Trívio, n.º 1, novembro 2015

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Agrupamento de Escolas das Laranjeiras Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais Escola Secundária de Camões Edição N.º 1 Novembro 2015

Escola Secundária de Camões

Pera espertar engenhos curiosos in, Os Lusíadas, Canto VII, estância 82. Pág. 3

Agrupamento de Escolas das Laranjeiras

Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais

Composto por 3.260 alunos, 250 docentes e 82 não docentes. Pág. 3

Quem somos e onde estamos. Pág. 2


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EDITORIAL As três professoras bibliotecárias das Escolas Secundárias António Damásio (Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais), Camões (escola não agrupada) e D. Pedro V (Agrupamento de Escolas das Laranjeiras) reuniram-se para debater assuntos inerentes às suas funções e decidiram criar uma parceria (conforme preconiza a legislação em vigor) para unir, sob a forma de um jornal, a realidade, as notícias e as iniciativas das suas escolas nas respetivas zonas de influência: de Lisboa Oriental (Olivais), do Centro Sul (Arroios) e de Lisboa Norte (S. Domingos de Benfica). E, assim, nasceu o Trívio (em latim: Trĭvĭu-, de tres: três e vía: caminho) que era o nome dado, na Idade Média, ao conjunto de três matérias ensinadas nas universidades no início do percurso educativo: gramática, lógica e retórica e, também, pode significar o local exato em que desembocam três ruas e/ ou três caminhos. No nosso caso, as três ruas das escolas/agrupamentos em

causa encontram-se no Trívio, que tem como objetivo envolver as escolas num processo de interação, de busca da efetivação do trabalho interdisciplinar e interescolar e da aplicação da informática na educação, e:  Dar a conhecer e projetar as escolas envolvidas;  Incentivar o trabalho colaborativo;  Desenvolver uma política de cooperação e parcerias em áreas estratégicas para a comunidade escolar;  Incentivar o hábito da leitura e da escrita;  Partilhar informação;  Explorar questões culturais;  Aprofundar conhecimentos sobre temas transversais;  Estimular a descoberta, a pesquisa e o senso crítico;  Proporcionar ao aluno condições para construir conhecimento frente a situações específicas;

cosmopolita Parque das Nações. (Projeto Educativo) São cinco as Escolas que o constituem: O JI n.º 2 de Marvila e EB1 Manuel Teixeira Gomes, situada na Rua Manuel Teixeira Gomes, em Chelas, pertencente à freguesia de Marvila tem, no presente ano letivo, 65 meninos no ensino pré-escolar e 220 meninos a frequentar o 1.º ciclo. O JI n.º 5 dos Olivais e a EB1 Sara Afonso estão na Rua Almada Negreiros, freguesia dos Olivais. Este ano é frequentado por 65 meninos do pré-escolar e 110 do 1.º ciclo. Esta escola foi, já no decorrer deste ano letivo, objeto de uma reinauguração, após ter sofrido uma profunda remodelação das suas instalações pela Câmara Municipal de Lisboa. O JI n.º 1 dos Olivais e EB1 Alice Vieira, situado na Rua Vila Catió, também nos Olivais, recebe este ano 70 crianças no ensino pré-escolar e 238 crianças no 1.º ciclo. A EB23 dos Olivais, situada na Rua Cidade Bolama, nos Olivais, acolhe nas suas instalações, no presente ano letivo, 208 alunos do 2.º ciclo e 237 alunos do 3.º ciclo. A escola sede, Escola Secundária António Damásio, está situada na Av. Dr. Francisco Luís Gomes, também nos Olivais, e é frequentada. neste ano letivo.

por 171 alunos do 3º ciclo, 1047 alunos do ensino secundário regular, distribuídos pelas áreas de Ciências e Tecnologias, Ciências Socioeconómicas, Línguas e Humanidades e Artes Visuais; 230 alunos dos cursos profissionais, distribuídos pelos cursos de Técnico de Informática de Gestão, Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores, Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, Técnico do Turismo e Técnico de Comércio, e 57 alunos dos cursos de educação e formação, onde se inclui uma experiência pioneira de parceria com a EDP, o Curso Vocacional de Redes Elétricas. Conforme se pode ler no seu Projeto Educativo, a missão que o Agrupamento toma como sua aproxima-se da opinião dos teóricos da educação. As missões fundamentais da escola são, ninguém o nega, instruir, isto é, transmitir conhecimentos e uma cultura; educar, isto é, formar o futuro cidadão num contexto democrático; enfim, preparar para a vida profissional. (JEAN-LUC FERRY: 2005, p. 8). O Agrupamento, no conjunto da sua diversa realidade, procurará que os seus alunos acedam e obtenham uma educação escolar sólida e versátil, que lhes permita encarar o futuro.

Utilizar instrumentos e informações proporcionados pela tecnologia. As cores predominantes serão azul (para a Escola Secundária de Camões), vermelho escuro (para o Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais) e, claro, laranja (para o Agrupamento de Escolas das Laranjeiras). Assim, a cor da caixa do título indicará a proveniência do artigo. De início, a nossa intenção é publicar um jornal por período, online, nas páginas e blogues de cada escola/agrupamento. Queremos ver a aceitação e a contribuição que teremos num projeto pioneiro no País, que derruba os muros de cada escola e de cada agrupamento. Numa época conturbada esperamos que o Trívio nos faça repensar o que queremos e o que podemos fazer na e pela educação, para construir um futuro melhor para as gerações vindouras! Lígia Arruda, PB da ES D. Pedro V

AE OLIVAIS

O Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais existe desde 28 de junho de 2012 e agrega quatro Escolas que ficam situadas na freguesia dos Olivais e uma na freguesia de Marvila, na zona oriental da cidade de Lisboa. Atualmente esta é uma das zonas mais interessantes da cidade apresentando-se como uma centralidade urbana que teve o seu impulso inicial na Exposição Mundial de 1998 (Expo 98), recriando espaços, edifícios e novas composições sociais. O Agrupamento não deixará de, também ele, ser um ponto de irradiação cultural. Os Olivais são a freguesia mais populosa da cidade com uma rica história desde os vestígios do paleolítico à ocupação mourisca, desde as atividades agrícolas ao declínio industrial e deste até ao

Lurdes Castanheira, PB da ES António Damásio

FICHA TÉCNICA Conceção e implementação do projeto: Professoras bibliotecárias Lígia Arruda (ES D. Pedro V), Lurdes Castanheira (ES António Damásio) e Teresa Saborida (ES Camões). Coordenação do projeto: Lígia Arruda, Lurdes Castanheira e Teresa Saborida. Revisão de artigos: Lígia Arruda, Lurdes Castanheira e Teresa Saborida, docentes do grupo 300. Conceção e montagem gráfica: Alexandre Rodrigues e Carla Carvalho , docentes de Informática da ES D. Pedro V. Periodicidade: um por período letivo Email: ligia.arruda@ael.edu.pt - teresasaborida@escamoes.pt - lurdes.castanheira@aeolivais.pt - jornaltrivio@gmail.com


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AE LARANJEIRAS O Ministério da Educação anunciou, em 18 de maio de 2012, mais uma fase da criação de agregação de escolas. Referiu, ainda, que uma das maiores agregações - com mais de três mil alunos – seria a do Agrupamento de Escolas Delfim Santos (criado no ano letivo 2004-2005) com a Escola Secundária D. Pedro V, perfazendo um total de cerca de 3105 alunos. A este agrupamento foi dado o nome de Agrupamento de Escolas das Laranjeiras (AEL). O AEL compreende uma vasta comunidade escolar, de todos os ciclos de ensino, desde o Pré-escolar ao Secundário, bem como o ensino noturno. Fazem parte do AEL as seguintes escolas: Escola Secundária D. Pedro V - sede do Agrupamento –, Escola Básica 2,3 Professor Delfim Santos, Escola EB1/JI António Nobre, Escola EB1/JI Laranjeiras e Escola EB1/JI Frei Luís de Sousa. As escolas do AEL pertencem às juntas de freguesia de São Domingos de Benfica e de Avenidas Novas, fazendo fronteira com as freguesias de Carnide, Benfica, Campo Grande, S. Sebastião da Pedreira, S. João de Deus e Campolide. O AEL constitui-se como um agrupamento de referência para alunos com Perturbação do Espetro do Autismo, com duas Unidades de Ensino Estruturado para o Espectro do Autismo (UEEA): uma na EB1/JI António Nobre e outra na EB 2,3 Professor Delfim Santos. A escola-sede do agrupamento, Escola Secundária D. Pedro V, criada pelo Decreto-Lei n.º 45636 de 31 de março de 1964, fica situada na Estrada das Laranjeiras, na freguesia das Avenidas Novas, em Lisboa. Foi inaugurada no ano letivo de 1969/1970, com uma população de 360 alunos e 60 professo-

res, iniciando em Lisboa o modelo pedagógico de ensino misto. A construção neste local deveu-se à doação de uma quinta ao ME e obedeceu à necessidade de dar resposta ao crescimento populacional registado nessa época. A Escola foi intervencionada pelo Parque Escolar entre 2007 e 2009. Estas obras alteraram a traça original da escola, mas mantiveram o funcionamento por pavilhões. A Escola Básica 2,3 Professor Delfim Santos fica situada na Rua Maestro Frederico de Freitas, na freguesia de S. Domingos de Benfica, em Lisboa. Foi criada em 1972 e, durante nove anos, esteve instalada no antigo convento de Santo António da Convalescença, na Estrada de Benfica. A Portaria 136/88, de 29 de fevereiro cria, para entrar em funcionamento em 1 de Setembro de 1988, a escola Delfim Santos. A escola é composta por sete pavilhões com r/c (B, F e ginásio) e 1º andar (A, C, D, E). No ano letivo de 2004/2005, a escola Delfim Santos tornou-se sede do agrupamento de escolas com o mesmo nome, a que, em julho de 2012, se juntou a Escola Secundária D. Pedro V. A Escola EB1/JI António Nobre, anteriormente designada por escola n.º 110, situada na freguesia de S. Domingos de Benfica, fica na Rua António Nobre, localização a que se deve o seu nome. Em 1956, foram inauguradas a escola feminina e a escola masculina separadas uma da outra por um muro. Em 1958, Rogério Ribeiro, artista plástico português, pintou e embelezou a escola com painéis de azulejos alusivos à infância, que se podem ver na parte fronteiriça dos edifícios e no refeitório. Em 1974, a escola passou a ser mista. É

constituída por dois edifícios, ambos com dois pisos, com um total de dezasseis salas e doze WC. A Escola EB1/JI Laranjeiras, anteriormente designada por escola n.º 120, foi construída em 1974 pela Câmara Municipal de Lisboa, num local onde há muito tempo existiam laranjeiras, o que deu o nome à escola, à localidade e até à estação de metro. A escola foi construída em dois blocos, com 1º andar, ligados entre si pelo refeitório. Em Julho de 2009, a escola entrou em obras de ampliação e modernização de espaços, a cargo da CML. A Escola EB1/JI Frei Luís de Sousa, anteriormente designada por escola n.º 49, foi construída no ano de 1961, com dois blocos isolados e dois recreios separados, de modo a integrar as antigas escola masculina e feminina. Depois do 25 de Abril de 1974, foi derrubado o muro para coexistirem os dois espaços. Enquanto instituição, a escola remonta à Primeira República, como testemunham os livros de ponto existentes no seu espólio e outros materiais didáticos da época. No ano letivo 2004/2005, foi integrada no Agrupamento de Escolas Delfim Santos, tendo passado a designar-se EB1 Frei Luís de Sousa. A escolha deste patrono provém do facto de Frei Luís de Sousa ter passado parte da sua vida na zona que atualmente constitui a freguesia de S. Domingos de Benfica. No ano letivo 2013/2014, começou a funcionar nas instalações da escola o jardim de infância com duas salas, atualmente três. O lema do AEL é sapere aude, ousa saber.

em 1933, após obras de terraplanagem, construíram-se campos de ténis, jardins e um campo de patinagem no espaço hoje ocupado pelo moderno pavilhão gimnodesportivo Moniz Pereira (antigo aluno da escola). Construiu-se junto à antiga Escola António Arroio, hoje parte integrante da escola e onde se encontram as salas do grupo das artes, um moderno refeitório e um auditório, o Auditório Camões. Até 1994 era uma escola com ensino básico e secundário. A partir dessa data, optou pelo ensino secundário, oferecendo cursos de prosseguimento de estudos e cursos tecnológicos. Atualmente, com cerca de 1650 alunos, o ensino básico ainda persiste no curso noturno (duas turmas) dada a escassez de oferta na cidade. A população estudantil é originária de diversos pontos da cidade e mesmo dos subúrbios, uma vez que a população residente na fre-

guesia de Arroios é uma população envelhecida e de zona residencial transformou-se em área de serviços. A localização da escola (a única com uma estação de Metro perto), a sua história e o seu prestígio, a dinâmica da sua comunidade, o corpo docente estável, a diversidade das suas atividades e oferta extracurricular continuam a atrair alunos. O lema do projeto educativo impulsiona toda a comunidade educativa nesse sentido «Pêra espertar engenhos curiosos» (in, Os Lusíadas, canto VII, estância 82).

Lígia Arruda, PB da ES D. Pedro V

ES CAMÕES A Escola Secundária de Camões, localizada no centro de Lisboa, foi inaugurada a 16 de outubro de 1909, tendo recebido a visita do rei D. Manuel II a 2 de Junho de 1910. Desenhada pelo arquiteto Ventura Terra é o primeiro edifício em Lisboa a ser concebido para ser um liceu uma vez que era hábito aproveitar e adaptar edifícios existentes (como por exemplo o liceu Passos Manuel). Este «lyceu» vai servir a população dos novos bairros circundantes: Estefânia e, especialmente, as Avenidas Novas, habitados por uma população burguesa que via o liceu como um meio de promoção social, económica e cultural. O seu formato em E proporciona a existência de dois pátios, cheios de plátanos, para os quais dão as salas de aula. Em 1927, devido à insuficiência de espaço, são construídos gabinetes de Física e Química ao fundo dos pátios e

Teresa Saborida, PB da ES de Camões


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FILMES NA AULA Em 2012, a Escola Secundária D. Pedro V apresentou um projeto à FCG denominado Das Letras ao Espetáculo: as grandes obras literárias no cinema e no teatro. O objetivo principal era aproximar o texto narrativo fílmico e o narrativo literário pela utilização idêntica que ambos fazem da veiculação de uma história através de um discurso peculiar de cada texto, mostrando a relação entre literatura e cinema, analisando a adaptação de vários géneros literários ao cinema e ao teatro e desenvolvendo o gosto pela leitura dos textos de literatura em língua portuguesa e da literatura universal, como forma de ampliar o conhecimento do mundo. Ganhámos € 5.000 (cinco mil euros). Foi criada uma sala de cinema gerida pela docente Inês Grasina. Adquirimos imensos DVD e toda a aparelhagem que se encontra, presentemente, na biblioteca da Escola Secundária D. Pedro V. Não esqueço, também, a docente Alda Cruz que fez parte do grupo e teve uma colaboração pertinente e assertiva na compra do material necessário e em todas as ajudas prestadas.

A partir deste projeto, e sempre em colaboração com a direção da escola/ agrupamento, concebi um projeto pioneiro no nosso País: disponibilizar os DVD em sala de aula, na intranet da escola, para que os mesmos não se danificassem e fosse acessível aos docentes mostrar um filme ou um documentário a uma turma, sem necessidade de se deslocarem à biblioteca para solicitar a matriz. Para que fosse exequível, houve necessidade de adquirir discos internos (o último foi de 4 terabyte ...) para o computador/servidor e, claro, um colega do grupo de informática na equipa. Temos o docente Rui Ferreira, que trata da programação e com uma enorme paciência... Após muitas horas de gravações, arrancámos em setembro de 2014 o que fez com que cada sala de aula se tornasse numa sala de cinema! O colega Rui Ferreira ainda está a aumentar a base dos filmes e a usar as capas dos DVD, disponíveis online, para que as mesmas possam ser visualizadas. Nem na Biblioteca, nem na sala de professores, nem

NÚMERO DE OURO

Este número aparece em várias sequências matemáticas, como, por exemplo, a Série de Frações ou a tão conhecida Sequência de Fibonacci. Na natureza é encontrado sob as mais variadas formas. Pode ser encontrado na proporção entre as abelhas macho e fêmea numa colmeia, ou na proporção do crescimento do raio da concha de um molusco. Este número é um exemplo das mais fantásticas maneiras de integração da matemática na nossa vida do dia-a-dia. Grande parte da população mundial

AVE DE MAU AGOURO Diz-se de pessoa portadora de más notícias ou que, com a sua presença, anuncia desgraças. O conhecimento do futuro é uma das preocupações inerentes ao ser humano. Quase tudo servia para, de maneiras diversas, se tentar obter esse conhecimento. As

Lígia Arruda, PB da ES D. Pedro V

ARTIGO CIENTÍFICO E TÉCNICO ro é o facto de o podermos encontrar em qualquer sítio. Está presente na Natureza, em coisas tão vulgares como as colmeias ou os ossos dos nossos dedos. Este número está envolvido na natureza do crescimento em inúmeros seres vivos. A razão áurea é definida pela expressão:

O número de ouro, também conhecido por Phi, é um número irracional que arredondado às milésimas fica 1,618. Este número tem o nome Phi devido à sua ligação ao escultor Phideas, que o terá, supostamente, usado para construir o Parthenon. O Phi tem sido usado desde a Antiguidade nos mais diversos tipos de arte, desde a Mona Lisa de Leonardo Da Vinci à Quinta Sinfonia de Beethoven. A razão áurea é usada para exprimir a perfeição nas peças referidas. Foi e continua a ser usada nos mais diferentes ramos, de cinema a literatura e música. O mais fascinante acerca deste núme-

nas salas de trabalhos dos docentes se pode aceder a esta base de filmes, para que não haja download dos DVD, nem o servidor colapse. Este está em Linux e o programa foi feito em C#, fazendo também a contagem de visualizações. Para uma busca mais rápida, pode-se escrever o título do filme que se pretende. Durante o ano letivo 2014/2015, ano de lançamento do projeto, houve 1.270 visualizações/cliques. Esperamos continuar a aumentar a base de filmes e agregar alguns disponíveis no youtube.

desconhece este “lado” da matemática. Porém, ele existe, e é espantoso, até às vezes surreal. Pensar que um simples número pode estar infiltrado tão intrinsecamente em todos os aspetos da nossa vida é algo que nos faz questionar grande parte do que conhecemos. Bibliografia O número de ouro, SÁ, Robinson [Em linha] . Infoescola . [Consult. 2015-11-02]. Disponível em: http:// www.infoescola.com/matematica/onumero-de-ouro/ O Misterioso Número de Ouro, RIBEIRO, Rosa e SILVA, Céu . Departamento de Matemática Pura . [Consult. 2015-11-02]. Disponível em: http://cmup.fc.up.pt/cmup/mecs/O%20 Misterioso%20Numero%20de%20Ouro.pd f O que é um número de ouro? Associação de Professores de Matemática . [Consult. 2015-11-02]. Disponível em: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/ic m17/ouro.htm Matilde Vicente n.º 20, 11.º 3, ES D. Pedro V

CURIOSIDADES aves eram um dos recursos que se utilizava. Na antiga Roma, a predição dos bons ou maus acontecimentos (Avis spicium, em Latim) era feita através da leitura do vôo ou do canto das aves. Os pássaros mais usados para isso eram a águia, a coruja, o corvo e a gralha.

Ainda hoje perdura, popularmente, a conotação funesta com qualquer destas aves. Lígia Arruda (ES D. Pedro V), Lurdes Castanheira (ES António Damásio) e Teresa Saborida (ES Camões).


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REGRESSO À ESCOLA

EU Back to school O objetivo da iniciativa EU Back to School é levar a que representantes da Comissão Europeia regressem às suas antigas escolas secundárias e atuem, por um dia, como embaixadores escolares da União Europeia. Neste papel, poderão partilhar a sua experiência pessoal sobre a Europa e debater com os estudantes uma variedade de assuntos relacionados com a União Europeia. Esta iniciativa visa dar aos jovens uma oportunidade para conhecer mais de perto o projeto europeu, tendo perante Entrevista realizada ao Professor Doutor Humberto Rosa pelos alunos do 11.º2 Bárbara Araújo (B), Pedro Costa (P) e Carlos Silva © Professor Doutor Humberto Rosa (HR) C: Quais são as principais diferenças que encontra entre a escola da atualidade e a do seu tempo? HR: A principal é capaz de ser esta: primeiro, a escola parece-me ter mais gente, parece-me estar muito maior em termos de capacidade de encaixe de população escolar e está, claramente, mais qualificada, esse ..., este auditório... [pausa]. A escola, dantes, tinha um ar mais pré-fabricado, ela era muito boa, não estou a dizer que não era uma escola com as suas soluções, mas fiquei com esta sensação da infraestrutura escolar em si estar melhor, e, depois, também falando de uma direção de escola, percebi uma escola que tem tantos alunos [pausa] é seguramente uma escola melhor organizada do que era no meu tempo. De resto, é basicamente a mesma coisa…

si alguém que foi, como eles, um estudante naquela mesma escola. Para os participantes da Comissão Europeia tem sido uma experiência muito valiosa, que lhes oferece um dia diferente e o gosto de representar a UE num ambiente escolar que lhes é familiar. Biografia Humberto Rosa nasceu em Lisboa em 1960 e frequentou o Liceu D. Pedro V entre 1973 e 1977. Exerce funções na Comissão Europeia, desde janeiro de 2011, como diretor na Direção-Geral B: Qual foi a sensação de regressar à escola onde já estudou? HR: Por acaso eu hoje fiz exatamente o que fazia, porque morava aqui perto, ali [aponta] na Av. Columbano Bordalo Pinheiro e vinha a pé com a mochila às costas e hoje não vim da Av. Columbano Bordalo Pinheiro, mas vim de metro com a minha mochila (risos) e tive a pura sensação de, quarenta anos mais tarde, no mesmo sítio, quando vi a escola à distância percebi «esta escola está diferente, está mais moderna», mas reconheci logo, e espero, ao fim, ter tempo para visitá-la um bocadinho, vários elementos que são muito marcantes. A pessoa lembra-se de certos pavilhões e de certos sítios onde esteve com amigos, portanto foi uma sensação muito marcante. E ainda me lembro de outra coisa. Eu depois da Biologia e da fotografia que vos mostrei fui professor universitário e há uma coisa que me faz falta no meu trabalho atual que é ter juventude à frente, é uma, injeção de juventude só por vocês estarem aí, isso também é agradável. P: Sente-se realizado com o seu traba-

para a Ação Climática, onde é responsável pelas tecnologias de baixo carbono e pela adaptação às alterações climáticas. Foi Secretário de Estado do Ambiente entre março de 2005 e junho de 2011. Nessas funções e durante a presidência portuguesa do Conselho da EU, atuou como negociador europeu durante a cimeira da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as alterações climáticas. Humberto Rosa é doutorado em biologia evolutiva pela Universidade de Lisboa, onde ensinou e investigou em assuntos de biologia animal, biodiversidade e bioética. Humberto Rosa [texto adaptado]

lho atual? HR: Sinto-me realizado com o meu percurso e trabalho. Claro, se me dissessem assim "o que é que é o ideal?" O ideal era o trabalho que estou a fazer mas em Lisboa, que é a minha Terra, mas não se pode ter tudo e acho que, nesse sentido, como vos digo, a minha motivação vem sobretudo da sensação de estar a trabalhar em algo que pode estar a contribuir para a sustentabilidade de podermos viver num planeta melhor. Quando olho para este percurso todo que segui, que não foi planeado, nunca pensei " quero ser não sei o quê" queria só fazer o que interessava e fazer o bem. Porém, acho que não foi um percurso que me tenha tratado mal. C: Obrigado


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PROFESSOR ALEXANDRE QUINTANILHA na E.S. CAMÕES

Entrevista realizada ao Professor Doutor Alexandre Quintanilha pelos alunos Joana Rocha (J), Rita Cunha (R), Afonso Fernandes (A) e Carolina Nicola (C) Professor Doutor Alexandre Quintanilha (AQ) J: Olá, boa tarde, professor, bem-vindo à Escola Secundária de Camões. AQ: Obrigado. J: Nós somos alunos do 11.º B da área de Ciências, temos alguma curiosidade em fazer-lhe esta entrevista. Vamos começar pela Carolina. C: Eu sei que agora tem alguns interesses pela política e gostava de saber quais vão ser as grandes mudanças, do ponto de vista mais pessoal, nomeadamente de hábitos de professor para político.

agora em agosto, na Universidade do Porto e no fim da aula eu disse que estava livre para ir ler os livros todos que ainda não tinha lido, ir jardinar, cozinhar, viajar, estar com os meus amigos. Tinha muito tempo para fazer muita coisa e, no dia a seguir, recebo um telefonema de um político que disse que tinha lido no jornal que eu agora estava muito livre e queria desafiar-me para eu ser cabeça de lista pelo Porto pelo Partido Socialista. E eu desatei a rir à gargalhada. Disse “você deve estar a brincar comigo! Nunca fiz política na vida, não tenho experiência nenhuma, vou ser uma espécie de brinquedo, toda a gente vai gozar comigo, vão-me pregar rasteiras políticas, essas coisas todas.” Mas ele insistiu e disse-me que a razão pela qual me estava a convidar, e eu acho que foi uma razão muito inteligente, era porque hoje em dia as pessoas estão cada vez com menos confiança nos políticos de carreira e, portanto, ele queria ter uma pessoa que não era político de carreira, que tivesse vindo de fora e que pudesse pensar fora da caixa. Achei que era uma explicação suficientemente inteligente. Depois de pensar durante dez dias aceitei o desafio. Qual é a grande diferença? Vou ter de passar algum tempo em Lisboa, três ou quatro dias por semana, e eu não conheço Lisboa, nunca vivi aqui. Até agora nunca gostei particularmente de Lisboa, mas acho que é porque não conheço. A gente quando não conhece não tem opiniões bem formadas e todos os meus amigos dos Estados Unidos e de fora adoram Lisboa. Portanto, esta é uma boa oportunidade para eu também a conhecer durante uns anos enquanto eu cá estiver. A grande mudança é que eu já não vou ler os livros todos que quero ler, eu tenho assim [gesto] uma pilha. Eu gosto de ler livros grandes que nunca mais acabam. Já tinha começado um livro do Thomas Mann que se chama José e os seus irmãos. São três volumes, cada um com mil e cem páginas. Já comecei mas estou a ver que não estou a avançar muito, com estas confusões todas, portanto isso é o que vai mudar mais. Não sei qual é a área que me vai interessar mais na política. Acho que uma das áreas que necessita de mais atenção é a justiça. Acho que temos um país em que a justiça não funciona bem, e, portanto, sabe-se lá… Toda a gente está à espera que eu me interesse pela educação e pela ciência, mas eu não sei se é isso que me vai interessar a mim. Agora quero é abrir [gesto: as palas dos olhos] e olhar para as outras coisas.

AQ: Isso é uma pergunta… Posso falar dois minutos ou duas horas. É assim, primeiro eu não estava nada à espera de ir para a política, nunca foi esse o meu objetivo. Não é que eu não tenha tido atividade política no passado. Eu cresci em Moçambique, fiz o liceu todo em Moçambique, fiz a universidade em Joanesburgo e lá participei em muitos movimentos contra o apartheid, o racismo. Apanhei da polícia e fui interrogado. Depois fui para os Estados Unidos onde vivi vinte e tal anos e aí participei nos movimentos todos contra a guerra do Vietname. Também apanhámos da polícia. Portanto eu tinha atividade política mas não era como político, era como cidadão que queria participar. R: Eu quando fui ler a sua biografia, Aqui foi totalmente inesperado. Dei a fiquei espantada com a quantidade de minha última aula quando fiz 70 anos, países onde viveu e onde trabalhou e

queria perguntar-lhe, em relação à ciência, qual é que acha que é a maior diferença em relação ao investimento, ou à falta de investimento, entre Portugal e esses outros países. AQ: Bem, não se esqueça que eu vivi durante vinte e poucos anos num sítio que se chama a Baía de S. Francisco, onde está Berkeley, onde está Stanford, onde está a comunidade de S. Francisco que tem uma concentração enorme de universidades de muito prestígio, de investigadores de muito prestígio. Berkeley tem 32 prémios Nobel. Há essa área em S. Francisco e outra ao pé de Boston onde está o MIT, a universidade de Boston, Harvard. Há estas duas ilhas no meio dos Estados Unidos que são exceções e eu estive lá a viver e criei um centro de estudos ambientais. Eu era diretor de um centro em que três dos investigadores tinham prémios Nobel. E eu não tinha muita lata para ser diretor. Quando cheguei ao Porto foi um grande choque científico e cultural que ainda não mudou muito - toda a gente é branca. Para mim o choque foi enorme! Eu vinha de uma área onde mais de metade das pessoas que vivem na área da baía de S. Francisco não têm origem na Europa, têm origem no oriente, em África. Vim de um sítio com imensa diversidade étnica, com ciência de grande nível e cheguei ao Porto e o choque foi enorme. Eu gosto muito de cozinha portuguesa e no Porto quase que não havia nada sem ser comida Portuguesa, que era boa, mas não havia outras coisas. Mas nestes vinte anos Portugal mudou completamente. O Professor Mariano Gago, que foi aluno aqui do vosso liceu, mudou Portugal. O Professor Mariano é reconhecido um pouco por todo o mundo por ter feito uma verdadeira revolução na área da ciência e da educação em Portugal. Portanto foi muito gratificante chegar a Portugal na altura em que estava tudo isso a acontecer. Agora nestes últimos três ou quatro anos, só vejo desastres a acontecer, mas acho que Portugal mudou de tal maneira que já não é possível voltar ao que era. Continuamos a investir muito pouco no conhecimento. Eu não gosto de falar em ciência, gosto de falar em conhecimento. Quando falamos de ciências achamos que é só física, química, matemática e biologia, e eu acho que as ciências sociais e humanas são tão importantes como qualquer outra. Gosto de falar em conhecimento e acho que aquilo que aconteceu foi uma alteração dramática. cont. pág. 7


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PROFESSOR ALEXANDRE QUINTANILHA na E.S. CAMÕES cont. Portugal tem jovens como vocês que estão agora a começar e outros que já começaram há uns anos que espero que continuem a acreditar que vale a pena apostar no conhecimento, porque agora há muita pressão para vocês estudarem, o que agora dá emprego, e acho isso uma asneira total porque os empregos que vão existir quando saírem da faculdade vão deixar de existir passados cinco anos. Portanto, é bom que vocês abram a vossa cabeça e não estudem para um emprego. Eu comecei a estudar engenharia civil, depois mudei para física e matemática, depois mudei para a área das ciências do ambiente, primeiro na África do Sul, depois nos Estados Unidos. Quando cheguei a Portugal, comecei a interessar-me por ciências da saúde e agora interesso-me por Sociologia. Já vivi em 3 continentes, tudo isso é possível, não é fácil! Quando eu saí de África para ir para os EUA o choque foi quase tão grande como o choque de vir dos EUA para viver em Portugal. Foi um choque enorme porque os meus amigos todos ficaram lá, porque tive de aprender a pensar de forma diferente. Mas vale a pena. A isso é que eu chamo inovação. A qualquer idade! Eu agora com 70 anos vou fazer política, já viram? A: Eu ia-lhe perguntar porque é que decidiu ir para a política, mas já respondeu à Carolina, portanto eu gostava de lhe fazer outra pergunta que era a seguinte: já que viveu em tantos países e já teve tantas experiências, existe alguma coisa ou várias coisas desses sítios que gostava que começassem a ensinar cá em Portugal ou uma parte da cultura desses países que gostava que começasse a ser integrada na nossa? AQ: Não é uma pergunta fácil de responder. Eu acho que os portugueses têm uma visão da América um bocadinho redutora e há outros que acham que tudo na América é um terror, é mau. Isso depende da filiação política que têm. Mas a América é como Portugal, tem coisas fabulosas e outras coisas muito más, tem pessoas maravilhosas. Dos tais trinta e dois prémios Nobel, um deles era o maior […] que eu já conheci na minha vida. Era um indivíduo egoísta, ditatorial, uma pessoa insuportável e eu conheci outros que eram pessoas maravilhosas, falavam com qualquer pessoa. Vou dar dois exemplos de uma coisa de que nunca mais esqueci. Primeiro, vocês ainda não pagam impostos, são os vossos pais que pagam, mas eu ao fim de estar lá uns anos juntei um bocadinho de dinheiro e comprei uma casinha pequenina com um jardim grande, porque eu adoro jardins, e o

primeiro ano que tive de pagar impostos locais. Ao chegar a folha dos impostos esta tem vinte e cinco alíneas que dizem em que é que os impostos vão ser usados. 2% é para os jardins públicos, 3% é para a biblioteca pública, 1,5% é para a iluminação das ruas e por aí fora. E, se ao fim de dois ou três anos, um grupo de cem pessoas em Berkeley acha que aquela percentagem deve ser mudada porque acha que a biblioteca deve receber mais dinheiro naquele ano, há uma petição. As pessoas assinam e depois aquilo vai a votação e depois a percentagem pode ser mudada. Quando recebes a folha de impostos sabes em quê é que o teu dinheiro está a ser usado. Isso em Portugal seria uma novidade espantosa e acho que isso devia ser importado para Portugal. Ou seja, quando pagas impostos sobre a tua casa sabes se é para o saneamento, se é para a eletricidade. Acho uma ideia fabulosa! A outra ideia que eu acho também muito interessante é os jovens começarem desde muito cedo a terem uma noção mais forte do dinheiro. Os pais, a partir de uma idade muito muito jovem, quando um filho quer comprar uma bicicleta, ou um rádio, o pai diz “eu só pago metade, a outra metade tens tu de ganhar”. E como é que ganham? Por exemplo, nos bairros onde eu vivia, os jovens oferecem-se para lavar o carro do vizinha por $3, comprar os jornais e trazer à senhora velhinha que dá 2 ou $3 por teres ido buscar o jornal ou fazes uns bolinhos e vais vender à porta de casa por 2 ou $3 meia dúzia desses bolinhos. Os jovens começam a aprender que o dinheiro não vem só do bolso do pai e da mãe. Uma parte vem e outra parte as pessoas têm de ganhar esse dinheiro. Isso em Portugal é raríssimo! Aliás, acham que é trabalho infantil, acham que é usar as crianças, e eu acho isso uma ideia muito positiva. As pessoas podem fazer o que quiserem, podem fazer um jornal da comunidade, começam um jornal e vão às casas ver quem é que quer comprar o jornal, e vendemno. É muito virado para coisas muito práticas e funcionais e foram coisas de que gostei muito. São só dois exemplos. J: O que é que prefere, ensinar ou aprender? AQ: Ahhhh… (risos) Não sei responder a essa pergunta. Eu acho que as duas coisas, porque acho que não é possível ensinar sem aprender muito. Eu acho que quando queria aprender uma nova matéria, oferecia-me para dar essa cadeira… A cadeira que eu mais gostei de dar em toda a minha vida foi uma cadeia de Fisiologia, que é como o corpo funciona, para alunos não cien-

tistas na Universidade de Berkeley. Portanto tínhamos alunos de literatura, de direito, de arquitetura… era uma turma enorme tinha cerca de 1200 alunos e a cadeira estava dividida em três partes. A primeira parte era o sistema digestivo, o sistema respiratório, circulatório, como é que funciona o coração, como é que funcionam os rins… A segunda parte era como funciona o cérebro e a terceira parte era o sexo… como é que funciona o sexo. Tinha imensos alunos e as perguntas mais difíceis que alguém alguma vez me fez, foram nessa turma… Eu vou-vos dar um exemplo. Eu dei uma aula em que explicava qual era a vantagem da reprodução sexuada, entre misturas dos cromossomas do pai e da mãe, portanto a possibilidade de evolução, as coisas melhores ficam e as piores são eliminadas. Eu estive a explicar aos jovens porque é que reprodução sexuada é mais interessante do ponto de vista evolutivo do que aquela que é assexuada, em que as bactérias se dividem ao meio e são sempre as mesmas. Portanto há mais evolução no sentido Darwiniano. cont. pág. 8


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PROFESSOR ALEXANDRE QUINTANILHA na E.S. CAMÕES cont. E no fim da aula uma jovem, que estava a estudar literatura francesa, com dois puxos enormes de cabelos, com laços cor-de-rosa, veio ter comigo e disse-me assim: “Oh professor, eu fiquei fascinada!” E eu respondi: “Mas fascinada porquê?” E ela disse: “Eu nunca tinha pensado nisso… Nunca tinha pensado que a reprodução sexuada tem vantagens em termos evolutivos.” Eu disse: “Olhe, ainda bem, ficou a saber!” E ela depois olha para mim e diz-me assim: “ Mas oh professor, se é assim tão vantajoso, se há tantas vantagens, porque é que só há dois sexos? Porque é que não há mais?” E eu fiquei a olhar para a miúda e disse: “Eu nunca pensei nisso… Nunca ninguém fez essa pergunta na minha vida, não sei responder e não faço a mais pequena ideia. Mas vamos para a biblioteca!” E depois eu descobri que em fungos, por exemplo, há mais de dois sexos. Há certos reinos de microrganis-

mos em que há 10, 12, 15, 16 sexos diferentes. Sexos no sentido em que só se emparelham dois a dois e o mesmo fungo tem certas células que emparelham com estas e outras que não. E eu não sabia! A pergunta da miúda, que não sabia coisa nenhuma de Fisiologia, foi uma pergunta fabulosa. E as melhores perguntas, às vezes, vêm de pessoas que estão fora da caixa, não é? Quer dizer, nunca pensaram no assunto e de repente vem assim uma coisa, "Porque é que é assim?" Portanto eu acho que para tu aprenderes qualquer coisa, a melhor forma de a aprender é ensiná-la. Portanto a resposta é assim… Queres aprender qualquer coisa, arranja forma de ensinar o que queres aprender e vais aprender muito depressa. J: Obrigada, Professor. AQ: Com todo o gosto!

LUA [Os alunos do 4.ºA dedicaram textos à A lua tem forma de uma esfera E gira à volta da Terra, Lua.] Branca é a sua cor E não tem nenhuma flor. A minha querida Lua Que mora lá no céu Numa noite escura Um dia há de descer Podemo-la ver bem, Para a conhecer. Graças ao luar Que tem. Esse queijo espacial Que nos ilumina À lua gostava de ir Traz-me felicidade Com isso sempre sonhei E muita alegria. Já vi muitos astronautas ir Gostava de ir também. Para os astrónomos Vladyslav, 4.º A, EB1/JI António Nobre É um satélite natural Mas para mim Há uma coisa no céu Não é nada banal. Não sei o que é Será seu ou será meu? Ao passar as constelações É a lua pois é! Ficas linda e brilhante Vives ao lado dos planetas ET e mutantes. João Valério, 4.ºA, EB1/JI António Nobre O céu então faz-se noite Bem escura a valer

Como um carvão todo preto, Mas com estrelinhas a arder.

UMA MISSÃO ESPACIAL À LUA Era uma vez, um astronauta que se preparava para mais uma viagem à lua. Chamava-se Pedro. Era um dos melhores astronautas do mundo. Viveu nos EUA, onde tirou o seu curso de astronauta. Era português, porque os seus pais e toda a sua família eram portugueses, mas sempre viveu nos EUA. Gostava muito de Portugal e, por isso, levava sempre uma bandeira do nosso país quando partia para as suas missões. Num certo dia, o astronauta Pedro partiu com a sua equipa para uma missão espacial em direção à lua. Com a sua nave já muito alta, e depois de ter saído do planeta Terra, começou a ver o espaço e disse:

ram a todas as pessoas que a poluição estava a destruir o mundo e, por isso, era muito importante cuidar bem da natureza. Ao escrever esta história do astronauta Pedro, aprendi que devemos preservar o nosso planeta.

- O espaço é mesmo bonito, todas as pessoas deviam vê-lo! - Concordo contigo! - exclamou o seu companheiro. Então, lá foram eles mais acima ver o espaço. De repente, começaram a ouvir um barulho muito estranho. Os dois foram ver o que tinha acontecido, mas não tinha sido nada de especial. Era apenas uma cadeira que se tinha partido um bocadinho, porque a nave estava a andar muito depressa. Quando eles chegaram à lua, observaram o sistema solar e acharam que aquilo tudo era muito bonito. No entanto, também viram que a poluição estava a estragar o mundo. Mais tarde, quando os astronautas chegaram a terra, disse-

A lua quando fica cheia Parece bem gordinha, No céu é onde brilha mais E também fica lindinha. Quando a lua fica nova Parece igual à cheia, Brilha tanto como sol Que parece a areia. E ficando um quarto minguante Fica muito pequenina E vai passando o tempo, Logo fica crescidinha. Quando chega a noite Vejo a lua a brilhar Da janela do meu quarto, E sonho com o luar. Laura Patrício, 4.º A, EB1/JI António Nobre

Leonor Freire, 4.ºA, EB1/JI António Nobre


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QUEM SOU EU? [Os alunos do 3.º A observaram autorre- ça, ao sábado. Ela e as suas colegas tratos de Seurat e de Picasso. Depois, dançam muito bem. Marta Carvalho, 3.º A, EB1/JI António fizeram os seus e escreveram pequenos Nobre textos sobre si próprios.] Eu chamo-me Diogo e tenho oito anos. Eu chamo-me Marta e tenho um irmão Gostava de ter um irmão mas não tenho, sou filho único. chamado Pedro. Tenho sete anos e faço oito anos no dia A minha cor preferida é o verde porque é a cor da natureza, da erva ,… 31 de outubro. O meu assunto preferido é futebol porAs minhas cores favoritas são verde que vou muitas vezes ver os jogos e poresmeralda e azul bebé. Eu gosto de falar sobre as brincadeiras que também ando em treinos de futebol. que vivi com os meus amigos. A minha comida favorita são lasanha e A minha comida favorita é picanha, pizza, hambúrguer e salmão e as minhas algodão doce. Eu e o meu irmão ouvimos histórias da sopas favoritas são canja de galinha e sopa de cebola. minha mãe, são tão engraçadas! Também gosto de ler livros dos autores O meu vídeo preferido é da Ovelha Choné, ou então do Peter Pan. Os meus Luísa Ducla Soares e Nuno Higino. desenhos animados favoritos são o Em Alcoentre, tenho dois cães. Um amigo da minha família tem uma Jonattan Test e o Lego Nijago. O meu jogo de vídeo favorito é o Pes 2014 e quinta com galos, galinhas e porcos. Nas férias, vou a Casal do Marco, perto gostava de ter os Pes 2015, Pes 2016 e o do Seixal. É lá longe. Passo a ponte 25 Fifa 15 e 16. Adoro ver televisão, ir para a piscina, de abril. A Madalena é a minha melhor amiga, já andar de avião… e gostava de fazer foi a minha casa dormir. Eu também já outras coisas que nunca fiz. fui a casa dela e vi a sua aula de dan-

Diogo Fernandes 3.º A, EB1/JI António Nobre

Eu sou o Tiago, tenho oito anos e tenho um irmão que se chama Daniel. As minhas cores preferidas são cor de laranja, azul, verde, roxo, encarnado, amarelo, cor-de-rosa, esmeralda e preto Os meus assuntos favoritos são ver televisão, ajudar o pai e conversar de coisas sobre a escola e de como correu a escola A comida que eu mais gosto é bacalhau à Brás. Sou um guloso, adoro pasteis de bacalhau, croquetes e doçarias. Gostava de ter olhos verdes, mas tenho olhos castanhos. O meu irmão tem olhos verdes claros, gostava de ter os olhos da cor que ele tem. Tenho cabelo castanho escuro. Nas aulas sou um pouco distraído e também um bocado atento. Eu odeio correr, mas às vezes corro. Gosto de ir à piscina no verão. Eu adoro fazer festinhas a cães fofinhos. Adoro miminhos e fico alegre. Adoro ir ao computador porque eu tenho um computador e posso pesquisar lá o que eu quiser. Quando crescer quero ser muito alto. Tiago Alçada, 3.º A, EB1/JI António Nobre

ESTUDAR NOS EUA Secundária D. Pedro V teve o privilégio de receber no Auditório Chaves Santos, por parte da Comissão Fulbright o professor Ricardo Sequeira e a professora Karla Weilbrenner McCollum que deram a conhecer A verdadeira cábula sobre como estudar nos Estados Unidos da América. A conferência foi iniciada pelo Diretor do Agrupamento, Amílcar Santos, que introduziu o tema a tratar. Após esta breve introdução, o professor Ricardo Sequeira deu a conhecer aos alunos as vantagens de estudar nos Estados Unidos da América, entre as quais destacou a variedade de universidades acreditadas, a experiência internacional e a flexibilidade curricular. Posteriormente, focou a forma de acesso ao ensino superior, sinalizando as etapas primordiais, assim como as possíveis opções de curso. Seguidamente, a professora Karla Weilbrenner McCollum falou sobre No dia 29 de outubro de 2015, a Escola a North Central Missouri College, que

oferece aos estudantes portugueses condições favoráveis para o seu ingresso. Aprofundou ainda o bachelor’s degree. Este beneficia os estudantes internacionais, uma vez que é mais económico e dispõe de instrutores que dão apoio privado, promovendo um maior sucesso. A conferência terminou com as diversas questões colocadas por parte dos alunos. Venha ter uma experiência genuinamente americana. Informe-se na Futurália, dia 19 de março das 15h às 18h. Filipa Mendes, 11.º3 , n.º8 e Leonor B. Água, 11.º3, n.º17, ES D. Pedro V


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LISBOA GAMES WEEK enquanto contributo para a sua inclusão social e como fator de crescimento intelectual. Assim, os professores do Grupo de Informática da Escola Secundária D. Pedro V visitaram, no dia 5 de novembro, acompanhados pelos alunos do 10.º, 11.º e 12.º anos dos Curso Profissional Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e do Curso Profissional de Informática de Gestão, a Lisboa Games Week, que decorreu na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa. O mundo da indústria dos videojogos vale mais do que a do cinema e o da música juntas e, só em Portugal, já existem quase cem empresas nesta área, É já quase uma tradição: a Escola que procuram cada vez mais jovens Secundária D. Pedro V realiza todos os para desenvolverem trabalho informátianos um evento denominado Lan co nesta área, conforme notícia publiParty. Os professores de Informática, cada no Jornal de Negócios. Alexandre Rodrigues e Carla Carvalho, Os professores têm um papel fulcral no pioneiros nesta atividade, pensam desenvolvimento educativo e pessoal que, nos tempos que correm, os dos alunos, bem como o interesse que Videojogos têm uma função determi- têm no acompanhamento destes aos nante na educação e formação dos meios virtuais. jovens, que deve ser potenciada O Lisboa Games Week concentra a

oferta formativa nacional na área dos Videojogos, através de uma montra dinâmica e demonstrativa das opções vocacionais e da especialização. A Visita de Estudo à Lisboa Games Week ofereceu a oportunidade de jogar e experimentar os títulos e dispositivos que constituem as novidades do mercado, participar em novas experiências lúdicas e partilhá-las com os professores acompanhantes, adquirir conhecimento específico sobre a criação e produção de Videojogos (campo abrangente e multidisciplinar), conteúdos e participações de especialistas nacionais e internacionais, num ambiente muito divertido e descontraído. Esta visita permitiu um convívio entre professores e alunos num outro ambiente aproximando e aumentando o elo que os une. Foram efetuados os primeiros contactos para a atividade Lan Party, que irá decorrer na Escola Secundária D. Pedro V e que será anunciada. Alexandre Rodrigues e Carla Carvalho, docentes de Informática da ESDPV


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APADRINHAMENTO Vimos explicar como é que funciona o apadrinhamento, na escola 110 António Nobre. Os mais novos recebem os mais velhos como guia escolar. Depois do batismo, passamos uma semana a acompanhar os nossos afilhados. Fazemos jogos, brincadeiras e outras diversões, tais como correr, saltar e trabalhar. O objetivo deste evento é fazer com que os mais novos se sintam integrados como se já cá andassem há imenso tempo. Os laços que os mais novos mantêm

com os mais velhos são feitos através do apadrinhamento; é uma coisa que as crianças aguardam a partir do momento que pisam esta escola. Muitas vezes, quando são eles os padrinhos, ficam arrependidos de não terem dado valor a quem realmente os amava. Nesta escola, todos os anos o apadrinhamento é diferente. A única coisa em comum é a paixão entre os dois: padrinho e afilhado. Marta Cerqueira, Leonor Duran e Leonor Cid (9 anos), 4.º C, EB1/JI António Nobre

VISITA À BIBLIOTECA ram, ah não!), houve que arrumar o espaço, montar as estantes, embelezar a sala para que os meninos se sentissem lá muito bem. Por outro lado, ter mais esta biblioteca na Rede, deu-nos direito a mais uma professora bibliotecária, e a professora Lourdes Martins abraçou este projeto com grande entusiasmo. E, ao longo do ano, foi ouvindo a pergunta: “Então quando é que nos mostras a tua biblioteca?” Pois bem, foi agora. As professoras bibliotecárias do Agrupamento juntaram-se e prepararam uma sessão de convívio para dar a conhecer a nova Biblioteca aos professores do agrupamento que a quisessem ir ver. E à escolinha que a acolhe e aos meninos que a frequentam. Não houve “talhadas de melão, damascos e pão-de-ló molhado em malvasias”, mas houve crianças

orgulhosas da sua biblioteca, houve filme, houve poesia, houve cantoria…e houve lanche. Houve um bom convívio! Tão bom que até pensamos em repetir a receita e dar uma volta por todas as bibliotecas do Agrupamento de Sta. Maria dos Olivais. A nós parece-nos uma excelente ideia!

médicas do Centro de Saúde de Camarate, Dr.ª Gema Ponce e Dr.ª Joana Castelhano, no sentido de as ajudarmos a construir uma biblioteca infantil, com livros usados, para dar resposta a uma preocupação: o baixo nível de literacia da leitura numa comunidade onde, por vezes, não há livros em casa e onde muitas crianças não falam português. Sob o lema Ler mais dá saúde, estão a desenvolver um projeto que envolve uma rede de voluntários e a construção de uma biblioteca infantil na sala de espera do Centro de Saúde. Segundo informação das médicas, há estudos que mostram que a exposição mais precoce a livros (a partir dos 6 meses de idade) melhora o desenvolvimento cognitivo e mais tarde o sucesso escolar, aspetos pouco visíveis naquela comunidade. Com a ajuda de voluntários irão criar a hora do conto para as crianças que se encontram na sala de espera. Os próprios médicos irão promover junto dos A BE/CRE foi contactada por duas pais a leitura, recomendando-a a partir

dos 6 meses. Sempre que se verifique que não há condições para aquisição de livros, os médicos utilizarão a biblioteca da sala de espera e farão empréstimos domiciliários. O pedido feito incluía a doação de livros infanto-juvenis e a criação de um grupo de voluntários para implementar a hora do conto. Dada a distância entre a nossa escola e o centro de saúde não pudemos atender ao segundo pedido. Assim, realizou-se na escola, de 9 a 21 de novembro, uma recolha de livros que foi um sucesso. Alunos, professores, pais e funcionários todos se juntaram para encher as estantes da biblioteca infanto-juvenil do centro de saúde de Camarate. A nossa comunidade escolar tem-se revelado sensível a várias campanhas de solidariedade levadas a cabo por vários grupos da escola. Estamos a educar para a cidadania, para o respeito pelos outros, para a criação de uma sociedade inclusiva. Bem-haja a todos que colaboraram!

Esta semana, no dia 18, tivemos uma atividade na Biblioteca Escolar da Manuel Teixeira Gomes. Porquê lá? Bem, a BE desta escola básica foi a última a ser integrada na Rede de Bibliotecas Escolares. Isto aconteceu durante o ano letivo de 2013/14, houve algumas obras fundamentais (que as mais importantes ainda não acontece-

Lourdes Martins, Lurdes Castanheira e Lurdes Grácio, PB do AESMO

LER MAIS DÁ SAÚDE

Teresa Saborida, PB da ES Camões


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SEMANA DA CULTURA CIENTÍFICA

Encontrei uma preta que estava a chorar, pedi-lhe uma lágrima para a analisar. … Nem sinais de negro, nem vestígios de ódio. Água (quase tudo) e cloreto de sódio.

António Gedeão, in Máquina de fogo

O Dia Nacional da Cultura Científica, 24 de novembro, homenageia a figura de Rómulo Vasco da Gama de Carvalho que nasceu em Lisboa neste dia, em 1906, vindo a falecer no dia 19 de fevereiro de 1997. A data do seu nascimento foi adotada em Portugal, em 1996,

como o Dia Nacional da Cultura Científica. Foi professor de Ciências FísicoQuímicas do ensino secundário no Liceu Pedro Nunes e Liceu Camões em Lisboa. Pedagogo, investigador de história da ciência em Portugal, divulgador da ciência e poeta sob o pseudónimo de António Gedeão. A musicalização de alguns dos seus poemas, como Pedra Filosofal ou Lágrima de preta, contribuiu para popularizar a sua obra poética, junto do grande público na década de setenta do século XX. Em Lágrima de preta surge, além das características enunciadas por Sena, uma desmontagem de argumentos

racistas e colonialistas. A beleza da sua poesia deve-se, em grande parte, à capacidade da interpretação da física, da química e da biologia do mundo. Com o objetivo de despertar o gosto pela ciência, estimular o espírito científico, relembrar conteúdos programáticos já lecionados e relacionar a ciência com a literatura através da figura de Rómulo de Carvalho, realizou-se a Semana da Cultura Científica na Escola EB 2,3 dos Olivais. Atividades diversas desenvolvidas ao longo da semana enriqueceram os alunos em situações de aprendizagem que não se confinaram ao espaço da sala de aula. Lurdes Grácio, PB da EB 2,3 dos Olivais, Biblioteca Isabel Alçada


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TODAS AS PESSOAS TÊM VALORES! Todas as pessoas têm valores! Os valores determinam a forma como cada um se comporta e interage com outras pessoas e com o meio ambiente. Podemos dizer que os valores humanos são valores morais, que afetam a forma de agir das pessoas, isto é, a sua conduta. Estes valores morais englobam outros valores, os sociais e éticos, constituindo um conjunto de regras estabelecidas, para que possamos conviver saudavelmente dentro de uma comunidade. Um dos valores que eu mais prezo é a sinceridade. As pessoas devem ser, acima de tudo, sinceras umas com as outras, mesmo que tenham errado. Muito perto da sinceridade habita a confiança e esta é a base da sinceridade e da amizade. Se uma pessoa não for sincera, ninguém vai ter

confiança nela e a amizade não poderá florescer. A amizade é uma flor delicada! Se não tivermos amigos, teremos sempre uma vida menos acompanhada. São os amigos que nos ouvem, que nos ajudam quando precisamos, são os amigos que nos acompanham, que nos amam, que nos dão uma palavra de conforto e que também nos chamam à atenção para situações menos corretas. A amizade é um bem recíproco, é uma estrada de dois sentidos, é um fluxo de dar e receber. Alicerçada na humildade, tornam-nos grandes pessoas. É preciso ser humilde para reconhecermos os nossos erros e sinceros para os avaliarmos e humildes para os aceitarmos. Agarrado a tudo isto como lapa, vem o respeito, tão necessário à vivência em comum.

O respeito é um dos valores mais importantes do ser humano e tem grande importância na interação social. O respeito impede que uma pessoa tenha atitudes reprováveis em relação a outra. O respeito mútuo representa uma das formas mais básicas e essenciais para uma convivência saudável, aliado às amigas generosidade e gentileza. Devemos ser gentis e generosos, partilhar as nossas coisas ou mesmo dar aquelas que não precisamos, quando alguém necessita mais do que nós. Se não formos generosos, como queremos que os outros o sejam connosco? Se cada um mudar o seu pequeno espaço, talvez consigamos transformar, para melhor, o que nos rodeia.

E ia morar para a estrela

Por Alfama a passear Eu esperei, tu não vieste Ficou velho e desbotado O vestido por estrear

Mafalda, 6.º E, da EB 2,3 dos Olivais

A POESIA DO FADO Gosto muito de poesia. A poesia tem música, tem som agarrado às palavras, e uma das coisas que eu gosto de fazer é dizer poesia. Dá-me imenso prazer emprestar a minha voz às palavras dos poetas e interpretá-los do meu jeito. Aventuro-me por esse caminho já há uns anos, e, quando o Fado foi elevado a Património Imaterial da Humanidade, resolvi mergulhar nas letras do fado para também delas fazer a minha divulgação. Encontrei as mais variadas surpresas. Ao longo dos anos (que não são assim tantos, porque o Fado só tem cerca de 200 anos), as letras têm-se adaptado à realidade da vida, às vezes com muito humor e com alguma ironia também. Tradicionalmente, ligamos ao fado a ideia dos amores magoados sofridos, a imagem de mulheres destroçadas ou ansiosas e sofredoras. Pois bem, gostava que prestassem atenção à boa disposição com que o nosso Álvaro de Campos fala desses amores pouco equilibrados vividos como se fossem hoje. Este fado podem ouvi-lo cantado pelo fadista Camané: MARGARIDA Ai Margarida Se eu te desse a minha vida Que farias tu com ela? Tirava os brincos do prego Casava com um homem cego

Mas, Margarida Se eu te desse a minha vida Que diria a tua mãe? Ela conhece-me a fundo Que há muito parvo no mundo E que eras parvo também E, Margarida Se eu te desse a minha vida No sentido de morrer Eu iria ao teu enterro Mas achava que era um erro Querer amar sem viver Mas, Margarida Se este dar-te a minha vida Não fosse senão poesia Então filho, nada feito Fica tudo sem efeito Nesta casa não se fia Os tempos mudaram, mesmo. No fado, há muitas histórias de amores infelizes. Mas, este fado de Maria do Rosário Pedreira, cantado pela fadista Aldina Duarte, faz-me lembrar a história do Pedro e o Lobo ou, dizendo de outra maneira, apresento-vos uma história de amor infeliz que acaba bem; Gato escaldado Mais de uma vez prometeste Levar-me de braço dado

Vezes sem conta juraste Dançar comigo no baile Às portas da Mouraria, Eu fui, mas nunca chegaste Sabem as pontas do xaile Como chorei nesse dia Vezes sem fim sugeriste Ouvirmos fados juntinhos Num beco do Bairro Alto, De todas elas mentiste E eu gastei por maus caminhos Os meus sapatos de salto Hoje vens para me propor Casarmos na Madragoa Como eu sempre te pedi, Não pode ser, meu amor Já sabe meia Lisboa Que eu não acredito em ti. Isto é só um cheirinho dos tesouros e aspetos curiosos que podemos encontrar quando partimos à descoberta nos caminhos da poesia. E do fado. Recostem-se no sofá, oiçam e deixem que a poesia vos tome conta dos sentidos. Lurdes Castanheira, PB da ES António Damásio


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DOS LIVROS E DOS EFEITOS DA LEITURA Houve um tempo, não tão longínquo como possas pensar, em que muito poucas pessoas sabiam ler. Não importava assim tanto, até porque os livros eram uma coisa muito rara, copiados à mão por monges que viviam em mosteiros remotos para se poderem concentrar na sua grandiosa tarefa. Esses livros estavam escritos em latim e, por isso, eram sobretudo os membros do clero que os conseguiam perceber. Usavam esse conhecimento para divulgar os textos, na sua grande maioria religiosos, entre as populações, que os tinham, por isso, em grande consideração. Algumas pessoas aproveitavam-se disso e faziam com que quem não sabia ler pensasse como eles queriam. Tinha havido uma época, anterior ainda a esta dos monges copistas, em que muito mais pessoas sabiam ler e escrever, em latim. Foi durante o período a que chamamos Antiguidade Clássica, em que existiam escolas e bibliotecas públicas em muitas cidades e em que coisas como o teatro, a música e a literatura eram extremamente valorizadas. Nesta altura viveram pessoas de que ainda ouvimos falar hoje, só porque pensaram e escreveram coisas que ficaram registadas, até chegarem a nós. Não é fascinante? Pessoas que viveram há milénios, mas cujas ideias ainda são discutidas hoje. Sófocles, Platão, Homero, Eurípedes - os seus rostos ficaram para a História como um busto de mármore branco cujas feições nos são quase desconhecidas -, mas, ainda assim, o seu pensamento não foi esquecido. Mais tarde, no século XV, um senhor chamado Gutenberg descobriu uma maneira de fazer livros, muito mais prática do que a dos monges copistas. É assim que surge a imprensa e, com ela, a divulgação de ideias nunca mais foi a mesma. Agora, os livros faziam-se mais rapidamente, e em maior quantidade, por isso, os custos de produção eram menores. Isto significou que um maior número de pessoas os podia comprar e aprender com eles. As pessoas, que já podiam ler muitos livros diferentes sem ninguém que os interpretasse em seu lugar, começaram a pensar mais por si mesmas. Foi um livro, de um autor protestante, que fez com que Henrique VIII de Inglaterra encontrasse uma justificação para anular o seu casamento e casar-se com Ana Bolena, tornando-se ele próprio o chefe da Igreja de Inglaterra – cargo que o monarca desse país ainda ocupa atualmente. Foi um livro que difundiu as teorias evolucionistas, muito contestadas na época em que Darwin escreveu sobre elas, mas que agora sabemos estarem corretas. Foi um livro que

influenciou muita gente a apoiar um dos maiores e mais cruéis ditadores de todos os tempos. Se alguém te disser que palavras e ideias não podem mudar o mundo, lembra-te de todas as pessoas que já tiveram medo disso mesmo e mandaram queimar os livros em que eram expressas ideias que não lhes agradavam. “Mas um dia vais ter idade para voltar a ler contos de fadas. Então poderás ir buscá-lo a alguma prateleira, limpar-lhe o pó, e dizer-me o que pensas sobre ele.” Quando C.S. Lewis escreveu estas palavras à sua afilhada, em 1949, não podia antecipar o êxito que o seu novo livro, (que menciona nesta dedicatória) a ser publicado no ano seguinte, teria. Aliás, a receção a O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa não se previa favorável, numa época em que as histórias de crianças eram habitualmente realistas e em que os contos de fadas eram vistos como indulgentes, talvez até suscetíveis de prejudicar os mais novos no seu relacionamento com a realidade. Mas, tão pouco tempo após o fim da Segunda Guerra Mundial, a realidade das crianças era ainda povoada por cidades em ruínas e familiares que só puderam conhecer através de cartas e velhas fotografias e o deslumbrante e intemporal mundo de criaturas fantásticas que encontraram dentro do guardaroupa fez um sucesso daquele livro que rapidamente se tornaria num clássico da literatura. O autor, na dedicatória, reflete sobre como Lucy, a sua afilhada, já não tem a idade que tinha quando ele começou a imaginar aquela história, e que talvez já não goste dela quando a ler. Manifesta a esperança de que um dia ela volte a gostar, como nos acontece a todos mais tarde ou mais cedo. Imagino-a velhinha, a segurar o velho livro com um sorriso brando, sem nunca ter deixado de ter idade para contos de fadas. Sempre gostei desta ideia de que um dia voltamos a ter idade para ler contos de fadas. Um dia somos pequenos e, depois de uma tarde de correrias por bosques onde há animais que falam e princesas perdidas e criadas com um talento enorme para a cozinha, deixamo-nos embalar pela flauta de um fauno, e um gato de chapéu e de botas diz-nos que já são horas de dormir, mas nós não queremos, porque há uma ervilha debaixo do colchão e porque nem faz sentido dormir, se não nos picámos em fuso nenhum. Enquanto isso, os dias foram passando, e nós sem querer dormir: tão ocupados a viver, às vezes até a esquecer-nos dos animais que falam e das princesas que teimam em não encontrar o caminho para o palácio (as criadas, essas, põem sal a mais em

tudo, e nós ali, já sem nos lembrarmos que o sal é importante e que os nossos pais são tão importantes como o sal e convenhamos que também já não vão para novos). Crescemos. E as histórias crescem connosco, mesmo que nem sempre reparemos nisso. Por isso é que quando as voltamos a ler, enternecidos e poeirentos, nada mudou – só nós. E porque mudámos, as histórias, que são as mesmas, são também outras. A experiência molda o nosso entendimento das situações, das pessoas, dos lugares. O mesmo com acontece com os livros – aquilo que apreendemos de uma história muda com o tempo e connosco. Às vezes pode ser difícil compreender os motivos e as ações de uma determinada personagem, se nunca tivermos sentido o que ela sentiu, vivido o que ela viveu. É por isso que ao reler um livro, muitos anos depois (ou, se tivermos gostado mesmo dele, na semana seguinte) podemos sentir coisas tão distintas das que sentimos da primeira vez que o lemos. Ou então, reparamos em detalhes que não tinham parecido importantes anteriormente, por não conhecermos o desfecho da história. De qualquer maneira, se um livro nos proporciona bons momentos, porque não lê-lo uma e outra vez? Não até ao ponto de o decorarmos, como no Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, mas até ele fazer um bocadinho mais parte de quem somos. Nas palavras de Oscar Wilde, “Se alguém não tiver prazer em ler um livro várias e várias vezes, não há motivos para lê-lo, afinal.” E, quando as pessoas decidem que gostam muito de um livro, já se sabe o que acontece. Falam dele às pessoas de quem mais gostam e até às pessoas de quem não gostam assim tanto. Fazem-se novas edições, que são postas num lugar de destaque das montras das livrarias. As pessoas que não o conhecem ficam curiosas e, mesmo estando cheias de pressa, entram na loja (às vezes são arrastadas por uma mãozinha insistente, outras vezes pelos próprios pés, que, teimosos, se esquecem de continuar a descer a rua). É também C.S. Lewis que nos diz que “uma história de crianças que só possa ser apreciada por crianças não é, de todo, uma boa história”. E. H. Gombrich foi um dos mais célebres historiadores de arte do século XX, e, quando tinha apenas 26 anos, escreveu Uma Pequena História do Mundo, um livro em que procurou explicar, da forma mais verdadeira que soube, os acontecimentos que tinham dado origem ao mundo que ele conhecia tal como era. cont. pág. 11


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DOS LIVROS E DOS EFEITOS DA LEITURA Ele escreve o livro para ser lido por e para crianças – mas hoje, dez anos depois de o ter lido pela primeira vez, ainda é nele que encontro muito do meu fascínio pelo mundo e pela espécie humana, assim como muitos dos motivos que me levam a querer estudar História. Gombrich escreve de forma não só apaixonada como apaixonante, deixa-se entusiasmar por aquilo que está a contar; e essa vontade de saber e de partilhar com os outros as coisas incríveis que sabe chega até nós intacta, sejamos crianças ou não. No prefácio de uma das edições do livro, o autor promete: “Gostaria que os meus leitores pudessem relaxar e acompanhar a História sem ter que tirar notas de nomes e datas. Na verdade, prometo que não lhes farei nenhum teste sobre aquilo que lerem” – e foram estas palavras que tiveram um efeito imenso na minha perceção do que é querer aprender. Mais do que estudar, mais do que fazer trabalhos e investigações com medo de falhar num exame, aprender – e gostar de aprender – é não ter o medo como motivação. É ser independente e ir atrás daquilo que nos faz ficar arrepiados de deslumbramento.

cont.

livro do que a qualquer outra coisa”. Os anos ficam abrigados entre as páginas de livros que lemos há muito tempo atrás, e em cada lombada podemos reconhecer cheiros, sons e emoções de momentos que julgávamos até ter esquecido. No livro de fábulas, ouvimos a voz da avó que se esquece do tricô para “só mais uma história e depois apagamos a luz”. Nas últimas páginas de Tolkien, está o autocarro que não esperou que acabássemos o capítulo e pronto, mais dez minutos à espera do próximo e um bilhete guardado no início do capítulo para marcar a página. Por entre as musselinas de algum baile de Jane Austen, encontramos a geografia abandonada no quadro da sala de aula, e sentimos o sabor do gelado que comíamos enquanto escutávamos atentamente o que diziam Holmes e Watson. Para os mais desmazelados, como eu, às vezes são grãos de areia e nódoas de café com leite que denunciam os dias de praia e os dias de sofá passados na companhia daquele ou de outro livro qualquer.

por esta rapariga forte e curiosa. Este livro conta a história de uma rapariga ainda muito pequena, cuja família só se interessa pelos programas que passam na televisão, e não a respeita nem trata bem. Matilda é sossegada, sensata e muito inteligente. Encontra refúgio nos livros em que passa horas embrenhada e que a “transportavam para novos mundos e apresentavam-na a pessoas incríveis. (…) Foi a África com Ernest Hemingway e à Índia com Rudyard Kipling.” Ali, na sua pequena casa numa vila inglesa, Matilda conhece outras realidades e outras vidas.

radora, muito inteligente mas que não conhece limites. À primeira vista, esta história aparenta ser vulgar e extremamente cliché. No entanto, quando cheguei a meio do livro, rapidamente constatei o contrário. Deparei-me com uma história com conteúdo, bem escrita e que abordava assuntos que, para jovens adolescentes como eu, são de extrema importância. Como por exemplo, a importância de nos descobrirmos a nós mesmos, a perda de amigos através do suicídio, problemas existenciais, entre muitos outros. A forma de escrever do autor deste livro é bastante apelativa, pois embora seja educativa em termos de palavras com-

plexas é uma escrita fluida, fácil de ler e como que musical. Há duas partes em que a história se desenvolve rapidamente e de uma forma chocante, sendo uma delas o meio e a outra o fim. Algo que achei muito interessante foi o facto de haver uma contagem decrescente até ao meio do livro, sendo que, no início e até chegarmos a meio, não sabemos para que serve. Em conclusão, recomendo este livro a todos os queridos leitores que se deram ao trabalho de ler esta crítica, não se arrependerão!

Os livros oferecem-nos perspetivas que, sem sequer darmos por isso, são também muito pessoais – porque, afinal de contas, é na nossa imaginação que as palavras dos escritores ganham vida. “A mente jovem e forte de Matilda continuou a crescer, sustentada pelas vozes de todos aqueles autores que lançaram os seus livros para o mundo como navios no mar. Estes livros davam a Matilda uma mensagem esperançosa e reconfortante: Não estás sozinha.” Quando Roald Dahl criou Matilda, esta- É isso mesmo, com um livro nunca estava a trazer ao mundo da literatura uma mos sós! personagem que rapidamente faria Raquel Landeira, 12.º ano de Humanidades Cornelia Funke escreve: “As memórias parte do imaginário de muitas crianças da ES António Damásio agarram-se melhor às páginas de um que, tal como eu, foram influenciadas

À PROCURA DE ALASKA Li, recentemente, um livro intitulado À procura de Alaska do famoso escritor John Green. Foi um livro que me marcou pela positiva, porque conta uma história cativante com a qual me identifiquei bastante. A história desenvolve-se em torno da personagem principal, Miles Halter, que se muda do Estado de Florida para o Alabama, para frequentar uma escola privada. Aí, o jovem de 16 anos conhece Chip, o seu companheiro de quarto, que o apresenta a Alaska, uma rapariga de 16 anos, inspi-

Luana Xavier, 11.º 5 n.º 15, ES D. Pedro V

XXI COLÓQUIO DOS OLIVAIS É já quase uma tradição: o Centro Cultural Eça de Queirós organiza o Colóquio dos Olivais e o nosso agrupamento colabora com a organização do evento, com comunicações e, desde há dois anos, com as instalações, já que um dos dias do Colóquio tem lugar no auditório da ES António Damásio. Nos dias restantes, os trabalhos decorrem na E. S. Eça de Queirós, que alberga a sede do Centro Cultural. O Colóquio dos Olivais já vai na sua vigésima primeira edição, e versa assuntos aglutinadores. Este ano será subordi-

nado ao tema das comemorações dos 600 anos da conquista de Ceuta e os 500 anos da inauguração da Torre de Belém e da conquista do Maranhão pelos portugueses. Será entre os dias 23 e 28 de novembro. Os trabalhos na ESAD decorrem no dia 25, dia em que a população escolar pode assistir a diversas palestras, entre as 9h e as 17,30h. O grande responsável, a alma do Colóquio dos Olivais, é o professor Fernando Andrade Lemos, que até se aposentar era docente na Escola Secundária Eça de Queirós. Todos estes anos se tem

dedicado de alma e coração ao estudo e à divulgação de muitos aspetos históricos e culturais deste cantinho de Lisboa, onde as nossas escolas se situam. Lurdes Castanheira, PB da ES António Damásio


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MAGUSTO origami, tocou e fomos para o recreio. Quando voltou a tocar entrámos para a sala, a professora fez cartuchos e nós pintámo-los. A seguir, lemos um texto com o título: - A Lenda de São Martinho. Esta lenda ensina-nos a partilhar. Quando tocou, fomos para o recreio do almoço, brincar muito. Depois almoçámos e quando voltou a tocar, todas as turmas foram às suas salas buscar os cartuchos. Com eles na mão, fomos para o campo, enchemos os cartuchos Quando chegámos à escola, esperá- com castanhas e comemos junto dos mos pela professora para entrar para a nossos afilhados, em grande confratersala de aula. nização. Quando acabámos, brincáNa sala de aula, fizemos castanhas em mos um bocadinho e no fim fomos para

Realizou-se no passado dia 11 do corrente mês, na EB1/JI das Laranjeiras, para encanto das nossas crianças, uma simulação dos tradicionais magustos, em ambiente de muita alegria e diversão. O nosso bem-haja aos pais / encar-

a sala lanchar. Gostámos muito deste dia e queremos repeti-lo.

Carolina Dias e Tomás Melo, turma 4.º B, EB1/JI das Laranjeiras

regados de educação que ofereceram as castanhas. Fizeram as delícias da nossa pequenada. O tempo ajudou e a tradição cumpriu-se. As Educadoras da EB1/JI das Laranjeiras

A TERRA TREME

Em Lisboa, Estávamos a estudar “A Ação Humana” Quando a Terra Treme, Quando as pontes caem, Quando 27 Luzes se moveram, Guiadas pelo exemplo de Kant Para pôr o céu no seu lugar. Quando a terra treme, nós estamos alerta. Vemos que diferença faz ver o natural pelo oculto e vê-lo pelo exercício da razão.

A Terra Treme – é um Acontecimento. Eu procuro a informação e o Conhecimento – é uma Ação Eu sei o que fazer e faço – eu sou o Agente, consciente. Eu tenho um Motivo e uma Intenção. Eu não sei o que farei, Lá, o pânico pode catapultar-me – é o Involuntário que passa e fica em mim. Mas estou à distância de 260 anos. Afirmámos que os edifícios estão mais preparados, que eu estou na Terra, que eu estou mais preparado. Sei todos os passos a dar. Este edifício onde estou e de onde penso, Está em espera, está em risco. Mas da questão que abrimos no nosso debate: nós podemos reduzir os riscos de catástrofe? Ganhou o sim, ganhou com luta.

E novas pontes se levantam. KANT escreveu sobre o Terramoto de Lisboa. Eu sou: Ana Catarina, Ana Costa, André, Ângela, Beatriz, Bruno, Catarina Ferreira, Catarina Cipriano, Cláudia, Cristiana, David, Diana, Eduarda, Francisca, Gabriel, Gerson, Inês, Joana, Luiz, Maria, Maria Beatriz, Matilde, Nuno, Paulo, Samuel, Sansin, Xinde. Sou 10º E, sou 6 de novembro, sou 2015. E sou também ESCOLA SECUNDÁRIA DE CAMÕES. Sou tempo e lugar. E sou pensamento animado. Texto elaborado num exercício coletivo orientado na aula de Filosofia. Mudam-se os Tempos, Movem-se as Pontes.


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HALLOWEEN Na sala 2 do JI das Laranjeiras, o Halloween foi vivido com criatividade e entusiasmo por todas as crianças. Foram várias as atividades realizadas. Entre múmias, bruxas e o “Cuquedo” escolheram a colagem dos esqueletos em cartolina preta com cotonetes. Segundo a turma, e passo a citar: “…Porque é giro e assustador mas também porque se as pessoas não tivessem ossos não conseguíamos andar, mexer e levantar!…O

nosso corpo era fraco e mole como uma gelatina!” Esta atividade teve como objetivo trabalhar o esquema corporal assim como a perceção que cada um tem do corpo humano. EB/JI das Laranjeiras, sala 2, Educadora Dores Rocha

CONFERÊNCIA No próximo dia 20 de janeiro de 2016, às 10h15m, no Auditório Chaves Santos, da Escola Secundária D. Pedro V, em Lisboa, decorrerá uma conferência pela autora do tema do Livro A "Vida" dos Materiais e os Materiais e a Vida, Doutora M. Elisabete M. Almeida, Investigadora Coordenadora aposentada do INETI. Esta obra, única no seu género e de grande utilidade para a divulgação dos materiais junto dos mais jovens, apresenta, em versos ilustrados, os cerca de

160 materiais mais usados pelo Homem no seu quotidiano. Os materiais estão apresentados em fichas de duas páginas e agrupados em: Artificiais (cerâmicos e afins, poliméricos, compósitos e especiais) e Naturais (de origem, animal, mineral e vegetal). Atendendo ao interesse do tema e ao prestígio científico e profissional da Autora a equipa da BECRE da ESDPV convida todos os docentes interessados. Equipa da BECRE, ESDPV

NATAL SOLIDÁRIO

A Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica promove e organiza o “Natal Solidário” nas três Escolas Básicas da Freguesia e na Escola Secundária D. Pedro V, com o objetivo de levar uma mensagem de esperança, de partilha e de alegria às crianças e jovens das Instituições da Freguesia, num verdadeiro espírito de solidariedade de toda a comunidade escolar.

Assim, até dia 20 de dezembro, cada Escola deverá recolher um bem diferente, por forma a suprir algumas necessidades das instituições a que serão entregues. Fique a conhecer que bens pode ofertar e em que Escolas: Escola Frei Luís de Sousa – Recolha de Brinquedos (Novos e Usados); Escola António Nobre – Recolha de

Roupa (Adulto e Criança); Escola das Laranjeiras – Recolha de Produtos de Higiene; Escola D. Pedro V – alimentos não perecíveis. Neste Natal, ajude-nos a ajudar quem mais precisa! Dr.ª Cristina Parente, Coordenadora da Educação da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica


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FOI APENAS ONTEM! Há algum tempo atrás, aconteceu em Sintra. Recordo hoje esse tempo ainda com alguma dor no coração! Tinha 6 anos, e tinha mudado para aquela escola há pouco tempo. Todos se conheciam e eu… eu não tinha amigos! Não era como as outras crianças que corriam de um lado para o outro, atropelando-se uns aos outros. Eu, ali, parado, olhava para uns e para os outros na esperança de que alguém, menos distraído me levasse na onda da brincadeira. Mas ninguém me via! Era invisível, parecia que estava morto, ninguém se aproximava. Até que um dia, duas pessoas muito

especiais vieram até mim. No início, assustei-me, mas depois fiquei muito contente. Embora não recorde hoje os seus nomes, estes dois colegas foram especiais. Tinha seis anos e não conhecia ninguém. Ninguém com quem jogar à bola, que era o que eu mais queria. Eles eram alunos do 4.º ano, já do último ano e disseram-me: - Queres jogar à bola connosco? Por dentro, pulei de contente e na minha face nasceu um sorriso rasgado, daqueles que fazemos de orelha a orelha. Disse logo que sim! Jogámos imenso! Diga-se de passagem que eles jogavam muito bem! E ali esti-

vemos horas a fio! Talvez este acontecimento não seja assim tão importante, mas foi para mim. Hoje lembro a amizade que nasceu e a solidariedade marcada por um breve instante de atenção. Apresentaram-me a outros colegas e até à minha professora. Fiquei muito contente e percebi o verdadeiro valor da amizade. Há algum tempo atrás, aconteceu em Sintra, mas acontece, ainda hoje, em muitas escolas do país. Rostos colados à parede, ao chão, a um gradeamento à espera de alguém que o veja e que lhe digam simplesmente “queres jogar à bola?”

bondade e bate-se muito bem. Para a massa ficar mais fofa, deita-se o sumo de ternura. Não nos podemos esquecer de misturar o fermento da alegria para fazer crescer este bolo. Finalmente, envolvem-se as rodelas de paixão com a massa.

chocolate da fantasia. Colocar ainda 3 amêndoas: compreensão, tolerância e respeito; 2 rodelas de batata doce de inteligência e 2 morangos de confiança; Uma cereja sorridente no topo do bolo. Pode servir-se quente no tempo frio e fresco no tempo quente. Deve levar 4 rebuçados de companhia para acompanhar. Quando se consome, colocar velas que gostam de sorrir para os convidados. Servir em guardanapos de flores delicadas. Deve trazer-se para a mesa, um milhão de boas-vindas SABOREIA-SE COM MUITA FELICIDADE!

Duílio, 6.º E, da EB 2,3 dos Olivais

POÇÃO DA AMIZADE Receita – Ingredientes 500 g de farinha do amor ½ kg de açúcar carinhoso 100 g de fermento de alegria 2 ovos de bondade 300 g de manteiga de beijos ¼ kg de margarina de abraços 1 l de sumo de ternura 2 rodelas de paixão Preparação Derrete-se a margarina de abraços com o açúcar carinhoso. Mexe-se muito bem até ficar um creme delicioso. Mistura-se a farinha do amor. Envolve-se muito bem com a ajuda da manteiga de beijos. Acrescentam-se os ovos de

Cozedura Colocar, pelo menos meia hora no forno, no quentinho da paz. Decoração Cobre-se com creme de fidelidade; Smarties de brincadeira para enfeitar e gomas amiguinhas à volta. Polvilhar com pepitas de simpatia e raspas de

Texto coletivo elaborado pela turma do 4º C da EB1 /JI Laranjeiras, da Prof. Mª Fernanda Matos


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REUNIÕES DE CIDADANIA

Vamos fazer uma caixa de sugestões, na nossa escola.

Falamos das regras de futebol.

No futebol, as regras mantêm-se.

Ariana 1.º A, EB1/JI Frei Luís de Sousa

ÁRVORES No âmbito deste projeto, as crianças do grupo da Educadora de Infância Esperança Moreira realizaram um cartaz, “Árvores do recreio da nossa escola”, com folhas que recolheram durante os

EDUCAÇÃO AMBIENTAL intervalos. Para além dos objetivos do projeto, que são os de promover uma sensibilização às ciências e à educação ambiental, foram usadas várias técni-

cas de expressão plástica, incentivando a criatividade e o sentido estético: ao seriar e fazer conjuntos com as folhas, abordaram-se também conceitos matemáticos, sempre na perspetiva do caráter lúdico de que se revestem muitas aprendizagens no Jardim de Infância. Esperança Moreira, Educadora de Infância EB1/JI António Nobre, turma 4º A-1º. C.


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EXPOSIÇÕES Os alunos do 11.º de Artes da ES António Damásio começaram por fazer observação de árvores. Depois, fizeram trabalhos de recriação do real observado. Eis aqui alguns dos trabalhos produzidos sob a orientação da professora Margarida Rego.

Em Oficina de Artes, os alunos do 12ºano, turma J, elaboraram trabalhos de recriação com pontilhado, a partir da observação de cartazes publicitários, sob a orientação da professora Teresa Castro. Fizeram trabalhos bem bonitos!


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EXPOSIÇÕES O DIA EUROPEU DAS LÍNGUAS foi instituído no dia 26 de setembro de 2001, pelo Conselho da Europa. Neste dia celebramos não só as línguas da Europa, mas também a importância de as aprendermos. Para além de serem uma riqueza inestimável da humanidade, representam as diferenças das diversas comunidades espalhadas pelo continente europeu (“Dia Europeu das Línguas”, 2015). O inglês, sendo um dos idiomas mais falados no mundo tem uma importância acrescentada. É a principal língua do discurso internacional, sendo por isso aprendida como uma segunda língua e usada como língua oficial, por exemplo, na União Europeia e noutras organizações mundiais (Wikipédia, 2015). Considerámos que, hoje em dia, não

saber inglês não é uma opção. Aprender uma nova língua, nomeadamente o inglês, é como abrir uma porta para um futuro melhor. Saber inglês significa ter acesso a um maior volume de informação, porque ela é, por excelência, a língua da Internet. A nossa escola (EB 2, 3 Prof. Delfim Santos) comemorou o Dia Europeu das Línguas, pedindo a nossa colaboração para criar pequenos trabalhos nas três línguas lecionadas: inglês, espanhol e francês. Os melhores trabalhos foram afixados no local de exposições na escola (bloco A), como podem ver nas imagens. Em baixo transcrevemos algumas mensagens e slogans, escritos pelos nossos colegas, sobre a importância do inglês.

«English is a universal Language.» (Francisco Paiva 9.º D) «English connects me to the world and it expands the limits of knowledge.» (José Murteira, 9.º F) «It is important because we need English to get a good job.» (Ricardo Dabó, 9.º H) «I find English useful in my daily life.» (Tânia Lourenço, 9.º H) «I usually say words and expressions in English like “what?!”.» (Afonso Mendes 8.º B)

OFICINA DE CERÂMICA E AZULEJO Pode-se ver na BECRE da ESDPV, desde o dia 12 de outubro, alguns dos trabalhos realizados no âmbito da Oficina de Cerâmica e Azulejo, do ano letivo 2014/15. Esta Oficina funcionou todas as quartas-feiras das 11.45h às 13.15h, na sala 3.01, e esteve aberta à comunidade escolar. Os alunos Derny, Filipe e Sofia frequentaram-na assiduamente e a maior parte dos trabalhos apresentados são da sua

autoria. É de sublinhar que mais importante do que os objetos que criaram, foi a Oficina ter sido um espaço de cooperação, responsabilidade e de estímulo à criatividade e iniciativa. Foi, também, fundamental o trabalho dos professores de todas as disciplinas envolvidas na formação destes alunos numa abordagem interativa que potenciasse as aprendizagens. As fotos ilustram um trabalho coletivo, em articulação com a disciplina de

inglês, sobre as cores. Este ano a Oficina de Cerâmica e Azulejo está a funcionar às terças e sextas, das 11.45h às 13.15h, na sala 3.01 e todos serão bem-vindos.

Joana Borralho e Madalena Forte, 9.º D da Escola EB 2, 3 Prof. Delfim Santos

Referências: Contribuidores da Wikipédia, “Língua inglesa”, Wikipédia, a enciclopédia livre, https://pt.wikipedia.org/w/index.php? title=L%C3%ADngua_inglesa&oldid=43766740 (acedido em 30 de outubro, 2015).

Maria José Jacinto, docente da ES D. Pedro V

Frases realizadas pelos alunos com o apoio da docente do ensino especial, Virgínia. Gosto das aulas da professora Maira José, porque trabalho o barro, pinto e aprendo a misturar as cores. Filipe Santos, 11.º 13, n.º 6, ES D. Pedro V

Nas aulas da professora Maria José eu fico feliz, porque gosto muito de trabalhar nos azulejos e com o barro. Sofia Santos, 11.º 13, n.º 19, ES D. Pedro V

É muito divertido participar nas aulas da professora Maria José. Gosto muito de fazer desenhos nos azulejos e de fazer trabalhos em barro. Derny Mota, 11.º 4, n.º 3 , ES D. Pedro V


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HAMLET

TEATRO

Hamlet de William Shakespeare. Quatro horas de espetáculo. Ir ou não ir, essa era a questão! No dia 15 de outubro, pela primeira vez, fomos ao Teatro da Cornucópia no Bairro Alto assistir à encenação de Luís Miguel Cintra do clássico Hamlet, com a tradução de Sophia de Mello Breyner Andersen, numa coprodução com a Companhia de Teatro de Almada. Nesta tragédia, considerada por muitos a mais emblemática do autor, a morte de um rei assassinado pelo irmão que, sem pudor, sobe ao trono e desposa a rainha, são pontos de partida de uma

estória que aborda os lados mais obscuros do ser humano como a vingança, traição, assassínio, a ambição desmedida, obsessão e a loucura. Como alunos de teatro foi para nós uma grande surpresa e fonte de inspiração vermos um jovem de 22 anos (Guilherme Gomes) a interpretar o papel principal, comummente entregue a atores com mais experiência. Quanto à encenação, a ousadia foi o aspeto que mais nos agradou, nomeadamente a inclusão de personagens não existentes na obra (as personagem Pierrot e a cadela), de momentos cómicos (o “combate de boxe” e o diálogo dos coveiros) e a coexistência de figurinos clássicos e modernos. O cenário era prático e de fácil leitura dos vários espaços cénicos, porém imponente, contextualizando historicamente a peça e, em conjunto com o jogo de luzes, transportava o espetador ao ambiente certo que cada cena

RECEITAS LITERÁRIAS

“E enquanto Edy Boardman estava com o pequenino Tommy detrás do carrinho, ela pensava exatamente se viria jamais esse dia em que ela pudesse chamar-se sua futura mulherzinha. Então elas poderiam falar dela até ficarem de caras roxas, Bertha Supple também, e Edy, essa língua viperina que estaria com vinte e dois anos em novembro. Ela cuidaria dele com confortos materiais também, pois Gerty era femininamente sagaz e sabia que um mero homem gosta do sentimento do lar. As panquecas dela, feitas num tostado ouropardo, e o pudim rainha Ana, de deliciosa cremosidade, tinham conquistado opinião de ouro de todos, pois tinha ela mão e tanto até para acender o fogo, polvilhar a fina flor da farinha de trigo com fermento e mexer na mesma direção depois dar ponto de creme ao leite e açúcar e bater clara de ovos, embora não gostasse quando

11.º 13, Curso Profissional de Artes do Espetáculo- Interpretação, ES D. Pedro V

CULINÁRIA se tratava de comer com gente que a deixava encabulada e muitas vezes ela indagasse a si mesma por que não se podia comer algo poético como violetas ou rosas e eles haveriam de ter uma sala de visitas lindamente decorada com quadros e gravuras e a fotografia do amor de cachorro do Garryowen do vovô Giltrap, que quase falava tão humano que era e cobertas de chintz para as cadeiras e aquela bandeja de prata da liquidação em massa de verão do Clery como as que têm as casas ricas.” Ulisses, © Difel, 3.ª ed., Lisboa, 1984, Traduzido por António Houaiss.

JAMES JOYCE PANQUECAS

pretendia transmitir. Confessamos que não foi fácil estarmos sempre atentos durante as quatro horas do espetáculo, contudo reconhecemos o seu contributo para o nosso enriquecimento artístico e cultural. Quatro dias depois de termos assistido a esta representação, Luís Miguel Cintra anunciava o fim da sua carreira como ator. Sentimo-nos tristes mas, ao mesmo tempo, extremamente privilegiados por termos assistido à sua última interpretação. Se nos restavam dúvidas entre ir ou não ir: Ir sempre! "

INGREDIENTES 175g de farinha 3 ovos 3,5 dl de leite 100 g de manteiga 1 colher de sopa de açúcar 1 colher de sopa de fermento 1/2 colher de café de sal

Teresa Saborida, PB da ES Camões

Peneire conjuntamente a farinha, o açúcar, o fermento e o sal para dentro de uma tigela. Separe as gemas das claras e junte aquelas à farinha. Misture com uma colher de pau. Adicione o leite frio, a pouco e pouco e mexendo bem, e a manteiga derretida, sem ter fervido. Unte a frigideira ou placa com um pouco de manteiga ou margarina e, quando aquela estiver bem quente, deite uma concha pequena de massa. Deixe cozer, vire com uma espátula de madeira e deixe cozer do outro lado. BIOGRAFIA JOYCE, James

Augustine

[1882-1941] Definido por T. S. Eliot como o maior mestre da língua inglesa desde Milton, James Joyce é autor de um dos mais consagrados e polémicos romances da literatura contemporânea, Ulisses. A sua ação passa-se inteiramente num só dia, a 16 de junho de 1904, e narra a história mítica de um homem banal de Dublin, Leopold Bloom, um judeu irlandês. Joyce foi um dos mestres na utilização da corrente de consciência, técnica narrativa que procura reproduzir o fluxo interior das personagens. Em 1912, depois de a primeira edição de autor de Ulisses ter sido queimada na íntegra por um comprador, Joyce abandona definitivamente a sua cidade natal, Dublin, vivendo em Trieste, Roma, Paris e Zurique.

Aloysilis


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HOMENAGEM

PARIS

FOTOGRAFIA

DESPORTO ESCOLAR

Badmington

O Desporto Escolar é “(…) o conjunto de práticas lúdico-desportivas e de formação com objeto desportivo, desenvolvidas como complemento curricular e de ocupação dos tempos livres, num regime de liberdade de participação e de escolha, integradas no plano de atividade da escola e coordenadas no âmbito do sistema educativo”.

(Artigo 5.º - “Definição”, Secção II – aperfeiçoar os índices de aptidão física. “Desporto Escolar”, do Decreto-Lei n.º Na atividade externa, que se desenvol95/91, de 26 de fevereiro). ve através dos grupos de diferentes modalidades, com atividades de treino O Programa do Desporto Escolar para o e competição, já iniciaram as suas ativiquadriénio de 2013-2017 visa aprofundar dades os GE de Badminton, Futsal, as condições para a prática desportiva Ginástica Artística, Ginástica de Tramregular em meio escolar, como estraté- polins, Ginástica de grupo, Golfe, Natagia de promoção do sucesso educativo ção, Vela e Voleibol. e de estilos de vida saudáveis……. O Camões oferece, assim, a possibilida(in Programa de Desporto Escolar de à comunidade escolar de uma práti2013-2017) ca de atividade física e desportiva diversificada, com enquadramento No presente ano a Escola Secundária de técnico e pedagógico de qualidade Camões dá continuidade ao trabalho tendencialmente sem custos, promode promoção da atividade física do vendo o combate à obesidade, ao Desporto e da SAÚDE, através de uma sedentarismo e estimulando estilos de oferta variada em duas vertentes: a ati- vida saudável, contribuindo de forma vidade interna e a atividade externa. significativa para mais e melhores conNa atividade interna estão previstas um dições, para resultados escolares de alargado conjunto de iniciativas: qualidade e a formação de cidadãos - no primeiro período – torneio interno de mais preparados para enfrentar os Badminton; corta Mato; torneio intertur- desafios da sociedade. mas de Futsal; acampamento; Vem praticar mais atividade física e - no segundo período: orientação; Mega desporto! Sprint; torneio interturmas de Basquete- Pessoas mais ativas, pessoas mais saubol; Basquetebol 3X3; acampamento; dáveis, melhores estudantes! - no terceiro período: sarau de Ginásti- Paulo Alves – Coordenador do Desporto Escolar na ES Camões ca; torneio Interturmas de Voleibol; dia de atividades náuticas. Durante todo o ano letivo e a partir de novembro, irá estar a funcionar a sala de exercício e saúde, uma oferta que permitirá à comunidade escolar, através de diversas atividades físicas, melhorar e


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NATAL NA QUINTA

ANTÓNIO DAMÁSIO NA ESAD

UMA PONTE PARA O NATAL

O Natal é, por excelência, a época da família, da reunião, da união e de um espírito muito próprio de solidariedade que torna as pessoas, consequentemente, mais felizes e solidárias. Com o aproximar das férias escolares e o cheirinho a Natal a dominar a atmosfera, a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica promove e organiza “O Natal na Quinta”. A Quinta da Alfarrobeira foi o local escolhido para levar por diante, no dia 17 de dezembro, uma grande Ceia (lanche) de Natal, para os alunos das três Escolas Básicas da Freguesia, acompanhados pelos pais, de modo a passarem momentos bem divertidos, plenos de sentido pedagógico e com grande respeito pelo espírito de Natal. Mas o programa de festas não se resume a este dia. A animação irá preencher igualmente os dias 18, 19 e 20 de dezembro, com diversos ateliers (carta e postais, decorações de natal, personagens de natal + botas, decorações de natal + quadros) e espetáculos surpreendentes, como seja a magia interativa, os contos de Natal, duendes e danças de Natal e a alegria dos palhaços. Todos os dias serão brindados com um canhão de neve, um trono com o Pai Natal e o Marco do Correio. Para os adultos, está destinado um Mercado, com Artesanato, entre outros atrativos. Num clima de solidariedade e dinamismo, cada um fará as suas aprendizagens, reconhecendo que o valor dos afetos e dos gestos está muito além do que é meramente material. Assim, o Natal irá assumir um significado diferente que, pela primeira vez, envolve atividades que refletem o verdadeiro sentido desta quadra festiva.

O Professor Doutor António Damásio, cientista reconhecido pelo seu trabalho no estudo do cérebro e das emoções humanas, vai ser recebido no próximo dia 3 de dezembro na Escola Secundária da qual é patrono e, depois de ouvir e responder a algumas perguntas, dará uma palestra para alunos, docentes e demais convidados. António Damásio, conceituado neurocientista, é professor de neurociências na University of Southern California. Em 2011, aceitou prestigiar com o seu nome uma escola secundária de Lisboa, nos Olivais e, desde então, tem procurado fazer-se presente junto da comunidade educativa, sendo esta a sua terceira visita. O neurocientista português publicou o seu primeiro livro, O erro de Descartes – emoção, razão e cérebro em 2001. Desde então não deixou de ver reconhecido o seu trabalho de investigação e recebeu, entre outros, o Prémio Pessoa e o prémio Príncipe das Astúrias em 2005. Em 2010, saiu o seu mais recente livro, O livro da consciência, e em 2013 uma edição aumentada de O sentimento de si - todos os seus estudos se debruçam sobre a área das ciências cognitivas e têm sido decisivos para o conhecimento da função do cérebro nos mecanismos da linguagem, da memória e das emoções. Música com Francisco Sassetti e alunos da escola, uma exposição de pintura e o Professor a falar sobre “O estado do mundo / o estado da ciência” farão deste dia um evento memorável para esta comunidade escolar. Os alunos Dr.ª Cristina Parente, Coordenadora da Educa- esperam-no com entusiasmo.

ção da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica

Associar o texto à música resulta sempre bem! Associar textos sobre o Natal a músicas, quer tradicionais quer mais atuais, resulta ainda melhor! A equipa da BE/CRE pensou numa atividade onde conseguíssemos incluir tudo — os poemas e contos, a música e toda a comunidade escolar. Como o lema do nosso PAA é Mudam-se os tempos, movem-se as pontes, decidimos ir mais longe e estender a ponte à nossa comunidade local, a Freguesia de Arroios, convidando vários elementos da Academia Sénior de Arroios. A aceitação foi imediata pela presidente da JFArroios, Margarida Martins. Desafiámos os nossos convidados a participarem e a adesão foi rápida. O grupo de cantares tradicionais e de cavaquinhos sugeriram alguns temas, o grupo de teatro também participa e vai ler um poema e fazer uma leitura dramatizada de um conto. Da nossa parte, temos a atuação do Coro Camões e leituras de poemas e contos portugueses por parte de alunos. Convidamos toda a comunidade escolar a juntar-se na biblioteca principal, dia 3 às 17h, para fazermos UMA PONTE PARA O NATAL! Teresa Saborida, PB da ES de Camões

Catarina Henriques, 10º ano de Humanidades, ES António Damásio

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DAS LARANJEIRAS Escola Secundária D. Pedro V

Estrada das Laranjeira, 122 1600-136 Lisboa

direcao@ael.edu.pt

Escola Básica 2,3 Prof. Delfim Santos

Rua Maestro Frederico Freitas 1500-400 Lisboa

eb23delfimsantos@mail.telepac.pt

EB1/JI Frei Luís de Sousa

Rua Raul Carapinha 1500-042 Lisboa

escola.freiluis49@gmail.com

EB1/JI António Nobre

Rua António Nobre, 49 1500-046 Lisboa

eb1antonionobre@gmail.com

EB1/JI Laranjeiras

Rua Virgílio Correia, 30 1600-224 Lisboa

eb1daslaranjeiras@gmail.com

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTA MARIA DOS OLIVAIS Escola Secundária António Damásio

Av. Dr. Francisco Luís Gomes 1800-178 Lisboa

direcao@aeolivais.pt

Escola EB 2,3 dos Olivais

Rua Cidade de Bolama 1800-077 Lisboa

eb23olivais@gmail.com

EB1/JI Alice Vieira

Rua Vila Catió

alicevieira.eb1ji@gmail.com

EB1/JI Sarah Afonso

Rua Almada Negreiros

EB1/JI Manuel Teixeira Gomes

Rua Manuel Teixeira Gomes 1900-000 Lisboa

1800-000 Lisboa 1800-000 Lisboa

eb1183olivais@gmail.com eb1mtgomes@gmail.com

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CAMÕES Escola Secundária de Camões

Praça José Fontana, 1050-129 Lisboa.

direcao@escamoes.pt


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