Corpse Corps [Amigo Otaku - Light Novels Project]

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Renan Santos e Lucas Brito

Corpse Corps

2014


A gente é otaku. A gente se entende. www.amigootaku.com

Autores Renan Santos e Lucas Brito Edição Jonathan Gomes Revisão Marcelo Augusto Publicação Amigo Otaku Group Capa >Ihttp://wall.alphacoders.com/big.php?i=238475< Edição Gráfica Jonathan Gomes


Dedicamos essa historia especialmente para todos os aventureiros que buscam uma resposta, um significado, e um objetivo e tambĂŠm para aqueles que nĂŁo olham o jardim que hĂĄ dentro do castelo, mas sim os espinhos que os circundam na parte de fora.


Agradecimentos

Primeiro Agradecemos a todo o apoio do pessoal do AOGroup, que nos deram força, ideias, incentivo e positividade, mais acima de tudo todo o esforço e dedicação. Segundo queremos agradecer a todos que leram e que irão ler, e que nos deram suas opiniões, e também agradecer a nós mesmos pelo esforço e pela iniciativa do projeto Corpse Corps - que todos nunca esperavam que um dia fosse publicado, e que finalmente está - queremos dizer a todos o nosso mais sincero obrigado e que aproveitem a nossa historia! “O inferno jaz dentro de cada um, então diga-nos como é o seu inferno?”


Fase 1 Recomeço

Anak sonhava profundamente naquela noite e há tempos não conseguia se esquecer do que havia ocorrido consigo e com sua amiga de infância. Uma rua escura, ele parecia estar tonto, como se houvesse balançado a cabeça para os lados, mas eram apenas suas lembranças o inquietando novamente, flashes do ocorrido passavam constantemente Me Ajuda!!! - Um pedido de ajuda, que já se dissipava no final da rua, quando de repente um novo grito surge. -

Por favor, alguém... Socorro! - Uma voz já rouca, pelo tom era de uma garotinha

Ainda estonteado, o jovem garoto dispara com todas as forças que tinha em suas pernas e corre em direção à voz que aclamava por ajuda. E como num piscar de olhos ele é tele transportado para uma rua sombria onde avistava a garota que se encontrava bem, mas assustada por algum motivo. Uma distância de 20 metros mais ou menos entre os dois, a garota com um vestido feito a mão, de tecido suave e com uma flor com cinco pétalas em seu centro, estava com escoriações e manchas de sangue em partes do seu corpo. Lágrimas da pequena garota começam a sair, escorrendo por suas bochechas fofas e coradas, seu cabelo era branco e longo, e seu coração palpitava acelerado , pois não via à hora de ser amparada por alguém. Ofuscada pelo medo e triste, ela vai de encontro ao dono daqueles olhos que a observavam, e o abraça. Eram quentes as lágrimas da pequena garotinha, caiam nas mãos do garoto e faziam com que seu coração se aquecesse. Logo mais, curioso e um pouco espantado, ele finalmente consegue abrir a boca. -

O que aconteceu? – Pergunta.

Ela o puxa pela camisa, em intuito de ajudá-la, e o chama com sua voz tremula, apenas dizendo: V-você precis-sa me ajudar. - Com uma das mãos ela segura a mão dele gentilmente e mostra sua face fofa, mesmo perante o que aconteceu.


A garota estava determinada e disposta a enfrentar o que quer que fosse, ao lado do garoto, isso fez com que ele decidisse ajudá-la. Um novo flash surge. *** A garota, agora a dianteira, o puxava pela manga da camisa. -

Estou correndo? - Ele se pergunta

Ambos param em frente a um casarão, era mais um como os outros casarões de família de classe média alta daquela região. Tudo estava tão escuro, assim como num blackout, as ruas vazias, o portão da frente arrombado e manchas de sangue por toda parte. Ele lembra-se de entrar na residência. A Porta estava aberta, alguém também a arrombou, porém o que intrigava o garoto era que tal ato foi feito com tanta facilidade. Não havia sinais de chutes ou algo a mais que forçasse a porta. Ainda estava um pouco escuro, mas dava para ver as silhuetas dos móveis, ele avistava um relógio de pêndulo a sua esquerda, a escadaria que levava para o andar de cima a sua direita, algumas mobílias mais a frente, e a sua esquerda um tapete ondulado com várias listras de diversas cores, que foi o que mais lhe chamou atenção, mas algo o interpôs, uma pequena luminosidade, brilhante de fato, mais a frente. Foi então que ele viu o que pareciam dois corpos empilhados um sobre o outro, e o suposto assassino abaixado retirando a faca do peitoral da mãe da garota. -

Os pais da Hikaru – Pensou ele.

Seus os olhos estavam trêmulos, ele tenta fazer algo, mas seu corpo não o obedece, tenta falar, mas sua garganta estava travada, a única escolha naquele momento era se desesperar. Como estava tudo escuro, não dava para ver nada mais do que a silhueta do assassino, mas pelo que foi visto pelo garoto, era um homem alto com chapéu e uma grande jaqueta que chegava até seus pés. Olhando diretamente para o garoto, o assassino fala: Talvez seja mais divertido dessa vez, nunca matei crianças antes... Mas tenho que saber primeiro... Quem será o próximo?! - Diz isso e em seguida lambe sua faca e dá um sorriso que se estica por sua face Mais um flash. *** Anak apenas lembrou que correu em direção a porta, estava tudo embaraçado e ele tremia muito, logo após ele usou seu corpo para prender a porta, e viu seu sangue jorrar, após o assassino perfurar a porta e acertar seu pescoço de raspão. O assassino continuava a perfurar a porta. De alguma forma ele conseguiu arrumar um meio de


mantê-la trancada, pôs o criado mudo que estava do seu lado sobre ela e partiu em direção a garota. Chegando até ela, ofegante e desesperado, ele a segura por uma das mãos e começa a falar. Temos que sair daqui! Não podemos ficar aqui por nem mais 1 segundo... TTemos que fugir. -

O papai e a mamãe estão bem? – Pergunta a garota.

Mais um flash trêmulo. *** Os batuques na porta eram fáceis de ouvir e pareciam aumentar ao compasso que os corações deles batiam. Isso assustava Anak. Anestesiado, sem saber como dar uma resposta aceitável para sua amiga, permanece calado. Nana conhecia todas as faces do seu amigo, e sabia que a daquele momento não trazia boas notícias. Seus olhos diminuíram compassadamente. -

Sinto muito. - Foi apenas o que ele pôde lhe dizer.

A porta, completamente rachada e totalmente quebrada, possibilitava para o assassino passagem exclusiva para suas vitimas. -

Vamos! - Exclama Anak.

Toma a garota pelo braço e parte em disparada. Passando pelo portão ele nota que há uma encruzilhada logo abaixo e corre em direção a ela. -

Temos que nos separar.

-

N-n... - Nana tentava falar, mas foi interrompida por Anak.

Há um departamento de polícia a um quarteirão daqui, eu tentarei despistar ele, caso eu demore não banque a heroína tentando me salvar, busque ajuda e procure um lugar seguro para se abrigar. – Explica ele. -

E se... Se der errado?

-

Apenas, confie em mim!

Anak a abraça e sussurra algo em seu ouvido. Colocando as mãos sobre os ombros da garota ele diz: -

Corra o mais rápido que você puder e lembre-se da nossa promessa.

Dito isso, ele corre na direção oposta, e tudo some novamente, retomando a visão inicial, ao olhar para trás ele vê a garota, sentada sobre as pernas e chorando. A lua iluminava toda a rua, e delineava o corpo da garota, sua face é destacada, ela grita:


-

Anak!

Nana! - Neste momento ele acorda bruscamente e exclama o nome dela. Seu braço esticado e sua mão aberta tentavam a alcançá-la. Um pouco ofegante ele vira o olhar para o lado -

Droga. - Diz frustrado - Um sonho lucido?

Seu quarto completamente bagunçado com pôsteres, inclusive um que ficava ao lado da sua cama, era o de uma garota com um capuz e com a mão estendida, cujo braço esquerdo tinha um símbolo de uma lua crescente, era um daqueles mangás de bruxaria, mais abaixo estava escrito “Kaname”, havia alguns livros jogados pelo quarto, incluindo um chamado "The Wiccan Way”, restos de comida, algumas ainda em suas embalagens, apenas seu computador estava livre das sujeiras e dejetos espalhados no lugar. Uma televisão a direita da sua cama, uma prateleira enorme com vários jogos de vídeo game acima, algumas revistas com conteúdo adulto também, e uma estante onde ele guardava sua coleção de mangás e outros objetos. Ele se encaminha para a janela, que era ao lado de sua cama, para ver o tempo. Puxa-a e a empurra para o lado. Um tempo nublado e um vento gélido sopra em sua face. -

Ótimo - Diz com tom tedioso.

Fecha a janela, remexe entre as mechas para arrumar seu cabelo bagunçado enquanto vai para o banheiro. Estava vestindo uma camisa escura com um losango cortado por um “X” na parte traseira com a frase “Ima Hajimari no Eyes” que se rodeava dentro do losango, ele tinha idade aproximada de 21 a 22 anos e cerca de 1 metro e 75 centímetros de altura, cabelos pretos e porte físico magro. O banheiro estava no canto esquerdo do seu quarto, entre seu computador e sua estante com mangás, quando deitado suas pernas apontavam para ele. Dentro dele havia uma banheira à direita e um espelho na parede a poucos metros da porta, ele vai até ele. Seus olhos tinham um tom avermelhado escuro, seu cabelo era espetado, e sua face era simétrica. Ele lava o rosto, escova-se e passa gel em seu cabelo, tenta arrumar sua franja colocando-a pra cima, mas ela volta ao normal. -

Droga. – Expressa com ar de desgosto.

Retomando ao seu quarto, agora mostrando a parte da frente da camisa, era também um losango, mas com o “X” agora na parte de baixo e acima, perto da gola, escrito “Badb”. Ele vai a sua estante de mangás, pega um para ler e sentasse na cadeira em frente ao computador, descansando as pernas sobre a mesa do PC. Com o mangá em uma das mãos e a outra mão dentro de um saco de batatas-frita, que estava no chão ao lado da cadeira, ele começa a ler. Podemos vê-lo pela diagonal, mostrando um pouco sua face e o mangá, ele lê uma frase onde mostra apenas uma garota, que provavelmente era a mesma do pôster, dizia: "Quando temos medo vestimos máscaras, medo de não sermos aceitos por uma sociedade tão julgadora... Nos tornamos pessoas que não queríamos ser, mostrando ser pessoas totalmente diferentes do que queríamos". Esse


trecho era do mangá da garota do Pôster, percebia-se isso por ser a mesma ilustrada na página. -

Exatamente, Kaname-san – Ressalta Anak. O despertador do seu quarto começa a tocar e interrompe assim sua leitura.

-

Esta na hora. - Alerta-se.

Ele fecha o mangá com uma das mãos, e tira as pernas de cima da mesa do computador.Pega a jaqueta que fica pendurada em um cabide na sua porta e sai do quarto pela porta que fica entre a televisão e o PC. Descendo as escadas ele diz para sua mãe: -

Estou Saindo...

-

Aonde vai? – Pergunta sua mãe a alguns metros a direita da escada.

-

Respirar um pouco de ar fresco - Retruca ele e logo em seguida bate a porta.

Ao sair ele vê que as nuvens já não estavam tão carregadas e começam a mostrar o céu e os raios de sol. Uma lembrança de uma garota com um guarda chuva em um dia exatamente como aquele, lhe vem à tona. A garota prestava atenção no sol que brilhava entre as nuvens e logo após olha para trás e da um leve sorriso. -

Tsc - Esboça Anak jogando a cabeça para o lado.

Em sua trajetória até o caminho desejado, entre os prédios enormes e as multidões de várias pessoas ele começa a refletir ao olhar para as atitudes dos pedestres e demais pessoas que sua visão avistasse. Humanos... Seres completamente insignificantes em meio a tudo. Desprezam a beleza do que lhes foi dado e a transformam em mero lixo inutilizável. Portando a ambição, o egoísmo e a ficção humanitária de seus antepassados em querer possuírem o completo poder divino, sendo um mero mortal, sem saberem que isso é totalmente inútil. A destruição e o caos correm em suas veias, dilaceram, matam, mutilam e descartam tudo aquilo que poderia ser utilizado e não é utilizado pelos mesmos. Fazem o que acham melhor para si, não pensam nos outros como um todo, sempre tão soberbos e ao mesmo tempo medíocres, simplesmente pensam que o bom pra eles é o mesmo que para os outros, pensamentos tolos. Aplaudem de pé líderes que destroem e promovem a guerra em busca da paz, em busca do poder, melhor dizendo. Ao longo do tempo vencemos e perdemos muitas batalhas, das quais nasceram de uma tolice, vidas foram sacrificadas para pouparem outras, pessoas e cidades destruídas pelo simples desejo de um único ser, e, se pararmos para pensar, poderemos ver que algumas coisas não mudaram tanto. Viemos de uma pequena fração de tempo e o universo nos deu o primeiro mistério para ser solucionado, a “Vida”. Vida que é tomada de muitos e cessada por mentes pequenas que estão no topo e nos transformam em mera carne de prateleira, pois o estoque pode ser limitado, mas sempre há uma forma de o repor.


Acabamos com boa parte do material que temos para podermos sobreviver, sem pensarmos, estupidamente, sem qualquer escrúpulo que pudessem mostrar as consequencias de nossos atos. Futuramente lutaremos até a morte em busca desses materiais que estarão escassos e dirão que perdemos a “humanidade”, mas quem disse que tínhamos? Afinal, o que é “ser humano”? Ser humano é destruir, criar, recriar, transformar, moldar, é também criar e usar máscaras diferentes no dia-a-dia que esconda a verdadeira natureza que temos, somos aberrações da natureza, e várias outras coisas que podem ser e não ser de bom agrado para todos, dependendo apenas dos nossos desejos e veres, uma mente consciente para o coeficiente de todos. Não desprezo a humanidade, muito pelo contrário, eu a admiro. Ninguém imaginária que poderíamos chegar até aqui, criando algo do nada, e a vastidão de inúmeras coisas que podemos fazer com apenas um pensamento, temos um potencial que não sabemos que temos, esse é um dos nossos defeitos, porém nos subjugamos ao decorrer da vida, pois não tivemos êxito em algo desejado - Nesse momento um avião sobrevoa o céu, e Anak olha para ele - Progredimos muito ao longo do tempo e regredimos também, tanto em princípios como em valores. O homem pisando na lua, a comunicação se espalhando e evoluindo gradativamente ao longo do tempo, as novas máquinas, as teorias se tornando leis, a comprovação do porque estamos aqui por nós mesmos. E em meio a tanta informação, a tantos meios de podermos expandir nossas mentes e estarmos próximos do que chamamos de “Verdade Absoluta”, mais não sabemos de nada. O que nos torna o que somos? O que molda o que pensamos? Por que... - Ele para e vê a multidão em movimentos opostos - Somos como formigas que se locomovem para lá e pra cá sem motivo algum, sempre fazendo o mesmo, sempre encasulados no formigueiro e sempre sem olharmos para cima e tentarmos compreender o que há além das nossas cabeças. É correto dizer que estamos vazios e nus de certezas, nossa historia de como viemos parar aqui esta apenas em nossos pensamentos, mas buscamos um significado para está situação, compreensão do porque chegamos até aqui e do porque tudo a nossa volta parece ser real. Eu, assim como todos, desaparecerei um dia, e toda minha vida será apenas uma fração de todo o tempo que vivi. Todos nós fazemos parte de um grande ciclo, aquilo que chamamos de alma é na verdade apenas informação que é passada adiante, do mesmo modo que se enviam dados para um computador, porém, é meu dever saber quem nos programou, ou não? Ser pequenos grãos de areia presos em uma enorme ampulheta, ou até mesmo a única página escrita de um livro em branco, cujo autor não deixou sua assinatura para que não pudéssemos saber quem ele é ou para não questionarmos nossa existência, tal qual fazemos por acreditar que exista um deus em algum lugar que tenha as respostas, será a resposta? Os povos antigos sempre tentavam explicar de onde viemos, mesmo que alguns não aceitassem compartilhar a mesma ideia. Hoje temos várias teorias, religiões, ceitas e mais e mais coisas que possam deixar nossas mentes em dúvida. Grupos antigos de pessoas em busca da verdade, como os iluminats e outros são bons exemplos, mas não tem-se notícias se conseguiram alcançar seus objetivos, por enquanto ainda seremos fantoches querendo saber quem ou o que nos manuseia.


Andando pela calçada, a sua direita havia um parque para crianças, e era rodeado por lindas e grandes arvores, as crianças se divertiam nos brinquedos.Anak segue em linha retilínea, seu destino é logo à frente, depois da sinalização e da primeira quadra. Logo mais ele começa a pensar. O que me fez tão pensativo em busca de repostas foi o que ocorreu há um tempo... Algo que me fez pensar sobre o real valor da vida... O incidente chamado de “O Caso Hikaru”. Naquela noite nós estávamos bem, mas depois daquilo, quando acordei no hospital, só lembro de detetives me perguntando o que tinha acontecido e quando dei baixa do hospital vários repórteres me esperavam lá fora. Soube que a pericia responsável não achou nada a respeito do ocorrido, o caso acabou aparecendo na TV, e houve grande repercussão pelo fato da família Hikaru ser uma das mais conhecidas e célebres da Cidade, também por conta do alto cargo dos pais da Nana. Não houve indícios e nem pistas sobre o assassino, a única sobrevivente não foi encontrada, buscas foram feitas, mas nada, o único suspeito daquela noite era eu, e tudo apontava pra mim, vários policiais apareceram em minha casa várias vezes, e não bastava eu dizer repetidas vezes que eu não era o culpado, que eu estava lá apenas para ajudá-la, eles não me deixavam em paz. - Ele para na sinalização e espera os automóveis passarem para continuar seu trajeto - Desde um tempo pra cá tem sido difícil viver. Após eu largar a escola e virar um neet minha mãe vem me infernizando a vida. No momento ele abaixa a cabeça e coloca ambas as mãos dentro dos bolsos da jaqueta. Entre a sinalização havia uma encruzilhada de três pontas, a sua direita vários carros amontoados um atrás do outro, a sua esquerda ele encontraria o centro da cidade, logo a frente era onde ele pretendia ir, do outro lado as pessoas esperavam pacientemente a sinalização abrir, um grande prédio amarelo queimado fazia sombra na calçada onde os pedestres estavam. O tempo estava agradável apesar da estação. Anak ainda com sua cabeça semi abaixada passa, mas não vê que há uma multidão vinda de ambos os lados, e acaba batendo de frente com um cara de porte físico alto, musculoso e com olhos e cabelos escuros. O grandalhão usava uma jaqueta que ia até seu quadril, algo como uma capa, e um calção de lutador, havia faixas em suas mãos e uma luva a qual levava pendurada. Eles trombam, o homem estava com pressa e não se importou muito, apenas disse: Olhe por onde anda pirralho. - Anak vê o grandalhão de costas e logo retoma seu trajeto, até que... -

Saia da frente seu idiota! - Um rapaz de bicicleta passa raspando em Anak

Cuidado seu imbecil - Resmunga ele. - Não seria tão mal se tudo sumisse de uma vez. - Pensa Anak, arrebitando a cabeça e seguindo em frente. Passando logo na frente de um restaurante, duas garotas que estavam sentadas nas mesas que ficam do lado de fora da loja o chamam a atenção.


Você viu nos noticiários? As pessoas mundo a fora estão sumindo sem explicação, foi o que eu vi hoje cedo. - Diz a garota de cabelos longos e alaranjados. Deve ser mais um daqueles anúncios loucos de novos programas. Sabe como aqui é, né? - Diz a garota de cabelo azul escuro curto. Não, a coisa é séria, as autoridades dos grandes países estão em busca de repostas, isso não tem nada a ver com programas novos. Sendo que seria legal um programa assim, me lembraria meus tempos de Batlle Royale. - Ressalva a primeira garota. A notícia chama um pouco a sua atenção, mas ele logo retoma o rumo. Agora andando no sentido esquerdo de uma rua ele passa em frente a uma eletrônica. Nas telas das TVs, que estavam na parte da vidraça da loja, uma banda conhecida dava uma entrevista em um programa, um homem gordo com uma camisa azul de mangas brancas e com um circulo,também branco, no centro da camisa, escutava algumas musicas com seus fones enquanto escolhia alguns CDs. Anak segue até um beco à esquerda logo a sua frente, e entra nele. No fundo uma mulher com um jaleco branco passa correndo assim que ele adentra no beco. Gemidos que pareciam vir de uma viela escura a sua direita eram possíveis de se ouvir. -

Essas pessoas não têm vergonha, fazem isso em qualquer lugar - Pensa Anak.

Sem dar muita importância ele continua. Ao final daquele longo beco havia uma pista por onde os carros passavam e logo após era possível apreciar a vista do mar, pequenos binóculos, que eram usados como fonte de dinheiro, rodeavam um semicirculo de madeira, cadeiras e mesas brancas enfeitavam as calçadas, era inverno, mas mesmo assim as arvores continuavam podadas. Anak tem pequenas lembranças de sua amiga naquele local, mas eram de grande valor sentimental pra ele. Sobre uma das barras que circulavam os binóculos, ele apontava para o mar e sorria, enquanto Nana estava logo a baixo preocupada com ele. Ambos têm pirulitos redondos com coberturas circulares, lembravam muito um arco-íris, dizia a Nana. Ele acaba por se desequilibrar, e em uma tentativa de tentar ajudá-lo, ela acaba quebrando seu pirulito em partes. Um pouco triste ela começa a chorar, e ele sem entender o porquê dela estar chorando, afinal era apenas um pirulito, resolve dar o seu para ela. A garotinha enxugava suas lágrimas que escorriam por sua bochecha arredondada e macia, quando Anak pousa sua mão sobre cabeça dela e com um grande sorriso lhe diz: Não importa o que somos por fora, o que importa é o que somos bem aqui. Toca no coração da garota ao fazer uma comparação sobre o pirulito que era colorido por fora e branco por dentro. Nana da um grande sorriso, feliz ela agradece e sorri junto com seu amigo. Quebra o pirulito e divide com ele e logo após diz:


Então eu dividirei com você tudo o que eu tenho aqui, e farei com que o mundo não seja como um pirulito. Ele ri da pequena garota. Não ria do meu senso de justiça, sou a princesa Otohime e irei derrotar o mal. A garotinha esticava os braços e ele começava a rir. Então resolve soltar uma piada com ela. -

Você precisa da minha força para ser a princesa Otohime.

E você precisa do meu coração para ter o poder. - ela retruca tocando o peito dele. Ambos se envergonham e começam a rir depois. De volta ao presente, Anak segura às grades com suas mãos, olha para o sol e as nuvens que o rodeia, o mar brilhava, apenas uma coisa passa por sua cabeça nesse momento. -

Queria saber se você está bem... onde quer que esteja.

Uma visão posterior aérea mostra o garoto, alguns prédios enormes a direita e aquela calçada enfeitada pelas mesas e cadeiras brancas, e aquelas arvores podadas. *** Em uma loja de eletrodomésticos, jogos e entre outras coisas mais, se encontrava Anak atrás de um jogo novo que tinha encomendado.Um senhor de 45 anos, cabelos grisalhos, com uma camisa xadrez e uma calça marrom, vai atendê-lo, era o dono da loja e conhecia-o, pois o mesmo era um ótimo freguês. Ele mal entra na loja e o senhor vai logo o avisando. -

Anak o jogo que você encomendou já chegou.

-

Legal... - Diz Anak, dando um leve sorriso e parecendo não se importar muito.

Ele vai até o balcão, várias prateleiras com jogos, pôsteres e até mesmo alguns Figure Actions de alguns jogos estavam espalhadas, o balcão logo mais no fundo da loja e no centro, havia também alguns objetos em cima. Uma bola de cristal, um daqueles tapetes que prendem sua mão caso você a coloque em cima do balcão para descansar, um crânio à esquerda e a calculadora, que por sinal era velha, que ele usava. Ele retira o jogo de uma caixa e o entrega para Anak. Ainda é a versão Beta, mas tenho certeza que você irá se divertir. - Diz o dono da loja. Anak repara bem na capa do jogo, um fundo preto com apenas algumas poucas palavras centralizadas nele – Corpse Corps - era o que estava escrito.


Um garoto de uns 13 anos que usava uma camisa cor amarela com um short roxo, lia uma revista de jogos e acaba vendo Anak de costas e acha que possa o conhecer de algum lugar, pois não era pra menos, ele era um neet de renome, era conhecido no mundo dos gamers. O garoto se dirige até ele e como se tivesse certeza que ele era o mesmo jogador que todos falavam e diziam suas características, mas nunca tinham o visto pessoalmente - isto pelo fato de Anak não sair muito de casa - ele pergunta: -

Você é o Anak? - Com as mãos cruzadas, ele parece subestimá-lo. Anak olha para o garoto e fica um bom tempo o encarando.

Isso, é ele mesmo! – Gargalha - Esta olhando para mim. O grande jogador de ranking nacional esta bem aqui na minha frente, meus amigos não irão acreditar que eu falei com ele. - Pensa o garoto, enquanto faz uma cara engraçada, como um bobo olhando para os lados, e como se imitasse a boca de um gato. Anak não entendendo muito a situação aponta para o garoto e pergunta. -

Quem é esse pirralho? - Faz uma cara de desinteressado ao perguntar. Quebrando o momento do garoto, que abre a boca indignado.

C-c-c-c-c-c-como assim q-q-quem sou eu? Eu sou Yosuke Takafumi. Como alguém como você não sabe sobre mim? - Diz inconformado. Anak continua com a mesma expressão. O queeeee? – Grita o ele, agora furioso. – Por favor, velho, diga para ele quem eu sou. – Pede ao dono da loja fazendo uma pose e esperando que diga quem ele é, mas o mesmo apenas esboça a mesma expressão que Anak. Como assim vocês não me conhecem? Isso é humilhante. - Diz isso enquanto chora de joelhos e com as mãos sobre as coxas. -

Estou saindo, até mais. - Diz Anak ao abrir a porta e acenar com sua mão direita.

Espere! - Grita o garoto - Seja meu rival. – Diz ele apontando para Anak e o desafiando. -

Não! Jya-nee. – Retruca Anak, desprezando o garoto.

-

M..Maa...Maaas – O garoto fica inconformado olhando para o dono da loja.

Te devo uma, Velho.- Diz Anak ao sair, bate a porta que possui um sino em cima, causando o som fazendo com que todos se atentem para quem saía ou entrava. O dono da loja começa a tomar seu chá e pensar consigo


O Anak é um bom garoto. - Após um tempo, assim que ele da uma golada no chá, lhe vem à imagem de Anak falando “Te devo uma Velho” e várias vezes mais, ele se toca e acaba cuspindo o chá. -

Aquele miserável se esqueceu de me pagar de novo! – Grita o velho irritado Ao voltar para casa.

Estou de volta. – Avisa Anak para sua mãe que lavava a louça suja nos fundos da casa de costas para a escada. Onde você está... - Diz ela, mas antes mesmo de completar a frase Anak sobe correndo para seu quarto. -

Anak?! – Diz ela olhando para as escadas. De volta a pia, Miyoto desabafa para si mesma.

A vida do Anak mudou, ele largou os estudos, parou de andar com seus amigos, não saia de dentro de casa e só ficava enfurnado em seu quarto. - Continua a lavar a louça ainda cabisbaixa. Em seu quarto Anak testava o novo jogo. -

Vamos ver se você é tudo isso o que dizem. – Fala ao colocar o jogo no PC.

Uma tela preta surge junto com reticências e em seguida as seguintes palavras surgem. VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA SABER TODA A VERDADE? [Sim] [Não]

Com o cursor do mouse ele clica na primeira opção. O computador começa a chiar. Que merda está acontecendo? - Pergunta-se Anak, bate na tela do PC para que volte ao normal. Entre os chuviscos que apareciam na tela, uma imagem de uma porta passa ligeiramente. O qu- - Interrompido por um blackout, todas as luzes são desligadas, não só da sua casa, mas como de toda a cidade, apenas seu computador permanece ligado. O televisor do computador ainda chiava. Que droga está acontecendo? - Sentado em frente ao PC Anak não entende a situação.


Oka-san, foi você quem desligou as luzes? Oka-san? - Anak pergunta a sua mãe, ainda sentado em frente ao PC. Um terremoto surge do nada e começa a balançar tudo. -

T-terremoto? - Pensa Anak.

Ele corre até a cozinha, mas ao passar pela porta ele vê num relance algo como um garoto com uma jaqueta branca e alguns detalhes em azul, sem dar muita importância ele desce as escadas e procura por sua mãe. -

Oka-san? - Repete Anak. Ela esconde-se embaixo da mesa da cozinha.

-

Proteja-se, eu estou bem. - Diz Miyoto, ele se surpreende e lembra-se do PC.

-

Meu PC?!

-

O que pensa que está fazendo seu idiota? Volte já pra cá!!! - Exclama a mãe dele Ele volta ao quarto e vê que a tela do PC ainda está chiando.

-

Como pode? - Diz confuso.

Do nada a tela do computador apaga e as luzes voltam. Anak ainda confuso se pergunta. -

Que porra foi essa?

De repente o telefone, que fica sobre o criado mudo ao lado de sua cama, começa a tocar, ele vai até o telefone e tira-o do gancho. Um pouco surpreso, ele coloca o telefone no ouvido e quase sem poder falar responde. -

A-Alô? Nada, nenhuma resposta ou chiado do outro lado da linha.

-

Tem alguém aí? - Anak pergunta.

Chiados começam a ser ouvidos, como se a ligação estivesse ruim ou alguém quisesse fazer alguma pegadinha com uma voz distorcida. -

Vshiii...te....shiii. – Se escuta do outro lado da linha.

-

Não consigo entender. – Responde. De repente:

Você está pronto para saber toda a verdade? - Ao mesmo tempo em que a voz responde, Anak se espanta, sua íris diminui, atrás dele era possível ver, através da porta


aberta do seu quarto, alguns poucos riscos no ar, como se estivesse girando em velocidade. -

Quem está falando? - Pergunta Anak, mas novamente só se ouve chiados. Uma gota de suor desce pela sua face, quando.

-

Anak!!! - Miyoto o chama, parecia estar assustada.

-

Que foi? - Pergunta Anak

-

Ligue a TV? – Alerta Miyoto Não entendendo Anak pergunta:

-

Mas por quê? Ela repreende o filho e repete.

-

Quer ligar logo a droga da TV? - diz enfurecida

Ele liga a TV que fica em seu quarto, e parece não acreditar no que vê. Ele fica espantado. Parecia até ficção, mas era real. Repórteres de diversos canais cobrindo um fato que com certeza entraria para a história da humanidade. -

Está em todos os canais - Falava o primeiro repórter até que ele muda de canal.

Estão falando disso por todo o mundo. - Inquieto ele continua a alternar entre os canais, mas todos cobriam o mesmo acontecimento. -

Membros do alto escalão da casa branca estão se reunindo no momento.

Talvez tenha sido o motivo do terremoto e o blackout em algumas áreas do mundo. -

Terceira Guerra, essa será a 3ª Guerra Mundial?

-

Meu Deus o que diabos está acontecendo, pode ser esse o dia do juízo final?

-

A grande explosão...

-

Estimasse que mais de meio mi...

-

Uma catástrofe em plena...

-

I-isso só pode ser brincadeira - Diz Anak não acreditando no que vê.

Ele pausa o dedo sobre os botões do controle e permanece olhando fixamente para um canal que mostra uma enorme cratera e várias notícias passando da direita para a esquerda dizendo “Grande catástrofe, milhões de mortos e desaparecidos. Será esse o nosso fim?”


Como? Só podem estar de brincadeira, né? Os U.S.A destruídos. - Anak ainda espantado volta a mudar de canal. -

Esses buracos apareceram do nada...

-

Em outros países como...

-

É um ataque inimigo?...

-

O que está havendo com a terra? A comissão do pré... Anak ainda não acredita no que vê diante dos seus olhos.

Estou cansado. É isso, só pode ser isso. Eu não dormi direito. Tenho que Dormir. - Pensa Anak. Desliga a televisão e vai até a cama, deita e se cobre. -

Meus olhos estão pesados. – Pensa e logo ele cai em sono profundo.

Ele parece conhecer o local onde está. É onde tudo aconteceu, a casa da sua amiga. Ele a vê e ela começa a correr. -

Nana! Nana! Me espere! Ele corre até uma encruzilhada e várias dela nas pontas da rua o esperam.

Por que? Porque você me deixou? Me deixou para morrer. Por que? POR QUÊ!? – Todas elas perguntam para ele. Mentiroso, Mentiroso, Mentiroso, Mentiroso, MENTIROSO!!! Disse que iria nos proteger, disse que iria nos proteger... - Todas elas vão em direção dele e o agarram segurando seus braços e pernas. -

Me soltem! - Grita Anak.

Ele olha para sua amiga, a que vinha em sua direção, ela estava com a face manchada de sangue e aparentava estar com uma faca em uma das mãos. -

O que você vai fazer?! – Exclama ele impaciente. – Nana! O que vai fazer?!

Eu vou apenas retribuir o favor... - De um modo inocente, ela fala normalmente e dirige-se até ele com a faca. Os olhos de Anak demostram espanto. Ela encosta a faca em um de seus braços e começa a golpear os membros do garoto como se quisesse desmembrá-lo. Uma enxurrada de sangue, e logo é possível ouvir o grito de agonia e dor de Anak, e depois dá-se enfoque na lua brilhante que aparece no céu sem vestígio de estrelas.


Como de costume, ele dava as mãos para seus pesadelos e sempre acordava ofegante e tremulo. Assim que ele se debruça e acorda desse sonho terrível, mais um novo chiado começa a assombrá-lo. Como um sussurro, uma voz não parava de falar. -

Nós precisamos de você! Nós precisamos de você! – Várias e várias vezes.

E como uma chaleira a vapor, os sussurros começam a aumentar e tomar todo o quarto, eles só param quando a mãe de Anak os interrompe. -

Anak venha aqui em baixo. - Sua voz parecia vir da cozinha.

-

O que foi mãe? - Pergunta Anak e logo começa a descer as escadas. Uma voz amedrontada e assustada é ouvida por trás das escadas.

-

Não vá Anak, eu também ouvi.

Anak olha vagarosamente para trás e vê sua mãe encolhida como uma garotinha com medo do escuro e com as mãos na cabeça. E novamente ele escuta o mesmo chiado agora vindo por detrás dele. Ele vira-se devagar, o olhar perturbante o mostra o que está à frente. Era sua mãe com os olhos perfurados e sangrando. Ela finalmente fala. -

Encontramos você. – E parte para cima de dele. Com seus olhos profundos, novamente ele acorda assustado. Tudo havia sido mais um sonho.

-

Merda - Dizia ofegante.

Mal acorda e já vai ligando o PC. Vê vários tópicos se tratando da mesma coisa, noticiários e noticiários, e todos informavam sobre “A grande Catástrofe”. “O que realmente aconteceu-nos U.S.A?” “Atentado Terrorista?” “Suspeitam de Extraterrestres”. Cada clique com o mouse o leva a estes tópicos. -

O incidente... Realmente Aconteceu? – Interrogasse. O telefone começa a tocar. Ele tira-o do gancho e leva devagar até seu ouvido.

-

É você, Velho?

-

Só se um tiver 18 anos. – Diz a voz de um garoto do outro lado da linha, rindo.

-

Ah, é você Haru. Quem te passou meu número? - Pergunta Anak

-

Isso é jeito de se falar com um amigo? - Diz Haru

Fala logo o que quer? - Anak o conhecia, era o seu amigo de escola, que tardia vinha procurar respostas de fatos sem explicações -

Você ouviu sobre o incidente, neh? - Pergunta Haru.


Sim, sim. Vi tudo ontem pela TV e estou vendo se encontro algo mais concreto pelo computador. - Diz Anak ainda indignado com o recente acontecimento. Está em todos os canais, fui assistir meus desenhos mais só passa essa merda... estão dizendo por aí que talvez possa ser um atentado terrorista. - Haru passa suas informações para Anak. -

Duvido muito. - Anak era astuto e tinha um bom raciocínio. Ele falava ao telefone ao mesmo tempo em que utilizava o computador.

-

Como? - Pergunta Haru.

Acho que terroristas não teriam poder bélico suficiente para isso, e também, você não acha que se realmente fosse um atentado terrorista as forças armadas norte americanas já não estariam em posição? Estão escondendo algo de nós, afinal, sempre fazem isso, deixam as coisas em sigilo. Mesmo assim, acho que foi um choque maior para eles do que para nós. Provavelmente uma nova guerra comece por conta disso, sem saberem quem ou o que fez isso podem muito bem culpar um inimigo... isso vale para todos os lados atacados - Explica Anak. -

Bem, seja lá como for tenha cuidado. – Adverte Haru.

-

Ok. – Concorda e devolve o telefone ao gancho e continua utilizando o PC.

Continua buscando cada informação, cada pequeno fragmento que ele pode juntar já seria uma pequena peça do grande quebra-cabeça sobre o incidente, as notícias e tópicos pareciam passar da tela e irem de encontro a sua face. Ele entra em um blog feito recentemente para tentar arrecadar fundos para as pessoas que sobreviveram e ficaram sem ter onde morar, e logo se depara com uma mensagem. -

O que é isso? - Interrogasse.

“Essa foi mais uma tragédia causada pela ação humana, mas eu sei que Deus irá ajudar todos os sobreviventes, e os que infelizmente morreram agora devem estar em um lugar melhor” - Era o que estava escrito em uma das mensagens. Indignado Anak responde. Sua hipócrita, se seu Deus fosse mesmo ajudar ele não deixaria isso ter acontecido. - Ele comenta Acho que tudo acontece em seu tempo, sendo bom ou ruim ele sempre estará certo, ele tem um plano para todos nós. - Responde a dona da mensagem. E o plano que ele escolheu para você foi comentar besteiras nesse blog. - Anak menospreza a garota. -

Besteiras essas que te prenderam a atenção. – Retruca ela novamente.


Anak com raiva fecha a aba do site. O papel de parede da tela inicial do seu PC é do jogo Batlle of Chron’s, era a imagem de uma cidade arruinada com o nome logo abaixo em destaque e uma chave dourada pendurada por uma cordinha e presa a uma das letras. -

Tsc. É cada uma que aparece. – Fala balançando a cabeça em discordância.

Ele ajeitasse sobre a cadeira e colocando as mãos entrelaçadas por trás dela ele olha para o teto. -

Pena que não podemos voltar atrás, não é? - Pensa consigo. Na parte de baixo a mãe de Anak o chama.

-

Anak vá ao mercado comprar arroz. Ele responde do quarto.

-

Porque você mesma não vai? Droga sou tudo eu aqui - Diz ele chateado.

Você só fica em seu quarto o dia todo, cuide em arrumar um emprego e me ajudar em casa. - Fala Miyoto indignada. -

Não tenho essa obrigação. - Diz Anak

-

Eu sou sua mãe e você deve me obedecer! - Miyoto altera o tom da voz. Saindo do quarto, Anak vai até sua mãe tirar satisfação.

-

E por que eu deveria?

-

Por que sou a única... - Ela o responde abruptamente, mas é interrompida.

Não venha com a história do meu pai novamente! – Fala enfurecido, tranca os dentes olha para o lado e volta a falar. -

Você que me colocou nesse mundo, então que se vire. - Diz ainda enfurecido.

Novamente Miyoto foca seu olhar para o recanto da casa e acaba dizendo o que não devia. -

Seria mais feliz se não tivesse cometido esta burrada. Isso deixa Anak confuso e furioso.

-

Vai se ferrar, velha. – Ele a insulta.

-

Desapareça da minha frente, agora! – Ela grita. Ele bate a porta brutalmente e sai.


No caminho ele mantém o foco em um parquinho a sua direita, vê uma família brincando, onde um garotinho era empurrado no balanço pelo seu pai. -

Wuupy, Mais alto papai. – pedia a criança enquanto seu pai a balança sorrindo.

De alguma forma isso mexeu um pouco com Anak. Ele sente certo receio e retorna seu rumo, agora com a cabeça abaixada e apenas olhando para o chão com uma expressão tristonha. Neste momento um caminhão de lixo se aproxima dele e começa a buzinar para que ele saia do seu caminho. Ele olha e em uma ilusão vê o motorista com a face repleta de sangue e espanta-se, e então na frente do caminhão, que buzina novamente, um garoto lhe chuta e em seguida dá uma pirueta para trás, ajudando-o. Era Haru, seu amigo de Escola. Um garoto com idade aproximada de 18 anos, porte físico magro, cabelo curto azul e com uma roupa normal, um short curto, blusa com uma logo de uma flor de lótus sendo segura por uma mão de um anjo ou demônio com a escrita “Crimson Lótus”. -

Tenha mais cuidado, você quase virou purê. - Haru o alerta.

-

O que faz aqui? - Pergunta Anak ainda caído.

De nada... minha mãe me pediu para comprar arroz. E você vai para algum lugar? - Diz Haru. -

Talvez pro mesmo que você. - Fala Anak ao olhar para Haru

Haru estava sorridente, seus olhos recém-fechados e um leve sorriso no rosto mostravam que ele se importava e gostava da companhia de Anak. -

Pare de sorrir feito um idiota e me ajude. - Diz Anak com tom de rabugento.

-

T-ta. - Haru todo desengonçado vai e ajuda Anak a se levantar

Os dois andam por uma estrada onde não passam carros, uma pista normal. De onde estavam era possível ver prédios à esquerda, um grande de cor azul claro, e a direita árvores de um parque. Eles continuam caminhando sem falar nada, apenas apreciando a paisagem urbana. Até que Haru decide romper o silêncio -

O que você tem feito nesses últimos meses? - Diz Haru.

-

Nada demais. - Anak fala como se não tivesse importância à pergunta do amigo.

-

Ainda frequenta a escola? - Fala Haru preocupado.

-

Não, não, eu já desisti dela.

-

Sua mãe está melhor? - Pergunta Haru ao seu amigo já impaciente.

Anak não gostava de tocar no assunto, mas sua mãe sofria de um grave e raro problema cerebral e precisava de medicamentos para continuar viva.


Sim, ela está bem apesar do susto. As dores de cabeça dela andam aumentando. Ele informa -

Espero que achem alguma coisa para curá-la. – Conforta Haru.

Anak era pessimista e não estava gostando muito daquele interrogatório, então, resolve dizer. -

Não há cura, de qualquer modo mais cedo ou mais tarde ela vai morrer.

-

Droga Anak, não seja tão pessimista, pode haver algo que os médicos poss...

-

Errado! Não há nada que se possa fazer por ela agora. – Diz ele de forma ríspida Haru o olha abismado.

Nem sempre é assim Anak, os médicos podem ajudar e Deus também! – Tenta confortá-lo novamente. Deus? Por favor, não me faça rir. – Diz Anak debochando e se questiona e deus existe ou não? Se existe porque não nos responde? Nesse momento Anak ouve uma voz na sua cabeça que o atormenta. Te darei dois motivos para que ele não responda: 1º Vocês fazem perguntas, mas não as corretas. E como vocês humanos pensam serem os melhores do universo, provem para ele do que são capazes. 2º... Não, ainda não vou falar. Então a visão de Anak fica embaçada e ele fica confuso -

Por que tem uma voz na minha cabeça? – Sussurra perguntando a si mesmo.

Novamente o mesmo chiado que o perseguia nos sonhos e que Anak ouviu na noite passada ao atender ao telefone. Sua visão embaça ainda mais e logo ele não pode mais ouvir. -

Lembro que você... - Haru tenta mudar de assunto. A mesma voz do telefone retoma.

-

Estamos te esperando...

Sua visão completamente embaçada, como os chuviscos de uma TV, e sua audição também prejudicada fazem com que ele cambaleie. Naquele momento ele tenta fazer algo, mas nenhum resultado. Até que ele volta a si por um curto período. Anak... Anak... Anak. – Chama Haru preocupado. – Ei! O que foi? Você esta bem? Anak vê seu amigo preocupado, mas nada lhe diz.


-

Anak você está se sentindo bem? - Pergunta Haru ainda preocupado. Anak tenta se recompor aos poucos.

Eu só fiquei um pouco tonto, nada demais. - Diz Anak ainda perturbado, tentando despreocupá-lo. E então novamente ouve o mesmo chiado e desta vez não agüenta e logo perde o equilíbrio e cai de joelhos, tenta se apoiar com suas mãos mas sente uma pressão exercida sobre ele, mesmo tentando levantar-se não consegue. A única coisa que ele pode fazer é ouvir seu amigo chamar seu nome. -

Hey Anak, Anak...

Que droga... Esta... Acontecendo... Comigo? - Sem poder falar nada, ele se questiona. De repente como um terremoto o mundo parece tremer apenas para ele. -

Você não esta sentindo isso!? - Anak pergunta assustado para o amigo

Isso o que? Cara você esta me assustando, o que esta acontecendo?! - Pergunta Haru mais preocupado que antes, olha para os lados em busca de ajuda. -

Esse... Ah!... Droga... - Fala Anak em uma tentativa falha de levantar-se.

Cara, para com isso, é sério, você está me assustando! - Diz Haru, também abaixado tentando entender o que estava acontecendo. Pessoas que passam por ali veem a situação e resolvem ajudar. -

Olhem, o garoto está passando mal! - Diz um pedestre

-

Alguém chame uma ambulância. – Diz o outro se aproximando. Haru tenta ajudá-lo a se levantar, mas ao tocar em Anak

-

Não!...Ah!... Corram! – Grita Anak alertando a todos.

-

A-nak? - Haru espantasse.

Um silêncio momentâneo, e de repente Anak levantasse, tira a poeira de suas roupas, e olhando para as pessoas ali presentes diz: – O show acabou, a plateia já pode se retirar – Diz de forma séria sem se importar com a reação das pessoas que o rodeavam. Nesse momento sangue cai no rosto de Haru. -

Isso é....? – diz Haru confuso.

Do nada surge um corpo de uma garota colegial totalmente dilacerado, que cai entre eles, as pessoas que ali estavam entram em estado de choque e começam a correr desesperadas.


-

Bomba, foi uma Bomba, é um atentado terrorista - diziam eles.

Mas como poderia ser uma bomba se ao menos não se ouviu o som de uma explosão? - Pensou Anak De repente uma cratera abre separando Anak de Haru. -

Que droga, mas que merda é essa? - Haru se pergunta.

Raios de cor avermelhada começam a aparecer entre os prédios e fiações elétricas. Haru, preste atenção, não sei o que está acontecendo, mas vamos para a loja do velho ele tem um abrigo lá que pode nos proteger– Diz Anak olhando fixamente para seu amigo. Haru engole a seco e responde: -

Okay, nos vemos lá. - Ainda assustado, toma coragem e parte Ambos correm em direções opostas

Anak entra numa rua com edifícios e vê mais raios parecendo correntes elétricas, desta vez do outro lado da cidade, isso acarreta explosões que o deixa ofuscado por instantes. -

Porra, porra, porra, isso não é bom. - Dizia Anak eufórico

Ele se sentia sufocado como se o ar estivesse mais denso, de repente ele sente tremores, e então vê um carro capotado a sua frente e ao lado dele havia uma garotinha que lhe lembrava sua amiga de infância , ele corre em sua direção e nota que as pessoas que estavam no carro, provavelmente seus pais, estavam mortos, mas ele se perguntou Por que ela esta sem nenhum arranhão? - Mas a situação era tremenda que ele não deu tanta importância. Tomando a garota nos braços ele continua indo no caminho para a loja do Velho. Próximo ao local de encontro, a garota sussurra em seu ouvido. -

Encontrei você!

Ele olha espantado para a garota e então uma cratera se abre aos seus pés, ele cai e em seguida uma faísca, que vinha do céu de encontro ao chão, acarreta uma explosão que era ensurdecedora e leva a cidade de Asahikawa consigo. Como se estivesse caindo no espaço, ele afunda cada vez mais e mais para o nada. Apenas o escuro, apenas o mar escuro o engole lentamente, escuridão para todos os lados que se olhasse, ele continua afundando, mas parece não sair do lugar. Porque... Eu estou... Caindo...? Onde... Eu estou? É tão calmo aqui...Eu...Morri? É isso, eu estou morto. Oka-san, Haru, Nana... – Atordoado, Anak pensa ser seu fim.


Como uma fumaça, sombras começam a envolver seu corpo e o cobrindo até chegar a sua boca. A única coisa que ele faz no momento é estender sua mão, como se alguém pudesse segurá-lo e então ele começa a gritar ao sentir sua visão escurecendo aos poucos, nesse momento para ele não há mais esperança, para ele tudo aquilo que estava acontecendo era o que todos conheciam só por nome, pois quem experimentou não pode expressar a sensação da morte. É então que, como num piscar de olhos, ele cai de costas no chão, tosse e ao sentir que estava vivo começa a olhar mais atentamente. -

Onde estou? – Pergunta-se. Havia ali um corredor totalmente escuro...

-

Tem alguém aí? - Perguntava Anak Olhando por uma janela a sua esquerda, Anak vê apenas as trevas.

ONDE EU ESTOU!? TEM ALGUÉM AI? - Exclamava com um pouco de medo. HARU-CHAN!!! OKA-SAN!!! HARU-CHAN!!! Respondam. - Novamente exclama e logo a sua frente um brilho lhe chama a atenção. Em cima de um pilar branco havia uma esfera negra circundada por aros arredondados e tinha exatamente em seu centro um pequeno cristal vermelho do tamanho de uma falange que exercia todo aquele brilho, e logo mais abaixo tinha uma placa, e nela estava escrito “Abra sua mente-...

***


CONEXÃO PERDIDA

...

AGUARDANDO FASE 2 ... VOCÊ DESEJA SABER TODA A VERDADE?

[SIM]

[NÃO]


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