando pelo porto de pesca da Nazaré e o Santuário de Fátima; Évora (a capital do Alentejo) com o seu templo romano e a Capela dos Ossos; e do Estoril a uma adega Azeitão. A comida também foi ao nível de um país como Portugal. Tivemos a oportunidade de experimentar o bacalhau (bacalhau, prato tipicamete Português), a ginginha, licor de cereja servido em copos de chocolate, o Moscatel de Setúbal e os vinhos de Azeitão. Fechando este Euroencontro, foi realizado um jantar de gala que contou com a presença do presidente da Caixa Geral de Depósitos (250 agências em todo o mundo) e o director de recursos humanos desta instituição. O toque final (a cereja no topo do bolo) foi dado por um grupo de artistas que nos mostraram o Fado de Lisboa e o de Coimbra. Em 2013, o nosso próximo encontro terá lugar possivelmente na Costa Brava (próximo de Barcelona, Espanha), fazendo uma pequena incursão em França, na zona do Languedoc.

JC CHRÉTIEN Presidente do Grupo Europeu

“ CRISE FINANCEIRA E OS IDOSOS ” (€uroencontro, 18.04.2012, Lisboa) Minhas Senhoras, Meus Senhores, Começo por agradecer à excelente organização deste Euroencontro o amável e lisonjeiro convite que me foi efectuado para participar. Vou tentar debater o tema proposto, com toda a humildade, consciente das minhas limitações perante tão distinta audiência. Olharei primeiro para a crise e as reflexões que a mesma me suscita sobretudo para a população sénior. Falarei depois do papel que este segmento etário e a chamada sociedade civil podem ter na saída da crise. Poderia talvez ter optado por uma exposição sobre as consequências para aqueles que, depois de uma vida inteira

a trabalhar, frequentemente muitas horas para além do convencionado, com prejuízo do tempo que dedicaram às suas família e a si próprios, anteciparam uma reforma sossegada com prestações certas e suficientes para todas as suas necessidades. E que agora assistem com alguma ansiedade à incerteza do modelo, fruto da crise financeira que assola o mundo de forma avassaladora e dolorosa. Mas quero antes disso fazer uma confissão. Acredito nas qualidades da economia de mercado. Acho por isso que sou liberal, embora o conceito esteja um pouco fora de moda e assumi-lo hoje em dia seja quase fonte de vergonha. É aliás por essa a razão que prefiro a “sociedade civil” ao papel crescente do Estado. (Continua na página seguinte)


(Continuação da página anterior)

Por outro lado, sei que as crises, embora cruéis para muitos daqueles que as experimentam e lhes sofrem as consequências, são necessárias e trazem no seu âmago o elemento regenerador e a mola precursora do desenvolvimento que faz as sociedades pularem, avançarem e criarem mais riqueza e emprego. Não estou com isto a procurar minimizar a dimensão e o impacto da presente crise. Nem vou fazer libelos acusatórios e tentar encontrar responsabilidades. Prefiro evitar a discussão no plano teórico, que me parece estéril e pouco construtiva. A verdade pura e dura é que está aí a maior e mais global crise económica e financeira que porventura alguma vez conheceu o Mundo – e não estou certa que já estejamos a “ver a luz ao fundo do túnel”, ao contrário daquilo que muitos procuram forçar como percepção, assim trocando desejos pela realidade.

rendimentos cada vez menores; os segundos, frustrados nas expectativas que falsamente foram construindo, de um mundo onde tudo parecia fácil e garantido, podem mesmo gerar revoltas sociais, como já se assistiu em alguns países. A nível mundial, nos países menos desenvolvidos, com a existência de grandes sectores da população mundial já muito abaixo do limiar da pobreza, esta crise tem o potencial para induzir consequências devastadoras. Não é possível aos Governos esquecerem essa realidade e o potencial de enorme disrupção que pode resultar de uma respectiva incapacidade em a enfrentar de modo adequado. Esse é o papel insubstituível do Estado, que deve contudo ser exercido de forma comedida e sob vigilância.

Assim, ao invés, aquilo que me parece interessante é que todos nós procuremos encontrar soluções que ponham fim à crise e que, sobretudo, preparem um advir em que seja menor a probabilidade de recorrência de situações desta natureza. E aqui creio que os idosos têm um papel impar a desempenhar.

E nós, sociedade civil, qual é o papel que, individual e colectivamente, podemos desempenhar para contribuir para a resolução da crise e para que, solucionada esta, outra não lhe venha a suceder, porventura a curto prazo e ainda mais violenta?

A minha experiência profissional mais recente expôs-me à evidência que os recursos são ainda mais escassos do que aquilo que suspeitamos, apesar da cultura de esbanjamento e do “faz de conta” que grassa nas nossas sociedades, que, por isso mesmo, nos limita na capacidade de discernir a realidade. E que, decerto ainda mais grave, esses recursos estão ainda pior distribuídos do que pensamos.

Não creio que esse papel seja despiciendo, antes pelo contrário. Passa por recusar a facilidade e o facilitismo. Significa alterar hábitos instituídos e sobretudo “cair no real”, reeducando comportamentos e readquirindo sobriedade na forma de viver, nas opções pessoais. Há que voltar a incutir valores, nomeadamente o respeito pelos outros e pela natureza, a verdade, a justiça, a tolerância, a partilha, e invertendo o espírito consumista e imediatista que impera nas sociedades actuais, de forma transversal, sem medir consequências nem efeitos a nível individual ou colectivo.

E essa experiência mostrou-me também que é possível fazer melhor. Acredito com convicção que a situação que vivemos constitui uma oportunidade única para reflectirmos naquilo que vimos fazendo erradamente e para rectificarmos um curso que, mais tarde ou mais cedo, com mais ou menos crises, mais ou menos profundas, nos conduzirá certamente – sem pretender desempenhar o papel do “velho do Restelo” – ao abismo enquanto sociedade e civilização. Estou sinceramente convencida, que uma parte da receita para resolver a presente situação, e para limitar a probabilidade de uma recorrência tão impactante como esta, passa por entendermos todos, nos planos colectivo e individual, que necessitamos de fazer um esforço para regressar à “essência das coisas”. Admito que, entretanto, o Estado deverá reassumir uma parte das suas responsabilidades, substituindo-se à iniciativa privada, incrementando o seu papel de regulador, em suma, aumentando o défice e a dívida públicas, para nos aliviar o presente, o que, tenhamos todos consciência disso, sempre significará, por contrapartida, onerar o futuro e a conta que será apresentada para que os nossos filhos e netos a paguem, pese embora sem qualquer responsabilidade pelo sucedido. Teria, sobretudo, desejado evitar que a nossa geração legasse esta herança aos nossos descendentes. E que não existisse até qualquer ameaça para os nossos pensionistas. Não vejo contudo que haja alternativa. É também crucial fazer face ao desemprego, sem contudo recorrer a fórmulas fáceis, mas propiciadoras de comportamentos acomodatícios. O desemprego vai com efeito continuar a alastrar designadamente a muitas famílias da chamada classe média, à partida sobreendividadas – aliciadas por uma miragem de consumo fácil – que verão o seu poder de compra efectivo drasticamente reduzido e o padrão de vida a que irrealisticamente se haviam habituado necessariamente alterado. Há também neste contexto que não esquecer outras camadas da população mais desfavorecidas, precisamente as mais afectadas por esta crise e de que menos se ouve falar: os idosos, muitas vezes pouco qualificados de um ponto de vista tecnológico, e os jovens recém-chegados ao mercado de emprego. Os primeiros, não possuem grande capacidade de reacção e vão, uma vez mais, aguentar os efeitos da crise, com

É neste retorno à “essência das coisas” que antevejo como essencial o papel dos mais velhos. Desde logo porque tendo vivido de outra forma e tendo agora mais tempo e distanciamento afectivo, possuem uma vantagem incomparável: podem ter uma melhor percepção dos problemas e das melhores formas de os solucionar. Porque já os viveram. O seu grande valor acrescentado está precisamente ai. Serão em muitos aspectos mais eficazes e credíveis do que qualquer outra faixa etária para levar por diante uma agenda que promova o desenvolvimento sustentável global, tanto à escala nacional como internacional, com tudo o que isso implique. E para dar um exemplo aos mais jovens. Alertando para a importância de se viver com valores que hoje parecem não ter sentido mas que são o suporte de todas as sociedade as que se querem sustentáveis. E estamos a falar não só do seu papel no âmbito nacional, sobre a redistribuição da riqueza à escala global e as questões ambientais, como também na respectiva contribuição para a resolução de graves carências sociais a nível nacional, ou ainda no seu contributo para colocar o enfoque da atenção pública e mediática nas externalidades sociais e ambientais pondo o acento tónico nesse conceito tão actual como promissor do voluntariado e do envelhecimento activo. Esta é uma realidade, uma evolução que, em meu entender se tornará ainda mais evidente – e é desejável que assim seja – nestes tempos em que procuramos não apenas uma saída duradoura para a crise, mas sobretudo uma via sustentável. Estou convencida que é no aproveitamento de todos, jovens, e idosos, na combinação e ponderação apropriadas entre o papel inevitável do Estado e necessário da sociedade civil e da iniciativa privada na ultrapassagem desta situação de crise económica e financeira que está a grande oportunidade que não podemos deixar passar em claro, sob pena de desperdiçarmos uma oportunidade única, deitando muito a perder. Está nas nossas mãos contribuir para superar este desafio. Muito obrigado. Isabel Jonet


ASSEMBLEIA-GERAL DA AGE Plataforma Europeia das Pessoas Idosas A AGE Plataforma Europeia das Pessoas idosas realizou a sua Assembleia-Geral Ordinária, em Bruxelas, nos dias 9, 10 e 11 de Maio, nos salões do Hotel Bedford. Estiveram presentes cerca de 130 pessoas, representando 27 associações membros de países da União Europeia. O Presidente Jean Claude Chrétien representou o Grupo Europeu de Pensionistas das Caixas Económicas e Bancos. PARTICIPAÇÃO DA COMISSÃO EUROPEIA Dois funcionários da Comissão Europeia apresentaram as directrizes e prioridades para a Europa em matéria de política social, especialmente para os idosos:

• Lutar contra a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. A inclusão social e a luta contra a pobreza • Aumentar a consciencialização sobre o contributo das pessoas idosas. • Lutar contra o isolamento de pessoas idosas e das mulheres. • Intervir junto dos governos para estabelecer metas para reduzir a pobreza por faixa etária e por sexo • Definir o cabaz mínimo de bens e serviços de que todos precisam para envelhecer com dignidade.

O Sr. Laszlo Andor, Comissário Europeu para o Emprego e Assuntos Sociais destacou os elementos-chave para os próximos anos: principalmente o crescimento, o emprego, as necessidades de financiamento para a protecção social, num ambiente de crise financeira e económica.

Reformas • Permitir que as pessoas mais velhas possam trabalhar por mais tempo • Organizar debates sobre a reforma das pensões. Eliminar as desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho e sistemas de pensões, a fim de reduzir o fosso entre as pensões de mulheres e homens

A Sra. Linda Samuel, directora de Emprego e dos Assuntos Sociais da Comissão Europeia, em seguida, referiu-se à criação de um índice para monitorar as políticas sociais dedicadas a idosos, para apoiar a Comissão no âmbito do Comité das Regiões, para cidades com planeamento mais bem adaptado às alterações demográficas. Ela também deu informação sobre iniciativas relacionadas com 2012 – Ano Europeu para o Envelhecimento Activo e a Solidariedade Intergeracional.

Cuidados de saúde de longo prazo, a luta contra os abusos sobre idosos • Desenvolver uma parceria europeia para os serviços de saúde e estratégias nacionais para melhorar a qualidade de cuidados de longo prazo e bem-estar e a dignidade das pessoas idosas. Combate ao abuso sobre idosos • Garantir o acesso aos cuidados de saúde e de longa duração com qualidade.

SESSÕES DE TRABALHO Durante estes dias, os diversos representantes participaram em várias sessões de trabalho para elaborar, a partir do relatório dos membros e peritos da AGE, sugestões, suportá-las, complementá-las, de modo a contribuir para o desenvolvimento de declaração AGE 2012. O objetivo dessas sessões foi o de apresentar as recomendações da AGE para criar uma Europa para todas as idades em 2020 assim como os nossos compromissos para os próximos anos.

Direitos humanos e não discriminação • Enquanto Plataforma AGE, influenciando o debate sobre os direitos dos idosos realizado na União Europeia, Conselho da Europa e nas Nações Unidas • Fazer campanha para obtenção de uma directiva sobre a abolição dos limites de idade em seguros de viagem intercomunitárias. • Fazer campanha para a adopção de legislação europeia que lute contra a discriminação com base na idade no acesso a bens e serviços essenciais a fim de dar resposta às necessidades de uma população em envelhecimento

PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES para a atenção dos decisores políticos europeus e nacionais. Os membros da AGE Plateform devem fazer campanha, tanto ao nível nacional, como regional e local para incentivar a UE e os Estados-Membros para estimular o crescimento, o emprego e a coesão social. AGE pretende desenvolver uma nova sociedade baseada mais na solidariedade entre gerações, em vez de exclusivamente centrada em medidas de austeridade. COMPROMISSOS da AGE e dos seus membros para 2012/2013 Os compromissos AGE e dos seus membros a nível europeu e nacional baseiam-se em seis pontos seleccionados pela plataforma. • Emprego • A inclusão social e a luta contra a pobreza • Reformas • Cuidados de saúde de longo prazo, e a luta contra abusos sobre idosos • Direitos humanos e não discriminação • Criar uma sociedade para todas as idades. Emprego • Promover mercados de trabalho e locais de trabalho adaptados aos idosos e reconhecer que os trabalhadores mais velhos devem continuar a ser o alvo principal do Fundo Social Europeu e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional

Criar uma sociedade para todas as idades • Responder ao apelo para o compromisso da Comissão Europeia para o envelhecimento activo e saudável. Criar uma rede virtual para uma relação estreita entre a OMS e as autoridades locais e regionais. • Criação pela plataforma AGE de um grupo de trabalho encarregado de acompanhar de perto as acções e metas para a mudança demográfica. Em conclusão, este encontro anual permitiu obter informações muito completas sobre as questões sociais no seio da União Europeia e delinear o programa de trabalho da AGE para 2012 e anos subsequentes. Jean Claude Chretien Presidente do Grupo Europeu

NOTA: Plataforma AGE Europa é uma rede europeia de cerca de 165 organizações de e para pessoas com idade 50 +, que visa dar voz e promover os interesses dos 150 milhões de cidadãos seniores, na União Europeia e aumentar a sensibilização sobre as questões que dizem respeito à maior parte deles. O Grupo Europeu é uma das organizações filiadas


ACTIVIDADES VISITAS CULTURAIS: - CIDADELA e CASA das HISTÓRIAS – CASCAIS No passado dia 9 de Maio, um grupo de cerca de 25 Sócios deslocou-se a Cascais com a finalidade de visitar a Casa das Histórias de Paula Rego e o Palácio da Cidadela. A Casa das Histórias é uma galeria de arte onde a “nossa” Paula Rego expõe a sua vasta produção artística. Fizemos a visita guiada às obras expostas e ficámos a conhecer melhor esta artista e o seu universo.

- NOITE DE FADOS NA SEDE Decorreu mais uma vez na ANAC, no passado dia 11 de Maio, a 6ª. grande noite de fados, bastante participada pelos nossos sócios, que ouviram em rigoroso silêncio e apreciaram uma agradável exibição e intervenção de um elenco de artistas que nos apresentaram o que de melhor possuem no seu repertório sobre a nossa relíquia nacional e internacional, que é o fado de Lisboa.

Depois do almoço foi a vez de rumarmos até à Cidadela e visitarmos o seu palácio. Palácio que já foi residência de reis e de presidentes da República. Ficámos a conhecer a sua história e a sua beleza. - AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES No dia 10 fomos mais 35 sócios até ao Aqueduto das Águas Livres. Tratou-se de uma bonita visita, com uma perspectiva totalmente diferente de uma zona onde muitos de nós passamos diariamente (vale de Alcântara, Av. de Ceuta, bairros de Campolide, da Serafina e muito mais...).

Vai já sendo hábito termos uma boa adesão dos nossos sócios a este tipo de eventos, ao ponto de se esgotarem as inscrições. É bom sinal, porque, assim, vamos ao encontro das suas aspirações e ajudamos os nossos colegas a passar bons momentos de salutar convívio. Estamos, assim, muito satisfeitos por contribuirmos para o seu bem-estar e vamos continuar a apresentar, sempre que possível, estas agradáveis noites de fado. Jorge Sebastião - RECEPÇÃO A NOVOS APOSENTADOS Teve lugar no Auditório Artur Vieira Filipe, na nossa Sede, no passado dia 17 de Maio, a tradicional recepção a novos aposentados.

- COLÓQUIO: PREVENÇÃO DE QUEDAS, PROMOÇÃO DA AUTONOMIA E DO BEM–ESTAR Enquadrado no âmbito do “Ano Europeu para o Envelhecimento Activo”, decorreu no passado dia 10 de Maio, no auditório Artur Vieira Filipe, um colóquio sobre “Prevenção de quedas, promoção da autonomia e do bem-estar”.

Foram expedidas mais de 300 cartas a convidar os colegas que se aposentaram em 2010 e 2011 para estarem presentes neste evento. Infelizmente a resposta não foi tão expressiva quanto gostaríamos!... Aos presentes foi dada a oportunidade de se inteirarem das actividades da ANAC e do Grupo Séniamor e da acção que promovem no sentido de darem vida aos anos. Contámos com a presença do Dr. José Brissos Lino, professor universitário, com várias especializações nas áreas comportamentais e da psicoterapia. Falou-nos sobre a liberdade de escolha e a importância dos caracteres individuais diferenciadores. No decorrer da sessão foram levantadas questões de vária ordem, com relevo para a forma como cada um chega e enfrenta a nova fase da vida que é a reforma. No final também houve momentos de convívio à volta da mesa, como manda a tradição. Cândido Vintém

PASSEIOS:

Este colóquio foi dirigido pela Fisioterapeuta Margarida Paixão (do P.M .de Lisboa dos Serviços Sociais) e contou com a presença de cerca de 50 sócios. Também estiveram presentes o Presidente da Direcção, a Directora Clínica bem como a Fisioterapeuta-chefe dos Serviços Sociais.

- A TOMAR E CRUZEIRO NA ALBUFEIRA DE CASTELO DO BODE Conforme estava previsto, realizou-se no dia 23 de Maio passado, o passeio à sempre bonita cidade de Tomar e à imponente albufeira da barragem de Castelo de Bode. Neste evento, honraram-nos com a sua presença sessenta e cinco associados, que coloriram, com sua alegria e boa disposição, este dia de amizade e salutar convívio.

Foram abordados muitos dos perigos a que os menos jovens se expõem no seu dia-a-dia e a forma de os contornar facilmente (escadas, calçado e outros). O debate foi alargado e muito participado.

O passeio iniciou-se pela manhã, com a tomada dos autocarros no Cais do Sodré. Seguimos viagem pela A1, fizemos paragem técnica na área de serviço de Santarém, continuando logo após, até à bela Nabantina.

No final foi servido um lanche.

A visita à cidade iniciou-se pelo Museu do Fósforo, que a todos surpreendeu pelos milhares de caixas de fósforos, de todo o mundo, que ali se encontram expostas. Vimos ainda a ala do azulejo e olaria que compõem o dito Museu.

A todos os presentes o nosso obrigado pela participação. C. Vintém

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Passeámos pela zona histórica e admirámos, na Praça da República, a Igreja de S. João Baptista, o edifício dos Paços do Concelho e a imponente estátua de Gualdim Pais.

- ISDABE [ I TURNO ] Isdabe! Repetimos, repetimos e não nos cansamos. São sempre 11 a 15 dias de descanso, passeios e bom convívio entre colegas e amigos. Este ano fizemos só 11 dias o que, sem sombra de dúvida, foi pouco! Tivemos sempre óptimo tempo, apenas ensombrado nos primeiros dois dias com nevoeiro, o que nos privou do fogo de artifício em Marbella no início das festas desta cidade. Este ano fomos surpreendidos em Isdabe com as refeições servidas no sistema de self-service, inovação que agradou a todos! Repetimos o Casino, Mijas, Ronda, Marbella, Málaga, Estepona, Puerto Banús e visitámos ainda “Olvera”, uma localidade muito interessante, com o seu Castelo e respectiva Catedral, inserida no conjunto das aldeias por aqui denominadas “Pueblos Blancos”. Também repetimos Gibraltar por ocasião das festas que marcaram a visita dos príncipes Eduardo e Sofia de Inglaterra.

Entrámos na Sinagoga, onde uma excelente anfitriã nos deliciou com uma detalhada explicação dos símbolos e ritos judaicos.

Muito mais haveria a relatar, mas preferimos aguardar as diferentes opiniões dos colegas que nos acompanharam! Até breve, com saúde e vontade de se divertirem.

Após termos saboreado os célebres doces conventuais da cidade, - estrelas de Tomar, fatias de Tomar e o pampilho gostoso – dissemos adeus à ninfa do Nabão e dirigimo-nos céleres para a localidade de Castanheira ou Lago Azul, banhada pelas águas mansas do Grande Lago e embarcámos no célebre barco S. Cristóvão.

Antónia Serrano

Aí então é que foram elas. Ao mesmo tempo que íamos admirando a soberba panorâmica que nos envolvia, íamos lutando denodadamente com as iguarias que nos foram apresentadas pelo simpático pessoal de bordo. Logo após o repasto, teve início o alegre baile , com marchas e tangos, onde todos puderam dar azo às suas competências coreográficas . A festa prolongou-se até às dezassete e picos. E então, cansados mas felizes, iniciámos o regresso a casa. Do cimo daqueles altos montes, olhei para o Lago profundo e, silenciosamente, lhe disse: obrigado amigo...e até sempre. Vital Veríssimo

OS SÉNIORES QUE SE CUIDEM Envelhecimento Ativo Como é do conhecimento geral, e já o referimos aqui no COMUNICANDO [v. Boletim nº. 52], o ano 2012 foi escolhido como o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade Entre Gerações Porquê e o que isto significa. As sociedades atuais, viradas para o desenfreado aumento dos lucros das empresas, consideram o envelhecimento populacional como uma ameaça a esse desígnio e não como algo natural na vida humana. O aumento do número de idosos é considerado um peso sobre as populações ativas e uma das causas da descida das suas condições de vida. Esquecem no entanto a experiência e conhecimentos que podem ajudar os mais jovens, aproveitando o facto dos idosos presentemente envelhecerem com melhor saúde que as gerações anteriores. É verdade que isto acontece não só pela melhoria das condições de assistência médica e medicamentosa que os atuais sistemas de saúde têm permitido, mas também pela mudança de atitude relativamente à forma ativa como presentemente se encara o envelhecimento. Hoje veem-se os menos jovens em muitas áreas de atividade e ocupações. O idoso sentado no banco do jardim é uma imagem que está a desaparecer e a ser substituída pelo idoso ocupado, que adere ao voluntariado, que realiza a sua caminhada diária, frequenta as universidades seniores e algumas vezes ainda trabalha arredondando a pensão de reforma muitas vezes insuficiente. Sendo o envelhecimento um processo gradual, que depende das condições físicas e até hereditárias individuais, pode ser acelerado ou retardado pela forma como se envelhece. A forma ativa, prevenindo as doenças que possam manifestar-se durante a vida, como a hipertensão, a diabetes, o controle dos factores de risco como o álcool em excesso , o tabaco, o sedentarismo, o colesterol elevado. A prática da atividade física e a alimentação saudável, é com toda a certeza uma forma favorável de envelhecer. Não se metam em casa, convivam, movimentem-se e cuidem-se. C. Garrido




ESPAÇO CULTURAL Marionetas do Cosmos Em queda suave vêm do céu silenciosos… meus olhos espantados em assombro siderados mal crêem no que vêem sob a luz esmaecida.

Silêncio nocturno que ninguém ousa ferir são seres do além vestidos de paninho leves, suaves, vêm de mansinho ocupar que espaço na terra resseca?

VILARINHO DA FURNA “Aldeia Comunitária” I.

Situação geográfica-cronológica.

II.

Tipo e consciência do grupo.

III. Valores, modelos de comportamento papéis e funcionamento do grupo. IV. Estruturas e “Status”. V.

Conclusão

Não ouso respirar receando que me ouçam flutuosos os corpos têm o sorriso dos mortos e o desassombro dos vivos em queda suave vêm silenciosos.

Vêm do Céu? Marionetas do Cosmos, Medusas da calma, que trazem na alma? o amor ou o ódio? pousam suaves, silenciosas…

Lisboa, 22 de Maio de 2012 Maria Carlos Lino Aldeia

“Trabalho elaborado no âmbito da cadeira de Sociologia do Curso Humanístico-Filosófico da Universidade Católica Portuguesa, no ano Lectivo de 1969/70, por: José Rodrigues Martins – sócio nº. 2948-1


CONTRASTES Apesar da crise económica, financeira, social e de valores que atormenta a Sociedade em que vivemos, ainda há sectores desta mesma Sociedade para as quais não existem dificuldades e parece viverem num mundo à parte - é o caso do mercado de arte. Recentemente a imprensa noticiou uma licitação muito disputada, numa famosa casa de leilões de Nova York, onde foi vendido pela astronómica quantia de 94 milhões de euros, o celebérrimo quadro “O Grito” do pintor Edvard Munch. Nascido em 1863 na Noruega, as vicicitudes da sua vida viriam a marcar de forma intensa a sua obra. Perdeu os pais, um irmão e uma irmã ainda jovem, acontecimentos que o transtornaram psicologicamente e explicam o ambiente de desepero e preocupação do trabalho de Munch. Influenciado por Van Gogh que defendia, que os nossos sentimentos, diante das coisas, influenciam o modo como as vemos, pois um mesmo objecto ou lugar parecem diferentes consoante o nosso estado de espírito, O Grito, pretende expressar como esse mesmo estado pode transformar as impressões sensoriais. O rosto está distorcido e é como se todo o cenário envolvente se distorcesse também convergindo na cabeça que grita. O quadro foi certamente inspirado pela angústia do artista e pode entender-se como uma representação intensa da consciência moderna, com o homem a viver permanentemente angustiado e alienado. O quadro agora vendido é uma das quatro versões realizadas pelo artista, pintado provavelmente em 1895, e tem na moldura um poema do próprio pintor, que revela o seu estado de espírito e que se reproduz: “Estava a andar na rua com dois amigos. O Sol estava a pôr-se - o céu transformado num vermelho de sangue e senti uma lufada de melancolia - fiquei quieto, cansado de morte - debaixo do fiorde azul escuro e Sangue e Línguas de Fogo Pairavam na Cidade. Os meus amigos continuaram - e fiquei para trás - a tremer de Ansiedade. Senti o grande Grito da Natureza.” Bom seria que cada um de nós, conseguisse expressar de qualquer forma, o seu próprio “GRITO”! C. Garrido


ÚLTIMA PÁGINA PLANO DE ACTIVIDADES ATÉ FINAL DE 2012 2012 Julho

– dias 7 a 16 CIRCUITO PELAS CAPITAIS DO CENTRO DA EUROPA (v. Circular n.º 08/12 de 08.03.12) – dia 21 PASSEIO “ESSÊNCIA DO VINHO” (v. Circular n.º 17/12 de 14.06.12) – dia 25 SALINAS DE RIO MAIOR (*)

Setembro

– dias 3 a 14 ISDABE - II TURNO (v. Circular n.º 04/12 de 06.02.12) – dia a designar COLÓQUIO SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL – dias 29 a 6 Outubro 3º FESTIVAL INTERNACIONAL DE GRUPOS GORAIS E FOLCLÓRICOS - PINEDA DE MAR (BARCELONA)

Outubro

– dia 13 ENCONTRO NACIONAL (*) – dia 19 a 30 CRUZEIRO CARAÍBAS/MIAMI (v. Circular n.º 24/11 de 12.12.11)

Novembro

– dia 10/12 FESTA DE S. MARTINHO (*)

Dezembro

– ALMOÇO-CONVÍVIO DE NATAL (*)

DA INICIATIVA DA DELEGAÇÃO DA ANAC - PORTO: Julho

– dia 12 PASSEIO/CONVÍVIO DE ENTREGA DE TROFÉUS

Agosto

– dias 6 a 9 VIAGEM A BERLIM

Setembro

– dias 3 a 14 ISDABE II TURNO

Outubro

– dias 3 a 8 VIAGEM AOS PICOS DA EUROPA

Novembro

– dia 10 E 11 FESTA DE S. MARTINHO NA BEIRA MEDIEVAL

Dezembro

– dia 13 PASSEIO/CONVÍVIO DE NATAL (*)

(*) Programas a divulgar oportunamente


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