Revista Expoagro 2024

Page 1


Lidero

TM

Sementes de Arroz

UM CULTIVO LÍDER COMEÇA COM LIDERO . TM

A marca de sementes de arroz da BASF. Há 1 0 0 anos, a B ASF t e m a t ua do na a gr ic ult ur a br a sile ir a , e c o m muit a de dic a ç ã o na r iz ic ult ur a . Agor a , a pr e se nt a mos L id e r o , r e sult a do de ssa longa hist ór ia de pe squisa , TM

d e se n v o lv ime nt o e inov a ç ã o. Se v oc ê busc a se me nt e s q u e e n t r e gue m ma is pr odut iv ida de e longe v ida de pa r a o se u L ega do, a gor a pode c ont a r c om uma nov a opç ã o q u e c h e ga t r a z e ndo um sé c ulo de c ompr omisso c om o f u t u r o do se u c ult iv o.

PROTEÇÃO DE CULTIVO

TRAITS

BASF na Agricultura. Juntos pelo seu Legado. 0800 0192 500 BASF.AgroBrasil BASF Agricultural Solutions BASF.AgroBrasilOficial agriculture.basf.com/br/pt.html blogagro.basf.com.br @basf_agro_br

SEMENTES


03

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

08

Políticas públicas, pesquisa e capacitação: os desafios de levar as novidades ao produtor rural

PALAVRA DO COORDENADOR

04

As responsabilidades da Feira

PALAVRA DO PRESIDENTE

05 07

36

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

41

Bosque Verde é Vida e Usina de Biodiesel em foco

26

Ao lado do produtor no estímulo ao uso de tecnologia

ENERGIA RENOVÁVEL

PROGRAMAÇÃO O que você vai conferir na Expoagro Afubra 2024

Mutualidade da Afubra terá dois espaços em 2024

AGRO-COMERCIAL AFUBRA LTDA.

32

Quarto ciclo de projeto da Afubra e Embrapa

Os obstáculos que impactam a produção rural

ASSOCIADO

DIVERSIFICAÇÃO

30

Debate sobre o que são e quais os benefícios

PAVILHÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR

42

Legislação municipal auxilia empreendimentos

INOVAÇÃO

44

As atrações no Espaço da Inovação do Agro

EXPEDIENTE Revista Expoagro Afubra 2024 – 18ª edição Publicação da Associação dos Fumicultores do Brasil – Afubra Rua Júlio de Castilhos, 1031 96810-156 – Santa Cruz do Sul – RS Telefone: 51 3713-7700 Website: www.afubra.com.br E-mail: expoagro@afubra.com.br Parque da Expoagro Afubra BR 471 – Km 161 – Rincão Del Rey – Rio Pardo – RS

Coordenação Geral: Eng. Agr. Marco Antonio Dornelles Coordenação Editorial: Luciana Jost Radtke / Márcio Almeida Coordenação Gráfica: Ana Luisa de Lara Coordenação Publicitária: Alexandre Júlio Göttems Textos: Cristina Severgnini (MTb/RS 9.231) Capa e diagramação: Cristiano Henrique Schindler Colaboração: Sabine Hentschke Impressão: Art Laser Gráfica e Editora Tiragem: 30 mil exemplares Distribuição gratuita


PALAVRA DO COORDENADOR

04 Foto: Bruno Pedry

As responsabilidades da Expoagro Afubra

Informação, inovação e tecnologia à serviço dos produtores rurais Nossa responsabilidade, em cada edição da Feira, é buscar atender as necessidades dos produtores rurais das mais diversas regiões do estado e muito além. Na safra passada, tivemos uma estiagem e, a partir da metade do ano de 2023, tivemos muitas chuvas e até enchentes. O objetivo da Expoagro Afubra, desde a primeira edição, se mantém em promover a diversificação de atividades produtivas rurais. Porém, percebemos que os desafios se ampliam, principalmente, na questão climática, exigindo maior atenção dos produtores como gestores de suas propriedades, atenção a todos os desafios para gerar resultado positivo de suas propriedades, respeitando as questões legais, ambientais e sociais. Ou seja, muito além de produzir com qualidade, é preciso, também, produzir com segurança, com sustentabilidade. Como falei, nossa responsabilidade em organizar cada edição da feira deve buscar atender ao máximo a busca de soluções e orientações aos desafios que os produtores rurais vivenciam o ano todo. Para organizar uma programação que atenda as mais diversas necessidades dos agricultores, a Afubra conta com diversos parceiros como os patrocinadores, expositores, instituições de pesquisa e extensão rural e de educação básica, educação técnica e universitária e instituições governamentais e não governamentais como as Federações dos Agricultores, também expositores comerciais de insumos, máquinas e ferramentas, aos quais faço aqui um agradecimento especial a todos. Também agradeço a Prefeitura de Rio Pardo, a Brigada Militar, a Polícia Rodoviária Federal, ao Corpo de Bombeiros de Rio Pardo, ao 7º Batalhão de Infantaria Blindada, a Unimed VRP e a todas empresas prestadoras de serviços que proporcionam uma estrutura de serviços necessários para bem receber e atender aos expositores e, especialmente, os produtores rurais visitantes. Na programação desta edição destacamos, mais uma vez, o Espaço de Inovação do Agro. Os jovens filhos, dos agricultores, vêm participando, ativamente, em diversos programas institucionais, apresentando atividades desenvolvidas nas propriedades, nas escolas; atividades estas, de educação ambiental, inovação, empreendedorismo, pesquisa e de produção sustentável. Importante a presença do Inova-RS e do Converge, através de diversos painéis e pitchs de Startups. Vamos conhecer os vencedores de mais um Prêmio Afubra/Nimeq, que é um precursor em inovação na feira. A grande novidade será uma arena de robótica trazida pela Secretaria de Educação de Santa Cruz do Sul. Será realizado o 1º Workshop de Energias Renováveis que vai destacar diversas fontes de energias limpas, além de exposição de equipamentos e sistemas de forma dinâmica. O 8º Fórum de Diversificação da Produção Rural e o II Fórum Florestal Regional do Vale do Rio Pardo, Seminário de Conservação do Solo e da Água e o Seminário de Turismo Rural e demais seminários e painéis estarão abordando temas de relevância, reunindo as lideranças estaduais e regionais. E não esquecemos dos demais setores da feira - agroindústrias familiares com 216 expositores, setor dos animais, de máquinas, lavouras demonstrativas, hortaliças, do arroz/Irga, estandes da Emater/RS e da Embrapa - que estarão apresentando inúmeras tecnologias e inovações para os visitantes, evidenciando a sustentabilidade, principalmente, a questão ambiental. Tenho a certeza de que todos os expositores vão estar trazendo inúmeras atrações e recepcionando os visitantes de forma exemplar como relatado na pesquisa da última edição. Faço um convite a todos os produtores rurais e profissionais da agropecuária a conferirem mais uma grande edição, em março de 2024. Até lá!

Marco Antonio Dornelles Coordenador Geral

SERVIÇOS

22ª EXPOAGRO AFUBRA Quando:

19, 20, 21 e 22 de março de 2024 Onde: Parque da Expoagro Afubra BR 471, km 161, Rincão del Rey, Rio Pardo/RS Clique aqui e tenha a localização por GPS

Horário:

8 às 18 horas, com entrada franca Expositores: mais de 400, entre empresas, instituições e entidades.

Alimentação:

2 restaurantes com buffet 1 restaurante com A La Minuta 4 lancherias

Estacionamento interno gratuito 15 mil veículos Informações:

Site: www.afubra.com.br / E-mail: expoagro@afubra.com.br

Atrações:

Exposição de máquinas e equipamentos, lavouras demonstrativas, Dinâmica de Máquinas, Dia do Arroz, Piscicultura, Animais (caprinos, ovinos, equinos, gado de corte e de leite), Seminário de Turismo Rural, Fórum de Diversificação, palestras técnicas, Usina de Biodiesel, Quintais Orgânicos, Agroindústrias Familiares, Espaço de Inovação do Agro, Hortaliças, Área Florestal, entre outras.


05

PALAVRA DO PRESIDENTE

Foto: Bruno Pedry

Adversidades a serem superadas

Custo de produção, oscilação de preços, clima e deficiência de seguro agrícola são fatores que impactam no agro primeiros a chegar têm acesso. E quando o subsídio acaba, se torna praticamente inviável de acessar por causa do alto custo e o ônus fica só para o produtor. Outra atitude do governo em favor do agro deveria ser o de facilitar a legislação e colocar recursos disponíveis para incentivo à armazenagem de água. Hoje não temos, muitas vezes, condições de armazenar água para fazer irrigação. Mesmo em pequenas propriedades, que produzem tabaco e outras culturas, deveria haver a possibilidade de suprir as deficiências hídricas nas estiagens com reservas que poderiam ser constituídas. Mas a legislação ambiental é muito restritiva e a burocracia emperra as instalações de reserva de água. Na tentativa de contribuir com a superação das adversidades climáticas do agro, a Expoagro Afubra mostra tecnologias de irrigação e de uso adequado do solo e outros fatores como tecnologias apresentadas pelo expositores e representantes de instituições parceiras como a Emater e a Embrapa. Até variedades de sementes de plantas mais resistentes aos climas adversos são disponibilizadas na feira. E também, dentro do objetivo de diversificação, a Expoagro Afubra apresenta sugestões e soluções para que o produtor não seja

Marcilio Laurindo Drescher Presidente da Afubra

muito impactado se uma cultura for afetada, pois terá outras produções diferentes e em épocas diferentes, para que tenha outras fontes de renda. Essas adversidades de custo de produção, oscilação de preços, clima e falta de seguro agrícola estão presente porque, na verdade, o Brasil nunca teve uma política adequada ao tamanho do seu agro. Mas o setor é resistente e se conduz por si só, inclusive é o agro que, muitas vezes, equilibra a balança comercial brasileira por suas exportações de alimentos e outras matérias-primas. E nesse grande agro está inserida a agricultura familiar, que produz alimentos para o Brasil e também para exportação, agregando valores e alimentando o mundo afora. Foto: Ana Luísa de Lara

O agro brasileiro é forte e resistente às diversas adversidades que impactam na produção rural do nosso país. Um dos fatores que afetam o setor é o custo de produção, pois, hoje, o agro, para ser competitivo, precisa de muitas tecnologias, o que facilita o trabalho e o plantio, mas que têm um custo elevado. Os produtores gastam bastante para ter uma produtividade boa e, além de equipamentos, investem em sementes, insumos e até nas próprias instalações na propriedade. O segundo aspecto é a questão da oscilação dos preços, o que tem impactado muito nas últimas safras. O produtor, de qualquer segmento agrícola, faz sua estimativa, planta e investe, mas, sem a garantia da renda. Muitas vezes, ele almeja um rendimento e a safra não resulta naquilo que esperava, pois, na comercialização, os preços ficam aquém da perspectiva. Outro fator que gera insegurança é o clima, porque, como o produtor tem uma empresa a céu aberto, estiagens, temporais e excesso de chuvas são fatores de risco na agricultura. E, além disso, a deficiência ou mesmo a falta de um seguro agrícola deixa todo o risco para o produtor. Ele planta, cultiva, e todo o risco é dele. Por isso, algo que os governos deveriam fazer é instituir um seguro agrícola eficiente e abrangente, que funcionasse dando garantias ao produtor e que fosse extensivo a todos. O seguro agrícola existente, atualmente, no Brasil é muito limitado. Uma pequena parte é subsidiada pelo governo e só os

Diretoria da Afubra: Benício Albano Werner, Fabricio Murini, Romeu Schneider, Marcilio Laurindo Drescher, Marco Antonio Dornelles e Carlos Joel da Silva



07

ASSOCIADO

Foto: Bruno Pedry

Dois espaços no parque para bem receber os associados Casa da Mutualidade e Casa do Associado serão locais de interação com os produtores de tabaco Durante a Expoagro Afubra 2024, os associados da Afubra terão dois locais de recepção especial. Conforme o tesoureiro da entidade, Fabricio Murini, um dos espaços é o que já existia em edições anteriores da feira, no chalé do pórtico de entrada do parque, onde os associados são recebidos para um tradicional bate-papo acompanhado de um café e lanches, ao estilo bem receber interiorano. Novamente, uma equipe capitaneada pela gerente do Departamento de Operações do Sistema Mutualista, Laci Severo, estará no local para a recepção inicial, tanto das excursões organizadas pelas filiais da Afubra, como de todos os demais fumicultores. O segundo espaço é a Casa da Mutualidade, uma novidade da Expoagro Afubra 2024. Será uma estrutura montada nas proximidades dos açudes e do Pavilhão dos Animais. Segundo Murini, além de uma sala para receber os associados e tirar dúvidas sobre o Sistema Mutualista, terá lavouras

demonstrativas de tabaco Virgínia, Burley e Comum, com esclarecimentos sobre como é feita a avaliação para o pagamento dos prêmios de danos nas lavouras. “É um local para tirar dúvidas que os associados possam ter, inclusive de forma prática, com demonstrações”, conta. “Quem tem dúvida, por exemplo, sobre porque a Mutualidade paga uma folha e não outra, pode ter esclarecida essa e outras questões”, acrescenta. Segundo Fabricio Murini, ter um espaço para falar, especialmente, da lavoura de tabaco era uma lacuna que ainda havia na Expoagro Afubra. “O produtor até via lavouras de tabaco, mas, geralmente, eram de expositores e para demonstrar adubos folhares ou outros produtos”, lembra. “Nós queremos mostrar como se faz a avaliação e também outros aspectos importantes na produção”, explica. A recepção dos associados na Casa da Mutualidade será realizada pela equipe do gerente de Supervisão Técnica, Alexandre Paloschi, e, também, por representantes de

Fabrício Murini: um dos objetivos será mostrar na prática como é feita a avaliação de danos nas lavouras

diversos setores da Afubra como o de Estatística. Sorteios de bônus para os associados - Os associados que forem até a Casa da Mutualidade poderão concorrer a bônus do Sistema Mutualista. Serão dois sorteios por dia de bônus de 5 mil pés assegurados, somando oito beneficiados durante a feira. “Para concorrer, o produtor precisa ser associado na atual safra e ter interesse em inscrever o tabaco na próxima safra. Por exemplo, um associado que assegura uma lavoura de 50 mil pés, se for ganhador do prêmio, pagará a cobertura de apenas 45 mil pés.


INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

08

Foto: Divulgação MDA

Pelo desenvolvimento da agricultura familiar Ministro Paulo Teixeira fala sobre as ações do Ministério do Desenvolvimento Agrário direcionadas aos pequenos produtores

Ministro Paulo Teixeira: financiamentos para produção de alimentos e para aumentar a mecanização no campo

A agricultura familiar é uma força importante do agro brasileiro e, além da relevância para a economia, os pequenos produtores têm grande peso na segurança alimentar da população. Por isso, o governo federal incentiva a produção nas pequenas propriedades rurais por meio de programas e linhas de crédito. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) é o responsável pela proposição e implementação das políticas públicas de promoção do desenvolvimento sustentável do segmento. Suas ações estão norteadas no combate à pobreza rural, à segurança e soberania alimentar, à sustentabilidade dos sistemas de produção e à geração e agregação de valor. Em entrevista à Revista Expoagro Afubra, o ministro Paulo Teixeira fala sobre as ações implementadas, o incentivo às práticas sustentáveis e descreve alguns programas regionais, entre outros temas. Leia a entrevista: Quais ações e programas o MDA vem implementando para proporcionar o desenvolvimento da agricultura familiar? Ministro Paulo Teixeira: O primeiro é a retomada do Pronaf, que é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. Voltou o Plano Safra da Agricultura Familiar e dessa vez com recorde de R$ 77,7 bilhões. Enquanto o juro do Brasil é de 11,75%, o Pronaf tem seu maior juro de 6% ao ano. E agora nós fizemos uma mudança, que foi estimular a produção de alimentos que vão para a mesa do povo brasileiro. Enquanto o juro do Pronaf é de 6%, quem produz alimento vai pagar apenas 4%. Isso é para aumentar o plantio de arroz, feijão, milho, mandioca, hortaliças, legumes e frutas. O segundo item do Pronaf é que quem praticar a agroecologia vai pagar um juro de 3%. E, nesse contexto dos juros brasileiros, há juros negativos para quem tiver com a agricultura mais fragilizada: é o microcrédito, chamado de Pronaf B, com juro simbólico de 0,5% ao ano e desconto de 40% quando há pagamento pontual. E o Pronaf B foi desmembrado de forma que o homem pode tomar o crédito e a mulher também, desde que ambos tenham produção própria dentro da propriedade. E há ainda um programa voltado para assentados da reforma agrária, quilombolas e indígenas, que é o valor de R$ 40 mil com 0,5% de juros e rebate de 40%.

Além desses, temos o programa de financiamento de máquinas, que se chama Mais Alimentos, pois queremos aumentar a mecanização no campo. E, com isso, nós convocamos as indústrias nacionais junto com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para promover a mecanização no campo e produzir máquinas menores para a agricultura familiar. Em 2023, tivemos um aumento de financiamentos comparativo ao ano anterior de 12% no Pronaf e de 4% no Mais Alimentos. E tem um terceiro programa que é de compras públicas para fortalecer a agricultura familiar. Nesse sentido, o presidente Lula colocou R$ 1,5 bilhão a mais no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e 30% de todo o programa deve ser destinado à agricultura familiar. Outro programa que tinha sido desidratado no passado e agora voltou muito forte é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que compra 100% de produção da agricultura familiar e faz doação para as famílias que estejam em insegurança alimentar. O orçamento que o governo anterior mandou era de R$ 2 milhões e, só em 2023, nós vamos investir R$ 1 bilhão no Programa de Aquisição de Alimentos. E há ainda o programa de Compras Institucionais para os restaurantes dos hospitais públicos, universidades públicas, institutos federais e forças armadas. Lançamos também três editais e uma transferência de recursos para a assistência técnica e extensão rural: um edital de R$ 50 milhões para mulheres, um edital de R$ 20 milhões para o Nordeste e outro R$ 20 milhões para o Norte. São R$ 90 milhões de assistência técnica e extensão rural e repassamos ainda R$ 30 milhões para as empresas estaduais de assistência técnica e extensão rural. Além disso, retomamos o programa de regularização fundiária. O Incra voltou a fazer regularização fundiária com títulos registrados em cartório e fizemos mais três outros programas de fomento, que é o chamado Quintais Produtivos, que são 90 mil quintais para as mulheres. E também um fomento para os quilombolas, chamado Sisteminha, com 2 mil quintais produtivos em 2023.


09

Na sua opinião, o que é primordial para que o agricultor brasileiro tenha mais segurança na produção? Rentabilidade ou garantia de mercado? Ministro Paulo Teixeira: Eu acho que é ambos. É importante que ele incorpore assistência técnica, possa ter um aconselhamento de quais são os melhores produtos para ele plantar, mas também precisa ter uma garantia de mercado. Por isso, os três programas de compras públicas, o PNAE, o PAA e o Compras institucionais. Mas também nós temos que ajudar esse agricultor a acessar os mercados privados. O Brasil é destaque em exportações do agro. Qual a participação da agricultura familiar nesse contexto? Ministro Paulo Teixeira: A agricultura familiar no contexto da exportação está associada a alguns produtos, como a proteína, principalmente de aves suínos e carne, e, principalmente, à produção de soja e de milho. E essa ação de exportação dá ao Brasil um grande resultado na balança comercial. Que ações o governo está implementando para que a produção rural ocorra com equilíbrio ambiental sem deixar de ser sustentável economicamente? Ministro Paulo Teixeira: No Plano Safra da agricultura familiar, se o agricultor apresentar um programa de agricultura agroecológica, restaurativa, ele vai ter um juro de 3%, que é a metade do teto do Pronaf. Então ele tem juros negativos no contexto do todo dos juros brasileiros. E tem um programa de florestas produtivas, de agroflorestas, no qual se trabalha uma agricultura restaurativa por meio de florestas produtivas que possam dar resultado econômico principalmente na área de frutas e de biodiesel. Nesse viés ambiental, também temos estímulos para a recuperação de vertentes de água, de áreas de proteção ambiental e de matas ciliares. O Brasil é dividido em 26 estados, com diversos biomas. Como o MDA atua localmente em cada estado com relação à produção agrícola? Ministro Paulo Teixeira: O MDA tem uma diversidade de programas. Por exemplo, no Nordeste, temos o Microcrédito B,

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Em 2023, tivemos um aumento de financiamentos comparativo ao ano anterior de 12% no Pronaf e de 4% no Mais Alimentos

que é chamado de Agroamigo e que está bombando. Temos ainda o Projeto Dom Helder Câmara, que atinge todos os nove estados do Nordeste (visa reduzir a pobreza no Semiárido). No Norte, é forte o programa de florestas produtivas, de agroflorestas. E há uma mecanização específica para o Nordeste, para o Norte, para o centro-Oeste, para o Sudeste e para o Sul. Na região Sudeste, estamos tentando convencer os governadores a montarem um fundo de aval para o Pronaf, pois no Nordeste tem um fundo de aval e no Norte agora nós conseguimos a adesão do fundo constitucional do Centro-Oeste para o Pronaf. Isso vai crescer o Pronaf nessas regiões e eu espero que cresça também na região Sul e Sudeste. No Sul, tem uma agropecuária importante e estamos endereçando um programa para algumas regiões do Brasil, em função das mudanças climáticas, de melhoria genética do gado para Girolando para aumentar a produção de leite do pequeno agricultor brasileiro. Estamos muito focados também no tema ambiental, principalmente agora em função das secas, estamos endereçando ações ao Rio Grande do Sul desde o começo de 2023. Portanto, de acordo com as peculiaridades de cada região brasileira, nós temos programas que atendem as especificidades.


INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

10

Foto: Gustavo Mansur

Técnicas e tecnologias significam novas oportunidades No Sul do Brasil, governantes implementam ações para levar inovação ao campo. O cenário atual aponta para mudanças de comportamento dos consumidores, o que exige de quem produz a assimilação de inovações e a identificação de oportunidades econômicas para propriedades rurais. No Sul do Brasil, as Secretarias ligadas à produção rural desenvolvem ações de incentivo à modernização visando proporcionar ao agricultor a implantação de novas tecnologias e segurança na produção, garantindo uma maior rentabilidade, mercado, adequado ao equilíbrio econômico e ambiental. No Rio Grande do Sul, a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) contribuem para que as tecnologias cheguem ao campo. Conforme Giovani Feltes, titular da Seapi, a inovação e a produtividade andam juntas e, por isso, é essencial aliar as tecnologias disponíveis. “São novas ferramentas, métodos e práticas criadas ao longo do tempo que auxiliam os produtores rurais e tendem a dar agilidade, qualidade e eficiência na produção agrícola”, diz. Feltes cita o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono no Rio Grande do Sul (Plano ABC+ RS), que possui oito tecnologias para promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de gases de efeito estufa na agropecuária. “O aumento da eficiência e resiliência dos sistemas produtivos gera riqueza, equilíbrio ambiental e maior produtividade”, salienta. São oito metas até 2030 para o controle das emissões de gases, que são acompanhadas e monitoradas pelo Comitê Gestor do Plano ABC+ RS, coordenado pela Seapi. “As metas são de estímulo à adoção de sistemas, práticas, produtos, tecnologias e processos de produção sustentável por meio dos produtores gaúchos”, resume.

Feltes: inovação e a produtividade andam juntas

Para saber mais sobre o ABC +, clique no botão ao lado. Entre as ações práticas da Seapi, o secretário Feltes cita a contratação, via Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), de serviço para a geração de produtos agroclimáticos. “Será um aplicativo para disponibilizar as variáveis meteorológicas em tempo real e, a partir das informações, o cidadão pode tomar a melhor decisão”, diz. “Serão dados que servirão de controle e suporte para os produtores rurais e autoridades competentes, que contarão com ferramentas mais precisas nas tomadas de decisão em relação ao cultivo e manejo das culturas em todos os municípios do Estado”, explica. Além disso, há também o Projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para a Agropecuária Gaúcha, sob responsabilidade do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/Seapi), que tem desenvolvido tecnologias que vão desde ferramentas digitais a até novas variedades. “Muito desse trabalho é difundido através da parceria com a Emater, pela extensão rural, e outros parceiros como cooperativas e instituições ligadas ao agro, através de dias de campos, eventos e unidades de referência tecnológica”, completa Feltes. O titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, ao lembrar que a pasta integra o Grupo de Trabalho do Centro Agro, conta que a missão é proporcionar um ambiente favorável para a geração de oportunidades, agregação de valor, integração dos atores e desenvolvimento sustentável de soluções inovadoras. “A visão é tornar o RS referência em


11

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Foto: Divulgação

Santini: tornar o RS referência em geração de oportunidades até 2035

inovação e geração de oportunidades no agronegócio na América Latina até 2035”, diz. Nesse trabalho, as ações da SDR são voltadas à subsidiar o Centro com informações sobre as políticas públicas voltadas à agricultura, pecuária e agroindústria familiar. “Entre as medidas, estão a articulação com a Emater/RS, federações e cooperativas e a disponibilização de URTs (Unidades de Referência Técnica) para divulgação de inovações tecnológicas”, relata. Uma atividade mencionada por Santini é o novo manual operativo do Programa de Sementes Forrageiras, edição 2023/2024, que também prevê a interligação da tecnologia com a produção agropecuária. “A grande novidade é a possibilidade e intensificação de uso de espécies de cereais de inverno para produção de pastagens de qualidade, bem como para a produção de alimento conservado na forma de silagem”, explica o titular da SDR. “Em parceria com a Embrapa, estará sendo disponibilizado um portfólio de cultivares de cereais de inverno como trigos, triticales e cevadas para cultivo na entressafra (março a junho), no inverno (junho a outubro), assim como cultivares de duplo propósito que podem trazer mais renda em um período de ociosidade do solo no RS, agregar valor e diminuir o risco na atividade leiteira pela oferta de alimento de alta qualidade no outono e inverno”, acrescenta. Essas alternativas se somam às tradicionais, como os cultivos de aveias e azevéns para o benefício dos produtores atendidos no programa. “Para dar suporte ao uso das novas tecnologias, a SDR juntamente com Emater/RS e Embrapa estarão ainda mais próximas das entidades parceiras, que acessam o programa, com informações qualificadas para a implementação destes cultivos”, diz Ronaldo Santini.

No Programa Troca-Troca de Sementes Safra 2023/2024, a novidade é a ampliação das categorias de sementes de milho ofertadas. Agora, além de cultivares de sementes nas categorias tradicionais de sorgo convencional, milho convencional e milho transgênico, o programa tem duas novas categorias de sementes de milho transgênicas especiais. Outra questão apontada pelo secretário Santini é a possibilidade de revisitação de tecnologias que foram deixadas de lado ao longo do tempo. “Entre elas, o plantio em curva de nível, análise de solo com maior periodicidade para correção de acidez e maior infiltração de água e recarga de aquíferos. O titular da SDR também menciona a construção de bacias de retenção de água da chuva para maior infiltração de água no solo e diminuição do fluxo de água que acaba chegando aos mananciais. “São difundidas ainda as tecnologias da sobressemeadura de algumas pastagens, que além de diminuir o impacto do aquecimento do solo, são eficientes em auxiliar na infiltração de água e aumentam a fixação de carbono no solo”, acrescenta. SISTEMAS AGROFLORESTAIS – Para o secretário Santini, existem várias estratégias de inovação técnica e tecnológica que podem proporcionar segurança na produção, rentabilidade, mercados e equilíbrio econômico e ambiental para a agricultura familiar”, diz. “Um dos exemplos são os Sistemas Agroflorestais (SAFs), que são consórcios de culturas agrícolas com espécies arbóreas que podem melhorar o equilíbrio hídrico, aumentando a capacidade de absorção do solo e a infiltração de água”, explica. “Incluem-se árvores e arbustos nativos ou exóticos e culturas agrícolas de diferentes ciclos”, acrescenta. “Com a redução do risco de erosão e com o aumento da infiltração de água, os sistemas agroflorestais podem reduzir o risco de erosão e a disponibilidade de água para as plantas em períodos de estiagem”, conta. “Precisamos construir sistemas que estejam alinhados com a preservação e conservação da biodiversidade”, salienta.




INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

14

Em Santa Catarina, infraestrutura para poder aplicar a modernização no campo Em Santa Catarina, estão sendo empregados esforços em infraestrutura para dar condições de as inovações chegarem a todos os cantos do estado. Para isso, a Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina (SAR) está buscando projetos e programas estruturantes. Conforme o titular da pasta, Valdir Colatto, é preciso ver se o produtor rural tem energia elétrica suficiente, internet e se há boas estradas. “Precisamos levar tecnologias e informação para o campo, que é importante até para nós preservarmos lá o sucessor, que o jovem fique no campo e possa ser um empreendedor”, diz. Em relação ao fornecimento de energia, Colatto diz que há esforços sendo empreendidos para que haja energia trifásica em todo o interior. A Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) está fazendo esse trabalho, com o levantamento de município por município, vendo aonde não está sendo atendido, para levar uma energia de qualidade”, conta. “E, por outro lado, estamos também buscando uma maneira de levar a conexão de qualidade ao campo”, acrescenta. “Para isso, estamos buscando a parceria da Celesc e cooperativas de eletrificação para que não haja cobrança do pedágio dos fios que levam a internet”, conta. Foto: Divulgação

Colatto: inovação e novas tecnologias favorecem também a sucessão rural

Conforme Colatto, além da infraestrutura geral, é preciso dar condições aos produtores para que adquiram tecnologias. “Temos que ter financiamentos para os nossos agricultores, que eles possam buscar recursos do Fundo de Desenvolvimento Rural com juros subsidiados, às vezes até com rebate de valores, para equipar e instrumentalizar a propriedade”, diz. Conforme ele, a questão da internet e comunicação é necessária não apenas para máquinas e equipamentos informatizados e inovadores, mas até para que o produtor cumpra exigências como a Nota Fiscal Eletrônica. “Os recursos para isso são de grandes montas, mas necessários. Talvez a internet por satélite venha a nos ajudar e diminuir os custos para que possamos levar a conexão ao campo”, comenta. Na opinião de Colatto, as inovações técnicas e tecnológicas proporcionam segurança na produção, rentabilidade, mercados e equilíbrio econômico e ambiental. “A inovação também soluciona parte de uma questão, que é a falta de mão de obra no campo”, diz. “Mesmo quem opta pelo campo, quer uma máquina de qualidade que proporcione conforto no trabalho, como, por exemplo, a ordenha mecanizada”, diz. “E a rentabilidade também é beneficiada, pois a tecnologia facilita se comunicar e acompanhar o mercado, ter informações econômicas e ambientais”, explica. MEIO AMBIENTE – Para Colatto, o homem do campo é hoje o grande ambientalista do Brasil e precisa de uma linha de crédito e tecnologia para que possa cumprir com a legislação ambiental e que tenha condições de estar dentro do processo de legalidade econômica, social e ambiental. “Aqui em Santa Catarina, as propriedades destinam em média 20% das propriedades rurais à preservação do meio ambiente e o agricultor precisa de apoio para manter isso”, finaliza.


15

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Foto: Gilson Abreu

No Paraná, pesquisa

e desenvolvimento focados na agricultura Quando se trata de fomento à inovação, o governo paranaense mantém 24 estações de pesquisa e desenvolvimento focadas no processo de fazer agricultura e em desenvolver novos materiais, como de café e de feijão, por exemplo. Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o Paraná é uma economia agrícola e agroindustrial, cerca de 35% do Produto Interno Bruto (PIB) é decorrente disso. “Aproximadamente 80% do esforço exportador é agribusiness”, revela. “Mas também é um agro muito feito por pequenos, a grande maioria dos nossos agricultores têm sítios ou fazendas pequenas”, afirma. “Então nós temos que adaptar máquinas, implementos e equipamentos para esse tamanho”. Ao mencionar o setor rodoviário, o titular da Secretaria da Agricultura diz que há deficiências e é necessário esforço para fazer concessões de rodovias. “Temos rodovias de 30, 40 anos atrás transportando safras que são hoje o dobro ou até o triplo do que eram quando elas foram construídas. Temos dois lotes já concedidos e mais quatro lotes para fazer concessão. E temos também um projeto ousado, que é fazer uma nova ferrovia com traçado mais inteligente e eficiente, ligando Maracaju até o Porto de Paranaguá, encurtando para um quinto o tempo que leva um container de frango que vai de Cascavel ao Porto de Paranaguá”. Outra necessidade é a conectividade no meio rural para permitir usar todo o ferramental digital ou de máquina nas propriedades rurais. “Há um esforço do governo paranaense, junto com entidades e cooperativas, no sentido de despertarmos para a necessidade de sinal, para que o conhecimento e a ciência sejam empregados a favor de uma agricultura cada vez mais tecnológica”, diz. “O próprio estado tem liberado recursos, inclusive crédito de ICMS, para provocar investimentos em capacidade de conectividade, seja por estações de rádio base, cabos de fibra ótica e até por satélites”, acrescenta. Conforme Ortigara, nos últimos anos tem havido evolução no aproveitamento de duas fontes importantes de energia: o sol e a biomassa. “O Paraná tem 98% da sua energia gerada em fontes de energia limpa, muito calcado em água e hidrologia, mas nós temos evoluído de forma eficiente na implantação de sistemas de placas solares fotovoltaicas, o que já está se consolidando como uma fonte importante. As placas melhoram a eficiência e o próprio estado assume parte ou integralmente o custo, conforme o tamanho do agricultor”. Como o Paraná é um grande produtor de suínos, frangos e leite, o governo está incentivando o aproveitamento dos dejetos de animais e da biomassa para a produção de biogás para uso térmico, elétrico, ou no refino para geração de biometano e uso equivalente ao gás natural em tratores e caminhões. “Mantemos o desafio de produzir hidrogênio para a produção de fertilizantes e ureia verde”, conta Ortigara. “O estado definiu uma política de apoio financeiro com redução do custo e equalização de juros para a produção de biogás”, relata. “Já temos dezenas de unidades funcionando, e acredito que isso vai evoluir, ajudando a reduzir passivos ambientais que temos na forma de excesso de dejetos, especialmente na suinocultura”, comenta Ortigara. “Os efeitos positivos são que dá dinheiro, limpa o ambiente e permite a ampliação do povoamento de animais em regiões onde há

Ortigara: evolução no aproveitamento de energias renováveis como sol e biomassa

produção de frango de corte, suínos e leite”, completa. O programa de Agricultura de Baixo Carbono é outro destaque de contribuição à mitigação dos gases de efeito estufa. “Tem mais de 10 ferramentas disponíveis e temos metas estabelecidas para cada uma delas”, diz. “Destaco o plantio direto de qualidade, integração lavoura-pecuária-floresta, cultivo florestal, bioinsumos, plantio direto em hortaliças e terminação de animais em prazos mais curtos”, relata o titular da SEAB. PELA INOVAÇÃO - Com agricultura e agroindústria cada vez mais tecnológicas, fugindo do empirismo e assumindo o conhecimento e a ciência como definidores de resultados, Norberto Ortigara diz que percebe muitos avanços importantes acontecendo na agricultura de precisão. “São tecnologias como sensores, drones, bioinsumos bioinsecitidas, biofungicidas”, cita. “Também nos processos de adequação, correção, manejo do solo, da água, enfim, tratando de lidar com cada pedacinho de chão de acordo com as suas necessidades, em alguns casos, com uso de inteligência artificial, algoritmos, definindo maior assertividade”, diz. Na pecuária leiteira, os processos rudimentares estão dando lugar a processos robotizados. “Um exemplo é a região de Castro, onde robôs fazem o que antigamente era manual. Ainda não é a média, mas está evoluindo”, comenta. E nas granjas de suínos, peixes, frangos e no gado leiteiro há preocupação com o conforto, o bem-estar animal, todo o processo de sensores, de aeração e até de umidade do ar. “Um aviário hoje é praticamente uma indústria com inúmeros painéis de controle que permitem trabalhar em ambientes com mais domínio das coisas. Tudo caminha para menos uso de força bruta, menos trabalho humano, e cada vez mais para o uso de mecanização e com processos digitais”, diz o secretário paranaense. Segundo Ortigara, a produção de amido de mandioca tem processos industriais totalmente automatizados e, em poucas horas, a raiz sai embalada já na forma de amido. E na produção de etanol e açúcar, as indústrias estão se modernizando, evoluindo para estágios mais avançados, que garantem maior cuidado com o meio ambiente e mais rentabilidade. “Na nossa produção de frutas, legumes, verduras, há muitos processos em ambiente protegido”, diz. “Na produção de madeira, o Paraná tem a cadeia mais organizada do Brasil, presente de ponta a ponta, do cavaco para a energia até papel e celulose, com megainvestimentos que nos tornaram grandes exportadores de celulose e de papel cartão”, conta.


INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

da produção rural O Rio Grande do Sul conta com o Programa Inova, com ecossistemas regionais para atuação local Na atualidade, o produtor rural precisa ser competitivo para garantir-se no mercado e ter uma situação financeira adequada às suas necessidades. Nesse sentido, a inovação está entre os fatores essenciais para o desenvolvimento das propriedades rurais e que haja produção eficiente e adequada aos atuais desafios econômicos, ambientais e gerenciais. E, para que as tecnologias possam chegar até as atividades rurais e promover melhorias, a administração pública tem um papel importante. No Rio Grande do Sul, esse trabalho tem recebido atenção através do Programa Inova RS, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT). Conforme a secretária da pasta, Simone Stülp, a inovação é um meio para solucionar problemas nas mais diversas áreas e o agro é um dos setores estratégicos e prioritários. “Diante do cenário complexo que estamos vivendo, com eventos climáticos extremos e desastres naturais mais frequentes, precisamos direcionar nossos esforços para a busca de soluções, envolvendo o uso cada vez maior de tecnologia para o benefício das propriedades rurais”, diz. Para isso, o agro está contemplado no planejamento estratégico da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia para o ciclo 2023-2026, dentro do eixo Transformar, que tem

como objetivo desenvolver a competitividade em setores estratégicos para o Rio Grande do Sul. “O agronegócio é um desses setores por estar entre os principais motores que movem a nossa economia. Assim, em 2023, lançamos uma série de iniciativas voltadas para a inovação rural, com destaque para o Centro de Inteligência do Agro, um movimento colaborativo liderado pela SICT em parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), entre outras pastas”, explica Simone Stülp. “Estamos em fase de desenho do funcionamento do centro, juntamente com atores da academia, iniciativa privada, sociedade civil organizada, além de outras secretarias de governo”, conta. “É algo inédito no nosso estado, que nos possibilitará criar e difundir conhecimento de forma mais efetiva, desenvolver tecnologias e promover ações que impactem positivamente toda a cadeia do agro”, acrescenta. Em relação a projetos em andamento, a Secretária de Inovação cita que 2023 foi marcado pelo lançamento de editais que beneficiam a área agrícola. Um deles é o Edital Inova Agro, com valor total de R$ 14 milhões e destinado a projetos estratégicos de irrigação, descarbonização, aumento da eficiência de produção e transição energética. Outro é o TEC4B Agro, com disponibilidade de R$ 8 milhões e voltado a propostas de universidades e prefeituras para a estruturação e gestão de ambientes colaborativos (living labs) e infraestrutura para prototipação, realização de provas de conceito e testagem de produtos ou serviços. E o edital Monitoramento de Gases do Efeito Estufa, lançado pela Fapergs, vinculada à SICT, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), destinou R$ 15

Fotos: Divulgação SICT

Inovação ao alcance

16

Simone Stülp: Centro de Inteligência do Agro deverá difundir conhecimento, desenvolver tecnologias e promover ações

milhões a pesquisadores doutores interessados em executar projetos de pesquisa para medição de gases nas cadeias produtivas primárias da economia gaúcha. O Inova RS - Foi criado em 2019, com o propósito de, até 2030, tornar o Rio Grande do Sul uma referência global em inovação como estratégia de desenvolvimento local. “Por meio dele, garantimos que a inovação, a ciência e a tecnologia sejam desenvolvidas como um todo, e não apenas na região metropolitana ou nos grandes centros urbanos”, relata Simone Stülp. Para as ações, o estado foi dividido em oito ecossistemas regionais de inovação e cada região elaborou sua visão de futuro, incluindo áreas prioritárias a serem fomentadas, sendo que o agronegócio está entre as prioridades de seis delas. “Em todas as regiões, temos pessoas focadas em difundir o tema da inovação em parceria com a quádrupla hélice: academia, setor privado, setor público e sociedade civil organizada” diz. Os oito ecossistemas regionais são Produção e Norte, Central, Vales, Fronteira Oeste e Campanha, Metropolitana e Litoral Norte, Noroeste e Missões, Serra Gaúcha e Sul.


INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

17

Fotos: Divulgação

Nos Vales, foco no

agroalimentar, saúde e serviços Plantas bioativas, reaproveitamento de resíduos agroindustriais e a cocriação de soluções tecnológicas No Inova dos Vales, que abrange a região dos Vales do Rio Pardo e Taquari, alguns resultados já obtidos têm foco na produção de plantas bioativas, no reaproveitamento de resíduos agroindustriais e na cocriação de soluções tecnológicas. Segundo o gestor de Inovação e Tecnologia do Inova RS na Região dos Vales, Thomas Müller Schmidt, são ações viabilizadas através de recursos via editais disponibilizados pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS. Instalado há quatro anos, o ecossistema regional conta com uma estrutura de governança para direcionar e validar o planejamento de ações nos setores alvos para serem

referência nacional em inovação até 2030: agroalimentar, saúde e serviços. Nos projetos direcionados ao agro, há esforços para que as inovações cheguem até o produtor. Schmidt diz que, para isso, a equipe busca sempre envolver o empreendedor rural na construção dos projetos. “De maneira geral, essa atuação se dá de forma colaborativa, estabelecida ainda na fase inicial das propostas com o intuito de unir as universidades, poder público, sociedade civil organizada e as empresas”, conta. “Entende-se que podemos buscar soluções a problemas que, de maneira não integrada, teríamos mais dificuldade ou até mesmo não conseguiríamos resolver”,

Thomas Müller Schmidt: Inova RS na Região dos Vales busca envolver produtor rural desde a construção dos projetos

explica. “Poder contar com o produtor rural desde o início do processo é essencial para que as inovações cheguem até esse público”, reforça.

Chega de bombear!

Jacto SB Pulverizador Costal a Bateria • Bateria removível e recarregável • Autonomia de trabalho de até 13 horas • Equipado com a cinta almofadada, traz ergonomia e conforto

Leve, resistente e fácil de usar

• Peças de reposição originais amplamente disponíveis no mercado • Rede de assistência técnica especializada

Mais economia com uma bateria intercambiável! Já possui um costal a bateria Jacto? Agora você tem a opção de comprar o Jacto SB SEM o kit elétrico (bateria e carregador) e usar a mesma bateria.

TENHA MELHOR CUSTO-BENEFÍCIO EM SUAS OPERAÇÕES!

Conheça os diferenciais do Jacto SB.


INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

18

técnica e gestão em favor do rural Entidades e instituições atuam visando viabilidade da produção e comercialização de produtos do agro pecuaristas familiares. Ter uma propriedade rural rentável está ligado à capacidade Superação de de o produtor unir produções viáveis à garantia de comércio. estiagens, cadeias Assim, ele obtém a segurança necessária para continuar na curtas, agroindústrias, atividade. Mas, para que isso ocorra, é preciso ter bovinocultura de leite conhecimento, ser inovador, buscar as tecnologias disponíveis e e assistência técnica aplicá-las visando a produção segura, diversificada e viável digital são outros econômica e ambientalmente. O fomento, o auxílio na exemplos de atuação. implantação e o acompanhamento do desenvolvimento da “Além das atividades e inovação faz parte da missão de diversas entidades, órgãos e práticas trabalhadas, instituições ligadas ao agro. estamos investindo no EMATER - A entidade mais presente no dia a dia das pequenas trabalho com jovens e Mara Saalfeld: atendimento direcionado às propriedades familiares e comunidades rurais gaúchas é a prioridades de cada produtor e localidade mulheres no meio Emater/RS-Ascar. Os extensionistas desempenham um papel rural, através de crucial ao levar pesquisas, inovações e programas governamentais cursos de empreendedorismo e desenvolvimento”, acrescenta. às propriedades rurais. A presidente da Emater/RS e SENAR - A formação profissional rural desempenha um papel superintendente-geral da Ascar, Mara Helena Saalfeld, explica que fundamental no fortalecimento da agricultura e pecuária. A a atuação em cada propriedade se baseia num planejamento qualificação contínua dos trabalhadores rurais eleva a produtividade anual com identificação das prioridades que serão atendidas em e aprimora a eficiência operacional. Uma instituição com atuação cada um dos 497 municípios. “Com base nas necessidades, direcionada é o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), levamos as tecnologias que podem repercutir em cada uma das que tem a visão de capacitar profissionais que impulsionarão a 204 mil famílias que orientamos”, conta. Isso resulta em benefícios, inovação do setor, contribuindo para a construção de comunidades como aumento da produtividade, adoção de práticas sustentáveis, rurais robustas e alinhadas com as demandas globais por alimentos acesso a novas tecnologias e melhoria nas condições gerais da de alta qualidade e produção sustentável. “O investimento na produção agrícola. capacitação beneficia as propriedades individuais e contribui para o Outro papel da Emater é o auxílio na gestão das atividades crescimento econômico e social das comunidades, consolidando o para que os produtores façam a administração adequada de suas Senar como um agente catalisador no desenvolvimento do meio propriedades. “Isso inclui orientações sobre gestão financeira, rural”, diz o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli. planejamento agrícola, diversificação de atividades, uso eficiente O avanço tecnológico no setor demanda profissionais de recursos naturais e implementação de boas práticas agrícolas”, capacitados, inclusive operadores de máquinas agrícolas. explica Mara Saalfeld. “A Emater tem programas de gestão que Conforme Condorelli, na medida que o campo incorpora máquinas são divulgados, aplicados e acompanhados pelos nossos cada vez mais avançadas e tecnológicas, a formação profissional extensionistas e essa assistência contribui significativamente para do Senar garante que os trabalhadores melhorar a qualidade de vida no campo, estejam adequadamente treinados para promovendo sustentabilidade e resiliência operar esses equipamentos. “Profissionais nas atividades rurais”, completa. qualificados não apenas maximizam a Para a promoção da produção rural eficiência no uso de tecnologias, mas também gaúcha, as principais frentes trabalhadas pela contribui para a sustentabilidade da produção Emater são aquelas que sejam prioritárias agropecuária”, ressalta. E, ao capacitar os para os produtores e localidades atendidas. trabalhadores com conhecimentos em gestão Segundo a presidente, as prioridades são financeira, práticas sustentáveis e elencadas através de reuniões com os conformidade com regulamentações, são assistidos, conselhos municipais de moldados líderes capazes de gerenciar agropecuária, prefeituras municipais e suas propriedades rurais de maneira abrangente. secretarias e equipes regionais e estaduais “Essa abordagem também promove uma da Emater. “Além de um plano anual de agricultura mais responsável e alinhada às atividades, trabalhamos em cima de um demandas do mercado”, acrescenta. plano plurianual, também baseado nas Além disso, o Senar oferece a Assistência necessidades de cada município, bem como Técnica e Gerencial (ATeG) com o objetivo de no plano plurianual do governo do estado”, promover o desenvolvimento sustentável do relata. setor agropecuário, proporcionando aos Mara Saalfeld conta ainda que a Emater produtores rurais conhecimentos e práticas está presente em todas as culturas, dando a que otimizem a gestão de suas propriedades. assistência necessária e solicitada pelos agricultores e povos tradicionais, como Condorelli: capacitação para promover uma “O Senar busca elevar a eficiência produtiva, agricultura alinhada às demandas do mercado aprimorar a tomada de decisões e fortalecer a quilombolas, indígenas pescadores e

Fotos: Divulgação

Profissionalismo,


19

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Fotos: Divulgação

capacidade empreendedora dos agricultores”, salienta. “Isso inclui Waldyr Stumpf Junior, aspectos como o planejamento estratégico, a gestão financeira, o no trabalho junto aos controle de custos, a diversificação de atividades e a incorporação produtores rurais, a de inovações”, diz o superintendente. “Ao focar na capacitação Empresa Brasileira de técnica e gerencial, o Senar contribui para o aumento da Pesquisa competitividade do setor, o fortalecimento das comunidades rurais Agropecuária acolhe e a promoção de práticas sustentáveis”, acrescenta. as dificuldades e Com foco na promoção da qualidade de vida no campo, o necessidades e Senar concentrando-se na capacitação e na melhoria da busca as soluções. administração das propriedades e lançou o Curso de Gestão Rural, “Essa interação dos com foco em gestão, empreendedorismo, finanças, legislação, pesquisadores e sustentabilidade e planejamento de negócios. “Busca aprimorar a técnicos faz com que capacidade de gestão dos participantes, capacitando-os a tomar captemos as decisões mais informadas, implementar práticas sustentáveis e dificuldades, os enfrentar os desafios específicos do ambiente rural” cita. “Esse pontos de esforço educacional fortalece a competitividade dos negócios estrangulamento no rurais e contribui para o desenvolvimento sustentável das atividades setor produtivo e, a agrícolas”, conta Condorelli. “Ao promover o entendimento partir daí se constrói abrangente da gestão rural, o Senar no Rio Grande do Sul projetos de pesquisa desempenha papel importante capacitando os produtores para e ações de parceria enfrentar os desafios contemporâneos e promover práticas mais para, de forma Liane Klein: gestão promove a tomada eficientes e sustentáveis”, finaliza. científica, atacar os de decisões mais assertivas para SEBRAE - O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas problemas”, diz. o crescimento sustentável Empresas (Sebrae) tem um braço estendido para o rural, com “Trabalhamos o atuação que vai desde atendimentos individuais aos produtores melhoramento genético, a adaptação das plantas e dos animais ao até projetos coletivos. De acordo com Liane Portantiolo Klein, setor produtivo de uma forma real, em espaços reais, não só em gerente Regional no Sebrae, algumas atividades são laboratório, mas também no campo para poder resolver os capacitações rurais através de cursos, treinamentos, workshops problemas que forem identificados”, acrescenta. para produtores rurais, visitas técnicas a feiras do segmento e Para que as inovações sejam difundidas entre os produtores, dias de campo. “Além disso, oferecemos consultorias há estratégias de comunicação, intercâmbio de conhecimentos e personalizadas para auxiliar na gestão do negócio e consultorias de transferência de tecnologias. Segundo Stumpf, a melhor forma técnicas que contribuem no desenvolvimento e aprimoramento de fazer isso é junto com o produtor. “Como temos parte das das atividades da propriedade”, cita. pesquisas feita junto com os produtores nos seus estabelecimentos Conforme Liane Klein, as ações visam realizar um atendimento rurais, isso facilita a própria adoção de tecnologias e nós temos diferenciado, estimulando a criação e desenvolvimento de novos vários meios para transferir ou para intercambiar esses produtos e até mesmo novos negócios, conforme a necessidade e conhecimentos e essas soluções que a gente vai construindo ao realidade de cada um. “A gestão é fundamental para o longo do tempo”, lembra. desenvolvimento rural, pois permite a organização e planejamento Além disso, a comunicação por folderes e artigos em das atividades agropecuárias, promovendo uma tomada de periódicos e livros, capacitações, treinamentos, dias de campo, decisão mais assertiva, baseada em dados concretos, de forma, programas de televisão e ensino à distância são formas de difusão que se obtenha o crescimento sustentável e a melhoria da dos conhecimentos. “É um conjunto de estratégias, desde as qualidade de vida no meio rural”, comenta. questões mais fluídas como contatos com produtores até a Na Expoagro Afubra 2023, o Sebrae participação em eventos técnicos e científicos lançou o Qualifica Turismo, que já está nacionais e internacionais”, relata. “Temos atendendo 38 empresas ligadas ao turismo, também um conjunto de métricas para tanto rural quanto urbano. “Já obtivemos conseguir avaliar o impacto dessas excelentes resultados, entre eles, criação de tecnologias na produtividade e na qualidade novas identidades visuais para os como o produtor recebe e avalia esses empreendimentos, planos de negócios, novos produtos”, acrescenta o chefe-geral da produtos turísticos também estão sendo Embrapa Clima Temperado. criados”, conta. Para 2024, está previsto um Entre as mais recentes soluções curso de marketing digital e uma sessão de tecnológicas da Embrapa Clima Temperado, negócios entre os empreendimentos que estão os zoneamentos de risco climático das participam do projeto. Outra ação lançada culturas como pêssego, oliveira e morango. “É recentemente foi a campanha “Vale do Rio uma contribuição importante porque é ela quem Pardo - Viva essa Experiência” que mostra as define o próprio financiamento dos bancos belezas naturais e atrativos turísticos da região públicos”, comenta Waldyr Stumpf Junior. Além e tem como objetivo divulgar as empresas e disso, nos últimos anos, a Embrapa lançou as belezas do Vale. diversas cultivares e processos de produção EMBRAPA - A Embrapa tem uma grande que aumentaram significativamente a trajetória no desenvolvimento de pesquisa produtividade. Algumas são batata, morango, aplicada à produção rural e coloca o arroz, pêssego e amora. Outras tecnologias conhecimento científico a serviço da busca citadas pelo chefe-geral da Embrapa são o de soluções através das inovações. Conforme sulco/camalhão, que permite a utilização das Waldyr Stumpf Junior: identificar e o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, buscar soluções para os problemas terras baixas, e a produção de bioinsumos.




INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

22

Conhecimento e pesquisa a serviço do desenvolvimento O desenvolvimento sustentável do setor produtivo rural é facilitado quando há aproximação com instituições de ensino e pesquisa, pois as parcerias proporcionam que os produtores conheçam e possam se utilizar das inovações. No Sul do Brasil, as universidades mostram disposição e comprometimento em colocar a pesquisa acadêmica à disposição do agro. Um exemplo é a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), que, além da oferta de graduações como Agronomia, Engenharia Agrícola e Medicina Veterinária, proporciona alguns cursos que permitem qualificação rápida e voltada a aspectos práticos dos desafios enfrentados pelos produtores rurais. Segundo o reitor Rafael Henn, como universidade comunitária comprometida com a realidade regional, todas as ações da Unisc são pensadas de forma a contribuir para o desenvolvimento sustentável das regiões onde atua. “No Foto: Bruna Lovato/Unisc

Rafael Kirst: transferir conhecimento para gerar melhorias

meio rural, cada vez mais caracterizado pela intensidade de tecnologia e conhecimento, não poderia ser diferente”, diz. “Na extensão, buscamos desenvolver projetos que trazem um impacto positivo direto aos produtores, o que ajuda no aumento da produtividade das propriedades e na melhora da qualidade de vida das pessoas que vivem no campo”, acrescenta. E nas ações de pesquisa e inovação, o conhecimento científico dos pesquisadores e estudantes é usado de forma a desenvolver soluções voltadas aos problemas e particularidades regionais. “Temos uma Central Analítica que é referência nacional na área do agro, e estamos utilizando todo este know-how adquirido ao longo dos anos de forma a fortalecermos, cada vez mais, a nossa atuação nessa área”, conta. Na opinião de Henn, o mundo passa por um momento de reflexão quanto à necessidade de incorporação de aspectos sociais, ambientais e de governança. “Essas ações estão na linha de valores como Universidade, dos quais destaco a criatividade para a solução de problemas complexos por meio da pesquisa; a cooperação com empresas, poder público e entidades sociais para o pensar de forma conjunta; e, acima de tudo, o nosso compromisso com a qualidade em tudo o que fazemos”. Rafael Kirst, diretor de Inovação e Empreendedorismo, acrescenta que a Unisc possui iniciativas de pesquisa, extensão e inovação com interface direta com a realidade do campo. “No momento, temos 15 projetos em execução, cada qual com objetivos e entregas relevantes para o nosso contexto local. Em comum, todos eles seguem uma lógica de cooperação da Unisc com outros atores da região, buscando maior proximidade para o desenvolvimento de ações conjuntas e o

Foto: Danubia Machado

Universidades contribuem por meio de ações direcionadas ao desenvolvimento rural sustentável

Reitor Rafael Henn: comprometimento com a realidade regional

desenvolvimento de pesquisa que gere resultados e benefícios diretos a todos os envolvidos”. Em relação à inovação, há ações em parceria com empresas que vão desde o desenvolvimento de métodos analíticos de solo até a prototipação de novas máquinas para auxiliar o trabalho de pequenos produtores. “O empreendedorismo tem papel relevante nessa dinâmica, e por isso trabalhamos a educação empreendedora na agricultura familiar, demonstrando que a inovação também é feita pelos pequenos produtores”, explica Kirst. Existem, ainda, projetos ambientais que comprovam o aumento da produtividade e competitividade do setor agrícola quando há uso de recursos como água e solo de uma maneira mais racional. “Nossos pesquisadores e programas de pós-graduação em áreas como Desenvolvimento Regional, Sistemas e Processos Industriais e Tecnologia Ambiental são fundamentais para essas entregas. A aproximação com empresas e produtores permite acesso facilitado para que efetivamente possamos transferir conhecimento e gerar melhorias, mas também destaco momentos como a Expoagro Afubra, a qual permite acessar um grande número de pessoas e aumentar o alcance da divulgação de nossos projetos”, finaliza.


23

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Fotos: Divulgação

Inovação para auxiliar os produtores Na Universidade do Vale do Taquari (Univates) há parcerias com empresas do setor agrícola, realização de pesquisas aplicadas e desenvolvimento de cursos e workshops para o público rural com temas importantes do setor. Também são disponibilizadas tecnologias e práticas inovadoras por meio de canais de comunicação e eventos. Conforme a reitora Evania Schneider e o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Carlos Cândido da Silva Cyrne, a universidade fomenta a busca e a oferta de inovação e conhecimento para auxiliar os produtores rurais em suas atividades. “Para isso, há uma abordagem multifacetada, que considera diferentes perspectivas em suas práticas de ensino, pesquisa e extensão”, explica a reitora. Entre os principais projetos e ações voltados para a capacitação e a inovação dos produtores rurais, eles destacam iniciativas de pesquisa e eventos que visam solucionar desafios específicos e

problemas enfrentados pelos produtores, integrando teoria acadêmica e prática. “Como exemplo, há o desenvolvimento de tecnologias de controle biológico que permitem a substituição dos atuais defensivos agrícolas nas culturas de morango e videiras”, relata a reitora Evania Schneider. Segundo o pró-reitor Carlos Cyrne, o objetivo é que a pesquisa realizada pela Univates seja disponibilizada de maneira acessível para chegar até as propriedades rurais e às empresas no ramo agropecuário. “Temos programas de pós-graduação nos níveis de Mestrado e Doutorado que realizam a qualificação de profissionais que, também, são responsáveis pela extensão do conhecimento às comunidades”, relata. Isso ocorre por meio de materiais didáticos, workshops práticos e também de parcerias estratégicas com empresas, entidades locais e órgãos governamentais. “A universidade utiliza canais de comunicação

Reitora Evania Schneider: projetos de pesquisa integram teoria acadêmica e prática

como redes sociais, plataformas on-line e eventos para garantir que as descobertas e inovações alcancem diretamente os produtores rurais, promovendo melhorias concretas em suas práticas e resultados”, completa Cyrne.

Projetos de extensão, ensino e pesquisa Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) houve, no início de 2023, a criação da Pró-Reitoria de Inovação e Empreendedorismo, passando a existir um núcleo específico de prospecção e valoração, em que um dos objetivos é ofertar e transferir as tecnologias e pesquisas geradas para possíveis interessados na utilização. Isso também significou a abertura de possibilidades de inovação para o setor rural. Conforme a pró-reitora adjunta de Inovação e Empreendedorismo, Lauren Peres Lorenzoni, algumas ações são os portfólios das tecnologias protegidas e de projetos desenvolvidos, as capacitações para auxiliar o pesquisador a levar sua pesquisa da bancada ao mercado e o programa inovação aberta.

Lauren Lorenzoni: projetos de pesquisa desenvolvem e transferem tecnologias

Quando se trata de levar capacitação e inovação aos produtores rurais, a UFSM realiza pesquisa e extensão a partir de demandas de produtores rurais. “Isso com base em Agricultura de Processos, visando conciliar o aumento da produção de alimentos com o mínimo impacto ambiental”, explica Lauren Lorenzoni. Além disso, a universidade participa de redes de pesquisa, como por exemplo, a Cluster Agroinova (desenvolvimento de produtos e serviços aplicados à agricultura sustentável) e a Redeitec (de processo de produção, formulação e validação de bioprodutos). Entre os projetos de pesquisa, estão exemplos como de controle químico e biológico de pragas, tecnologia de aplicação e fitossanidade de precisão, desenvolvimento e aplicação de bioprodutos ou bioinsumos, além do Modo de Transferência e Entrada (MoTE) e Modo de Ação (MoA) dos inseticidas e bioprodutos. Alguns projetos são de predição de doenças em granjas de suínos, inovações em sistemas de gestão municipal e rural, modelos matemáticos para soja e milho, melhoramento de populações e clonagem de acácia-negro, tecnologias pela lucratividade e bem-estar de bovinos leiteiros, uso e manejo dos solos e produção de sementes e mudas florestais. Outros programas são de tecnologias emergentes na indústria cárnea, desenvolvimento de bioprodutos microbianos para a agricultura sustentável e automatização da modelagem de carbono e gases de efeito estufa em agroecossistemas. A disponibilização da pesquisa para

que chegue até as propriedades rurais e promova melhorias se dá também por meio de projetos de extensão, com o contato direto com os produtores rurais. “São projetos de ensino e pesquisa em que os produtores podem ser parceiros”, explica Lauren Lorenzoni. “E as tecnologias desenvolvidas em projetos de pesquisa, podemos licenciar - autorizar o uso - para empresas interessadas em colocá-las no mercado, dessa forma disponibilizando ao produtor rural”, acrescenta. Entre as possibilidades, está, por exemplo, o Sistema Informatizado de Gerenciamento de Irrigação (CIGIR), que possui base científica e tecnológica e oferece um conjunto de serviços de manejo e monitoramento da irrigação. “É prático, funcional, eficiente e fácil de operar, programa as irrigações e se ajusta ao manejo da irrigação de culturas para atender a demanda climática e disponibilidade de água no solo, tendo em conta a influência de todos os fatores do balanço hídrico, especialmente a demanda hídrica da cultura”, conta Lauren. Outro sistema de ponta é o Software Alimento de Origem, um conjunto de procedimentos que permite detectar a origem e acompanhar a movimentação de um produto ao longo da cadeia produtiva. E há ainda o Método de Propagação de Plantas, usado para produzir mudas a partir da coleta de pontas de estolão com uma folha recém expandida de plantas cultivadas fora do solo. Proporciona maior taxa de multiplicação e produtividade por área, o que permite controle ambiental e redução dos custos de produção.


/imagine /imagine transformar transformar a realidade a realidade da da suasua lavoura lavoura comcom um um controle controle de de pragas pragas semsem precedentes. precedentes. C

M

// //

Y

CM

MY

CY

CMY

K

PARA RESTRIÇÃO DE USO PARA NOS RESTRIÇÃO ESTADOS,DE CONSULTE USO NOS AESTADOS, BULA. CLASSIFICAÇÃO CONSULTE A BULA. TOXICOLÓGICA CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGIC

©Syngenta 2023.

©Syngenta 2023.

CATEGORIA 4: PRODUTO CATEGORIA POUCO TÓXICO. 4: PRODUTO CLASSIFICAÇÃO POUCO TÓXICO. DO POTENCIAL CLASSIFICAÇÃO DE PERICULOSIDADE DO POTENCIAL DE PERICULOSIDA www.portalsyngenta.com.br www.portalsyngenta.com.br AMBIENTAL CLASSE I -AMBIENTAL PRODUTO ALTAMENTE CLASSE I - PRODUTO PERIGOSOALTAMENTE AO MEIO AMBIENTE. PERIGOSO AO MEIO AMBIENTE.


//SE //SE NÃO QUISER NÃO QUISER FICARFICAR SÓ IMAGINANDO, SÓ IMAGINANDO, ACESSE: ACESSE:


AGRO-COMERCIAL AFUBRA LTDA.

26 Foto: Divulgação Afubra

Eventos aproximam fornecedores e equipe técnica para a difusão de conhecimentos

Afubra leva

inovação e tecnologia para o campo Fotos: Luciana Jost Radtke

Atuação histórica visando a diversificação e o desenvolvimento das propriedades rurais Ao longo da trajetória da Afubra, o setor comercial sempre teve um papel importante dentro do desenvolvimento da entidade, mas muito mais em benefício do associado e dos produtores rurais. Conforme Romeu Schneider, diretor-presidente da Agro-Comercial Afubra Ltda., inicialmente o incentivo ao desenvolvimento rural era realizado pelo Departamento de Fomento Agropecuário, que fornecia insumos com garantia de qualidade e sementes com alta tecnologia comprovada pela experiência no campo. “Quando, em 1994, foi criada a empresa

Agro-Comercial Afubra Ltda, houve ampliação também da orientação técnica, com profissionais muito bem preparados, direcionada sempre para culturas visando a diversificação”, conta. O conhecimento técnico disponibilizado, gratuitamente, pela Agro-Comercial Afubra contribui com a melhora da produtividade das propriedades rurais. “A Agro-Comercial sempre ofereceu isso aos associados interessados e também aos clientes não associados, porém, os associados têm benefício maior em relação aos preços praticados, com descontos relevantes”,

ação Romeu Schneider: atu ação iliz nib po dis histórica na diversificação ra pa ias log no tec de

explica Schneider. “Também há agilidade além de preços praticados conforme o mercado”, relata. “E o produtor sempre contará com uma equipe técnica altamente qualificada à disposição”, acrescenta.

Departamento Técnico potencializará o fomento ao conhecimento Sabendo que o sucesso da atividade rural está cada vez mais ligado à aplicação de técnicas e tecnologias, a Agro-Comercial Afubra Ltda. tem procurado levar inovação para os associados e demais clientes. O gerente comercial da Afubra, Ricardo Senger Michel lembra que a equipe técnica é formada por mais de 200 profissionais que atendem 295 municípios no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. “São profissionais altamente qualificados que realizam vendas, assistência e orientação ar lific Ricardo Michel: qua técnica nas mais is o atendimento cada vez ma

variadas culturas”, ressalta. Para levar conhecimento sobre inovações até o produtor, as lojas da Afubra realizam dezenas de eventos a cada ano, reunindo milhares de produtores. “São encontros de negócios, palestras técnicas, manhãs, tardes e noites de campo, que levam conhecimento prático, em propriedades da região, aos agricultores”, cita Michel. E agora, em 2024 a Afubra está implantando o seu Departamento Técnico, que terá sede ao lado do parque da Expoagro Afubra. “Será um setor específico de estudo, inovação e treinamento, o que ajudará ainda mais a equipe técnica da rede a fomentar o conhecimento entre os agricultores”, explica o gerente comercial. Outros pontos fortes da Agro-Comercial Afubra, além do conhecimento técnico, é o portfólio tecnológico de insumos disponibilizados aos produtores. Conforme Michel, algumas marcas consagradas como Syngenta, Basf, Adama, UPL, Nortox, Mondial, Rudan, NK, Sementes Estrela, Pioneer, Mosaic, Timac, Unifertil, entre outras, têm a confiança da rede de lojas.


27

AGRO-COMERCIAL AFUBRA LTDA.

Na região de Tubarão/SC, alimentadores automáticos, sondas para leitura de oxigenação, temperatura e saturação são algumas das tecnologias usadas na piscicultura. Um dos produtores é o engenheiro agrônomo Victor Boppré, que também é especialista em Gestão Ambiental, consultor e sócio-fundador do projeto Vivendo de Tilápia, pelo qual presta consultoria em aspectos relacionados com a viabilidade, implantação, operação e gestão da atividade de produção de tilápias. A filial da Afubra em Turbarão contribui disponibilizando rações para a nutrição de peixes, além de diversas tecnologias para que os produtores tenham êxito nas suas produções. Na propriedade de Boppré, ele procura implantar todas as tecnologias de automação e de gestão que facilitam o dia a dia e proporcionam mais segurança e lucratividade na atividade de criação de tilápias. “Utilizamos a automação por

meio dos alimentadores automáticos, sondas para leitura em tempo real de parâmetros como oxigênio dissolvido, temperatura e saturação, que, conectadas aos aeradores e alimentadores, proporcionam maior conforto aos peixes e melhoria do manejo alimentar, além do monitoramento preciso”, conta. “Na parte de gestão, usamos um sistema onde é possível inserir todos os dados da propriedade, acompanhar o desempenho da produção através de relatórios gerados e, com os dados fornecidos, é possível identificar situações e tomar decisões estratégicas para melhorar a produtividade”, relata. Segundo Boppré, a competitividade do mercado torna necessário que os produtores rurais estejam atentos às novas tecnologias. “Acredito que a utilização das ferramentas tecnológicas aliada a uma gestão eficiente da propriedade seja a chave para o sucesso da atividade rural”, diz.

Foto: Divulgação

Tecnologia na criação de tilápias

Boppré: atividade rural deve ter ferramentas tecnológicas e gestão eficiente

Dicas sobre a criação de tilápias pode ser conferida no link ou pesquise no Instagram por @vivendodetilapia


AGRO-COMERCIAL AFUBRA LTDA.

28 Família Medeiros, de Jaguari/RS, investe em melhoramentos na produção

Os resultados positivos de investir em novas técnicas e tecnologias são percebidos nos negócios do produtor rural e pecuarista João Edilberto Monteiro de Medeiros, de Jaguari, no Rio Grande do Sul. Além da produção mecanizada de 120 hectares de soja e de milho para silagem, ele e os filhos Edilberto e André têm criação de terneiros para venda, inclusive para exportação. Na pecuária, os últimos anos foram de investimentos em melhoramento genético e relacionados ao bem-estar dos animais. Uma das decisões foi a correção de solo das áreas de pastagem nativa, algo ainda não usual na região. “Depois que a Afubra abriu filial em Jaguari, passamos a ter bastante apoio em investimentos, pois a gerência da unidade sempre nos apresenta muito boas sugestões de melhorias”, conta. Quanto ao resultado da correção de solo de campo nativo, o produtor relata que a medida dobrou a capacidade de lotação das áreas de pastagem. “Antes nós colocávamos dois animais por hectare e agora se coloca quatro, e até cinco em anos de umidade adequada”, explica. Após a análise de solo e a limpeza do terreno para retirada das plantas daninhas, foi feita a correção da acidez com calcário. E a manutenção é garantida com adubação todos os anos. “Foi importantíssima essa correção de solo do campo nativo porque melhorou muito o nosso negócio de criação de terneiros”, salienta. “Investir na pastagem fez nossa terra render mais, pois aqui na região é difícil encontrar áreas à venda e quando tem, custa em torno de R$ 60 mil por hectare”, explica. Conforme João Medeiros, a evolução no agro é constante e a produção no campo precisa acompanhar as novidades tecnológicas para obter cada vez melhores resultados. “Até hoje, tudo o que temos aplicado na propriedade gerou bom resultado.

Fotos: Nataniél Maria Sampaio

Tecnologias aumentam rendimento na pecuária e na agricultura

Medeiros João Edilberto Monteiro de de pastagem ção uba :ad da) uer (primeiro da esq de lotação da área nativa dobrou capacidade

E estamos sempre de olho em fazer as produções renderem o máximo possível. Ultimamente também investimos em uma unidade de armazenagem de grãos para guardar a soja, o que foi um custo alto, mas que se paga”, relata. Nas áreas de cultivo de grãos, os Medeiros têm usado a técnica de rotação de culturas, intercalando o plantio de milho nas áreas de soja. “A soja semeada depois do milho parece que foi plantado em terra nova”, afirma. E o milho da rotação é usado para silagem. “É uma carta na manga. Caso falte pasto, temos alimentação de qualidade à disposição para o gado”, acrescenta João. Outras tecnologias que deram bom resultado na propriedade são energia solar e máquinas automatizadas nas lavouras de soja.



ENERGIA RENOVÁVEL

30

Fotos: Departamento Afubra Verde Energia Solar

Para saber mais

sobre energias renováveis Afubra Verde Energia Solar terá um reservado na feira para workshops e palestras sobre opções sustentáveis. A Afubra Verde Energia Solar promoverá o Primeiro Workshop de Energias Renováveis para levar mais conhecimentos ao público da Expoagro Afubra. Para isso, um espaço foi projetado para receber grupos de visitantes para palestras e pitches, que serão oferecidas em diversos momentos, durante os quatro dias de feira. Haverá encontros com especialistas, apresentação de cases e demonstrações de produtos inovadores. O evento abordará temas sobre energia limpa, como a solar e fotovoltaica, biomassa e hidrogênio verde. Outras explanações no local deverão ser sobre questões do carbono neutro e de ESG (Environmental, Social and Governance - Ambiental, Social e Governança). O objetivo é proporcionar ao público da feira informações mais precisas sobre energia limpa e as possibilidades de aplicação, seja nas propriedades rurais ou em outras utilizações. Conforme o gerente de Eficiência Energética da Afubra, engenheiro eletricista Elieser do Prado Bastos, a organização será em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e contará especialistas de universidades, instituições de pesquisa e do setor de energias renováveis. Além disso, haverá cases de produtores rurais para que os visitantes conheçam a utilização na prática e percebam a viabilidade da aplicação de sistemas de energia sustentável. Complementando a programação, haverá pitches dos parceiros patrocinadores do espaço, com explanações e demonstrações de equipamentos e serviços direcionados à energia limpa. O estande terá, também, a divulgação dos produtos e serviços de energia solar disponibilizados pela Afubra. Será possível verificar linhas como os sistemas com Grid Zero, uma nova modalidade de controle dos inversores de energia solar que podem ser utilizados, por exemplo, em casos em que o cliente compra energia do Mercado Livre de Energia. Outras opções de ponta apresentadas serão os sistemas Off Grids, que são sistemas de energia solar não ligados à rede elétrica. “Funciona com um sistema de armazenamento que acumula a energia em bancos de baterias, sendo ideal para áreas remotas

Novidade para a Expoagro Afubra 2024, espaço trará informações sobre energia limpa

que não possuem redes elétricas de concessionárias de energia”, explica Elieser. A tecnologia pode ser implantada também em sistemas de bombeamento de água em áreas remotas, por exemplo. O espaço Afubra Verde também contará com as opções de eletroposto: um carregador veicular que abastece o veículo em tempo reduzido. “Os visitantes poderão conhecer ainda algumas linhas de material elétrico que são destaques nas lojas Afubra”, completa o gerente de Eficiência Energética. AFUBRA VERDE - Criado há cinco anos pela Agro-Comercial Afubra, o Departamento Afubra Verde Energia Solar oferece a opção de energia limpa. São mais de 150 municípios atendidos nos três estados do Sul do Brasil por uma equipe técnica especializada para a análise, elaboração de projetos e orçamentos de sistemas fotovoltaicos, sendo eles residenciais, comerciais e industriais (rurais e urbanos).



DIVERSIFICAÇÃO

32 Experimentos são conduzidos em uma propriedade em Imbituva, no Paraná

Construir um ambiente Fotos: Divulgação

produtivo para alta performance na produção de grãos Projeto entra em seu quarto ciclo e prevê o aumento significativo na matéria orgânica, com ganhos em rentabilidade O solo é fator fundamental para a produtividade agrícola e também para a preservação do meio ambiente. Por isso, o projeto “Grãos de alta performance: construção de um ambiente produtivo para a produção sustentável de feijão, soja, milho e trigo”, realizado numa parceria da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem foco na construção do solo ideal. Os experimentos começaram em 2021 e vão até 2026, em uma área de 2,5 hectares na propriedade de Cliceu Mehret, em Imbituva, no Paraná. Atualmente, já no quarto ano do projeto conduzido por pesquisadores e analistas da Embrapa e da equipe técnica da Agro-Comercial Afubra, já é possível perceber avanços em relação ao sistema de plantio direto comumente praticado pelos produtores da região. Conforme o analista da Embrapa e coordenador do projeto, Marcos Aurélio Marangon, está sendo construído um ambiente produtivo que aumente a receita das propriedades, fortaleça a cadeia produtiva de grãos e oferte alimentos seguros, com qualidade, rastreabilidade e menor impacto ambiental. “Está sendo aplicado o verdadeiro plantio direto, que já existe há 50 anos no Brasil, mas que deveria ser mais bem feito”, diz. “O que queremos é que a produção não seja uma loteria que só dá certo se o clima for favorável. Aplicamos a ciência para mitigar adversidades climáticas e em favor da produtividade e do equilíbrio ambiental”, explica. No trabalho para a construção do solo ideal, o projeto Alta Performance usa 13 plantas de serviço (de cobertura) e quatro comerciais, que são feijão, trigo, milho e soja. É uma proposta inovadora, pois o sistema de plantio direto comumente usado na região inclui apenas uma planta de serviço para três comerciais (milho, trigo e soja). Marcos Marangon explica que a rotação de plantas feita nos cinco módulos do experimento tem 33 alternâncias de plantas por

Evolução da pesquisa é apresentada anualmente aos produtores de grãos da região

ano, somando 165 nos cinco anos do projeto. E os resultados esperados são de chegar a 16,5 toneladas de matéria seca/hectare/ano, sendo 7,5 toneladas a mais do que a média obtida no sistema predominante no Sul do Brasil, que é de nove toneladas por hectare/ano. “Para ocorrer a fixação de carbono no solo nas condições da Região Sul, é necessária a produção de 10 mil quilos de matéria seca/ha/ano. Nós vamos produzir acima da média da região, com o incremento no sistema produtivo de microrganismos atuando na ciclagem da matéria orgânica e o seu equilíbrio com patógenos propiciando uma melhor sanidade das plantas e o aumento de insetos que atuam como inimigos naturais de pragas, além de uma cobertura permanente de palhada suprimindo plantas invasoras, tudo trabalhando a nosso favor”, salienta o analista. E as vantagens desse tipo de agricultura são muitas, como equilíbrio da temperatura do solo, preservação da água no perfil do solo e redução no uso de inseticidas, fungicidas e herbicidas. “É um sistema altamente sustentável e com mais eficiência produtiva”, ressalta Marangon. A meta é mostrar que é possível construir um ambiente muito produtivo e


33 economicamente rentável, reunindo as principais culturas de cereais do mercado brasileiro, dentro do objetivo de incentivo à diversificação e sustentabilidade. META - O objetivo é, ao final da pesquisa, entregar à cadeia produtiva de grãos do Sul do Brasil e São Paulo, um sistema sustentável com altas produtividades e rentabilidade. A expectativa é encerrar o projeto com a produtividade média (em anos favoráveis) de mais de 5 mil quilos por hectare (kg/ha) no cultivo de feijão, 13 mil kg/ha de milho, 6 mil kg/ha de soja e 7 mil kg/ha de trigo. E em anos normais, obter um incremento percentual na produtividade em relação a média nacional de grãos com 150% a mais no feijão, 50% a mais na soja, 100% a mais no milho e 100% a mais no trigo. Conforme Marangon, essa evolução se dá através da ampliação de ações de pesquisa, transferência de tecnologia e extensão para a inovação na produção.

DIVERSIFICAÇÃO

tas Coberturas de solo com plana a de ser viços são apostas par dutivo pro construção do solo altamente

Difusão de conhecimentos em eventos para os produtores Além dos dias de campo anuais, sempre no mês de janeiro, para atualização dos dados técnicos e apresentação das ações implementadas, em 2023 foi feita também a ‘Manhã de Campo – Apresentação do Mix de Cobertura’. Realizado no dia 13 de julho pela Afubra e os parceiros Embrapa, Mosaic e Raix, o evento ocorreu na área experimental e foi direcionado para os produtores que plantam cereais. O foco foi nos mix de cobertura com rotação de plantas de serviço. Segundo o gerente das filiais da Afubra de Imbituva e Irati, Lázaro Ramon Bock, no evento, foram apresentados os mix de outono e de inverno e os mix pré trigo, pré milho, pré feijão e pré soja. “Foram mostrados in loco os resultados obtidos até a atual fase da pesquisa e a importância das plantas de serviço.

“Os técnicos expuseram informações sobre como se comporta o solo e quais as misturas de mix aplicadas”, conta Bock. “Isso veio ao encontro da base de cultivo e mostrou a importância de ter um solo bem estruturado, com plantas de serviço”, acrescenta. QUEM FAZ A PESQUISA - Para os estudos, a Embrapa e a Afubra contam com a parceria de empresas como a Syngenta, Sementes NK, Mosaic Fertilizantes, Raix Sementes, Rudan Agrotecnologia e Adama Brasil. As quatro primeiras colheitas já foram feitas, apresentando bons resultados, atribuídos aos tratos dispensados ao solo, a rotação plena de culturas com plantas de serviço e ao manejo fitotécnico do sistema.

plantas Mix de cobertura: rotação de a de ser viço foi apresentad aos produtores em julho




PROGRAMAÇÃO

36 Foto: Arquivo/Afubra

IInformações nformações e sugestões

para o produtor incrementar suas atividades Expoagro Afubra tem sua programação voltada às tecnologias e técnicas como estímulo à inovação Novamente, a Expoagro Afubra vem com um parque repleto de atrações sobre os mais diversos ramos da atividade rural. A intenção dos organizadores é oferecer o máximo de informações e tecnologias para que o produtor rural obtenha subsídios e possa decidir sobre investimentos e

incrementos na sua propriedade. Pelos diversos setores da exposição, é possível acompanhar programações, tirar dúvidas e conhecer novidades em aulas de conhecimentos, tudo ocorrendo simultaneamente nos quatro dias de feira. Palestra, painéis, discussões, presença de lideranças rurais e apresentações de cases de quem já fez e teve bons resultados também fazem das atividades oferecidas. Veja alguns dos destaques da programação.

8º Fórum de Diversificação O 8º Fórum de Diversificação, que fará parte da programação da 22ª Expoagro Afubra, dará seguimento às discussões da edição anterior, quando contou com a participação das cooperativas agrícolas familiares e relatos das suas atividades, produtos, serviços e desafios. Em 2024 o tema abordado será “Agroindústrias no Vale do Rio Pardo”, com apresentação de cases de produtores da região. O evento terá também a participação de entidades como a Emater/RS, a Fetag-RS, o Sebrae RS e a Secretaria de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, que investe no Programa Estadual de Agroindústrias Familiares (Peaf). Foram convidados empreendedores das agroindústrias que estão participando da feira para que possam dar depoimento sobre sua experiência e dificuldades. Conforme o coordenador geral da Expoagro Afubra, Marco Antonio Dornelles, de forma cooperativada, os produtores da região produzem frutas, hortaliças, cereais e alimentos, além de serviços e participação em programas de alimentação escolar e outros. “Podemos dizer que as cooperativas vêm cumprindo um papel importante por organizarem a produção de famílias de produtores da região de forma cooperativada”, reforça. E muitas agroindústrias têm a possibilidade de comercialização dos produtos por meio das cooperativas. O presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede/VRP), Heitor Álvaro Petry, lembra que o Fórum é importante por levar para a vitrine temas que têm convergência com os aspectos de desenvolvimento da região, especialmente na questão de estímulo à diversificação produtiva. “Desde as primeiras edições do Fórum, sempre tivemos vinculação dos temas à agricultura familiar e à

produção de alimentos e esse foi um espaço convergente para iniciativas de políticas públicas, incentivo, fomento e projetos desenvolvidos por várias instâncias dentro da região”, diz. “Tem sido um espaço para congregar exemplos que estão dando certo e, ao mesmo tempo, trazer as perspectivas de futuro e os gargalos”, comenta. A evolução da organização de cooperativas no Vale do Rio Pardo teve ligação com discussões do Fórum de Diversificação, pois os produtores tinham dificuldade e as cooperativas constituíram redes de produção e comercialização de alimentos. “Hoje, as cooperativas estão consolidadas e também harmonizadas com as políticas de incentivo ao setor como o fornecimento para a merenda escolar e outras instituições públicas, além de vender também para os consumidores”, comenta Heitor Petry. Conforme ele, no início dos anos 2000, o Vale do Rio Pardo era importador de alimentos e exportador de dinheiro, pois os hortifrutigranjeiros vinham da Ceasa e até de outros estados. “Hoje há uma produção bem importante na nossa região e o dinheiro fica circulando na comunidade local”, acrescenta. Ao tratar do tema agroindústrias, o Fórum de Diversificação da Expoagro Afubra de 2024 será um momento de reflexão sobre os desafios e perspectivas de futuro desse nicho de negócios. “Esse assunto está consoante com aquilo que entendemos que pode evoluir muito na região em termos de diversificação, pois são oportunidades que dezenas de famílias estão aproveitando”, analisa. “Hoje temos agroindústrias no Vale do Rio Pardo que produzem com muita qualidade e isso é um nicho de negócios da agricultura familiar que está dando certo e tendo evolução”, acrescenta Petry.


37

PROGRAMAÇÃO

II Fórum Florestal Regional do Vale do Rio Pardo As florestas plantadas são importantes e estratégicas para o desenvolvimento da economia e têm apresentado oportunidades para o aperfeiçoamento da sua cadeia. Tendo em vista a importância que o segmento florestal tem para a região, para a economia, para a agropecuária e para a fumicultura, foi realizado o Fórum Florestal Regional na 21ª edição da Expoagro Afubra. Conforme o gerente de Produção Agroflorestal da Afubra, Juarez Iensen Pedroso Filho, diante da oportunidade de buscar melhorias e crescimento do segmento florestal, o Fórum Florestal torna-se um ambiente propício para discussões acerca do tema buscando integrar os diversos atores da cadeia florestal. “Sejam eles de serviços, de insumos, indústrias transformadoras, geração de energia, poder público, empreendedores na atividade, que encontram uma oportunidade de diversificação no segmento, entre tantos outros”, cita. Em 2024, na 2ª Edição do Fórum Florestal a intenção é aprofundar as discussões relacionadas à produção florestal, principalmente, focando na sustentabilidade produtiva e na integração da cadeia. “A proposta do Fórum Florestal Regional do Vale do Rio Pardo é discutir o segmento e podermos auxiliar no desenvolvimento da atividade tão importante para a sociedade, inclusive para os agricultores produtores de tabaco”, explica Juarez Iensen Pedroso Filho. O evento será aberto ao público geral e dirigido aos agricultores, lideranças do setor, entidades e organizações ligadas ao segmento das florestas plantadas.

Na edição anterior do fórum, foi discutido sobre os cenários e oportunidades regionais, nacionais e conjuntura do mercado global e como tudo está inter-relacionado. Além disso, foi apresentado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) o Cadastro Florestal, política pública importante para os produtores e consumidores de matéria-prima florestal, além de outras iniciativas, como o Plano ABC e o programa de fomento florestal da Haas Madeiras. Departamento Agroflorestal - Espécies florestais nativas e exóticas, diferentes espécies de Eucalyptus (seminal), clone de Eucalyptus grandis GPC 23 e Acácia-negra serão algumas das categorias que estarão em exposição durante a Expoagro Afubra no estande do Departamento Agroflorestal. O espaço, que desde a feira do ano passado, fica no lote 324 A do Parque, terá ainda espécies ornamentais, medicinais/condimentares e bioativas. Também farão parte da exposição cana-de-açúcar pré-brotada, cultivares de batata-doce, cultivares de forrageiras e algumas frutíferas, como por exemplo três cultivares de bananeiras. O gerente de Produção Agroflorestal da Afubra, Juarez Iensen Pedroso Filho, lembra que o espaço mais amplo foi inaugurado na última edição da Expoagro Afubra. “O local possibilitou dar enfoque nos atendimentos relacionados às atividades do departamento, assim como, exposição e comercialização de mudas do Viveiro Agroflorestal”, conta. “No local, é possível expor toda a gama de produtos produzidos no viveiro e que a Afubra comercializa”, acrescenta.


PROGRAMAÇÃO

38 Foto: Arquivo/Afubra

Incentivo à criatividade em máquinas As invenções em máquinas e equipamentos para a pequena propriedade rural farão, novamente, parte da programação da Expoagro Afubra. Já em sua 9ª edição, o Prêmio Afubra/NIMEq de Inovação Tecnológica em Máquinas Agrícolas para Agricultura Familiar apresentará ao público visitante as máquinas e equipamentos vencedores. São três categorias: Empresa, Inventor e Pesquisa e Desenvolvimento. A realização é da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e Núcleo de Inovação em Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Universidade Federal de Pelotas (NIMEq/UFPel), com o apoio da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Para as categorias Pesquisa e Desenvolvimento e Inventor, o prazo das inscrições se encerra no dia 17 de fevereiro. Já para a categoria Empresa o prazo se estende até 2 de março. Para definição dos vencedores, a comissão julgadora irá considerar o objetivo (qual problema busca resolver), originalidade e criatividade, praticidade do equipamento em facilitar e agilizar o trabalho no campo, viabilidade de sua fabricação em larga escala, impacto social e ambiental e relação custo/benefício.

Os vencedores

de 2023

Esperamos também que cresça a participação, das instituições de ensino e pesquisa na categoria Pesquisa e Desenvolvimento do prêmio, a qual é a mais nova categoria do prêmio A categoria Inventor reúne criações de agricultores, inventores e/ou pequenas oficinas que não se caracterizam como fábricas ou empresas. É destinada para inventos de máquinas, equipamentos ou ferramentas agrícolas inovadoras empregadas na agricultura. A categoria Pesquisa e Desenvolvimento premiará inovações tecnológicas em máquinas, equipamentos e/ou componentes agrícolas, desenvolvidos por Instituições de Pesquisa e de Ensino Superior, Técnico e Médio. E para a categoria Empresa, podem se inscrever empresas expositoras da 22ª Expoagro Afubra, que sejam fabricantes de máquinas, equipamentos e/ou componentes agrícolas, inclusive sistemas informatizados para o uso no meio rural produzidos e fabricados no Brasil. Podem concorrer, também, as máquinas ou equipamentos agrícolas que estejam sendo desenvolvidos por fabricantes ou consórcios de fabricantes em conjunto ou não com instituições de pesquisa, ainda que em fase de protótipo. Os equipamentos devem estar expostos durante os quatro dias da feira. Conforme os professores e pesquisadores Roberto e Antônio Lilles, da UFPel, as expectativas são ótimas, já que o Prêmio Afubra/NIMEq é o maior evento da região sul do Brasil de incentivo à criatividade na área de máquinas agrícolas para a agricultura familiar. “Para a edição de 2024, espera-se uma participação maior ainda das empresas, que continuem apoiando e participando, e que os inventores continuem nos surpreendendo e ao público com seus desenvolvimentos”, diz Roberto Lilles. “Esperamos também que cresça a participação das instituições de ensino e pesquisa na categoria Pesquisa e Desenvolvimento do prêmio, a qual é a mais nova categoria do prêmio”, acrescenta.


39

PROGRAMAÇÃO Equinos, bovinos, ovinos, caprinos e coelhos, entre outras espécies estarão em exposição no setor de animais

Foto: Lula Helfer

Conforme Jônatas Grellmann Breunig, presidente da Caprisul, os animais da exposição são selecionados na admissão, que é feita por um médico veterinário especializado e com base na avaliação de estrutura e sanidade. E o julgamento na Expoagro Afubra, denominado ‘Gauchão’, ocorre em diversas categorias macho e fêmea a partir de quatro meses de idade, com divisões por idade mês a mês e seleção dos campeões de cada raça em cada categoria. Breunig explica que uma das premiações mais importantes é o Grande Campeão do Futuro, escolhido entre os animais com idade até 10 meses. “E, dos 10 até os 48 meses, sairá o Grande Campeão da exposição, tanto macho como fêmea”, acrescenta. Segundo ele, a Associação dos Caprinocultores do Sul segue fomentando a integração de novos criadores, pois o mercado está em ascensão. “E a Caprisul atualmente está à frente, com o mercado Sul, incluindo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná”, conta. O julgamento da exposição na Expoagro Afubra é um dos eventos estaduais com premiação de cabanhas do sul do país. Na escala de importância, a seguinte é a exposição Sulina, que reúne criadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná na Expointer. “E agora conseguimos, por meio de votação da ABCBoer (Associação Brasileira de Criadores de Caprinos), que a etapa nacional de 2026 também seja no Rio Grande do Sul”, anuncia Breunig.

risul, Segundo o presidente da Cap mais da ani os g, uni Bre ann llm Gre Jônatas issão adm na os nad cio sele exposição são

Foto: Divulgação

O setor de animais, localizado no lado leste do Parque da Expoagro Afubra, recebe, novamente, exemplares selecionados de diversas raças de equinos, bovinos, ovinos, caprinos e coelhos, entre outras espécies comerciais. Em relação aos cavalos, a programação de 2023 foi uma das grandes atrações da feira e deverá ser repetida em 2024, com a presença de campeões, exposição e julgamento. Conforme o coordenador da Exposição de Animais, Edgar Pedro Konzen, no espaço destinado aos bovinos, a programação prevê comercialização e julgamento das raças Gir Leiteiro e Girolando. “Também vai ter exposição e comercialização de outras raças de vacas leiteiras e diversas raças de gado de corte”, explica. Além disso, o setor de ovinos também terá mostra e comercialização de exemplares de diversas raças. “E o espaço dos coelhos prevê exposição e comercialização de raças variadas”, completa Konzen. CAPRINOS - A exposição e julgamento de caprinos reunirá criadores de cabanhas de diversas regiões do sul do país. São exemplares das raças Anglo Nubiana, Boer, Kalahari, Savana e rústicos, em instalações no espaço da Caprisul (Associação dos Caprinocultores do Sul). A programação inicia nos dias 18 e 19 de março, com a admissão e inspeção. E os julgamentos estão previstos para o dia 21, com possibilidade de se estenderem para o dia 22, dependendo do número de animais participantes.

Foto: Divulgação

Setor dos animais retorna com exposições e julgamentos

PALESTRA – Dentro da programação da Caprisul, a zootecnista da Embrapa Pecuária Sul, de Bagé, Elisa Köhler Osmari, fará uma palestra dia 21 de ma rço, no Auditório Central da Expoagro Afubra. Com o tema “Produção de caprinos a pasto suplementados na região sul-brasileira”, o tema tem intuito de auxiliar os criadores ou interessados em criações caprinas num melhor manejo na alimentação e suplementação dos animais, dando a eles uma vida mais produtiva e saudável.


PROGRAMAÇÃO

40

Dia do Arroz mostra novidades na cultura do cereal O tradicional Dia do Arroz na Expoagro Afubra, no segundo dia de feira, em 20 de março, será no formato dia de campo com o costumeiro carreteiro do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz). Além desse dia especial para receber produtores e interessados na cultura, a programação se estenderá pelos quatro dias, na área de 4 mil metros quadrados do parque ocupada pela entidade. Serão quatro espaços demonstrativos de 650 metros quadrados cada, mais a área coberta para receber os visitantes. Conforme o engenheiro agrônomo Ricardo Tatsch, chefe do 5° Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) do Irga em Rio Pardo, 15 profissionais estarão no espaço para atendimento aos produtores e demais visitantes. “Devido ao grande sucesso na última edição, no Dia do Arroz será novamente utilizada a estrutura do parque e o espaço do Irga em um formato de dia de campo, com um aprofundamento maior em manejos e novidades tecnológicas para as culturas de arroz, soja e milho”, explica. ESTAÇÕES - Nas quatro estações demonstrativas preparadas pelo Irga, serão apresentados assuntos específicos. Na Área 01 haverá o lançamento da cultivar IRGA 426CL e manejo da adubação para média e alta produtividade com as cultivares IRGA 424CL, IRGA 426CL e IRGA 431CL. “O produtor poderá ver in loco a resposta dos materiais de acordo com o manejo de

Foto: Lula Helfer

adubação adotado, na qual será apresentado suas principais características e manejo adequado”, diz Tatsch. A Área 02 é destinada a novas tecnologias e manejo adequado para o controle de arroz vermelho. Na Área 03, o tema será o cultivo de milho irrigado em micro camalhão, com cinco cultivares distintas e manejo para altas produtividades. “O Irga tem fomentado a rotação de culturas. Hoje, além da soja, já há uma parcela significativa de milho em áreas de várzea”, conta o chefe do 5º Núcleo do Irga. E a Área 04 será demonstrativa do cultivo de soja em área de várzea. Serão sete cultivares de soja, onde o produtor terá acesso ao manejo adequado da cultura, com irrigação, para conseguir altas produtividades em terras baixas.

O Agro é de todos que fazem acontecer. Central de Relacionamento BB SAC Deficiente Auditivo ou de Fala 4004 0001 ou 0800 729 0001 0800 729 0722 0800 729 0088

Ouvidoria BB ou acesse 0800 729 5678 bb.com.br

/bancodobrasil


41

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Bosque Verde é Vida Local que resulta do plantio de árvores nativas por escolas parceiras, receberá estrutura e programação para receber os visitantes da feira As cerca de 150 mudas produzidas com material genético da Bolsa de Sementes e plantadas em 2005 no Parque da Expoagro Afubra cresceram e hoje formam um bosque. Localizado próximo do Restaurante 2 da feira, o bosque é o resultado do plantio simbólico de uma muda de árvore nativa por cada escola participante do Encontro Sul-Brasileiro Verde é Vida daquele ano. Esse local receberá uma programação especial na 22ª Expoagro Afubra, onde os visitantes poderão conhecer um pouco mais sobre as ações ambientais da Afubra e se encantar com a exposição de ferramentas antigas relacionadas à floresta. Segundo o coordenador pedagógico do Verde é Vida, professor José Leon Macedo Fernandes, o uso do bosque como parte das exposições da feira é uma inovação e a

Afubra mantém Programa de Coleta de Óleo Saturado desde 2009

Fotos: Guga de Andrade

terá atividades de valorização ambiental

Bosque Verde é Vida sediará programação ambiental

programação será desenvolvida junto com escolas e parceiros. Uma das atrações será a demonstração da Bolsa de Sementes (trabalho realizado em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria - UFSM), com a presença de escolas integradas à atividade e informações e curiosidades sobre a ação de armazenagem de sementes de árvores nativas. “No local, também vamos ter parceiros falando sobre recuperação de mata ciliar e escolas expondo atividades e resultados da recuperação de nascentes”, relata. E a exposição de ferramentas antigas prioriza artigos que tiveram produtos da floresta como matéria-prima na sua fabricação, como machado, enxada, arado e outros artefatos que em outros tempos eram feitos a partir da madeira. Fernandes explica que todas as atrações permanecerão no local recebendo os visitantes durante os quatro dias de feira. E especialistas estarão presentes para falar sobre os temas e tirar dúvidas dos visitantes. BIOENERGIA – Outra novidade que o Verde é Vida levará para a Expoagro Afubra é o incremento na programação do Pavilhão da Bioenergia, onde fica a usina que produz biodiesel a partir de óleo saturado, sementes e outras fontes sustentáveis. “Além de mostrar como é a usina de produção do biodiesel, vamos convidar escolas e entidades parcerias envolvidas diretamente no processo, desde a coleta de óleo saturado pelas escolas e entidades e envio para a usina, até a demonstração do que as escolas e entidades fazem com os recursos obtidos”, explica Leon. “Vamos ter também parceiros que recebem os resíduos que são gerados a partir da produção do biodiesel”, acrescenta. “Estamos revitalizando a programação do Pavilhão da Bioenergia para mostrar todo o processo, desde a coleta do óleo saturado até o destino dos resíduos produzidos pelo biodiesel”, resume Fernandes.


PAVILHÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR

42 Foto: Lula Helfer

Legislação

que facilita a produção agroindustrial

úcho permite Romeu Kist: selo Sabor Ga Grande do Sul Rio o o tod em os dut vender os pro

produtos minimamente processados e processados, além de estimular a comercialização direta ao consumidor, racionalizar e simplificar os procedimentos e requisitos de registro sanitário dos estabelecimentos, produtos e rotulagem, entre outros”, acrescenta. Hochscheidt conta que a Lei já auxiliou 12 pequenos estabelecimentos agroindustriais no município a se adequarem. “O trabalho é realizado por uma equipe formada por técnico agrícola, fiscal sanitária e nutricionista e conta com o apoio da Emater/RS, que presta orientações sobre a construção e adaptações físicas necessárias, boas práticas de manipulação de alimentos, auxílio nas informações de rotulagem dos produtos, Manual de Boas Práticas e na emissão de alvará sanitário”, comenta. Há planos, segundo o secretário, de promover capacitações para melhorar ainda mais a qualidade, variedade e apresentação dos produtos, inserir mais as agroindústrias em atividades turísticas locais e continuar disponibilizando e ano já melhorando as estruturas de Hochscheidt: no primeirouenos, peq 12 dos ilia comercialização como as foram aux dustriais estabelecimentos agroin feiras rurais.

Foto: Divulgação

No município de Santa Cruz do Sul/RS, onde estão diversas das agroindústrias que levam seus produtos para a Expoagro Afubra, os produtores contam com apoio de uma legislação municipal que facilita a adequação às exigências legais e sanitárias. Trata-se do Programa Municipal da Agroindústria Familiar, criado através da Lei n° 9.100, de 25 de outubro de 2022, que beneficia os empreendedores familiares rurais e estabelecimentos de processamento artesanal. A Lei foi criada pela necessidade da legalização da produção de alimentos em pequena escala no município, tendo em vista a inclusão produtiva com garantia da segurança dos alimentos, preservando e valorizando os hábitos alimentares tradicionais. Um dos produtores beneficiados pela legislação é Romeu Kist, proprietário da Kist Produtos Coloniais, localizada em Boa Vista. Feirante há 22 anos, seu estabelecimento é conhecido da clientela local por produzir itens coloniais como bolachas, rapaduras, crostolis, compotas e produtos sem lacotose. Porém, o mercado era limitado porque sua licença só autorizava a venda dos produtos dentro do município de Santa Cruz do Sul. Mas, em outubro de 2023, ele conseguiu formalizar sua agroindústria, o que lhe permite comercializar em todo o Rio Grande do Sul. Depois disso, Romeu Kist já participou da ExpoFeira Rural, em Rio Pardo, além da Oktoberfest, em Santa Cruz do Sul, e se prepara para aumentar a produção e ir para outras feiras do Estado. “O incentivo da Secretaria da Agricultura de Santa Cruz e da Emater foi muito importante porque me mostrou os caminhos para conseguir todas as licenças necessárias e o selo Sabor Gaúcho”, diz. “Nada se consegue de mão beijada, mas sem essa ajuda, não teríamos conseguido”, acrescenta. E o secretário municipal da Agricultura, Décio Hochscheidt, conta que o programa visa incrementar a geração de trabalho, aumentar a produção e agregar renda às famílias rurais, com vistas ao desenvolvimento rural sustentável e à promoção da segurança alimentar e nutricional da população. “Também são objetivos propiciar a capacitação dos produtores, apoio e prestação de serviços técnicos multidisciplinares necessários ao processamento agroindustrial e apoio à aquisição de rótulos”, explica. “Com isso, promove-se o aumento da oferta de

Foto: Cristina Severgnini

Em Santa Cruz do Sul/RS, lei municipal beneficia os empreendimentos familiares rurais


43

PAVILHÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR

Segurança para o produtor e para o consumidor Conforme o engenheiro agrônomo e chefe do escritório da Emater/RS em Santa Cruz do Sul, Assilo Martins Corrêa Jr, as leis, tanto municipal quanto estadual, proporcionam segurança jurídica aos estabelecimentos, possibilitando aos empreendimentos a venda legal de seus produtos e estabelece a garantia de que a produção cumpre com as normas sanitárias existentes. “É segurança para o produtor e para o consumidor”, diz. Para isso, os empreendedores participam de fóruns, reuniões e capacitações diversas organizadas pela Emater, que também faz visitas de rotina para assessoria e acompanhamento. Foto: Divulgação A orientação da Emater começa no planejamento do empreendimento agroindustrial. Martins cita que há avaliação conjunta com o agricultor quanto à viabilidade e aptidão da propriedade para implantação do projeto e disponibilização de curso de boas práticas necessários para a agroindústria a ser legalizada. Também é dado auxílio na elaboração de plantas, memorial descritivo de ilia aux obra, bem como no r ate Em s: rtin Ma ilo Ass lantação e encaminhamento de cadastros no planejamento, impdús s tria oin gestão das agr junto ao Programa Estadual de

Agroindústria Familiar para obtenção do selo Sabor Gaúcho, que é pré-requisito para venda de produtos processados no bloco de produtor e uso de espaços de feiras como a Expoagro Afubra, Expodireto e Expointer. “Depois de legalizados e cadastrados, os empreendimentos seguem acompanhados pela Emater, com suporte para manutenção e renovação da legalização, bem como na produção de matéria-prima de acordo com cada ramo de atividade”, conta o chefe do escritório local da Emater.

Delícias da colônia seguem sendo atração da feira A cada ano, o Pavilhão da Agricultura Familiar da Expoagro Afubra, localizado à direita do pórtico principal, é sucesso pela variedade de produtos com sabor colonial. Conforme o assessor para Eventos Agropecuários da Afubra, Márcio Fernando de Almeida, a feira de 2024 tem 216 empreendimentos da agricultura familiar de 108 municípios de todas as regiões do Rio Grande do Sul. Em uma ampla estrutura de 3.480 metros quadrados, é possível encontrar produtos de origem animal (embutidos, queijos, lácteos e mel, entre outros), produtos de origem vegetal (pães, cucas, bolachas, geleias, chimiers, frutas cristalizadas e conservas), bebidas (licores, sucos, vinhos, espumantes e cachaças, além de artesanato rural, plantas e flores. Na Expoagro Afubra de 2023, os 247 expositores faturaram R$ 1,764 milhão e para 2024 a expectativa é de negócios semelhantes. A Comissão Organizadora do Pavilhão da Agricultura Familiar é composta pela Afubra, Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Emater/RS-Ascar e Fetag-RS.


ESPAÇO DA INOVAÇÃO DO AGRO

44

Tecnologia e

o catalisadora de ideias A Expoagro Afubra se destaca com ionar a agricultura do futuro. e práticas inovadoras para impuls

Assuntos como agricultura de precisão, automação, rastreabilidade, energia limpa, controle por aplicativos e drones são temas cada vez mais presentes na programação da Expoagro Afubra. Desde a criação do Espaço da Inovação do Agro, em 2022, diversas entidades, personalidades e empresas se uniram à organização da feira num esforço conjunto para disponibilizar técnicas avançadas, tecnologias e ideias empreendedoras ao produtor rural. Para a edição de 2024, novidades foram preparadas para levar conhecimento e informações aos visitantes. Uma grande diversidade de atividades e eventos é desenvolvida no Espaço da Inovação, próximo ao pórtico de entrada do parque, tudo para cumprir o objetivo de promover a propriedade rural através da inovação tecnológica, desenvolvimento da agricultura familiar, a diversificação e a sucessão rural. “Envolvendo a família como principal protagonista e tendo como referência a educação, cultura, trabalho e renda”, enfatiza o coordenador da programação, José Leon Macedo Fernandes. Conforme Fernandes, a programação conta com ações e eventos organizados pelos parceiros da Afubra e traz temas como a sustentabilidade, a iniciação científica e a inovação tecnológica. “Há estandes com exposições como resultados de pesquisas em nível escolar e universitário, além de atividades como relatos de experiências e valorização da agricultura familiar, em especial da mulher e do jovem rural”, explica. Para a programação, a Afubra conta com a participação do Inova/RS na região dos Vales, Sebrae/RS, Foco Empreendedor, Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Tecnounisc (Parque Científico e Tecnológico), Universidade do Vale do Taquari (Univates), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS) e Cooperativa Sicredi.

ATRAÇÕES Startups para o agro Na Expoagro Afubra de 2023, um dos sucessos foi a exposição e apresentações de startups. Por isso, na edição de 2024, haverá, novamente, programação de divulgação das empresas de base tecnológica direcionadas ao agronegócio e produção rural. Conforme o diretor de Inovação e Empreendedorismo da Unisc, Rafael Kirst, serão oito estandes para startups, mas devido ao grande interesse em participar, possivelmente seja adotado um modelo de rodízio, de forma que a cada dia mudem as startups presentes da feira. “Também está sendo pensado um ‘pitch day’, que é um momento no qual as startups terão cinco minutos de palco para apresentarem os seus negócios. A ideia é criar uma interação maior com os visitantes da feira e com uma banca de especialistas que farão questionamentos aos empreendedores”, explica.

Arena Robótica

Uma das novidades no Espaço da Inovação do Agro é a Arena Robótica Verde é Vida, numa parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Santa Cruz do Sul e escolas estaduais, municipais e particulares. Conforme José Leon Macedo Fernandes, serão demonstrações dos clubes de robótica das escolas e, nos quatro dias da Expoagro Afubra, haverá um campeonato de robôs. “A cada dia, serão oito escolas onde cada clube fará demonstrações e, no final da tarde, haverá competições entre as equipes participantes com divulgação dos vencedores do campeonato do dia”.

Foto: Bruno Pedry

sustentabilidade no Espaço da Inovação do Agro


45

ESPAÇO DA INOVAÇÃO DO AGRO

Entre as entidades presentes está a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Foco Empreendedor, que terá atividades de ‘Empreendedorismo rural e finanças pessoais’ para as famílias rurais. A presidente da Foco Empreendedor, Áurea Helena Kops Binz, conta que haverá palestras sobre Economia Circular, proporcionadas pela parceria com a Sinplast-RS (Sindicato das Indústrias de Material Plástico) articuladas pelas associadas Sulprint Embalagens e Xalingo. Um dos palestrantes será Manuel Lisboa da Silva, especializado em polímeros, Inovação e Novos Negócios. Na programação, haverá também palestra com a diretora do projeto Tampinha Legal, Simara Souza. Conforme Áurea Binz, ambas as palestras são bastante esclarecedoras para as famílias de produtores rurais e têm o objetivo de conscientização quanto a oportunidades de inovação, educação, sustentabilidade e soluções. O espaço da Foco Empreendedor deverá ter ainda explanação sobre o projeto EMA (Eu Mulher Agro), que oferece cursos gratuitos de capacitação à distância EAD para mulheres rurais. Patrocinado pela Global Giving com os recursos da Corteva, o EMA promove o desenvolvimento de competências, fomentando o empreendedorismo nas pequenas propriedades. Além disso, haverá atividades do projeto Geração do Amanhã Rural, iniciativa da Foco Empreendedor que oportuniza aos jovens do campo uma oficina focada no empreendedorismo para desenvolver habilidades como autoconfiança, comunicação e liderança.

Fórum Sul-Brasileiro Verde é Vida O palco do Espaço da Inovação será sede também do 3º Fórum Sul-Brasileiro Verde é Vida de Educação Rural, no segundo dia de feira, 20 de março. Serão painéis com a presença de professores de escolas dos três estados do Sul do Brasil, que vão explanar sobre suas experiências. Os temas serão Bolsa de Sementes, Coleta de Óleo Saturado, pesquisa científica, projeto NasceVida, ações dos Grupos Ambientais e iniciativas Empresa Amiga da Escola. Cada professor convidado irá relatar sobre o que é desenvolvido na sua escola para servir de modelo aos demais e que seja promovido um ambiente de troca de informações. Também serão convidados secretários municipais para compartilhar experiências e ampliar estratégias de incentivo à permanência do jovem no campo.

par tilhar Espaço para debater e com l da ações realizadas em pro l educação ambiental e rura

Fotos: Alexandre Borges

Empreendedorismo sustentável

Estudantes dos três estados do Sul apresentam 16 trabalhos de pesquisa

XIV Mostra Científica Verde é Vida A Mostra Científica Sul-Brasileira Verde é Vida terá 16 trabalhos, três a mais do que na edição anterior. São estudantes de escolas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná que terão lugar de destaque para a apresentação de seus estudos científicos desenvolvidos ao longo de 2023. José Leon Macedo Fernandes explica que, para participar da mostra sul-brasileira, cada pesquisa foi selecionada na etapa escolar, na regional e na etapa estadual. As etapas regionais somaram 150 trabalhos apresentados, e as etapas estaduais tiveram 36 pesquisas expostas. “Foram três etapas para poder chegar na Expoagro Afubra”, lembra. O público pode conferir estudos sobre compostagem, geoprodutos, destinação do lixo, proteção do solo, inseticidas caseiros, reciclagem, aquecimento com energia solar, meliponicultura, uso de plantas medicinais e educação do campo. Um destaque fica por conta da pesquisa e desenvolvimento de uma pomada cicatrizante de goiaba-serrana, da Escola Estadual Ruth Lebarbechon, de Água Doce/SC, cuja autora Eloise Antunes de Lima foi classificada para a International Science and Engineering Fair (ISEF), que será em maio de 2024, em Los Angeles, Estados Unidos (EUA).

Kickoff Living Agro+Vales

É na Expoagro Afubra que será dado o Kickoff do Living Agro+Vales, um projeto para levar novas tecnologias para o campo. Serão beneficiados, especialmente, os pequenos agricultores, que poderão se qualificar em diversos processos, seja no dia a dia do campo ou através de modelos de negócios desenvolvidos com apoio da inteligência artificial, gerando novas oportunidades no agronegócio. Durante a feira, será realizada uma reunião estratégica com todos os parceiros participantes do projeto: Unisc, Univates, prefeituras municipais de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Vera Cruz, Sicredi e Imply para apresentação da proposta e definições de estratégias e cronograma para o ano de 2024. A ideia é viabilizar o acesso e a utilização de tecnologias da informação e comunicação (TICs) para o desenvolvimento e o aprimoramento de serviços, produtos ou processos inovadores, potencializando a estruturação e a gestão de um ambiente colaborativo com os municípios, com ênfase no agronegócio. O evento na Expoagro Afubra está sendo organizado pelos professores Leonel Tedesco e Chana de Medeiros da Silva, da Unisc, coordenadores do Projeto.


ESPAÇO DA INOVAÇÃO DO AGRO

46 Foto: Lula Helfer

Bioinsumos para agricultura sustentável

O tema Bioinsumos para agricultura sustentável será a tônica do painel da tarde do dia 20 de março, com a participação do professor Andreas Kohler, da Unisc, e de empresas e especialistas. Mediado pelo gestor de Inovação e Tecnologia do Inova/RS na região dos Vales, Thomas Schmidt, o evento tratará sobre a importância da inovação na agricultura, desenvolvendo novas tecnologias na área de controle biológico e bioconversão. O público poderá conhecer mais sobre tecnologias sustentáveis e a importância da interação entre universidade e empresas, bem como a união de startups e indústrias do setor do tabaco. Também haverá explanação sobre aplicabilidade e mercado de novos bioinsumos, incluindo atividades do projeto INOVA RS, Techfuturo 2021/2022 e TechAgro 2023.

Painéis, fóruns e palestras terão espaço ...

InovaCoopEs

Foto: Alexandre Borges

... para debater os mais variados assuntos ...

Erva-mate e inovação

Alimentos Não Convencionais

As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) também estarão presentes. Numa promoção da Inova RS na região do Vales, haverá palestra com Lucélia Hoehne, professora da Univates. O evento será na tarde do dia 19 de março e terá como tema a substituição de nutrientes por outras fontes não usuais, tradicionalmente, na dieta costumeira das pessoas. Foto: Lula Helfe

As possibilidades de inovar na produção da tradicional matéria-prima do chimarrão, a Erva-Mate, também será tema. Um painel na tarde do primeiro dia de programação, 19 de março, contará com a presença de atores do setor público, universidade, empresarial e representantes de entidades, em especial o Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate). Conforme o professor da Unisc, Rafael Guedes de Azevedo, será apresentado o projeto ‘Cocriação, a estratégia para o desenvolvimento sustentável e inovação na região dos Vales’, que congrega a Universidade em parceria com empresas do setor ervateiro, da área de automação, da indústria metal mecânica e Ibramate. A ideia é identificar oportunidades de inovação ao longo de toda a cadeia produtiva da erva-mate, desde a produção sustentável até o desenvolvimento a comercialização de produtos inovadores.

r

cacionais, ... tanto ambientais e eduio rural. como voltados ao me

Em 2024, a terceira edição do InovaCoopEs terá lugar na Expoagro Afubra. A iniciativa, ligada aos Programas Educacionais promovidos pela Sicredi Vale do Rio Pardo, terá como objetivo desafiar os estudantes de escolas parceiras em relação a construção de soluções inovadoras para problemas identificados por eles em suas comunidades. As soluções apresentadas e os aprendizados construídos com os estudantes passam por temas como metodologias ágeis, empreendedorismo e inovação, o InovaCoopEs provoca um olhar interessado para as comunidades e busca despertar novas ideias, novas formas de fazer e impactar o meio onde vivemos. Conforme o coordenador de Programas Sociais do Sicredi, Marco Antônio da Rocha, os projetos são mentorados por um grupo de profissionais qualificados. Na edição de 2023, o InovaCoopEs contou com parceiros como Sebrae, Unisc, Comitê Pardo, Delphos Engenharia e Consultoria em Energias Renováveis, Data 4 Company, Inova RS Região dos Vales, TecnoUnisc e Programa Plantando Educação e Sustentabilidade no Campo.

Inovação para mulheres e jovens Painéis direcionados aos jovens e às mulheres rurais também farão parte da programação. Com temas sobre diversificação nas propriedades, turismo rural e produção com uso de tecnologias, os momentos serão de troca de informações entre empreendedores do campo. Conforme a assistente social e secretária do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Salete dos Passos, o evento direcionado às mulheres do campo terá o objetivo de destacar propriedades que trabalham com algum tipo de inovação, mostrando a importância das mulheres empreendedoras, que estão à frente na gestão das suas propriedades. E o painel direcionado aos jovens rurais tratará sobre inovações e tecnologias para a diversificação de renda e de culturas.



TURISMO RURAL

48

Foto: Bruno Pedry

Pelos caminhos rurais A 15ª edição do Seminário Regional de Turismo Rural na Expoagro Afubra terá dois cases de iniciativas de organização de caminhos e rotas rurais. Um deles é a Associação de Turismo Rural de Santa Cruz do Sul/RS, criada formalmente em setembro de 2022 com o objetivo de promover experiências para turistas e fomentar os negócios dos empreendedores. O outro case é a Rota Turística Caminhos de Lomba Grande, de Novo Hamburgo/RS, lançada em 2023, com o oferecimento de uma rota autoguiada, paisagens, possibilidade de cicloturismo e caminhadas, contato com animais, balneário e gastronomia farta. A Associação de Santa Cruz do Sul, conforme o presidente da entidade, Alexandre Guedes da Luz, tem o objetivo de criar e realizar ações nas áreas de cultura e turismo, incluindo a preservação do patrimônio histórico material e imaterial, definido como conjunto de manifestações cênicas, musicais, literárias e outras expressões da identidade regional. “Tem como fim específico agregar às atividades econômicas tradicionais da região, alternativas de emprego e renda”, explica. A apresentação no Seminário na Expoagro Afubra, terá foco no case da Associação, desde a concepção de sua formação, a organização e legalização, atividades desenvolvidas, resultados já alcançados e os planos para o futuro. Entre as iniciativas da Associação está a busca e agregação de potenciais parceiros para o projeto Cantos e Encantos Rurais. A intenção é proporcionar a grupos de pessoas roteiros por cinco empreendimentos: Recanto Aromas do Monte, em Monte Alverne; Nó de Pinho – Arte em Madeira; Sítio Thomas Ecke; Sítio

Grupo da Associação de Turismo Rural de Santa Cruz do Sul

Fotos: Divulgação

Seminário Regional de Turismo Rural traz cases de empreendedorismo que agregam cultura e lazer

Pedagógico Paraíso; e Brasiliana Cozinha Criativa, em Rio Pardinho. Nos empreendimentos, os visitantes podem experienciar os saberes e fazeres locais Encantos da Rota Caminhos de com diversas atividades. Lomba Grande, em Novo Hamburgo Conforme Alexandre Guedes da Luz, outros planos de ações visam atividades como caminhadas na zona rural, ciclismo, trilhas em meio a natureza, feiras, exposições, atividades culturais e esportivas em meio a natureza. E a apresentação da Rota Turística Caminhos de Lomba Grande será feita pelo mestrando em Indústria Criativa, Deivid Schu, e terá como título ‘Turismo Rural - Da teoria à Prática’. Na palestra, serão abordadas áreas da administração de forma prática no desenvolvimento regional do turismo no Vale Germânico, com destaque para a Rota Caminhos de Lomba Grande, que conta com 13 empreendimentos. Conforme ele, a região turística do Vale Germânico, localizada na grande Porto Alegre, que comporta 14 municípios e tem entre eles Novo Hamburgo, é o cenário de uma transformação no setor que vem promovendo o desenvolvimento de diversos produtos e serviços turísticos. “Entre eles, está a Rota Caminhos de Lomba Grande, um produto de turismo em área rural que, com menos de um ano de atividades, já despertou interesse da mídia, indicações para prêmios, e principalmente, o sucesso de público”, relata. ORGANIZADORES – Com organização da Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp) e Afubra, a cada edição, o seminário de turismo rural na Expoagro Afubra têm tido a parceria de diversas entidades e instituições. A edição de 2024 tem como apoiadores o Serviço de Aprendizagem Rural (Senar), a Emater/RS e a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Para conhecer a Rota Caminhos da Lomba Grande nas redes sociais, clique aqui.

E para conhecer a Associação de Turismo Rural de Santa Cruz do Sul, clique aqui.



INFORME COMERCIAL – MOSAIC

50

Fotos: Divulgação Foto: Bruno Pedry

A importância do enxofre Como garantir o suprimento de enxofre de alta eficiência nutricional nos sistemas de produção agrícola? O enxofre (S) é essencial para o crescimento e desenvolvimento das plantas, sendo considerado um macronutriente. Nas plantas cerca de 90% do S é encontrado na forma de aminoácidos (cistina, cisteína e metionina), além de ser componente de vitaminas e hormônios. Muitos autores consideram inadequada a classificação do enxofre como macronutriente secundário, uma vez que ele seria melhor agrupado juntamente com o nitrogênio (N) e fósforo (P), com os quais é constituinte de aminoácidos. No solo o enxofre está presente nas formas orgânicas e inorgânicas. Nas condições da maioria dos solos brasileiros, cerca de 80% do S está na forma orgânica. As formas inorgânicas estão em diversos estados de oxidação como sulfato (SO42-), dióxido de S (SO2), sulfito (SO32-), tiosulfato (S2O32-), S elementar (S0) e sulfeto (S2-). Contudo, o SO42- é a única forma absorvível pelas plantas. O manejo racional de enxofre nas adubações é dependente da correta avaliação da sua disponibilidade no solo e da compreensão da sua dinâmica, pois como apresentado, nem todo enxofre presente no solo está disponível para as plantas. Por ser muito móvel no solo, o sulfato (SO42-) tem função importante na construção do perfil, quando fornecido com fontes onde o enxofre está 100 % na forma de sulfato (gesso ou superfosfato simples, por exemplo). Neste caso o sulfato (SO42-) não atua de forma total na nutrição das plantas, mas como condicionador, pois promove o acúmulo de cálcio (Ca) em subsuperfície (levado na forma de sulfato de Ca – CaSO4) e reduz a atividade do alumínio (Al3+)

em camadas mais profundas, com aumento do crescimento radicular e maior absorção de água e nutrientes. Fontes de enxofre de alta eficiência nutricional contêm parte do nutriente na forma de sulfato (SO42-), prontamente disponível para as plantas, e parte na forma de enxofre elementar (S0), que precisará ser oxidada a sulfato (SO42-) pelos microrganismos do solo. Desta forma, o sulfato (SO42-) é absorvido nas fases iniciais do desenvolvimento das culturas enquanto o enxofre elementar (S0) mantém o nutriente sendo liberado de forma gradual para absorção pelas plantas nas camadas superficiais, onde se encontra o maior volume de raízes que absorvem nutrientes. Assim, o enxofre não é totalmente lixiviado para camadas subsuperficiais como nos casos em que 100% desse nutriente é fornecido via sulfato (SO42-). Como a superfície de contato é um fator importante no processo de oxidação do enxofre elementar (S0) para sulfato (SO42-), é fundamental que o primeiro formato do elemento esteja em menor tamanho possível (micronizado) nos grânulos do fertilizante e não na forma de pastilhas, pois quanto maior o tamanho da partícula menor a eficiência de distribuição e maior o tempo de oxidação, com riscos de não atender à demanda da cultura. Portanto, aliar fontes de enxofre de alta eficiência nutricional (fontes com enxofre-Sulfato e enxofre elementar) com fontes de efeito condicionador como o gesso, é a melhor forma de aumentar a eficiência de uso desse nutriente nos sistemas de produção, mantendo o sulfato com efeito nutricional nas camadas superficiais e o sulfato condicionador nas camadas subsuperficiais, garantindo maior absorção de água.

Josimar Vieira dos Reis – Agrônomo Sênior – Moisac Fertilizantes


RESULTADOS COMPROVADOS:

+3, 2

sc/ha*

CONFIE NO FERTILIZANTE QUE JÁ FEZ A SAFRA DE SOJA DECOLAR EM MAIS DE 40 MILHÕES DE HECTARES.

Só MicroEssentials®, da Mosaic Fertilizantes, combina nitrogênio amoniacal, fósforo de alta solubilidade e duas formas de enxofre. É nutrição uniforme e potente para a sua lavoura produzir como um foguete e a sua rentabilidade decolar. Para que arriscar? COMPRE, APLIQUE E COMPROVE. Saiba mais em nutricaodesafras.com.br.

*Produtividade destacada na cultura da soja, em comparação ao manejo convencional. As imagens e informações dessa campanha são meramente ilustrativas e podem apresentar variações nos resultados e nas ofertas. A Mosaic Fertilizantes não fornece garantia, expressa ou implícita, quanto a precisão dos resultados que poderão ser obtidos com o uso do produto. Para mais informações, acesse o site nutricaodesafras.com.br.



53

INFORME ESPECIAL – EMATER/RS Foto: Carina Venzo Cavalheiro

Novos horizontes

O trabalho na Agroindústria Horta e Sabor une três gerações da família Wildner

para a Sucessão Rural Apoiar as famílias, levar desenvolvimento e qualidade de vida para o meio rural é o que nos move

Incentivar a permanência do jovem no meio rural, com renda e qualidade de vida, é um dos focos de atuação da Emater/RS-Ascar. Estar ao lado das famílias observando as potencialidades e necessidades de cada uma delas é o que diferencia o trabalho da Extensão Rural. Nem sempre se fazer fisicamente presente na propriedade é possível para muitos jovens. Mas esse fato não significa que ele não possa atuar na propriedade rural, como é o caso de Luan, que reside com a noiva, Katyele Bender, em Caxias do Sul. Os pais de Luan, Euclides e Márcia Wildner, residem no município de Mato Leitão, e têm no cultivo do aipim uma importante fonte de renda para a família há mais de 30 anos. “Essa é uma cultura que dá um bom rendimento por área, especialmente para as propriedades pequenas”, comenta o agricultor. No município, são 45 produtores diretamente ligados à produção de aipim para fins comerciais. Juntos, eles somam 150 hectares cultivados. “Essa é uma cultura que se adapta muito bem ao clima da região. Além disso, o investimento é baixo, quando comparada a culturas como os grãos, e que dá uma boa rentabilidade ao pequeno produtor”, explica o extensionista rural da Emater/RS-Ascar Rudinei Pinheiro Medeiros. “A renda do aipim gira em torno de cinco por um. Onde eu planto um hectare de aipim, preciso plantar cinco de

milho para ter a mesma renda. Para as culturas de soja e milho é preciso investir muito. E com o aipim ainda posso fazer consórcio com outras culturas como o milho”, comenta Euclides. Para agregar valor à produção, há três anos o casal decidiu investir na implantação de uma agroindústria familiar. Essa decisão uniu três gerações da família Wildner, que além dos dois agora conta com a avó, dona Vanda, que auxilia a descascar o aipim, e o neto Luan, que mesmo não residindo em Mato Leitão, cuida da administração do empreendimento. “Quem coordena todas as atividades na parte de campo é o meu pai. Minha mãe gerencia e coordena todas as etapas produtivas da agroindústria da porta pra dentro. E eu, devido à distância, cuido da parte administrativa e dos processos burocráticos”, explica Luan. O jovem conta que a ideia da agroindústria surgiu devido à oportunidade de agregar valor à produção e expandir a comercialização. “Minha mãe descascava o aipim e congelava para vender de maneira informal para vizinhos e amigos. E foi um comércio que foi crescendo. Um tempo depois, com o apoio da Emater, surgiu a opção de legalizar a agroindústria e conseguir todos os alvarás e licenças de produção para comercializar também nos supermercados, para a merenda escolar e participar de feiras”, comenta Luan. A Agroindústria Familiar Horta e Sabor está registrada e cadastrada no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf), da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), possui o Selo Sabor Gaúcho e hoje conta com novos


INFORME ESPECIAL – EMATER/RS

54

produtos. “Logo de início, devido à sazonalidade do produto, nós percebemos que não seria possível ficar somente no aipim congelado. Então buscamos outras formas de beneficiar essa matéria-prima e hoje temos os chips de aipim e os bolinhos de aipim recheados”, observa Luan. O que começou informalmente e em processos manuais, agora conta com uma agroindústria devidamente equipada e com mudanças previstas. “Estamos fazendo a embalagem nova, em alumínio, para que o produto (chips) tenha uma validade maior para comercializar em supermercados”, projeta a nora, Katyele. Para que a agroindústria fosse realidade, Luan destaca a importância do trabalho da Emater/RS-Ascar. “Se não fosse o apoio da Emater e de toda a sua equipe, principalmente o Rudinei, que nos deu toda a assistência, a materialização desse sonho não seria possível. Isso vai desde o apoio na parte burocrática, mas também no apoio sentimental. Quando havia dúvidas se isso daria certo, a Emater vinha e nos incentivava. A instituição tem papel fundamental

nessa agroindústria”, conclui Luan. Olhar as potencialidades das propriedades, orientar e apoiar as famílias rurais está na essência do extensionista rural e do trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) desenvolvido pela Emater/RS-Ascar junto às mais de 196.950 famílias atendidas somente no ano de 2023. Com uma média de 8,8 atendimentos por família, a Instituição somou 1.734.412 atendimentos no último ano. Um trabalho que promove o desenvolvimento rural sustentável do Rio Grande do Sul. E são as ações da Emater/RS-Ascar, entidade oficial de Aters do Governo do Rio Grande do Sul, para incentivar a permanência do jovem no meio rural que serão o destaque da Instituição na Expoagro Afubra 2024. Com o tema Emater/RS- Ascar: Novos horizontes para a Sucessão Rural, a Instituição traz para a Maior Feira voltada à Agricultura Familiar do Brasil 20 parcelas temáticas que apresentam importantes temas de diversificação das atividades produtivas e estímulo à sucessão rural.

Essa é uma cultura que dá um bom rendimento por área, especialmente para as propriedades pequenas

Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar Jornalista Carina Venzo Cavalheiro Foto: Carina Venzo Cavalheiro

Wildner, de Mato Leitão, Há mais de 30 anos a família a importante fonte de renda tem no cultivo de aipim um



INFORME ESPECIAL - EMBRAPA

56 Fotos: Lanzetta

Cultivares recentes de morango e de batata Embrapa marca presença na Expoagro Afubra 2024 com diversas áreas temáticas Na 22ª edição da Expoagro Afubra, a Embrapa participa com diversas áreas temáticas para exposição de tecnologias com foco na diversificação da agricultura familiar. Neste ano, dois lançamentos recentes ligados à área de hortaliças estão em destaque nas vitrines tecnológicas: o morango BRS DC25 (Fênix), lançado em setembro do ano passado, e a batata BRS Gaia, lançada em novembro. O início da produção dos frutos da BRS DC25 (Fênix) é precoce, o que permite intervalo menor entre plantio e início da

Batata com foco no consumo das famílias, com resistência a doença A BRS Gaia é uma cultivar de batata de tubérculos com casca vermelha desenvolvida para complementar a produção voltada ao autoconsumo em pequenas propriedades, especialmente no Rio Grande do Sul, onde a preferência é por batatas dessa cor. Pela sua resistência intermediária à murcha bacteriana, a cultivar pode ser utilizada em rotação com o tabaco cultura também suscetível à doença -, com menor risco à produção.

Batata BRS Gaia possui resistência intermediária à murcha bacteriana e pode ser usada na rotação com o tabaco

colheita, aumentando a janela de produção por até sete meses (de junho a dezembro) e estendendo a oferta de frutas de qualidade. Para o produtor, isso maximiza o retorno econômico pela obtenção de preços mais elevados em período anterior às principais cultivares disponíveis no mercado. Também se destaca pelo equilíbrio entre açúcar e acidez, o que resulta em frutas de sabor mais doce, atendendo à preferência nacional. As frutas apresentam boa firmeza, com maior resistência ao transporte, e ótima durabilidade no pós-colheita, garantindo mais tempo de prateleira. Também são grandes, com peso médio de 23 gramas, e de cor vermelha intensa. O material é recomendado para as regiões Sul e Sudeste do Brasil.

PARTICIPAÇÃO DA EMBRAPA O espaço da Embrapa no evento abriga vitrines tecnológicas de agroenergia, avicultura colonial, forrageiras e integração lavoura-pecuária (ILP), produção leiteira, fruticultura, grãos e conservação do solo, hortaliças e segurança alimentar; além do estande institucional, onde são apresentados folders e materiais diversos sobre as tecnologias. Ao todo, nove Unidades da Embrapa estão representadas: Arroz e Feijão (GO), Cerrados (DF), Clima Temperado (RS), Gado de Corte (MS), Gado de Leite (MG), Milho e Sorgo (MG), Pecuária Sul (RS), Trigo (RS) e Uva e Vinho (RS).


57

INFORME ESPECIAL - EMBRAPA

Tecnologias para uma agricultura diversificada sanidade, podendo ser apropriadas pela agricultura familiar, duas variedades de sorgo, três variedades de trigo e duas variedades de milho. Usados em rotação e com práticas adequadas de manejo, esses materiais também têm potencial para conservação do solo. Quanto à produção leiteira, o destaque é o Programa Leite Seguro, onde são abordados uma série de aspectos para qualificação da produção, como uso e captação de água em sistemas de produção de leite, redução de contagem de células somáticas (CCS) no leite, uso prudente de antimicrobianos em mastite, além dos benefícios do consumo do leite. A iniciativa também tem abordagens para as famílias e o público infantil, com “Uma Aventura pelos Caminhos do Leite”. Por fim, a área de forrageiras e ILP abriga espaço demonstrativo de forrageiras anuais e perenes, englobando cerca de vinte cultivares entre capim elefante, capim-sudão, panicum, braquiária, milheto, trevo-brancos, trevo-vermelho, cornichão, sorgo, trigo, aveia, triticale e cevada. A área também apresenta estratégias para consorciação de gramíneas e leguminosas, para planejamento forrageiro e manejo de pastejo, bem como para a promoção do bem-estar animal e da qualidade do leite.

Francisco Lima - 13696 DRT/RS Foto: Francisco Lima

Foto: Lanzetta

Na área de fruticultura, variedades de uva desenvolvidas para as condições brasileiras, bem como tecnologias para sua produção, são apresentadas em parreiral demonstrativo. O espaço exibe cultivo protegido de uvas para processamento de suco, vinho e geleia; e para consumo in natura. Ainda abriga informações e recomendações de manejo para as variedades de mesa BRS Vitória, BRS Isis, BRS Núbia e Niágara Rosada; e de suco BRS Magna, BRS Violeta e BRS Carmem. Ainda nesta temática, estão em exposição quatro cultivares de pêssego de mesa; e o Projeto Quintais, que distribui kits para a implantação de quintais compostos por 20 espécies de frutas, 14 de hortaliças e a pastagem BRS Kurumi. O milho BRS 015FB farináceo branco, voltado à produção de farinha branca sem glúten, faz parte dos kits e também terá área demonstrativa no evento. Com relação à agroenergia, há espaço dedicado no evento à exposição de doze cultivares de cana-de-açúcar recomendadas para o Sul do país que possuem alto grau brix, tolerância a geadas e alta produtividade. Já na produção animal, em aviário dedicado à avicultura colonial, são demonstrados o sistema de produção e as práticas recomendadas para a alimentação das aves. Na área de hortaliças, além da variedade de morango e de cinco variedades de batata para consumo in natura e industrialização, também estarão em exibição quatro variedades de batata-doce, incluindo uma biofortificada e outra para a produção de etanol, além de três batatas-doce de polpa colorida. As vitrines a campo ainda contam com variedades de mandioca de mesa de polpa amarela, uma variedade recente de cebola e sete cultivares de feijão de alta produtividade. As tecnologias voltadas à produção de grãos incluem seis variedades de soja de baixo custo de produção e excelente



59

Preocupação com a soja Cenário da ferrugem, oídio e manchas no Sul do Brasil é severo e produtores da região devem estar em alerta sobre seu manejo de produtividade causada pela alta severidade das doenças, como a ferrugem. De acordo com Eduardo Martinez, gerente de fungicidas da ADAMA, Almada®, apontado pelo segundo ano consecutivo como o fungicida mais eficaz no controle da ferrugem da soja no Consórcio em Rede – Ferrugem, é a solução mais completa e que entrega maior produtividade (mais de 3.400kg de soja por hectare), segundo avaliação feita pela entidade, em comparação com outros produtos, entregando mais de 2,4 sacas se comparado com o segundo colocado avaliado. “Por ter três ativos na sua formulação, Almada® contém um multissítio, o que o torna o único fungicida pronto para uso no mercado dando segurança de controle e produtividade independente do cenário que o agricultor irá enfrentar”, destaca.

Mais sobre Almada®

O fungicida é voltado ao controle de diversas doenças, com amplo espectro de controle. É bicampeão nos Ensaios de Rede Cooperativos – Ferrugem – EMBRAPA SOJA (Circular Técnica 195); traz consistência e estabilidade de resultados em estudos com os principais pesquisadores do Brasil, contém o multissítio Mancozebe na forma líquida, não ocorrendo entupimento de peneiras e bicos. Além disso, tem alta seletividade para a cultura da soja, único produto à base de Protioconazol, com aplicação em Plena Floração (R1-R2) que não causa dano de fitotoxicidade, e não necessita da adição de óleo vegetal para realizar a aplicação.

Sobre a ADAMA

A ADAMA Ltd. é líder global em proteção de culturas, fornecendo soluções para agricultores em todo o mundo para controlar plantas daninhas, insetos e doenças. A ADAMA possui um dos mais amplos e diversos portfólios de ingredientes ativos do mundo, bem como instalações de P&D de última geração, fabricação e formulação.

Saiba mais em ADAMA.COM

FUNGICIDA

Os produtores de soja do Sul do Brasil estão em alerta para o atual cenário de ferrugem-asiática, que se agravou por dois motivos principais, de acordo com Eduardo Martinez, gerente de fungicidas da ADAMA. “Um deles foi a incidência e severidade da doença extremamente alta na safra anterior (safra 22/23); o segundo, a mudança do período climático. Saímos de um período de La Niña, ou seja, poucas chuvas e temperaturas amenas, e entramos em um período de El Niño, ideal para o desenvolvimento de doenças na cultura da soja, como a ferrugem-asiática, por conta das muitas chuvas e temperaturas altas”, explica. O especialista acredita que a próxima safra se desenha para grandes produtividades pelo alto volume de chuvas esperadas, porém, reforça que, da mesma forma, podemos ter perdas

INFORME COMERCIAL - ADAMA

ADAMA.COM


INFORME COMERCIAL – OUROFINO

60

Soluções para superar as barreiras da produção

Herbicida Terrad’or será destaque da Ourofino Agrociência durante a feira A produção brasileira de grãos na safra 2023/24 começou repleta de desafios, principalmente climáticos. No Sul, as chuvas acima da média atrasam o plantio, tanto de soja quanto de milho. De acordo com o terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra atual, a produção de soja deve atingir 160 mil toneladas (aumento de 3,6% em relação à safra anterior), enquanto a de milho deve sofrer queda de 7,5%, chegando a 25.309 mil toneladas. Para contribuir com a redução do impacto negativo, a Ourofino Agrociência segue desenvolvendo e levando ao mercado soluções que superam as barreiras da produção, como é o caso do herbicida Terrad’or. Desenvolvido em parceria com as multinacionais FarmHannong e ISK,

Terrad’or possui molécula exclusiva e patenteada, totalmente inovadora para a agricultura nacional. O herbicida conta com alta qualidade da formulação e dos tensoativos, promovendo maior tolerância às chuvas após a aplicação e velocidade de controle. Lamar Sakis, Especialista em Desenvolvimento de Mercado da Ourofino Agrociência, comenta que é uma solução inédita para o manejo de plantas daninhas. “Com rápida absorção, este herbicida atua inibindo a enzima PROTOX. É um excelente produto, indicado no manejo pré-plantio, de buva (Conyza spp,), de capim-pé-de-galinha (Eulesine indica), azevém (Lolium multiflorum) e de capim-amargoso (Digitaria insularis), entre outras.”

Região Sul aprova o Terrad’or O herbicida foi amplamente divulgado no Sul do país durante o ano de 2023. Através da “Carreta Terrad’or”, os profissionais de várias regiões produtivas do Sul puderam conhecer melhor sobre a solução. “Por mais de 40 dias e cerca de 10.000 kms rodados, levamos o Terrad’or para todos os estados do Sul e parte do MS. O público pôde ver e ouvir dos maiores especialistas do Brasil em manejo de plantas daninhas sobre o quão eficiente é este herbicida”, comenta Sakis. Já no ano de lançamento, mais de 1 milhão de ha foram tratados com Terrad’or na região sul. Em 2024, a expectativa é de que este número dobre, chegando à 2 milhões. O herbicida está em fase de extensão de registro para a cultura do trigo,. auxiliando os produtores no controle do azevém, uma planta daninha que pode causar muitos prejuízos na região Sul.

Agrociência na ExpoAgro Afubra Presente em mais uma edição da ExpoaAgro Afubra, a companhia de origem brasileira promete levar ainda mais inovação ao público. Os produtores poderão conhecer melhor sobre as diversas soluções do portfólio com uma equipe de especialistas, que orientarão sobre as melhores alternativas para uma alta produtividade.


61

INFORME ESPECIAL – FETAG-RS

TTabaco, além de uma cultura,

é a sustentabilidade da agricultura familiar estão espalhadas por todo Rio Grande do Sul e geram caminhos para solucionar um dos problemas vivenciados por todo o setor agrícola: a sucessão familiar e rural. A permanência dos jovens no meio rural é o dilema do século. O tema é discutido por todas as entidades representativas, empresas, setor público, setor urbano, entre outros. Sempre que há a discussão e a preocupação com estratégias para que os jovens permaneçam no campo, inúmeros fatores são preponderantes para a efetivação da sucessão familiar e rural, entre eles a qualidade de vida, o diálogo com a família, a geração de renda, a tecnologia de fácil acesso e a infraestrutura. Quando dialogada com os jovens, é consenso que a sustentabilidade ambiental e a geração de renda precisam estar conectadas e são fatores decisivos para que continuem nas propriedades, dando seguimento a atividades dos pais. Neste sentido, a cultura do tabaco apresenta as oportunidades para que jovens possam continuar em suas propriedades, implementando projetos inovadores que pensem a soberania alimentar, mas além disso, a preservação ambiental e consequentemente a geração de renda.

Foto: Divulgação

A agricultura familiar é uma categoria que representa 716 mil pessoas que vivem e se ocupam no meio rural gaúcho. A famílias gerenciam 293 mil estabelecimentos, o que representa 25% da área do Rio Grande do Sul (Censo Agropecuário de 2017). Se analisado em específico, o número de famílias que trabalham na cultura do tabaco, é possível evidenciar a quão significativa é a cultura para a sustentabilidade financeira, social e ambiental, visto que são 64.761mil famílias e 117.675ha de área plantada. As famílias que trabalham com o cultivo do tabaco, têm a atividade como uma segunda cultura dentro da propriedade, pelo fato de ser uma cadeia de cultivo sazonal. Este fato proporciona a família certa liberdade para investimentos de trabalho em outras frentes. Contudo, estudos mostram que a cultura do tabaco é um empreendimento muito mais intensivo de mão-de-obra em comparação com outras culturas. O mundo tem rotulado a atividade como uma das que mais utiliza agrotóxicos. Mas este cenário tem mudado ano a ano. Os(as) produtores(as) estão buscando cada vez mais métodos de cultivo sustentável, que garantam a preservação da saúde humana, do solo e do ambiente. Iniciativas como estas

Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS

A Fetag-RS busca cotidianamente atuar em várias frentes para a defesa da cadeia produtiva, olhando o futuro do setor e das famílias. A sua atuação de representação para a garantia de políticas públicas que incentivam e asseguram a continuidade da cadeia produtiva são incisivas. Já outra frente de atuação é o oferecimento constante de cursos de formação e capacitação para homens, mulheres, jovens e aposentados com o objetivo de ampliar horizontes e apresentar tecnologias sustentáveis para a cadeia produtiva.

Assessoria de Imprensa


INFORME COMERCIAL - GAZIN

62

Gazin Colchões

lança mola Powerblue Produto é uma mola de fio contínuo para colchões com capacidade de até 200 kg Cumprindo seu objetivo de estar sempre a frente quando o assunto é tecnologia, a Gazin Colchões, braço industrial do Grupo Gazin - um dos maiores grupos empresariais do Brasil no setor de varejo de móveis e eletrodomésticos, serviços, informática, atacado, fabricantes de colchões e e-commerce – está lançando as molas Powerblue, de fio contínuo, projetadas para oferecer a máxima durabilidade, resistência e suporte de peso. “As molas Powerblue promovem o alinhamento perfeito do corpo, o que resulta numa postura mais saudável durante o sono. Isso significa que as pessoas vão acordar mais descansadas, sem dores e sem desconfortos. São, sem dúvida, as molas mais poderosas do mercado”, informa o Gerente Comercial da Gazin Colchões, Rui Dias. Com maior quantidade de molas por metro quadrado, proporcionando um suporte superior, além de mais resistência, sensação de firmeza e suportando até 250 quilos. “As molas Powerblue são uma verdadeira revolução quando o assunto é

conforto e bem-estar durante o sono”, complementa Dias. Considerada uma das melhores marcas de colchões do país, a Gazin Colchões possui seis indústrias: em Douradina (PR) – uma das maiores da América Latina – Candelária (RS), Jaciara (MT), Vilhena (RO), Feira de Santana (BA), Eloi Mendes (MG), além de três montadoras: Itaitinga (CE), Santarém (PA), e Senador Guiomar (AC). A empresa celebra este ano 25 anos de mercado, renovando o compromisso com a excelência. “Desta forma reafirmamos nosso comprometimento com o planejamento para os próximos 10 anos do Grupo Gazin. Não nos falta entusiasmo, determinação e o olhar para o futuro”, conclui Dias. O Grupo Gazin é composto por 11 empresas, totalizando 360 negócios, incluindo mais de 340 lojas de varejo. São 58 anos de atividades. Em 2023 a Gazin foi a terceira melhor empresa para se trabalhar no Brasil pelo Great Place to Work (GPTW), nas categorias grandes empresas (com até dez mil funcionários), e a indústria da Gazin está entre as 10 melhores empresas para se trabalhar no Brasil. O grupo está presente nos estados do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Acre, Pará, Goiás, Amazonas e Tocantins. A Gazin também lançou, ao longo deste ano, um banco digital – o Gazin Bank.

Informações para a Imprensa – Grupo Gazin COMMUNICA BRASIL Andrea Funk – (11) 9173-9120 andrea@communicabrasil.com.br

Janaina Pereira – (11) 99616-6441 janaina@communicabrasil.com.br


63

INFORME COMERCIAL - NORTOX Foto: Divulgação

Scudeiro Nortox chega para blindar a soja contra ferrugem e mancha-alvo

Diferentes testes para chegar ao melhor produto para a primeira aplicação da soja Uma mistura exclusiva, idealizada para ser o melhor produto para primeira aplicação na soja. Assim é o Scudeiro Nortox, que está chegando ao mercado. “Fizemos todas as combinações possíveis entre todos os grupos de fungicidas e chegamos à conclusão de que a mistura de dois triazois foi a melhor opção para o controle da mancha-alvo e da ferrugem sem correr grandes riscos de resistência”, afirma o Diretor Comercial João Marcos Ferrari. “A Nortox não vende ativo. Ela vende solução para o agricultor. Dentro desse princípio, nós testamos todas as possíveis combinações para chegar ao melhor produto para a primeira aplicação da soja”, acrescenta Ferrari. Celio Hiroyuki Fudo, gerente de Desenvolvimento de Produtos, também se mostra empolgado com os resultados. “A combinação dos dois melhores princípios ativos - Protioconazol e Tebuconazol - garantiu controle da ferrugem asiática e mostrou excelente performance no controle de outras doenças da soja. Os

João Marcos Ferrari, Diretor Comercial da Nortox: “Chegamos à melhor opção para o controle da mancha-alvo e da ferrugem”

vários estudos realizados pelos principais fitopatologistas, assim como os estudos realizados pela nossa equipe, atestaram a eficácia e seletividade do Scudeiro”, destacou ele. Thiago Polles, Líder de Desenvolvimento de Mercado, destaca que o Scudeiro (Protioconazol + Tebuconazol) é um fungicida sistêmico de amplo espectro de controle, dispensando o uso de óleo adjuvante. Algumas das principais doenças acabam sobrevivendo de um ano para o outro na própria palhada da cultura “hospedeira”. “Assim, há a necessidade de manejarmos de forma integrada no controle dessas doenças, como a mancha-alvo e ferrugem-asiática”, explica Thiago Polles. Ele observa que o Scudeiro tem uma formulação diferenciada. “Desenvolvido em 27 instituições de pesquisa do Brasil e nos Ensaios Cooperativos, o Scudeiro comprovou a eficiência no controle de doenças como mancha-alvo e ferrugem-asiática, assegurando a produtividade e seletivo a cultura da soja”, finaliza Polles.


INFORME ESPECIAL – FARSUL

64

Grande oportunidade para o agro gaúcho pessoas viverão em países importadores líquidos de alimentos. Hoje o Brasil já é considerado o maior exportador líquido de alimentos do mundo, a nossa responsabilidade frente a segurança alimentar nacional e internacional é gigantesca e crescente. Nas organizações internacionais a política global de alimentos e mudanças climáticas está vinculada à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), tendo como principal objetivo garantir que a produção de alimentos não seja ameaçada pelas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, mantendo a segurança alimentar mundial, sem afetar a resiliência ambiental. A agropecuária possui capacidade única de mitigação dessas emissões, somente a atividade primária é capaz

1"3$&3*"

Foto: Emerson Foguinho/Divulgação Sistema Farsul

O Brasil é uma potência agropecuária indiscutível, sendo que o Rio Grande do Sul tem posição de destaque neste cenário; nossa capacidade de produção é de fazer inveja aos olhos de outros países. Somos eficientes em produzir, em um mesmo ano, de duas a três safras na mesma área. Essas conquistas e esse crescimento são frutos de investimentos em ciência, na utilização de tecnologias de ponta e na capacidade de trabalho do produtor rural. Prova disso é que a produção brasileira, entre 1977 e 2021, cresceu 464% diante de um aumento de apenas 80% de área ocupada. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), até 2050 a população mundial alcançara a marca de 9,1 bilhões de pessoas. Estima-se que até 2030, quatro de cada cinco

Domingos Velho Lopes Diretor Vice-Presidente da Farsul

$ 81,)(57,/ H D 81,&$/ WH HVSHUDP QD ([SRDJUR $IXEUD 3DUD IRUWDOHFHU D QRVVD QBSDFSJB H ID]HU JUDQGHV QHJ­FLRV

81,)(57,/

"(30 &UHGLELOLGDGH

)RFR QRV 5HVXOWDGRV

/RQJHYLGDGH

3DUFHULD

)RFR QR &OLHQWH

([WHUQR H ,QWHUQR

YDORUHV


65 de evitar, remover e até mesmo estocar carbono nas suas ações. Essa foi a conclusão do Grupo de Koronívia, criado no âmbito da UNFCCC, e que tem como objetivo promover agricultura sustentável no mundo, sendo que o preconiza o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), tecnologia brasileira, nascida no território gaúcho. Que traz no seu escopo o reconhecimento único da agricultura, pecuária e silvicultura no combate as mudanças climáticas. Produzir alimentos, energia, fibras e produtos especiais de origem agrária é a principal vocação dos gaúchos, que está refletida nas 35 cadeias produtivas organizadas apresentada na Radiografia da Agropecuária Gaúcha 2023. Para garantir a produção sustentável nos aliamos a ciência e produzimos programas capazes de tornar eficiente e replicável a Agricultura de Baixo Carbono. Em nível nacional, o Plano ABC, promovido pelo Governo Federal e Embrapa entre 2010 e 2020, e que visava organizar e planejar ações

INFORME ESPECIAL – FARSUL

para a mitigação de gases de efeito estufa, encerrou sua primeira fase com 155% de seus objetivos alcançados. Atualmente o Brasil está na segunda fase do Plano ABC+ que visa a adaptação do setor produtivo ao balanço negativo de carbono. O programa possui metas ambiciosas desenvolvidas sobre oito eixos diferentes: a recuperação de pastagens degradadas; plantio direto; sistemas de integração (lavoura, pecuária e floresta); sistemas irrigados; uso de bioinsumos; tratamento de dejetos animais; abate pecuário em terminação intensiva e florestas plantadas. No Rio Grande do Sul o alinhamento com as metas nacionais foi estabelecido através da Resolução da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação nº 01/2023 que instituiu o Plano Estadual para Adaptação à Mudanças do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária no Estado (Plano ABC+ RS) com uma meta de mitigação de 75

Milhões de tCO2eq até 2030. Esta meta mitiga a emissão gerada pelas cinco maiores cidades gaúchas (Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Pelotas e Santa Maria combinadas) neutralizando seu efeito de aquecimento no período de 10 anos. Algumas ações de agricultura de baixo carbono foram adotadas no Rio Grande do Sul ainda na década de 60, com o objetivo de conservação do solo e aumento da produtividade, sem nunca perder o foco na resiliência ambiental e no desenvolvimento sustentável. Para atingirmos a opinião pública nacional e consolidar nossa imagem internacional, precisamos nos comunicar melhor. Mostrar que temos seis biomas no brasil, onde cinco deles são responsáveis pela produção de 98% de nosso consumo interno e exportação; e mais, que temos o compromisso de resolver como nação os problemas que hoje assolam nossa floresta tropical e todo o bioma amazônico.


INFORME COMERCIAL – BAIC

Química Verde A tecnologia de alto rendimento inspirada na natureza A BAIC fomenta a agricultura com bioinsumos obtidos de processos e técnicas de biotecnologia para o desenvolvimento de seus produtos. Uma empresa que propõe-se minimizar os impactos ambientais na lavoura através de soluções naturais que promovem a otimização dos recursos hídricos, o aumento de carbono no solo, a nutrição de plantas e a redução do uso de produtos considerados químicos. Diante de um cenário cada vez mais desafiador, promove desenvolvimento e bem-estar para suprir necessidades globais por meio de formulações obtidas de extratos de plantas e óleos essenciais na produção de alimentos.

66 Otimização de recursos hídricos de forma natural

A BAIC conta com produtos que aumentam a retenção de água nos horizontes mais férteis do solo, diminuem a velocidade de drenagem, efeitos de lixiviação e perdas de solo por escoamento superficial. Outras vantagens esperadas na aplicação: (1) Diminuição dos efeitos deletérios da alta condutividade elétrica da solução de solo em condição de alto nível de salinidade; (2) Diminuição da evapotranspiração real durante a safra, garantindo maior fotossíntese líquida e produtividade, nas condições climáticas de cada região agrícola; (3) Diminuição da frequência de irrigação, gerando maior economia de energia elétrica e preservação dos recursos hídricos naturais.

Cuidado com a preservação dos polinizadores

A BAIC acredita que uma agricultura sustentável só acontece quando os polinizadores e inimigos naturais das pragas são preservados. Por isso, preocupa-se em usar ingredientes ativos naturais em seus produtos. O objetivo é contribuir para um futuro mais seguro na produção de alimentos, garantindo a conservação e a diversidade da biota.

Produtos tecnológicos com zero resíduos Para tecnologia de aplicação, a BAIC disponibiliza adjuvantes antiespumante, antideriva, espalhante, penetrante, umectante e redutor de pH. O portfólio também contém um adjuvante específico para herbicidas, constituído por moléculas vegetais que facilitam a absorção e translocação dos ingredientes ativos, gerando mais rapidez no efeito desejado. Na linha de nutrição, a BAIC trabalha com moléculas conhecidas pelas plantas, obtendo vantagem na sua absorção e translocação. Por meio da nutrigenômica, esses nutrientes atuam em níveis específicos da fisiologia das plantas para melhor expressão do potencial produtivo de cada cultura. Óleos essenciais e metabólitos secundários também estão presentes para favorecer a planta de lidar com os desafios durante o ciclo.


67

Produzir mais

e com melhor qualidade Grypho e Nyveli ajudando na melhoria de produtividade e qualidade do tabaco A história da Phytoagri se confunde com a necessidade sentida pelos produtores de tabaco para melhorar a produtividade de suas lavouras. Diante dessa necessidade, lançamos o Grypho e o Nively para que o produtor de tabaco voltasse a produzir mais e melhor, tendo ainda como vantagem por não deixar resíduos, podendo utilizar também nas culturas de subsistência (batatas, tomate, feijão, aipim, verduras, entre outros). Muitas vezes impedidos por limitações no solo. No tabaco, os produtores que vêm utilizando o Grypho, voltaram a produzir mais e com melhor qualidade. Produtos, idealizado e criado inicialmente para o tabaco, pela Phytoagri Fertilizantes do Brasil, pelo Sr. Ernani Weiss junto com seus sócios. Grypho é um produto para tabaco oriundo de uma combinação de fertilizantes orgânicos e minerais, que tem ajudado os produtores a garantirem suas safras. O Grypho é resultado da soma de conhecimento, pesquisas e experiências em diversos solos do mundo. O Grypho, que já ultrapassou as barreiras de um produto, chegando a condição de um conceito, conforme

INFORME COMERCIAL – PHYTOAGRI

comentários de produtores. Sócio da Phytoagri, Sr. Ernani Weis, com história de meio século, na cultura de tabaco e vasta experiência na cultura do tabaco, lançou também o livro A Arte de Curar Tabaco para auxiliar os produtores em toda safra e não perderem potencial produtivo na cura.

Conforme relatos dos produtores de tabaco: “Eu produzia no máximo 8 arrobas por mil plantas, hoje cheguei a 14, porque tenho mais liberdade de escolher as variedades. Por causa do Grypho.” Erni Lüdke, Rincão del Rey, Rio Pardo. “Nós plantávamos 150.000 plantas, mas a produção era reduzida por doenças. Passamos a utilizar o Grypho, aos conselhos do Sr. Ernani, e passamos a plantar 120.000 plantas, com a mesma produção, aumentando a Everton Ziebel, Linha Alta, Vera Cruz qualidade.” “Eu estava desesperado, produzindo de 4 a 5 arrobas por mil pés, pensava em desistir quando comecei a utilizar o Grypho e aumentei para 12 a 14 arrobas por mil pés.” Carlos Vanderlei Rodrigues, Linha Funda, Cachoeira do Sul

“Minha lavoura estava condenada para tabaco. Já não produzia mais, veio o Grypho e hoje produzo acima de 12 arrobas por mil pés.” Franklin Wink, Vila progresso, Vera Cruz

“Nunca consegui produzir mais que nove arrobas por mil pés. Hoje consigo produzir 13 arrobas por mil.” Fladimir de Oliveira Furtado, Rincão de N. Senhora das Graças, Segredo


INFORME ESPECIAL - SEAPI

68

Estado implementa série

de medidas que auxiliam os produtores gaúchos O ano de 2023 foi desafiador para a área da Agricultura, mas também foi marcado pela continuidade de serviços e ações e entregas que melhoram a vida das pessoas lá na ponta. O Rio Grande do Sul sofreu com uma severa estiagem no início do ano e a partir da metade de 2023 se viu atingido por enchentes que castigaram diversos municípios. Ao longo do ano, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) implementou uma série de medidas estruturantes para garantir maior produtividade e renda aos produtores gaúchos. Para irrigação e distribuição de água, o governo do Estado destinou cerca de R$ 100 milhões que contemplaram todas as regiões. Entre os projetos, o custeio de parte de projetos de irrigação, onde o Estado vai destinar 20% do valor do projeto, limitado a até R$ 15 mil por beneficiário. Também foram firmados convênios com 315 prefeituras que se habilitaram para o projeto de perfuração de poços em comunidades rurais, contemplando a perfuração, a bomba, o

Foto: Fernando Dias

Eventos climáticos afetam a produção agrícola do Rio Grande do Sul

Projeto de perfuração de poços em comunidades rurais

revestimento e a outorga para o uso da água. A instalação de cisternas em propriedades rurais beneficiou 219 municípios que se habilitaram para ter até três cisternas por cidade. São cerca de 650 estruturas de 60 mil litros escavadas em diversas regiões que vão beneficiar pequenos produtores pecuários


69 ligados às atividades leiteira, de avicultura, da suinocultura e de hortifrutigranjeiros. Além disso, já são mais de 4.400 açudes espalhados no Estado, por meio de parceria firmada com 433 municípios para a escavação de até 12 açudes por cidade. “Eventos climáticos como este afetam sobremaneira a produção agrícola do Rio Grande do Sul, e o governo do Estado tem tido um olhar atento a essas questões e tem colocado em prática ações que ajudem no enfrentamento desse problema. É um caminho que ainda precisa ser percorrido, que os gestores municipais também precisam se apropriar e não deixar o assunto cair no esquecimento, mas é o início de uma jornada para a construção de medidas que solucionem os problemas lá na frente”, afirma o secretário da Agricultura, Giovani Feltes. Além das medidas dentro do Supera Estiagem, a Seapi já disponibilizou R$ 14 milhões em horas-máquina para ajudar os municípios mais atingidos pelas enchentes na limpeza e reconstrução das cidades. O serviço inclui operador e combustível e auxiliaram no trabalho de limpeza e recuperação de estradas vicinais, no desassoreamento de rios, arroios e riachos e reconstrução de cabeceiras de pontes. Expointer dos recordes - A 46ª Expointer também conseguiu um feito que parecia impossível: superar, em números, a edição de 2022, que bateu todos os recordes. Neste ano, foram quase R$ 8 bilhões em comercialização e 822 mil visitantes. Um incremento de 5,96% de público e de

Verde Sinuca SW 0016

INFORME ESPECIAL - SEAPI

11,76% em volume de negócios, frente a 2022. Em 2023, foram 4.275 animais de argola e rústicos inscritos, de 89 raças, com destaque para os ovinos que aumentaram sua participação em quase 10%. No Pavilhão da Agricultura Familiar, foram 372 agroindústrias selecionadas, de 174 municípios gaúchos, com destaque para empreendimentos liderados por jovens e mulheres. Além disso, uma série de melhorias foram realizadas no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio, como melhorias de acessibilidade, pavimentação de ruas, reforma do pavilhão de bovinos de corte e ovinos, melhorias na rede elétrica e de abastecimento de água e aumento da oferta de vagas de estacionamento.

Abertura de mercado

Com um processo rigoroso que incluiu a revisão de certificados e auditorias in loco, o país e o Estado conquistaram ao longo de 2023 a abertura de mais dois mercados para a comercialização da proteína animal. O Chile, no mês de fevereiro, e a República Dominicana, no mês de agosto, habilitaram o mercado gaúcho para começar a receber seus produtos de origem animal. Uma conquista que é fruto do esforço do poder público para garantir o status sanitário de excelência.

Assessoria de Comunicação Seapi

NovaCor Paredes Pro A excelência da tinta Premium. Aplicações externas e internas Fácil retoque e alto poder de cobertura Efeito fosco aveludado

5 cores prontas disponíveis, além de todas as opções pelo sistema ColorSnap.

Você encontra na: Candelária Avenida Getúlio Vargas, 400 - (51) 3743-8050 Canguçu Rua General Osório, 596 - (53) 3252-9750 Arvorezinha Rodovia ERS 332, 1202 - (51) 3772-2950 Sobradinho Rua Januário Pio Lazzari, 418 - (51) 3742-8200

Camaquã Rua Pinheiro Machado, 564 - (51) 3671-7000 Santa Cruz do Sul Rua Júlio de Castilhos, 1021 - (51) 3713-7700 Venâncio Aires Rua Osvaldo Aranha, 1659 - (51) 3793-3100

sherwin.com.br


INFORME ESPECIAL - SDR

70 Foto: Divulgação

A força das feiras

da agricultura familiar em 2023 É preciso estimular a organização dos produtores rurais Quando fomos chamados pelo governador Eduardo Leite para liderar a recriação da Secretaria de Desenvolvimento Rural, entendemos que precisávamos inovar para trazer de fato o desenvolvimento para os nossos produtores. A produção rural é característica do nosso Estado. No Rio Grande do Sul, o número de trabalhadores do campo chega a 992 mil, sendo 80% dos estabelecimentos rurais pertencentes à agricultura familiar. Baseado nisso, desenvolvemos estratégias de incentivo aos agricultores familiares, principalmente através do nosso Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf). Nosso objetivo é estimular a organização dos nossos produtores em agroindústrias, com

a finalidade de agregar valor aos seus produtos, garantir a sucessão familiar no campo e promover o encurtamento da cadeia produtiva. Por meio do Peaf, é estimulada a organização dos agricultores familiares em estruturas associativas e cooperativas e oferecido linhas de crédito com juros mais baixos, por meio do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper). Além disso, as agroindústrias integrantes do Programa têm a possibilidade de utilizar o Selo Sabor Gaúcho, que representa a identificação visual do programa, constatando que os produtos são oriundos das agroindústrias familiares do Rio Grande do Sul. O selo indica que as mercadorias passaram por processo de

Ronaldo Santini Secretário de Desenvolvimento Rural do Estado do Rio Grande do Sul

formalização com apoio do Estado e estão aptos a serem comercializados conforme legislações vigentes. A partir do estímulo à formação de agroindústrias, necessitávamos incentivar estratégias de abertura de mercados para os produtos elaborados no meio rural. Nesse sentido, demos ênfase ao fomento de eventos com espaços destinados à


71 agricultura familiar. Em 2023, foram investidos, até o momento, R$ 2,6 milhões em feiras da agricultura familiar. O recurso é o dobro do que foi investido em todo o ano de 2022 e representa 126% a mais do valor que foi empenhado em 2019, último ano regular de feiras antes do atual biênio. O retorno dos valores investido pelo

governo estadual também bateu recordes neste ano. Ao todo, foram comercializados R$ 23.669.995,13 em produtos. As marcas superaram os valores históricos em feiras tradicionais, como, por exemplo, na própria 21ª Expoagro Afubra, quando o equivalente a R$ 1,7 milhão foi comercializado, representando um acréscimo de 18,4%.

Jovens e Mulheres liderando às agroindústrias Uma presença marcante nos empreendimentos que expuseram nas feiras da agricultura familiar em 2023, foram os jovens e mulheres exercendo a liderança dos seus próprios negócios. Na 23ª Expodireto, 107 dos 232 empreendimentos foram liderados por mulheres. Na 46ª Expointer, dos 372 empreendimentos 148 agroindústrias foram comandadas por mulheres e os jovens estiveram à frente de 87 estandes. A 21ª edição da Expoagro Afubra, por exemplo, contou 26 empreendimentos

liderados por jovens, 38 por mulheres e 19 jovens mulheres. A presença de jovens à frente dos empreendimentos representa um importante instrumento de sucessão rural no campo, somada a outros programas desenvolvidos pela pasta, como o “Programa Bolsa Juventude Rural”, que tem por finalidade incentivar a permanência e o retorno dos jovens ao ensino médio e criar condições para proporcionar a continuidade do jovem no meio rural.

INFORME ESPECIAL - SDR

O aproveitamento da propriedade Outra medida estimulada por nós à frente da SDR, é o aproveitamento das propriedades como um todo. Temos estimulado o turismo rural, valorizando a qualidade do que é produzido no meio rural e apresentando novos sabores a cidadãos de outras regiões. Com isso, fomentamos uma maior geração de renda na propriedade e desbravamos recantos ainda não conhecidos pelo público, aliando modernidade às atrações que o campo oferece por si só.


INFORME ESPECIAL – COLÉGIO POLITÉCNICO

72 Foto: Divulgação

Colégio Politécnico da UFSM e seu incentivo à Agricultura Familiar

Projetos como “Polifeira do Agricultor” e o “Ovos Coloniais de Galinhas Livres de Gaiolas da Região Central” são opção O Colégio Politécnico é uma Unidade de Educação Básica, Técnica e Tecnológica pertencente à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Com uma estrutura em constante crescimento e atualização, o colégio oferece mais de 25 opções de cursos (ensino médio, cursos técnicos, graduação e pós-graduação) e conta com mais de 50 laboratórios e mais de 200 projetos (entre ensino, pesquisa e

A PoliFeira do Agricultor busca criar um ambiente para a venda de alimentos produzidos no campo e de visibilidade aos agricultores

extensão), que dão suporte aos cursos e proporcionam uma formação de qualidade e alinhada com as necessidades do mundo do trabalho. Dentre as muitas oportunidades que o Colégio Politécnico da UFSM apresenta à comunidade, estão os cursos da área agrária e projetos vinculados à agricultura familiar, como a “Polifeira do Agricultor” e o projeto “Ovos Coloniais de Galinhas Livres de Gaiolas da Região Central”. A Agricultura Familiar é de extrema relevância para a sociedade brasileira, pois de acordo com o último Censo Agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento é responsável por 77% dos estabelecimentos agrícolas do Brasil, além de empregar 10 milhões de pessoas,


73 o que corresponde a 67% da força de trabalho ocupada em atividades agrícolas no país. A PoliFeira do Agricultor tem sua criação diretamente ligada à valorização da agricultura familiar. Desde 2017, a feira busca criar um ambiente propício para a venda de alimentos produzidos no campo e também um espaço formativo, de

INFORME ESPECIAL – COLÉGIO POLITÉCNICO

visibilidade e de geração de renda aos agricultores. Por sua vez, o projeto dos “ovos de galinhas livres”, criado em 2019, tem a finalidade de facilitar a organização dos produtores da região, gerar mais renda, segurança alimentar e sustentabilidade para as famílias rurais, e alimentos saudáveis para a população.

Iniciativas que dão apoio e visibilidade à pequenos produtores Foto: Divulgação

Em Santa Maria, na UFSM, a PoliFeira do Agricultor vai muito além de oportunizar um espaço de feira. Um dos idealizadores do projeto, professor Gustavo Pinto, comenta que o conceito de agricultura familiar adotado é o de produtores que têm sua gestão voltada à família. Gustavo explica, que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) categoriza e certifica os produtores brasileiros por meio da “Declaração de Aptidão”, um documento emitido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e que uma das missões da Polifeira é “justamente tirar a agricultura familiar do anonimato”. Segundo a agricultora familiar Miraci Sippert Schú, da região de

O projeto dos Ovos Coloniais de Galinhas Livres de Gaiolas traz dentre seus objetivos aumentar o faturamento de pequenos agricultores


INFORME ESPECIAL – COLÉGIO POLITÉCNICO

Agudo (RS), as atividades de produção agrícola possuíam grande papel no sustento familiar. “Era a minha fonte de renda quase que total”. A produtora conta que sofreu, em sua região, com as consequências da aplicação irregular de agrotóxicos. “Nós éramos produtores de mel, a gente tinha na propriedade muitas colmeias e por conta da produção de tabaco, a gente acabou perdendo praticamente todas”, afirma. Após a perda da apicultura, Miraci e seu marido João, acabaram por diversificar a produção e participar de feiras. A produtora afirma, ainda, que foi um desafio se reinventar após a perda de parte da sua produção, mas que o projeto auxiliou em vários pontos. Atualmente, Miraci comercializa seus produtos na PoliFeira do Agricultor e é proprietária da banca Sementes do Sol. Nesse mesmo sentido, o projeto dos Ovos Coloniais de Galinhas Livres de Gaiolas traz dentre seus objetivos aumentar o faturamento de pequenos agricultores e implementar práticas que ampliem sua produção. O projeto, além de criar locais propícios para a venda

74

destes ovos, também compartilha conteúdos relacionados em suas redes sociais, gerando publicidade e formando um mercado consumidor para esse alimento. A iniciativa, que colabora com pelo menos 9 das 17 metas da Agenda 2030 da ONU, também atua focada no apoio e no incentivo à produção familiar que prioriza o bem-estar da ave, ou seja, que ela tenha espaço para poder expressar seus comportamentos naturais como ciscar, empoleirar-se e tomar banho de terra, necessidades que não conseguem ser atendidas completamente pelo sistema convencional. Texto: João Victor Souza da Silva Revisão: Assessoria de Comunicação do Colégio Politécnico da UFSM




Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.