Trívio, n .º 5, março 2017

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Escola Secundária de Camões Agrupamento de Escolas das Laranjeiras Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais Edição N.º 5 Março de 2017

A visita do nosso patrono Receção ao Prof. Dr. António Damásio na escola com o seu nome. Pág.: 3 – 5

Mário de Carvalho, aluno do Lyceu Camões Testemunho das suas recordações enquanto aluno desta escola. Pág.: 6

Protocolo assinado O ensino de Mandarim na Escola Secundária D. Pedro V. Pág.: 7


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EDITORIAL Ninguém fica para trás Numa série televisiva com este título, podemos ver o esforço de camaradas de armas para resgatar aqueles que ficam retidos em terra estranha ou são capturados pelo adversário. Ao não se resignarem com a perda dos seus tudo fazem para contrariar o que parece inevitável. Que poderá isto ter a ver connosco, professores, e com a nossa ação na escola para com os nossos alunos? Será que fazemos tudo para que aqueles que nos são confiados não fiquem para trás? Muito se tem discutido sobre as desvantagens da retenção dos alunos – desde argumentos económicos em relação ao estado e às famílias (não despiciendos), aos que remetem para a inutilidade da medida ou que apontam para o desenraizamento dos alunos do ambiente das turmas/escola – mas para nós, professores, o que mais nos deve sensibilizar é a inevitável sensação de falha de, pelo menos, parte da nossa ação ao longo de todo um ano letivo. Devemos reconhecer, claro, muitos fatores que podem contribuir para o insucesso escolar – desorganização familiar a diversos níveis, absentismo, não ajustamento do percurso formativo para determinado aluno, problemas de contexto. No entanto, temos de garantir, enquanto escola, que aplicamos o melhor do nosso esforço e capacidades para reduzir, tanto quanto possível, a nossa margem de responsabilidade na retenção escolar. De um ponto de vista mais radical podemos estipular, como já algumas escolas fazem, que pura e simplesmente é vedada a retenção dos alunos e, nessa base, construir um sistema de tal

modo colaborativo e articulado que sustente a regra. É uma hipótese a não desprezar e que está, aliás, no terreno, embora conte com a resistência de alguns encarregados de educação e professores, ainda agarrados à ideia da dimensão castigo-recompensa que deve enformar o percurso escolar de cada um e à estanquicidade dos saberes bem arrumadinhos em cada ano letivo, embora a própria lei remeta, acertadamente, para a dimensão de ciclo de estudos. Parece-nos carecer de total legitimidade a abolição da retenção por decreto, atendendo a que existem situações onde ela se reveste como simples reconhecimento da evidência por ausência (e não só física) dos alunos. Não obstante, podemos, e devemos, abordar o problema começando pela estrutura que nos cabe, isto é, alterando de tal modo a nossa maneira de ensinar e de organizar a escola e o currículo, ao mesmo tempo que proporcionamos suporte de apoio aos alunos com mais problemas, que a retenção se torne absolutamente residual. Terá, obviamente, de se equacionar a questão de organização de tempos e número de turmas atribuídas aos professores, situação a que a tutela deve responder, a par da assunção, sem rodeios, da obrigatoriedade do aluno ter de seguir caminhos alternativos, sempre que se mostre incapaz de prosseguir estudos numa determinada via. Também responsabilidade da política educativa será a estabilidade do corpo docente e os incentivos à carreira, reformulando a colocação de professores e abrindo às escolas mais autonomia para a contratação - assunto que tem de deixar de ser tabu e sobre o qual a realidade se deve impor à ideologia quase sempre mascarada com argumentos de justiça ou transparên-

cia. Ninguém de bom senso pode continuar a advogar a exigência de bons resultados à escola quando nega aos seus responsáveis uma palavra a dizer sobre os seus recursos humanos. Mas, e ainda, dentro do que nos cabe há muito a fazer - apostar na maior autonomia e flexibilidade curricular, implantar sem rodeios a prática da supervisão interpares, reforçar a coadjuvação pedagógica e o papel do reforço devidamente planificado, tornar rotina a construção comum de materiais e instrumentos de avaliação bem como a sua aferição, diversificar a avaliação tornando-a num processo contínuo com o ativo contributo da auto avaliação, assumir a importância do retorno da avaliação para a reformulação das práticas, reforçar o papel do apoio tutorial, fomentar o trabalho articulado entre níveis, disciplinas e turmas, valorizar o papel de parcerias e serviços externos no apoio às famílias e alunos. Todas estas dinâmicas ganham com o reforço da comunicação e troca de experiências e com o empenho na formação científica e pedagógica. Estas e outras ações baseadas no princípio do trabalho articulado e colaborativo, com o necessário e importante papel dos departamentos e grupos disciplinares, e que poderão beneficiar das novas orientações da política educativa, só criarão resistência naqueles que veem a sala de aula como um feudo e a sua ação isolada inquestionável – infeliz conceção da autonomia profissional que limita horizontes e em nada contribui para uma escola de maior sucesso, além de nos deixar, agora a todos, para trás. Amílcar Santos, diretor do Agrupamento de Escolas das Laranjeiras

FICHA TÉCNICA Conceção e implementação do projeto: Professoras bibliotecárias Lígia Arruda (ES D. Pedro V), Lurdes Castanheira (ES António Damásio) e Teresa Saborida (ES Camões). Coordenação do projeto: Lígia Arruda, Lurdes Castanheira e Teresa Saborida. Revisão de artigos: Lígia Arruda, Lurdes Castanheira e Teresa Saborida, docentes do grupo 300. Colaboração permanente das professoras bibliotecárias: Ana Correia (Ag. das Laranjeiras), Lucinda Marques (Ag. das Laranjeiras), M.ª de Lourdes Martins (Ag. Santa Maria dos Olivais) e M.ª de Lurdes Grácio (Ag. Santa Maria dos Olivais). Conceção e montagem gráfica: Alexandre Rodrigues e Carla Rodrigues, docentes de Informática da ES D. Pedro V. Periodicidade: um por período letivo Email: ligia.arruda@ael.edu.pt - teresasaborida@escamoes.pt - lurdes.castanheira@aeolivais.pt - jornaltrivio@gmail.com


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A VISITA DE ANTÓNIO DAMÁSIO impacto que tem tido no mundo da ciência e do pensamento humano. Denominou-o de “ cientista filósofo “. Falou da presença subliminar de filósofos que se assemelhavam ao cientista, como Montaigne e Hobbes. Depois, da presença explícita de filósofos como Descartes e Espinosa. Da afinidade com filósofos como Pascal, Leibniz, Locke e Hume. Analisou e comparou Descartes e Damásio, assim como fez com Espinosa. No dia 23 de novembro último, tivemos de novo a alegria de receber na nossa escola o Professor Doutor António Damásio. Assumimos o papel de repórteres e vamos contar-vos como tudo aconteceu. Cerca das 10:40, o diretor iniciou um discurso de introdução ao professor António Damásio e ao Ministro da Educação.

11:48 – O patrono subiu ao palco e começou o seu discurso agradecendo a simpatia e o modo como a escola o recebeu. Elogiou o conservatório Musical de Loures, o poema de Kavafis e o diretor. O cientista falou durante o seu discurso com seriedade não deixando, porém, de mostrar o seu bom humor.

11:00 – Subiram ao palco os alunos do Conservatório de Música de Loures, que tocaram algumas peças de abertura, antes do discurso do Professor.

A propósito das suas palavras, a professora Maria Luísa Ferreira falou sobre os filósofos que o influenciaram e referiu Montaigne e Hobbes. Falou acerca da atualidade, do futuro, da inteligência artificial (que explorou bastante), da ciência atual e do seu próximo livro. Falou, também, do ensino universitário, da sua importância para o futuro e da importância que a educação tem em cada pessoa. No seu entender, as escolhas, a capacidade de julgar, de mudar pensamentos, a capacidade de pensar são potenciadas pelas aprendizagens que se fazem na escola. Falou, ainda, sobre o papel e importância da filosofia, dos filósofos e dos seus pensamentos, acabando o seu discurso às 12:10.

11:15 – Após o espetáculo, o diretor subiu ao palco e deu a vez a uma aluna para ela recitar o poema de Constantino Kavafis: “Ítaca”.

12:10 – Subiu ao palco um aluno da Escola Secundária D. Pedro V para perguntar ao neurocientista o que era a inteligência emocional.

11:25 – A professora de Filosofia Moderna, Dra. Maria Luísa Ferreira falou sobre a obra de António Damásio, que se tem dedicado a estudar, procurando mostrar alguns aspetos em que a sua filosofia de aproxima ou afasta de outros filósofos e as suas teorias. Elogiou o carácter, a sua célebre carreira e o

12:17 – Uma aluna do 12º ano de ciências da Escola Secundária António Damásio subiu ao palco e perguntou se o facto de o patrono ter nascido num país pequeno como Portugal o condicionou na sua maneira de pensar e na sua carreira.

10:45 – 5 minutos depois, o Ministro, Dr. Tiago Brandão Rodrigues, subiu ao palco e falou acerca do patrono, da sua carreira como neurologista, cientista e político e da escola. Durante o seu discurso, elogiou o professor e a forma como os alunos da Escola Secundária António Damásio o receberam. No fim, o ministro falou ( dirigindo-se aos alunos ) sobre o futuro e encorajou-os a continuarem os seu estudos com trabalho e dedicação.

12:19 – Subiram ao palco 3 alunos da Escola Secundária António Damásio para perguntar o porquê dele ter estudado e se ter interessado pela área da neurologia e da ciência. 12:24 – A aluna que declamou o poema subiu ao palco para perguntar se era possível um transplante entre animais (na zona da cabeça e do corpo, nomeadamente o macaco) e se era

possível eles continuarem conscientes. Perguntaram também se achava que num transplante era a cabeça ou o corpo que continuava funcional. 12:33 – Dois alunos do colégio Pedro Arrúpe subiram ao palco para perguntar sobre a influência que as emoções tinham nas nossas decisões e se nos devíamos basear nelas. Também questionaram sobre o que mais fascinou o Professor durante a sua carreira e quais os conselhos que daria a alguém que queira seguir neurologia. 12:41 – Uma professora da Escola Secundária António Damásio subiu ao palco e perguntou qual o perigo das radiações emitidas pelos equipamentos eletrónicos para o cérebro. 12:45 – Vários alunos e uma professora subiram ao palco para entregar ao professor alguns presentes de agradecimento. A sessão terminou e o Professor António Damásio viu-se rodeado por muitos dos presentes, alunos, professores, convidados que o quiseram cumprimentar, pedir um autógrafo ou tirar uma fotografia. Do pavilhão, o Professor saiu para visitar a exposição de trabalhos de desenho dos alunos de Arte, que estava patente na Sala de Estudo. Ali se deteve, comentou e apreciou os trabalhos e já passava das 13,30h quando se despediu da sua escola. Se tudo correr bem, para o ano cá o esperamos para o receber com todo o carinho e entusiasmo. Nota: No dia seguinte, a comunicação social anunciou que o Professor António Damásio tinha passado a integrar o Conselho de Estado, a convite do Senhor Presidente da República. Este é mais um motivo para nos orgulharmos do Patrono que temos. Parabéns, Professor António Damásio! Leandro Melo, Maria João Moreira, Mariana Tareco, Rúben Silva, 11º de Humanidades, ES António Damásio


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TAMBÉM LÁ ESTIVEMOS! ria Luísa Ribeiro Ferreira, professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Após o discurso introdutório do ministro da Educação e do Prof. António Cruz, diretor da escola que ostenta o nome de António Damásio e do agrupamento em que esta se insere, a cerimónia contou com um momento musical protagonizado por alunos do Conservatório d’Artes de Loures e pela declamação de um poema por parte de uma aluna da escola. No dia 23 de novembro de 2016, realizou-se um evento na Escola Secundária António Damásio que visava assinalar o dia do Patrono da referida escola através de uma cerimónia intitulada “Festejar o pensamento: homenagear António Damásio”. Esta escola, que se encontra inserida no Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais, proporcionou, desta forma, uma excelente oportunidade para que todos os presentes pudessem contactar de perto com a vida e obra de António Damásio, nome incontornável da ciência e atual Conselheiro de Estado do Presidente da República. Para a realização desta cerimónia, foram convidados todos os membros da comunidade docente e discente da escola. Para além disso, estiveram presentes ainda membros externos à escola, com especial destaque para a presença do Prof. Amílcar Albuquerque dos Santos, diretor do Agrupamento das Laranjeiras, e de um grupo de professores e alunos da Escola Secundária D. Pedro V. Esta presença deveu-se à parceria existente na elaboração do Jornal Trívio, dirigido e encabeçado pelas três professoras bibliotecárias do Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais, do Agrupamento de Escolas das Laranjeiras e da Escola Secundária de Camões. Esta sessão de homenagem decorreu ao longo de toda a manhã, contando com a participação de vários alunos e com a presença de algumas personalidades, com destaque para: o homenageado António Damásio; a sua mulher, Hanna Damásio; Isabel Alçada, em representação da Presidência da República; o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues e a Dra. Ma-

De seguida, o discurso da Prof.ª Maria Luísa Ribeiro Ferreira sobre a vida e obra de António Damásio, onde salientou a relação que o cientista sempre teve e privilegiou com a filosofia, antecedeu o momento mais esperado de todos: o discurso do Prof. António Damásio! Este abordou temas como a importância da educação nos jovens e a sua influência em futuras decisões, a problemática da evolução tecnológica e automação nas sociedades atuais e a impulsividade para aquilo que é atrativo mas nem sempre racional. A sessão de homenagem deu-se por encerrada apenas quando todos os que procuravam colocar algumas questões tiveram oportunidade de o fazer e ver esclarecidas as suas dúvidas por um dos mais influentes nomes da evolução científica a nível internacional. Esta cerimónia, na presença de António Damásio, constituiu uma oportunidade única de contacto com uma das mais brilhantes mentes da comunidade científica, capaz de influenciar o futuro, a curiosidade e o interesse dos alunos sobre as áreas da ciência e da filosofia ou até mesmo sobre a sua maneira de percecionar o mundo. Todos os temas que foram abordados ao longo desta sessão por parte dos diversos intervenientes podem ser considerados não só temas de extrema importância, como também bastante atuais. António Damásio não pôde deixar de, ainda que com pouca conexão com o restante conteúdo do discurso, fazer referência ao que considera ser a veracidade dos factos e das notícias. Num mundo cada vez mais tecnológico e automático como aquele em que vivemos, este assunto adquire maiores proporções quando relacionado com a abundância extrema de artigos falsos e enganosos que se dispersam por entre os meios de comunicação, com especial relevo pela internet, onde a anarquia da informação impera. O neurocientista português ressaltou ainda um tema pouco conhecido e desenvolvido: a inteligência artificial. Estando o seu trabalho diretamente relacionado com estes temas, nomeada-

mente a importância dos sentimentos e dos afetos no processo de decisão, Damásio acredita que se está a abordar de forma errada a existência da inteligência artificial, onde somente a razão e a lógica reinam incontestavelmente sem a fulcral interferência dos sentimentos durante o pensamento artificial. Talvez esta possa ser considerada uma nova forma de interligar diferentes áreas e de conseguir, assim, alcançar uma diferente abordagem para um futuro desenvolvimento científico. Na verdade, se a vida é feita de momentos, este poderá ser indubitavelmente considerado como um dos que fica, opondo-se estrondosamente a muitos outros que pouco mais têm que uma mera efemeridade. São oportunidades como esta que nos conseguem mostrar um pouco melhor aquilo que a ciência realmente é, através daqueles que, decerto, passam os seus dias a fazer aquilo de que gostam. São estas pessoas que nos inspiram e nos fazem querer ser melhores, através dos seus discursos tão simples e simultaneamente tão carregados da experiência e da sabedoria que sempre revelam. E também porque, juntos, caminhamos num mundo cada vez mais imprevisível, onde a ciência se irá revelar um elemento estruturante e universal. E porque a ciência nos une a todos nós, por cada porta que os outros tratarem de fechar, a ciência encarregar-se-á não só de a abrir como de novas passagens encontrar. Num mundo cada vez mais livre, é necessário que haja algo que nos una mais do que o que nos separa e que nos faça avançar mais do que o que decerto também iremos recuar. E porque se a ciência é tudo isto, é a ela que nos devemos unir até ao fim, contribuindo com tudo o que for possível, para que esse fim nunca chegue a existir. É isto que devemos continuar a fazer. Em nome da ciência. Em nome do mundo. Do nosso mundo… José Murteira, 10.º 4, n.º 15 e Tiago Silva, 10.º1, n.º 28, ES D. Pedro V


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ENTREVISTA

aqueles que pensam diferentemente de nós, não é?

No fim da sessão de homenagem ao Professor António Damásio, no meio da confusão dos abraços, das saídas e dos autógrafos, tentámos falar com alguns dos intervenientes. À pressa, porque tinha de sair, falámos com a Dra. Luísa Ferreira e com alguns alunos: Sara – O que a motivou a estudar o livro do Professor António Damásio? Doutora Luísa – Quer dizer…vários livros, mas uma das motivações foi Espinosa, porque ele tem um livro sobre Espinosa e Espinosa foi um filósofo que eu tenho trabalhado ao longo da minha vida e, portanto, quis muito ver o que é que ele dizia sobre Espinosa e estou em sintonia. Já com Descartes não é a mesma coisa, porque a minha relação com o Descartes que ele retrata é uma relação polémica; eu ali não disse, mas tenho alguns problemas a levantar à interpretação do Damásio. Mas também me interessou muito até porque nós também nos interessamos por

Lara – Qual foi a importância da vinda à escola do professor António Damásio? Doutora Luísa - Dá outra dimensão à cerimónia, não seria igual, o facto de ele estar presente dá logo outra dimensão ao evento, ainda por cima sendo a figura que ele é, o renome que ele tem a nível internacional dignifica muito mais e, obviamente, se a escola tem o nome dele, acho que faz todo o sentido ele fazer os possíveis para estar aqui presente, sendo que ele também será a inspiração de todos os alunos e a presença dele acho que dá um ânimo diferente a quem ouviu esta cerimónia. Tudo o que ele disse é de uma fonte que temos a certeza que é digna, podemos confiar no que ele disse, portanto hoje aprendemos coisas que temos a certeza que estão corretas, resultam do trabalho, do esforço dele, da dedicação à área. Resposta de um aluno: As respostas às perguntas e a perspetiva dele são muito mais genuínas. A maneira de pensar

pode ser muito melhor demonstrada sendo ele a responder e não alguém a responder em nome dele. Resposta de uma aluna: Eu estou a ter a disciplina de psicologia e um dos cientistas/ psicólogos que analisam a mente é o António Damásio e então acaba sempre por ser importante porque vai influenciar também muito os meus conhecimentos sobre ele. Lara Pico, Sara Agudo, 11º de Humanidades, ES António Damásio


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MÁRIO DE CARVALHO—ALUNO DO LYCEU CAMÕES que ir para a biblioteca. Silêncio absoluto, livros fechados nos armários, severidade. Aos alunos estava reservada uma pequena prateleira com algumas sobras e velhos livros edificantes, do género de «O Pequeno Lorde» e outros da coleção «Biblioteca dos Rapazes». Requisitar livros a sério, dos das solenes estantes? Nem pensar. Só com recomendações do professor e ainda assim… Era um sítio incómodo e um bocadinho penoso, mesmo. Ninguém se lembraria, por livre vontade, de ir estudar para a biblioteca.

O escritor Mário de Carvalho (MC) foi aluno na nossa escola. Com esta pequena entrevista feita pela professora bibliotecária (PB) esperamos iniciar uma série de pequenos testemunhos de antigos alunos do Lyceu de Camões, ex-alunos que hoje fazem parte da nossa cultura, história, ciência, política... como era ser aluno nesta escola? Episódios marcantes? Numa escola com 106 anos de existência há muitas histórias para contar! PB – Como era a vida de estudante no Lyceu Camões quando aqui andou? O liceu já era misto? Há algum episódio que gostaria de nos contar? MC - Fui aluno do Camões nos meus sexto e sétimo anos, no que se chamava então ensino pré-universitário. O liceu era só para rapazes, mas, por razões circunstanciais, estas nossas turmas tinham raparigas. Nove ou dez, em trinta e seis. As raparigas sentavamse em duas filas, à frente. Não tinham recreio com os rapazes. Eram recolhidas numa sala à parte durante os intervalos. Entravam e saíam por outras portas. O ambiente no liceu, extremamente repressivo e sombrio, pesava. Não se podia correr. Não se podia jogar à bola. Fardados dum azul carregado, os contínuos vigiavam obsessivamente os alunos. PB – Em maio de 2016 veio ao liceu a um encontro com alunos e professores na biblioteca antiga. Como era a biblioteca na altura? Frequentava-a? Requisitava livros? MC - A biblioteca, no meu tempo (1959/61), era sobretudo o local onde obrigatoriamente os alunos tinham de permanecer quando ocorria um «furo», ou seja, quando, faltando um professor, não havia aula. Quem era expulso da aula, por castigo, também tinha

PB – Aqui no liceu foi aluno do professor Mário Dionísio e colega de João Aguiar e Eduardo Prado Coelho. Eventualmente ter-se-á cruzado com outros alunos que mais tarde foram e são figuras importantes da ciência, cultura e política portuguesa. Era um privilégio frequentar esta escola? MC - Eu vinha do liceu de Gil Vicente e fui para o Camões apenas porque me interessava a área de letras (a chamada alínea e)) que não existia no Gil. A turma que fui encontrar no Camões (onde, aliás, ensinavam excelentes professores) era manifestamente, na sua grande maioria, de alunos oriundos de meios privilegiados. Além dos alunos citados fui colega de António Vítor Monteiro (Embaixador na ONU), Artur Faria Maurício (Presidente do Supremo Tribunal de Justiça), Basílio Horta (longa carreira política), Mário Assis Ferreira (Casino Estoril), Ricardo Benoliel de Carvalho (jurista internacionalmente reconhecido em direito bancário), José Manuel Bracinha Vieira (financeiro e ex -governante). PB - Na faculdade escolheu Direito, que exerceu durante vários anos, mas a literatura acaba por sobrepor-se. Já escreveu romances, novelas, teatro e ainda há pouco publicou mais um livro: Ronda das Mil Belas em Frol. Há sempre novos assuntos? O que o leva a escrever – a realidade que o rodeia? Há zonas de Lisboa, especialmente, que

encontramos nas suas obras. Lisboa é uma das suas “musas” inspiradoras? MC - O que me leva sobretudo a escrever, creio, é uma irrequieta curiosidade e o espanto, a capacidade de me surpreender com o que vai acontecendo em volta, onde não faltam bizarrias, contradições e paradoxos. Estão sempre a ocorrer novos assuntos, sim, que não deixam repetir-me. E as pessoas são, no fundo, extremamente interessantes, mesmo quando não parecem. Quanto a Lisboa, é o meu encanto. Creio que sempre foi. Apela à História em cada esquina. E há, sempre, nesta cidade, coisas diferentes a descobrir.


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PROTOCOLO ASSINADO No dia 24 de Janeiro teve lugar a assinatura de um protocolo de cooperação entre o nosso agrupamento, representado pelo seu Diretor, Amílcar Albuquerque Santos, e a Escola Secundária Pui Ching, da Região Administrativa Especial de Macau, representada pelo seu Headmaster, Mr. Kou Kam Fai. Esta iniciativa partiu de um convite ao AEL por parte do Ministério da Educação, envolvendo a Secretaria de Estado da Educação e a Direção-Geral de Educação, no seguimento da experiência de lecionação da disciplina de Mandarim na Escola Secundária D. Pedro V. A sessão de boas vindas e de apresentação das instituições realizou-se no Auditório Chaves Santos e contou com a presença da Direção, docentes e alunos de ambas as instituições, de

representantes dos referidos organismos do Ministério da Educação, da Secretária da Educação de Macau e da Presidente da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa. Foi feita a apresentação das escolas e da sua oferta educativa e dos sistemas educativos de Portugal e da RAEM. Os alunos portugueses e de Macau realizaram um espetáculo de danças e, no final, foi servido um Porto de Honra. O protocolo assinado visa a colaboração entre as duas instituições no sentido de aproveitar as potencialidades de cada uma, contribuindo para a partilha de conhecimento e experiência no domínio da gestão escolar de modo a elevar a sua qualidade. Visa, ainda, a promoção da colaboração e intercâmbio entre docentes nas áreas da formação profissional, investigação

científica e exploração curricular, mediante observação pedagógica, realização de palestras, convívio e aprendizagem, no sentido de aumentar o nível profissional e a qualidade pedagógica dos docentes e das escolas. No caso dos alunos, o protocolo permitirá o contacto e colaboração para o desenvolvimento da partilha de conhecimento e o estabelecimento de laços de amizade. Para o Agrupamento de Escolas das Laranjeiras esta e outras iniciativas de cooperação revestem-se de especial importância e refletem o reconhecimento do trabalho de promoção e de afirmação da qualidade do serviço educativo prestado à comunidade. Amílcar Santos, diretor do AE das Laranjeiras

PATRIMÓNIO POR PENSAR - OFICINA DE FILOSOFIA ASSALTO AO PATRIMÓNIO Haverá algum tempo que nos tenha dado tanto passado como o presente? No espírito da temática lançada este ano a concurso pela Comissão Nacional da Unesco com o Foto: Eduardo Letria nome Humanidades, apresentam-se aqui alguns trabalhos dos 10.º e 11.º anos que tratam uma das vertentes definidas: O Significado do Património Cultural. Num exercício de observação mais próxima, os alunos colheram para si aqueles elementos que livremente elegeram para tratar o tema que lhes foi proposto. Passeámos pela cidade de Lisboa, fomos à Fundação Calouste Gulbenkian e viajámos depois pelo tempo da nos-

sa reflexão. Sabemos que mais do que nunca, hoje, e por toda a parte, as pessoas afluem aos lugares de património num sopro desalmado de se apegarem ao tempo, candidatas à “doença patrimonial” (como já se designa) que está cheia de saúde para dar e vender. O que é e o que não é património? O que interessa conhecer? O que interessa não perder? Em primeiro lugar interessa não perder a alma, diríamos, por ser por ela que o tempo corre para a frente, esse élan de vida que nos faz. E depois, pensamos no que quisermos. Património é inscrição no tempo, por uma certa seleção com um quê de natural, é lugar, é o que se edifica e nele fica o que vale. “Que é, pois, o tempo?” – pergunta sabiamente Santo Agostinho, nas suas Confissões (Ed.1981). E nota: “se ninguém mo perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a per-

gunta, já não sei.” (XI, p. 304) É esta perplexidade diante do tempo que nos faz dizer que o património está por pensar. O nosso assalto quer roubar esse passado, apropriar-se desses bens para os ver através da admiração reflexiva. Pelo menos a mediação da escrita dá-lhe novo tempo e assim algum significado para a posição daquele que escreve o texto e regista ou seleciona uma imagem. No tempo que corre, tão paradoxalmente presente e ausente, sentimos a pergunta a lavrar no peito: e eu, o que faço para não perder a minha alma? Para não perder o meu tempo? Irene Resende, (Oficina de Filosofia), ES Camões

“Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...” Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

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PATRIMÓNIO POR PENSAR - OFICINA DE FILOSOFIA

A NATUREZA COMO UMA CULTURA E O JARDIM COMO LUGAR DE CONTEMPLAÇÃO “Como imaginar uma cidade sem pombas, sem árvores e sem jardins, onde não se sente o bater de asas, nem o sussurro de folhas, uma cidade neutra, para dizer tudo?” Albert Camus

Quando comparamos as cidades atuais com as do passado, salta-nos imediatamente à vista a redução drástica de espaços verdes que foram, pela ação humana, substituídos por espaços cinzentos. O problema não é a cor, o problema é que esta substituição torna as cidades menos belas, menos saudáveis e torna-nos mais distantes da Natureza, da qual também somos parte. A relação que temos construído com a Natureza, desde a revolução industrial, é profundamente predadora, tóxica, abusiva e utilitarista. A Natureza é vista como um meio de satisfazer as necessidades humanas e não como um fim em si mesma. Não lhe reconhecemos valor intrínseco e por isso a destruímos, criando danos que são irreversíveis. Por mais que nos distanciemos afetivamente da Natureza, nós dependemos efetivamente dela. Cuidá-la é condição necessária para garantirmos Foto: Sara Cal, 11º B

a continuidade da vida humana. Esta constante e massiva destruição da Natureza é indissociável de uma sociedade consumista que nos faz acreditar que a nossa felicidade e realização enquanto seres humanos depende dos bens materiais a que temos acesso. A sociedade organiza-se, assim, em torno da produção e do consumo desenfreados e este modelo é, não só, predador da natureza, como também do nosso tempo. O tempo é vivido como um recurso escasso. Vivemos com pressa: pressa de produzir, pressa de consumir, pressa de chegar, pressa de sair… vivemos acelerados, resta-nos pouco tempo para estar com as outras pessoas, para cuidar, descansar, conversar, ler, pensar e para contemplar. O nosso dia-a-dia é marcado pelo stress, pela ansiedade, pela urgente necessidade de cumprir prazos, de cumprir objetivos que não acrescentam sentido às nossas vidas. Corremos tanto e não sabemos para onde. Não sabemos o porquê. Consumimos o nosso tempo, sem a consciência de que estamos a consumir as nossas vidas! Face ao exposto acima, parece-me que é fundamental pararmos para repensar os nossos estilos de vida e também a nossa relação com a Natureza. E neste contexto, os espaços verdes e, em particular os jardins, podem ser essenciais, na medida em que nos convidam a relaxar, contemplar, viver sem pressa, a estar em harmonia com outros seres vivos que habitam, como nós, a Terra… vivendo e crescendo entre jardins, flores e árvores, aprendemos a respeitar e a apreciar a Natureza. Em cidades cinzentas, quando não convivemos de perto com outras formas de vida, para além da humana, a Natureza torna-se para nós estranha e não a sabemos amar. Defendo, assim, que se plantem jardins e que estes sejam palcos de “desaceleração”, de contemplação, de reforço do nosso vínculo à Natureza, desta forma devolvida à cidade! Sara Cal, 11.º B, ES Camões

PASTEL DE BELÉM NUM PRATO O prato segura o melhor que Portugal tem para oferecer e estou prestes a prová-lo. Os Pastéis de Belém são o que Portugal tem de melhor para oferecer… O Pastel de Belém não é simplesmente um doce, é cultura. Uma dentada e sentimos o nosso país nas nossas papilas gustativas, o fogo-de-artifício do

CONT. Ano Novo em Lisboa na nossa boca. Uma dentada e estamos em casa. Em primeiro lugar, não admira que estes pequenos pedaços de nata, massa e Portugal sejam uma das sétimas maravilhas da gastronomia deste país tão cheio de vida, de paixão e de doçura. Portugal está nos Pastéis de Belém, os Pastéis de Belém são Portugal. Porquê distingui-los? Porque não deliciar-se com um pastel e viver a história inteira de um povo num só breve momento de satisfação? Em segundo lugar, o fabrico destes doces começou em 1837 a partir de uma receita quase arcaica do Mosteiro dos Jerónimos. O mistério que rodeia a receita do Pastel de Belém (e sim, toda a gente consegue fazer um pastel de nata, mas nunca um Pastel de Belém) é uma perfeita metáfora para Portugal, um mistério que cobre as ruas de Lisboa e as prateleiras de pastelarias. Ainda mais, agora este doce não é só mistério, mas História. A História dentro de nós depois de uma tarde quentinha acabada de "fazer" e um carioca a acompanhar. A História fica connosco muito depois de o nosso estômago tê-la digerido, porque o nosso coração ainda não o fez – e nunca o vai fazer. E em terceiro e último lugar, turistas percorrem as nossas ruas labirínticas à procura de um pedaço de nós. Porquê negar-lhes isso? Porquê mantermos os Pastéis de Belém fechados a sete chaves quando turistas voltam e voltam mais uma vez, agora com a família ou um amigo ou um namorado, porque o nosso país é simplesmente delicioso? Portugal é o que Portugal tem de melhor para oferecer. Só temos de dar uma dentada num Pastel de Belém e senti-lo. Tamára Pinto, 10º K, ES Camões

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PATRIMÓNIO POR PENSAR - OFICINA DE FILOSOFIA

Calçada, Alexandre Farto (Vhils), 2015, Alfama Foto: Matilde Almeida, 11º B, ES Camões

UM TESOURO DEBAIXO DOS NOSSOS PÉS: A CALÇADA PORTUGUESA Muitas vezes, ao pensarmos nos aspetos simbólicos da cultura do nosso país que tornam a sua identidade singular, não nos ocorre que um dos mais significativos pode encontrar-se literalmente "debaixo dos nossos pés". A célebre Calçada Portuguesa é uma “obra de arte” de herança histórica inspirada no estilo de construção romana e tem origem em Lisboa, no século XIX. Para além de constituir uma forma de pavimentação tipicamente portuguesa, encontra-se espalhada por todo o mundo, em locais como o Rio de Janeiro, Macau e Luanda. Assim, face aos problemas que atualmente são levantados em relação à sua manutenção, considero, em primeiro lugar, que nos devemos lembrar que é importante preservar algo que nos caracteriza e nos representa no estrangeiro, e é mais uma das formas de manifestação da nossa identidade cultural pelo mundo fora. O notável impacto que tem tanto em Portugal como no estrangeiro e a dificuldade associada ao ofício de calceteiro, entre muitas outras razões, tornam, na minha opinião, o ato de calcetar digno de ser considerado uma expressão de arte. De arte porque é uma construção que nasce das mãos e da ideia do homem para nos dizer alguma coisa, contar-nos uma história, trazer-nos uma memória, e isso pode ser admirado pelo olhar estético daquele que vai caminhando. Para além de demonstrar uma vasta variabilidade e permeabilidade artística, pode pois ser admirada por qualquer um, já que todos caminhamos sobre ela, tal como a arte deve ser: acessível a todos os seres humanos. A Calçada Portuguesa e a profissão de calceteiro encontram-se tão profundamente embutidas na nossa cultura que é possível encontrar referências em manifestações artísticas portuguesas de grande relevo, como, por exemplo,

no poema "Cristalizações", de Cesário Verde, e na canção “Calçada À Portuguesa”, de Carlos do Carmo, o que acaba por evidenciar a Calçada como um motivo de reflexão para muitos artistas portugueses e, assim, conferirlhe um caráter poético. Têm sido discutidos problemas essencialmente práticos a respeito da sua utilização: questões de segurança, dificuldades de manutenção e de mobilidade, levando muitos a questionar se será esta a melhor forma de pavimentação das ruas da cidade de Lisboa. Mas não será possível empreender um esforço criativo para chegar a soluções que não ponham em risco esta tão significativa forma de manifestação cultural de um povo? A meu ver, é legítimo e até fundamental, sob pena de descaracterização, abdicarmos um pouco do nosso bem-estar em benefício das representações artísticas da história e da cultura de um país. Matilde Almeida, 11º B, ES Camões

PATRIMÓNIO: CRIAÇÃO VERSUS DESTRUIÇÃO O património histórico e cultural é uma consequência do desenvolvimento humano, geralmente vista como algo positivo. Mas será que, durante o processo de criação de uma cultura e do seu património, foi mesmo necessária a destruição de algo que antes estava presente no seu lugar? Começando primeiro pelo património material, é evidente que esta criação, por ser um produto humano e não natural, teve por vezes como consequência a destruição da natureza. Quando se pensa em património material, imagina-se monumentos, obras de artes, cidades inteiras até: são os bens materiais pertencentes a uma cultura. No entanto, estas estruturas nem sempre existiram: para construir cidades e monumentos foram destruídas florestas, muitos seres vivos perderam o habitat... E algumas destas estruturas foram depois destruídas, quando o povo que as tinha construído foi conquistado, sendo substituídas depois por novos edifícios, que hoje consideramos património. Ora, estes elementos que fazem parte da nossa cultura não são consequências da destruição do meio ambiente ou até de outras culturas? O património imaterial (costumes, história, religião...) também não é “inocente”. A religião é o exemplo mais óbvio: O cristianismo, por exemplo, e o património que lhe pertence não existiu desde sempre: muitos “hereges” foram mortos ou forçados a converter-se, muitos locais de culto foram destruídos para serem construí-

CONT. das igrejas. A religião é uma dimensão importante de muitas culturas, mas para que ganhasse essa posição tiveram que ser eliminadas outras crenças e religiões. Algumas obras de arte inspiradas pela religião são magníficas e fazem sem dúvida parte do nosso património, mas talvez só existam como consequência da erradicação de religiões “rivais”. Também certos costumes e hábitos de alguns povos só existem, ou porque outro povo com costumes diferentes foi destruído ou porque foi obrigado a aceitar tradições diferentes, devido às circunstâncias. Os índios da América do Norte são um bom exemplo: quando os colonizadores europeus chegaram grande parte dos indígenas foram mortos e aqueles que sobreviveram tiveram que aceitar o modo de vida dos vencedores. Atualmente os EUA são um país grande, com muitas culturas diferentes e um património rico, no entanto estas existem como consequência da destruição de uma cultura anterior. Dito isto, há atualmente um grande esforço para conservar o património de culturas minoritárias... No entanto existe claramente uma cultura dominante em cada região, dominância essa que foi conquistada através da destruição de outras culturas. Não tenho intenção, no entanto, de com esta tese censurar o património ou dizer que é “uma coisa má”. Afinal, tal como acontece com os seres vivos, a cultura tem que se desenvolver e evoluir, regendo-se por vezes pela “lei do mais forte”. Às vezes alguma coisa terá que ser destruída para dar origem a algo melhor; o nosso património pode ser a consequência da destruição do património de outras culturas, mas, mesmo assim, devemos prezá-lo, pois é uma parte importante da nossa identidade. Francisco Pires, 11º B, ES Camões

Vestígios romanos na cidade de Leicester, Inglaterra. O mundo atual assenta nas ruínas de civilizações antigas. Foto: Francisco Pires, 11º B, ES Camões

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PATRIMÓNIO POR PENSAR - OFICINA DE FILOSOFIA Uma vista do Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian Foto: Cecília Faria, 11º B, ES Camões

TODA A ARTE SE VENDE? A Fundação Calouste Gulbenkian é um centro cultural que reúne 6.440 obras de vários períodos e áreas: arte egípcia, arte grecoromana, arte islâmica e do Extremo Oriente, e ainda numismática, pintura e artes decorativas europeias. Mais de metade desta coleção é composta por obras trazidas do estrangeiro. Enquanto apreciadora de arte, a quem, para admirar algumas obras desta coleção, basta andar cinco minutos a pé, regozijo-me com o facto de ser portuguesa, de viver em Lisboa e de Calouste Gulbenkian ter optado por reunir todo o seu espólio na capital portuguesa. No entanto, pergunto-me: será isto justo? O dinheiro que Calouste Gulbenkian possuía dar-lhe-ia o direito de comprar todas estas obras e reuni-las numa cidade, impossibilitando assim os cidadãos dos respetivos países de origem de apreciá-las? O problema com que me deparo é o seguinte: toda a arte se vende? Imaginemos uma situação hipotética, em que cada país teria, expostas nos seus museus, todas as obras produzidas pelos artistas nacionais, sendo que os originais não poderiam ser levados para fora do país. Que benefícios traria esta opção? O primeiro que me ocorre seria o de obrigar os interessados a viajar para poderem apreciar o espólio de determinado autor. Não contribuiria isto, de uma maneira extremamente rica, para compreendermos outras culturas, visto que seríamos obrigados a viajar, a integrarmo-nos e relacionarmo-nos, de alguma forma, com a cultura do país que visitamos? Deste modo, apreciar a arte tornar-se-ia muito mais do que o simples ato de olhar a peça: toda a viagem, desde a partida até à chegada, acarretaria uma interação com o povo e com os costumes do país cuja arte quiséssemos admirar, contrariando a globalização cultural. Evidentemente, a questão não é assim tão linear. Infelizmente, no mundo em que vivemos, nem todos temos possibilidades de viajar quando e para onde quisermos. Assim, o facto de as obras de arte permanecerem nos seus países de origem restringiria significativamente a sua acessibilidade. É que, neste momento, elas encontram-se concentradas, em grande medida, no hemisfério

Norte, nas grandes capitais do mundo ocidental (Nova Iorque, Londres, Paris), relativamente acessíveis à maioria dos viajantes de todo o mundo. Outro aspeto, talvez ainda mais preocupante, é a destruição do património cultural de várias cidades no Médio Oriente às mãos de grupos terroristas. Na Síria, por exemplo, na cidade de Damasco — considerada em 2008 Capital da Cultura Árabe —, obras valiosíssimas continuam a ser destruídas. Isto faz-me repensar a questão, perguntando-me se a opção de espalhar as criações de artistas fora dos seus países de origem, como acontece atualmente, não será a melhor solução. Podemos até inverter o argumento usado dois parágrafos acima, levando-o a apoiar esta nova alternativa: e se, pelo contrário, ao distribuirmos as obras, estivermos a contribuir para o interculturalismo? Um maior número de pessoas tem acesso às mesmas, podendo assim informar-se e apreciar a arte, um elemento fundamental da cultura, oriunda de diferentes países. Posto isto, apresentados os meus pontos de vista, convido os que lerem este texto a algo muito simples: na próxima visita a um museu, onde provavelmente encontrarão obras de arte da autoria de artistas estrangeiros, reflitam sobre a legitimidade do usufruto dessas mesmas obras lembrando que há uma problemática envolvente. Cecília Faria, 11.ºB, ES Camões

AS LÍNGUAS COMO RIOS Quando surgiram os primeiros hominídeos, a comunicação era feita através de pinturas e sons guturais. Com a descoberta do fogo, sinais de fumo passaram a ser usados e a possibilidade de ter luz durante mais tempo permitiu que houvesse mais convivência entre indivíduos. A evolução lenta e gradual do Homem convergiu no desenvolvimento de novas formas de linguagem, que acabaram por formar a língua, hoje definida como o sistema de comunicação comum a uma comunidade linguística – estilo de escrita, discurso ou expressão – (cf. Priberam). Notamos na natureza uma grande diversidade intraespecífica, visível também na espécie humana. Da mesma forma que alguns de nós têm cabelos ruivos e outros loiros, povos de diferentes etnias têm línguas diferentes. Percebemos, então, que uma língua ancestral terá evoluído para uma enorme quantidade de outras línguas, como um rio encontra várias formas de desaguar no mar. Assim, conclui-se que a língua é um legado que chegou até nós pelos nos-

CONT. sos antepassados e que passaremos à nossa descendência. Infelizmente, num mundo globalizado, esta diversidade linguística tem vindo a dificultar a comunicação com os outros. Por outro lado, o fenómeno globalização, transformando o mundo numa verdadeira aldeia global, promove e sobrevaloriza o uso de apenas uma ou duas línguas. Deste modo, somos levados a colocar a questão: não seria mais útil e fácil se houvesse uma língua universal, comum a todas as sociedades e culturas? A instituição de uma língua comum unificaria os povos e diminuiria as divergências socias, poderíamos supor. Mas, nesse caso, como preservar a diversidade linguística? E sendo o Homem um animal preguiçoso, não acabaríamos por cair no ócio esquecendo toda essa riqueza, que traduz a nossa história desde os tempos mais remotos? Encontro resposta a este meu problema nas palavras de Mia Couto, que uso para comparar a língua a um rio: “Poderão roubar a sua água até secar. Mas nunca roubarão a sua história”. Acredito que por muito que usemos uma língua que não nos pertence, devemos recordar a nossa e fazer com que o seu rio, ainda que eventualmente venha a secar, mantenha a sua ligação ao mar, ou seja, a sua identidade e o seu sentido de comunidade. Devemos, portanto, zelar pela preservação e manutenção da nossa língua, símbolo e expressão das nossas origens, cuidando dela e garantindo que não seja esquecida. Helena Fonseca, 11º B, ES Camões

Rio Severn, Shrewsbury, Inglaterra. Foto: Diogo Pires (cedida)


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NEM EU SEI Observas silenciosamente o efeito que tem nas outras pessoas. Lês aquilo que te é imposto, aprendes mais do que aquilo que querias saber. Vês como transforma, como transtorna, como move, como comove, como ilumina, como arruína. Mas, por razões desconhecidas, uma vontade absurda de te juntares a essa sociedade secreta surge em ti. Já não vives a tua vida, esperas que ela comece. Pensas que nem pensar sabes, que hás de ser ensinada, como se fosse impossível aprenderes sozinha. Mas não tens quem te ensine, nem sabes ao certo o que fazer. Talvez sejas tu que o comeces, talvez comece contigo, talvez comece em ti. Mas como esperas por algo, se não sabes pelo que esperar? Como procuras algo, sem saber o que procurar? Ao início, era fácil fundamentares-te no saber que te foi transmitido (ou que captaste, roubaste a um romance meio amado, nas histórias que te mantêm feliz ou até nas personagens que te rodeiam), mas este é limitado. Por muito mais que expanda horizontes, não é capaz de quebrar os seus próprios limites, de fugir dos seus próprios parágrafos. Mas não consegues fechar o livro, já alimentaste a tua imaginação com estas páginas, e não foste o único a crescer, as tuas expectativas seguiram o exemplo. Os teus sonhos vivem mais que tu, ou tu vives mais nos

teus sonhos. Seja qual for o caso, sejam ambos, seja o que for, desde que não seja o que verdadeiramente é, desde que seja belo. Até veres no que te tornaste. Apercebes-te como mudaste, apenas para estar pronta para a mudança. Apercebes-te da história que se tornou a tua vida, não porque a viveste, mas sim porque a escreveste entre suspiros e delírios alheios, com as palavras de outros autores, com personagens de outro poeta. E por isso paras. Paras de tentar, paras de sonhar, mas nunca de querer. Como se o ponto final fosse tudo o que é preciso para o mundo respirar, como se a tua interrupção fosse mudar alguma coisa. Pelo menos pode começar um novo parágrafo, pode fazer-te entender que não és o único que procura, nem o único que espera. Encontras-te no teu próprio desencontro, e vês, pela primeira vez, mais que uma reflexão dos outros no teu próprio reflexo. Encontras também os outros, que afinal são mais que ruido de fundo, são em si musica para todos os ouvidos que estejam dispostos a aumentar o volume.

tentar um novo método, para que se siga, com alguma sorte, um novo resultado. Talvez este novo capítulo contenha não um sucesso desta forma de “viver”, mas sim a descoberta de outras maneiras para tal. Talvez venha a surgir um novo método, talvez este tenha um final “feliz”, mas não importa, não se escrevem desenvolvimentos a pensar na conclusão. Por agora, esperas, procuras. Aumentas o volume, danças um pouco, quem sabe, até reconheces o ritmo, aprendes a melodia. Mas a música há de parar de tocar, a janela há de abrir-se novamente (ou uma porta, sabe-se lá), a primavera há de passar, o tão aguardado capítulo há de começar. Se não começar este, que comece outro. O livro não acaba aqui. Adriana Vizinha, 11.º de Humanidades, ES António Damásio

Perdes as histórias que te trouxeram até ao quarto parágrafo, talvez por não serem apenas sonhos, por se transformarem em planos, talvez porque voaram quando deixaste a janela aberta depois do teu ultimo suspiro. E decides

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA

Em 1986, Portugal era um dos países mais jovens da União Europeia. Hoje é o oitavo país mais envelhecido e está a envelhecer a uma velocidade superior à média europeia. A esperança média de vida em Portugal aumentou em cerca de sete anos. Esta transição demográfica deve-se maioritariamente a dois fatores: ao decréscimo da taxa de natalidade e ao aumento da esperança média de vida (verificou-se um decréscimo de 30% no número de jovens até aos 15 anos e um aumento de 60% da população idosa). Devido ao fato de este progresso não ser acompanhado por uma natalidade elevada, não há reposição das gerações. Isto põe em causa as estruturas económico-sociais e a relação entre gerações. Há mais dificuldade em suportar os sistemas soci-

ais, pois há menos gente para trabalhar (menos riqueza criada) e, por outro lado, não há diminuição sobre a pressão exercida nos sistemas socias. O único aspeto que pode ser considerado positivo no envelhecimento da população é o aumento da esperança média de vida que resulta do decréscimo da taxa de mortalidade, consequência de fatores como os progressos na medicina, a melhoria da assistência médica e a melhoria das condições de vida da população. Castelo Branco e Bragança são os concelhos em que a população idosa tem mais peso, sendo Alcochete e Condeixa-a-Nova os dois únicos locais que nos últimos 25 anos se tornaram mais jovens. A natalidade tem vindo a diminuir ao longo dos anos, devido a fatores como a entrada da mulher no mundo do trabalho, à falta de apoio às famílias alargadas e devido ao fato dos filhos serem vistos como uma fonte de encargo. O esforço sobre os contribuintes aumenta e agravar-se-á se não se registar um aumento da natalidade. Por isso, o rejuvenescimento da população portuguesa é importante para minimi-

zar as consequências do envelhecimento da população. Para resolver este problema demográfico é necessário que a diminuição da mortalidade seja acompanhada por um aumento da natalidade. Para isso, têm de ser tomadas medidas que incentivem o aumento da natalidade, como o aumento do abono de família, a redução de impostos para famílias numerosas e o aumento da rede de infantários e de creches públicas. Referências bibliográficas Lobato, Cláudia e Oliveira, Simone (2016). R@ioX 10. Areal Editores RTP1 (2009). Envelhecimento da população portuguesa. Disponível a 11 de Novembro de 2009 em: https://www.youtube.com/watch? v=hDlgTBN44yA&list=PLoNcbFuQhzz4k16oJNvM4 meza5rq8IC6q&25 anos de Portugal europeu: Envelhecimento - TVI TVI (2013). 25 anos de Portugal europeu. Disponível a 9 do julho de 2013 em: https://www.youtube.com/watch? v=E_hStgveFxk&list=PLoNcbFuQhzz4k16oJNvM4 meza5rq8IC6q Margarida Silveira, n.º 22, 10,º6, ES D. Pedro V


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ADOLESCÊNCIA VIVIDA À BASE DE ÁLCOOL O consumo de álcool tem vindo a aumentar nas últimas décadas não só em Portugal como em outros países da União Europeia. É durante a adolescência que o jovem forma a sua personalidade e individualidade. Nesta fase, o jovem passa por uma maior vivência e interação com outros jovens, levando-o a novas descobertas. Esta interação tem a capacidade de influenciar as suas atitudes perante certas situações, que apesar de saberem que não está correto, acabam por ceder, pois não querem ser excluídos do grupo onde estão inseridos. Os jovens tendem a consumir álcool cada vez mais cedo. Um estudo realizado a 1300 alunos com idades entre 13 e 18 anos revela que 37,3% dos alunos com 13 anos já experimentou beber álcool, número que sobe para 90,8% nos jovens com 18 anos. Embora o consumo de álcool seja proibido para menores de idade, este acaba sempre por chegar ao alcance dos jovens. No período da adolescência em que as drogas se fazem cada vez mais presentes e onde consumir álcool nas saídas à noite se torna um ritual que não pode faltar, o grupo de amigos passa a atingir a importância social principal e os conflitos familiares atingem o pico, fazendo com que os pais percam um pouco do seu poder de controlo sobre os filhos, existindo uma maior dificuldade em traçar limites.

O consumo excessivo de álcool na adolescência traz várias consequências graves para a saúde. A exposição de álcool no cérebro durante a adolescência pode interromper os processos de desenvolvimento desse órgão. O adolescente começa a perder a memória, a capacidade de concentração, a ter raciocínios abstratos… É devido a estas perdas, que a escola vai ficando para segundo plano, sendo que a maioria da população adolescente viciada em álcool, já repetiu o ano pelo menos uma vez, acabando por abandonar a escola. Outra grande consequência do consumo excessivo de álcool é a lesão do fígado, que pode levar à morte. O consumo precoce de álcool pode levar a que mais tarde, o individuo se torne violento e dependente dessa droga. Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Alcoologia, a acessibilidade e o preço são as duas grandes explicações para o problema, realçando que, "o preço das bebidas alcoólicas, nomeadamente da cerveja, é francamente mais baixo do que o da água. E, apesar da crise, bebe-se mais porque o álcool é bastante económico".

Bibliografia António, Luiz (2011). O alcoolismo na adolescência. Disponível em 10 de janeiro de 2017 em: http://www.alcoolismo.com.br/feature/oalcoolismo-na-adolescencia/ Baptista, Diana com a colaboração de Pontes, Teresa e Carvalho, Susana pediatras do Hospital de Braga (2016). Os Adolescentes e o Álcool. Disponível em 10 de janeiro de 2017 em: http:// www.educare.pt/opiniao/artigo/ver/? id=113802&langid=1 Capucho, Joana (2015). Jovens portugueses já bebem álcool como os nórdicos. DN. Disponível em 10 de janeiro de 2017 em: http:// www.dn.pt/Common/print.aspx?id=4862005 Consequências do consumo de álcool na adolescência. Disponível em 10 de janeiro de 2017 em: http://www.movimentopenochao.sp.gov.br/co nsequencias-do-consumo-de-alcool-naadolescencia/ Mafalda Silva, n.º 21, 10.º 6, ES D. Pedro V

SUPORTE BÁSICO DE VIDA

No dia 10 de janeiro de 2017, fomos assistir a uma sessão de suporte básico de vida promovido pelo INEM no auditório da escola D. Pedro V. Em primeiro lugar, deram-nos uma noção sobre o que era o suporte básico de vida. Depois dividiram-nos em grupos de cerca de 10/11 pessoas e cada grupo ficou com um elemento do INEM. Disponibilizaram-nos um boneco, boneco esse que servia para simularmos o suporte básico de vida. Na nossa opinião, achamos que esta sessão foi bastante importante, pois aprendemos a fazer SBV e, consequentemente, ajuda-nos a salvar vidas. A sessão foi muito bem organizada, do princípio até ao fim, com a noção básica sobre o que ia ser no início e, de

seguida, a parte dos simulacros. Os instrutores comunicaram e interagiram com os alunos de forma muito clara e objetiva, cativando, assim, a nossa atenção… A simulação foi muito realista… além de fazermos a respiração boca-a-boca e as descompressões tivemos de simular, também, a parte do telefonema para o INEM, o que nos surpreendeu pela positiva. Achamos que a sessão deste ano foi bastante melhor em relação à do ano anterior, porque estava bem organizada, com menos gente, e a forma como abordaram o tema e muito mais educativa para o nosso dia-a-dia. Esperemos que para o ano se volte a repetir, pois além de ser bastante importante

no nosso quotidiano, por nos ajudar a salvar vidas, é bastante divertido e alivia a carga escolar dos alunos. Diogo Silva e André Martins, 10.º 6, ES D. Pedro V


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A MINHA EXPERIÊNCIA

Olá. Sou a Catarina Castanhas e tenho 16 anos. Sou aluna da Escola Secundária D. Pedro V e estou no Curso de Artes de Espetáculo e Interpretação. Hoje, estou aqui para falar de uma das melhores experiências da minha vida. Tudo começou num simples casting de televisão, onde o meu número era o 7890: The Voice Portugal. Já tinha participado num outro programa, onde fiquei em 3.º lugar, em que o FF era o meu mentor. Nesse programa fizemos diversas personagens e imitámos diversos cantores o que me fez ser reconhecida pelo público português. Depois desta experiência, tentei em 2016 um concurso mais forte, mais difícil, mas também mais experiente e foi aí que decidi concorrer ao The Voice Portugal. Lembro-me dos castings como se fosse ontem. Estava sentada à espera que me chamassem. Não sentia nada. Só acordei para a vida quando disseram o meu nome e, aí, o meu coração parou completamente. Entrei para

uma sala onde estavam quatro pessoas a olharem atentamente para mim, com um ar estranho e curioso. Percebia isso. Mas, depois de me terem feito algumas perguntas, pediram para cantar algo. Estava tão nervosa nessa altura que só me lembro de começar a cantar e de transmitir tanto sentimento e tanta paixão na música que só me recordo de a ter acabado com um sorriso estampado no rosto. Realmente, há coisas de que não me vou esquecer! Depois daquilo tudo, depois de uma balbúrdia de emoções, recebi uma chamada. Era a minha avó e eu estava na rua. Ia para casa e a minha avó disse-me que lhe tinham ligado a dizer que eu tinha entrado para o programa. Que misto de emoções! Estava prestes a voltar aos palcos onde sou feliz e onde posso ser a pessoa que nunca fui. Naquele momento, mal eu sabia o que me esperava, mal eu sabia o que ia sentir ao pisar o palco com as quatro cadeiras viradas. Mas eu tinha de ter garra, força e humildade. Depois dos dias de ensaios, noites perdidas a pensar e a pedir que corresse tudo bem, o grande dia chegou. O dia mais esperado estava aí mesmo à porta e eu estava prestes a entrar em palco. Só se ouvia o meu coração que batia a 1000, as minhas mãos que mais pareciam que iam rebentar e eu não conseguia controlar os meus sentimentos. De repente, uma rapariga caminha para mim e diz-me para a acompanhar até ao palco. Colocame precisamente a meio do palco. Estava prestes a começar a cantar e não sabia o que fazer. Não pude chamar ninguém, para me ajudar, porque os primeiros acordes da música

PETER PAN De forma a promover o intercâmbio entre ciclos, promover a cooperação, o trabalho de equipa e a entreajuda entre todos realizámos com a turma do 10.º ano da Escola Secundária D. Pedro V do Professor Gonçalo (onde leciona a disciplina de teatro) um projeto único. Desenvolvemos, em conjunto com alguns alunos, a construção de fantoches, de adereços e de cenários da história Peter Pan. Foram momentos de muito trabalho ao mesmo tempo que nos deram a satisfação e o prazer de partilhar com alguns alunos da turma de teatro a alegria de construirmos, em conjunto, toda a parte cénica de um teatro de fantoches, que eles representaram para nós no dia 22 de fevereiro, e onde tivemos a oportunidade de assistir à peça de O gato das botas e dos Três Porquinhos construídas pelas outras

soaram e eu só podia cantar, dar o meu máximo e brilhar. Era a minha oportunidade de mostrar que é ali o meu lugar e que eu nasci para aquilo. Comecei a cantar. Mas não consigo escrever, nem sequer dizer o que senti. É um sentimento que só eu sei e que o vou levar para o resto da minha vida com um sorriso cheio de amor. Mas o importante é que depois de eu ter cantado, depois de ter acreditado que o que estava a acontecer era real, eu tinha virado três cadeiras! Pude escolher qual o mentor de entre três cantores. A minha escolha tinha de ser rápida e direta, e então segui o meu coração e escolhi a Áurea. Foi das melhores escolhas da minha vida. Hoje não me arrependo. Apredi tanto e cresci tanto! Ela tentou sempre “trazer para fora” o meu melhor lado. Entretanto, continuei o meu percurso que correu muito bem, embora me arrependa por ter sentido que podia ter dado sempre mais e podia ter aproveitado cada momento como se tivesse sido o último. Sinto que correu bem. O final do meu percurso no The Voice foi a primeira gala. Encerrei esta etapa com um tema de uma das minhas cantoras preferidas, provavelmente a minha inspiração. Embora não tenha chegado à final sinto-me orgulhosa, porque sinto que ainda sou uma jovem com 16 anos com muito para aprender, muito para viver e ainda muito para sonhar, porque eu acredito nos sonhos e espero que o meu se venha a realizar. Catarina Castanhas, 10.º ano, turma 13, ES D. Pedro V

PROJETOS salas do nosso jardim-de-infância. Esperamos repetir esta experiência em breve, mas até lá ficam registados aqui as diferentes etapas deste processo. A docente Zélia Reis, sala 2, EB1/JI das Laranjeiras


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LER-DE-MAR - DESAFIO ACEITE Desafio aceite! A professora bibliotecária da EB23 dos Olivais, Lurdes Grácio, desafiou o JI Alice Vieira a trabalhar e explorar, com as suas crianças, o tema O Mar, integrado no projeto Ler-de-Mar. Assim, histórias maravilhosas sobre o fundo do mar, peixinhos, tartarugas, polvos, algas e rochas têm preenchido os nossos dias de trabalho e brincadeira. Trabalho? Sim, com base nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar, descobrimos todos estes temas sobre o mar de uma forma transversal: na área da Formação Pessoal e Social, aprendemos como é bom parti-

lhar com os outros como fez na história O Peixinho Arco-íris; na Expressão Plástica, modelámos, desenhámos e pintámos polvos, peixinhos e tartarugas; na Matemática, aprendemos o que são conjuntos de peixes; na Linguagem Oral e Abordagem à Escrita, aprendemos palavras novas tais como: cardume, escamas, espinhas, guelras e barbatanas que também estamos a aprender a escrever. Na Educação Física, brincámos ao jogo da “Rede e os peixinhos”. Na área do Conhecimento do Mundo, tivemos a visita de um mergulhador profissional com todo o seu equipa-

mento e assistimos ao musical “A Incrível Fábrica dos Oceanos” em que fomos alertados para não poluirmos o mar, porque ele é muito importante para nós e para todos os animais que o habitam! No Carnaval, desfilámos mascarados de polvos, tartarugas e peixes, na companhia dos nossos amigos do 1º ciclo. Andámos pelo nosso bairro e à volta do Centro Comercial Spacio, divertindo-nos com coisas sérias! Alunos do Jardim de Infância da EB1/JI Alice Vieira. As educadoras: Alda Meneses, Fátima Pinto, Isabel Correia


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ÁRVORE DE NATAL SOLIDÁRIA No dia 11 de janeiro, foram entregues todos os agasalhos angariados através da iniciativa "Árvore de Natal Solidária", efetuada na escola EB1/JI Manuel Teixeira Gomes, à congregação das Missionárias da Caridade. Esta instituição tem um espaço na nossa freguesia, no qual desenvolve todo o seu trabalho de apoio social. Esta iniciativa teve como objetivo levar as crianças a terem uma atitude solidária, incentivando ao mesmo tempo o espírito de partilha. Desta forma, foi possível proporcionar, neste Natal, um pouco mais de calor e

carinho a quem mais precisa.

Educadora Clotilde Silva, Equipa da BE EB1/JI Manuel Teixeira Gomes

O NOSSO CADERNO VAI E VEM – UM PROJETO DE PORTUGUÊS Na Sala dos Pinguins (3.ºA) temos um Caderno Vai e Vem. O caderno vai para casa de um menino ou menina e volta cheio de surpresas e ideias fantásticas. Todas as quartas-feiras há um menino ou uma menina que leva o Caderno Vai e Vem, com o livro Perdido e Achado do autor Oliver Jeffers e também a nossa mascote, o pinguim Plim. O primeiro aluno a levar caderno foi o Tiago. Ele escreveu sobre tipos de laços, como os laços familiares. Na quarta-feira seguinte, foi a Beatriz e

ela escreveu sobre pulseiras de elásticos e missangas. Depois fui eu a levar o caderno e escrevi uma receita de um bolo que fiz com a minha mãe. Há alguns dias, foi a Mariane e ela escreveu sobre o Natal. Quando chegou a vez do Pedro, ele escreveu sobre o terramoto de 1755. A Alexandra também já levou o caderno e escreveu uma canção chinesa em carateres chineses. Por sua vez, o Diogo escreveu sobre pinguins verdadeiros. No início do segundo período, depois

DIREITOS HUMANOS – O PILAR DA FORMAÇÃO EM CIDADANIA

A Escola Básica Sarah Afonso realizou um trabalho coletivo, abordando a temática dos direitos humanos, no âmbito do projeto “Direitos Humanos – O pilar da formação em cidadania”, lançado pela Câmara Municipal de Lis-

boa, no dia 17 de novembro, com o objetivo de assinalar a proclamação, a 10 de dezembro de 1948, pela ONU, da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A escola esteve representada por alguns alunos e professoras na sessão de encerramento, que teve lugar no Fórum Lisboa, no dia 9 de dezembro, tendo a Coordenadora deste estabelecimento de ensino, Teresa Santos, subido ao palco, acompanhada por alguns alunos, para receber o prémio com que a escola foi contemplada. Parabéns a todos! Lourdes Martins, PB da EB1/JI Sarah Afonso

de ouvirmos o Afonso ler o seu diário de férias, chegou a vez de o Bernardo levar o nosso fantástico caderno! Este nosso amigo escreveu a letra de uma canção que explica como é importante não poluir o nosso planeta. Por sua vez, a Margarida escreveu sobre os dias que passou com os escuteiros. Gostamos muito de ir apresentar os nossos trabalhos nas outras salas! Neste momento, estou ansioso para que chegue, novamente, a minha vez. Gustavo 3.ºA, EB1/JI António Nobre


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ERA UMA VEZ BRASIL…

Fotografias enviadas do Brasil por Marici Vila O Agrupamento de Escolas das Laranjeiras participou do projeto “Era uma vez Brasil” que tinha como objetivo vivenciar um intercâmbio cultural de dez dias em Lisboa percorrendo os caminhos da corte portuguesa antes da chegada ao Brasil. Foi uma oportunidade dada a estudantes dos mais de dez mil alunos participantes, projeto de arte-educação voltado para adolescentes do oitavo ano da rede pública municipal de ensino que se realizou nas cidades de Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Novo Horizonte (SP) e Belo Jardim (PE). Criado pela Origem Produções, o “Era uma Vez… Brasil” é um programa de atividades que tem o objetivo de colaborar com o desenvolvimento da cultura nacional, promovendo o enriquecimento dos alunos envolvidos por meio do contato com diferentes linguagens artístico-culturais. Nesta edição, traz como tema a transferência da família real e da corte portuguesa para o Brasil, tendo como base o livro 1808, do escritor Laurentino Gomes. O projeto está dividido em três etapas, a saber: 1. Etapa FATOS HISTÓRICOS - Qualificação dos professores/Motivação dos Alunos: Nesta etapa houve quatro encontros com os professores, trazendo novas abordagens possíveis para o estudo da história e da literatura. A partir desses encontros, foram propostas diferentes atividades de leitura, pesquisa e produção aos alunos. Os cem alunos melhor avaliados participariam da segunda etapa do projeto e teriam os seus trabalhos publicados num livro coletivo. 2. Etapa CAMPUS - Campus de arteeducação: No período de férias os 100 alunos do oitavo ano da rede municipal de ensino imergiram nas diferentes linguagens artísticas, participando de oficinas de

HQ, teatro, música, capoeira e audiovisual. 3. Etapa INTERCÂMBIO - Intercâmbio Cultural Os alunos melhor avaliados durante o projeto participariam de um intercâmbio de 10 dias em Portugal, onde conheceriam os caminhos percorridos pela corte portuguesa até a vinda para o Brasil, em 1808. Vieram oitenta e um alunos de quatro Estados Brasileiros, São Paulo (cidade de S. Paulo e cidade de Novo Horizonte), Bahia (cidade de Salvador e cidade de Mata de São João), Pernambuco (cidade de Belo Jardim) e Rio de Janeiro (cidade de Rio de Janeiro) acompanhados por seis professores de história do Brasil, também dos quatro estados. Em Lisboa, foram recebidos na Escola 2,3 Prof. Delfim Santos e na Escola Secundária D. Pedro V. Visitaram as instalações, aa bibliotecas e dialogaram com alunos e professores de História. As informações e fotografias para este artigo foram enviadas por Marici Vila e para mais informações http://www.eraumavezbrasil.com.br/ Lígia Arruda, PB da ES D. Pedro V

A minha experiência em Portugal foi incrível, pude conhecer coisas novas, apreciar a arte, arquitetura e a exuberância de seus palácios, castelos e museus. Fiquei admirada com a infraestrutura da cidade, como a grafitagem traz um ar mais moderno e ainda consegue manter sua tradição. Os Portugueses anfitriões foram bem recetivos, nos deram assistência quando precisamos e foram educados. Quanto à culinária portuguesas, é muito diferente de tudo que já provei no Brasil. Estamos acostumados com condimentos mais picantes, temperos mais fortes e a comida baiana possui ingredientes que deixam a comida com um sabor único. Por isso, nosso paladar demorou para adaptar - isso varia também de acordo com a cultura da região, que tem um determinado modo de preparar os alimentos. Das escolas que visitámos, conhecemos primeiramente a D. Pedro V, que nos recebeu muito bem e foram acolhedores. Fizeram apresentações em

slides, mostrando a relação de Brasil e Portugal e contaram um pouco da nossa história. Eu gostei bastante. Ainda deram pasteizinhos de nata, uma iguaria típica do local, uma delícia! Por sinal, bem parecida com a nossa empada doce. Por fim, fizemos algumas perguntas aos alunos, relacionadas ao Brasil e o que eles achavam do nosso país. A segunda escola visitada foi a Delfim Santos. Ao chegarmos lá, fomos recebidos por quatro alunas, fomos separados em dois grupos, para conhecermos melhor o local, duas das quatro alunas nos guiaram. A estrutura da escola é mais simples comparada a D. Pedro V. Na quadra da escola há uma visão para um dos estádios mais famosos de Portugal. Elas também relataram as opiniões que elas tinham em relação ao Brasil. Contudo, consegui perceber que em Portugal as escolas públicas não exigem fardamento (uso de uniforme escolar) e são mais estruturadas que as escolas do Brasil, isso facilita na qualidade do ensino. O Projeto "Era uma vez Brasil" nos proporcionou uma viagem incrível com a ida a Portugal, essa viagem abriu uma porta para o nosso desenvolvimento, pude conhecer coisas novas, sonhar mais alto e acreditar no meu potencial. Júlia Bianca, Escola Municipal 2 de Julho, Salvador, Nordeste


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EXPERIMENTAR PARA DESCOBRIR No dia dez de janeiro, terça-feira, veio à nossa sala de aula a professora Francelina Sousa, que dinamiza o projeto “Experimentar para Descobrir” na nossa escola. Nesse dia, fizemos duas experiências: uma sobre as características de alguns materiais e outra sobre o sentido da visão. Para realizarmos a primeira experiência, precisámos de uma folha de registo e de vários materiais (garrafas de plástico, latas, ardósia, lã, linho, algodão, e outros objetos da sala de aula). Para a segunda experiência, precisámos de um secador de cabelo, uma bola de algodão e um relógio.

Com a primeira experiência, aprendemos a distinguir diferentes materiais: madeira, metal, vidro e cerâmica, têxtil, entre outros. Identificámos alguns objetos da nossa sala de aula que eram construídos com aqueles materiais e, de seguida, desenhámos os objetos que identificámos numa folha de registo. Com a segunda experiência (“Por que razão pestanejamos?), aprendemos que pestanejamos mais quando utilizamos o secador porque o vento faz secar os olhos. Também aprendemos que quando um objeto se aproxima do nosso rosto o fazemos para proteger os

olhos, tendo chegado à conclusão que pestanejamos para manter os olhos húmidos e para os proteger dos objetos. Texto coletivo, 2.º Ano, Turma A, da EB1/JI Frei Luís de Sousa

INVERNO NAS LARANJEIRAS No âmbito do projeto comum às salas 3, 4 e 5 do Jardim de Infância das Laranjeiras, o Inverno está a ser trabalha-

EFEMÉRIDES do, tendo em conta as diferentes áreas de conteúdo. É com grande prazer que as nossas crianças se têm envolvido nas diferentes atividades. Deixamos, aqui, alguns dos vários registos efetuados ao longo do mês de ja-

CARNAVAL NO JARDIM ZOOLÓGICO No âmbito da preservação das espécies marinhas, o jardim Zoológico de Lisboa ofereceu um espetáculo aquático com golfinhos e foca no final do desfile de carnaval. A turma 1 do JI das Laranjeiras efetuou o registo da atividade. Posteriormente, estes trabalhos foram expostos. Maria Gomes, professora da sala 1, EB1/JI das Laranjeiras

neiro.

Madalena Rafael, Fátima Correia e Marta Vieira professoras do Jardim de Infância da EB1/JI das Laranjeiras, salas 3, 4 e 5


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FAÇA LÁ UM POEMA O Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais participou com os poemas "Sonho" (1.º Ciclo), "Refugiados do Nada" (2.º Ciclo) e "Sem-abrigo" (3.º Ciclo), no Concurso "Faça Lá um Poema", promovido pelo Plano Nacional de Leitura e a Fundação Centro Cultural de Belém, CCB, com a intenção de incentivar o gosto pela leitura e pela escrita de poesia. Sonho Passarinho pia E faz-me voar Leva-me contigo Nas nuvens vou brincar! Leva-me a um mundo Onde há o possível e o impossível Onde os meus pensamentos Possam voar! Leva-me contigo Para mais longe Do que alguma vez sonhei! Leva-me mais longe Do que aquilo que eu vejo. Eu quero ultrapassar O Tempo que separa A realidade da imaginação! Leva-me contigo! Leva-me

POESIA, LEITURAS E LIVROS E verei o que há lá dentro do coração.

Carolina Rocha, 4.º Ano, EB1 Sarah Afonso

Refugiados do Nada Guerra Tristeza Desespero Vou chegar! Não vou chegar! Chegar ao nada, O distante, Ao desconhecido Ao vazio de sonhos perdidos. Crianças sem pai Crianças sem mãe O medo estampado no olhar De quem chega a um Lar A um refúgio Perdido numa terra distante. Sou criança, Sou livre Quero Voar!

Catarina Ramada, 6.º Ano, EB 2, 3 dos Olivais

Sem-abrigo Chegou dezembro! A azáfama nas ruas Rompe o desejo de ter As minhas prendas e as tuas.

CLUBE DE LEITURA LETRA VIVA Alguns membros do Clube de Leitura foram à Escola D. Pedro V fazer uma atividade de leitura e de cerâmica. Em primeiro lugar, fomos conhecer a biblioteca da escola que é grande. Nela escrevemos, numa mini base para bolos, uma frase escrita por Valter Hugo Mãe, que pusemos à janela da biblioteca. Quando acabámos, fomos para uma sala de arte onde nos deram umas imagens para nos inspirarmos, depois deram-nos azulejos para nós desenharmos e pintarmos e uma professora de Educação Visual explicou isto: 1. Copiar o desenho para uma folha de papel vegetal; 2. Desenhá-lo no azulejo a lápis; 3. Esburacar com um pionés até se ver a cor do barro; 4. Rematar as linhas raspadas com um pincel próprio; 5. Pôr num suporte para depois ir ao forno. Foi uma visita muito gira, gostei muito. Madalena Lopes, 5.º C, n.º 17, EB 2,3 Prof. Delfim Santos

Várias pessoas do Clube de Leitura foram à visita de estudo à Escola D.

Pedro V. Nós saímos da Escola às 14:10h e chegámos ao metro 5 minutos depois. Mais tarde, quando chegámos à Escola D. Pedro V, fomos para a biblioteca dessa escola e conhecemos a professora bibliotecária de lá. As professoras deram-nos um prato de cartão e uma frase sobre as bibliotecas e escrevemos essa frase no prato. Depois a professora Ana furou o prato e pôs um fio para a professora Maria José colar no vidro da biblioteca. Passados uns minutos fomos fazer um ateliê de cerâmica a pintar azulejos. As professoras deram-nos várias imagens para nós escolhermos e depois passar essa imagem para uma folha de rascunho e a seguir desenhámos a imagem no azulejo. Depois, com um pionés, passámos por cima para tirar o pó e ainda passámos com um pincel para ficar mais suave. Quando acabámos o azulejo fomos lavar as mãos e lanchar lá para fora. Depois voltámos todos para a nossa escola e fomos buscar as nossas mochilas que tinham ficado na biblioteca. Laura Gonçalves, 5.º F, n.º 7, EB 2,3 Prof. Delfim Santos

Época da família De união em cada lar De luzes que brilham Cintilam e ondulam ao vento Nas ruas enfeitadas. Noite da consoada A família à mesa sentada Hora de confraternizar! Sorrir Conviver E comungar De sonhos enjaulados Na memória das possibilidades AH! Se eu fosse… Ah! Se eu tivesse… A criançada com muito afinco Só querem as prendas abrir Papéis estraçalhar A casa desarrumar! O natal chegou! Mas tão rápido passou… Lá fora, Lá fora no silêncio da noite gelada, Alguém rói uma côdea molhada Amolecida pela esperança De um dia ter um abrigo. Sou sem-abrigo, dizem, Mas trago no olhar O desejo de também sonhar!

Jéssica Rodrigues, 9.º Ano, EB 2, 3 dos Olivais


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ONÓRIO, O POETA BÊBADO—ENTREVISTA AO ESCRITOR rio. […] eu quis criar alguém que fosse completamente desacreditável, ou seja, a ideia do Onório, a personagem, era ser alguém que refletia (nem chegava a refletir), que mandava assim umas larachas acerca de coisas do quotidiano, […] A questão da violência doméstica não a abordei com a intenção, e, reconhecendo naturalmente a seriedade do problema, de fazer refletir para aquela causa, foi mais no sentido de paródia. Àquela personagem, àquela pessoa acontece de tudo, inclusivamente uma mulher que o trata mal, que é impetuosa, que é agressiva, que é ciumenta[…]

Na sequência da apresentação do seu primeiro livro na nossa escola, o escritor e professor de Português, Fernando Fernandes, concordou em dar-nos uma entrevista para o Trívio. Lara: O que o levou a publicar o livro Onório, o Poeta Bêbado? Fernando: Bem, eu fundamentalmente gosto muito de contar histórias, é uma coisa que já faço há muito tempo e achei que esta história poderia ter graça, poderia ser engraçada e que seria um bom ponto de partida para começar a publicar, a escrever, a divulgar aquilo que me dá gosto fazer. Esta história em particular tem a curiosidade de ter nascido de brincadeira, porque a personagem em si nasceu antes da história. […] Conseguido esse objetivo (espero eu), apresentei à editora, foi bem recebido e assim nasceu o Onório, o Poeta Bêbado. Sara: Sendo que, como disse, o personagem foi criado antes da própria história ser criada, teve alguma inspiração para criar o Honório? Fernando: Exatamente. Sim, sim e não. É aquela resposta estranha mas é verdade. Não houve uma pessoa efetivamente que me inspirasse de todo, pobre pessoa, se fosse o caso, não é? Mas aquele perfil é facilmente identificável em diferentes circunstâncias e, particularmente, creio que em todos os meios. Mas não numa pessoa em concreto, é numa série de estereótipos e os estereótipos nascem assim, recolhemos uma característica daqui, outra dali e juntamos aquilo tudo e fazemos ali uma combinação explosiva. É um bocado o que acontece com o Onó-

Sara: Desde o início que dizia que a mãe do Onório lhe dava taças de vinho quando ele era criança, à medida que ele vai crescendo que também o alcoolismo dele vai ficando muito pior, mas há uma parte no final do livro em que ele se afasta, por uma determinação. […] Mas sendo um personagem tolo desde o início não se vê muita determinação no que ele faz, sem ser ajudar os amigos e ajudar a irmã mesmo a gozar com a situação. Eu vejo mais determinação nos outros do que ajudar a ele mesmo. Portanto como é que pode explicar essa reviravolta? Fernando: A determinação existe e esse é um traço que eu fiz questão de estar lá, talvez seja uma das poucas coisas sérias na produção deste livro e desta personagem em concreto. A determinação, a força de vontade, a resiliência é uma coisa que existe nesta personagem embora surja muito camuflada por muitas peripécias que lhe vão acontecendo e uma certa vontade de se afirmar. Essa determinação resulta exatamente disso, se nós olharmos para trás, para o início do Onório, para o momento em que nasce a irmã. E para todo o efeito que isso tem no Onório. […] na forma como eu vejo as personagens, dificilmente vamos encontrar alguém que seja completamente puro e castro e imaculado, assim como não encontramos alguém totalmente mau, um vilão dos pés a cabeça. Há sempre qualquer coisa de bom mesmo nos maus e há sempre qualquer coisa de mau nos bons. E o Onório é um bom com uma série de defeitos, como todos nós, alguns deles são mais enfatizados e são enfatizados pela caricatura. Mas realmente a determinação, a resiliência são características desta personagem. […] Lara: Houve alguma inspiração, não apenas para o Onório, mas para o livro todo? O Fernando é professor de português e geralmente os escritores têm sempre uma inspiração, uma pessoa ou uma situação. Fernando: Situações, mas não na quali-

dade de professor de português, mais na qualidade de ser humano, ser que vive em sociedade. Lara: Eu disse professor de português, porque poderia ter-se inspirado nos seus alunos, por exemplo, pode haver uma ocasião de um aluno específico. Fernando: Não, Não, como vos disse há pouco, não creio que seja honesto inspirarmo-nos numa personagem, porque depois vamos trabalhar essa personagem como o queremos fazer e, por vezes, não o fazemos, não trabalhamos a personagem de uma forma que seja do agrado de quem a personagem foi eventualmente inspirada. E portanto não, não fiz para nenhuma personagem o retrato de alguém do meu cotidiano, não o faço, não acho que seja correto[…] Agora situações ocorridas ao longo da obra, peripécias que acontecem ao Onório, sim, houve algumas a que eu assisti, que eu vivi e que achei que, por serem tão insólitas, aquilo dava uma boa caricatura. […] Lara: Foi fácil a publicação do livro e, para além de ter sido fácil ou não, o porquê de ter o publicado? Fernando: Começando pela primeira pergunta, se foi fácil, fácil no sentido do trabalho que deu, foi, porque eu escrevi o livro e depois enviei para várias editoras e selecionei um conjunto de editoras que achava que se pudessem enquadrar com o perfil daquele livro e enviei, portanto não tive que fazer mais nada, tive que aguardar respostas. […] recebi algumas respostas, outras editoras não chegaram a responder, tive uma resposta que me agradou muito, que foi da Coolbooks, porque eu acreditava, e acredito muito no projeto, acho que a promoção do e-book, a promoção da literatura digital nos tempos que correm faz-me todo o sentido. Uma coisa não desvirtua a outra. Uma não inviabiliza sequer a outra, ou seja, a existência de livros em formato digital, em e-book, não inviabiliza de todo a existência do livro físico[…]. Depois, porquê publicar um livro? Exatamente como disse há pouco, porque eu achei que esta história merecia ser lida. Achei que o facto de ter um livro com graça (ou que espero eu que tenha graça, porque estou para aqui a elogiá-lo, porque enfim, é o meu mais velho). Enfim, é uma caricatura da sociedade, de uma sociedade muito específica; uma sociedade rural; de um nicho muito concreto. Mas achei que era uma história que valia a pena escrever. Continua na pág. seguinte


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ONÓRIO, O POETA BÊBADO—ENTREVISTA AO ESCRITOR

Depois, também por outro lado de eu ter a família nessa região do Norte, achei que era uma homenagem interessante. […] Sara: Agora, uma pergunta mais aberta: como professor de português, […] sentiu que, também para puxar o seu próprio melhor, tinha que se encorajar a si mesmo para não desistir, de qualquer peripécia que apareça à frente […]. Como é que se encorajou a conseguir publicar o livro e realmente escrevê-lo? Fernando: Bom, e antes de mais, acabei por não responder uma coisa que me parece relevante. Um outro fator que também me fez publicar e divulgar o livro foi também este tipo de livro, foi também contribuir de alguma forma pôr, pessoas que leem menos, a ler. Não é um livro exclusivo para quem não lê, de todo, porque, para quem não lê, não há livros […].Pondo o livro cá fora, à venda, está ao alcance de mais pessoas e eventualmente pode, espero, ser um modo para criar novos leitores. Agora, relativamente à resiliência e ao puxar o melhor de mim, olhe, independentemente da minha profissão, eu procuro fazê-lo, em fazer isso, dar o melhor de mim em tudo aquilo que faço; seja nas aulas, seja em casa com a família, seja com os amigos, seja numa entrevista para o vosso jornal, procuro fazer o melhor possível. […] Quando eu antecipo um problema, ou eventualidade de existir um problema, instintivamente e involuntariamente, tenho soluções mais à mão e o que me aconteceu com o Onório não foi necessariamente o bloquear, porque não sei como é que a história vai avançar. Foi mais um inverso, foi saber várias formas da história avançar e tendo várias formas da história avançar, o único problema que se pode colocar era escolher qual é que poderá ser o melhor e aí o critério é simples, para mim foi simples: foi escolher aquela que eu achava que era a melhor; aquela que mais me divertiria a mim. […] Na produção do livro foi feito um bocadinho disso também. Procurei fazer a melhor história para aquela personagem, para aquele contexto e para aquela finalidade tendo sempre presente que provavelmente iria encontrar obstáculos na produção do livro, encontrar obstáculos depois na edição e na publicação do livro. Eles apareceram todos. Como é natural, que aconteça. […] Lara – Alguma das suas personagens tomou um rumo diferente daquele que era o inicial?

Fernando – Se alguma das suas personagens tomou um rumo diferente daquele que era o inicial. Posso dizer que sim, posso dizer que sim, porquê? Porque havia personagens, embora soubesse mais ou menos qual era a ideia… quando digo mais ou menos é quando comecei a escrever o livro não sabia como é que ia ser o fim. Sabia como é que ia ser o próximo capítulo, os dois capítulos seguintes, isso tinha essa noção, à medida que ia avançando, tinha noção do que é que ia fazer a seguir, …, não me ocorreu no início do livro, por exemplo, que o António Semedo arranjasse uma namorada, aquilo ocorreu-me para aí dois capítulos antes, se calhar era uma ideia gira, portanto sim, posso dizer que, por exemplo, que essa personagem tomou um rumo diferente daquele que eu tinha previsto, inicialmente […]a própria personagem acabou por pedir isso e eu dei-lhe. Sara - Então, e diga-me, assim, durante o processo de publicação, […] nunca sentiu nenhum tipo de…como é que eu hei de explicar, nunca sentiu que estava a, faltava alguma coisa, achava que estava tudo bem, que tinha … assim tinha de contar a história do Onório, a história do Onório é assim, não precisa de mais, não precisa de menos, […] nunca sentiu que…o livro quando terminou, que poderia ter outro impacto no seu público, ou as pessoas se calhar não vão conseguir se relacionar tanto, ou não estão abertas a este tipo de escrita?... Fernando – Isso é sempre um…há sempre essa hipótese, essa possibilidade. Agora, quando revi o livro, achei que aquilo era…a intenção estava conseguida. Se ele podia ser diferente, ter outro conteúdo, ter outro tipo de abordagem? Podia, seria um livro diferente, não era este livro. Para este propósito, era isto mesmo que eu queria fazer, foi uma tarefa bem conseguida. Agora, naturalmente, tenho a perfeita consciência de que ninguém agrada a toda a gente, e um livro, por melhor que seja a intenção do escritor, não vai agradar a todos os leitores. […] Portanto, aquilo que eu procurei foi fazer uma coisa que me agradasse a mim, que, à partida, se me agradar a mim, consigo fazer uma coisa melhor e pode…a probabilidade de agradar aos outros aumenta, porque se eu não gostar, à partida estou a fazer uma coisa que não me está a dar prazer e, dessa forma, dificilmente eu consigo passar esse prazer ao outro. Quando nós fazemos uma coisa que nos agrada, é como as refeições feitas com amor, as pessoas fazem porque gostam, porque… enfim há essa teoria, aquilo até sai melhor. E é o que acontece aqui. […]ah, mas

cont. sempre correndo o risco de eventualmente haver quem não goste, quem não se identifique e é perfeitamente respeitável isso, naturalmente. Lara – Há algum conselho que pode, que quer dar, que pode dar a possíveis, a futuros escritores? Fernando – Olha, não sei sequer se tenho autoridade para o fazer, mas posso dar… Lara – Baseado na sua experiência… Fernando – Claro, claro, obrigado. Sim, não necessariamente para ser escritor, eu acho que para tudo, nós temos de fazer, temos de nos esforçar para fazer aquilo de que gostamos. E fazer bem feito, porque no mercado em que vivemos, no mercado competitivo em que vivemos, fazer bem por vezes não chega, às vezes é preciso fazer mesmo muito bem. É, de facto, preciso ser perfeccionista, fazer melhor, porque é isso que nos destaca, não é?, e também é isso que nos é gratificante. Portanto, quer para escrever, quer para qualquer outra atividade, mas fundamentalmente para quem queira vir a escrever, primeiro não vejo razão para ter medo de escrever. […] Portanto quando alguém escreve alguma coisa e publica, tem que ter a noção de que se está a expor, logicamente, está a expor um lado seu, que não te de ser necessariamente um lado privado, mas está a expor-se e, ao expor-se, então, que se exponha bem, não é?, e não, e para isso é importante que o faça bem, que não tenha receio de escrever, que não tenha receio de publicar, mas que tenha a convicção Continua na pág. seguinte


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ONÓRIO, O POETA BÊBADO— ENTREVISTA AO ESCRITOR de que o está a fazer bem feito, quer em termos técnicos – de construção frásica, de ortografia, de sintaxe, semântica, quer em termos de conteúdo, e devemos pesar muito bem estas duas coisas, porque, por vezes, deparamos com pessoas que são de facto muito criativas e conseguem imaginar coisas insólitas e engraçadas, ou…exatamente, mas que depois não conseguem passa -las para o papel. Também há o inverso. Quer uma quer outra, trabalham-se. A inspiração… há quem acredite nela, eu francamente acho que a inspiração surge com o trabalho, acho que todos nós somos inspirados, todos nós contactamos com outras pessoas diferentes de nós e conseguimos pegar naquela história e construir outra história. Isso é fácil de fazer. É como se estivéssemos, como diria o Fernando Pessoa, a mentir. Estamos a fingir, estamos a fingir uma coisa que, naquele con-

texto, não existiu mas podia ter acontecido. […] Sara – Para terminar, há a possibilidade de haver um Onório, o poeta bêbado 2? Fernando – Há sempre essa possibilidade, há sempre essa possibilidade. Posso adiantar-vos que vai sair no decorrer do segundo semestre deste ano, não o Onório mas o Herdeiro, (também na Coolbooks, também escrito por mim), que, não sendo um Onório, vai buscar algumas das personagens do Onório, poeta bêbado e vai buscá-las para um contexto bem diferente, temos agora um magnata de Lisboa, da capital, um homem ligado a negócios na área do turismo, que vai, no fundo, chocar com a realidade rural do Onório, de Rubigães e por aí fora. E portanto, não sendo um Onório, eu achei que podia contar um bocadinho, podia brincar

cont. um bocadinho mais com aquele contexto e puxei para o Herdeiro aquela realidade. Mas futuramente, eventualmente, poderá vir a surgir um outro Onório, fazer aí uma saga de Onórios, não sei, não sei. Lara e Sara – Obrigada. Fernando – De nada, de nada. Obrigado, eu. Eu é que vos agradeço. Lara Pico, Sara Agudo, 11.º ano de Humanidades, ES António Damásio

UMA VIDA AO TEU LADO

O livro sobre o qual irei dissertar é Uma vida ao teu lado de Nicholas Sparks, nascido em Omaha, no Estado do Nebrasca, Estados Unidos, a 31 de dezembro de 1965. Esta obra é bastante conhecida, tal como outros livros do mesmo autor, como por exemplo O Diário da Nossa Paixão. Este livro é um romance e já tem adaptação ao cinema. O autor conta-nos simultaneamente a história de dois casais: Ira e Ruth, Sophia e Luke. A narrativa decorre nos Estados Unidos e a história inicia-se quando Sophia e Luke se conhecem num rodeo. Sophia é uma estudante universitária que adora arte e Luke trabalha. Vive num rancho e monta touros. Eles têm um encontro no rancho e de regresso a casa deparam-se com uma viatura enterrada na neve e é neste momento que a história dos dois casais se cruza. Dentro do carro está Ira quase inconsciente que insiste que retirem do seu porta bagagens uma caixa que lá se encontra.

Ira é transportado para o hospital. Sophia visita-o e aproveita para lhe entregar a caixa. Ira pede-lhe que lhe leia uma das cartas que se encontra lá dentro e que foram escritas por este para a sua mulher, Ruth, já falecida, e que contam a sua história de amor. Simultaneamente, é diagnosticado um problema de saúde a Luke que implica que este abdique de participar em rodeos. Sophia insiste para que o Luke abandone aquela atividade, algo que ele não quer. O casal acaba por desentenderse e separa-se. Sophia continua a visitar Ira e a ler-lhe as cartas, para que ele possa recordar o grande amor que vivenciou. Até que um dia Ira morre e deixa uma vasta coleção de quadros muito caros para os quais é realizado um leilão. Luke e Sophia voltam a encontrar-se e é percetível que ainda se amam. Será que Luke desistirá dos rodeos para ficar com Sophia? O que me fascinou bastante neste livro

são as personagens simples que poderiam ser qualquer um de nós. Outra das coisas que me prendeu à leitura foi o facto de como a história é contada alternadamente, ou seja, conta primeiro um pouco a história de Ira e de Ruth, um amor eterno e maravilhoso em que um dos intervenientes já morreu, mas o amor mantém-se e depois um pouco da história de Sophia e Luke, um amor jovem mas que tem sobre si a angústia da possibilidade da morte de Luke. E, desta forma, somos “obrigados” a continuar a ler só para descobrir qual a evolução que a história vai ter. A escrita simples e acessível de Nicholas Sparks associada a histórias cativantes fizeram de praticamente todas as obras deste autor grandes sucessos mundiais e este livro não é uma exceção. Eu, enquanto leitora, sou parte integrante deste sucesso não só porque já li quase todos os seus livros, mas também porque os aconselho a todas as minhas amigas. Beatriz Santos, 10.º 6, n.º 3, ES D. Pedro V


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TRÊS SEMANAS COM O MEU IRMÃO o autor tinha tido há relativamente pouco tempo mais um filho e não daria para fazer uma viagem de família destas, pois a jornada iria ser muito exigente mesmo para os filhos de 10 e 11 anos e tinha um livro para acabar de escrever, Noites de Tormentas, estava sem imaginação e com um curto espaço de tempo para o publicar. Mas sem pensar no trabalho, pois ele mesmo achava que tinha de relaxar, convida o seu irmão, que logo aceita o convite.

Vou falar sobre Três semanas com o meu irmão de Nicholas Sparks que é um escritor norte-americano nascido a dia 31 de dezembro de 1965 (51 anos) no Omaha, Nebrasca. O autor tem dois irmãos: Dana Sparks, a mais nova mas que em 2000 faleceu devido a um tumor no cérebro, e um irmão mais velho Micah Sparks com quem passou a maior parte do tempo da sua infância, com quem explorou os sítios onde viveu e com quem teve inúmeras aventuras. Este livro é um relato pessoal escrito em parceria com o seu irmão, Micah Sparks. Em janeiro de 2003, Nicholas Sparks e Micah fizeram uma viagem de três semanas à volta do mundo passando pelas ruínas da Guatemala, passeios de trenó na Noruega, Taj Mahal, templos do Camboja e outros sítios. Com prazos apertados para publicar os seus livros e sem muita inspiração para escrevê-los o escritor pensou que seria uma ótima oportunidade para relaxar e para se aproximar mais de Micah, que não via há algum tempo devido à distância entre eles. No primeiro capítulo, Nicholas foi ao correio ver a correspondência e quando chegou a casa e começou a ver as cartas que recebera deparou-se com um folheto sobre uma viagem à volta do mundo (do Hemisfério Sul ao Círculo Polar Ártico) passando por algumas das maravilhas da Terra, lugares únicos, belos e inesquecíveis. O escritor ficou encantado com a ideia, pois sempre fora uma pessoa aventureira. Contudo,

Mas este livro não fala apenas do dia-a -dia dos irmãos nessa aventura. Também fala da emocionante história de vida, as suas origens e as suas histórias sobre perda, amor e esperança. Menciona a vida difícil dos seus pais sem recursos financeiros, com três filhos e que têm de mudar de casa com frequência para procurar ter uma vida melhor. Conta-nos também as brincadeiras entre irmãos e como estavam sempre juntos, o quanto eram ligados, mesmo em momentos difíceis. Os pais de Nicholas, Patrick Michael Sparks e Jil Emma Marie Thoene, conheceram-se na Universidade Creighton e namoraram durante um ano e depois casaram-se. Tiveram três filhos: Micah, Nicholas e Dana. A mãe do escritor teve de abdicar de muita coisa para cuidar dos filhos, pois passava, praticamente, o dia todo com eles em casa. A perda da mãe por doença fez com que o pai se desinteressasse por tudo e até pela sua vida, o que fez com que o pai morresse também, passado algum tempo. Algum tempo depois da perda da mãe, a sua irmã luta contra um cancro que não conseguiu vencer. Através do livro ficamos a saber que muitas das suas histórias são desabafos de situações vividas pelo escritor como por exemplo “Um Momento Inesquecí-

vel” que retrata a paixão entre dois jovens onde a protagonista (Jamie) acaba por morrer vítima de leucemia. Esta história conta-nos um pouco da vida da sua irmã que morreu aos 33 anos com cancro. Outro exemplo disto é Corações em Silêncio que aborda a doença do seu filho Ryan, que deu a entender desde cedo a dificuldade em comunicar devido a uma síndrome auditiva no cérebro. Eu amei ler este livro, tal como todos os que li de Nicholas Sparks, pois tem uma escrita ótima que faz com que se faça uma leitura muito agradável e que interessa não só aos adultos mas também aos jovens. O que gosto também muito é que nos permite ver os sítios por onde ele passa devido à sua descrição: leva-nos com ele a viajar, a ver as cores e a ouvir os sons e a sentir. Falanos, também, de uma das coisas mais importantes que temos na vida: a família. Ensina-nos que temos de aproveitar todos os dias, horas, minutos e segundos que temos para estar com quem mais gostamos, com quem realmente gosta de nós, pois, um dia, poderá ser tarde demais visto que a vida poderá acabar quando menos esperamos, que temos de nos divertir, aproveitar os momentos bons, pois só temos uma oportunidade e quando esta acaba já não há nada que possamos fazer, e aproveitar os momentos maus para aprendermos com eles. Joana Filipa Trigo Ferreira, 10.º 6, n.º 18, ES D. Pedro V


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ODES Fernando Pessoa deu ao seu heterónimo Álvaro de Campos a voz que exaltou a modernidade, a máquina, as maravilhas da técnica, o presente. Inspirados pela leitura das Odes deste heterónimo de Pessoa, os alunos do 12.º ano foram convidados a, também eles, exaltarem o progresso. Eis aqui alguns exemplos dos trabalhos resultantes. Ode ao computador Aos grandiosos computadores Hoje espalhados por todo mundo, Escrevo porque teve que ser E porque alguém o vai certamente ler. Ó monitor, ó teclado, ó rato tloc tloc tloc Todos têm um, todos já viram um! Ai como vocês revolucionaram as meninas e os meninos, as pessoas e os trabalhos e a vida e a vida! Teclando todos os dias Mais de mil gentes Tloc tloc ali, tloc tloc aqui vocês tornaram-nos diferentes! Aqui ou ali vejo mais um Sempre ligados à internet Ó internet como tu me cheiras a rapidez e a conhecimento e a vida Vida que só hoje se tornou assim Assim se tornou a vida só hoje, só mesmo hoje Hoje mas amanhã pior será, a rapidez de tudo isto, Ai, Ai, Ai tanta rede social, e fotos e vídeos e músicas e tweets e snaps e chats e … Ai, Ai, Ai computadores e tablets e telemóveis e internet malvados todos vós que mataram bibliotecas, livros gordos, gira-discos, DVDS, CDS … Que mataram a vida lenta e melancólica Como vos odeio Como vos amo! Qual foi o génio que tudo isto inventou? Qual foi o burro que tudo isto inventou? Ó computadores sejam ainda mais rápidos, sejam ainda mais inteligentes que Einstein, eu preciso-vos, nós precisamos-vos! Ai sim! Como eu vos odeio

Como eu vos amo!

Catarina Antunes, 12º M, ES António Damásio

Ode ao computador Ó computador que mudaste vidas! Em apenas um século tudo se alterou. De máquinas gigantes a pequenos dispositivos, Sem os quais, agora ,sentir-nos-íamos primitivos. A tua complexidade é imensa, Não há nada que contigo não possamos fazer. Com a tua capacidade de armazenamento e processamento, Que nem o Turim g poderia prever. O teu software e hardware Aí! Nem consigo descrever. A verdade é que sem ti Não poderia viver! Com o teu monitor, e teclado, e rato Sinto algo que nunca senti, nem previ. Um sentimento que me preenche por dentro e que se expande para fora, Um sentimento de grandeza comparada ao de ter o mundo nas minhas mãos, Nas minhas mãos que tremem, Que tremem só de pensar em ti.

O toque oferecido, o beep ouvido, e entrámos, O brilho azul dá-nos as boas- vindas, acompanhado de uma melodia agradável, Dando-nos à escolha: antigo à direita, novo à esquerda, vamos pelo antigo e começa, Uma nova melodia inicia-se, ainda mais reconfortante que a anterior, E somos recebidos por um belo mundo de opções de várias cores e tamanhos, Vendo no topo demonstrações de vantagens, amizades, méritos, energia e nós mesmos; Movendo-nos para sul, encontramos opções para ver ouvir e gastar, E, assim, temos mundos fantásticos para explorar. Ah!, nesses mundos, quantas grandiosas diferenças!

Mundos em que guerreiros com habilidades fantásticas se envolvem em combates mortais, Mundos em que aventureiros cumprem as suas fantasias finais, Mundos em que cavaleiros das trevas se esforçam para manter o mundo em Oh, e o teu processador! Oh, e o teu disco rígido e a tua memó- segurança, Mundos em que demónios andam peria RAM! las ruas e lutam contra os seus caçadoOh, e a tua placa principal e todas as res, outras! Mundos em que uma universitária tem Oh, que maravilha! o poder de controlar todo o espaçoTodos eles me encantam e todos eles tempo. me afligem. Todos me afligem de tal encantamen- Mundos em que semideuses manchados com raiva enfrentam os superiores, to, E todos me encantam por me afligirem. Mundos em que sobreviventes do apoAh! Que bom é exprimir aquilo que me calipse lutam pelo direito de viver, Mundos em que elementos da naturefazes sentir! za podem ser controlados por indivíTudo o que és e permites ser, duos especiais, O mundo que fazes ver e querer coMundos em que soldados aguentam nhecer, E toda a informação que me permitiste guerras intermináveis para proteger os que amam, ter. Mundos em que batalhas espaciais são Ah! Que alívio é! travadas pelos heróis improváveis, Aí computador! Mundos em que quem controla o munAí computador! Mariana Pereira 12° H, ES António Damásio do cibernético, controla tudo, Mundos em que caçadores de tesouros dão tudo por uma última aventura, Ode à playstation Mundos em que deuses atravessam O material preto que simboliza a escuri- várias dimensões para as livrar do mal, dão da noite, Mundos em que guerreiros da luz se esforçam para suprimir as trevas. o logotipo branco que exemplifica o brilho do dia, as duas camadas sobrepostas como Todos estes mundos e realidades e uma sandes, mais estão à espera, por onde no centro delas entrará o Através duma simples e pequena caixa disco escura, que nos mostrará belezas indescritíveis; Uma estação de paragem, onde se pode jogar horas sem fim, o pequeno espaçamento vertical, por onde passa a luz multicolor Sem restrições, mais acessível agora do que nos informa das várias disposições que nunca! do aparelho, Daniel Castro, 12º ano, ES e a superfície exterior à espera do nosAntónio Damásio so toque, para que nos possa levar ao seu mundo.


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TUDO AO CONTRÁRIO Textos e ilustrações produzidos pela turma C do 3.º ano, da EB1/JI Manuel Teixeira Gomes, após a atividade de leitura e análise da obra Poemas da Mentira e da Verdade de Luísa Ducla Soares, promovida pela Biblioteca Escolar, em colaboração com a professora titular.

Um dia de manhã a minha mãe fez um apelo: Penteia a cara lava o cabelo. Do pente saía água E da torneira saíam dentes, minha cara ficou asseada, minha cabeleira penteada. Já ao pequeno-almoço, as torradas saíam da cafeteira, o leite da torradeira, mas que grande trabalheira. Calcei o casaco, vesti as botas, pus-me a caminho, todo prontinho.

Rodrigo Pena, turma C do 3.º ano, da EB1/JI Manuel Teixeira Gomes

Na escola não estou a aprender, nem a ler nem a escrever, Com a minha professora muito menos vou saber. Os colegas não são amigos, são mais conhecidos, quando toca à brincadeira somos todos parecidos. No dia de escola mais tarde me vou levantar, porque um bom pequeno-almoço é coisa que me pode faltar. No recreio não me vou levantar, mas nas aulas vou brincar. Beatriz Grichen, turma C do 3.º ano, da EB1/JI Manuel Teixeira Gomes

A menina do contra comprou uma bicicleta quando estava cansada pedalava até à meta. Queria lavar os dentes com sabonete e o cabelo com detergente. No inverno usava calções no verão usava camisolões. Nas mãos calçava as meias, nos pés calçava as luvas. Rafael Teixeira, turma C do 3.º ano, da EB1/JI Manuel Teixeira Gomes


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TESOUROS COM SENTIDOS – WORKSHOP DE ESCRITA CRIATIVA objetos. Uma frase inicial serviria de mote, a utilizar ou não. Os textos produzidos revelaram boa imaginação, criatividade e algum sentido estético. Os resultados desta atividade de escrita coletiva foram muito positivos e as reações dos alunos excelentes.

Nos dias 10 e 11 de novembro, realizaram-se diversas atividades extracurriculares aquando dos conselhos de turma intercalares. A equipa da BE/CRE decidiu participar e propôs a realização de um workshop de escrita criativa coletiva, na biblioteca principal, com o objetivo de estimular nos alunos as suas capacidades criativas de escrita e de trabalho de grupo (com o máximo de 5 alunos/grupo). O workshop foi concebido da seguinte forma: inventou-se uma história relacionada com a escola e o seu património – vão iniciar-se as obras de requalificação e, ao fazer arrumações nas caves, um operário encontra diversos objetos estranhos. Um dos operários, filho do casal que durante anos garantira a segurança da escola, tinha ouvido falar de uns objetos guardados nas caves (os “perdidos e achados” de então). No meio da biblioteca, um pano cobria um volume: 5 caixas cheias de “perdidos e achados”. A cada grupo foi atribuída uma caixa. No seu interior, uma inscrição remetia para cada um dos sentidos: cheira-me; saboreia-me; vê-me; toca-me e ouve-me. Seriam estes os “Tesouros com sentidos” a explorar por cada um dos grupos concorrentes. O desafio seria escrever uma história que envolvesse alguns desses

Um cavalheiro de aspeto severo e circunspecto caminhava pela avenida. O cheiro do seu cachimbo sentia-se no ar… … misturando-se com o das pastas de perfume das lojas tradicionais da cidade do Cairo. O som lento dos seus sapatos ecoava pela avenida, àquela hora deserta. As primeiras lágrimas de Sol davam um tom avermelhado ao céu, criando uma sombra antes impercetível. As pirâmides avistavam-se no horizonte, longínquas e obscuras. Que segredos guardariam? Sentou-se. Apagou o cachimbo. Cruzou as pernas. Acenou ao empregado. Esperou… O seu olhar perdia-se no café. O Cairo acordava à sua volta, trazendo à vida lembranças de memórias passadas. Uma rajada de vento entrou por uma janela e apagou uma das velas acesas naquele sítio, soltando, no seu fumo espesso, um cheiro agradável a canela e alecrim. Fixava a nuvem solta pela vela até ser interrompido pelo empregado, que trazia o seu pedido. Comeu sem pressa mas sem saborear. A vela foi de novo acesa. A chama bailava com a leve brisa da janela, agora entreaberta. Refletida nos seus olhos revelava o desespero que lhe levava a alma. As pinturas das paredes contavam histórias antigas de amores etéreos, perdidos no espaço e no tempo. Levou o chá quente de hortelã à boca e sentiu o calor a descer-lhe pela garganta. Nem isso quebrava o gelo que possuía em si… Pousou de novo a chávena. Tornou a observar a dança entre o vento e a chama. Sorriu. Raramente sorria. A vida não tinha sido fácil. Guiado pelo desespero e pela solidão, poucas tinham sido as decisões bem tomadas e ainda menos as palavras bem ditas. Perdeu tudo e todos. Nada restava para além do vazio que sempre sentira. Levantou-se. Ajeitou o casaco. Saiu. A avenida, que entretanto ficara cheia, ganhava corpo e tirava-lhe o seu. Sentiu-se invisível. Sentia-se só. Andou até à estrada. Ainda conseguia ouvir os seus passos, mas podia jurar que não tocava no chão. Deitou-se, por fim, e esperou. Há muito

que ansiava aquele momento. A sua existência passou-lhe à frente e uma lágrima de serenidade percorreu-lhe o rosto. Rodas pesadas esmagaram-no. Foi a última coisa – e talvez a única – que sentiu. Estava agora em paz… Carmen Ciuciuna, Helena Fonseca e João Pestana do 11.º B, ES Camões


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ENCONTRO COM O ESCRITOR E ILUSTRADOR PEDRO LEITÃO

O escritor e ilustrador Pedro Leitão veio à EB1/JI Manuel Teixeira Gomes, no dia 27 de janeiro, num encontro promovido pela biblioteca escolar, em colaboração com a escola e o apoio da Editora Leya. Ao mesmo tempo que projetava a

história As Misteriosas Bolas Brancas, Pedro Leitão contou-a aos alunos, solicitando a sua participação, o que eles fizeram com bastante entusiamo, tendo resultado numa interação fantástica do princípio ao fim. Houve ainda tempo para o autor fazer malabarismo com as misteriosas bolas brancas e para responder às questões dos alunos sobre si próprio e os seus livros. De seguida, num papel de cenário, desenhou Zé Leitão, Maria Cavalinho e Filipe, personagens das histórias da sua coleção, tendo encantado todos com a rapidez e perfeição com que desenhava. No final, Pedro Leitão desenhou um autógrafo personalizado a todos os meninos e meninas que compraram os seus livros. Foi uma manhã de leitura muito divertida, repleta de desenhos, onomatopei-

ENCONTRO COM O ESCRITOR JORGE COURELA No dia 2 de fevereiro, o escritor Jorge Courela veio à nossa escola falar dos seus livros: Capitão Miau Miau, Zé Maria Catatua e Canções do Professor Jorge. Realizou um espetáculo muito participativo que envolveu alunos e docentes. Todos se mostraram recetivos às solicitações do escritor e participaram com muito entusiasmo nas atividades. No final, o autor autografou os livros que os alunos compraram. Foi uma tarde muito bem passada! Prof.ª Zita Cruz, BE, EB1/JI Sarah Afonso

as e cantigas! O nosso muito obrigado, Pedro Leitão!

Lourdes Martins, PB EB1/JI Manuel Teixeira Gomes


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HOMENAGEM

Parabéns, Ruy de Carvalho, e obrigado por 75 anos de dedicação ao teatro!

RUY DE CARVALHO

90 ANOS


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HOMENAGEM

WORLD PHOTO CUP 2017

JAPÃO

No dia 23 de fevereiro, soube-se que a equipa de fotógrafos participantes no Japão na World Photographic Cup 2017 venceu a competição internacional. A nossa equipa, composta por 15 fotógrafos de várias regiões do país, concorreu às seis categorias da edição do WPC, que foi disputada por outras 25 seleções de profissionais de imagem. Jorgen Brandt, presidente do júri, deu os Parabéns à equipa de Portugal por ganhar o WPC duas vezes seguidas, referindo que a quarta edição do campeonato tinha sido uma competição incrivelmente renhida. Seguem-se algumas das fotografias premiadas.

Foto Comercial-José Almeida Retrato –Diamantino Jesus

Natureza –Carlos Resende

Ilustração-José Almeida

Casamento-Pedro Vilela

Casamento-Miguel Matos

Reportagem-Rui Palha

Reportagem-António Tedim

Retrato-Fernando Branquinho

Foto Comercial – João Carlos

Casamento—Nelson Marques


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EUNICE MUÑOZ

Nem todo o ouro, nem todo o veludo vermelho, nem os cristais dos enormes candelabros do Teatro Nacional puderam igualar-se ao brilho do magno astro presente em palco, naquela noite! Eunice Muñoz irradiou toda a luz e ta-

TEATRO lento possíveis, num momento único do universo teatral, ao comemorar 75 anos de carreira da maior atriz portuguesa e nós, felizes aprendizes, tivemos o privilégio de “roubar” os seus ensinamentos desde os mais simples, como os risos e as pausas, até aos mais complexos como são todas as histórias das personagens que Eunice compôs. Creio ter sido, para nós, uma honra estarmos num raio de poucos metros, perto daquela MULHER do teatro, a melhor entre as melhores! Toda aquela energia nos deu fé e esperança sobre as tábuas de madeira e a arte eterna que é o teatro. Sim porque o que Euni-

ce nos ensina, 75 anos depois, é que o teatro não tem só um passado de glória como terá também um perpétuo e radioso futuro. Agradecemos a oportunidade de usufruir um pouco mais de uma hora do talento e da força não só da atriz nacional como aquela que, para mim e para muitos, é o teatro português. Eunice, cara Eunice, nossa Eunice...Dioniso te aplaude em todo o esplendor! Salvé o teatro! Salvé os atores e salvé toda a eterna arte de fingir!

lente representação dos atores proporcionou momentos de humor inesperado, tendo sido permitido aos alunos a interação, em palco ou até mesmo no respetivo lugar. Em suma, foi uma atividade memorável, marcada por novas formas de aprender, que cumpriu os objetivos propostos.

nhas, Bobos, Bombeiros e Galinhas (1984), O Inventão (Prémio Gulbenkian: Melhor Livro Publicado em Portugal em 1986/1987), entre tantos outros. “Como sou escritor tenho viajado também por dentro de mim mesmo. E por dentro das palavras. Assim, apesar de ter nascido numa terra com um grande castelo, nas margens de um pequeno rio, não pertenço a lugar nenhum, ou pertenço a muitos lugares ao mesmo tempo. Alguns desses lugares só existem na minha imaginação. Porque a imaginação, descobri-o também, é o modo mais fantástico que há de viajar” – disse.

Cláudio Santos, 12.º 11, Curso Profissional de Artes do Espetáculo, ES D. Pedro V

FOMOS AO TEATRO! No dia 10 de fevereiro, foi uma alegria! Fomos assistir à peça de teatro Os Piratas de Manuel António Pina representado pela Companhia de Teatro Educa. Educa é uma companhia de teatro que se dedica a apresentar peças de teatro voltadas para a educação que nos ajudem a conhecer melhor as várias obras que temos de estudar. Eles são muito bons naquilo que fazem e, acima de tudo, divertem-nos. Quando vamos ao teatro, aprendemos de uma outra forma. Apesar de ser inverno, o dia estava agradável. E lá partimos nós às 8:30h da manhã direitos ao autocarro. A atividade foi organizada pelo Grupo da disciplina de Português. Esta experiência foi muito gratificante, pois permitiu aos alunos ver a transformação de um texto dramático, estudado na sala de aula, em peça de teatro. A exce-

O AUTOR Os Piratas é um texto dramático escrito pelo poeta português Manuel António Pina, natural do Sabugal (Beira Alta). “Nasci numa terra com um grande castelo, nas margens de um rio onde, no Verão, passeávamos de barco e nadávamos nus”- disse um dia. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, foi jornalista do Jornal de Notícias onde exerceu as funções de editor. Na literatura infantil escreveu as seguintes obras: O País das Pessoas de Pernas para o Ar (1973), O Têpluquê (1976), Os Dois Ladrões (1983), O Pássaro da Cabeça (1983), Histórias com Reis, Rai-

Catarina Ramada, 6º F, EB 2,3 dos Olivais

ROGUE ONE: A STAR WARS STORY Rogue One: A Star Wars Story é um filme norte-americano de ação, ficção ci entífica , aventura e fantasia de George Lucas. Foi dirigido por Gareth Edwards e escrito por Chris Weitz. Rogue One, uma história de Star Wars, inicia com um grupo de rebeldes que partem contra o Império para roubar os planos da Estrela da Morte, uma estação espacial criada pelo Império Galáctico que é também um arma destruidora de planetas, que o Império pretende usar contra os rebeldes. Nesse grupo está Jyn Erso, filha de Galen Erso, engenheiro que ajudou a projetar a arma destruidora de planetas. No final do filme, o grupo de rebeldes que

CINEMA partiu para roubar os planos da Estrela da Morte acaba por morrer mas conseguem entregá-los à Princesa Leia, que lidera a Rebelião. Sacrificam-se todos para concluírem a missão. A introdução a várias personagens é pouco desenvolvida e não muito interessante, à exceção de Jyn Erso, pois ele é a personagem principal do filme. Destaca-se pela positiva que é a grande fé na força que Chirrut tem e que é crucial para o universo de Star Wars, pois é nas personagens que está o coraçã do filme e onde Rogue One falha. Na minha opinião, apesar de a introdução e as histórias das personagens não terem sido muito trabalhadas, talvez seja pelo facto de no final elas todas se sacrificarem para um bem maior. Ro-

gue One: A Star Wars Story tinha um grande potencial e não foi muito aproveitado, mas em geral é um bom filme.

André Martins, n.º1, 10.º 6, ES D. Pedro V


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VIVER EM SAÚDE Esteve patente no átrio da escola EB 2,3 dos Olivais, junto ao PBX, uma exposição de trabalhos realizados pelos alunos do 9º ano, das turmas A, B, C, no âmbito da disciplina de Ciências Naturais. O tema “Viver com saúde”, relativo aos conteúdos curriculares “saúde Individual e Comunitária”, foi o mote para

EXPOSIÇÕES Uma vertente dos trabalhos de Artes passa pela capacidade de transformar. Na foto maior, podem ver-se exercícios de transformação de formas geométricas do 12.º ano. Nas fotos mais pequenas, uma amostra de alguns dos melhores amigos dos artistas, os diários gráficos. ES António Damásio

a produção de trabalhos, apresentados com grande diversidade e criatividade, muito apreciados por todos os elementos da comunidade. Desde as bactérias multirresistentes, stress, álcool, tabaco, hábitos alimentares, drogas ilícitas, doenças de “civilização”, muitos foram os trabalhos apresentados em vários materiais, construídos em 3D

que despertaram a curiosidade sobretudo dos alunos do 2.º ciclo, mostrando grande admiração pelo que iam vendo. Todo o material produzido é um manancial de recursos educativos para alunos de outros anos. Professora Ana Isabel Madeira, EB 2,3 dos Olivais


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ALICE Os trabalhos que agora vos mostramos foram feitos pelos alunos de Arte que estão no 11.º ano e fizeram parte da exposição visitada pelo nosso Patrono, Professor Doutor António Damásio, em novembro. Feitos na disciplina de Desenho, há trabalhos que mostram como a imagi-

IMAGINAÇÃO

nação se solta depois de observar a natureza – num exercício de transformação, os alunos desenharam o que viam, numa primeira fase, e depois deixaram a imaginação correr. Fazendo uma estilização do real, integraram o que tinham desenhado em composições mais completas e elaboradas.

Finalmente, foram convidados a desenvolver ideias e imagens inspirados pela história “Alice no país das maravilhas” de Lewis Carrol. Eles aí estão para que os possam ver. ES António Damásio


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REAL TRANSFORMADO


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CONSTRUÇÃO DE UMA ROSA-DOS-VENTOS Foi realizada na Escola EB 2,3 Prof. Delfim Santos a exposição de nome “Construção de uma Rosa-dos-ventos”. Estiveram expostos trabalhos elabora-

dos pelos alunos das turmas do 7.º D e 7.º H, orientados pelo Professor da disciplina de Geografia Nuno Miguel Castro. Estes trabalhos vêm no seguimento do programa da disciplina, ou seja, que estes Compreendam a importância dos processos de orientação na localização relativa, nomeadamente nos rumos da rosa dos ventos (pontos

cardeais, colaterais e intermédios) para a localização relativa dos lugares. Nuno Castro, professor de Geografia da EB 2,3 Prof. Delfim Santos e da ES D. Pedro V

CLUB DE FOTOGRAFIA

10.º7, 10.º8, 10.º12 e 11.º11 da ES D. Pedro V

SARMALE (RECEITA DA MOLDÁVIA) Confecionado e consumido sobretudo no Natal e épocas festivas. Confeção Fazer um refogado com: 1 cebola 2 dentes de alho 2 cenouras (tudo bem picado) Juntar depois concentrado de tomate, cerca de 1,5 chávenas. Coloca-se o refogado numa tijela, junta-se 1 chávena de arroz e mistura-se tudo muito bem. Pode juntar-se carne picada ou salsi-

cha partida em cubos pequenos. Preparação Folhas de couve lombarda ligeiramente escaldadas em água, que pode ter vinagre e sal a gosto. Por fim, recheiam-se as folhas de lombarda (ou pimento vermelho) com a mistura de arroz e colocam-se numa panela. Adiciona-se água (a tapar as sarmale) e deixa-se ao lume médio cerca de 25/30 minutos. Se gostar, já com as sarmale no prato,

CULINÁRIA pode regá-las com natas simples. Depois é só comer. Bom apetite!

Catalina Cascaval, 11.º ano de Humanidades, ES António Damásio


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MUFETE O Mufete é um prato típico de Angola, constituído por peixe grelhado (cacusso, carapau ou peixe galo) acompanhado com molho de cebola feito com vinagre e azeite doce, feijão com óleo de palma, banana pão, batata-doce, mandioca e farinha musseque. Carlos da Conceição, 8.º 1, n.º 4, ES D. Pedro V

VARENIKI DE CEREJA E FRUTOS VERMELHOS

Tempo de preparação—2 horas Para 6 pessoas Ingredientes 1 xícara de farinha de trigo 1 xícara de água fria 1 unidade de Ovo 1 pitada de sal 1 kg de cerejas frescas ou congeladas 1 xícara de açúcar * frutos vermelhos a gosto

Modo de preparação Massa: Misture todos os ingredientes numa tigela grande e mexa até que a massa fique com uma espessura média. Faça uma lâmina de 1 a 1,5 milímetro de espessura. Corte a lâmina em redondo de 5 cm. Coloque uma colher de chá de recheio em cada quadrado. Dobre em meia-lua e sele os cantos. Coloque em uma panela de água a ferver. Mexa com frequência e retire

quando os varênikis subirem à tona. Recheio de cereja: Lave as cerejas e retire os caroços. Coloque as cerejas e frutas vermelhas numa tigela, misture com o açúcar e deixe descansar por 3 a 4 horas. Remova o caldo em excesso que se formar na tigela e coloque uma colher de chá na massa.

2. A originalidade absoluta das iguarias. SALMÃO DO ALASCA COM RAIOS DE SOL E MOLHO MARTE

troverso, Marinetti assumiu-se como um defensor da guerra e do colonialismo italiano, posição esta patente no seu ensaio Guerra sola igiene del mondo (1915). Em 1905, funda a revista Poesia e em 1909 surge no Fígaro o seu primeiro manifesto explosivo, o Manifesto Futurista, no qual se exalta a máquina, a velocidade, a violência. Comunicador entusiasta, Marinetti levou os seus ideais revolucionários até às principais metrópoles da Europa, dando conferências e ganhando adeptos fervorosos, entre os quais figuram pintores futuristas como Umberto Boccioni ou Giacomo Balla, O delirante Manifesto da Cozinha Futurista surge em 1930 na Gazetta del Popolo de Milão e ocupa um lugar tardio na história do futurismo.

Olesya Romanivna Boyko, formanda do curso EFA de Dupla Certificação “Rececionista de Hotel”, Turma 2RH, ES D. Pedro V

RECEITAS LITERÁRIAS MARINETTI SALMÃO DO ALASCA COM RAIOS DE SOL E MOLE O MANIFESTO DA COZINHA FUTURISTA O futurismo italiano, pai de numerosos movimentos futuristas e vanguardistas no estrangeiro, não entende limitar-se às vitórias mundiais alcançadas "em vinte anos de grandiosas batalhas artísticas e políticas frequentemente consagradas pelo sangue", como o proclama Benito Mussolini. O Futurismo italiano confronta mais uma vez a sua impopularidade com um programa de renovamento total da cozinha. De todos os movimentos artísticos e literários, ele é o único a ter por essência a audácia e a temeridade. A pintura e a literatura do século XX são na realidade nada mais que dois futurismos de direita pragmáticos e moderados. [...] A refeição perfeita exige: 1. Uma harmonia original entre a mesa (vidros, louça, decoração) e o sabor e as cores das iguarias.

Escolha um belo salmão do Alasca, corte-o em fatias e coloque-o na grelha com pimenta, sal e óleo de boa qualidade, até que fique bem dourado. Acrescente tomates cortados ao meio previamente grelhados com alho e salsa. No momento de servir, coloque sobre cada fatia os filetes de anchova dispostos em xadrez assim como uma rodela de limão acompanhada de alcaparras. O molho será composto de anchovas, gemas de ovo cozido, manjericão e azeite, tudo regado com um pequeno copo de licor Aurum e passado pela peneira. (Fórmula de Bulgheroni, chefe da Plume d'Oie). La cucina futurista © Herdeiros de F. T. Marinetti, Traduzido por Myriam Zaluar Biografia MARINETTI, FILLIPPO TOMMASO (I8761944) Escritor iconoclasta, foi o criador do movimento futurista italiano. Autor con-

Teresa Saborida, PB ES Camões


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TIRO COM ARCO O tiro com arco é uma atividade milenar usada pelo homem primitivo para caçar as suas presas de forma mais rápida e eficaz. Hoje em dia o tiro com arco é uma atividade desportiva praticada por muitos atletas em todo o mundo e faz parte das competições olímpicas. Desde 2010, a EB 2,3 dos Olivais, no âmbito do Desporto Escolar possui, além de vári os grupos/equi pa

DESPORTO (corfebol, ténis de mesa, atletismo, ginástica), o grupo de tiro com arco, onde alunos praticantes treinam entusiasticamente e de forma persistente para atingirem boas pontuações e classificações, nas competições que se desenrolam ao longo do ano letivo. O empenho, dedicação e entusiasmo dos nossos alunos arqueiros permitiu que, no ano letivo passado, a escola ficasse classificada por equipas, em

3ºlugar e alcançou o apuramento para os Regionais do Desporto Escolar com a representação da aluna Núria Lomba. Este ano letivo, o quadro competitivo iniciou-se com o 1ºTorneio de Abertura no dia 7 de dezembro e o 2º torneio em 23 de janeiro. As competições realizaram-se no Pavilhão Desportivo da Escola Secundárias D. Dinis com as seguintes classificações: Professora Fátima Caetano, EB 2,3 dos Olivais

DESPORTO ADAPTADO No dia 9 de fevereiro, alguns meninos com Necessidades Educativas Especiais da escola EB1/JI António Nobre foram convidados para participar numa atividade de Desporto Adaptado na escola secundária D. Pedro V. Foi organizada pelos alunos do 12.º ano do Curso Profissional de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva e teve como parceria a Federação Portuguesa de Desporto para pessoas com Deficiência. A Junta de Freguesia disponibilizou um autocarro, e, bem cedinho, os alunos, professoras de educação especial e assistente operacional partiram para a escola D. Pedro V. No ginásio, calçaram-se os ténis e fizeram-se grupos para jogar boccia. Depois vestiram-se os fatos de judo e seguindo as instruções de um judoca cego, fez-se o aquecimento e um treino de judo. No final da manhã regressou-se à escola. Foi uma manhã muito divertida. Professoras Alexandra Gonçalves, Maria de Lourdes Rosa, Ana Catarina Galhardo e Marta Gomes


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ABC

SAI EM MARÇO

O ABC é um jornal escolar do Agrupamento de Escolas Baixa-Chiado e será lançado no próximo mês de março, com a envolvência das turmas de Educação do Pré-Escolar (EPE) e do primeiro ciclo do Ensino Básico (1CEB).

senvolvimento de uma prática pedagógica similar como a conseguida entre os participantes do jornal Trívio, esperando atingir o mesmo sucesso e a qualidade jornalística.

Este novo periódico nasce por iniciativa do professor bibliotecário Paulo Gomes, deste agrupamento, e conta com a participação dos alunos dos jardins de infância e do 1CEB, prevendo-se a sua expansão aos níveis seguintes da Escola Básica e Secundária Passos Manuel. O projeto deste jornal surgiu após a apresentação do jornal escolar Trívio numa reunião da Rede de Bibliotecas Escolares, entre professores bibliotecários do concelho de Lisboa, no final do ano letivo anterior, alertando para a necessidade de um trabalho que envolvesse as diferentes literacias entre os alunos de todos os níveis de ensino. Nas escolas do nosso agrupamento, a instalação de computadores nas salas de aula das escolas do 1CEB com jardim-de-infância proporcionou uma oportunidade nunca antes tida no de-

ESCOLA SECUNDÁRIA

DE

Os desafios apresentados entre a nossa comunidade têm sido imensos, começando pela falta de práticas correntes no uso das tecnologias em sala de aula, passando pela falta de experiência no desenvolvimento de práticas coletivas em que os alunos tenham voz e sejam agentes principais em contexto escolar e terminando numa ausência de espaços dedicados à divulgação cultural tendo por base a liberdade de expressão em meio escolar. Os nossos docentes têm contado com todas as visões desafiantes deste projeto, orientando os alunos na produção de um jornal escolar como um recurso mediático, tendo em conta as suas opiniões e assegurando a sua liberdade de expressão, bem como conseguir informações e dar a conhecer as suas ideias de forma estruturada. Ou seja, o jornal ABC, surgido do sucesso qualitativo do Trívio, quer-se um espaço de criatividade e de forte ligação à esco-

la e à comunidade envolvente, assim como de promoção da capacidade de expressão e de um real fomento da prática de uma atividade que possa criar estruturas de cidadania, promovendo os direitos humanos e democráticos em toda a sua extensão e veiculando uma visão de respeito às diferenças culturais, de género, sexuais, étnicas, religiosas e outras. A todos os leitores e promotores de boas práticas mediáticas damos a conhecer que o ABC sairá no mês de março, com base no vosso sucesso, na página da BECRE Passos Manuel (do Facebook) agradecendo toda a aprendizagem que o Trívio nos proporcionou. Paulo Gomes, PB do Agrupamento de Escolas Baixa-Chiado

CAMÕES

Escola Secundária de Camões

Praça José Fontana, 1050-129 Lisboa.

direcao@escamoes.pt

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DAS LARANJEIRAS Escola Secundária D. Pedro V

Estrada das Laranjeira, 122 1600-136 Lisboa

direcao@ael.edu.pt

Escola Básica 2,3 Prof. Delfim Santos

Rua Maestro Frederico Freitas 1500-400 Lisboa

eb23delfimsantos@mail.telepac.pt

EB1/JI Frei Luís de Sousa

Rua Raul Carapinha 1500-042 Lisboa

escola.freiluis49@gmail.com

EB1/JI António Nobre

Rua António Nobre, 49 1500-046 Lisboa

eb1antonionobre@gmail.com

EB1/JI Laranjeiras

Rua Virgílio Correia, 30 1600-224 Lisboa

eb1daslaranjeiras@gmail.com

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTA MARIA DOS OLIVAIS Escola Secundária António Damásio

Av. Dr. Francisco Luís Gomes 1800-178 Lisboa

direcao@aeolivais.pt

Escola EB 2,3 dos Olivais

Rua Cidade de Bolama 1800-077 Lisboa

eb23olivais@gmail.com

EB1/JI Alice Vieira

Rua Vila Catió

alicevieira.eb1ji@gmail.com

EB1/JI Sarah Afonso

Rua Almada Negreiros

EB1/JI Manuel Teixeira Gomes

Rua Manuel Teixeira Gomes 1900-000 Lisboa

1800-000 Lisboa 1800-000 Lisboa

eb1183olivais@gmail.com eb1mtgomes@gmail.com


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