Tous les moyens sont bons

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PROGRAMA 2015 GALERIA GEORGES VINCENT

TOUS LES MOYENS S N O B T SON MATERIAL DE VERSO MATERIAL DIVERSO 22 de ABRIL - 19 DE Dezembro 9 ARTISTAS . 7 EXPOSIÇões . 1 projeto Rua TOMÉ DE SOUZA, 1418 - SAVASSI


APRESENTAção Tous les moyens sont bons. Todos os meios são bons, todos os suportes acomodam, todas as mídias se prestam à expressão. Cada uma à sua maneira, entretanto. O interessante é, então, entender como cada moyen, com sua materialidade peculiar, contribui para a constituição do produto. É sob o argumento da expressão francesa que, ao pé da letra, significa “todos os meios são válidos”, que o Programa de Exposições do presente ano se pauta. Em busca da materialidade-essência, da expressão que contém cada suporte e cada técnica, o Programa tem o intuito de apresentar ao público trabalhos que utilizam diferentes linguagens, materiais e plataformas para além dos meios tradicionais. Fotografias, gravuras, pinturas, obras audiovisuais, instalações irão sugerir um olhar mais interativo sobre a arte e as linguagens pré-estabelecidas. A proposta também irá contemplar bate-papos, exposições de esboços e materiais utilizados pelos artistas bem como a técnica empregada pelos mesmos a fim de questionar o “fazer artístico” e aproximar o espectador das obras, fomentando o diálogo e o pensamento crítico. Assim, com caráter mais dialógico, moderno e plural, o cronograma da Galeria irá receber, ao longo do ano na 3ª quarta feira de cada mês, 7 exposições, sendo 6 mostras de artistas e uma mostra retrospectiva com cartazes e filmes – mineiros e francófonos – dos 12 anos da MUMIA (Mostra Udigrudi Mundial de Animação). Todas selecionadas por meio do Edital Ocupe o Salão, da Aliança francesa de Belo Horizonte, em janeiro e fevereiro deste ano.

A Galeria Georges Vincent Desde a abertura da galeria, a ideia de selecionar propostas artísticas para a ocupação do espaço visa estimular a produção emergente em artes plásticas e visuais, propondo aos artistas – sejam eles mineiros ou estrangeiros –, dentro de um conceito de abertura e diálogo cultural da Aliança francesa, a realização de exposições e divulgação de seus trabalhos, proporcionando, também à sociedade, uma programação cultural abrangente, heterogênea e de alta qualidade.


Ficha técnica Diretor

PROJETO GRáFICO

Pierre Alfarroba

Mariana Angelis Pierre Alfarroba

Coordenação Karine Barcelos

Júri Orlando Castaño Guilherme Garcia Pierre Alfarroba

Artistas selecionados César Augusto -(Czaro) Daniel Costa Filho Douglas Resende Drin Cortes) Eugênia Dornellas Guilherme Bita Lívia CRISTINA L. C. Rick Rodrigues Sávio Leite (Mumia) Victor Alcântara e Silva

Textos César Augusto(- Czaro) Daniel Costa Filho Douglas Resende Drin Cortes) Eugênia Dornellas Guilherme Bita Guilherme Garcia Karine Barcelos Lívia CRISTINA L. C. Rick Rodrigues Sávio Leite Victor Alcântara e Silva

Revisão Karine Barcelos

PROGRAMA )

PROGRAMA )f

AUSêNCIA

20.05 - 10.06

COMPLEXO

17.06 - 08.07

ENTRE CASA E CIDADE, uma paisagem

15.07 - 12.08

SINAIS COMBINados

19.08 - 09.09

BANDEIRA

16.09 - 14.10

MOSTRa DE aBERTURa

O que dizer sobre o nada sei MUMIA EN CARTAZ

22.04 - 13.05

21.10 - 11.11 02.12 - 18.12

As exposições terão inicio na 3ª quarta-feira de cada mês, de maio a outubro. Com exceção da Mumia em cartaz que acontecera simultaniamente a 13ª edição da mostra em dezembro.


VICTOR & LIVIA Ausência

Carvoaria, 2010.

20.05 - 10.06

Sem título, 2012.

Exposição coletiva composta de fotos em filme preto e branco que, em sua maioria, foram batidas em momentos compartilhados e ligadas nessa seleção pelo contraste entre espaços abertos e fechados, ou ameaçados de fechamento. Fechamento e abertura que não têm somente a ver com a presença de horizonte, mas sim com a existência de continuidade de mundos possíveis, feitos de miríades de pequenos processos de vida, tantas vezes ameaçada por ocupações que impõem imobilidade aos espaços e fazem com que lugares antes múltiplos assumam forçosamente uma única função planejada. Linguagem A escolha da produção em película circulalonge de ser uma forma arcaica e “mais trabalhosa” de fazer fotografia. O filme comporta em si um vínculo íntimo com a matéria, é preciso dar à luz o negativo, fazê-lo passar por processos físicos e químicos, metamorfosear uma imagem-luz do negativo para o papel; é necessário o uso das mãos, do corpo, de um contato real. A fotografia em película traz em si uma expressividade única, uma constituição particular, a criação de um produto efetivamente presente no mundo. Lívia Cristina L.C. Tradutora, mestranda em Tradução Literária pela UFMG. Já teve alguns trabalhos fotográficos expostos no espaço Uzina, em BH (2010). Teve uma fotografia publicada na revista holandesa de decoração Woonideën (2012). Outras fotografias constam em um livro de artista intitulado Verso e Reverso, em parceria com a poetisa Júlia Zuza (2014). Victor Alcantara Graduado pela UFMG em Ciências Sociais e metrando em antropologia pela USP, fotógrafo amador interessado em fotografia em preto e branco. Teve algumas fotos expostas em conjunto com textos de Luiz Eduardo Tassini no Festival Mamute 2011 de Lagoa Santa.


DRIN CORTES & DOUGLaS RESENDE COMPLEXO 17.06 - 08.07 Enormes manchas de fuligem figuram a paisagem do Complexo da Lagoinha, em Belo Horizonte. São geradas por fogueiras acesas por pessoas em situação de rua para retirar cobre de fios derretidos, muitos deles usuários dependentes de crack. Faltas é uma série de Graffiti Reverso, iniciada em 2014, que tem como referência as fotografias de cartazes de pessoas desaparecidas espalhados pela região, assim como imagens resultantes de visitas ao local, e utiliza as manchas fuliginosas, como matéria-prima para sua concepção. A exposição Complexo é um recorte da série, onde será exibido o processo prévio e as criações posteriores às ações urbanas, bem como os registros audiovisuais feitos por Douglas Resende. Linguagem Graffite Reverso é um conceito estabelecido para pinturas urbanas feitas através da remoção da matéria pré-existente no local e que provoque contraste com a superfície do suporte, em um processo muito semelhante ao da escultura, porém bidimensional. No caso da série Faltas, a fuligem é esculpida utilizando apenas água, pincel e pano de chão, e as imagens figuram a paisagem da cidade durante um breve espaço de tempo, podendo variar entre horas e meses graças à natureza mutável da rua. Drin Cortes Bacharel em Artes Visuais com habilitação em pintura, pela UFMG. Especialização – Arte Ambiente: Intervenções Urbanas, Instalações e Performance, Arena da Cultura, pelo Núcleo de Formação Artística. Participou de diversas exposições coletivas em Minas Gerais e na Bahia. A intervenção no espaço público surge no percurso do artista como possibilidade de ampliação do pensamento, deslocando seu trabalho para espaços de cotidianos peculiares, livres e irrestritos. Douglas Resende já ganhou a vida como fotógrafo, jornalista e oficineiro. Atualmente está doutorando em cinema na Escola de Belas Artes da UFMG, onde pesquisa espaço e política no documentário. Pra viver e trabalhar se inspira convictamente nos movimentos políticos vivos da cidade.


GUILHERME BITa ENTRE a CaSa E CIDaDE: PaISaGEM 17.06 - 08.07 DaNIEL COSTA FILHO

Guilherme Bita. Entre a casa e a cidade. Óleo sobre tela. 2014

D. Costa Filho. Out. Óleo sobre tela. 2013

Três momentos se assinalam mutuamente nos trabalhos da dupla, ainda adquirindo em cada um sua própria idiossincrasia plástica, estética. O primeiro momento diz respeito ao lar como referência da vida mais íntima e preciosa. O segundo quer acompanhar esse lar, essa casa, de uma paisagem que o envolva e assim o ajude a definir sua função. O terceiro momento acontece quando, de alguma forma, a cidade delimita a composição, definindo aquela função mais uma vez, sob um novo olhar, o olhar citadino, urbano. Como se entre a casa e a cidade, uma paisagem se encontrasse necessariamente. Linguagem Do óleo sobre tela ou da tempera ovo sobre papel paraná e da construção do conceito “casa” desdobra-se a cidade. Ainda que cada qual preserve sua especialidade plástica e linguística, Bita reserva sua paleta aos recintos, aos meandros desse espaço urbano, imbuído de uma visão arquitetônica fundamental; ao passo que Costa Filho, preenche esses espaços pelo uso do “peão”: que seria um modelo sintético de desenho para figuração humana, fazendo com que esses percursos se carreguem de algum tipo de narrativa, por mais sintética que esta também seja. Daniel Costa Filho nasceu em Nova Friburgo, em 1984. Habilitouse em Desenho e Pintura pela Escola Guignard - UEMG. Participou e foi premiado na XIV Mostra Interna (2013) da Escola Guignard e também na Mostra dos Premiados, da galeria da ALMG (2014). Atualmente desenvolve o projeto de curadoria 3+P! sobre a atual pintura belo-horizontina.

Guilherme Bita. Belo Horizonte, 1983. Bacharel em Artes Plásticas pela Escola Guignard com habilitação em Desenho e Pintura. Realiza, desde 2013, uma pesquisa sobre a apresentação da paisagem urbana e seus modelos arquitetônicos nas Artes Visuais, especialmente no meio da Pintura. Atualmente curador do projeto 3+P! sobre a atual pintura belo-horizontina.


EUGÊNIa DORNELLaS SINaIS COMBINaDOS 19.08 - 09.09

Carvoaria, 2010.

A partir de fotos autorais, em andanças pelas cidades, a artista buscou, nas ruas e nos regentes do trânsito, a sinalização para as vidas. Numa relação direta com o momento certo de parar, diminuir o ritmo ou de ir em frente, fez uma analogia com as relações humanas e com o trânsito das emoções e razões dentro e fora do homem. Um semáforo viabiliza, desencadeia, chama cenas. É uma organização dos figurantes das ruas. Como numa orquestra, ele é a batuta dos seres que habitam aquele espaço. Cada parada ou acelerada é uma anunciação, um prenúncio da verdade interior. Encantada também pela forma plástica do objeto, a artista vê em sua estética particular que, além da aparência física, ele emite cores, luzes, uma combinação perfeita que faz interagir o olhar e as sensações.

Linguagem Esta exposição explora a magia da xilogravura, etmologicamente, do grego Xilon – madeira, e grafo - gravar ou escrever, significa gravura feita com uma matriz de madeira. Enquanto a madeira é talhada não se sabe ao certo o que vai sair. E a gravação, quando impressa no papel, forma uma imagem invertida. A técnica deve ser bem executada e os movimentos das ferramentas utilizadas para gravar devem ser precisos. Embora se possa criar outras imagens a partir dos erros, o caminho das talhas não tem volta. Tais processos tornam a técnica encantadora. Além disso, permite ao artista que seu trabalho chegue a um maior número de pessoas, uma vez que cada matriz pode produzir várias cópias.

Apesar de a arte sempre ter tido espaço em sua vida, o percurso acadêmico tomou outros rumos e só recentemente ingressou na escola de Arte – onde encantou-se com o universo da gravura e iniciou suas pesquisas, canalizando as sensações guardadas para as formas de expressão, agora respaldada pelo conhecimento técnico. Em 2014, expôs no Estúdio da Carne; participou, em 2013, do projeto Bicicletas Ambientes: Economias de quintal; Colaborou no evento Noite Branca, com o projeto de Área a Construir, em 2012; Ofertou oficinas de cerâmica no Ateliê Sanzo, e foi produtora cultural da casa de show Estúdio B por 4 anos.


CZARO Bandeira

16.09 - 14.10

Assim como o próprio prédio, do qual apenas à servia como suporte, a bandeira incrustrada por ferrugem parecia indiferente aos demais prédios que a circunda. Também parecia indiferente à sua própria função de anunciar, de representar algo, de ser bandeira. De tremular, balançar, motivada pelo vento, ou ao tempo. Com o mesmo despropósito de significar ou almejar significado, através desse elemento, realizam-se as pinturas. Entre a casa e a cidade. Óleo sobre tela. Distribuem-se, assim como se espalhassem sobre o plano formas e/ou o formato dessa bandeira, com o objetivo de encontrar um padrão e, ao mesmo tempo, perdê-lo. Ora agrupam-se. Ora distanciam-se em espaço e em cor, ora pairam sobre o plano... sem lugar. Linguagem O conjunto de trabalhos que compõem a exposição Bandeiras traz a experimentação de variados tipos de suportes (madeira, papel e tecido) e tintas (óleo, acrílica e guache). O elemento ‘bandeira’ é representado repetidamente como uma matriz formal, elementos estes que sobrepostos, agrupados ou isolados, diferenciam-se através de pequenas variações de texturas, cores e materialidades.

Estudante de Artes Visuais pela UFMG, iniciou seus estudos em pintura no Centro de Arte e Letras, UFSM. Suas referências imagéticas tratam de estruturas e objetos geométricos provenientes da arquitetura e as representações perspéticas ligadas a ela. O caráter construtivista e a busca pela síntese formal acompanham seus trabalhos.


Rick Rodrigues O que dizer sobre o nada sei 21.10 - 11.11 A exposição reúne séries de desenhos em grafites secos e pequenos objetos de madeira criados a partir dos poemas desenhados. Na indagação sobre o cotidiano, o artista explora as linhas, texturas, cheiros e imagens que grudaram nas retinas e/ou foram guardados na prateleira da memória do menino artista. O lar e suas estranhezas são revelados através da sutileza dos grafites coloridos. Linguagem Desenhos produzidos a grafites coloridos de lapiseira 0.5 mm e decalque Sem título. 2015 com caneta esferográfica – técnica de domínio e desenvolvida pelo próprio artista na sua construção poética. São monocromias ora vermelhas, ora azuis. A criação dos objetos dá-se a partir do diálogo entre os elementos peculiares no processo de criação e constituídos para criar universos particulares harmônicos em diálogo com as séries de desenhos.

Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Já teve suas obras expostas no Centro Cultural Roque Peruchi, Ibiraçu-ES e Memorial da Paz e GAP – Galeria de Arte e Pesquisa da UFES; Contribuiu com projetos do Grupo Célula de Gravura, em Vitória, São Paulo e Portugal; Em 2014, ocupou a Estação Cultural da Universidade Federal de Viçosa UFV com uma instalação composta por desenhos, gravuras e pequenos objetos. Participou, com instalações, do XIII Salão Latino Americano de Artes Plásticas de Santa Maria, no MASM. Ocupou parte de uma galeria do SESC Glória, Vitória-ES, na exposição CORPO-CASA. É artista representado pela Galeria OÁ – Arte Contemporânea, Vitória-ES.


MUMIa FESTIVAL

MUMIA em Cartaz

02.12 - 18.12

Neste ano, a MUMIA - Mostra Udigrudi Mundial de Animação - estende mais um passo na divulgação da arte deste cinema em Minas Gerais com a exibição de parte de sua memória através de cartazes, catálogos e vinhetas de edições anteriores. Numa parceria com a Aliança Francesa BH, e com o intuito de promover as produções mineiras e francófonas, a retrospectiva compreenderá animações inscritas nos 12 anos da MUMIA, em uma Mostra Especial dentro do programa de sua 13ª edição. 10o MUMIA. Cartaz. 2012 A exposição Mumia em cartaz acontecerá simultaneamente à Mostra, em dezembro deste ano, e terá sua história plástica exposta na Galeria da Aliança Francesa e exibições de diretores de Minas e de países de língua francesa no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes. Para a abertura do programa 2015 Tous les moyens sont bons, de 22 de abril a 13 de maio, serão projetados, dentre outros, os curtas: Oxalá e a criação do mundo, de Denis Leroy; O homem que pintava músicas, de Jackson Abacatu; Moins con que la lune, de Nicolas Bianco-Levrin e Julie Rembauville, em uma instalação na Galeria Georges Vincent.

O curador Sávio Leite estudou Comunicação e é Mestre em Artes Visuais pela UFMG. É diretor de curtas-metragens, professor de cinema de animação no Centro Universitário UNA e coordenador de workshops de vídeo e imagem, tendo colaborado ainda em vários projetos cinematográficos. Seus trabalhos foram apresentados e premiados em importantes festivais ao redor do mundo. Nominado quatro vezes ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Foi júri em festivais na Finlândia, Chile, Colômbia, Equador e Armênia e em diversos outros no Brasil. Fundador e um dos diretores da Múmia – Mostra Udigrudi Mundial de Animação. Organizador do livro: Subversivos: o desenvolvimento do cinema de animação em Minas Gerais, 2013.


A ALIANÇA FRANCESA A Aliança francesa de Belo Horizonte é uma associação franco-brasileira sem fins lucrativos que se dedica ao ensino do idioma francês e à promoção do intercâmbio cultural entre o Brasil e os países francófonos através da valorização do trabalho de artistas locais. Atuante há 70 anos em Belo Horizonte, a instituição tem um importante papel no calendário cultural da cidade. Além de eventos com a presença de renomados artistas de países que compartilham a língua francesa nas áreas da música, dança e teatro, a Aliança francesa também promove o já tradicional Festival Varilux de Cinema Francês, que acontece anualmente em todo o Brasil.

Endereço Galeria Georges Vincent - Aliança francesa BH Rua Tomé de Souza, 1418. Savassi Horário de funcionamento De segunda a quinta – 8h às 21h Sextas e sábados – 8h às 16h30 Contato (31) 3291.5187 / afbh@aliancafrancesabh.com.br Entrada gratuita


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