Jornal aeamesp nº 9 – verão de 2006

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HORA DE DEFINIR COMPROMISSOS

este ano, haverá eleições para cargos do Executivo e do Legislativo em dois níveis de governo. No âmbito federal, para a Presidência da República e para renovação da composição da Câmara Federal e de 1/3 do Senado. Nos Estados, as eleições deverão permitir a escolha de governadores e também renovar as Assembléias Legislativas.

aeamesp@aeamesp.org.br PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA AEAMESP – ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS EARQUITETOS DE METRÔ

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JORNAL AEAMESP NÚMERO 9, VERÃO DE 2006

Em razão disso, vivemos um momento especialmente importante: é preciso atuar lado a lado com todos os segmentos que defendem os transportes coletivos urbanos, sejam eles sobre trilhos ou pneus, de modo a ratificar as propostas que vêm sendo amadurecidas nos últimos anos e que, em última análise, buscam expandir os sistemas e promover melhor qualidade de vida para a população. Inserida nesse quadro, a 12a Semana de Tecnologia Metroferroviária, a ser realizada apenas cinco semanas antes do primeiro turno do pleito, coloca-se como um momento privilegiado, não só para buscar, mas para concluir compromissos que permitam ao setor avançar nos próximos anos. erá preciso obter dos candidatos ao Executivo a garantia de que aplicarão no setor os recursos cativos da CIDE. Será preciso também elaborar planos de governo para o transporte coletivo urbano, e criar fundos que financiem a execução desses planos. No caso paulista – que se põe como exemplo para o País –, é imprescindível garantir a continuidade da implantação da rede metropolitana planejada (PITU 2020). Neste movimento, é fundamental conquistar a compreensão e a participação do Legislativo, nas três esferas de governo, e obter o apoio da Sociedade Civil.

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Os avanços no setor requerem a mudança do modelo econômico, incluindo a excepcionalização dos investimentos nos sistemas estruturadores e recursos federais (parte deles, a fundo perdido – por que não?) para a solução dos problemas de mobilidade nas metrópoles. Será preciso instituir o ranqueamento técnico com critérios claros de priorização dos projetos; promover a inclusão de projetos estruturadores do transporte coletivo urbano no Plano Piloto de Investimentos (PPI), e garantir a presença dos três níveis de governo nos investimentos. No âmbito do desenvolvimento tecnológico, a meta é otimizar recursos, reduzindo custos em função das tecnologias e projetos racionais. Será preciso desvincular projetos, civil e de sistemas, da contratação executiva obras e ampliar a tecnologia adquirida. specificamente quanto ao Metrô-SP e à CPTM, são objetivos: a contratação de projetos e a obtenção de recursos para a Linha 5 – Lilás; recursos para projeto de complementação da Linha 2 – Verde até Tatuapé, concentração de projeto para a Linha 6 - Freguesia-Oratório e a modernização dos sistemas das linhas da CPTM, incluindo sistemas de via e material rodante.

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Obra da Estação Butantã, Linha 4 – Amarela do Metrô-SP

A 12a SEMANA EM ANO DE ELEIÇÃO e 29 de agosto a 1 de setembro de 2006, no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, em São Paulo, será realizada a 12a Semana de Tecnologia Metroferroviária. O evento acontecerá cinco semanas antes das eleições federais e estaduais e é uma oportunidade para definir compromissos dos candidatos com o setor. Acompanhe no site da AEAMESP (www.aeamesp.org.br) todas as informações sobre o processo de inscrição de trabalhos técnicos para apresentação durante o evento e outras novidades.

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logomarca E COMEÇOU O CONCURSO

m 31 de março de 2006 será encerrado o prazo para a inscrição de propostas para o Concurso da Logomarca da 12a Semana. Já as inscrições de trabalhos técnicos permanecerão abertas até 24 de maio de 2006. Informações mais detalhadas podem ser vistas no site da AEAMESP (www.aeamesp.org.br). 15/3/2006, 16:11


notícias METRO-SP, NOVAMENTE A MELHOR NOTA om 90% de 'excelente e bom', o Metrô-SP obteve a melhor avaliação entre todos os modos de transporte público considerados na pesquisa Imagem dos Transportes na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), coordenada pela ANTP e divulgada no dia 14 de fevereiro de 2006.

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Na pesquisa anterior, referente a 2004, a aprovação do Metrô-SP foi de 92%, mas, como a margem de erro é de 2%, é possível afirmar que o índice de aprovação se manteve no mesmo patamar. TRENS. Quanto aos trens da CPTM, tomados em seu conjunto, houve aprovação de 55%, índice menor do que o conseguido em 2004, que foi de 60%. Quando analisadas individualmente, quatro das sete linhas da CPTM ficaram acima dos 55%, sendo que uma delas alcançou 73% de aprovação. O Corredor São Mateus-Jabaquara, da EMTU, melhorou no entender dos usuários (de 80% para 88% de aprovação). Os ônibus metropolitanos ficaram estáveis e os ônibus da capital registraram queda no índice de aprovação.

ENCONTRO DE TÚNEIS NA LINHA 4 o início de fevereiro de 2006, o presidente da AEAMESP, Manoel Ferreira, e o diretor de Relações Metroferroviárias, Emiliano Affonso, presenciaram o primeiro encontro de túneis da Linha 4-Amarela (Vila Sônia-Luz) do Metrô na Zona Oeste da cidade. Com extensão de12,8 quilômetros, esta linha será integralmente subterrânea.

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expediente JORNAL AEAMESP

é uma publicação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô – AEAMESP, Rua do Paraíso, 67, o 2 andar, 041103-000, São Paulo-SP, telefone (11)3287-4565, fax (11)3285-4509. Diretoria Executiva – Presidente: Manoel da Silva Ferreira Filho. Vice-Presidentes: Ayres Rodrigues Gonçalves (Assuntos Associativos) e Jayme Domingo Filho (Atividades Técnicas). 1o Diretor Tesoureiro: Sergio Henrique da Silva Neves. 2o Diretor Tesoureiro: Antonio Marcio Barros Silva. 1o Diretor Secretário: Antonio Luciano Videira Costa. 2o Diretor Secretário: Carlos Augusto Rossi. Conselho Deliberativo – Eduardo Curiati, Nestor Soares Tupinambá, José Carlos Ganzarolli, Mario Gallo, Argimiro Alvarez Ferreira, Maria Beatriz Pestana Barbosa, José Alberto Horta Pimenta, Luiz Roberto Hiroshi Narata, Roberto Torres Rodrigues, Yoshihide Uemura, Paulo Donini, Antonio Fioravanti (titulares) Carlos Wanderley Alves Carneiro, Marcos Camelo Barbosa, Nelson Fernandes da Silva Filho, Luis Guilherme Kolle (suplentes). Conselho Fiscal – José Istenes Eses Filho, Manoel Santiago da Silva Leite, Ivan Finimundi (titulares) Celso Franco Porto Alegre, Antonio Garcia de Medeiros e Francisco Maria Baptista (suplentes). Conselho Consultivo. Emiliano Affonso, José Ricardo Fazzole Ferreire, Luiz Felipe Pacheco de Araujo, Laerte Conceição Mathias e Luiz Carlos de Alcântara. Jornalista Responsável: Alexandre Asquini (MTb 28.624).

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Obras de expansão da Linha 2 – Verde do Metrô-SP

O RISCO DE REDUZIR que vai ser dos sistemas de transporte público de passageiros sobre trilhos no Brasil, a partir de 1o de janeiro de 2007? Ninguém pode responder com exatidão a esta pergunta, simplesmente porque não há uma política estratégica para esse setor. Se a população tiver sorte, elegerá governantes que vão destinar recursos e buscarão ampliar e requalificar os sistemas. Caso contrário, o panorama geral continuará o mesmo.

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Especificamente na realidade paulistana, este momento é, de certa forma, privilegiado, por registrar a construção simultânea de duas linhas do Metrô-SP e investimentos na modernização da CPTM. Mas, numa prova de que o País tem dado pouca importância para os transportes sobre trilhos, observa-se que em quase 38 anos de existência, o próprio Metrô-SP construiu e colocou em operação apenas 68 quilômetros de vias – menos de dois quilômetros por ano. A demora em implantar ou ampliar sistemas de trens e metrôs enfraquece a competitividade dos grandes centros, retirando parte considerável de sua capacidade de abreviar o tempo de deslocamento de pessoas e bens, de diminuir o número de acidentes e de reduzir a poluição atmosférica. e acordo com informações recentemente divulgadas na imprensa, o PIB da cidade de São Paulo caiu 5% em 2005, o que evidencia um certo grau de estrangulamento urbano, capitaneado pelo trânsito caótico -- fenômeno de gravidade crescente, que gera custos elevados e contribui para o empobrecimento das cidades.

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A direção da AEAMESP tem defendido a garantia de investimentos constantes na infra-estrutura de transportes públicos nas grandes cidade, o que passa pela ampliação dos transportes estruturadores, como é o caso do metrô e dos trens metropolitanos. 15/3/2006, 16:11


expansão UM MÊS COMO POUCOS Está previsto para o final de março de 2006 a inauguração de trecho da Linha 2 – Verde, com 2,9 quilômetros de extensão, ligando as estações Ana Rosa, já existente, às recém-construídas estações Imigrantes e Chácara Klabin. O trecho está em fase final de acabamento, com montagem de equipamentos e implantação de sistemas eletromecânicos. A previsão é de que no final deste ano seja posto em operação um outro trecho, de 500 metros, incorporando ao sistema a estação Alto Ipiranga, quando então o Metrô-SP estará recebendo cerca de 90 mil passageiros a mais todos os dias.

UZIR INVESTIMENTOS Essa ampliação requer duas medidas básicas. Uma delas é que os recursos para o setor sejam 'carimbados', de modo que se impeça que sejam desviados. Além disso, os programas de ampliação devem assumir a condição de programas estratégicos, concebidos de forma que a implantação possa eventualmente ultrapassar o tempo de um mandato e para que, necessariamente, estejam acima das questões partidárias. á concordância em diferentes segmentos do setor metroferroviário quanto à necessidade de uma mudança no modelo de política econômica do País. Tal modelo tem impedido a obtenção de novos recursos e de financiamentos, e tem também facilitado que as administrações fujam de sua responsabilidade. Por exemplo, logo após a Constituição de 1988 declarar que o transporte público passaria a ser um tema de responsabilidade municipal, o governo federal, que até os anos 80 havia ajudado no crescimento do Metrô de São Paulo, e que até os anos 90 era responsável pelos trens urbanos em várias cidades, tratou de se eximir e não tem investido nada mais no setor metroferroviário.

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Atualmente, cerca de 280 mil passageiros utilizam diariamente a Linha 2 - Verde, entre Vila Madalena, na Zona Oeste da cidade, e Ana Rosa, na Zona Sul, passando pelas estações que servem o Espigão da Avenida Paulista: Sumaré, Clínicas, Consolação, Trianon-MASP, Brigadeiro, Paraíso. Na segunda parte das obras de expansão da Linha 2 - Verde, haverá a construção de outros 3,4 quilômetros de linha e das estações Sacomã e Tamanduateí. Segundo o Metrô-SP, quando esse trecho estiver concluído, o número de passageiros transportados por dia pela Linha 2-Verde subirá para 774 mil. Há planos para que, no futuro, esta linha siga até a Vila Prudente.

A Prefeitura de São Paulo, que foi responsável não só pelo início do Metrô na cidade, parou de colocar recursos no sistema. Para 2006, o Metrô-SP receberá da municipalidade paulistana apenas mil reais. É como se o Metrô-SP não contribuísse decisivamente para minorar os problemas de mobilidade na maior cidade do País.

Obras de construção da Estação Imigrantes (acima) e Chácara Klabin, ambas da Linha 2 – Verde do Metrô-SP. As fotos são de agosto de 2005.

estudo da produzido pela União Internacional de Transportes Públicos (UITP) evidencia que as cidades que baseiam o transporte de seus cidadãos prioritariamente nos veículos particulares individuais são grandes consumidoras de energia e gastam muito mais para promover a locomoção de seus habitantes. E se tornam ineficientes, esbanjadoras. A AEAMESP acredita ser necessário impedir que isso aconteça num país como o Brasil, que precisa valorizar cada centavo dos recursos públicos e privados para crescer e para incluir de vez amplos extratos de sua população.

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informação comunicação N E SEMINÁRIO METROFERROVIÁRIO, NO RIO

os dias 7 e 8 de março de 2006, a Comissão Metroferroviária da ANTP promoveu no Rio de Janeiro o VI Seminário Metroferroviário, discutindo fontes de recursos, integração e renovação de frotas. O diretor de Relações Metroferroviárias, Emiliano Affonso, defendeu a concretização do conceito de Taxa Externa de Retorno (TER), forma de evidenciar os ganhos 'monetarizáveis' que os sistemas metroferroviários trazem para as cidades (por exemplo, incremento de impostos nos três níveis de governo, economia de petróleo, diminuição dos custos com acidentes poluição etc.). O presidente Manoel Ferreira convidou o público do VI Seminário a participar da 12a Semana Metroferroviária, que buscará o compromisso dos candidatos às eleições de 2006 com o setor. Veja matéria no site (www.aeamesp.org,br).

destaque DISPONÍVEL O CD DA 11a SEMANA Está disponível o CD da 11a Semana de Tecnologia Metroferroviária, relizada pela AEAMESP em setembro de 2005, com o tema Metrô e Ferrovia para o Desenvolvimento Sustentável. O CD contém 39 arquivos em PDF referentes a roteiros que subsidiaram as palestras; 34 arquivos em PDF e outros oito arquivos de vídeo referentes aos trabalhos técnicos, sete arquivos de vídeo que ilustraram trabalhos técnicos, e 270 fotos.

PARA AMPLIAR O DIÁLOGO

AEAMESP iniciou em fevereiro de 2006 uma nova sistemática de comunicação com seus públicos, com produtos jornalísticos impressos, agilização da publicação de notícias no site e contatos com veículos de imprensa. Já a partir desta edição, o JORNAL DA AEAMESP, trimestral, passa a ter quatro páginas e um novo desenho gráfico.

Em abril, será lançada a primeira edição de outra publicação trimestral, para associados, com um projeto editorial e gráfico descontraído, destinado à cobertura dos acontecimentos sociais, recreativos e esportivos da AEAMESP. Também a partir de abril, notícias de interesse dos associados de todo o setor metroferroviário chegarão mais rapidamente ao site da AEAMESP (www.aeamesp.org.br). E será iniciado um esforço de contato permanente com editores e jornalistas especializados dos principais veículos de imprensa do País (jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão e jornalismo via Internet) para a apresentação das ações e das idéias da AEAMESP e divulgação da 12a Semana de Tecnologia Metroferroviária. Está também em projeto uma revista especializada, voltada para associados, pessoal de operadoras metroferroviárias brasileiras, latino-americanas e ibéricas, organismos públicos diretamente relacionados com a gestão do setor metroferroviário no Brasil, entidades congêneres à AEAMESP em países da América Latina e Europa Ibérica, e bibliotecas universitárias.

aeamesp@aeamesp.org.br

PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA AEAMESP – ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS EARQUITETOS DE METRÔ

JORNAL AEAMESP NÚMERO 9, VERÃO DE DE 2006

Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô – AEAMESP Rua do Paraíso, 67, 2o andar, 041103-000, São Paulo-SP, Telefone (11)3287-4565, fax (11)3285-4509 E-mail:aeamesp@aeamesp.org.br Jornalista responsável: Alexandre Asquini (MTb 28.624)

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