Trívio, n. º 2, fevereiro 2016

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Agrupamento de Escolas das Laranjeiras Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais Escola Secundária de Camões Edição N.º 2 Fevereiro 2016

À conversa com o Professor António Damásio Pág. 2 e 3

Três diretores, três opiniões Pág. 4 a 6 A opinião dos três diretores sobre o projeto pioneiro do Jornal Trívio, publicação de dois agrupamentos e de uma escola não agrupada, concebido pelas três professoras bibliotecárias das respetivas escolas secundárias.

Uma lição de vida Carnaval, Janeiras Pág. 7 e Dia de Reis no Recordar é viver. Foi o que AE Laranjeiras aconteceu na Biblioteca Antiga da ES Camões: uma magistral aula sobre Mário Dionísio e Vergílio Ferreira lecionada pela Professora Doutora Maria Alzira Seixo, onde foram abordadas a vida e obra dos escritores a par de algumas histórias curiosas.

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Já dizia Einstein que além das aptidões e das qualidades herdadas, é a tradição que faz de nós aquilo que somos. Cantar as Janeiras, saber o significado do Dia de Reis ou mascarar no Carnaval são eventos dos Jardins de Infância e das Escolas Básicas.


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EDITORIAL Porquê construir um jornal online? Será que a leitura dos jornais digitais tem vindo a aumentar? Mesmo os de grande tiragem? Tendo este projeto o desejo de agregar 11 escolas de Lisboa, apesar de não estarem geograficamente muito afastadas, faz todo o sentido que este jornal seja digital. Partimos de um pressuposto certo, cremos, mas a realidade r e v e l o u - s e d i f e r e n t e e as estatísticas comprovam-na. Apenas 644 leituras (isto é, sempre que alguém abriu a publicação por mais de 2 segundos) e 1983 impressões (isto é, sempre que a publicação foi exibida ou copiada do ISSUU)¹, num universo de escolas com cerca de 8400 alunos e 530 docentes. Um estudo sobre pesquisa e leitura de notícias online, publicado pela Marktest em 2014, dava conta que os portugueses dedicam, em média, pouco mais de uma hora por mês a esta tarefa, isto é, cerca de 2 minutos por dia. O estudo resultou de uma análise aos jornais Público, A Bola e Expresso. Se partirmos desta realidade para a análise do pri-

meiro número do Trívio, podemos concluir que estaremos dentro da média, o que nos leva a prosseguir este projeto mas também a tentar melhorá-lo a todos os níveis. Gostaríamos de incentivar a leitura e a participação dos alunos para podermos concretizar alguns projetos de intercâmbio entre escolas, um dos objetivos deste jornal. Na nossa escola, temos wireless e todos se podem ligar à net, acontecendo o mesmo na maioria das 11 escolas. A falta de acessos não será por isso um argumento contra a dificuldade de aceder ao Trívio. A divulgação do jornal foi feita através dos coordenadores de departamento com assento nos conselhos pedagógicos das escolas intervenientes e, posteriormente, divulgado à comunidade escolar através da inserção do jornal no site da escola. Será que a divulgação mesmo assim não chegou a todos? Tudo leva a crer que sim. Por outro lado, poderíamos questionar os conteúdos. Neste aspeto parece-nos não existir problemas – as reações (algumas divulgadas neste jor-

nal) comprovam a sua aprovação. Das entrevistas realizadas aos diretores das escola/agrupamentos envolvidas, publicadas neste número, conclui-se que existe uma reação positiva a esta iniciativa e um desejo de ver implementadas algumas melhorias e várias sugestões foram lançadas: um jornal mais dinâmico com conteúdos mais atuais e não apenas trimestral; a escolha de temas de debate e reflexão pelos alunos (que poderiam ser comuns a todas as escolas, acrescentamos nós); uma maior participação de textos só dos alunos (o que neste número acontece). Iniciámos um projeto pioneiro de parceria entre escolas, lançámo-lo online e de periodicidade trimestral. “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”, foi o slogan criado por Fernando Pessoa para a Coca-Cola em 1927. Esperamos que aconteça o mesmo com o Trívio e que tanto a leitura como a participação dos alunos cresça e deite por terra as estatísticas apresentadas. Teresa Saborida, PB da ES Camões Fonte: https://issuu.com/

À CONVERSA COM O PROFESSOR ANTÓNIO DAMÁSIO

No dia 3 de dezembro, tivemos o prazer de receber mais uma vez a visita do Professor Doutor António Damásio, patrono da escola secundária do nosso Agrupamento. Ele chegou pelas 10h, bem-disposto e afável como de costume e dirigiu-se para o ginásio onde o aguardava uma multidão de alunos, pais, professores, funcionários e convidados das mais variadas instituições, todos ansiosos por ouvir o nosso distinto cientista. Com a delicadeza que lhe é habitual, sentou-se entre o público para ouvir um concerto de piano e violoncelo, tocados por Francisco Sassetti e Joana Bordalo, acompanhados no final pelo coro

da Escola Secundária António Damásio, uma boa surpresa para nós que esperamos que não fique por aqui. Depois o Professor subiu ao palco para conversar connosco. O estado do mundo e da ciência era o tema geral indicado para nortear a conversa que se seguiria. Contámos com as participações dos alunos Ana Santos, Ana Rita, Ana Sofia, Joana Bordalo, João Gonçalez, Miguel Branco e Raquel Landeira para dialogarem com o Professor questionando-o sobre dúvidas e problemas que encontraram no decurso das suas investigações e trabalhos escolares e, simpático como ele sabe ser, o Professor sentou-os a seu lado e conversou com a assembleia respondendo-lhes e dando-nos conta de algumas das conclusões científicas a que tem chegado com o seu grupo de trabalho. Também alguns alunos do Colégio Pedro Arrupe, que quiseram estar presentes para ouvir António Damásio, tiveram oportunidade de lhe colocar algumas questões. Foram duas horas de animada conversa, proveitosa e esclarecedora de que saímos todos mais ricos. Quando acabou, o Professor ainda arranjou tempo

para dar autógrafos e tirar fotografias com alguns dos presentes. Continua na pág. seguinte

FICHA TÉCNICA Conceção e implementação do projeto: Professoras bibliotecárias Lígia Arruda (ES D. Pedro V), Lurdes Castanheira (ES António Damásio) e Teresa Saborida (ES Camões). Coordenação do projeto: Lígia Arruda, Lurdes Castanheira e Teresa Saborida. Revisão de artigos: Lígia Arruda, Lurdes Castanheira e Teresa Saborida, docentes do grupo 300. Conceção e montagem gráfica: Alexandre Rodrigues e Carla Rodrigues, docentes de Informática da ES D. Pedro V. Periodicidade: um por período letivo Email: ligia.arruda@ael.edu.pt - teresasaborida@escamoes.pt - lurdes.castanheira@aeolivais.pt - jornaltrivio@gmail.com


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À CONVERSA COM O PROFESSOR ANTÓNIO DAMÁSIO

Depois o Professor, apesar de ser já hora de almoço, ainda teve ânimo para visitar a exposição de quadros do artista plástico João Queirós e para trocar algumas palavras connosco, alunas do 10.º ano que lhe queríamos fazer uma entrevista. O que se segue é o resultado dessa conversa, curtinha pois a hora ia adiantada, onde, mais uma vez, foi possível reconhecer que os verdadeiramente grandes homens são simples, amáveis e solidários. Raquel - Doutor, uma entrevista para as minhas colegas do 10.º ano? Prof. A.D. – Sim. Lara- Obrigada. Então, enquanto cientista, e vivendo no mundo atual, como vê o futuro das humanidades? Dra. Hanna – Qual é o quê? Prof. A.D. – O futuro das humanidades. O futuro das humanidades…ah…é um futuro mais brilhante do que era aqui há uns anos. A gente vai fazer o possível para que seja um futuro melhor, porque as humanidades… as pessoas normalmente pensam que não são necessárias para ter emprego, e que não são necessárias porque não têm técnica, não dão acesso a emprego. As humanidades geralmente não são… são tiradas do currículo das escolas e isso é uma profunda asneira. Não se

deve fazer exatamente, porque as humanidades, tal como eu estava há pouco a dizer na pergunta sobre música, as artes, o inquérito filosófico, o estudo da poesia e da literatura e do teatro, o estudo da filosofia geral, o estudo da ética, tudo isso enriquece a pessoa humana, tudo isso permite à pessoa humana ser um ser melhor, uma “cidadoa” melhor (risos) e…é por isso que é absolutamente necessária para o currículo. Tem que lá estar! Lara -Obrigada. Tendo a Dra. Hanna aqui ao lado, qual é o papel da mulher na sua vida? Dra. Hanna – The same, the same as the man. Prof. A.D. – O papel…é um papel complicado, é um papel de… de amor, de companhia, de suporte, de fonte de problemas (risos), de solução de problemas… Raquel - Eu li naquela sua entrevista que o professor se referia sempre, quando estava a falar do seu trabalho, como um “nós”, um “nós” que trabalha em conjunto, um “nós” que enfrenta os problemas não só do casal ou do dia-a -dia, como trabalhamos e investigamos e… Prof. A.D. – Isso é absolutamente verdade… Raquel - … e achei completamente…

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Prof. A.D. – é completamente verdade, é essa a maneira como as coisas funcionam, e os problemas de trabalho às vezes são absolutamente contínuos, que…eu faço uma coisa e ela faz outra mas as duas coisas se juntam e às vezes são separadas mas…o conjunto é perfeitamente ligado. Sara – Se tivesse oportunidade de ser patrono doutra escola, aceitaria esse convite? Prof. A.D. – Nunca, nunca. Esta é a escola. Só vocês. (risos satisfeitos) Lara – Agora se me permite uma pergunta para a Dra. Hanna. Dra. Hanna – Ah, eu não. Quem está a prestar exame é ele. Lara – Mas relaciona-se. Enquanto cientista também e…como é ter o professor e doutor António Damásio ao lado e a trabalhar? Dra. Hanna – Exatamente aquilo que ele disse, nós trabalhamos em conjunto. Eu critico-o a ele, ele critica-me a mim, eu apoio-o a ele, ele apoia-me a mim. E não estamos em competição. That’s importante! É muito importante não estar a competir com a pessoa com quem se está a trabalhar e com quem se vive. Lara - Obrigada, muito obrigada aos dois. Realmente, obrigada aos dois.


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TRÊS DIRETORES

TRÊS OPINIÕES

As três professoras bibliotecárias responsáveis pelo Trívio decidiram entrevistar os diretores - António Cruz (AC) do Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais (AESMO), Amílcar Albuquerque Santos (AAS) do Agrupamento de Escolas das Laranjeiras (AEL) e João Jaime Pires (JJP) da Escola Secundária de Camões (ESC) sobre o projeto pioneiro de publicação do Jornal Trívio. Assim, Filipa Mendes, n.º 8, 11.º 3, Leonor B. Água, n.º 17, 11.º 3, Malik Piarali, n.º 20, 11º3 do AE Laranjeiras, Inês Santos e Miguel Ferreira do 11.º H, da ES Camões colocaram precisamente as mesmas questões aos três diretores. O diretor do AESM Olivais respondeu por escrito ao solicitado.

possam ter uma visibilidade do que fazem colegas da mesma idade nestas escolas, criando um intercâmbio que faz todo o sentido e é um trabalho de equipa, é um trabalho de partilha de acontecimentos, de divulgação, quer para os alunos da nossa escola, quer para os alunos das outras escolas.

1 – O que acha da Ideia do Trívio?

AAS - Para uma primeira edição já marca aquilo que se pretende. Eu disse na altura, à professora bibliotecária responsável, a Professora Lígia Arruda, que tal não significava, por exemplo, o esvaziamento do nosso boletim interno, o Viva Voz. As notícias teriam de aparecer também nele, porque é para consumo interno. O Trívio deve divulgar aquilo que é mais significativo e mais abrangente do ponto de vista do serviço educativo. Mas o outro jornal…, o outro boletim, não podia ser esvaziado. Mas a lógica que está presente nesta edição deve ser seguida nas futuras edições, porque as escolas colaboraram, para que o jornal fosse uma realidade, com a ilustração dos diversos eventos, com uma coerência interna até com a própria identificação das escolas pelas cores ao longo das páginas do jornal. A partir daqui só pode ser aperfeiçoado. Penso que esta edição está capaz.

AC - Parece-me ser uma ideia interessante dado que explora a polissemia de trívio entendido aqui não no sentido da Escolástica (a gramática, a retórica e a dialética), mas como o cruzamento de três caminhos ou de três bibliotecas de três Escolas. E, ao cruzarem-se, reforçam-se. AAS - A ideia do Trívio é uma ideia interessante, como veículo de comunicação das iniciativas de dois agrupamentos e de uma escola não agrupada, em locais diferentes da cidade. Podemos dar a conhecer o que de melhor acontece nas nossas escolas às três comunidades educativas, onde se divulgará a publicação, mas também a comunidades mais alargadas, porque o jornal terá difusão através da internet e também através da Rede de Bibliotecas Escolares. Portanto, tudo aquilo que contribua para mostrar o que de melhor se faz entre nós, as iniciativas de alunos ou as iniciativas dos professores acaba por beneficiar cada uma dessas escolas e ser motivo de atração e de uma competitividade saudável [risos], no âmbito do serviço educativo prestado. E isso é também importante para nós. Eu fiz um pedido aos professores, no sentido de fortalecer a imagem do Agrupamento de Escolas das Laranjeiras para o exterior, e um dos meios de promoção é realizar a divulgação do que melhor se faz nas escolas. JJP - Relativamente à questão eu acho que é sempre importante haver um jornal online em que os alunos possam colocar textos sobre como veem a escola, como veem os acontecimentos e participam na escola onde estão. Mais interessante ainda quando há um intercâmbio e uma parceria com dois agrupamentos que incluem duas escolas secundárias, a D. Pedro V e a António Damásio. Portanto, estas trocas de experiências permitem que os alunos

ENTREVISTA

2 – Qual a sua opinião sobre o 1.º número? AC - A minha opinião é que me parece que queriam lá colocar tudo, talvez por ser o primeiro número. Apresentava bons conteúdos, mas parece-me que devia ser mais sóbrio e mais depurado.

JJP—Sem me estar sempre a repetir, eu penso que só está online a primeira publicação e que se está a trabalhar na próxima, mas espero que seja o primeiro de muitos e que haja uma continuidade. Penso que a professora Teresa Saborida está a trabalhar com a vossa turma e com alguns colegas, mas será interessante a participação das diferentes turmas que são muito diversificadas e que estas possam falar sobre as diversas atividades culturais que decorrem na escola e que promovam os concursos que existem no Liceu Camões, levando-os às outras escolas. Espero que seja um jornal interdinâmico e que possa ser atualizável, isto é, poderia ser um jornal onde entrassem coisas novas diariamente. Era interessante que as notícias estivessem sempre atualizadas e que não fosse necessário esperar tanto tempo para as ler. Por exemplo, a entrevista feita ao Professor Quintanilha foi redigida a 16 de outubro e nós já estamos em janeiro… Sei que estas coisas são difíceis, mas era interessante que se criasse uma dinâmica mais atual, que não ficasse limitado

António Cruz ao tempo em que foi escrito. A professora Teresa e as restantes professoras bibliotecárias terão em vista uma melhor forma de o jornal ser lido. Neste momento, o jornal está na página da escola. O desafio é os alunos, os professores […], como é que podemos ser todos colaboradores do Trívio? Numa primeira fase como leitores, mas numa outra fase partilhando um texto ou um assunto cultural. O Trívio tem uma vertente muito cultural de divulgação de eventos. Os acontecimentos que vão acontecer amanhã como serão divulgados na escola D. Pedro V? Por exemplo, em março a escola participará no Monstrinha e também participará no Indie. Era bom que estas atividades fossem atualizadas online, senão teremos um primeiro número, tal como o Confluências, e depois arriscamo-nos a termos o número um, número dois… Isto é só uma ideia. Estou confiante nas responsáveis e na chefe de redação do jornal, mas é só uma sugestão para que o jornal seja mais interativo, permitindo aos alunos desta escola que conheçam o que está a acontecer nas outras escolas e vice-versa. Continua na pág. seguinte

João Jaime Pires


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TRÊS DIRETORES

Amílcar Albuquerque Santos

3 – O que gostava de ver publicado futuramente? AC - Gostava de ver publicadas referências à problemática da leitura em idade escolar e ao que hoje se publica de interessante no campo da literatura, do ensaio e da divulgação científica. E gostava de ver uma referência ao sentido do ensinar e do aprender na sala de aula das nossas Escolas, tendo como suporte o livro e as tecnologias de informação e comunicação. AAS - Eu penso que aquilo que vejo na edição é aquilo que deve ser a matriz. As atividades, a vinda de pessoas exteriores, com conferências ou outro tipo de iniciativas, enriquecem esta ligação da escola com a comunidade e com especialistas das diversas áreas do saber. A edição tem o Professor Alexandre Quintanilha e o Professor Humberto Rosa. Tem esta divulgação de eventos em que estiveram presentes os alunos. A lógica também é essa: os alunos estão presentes e podem aprender e podem enriquecer a sua vida escolar e os saberes que a escola inclui e que quer transmitir. As iniciativas são as das escolas e são as melhores. Não é para andarmos a dizer, se me permitem a liberdade de expressão, olha, a minha é melhor que a tua, mas é para significar que em comunidades diferenciadas se fazem atividades também diferenciadas, coisas que têm um valor

TRÊS OPINIÕES

Cont.

para a comunidade e que também podem ser um exemplo para outras.

Os cursos de engenharia, por exemplo, eram muito focados apenas na sua área. Este é um bom tema. Outro tema que já está muito banalizado é o do bulling. E há alguma confusão com isso “estão-me a pressionar – isso é bulling”… São temas que vos dizem respeito e que vocês sentem e acho que devem ser alvo de reflexão no jornal porque o jornal deve ser lido sobretudo pelos vossos colegas desta e das outras escolas. Tive há pouco uma reunião no Conselho Municipal, do qual fazem parte os diretores das escolas, e há um vereador que vai lançar um programa sobre direitos humanos para o próximo ano e disse que apenas 20% da população conhece os seus direitos. Por exemplo, o voto - se houver mais motivação não haveria tanta abstenção, se debatessem mais este assunto – alguém os fez sentir que aos 18 anos são cidadãos e que podem participar e mudar o país? São temas que podem discutir, refletir e dar a vossa opinião em vez de serem meros espetadores do que acontece. Se calhar, entre as três escolas encontrar figuras que normalmente não aparecem nos media, como o caso do Professor Alexandre Quintanilha, na área da ciência, e noutras profissões. Por exemplo um cozinheiro, um chef. Em fevereiro, vamos ter a semana das profissões e teremos várias áreas que levarão os jovens a questionar – que profissões? Que saídas? Estes encontros serão motivadores. Já na próxima 2ª feira teremos o evento Inspire Future, para o 12º ano, e um dos workshops vai ser “estudar no estrangeiro”. Mais um tema atrativo para o jornal porque é mais para vocês lerem do que para os adultos.

JJP - O que acho que um jornal escolar deve refletir é o dia-a-dia da escola, os acontecimentos da escola, o que está a acontecer. Por exemplo, hoje esteve na Biblioteca o professor Jorge Buescu, um divulgador da matemática, provavelmente o autor com maior número de livros publicados de divulgação da ciência, em particular da matemática, e, portanto, faria sentido fazer uma pequena síntese do que aconteceu. Mas também divulgar o que é feito na aula de psicologia, ciência política ou economia em que os alunos produzem trabalhos e noutras áreas como o desporto escolar que tem atividades como a vela, o golfe, badmington, a ginástica de saltos e artística ou, eventualmente, os grupos de teatro da escola da professora Clara, do teatro em inglês ou alemão para mostrar a vida da escola e, eventualmente, algumas entrevistas a funcionários ou professores sobre o nosso dia-a-dia ou sobre temas que na altura possam ser importantes. No 1.º período debruçámo-nos sobre o tema dos refugiados, um tema marcante. Neste período, temos o tema da violência doméstica e depois teremos o tema das praxes. Portanto, haver alguns temas que possam ser fator de discussão na escola e façam surgir perguntas no seio da comunidade educativa, mas possam ser sugeridos por vós – temos este assunto e gostaríamos que ele fosse debatido. Deveriam ser assuntos da sociedade que suscitassem a reflexão. Por exemplo, na reunião de delegados de turma, o que sobressaiu nalgumas perguntas que fizemos aos delegados sobre como é que os poderíamos ajudar a ultrapassar algumas dificuldades, 90% das questões tinham a ver com orientação, ou seja, o que estou a fazer neste curso?, porquê isto?, precisamos de ajuda para encontrar o caminho, que escolhas fazer? A escola tem o gabinete de orientação profissional que pode ajudar nessas escolhas e este é outro tema. Este ensino secundário já não é redutor, ou seja, porque é que não se pode estar a aprender matemática e história… e os alunos de artes estão um pouco “prisioneiros” . Há dificuldade na matemática, mas até que ponto é que não se pode estudar biologia em vez da matemática e, por troca com esta última, escolher outra disciplina da área da geografia…Vocês podem participar dizendo como é que a escola devia ser, como é que devia ser a avaliação, as disciplinas. Já existem na Europa, e em Portugal já há alguns cursos no ensino superior, chamados Estudos Gerais, em que é permitido estudar Física e Filosofia, coisa impossível de acontecer anteriormente.

Continua na pág. seguinte

Diretor e subdiretora (Rosário Vergamota) do AEL com Filipa Mendes, Leonor B. Água e Malik Piarali


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TRÊS DIRETORES

TRÊS OPINIÕES que são, com toda a certeza, 11 boas Escolas. O facto de ser um jornal online estabelece uma difusão imediata e sempre disponível para qualquer leitor.

António Cruz 4 – Qual a mais valia de um jornal online, agregando onze escolas situadas em zonas dispersas, elaborado por três Professoras Bibliotecárias diferentes e com públicos heterogéneos?

AAS -A diversidade é sempre um valor em si, se soubermos viver em comunidade. Porque se a diversidade for de zaragata, não vale a pena [risos]. E penso que não será este o caso e que na convivência pacífica sairá, com certeza, uma maior identidade das escolas, futuras colaborações até fora do próprio jornal, e podemos ter iniciativas conjuntas ao nível de conferências, de formação de professores, de visitas de alunos. Qualquer escola poderá ter uma iniciativa que interesse às outras. Nestas circunstâncias, será possível também convocar turmas para se deslocarem, ouvirem e colaborarem, até pode ser para uma festa, para uma semana ligada a um projeto disciplinar qualquer em que podemos levar turmas umas aqui e outras além para poderem ver essas iniciativas. Ou seja, tudo isto tem um efeito multiplicador, com o alargamento daquilo que se faz nas várias escolas a outras comunidades.

JJP -Eu resumia dizendo que nós, às AC - A vantagem é exatamente possivezes ,estamos sempre num microclima. bilitar o cruzamento dessas 11 Escolas Olhamos só para a nossa escola, olha-

mos só para a nossa turma, e o facto de termos 3 escolas diferentes, em zonas diferentes de Lisboa, com públicos diferenciados, e provavelmente de várias origens sociais e culturais, faz-nos alargar o nosso âmbito e a nossa visão. Olhar para os outros que têm projetos educativos diferentes mas encontrar neles traços comuns, perceber que temos as mesmas necessidades quer em questões de leitura, de escrita, se calhar leva-nos a um encontro de novos amigos, alargando o espetro e fazendo uma partilha – partilhar o que fazemos é sempre importante.

João Jaime Pires

OPINIÕES

TRÍVIO N.º 1

Muito obrigado. Espero que os leitores sante e nele houve alguns artigos que apreciem. Parabéns aos editores. Gran- me chamaram à atenção que foram: o de abraço. Lisboa Games Week que é realizado Alexandre Quintanilha todos os anos. Gostei muito das exposições de artes realizados pelos alunos do Publiquei no blogue do PÚBLICO na 11.º e 12.º anos e, claro, que não podia Escola (http://blogues.publico.pt/ deixar de falar sobre o artigo de Antópagina23/) uma notícia sobre o Trívio nio Damásio na ESAD, escrito que, evidentemente, li com a maior pela aluna Catarina Henriques do 10.º atenção e interesse. ano de Humanidades. Há, como é normal, vários aspetos em Em geral, achei o jornal muito interesque é possível melhorar. […] sante e cativante. Felicito-as por este primeiro número. Mariana Gameiro, aluna do10.º N, ESAD

artigo favorito foi o do evento Lisboa Games Week, pois todos os anos costumo a ir a esse evento e fiquei até admirado pelo facto de a Escola D. Pedro V cooperar com os organizadores. Gostei também do artigo da minha colega Catarina sobre o Professor Doutor António Damásio e achei fantástico terem colocado no jornal uma foto de apoio e homenagem a Paris.

Eduardo Jorge Madureira Lopes, Dirigente do projeto Público na Escola, um projeto de educação para os media do jornal Público.

Muitos Parabéns pelo excelente trabalho desenvolvido. Está muito atrativo, quer em matéria de texto, quer visualmente. Dr.ª Vera Mendes, Junta de Freguesia de S. Domingos de Benfica

Que belo logotipo tem o Trívio!

Elisa Oliveira, Coordenadora de Estabelecimento da EB 2,3 Prof. Delfim Santos

Muito interessante e nada trivial... Parabéns.

M.ª José Vitorino, ex-CIBE da RBE

Bem, para começar, em geral gostei muito do jornal, achei-o muito interes-

Saúdo a iniciativa das professoras bibliotecárias das três instituições. Li com interesse e prazer os textos escolhidos. Agradou-me particularmente a diversidade de propostas - notícia, informação, entrevista, crónica, curiosidades... Na variedade dos textos estabelece-se uma boa aliança entre o conhecimento, a reflexão e o lúdico. Não perdi tempo. Ganhei-o. Parabéns. Leonilde Timóteo, docente da ESDPV

Na minha opinião, o Trívio é um jornal escolar interessante, embora falte informação. A informação que falta é acerca da associação de estudantes, pois lá não está dito qual das listas venceu. De resto, está muito bem organizado, as páginas estão bem estruturadas. O meu

Leandro Filipe, aluno do 10.º N, ESAD

Acho o Jornal muito importante, está muito bem estruturado não só pelo facto das cores distinguirem as escolas, como ter uma publicação de uma colega de turma, Catarina Henriques, sobre a presença do professor António Damásio, que por sua vez é o nosso patrono, na nossa Escola... É muito bom também ter publicações de outras escolas e dar alguma informação das suas atividades, como para as outras escolas deve ser bom conhecer e ver publicações da nossa!!! É um privilégio, não só pelo facto de termos o jornal online na página da escola, sabendo que os jovens são mais ligados à Internet, como também porque o podemos ler sem qualquer custo. Beijinhos. Ana Tatiana n.º 3, 10.º N, ESAD


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UMA LIÇÃO DE VIDA No dia 11 de fevereiro de 2016, às 15h15, na Biblioteca Antiga da nossa escola, realizou-se uma aula sobre Vergílio Ferreira e Mário Dionísio lecionada pela Professora Doutora Maria Alzira Seixo. Durante esta pequena lição a Professora falou sobre a vida e obra dos escritores e da sua relação e convivência com ambos. Em relação a Mário Dionísio, foi sua aluna no Liceu Pedro Nunes onde relembrou uma aula dada pelo escritor que muito a marcou, por volta de 1955 e que foi totalmente dedicada à leitura de um poema de Alfred Musset. Esta aula, segundo a Professora, define muito bem Mário Dionísio, pois, ao contrário de outros professores que tivera, este

CONFERÊNCIA ensinava a LER. O que também definia Mário Dionísio era o facto de este ser fanático pela perfeição. Na faculdade, foi o primeiro aluno a apresentar um estudo sobre Fernando Pessoa o qual foi recusado com o argumento de que não eram aceites trabalhos de autores contemporâneos à época. Ainda em relação a este escritor a Professora referiu também a sua faceta de pintor e o livro A Paleta e o Mundo, verdadeiro compêndio de arte. Sobre Vergílio Ferreira referiu na sua biografia os vários sítios por onde estudou e trabalhou, nomeadamente nesta escola, como professor de humanidades. Salientou a sua vertente existencialista presente na maioria dos seus romances,

designadamente em Carta ao Futuro onde tratava temas como o seu futuro, a conceção do Homem e em como o espírito supera o corpo – O ser humano é pequena brasa viva (...). Na audiência, esteve presente o escritor Mário de Carvalho, antigo aluno do liceu e dos professores Vergílio Ferreira e Mário Dionísio, que deixou o seu testemunho emocionado, no qual referiu a boa relação que teve com ambos. Em relação a Mário Dionísio salientou o seu caráter irónico e sarcástico e sobre Vergílio Ferreira frisou o facto de este ser próximo dos alunos, tratava-os por tu e encorajava-os no exercício da escrita.

captar a atenção dos alunos durante cerca de hora e meia, mantendo sempre um ambiente descontraído de aprendizagem. Foi uma oportunidade excelente para os alunos poderem ter uma perspetiva diferente daquela que é comum apenas com o trabalho de aula, permitindo, desta forma, uma complementaridade de conhecimentos. É importante salientar o excelente trabalho efetuado pelo ator António Fonseca, que sabe de cor, no sentido etimológico, as 1102 estrofes desta epopeia, daí o nome “Os Lusíadas de Coração”. Iniciativas como esta facilitam a apreen-

são dos conteúdos programáticos pelos alunos, uma vez que lhes são proporcionadas perspetivas diferentes de abordagem aos conteúdos literários, despertando a curiosidade pelo conhecimento da obra e mostrando que um texto de difícil leitura, como é o caso de Os Lusíadas, é uma obra cuja audição – na voz de quem com tanto gosto e entusiasmo se dedica há alguns anos à divulgação de uma das obras maiores da literatura portuguesa – torna fácil e atraente a compreensão do poema.

Beatriz Silva 11.º A, ES Camões

OS LUSÍADAS DE CORAÇÃO No dia 11 de janeiro, a escola recebeu a visita do ator e encenador António Fonseca, figura de relevo no teatro português contemporâneo. Este projeto, apresentado no auditório da escola para turmas do 12.º ano, no âmbito da disciplina de Português, visou levar os alunos a interpretar a obra de uma maneira mais simples e a cativar o seu interesse para a leitura da epopeia. O conhecido ator fez referência aos episódios mais importantes da obra tocando em todos os pontos essenciais de cada um deles. Utilizando uma linguagem menos formal quando se dirigia à audiência, foi capaz de

Carolina, 12.º ano, turma 2, ESDPV


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D. PEDRO V NA COMPANHIA DAS LEZÍRIAS As turmas de Línguas e Humanidades e a turma de Ciências Sócio Económicas do 11.º ano, no âmbito dos conteúdos do Espaço Rural, realizaram uma visita de estudo à Companhia das Lezírias, no 1.º período letivo. À nossa espera, estavam duas guias com formação em Biologia que dinamizaram as atividades pedagógicas realizadas nesta exploração agrícola. Começámos por visitar a cultura da vinha, de seguida observámos o processo de transformação da uva em vinho e o seu engarrafamento. Depois, vimos o olival e foi-nos explicado o processo de transformação da azeitona em azeite. De seguida, deslocámo-nos à área de montado de sobreiro, onde nos foi

dado a conhecer o processo de extração da cortiça e os seus diferentes destinos. Foi também salientada a importância do montado e da floresta para aumentar o rendimento agrícola, a biodiversidade e reduzir o carbono para a atmosfera. Como a exploração é de grande dimensão, cerca de 18 000ha, dirigimonos de autocarro para vermos o arrozal. No caminho, observámos o gado bovino a pastar forragens biológicas e foinos referido as raças que são produzidas na exploração: - Mertolenga e Preta – raças nacionais - Charolesa e Limousine - raças francesas. Já no arrozal pudemos presenciar a colheita do arroz, feita por uma debulhadora. Por fim, na área dos equinos, tivemos a

oportunidade de interagir com os cavalos pura raça Lusitana. Ficámos a saber que a Companhia das Lezírias é uma exploração multifuncional, muito importante a nível regional e nacional. Em nome de todos os alunos que participaram na visita gostaríamos de agradecer à direção da escola e aos professores que nos acompanharam esta oportunidade que tivemos para consolidar o nosso conhecimento do meio rural, através do contacto direto com as múltiplas atividades desenvolvidas na Companhia das Lezírias. Inês Correia n.º 11, 11.º 5 e Luana Xavier n.º 15, 11º5

COMO RESPONDER À IMIGRAÇÃO Atualmente, tem-se verificado uma grande vaga de imigrantes que se dirige para a Europa, na sua maioria refugiados obrigados a fugir dos seus locais de residência devido a conflitos violentos em África e no Médio Oriente, obrigando os governos europeus a lidar com a difícil e controversa decisão de como agir neste contexto. Eu defendo que a Europa deve acolher este contingente de refugiados, em certas condições e por várias razões. Em primeiro lugar, os milhões de pessoas deslocadas são, muito para além de imigrantes ilegais, seres humanos e, como tal, têm uma série de direitos inalienáveis, que, em muitos casos, estão a ser desrespeitados. São pessoas que apenas procuram uma vida melhor, um sítio onde possam ser integrados e respeitados, para se poderem temporariamente refugiar, enquanto os conflitos que os deslocaram se desenrolam. A Europa, foco deste fluxo migratório, e enquanto uma das áreas mais desenvolvidas do mundo, tem condições para acolher esta vaga, além de uma obrigação moral e ética. No entanto, deve fazê-lo de uma forma coordenada entre os seus países, de acordo com as possibilidades de cada um, em termos económicos, sociais e populacionais. Por outro lado, apesar de a Europa ser o destino destes imigrantes, as outras potências mundiais, tais como a Rússia ou os Estados Unidos, dois dos grandes

responsáveis pelas situações de conflito que se vivem em alguns dos países de origem desta vaga de refugiados, devem também fazer um esforço para que todos eles possam ser acolhidos, de uma forma equitativa e justa. As condições do acolhimento seriam temporárias, durante a duração dos conflitos, e poderiam ir desde contributos financeiros e materiais para o sustento dos refugiados até à aceitação dos mesmos dentro de fronteiras, consoante as possibilidades de cada país. Portugal, por exemplo, apesar de ser um país pequeno e com poucos recursos, deve fazer o seu melhor para contribuir, ao nível governamental e da iniciativa privada. A integração dos refugiados na sociedade traria até benefícios económicos para o país (uma maior população ativa implica uma maior sustentabilidade do sistema de segurança social e o aumento do consumo interno, por exemplo). Paralelamente a estes esforços de apoio às populações afetadas pela guerra, deve-se também prosseguir na resolução destes conflitos, através de organizações como a ONU, com a perseguição dos terroristas causadores da situação que se vive nos países em causa. Existem, contudo, argumentos utilizados contra esta posição. Os elevados níveis de pobreza em alguns países europeus são, frequentemente, usados como

pretexto para os recursos dos governos não serem investidos no apoio aos que vêm de fora. Trata-se de duas questões completamente distintas, que não devem ser confundidas, sendo que uma não exclui a outra. Aliás, o aumento da população ativa de um país implica até benefícios económicos, tal como referi atrás. Outros argumentos, como os da necessidade de preservação da identidade cultural e os dos possíveis conflitos entre pessoas de religiões diferentes, não passam de formas de xenofobia e racismo. Será que existe também um risco de entrada na Europa, juntamente com os refugiados, de terroristas e jihadistas ocultos? Em teoria, sim. Mas, na prática, o que se verifica é que as organizações a que estes pertencem têm vastos capitais e formas mais fáceis de infiltrarem os seus agentes no ocidente, para além de as suas redes se estenderem já a naturais dos países ocidentais. Tendo exposto os argumentos e contraargumentos principais usados neste debate, cujas implicações são por demais evidentes, não posso deixar de insistir no dever de todos os países, europeus e não só, fazerem o seu melhor para acolher esta vaga de refugiados e para resolverem os conflitos que a provocaram, uma vez que a solução proposta não é sustentável ad aeternum. Thomas Childs, 10.º C, ES Camões


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UMBERTO ECO

1932-2016

HOMENAGEM Quem não lê, aos 70 anos terá vivido só uma vida. Quem lê, terá vivido 5 mil anos. A leitura é uma imortalidade de trás para frente. Umberto Eco

Se a biblioteca é, como pretende Borges, um modelo do Universo, tentemos transformá-lo num universo à medida do homem e, volto a recordar, à medida do homem quer também dizer alegre (…), isto é, uma biblioteca onde nos apeteça ir. Umberto Eco, in A Biblioteca

ESCOLA DE PAIS Todos nós entendemos a família como célula fundamental da sociedade, no entanto, a mesma enfrenta neste século XXI novos perigos, para os quais deve estar preparada e saber dar resposta. Neste contexto também a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica sentiu a necessidade de acompanhar e apoiar pais e filhos na orientação para diversas temáticas e os ajudar a encontrarem uma relação equilibrada que lhes proporcione bem-estar e harmonia não apenas no espaço familiar, mas também no espaço escolar. Assim, a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, no âmbito da Comissão Social de Freguesia, iniciou no dia 9 de Dezembro de 2015 o projeto “ESCOLA DE PAIS” no Museu Nacional da Música, com a 1ª edição, subordinada ao título “Bem-estar físico e psicológico na família”, com a oradora Prof. Dr.ª Helena Rebelo Pinto, psicóloga, coordenadora da Licenciatura em Psicologia da FCH e do Instituto de Ciências da Família da Universidade Católica Portuguesa.

Este é um espaço onde pais e professores podem partilhar angústias, trocar ideias e saberes, encontrar apoio na resolução de problemas, ganhar mais autoconfiança. Enfim, este projeto pretende ajudar o encarregado de educação na árdua mas valiosa tarefa que é EDUCAR. A 2ª Sessão da Escola de Pais realizada no dia 18 de Janeiro e intitulada “Relações ou Ralações Familiares?” contou com a oradora Profª Doutora Ana Oliveira, coordenadora da Licenciatura em Serviço Social da FCH e incidia na temática da comunicação que é crucial na dinâmica familiar e apresenta-se hoje como um desafio. Foram abordadas estratégias para construir uma relação positiva que permita conciliar a preocupação, a disciplina com o cuidado e o afeto. A 3ª Sessão realizada no dia 15 de Fevereiro teve como oradora convidada a Dr.ª Eugénia Graça, Diretora do Gabinete de Apoio ao Aluno da Universidade Católica e tinha como tema “Adolescência: Até Quando?” Esta ini-

ciativa, que contou com o apoio dos parceiros sociais com missão educativa na comunidade escolar, revelou-se certamente um valioso contributo para a melhoria do olhar sobre o adolescente. Até ao mês de Maio outras sessões da Escola de Pais irão realizar-se no Museu da Música, a partir das 18h00 e com a duração de 2 horas. A construção de um projeto de futuro para as próximas gerações exige um espaço de aprendizagem e reflexão com profissionais especializados de diferentes áreas, e é contributo fundamental para alargar o nosso conhecimento e enriquecê-lo com estratégias para este desafio comum: Educar para um desenvolvimento saudável. Convidamos assim toda a comunidade educativa a conhecer a nossa proposta e a participar nesta iniciativa que tem como missão apoiar as famílias e os agentes educativos na maior riqueza de uma sociedade – o desenvolvimento saudável das futuras gerações. Dr.ª Cristina Parente, Coordenadora da Educação da JFSDB


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PROJETO KIDFUN O Projeto KidFun – Educação para Valores é um projeto da Fundação Benfica que, em parceria com a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, é desenvolvido no âmbito das aulas de Atividade Física e desportiva das AEC. Esta iniciativa visa apoiar a Escola e a família na educação das crianças, ao nível do Saber Ser, motivando-as à descoberta e aprofundamento dos valores fundamentais de conduta e vida em sociedade. O Desporto e os seus símbolos assumem, no âmbito do projeto, um importante papel, sensibilizando as crianças para um conhecimento mais profundo dos

EDUCAÇÃO PARA VALORES valores e das suas implicações no seu quotidiano e nos sucessos com que sonham para o seu futuro. A inscrição no projeto é gratuita quer para as Escolas quer para os alunos. O KidFun desenvolve-se ao longo do ano letivo com um conjunto de atividades online e presenciais em torno da temática dos valores, culminando num Festival KidFun. Uma vez em cada ano letivo, o KidFun visita presencialmente a Escola de cada criança participante. Pretende-se criar um ambiente diferente e apelativo, através da presença física do Estádio KidFun, desenvolvendo-se atividades lúdicas e desportivas com uma

equipa de monitores qualificados. No decorrer das atividades, as crianças serão regularmente desafiadas para a aprendizagem dos valores. No final do ano letivo todas as Escolas participantes no projeto são convidadas a marcar presença no Festival KidFun que contempla uma série de atividades relacionadas com cada um dos valores que se trabalharam ao longo do ano letivo. Será assim, um momento de muita animação e convívio entre as crianças. Dr.ª Cristina Parente, Coordenadora da Educação da JFSDB

PROJETO PARA TI SE NÃO FALTARES! Tendo sido celebrado um Protocolo de Colaboração entre a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e a Fundação Benfica no dia 23 de setembro de 2015, com a duração de 3 anos, de primordial importância para os alunos do Agrupamento de Escolas das Laranjeiras, decidimos neste número do Jornal Trívio dar a conhecer em que consiste o projeto que está a ser desenvolvido e que muito orgulha estas duas instituições. A Fundação Benfica visa a conceção, planificação e implementação de diversos projetos integrados no sentido de contribuir para a qualidade de vida do ser humano, em particular de crianças e jovens em situação de risco, promovendo o desporto inclusivo. O projeto Para ti Se não faltares! privilegia a intervenção precoce sobre os fatores de exclusão, tendo como preocupação transversal a todas as áreas a prevenção de comportamentos desviantes e a promoção do sucesso educativo de crianças e jovens, enquanto fatores determinantes de mobilidade social. Este é um protocolo de capaci-

tação e combate ao absentismo, abandono e insucesso escolar de crianças e jovens em risco, tendo como objetivos: 1.Melhorar a assiduidade, comportamento e resultados escolares nas suas dimensões de género e exclusão social 2.Melhorar o sucesso escolar nas suas dimensões de género e exclusão social 3.Desenvolver atividades físicas, desportivas, lúdicas e de ar livre ao nível das modalidades mais adequadas ao trabalho individual e coletivo necessário a cada beneficiário, de forma a reforçar as dimensões “Saber Ser” e “Saber Estar”. 4.Capacitar as crianças e jovens tornando-os atores principais da sua tomada de consciência de comportamentos, atitudes e sucessos, insucessos e consequências sociais e pessoais dos seus atos. 5.Promover a prevenção e adoção pelas crianças e jovens de estilos de vida saudável, em particular o reforço da atividade física e de uma alimentação saudável, criando condições para o sucesso educativo e a mobilidade

CIDADE COM VIDA

INTERCÂMBIO

No âmbito da oferta educativa da Divisão de Sensibilização e Educação Ambiental da CML, decorreu na sala 2 do JI António Nobre a atividade lúdicopedagógica Cidade Com Vida a qual sensibilizou as crianças para a necessidade de manter a cidade limpa e para a biodiversidade.

No próximo dia 15 de março de 2016, realizar-se-á um intercâmbio escolar com as turmas 11.º 4 (economia), 11.º 5 (espanhol), 12.º 3 (economia) e 12.º 15 (secretariado) e com alunos da Escola IES Bárbara de Braganza de Badajoz (Expremadura – España). Durante a visita, estão previstos alguns eventos, tais como o acolhimento na escola espanhola, uma visita guiada à cidade de Badajoz, um piquenique à espanhola na escola e uma visita à empresa Ulbasa.

Maria Gomes, docente da EB1/JI António Nobre

Érica Monteiro, 11.º, 5, ESDPV

social na vida adulta. 6.Promover a prática desportiva e facilitar o empreendimento pelas crianças, jovens e famílias, de percursos de formação e afirmação desportiva nas diferentes modalidades do Clube, abrindo espaços à identificação e promoção de talentos individuais no Universo Benfica, em função do mérito, potencial e empenho individual. A JFSDB identificou e selecionou o presente projeto de desenvolvimento transversal e integrado, que contribui fortemente para a prossecução das suas linhas de orientação estratégicas e os seus objetivos gerais. A Autarquia pretende, assim, dar início ao processo de mudança e desenvolvimento social baseado no modelo de intervenção do projeto enunciado, no território educativo do AEL, sinalizado como área de vulnerabilidade social, com incidência elevada de crianças e jovens em risco, de saída precoce, absentismo e insucesso escolar. Dr.ª Cristina Parente, Coordenadora da Educação da JFSDB


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2.º PRÉMIO!

No dia nove de janeiro, sábado, fui com a minha família à entrega de prémios do Concurso de Presépios 2015, promovido pela Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica. Nesse dia, os presépios vencedores estavam expostos mesmo à entrada do Salão Paroquial de São Domingos de Benfica, onde decorreu esta cerimónia. A nossa escola recebeu o segundo prémio do escalão A, com o “Presépio da Natureza” construído por mim, Rita Carvalho do 4.º ano Turma B, pela Carina Pinto e António Silva, ambos do 4.º Ano

Turma A e pelo Francisco Gomes do 1.º ano Turma A. Também tivemos a ajuda do nosso professor do Apoio, que se chama Miguel Silva. Para receber o prémio só estive eu e o Francisco. O prémio que recebemos foi um vale de setenta e cinco euros, da Livraria Bertrand, para comprarmos livros para a nossa Biblioteca da escola. Durante a cerimónia, tivemos oportunidade de ouvir várias atuações musicais proporcionadas pelos grupos: Bloom Music Academy; Us Sustenidos, do Externato Carolina Michaelis; Coro Sénior da

DIA DE REIS

Na sala 2 do JI António Nobre construiu- consideração as diversas nacionalidase um painel de reis e rainhas para des e gostos dos alunos da turma. Fizecomemorar o Dia de Reis. Tomou-se em ram-se coroas e os meninos foram can-

Freguesia de São Domingos de Benfica; alunos das AEC do 1.º B da Escola das Laranjeiras. No final da entrega de prémios, o pavão Domingos, que é a mascote da Junta de Freguesia, subiu ao palco e animou um pouco a festa. Gostei muito desta comemoração e de ganhar o prémio para a nossa escola. Assim, a Biblioteca do Centro de Recursos vai receber livros novos para podermos requisitar e ler em casa. Rita Carvalho, 4.º Ano Turma B, da EB1/JI Frei Luís de Sousa

EFEMÉRIDES

tar as Janeiras por toda a escola. Maria Gomes, docente da EB1/JI António Nobre, sala 2


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VAMOS CANTAR AS JANEIRAS…

EFEMÉRIDES

Vamos cantar as janeiras Vamos cantar as janeiras Por esses quintais adentro vamos Às raparigas solteiras …

No dia 6 de janeiro, a minha turma e as outras turmas do Jardim de Infância e da Escola Frei Luís de Sousa foram cantar as Janeiras a três instituições. A primeira foi o Infantário da Santa Casa da Misericórdia. Saímos da escola pelo portão de trás e atravessámos o Centro de Dia da Santa Casa da Misericórdia, onde as pessoas mais velhas costumam passar os seus tempos livres, descemos alguns degraus e entrámos no Infantário. Depois, juntámo-nos no espaço exterior e cantámos para todos. De seguida, voltámos à escola em fila e fomos cantar as Janeiras à Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica. Aí tivemos que esperar um pouco por-

que o Presidente da Junta se atrasou. Seguidamente, voltámos a formar fila e fomos para a Escola Secundária D. Pedro V, que era o terceiro e último sítio onde iríamos cantar. Fomos a pé, e quando chegámos à passagem do metro começou a chover. Tivemos que esperar alguns minutos até acabar de chover e depois continuámos a andar. A Polícia da Escola Segura também nos acompanhou para nos ajudar a atravessar as ruas com mais segurança. Na Escola Secundária D. Pedro V, cantámos em dois pavilhões. Os alunos que frequentam aquela escola e os seus professores saíram das salas de aula para ouvir os nossos cânticos. Acho que gostaram, porque nos aplaudiram e

DESFILE DE CARNAVAL

Rita Carvalho, 4.º Ano, Turma B da EB1/JI Frei Luís de Sousa

EFEMÉRIDES nesta última e saíram, em cortejo, em direção à Loja do Cidadão, pela Estrada da Luz e regressaram pela Rua Virgílio Correia. Foi um cortejo muito animado, onde houve muita diversão e cor.

Vanda Bexiga, docente da EB1/JI das Laranjeiras

No dia 5 de fevereiro comemorou-se o Carnaval na Freguesia de São Domingos de Benfica e realizou –se um desfile de Carnaval pelas ruas junto à Escola das Laranjeiras. Todos os alunos das três escolas, EB1/JI António Nobre, EB1/JI Frei Luís de Sousa e EB1/JI Laranjeiras concentraram-se

pediram que cantássemos novamente. Mas como já estávamos cansados, fomos até ao Pavilhão da entrada onde nos deram um pacote de sumo e um queque. No final do lanche, voltámos para a escola. Gostei muito desta atividade em celebração do Dia de Reis.


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POEMAS DE ESCÁRNIO E DE MALDIZER Na disciplina de Literatura Portuguesa, estivemos a estudar as cantigas de Escárnio e de Maldizer. Depois quisemos experimentar, se também seríamos capazes de compor as nossas trovas. O nosso alvo eram os alunos pouco empenhados e pouco trabalhadores. Saiu assim. Vejam lá se gostam: Aqueles dorminhocos que os olhos não abrem, Quando apanhados só desculpas pedem, Desde “Professora, foi apenas um cheirinho de sono”, Até ao drama “Oh stora, deixe-me, esteve cá o patrono!”

UM VERSO EMPRESTADO PERDI-ME DENTRO DE MIM Num desafio lançado pela professora Paula Mota, na oficina de escrita, de “pedirem” emprestado um verso a um poeta e partirem para a criação artística, resultaram vários textos dos quais publicamos 3, cuja origem é a seguinte:

Aqueles preguiçosos que não querem participar Quando obrigados a trabalhar até parece que desmaiam Desde “professora, esta não” Até ao toque da campainha “Oh stora, deixe-me só fazer a última, então.” Sara Agudo, 10.º N, ESAD

No mundo dos preguiçosos É a preguiça que reina Entre estudar e ir à escola Optam por ficar na cama. Negam a sua preguiça Mas eu disso desconfio A desculpa para não sair da cama É estarem com frio. Quando estão nas aulas É certo adormecer, Por vezes têm fome Mas têm preguiça de comer. Eles gostam de dormir e gostam de estar parados Adoram estar de férias E amam os feriados. Leandro Melo, 10.º N, ESAD

De que me serve fugir?

De que me serve fugir? Estou presa em mim. Do corpo não me consigo libertar, Mas a alma que me consome não tem fim Perdi-me dentro de mim-Mário de Sá- E eu procuro-me sem nunca me enconCarneiro trar. Comigo me desavim-Sá de Miranda De que me serve fugir-Luís de Camões Se asas encontro, continuamente as estranho. Perdi-me dentro de mim Vivo fechada e rejeito-as por instinto. Numa imensidão reservada. A vontade de voar? Já não a tenho. Jamais me julguei assim, A dor de lamentar? Já não a sinto. Julgava-me já encontrada. Perdi-me no labirinto da ausência Perdi-me num confuso labirinto E o que sou, será somente inexistência? Com escassez de luz e dia. Não existi, foi porque nunca me invenSerá que é assim que me sinto, tei. Quando pensava que era assim que Se me perdi foi porque nunca me me sentia? encontrei.

Aqueles desatentos que o autor nunca seguem, Quando confrontados com perguntas, ajuda querem, Desde “Professora, não volta a acontePerdi-me nas profundezas da alma cer” Com nada mais que uma vontade: À mania da perseguição “oh professora, Encontrar o que me acalma, deixe de me escolher”. Encontrar a felicidade. Aqueles faladores que a boca nunca calam Quando mandados fazer silêncio, revoltados não param Desde ”Professora, eu não estava a falar” Até à revolta “Oh stora, só a mim me manda calar”

UM VERSO EMPRESTADO DE QUE ME SERVE FUGIR?

Perdi-me dentro de mim Mas sei que vou ser encontrada, Porque se continuar perdida no fim É porque a história está mal contada. Rita Ferreira, 12º D, ES Camões

UM VERSO EMPRESTADO COMIGO ME DESAVIM Fujo e fico Me apanha, Prisão inconsciente, Sensação estranha. Perco-me, Reencontro-me, Prendo-me, Ciclo vicioso. Ciclo de quem poesia escreve. Ciclo de quem na alma é idoso.

Não sei quem sou, mas talvez o revelasse Se, involuntariamente, me fragmentasse Nos poucos de mim, por fim, eu me encontrasse E íntegra, completamente, me tornasse…! Não sinto a minha presença em nenhum dia. As vivências são somente uma miragem. Este é um mundo onde só estamos de passagem E a dor de me não sentir dá-me agonia! É o simples não ser que me enlouquece. Quando não se sabe nada, tudo é vão. Uma metade de mim, eu não conheço E a outra metade também não. Cláudia Fonseca, 12º D, ES Camões

Grito mudo, Dor sensível Suave e bruto, Pedaço irreconhecível. Estou de luto Não há mais o eu, Temível Flor sem fruto. Assim me perco Assim me encontro (Des)fragmentado sou. Tudo perto, Sou escombro De uma vida que desmoronou. Nuno Fernandes, 12ºE, ES Camões

Ilustração de Casey O’Connell Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt/


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O BEIJO DE UM RAPAZ Estávamos a conversar no Facebook e ele pediu-me para ir ter com ele no fimde-semana. Fui. E diverti-me tanto. Não me sentia assim com ninguém há muito tempo e estava a adorar que ele me fizesse sentir confortável. Ele fez-me rir e sorrir durante uma tarde inteira, tratoume como uma pequena flor, frágil e insegura que precisa de ser cuidada com carinho. Veio aquela sensação de um amor novo a crescer, estava a ficar apaixonada por cada palavra que saía daqueles lábios. Aqueles lábios que traçavam o sorriso mais genuíno do mundo e que realçavam aqueles olhos cor de mel. Arrepia-me a maneira como ele sabia quando me olhar nos olhos no momento certo, como se soubesse que eu apenas queria ver-lhe a alma. Arrepia-me a maneira como ele sabia que eu estava a precisar de uma tarde assim, que na verdade eu só queria alguém que mostrasse algum carinho e respeito por mim. As nossas mãos cruzaram-se. Corei. Olhei para ele e vi o sorriso mais bonito do mundo a aparecer diante dos meus olhos, enquanto ele me dava a mão e a segurava como se fosse o mundo. Aproximei-me e ele abraçou-me. Senti-me protegida, segura. Se o mundo acabasse ali, certamen-

te morreria a rapariga mais feliz do mundo. Até que aconteceu. O momento mais precioso da minha vida. Um beijo. Não foi um beijo qualquer. Foi um beijo dele e só dele. Foi um beijo com carinho, com amor, com prazer. Toda uma mistura de emoções. A partir daquele dia, ele tinha-me na mão. O que eu não sabia é que aquele tinha sido o beijo da minha destruição. As coisas começaram a ficar estranhas entre nós, algumas semanas depois. Ele tinha-se afastado de mim, já não falávamos tanto. Sempre que tentava estar com ele, lá vinham as típicas desculpas de que não podia, ou porque tinha de ajudar a mãe, ou porque se tinha lesionado. Comecei a achar estranho alguém lesionar-se quatro vezes na mesma semana mas longe de mim desconfiar do rapaz mais honesto do mundo. Erro enorme. Um dia, ele deixou-me. Fiquei sem nada, o chão desapareceu e eu caí num enorme abismo. Ele deixou-me sozinha e esparramada de dor, para nunca mais voltar. Hoje, digo que o comecei a amar no dia em que ele me abandonou.

Helena Real,10.º F, ES Camões

Uma rapariga do 10.º E, ES Camões

O DIA DOS PEQUENOS ESCRITORES FAMOSOS No dia 22 de janeiro, fomos à biblioteca escolar para apresentarmos o livro Ajudaris’15 Histórias de Encantar que é uma iniciativa da Ajudaris, uma associação que ajuda famílias e crianças carenciadas. No ano passado, eu, a Beatriz Ferreira, a Eva, a Bruna, a Maria, a Beatriz Dantas, a Daniela e mais dois colegas que já estão na EB 2, 3 escrevemos, na biblioteca, um texto que foi publicado nesse livro e que se chama A Descoberta de Joana. No início deste período, a professora bibliotecária, Lourdes Martins, e a nossa professora, Susana Oliveira, pensaram em organizar um pequeno evento para lançar o livro, dar a conhecer o nosso trabalho e comemorar esse momento especial. Convidámos os pais para assistirem à apresentação, à sessão de autógrafos

Amor: todos os sentimentos num só Um beijo apaixonado Um sorriso enamorado Um olhar enfeitiçado Um abraço apertado Um som encantado Todos os sentidos em comunhão Que tamanha perfeição! Tal e qual uma sinfonia Mas que bela harmonia! Só o amor o consegue Sem ele tudo se perde E só com o amor se vive Sem ele apenas se sobrevive Por isso aqui deixo esta mensagem Para que ninguém perca a coragem: Há que amar e ser amado Para que tudo tenha significado E para terminar nada melhor do que aqui deixar Um beijo apaixonado

e a participarem no lanchinho de convívio. Primeiro, preparámos a apresentação na aula, estávamos todos muito nervosos, principalmente eu, mas a nossa professora deu-nos um beijinho “de boa sorte” para nos motivar e acalmar. Na biblioteca, todos as autoras leram um bocadinho do texto para os pais e familiares, colegas, para as duas professoras e para o senhor Coordenador. Alguns colegas também tiveram a oportunidade de participar e leram, cada um, uma parte de dois textos que foram escritos por outros meninos de outras escolas do nosso agrupamento e que também foram publicados no mesmo livro. Pedimos ainda para apresentar uma pequena peça de teatro feita e organizada por nós. Depois, eu e as minhas colegas fomos

LIVROS dar autógrafos e escrever dedicatórias nos livros. Os pais estavam muito felizes e a professora estava muito orgulhosa dos seus meninos. No fim, deliciámo-nos com os bolinhos que as nossas mães fizeram para o lanche. Foi um dia muito importante para mim! Vitória dos Santos Alves, 4.º B, AESMO


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PARA SEMPRE DE VERGÍLIO FERREIRA

“Para sempre. Aqui estou.” Sobrevivente a todos quanto amou, Paulo, o narrador, regressa à aldeia natal e à casa amarela da infância (às quais podemos atribuir uma eventual referência à infância do próprio autor, que nasceu em Gouveia, no Norte de Portugal) povoada de espectros que evocam os momentos mais marcantes da sua existência. Naquilo que considera ser uma “preparação para a morte”, o homem envelhecido reflete sobre o que foi o seu passado e aquilo que será o seu (breve) futuro. Os objetos que os anos espalharam abandonados pela casa evocam reminiscências, que se materializam dolorosas diante dos olhos do narrador. Num canto, um velho baú faz de assento a um Paulinho triste, com as

meias escorregadias sempre motivo para descompostura das tias. Pendurado numa parede, um chapéu de palha que espreita também debaixo da varanda da qual Paulo se debruça para ver Sandra de regador na mão, numa manhã de algum Verão longínquo. Os flashbacks vão-se confundindo com a antevisão detalhada da degradação que a velhice lhe reserva e até do seu próprio funeral. A proximidade da morte leva Paulo ao esforço derradeiro de encontrar uma justificação e um sentido para a vida. É uma obra de cariz profundamente existencialista, em que o protagonista questiona o absurdo da existência e do seu fim inevitável – existência essa que foi sendo alimentada por devaneios e expectativas no tempo em que tal era devido, para posteriormente se ir tornando repleta de desilusões. É na velha casa que Paulo agora percorre que se reúnem as condições propícias para um redescobrir da vida naqueles que foram os seus elementos mais simples, os momentos aparentemente menores – que passaram despercebidos na azáfama do cumprimento incontornável daquele que deve ser o quotidiano e nos meandros de uma vida inteira cimentada nos valores supostamente mais elevados. Vítima do seu próprio pensamento, o protagonista questiona a condição humana, equiparando-a a uma espécie de lamento pontuado apenas por uma ocasional centelha de felicidade. É um recordar atormentado, mesmo quando lembra os momentos felizes proporcionados pela mulher que amou tanto, Sandra – glacial e difícil, pouco dada a sentimentalismos – e por Xana, a filha que perdeu para uma vida de vício e de afastamento ressentido. Apesar de sofregamente vivido, o tempo de Paulo na terra deixou mais per-

PROJETO COM ARTE Ao longo deste projeto, os alunos exploraram as áreas da expressão plástica, dramática e escrita. Estas foram registadas num painel de sala e culminaram

LIVROS guntas do que respostas (mais um traço do existencialismo que o martiriza, esse questionamento incessante que é a causa de muita da angústia humana), e por isso a paz nunca chega, tornando mais profunda a sensação aflitiva de abismo entre aquilo que realmente se é e se faz e o que se sente sobre isso. Publicado em 1983 e galardoado com o Prémio de Ficção do Pen Clube do mesmo ano, Para Sempre é, nas palavras de João Gaspar Simões, “um dos mais perfeitos romances (…) que ainda se escreveram em Portugal”. É um livro pessimista, negro e detentor de uma grande carga emocional, mas que não provoca pena no leitor – antes uma espécie de empatia, porque o sofrimento de Paulo é, em certa medida, o sofrimento de cada um de nós, a dor do confronto com o bizarro da vida e da morte e de todas as coisas que acontecem entretanto. É um testemunho pungente da mágoa que ficar sozinho com os nossos fantasmas comporta, e um deslumbrante exemplar da escrita daquele que foi, sem dúvida, um dos melhores escritores portugueses do século XX. Celebramos este ano o centenário do nascimento de Vergílio António Ferreira (Gouveia, Melo, 28 de Janeiro de 1916 — Lisboa, 1 de Março de 1996). Vergílio Ferreira foi um escritor e professor português (veja-se a referência aos professores de Manhã Submersa e Aparição), cujo nome continua atualmente associado à literatura através da atribuição do Prémio Vergílio Ferreira. Em 1992, foi galardoado com o Prémio Camões. A sua vasta obra, geralmente dividida em ficção (romance, conto), ensaio e diário, costuma ser agrupada em dois períodos literários: o Neorrealismo e o Existencialismo. Raquel Landeira, 12º ano de Humanidades, ESAD

ARTE com a apresentação da lengalenga “Pato” no Teatro de Carnide, com os alunos do JI de Carnide. As peças apresentadas foram bastante agradáveis

para ambas as turmas de jardins de infância presentes. Maria Eduarda Gomes, docente da EB1/JI António Nobre


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PROJETO ARTISTAS E CIENTISTAS No Jardim de Infância Manuel Teixeira Gomes, estamos, neste ano letivo, a trabalhar o Projeto Artistas e Cientistas. No mês de janeiro, as crianças puderam contactar a obra do pintor brasileiro Luiz Zerbini e explorá-la. Uma das pin-

ARTE turas escolhidas para os grupos trabalharem foi a Chuva. Reproduziram esta obra do pintor, explorando várias técnicas de expressão plástica. A este propósito, foi promovida uma sessão na biblioteca escolar pela pro-

AS HISTÓRIAS DE AKIM No dia 18 de fevereiro de 2016, o 1.º turno do 10.º13, do Curso Profissional de Artes do Espetáculo-Interpretação estreou a sua peça: As Histórias de Hakim, do dramaturgo Norberto Ávila., sob a direção e encenação da docente e atriz Estrela Novais. Tivemos a honra da sua presença, o que nos motivou e nos transmitiu alguma força, para que o nosso trabalho fosse feito com maior entrega e dedicação. A estreia foi um sucesso, correu tudo como previsto. Sinopse Trata-se essencialmente da posição do artista perante o poder. Hakim, o protagonista, é um jovem contador de histórias e através do seu talento verbal, denuncia corrupções e injustiças quotidianas. A partir de O tapete voador, desenvolvem-se os verdadeiros contos, constituintes da posterior ficção dramática: A Arca de Sândalo e O Avarento Maruf. Uma ação diversa, com as suas personagens básicas sujeitas a várias metamorfoses devidas a uma inesperada subida na escala social ou até a secretas vivências alternativas. Trata-se de uma peça em que o narrativo se torna vivido. Ficha técnica Desenho do programa: Norberto Ávila; Programa: Carolina Silva e Inês Silva; Espaço cénico: Estrela Novais; Banda sonora: Carolina Silva e Estrela Novais;

fessora bibliotecária, onde as crianças puderam assistir a um powerpoint sobre Luiz Zerbini. As educadoras Clotilde, Luísa e Margarida da EB1/JI MTG,AESMO

TEATRO Operadora de som: Renata Pessoa; Assistente de encenação: Inês Silva; Figurinos: A “IMAGINAÇÃO” de todos; Apoio ao movimento e trabalho de voz: Professor Vítor Sezinando e Professor Carlos Melo; direção e encenação Estrela Novais. Interpretação (por ordem de entrada em cena) Hakim 1 - Ana Rita Glória; Taieb - Filipa

Silva; Idriss - Bárbara Soares; Califa - Diogo Fouto; Amed - João Lopes; TchingTchang - Carolina Silva; Hakim 2 - Ana Rita Assunção; Fátima - Carolina Trindade; Grão-Vizir - Carolina Silva; Maruf Ana Carolina Loureiro; Ali - Inês Silva; Zubaida – Bárbara Soares; Guarda João Lopes. Ana Rita Rolo, 10.º 13, ESDPV


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ACTUS

No dia 20 de janeiro de 2016, os alunos das turmas 9. º1 e 9.º 2 foram ver a peça Auto da Barca do Inferno, no âmbito da disciplina de português. Os professores de Português, de Francês e

TEATRO

de Ciências Naturais acompanharam-nos ao local. Apanhámos o metro em Sete Rios em direção à estação Roma. Depois, fomos até ao teatro Actus, onde assistimos à peça. No geral, todos os alunos

UM ESTÁGIO CHAMADO A BARRACA Muitos perguntam o porquê do nome A Barraca e, aproveitando o mote que é este artigo, sacio, então, a curiosidade. O nome A Barraca evoca Federico Garcia Lorca, o famoso dramaturgo espanhol, que criou, em Espanha, uma companhia com o nome de La Barraca, sendo essa companhia de caráter principalmente itinerante, tal como é a nossa companhia A Barraca, provando, assim, que o teatro é de todos, que o teatro é do povo e fazendo chegar a todos o fator impreterível da cultura de um povo: o teatro. A companhia foi fundada em 1975 pela atriz e encenadora Maria do Céu Guerra e pelo encenador Mário Alberto.

Desde a sua fundação, a direção da companhia tem estado a cargo de Maria do Céu Guerra e do encenador e dramaturgo Hélder Costa. Durante o ano de 1976, o grupo passou a maior parte do tempo em tournées pelo país. Em 1976, a sede foi transferida para o cimo da Rua Alexandre Herculano, perto do Largo do Rato. Em 1989, foi-lhes concedido pela Câmara Municipal de Lisboa o Teatro Cinearte, no Largo de Santos. O grupo foi descrito na época como a mais popular das companhias teatrais independentes em Portugal, sendo essa qualidade referida pelo Europa World Year Book de 1983. Um local onde a arte se cria, onde o

O AVARENTO O Avarento, uma comédia de Molière encenada por Victor Sezinando e apresentada pelo 1.º grupo do 11.º13 do Curso de Artes do EspetáculoInterpretação. Depois de quatro meses de muitos altos e baixos, com esforço e dedicação, o grande dia chegou. Os nervos à flor da pele e a necessidade de pisar o palco tomaram conta de nós. O espetáculo vai começar! Depois de tantos ensaios, a 1ª apresentação correu muitíssimo bem! E ao longo dos espetáculos, cada vez íamos crescen-

se divertiram e gostaram, pois houve uma interação pela parte do elenco com os alunos e os atores representavam bastante bem. Esperamos repetir! Pedro Alves, 9º 2, ESDPV

TEATRO teatro é alegria e a magia acontece. Um local repleto de história, de produções inacreditáveis e pessoas generosas que a cada dia doam o seu corpo e a sua alma ao teatro. É neste folego cheio de carinho e muito admiração que vos falo na companhia de teatro em que tenho a honra de estagiar, a companhia em que a cada dia, a cada hora e a cada espetáculo me doutrino e acrescento um pilar, um degrau, uma parede, um teto à humilde casa, à qual chamo carreira, e, assim, vou crescendo como pessoa, como artista e como profissional. Cláudio Santos, 11.º13, Curso de Artes do Espetáculo e Interpretação, ESDPV

TEATRO do mais. As gargalhadas foram algo inevitáveis e as palmas sentimo-las graciosas. O feedback que recebemos tanto do público da parte da manhã, como do público da noite foi bastante positivo. Depois de quatro apresentações na escola foi-nos dada a oportunidade de apresentar a peça num outro espaço, o Teatro Passagem de Nível. Foi uma experiência bastante endoidecedora, pois permitiu-nos apresentar o espetáculo num ambiente diferente do habitual. Mas demos o nosso melhor e o

espetáculo correu muito bem. Queremos agradecer aos representantes do Teatro Passagem de Nível por nos darem esta maravilhosa oportunidade. Fomos também convidados para ir fazer mais duas apresentações no Centro Paroquial de São Sebastião e nos Pupilos do Exército. Muito obrigada mais uma vez por todas estas oportunidades. São com elas que ganhamos experiência. Gabriela Sousa, 11.º13 Artes do Espetáculo, ESDPV


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CINEMA A RAPARIGA DINAMARQUESA Sinopse: Baseado no livro de David Ebershoff, A Rapariga Dinamarquesa é uma marcante história de amor inspirada na vida de Lili Elbe e Gerda Wegener (papéis interpretados pelo ator vencedor de um Óscar Eddie Redmayne [A Teoria de Tudo] e por Alicia Vikander [Ex_Machina]), realizada pelo também galardoado Tom Hooper (O Discurso do Rei e Os Miseráveis). O casamento e trabalho de Lili e Gerda progride, enquanto navegam pela arrebatadora viagem da pioneira transgénero. Crítica: Fui ao cinema na expetativa de ver uma história sobre uma das primeiras pessoas a fazer uma mudança de

sexo. Achei que era também uma história de amor, com as questões conjugais evidenciadas. Estas duas pessoas revelam que o amor pode ser um amor à pessoa e não aquele amor que se ama o homem ou a mulher, mas sim a pessoa. Assim, esta história revela o amor entre dois seres humanos. Penso que se poderia ter explorado mais a transformação do corpo, neste caso de um homem para mulher, explorando mais os preconceitos da sociedade. PERDIDO EM MARTE Sinopse: O astronauta Mark Watney (Matt Damon) é enviado a uma missão em Marte. Após uma severa tempestade ele é dado como morto, abandonado pelos colegas e acorda sozinho no misterioso planeta com escassos suprimentos, sem saber como reencontrar os companheiros ou retornar à Terra. Crítica: Gostei do filme. Quando nos deparamos com a morte ficamos mais engenhosos, as ideias vêm-nos à cabe-

TRANSFORMAÇÕES

ça, realizamos o nosso melhor pois perder significa morrer. É um ótimo retrato do que seria uma vida em Marte e das ferramentas disponíveis, sendo que no filme existe o drama de estar abandonado, dado como morto e sem comunicação com a terra para pedir ajuda (até encontrar a pathifinder) sem recursos necessários para sobreviver até a chegada da próxima missão (que é a sua ideia inicial). Se não fosse esse drama, seria um documentário sobre possíveis missões em Marte. Dois dias após a estreia mundial do filme, foi descoberta água no planeta vermelho. Catarina Lobo, n.º 3, 10º16, ESDPV

EXPOSIÇÕES 12.º Desenho AESMO, ESAD


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TRÊS DIMENSÕES

EXPOSIÇÕES 12.º Desenho AESMO, ESAD

Neste período, os alunos do 12.º ano de Artes da ESAD fizeram mais alguns belos trabalhos que encantam os nossos olhos. Na disciplina de Desenho, no trabalho a que chamaram Transformações, partiram da reprodução de um objeto do real – um fruto seco; estudaram-no para lhe simplificar a forma, trabalhando com vários materiais como o grafite ou a sanguínea. Depois, deram largas à

imaginação e foram operando sucessivas transformações naquela forma original até chegarem aos belos exercícios de estímulo visual, que podem ver em alguns dos trabalhos que vos mostramos. Já em Oficina de Arte, os alunos têm estado a fazer um trabalho de maturação: começaram por partir de um elemento publicitário e reproduziram-no, exercitando o uso de técnicas aprendi-

das – no caso, o pontilhado, visível em alguns dos trabalhos que publicámos no nº 1 do Trívio. A etapa seguinte consistiu em pegar nos resultados obtidos nessa primeira fase e pensá-la para a volumetria, ou seja, a criação de objetos em três dimensões, usando diversos materiais e formas. Como se pode ver, a veia criativa não os abandonou. Temos artistas! Lurdes Castanheira, PB da ESAD

TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS Esteve patente na Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares, em Lisboa, entre 29 de janeiro e 12 de fevereiro de 2016, uma exposição de trabalhos e de produtos finais desenvolvidos e executados nas aulas de Expressão Plástica pelos alunos da Unidade de Ensino Estruturado para o Autismo (UEEA) da Escola Básica 2.3 Prof. Delfim Santos, do Agrupamento de Escolas das Laranjeiras. Olga Silva, docente de EV/ET da EB 2,3 Prof. Delfim Santos

EXPOSIÇÕES


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AUTORRETRATO

EXPOSIÇÕES

12.º J, ESAD


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PERSPETIVAS

7º A, B, C, D, E, G e H da Escola Básica da Escola Secundária D. Pedro V. 2º e 3º ciclos Profº Delfim Santos e 7.º 2ª

Na escola EB 2, 3 Prof. Delfim Santos, no âmbito da disciplina de Educação Visual, realizou-se uma exposição de trabalhos, relacionados com os conteúdos: perspetiva isométrica de cubos e perspetiva cónica linear com dois pontos de fuga. A exposição foi organizada pelo professor Artur Rocha Peguinho, com trabalhos das turmas A, B, C e D do 9.º ano. As imagens das fotos representam espaços exteriores em perspetiva cónica e cubos em perspetiva isométrica. Este tipo de trabalho pode ser utilizado em diversas aplicações no âmbito da comunicação e expressão visual, como, por exemplo, cartazes, capas de revistas, padrões para diversos objetos do dia-adia (papel de parede, peças de vestuário, bijuteria, estofos), etc.

A vinda dos pais/encarregados e educação à escola é um momento importante na vida dos filhos/educandos. Por isso, os trabalhos foram expostos nas salas, onde os encarregados de educaMaria Paula Silva, docente da EB 2, 3 Prof. Delfim Santos ção reuniram, com o objetivo de promover a participação ativa dos mesmos na partilha da responsabilidade

EXPOSIÇÕES

Maria Irene Ferreira, docente da EB 2,3 Prof. Delfim Santos

pela educação e da formação integral dos alunos. 8.º A, B, C, D, G e F da Escola Básica 2.º e 3.º ciclos do Prof. Delfim Santos e 8.º 2ª da Escola Secundária D. Pedro V Maria Irene Ferreira, docente da EB 2,3 Prof. Delfim Santos


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CLUB DE FOTOGRAFIA

10º5, 10º11 e 9º1 ESDPV

RECEITAS LITERÁRIAS QUEIJADAS DE SINTRA "Enfim, o maestro desceu, a correr, quase aos trambolhões, com um cache-nez de seda na mão, o guarda-chuva na outra, abotoando atarantadamente o paletó. Quando vinha pulando os últimos degraus, uma voz esganiçada de mulher gritou-lhe de cima: - Olha não te esqueçam as queijadas!"[…] "Carlos sorriu. Os artistas, dizia ele, só amam na natureza os efeitos da linha e da cor; para se interessar pelo bem-estar de uma túlipa, para cuidar de um craveiro não sofra sede, para sentir mágoa de que a geada tenha queimado os primeiros rebentões das acácias para isso só o burguês, o burguês que todas as manhãs desce ao seu quintal com um chapéu velho e um regador, e vê nas árvores e nas plantas uma outra família muda, porque ele é também responsável... Cruges, que escutara distraidamente, exclamou: - Diabo! É necessário que não me esqueçam as queijadas!"[…] "- Tive nojo! - exclamava o Alencar, rematando fogosamente a sua história. Palavra que tive nojo! Atirei-lhe a bengala aos pés, cruzei os braços e disselhe: aí tem você a bengala, seu cobarde, a mim bastam-me as mãos! - Que diabo, não me hão de esquecer

CULINÁRIA as queijadas! - murmurou Cruges, para si mesmo, afastando-se do parapeito."[…] "- Agora o que tu deves ver, Cruges, é o palácio. Isso é que tem originalidade e cachet! Não é verdade, Alencar?... - Eu vos digo, filhos - começou o autor de Elvira - historicamente falando... - Eu tenho de comprar as queijadas murmurou Cruges. - Justamente! exclamou Carlos. - Tens ainda as queijadas; é necessário não perder tempo; a caminho!"[…] "- Com mil raios! - exclamou de repente o Cruges, saltando de dentro da manta, com um berro que emudeceu o poeta, fez voltar Carlos na almofada, assustou o trintanário. O breque parara, todos o olhavam suspensos; e, no vasto silêncio de charneca, sob a paz do luar, Cruges, sucumbindo, exclamou: - Esqueceram-me as queijadas!" Os Maias

INGREDIENTES Massa 400g de farinha de trigo 100 g de água Recheio I,5kg de queijo fresco sem sal 12 gemas de ovos I 20g de farinha de trigo 800 g de açúcar branco 60g de coco ralado 3g de canela Junte a água à farinha e trabalhe bem

a massa até que esta fique muito fina e consistente. Acrescente água caso seja necessário. Estenda até ficar com um milímetro de espessura. Depois, corte em rodelas de doze centímetros cada, dobrando-se as bordas e dando quatro cortes nas bordas. Deixe secar. Recheio Esmague o queijo com as gemas e o açúcar. Depois de muito bem misturados, juntam-se a farinha, o coco e a canela. Misture bem. Encha as caixas de massa e leve ao forno a cozer. Esta receita foi extraída do livro de António Maria de Oliveira Bello, dito Olleboma, Culinária Portuguesa, Assírio & Alvim, 1994. Teresa Saborida, PB ES de Camões


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DESPORTO O palco da Primeira Olimpíada da Era Moderna, realizada em Atenas em 1896, foi o Estádio Panathenaic. A base do estádio era composta por uma estrutura de mármore, feita no século IV a.C. O Cabo de Guerra foi um desporto olímpico entre os anos de 1900 e 1920. Foi somente a partir das Olimpíadas de Londres (1908) que os atletas passaram a desfilar de forma organizada na cerimónia de abertura. Antes de 1908, os atletas entravam e saíam do estádio sem qualquer organização. O lema das Olimpíadas, Citius, Altius, Fortius, foi criado pelo francês Henri Didon para os jogos de Paris (1900). O lema, que traduzido significa "mais rápido, mais alto, mais forte" é usado até aos dias de hoje. Apenas cinco países participaram em todos os Jogos Olímpicos da era moderna. São eles: Grécia, Grã-Bretanha, Suíça, França e Austrália. Na Grécia Antiga, os atletas gregos faziam várias orações aos deuses do Olimpo, para que os jogos acontecessem sem problemas e de forma justa. A famosa frase O importante não é vencer, é participar é de autoria de um bispo da Pensilvânia (EUA) e foi pronunciada num discurso para os atletas, antes das Olimpíadas de Londres (1908). A famosa bandeira olímpica, com cinco arcos representando os continentes, tem como autor Pierre de Coubertin, em 1913. Em 1916, não foram realizados os Jogos Olímpicos de Berlim devido à Primeira Guerra Mundial. As Olimpíadas de 1944, que deveriam ocorrer em Londres, também foram canceladas, pois a Europa estava quase toda envolvida na Segunda Guerra Mundial. Nas primeiras Olimpíadas da Era Moderna, no começo do século XX, todas as medalhas eram entregues aos atletas na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos.

OLIMPÍADAS Várias modalidades curiosas já fizeram parte das Olimpíadas: Doze Horas de Ciclismo (1896), levantamento de peso com apenas uma mão (1896 a 1904), Cabo de Guerra (1900 a 1920), Tiro ao pombo (1920) e Voo livre de planador (1936), Jogo da Palma (1908), Motonáutica (1908) e arremesso de dardo e disco com as duas mãos (1912).

Os Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964 foram os primeiros a serem transmitidos via satélite pela televisão.

O país que mais medalhas conquistou na história das Olimpíadas foram os Estados Unidos. Até os Jogos Olímpicos de Londres (2012), os norte-americanos ganharam 2399 medalhas olímpicas (974 de ouro, 758 de prata e 667 de Nas Olimpíadas de Melbourne bronze). (Austrália), em 1956, uma atleta tcheca e um norte-americano namoraram na Para garantir a segurança durante as Vila Olímpica. No auge da Guerra Fria, Olimpíadas de Londres 2012, o governo o namoro originou um incidente diplo- britânico instalou mísseis em prédios mático entre os dois países. residenciais na área leste de Londres. Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio As Olimpíadas de Londres de 1948 (1964), um judoca japonês suicidou-se foram as primeiras a serem transmitidas após ser derrotado numa luta. pela TV para residências particulares. Nas Olimpíadas de Estocolmo (Suécia), em 1912, o maratonista português Francisco Lázaro desmaiou durante uma prova e morreu no dia seguinte no hospital. Foi apontada insolação como causa da morte.

O único país-sede que não ganhou nenhuma medalha olímpica na sua própria Olimpíada foi o Canadá. O resultado inédito e negativo foi obtido nos Jogos Olímpicos de Montreal de 1976.

O sueco Oscar Swahn foi o atleta mais velho a conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos. Com 72 anos, ganhou a medalha de prata na competição de tiro durante as Olimpíadas da Antuérpia (Bélgica), em 1920.

As Olimpíadas de Londres de 1908 foram as mais longas da história, com o início em 27 de abril e o término em 31 de outubro.

A primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro na história dos Jogos Olímpicos foi a britânica Charlotte Cooper. Conquistou o torneio de ténis feminino nas Olimpíadas de Paris (1900). O nadador norte-americano Michael Phelps foi quem mais medalhas olímpicas ganhou. Nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e Pequim (2008) ganhou, no total, 16 medalhas. Nas Olimpíadas de Londres, o nadador conquistou mais 6 medalhas (sendo 4 de ouro e 2 de prata), totalizando 22 medalhas olímpicas na mesma prova de natação. Após ganhar a medalha de ouro nos 200 metros medley, tornou-se o primeiro tricampeão olímpico na mesma prova..

Nos Jogos Olímpicos do Rio de 2016, dois desportos voltarão para o quadro de modalidades olímpicas depois de muitos anos. O Rugby regressa para as Olimpíadas depois de 92 anos. Já o Golfe após 112 anos. A bandeira olímpica foi criada por Pierre de Coubertin no ano de 1913. Foi apresentada pela primeira vez no Congresso Olímpico de 1914, realizado em Paris.

Foi somente a partir das Olimpíadas de Londres (1948) que as provas de natação começaram a ser realizadas em piscinas.

PROVA DE ORIENTAÇÃO No dia 11 de fevereiro de 2016, decorreu a prova de orientação no Parque Monsanto, promovida pelos professores de Educação Física que envolveu um grande número de alunos da nossa escola. Algumas turmas começaram a prova às 8h30 da manhã e assim foram saindo

CURIOSIDADES

DESPORTO de 30 em 30 minutos até à última hora de saída, 12h. Durante o percurso, os grupos tiveram de marcar os cartões, previamente dados pelos professores, com os pontos e tiveram de tirar fotografias para comprovar a sua passagem pelos marcos representados no mapa dado pelos

professores. Durante o percurso, ocorreram alguns aguaceiros que não perturbaram as atividades previstas. Tudo correu normalmente, sem nenhum percalço. Foi um dia bem passado no Parque Monsanto. Inês Gama, 12. º, ES Camões


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5ª EDIÇÃO DA LAN PARTY 2016 Realizar-se-á, no início do terceiro período, a 5.ª edição da Lan Party 2016. É um dos eventos importantes da Escola Secundária D. Pedro V. Esperamos cerca de 500 visitantes! Os alunos do AEL farão uma visita guiada à escola acompanhados pelos colegas do curso de TGPSI e de TIG. Usufruirão de uma exposição de informática na biblioteca da escola, que fará viajar no tempo qualquer visitante. Terão uma breve apresentação do Curso Tecnológico de TGPSI e de TIG e uma pequena palestra feita por ex e atuais alunos. Os discentes participarão num concurso Quem Quer Ser Informático, elaborado pelos próprios alunos. Teremos, pela primeira vez, filmes relacionados com informática. Todas as atividades são organizadas pelos alunos dos Cursos Tecnológicos de TGPSI e de TIG, supervisionados pelos professores Alexandre Rodrigues e Carla de Carvalho Rodrigues, tendo, também, como finalidade a divulgação dos cursos supra referidos. Há uma complexa organização ao nível de recursos informáticos, elétricos e logísticos. Será necessário preparar ligações em rede para os computadores, decorar as salas, decorar o auditório da escola, preparar a exposição na biblioteca da escola, com a colaboração da docente Lígia Arruda, elaborar os crachás, os flyers e proceder às inscrições para os jogos. Teremos, também, pela primeira vez um concurso Cosplay-lanparty aberto à comunidade escolar e apresentações de pequenos robots. E fiquem atentos, pois mais novidades virão… Os alunos finalistas do ano letivo 2014/2015 receberão o seu diploma na presença dos seus professores, colegas e familiares.

A ESAD VAI AO TEATRO

XI CONC. LITERÁRIO CAMÕES

Por aqui, gostamos muito de ir ao Teatro. É frequente organizarmos com os nossos alunos e professores idas aos espetáculos que estão em cena na capital, ou mesmo em cidades limítrofes. Por isso, aproveitamos todas as ocasiões para que a nossa população escolar aproveite o bom teatro que se vai fazendo por cá. Temos já agendadas duas ocasiões privilegiadas. Assim, em março, vamos ter a visita no nosso auditório do ator Simão Rubim, que nos vem trazer Camões e pedaços da sua obra, num espetáculo dirigido aos alunos do 10.º ano, no âmbito do novo programa da disciplina de Português. Quem se lembra de ver o Simão na representação das “Obras completas de Shakespeare em 97 minutos”, está ansioso e expectante para o ver agora trazer até nós o grande vate. Vai ser já em março. Depois em abril, a escola vai levar os alunos do 11.º ano até ao Teatro Joaquim Benite, em Almada, para assistirmos à representação de “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garrett. Há muitos anos que esta peça não subia ao palco numa encenação pensada para o público em geral e não só para as escolas. A sala do teatro de Almada é magnífica, moderna, confortável e vamos de certeza assistir a um grande espetáculo. Que viva o Teatro!

Terminou no passado dia 19 de fevereiro a entrega dos textos a concurso nas modalidades de conto e poesia. A publicitação do concurso foi feita no 1º período e a todos os professores de português foram entregues exemplares do regulamento que foram distribuídos aos alunos interessados. Como em todas as edições, havia um tema, geralmente associado ao lema do plano anual de atividades: Mudamse os tempos, movem-se as pontes, um lema que junta uma parte de um verso de Camões com a comemoração de uma efeméride, os 50 anos da Ponte 25 de Abril. A BE/CRE compila os textos entregues e edita anualmente um livro por cada modalidade. Desde há dois anos temos também os livros em formato digital (em formato pdf e epub). No Dia Aberto (21 de abril) teremos uma cerimónia de entrega dos prémios no Auditório Camões. Teresa Saborida, PB da ES Camões

Lurdes Castanheira, PB da ESAD

Catarina Lobo, n.º 3 10.º16 e Bernardo Alves, n.º 4 11.º 15

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DAS LARANJEIRAS Escola Secundária D. Pedro V

Estrada das Laranjeira, 122 1600-136 Lisboa

direcao@ael.edu.pt

Escola Básica 2,3 Prof. Delfim Santos

Rua Maestro Frederico Freitas 1500-400 Lisboa

eb23delfimsantos@mail.telepac.pt

EB1/JI Frei Luís de Sousa

Rua Raul Carapinha 1500-042 Lisboa

escola.freiluis49@gmail.com

EB1/JI António Nobre

Rua António Nobre, 49 1500-046 Lisboa

eb1antonionobre@gmail.com

EB1/JI Laranjeiras

Rua Virgílio Correia, 30 1600-224 Lisboa

eb1daslaranjeiras@gmail.com

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTA MARIA DOS OLIVAIS Escola Secundária António Damásio

Av. Dr. Francisco Luís Gomes 1800-178 Lisboa

direcao@aeolivais.pt

Escola EB 2,3 dos Olivais

Rua Cidade de Bolama 1800-077 Lisboa

eb23olivais@gmail.com

EB1/JI Alice Vieira

Rua Vila Catió

alicevieira.eb1ji@gmail.com

EB1/JI Sarah Afonso

Rua Almada Negreiros

EB1/JI Manuel Teixeira Gomes

Rua Manuel Teixeira Gomes 1900-000 Lisboa

ESCOLA SECUNDÁRIA

DE

Escola Secundária de Camões

1800-000 Lisboa 1800-000 Lisboa

eb1183olivais@gmail.com eb1mtgomes@gmail.com

CAMÕES Praça José Fontana, 1050-129 Lisboa.

direcao@escamoes.pt


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