Revista A Firma #1

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EXPOENTE DA NOVÍSSIMA ESCOLA DO RAP PAULISTA, RAPPER FAZ UM DISCO VOLTADO PARA AS PISTAS.

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“COMECEI A VER A NOITE, E NAS FESTAS SÓ TOCAVA RAP INTERNACIONAL. O RAP NACIONAL NÃO TINHA MUITO ESPAÇO... RESOLVI FAZER UM DISCO TODO VOLTADO PARA AS FESTAS”

oje o RAP é a principal trilha sonora das baladas e festas das mais caras casas noturnas do país, e os novos rappers tem a missão de manter a popularidade do gênero e ao mesmo tempo conquistar novos mercados. WX, um dos principais nomes dessa novíssima escola do Rap, deu um grande passo nessa direção com seu segundo álbum recem-lançado: “Visão Noturna”. Com Beats modernos do badalado produtor Joeblack, as rimas falam de diversão, baladas e a loucura da noite paulistana. O disco ainda traz participações de Sevenlox e Quelynah. Narrando várias histórias da noite, como na dançante “Abusadas”, WX relembra “Eu tenho varias histórias de mulheres, inusitadas. Tipo você chegar na balada e ver a mina do cara no banheiro com outro, descer para o andar de baixo e trombar o marido da mina curtindo, sem saber o que está acontecendo”. Outro som que já conta com um vídeoclipe é “Estado de Choque”. “Nesse som eu conto o percurso para uma balada. A gente dispensa uma mina, chama outra, tudo o que acontece nas baladas em São Paulo, ou em qualquer outro lugar. A gente colava com o dono da casa, bebendo junto”, recordando uma de muitas noites perdidas na balada. Outro vídeoclipe que estreou na Rede TV, no program Hit TV, é da musica “Só Pra Mim”, com participação da rapper Quelynah, que relata um caso amoroso. “Eu não fiz a letra pensando em ninguém, e também acredito que ela não fez a letra pensando em alguém. Foi mesmo coisa de interpretar as idéias”, desconversa. Tudo isso tambem é resultado de sua história de vida. WX começou a curtir Rap aos 12 anos. “A gente viajava com uma galera de busão, enrolava as pranchas na coberta. Eu ia ouvindo 2Pac, Dr. Dre, Snoop Dogg... de Rap nacional, o marco de tudo foi Racionais, e entrou na minha vida assim”. Foi ouvindo Rap que percebeu que seu futuro também estava ligado à musica desde a infância. “Eu nasci no Glicério, sou de família evangélica. Minha mãe era regente da orquestra da igreja, então, fui criado no meio dos instrumentos, e até meus oito, nove anos, participava do coral. Aí, comecei a tocar uns sambas com a molecada da área, mas não gostava de cantar as músicas dos outros, tinha que ter uma forma de cantar nossas próprias músicas, e foi através do Rap que eu pude fazer isso”. Seu novo trabalho já tem dois vídeoclipes gravados e WX vem se destacando pela qualidade e experiência que adquiriu em seu primeiro disco, que teve participações de Thaíde e Sandrão (RZO). “... foi trabalhando com essa galera que eu aprendi como era, o que dava certo, por isso que os trampos estão saindo hoje com qualidade. Andei com as pessoas certas, aprendi com quem já colocova a cultura para funcionar de verdade”. Seu disco de estréia, “Festa VIP”, teve mais de 20 mil cópias distribuídas no underground.

WX e Joeblack no Programa Hit TV!, lançando o vídeoclipe “Só Pra Mim”

Mudando a cara do RAP Além de cantar Rap, WX entrou no jogo para mudá-lo. Ele rima isso numa de sua novas letras, de seu próximo disco, “Super X”. “Comecei a ver a noite, e nas festas só tocava Rap internacional, o Rap nacional não tinha muito espaço. Eu perguntava pra rapaziada: ‘Por quê? Aí vinha a resposta: ‘O RAP nacional é muito pesado e os caras cantam coisas que não tem nada a ver com as festas’. Juntei uma rapaziada que cantava RAP na época e resolvi fazer um disco todo voltado para as festas”, explica. Com isso em mente ele vem trabalhando e se preperando. “... tô criando toda um estrutura para mudar a cara do RAP nacional, e chegar com material de qualidade”. Em seu segundo disco, “Visão Noturna”, o rapper mergulhou na noite de São Paulo durante três anos, mas agora, trabalhando na divulgação do disco, confessa que deu uma sossegada.“... tem trinta festas Black em São Paulo, mas se você filtrar, as caras são as mesmas. Por isso também nem estou saindo muito. Falavam para mim que quem quer ser lembrado tem que estar freqüentando as festas. Segui essa meta por um tempo, freqüentei de segunda a segunda todas as festas e cheguei à conclusão que é justamente o contrário. Você acaba virando ‘arroz de festa’. Então, parei com tudo. Agora você só me vê em shows, parei de ‘gandaiar’. É muito gasto e a noite é mascarada, por isso que muitos rappers que achavam que a noite fosse o caminho, ficaram no meio do caminho. A noite te destrói; é a droga, o álcool, as mulheres, dinheiro e muitas outras coisas. Se você quer ser profissional do RAP, tem que dormir cedo e acordar cedo. Festa só de vez em quando” O filho da Baixada do Glicério, região central de São Paulo, traz em sua música uma alternativa para quem vive um cotidiando violento. “Eu tenho certeza de que essa molecada que vive nas favelas, já vive esse cotidiano de violência e morte. Quero que quando colocarem um walkman no ouvido, ou quando forem para uma festa, que consigam sair daquele clima de criminalidade e entrar no mundo que a gente vive. Eu também nasci em favela, também vim de baixo, e o que eu quero pra mim é viver bem, e com ceteza a molecada também quer viver bem. Quando eles vão para alguma balada, com certeza estão buscando algo diferente. E nós, os artistas, produtores, compositores, temos a missão de mudar a cara do Rap no Brasil. Minha intenção é fazer um Rap que levante o astral da galera”, finaliza Com 29 anos e três filhos, WX se prepara para um ano de muito trabalho em 2009. Como sócio da A Firma Produções ao lado de DJ Kri, divulgando seu disco e lançando novos artistas, a responsabilidade aumenta. Mas ele já está acostumando com a responsa. Ele foi pai aos 16 anos“Com certeza mudou minha vida, porque antes de eu ter minha primeira filha eu era muito louco mesmo, fazia várias coisas, e depois que ela nasceu mudou radicalmente a minha vida. Comecei a rever várias coisas, caiu bem. Tem gente que acha que é muito ruim ter filho cedo, mas talvez eu nem estivesse aqui se não tivesse filho aos 16 anos. De lá pra cá, virei outra pessoa”.


Responsabilidade Social Quem vê um disco voltado para a pista, a princípio pensa em algo somente comercial, mas o rapper mantém sua preocupação social, fazendo festas no bairro onde nasceu, na Baixada do Glicério. Junto com a comunidade, WX é responsável pelo “Projeto Social Comunitário na Baixada do Glicério”. O projeto promove festas e eventos, como distribuição de brinquedos e alimentos em shows, que levam arte e cultura para essa parte da cidade abandonada pelo poder público. Os eventos que reúnem milhares de pessoas buscam despertar a opinião pública para os problemas da região. A Festa já está até no calendário da cidade. “Na época em que eu era pivete, a gente não andava no Glicério. Era corpo caindo, lixo saindo das janelas... Agora, de uns dez anos pra cá, não tem mais isso, hoje é suave. Eu falo com o maior orgulho que está viável fazer eventos. Tanto que a gente conseguiu que uma festa comunitária como essa entrasse no calendário de eventos da cidade. Antigamente, estava no calendário da policia”, recorda. Assim como DJ Kri na década de 90 revelou grandes talentos através de suas coletâneas e produções, WX também se preocupa em dar oportunidade para os talentos esquecidos. “Onde eu fui criado, nunca vi oportunidades. Na molecada de hoje consigo enxergar vários talentos, tanto que lançamos a Nikita, que está com um disco ótimo. Isso foi uma oportunidade que eu dei para um pessoa. Agora, imagina quantas pessoas ali estão esperando uma oportunidade?”

Planos para 2009 Além da parte social, WX quer fazer o RAP andar para frente. “Nós temos que fazer do Rap um grande negócio, não só com a intenção de ganhar dinheiro, mas com o objetivo de levantar a cultura. Em 2009, além do meu disco “Visão Noturna”, estamos lançando “Phenomenometrika”, da Nikita, e um disco do Don Simon. Também temos a pretensões na Europa, com o lado italiano da Firma”.

www.myspace.com/wxspace Contato Glauber (11) 3255-0472 glauberproducoes@terra.com.br

MATÉRIA EXTRAIDA DA REVISTA RAPNEWS #28 EDIÇÃO EM QUE O RAPPER FOI CAPA AO LADO DA DIVA BEYONCÉ COMO UMA DAS NOVAS APOSTAS DE 2009

“EU TAMBÉM NASCI EM FAVELA, EU VIM DE BAIXO, E O QUE EU QUERO É VIVER BEM, E COM CERTEZA A MOLECADA TAMBÉM QUER . QUANDO ELES VÃO PARA ALGUMA BALADA, ESTÃO BUSCANDO ALGO DIFERENTE. OS RAPPERS, PRODUTORES E COMPOSITORES TÊM A MISSÃO DE MUDAR A CARA DO RAP NO BRASIL”


Com esse grupo, DJ Kri alcançou o Brasil MT Bronks, uma das grandes promessas do Rap

Por Alexandre De Maio

A número UM é um titulo pretensioso, mas a história de “A Firma Produções” começa em 1987, com o primeiro disco de um grupo de RAP no Brasil. Na época, o grupo era “Região Abissal”, já sob a produção de DJ Kri. Ali “A Firma” marcava seu nome na história do Hip-Hop e da indústria fonográfica.

E

DJ Kri, o pioneiro do RAP Nacional

le começou como muitos. “...Eu sempre fui atraido pelo vinil, e, segundo minha mãe, meu brinquedo favorito era pegar os discos... A minha primeira oportunidade de tocar foi na casa da minha tia. Eu ficava até terminar a festa e sempre pentelhando o mano para colocar uma, decorando as capas até começar a comprar meus compactos e levar como sugestão. Meu primeiro compacto foi da Carole King, ‘Stoo late’, em 1972”, relembra.

Mas o o grande impluso daqueles manos, em meados dos anos 80, foi o famoso filme “Beat Street”, que trazia para as telas a Cultura Hip-Hop. Isso inflamou o Hip-Hop no mundo, e em 1986, em São Paulo, foi criado o “Clube do Rap” no centro da cidade. A idéia era chegar e mostrar o seu RAP. “Eu e o DJ Giba tivemos a iniciativa de colocar em prática o plano que era recrutar os talentos e dar oportunidade de subir num palco. Então, começamos a procurar ali mesmo um lugar, e por lá passaram muitos e muitos grupos, com gente que está até hoje na cena, como Edy Rock, KL Jay, Naldinho, Sampa Crew, Thaíde, DJ Hum, entre outros. O clube começou em agosto de 1986, com a ajuda do José Cláudio Peixoto. O Clube do Rap e a São Bento eram nossas vitrines, e deram a oportunidade de gravar os primeiros trabalhos de Hip-Hop nacional”, conta DJ Kri.

Neste álbum, estréia do rapper Tio F Frresh Este disco revelou nomes como RZO DJ Kri também produziu o Sampa Crew Desta coletanea saiu o Racionais


O primeiro disco de RAP do Brasil Na real, havia singles de nomes como Jarbas, que se perderam no tempo, e o primeiro vinil de Rap foi a coletânea “Consciência Black Volume I” de onde saiu Racionais MC’s, por exemplo. Mas o primeiro grupo de RAP a gravar um disco cheio, foi o Região Abissal. O disco, “HipRAPHop”, mostra a primeira experiência de um grupo de Rap em estúdio. “Não foi tão difícil, pois tinhamos um bom técnico à disposição e contávamos com um bom tecladista no grupo, coisa que até hoje é difícil de conseguir. Nosso tecladista era o Marcelo Maita e hoje ele toca no Clube do Balanço. Então, o começo da Cultura Hip-Hop se confunde com o início das atividades de ‘A Firma Produções’”. Em tempos de Pro-Tools, DJ Kri relembra: “Gravei vários discos com meu 3 em 1 e fiz vários shows com ele. Antes dessa fase de samplers e baterias eletrônicas, as idéias de looping eram feitas nos anéis de fita de rolo, onde tínhamos que gravar o trecho desejado em uma fita de rolo, assinalar o início e o fim do compasso cortar e colar... Tinha dia que eu chegava na casa do Giba e a fita estava dando a volta quase no quarto todo”. Em sua discografia, DJ Kri começou no meio do furacão. Ele está na produção do famoso disco de Nelson Triunfo e Funk Cia – “Se liga, meu”, lançado no final do anos 80 e no começo dos 90. Seu grupo Região Abissal e a coletânea Consciência Black Vol. I, que colocava no mercado um dos maiores grupos de Rap do Brasil, os Racionais, tinham suas produções.

Ainda no início dos anos 90, lanço o disco dançante “Vim te buscar”; já na época buscava batidas que agitassem as pistas. Ainda NOS ANOS 90 lança a coletânea “Rappers e Irmãos”, que revela RZO e Sharyleine. No ano seguinte, está no disco do Sampa Crew “Eu Amo Você”, e lança a grande promessa da época: “MT Bronks”, com o disco “Nova Era”. Em 1993, DJ Kri vem com a coletânea “Algo a Dizer Vol. I”, que revelou MRN, Lady Rap e Athalyba Man. No mesmo ano saiu “Peso Pesado do RAP”, que traz Região Abissal e Athalyba man. Mas Região Abissal chega ao fim e o grande sucesso vem com o grupo “Athalyba e A Firma”, pela BMG, em 1994, com direito a vídeoclipe da musica “Política”. Outro destaque é a música “Feminina” e “Fim de Tarde” No mesmo ano, Kri mostra que sabe produzir um disco pesado e grava Sistema Negro: “Bem vindo ao Inferno”. O som “Cada um por si” virou um clássico do Rap Nacional. Também se envolve na produção do grupo Ponto Crucial, lançado pela Sony Music, revelando o grande cantor Rinea. Saindo da era do Vinil e passando para a era dos CDs, Kri produziu Dago - Reggae as Crianças e as coletâneas “RAP do Brasil”, “Contagio Espaço RAP Volume I”, “A Firma”, “Hip-Hop no Ar” e o álbum de estréia de WX, “Festa VIP”, já pela gravadora “A Firma Produções”.

A sociedade com WX “Eu conheci o DJ Kri em 2000, e quando pensei em fazer um disco logo pensei nele. Ele produziu todo o meu primeiro disco, “Festa VIP”. A gente tinha um parceiro em comum, o Ângelo, que nos apresentou e me apresentou para toda a galera do Rap” relembra WX disco que com seu disco de estréia que saiu em 2004 e teve mais de 20 mil cópias distribuídas no underground. WX não só produziu o disco com Kri como virou sócio de “A Firma Produções”. “Eu já entrei pensando nisso, entrei não só para cantar Rap, entrei para mudar tudo. Vamos fazer roupas, discos... Eu cheguei para o DJ Kri e falei que tinha vários projetos, e ele me disse que tinha toda a papelada, nome e documentação”. Aquele projeto que tinha começado em 1987 agora ganhava uma força maior com a chegada de um rapper com visão da nova escola.

“DJ Kri fez a história da cultura, e eu, que assisti a tudo isso, venho com novas idéias. Eu aprendi pelo outro lado, o que o público gosta, o que ele quer ouvir. Eu trouxe a visão do público. Mas por outro lado, A Firma sempre foi atual; você ouve as músicas que o DJ Kri fazia nos anos 80 e já tinha esse lado mais Pop, mais dançante, já tinha pretensões maiores”, afirma WX. Depois, veio o segundo albúm de WX, “Visão Noturna”, e agora o disco da rapper Nikita “Phenomenometrika”, que também sairá pela ‘A Firma’, além das Firmamixtapes volumes 1 e 2. Com tudo isso, a gravdora comemora 21 anos de atividades Trabalhando como gravadora, produtora e agência de shows, A Firma Produções vem para fazer novos negócios, ampliar horizontes e levar a música HipHop para novos níveis.

“Queremos continuar descobrindo novos talentos”,

finaliza WX.

PIONEIRISMO E UM SOM ATUAL SEMPRE FORAM MARCAS DO DJ KRI. COM “A FIRMA PRODUÇÕES”, ESTEVE ENVOLVIDO EM LANÇAMENTOS DE COLETÂNEAS QUE REVELARAM RZO, SAMPA CREW, RACIONAIS E MUITOS OUTROS.


Foto: Bia Ferrer

Rapper adolescente Nikita, estréia com CD que aponta novas direções para o Hip-Hop brasileiro Phenomenométrika, seu CD de estréia, mostra uma artista jovem produzindo para sua geração e pronta para o sucesso. A indústria do entretenimento é marcante em lançar artistas préfabricados e de sucesso efêmero. Vez ou outra, no entanto, surgem aqueles nos quais desde o início percebe-se que seu talento vai muito além do estereotipado rostinho bonito. A adolescente Nikita, rapper de apenas 17 anos, parece fazer parte do grupo de talentos que promotem uma carreira longa. E promete ofuscar muitas das apostas do mercado. Vinda do Baixo Glicério, periferia de São Paulo, Nikita preenche todos os requisitos para uma carreira de sucesso: ela é bonita, canta bem e, principalmente, tem atitude. Phenomenometrika, aposta em canções Pop perfeitas, com beats modernos e rimas cujos temas giram em torno do universo juvenil baladeiro, pronto para as pistas de dança e rádios do país. A faixa que dá nome ao álbum é exemplo raro de produto formatado para o sucesso, indo muito além do que se produz no mercado pop brasileiro e dialogando, de igual para igual com o que de melhor se produz em música internacional. Mas o álbum vai muito além da faixa de trabalho, e esse clima de sucesso arrasa quarteirão marca o CD do início ao fim, sendo quase impossível não ouvi-lo da primeira à última faixa. Este, no entanto, não é o único mérito do disco. Sendo Nikita adolescente e fazendo música assumidamente para sua geração, a identificação de seu público é inevitável, dando a impressão de que estamos diante de um fenômeno musical. Produzido por Joeblack e PLG e contando com as participações de Quelynah, WX, Suppa Flá, P. Rima, Dado e Angel, Phenomenometrika é daqueles discos que surgem como divisor de águas no mercado, e Nikita é daquelas cantoras que nascem prontas para o estrelato. Ouça o disco ou entre em sua página no Myspace e confirme: Nikita veio para ficar! www.myspace.com/nikitapop



Joeblack4ever@hotmail.com www .m yspac e.c om/joeblac kf or ever www.m .my space .com/joeblac om/joeblackf kfor ore

a música em geral, os produtores sempre ficaram por trás da cena, mas no Hip-Hop, na música urbana atual, o produtor ocupou seu lugar merecido e de grande destaque. Aqui no Brasil temos vários produtores, mas Joeblack vem se destacando, responsável pelos beats de artistas como Quellynah, Negra Li e WX. seu nome vem crescendo na cena Black pelo seu talento de produzir beats atuais. Ele, que deixou a cidade de Porto Alegre no Rio Grande do Sul e veio morar em São Paulo. “Foi uma decisão meio louca da minha parte, já que eu era funcionário público da Prefeitura de Porto Alegre. Larguei tudo e vim. Quero ser produtor de R&B e Pop em São Paulo”. Hoje, aos 32 anos, relembra seu começo na música. “Desde criança tenho idéias musicais. Tive um tecladinho da Casio pra brincar e sempre criei umas batidas na boca, umas melodias na cabeça. Juntei uma grana para comprar um teclado com mais recursos, um Roland XP-50, que tenho até hoje. Foi a partir daí que eu comecei a levar a sério essa história de compor. Seqüenciava minhas idéias lá, e até cheguei a gravar uma demo com o que eu fazia nesse teclado. Na época, eu era vocalista de uma banda de soul music lá do Sul e ajudava nos arranjos da banda. Meu avô era maestro e clarinetista da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Acho que herdei dele essa coisa musical”. Com toda essa bagagem, no seu Myspace você encontra um remix do Tim Maia, e ele pensa em fazer muitos outros. “Acho que tem umas músicas da Sandra de Sá e do Carlinhos Brown que poderiam virar hits nos clubes”. Mas Joeblack já vem produzindo há algum tempo. Recém-chegado em São Paulo, conheceu DJ Dri e WX, da Firma Produções. “Foram os primeiros a me dar essa oportunidade de colocar o trabalho na rua”. Depois, através do WX conheceu Quellynah, depois Cindy, Nikita e muitos outros artistas com os quais vem trabalhando Enfrentando as dificuldades, Joe tem conquistado seu espaço, e pelo sucesso das produções, parece que tem encontrado a batida perfeita. “Isso é tão relativo... É o que eu vivo discutindo com o Riztocrat, do Sevenlox, meu parceiro em alguns trabalhos. Eu acho que tudo gira em torno de um grande e ‘grudento’ hook. Se a música não tem um gancho, principalmente a Pop, ela não sobrevive.”, diz, revelando o segredo. Joe tambem está produzindo um talento novo do RAP, a paulistana Nikita. Também produziu outros nomes femininos, mas será que existe diferença entre produzir para homem e para mulher? “Acho que não existe. A principal diferença está entre o temperamento de cada um que vai ser produzido, sendo homem ou mulher. Tudo depende do quanto a pessoa está aberta para seguir as sugestões que você dá. E quando você cria uma confiança com a pessoa, quando ela acredita em você, o resultado do trabalho é muito melhor”. Na sua visão, Timbaland ou Jazze Pha? “Timbaland. Apesar de ele ser um completo preguiçoso hoje em dia, repetindo as mesmas coisas, ele é um produtor que tem uma cara, criou uma tendência, aquele lance de usar samples orientais, o sincopado. Ele criou novas regras. O Jazze Pha segue as regras. A única coisa realmente foda que eu ouvi do Jazze foi aquela música da Ciara, “1,2 Step”. Aquilo é clássico!”

E todo esse conhecimento Joe está colocando nas novas produções, inclusive com Negra Li, que tivemos oportunidade de ouvir em primeira mão. “Quando ela me ligou, fiquei supercontente, porque acho que o trabalho dela tem uma visibilidade grande, pode abrir mais portas pra quem quer fazer R&B e RAP no Brasil. A Li toca algumas músicas novas nos shows, e a resposta tem sido positiva. A gente tem umas 12 músicas já, o Riztocrat também está produzindo comigo. A proposta é fazer um disco moderno. A Li é versátil e talentosa, não podemos prendê-la a um estilo só”, revela. Joe também aposta no mercado americano, e ao lado de Goobie, Angel e Awkword, tem produzido músicas cantadas em inglês. “Sim, sem dúvida. O mercado lá fora está saturado, eles precisam de coisas novas. Tem muita coisa feita no Brasil além do samba. O Goobie é um cara inteligente, tá começando agora, com muita vontade e conhecimento, escreve e fala superbem em inglês. Resolveu arriscar e está dando certo, já tem duas mixtapes lá fora com músicas dele. Ele escreveu a música da Angel também. A gente tem que pensar grande. Sonho é aquilo que fica no mundo das divagações. Quando a gente faz, deixa de ser sonho. Eu quero trabalhar com a Janet, com a Madonna. Aqui, com a Ivete Sangalo e a Wanessa Camargo. O mercado lá fora está mais aberto do que a gente imagina, é tudo uma questão de vontade de fazer a coisa acontecer”. Em seu Myspace você também ouve o som “All my People”, do rapper Awkword, uma parceria que nasceu pelo Myspace, onde Joe ganhou um concurso de remix. O Projeto Awkword World View é beneficente, e a renda obtida com a venda das músicas vai para uma instituição chamada “Guns 4 Cameras”, que defende o desarmamento. Voltando para as pistas, Joe, apesar de não ser tão baladeiro, gosta do Clube Glória. “É realmente uma pista com cara de pista de dança mesmo”. Mas em seu momento de descanso, “Gosto muito de uns grupos de ambiente, como o Air e Zero Seven. Gosto mesmo. Tenho todos os discos do Stevie Wonder, e eles estão sempre tocando no meu player. Gosto de músicas calmas e melódicas. Cheguei a criar um grupo de música eletrônica instrumental em Porto Alegre, mas não durou nem um mês”.

Opiniões

Qual a última produção, de um produtor que você admirava, que você odiou? Eu acho que essa “4 minutes”, da Madonna com o Timbaland, é muito ruim. Da mix ao beat, nada foi muito inspirado. O Timbaland precisa de uns dois anos de descanso e reciclagem. Vai fazer bem a ele. E qual a produção de um produtor que voce não gostava, e que lhe surpreendeu? Eu não sou muito fã do Jermaine Dupri, mas ele é versátil de vez em quando e acertou na “Cruise Control”, da Mariah com o Damian Marley. O que voce acha do Funk carioca? Eu acho legítimo. É admirável como esse estilo está até hoje fazendo barulho, atravessando fronteiras, sendo que foi criado por pessoas que não tem muitos recursos, grana. O estilo incorporou o Electrofunk, o Miami e o Freestyle, e juntou com um tempero brasileiro para criar uma nova onda. Deu muito certo no mundo todo. Tem muita coisa que eu não gosto, mas isso tem em qualquer estilo de música. Tem mais é que ir para fora mesmo, ganhar grana dos europeus, japoneses, americanos. Tá na hora do Brasil faturar alto com os gringos!


“Eu acho que tudo gira em torno de um grande e ‘grudento’ hook. Se a música não tem um gancho, principalmente a Pop, ela não sobrevive”


















Continuaanod o trabalhod divulgação do albúm Visão noturna o rapper WX lança o cliep da música “Só Pra Mim” que traz partcipação da Quelynah. Com produçõe impecável, direção de fotografia, e captação em HD o cliep ja estreio na RedeTv noprograma Hit TV.O videcliep que mistura RAP e R&B conta a história de um realcionamento e tambem ja está na net. Confira www.yspace.com/wxspace


MATÉRIA EXTRAIDA DA REVISTA RAPNEWS #28 EDIÇÃO EM QUE O RAPPER FOI CAPA AO LADO DA DIVA BEYONCÉ COMO UMA DAS NOVAS APOSTAS DE 2009



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isão Noturna significa ver tudo que a noite oferece, e o que ela inspira é um disco dançante, que toque em todas as baladas que dominam as noites de Sampa. Com essa visão noturna do RAP, WX se aliou a um dos melhores produtores da nova geração, Joe Black, e juntos fizeram um dos melhores discos de pista do RAP nacional. Quer ouvir? Compre o CD, acesse o Myspace. Você vai sentir os beats que vão fazer a pista balançar em 2008. Participações de peso como Quelynah e Sevenlox ajudam WX a falar sobre as festas e sobre as ruas. O clipe da música “Estado de Choque” já esta em produção. Mas a trajetória do rapper começou em 2004, com o disco “Festa Vip”, que trazia participações de Thaíde, Sandrão (RZO) e Mr. Catra, entre outros nomes do RAP nacional e conquistou o respeito do Hip-Hop. Nascido na Baixada do Glicério, região pobre do centro de São Paulo, WX curtia os bailes, e logo se identificou com o RAP. Agora , em seu segundo trabalho, o rapper começa a ter reconhecimento por fazer um RAP com o qual a rapaziada se

“N o R AP v ocê ttem em q ue c ant ar o q ue “No RAP você que cant antar que e, e eu v iv o na sel va de pedr a, F viv avela de pedra, ive viv ivo selv Fa a, q ue é o meu bair o, Pedr barrrac aco edra, que bairrro. Não é bar mas é um amontoado de prédios. Gosto de ir par est a, mulher alo para curttir ffest esta, mulher,, e ffalo a a balada, cur dis so no meu disc o, do q ue eu v iv o. P or is so disco que viv ivo disso Por isso chama-se “V isão N ot ur na”, é uma v isão da “Visão Not otur urna” visão noit e de São P aulo udo o q ue ac ont ec e noite Pa ulo,, de ttudo que acont ontec ece na s ffest est as”, explica WX. nas esta identifica.

O disco “Visão Noturna” colabora para que se toque mais RAP nacional nas Baladas Black, terreno que WX conhece bem. “O melhor da noite é o pessoal que freqüenta, que já é um público selecionado, principalmente nos dias de semana. O pior é o pessoal que não sabe beber nas festas...Você vai na festa para curtir, e tem gente que não entende isso”. WX também teve um começo inusitado. Sua primeira apresentação foi no extinto programa da Syang em 2000, na TV Gazeta. Willian, que acrescentou o “X”, pensa no RAP como música, e prepara novos rappers, novos projetos para 2008.

“H oje onc epção AP é músic a, “Hoje oje,, na minha c conc oncepção epção,, o R RAP música, como os gr upos ffaz az em nos EU A. Eu le vo a grupos azem EUA. lev io aço o R AP na int enção de le vá-lo par a sér io,, ffaço RAP intenção levá-lo para sério frent e”. ente Uma das melhores músicas do disco é “Abusadas parte 2”, que fala sobre as minas que roubam os caras. É uma experiência própria? “A parte 1 foi. Eu e o sandrão (RZO) que fizemos, e tinha um amigo nosso que toda vez que ia para as festas arrumava uma namoradinha e levava pra casa dele. Ele fazia o que tinha que fazer e dormia ao lado da mina. Quando acordava de manhã, estava sem carteira e sem celular. A mina tinha levado tudo. Isso aconteceu umas quatro, cinco vezes, e disso fizemos a “Abusadas Parte1”. Agora é a continução, que é pura sátira, falando das minas

que v ocê nunc av iu na v ida, e q ue tte e rroubam” oubam”. você nunca viu vida, que

Mas o disco não é só festa, porque à noite muitas coisas acontecem também. “No meu disco falo de protesto, falo dos moleques no farol, dos “dias difíceis” e da diferença social. Eu falo disso mas eu ‘encho espeto’, meu disco inteiro não vai falar só de protesto, tem que pensar em música de trabalho, mas sem perder a essência do RAP. Eu falo para o pessoal se conscentizar, não para www .m yspac e.c om/wxspac e (1 1)81 86-6821/7 869-9 066 www.m .my space .com/wxspac om/wxspace (11)81 1)8186-6821/7 86-6821/7869-9 869-9066 os governantes fazerem alguma coisa”, finaliza WX.

“...com as pedras do caminho eu construo um castelo...” Trec ho de “Dia s Difíc eis” echo “Dias Difíceis”



O rapper WX acaba de gravar o clipe da música “Estado de Choque”, que conta com produção de Joeblack. O clipe ainda tem aparições de Quellinah, Suppa Fla e Nikita. A filmagem teve três locações. Começou no centro de São Paulo, na Baixada do Glicério, depois foi para o Hotel Gávea, onde cada quarto foi pintado por um graffiteiro, e acabou na casa noturna Mood, na festa BlackMood, do empresário Zezão. O clipe já está na internet. Confira. www.myspace.com/wxspace

Foto: alexandre De Maio e Carol Vigari












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