Revista Cultura Hip-Hop #3

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Quer passar de ano? Vem com “nóis!” Chegamos à terceira edição. Mais que uma revista, uma prova de superação. A Cultura de Rua continua forte, e para mostrar isso fizemos uma entrevista de capa com Mano Brown no show do Racionais em portugal. Também acompanhamos outros rappers ao redor do planeta, como MV Bill nos EUA, Z’Áfrika Brasil no Canadá e Negra Li no Japão, enfim, estamos ganhando o mundo e rompendo fronteiras. Fazendo o caminho inverso, uma colaboradora da Bahia pegou o avião e foi entrevistar Alicia keys, considerada no mundo da música um dos maiores talentos da nova geração. Sempre em torno da polêmica, entrevistamos o pai do Hip-Hop, DJ Afrika Bambaataa, que esteve no Brasil. Falamos sobre a Cultura HipHop e a polêmica sobre o Funk ser considerado um legitimo Hip-Hop brasileiro. Afrika Bambaataa confirmou. E você, o que acha? Para nos aprofundarmos um pouco mais no universo do Funk, entrevistamos Mr. Catra e Suppa Flá. Ainda tem muito Streetball, Skate, Street Dance e tudo aquilo que você só lê aqui. Até aproxima edição e boa leitura. O Hip-Hop está vivo! Os Editores Marques Rebelo, Alexandre De Maio

Negr a Li pr epar a no vo álbum. egra prepar epara nov Novidades na próxima edição edição..



stou num momento de ‘idéia loka’…”, diz Mano Brown, 37 anos, 18 de Rap, portavoz de um dos principais grupos de Rap brasileiro, na recepção do hotel onde ficou hospedado no centro de Lisboa, após um show envolvido por muito calor humano (mais de 500 pessoas). Enquanto era entrevistado, alguns adeptos do Hip-Hop local acompanhavam atentos suas respostas. As idéias a que se refere estão sendo trabalhadas nas músicas do novo disco do Racionais MC’S, em fase de produção. Idéias responsáveis pelo documentário sobre a comunidade negra em São Paulo, parte do DVD lançado em 2007. E muita idéia ainda vai rolar, garante ele. Pela primeira vez em Portugal, o Racionais MC’S realizou um show há muito esperado pelos adeptos do HipHop que vivem no país. Um bar/casa noturna voltado para o público brasileiro (Cenoura do Rio), não esperava receber uma boa parte dos jovens dos guetos de Lisboa. A grande maioria do público era composta por brasileiros, somado a africanos e portugueses. A casa ficou tão cheia, que lembrou eventos de Rap em São Paulo como o “Hip-Hop na Veia”. A “casa caiu” literalmente, quando até um pedaço do teto desabou. O tumulto era grande para ver, frente a frente, os Racionais. Parecia até um sonho vê-los ao vivo. Durante o show, as músicas do último álbum “Chora Agora, Ri Depois” foram cantadas em coro. E para mostrar que o Racionais continua na ativa, novas músicas também foram testadas. Para os brasileiros que estavam presentes, foi uma oportunidade única de matar a saudade. Para os adeptos do Hip-Hop em Portugal, uma nova fase e a possibilidade de maior contato com a Cultura Hip-Hop brasileira, que para muitos é referência. Apesar da falta de organização, mesmo com todo o tumulto, ficou uma lembrança positiva para quem assistiu. No dia seguinte já era possível conferir no You Tube dezenas de vídeos, a maioria gravados por telefone celular. Depois do show realizado em Lisboa, antes de embarcar para Londres, para um show também organizado pela comunidade brasileira que vive na Inglaterra, Mano Brown concordou em falar para a revista Cultura Hip-Hop. Ele fez questão de trazer seu leitor de CD e colocar um Funk como trilha sonora. E a idéia foi assim.

Uma clínica dentária de brasileiros foi uma das responsáveis por trazer o Racionais para Portugal. O que você acha disso? Mano Brown: (risos). Aí mano, é curioso. Na verdade, o importante é estar aqui. Agradeço ao doutor que me trouxe para Portugal. A comunidade agradece. Você imaginava encontrar aqui toda essa comunidade de brasileiros, africanos e portugueses juntos? Mano Brown: Eu tinha algum conhecimento, uma idéia, mas não como o que vi. Fiquei surpreso. Hoje você tem 37 anos, 18 de Rap. Sua meta mudou? Mano Brown: Não mudou. Mesmo porque, ainda não atingimos a meta. Qual é a meta? Mano Brown: A meta é fazer circular uma sociedade negra em todas as portas que se abrirem, por meio do Rap e de outros movimentos interligados. A minha idéia é abrir portas e ver caras negras dentro, para outras caras negras poderem chegar. Foi esse um dos motivos que te levou a fazer aquele registro da comunidade negra em São Paulo no DVD do Racionais? Mano Brown: Aquela foi uma pequena parte, uma pequena contribuição para uma história maior. Eu tomei a iniciativa de contar, mas tenho consciência que ainda não contei muito. A história é muito mais ampla. É uma idéia do que ainda pode ser descoberto por nós mesmos. Você pretende dar continuidade a esse tipo de registro? Mano Brown: Ainda não tenho meta de dar continuidade. Aquilo foi uma etapa, um momento. Agora tenho outros planos, que estão ligados àquele. Um novo disco? Mano Brown: Além do disco, tenho outros planos. Mas com relação ao disco, tem bastante música pronta.


“Quero que lembrem de mim como lembram do Bob Marley”.

“A meta é fazer circular uma sociedade negra em todas as portas que se abrirem, por meio do Rap e de outros movimentos interligados. A minha idéia é abrir portas e ver caras negras dentro, para outras caras negras poderem chegar” “De leve, tenho idéia de fazer 25, 30 músicas, ir fazendo músicas. Já não tenho aquela idéia do disco em si, quero fazer música, um monte de músicas.”

No show, o Racionais apresentou algumas músicas novas. Fale um pouco sobre o novo disco. Mano Brown: De leve, tenho idéia de fazer 25, 30 músicas, ir fazendo músicas. Já não tenho aquela idéia do disco em si, quero fazer música, um monte de músicas. Estou num momento bom, num momento de ‘idéia loka’.


Cantar em Portugal, com todo esse peso histórico. O que isso significou para você? Mano Brown: Na verdade não viemos cantar para o povo português, mas para o povo brasileiro e africano, um povo que praticamente não representa Portugal. Eu sabia que não estava vindo aqui cantar para os portugueses. Sabia que aqui encontraria um público de africanos, mas não na proporção que encontrei, estou muito satisfeito. Aqui em Portugal, a Rede Record é uma das responsáveis por reforçar o preconceito que existe com o Brasil, produzindo matérias que banalizam a miséria e a violência com sensacionalismo, sem contextualizar os fatos e sem mostrar o outro lado da moeda. Um exemplo foi a matéria que veicularam sobre a “Virada Cultural” em 2007, que fez muitas pessoas que estão aqui pensar que um show de Rap é um incentivo à violência. O que você ainda tem a dizer sobre os incidentes que ocorreram na Virada Cultural? Mano Brown: Ali aconteceu um conflito anunciado. Quando coloquei o pé e olhei, consegui enxergar o quadro todo; qualquer conflito ali seria fácil de ocorrer. Era gasolina e fogo. Mas eu não me intimidei. Aquilo poderia ter acontecido com qualquer um, de qualquer estilo musical, ou num jogo de futebol, até mesmo em um encontro político. É massa, 20 mil, 30 mil pessoas. Como você avalia a sua participação no programa Roda Viva? Mano Brown:Fui convidado. Achei que era um momento importante, porque eu precisava falar alguma coisa. Alguém tinha que falar e eu pensei: Por que não ir? Por que não balançar um pouco essa água? A água estava muito parada, fui balançar um pouco para ver qual é. Eu fui lá ver se o bicho é feio. Eu sabia que não era. Foi tipo zero a zero, um jogo frio. Foi tranqüilo demais, parecia um programa comemorativo.

“O que guia a minha vida é curtir música, cuidar dos meus filhos. Fazer música independente da postura política, porque eu gosto de música. O que tenho como bandeira é a cor, a raça e a música” Mano Brown está em produção do novo disco do Racionais, mas como ele não fica parado, montou o “Big Ben Bang Jhonson” e tem feito vários shows pelo país, ao lado de RZO, Conexão do Morro , Quellyna, Du Bronks, Pixote, DJ Cia e DJ Ajamu. O Show tem lotado os lugares por onde passa.

“É lógico que tentar se manter longe da mídia carnívora, essa mídia venenosa, é uma maneira de permanecer vivo por mais tempo” Você tem idéia de quantos shows você já fez na vida? Mano Brown: Não tenho idéia, mas posso tentar fazer as contas (risos). Que países o Racionais já conheceu através do Rap? Mano Brown: Dinamarca, Holanda, Japão, Estados Unidos, França e agora Portugal e Inglaterra. E rodamos todo o Brasil, que é gigante. Ainda existem muitos lugares que quero conhecer. Hoje o show foi um pouco conflituoso, por falta de organização, Mas acredito que isso não seja novidade para vocês, que já passaram por diversas situações em todos esses anos. Qual a sensação que fica no final de um show como esse? Mano Brown: Foi tranqüilo, eu não tenho medo. Não vi perigo ali em momento nenhum, eu estava à vontade. Eu só pensava em fazer o que eu queria, que era cantar, e estava meio difícil. Fora isso, estava normal. Todo mundo está bem, eu estou bem, e se não for daquele jeito, para mim é estranho. O mínimo que quero é aquilo. Troca de energia. Mano Brown: É lógico. Eu quero o povo perto de mim, e não longe. O que você pode dizer sobre o atual momento do Hip-Hop brasileiro? Mano Brown: Eu estava conversando com uns irmãos que fazem Hip-Hop aqui em Portugal, que são de Cabo Verde, e chegamos à conclusão de que tanto aqui, quanto no Brasil, o Hip-Hop está em transição; nos Estados Unidos também está em transição. O Rap como música, no mundo, está em transição. O Hip-Hop é uma postura negra globalizada, e no mundo inteiro está se transformando, se multiplicando, ganhando mais força. Então, os mais velhos têm que se adaptar aos novos tempos, e os mais novos devem se preparar para os tempos que virão, porque eles vão ter que caminhar juntos, até a transição terminar.

“O Rap como música, no mundo, está em transição. O Hip-Hop é uma postura negra globalizada, e no mundo inteiro está se transformando, se multiplicando, ganhando mais força”


“Na Virada Cultural aconteceu um conflito anunciado. Poderia ter acontecido com qualquer um, de qualquer estilo musical; em um jogo de futebol ou até mesmo num encontro político. É massa, 20, 30 mil pessoas” Mas os veículos de comunicação, principalmente a televisão, jogaram a responsabilidade nas costas do Racionais MC’S (Nota do Editor: Além deste ano, em que Mano Brown teve sua participação censurada pelo Secretário de Segurança de São Paulo no show da Banda Black Rio, com ameaças de cancelar o evento da Virada Cultural 2008). Mano Brown: Mas não dói nada, nunca esperei elogio deles. Eu me preparo para ser do contra mesmo, e estou bem assim. Enquanto eles forem contra mim, estou do lado certo. Eu não quero eles muito perto de mim. Você acha que essa distância é responsável por manter o Racionais há quase vinte anos na caminhada? Mano Brown: Não é só isso, mas sim um conjunto de fatores. É lógico que tentar se manter longe da mídia carnívora, essa mídia venenosa, é uma maneira de permanecer vivo por mais tempo. A sua trajetória vai deixar um legado. O que você espera que fique para a próxima geração? Mano Brown: Espero que os caras me vejam como um sanguebom, que passou pela terra e fez parte. Não foi mentiroso, corrupto. Não quero viver de juros, enquanto estiver vivo quero trabalhar, no Rap ou não. Se não for no Rap, vai ser com o quê? Mano Brown. De qualquer coisa. Eu não posso é ir pra cadeira agora, depois de velho, e nem passar fome. O que tiver que fazer, eu vou fazer. Agora, o que quero deixar aqui é que o Brown foi um cara firmeza. Quero que lembrem de mim como lembram do Bob Marley.

As pessoas lhe vêem como um ídolo. Como você lida com a emoção e o assédio dos fãs? Na saída desse show, por exemplo, quase que o carro não sai de tanta gente querendo uma foto, um autógrafo, ou simplesmente que você olhe quando eles dizem o seu nome. Mano Brown: Eu sou meio doido, não entendo muito bem isso. Vivo tudo ao mesmo tempo, curto tudo, ser anônimo e ser famoso, tudo ao mesmo tempo. Você sente falta de ser anônimo? Mano Brown: Eu consigo ser anônimo quando quero. Tem lugares em que vou e que sou comum. Na sua quebrada? Mano Brown: Na minha quebrada. Lá eu sou um cara comum. É bom ser comum, e também é bom ser famoso, claro que é bom. Não vou falar que não, todo mundo quer, todo mundo luta. Talvez no passado fosse mais complicado, mas hoje você lida melhor com isso. Mano Brown: Algum coisa tem que se aprender. Mas não é um barato que guia a minha vida. O que guia a minha vida é curtir música, cuidar dos meus filhos. Fazer música independente da postura política, porque eu gosto de música. O que tenho como bandeira é a cor, a raça e a música.


Grupo se destaca na zona leste e faz disco com participação de DMN Gordinho dá um tempo com seu grupo Resistência Lado Leste e começa a finalizar o primeiro disco de seu novo projeto, o grupo Primeiro Ato. “O Resistencia não acabou não, isso tem que ficar bem claro. O primeiro Ato é um trabalho à parte, que sempre tive vontade de fazer. Assim como o Magoo tem a idéia de fazer o trabalho dele”, explica o rapper. Formado por Romário (1º Ato), B$O, Gordinho (Resistência Lado Leste) e DJ Raffa (Affeque MC’S ) o grupo começa a produzir o trabalho que traz participações de Markão II (DMN), Sinistro (9 Milimetros), Gregory (Total Drama), Buiu (Quadrilha Sinfônica) e Da Guedes e Nitro Di (Porto Alegre), tudo com a produção de DJ Pudim. “A Proposta é chegar para somar e mostrar que através das letras, tudo pode ser mudado. Se partir de cada um de nós, se houver consciência, responsabilidade e vontade”, finaliza Gordinho.

ZDR lança disco “Guerreiros de Atitude” O grupo traz poesia e protesto, vencendo e ganhando o grande público. Com o novo trabalho, o CD “Guerreiros de Atitude”, eles trazem mãos cansadas na capa do disco, o verdadeiro guerreiro de atitude: o trabalhador. Destaque para as músicas “Alerta Vermelho”, “Seu Abraço” e a própria “Guerreiros de Atitude”. O grupo também participou de apresentações de grandes grupos como SNJ, Negra Li e Paula Lima. Zona de Risco realiza diversos shows comunitários pela cidade, sendo famoso no bairro de Heliópolis e em ONGs da cidade de Mauá. Confiram o trabalho desse grupo que, além de não perder a essência de denunciar as injustiças vividas nas periferias das grandes cidades, traz belíssimas canções, com energia, atitude, realidade e veracidade.

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ada B.Boy, individualmente já tinha seu destaque e suas vitórias pessoais, mas quando se juntaram é que veio a projeção internacional. Pelézinho, Kokada, Chaveirinho, Aranha, Neguim e Catatau, juntos formam a Crew “Tsunami”, que vem ganhando batalhas no Brasil e na Coréia. “Todo mundo já se conhecia de batalhas individuais, mas teve um evento em Caieiras em que fomos campeões e nos reencontramos de batalhas em que tínhamos competido uns contra os outros. Decidimos participar desse campeonato com o nome “Tsunami All Stars”, relembra Kokada, o evento de 2005. Desde então, a Crew e seus integrantes têm viajado o mundo. No BC One 2005, em Berlim, Alemanha, ficaram em quarto lugar, e em 2006 ficaram em segundo lugar nas eliminatórias da América Latina. No mesmo ano foram campeões do Concurso e Encontro Internacional de Dança Solo no Paraguai, e do Meeting Hip-Hop School Festival Solo de Indaiatuba. O ano passado foram para a Coréia participar do famoso campeonato R16, em que ficaram em quarto lugar na batalha e em sexto lugar no show. Este ano começaram bem; participaram do Eurobattle 2008, na cidade do Porto, Portugal, e do evento “Duel de Titan”, em São José do Rio Preto. Voltaram para a Coréia enfrentando varias dificuldades. “A princípio, para o projeto da Coréia tivemos uma grande dificuldade com dinheiro para nos manter, e também de ter que deixar de fazer outras coisas para se dedicar a esse trabalho. E tinha que ter um fundo, cada um guardou uma grana para investir nisso. Mas já está nos trazendo bastante retorno”, desabafa Kokada. Mas esse união do grupo não nasceu da noite para o dia. “A união perfeita do grupo veio quando o Pelézinho recebeu o convite para participar do campenato na Coréia. Foi nessa competição que criamos esse vínculo de família, passamos várias horas juntos. Aí realmente solidificamos uma crew, porque ter uma crew não é simplesmente entrar no evento e participar, tem que ter o convívio”, explica Kokada. E o grupo vem aumentando cada vez mais seus resultados. Neste ano, a crew ficou em terceiro lugar, bem perto do título. “Ter participado da batalha que definiu a final com a Glumber, foi um momento em que me senti muito perto do primeiro lugar”, conta ele e completa: “Este ano chegamos com uma outra visão, mostrando mais a nossa cultura. Trouxemos a cultura do Samba de malandro, de raiz. Nessa idéia do Samba, quem ajudou a gente na coreografia foi o André Pires. Tambem tivemos aula com um professor malandro de Samba, que é o Leandro. Levamos também o Maculelê, a Capoeira, e enriquecemos tudo com o potencial de cada um, isso no show”, relata o B.Boy


Além da competição, a oportunidade de disputar com as melhores crews do mundo trouxe bastante experiência para os B. Boys brasileiros. “Foi uma grande troca de conhecimentos, o nível lá fora é muito grande, realmente. Mas havendo treino e uma dedicação exemplar, a gente pode competir de igual para igual”, diz Kokada. Mas competir em nivel internacional não é fácil, exige um treinamento diário de seis horas. “Aí você intercala dois dias de exercícios de resistência e musculação”, revela Kokada, que chegou à redação para dar esta entrevista com pesos nas pernas. “Por sinal, estou com o peso devido à dificuldade que estava tendo, com muito impacto do movimento. O excesso de treino também acaba enfraquecendo outras partes, então você precisa compensar isso”, contou o atleta. Kokada também é exemplo de como um B.Boy pode dançar. Ele completou 31 anos. “Para nível de batalha internacional, eu não sei. Estou com 31 anos e segurando minha onda bem. Mas vejo pessoas dançando, como o Suga Pop, Ken Swift e o Maurizio, que são caras que estão aí, e estou mandando bem”. Mandando, sem medo do tempo. A crew ainda partcipou de vários programas de TV, como a novela Dance, Dance, Dance, A Praça é Nossa, MTV e aparições no filme “Magnata”, comerciais da Nestlé, Altas Horas e O Melhor do Brasil, mostrando que a arte da dança está em várias areas. “Em cada lugar é uma sensação diferente. Batalha é uma coisa, comercial é outra, e dar aula é plantar uma parada que voce ama. É saber que aquilo que você ama fazer vai ser amado por outras pessoas”, revela Kokada, que além de B. Boy, é arte-educador. A Crew Tsunami ainda ganhou o evento “O Duelo” patrocinado pela marca Conduta, e levou a melhor na eliminatória do Boty Brasil carimbando o passaporte pra Alemanha.

“Continue praticando, tente montar grupos chamando os amigos e colegas de rua e ir dançando. Assim vai... Tudo começa com aquele lance de se tirar um lazer e curtir como hobby. Se realmente houver talento, é acreditar na carreira e correr atrás”. Tsunami (11) 8407-9668


“Eu não era muito popular. A minha música colocou isso para fora de mim” Nic ole S cher zing er icole Sc herzing zinger

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“Eu não suspeitava que Lewis fosse uma pessoa tão família, assim como eu. Nós somos almas gêmeas” Nicole fala sobre o namorado, piloto de Fórmula 1

E

las foram lançadas com o apoio de Snoop, Busta Rhymes e Wi.lli.am (Black Eye Peas). Mas logo esse grupo de divas alcançou seu próprio espaço e continuou botando fogo na cena. Depois do sucesso das meninas, é a vez de Nicole arrebentar com seu trabalho solo, apesar de não abandonar a carreira com o grupo, prova disso é o recente clipe “WHEN I GROW UP”, onde ela dança, deixando um engarrafamento muito mais agradável. Kimberly falou ao site: “O vídeo foi uma experiência bem louca, nós ensaiamos durante dois dias. No segundo dia as filmagens começaram às oito e terminamos a última grande seqüência de dança às seis horas da manhã. Foi uma loucura assistir ao sol nascer e dançar até o meu coração sair para fora”. Nicole, a líder do grupo, alçou um vôo solo e tem tocado em todo o mundo, além, é claro, de ser notícia em todas as revistas. Recentemente ficou entre as 100 mulheres mais sexys do mundo em 2008.

Nicole mostra seu charme brasileiro É isso mesmo. Nicole foi escolhida para lançar o novo óleo exótico para pele da Caress®, o “Rio Caress Brazilian Mix”. A líder do The Pussycat Dolls faz um remix inspirada na música do Duran Duran – Rio, em que encoraja as mulheres a liberar sua sensualidade, mostrando o charme brasileiro do dia-a-dia. Confira o vídeo completo no site: http://www.caressbrazilian.com. Mas a nova musa sexy da cena Pop nem sempre foi assim. Disse que era “tímida, desconfortável”. Nunca achou que se tornaria uma “sex symbol”. Aos 30 anos de idade, admite que foi impopular em toda a sua adolescência, até descobrir a música. Foi aí que os rapazes começaram a prestar atenção nela. “Eu não era muito popular, a minha música colocou isso para fora de mim”. E colocou mesmo. Nicole também foi considerada uma da mulheres mais bonitas pela conceituada revista Blender, ficando na frente de nomes como Lindsay Lohan, Britney Spears e Beyoncé. Mas ela não é so beleza, e já provou isso. Dona de uma bela voz, pensa em vôos mais audaciosos, e disse que adoraria fazer um single com ninguém menos que Amy Winehouse. “Eu adoraria me juntar com a Amy, mas não tenho certeza do que ela acha sobre nós. Acho que faríamos um som sexy, com R&B que vendesse!”, disse Nicole, tudo isso de acordo com o site Fametastic. Ela também foi vista com Ne-Yo, preparando novos trabalhos, além de estrear no novo álbum de Busta Rhymes. Segundo o site Def Sounds, depois de grande hits das “Don’t Cha”, Nicole partcipa da faixa “IF”, com produção de Rick Rock. Ela também está no remix do novo álbum da Maddona, “Hard Candy”, com o som “Heart Beat”. Ela, que no dia 28 de junho fez 30 anos e comemorou na boate LAX, em Los Angeles. O prestigio de Britney Spears já não é mais o mesmo. A cantora foi convidada para fazer uma participação no clipe das PussyCat Dolls, mas a

história não terminou tão bem. Britney faria uma ponta no vídeo e apareceria dirigindo um carro; vê as garotas do PussyCat e acena para elas enquanto passa pelo tráfego. Apesar da pequena aparição, a cantora topou a empreitada. O que Britney não esperava é que a sua aparição no single “When I Grow Up” fosse cortada na edição final do clipe. Já não se fazem mais pop stars como antigamente.

Nicole em alta velocidade Lewis Hamilton, piloto da McLaren, estaria namorando Nicole Scherzinger de acordo com o jornal inglês “The Mirror”. O vencedor do GP de Mônaco também foi ligado à australiana Dannii Minogue e à supermodelo Naomi Campbell. “Estamos nos vendo muito nos últimos três meses. Ele foi sensacional neste domingo, disse Nicole, após a vitória de Hamilton em Mônaco, de acordo com o “The Mirror”. A cantora foi apresentada à família de Hamilton e assistiu à corrida no pit lane. Lewis Hamilton e Nicole Scherzinger comemoraram com a família dele, antes de ir à boate Amber, em Mônaco. Lewis só tinha olhos para Nicole. Ele não conseguia tirar as mãos dela. Eles se beijavam como se ninguém estivesse vendo. Depois ele virou DJ e, junto com Nicole, colocou músicas de Hip-Hop - disse uma fonte ao “The Mirror”. E aproveitando o intervalo entre os GPs de Mônaco e do Canadá, Hamilton fez uma viagem luxuosa com Nicole para Granada, após a vitória do inglês em Monte Carlo. Para a viagem, que custou R$ 165 mil, Lewis e Nicole usaram um jato privativo com um enorme suprimento de champanhe, além da hospedagem em sua mansão particular em Granada. “Eu não suspeitava que Lewis fosse uma pessoa tão família, assim como eu. Nós somos almas gêmeas”.

“Eu adoraria me juntar com a Amy, mas não tenho certeza do que ela acha de nós. Acho que faríamos um som sexy, com R&B que vendesse!” Nic ole S cher zing er icole Sc herzing zinger


Rapper King lança disc o “Q uem S ou” disco “Quem Sou”

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le já teve um destaque na cena com o grupo Duplo Impacto e em participações na Banca 7 Taças. Tudo isso o levou à sua conversão. “O pessoal viu em minhas letras algo pra somar, uma proposta de vida que tinha tudo a ver com o Evangelho, porém, nem mesmo eu havia me ligado muito nisso”, relembra King, que hoje lança seu trabalho solo. Com o disco “Quem Sou”, o rapper, como diz o título do CD, tem muito para mostrar. Com produções eletrônicas e sons com banda, King passeia por vários rítmos, mantendo a idéia certa. “Minha maior missão é fazer as pessoas acreditarem na mudança, eu e o Rap somos apenas instrumentos para levar às ruas a idéia de não querer para alguém, o mal que você não quer para si mesmo. Quero vida !”, afirma. Nessa missão, King ainda conta com grandes participações no disco, como LF e Edi Rock

(Racionais), amizades que nasceram no correria do RAP. “O LF sempre tinha umas palestras na Câmara dos Vereadores e tal, e lá trocávamos idéias e fizemos amizade, isso em 1998, 1999. Fiz uma música em inglês, porque eu estava estudando e queria ver como ficava a minha pegada de rima em inglês. A idéia da letra é incentivar as pessoas a acreditar em seus sonhos, e se chama “You Can”. Incentivar as pessoas sempre foi a temática do LF, aí, fiz o convite para quando ele voltasse ao Brasil, gravarmos juntos o som. O mano arrebentou tudo como sempre, em grande estilo!” Sobre o som “Neurose”, com Edi Rock, ele relembra: “Essa música fala sobre os momentos de aflição que uma pessoa pode passar, desespero e tal, e a saída para isso é crer em Deus. Edi Rock topou e aí nem se fala. Eu ouço essa faixa como se não fosse um disco meu, o barato ficou cabuloso demais!”. O disco, que foi gravado no Power Áudio, mistura sons com banda, Beat Box e produções eletrônicas do DJ Max, tudo conseguido com muito esforço, mas mostrando que é possível. “Dureza gravar um disco, pagando faculdade, escola dos filhos, construindo casa... Isso é a realidade, faço questão de dizer que represento aí uma parcela dos manos que acordam às cinco da manhã e corre atrás dos sonhos, correndo pelo certo e fazendo acontecer, graças a Deus!”

Com toda essa bagagem King não se importa com o rótulo Gospel. “Sou evangélico; se as pessoas quiserem classifcar o meu som como Gospel, Cristão, Underground, Pop, como qualquer gênero, não vou me importar. O HipHop tem a missão de unir, divertir, informar e alertar, e eu estou nessa. O importante é que as pessoas saibam que Cristo morreu por nós na cruz. Seria como se alguém entrasse na minha frente para tomar um tiro em meu lugar, sem eu merecer nada, voltando a viver no terceiro dia, por que ele é Deus. Esse conhecimento eu passo através do meu som; não viemos de nenhum Big Bang, evolução de sardinha para pato, de pato para macaco e depois ser humano. Leonardo Da Vinci pintou a Monalisa. Deus fez o Homem”. Mas sabemos que igreja hoje sofre muitas criticas também. “Dificil dizer algo, posso dizer que as igrejas fazem uma manutenção social enorme em nossa sociedade sem realmente visar o lucro. Você pode ir a qualquer igreja, e se achar por bem fazer sua oferta, você faz, mas não é obrigado a isso. Esse é um assunto muito amplo, acho importante falar sobre isso tanto quanto podemos falar de pedofilia na igreja católica, do pai de santo que joga búzios na rua por dinheiro. Se a idoneidade dos evangélicos é questionada não há problema, mas há problema quando o mesmo não ocorre com as demais religiões. As pessoas podem ser enganados em outros segmentos religiosos, tanto quanto em uma igreja evangélica não idonea”. Polemicas à parte, King afirma: “O Rap é um instrumento que Deus usou para chegar até mim e fazer com que eu ouvisse a sua palavra. Parece loucura para quem lê uma parada dessas, porém, Deus usa as coisas que são, para confundir as que não são e vice-versa. Deus usa os loucos pra confundir os sábios”, finaliza



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epois de uma separação conturbada, os manos do RZO estão de volta com sua formação original: Sandrão e Helião nos vocais e Cia nos toca-discos. A primeira apresentação da volta do RZO foi realizada em Goiânia, no dia 07 de junho. Como não podia deixar de ser, a casa estava lotada.

Durante o evento da Libbra, entrevistamos DJ Cia sobre a volta do grupo. “Eu fico feliz, porque era algo que eu estava batalhando desde a época da separação do grupo. Todo mundo que está na rua ‘tá ligado’ que sempre corri nas duas pontas, sempre corri com os dois, sempre levei a idéia de que o RZO tinha que se reunir, porque a molecada gosta do som, tem uma responsablidade a seguir, que é a família. Como em qualquer família, acontece algum desentendimento, mas logo tudo volta ao normal e a gente está de volta. Graças a Deus, graças ao Ice Blue e aos Racionais, que foram grandes incentivadores para que essa volta acontecesse. Foram feitas várias reuniões, com várias idéias”, explicou Cia. Sobre o primeiro show: “A gente ficou feliz. Em alguns momentos o Helião ficou emocionado, porque ele viu que o público tem as músicas na ponta da língua, que o RZO tem uma legião de fãs por vários trabalhos que a gente executou na caminhada. E nós voltamos com força total, contando com o apoio dos fãs da rapaziada do RAP para fortalecer cada vez mais essa união. Que isso continnue para que o RAP volte com força”. Nos últimos anos, muitos grupos se separaram, e Cia falou sobre a importancia da união. “Quero ver vários grupos de volta, como o SNJ e o 509-E, porque uma andorinha só não faz verão. A gente tem que fortalecer a corrente, o RAP é uma corrente que necessita de vários elos, e nós precisamos fortificar isso. Vamos lembrar também que tudo isso é graças aos fãs, que deixaram vários salves no

Orkut e no Myspace. A Internet nos ajudou a ver a dimensão do que o RZO representa no Brasil”. O grupo já começou a gravar músicas novas, inclusive a revista Cultura Hip-Hop acompanhou com exclusividade a gravação da primeira nova música do RZO, na casa do DJ Cia, numa segunda-feira de sol.

“Os projetos continuam, porque precisamos voltar na ativa total. Estamos fazendo alguns shows com o “Big Ben Bang Jhonson”, projeto que envolve Mano Brown, Ice blue, Pixote e Conexão do Morro. Tem o disco do Sandrão e o disco do Helião para sair e o meu disco também. Os projetos solos continuam, o novo disco do RZO é para o ano que vem. Mas os shows já estão rolando, e a rapaziada pode procurar no meu Myspace para saber o calendário de shows. Estamos aí na atividade, para fazer um show para a rapaziada que gosta, e já temos algumas datas agendadas, e só se ligar. Músicas antigas e músicas inéditas”. www.myspace.com/familiarzo



baiana Émile conseguiu um encontro com Alicia Keys em seu show em Miami. Sorteada para o “Meet & Greet – Encontro dos Fãs com AK”, ela saiu de Salvador e foi ao encontro da super estrela da música americana. “Mr. Carter (segurança gigante de AK) chegou, brincou conosco e começou a fazer a chamada. A partir daí, já comecei a gelar. O coração disparou e comecei a tremer”, relembra a fã de AK. Depois de uma entrevista para uma rádio local, Alicia recebeu Émile antes do show. “Ela estava vestida com uma blusinha preta, calça de brim grafite e sandália baixa com umas pedrinhas. Unhas dos pés pintadas de vermelho e das mãos de incolor (como de costume). Super bronzeada, magrinha, com uma cintura bem fininha (sem pneu algum! oh, inveja!) e um quadril largo (corpo típico da mulher brasileira, sabe?), sorrindo e fazendo palhaçada. Lógico! Caso contrário, não seria Alicia Keys”, relembra a fã. Alicia ainda se espantou ao saber que Émile tinha ido até lá só para vê-la “Puxa, aprecio o que você fez, muito obrigada. Eu tenho que ir ao Brasil, estou louca para ir. Sei que tem um monte de fãs me esperando e eu realmente desejo muito ir ao seu país”, falou AK e completou: “Puxa, do Brasil. Acho que depois desta, ninguém veio de tão longe quanto ela, não é?”, brincou a Diva. Sobre seu rapper preferido: “Biggie, Tupac, Outkast...”, AK respondeu. Sabendo de suas letras profundas, Émilie perguntou quais lições dadas por sua mãe ela poderia dizer que foram essenciais em sua vida. “Bem, minha mãe é meu espelho. Ela foi, aliás é, minha melhor amiga. Ela me ensinou muitas coisas importantes, sempre fomos muito próximas uma da outra. Éramos somente eu e ela, sendo que ela trabalhava praticamente o dia todo e chegava em casa muito tarde. Morávamos numa vizinhança não muito segura, e às vezes, à tarde, depois de estudar, marcava com algumas amigas para elas irem até a minha casa, para conversarmos, rirmos. Elas sempre iam, e eu nunca contei isso para a minha mãe. Um dia minha mãe teve uma folga de um dos seus trabalhos e voltou mais cedo para casa. Eu não sabia disso e minhas amigas muito menos. Daí, quando ‘mommy’ chegou em casa, a campanhia tocou; eram as minhas amigas. Ela abriu a porta e disse: “Sim?!” E as meninas: “Viemos ficar com Alicia, conversar um pouquinho”. E Mommy respondeu: “Mas quem chamou vocês aqui? Vocês ligaram para saber se poderiam vir? Porque é assim que a gente faz quando deseja visitar alguém, liga para o dono da casa para saber se pode vir”.

Alicia continuou: “Não!! Eu não acreditava que ela tinha dito aquilo. Eu queria morrer de tanta Émile anja Émile,, de blusa lar laranja vergonha! Ela mandou as meninas voltarem para as suas casas, da porta da minha casa, foi muito constrangedor! Quando ela bateu a porta, virou para mim e falou: ‘Isso está muito errado, não quero saber disso aqui em casa, aprenda a se respeitar. Tenha respeito por si mesma, sempre. Respeite-se e respeite ao outro’. E ela estava certa”, afirmou Alicia para nós. “O que eu fiz foi errado e nunca mais esqueci disso”. E ela continuou: “Outra coisa que me marcou muito foi algo que aconteceu com relação a uma grande amiga que tive na adolescência. Eu havia prometido a ela que iria ao seu aniversario, mas quando chegou em cima da hora, disse à minha mãe que não estava mais com vontade de ir. Daí ela falou: “Você vai, você deu sua palavra à sua amiga. Toda vez que você dá a sua palavra, deve cumpri-la. É uma questão de honra e respeito”. Alicia completou: “Essa lição, para mim também foi essencial. Aprendi., e como aprendi! A partir daquele momento realmente aprendi que quando dou minha palavra, com certeza ela deverá ser mantida”, relevou a estrela do R&B. Uma pegunta capiciosa não poderia faltar, aproveitando a oportunidade. O que você tem para nos contar? O que você gostaria que ‘não soubéssemos’? Aí ela fez cara feia. “Hum... Então, aí.... Mas vocês já sabem tudo de mim! Ai meu Deus, deixa eu pensar. Só está vindo um monte de coisa boba na minha cabeça, coisas que eu realmente não quero que vocês saibam, e que tenho certeza que vocês não querem saber”. A cantora ficou andando de um lado para o outro, com a cabeça para cima, tentado lembrar de algo. “Okay. Atualmente estou com umas doideiras de realizar atividades radicais, como subir e descer montanhas, uma coisa insana. Inclusive, minha mãe perguntou se eu estava bem (risos). Nada a ver, né? Fui criada em Nova York, super urbana, nunca tive essas loucuras, e atualmente estou nessa. Subir e ótimo, mas descer é que é o problema! Quando estou descendo, penso: ‘meu Deus, se eu descer montanha abaixo vou me acabar toda’. Mas aí relaxo e consigo chegar ao final. Pronto, é isso aí!”. Voltando ao seu trabalho, Alicia é também quem produz suas músicas, e os fãs sempre esperavam um álbum só instrumental. “Sim, sim!! Inclusive já conversei com Krucial sobre esse projeto. Tenho muita vontade de fazer um só instrumental. Sem voz, bem clássico. Também já pensei em fazer um instrumental no estilo Jazz, mas também pensei em fazer algo com muita percussão, bongôs,

Agrdecime esta maté Émile e t www.alicia


timbais....”. Ela fez a batida da percussão com a voz e gesticulou os mo-vimentos. Nesse momento, Émile falou “Você está vendo, Alicia? Você precisa ir ao Brasil!!” E ela respondeu: “Sim, tenho de ir lá, tenho mesmo!”. Sobre sua privaicade e o preço da fama, Alícia falou: “Pois é, desde que entrei no ramo rezei muito e pedi a Deus por isso. Na realidade, tenho muito da minha privacidade preservada, porque não corro atrás dos holofotes. Se você corre atrás deles e está sempre nos lugares em que os loucos estão, não consegue ter vida própria. E eu não gosto disso, eu fujo dos holofotes, vou para um lugar onde eles não estão. Por isso tenho uma vida pessoal normal. Saio por Nova York tranqüila para fazer compras, ir ao supermercado. E o engraçado é que as pessoas me olham e dizem: ‘Olha aquela, tentando parecer a Alicia Keys!’ É muito hilário!”.

Depois de responder às perguntas, Alicia ganhou um presente do Brasil e foi informada entos especiais por sobre a comunidade com 32 mil fãs, que estão éria a Luis Carlos, em campanha pelo seu show no Brasil. Ela toda a equipe do respondeu: “Sim, eu sei!! “Keep doing”, ou seja, akeys.com.br continuem com o movimento!” Émile realizou seu sonho de fã e dividiu isso com milhares de leitores: “Um sonho, gente!!! Ela é a simpatia em pessoa e muito linda pessoalmente, eu nunca vi coisa igual. É ‘zilhões de vezes ao quadrado’ mais bonita do que nas fotos. Imaginem só! Além disso, é super atenciosa, educada e fofa demais! É uma palhaça, importante frisar”, ressaltou a fã.

O show de uma estrela e sua técnica vocal insuperável Para abrir o mega show da cantora, apresentações de Erika Rose, Jermaine Paul, Jordin Sparks e Ne-Yo. O show, gravado por várias câmeras, sugere que irá sair no DVD “As I Am”. Na abertura, um trecho do documentário “Alicia in Africa”. Depois, um coral de igreja, e quando acaba, vem um pastor e começa a dar um sermão. Ele chama a atenção de Alicia, que estava no meio do povo, assistindo ao culto. Diz que ela deveria procurar o Senhor com a música, e não ir atrás de dim-dim, mas o dim-dim ir atrás dela. O pastor continua falando coisas engraçadas, até que começa “As I am”. A banda tocando, o piano girando sozinho. De repente, pára tudo e quando volta, lá está ela, sentada em seu piano preto, acompanhada pela banda.

“Eu tenho que ir ao Brasil, estou louca para ir. Sei que tem um monte de fãs me esperando por lá e realmente desejo muito ir ao seu país”

Agradecimentos especiais por esta matéria a Luis Carlos, Émile e toda a equipe do www.aliciakeys.com.br


Campeonato de Basquete de Rua da Cufa vem para São Paulo e lota o Vale do Anhangabau, com muito esporte e Hip-Hop. O time Madureira foi o campeão de 2008, mas o evento vai muita além do Basquete. O projeto da Libbra ganhou corpo e conta também com o apoio do Ministro da Justiça. “A Central Única das Favelas-CUFA, demonstra mais uma vez, através da Libra, todo o seu compromisso com o fortalecimento da cidadania e a inclusão social de jovens que, à sua maneira, contribuem para a construção de um país mais justo”, disse Tarso Genro.

Além do Basquete, o evento contou com pista de Skate, palco para HipHop, alimentação e barraca para trançar o cabelo. O mega evento tomou de assalto o Vale do Anhan-gabaú, Centro de São Paulo. A delegação carioca chego com mais de 17 onibus do Rio de Janeiro, o que transformou



o evento em um grande encontro entre paulista e cariocas Num dia ensoralado, o que começou em uma quadra improvisada no Armazém 5 do Cais do Porto, Rio de Janeiro, em 2001, ganhava sua versão mais encorpada, com grandes times participantes agora em 2008. O desenvolvimento do Basquete de Rua dentro da Cufa cresceu de forma natural. Foi em 2002, no Hutuz, premiação que a Cufa promove, que aconteceu o primeiro Campeonato Nacional de Basquete de Rua. Mas a Libbra mesmo teve sua primeira edição em 2005. Além dos basqueteiros, a Libra conta com os rappers Max (DMN), Cezinha (D’Favela) e Tony Bossa, além de uma bateria de DJs, como Pretinha,

que tocou na final em São Paulo, Dj Roger Flex, Damente, Marcelo Dantas, Raissa, JL, Balrog e Soneca. O Graffiti, a Dança de Rua e o Skate também foram incorporados ao evento. A presidente de honra da Libra é a rapper Gizza; MV Bill é o vice- presidente. Tudo isso orquestrado por Celso Athayde, que aproveitou o evento para lançar um livro sobre as “Regras Oficiais da Liga Brasileira de Basquete de Rua”, que conta a trajetória das entidades e oficializa as regras do esporte.



X-Games 2008 foi o melhor de todos. Um grande evento, com esportes para todos os gostos. No Street, o skatista paulista Lucas Xaparral venceu a grande final. Com um público estimado em cerca de 30 mil pessoas, também teve Gugu, que ficou com a segunda colocação e o gaúcho Paulo Galera, em terceiro. No Vert, sem novidade: o mestre Bob Burnquist levou o ouro novamente. Ueda, como de costume, deu aéreos altíssimos e fez o público gritar seu nome, ficando em terceiro lugar. A segunda colocação ficou com Digo. No BMX, o inglês de 34 anos Simon Tabron levou o “X de Ouro”. Ele executou o 900º (duas voltas e meia no ar) por duas vezes em sua apresentação. Nenhum brasileiro disputou a decisão. Essa é a primeira medalha de ouro de Simon Tabron. "O 900º faz a diferença", admite Tabron. Zack Warden ficou com a prata e Jimmy Walker com o bronze.

Laine Nascimento Fotógrafa dos sites www.penseskate.net e www.sk8.com.br laine@sk8.com.br



A Street Art de protestar Existem várias formas de manifestação e conseqüentemente de protesto, dentro do que chamamos hoje de “Street Art”. Obviamente, a pixação está nesse time. O Graffiti, quando é usado com essa intenção, também tem grande força de potesto, como nesse mural, que representa os conflitos que as Olimpíadas da China estão causando, com o problema da independência do Tibet. Outro exemplo de protesto é o do artista Blasky, que pinta muros de prisões representando a liberdade, criticando a polícia com sua Stencyl Art. Temos outros exemplos, como os artistas Ruski e Angest Malmo, que fazem instalações em vários locais do mundo, como esses corpos e esse Graffiti, que acabam com o artista morto. As formas de expressão são as mais diversas, mas quando a arte é usada para protestar, com certeza ela ganha um valor a mais.


O jogo mais esperado do ano, além de muita novidade, agora é jogado em Nova York. Também tem uma grande riqueza de detalhes. Desenvolvido para Plataformas PS3 e XBOX 360, o jogo já é um granOs dez artistas brasileiros: Boleta, César de sucesso, e andando pela Nova York de GTA$ você Profeta, Bugre, Highraff, Prozak, Ndrua, Smael, encontra “throw-ups” de artistas como COPE2. Além, é claTim Tchais, Yá! e Zezão. Escolhidos por Fabio ro, de matar muitos inimigos e dir igir como um louco pela Magalhães e Boleta cidade, como propôe o jogo. Você também pode fazer sua pichações pela cidade.





Afrika e Soldierman

Para resumir a história, foi o DJ Afrika Bambaataa quem batizou a união das Artes de Rua com o nome de Hip-Hop, e foi ele também quem deu um rumo sóciopolítico para as manifestações artísticas das periferias e dos guetos, colocando toda essa cultura a serviço de um compromisso social em mudar as realidades locais. Muita coisa rolou desde o começo da cultura, que cresceu em todas as partes do planeta e o visonário DJ, junto com sua fundação Zulu Nation, vem sendo o principal pilar da cultura que está revolucionando os anos 2000. E por ser esta uma revista sobre HipHop, fomos direto à fonte, àquele que um dia vislumbrou o futuro de uma cultura que iria se espalhar pelos guetos do mundo e influenciar a vida de toda uma geração, mudando a história atual do planeta. Entrevistei Afrika Bambaatta de forma bem descontraída, na casa do nosso parceiro Soldado, da UBI (União dos B.Boys Independentes) . Estava no MSN com ele quando o filho do Afrika entrou em seu lugar e teclou: “Meu pai está aqui, pode colar para fazer a entrevista”. Na mesma hora larguei tudo e fui para o Centro de São Paulo, e em dez minutos estava trocando idéia com o maior ícone da nossa cultura. Acompanhe a entrevista polêmica em que Afrika fala sobre a qualidade do Hip-Hop no Brasil e tambem sua afirmação bombástica para muitos, normal para alguns, de que o Funk Carioca é um legitimo Hip-Hop.

Para situar, Afrika Bambaataa é pai do Hip-Hop, do Electro Rock, do Miami Bass, avô do Drum’n Bass e Dance Hall. Começou como DJ nas perigosas ruas do anos 70 em Nova York. “O meu bairro era tão perigoso que nem a polícia entrava. Havia muita violência entre gangues, o que gerou uma conscientização social. Foi por isso que fundamos a Zulu Nation. Tentamos transformar a filiação às gangues em algo positivo. Começamos a organizar as pessoas na rua, os grupos de dança, os b-boys e bgirls, os rappers e os grafiteiros, para criar essa cultura”, relata o DJ Afrika Bambaataa, em entrevista ao documentário “Scratch”. Mas além de todo esse engajamento social, Bambaatta revolucionou artisticamente. Seu disco Planet Rock, lançado em 17 de julho de 1982, mudou a história da música urbana. Com seu grupo “The Soul Sonic Force”, lançou o single que pegou o sucesso do grupo alemão Kraftwerk “TransEurope Express” e usou para fazer os beats de Planet Rock. A música marcou o inico do Hip-Hop com um Funk eletrônico e vocais de Rap. O estilo, batizado de Electro Funk, ganhou o mundo e influenciou o surgimento dos ritmos Techno de Detroit, Miami Bass de Miami, o Jazz mais moderno e até o Dance Hall da Jamaica. O Funk Carioca, feito aqui no Brasil, por exemplo, usou as bases do Electro e depois do Miami Bass. Seu disco é considerado um dos dez mais influentes da história da música. Por isso que em cada país que ele vai, é reconhecido pela Zulu Nation, pelo HipHop, pelas músicas, pela filosofia. Confira a entrevista e boa leitura.


“Eu represento o quinto elemento, que é a sabedoria, e é isso que eu tento levar para as pessoas, porque o Hip-Hop é um movimento cultural”.

Nelson Triunfo e Afrika na Virda Cultural

Em entrevista a Revista Cultura Hip-Hop

Voce já disse que é um visionário, uma pessoa que enxerga lá na frente. Quando viu as artes do HipHop se unindo, já imaginava que essa cultura iria mudar o mundo, mudar uma geração? AB: Desde quando freqüentava as Jazz Session, eu pensava em transformar aquilo em alguma coisa mais agitada. Sempre quis conectar o que acontecia na minha área ao que acontecia em New Jersey. Levar tudo que acontecia nos Estados Unidos, através do Planet Rock, para o mundo inteiro. Levar, de centro para centro, de cada cidade, o que estava acontecendo. Você vem direto ao Brasil. Como tem visto o Hip-Hop brasileiro? AB: O Hip-Hop no Brasil tem diferentes formas, e é reconhecido por isso. Funk carioca é Hip-Hop, São Paulo tem seu Hip-Hop, isso tudo envolve a cultura, mas o Hip-Hop é mais do que isso. o Samba também tem influência do Hip-Hop, tem o Ragga Hip-Hop, Hip-Hop Electro Funk... O Drum’Bass é um estilo de Hip-Hop. Há vários tipos de Hip-Hop, e você deve prestar atenção a isso. O Hip-Hop possui vários temperos.

Qual sua opinião sobre o Gangsta RAP? AB: Não tenho nada contra o Gansgta RAP. O Gangsta é uma energia, a música não mata ninguém. Voce vê jovens de 21 anos envolvidos com violência, tiroteio, e vê isso em qualquer lugar.O problema são as armas, e não a música. O verdadeiro Gangsta são as máfias, o crime organizado, que mata várias pessoas. O gangsta RAP vem de muito tempo e traz essa violência com ele. Existe uma união entre o RAP Gansta, o RAP politizado e o RAP que fala de amor, mas são diferentes tipos de RAP. As pessoas devem ouvir todo tipo de RAP. Que mensagem você deixaria para encurtar essa distância que existe entre o Funk Carioca e o RAP de São Paulo, que é mais politizado? AB: Eu não vejo problema nenhum nos paulistas gostarem do Funk do Rio de Janeiro.Tem várias festas em São paulo que tocam Funk e vice-versa. E as pessoas gostam. As cidades fora de São Paulo também tocam o Funk do Rio. As pessoas gritam, se envolvem.Tanto no Funk, quanto no R&B, são os DJs os responsáveis pelas músicas que chegam até as pessoas. A música tem esse poder de unir as pessoas e fazer as coisas acontecerem. Tanto o HipHop de São Paulo, quanto o Hip-Hop do Rio são bons, não tem “o melhor”. Tudo isso é Hip-Hop brasileiro. Todo os beats são da África, são beats rápidos, beats lentos... Tem que fazer como fez o Run DMC, que misturou RAP com Rock. É isso que temos que fazer, misturar as coisas. Alchoolic, Digable Planet, ja fizeram fusões com diferentes estilos de Hip-Hop. Tudo isso é beat africano. O que você tem ouvido em casa? AB: Tenho ouvido Forró, gosto de ouvir muita percussão. Demos uma revista de Candomblé ao Afrika... AB: O Candomblé, os Orixás... A música africana tem beats, e eu gosto de ouvir. São diferentes estilos. No Brasil é diferente, porque traz todos os beats africanos. Sobre o Graffiti, como voce vê a evolução

da Arte de Rua, hoje invadindo os museus e as galerias de arte? AB: A arte do Graffiti no museu é coisa boa de se ver, porque representa a história. A pintura tem que ir para todos os lugares, e a arte do Graffiti deve estar nas casas, em diferentes tipos de pintura. Tem muita gente fazendo vários tipos de trabalho. Devemos pintar todos os lugares com Graffiti. Você, além de ser um lenda do Hip-Hop, dentro da música eletrônica também é considerado um pioneiro, por causa do disco Planet Rock... AB: O Hip-Hop engloba tudo, como o R&B e a House Music. O Hip-Hop tem vários segmentos, como o Rock e o Jazz, a Salsa, o Samba, o Reggae e o Soul. Como Marvin Gaye. Tudo que me cerca é Hip-Hop, porque música é Hip-Hop e Hip-Hop é música. Tudo isso faz parte da família Hip-Hop. A House Music, o House e o Jungle... Tudo começa com a batida e vai acelerando. Como você vê a corrida presidencial? O Barack Obama vai mudar alguma coisa? AB: É legal que ele se torne presidente, mas vai muito além disso. A Alemanha e outros países têm sua influência sobre os EUA, é uma coisa bem política. Ele pode ajudar a trazer uma nova forma de pensamento, tudo isso independente da cor. Todo presidente tem seu ciclo. Quando um preto vai ser presidente do Brasil? Porque aqui, a maioria da população é negra. Eu não entendo porque aqui o Brasil ainda não tem um presidente negro.

“Respeite os mais velhos. Eu fui para várias cidades, vi muitas coisas interessantes. Antes de vir ao Brasil, fui para a Colômbia e vi milhões de pessoas negras. Antes de vir para cá, tentei aprender o português, para me sintonizar com as pessoas. O Brasil é um país muito religioso, está em outro plano por sua força na religião. Pela mística, o Brasil é o pai de toda a América do Sul. Minha intenção é voltar ao Brasil”.

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Agradecimento especial nesta entrevista a Soldierman (UBI) e Favela Music.



ara saber mais sobre o Funk, entrevistamos Mr. Catra. Direto do Rio de Janiero o MC falou sobre sua trajetória, as influências do Funk Carioca, sua proximidade com o RAP e suas viagens pelo mundo. Com opiniões polêmicas, Catra vai deixar os radicais de cabelo em pé, mas muitos irão concordar. Numa segunda-feira, em São Paulo, onde Catra é residente numa casa da periferia da Zona Sul, fomos encontrar o MC junto com Suppa Flá e Thig (Relatos da Invasão). Em um Flat no bairro de Pinheiros, num clima de descontração, jogamos vídeogame e falamos com a lenda do Funk, antes de partir para o show. Conhecido por suas letras maliciosas e sua ligação antiga com o RAP paulista, Catra sempre foi uma ponte entre o RAP e o Funk, participando com grupos de São Paulo como U Time e SP Funk, entre outros. Ele também é famoso por suas seis mulheres e seus doze filhos, e por pregar a poligamia. Catra começou a cantar RAP em 1989. “Montei uma banda chamada ‘O

contexto’”. Nessa época, sua influência era a Black Music americana. “Pô, mano, eu comecei mesmo a gostar de RAP quando ouvi Guetto Boyz malandro, Public Enemy... Mas Guetto Boyz e Bone Thugs foram as minhas influências naquela época. No começo era uma banda de RAP que misturava Soul, Rock, Baladas e Funk. Depois eu comecei a fazer o Funk”, explicou. Na verdade, Catra faz parte da terceira geração do Funk Carioca. “Apesar de ter idade e de ter acompanhado, artisticamente eu sou da terceira geração do Funk. Vim depois de Cidinho e Doca, Joelmir e Duda”. Apesar das influências americanas, a cena do Funk Carioca vem se formando há muito tempo. “A primeira geração foi a de Cidinho e Cambalhota. MC Limar... Big Boy foi o primeiro de todos, isso em 1979. O pessoal já tinha lançado, mas nessa época os bailes eram todos de Rock’n Roll. o Big Boy falava que era tudo Rock. O baile funk rolava, mas tocava Miami e Rock’n Roll. Tocava Kraftwerk, Run DMC, Afrika Bambaataa, Kiss e AC-DC. Eram muito loucos os bailes antigamente. Aí descobriram uma base do Bat Bryan chamada “Voltmix”, e o pessoal começou a cantar em cima dessa base. E tinha o Ice T, com uma base assim (faz um som de batida e começa a cantar “Partyyy”), e o pessoal começou a cantar em cima dessa base também. Depois veio Jack e Mister Hyde (faz a batida com a boca). Foram essas as bases, com o looping Trinori, uns loopings de Give Boy, uns loopings no MD... Foi aí que começou a mudar. A gente começou a estudar e a inserir os nossos elementos, fazendo um Funk com a nossa cara, um bagulho que só nós fazemos. Largamos o Miami para começar a fazer “tamborzão” e “macumbinha” no mesmo Beat, só que mais acelerado. Hoje o Funk bate na casa dos 126 , 127. Tem neguinho fazendo em 130, 131, ‘tá ligado? Porque o beat agora é totalmente nacional, o Funk Carioca é brasileiro de verdade”, Catra relembrando as influências. Falei com ele sobre a entrevista com

“Em vez de inovar as idéias, continuou com idéias antigas, e de cadeia a periferia já está ligada legal, de morte e de caos, a periferia já está ligada” Afrika Bambaataa, em que o mestre afirma que o Funk Carioca é um legítimo Hip-Hop. “É essa a parada, a cultura é a mesma, é cultura de gueto, de favela, que a gente deixou com a cara do Rio de Janeiro. Não fazemos cover dos gringos, fazemos o nosso Hip-Hop, que chama-se ‘Funk Carioca’, entendeu?”, reforça Catra e ainda emenda: “A gente tomou a cena Black, o dinheiro. A real é essa parceiro, vou mentir? É verdade. O movimento é forte, o swing é legal. Mas essa ascensão meteórica do Funk só aconteceu porque o RAP foi muito mal administrado”, alfineta o MC. Catra tambem falou sobre o que o RAP nacional precisa aprender com o Funk carioca. “O RAP nacional foi mal administrado no sentido empresarial, no investimento, nos bailes, nos DJs, que não tocam som nacional. Estrutura tem, mas é preciso que os programas de Rádio e de TV toquem a própria música. No baile Funk só toca música nacional. Nas festas de RAP o som nacional deveria dominar. Mas sabe qual é problema? É que os caras só cantam desgraça, e niguém sai de casa para ir à balada e escutar desgraça, nego sai para a balada pra dançar, se divertir e arrumar uma mina. Nego só fala de cadeia, tráfico, de treta... Ninguem fala de ‘buceta’, ninguém fala de champanhe, ninguém fala de carro bom. Tem que falar que um dia foi essa, mas hoje a minha realidade é outra, é blim-blim, é corrente de ouro, é morar de frente para a praia, essa é minha realidade. Hoje em dia eu tenho que cantar a minha realidade. Sabe o que aconteceu? o pessoal começou a ganhar dinheiro com o RAP, mas ficou nas idéias antigas. Em vez de inovar as idéias, continuou com papo de cadeia, e a periferia já está ligada legal disso. De morte, de treta, a periferia já está cansada de ouvir isso. Agora o


papo é outro, tem que ser para frente. A idéia da luz tem que chegar, chega de escuridão. E é o seguinte: dinheiro no bolso não é vergonha para ninguém não. Porque o RAP não pode ganhar dinheiro? Isso não existe (ele aumenta a voz), isso não existe! Como a gente vai fortalecer o nosso povo, se não estiver com uma pratinha no bolso?”. Segura essa, RAP nacional. Muita gente não sabe, mas além de viajar o Brasil inteiro Mr. Catra já conheceu vários lugares do mundo tocando em festas de música eletrônica. “Vou te falar de coração. Graças a Deus o meu trabalho, o do DJ Sandrinho, o trabalho de vários que estão lá fora, como DJ Wesley, é difundir a música eletrônica brasileira. O Funk virou música eletrônica brasileira. Nós conseguimos essa classificação no cenário da música eletrônica mundial. E a gente toca nos picos de música eletrônica pelo mundo: Ibiza, Cannes, Estocolmo, Copenhagem, a gente toca nesse picos, não vai lá tocar para brasileiros. A gente vai tocar na cena da música eletrônica”. Nesses lugares, não é a letra escrachada do Funk que faz sucesso, mas as batidas cruas do Pankadão. “Pô mano, tem lugar que o cara não fala inglês, português ou francês. Aí é foda, sem comunicação. Na Polônia é só na base da mímica, mas o pessoal sabe que tem que dar uma ‘roçada’ (risos)”. Com tantas viagens, Catra conta sobre um de seus melhores momentos: “Fiz um show numa cidadezinha hippie da Dinamarca, em Copenhagem, para mais de cinco mil pessoas. Cantei em cima de uma pista de Skate e foi bem louco. Para o especialista, perguntei: E as mulheres de lá? “Ah! mano, eu vou falar para você, as suecas são as coisas mais lindas. Lá, a Gisele Bundchen te atende no Mac Donalds, A Xuxa dirige o caminhão de lixo, para voce ver o ‘naipe’ do bagulho. É uma delícia! Na Escandinávia as mulheres são as mais lindas do mundo. As mais bonitas, as mais gostosas, são as brasileiras, sem dúvida. Já viajei o mundo todo, mas as bundas mais bonitas e mais gostosas são as das brasileiras, não tem ‘caô’. As húngaras também são gostosas demais. Nossa! Maluco, aquilo é coisa de louco!”. Além do próprio trabalho, Catra dá uma força para varios manos, como “A Sagrada Família”. “Tem a rapaziada que canta Funk, tem a rapaziada que canta RAP, tem o pessoal que dança... É uma firma, é a nossa empresa. Temos nossos DJs de Funk, o Buiu e o Sandrinho; temos os MCs Kapella, Jota Do Gueto, Rocha, Suppa Flá, WF e WD. Os manos estão aí com músicas novas, com letras que todo mundo pode cantar, que tem um som legal. Em festa de RAP não pode ter só macho, tem que botar as minas pra rebolar. Não tem que cantar para macho ficar olhando, tem que cantar para as minas rebolarem”, finaliza, provocando. Para consagrar essa união entre o RAP paulista e o Pankadão, Thig, do Relatos da Invasão e Suppa Flá também cantaram no palco do Maria Mariah. Essa união ainda promete muito barulho.

uem levou a revista Cultura Hip-Hop e o Thig do Relatos da Invasão até o funkeiro Mr. Catra foi a rapper Suppa Flá, parceira de mais de 10 anos. Mas essa aproximação é natural, porque ambos sabem que o RAP Paulista ou o Funk Carioca fazem parte de uma mesma escola. “Eles são irmãos, são ritmos que tem o mesmo público, mas ao mesmo tempo são muito diferentes. Tem o mesmo ritmo, mas um é muito alegre e o outro é muito sério. Por isso o Funk superou o RAP nas festas, porque nas festas dos caras tem a alegria do som”, explicou Suppa Flá. Ela conheceu Catra ha cinco anos, e eles vêm fazendo música juntos desde então. O som “Quero Hoje” acaba de ser lançado no cartão digital Coolnex, além de ter saído na coletânea lançada pelo Luciano Huck e na Mixtape do Rapper Cabal, um exemplo prático da união entre o RAP e o Funk. “Eu acho ‘da hora’, só soma, porque o público que curte RAP também curte o Funk, e ao contrário também”, fala a rapper, que nas horas vagas ouve Cartola e Chico Buarque. “Eu estou numa fase meio Flash Back”. Mas no dia, ela, que sempre é extrovertida, estava tensa. “Eu me concentro muito em dia de show, mas é legal fazer um show com uma pessoa querida” Catra já acumula grande experiência na cena. Ao lado do grupo “O Complô” estourou um sucessso nas ruas de São Paulo, e o auge foi recentemente cantarem para 1 milhão de pessoas, dia 1 º de Maio no show da CUT. Gil do Andaraí, Duda do Borel, Sapão e MC Sabrina são suas referências no Funk. “Eu adoro Funk, sempre ouvi. Porque eu fui lá e vi como é. Qualquer um que for vai gostar, independente de curtir o Funk ou não”. No cartão digital ainda tem um som com o Thig, do Relatos da Invasão, com produção de Joeblack e som com Mr. Catra, produzido pelo americano Disco D, o mesmo de nomes como 50 Cent e Nin Sky. “Ele adorava Funk Carioca, era piradão. Nossa convivencia foi rápida mas intensa. Foi uma pessoa que aprendi a gostar, e foi uma química de duas pessoas que ficaram amigas”, relembra Suppa. Disco D, numa crise de depressão depois do fim de um relacionamento, se suicidou em seu apartamento em Nova York, cidade onde ele já tocava algumas das seis músicas que fez com Supppa Flá. Outras músicas você também encontra no www.myspace.com/suppafla.


melhor forma hoje de divulgar uma música é a Internet, e nada melhor que um vídeoclipe para fazer isso acontecer. Gravado no dia das mães, o clipe do som “Essência do amor” teve várias locações, como o topo de um prédio no Centro de São Paulo e em Itapevi, onde Dinho do Guetto mora. Continuando a divulgação de seu disco “Para us pretos e para us brancos”, o rapper da Zona Oeste de São Paulo já promete o clipe da música “Rimando em São Paulo” até o fim do ano.

grupo QI Racional foi fundado em 2005 com a união de dois grupos da Zona Sul de São Paulo, “DSAS”, formado por Dri e Samuka e “QI 157”, do rapper Betão. Mas o estopim para o disco foi a música “Banca Nervosa”, que retratava os sofrimentos carcerários e a opressão policial na periferia. “No estúdio Criasons, com o produtor Tony (ex509-E), começamos a colocar em prática nosso tão sonhado desejo, que era a realização do nosso CD”, relembra Betão Com uma estrutura totalmente independente, o grupo ficou um ano e meio trabalhando no disco “Melhor Só”, pois era uma tarefa difícil relatar as trajetórias de cada um dos integrantes com os fatos reais que aconteceram com cada um. A capa do CD traz a imagem do anjo do Apocalipse, que simboliza o bem e o mal entre uma balança da Justiça Divina de Deus. O grupo contou ainda com os parceiros Odair, Dudu Nascimento, Pretto, Dimenor, do grupo Alvos da Lei, Jél e Jottacê. E reforçando o time pesado da Zona Sul, os manos recentemente fizeram a festa de lançamento do disco, que teve festa lotada levando cultura e informação de qualidade para a quebrada.

dupla formada por MC Alexa e MC Paloma começaram no ano passado. Com a cara da nova geração, ele, 12 naos e ela 14, misturam batidas de HipHop e Funk Carioca e já começam a ter grande aceitação nos bailes de São Paulo. Com letras fortes e outras descontraídas, a dupla faz sucesso entre os adolescentes. O CD, que em breve estará nas lojas, traz Black Music, Rap e Funk, mostrando as novas tendências do mercado. Com o sucesso da música “Manda a Mulherada” e o RAP “Criança”, o grupo vem conquistando os dois públicos. Trecho da música “Criança”

DORMIND O PEL AS R UAS AND O COM AS DR OG AS / ORMINDO PELAS RU AS,, TOP OPAND ANDO DROG OGAS MENOR AB AND ON AD O, CHEIR AND O UMA COL A/ ABAND ANDON ONAD ADO CHEIRAND ANDO COLA/ SEM P AI, SEM MÃE, SEM N AD A/ A R UA É SU A ESCOL A, NAD ADA/ RU SUA ESCOLA, PAI, O CÉU É O SEU TET O/ O SOL, A SU A LUZ/ O OR VALH O TETO/ SUA ORV ALHO SU A COBER TA/ O CHÃO É SEU COLCHÃO/ SE TIVESSE UMA SUA COBERT CH ANCE, NÃO SERIA ASSIM NÃO CHANCE,



A melhor fase do rapper Ja Rule Podemos dizer que Ashanti foi a melhor fase do rapper Ja Rule. claro que ele também gravou com outras cantoras maravilhosas, mas foi ao lado de Ashanti, com “Always on Time”, que o rapper conseguiu seu maior sucesso. Recentemente, Ja Rule esteve no Brasil para uma série de shows, e ficou a esperança de ver a diva por aqui. Mas ela não veio e o público ficou só na saudade. Agora, ela lança um novo disco e quem sabe venha fazer um show por aqui.


A amiga de Beyoncé Muitos a conhecem assim, mas Kelly tem seu brilho próprio. Além de cantar ao lado de Beyoncé no trio Destiny’s Child, a gata já fez muito sucesso no passado ao lado do rapper Nelly, com o hit “Dilema”. Hoje em dia, Nelly está nas paradas com Fergie, e Kelly Rowland trabalha seu disco que foi recém-lançado. Aqui no Brasil, sua música está nas TVs e nas Rádios, e ela ainda promete muito mais para este ano.


O rapper WX acaba de gravar o vídeoclipe da música Estado de Choque, que conta com produção de Joeblack. O clipe ainda traz aparições de Quellinah, Suppa Flá e Nikita. A filmagem foi feita em três locações. Começou no Centro de São Paulo, Baixada do Glicério, depois foi para um Hotel, onde cada quarto foi pintado por um grafiteiro, e acabou na casa noturna Mood, na festa Black Mood, do nosso parceiro Zezão. O clipe ja está na Internet, confira. Vote também no vídeoclipe para concorrer ao VMB no MTV Overdrive. Onde fica o Hotel? Na Rua Conselheiro Nébias com General Osório, no Centro de São Paulo. Entre e escolha seu quarto entre vários grafiteiros como Binho e Does, entre outros.



uem diria! O Hip-Hop, no momento em que alguns o davam como morto, deu como resposta a volta do grupo RZO, o programa Manos e Minas na TV Cultura, com Rappin Hood no comando, a expectativa iminente do novo disco do Racionais MC’s e mais de 30 candidaturas do movimento em todo o Brasil. É nesse clima que o candidato Nuno Mendes, há 16 anos na rádio 105 FM apresentando o Espaço Rap, se encontrou com o lendário Nelson Triunfo para trocar experiências de campanha. Nunão em São Paulo, Nelsão na cidade vizinha, Diadema. Nelson Triunfo, precursor do movimento, recebeu Nuno Mendes com seu entusiasmo característico e disse que é o momento do Hip-Hop tomar a frente. “Chega de votar nesses ‘pagão’ aí”. Ambos conversaram, posaram para fotos e trocaram declarações de apoio. Essa atitude dos manos do HipHop se candidatarem não é algo inédito. Sombra e Shetara já se candidataram no passado e Anderson 4P foi eleito vereador em 2004 na cidade de Francisco Morato. O novo, é que pela primeira vez temos um candidato com condições reais de se tornar vereador em São Paulo, terceira maior cidade do planeta. Segundo Nuno Mendes, essa tendência ganhou uma dimensão inimaginável com a candidatura de Aliado G a Deputado no Estado de São Paulo e Bob PTG no Ceará. “Quando Aliado veio, abriu uma clareira na mata fechada. E se a gente não ocupasse esse espaço e avançasse, o mato voltaria a crescer”, alerta o locutor do Espaço Rap. Aliado G, líder do grupo Face da Morte, continua na vanguarda. É candidato a prefeito em sua cidade, Hortolândia. Construtor da Nação Hip-Hop Brasil, foi um dos incentivadores para que Nuno Mendes disputasse o pleito a vereador na maior metrópole da América Latina. Nuno Mendes na capital paulista, Beto Teoria em Ribeirão Pires, Nerinho em

Santo André, Will em Curitiba e Preto Rap em Fortaleza, são candidatos do Hip-Hop que possuem não só algumas propostas em comum, mas até mesmo a numeração de campanha idêntica: “65105”. Essas campanhas de candidatos do Hip-Hop têm mais coisas em comum. São campanhas sempre com pouco ou nenhum dinheiro, muita criatividade, atitude e muitos apoiadores. O jornal Estadão publicou matéria analisando o poder do Movimento Hip-Hop nessas candidaturas, que tende a se renovar. Além de Edi Rock, Rappin Hood, Mano Axé e DBS, grande parte do movimento tem ajudado a divulgar a campanha de Nuno Mendes. Outros movimentos de periferia como o Reggae, o Samba e os skatistas também têm apoiado o apresentador do Espaço Rap, formando um verdadeiro “Encontro das Tribos”. “O vereador é o fiscal do povo”, fala Edi Rock, do grupo Racionais MC’s, em vídeo de apoio no site de Nuno Mendes. Manos e minas, candidatos do Hip-Hop em todo o Brasil:


Nome Aliado G (Erlei) Anderson 4P Nuno Mendes Nelson Triunfo Nelsinho Beto Teoria Osni Curinga Pablício Nerinho Teresa Serjão Juliano DJ Buiú Alceu Simone Guerrero Rafael Viola BN Raissuli Luizinho Mano Oxi Preto Rap Kim Isac Will DJ Sadam Magão Valter DJ Gutti Mano Higor Sinop -

Quebrada Hortolândia Francisco Morato São Paulo Diadema Guarulhos Ribeirão Pires Carapicuíba Rio Claro Vinhedo Santo André Campinas Jacareí Itapetininga Araras Cordeirópolis São J. dos Campos Jundiaí Itú Salto Osasco Porto Alegre – RS Fortaleza - CE Florianópolis - SC Curitiba - PR Rio de Janeiro - RJ Campo Grande Campo Bom – RS Sapucaia do Sul MT

Número 65 13000 65105 13688 65234 65105 65123 65013 11019 65105 65065 25208 23000 22300 65141 65013 13333 65456 65456 65105 12123 65105 65676 65000 65656 65171 65163

Cargo Prefeito Reeleição –Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador Vereador

Confira o site dos candidatos do Hip-Hop: www.nunomendes65105.can.br www.nelsontriunfo13688.can.br www.betoteoria65105.can.br www.osnidias65123.can.br


Ele já está em seu segundo CD, mas as correrias desse mano do Rio de Janeiro não ficam só nas músicas. Além de alimentar um blog com entrevistas e matérias, Fiel atualmente mora no Morro Santa Marta, onde está rodando um curta-metragem, além de ter lançado seu novo clipe recentemente. Fora as filmagens, Fiel tambem é o principal organizador do evento Hip-Hop no Santa Marta, que já teve várias edições, sempre levando cultura e entretenimento para a quebrada.

visaodafavelabr.blogspot.com

No meio do mundo. Esse foi o endereço da Batalha Amapá. E foi no meio da Amazônia que a Crew Amazon B.Boys conquistou o bicampeonato. O festival tem apoio do governo e da Rádio Difusora de Macapá, que abriu suas portas para o Hip-Hop mantendo há dois anos o programa “Hiphop na Veia”, apresentado atualmente pelo B.Boy Spaick, um dos coordenadores da Batalha Amapá. Zulu diz que a batalha agora adota o mesmo regulamento da BOTY (Battle Of The Year), em que as equipes devem apresentar um show e só quatro são selecionadas pelos jurados para disputar a final da Batalha Amapá. Os jurados foram B.Boy Catatau (Tsunami), Daniel (QDM) e James (Stil Contact). Os rappers Rapadura e Lindomar atuaram como os MCs do evento. As semifinais foram disputadas pelas crews Estilo de Belém (Melhor Show), Amazon B.Boys do Pará, Afro B.Boys e Mec Loucos do Amapá. Mas venceu a técnica da Amazon B.Boys, abocanhando o prêmio de R$ 5.000,00. Paralelo a tudo isso, aconteceram diversas atividades, como Oficinas de DJs, MCs, Graffiti ao ar livre, Baile Rap e o Show de encerramento no Centro de Cultura Negra do Amapá, belíssimo espaço dedicado ao negro e sua cultura. Dança de Rua e altos prêmios na Amazônia. E o Hip-Hop não pára.



F

ormado por Belo, Bi, Lê e DJ Pê, o grupo Impacto chega às ruas com seu primeiro trabalho apoia-do por nomes de peso como Trilha Sonora do Gueto. “Eu já conhecia o Cascão antes dele ser do Trilha Sonora do Gueto, tinha uma amizade. Aí, o T$G começou a fazer shows e a levar a gente para os shows também. D e p o i s , o Cascão me apresentou ao DJ Pudim, que é o produtor do nosso disco”, esclarece Lê, sobre a parceria. Os rappers do interior paulista já começam a fazer barulho com as músicas “Só por Deus” e “Aqui não é Filme não!”, tocando na 105 FM e conquistando o grande público. “’Só por Deu’ fala sobre as coisas que acontecem, e que hoje, pelas coisas que acontecem , Só mesmo por Deus, porque sem Ele você não chega a lugar nenhum. ‘Aqui não é Filme não’ nós fizemos para mostrar o que acontece, como nós somos discriminados. Fizemos para ‘lascar paulada’ neles!”, revela Lê. O grupo mantém o compro-

misso de mudar a realidade e tem a preocupação que deveria ser do governo. “Cantamos porque queremos mostrar para a rapaziada que a vida do crime não compensa”, explica Belo, que aproveitando o sucesso do som, fez uma festa de pré-lançamento do disco em sua cidade, Sorocaba, com a presença de T$G, Realidade Cruel e os grupos da região. “Em Sorocaba tem um público bem cativo do Rap, e quando a gente faz as festas por lá é casa cheia”, se orgulha Lê. Apesar dos integrantes já terem tido outros grupos, a nova formação tem apenas dois anos, é isso:trabaIre já“Impacto estão com o primeiro lho na ruas. mãos Movimentando

Palavra Acessiva Com Toda Originalidade, porque aqui todos se consideram uma família. E o nome do álbum é “Jogo é jogado/Rap é cantado”, porque tudo é sobre o jogo da vida. Você tem que saber jogar para poder chegar aonde quer”, finaliza Lê.





m grupo com proposta diferente surgiu em 2006 da amizade de Manu Dékis e Mec Doideira. “Eu e o Doideira já tínhamos um grupo, mas cada um seguiu seu caminho. Nos reencontramos, e como ele era o autor da músicas, combinou com minha idéia de montar um grupo onde cada um tivesse a sua função: intérpretes, produtores, músicos, dança-rinos”, revela Manu Dékis. A idéia foi dando certo e quando o disco estava quase pronto Mec Doideira faleceu. “A gente tinha gravado o vídeoclipe da música “Vamu Funka” com Nelson Triunfo e estavámos terminando o disco, com participação da Cris do SNJ. Mas no dia 03 de fevereiro de 2008 perdemos Mec Doideira. Nessa festa, fizemos uma homenagem a ele com “100 dias sem Mec doideira”. A gente espera concluir o disco até o final do ano”, desabafa. A festa foi no Chaparral, dia 18 de julho de 2008, em Embu das Artes, SP. Da festa partiparam Bastardo, Jamess, Segunda Via e Doideira Som. “Na homenagem, o melhor momento foi quando cantamos a música “Vamu Funká”. Fizemos uma mini-festa entre a gente, lembrando e cantando. E um dos melhores momentos que eu vivi com Mec Doideira foi quando sentamos e escrevemos a música “Vou Me Dar Bem” no estúdio do Manu Dékis”, relembra Tico O disco do Rateio vem com variados temas, como na música “Tufo de Onça”, que fala sobre o poder do dinheiro, ou a “Vou Me Dar Bem”, que fala sobre respeitar o próximo e sobre como se dar bem sem passar por cima de ninguém. Nesse disco, Mec deixou várias mensagens, explica o rapper Deéfê. “A música que mais marcou para mim é “Vencedor”, que fala das lutas do dia-adia. Toda vez que canto é a que mais me marca”. Manu Dékis produziu o disco e escolheu quem iria interpretar as letras. “Quero fazer entretenimento com informação”, ressalta. Hoje, a formação atual do grupo é: nos toca-discos Manu Dékis; os intérpretes são Tico, Pablo, Dede e Deéfê, e na dança Felipe. “Quem compra nosso disco pode esperar um compromisso com o público. O R.A.T.E.I.O. faz música de boa qualidade para todos os gostos”, relata Pablo. O disco também tem participação da Cris do SNJ. “Ela participa na música “Faça a sua Parte”, que é um som que fala sobre o cotidiano da periferia. Eu acho que se cada um fizer a sua parte, a gente pode mudar o Brasil”, diz Manu Dékis. Estudio Manu Dékis - (11) 9580-1524 manudekis@ig.com.br

O disco também traz muita referência ao Funk.

“A música “Vamu Funká” é uma homenagem ao Funk, trazendo o pessoal da velha escola, como Nelson Triunfo, King Nino Brown e Thaíde, entre outros. Hoje, as crianças não sabem o que é o Funk, só conhecem Funk Carioca, então, fizemos esse resgate”. Aproveitando o assunto, entramos na polêmica e perguntamos sobre o Funk Carioca. “Eu acho que o Funk Carioca é feito por MCs. Eles fazem num beat mais dançante, mas não deixa de ser rima. Eu acho que o Rap tem que parar com essa desigualdade, o Funk Carioca é como o Rap gringo, feito para dançar e curtir”. Quem quiser saber mais sobre o grupo ou já ouvir alguns sons, acesse: www.myspace.com/rateio Shows: Douglas (11)7366-3460




O início da Cultura Low Rider O estilo Low Rider começou na década de 1940, com imigrantes do México em Los Angeles, junto com o estilo Zoot Suit (Pachucos), trazido pelos espanhóis e mexicanos que foram morar nos EUA. Tudo começou porque eles pegavam os carros que estavam sucateados e transformavam em verdaderias máquinas, com muito estilo e colocando elementos da cultura latina. Essa cultura cresceu e se expandiu para o mundo todo, chegando inclusive ao Brasil. O nome Low Rider vem de “andar baixo”, termo usado pelos imigrantes que tiravam os bancos de trás do carro fazendo com que a polícia não visse os passageiros. Na época, os mexicanos eram muito perseguidos pela polícia, e quatro pessoas em um carro já era motivo para ser abordado. Desse estilo de “andar baixo” veio o nome Low Rider. Com o tempo a cultura evoluiu, melhorando as pinturas e a parte hidráulica, e os carros que pulam se tornaram o grande símbolo da cultura, mas que vai muito além disso. Hoje a cultura Low Rider engloba as Low Bikes, o estilo de se vestir e a atitude. Tudo isso passou a ser um estilo de vida em várias partes do mundo. A música que os adeptos da cultura ouvem são o Funk dos anos 70 e a Soul Music, além, é claro, do RAP. Vários grupos se identificam com a cultura, como Cypress Hill, Lil Rob e MR Capone-E. Aqui no Brasil, os grupos que se identificam são A Banca DRR, Código Fatal, Relatos da Invasão, FEX, RZO, DBS, entre outros.


Um dos principais meios de entrar para a cultura é começando pelas bikes, até pelo aspecto financeiro. Hoje, no Brasil, existem vários Bike Clubs. Para fazer parte da cultura você tem que se informar, pois só através da informação e do conhecimento terá o respeito e será aceito, formando mais um elo nessa corrente que cresce a cada dia. Agradecimentos especiais nesta matéria ao Julião, a toda a Família Car Club pelo evento, e ao Oswaldo pela idéias. Para sonhar mais com a Cultura - Um dos pontos onde se pode achar muito material sobre a Cultura Low Rider é na Galeria 24 de Maio, no Centro de São Paulo. Na Loja Ant Dopyn (Loja 56) você encontra vídeos, filmes, documentários e CDs sobre a Cultura Low Rider. É só chegar lá e falar com o Oswaldo. (11) 3331-4255.


DJ do R acionais MC’ s Racionais MC’s lança CD e DVD do projeto “Fita Mixada Rotação 33”

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L Jay lançou um trabalho inédito no Brasil. O projeto consiste em uma performance gravada ao vivo, em que Kleber faz colagens, scratches e viradas de sons nacionais como Xis, Racio-nais, Sabotage, De Leve e deixa um instru-mental entre uma música e outra. Ele convi-dou vários MCs para colocar suas rimas, como Max BO, Gaspar Z’Áfrika, Andrômeda, Kamau, Parteum e Liga dos MCs. O resultado você confere num DVD com extras de entrevistas, um show no Rio de Janeiro e um CD com o resultado da fita mixada.“Eu procurei inovar, vir com um barato novo”, falou o Dj, pois muitos esperavam que ele lançasse uma coletânea no estilo “KL Jay na Batida”. Numa coletiva no Centro de São Paulo, KL Jay falou sobre o momento atual da música. “Tem música comercial que é foda; tem mano que fala do 50 Cent, mas a música dele é foda. É igual ao Funk Carioca, que leva uma, afronta... Ele folga. Eu o admiro, mas também tem muita coisa dele que eu não gosto. Música boa tem em qualquer lugar, no comercial, no underground. A música vai além da ideologia, é outro patamar, alto nível”. O DJ da 4P também falou sobre estar sempre gravando novos grupos e dando espaço para novos rappers. “Eu me sinto parte de uma missão, ‘tá anuncio ligado’? Mas nada do que eu faço é obrigado. O que eu faço é incondicional, não quero nada em troca. É um prazer para mim fazer parte dessa cultura e estar envolvido com pessoas que eu escolho. E eu vou fazer até a hora que der. É muito bom tocar, é muito bom fazer as coisas acontecerem, é muito bom fazer parte disso. E eu não quero poder nem controle, quero fazer a coisa acontecer. Quem quiser vir comigo, venha pela ordem. É minha missão e eu agradeço ao Universo sempre por ter descoberto a cultura, ser o que eu sou e fazer parte do que eu faço”. A exibição do DVD no Sesc teve aplauso em pé da platéia. “Quando eu vi aquilo senti o outro Kleber que está aqui dentro de mim, que fala: ‘Voce está certo’. É bom ser reconhecido, mas não é isso que eu quero, não é essa a intenção. Quero tocar, fazer

música. Mas ser reconhecido é bom. Você acredita que outras pessoas se identificam com aquilo que você está fazendo”. Sobre o nível dos rappers hoje em dia, ele falou: “Muitos MCs têm medo de falar o que realmente querem dizer, têm medo de ser taxados, ser ridicularizados”, explica.

“Muita coisa que o Funk Carioca fala eu não gosto, mas é uma música muito foda, de afronta, é tambor, é África, e por isso dominou o mundo. O RAP nacional está escondindo ainda, está cantando assim ainda (coloca o capuz do moleton na cabeça e cobre o rosto). Tem que fazer música louca, tem que tocar sem medo”

“A gente tem que causar, como o Funk Carioca causa. Eles falam vários bagulhos que não são bons de ouvir, mas a batida é foda, um bagulho escrachado para todo mundo ouvir. Quando toca o Funk Carioca, não tem como ficar parado”, afirma. KL Jay ainda prepara vários lançamentos para este ano. “Eu sou apaixonado pelo que faço, e aprendo com vários DJs, a rua fala comigo toda hora. Eu ouço um som na barraquinha do camelô e falo: ‘Noooossa! vou tocar hoje no baile’. O termômetro é a rua”, finaliza.



Facínoras MCs, com o disco “Em tempos de Morte, as Lágrimas são de Sangue”, segue a linha mais radical do RAP nacional, com bases sinistras que relatam o cotidano violento. Destaque para a forte “Sinto Falta do Amor” e para as participações de Realidade Cruel, Mandrake, Davi Black e outros nomes. Do sul do país, o grupo “Manifesto” chega com o álbum “O Mal nunca dorme”. Criado em 1997, o grupo está em seu quarto disco . www.myspace.com/Manifestorap De São Paulo, o grupo “Zona de Risco” lança o trabalho “Guerreiros com Atitude”, mostrando um Rap moderno e diferenciado. www.myspace/zonaderisco Inspirado pelo Racionais MC’s, o rapper lança o disco “O Marreteiro”. Conhecido pela sua correria, o mano vem batalhando e conseguindo bastante espaço para divulgar seu trabalho. Dudu de Morro Agudo lança, em tecnologia SMD (que faz o preço do CD baixar a R$5,00), o seu esperado disco “Rolo Compressor”, com produções pesadas, ideologia forte e rimas competentes, mostrando que a militância também pode ser aliada de um Rap de qualidade. Destaque para o clássico “O Dom”, a história de “Dico Seqüela”. O disco fica mais leve na irônica “Sacolinha”, falando sobre as igrejas.

Mixtapes - Cenário Independente

Dálmatas

Mistura Cultura Vindos do sul do país, um rapper e uma cantora trazem um mistura interessante entre sons que passeiam pela MPB e um estilo de Rap Underground. Dálmatas também traz letras quentes, como em “Alô, Alô” e uma mensagem positiva no som “Paz”. Fala também sobre brigas e relacionamento, como na ousada “A Fila Anda”. O grupo nasceu em 2006 com a cantora D’Lara e o rapper e produtor musical Jameson Boaventura. www.myspace.com/dalmatas2008

Chegaram às ruas excelentes mixtapes com novos sons, como a do DJ QAP e sua MPC Envenenada. O produtor e DJ do SP Funk traz nomes como Markão II (DMN), Criolo Doido, Pródigos, Max BO, Relatos da Invasão, Otimistas e Última Chance, O Viruz, Mathematicos e Tio Fresh, Sandrão e Sombra. Destaque para Mathematicos, com o som “Do Acre a Sampa” e o sucesso “Vasilhame”, de Criolo Doido. www.myspace.com/ djkpye Idmon Orpheus com seu “Acenda o Isqueiro” Representando a Família 7 velas como melhor da vertente nacional do Reggae, Ragga e Rap. www.myspace.com/idmonorpheus Rhéu e seu album “A arma que escolhi” vem rimando a positividade, mandando mensagens de esperança. E para fechar a Mixtape Volume 1, Conexão Minas Gerais/Baixada Santista/São Paulo/Rio de Janeiro/Interior traz os grupos Fusão da Cor, Produtos da Rua, H2 Loko, Supremacia, Dimensão Negra, Reviravolta Máfia, Afro Síntese, Tarja Preta, Voz D’Assalto, TAS 2, MR Problema, Raízes 72, Fusão Bélkica, Mandrake, B.Dog e SOS Periferia. A Mixtape sai em homengam a Undher Jay (Mr. Problema), falecido recentemente. Grande inciativa do portal www.oh2c.com.br.


Disco de estréia do rapper Sabotage é relançado Agora nas mãos do Daniel da Broklin Sul Produções o disco do rapper voltará às lojas. O disco, que tem sucessos como “Um Bom Lugar” ou mesmo a eterna “RAP é Compromisso” estão nesse primeiro registro do rapper, que se tornou uma lenda com seu jeito simples, suas rimas rápidas e letras inteligentes. Ainda este ano a produtora promete um disco de inéditas.

Negga Gizza lança música no Myspace A rapper Nega Gizza (RJ) lançou a música “Testa de Ferro” em seu Myspace. A música fala de honestidade, falsidade e luta social. A musica foi produzida com o rapper Mv Bill. Por enquanto, nem sinal de CD novo da Gizza. Nega Gizza atualmente está coordenando a base da CUFA no Viaduto Negrão Lima, no Rio de Janeiro, local onde acontece a LIBBRA - Liga Brasileira de Basquete de Rua.

Pregador Luo lança disco dedicado ao Jiu-Jitsu O novo disco do rapper Pregador Luo do grupo APC 16, “Bate Pesadão”, traz sons para quem vai praticar Jiu-Jitsu. Luo, que já treina há algum tempo, traz o single “Música de Guerra-1ª Missão” e lança na Nossa Rádio (91.3 FM) (www.nossaradiofm.com.br)”. O álbum, que se chamará “Música de Guerra”, será temático, trazendo os temas de entrada nos ringues dos maiores lutadores de MMA e artes marciais do mundo.

Vai ouvindo o som em www.myspace.com/ negagizzarap

Gravadora Marola Records faz barulho com novos lançamentos no DF e no Brasil A principal locomotiva do RAP no Distrito Federal e região é a gravadora Marola Records. Com uma história de superação, Marola, o proprietário, começou devagar e hoje é a principal gravadora do DF, lançando a cada mês muitos grupos. Os próximos lançamentos são “Raciocinar RAP”, “Comunicação Racial”, “Perbony”, “Dom Black”, “VDP”e “DJ JR Killa”, além dos grandes destaques, como o disco novo do rapper DJ Jamaika, “Álibi pra Morte” e Atitude X, com o disco “Isaias Jr”. Ouro grupo que se destaca na cena é Vadioslocus, com o trabalho “Até quando o Caneco secar”. O grupo nasceu da idéia de se fazer algo alternativo, deu certo e em 2004 lançou seu primeiro CD, chamado “Vadioslocus na Conkech” e gravaram o clipe das músicas “Bom é Viver” e “Só Pra Bagunçar”. O grupo foi bem aceito pelo público e tem viajado por vários Estados. Nas letras, sempre visam mostrar o “lado bom” de viver nas periferias.


Batalha de B.Boy da Red Bull consagra Muximbinha

No Rio de Janeiro, diante de um Circo Voador lotado, dezesseis B-Boys do Brasil inteiro competiram no Red Bull Breaking. As 2.400 pessoas presentes conferiram um verdadeiro show de ritmo, técnica, habilidade e muita ginga brasileira. O dançarino Muxibinha, do Distrito Federal, sobreviveu a quatro batalhas e foi o grande campeão da noite. O evento ainda trouxe performance do coreógrafo Carlinhos de Jesus e show do MC Marechal.

Muximbinha

DJ RM se classifica para a final na Inglaterra com os melhores do mundo O Brasil foi sede da etapa classificatória do mais famoso e respeitado torneio internacional de DJs, o DMC World DJ Championship. O concurso já revelou grandes artistas, como DJ Cash Money, Craze, Q-Bert, Scratch Perverts, C2C e ie.Merg. E o grande campeão foi o DJ paulistano RM. A conquista valeu a passagem para a final mundial em Londres, em setembro. RM Disputou com mais doze concorrentes de diferentes regiões do país e foi premiado também com um mixer da Pioneer e um cheque no valor de mil libras. O DJ Erick Jay garantiu o segundo lugar na competição, e DJ Tano o terceiro.

Carlinhos de Jesus

No Destaque Gospel temos a volta do grupo “Alerta Vermelho”. O ótimo CD “Kairos” vem com músicas que falam dos problemas do cotidiano, apontando Jesus como a saída. Destaque para “Tempo Certo”, com ótima letra e bons backing vocals de Kauana e Dica. Robert MC também vem com seu disco, “Pai, ouve minha prece”, fortificando a cena Gospel do RAP Nacional.

Trilha Sonora do Gueto “Purke tudu num mundu é vaidade” A linha de frente dos ‘Vida Loka’ está de volta. No mundo material, o que domina é a vaidade. É nessa linha que vem o novo trabalho do Trilha $onora do Gueto, um dos grupos mais contundente dessa nova geração. Atacando Edir Macedo e as vaidades do mundo, entre uma faixa e outra sua metralhadora de palavras não pára. “Será que é assim que Deus quer ver a gente, exército vencido por maconha e aguardente?”, indaga numa rima. Com um single tocando nas rádios o disco começa a fazer barulho no cenário. Recentemente o grupo também foi destaque na Semana do Hip-Hop no Myspace. Muitas novida-des ainda vem este ano por parte dos Vida Loka. É aguardar e acompanhar. www.myspace.com/grupotrilhasonoradogueto

Carlinhos de Jesus

Muximbinha_x_P elezinho uximbinha_x_Pelezinho


Estilo que o asfalto quer copiar!

O

grupo nasceu em 1995, então com o nome Visão da Favela. “Este nome foi escolhido devido a realidade em que os meninos (Neive e o Gino, os primeiros integrantes) viviam, pois queriam demonstrar a real visão da favela. Às vezes, as pessoas que não conhecem a favela tem uma leitura totalmente distorcida do que realmente é”, relembra Cezinha, que foi trazido para o grupo por Neive. “...e não demorou muito eu já trouxe o Cris (DJ). O Gino e o Neive faziam o som deles e a Josi cantava em rodas de samba e palcos no estilo MPB. Aí, foi só juntar as idéias e deu nisso aí”, explica Cezinha a origem do grupo. Depois de vários anos de caminhada o nome do grupo mudou para D’Favela. “Tínhamos vontade de um nome mais impactante, e foi aí que começou nossa história com o Dexter. A idéia do D’Favela foi uma sugestão dele que agradou a todos. Pronto, mudamos!”, explica o rimador. “A idéia do nome é que o som, o grupo, as idéias, o respeito e a disciplina é D’Favela. Só complementando, o Dexter é nosso padrinho e é uma pessoa pela qual temos total consideração e respeito. Hoje corremos juntão, ombro a ombro, dividindo alegrias, tristezas, conquistas e derrotas. Todos por todos, ‘tio’, lado a lado até o osso”, finaliza Cezinha. Com estilo malandreado, o grupo vchega com o disco “Lado a Lado”. “Nossa cultura, malandragem e habilidades são apreciadas e desejadas por muita gente do asfalto”. Falando sobre o disco, ele comenta: “Mano, Lado a Lado

não é banca nem grupo, muito menos facção ou grife. Lado a Lado é uma família, e por termos uma união cabulosíssima, não teve jeito. Além disso, tem uma faixa no disco que se chama Lado a Lado e retrata exatamente qual é a verdadeira ideologia da família”. O disco, musicalmente rico, mostra um grupo bem versátil nas rimas e melodias. “Me preocupo muito na escrita tio, pois não gosto de barreiras para o som do D’Favela. É incrível como conseguimos resumir anos e anos em alguns minutos através de rimas sobre melodias. Isso é sentimento puro, pois acredito que pode-se viver uma vida inteira em alguns momentos e é isso que acontece quando as pessoas ouvem a música e falam com a voz embargada: ‘É Cézinha, pior que é isso mesmo truta!”. E com esse sentimento o D’Favela traz protesto nas letras. “A vida do cidadão brasileiro só irá mudar após uma boa dose de cultura, interesse pelo que é nosso. Pergunta aí quantos sabem qual é o papel do vereador? Vou mais além, pergunta aí quantos lembram para qual deputado ou vereador votou na eleição passada?”, indaga. Depois de três anos em estúdio, o álbum traz abertura de KL Jay. produções de Johnny, do RHH, DJ Robertinho e Mardem Jam. No disco cantam Markão II (DMN), Shirley do CaGEBE, Cris, Rappin Hood, Edilson Mateus e Josi. Eu te pergunto: O que você faria por um sonho? Desculpa, se invadi seu receio mais medonho Te falo uma fita pra gravar, viu tiozão? A dor é inevitável, sofrer é opção. (Mão pra cima)


P

A jovem rapper Nikita estréia com um trabalho que aposta nas novas direções para a Música Pop Brasileira.

henomenometrika, seu CD de estréia, mostra a rapper Nikita, de apenas 17 anos, vinda da Baixada do Glicério, Centro de São Paulo. Sua pouca idade não foi empecilho para um grande disco. Com a estrutura da Firma Produções e produzido por Joeblack e PLG, o álbum ainda traz as participações de Quellynah, musa do Hip-Hop brasileiro e atriz do filme/ seriado “Antônia”, WX, Suppa Flá, P. Rima, Dado e Angel.

Nikita parece pronta para ganhar fãs em todo o Brasil. Ela é espontânea, tem talento na rima e preenche os requisitos para uma carreira de sucesso no mundo Pop: é bonita, canta bem e tem atitude. O disco traz canções com beats modernos e rimas que giram em torno do universo juvenil baladeiro, com músicas prontas para as pistas de dança e rádios do país. Seguindo a tendência Pop internacional, Nikita surge como um dos grandes talentos da nova geração do Hip-Hop brasileiro. www.myspace.com/nikita


Pret o do eto Gueto Invest indo estindo no R ap Rap Nacional

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Dee Naldinho fez e faz parte da história do RAP nacional. No início, somente como rapper, lançou vários discos e sua carreira já tem mais de 20 anos, os últimos passados na gravadora TNT, por onde lançou vários trabalhos e atingiu 100 mil cópias vendidas. Com a TNT Records aprendeu muito. “Eu aprendi muita coisa lá; o Donizete é muito gente boa, e a insistência dele para eu gravar um disco por ano me fez apreender muito, e isso resultou em algo muito bom para mim. O trabalho que estou realizando hoje é o resultado do aprendizado que tive com ele”, relembra Naldinho. E todo essa experiência ele levou para sua gravadora, a Preto do Gueto, que já lançou seu disco e agora prepara a coletânea “A voz do Gueto Vol.1”. “Nesses tempos de dificuldade, as grandes gravadoras sumiram. Depois do grande ‘boom’ do Rap, a gente se viu abandonado. E eu, que estou na luta e gravando desde 1988, me vi na obrigação de ajudar a fortalecer o Rap e criei a gravadora ‘Preto do Gueto’. Estou criando também a marca de roupas, tudo com o intuito de dar uma força para os novos talentos musicais”, afirma Naldinho. Muitos artistas de renome começaram suas carreiras saindo em coletâneas. “É difícil, mas basta ter fé. Minha vida é o RAP; já fui tentado a desviar meu caminho, mas minha fé e meu amor estão no Rap nacional. Mas os grupos também me fortalecem nessa luta. Graças a Deus, a primeira coletânea já está fechada”. Hoje, Naldinho se vê nos grupos, como quando ele mesmo, em 1987, 1988, buscava um espaço para gravar, mostrar seu trabalho. “Eu ficava sentado na porta do Clube da Cidade. Saía de casa às 7 da manhã e voltava no ultimo ônibus, esperando o Luizão. Eu me vejo sim, me vejo no sonho que eles têm. Por isso estou tratando essa coletânea com o maior carinho e respeito. Eu tenho aquele orgulho bom de poder dar um oportunidade a esse grupos que estão lutando e colaborando com O Rap nacional, e isso é muito bom. ‘Tamo junto’ e misturado”. Naldinho, fazendo seu papel de produtor, já levou a coletânea para varios rappers ouvirem: DBS e a Quadrilha, Mano Brown, Nuno Mendes, Expressão Ativa, Black Blue, Império e Pixote. O rapper ainda promete uma coletânea a cada ano,



Espaço Vip Editora MINUANO Rua: Cel. Mário de Azevedo, 239 - Bairro: Limão CEP: 02710-020 - São Paulo - SP Caixa Postal: 16.352 - CEP: 02515-970 Site: www.edminuano.com.br E-mail: minuano@edminuano.com.br Tel.: (0XX11) 3437-7676 Diretor Geral: Nilson Luiz Festa nilson@edminuano.com.br Administração: Direção: Angela Calegaretti Festa angela@edminuano.com.br Gerência: Luis Eduardo S. Marcelino luiz@edminuano.com.br Financeiro: Alexandra Testoni Fiscal: Liliane Bezerra Editorial e Circulação: Amanda S. Barros amanda@edminuano.com.br Vera Lúcia P. Moraes vera@edminuano.com.br Marketing: Coordenação: Aline Ferreira de A. Negrão aline@edminuano.com.br Andreza de Oliveira Pereira Comercial: Direção: Joel C. JUnior direcao@edminuano.com.br Alexandra Eleutério Ricardo Ribeiro vendas@edminuano.com.br Pontos de Vendas: Ismael Bernardino Seixas Jr, Maria Elena Pereira Apoio: Alexandre Baccarini, Daniela Lima Santos, José Moura, Luis Antônio de Sousa, Manoel Rosa Pereira, Ronaldo Gomes da Silva e Sabino José dos Santos Depósito e Logística: Ednaldo Saturnino, Edmilson da Silva, Erison Antenor da Silva, José Paulo da Silva, Magadiel Aranha Silva, Poliana C. Guigon e Selma Baron Atendimento ao Cliente: Bruno Rocha, Fabiana de Lima, Rosangela Caprioli e Sheila Regina Fidalgo Tel.: (11) 3437-7676 atendimento@edminuano.com.br

Olá,Gostaria de parabenizar e ao mesmo tempo agradecer a vocês pela brilhante reportagem que saiu nessa última edição da Revista Hip-Hop sobre a cantora norte-americana Alicia Keys. Eu sou fã dela e faço parte da maior comunidade sobre ela no Orkut.com e, junto à equipe do site aliciakeys.com.br, estamos fazendo campanhas e mais campanhas para uma possível vinda dela ao Brasil. Gostaria que numa próxima oportunidade vocês dessem algum apoio para nós e nossa campanha. Muito obrigado pela atenção e compreensão. CHH: Valeu pelo elogio, estamos apoiando e divulgando essa campanha. Nós também queremos um show dela por aqui, de preferência a preços acessíveis, assim como foi o show do Ja Rule recentemente. André Silva. Agradeço a vocês da revista Cultura Hip-Hop por trazer essas informações que vocês publicam. Tô ligado que é a maior correria. Sempre que posso compro a revista para me manter bem informado. Você ‘tá ligado’ que a informação é a cura, e a revista esta aí para mostrar que isso não é mentira. Mas venho aqui para parabenizá-los pela edição passada, que tem o lendário Thaíde e a diva Alicia Keys. Aquela informação que vocês trouxeram do Cascão é ‘da hora’, ele é o cara. O apoio que vocês estão dando para o Dexter também é sem palavras, por isso a revista tem essa credibilidade. Mas eu queria que vocês fizessem uma matéria com as minas do Atitude Feminina. Elas são embaçadas, tipo, de onde elas são, quem são, qual a correria delas etc. Também poderiam entrevistar o grupo Inquérito, que fez a música Dia dos Pais. Aproveitando, mostrem as baladas que estão pegando fogo, ‘tá ligado?’. Vou me despedindo e já vou avisando: logo eu voltarei rsrsrsrs. Humildade é o lema. É isso aí, agradeço pela revista Cultura Hip-Hop reservar este espaço pra gente. Paz e até logo mais. Fox Jabamaika Sampa. CHH: Estamos trabalhando para sempre trazer as principais notícias, e eles estão nas nossas pautas e nas próximas edições traremos novidades. Jú And 1 - Salve salve gurizada da revista!!! A revista está muito irada, a cada edição matérias mais interessantes, principalmente as de Streetball. Adoro muito as equipes da Lub e da And 1. Queria dar uma sugestão: Que tal uma entrevista

Edição, Criação e Projeto Gráfico: Alexandre De Maio e Marques Rebelo Comercial: Marques Rebelo Redação: Virgínia Rodrigues Redação / Atendimento E-mail: revista_hiphop@hotmail.com Rua Iapó, 573 - CEP 02512-020 - São Paulo SP F.: (11) 3857-1823 / 3857-8388 IMPRESSÃO E ACABAMENTO: Gráfica São Francisco Observação Importante: O estúdio MAR Studio Gráfico, sob responsabilidade de Virgínia Geralda Rodrigues.EPP, que criou, produziu e realizou este projeto, tem inteira responsabilidade sobre a originalidade e autenticidade de seu conteúdo.

com o Rappin Hood na próxima edição? Seria show de bola!!! Espero que vocês gostem. Beijo grande a todos da revista, ‘tamo junto’ sempre. CHH: Rappin Hood, que agora é apresentador de TV no Críticas, sugestões e elogios: Programa Manos e Minas, na revista_hiphop@hotmail.com TV Cultura toda quarta-feira às 19h30, já está ou na nossa lista.

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