A nossa voz 75

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Título do boletim

EDITORIAL

ELEIÇÕES PARA OS ÓRGÃOS SOCIAIS—2018/2021

Está

nas suas mãos a edição nº 75 Cumprindo a convocatória do Presidente da Mesa da Assembleia Geral, realido nosso boletim.

Esta

edição é dedicada, fundamentalmente, a questões internas como seja o ato eleitoral que decorreu em 07 de maio e através do qual foram eleitos os voluntários que vão dirigir a Associação nos próximos 3 anos.

No entanto, a atividade da ANAC não se esgota internamente e uma das mais importantes facetas da Associação é a representação no Grupo Europeu, onde temos uma presença muito forte.

zaram-se as eleições para os Órgãos Sociais da ANAC para o triénio 20182021. O ato decorreu no passado dia 07 de maio, com votações na Sede e nas Delegações Norte e da Beira Interior. Participaram ativamente 116 Associados que elegeram os seguintes membros dos Órgãos Sociais: MESA DA ASSEMBLEIA GERAL: Presidente: Abílio Alves Silva Vogais: João Alves; José Manuel Ferreira Martins Suplente: Armando Purificação Diegues

Este

ano o Euroencontro decorreu CONSELHO FISCAL: Presidente: em Sevilha e apresentamos-lhe um António Silva Freire resumo do que por lá se passou bem Vogais: como as conclusões elaboradas e Fernando Soares Pinto; Joaquim Pedro Magrito que já foram entregues em Bruxelas. Suplentes:

Ainda a nível interno, queremos dei-

Armando Aníbal Sardinha; Maria Margarida Galvão

xar aqui o apoio da ANAC à posição assumida pela CT, no seu comunica- DIREÇÃO: Presidente: do nº 07/18 sobre os nossos Serviços Cândido Trabuco Vintém Sociais e a nossa disponibilidade Vice-Presidentes: para o diálogo necessário. Maria Cremilda Cabrito Orlando Medeiros Santos (Tesoureiro) Concordando genericamente com o Secretária: seu conteúdo, manifestamos a firme Rosa Maria Loureiro Carvalho vontade de defendermos intransigenVogais: temente os SSCGD. Domingos Borges Martins ; João Daniel de Sousa; José Manuel Coimbra Para o fazer não necessitamos recor- (sediado no Porto) Suplentes: rer às redes sociais com os riscos de Antónia Gertrudes Serrano; João Martins Oliveira; Olinda Fátima Piedade fácil manipulação e desinformação que elas muitas vezes acarretam.

No dia 21 de maio também decorreram as eleições para os Delegados e Sub-

Da

nossa parte temos mantido con- delegados nas Delegações Norte e da Beira Interior. Os eleitos foram: tactos com pessoas e órgãos procurando apurar verdades e sensibilizan- NA REGIÃO NORTE: do-os para o facto de os AposentaDelegado - José Faustino Gonçalves Amaral dos/Reformados serem os que mais Subdelegados - Manuel Augusto A Moreira Freitas; António Alberto S Coenecessitam dos SSCGD e também lho de Lemos; Maria Fernanda Vilarinho Amorim; João Manuel Pereira serem aqueles que SEMPRE lutaram Taborda; António Manuel F Valente; Benjamim Elísio Rodrigues Santos por eles, fosse nos anos 60, nos 80 NA REGIÃO DA BEIRA INTERIOR: ou nos 90 do século passado.

Sim,

porque a história parece que teima em repetir-se no que toca a este assunto...

Estejamos

atentos, esclarecidos e

ativos. A Direção

Delegado - António Peres de Almeida Subdelegados - António Boléo Teles; Dario Monteiro Rodrigues; Maria Helena Sá Valbom; José Manuel Conceição Duarte; António Joaquim; Joaquim Caetano Pereira

A todos desejamos as maiores felicidades e agradecemos também aos membros cessantes a disponibilidade para trabalharem em prol dos Associados e da Associação.


XXIV EUROENCONTRO—SEVILHA, DE 19 A 26 DE MAIO DE 2018 Realizou-se, entre 19 e 26 de maio, em Sevilha, o XXIV também da APRE!. A sua intervenção foi muito aplaudida Euroencontro. e motivou um alargado debate de ideias e de esclarecimentos sobre o tema e também sobre o funcionamento da Plataforma AGE e do Grupo Europeu. O GET (Grupo de Estudos e Trabalho) trabalhou sobre os documentos apresentados e sobre o vivo debate que se estabeleceu no decurso da Assembleia Geral. Foi elaborado um documento final com as conclusões (poderá lê-lo na íntegra nas páginas 6 a 8 deste boletim). Este documento foi apresentado pelo Presidente do GEPCB ao Presidente da Plataforma AGE no decorrer dos trabalhos da VI Conferência Anual da Plataforma que decorreu em Bruxelas no dia 06 de junho.

Este ano estiveram presentes quase 200 participantes. O grupo português contou com 61 presenças, sendo a maior delegação das 6 participantes. Os trabalhos decorreram à volta do tema: “DIREITO À AUTODETERMINAÇÃO DOS IDOSOS AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA”. Os representantes das várias delegações apresentaram comunicações sobre o tema, dando conta da realidade de cada um dos países. A comunicação portuguesa foi elaborada pelo Presidente da ANAC e também Presidente do Grupo Europeu e foi apresentada pela Vice presidente da ANAC - poderá lê-la na íntegra mais adiante.

A componente turística também não foi descurada e, por essa razão, foram visitados vários locais da cidade de Sevilha (com destaque para os Alcázares e a Catedral) e dos seus arredores (Carmona, ruínas de Italica). A gastronomia e o flamengo também fizeram parte do nosso Encontro. O convívio foi um dos pratos fortes e, no final, muitos ficaram com a "lágrima no canto do olho".

Para o ano que vem vamos celebrar o XXV Euroencontro de uma forma que por certo será marcante para todos. Voltaremos a encontrar-nos muito provavelmente a bordo de um cruzeiro ou então numa das cidades mais românticas do centro da Europa. A organização vai tenNa sessão da Assembleia Geral aberta a todos os parti- tar escolher o melhor e o mais acessível... cipantes, esteve presente o conferencista português Dr. Fernando Martins vice-presidente da Plataforma AGE e

Ficha Técnica

Propriedade da ANAC—Associação Nacional dos Aposentados da Caixa Geral de Depósitos * Sede: Av. João XXI, 63—piso –1—1000-300 LISBOA * Tels 217953815 * Fax 218036581 * Email: anac@cgd.pt * Blogue: anaccgd.blogspot.pt * Coordenação - Cândido Vintém * Periodicidade Trimestral * Impressão: Marsil * Tiragem—2.000 exemplares impressos e 1.500 digitais* Depósito Legal nº 55350/92 * Distribuição - gratuita aos Associados da ANAC * Colaboram neste número: Cândido Vintém, Cremilda Cabrito e Orlando Santos

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VI CONFERÊNCIA ANUAL E A.G. DA PLATAFORMA AGE Como estava previsto, realizaram-se nos dias 6 e 7 do corrente, em Bruxelas, a VI Conferência Anual e a Assembleia Geral da Plataforma AGE. O Presidente da Direção da ANAC esteve presente nesses dois eventos, em representação do Grupo Europeu, de que é também Presidente.

que terão lugar no próximo ano. Este documento (manifesto) é um “caderno reivindicativo” dos mais idosos de toda a Europa. Poderá lê-lo (em inglês) ou descarregá-lo em www.age-platform.eu/sites/default/files/ EP_Manifesto2019_FINAL.pdf

Em resumo, é pedido aos futuros membros do ParlaA VI Conferência anual foi um momento muito importan- mento Europeu que se empenhem em: te para a Plataforma AGE (e para todos nós…) pois foi Reforçar os direitos das pessoas idosas atradado mais um passo no reconhecimento do trabalho da  vés do combate ao preconceito e à discriminaPlataforma. O tema era “Apoiando o direito das pesção de idosos; soas idosas à autodeterminação” (dentro da linha do debate do nosso XXIV Euroencontro).  Garantir uma perspetiva de vida no trabalho e Na ocasião o Presidente do Grupo Europeu apresentou criar mercados de trabalho inclusivos; ao Presidente Ebbe Joahnsen as conclusões dos trabalhos do XXIV Euroencontro que se realizou em Sevilha e Garantir uma pensão adequada e rendimento onde estiveram quase 70 dos nossos Sócios e familia-  de velhice para mulheres e homens; res. Nessa reunião estiveram presentes, entre outras indivi-  dualidades de relevo na área social, a Ministra do Trabalho e da Política Social da Bulgária (atual presidência da UE) e a portuguesa Drª Virgínia Brás Gomes, responsável máxima do Comité Económico e dos Direitos Sociais  e Culturais da ONU. Foram discutidos temas como o

Proteger o direito de viver e envelhecer com dignidade por meio de uma orientação adequada centrada na pessoa;

Garantir vidas saudáveis e promover o bemestar para todas as idades;

Permitir o acesso universal a bens e serviços na atual sociedade digital;

Melhorar a inclusão social para pessoas idosas;

Capacitar os cidadãos mais velhos a participarem da vida social e democrática.

Conseguir saúde e cuidados de longa duração acessíveis a todos;

“ageism”, os cuidados paliativos e tratamentos de longo prazo, os direitos civis e sociais, os ambientes amigos A participação nestes 2 eventos é fundamental para a nossa Associação e também para o Grupo Europeu pois dos idosos e dos deficientes. é através dela que fazemos chegar a nossa voz às entiNa Assembleia Geral da Plataforma, além dos assuntos dades políticas que dirigem o futuro desta Europa de organização interna (aprovação de contas, eleição de (Parlamento Europeu e Comissão Europeia). membros,…) foi aprovado o documento que será enviado a todos os grupos parlamentares do Parlamento Europeu tendo em vista as eleições para aquele órgão

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COMUNICAÇÃO PORTUGUESA AO XXIV EUROENCONTRO Com o prolongamento da esperança de vida e com o consequente envelhecimento demográfico, o debate destas questões é fundamental. Antes de nos debruçarmos sobre a questão da autodeterminação dos idosos, haverá que precisar algumas ideias, referindo definições geralmente aceites: AUTONOMIA – É a capacidade de escolher e tomar decisões, com apoio se necessário, de acordo com a vontade e as preferências de cada um; INDEPENDÊNCIA – É a capacidade de realizar atividades da vida diária e de participar na sociedade, com apoio se necessário, de acordo com a vontade e as preferências de cada um. Há muitos trabalhos publicados sobre elas e gostaria de trazer a este Euroencontro dois deles: Um, da ONG HelpAge International (HAI), publicado em janeiro deste ano; Outro, elaborado por um técnico da Plataforma AGE (Borja-Arrue). A HelpAge International é uma rede global de organizações que promovem o direito de todas as pessoas mais velhas a levar vidas dignas, saudáveis e seguras e desenvolve a sua atividade principalmente na América Latina, África e Ásia mas também na Europa. Quando falamos de direitos (e no nosso caso falamos do direito à autodeterminação) teremos sempre de falar sobre a forma como eles são exercidos, na prática, e das condicionantes a esse exercício. Nos trabalhos referidos ressaltam algumas afirmações, proferidas por idosos de vários países com culturas diversas: “Tenho medo que as minhas filhas decidam de repente enviar-me para um lar sem falarem antes comigo “ “O que eu perdi foi a liberdade de escolher, escolher a que horas me levanto, o que comer ao almoço, o que vestir hoje” (cidadãos idosos europeus citados por Borja-Arrue, da Plataforma AGE) “Hoje os meus filhos e os jovens da aldeia já não veem a minha utilidade. Eles tomam decisões sem a minha participação. Eles podem decidir vender algumas das minhas propriedades sem me dizerem nada” (cidadão idoso tanzaniano citado no trabalho da HAI). Por uma análise, ainda que muito rápida e superficial destas afirmações, poderemos chegar a uma rápida conclusão: Na prática, o direito à autodeterminação é cerceado aos mais idosos quer pela família quer pela sociedade Como consequência natural do alargamento do tempo médio de vida existem maiores probabilidades de aparecimento de doenças incapacitantes e, por conseguinte, de redução de autonomia e de independência. São as doenças de caráter neuro-degenerativo, cardiovasculares e outras similares que poderão, naturalmente, condicionar os mais idosos a determinar a sua forma de vida, de estar e de se relacionarem com os outros e consigo mesmos. Contudo, há condicionantes ao direito à autodeterminação que não são, de forma alguma, aceitáveis e sequer

compreensíveis. Exemplos: O preconceito social que se sente desde logo na própria família; O preconceito que a comunicação social e a sociedade civil transmitem; A participação do idoso na sociedade é limitada só pelo facto de não ser jovem; A dificuldade de mobilidade que as nossas cidades colocam aos mais idosos; A perda da autonomia financeira, ainda que o idoso tenha um rendimento razoável. O preconceito social que se sente desde logo na própria família: Muitas vezes, quando uma pessoa atinge uma “idade avançada”, a família deixa de levar em conta as suas opiniões em decisões tão simples como a escolha de refeições, o local e a forma como a família irá passar férias, a distribuição dos espaços na habitação ou mesmo sobre que roupa o idoso pode usar. O preconceito que a comunicação social e a sociedade civil transmitem A imagem dos idosos que a comunicação social transmite normalmente está associada a aspetos negativos – peso das pensões, custo agravado dos serviços de saúde, pouco contributo para o desenvolvimento social, … As entidades reguladoras da economia mundial (FMI ou BCE, por exemplo) consideram sempre, nos seus estudos, que o peso das pensões é um obstáculo para o crescimento da economia… Não há muitos anos, em 2013, no Portugal Democrático, um deputado eleito pelo partido do governo não se inibiu de classificar os idosos como a “peste grisalha que contamina a nossa sociedade” (Carlos Peixoto, deputado eleito pelo PSD, no jornal i, em 2013). A participação do idoso na sociedade é limitada só pelo facto de não ser jovem É sabido que a generalidade das empresas europeias aproveitou a chamada “crise” para “rejuvenescer” os seus quadros. Isso traduziu-se, basicamente, em substituir trabalhadores experientes (com salários quase sempre mais elevados) por outros a entrar no mercado de trabalho (com salários mais baixos). A experiência, o conhecimento ou os “valores de empresa” perderam-se pois a transformação foi feita de forma apressada, muitas vezes com recurso a mão-de-obra temporária e sem ter em conta estes valores. Os mais idosos, que são portadores de todo esse “background” não têm tido possibilidade de transmitir esses valores aos mais jovens, dentro das empresas. No entanto, no meu país, há pelo menos duas áreas onde está a ser aproveitado o histórico destes menos jovens, em ambos com muitíssimo sucesso – o voluntariado social e as denominadas Universidades Sénior. A dificuldade de mobilidade que as nossas cidades colocam aos mais idosos Se repararmos bem no ambiente que nos rodeia, é fácil verificar que as cidades não estão desenhadas para serem amigas dos idosos:  Os passeios estão quase sempre maltratados e o estacionamento de viaturas em cima deles é uma realidade;

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COMUNICAÇÃO PORTUGUESA AO XXIV EUROENCONTRO - cont 

Com a Com a crescente utilização dos meios informáticos, a geração mais idosa (os info-excluídos “naturais”) vai perdendo o acesso a serviços fundamentais pois eles deixam de estar facilmente acessíveis nos locais onde tradicionalmente estavam localizados (bancos, finanças,…) e os idosos são encaminhados para meios que eles não dominam e que os obrigam a expor a sua privacidade a terceiros. Os veículos utilizados nos transportes públicos têm cada vez menos lugares sentados reservados a deficientes e idosos. Os acessos aos mesmos costumam ser demasiado altos para quem tem dificuldade de mobilidade; Os edifícios públicos (serviços de saúde, repartições de finanças, bancos,…) raramente têm acessos apropriados para os idosos e deficientes; Com a crescente utilização dos meios informáticos, a geração mais idosa (os info-excluídos “naturais”) vai perdendo o acesso a serviços fundamentais pois eles deixam de estar facilmente acessíveis nos locais onde tradicionalmente estavam localizados (bancos, finanças,…) e os idosos são encaminhados para meios que eles não dominam e que os obrigam a expor a sua privacidade a terceiros.

decisão. No entanto, em Portugal há exemplos que pretendem dar corpo ao desejo de autonomia e de independência de que os mais idosos necessitam e às quais têm direito. Conjugando o voluntariado, a inter-generacionalidade e a capacidade organizativa dos menos jovens, queria referir dois exemplos:  O GRUPO SENIAMOR do banco onde nós traba lhámos durante muitos anos (Caixa Geral de Depósitos) Um conjunto alargado de voluntários, genericamente com idades superiores a 60 anos, enquadrados por técnicos assistentes sociais dedica uma parte significativa  do seu tempo a acompanhar colegas mais idosos, muitas vezes dependentes de terceiros ou institucionalizados, em atividades tão importantes como ir às compras, ir a  consultas médicas ou tratar de assuntos burocráticos ou, simplesmente ler-lhes um livro ou passar uns momentos juntos.  As UNIVERSIDADES SENIORES espalhadas pelo país (são mais de 300) Existem mais de 300 locais onde os maiores de 50 podem exercer o seu direito à formação e aprendizagem contínuas. O número de “alunos” é superior a 45.000 e os “professores” são mais de 5.500. A perda da autonomia financeira, ainda que o idoso Estas “Universidades” funcionam na base do voluntariado dos “professores” e os “alunos” ‘pagam um montante tenha um rendimento razoável O problema maior, no aspeto financeiro, é a gestão das mínimo mensal apenas para as despesas de funcionaeconomias ou rendimentos gerados ao longo de uma mento. vida de trabalho. São estes bons exemplos que dignificam os mais idosos, Como refere o as empresas, a comunidade e os voluntários que lhes cidadão tanzadão força. niano (antes citado), a família O que podemos fazer para reverter as situações tom a m uitas adversas? vezes decisões sobre o seu  Aproveitar as experiências positivas que já existem património sem em alguns países e alargá-las ao maior número posantes consultar o sível de cidadãos (cidades amigas do idoso, serviços verdadeiro provocacionados para a atenção aos menos jovens,…) ; prietário.  Fazer cumprir o decidido no decorrer da II AssemSão muito bleia Mundial sobre o Envelhecimento, organizada conhecidos os pelas das Nações Unidas em Madrid, em 2002, e casos de abuso reforçado em Lisboa em 2017 (MIPAA); sobre idosos que  Reforçar a representatividade e o trabalho das assose veem subitaciações que envolvem os mais idosos em tarefas tão mente sem bens nobres como o voluntariado ou a aprendizagem conpara lhes garantínua (caso das Universidades Sénior); tir a subsistência  Reivindicar políticas europeias que visem a inclusão porque a família social dos mais idosos e a sua dignificação… necessitou de os utilizar em bene… Para que os idosos sejam mais autónomos e fício próprio, sem independentes. lhe dar conhecimento. A família decidiu, pura e simples- CONCLUSÃO: mente, que o idoso já não ia utilizar esse património até É por termos consciência destas situações, ao fim dos seus dias… condicionantes e soluções que estamos aqui, A necessidade inesperada de recurso a lares ou a acompara discutir aberta e livremente o que querepanhamento especializado, pelos altos custos associamos para o nosso futuro! dos, é sempre um fator limitativo da autonomia financeira Obrigado e da independência que o idoso julgava ter. Nas nossas Cândido Vintém sociedades ocidentais é usual a família internar o idoso Presidente da ANAC (Portugal) e do Grupo Europeu em lares sem que este seja ouvido quando se toma essa

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XXIV EUROENCONTRO – SEVILHA (ESPANHA) 2018 CONCLUSÕES SOBRE: “O DIREITO À AUTODETERMINAÇÃO DOS IDOSOS – AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA”

Com o prolongamento da esperança de vida e com o consequente envelhecimento demográfico, o debate destas questões é fundamental. O envelhecimento da sociedade pode ser, por um lado, considerado como um avanço e, por outro, como um desafio pois pressupõe uma maior exigência social e económica. O verdadeiro desafio é, sem dúvida, manter e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos através de uma cultura de envelhecimento ativo e saudável. Antes de analisarmos a questão da autodeterminação dos idosos, haverá que precisar algumas ideias, referindo definições geralmente aceites: AUTONOMIA – É a capacidade de escolher e tomar decisões por si próprio, com apoio se necessário, de acordo com a vontade e as preferências de cada um; INDEPENDÊNCIA – É a capacidade de realizar atividades da vida diária e de participar na sociedade, de acordo com a vontade e as preferências de cada um. O direito à autodeterminação (i.e., escolher o seu próprio futuro) deve começar a ser exercido o mais cedo possível. Como consequência natural do alargamento do tempo médio de vida existem maiores probabilidades de aparecimento de doenças incapacitantes e, por conseguinte, de redução de autonomia e de independência. São as doenças de caráter neuro-degenerativo, cardiovasculares e outras similares que poderão, naturalmente, condicionar os mais idosos a determinar a sua forma de vida, de estar e de se relacionarem com os outros e consigo mesmos.

O preconceito que a comunicação social e a sociedade civil transmitem A imagem dos idosos que a comunicação social transmite normalmente está associada a aspetos negativos – peso das pensões, custo agravado dos serviços de saúde, pouco contributo para o desenvolvimento social, … As entidades reguladoras da economia mundial (FMI ou BCE, por exemplo) consideram sempre, nos seus estudos, que o peso das pensões é um obstáculo para o crescimento da economia… A participação do idoso na sociedade é limitada só pelo facto de não ser jovem É sabido que a generalidade das empresas europeias aproveitou a chamada “crise” para “rejuvenescer” os seus quadros. Isso traduziu-se, basicamente, em substituir trabalhadores experientes (com salários quase sempre mais elevados) por outros a entrar no mercado de trabalho (com salários mais baixos). A experiência, o conhecimento ou os “valores de empresa” perderam-se pois a transformação foi feita de forma apressada, muitas vezes com recurso a mão-de-obra temporária e sem ter em conta estes valores. Os mais idosos, que são portadores de todo esse “background” não têm tido possibilidade de transmitir esses valores aos mais jovens, dentro das empresas. A dificuldade de mobilidade que as nossas cidades colocam aos mais idosos

No entanto, na prática, o direito à autodeterminação Se repararmos bem no ambiente que nos rodeia, é fácil é muitas vezes cerceado aos mais idosos quer pela verificar que as cidades não estão desenhadas para serem amigas dos idosos: família quer pela sociedade Há condicionantes ao direito à autodeterminação que  Os passeios estão quase sempre maltratados não são, de forma alguma, aceitáveis e sequer come o estacionamento de viaturas em cima deles é preensíveis. Exemplos: uma realidade;  O preconceito social que se sente na própria  Os veículos utilizados nos transportes públifamília; cos têm cada vez menos lugares sentados reser O preconceito que a comunicação social e a vados a deficientes e idosos. Os acessos aos sociedade civil transmitem; mesmos costumam ser demasiado altos para quem tem dificuldade de mobilidade;  A participação do idoso na sociedade é limitada só pelo facto de não ser jovem;  Os edifícios públicos (serviços de saúde, repartições de finanças, bancos,…) raramente  A dificuldade de mobilidade que as nossas cidatêm acessos apropriados para os idosos e defides colocam aos mais idosos; cientes;  A perda da autonomia financeira, ainda que o  Com a crescente utilização dos meios informáidoso possa ter um rendimento razoável. ticos, a geração mais idosa (os info-excluídos “naturais”) vai perdendo o acesso a serviços funO preconceito social que se sente na própria família: damentais pois eles deixam de estar acessíveis nos locais onde tradicionalmente estavam localiMuitas vezes, quando uma pessoa atinge uma “idade zados (bancos, finanças,…) e os idosos são avançada”, a família deixa de levar em conta as suas encaminhados para meios que eles não domiopiniões em decisões tão simples como a escolha de nam e que os obrigam a expor a sua privacidade refeições, o local e a forma como a família irá passar a terceiros. férias, a distribuição dos espaços na habitação ou mesmo sobre que roupa o idoso pode usar. (Continua na página seguinte)

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EUROENCONTRO 2018 – SEVILHA (ESPANHA) CONCLUSÕES SOBRE: “O DIREITO À AUTODETERMINAÇÃO DOS IDOSOS – AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA” -

CONT

A perda da autonomia financeira, ainda que o idoso  A sociedade deve apoiar uma cultura de envelhecipossa ter um rendimento razoável mento ativo e de tomada de medidas para favorecer a boa saúde. Esse apoio deve ser dado nas áreas O problema maior, no aspeto financeiro, é a gestão das sanitária, melhoria do valor das pensões, trabalho, edueconomias ou rendimentos gerados ao longo de uma cação, justiça, habitação, transporte e mobilidade; vida de trabalho. A família toma muitas vezes decisões sobre o seu patri-  Haverá que desenvolver uma atitude positiva, através de atividades que estimulem, envolvam, motivem, mónio sem antes consultar o verdadeiro proprietário. divirtam e, no fim, aproximem o idoso para viver esta São muito conhecidos os casos de abuso sobre idosos etapa nas melhores; que se veem subitamente sem bens para lhes garantir a subsistência porque a família necessitou de os utilizar  É necessária a aproximação dos meios de comuniem benefício próprio, sem lhe dar conhecimento. A famícação social aos idosos para que projetem uma imalia decidiu, pura e simplesmente, que o idoso já não ia gem positiva do “envelhecimento ativo e saudável” e utilizar esse património até ao fim dos seus dias… que popularize essa expressão através de debates A necessidade inesperada de recurso a lares ou a acompolíticos, em fóruns públicos e através da comunicapanhamento especializado, pelos altos custos associação social criando um clima favorável; dos, é sempre um fator limitativo da autonomia financeira e da independência que o idoso julgava ter. Nas nossas  Devemos pensar mais em capacidade do que em incapacidade, considerando os idosos como particisociedades ocidentais é usual a família internar o idoso pantes e contribuintes ativos da sociedade; em lares sem que este seja ouvido quando se toma essa decisão.  É urgente criar ambientes mais adaptados a si para É sabido que as novas gerações têm cada vez mais difimelhorar o seu bem-estar e criar melhores acessos culdade em conciliar trabalho, família e cuidados a idoaos serviços; sos. Por essa razão os idosos terão, no futuro, menos possibilidade de contar com o apoio familiar pelo que  A evolução tecnológica deve estar também ao serterão de recorrer a apoios exteriores. viço da geração mais idosa através da generalização No entanto, por toda a Europa existem muitos e bons de acesso à “internet das coisas”, à domótica, à robótiexemplos de “práticas amigas dos idosos” que podem ca, à inteligência artificial e aos novos sistemas de indicar o caminho para uma “Europa de todas as geracomunicações; ções” que queremos. A geração menos jovem dedica muito do seu tempo livre a ações de voluntariado de  É importante reforçar os programas de telemedicina e teleassistência. É imperioso detetar o mais cedo caráter social. Por outro lado, as chamadas universidapossível a perda de autonomia e estabelecer as medides ou academias sénior desempenham um papel fundadas necessárias para que os idosos mantenham a mental na formação permanente, com as consequências maior independência possível; benéficas no campo da cultura, da mobilidade e também da autonomia, elevando a autoestima e ajudando o idoso  Haverá que promover o envelhecimento ativo, o a manter e desenvolver um círculo social fundamental que vai fazer com que se reduzam os custos dos servipara o seu bem-estar. Também algumas universidades ços sanitários, melhorando a interação social e a saúpúblicas vêm desempenhando esse papel fundamental – de física, mental e psicológica; veja-se o caso da Universidade de Las Palmas de Gran canária que criou o programa “Peritia et Doctrina” direcio-  Deve ser favorecido o envolvimento do idoso na melhoria da sua própria vida social, através de ativinado para os cidadãos com mais de 50 anos. dades que o encorajem e que impulsionem o seu desejo de viver para continuar a ser útil e integrado na Foi para refletir à volta destes temas e das consequênsociedade; cias no futuro da nossa “casa comum” que se juntaram, em Sevilha (Espanha), entre 19 e 26 de Maio de 2018,  Há necessidade de adequação das leis de forma a cerca de 200 aposentados bancários de sete países protegerem o idoso antes de ficar dependente, proeuropeus (representados pelo Grupo Europeu dos movendo a sua autodeterminação, generalizando Pensionistas das Caixas Económicas e Bancos). É em toda a União Europeia a possibilidade de ser defidesta reflexão conjunta que apresentamos as conclusões nido atempadamente o “mandato de proteção futura” abaixo: como sucede em França;

CONCLUSÕES

 Há necessidade de adequação das leis de forma a protegerem o idoso antes de ficar dependente, promovendo a sua autodeterminação, generalizando em toda a União Europeia a possibilidade de ser definido Do conjunto das diversas comunicações apresentadas atempadamente um testamento sanitário com valor pelos Delegados, conclui-se que: jurídico;

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EUROENCONTRO 2018 – SEVILHA (ESPANHA) CONCLUSÕES SOBRE: “O DIREITO À AUTODETERMINAÇÃO DOS IDOSOS – AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA” -

CONT

 É importante o desenvolvimento de uma “rede de serviço” de assistência domiciliária para que o idoso possa permanecer em sua casa. Há que criar as condições de dignidade e de conforto, sempre complementada por uma vida social, atividade mental e (na medida do possível) por atividade física que podem ser desenvolvidas em ações de voluntariado;  O reforço do apoio público no sentido de tomar medidas contra a pobreza dos idosos é fundamental, promovendo locais de assistência e de internamento a custos compatíveis com as suas pensões;  Há necessidade de promoção da solidariedade intergeracional, criando uma sociedade que integre em vez de marginalizar.

EM RESUMO, QUEREMOS QUE: 

Sejam reivindicadas políticas europeias que visem a dignificação e a inclusão social dos mais idosos;

Seja aplicado o decidido na II Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento (MIPAA);

Sejam estendidas a toda a União Europeia as experiências positivas recolhidas pelas “cidades amigas do idoso” que já existem em alguns dos seus países;

Se tenham em consideração os aspetos da saúde física, mental, afetiva e social;

Seja promovido o “bom envelhecimento”, tomando medidas contra o risco de isolamento e conservando uma vida social para retardar a ocorrência da dependência;

Seja reforçada legalmente a representatividade e o reconhecimento do trabalho das associações que envolvem os mais idosos em tarefas tão nobres como o voluntariado ou a aprendizagem contínua. GET – Grupo de Estudos e de Trabalho

ATIVIDADES DA ANAC PROMOVIDAS NA SEDE VIANA DO CASTELO E GERÊS Nos dias 14 e 15 de Abril, decorreu mais um passeio das ANAC, desta vez a Viana do Castelo e Gerês. Em Viana, tivemos oportunidade de conhecer o Navio- Museu Gil Eannes, (ex-navio hospital) que deu apoio aos nossos pescadores de bacalhau nos gélidos mares Nórdicos. A visita ao importante Santuário da Nossa Senhora da Agonia, padroeira dos pescadores e construído no ano de mil e setecentos, consolou o espírito dos devotos que integravam o nosso grupo. Outra surpresa muito agradável foi a visita ao Solar do Louredo, com os seus 60 hectares de vinha e onde se fez a prova do famoso vinho verde. O Parque Nacional da Peneda-Gerês, uma das mais belas regiões do nosso País e também uma das melhores preservadas. Deslumbra pela sua beleza, pelas paisagens, rios cristalinos, cascatas, as bem preservadas aldeias e ainda os seus cavalos selvagens. Houve ainda oportunidade para se visitar o Santuário de S. Bento da Porta Aberta, localizado na freguesia de Rio Caldo, onde anualmente se deslocam cerca de 600 mil peregrinos, oriundos de todo o mundo. A viagem terminou com a visita ao núcleo Museológico de Campo de Gerês.

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ATIVIDADES DA ANAC PROMOVIDAS NA SEDE - Cont. tello-Branco, fomos visitar a famosa feira de Alcongosta. Entre mais cerejas, muita simpatia e algumas divertidas atuações de espontâneos, passámos um excelente dia. Para descansar foi eleito o hotel das termas de Penamacor onde fomos muito bem acolhidos. No segundo dia, Como previsto, os sempre acompanha"nossos talentos" dos pelo Amigo José cénicos apresenLevy Domingos (não taram-se no 1º podemos chamar-lhe Encontro de Teaguia pois ele já é um tro Sénior que “dos nossos”, tal a decorreu na simpatia com que "Casa da Juventusempre nos acompade das Mercês" , nha) foi a vez de no passado dia 21 visitarmos as importantes (em termos de abril. históricos e culturais) aldeias de Castelo Novo, Alpedrinha, Penha GarJuntamente com os "Nossos Talentos" apresentaram-se também os grupos de teatro da cia e Monsanto (onde almoçámos). ARPIAC (Cacém), da ACTIS (Algueirão) e do Ginásio Clube de Queluz. Este foi, sobretudo, um encontro para troca de experiências, para "limar arestas" e também de alegre e são convívio entre os que gostam das Retomando a tradição interrompida no último ano, os nossos Sócios artes dramáticas. O nosso grupo e o seu professor Eurico Leote apresentaram-se a muito deslocaram-se ao sul bom nível e até alguns pequenos lapsos passaram despercebidos aos de Espanha para uns dias de praia, despresentes. No intervalo do encontro os quatro grupos sentaram-se à volta da mesa canso e visitas. Dada a grande e... degustaram um alegre almoço. afluência de inscriExperiência a repetir. Uma das consequências da transferência da sede da Associação para ções, tivemos de o edifício da João XXI prende-se com o facto de as nossas atividades realizar duas deslopoderem ser mostradas aos colegas da ativo, para além do universo cações (uma de 02 a 12 de junho e outra dos Associados da ANAC. de 12 a 22). Foi neste enquadramento Foi quase uma centeque foi traçado um plano de na de Sócios, familiaatuações de cada um dos res e amigos que grupos que representam a desfrutaram de uns Associação (Grupo Coral e excelentes dias de Grupo de Cantares) que calor, praia e … compras. prevê uma apresentação Para que não se passassem os dias inteiros na praia ou piscina (pois pública mensal no espaço não queremos queimaduras solares) foram organizadas visitas a Ronsocial do edifício. da (um dia inteiro), MarEm cada primeira segunda bella e Puerto Banús e feira de cada mês ímpar também a Gibraltar. teremos o Grupo Coral a Porque a região tem ser apresentado no átrio oferta muito variada de frente ao restaurante do locais a visitar, para o piso -1. No mesmo local mas nos meses par é a vez do Grupo de Canano que vem teremos tares. As primeiras apresentações surpreenderam os Associados e oportunidade de visitar Colegas do ativo e sente-se que a adesão do público vai sendo cada novos locais (Mijas, vez maior. Málaga, alguns dos NOTA DE TRISTEZA—já em fase de paginação desta edição, “pueblos blancos”. Vá tivemos a infeliz notícia do desaparecimento dos nossos Amigos reservando já as datas Armando Martins e José Duarte (foto acima) que integravam os de início de junho e de “nossos talentos cénicos”. Para as famílias, transmitimos o nosso setembro do próximo pesar. Perdemos “dois dos nossos”!!! ano.

OS "NOSSOS TALENTOS" APRESENTAM-SE

PRAIA EM FUENGIROLA

FESTA DA CEREJA EM ALCONGOSTA

Foram uns dias excelentes de sol, de convívio e de muita cereja os que os nossos Sócios, familiares e amigos passaram em 09 e 10 de junho. As cerejas foram colhidas em Vale de Prazeres, na “Quinta da Porta”, onde uma família extremamente simpática e trabalhadora nos acolheu. Foram-nos dadas explicações sobre como se cultiva a cereja e também sobre como ela deve ser colhida para que a árvore não sofra. Depois da explicação teórica, passámos à prática e foi uma maravilha de colheita e de … comer. Após um excelente almoço nas instalações do palácio da família Cas-

VISITA AO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA No dia 18 de Março, um grupo de Sócios da ANAC, teve oportunidade de se deslocar ao Museu de Arqueologia, que está inserido no majestoso Mosteiro dos Jerónimos. Apendemos que o Museu Nacional de Arqueologia é o principal museu nacional de âmbito arqueológico em Portugal. Estavam patentes ao público duas exposições temporárias. “LOULÉ. TERRITÓRIOS, MEMÓRIAS, IDENTIDADES” e “ ANTIQUIDADES EGÍPCIAS”. Ambas deram proporcionaram a todo o grupo conhecimentos e informações que nos enriqueceram, proporcionando-nos conhecimentos desconhecidos. Para complementar a visita, nada melhor do que um almoço na turística zona de Belém, que agradou a todo o grupo. C.C.

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Delegação Norte da Anac Resposta à Rubrica “Quem é o Autor ?” A resposta à rubrica “Quem é o Autor?” publicada no último boletim da Delegação Norte da Anac, é a seguinte: António da Costa Neves, Sócio nº 20 da Anac e autor desta rúbrica intitulada “Ao Postigo”. Este poema foi premiado no concurso “Os Nossos Talentos” da Anac. A resposta à rubrica deste número, deverá ser dirigida à Delegação Norte da Anac e será divulgada no próximo número deste jornal.

Ao Postigo

Por Né do Covelo

Batem leve, levemente Como quem chama por mim... São já quase duas mil crianças – os filhos de imigrantes apanhados pela polícia ao tentar atravessar a fronteira– que foram separadas à força das suas famílias e confinadas a jaulas improvisadas em edifícios de antigos armazéns. Nenhum presidente americano se atrevera a lançar mão de medidas tão drásticas e brutais como a “política de tolerância zero” que, apesar da indignação de largos setores da sociedade americana, Donald Trump pretende impor a qualquer custo. Muitos democratas e alguns republicanos, um pastor evangélico apoiante de Trump e até as mulheres de antigos presidentes dos EUA –de Bush e de Carter– demonstraram com desassombro a sua indignação. Julie Hirschfeld Davis e Michael D. Shear, escrevem no “New York Times” de 17 de junho, que os ex-presidentes George W. Bush e Barack Obama consideraram “desumana e politicamente perigosa, a ideia de arrancar crianças em lágrimas dos braços dos seus pais”. Esclarecem também que a lei “não obriga que alguém que tente atravessar ilegalmente a fronteira tenha de ser separado dos seus filhos”. Porém, a nova “política de tolerância zero” determina que os imigrantes ilegais sejam presos

Quem é o Autor? como criminosos. Do que resulta que os seus filhos passam a ser considerados como, “menores estrangeiros não acompanhados” e, como tais, separados da família e colocados sob tutela policial. Sejam refugiados ou candidatos à concessão de asilo, pouco importa! São todos classificados como imigrantes ilegais, são presos imediatamente e submetidos a investigação criminal! Jeff Sessions, ministro da justiça de Trump, invoca o texto bíblico na tentativa de justificar o escândalo, e até cita S. Paulo para exigir cega obediência ao poder constituído. Mais pertinente seria invocar o Velho Testamento e a prudência do rei Salomão. Perante duas mulheres que disputavam a maternidade de um recém-nascido, Salomão, astuciosamente, sugere que a criança seja cortada ao meio para que assim pudesse ser repartida entre as litigantes. Logo a verdadeira mãe abdica do seu direito, por amor ao filho… e o juiz reconhece, por esse gesto, qual delas é a verdadeira mãe. A sabedoria dos juízes bíblicos não comove os dirigentes políticos racistas e xenófobos que, na Europa e no Mundo, se inspiram e se regozijam com a violência desumana da extrema-direita que conquistou o poder com Donald Trump, nos EUA. Nem é

Na rusga há tanto calor, Quando estás à minha beira, Que tenho receio, amor, De me queimar na fogueira. Menina dos tristes olhos Anda saltar a fogueira, Deixa o lírio entre os abrolhos Ser feliz p’rà vida inteira!... Nada há melhor que a noitada Em honra de S. João, Nem como a sardinha assada

E descalcinhos, doridos a neve deixa inda vê-los, primeiro, bem definidos, depois, em sulcos compridos, porque não podia erguê-los! Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim. Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?! Porque padecem assim?! (…)

Caldo de Letras

QUADRAS DE S. JOÃO Fogueiras de S. João Não é como amor desfeito: Só deixa cinzas no chão, E não securas no peito.

por ignorância ou negligência que fazem o que fazem,. É bem mais perverso e assustador! Com o mesmo cinismo dos engenheiros do Holocausto, decidiram arrancar os filhos dos braços das mães por acharem que é um instrumento político eficaz para a dissuasão dos fluxos migratórios… que tanto incomodam os seus eleitores. Resta-nos procurar algum conforto e esperança nos versos de Augusto Gil (Balada da Neve, Luar de Janeiro, 1909): (…) Fico olhando esses sinais da pobre gente que avança, e noto, por entre os mais, os traços miniaturais duns pezitos de criança

A escorrer entre o pão!... Quando acabei de beber Supus que a sede matei, Mas vi a fonte morrer Da sede que lhe deixei!... A noite dos manjericos É festa de actores tão nobres Que os pobres fazem de ricos E os ricos parecem pobres. Saltámos fogueira acesa E, no chão da tua rua, A minha alma ficou presa Por um fio de oiro à tua. Não penses só em rezar, Canta também, rapariga:

Nada a Deus pode agradar Mais que uma bela cantiga. Quando saltares a fogueira Maria, toma cuidado: Podes ficar, vida inteira, Presa a quem salta ao teu lado. S. João das Fontaínhas, Ninguém te vê nos conventos: Quero-te nas cascatinhas, Não na “Loja dos Trezentos”.

Costa Neves

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Atividades, Passeios e Viagens

Delegação Norte da Anac Passeios à descoberta do Porto... O Ciclo de Passeios de Primavera do programa “à descoberta do Porto…”, organizados e orientados pela Subdelegada Fernanda Vilarinho, decorreu entre 14 de Abril e 2 de Junho e incluiu quatro programas que permitiram aos participantes, cerca de 140 no total, conhecerem a cidade numa perspetiva completamente nova. Este ciclo incluiu os seguintes passeios: -Passeio por Massarelos; -Os Judeus no Porto; -Camilo no Porto; -Passeio por Nevogilde.

Passeio a Monção O passeio, no dia 24 de Março, a Monção que teve muita participação dos Sócios e dos seus familiares levou-nos a terras do Alto Minho. Monção tornou-se célebre no decurso das guerras fernandinas, devido à enérgica ação de Deu-la-deu Martins, esposa do alcaide local, que conseguiu pôr fim ao cerco que os castelhanos lhe impuseram, atirandolhes com os seus últimos víveres. É esse o motivo pelo qual ainda hoje aparece, nas armas desta vila, uma mulher a meio corpo, em cima de uma torre, brandindo com um pão em cada uma das mãos. À sua volta surge, numa bordadura, a divisa da vila, corruptela do nome da heroína: «Deus o deu, Deus o há dado». Neste passeio tivemos visitas guiadas à Torre de Lapela, ao Centro Histórico de Monção e à

Passeio na Rota do Românico No dia 26 de Maio, a Delegação Norte da Anac realizou uma visita aos Mosteiros Beneditinos de Travanca e São Martinho de Mancelos. Esta visita guiada veio complementar o nosso circuito cultural pela “Rota do Românico”. O almoço decorreu no restaurante "Quinta da Lama" e tivemos ainda uma visita livre a Amarante ao fim da tarde para apreciar a paisagem e a doçaria conventual caraterísti11


PLANO DE ATIVIDADES EM 2018 ORGANIZAÇÕES NA SEDE junho

- dias 2 a 12

FÉRIAS EM FUENGIROLA (1º grupo)

- dias 12 a 22

FÉRIAS EM FUENGIROLA (2º grupo)

julho

- dias 07 a 15

CIRCUITO NA NORUEGA

setembro

- dias 04 a 12

CIRCUITO NOS BALCÃS (Croácia, Sérvia, Bósnia e Montenegro)

- dia 22

XVI ENCONTRO NACIONAL DE SÓCIOS EFETIVOS

novembro

- dia 11

SÃO MARTINHO

dezembro

- dias 05 a 09

MERCADOS DE NATAL NA ALSÁCIA

- dia 15

ALMOÇO DE NATAL

- data a definir

PASSAGEM DE ANO

Outras atividades serão divulgadas ao longo do ano

ORGANIZAÇÕES NA DELEGAÇÃO NORTE junho

- dia 30

ENTREGA DOS TROFÉUS (Passeio pelo Douro Vinhateiro)

julho

- dia 28

CARAMULO (Visita ao Museu do Automóvel, Caramulinho e olaria em Molelos)

agosto

- dias 17 a 23

CIRCUITO NA SUÍÇA E TIROL

setembro

- dia 08

BRAGANÇA

outubro

- dias 5 a 14

VIAGEM AO SUL DE FRANÇA E CRUZEIRO NO MEDITERRÂNEO

novembro

- Dia 10

SÃO MARTINHO

dezembro

- dia 15

ALMOÇO DE NATAL

Outras atividades serão divulgadas ao longo do ano

Você que é uma pessoa do Século XXI e já tem uma caixa de mail, porque é que ainda não o indicou à ANAC? Com o seu mail registado na base de dados da Associação passará a receber mais rapidamente toda a informação, contribui para a diminuição da “pegada ambiental” e também reduz custos para a Associação.

Vá lá—comunique-nos o seu endereço de mail!!!! A ANAC mudou de instalações. Agora estamos: SEDE — Av. João XXI, 63 - piso –1 - 1000-300 LISBOA (área comercial do edifício-sede da CGD) — Telef 217 953 815 DELEGAÇÃO NORTE — R. do Campo Alegre, 81 — 4150-177 PORTO (antiga Agência do Campo Alegre)— Telef 222 011 791 DELEGAÇÃO DA BEIRA INTERIOR — R. Marquês de Pombal, 75—6300-728 GUARDA (no edifício da antiga Filial)—Telef 271 213 052

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