August 2015 portuguese

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Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia

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Ministério da saúde abrangente

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O evangelismo além dos números

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Deus ainda conosco


Agosto 2015

A R T I G O

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D E

C A P A

Milhares foram batizados no Zimbábue no final de maio. Veja a história.

Lowell C. Cooper

Realizando mais ao trabalhar com inteligência.

14 Crescimento impressionante C O M E N T Á R I O

8 Fiel à missão

M U N D I A L

Pardon K. Mwansa

Por que a África está respondendo ao evangelho de maneira tão poderosa?

22 O evangelismo além dos números D esa f io

Ted N. C. Wilson

Respondendo ao chamado.

11 Testemunhando entre amigas T E S T E M U N H O

D E V O C I O N A L

Zimbábue mostra o caminho Andrew McChesney

V I S Ã O

12 O tempo está se esgotando

Nozomi Miyagi

Uma série de pequenas iniciativas faz com que o evangelho chegue às pessoas.

Anthony Kent

Jesus e Paulo também enfrentaram desafios.

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M E N T A L I D A D E

O verdadeiro evangelho para o mundo

Rick Mc Edward

Lições do ruído da sociedade do passado para comunicar as boas-novas.

SEÇÕES 3 N O T Í C I A S

DO

MUNDO

3 Notícias breves 6 Notícia especial

10 S A Ú D E N O M U N D O Ministério da saúde abrangente

21 E S P Í R I T O Avance!

DE

RESPOSTAS 26

PERGUNTAS

PROFECIA

A BÍBLICAS

Deus ainda conosco

www.adventistworld.org On-line: disponível em 10 idiomas Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. v. 11, nº- 8, Agosto de 2015.

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27 E S T U D O B Í B L I C O Quando Deus surpreende 28

TROCA

DE

IDEIAS


Um ministério de cura

T

odos nós conhecemos o questionário para determinar as prioridades. Normalmente começa assim: “Se você tivesse que dizer só uma coisa sobre _______, o que diria”? Ao reduzir todas as possibilidades de respostas a uma somos convencidos, de alguma forma, a detectar o que é essencial. Entretanto, quando aplicamos esse processo na vida e ministério de Jesus, ficamos confusos com a variedade de coisas que devemos dizer sobre Ele. Entre tantas outras, precisamos dizer que Ele é “Verdade”, que Ele é “Amor”, que Ele é “Juiz”, que Ele é “Salvador”. Ora, se fizéssemos essa pergunta na região da Judeia e Samaria no primeiro século d.C., a resposta preferida seria, sem dúvida, “Aquele que cura”, pois foi pela cura que a vasta maioria das pessoas O encontraram. Mesmo os que pouco sabiam sobre Seus ensinos ou Seu reino, descobriam que Suas mãos podiam fazer com que doenças terríveis desaparecessem miraculosamente, e olhos cegos vissem uma face humana – a Sua face – pela primeira vez. Eles O amavam pela cura, O seguiam porque haviam sido curados, e se uniam à Sua causa porque viam nEle o poder para curar além das aflições físicas do mundo. Por isso é que hoje, todos os que pretendem construir o reino de Jesus, devem se comprometer trabalhando pela cura, tão importante no ministério terrestre de Jesus. Urgente como possa ser a pregação, nunca será suficiente. Sábio e oportuno como possa ser o ensino, jamais causará grande impacto. As verdades se tornam realmente vivificantes quando encontram guarida em corpos que foram restaurados. É por isso que, há 150 anos, a igreja do povo remanescente de Deus para o tempo do fim tem evidenciado como a cura, o ensino e a pregação, sempre avançam juntos. Em todos os lugares onde os adventistas do sétimo dia compartilham as verdades bíblicas que restauram o coração, também compartilham o ministério da saúde física. Ao ler o artigo de capa deste mês, “Zimbábue mostra o caminho”, ore por seus vizinhos e amigos que encontrarão Jesus à medida que você demonstrar com suas ações, que Cristo está interessado no bemestar de todos.

N ot í cias do M u ndo

Igreja Adventista lançará

Nova Enciclopédia

A Enciclopédia do Adventismo do Sétimo Dia será lançada online em 2020. Andrew McChesney

À esquerda, os dois volumes da Enciclopédia Adventista, edição de 1996, e a primeira edição de 1966. A d v e n t i s t

W o r l d

O

s líderes da igreja aprovaram uma enciclopédia completamente nova, com formato para Internet, para substituir a Enciclopédia Adventista da Sétimo Dia, publicada em 1966. A nova Enciclopédia do Adventismo do Sétimo Dia vai estrear online em 2020 e será supervisionada pelo Departamento de Arquivos, Estatísticas e Pesquisas da Associação Geral. A Comissão Executiva da Associação Geral destinou 1,6 milhões de dólares para o projeto de cinco anos.” “Diferentemente das anteriores, não será necessária nenhuma revisão importante no futuro devido à contínua atualização do site”, declarou o Departamento de Arquivos, Estatísticas e Pesquisas (DAEP). “A produção de uma nova enciclopédia demanda muito tempo e recurso, no entanto não será necessário mais investimento no futuro.” O DAEP está fazendo parceria com as revistas Adventist Review e Adventist World, que desenvolveram um modelo inicial para a Enciclopédia Adventista online, no estilo da Wikipedia. As duas revistas incentivarão a contribuição com histórias originadas das congregações e do público das igrejas locais, instituições adventistas e indivíduos, enquanto que o esforço do DAEP incidirá sobre as contribuições acadêmicas para a compreensão da história e da vida adventista.

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N ot í cias do M u ndo “Estamos animados com a perspectiva de envolver milhares de adventistas – leigos, aposentados e membros das congregações – que possuem um conhecimento singular para contribuir com esse projeto mundial”, disse Bill Knott, editor das revistas Adventist Review/Adventist World. Além do texto, a edição online contará com vídeo e áudio utilizando a competência de milhares de eruditos adventistas de todo o mundo. A enciclopédia estará disponível nos principais idiomas como inglês, espanhol, francês e alemão. “Estamos trabalhando com as Divisões para traduzir a enciclopédia para os idiomas mais falados pelos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia no mundo”, disse David Trim, diretor do departamento de Arquivos, Estatística e Pesquisa. O departamento já está no processo de adquirir vários endereços na Web para a enciclopédia. No plano, ainda está o lançamento da versão impressa da enciclopédia, em quatro volumes A ideia de uma Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia surgiu pela primeira vez em 1959. Inicialmente, a Review and Herald Publishing Association não concordou com a ideia, mas depois de concluídos os nove volumes do Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, em 1962, votaram publicar a enciclopédia como um complemento da série. O projeto foi anunciado no Concílio da Primavera de 1962, e o volume único da Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia foi produzido por uma comissão de oito pessoas e lançada em janeiro de 1966. Uma versão revisada foi publicada no final de 1976. Em 1993, foi iniciada uma revisão substancial que resultou na publicação de dois volumes, em 1996. Naquele ano, tanto o Comentário Bíblico Adventista como a enciclopédia foram lançados, pela primeira vez, em CD. Atualmente, há uma edição online disponível no Web site Logos Bible Software. n

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Jamaicano abre mão

das tranças rastafári por

Jesus

Para ser batizado, jamaicano corre à barbearia no domingo à noite. Dyhann Buddoo-Fletcher, DIA

O

fato de não cortar o cabelo havia mais de 30 anos, não desqualificou para o batismo o jamaicano de 66 anos de idade. Mas sua decisão de sair de uma reunião evangelística para encontrar uma barbearia no domingo à noite, convenceu o pastor de que ele estava disposto a sacrificar tudo por Jesus. George Johnson, adepto do rastafári, que havia feito voto de nazireu de não cortar o cabelo, disse a um público atônito na reunião em uma tenda adventista, no norte da Jamaica, que já havia crido na divindade do ex-imperador da Etiópia e tinha feito planos de se mudar para a África. Mas agora, disse ele, sua lealdade era para com o Deus criador e que desejava ir para o Céu. Johnson, barbeado e com o cabelo cortado, disse na cerimônia de seu batismo: “Mesmo que eu tivesse de amputar a minha mão para aceitar a Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador, eu o faria!” Com a voz embargada pela emoção, acrescentou: “Ninguém me forçou a ser batizado. Nenhuma mulher me seduziu. Ouvi dizer que Haile Selassie é Deus, mas o meu Deus criou os céus e a Terra.” O testemunho de Johnson resultou na decisão de várias pessoas a aceitar

M a r v i n

M a r s h

/

IA D

O evangelista Livinsgton Burgess conversa com George Johnson, no sábado, 4 de abril.

a Jesus e ser batizadas durante a recente série evangelística de quatro semanas “Prepare-se para Encontrar com Seu Deus”. Johnson pediu o batismo após decidir que sua busca de décadas por uma igreja que ensinasse a verdade bíblica havia terminado nas reuniões da tenda. Ele tinha vivido por mais de três décadas como devoto rastafári, parte de um movimento religioso nascido nas favelas da Jamaica nas décadas de 1920 e 1930.


M a r v i n

M a r s h

/

IA D

com ele para o dia seguinte a fim de estudarem mais a Bíblia.

F o t o : C o r t e s i a d e G e o r g e J o h n s o n

“Quem é esse homem?”

George Johnson antes de depois de cortar o cabelo.

Os rastafári são unidos por seu orgulho pela herança africana e creem na divindade do último imperador da Etiópia, Haile Selassie I. Seu estilo de vida inclui o uso de pequenas tranças, o ritual uso da maconha, abstinência do álcool e o vegetarianismo. Tranças rastafári versus Jesus

Johnson disse que tinha visitado muitas igrejas antes de frequentar as séries evangelísticas na cidade de Falmouth. “Estive na escuridão por 60 anos”, disse ele. “Quando fui à reunião, ouvi o evangelista pregando. Meus olhos foram abertos. A boa notícia encheu meu coração. Encontrei minha igreja, e não vou deixá-la!” O caminho em direção ao batismo não foi fácil. Johnson decidiu entregar seu coração a Jesus no início da segunda semana de evangelismo. Mas o pastor local, Carlington Hylton, não estava certo de que Johnson estivesse pronto. Os dois conversaram antes

do início da reunião em um domingo à noite. “Cheguei à tenda cedo, cerca de 18h30m, para conhecer os candidatos apresentados pelo instrutor bíblico”, disse Hylton. “Mostraram-me George, como candidato, sentado no banco da frente da tenda, esperando para ser batizado. Perguntei ao instrutor bíblico se havia conversado com ele sobre seu cabelo. E ele disse que não.” Hylton falou com Johnson sobre suas crenças religiosas. “Perguntei se era adepto da crença rastafári ou se suas tranças eram só um penteado”, disse o pastor. “Ele disse que era adepto à crença e esperava voltar à África, de onde vieram seus ancestrais. Disse que havia feito um voto nazireu e que seu cabelo era sua aliança e que não deveria ser cortado.” Hylton concluiu que Johnson precisava de mais tempo. Ele garantiu ao batizando que não estava sendo negado a ele o batismo, e marcou um encontro

Mas naquela mesma noite, após ouvir o evangelista Linvington Burgess pregar, Johnson sumiu. Depois, ele reapareceu na fila dos candidatos ao batismo. “Quem é esse homem?” perguntou Clavour Tucker, pastor local que havia acabado de dirigir os batizandos nos votos batismais. “Eu não o reconheci, e ninguém o reconheceu também”, disse Tucker. “Então, pedi ao Pr. Burgess que descobrisse quem era ele. Para nosso espanto, era George! Ele havia cortado o cabelo, feito a barba e estava pronto para o batismo.” Ele disse que o entusiasmo cresceu na tenda quando os presentes perceberam o que havia acontecido, e muitos começaram a bater palmas de felicidade. “Ninguém podia acreditar no que havia acontecido”, disse Tucker. “Veja, naquela hora da noite, a maioria das barbearias estão fechadas. Mas George encontrou alguém que cortasse suas tranças em tempo de ser batizado.” Hylton disse que estava impressionado e sua preocupação caiu por terra. “Eu não podia fazer nada. O homem queria tanto a Jesus que foi cortar suas tranças”, disse ele. “Para mim, o corte do cabelo foi uma declaração pública de que George pode não saber muito, mas ele sabe que Deus o quer. Não pude negar seu batismo.” Johnson disse em entrevista que não se arrependia de ter cortado o cabelo. “Quando ouvi o sermão naquele domingo à noite, concluí que havia estado em trevas todos esses anos”, disse ele. “Não podia esperar nem mais um dia. Queria ser batizado na hora. Após ouvir as boas-novas da Bíblia, concluí que eu precisava de Jesus imediatamente. Foi por isso que cortei o cabelo.” n

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M e lo dy

M a s o n

N ot í cias do M u ndo

A

igreja será diferente de tudo o que você já viu. Há apenas alguns metros de um centro comercial elegante de uma cidade próspera, próxima a Washington, D.C., a Living Hope Seventh-day Adventist Community Church (Comunidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia Esperança Viva) está tomando corpo sob os olhares curiosos de um lado dos vizinhos de um condomínio fechado, e do outro, dos usuários de um country club com campo de golfe com fontes borbulhantes. “A vantagem é que qualquer pessoa que entrar nesta comunidade verá este prédio”, disse Teenie Finley, palestrante sobre estilo de vida que, junto com seu esposo, o evangelista Mark Finley, deram origem ao projeto. “Quando colocamos a placa de construção, uma senhora se aproximou e disse: ‘O que está acontecendo aqui?’” Quando Finley respondeu que ali seria uma igreja e um centro comunitário com cursos de culinária, controle do estresse e seminários sobre a Bíblia e arqueologia, a senhora exclamou: “Quero fazer esses cursos!” Mas, a igreja oferecerá mais do que isso. O primeiro andar do centro comunitário também abrigará um centro de materiais em que as pessoas possam ler livros e assistir a DVDs sobre saúde, família e a Bíblia. A sala de oração oferecerá um local tranquilo para as pessoas ocupadas meditarem nas coisas eternas. Um clube planejado e acessível a qualquer pessoa, irá se reunir em alguns domingos para um buffet de café da manhã, oferecendo panquecas de aveia, panquecas de blueberry e linhaça, bebida de amora, rabanadas feitas com castanha de caju substituindo os ovos, tofu mexido e frutas – variedade suficiente, disse Finley, para mostrar que os veganos não estão limitados a uma dieta de vegetais. A refeição será seguida por

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Mark e Teenie Finley mostram o projeto arquitetônico da igreja, em frente ao canteiro de obras.

Nasce a Igreja Adventista do

Futuro , em Virgínia

Mark e Teenie Finley estão envolvidos na construção de uma igreja que terá as portas abertas sete dias por semana. Andrew McChesney um breve devocional dirigido por Mark Finley e uma caminhada de 27 quilômetros em trilhas perto da igreja. Os planos de longo prazo preveem a possibilidade de abrir uma lanchonete no centro comercial, com sucos naturais e sanduíches vegetarianos, além de organizar excursões para a Terra Santa e sítios arqueológicos. “Cremos que a iniciativa impactará a comunidade”, disse Mark Finley, com Teenie ao seu lado, ao fazer um tour

com a Adventist World pelo canteiro de obras e pelos arredores da comunidade, em Haymarket, Virgínia (EUA). A igreja também promete servir de modelo para igrejas adventistas do futuro. A igreja de Haymarket também funcionará como centro evangelístico, onde os Finleys e o pastor da igreja, Robert Banks, oferecerão treinamentos intensivos de quatro a oito dias, para líderes adventistas e membros leigos, uma vez por mês.


Os cultos de sábado serão realizados no segundo andar do santuário, que acomodará entre 225 a 250 pessoas. Um centro de mídia próprio dará à igreja a possibilidade de transmitir os programas, possibilitando um alcance internacional. Tudo para a comunidade

Nos últimos anos, a igreja adventista em nível mundial está enfatizando o conceito de tornar cada igreja adventista em um centro comunitário. Seu líder, Pr. Ted N. C. Wilson, incentiva iniciativas no ministério da saúde abrangente que supre as necessidades físicas, espirituais e mentais das pessoas. Algumas igrejas oferecem cursos de culinária e em outras funcionam centros de materiais, mas poucas têm planos tão ambiciosos como a igreja de Haymarket. “Queremos que nossos pastores e membros leigos vejam que a igreja tem que se envolver com sua comunidade”, disse Mark Finley, orador internacional e redator para as revistas Adventist Review e Adventist World. “Os métodos podem ser diferentes em cada comunidade, mas o princípio é o mesmo. Tentamos fazer todo o possível para causar algum impacto para Cristo naquela comunidade, assim como Jesus fazia.” A construção do prédio de quatro milhões de dólares foi iniciada na primavera (no hemisfério norte), um sonho que se torna realidade para o casal Finley, que já pregou e dirigiu seminários de saúde em cerca de cem países nos últimos 50 anos. Ambos, agora com 70 anos de idade, sentem a responsabilidade de compartilhar com a próxima geração de adventistas, tudo o que aprenderam. “Eu sei que daqui a dez anos não vou conseguir viajar pelo mundo, realizando campanhas evangelísticas”, diz Mark Finley. “Então, a pergunta é:

como posso transmitir o que aprendi em 48 anos de evangelismo? Meu desejo é transmitir para os outros toda habilidade, todo dom, todo conhecimento que Deus me deu.” A igreja funcionará como base. Com a inauguração programada para janeiro de 2016, o centro comunitário funcionará todos os dias da semana com voluntários. “Muitas vezes as igrejas são os prédios economicamente menos eficientes do mundo, pois são abertos apenas uma vez por semana,” disse Teenie Finley. “Nossa igreja será aberta sete dias por semana.” Isso não quer dizer que “porque estamos construindo as pessoas virão.” Embora os Finley mantenham uma agenda extensa de viagens, estão profundamente envolvidos na comunidade. Mark Finley, por exemplo, dá aulas sobre como melhorar as notas em uma faculdade pública do bairro. Suas aulas são frequentadas por cem alunos. “É impressionante”, disse ele. “Falamos sobre o impacto da vitamina B sobre o cérebro e o impacto de uma dieta saudável no processo do pensamento. Falamos sobre exercício e o sono adequado e como impactam os estudos. Os alunos estão gostando.” “Um projeto de fé”

Após orar sobre a falta de uma igreja adventista em Haymarket, onde moram os Finley, Teenie foi impressionada a começar o projeto. Um dia, em sua caminhada matinal, ela foi surpreendida ao ver uma placa em um outeiro gramado, escrito o seguinte: “Local para futura igreja: para venda ou aluguel.” Ela sentiu um desejo enorme de orar, e começou a orar diariamente sobre o anúncio, implorando a Deus que aquele fosse o local para uma igreja adventista. Certa noite, quando dirigia um treinamento para evangelismo leigo,

Teenie disse que toda igreja precisava ser um centro de treinamento. Um dos participantes, que ela nunca havia encontrado antes, a procurou nos bastidores para mais informação. Ao falar com ele, mencionou que havia encontrado o local para a futura igreja e de como gostaria que junto com seu esposo, pudessem abrir um centro de treinamento ali. No dia seguinte, o participante disse a ela: “Fui para casa ontem à noite e orei sobre o que a senhora nos disse, e Deus me impressionou a doar 50 mil dólares.” Mais doações chegaram, assim que o casal Finley abriu uma conta especial na Associação Geral (corpo administrativo da Igreja Adventista mundial) para depositar os 50 mil e buscar a direção de Deus para o financiamento. Um amigo decidiu contribuir com outros 50 mil e outro doou mais sete mil. Os 107 mil dólares estavam longe do valor necessário. Mas os Finley consideraram aquela quantia de dinheiro inesperada como indicação de que deveriam avançar pela fé. Quase ao mesmo tempo, Mark Finley e Tommie Thomas, ancião da Igreja Adventista Warrenton, entraram em contato com a empresa proprietária do terreno e da comunidade adjacente. Surpreendentemente, a companhia ofereceu um terreno melhor. Teenie Finley estava orando por um terreno baldio, em um canto do condomínio, mas o novo terreno estava localizado bem no coração da comunidade e dispunha de estacionamento e outras comodidades. Através de uma série de milagres, Deus enviou os recursos necessários para a compra do terreno e o início da construção, disse Mark Finley. Eles ainda não têm todo o recurso, mas estão confiantes de que Deus vai dirigir o projeto até o fim. “Esse é um projeto de fé”, disse ele. “É um verdadeiro milagre!” n

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MISSÃO v i s ã o m u n d i a l Ted N.C. Wilson

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a seção Visão Mundial do mês passado (“Chamados à fidelidade” www.adventistworld. org/2015/july/called-to-faithfulnessnow-is-the-time.html), analisamos o chamado de Deus à fidelidade a Cristo, à Sua Santa Palavra, à Sua igreja, ao movimento profético e muito mais. Jesus Cristo é nosso modelo e Salvador. Porque Ele é fiel, podemos ser fiéis por meio da Sua justiça e graça. Louvamos a Deus por Seu chamado para sermos um povo e uma igreja com uma missão! E que missão maravilhosa! Levar esperança e restauração ao mundo que perece, a missão de proclamar as três mensagens angélicas, a missão de compartilhar a maravilhosa notícia da breve volta de Jesus! Essa missão, oriunda de Deus, razão da existência da Igreja Adventista do Sétimo Dia, é um chamado específico a cada um – homens, mulheres, jovens e crianças – independentemente de idade ou sexo.

Missão e teologia

Como adventistas do sétimo dia, há muito compreendemos que Deus nos deu uma missão singular, especificada em Apocalipse 14:6-12: As três mensagens angélicas – mensagens importantes de Deus para os últimos dias da história da Terra. Alguns podem dizer que essas mensagens são politicamente incorretas e que não devem ser pregadas. Em minha opinião, elas são as mensagens mais importantes a serem dadas ao mundo. Elas são nossa teologia e missão, a razão da existência da igreja remanescente de Deus. Na Igreja Adventista do Sétimo Dia, teologia e missão são inseparáveis. Todos são necessários

Para falar de Cristo e das importantes verdades reveladas em Sua Palavra a mais de sete bilhões de pessoas no mundo, todo adventista é necessário e chamado

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Fiel

à

missão Respondendo ao chamado

a desempenhar um papel importante na missão de misericórdia final de Deus para este mundo escuro. É-nos dito que “A luz que Deus concedeu ao Seu povo não deve ser encerrada dentro das igrejas que já conhecem a verdade. Deve ser disseminada para os lugares escuros da Terra. Os que andam na luz como Cristo na luz está, serão cooperadores com o Salvador revelando a outros o que Ele lhes revelou […] Homens e mulheres no mundo hoje acham-se absortos na busca de ganho mundano e de mundano prazer. Há milhares de milhares que não dedicam tempo nem interesse à salvação espiritual. Chegado é o tempo em que a mensagem da breve volta de Cristo deve soar através do mundo. Evidências inequívocas mostram a proximidade do fim.”1 Esse não é um trabalho exclusivo para pastores ordenados, mas para todos os que conhecem a verdade e nela creem. Somos chamados a trabalhar juntos no cumprimento dessa missão importante. Os membros leigos são vitalmente importantes para o avanço da verdade para este tempo. Revele a atratividade de Cristo em sua vida no seu local de traba-

lho, nas interações sociais, nas atividades do dia-a-dia, e pessoas serão levadas a conhecer a fonte de sua paz e felicidade. Esteja disposto a compartilhar a esperança que enche seu coração, a esperança do breve retorno de Cristo! No entanto, devemos nos lembrar de que a habilidade de realizar esse trabalho não está em seres humanos, programas nem métodos. O poder e a verdade a ser apresentada são encontrados na Palavra de Deus, no Espírito de Profecia, na oração sincera e no Espírito Santo. “Não por força nem por violência, mas pelo Meu Espírito”, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6 NVI). Nossa mensagem bíblica nos unirá como um povo em todo o mundo e não deixará que nos isolemos da sociedade e uns dos outros. O povo do Livro

Neste tempo em que vivemos, muitas pessoas não querem ouvir toda a Palavra de Deus. Querem ouvir apenas o que soa bem aos seus ouvidos. Membros da igreja, preguem a Palavra em tempo e fora de tempo! Vivam como se o Senhor estivesse voltando em breve – porque Ele está!


Vivam como se o Senhor

estivesse voltando em breve, porque Ele está!

Devemos confiar plenamente no Senhor e na Sua Palavra preciosa. Confirmemos nossa compreensão de que somos “o povo do Livro”, aceitando a preciosa Palavra de Deus com a clara compreensão hermenêutica de que usamos a abordagem bíblico-histórica para interpretar suas mensagens. Não aceitamos o método crítico-histórico, que coloca a interpretação humana acima da autointerpretação da Bíblia. Como historicistas, cremos que a Bíblia explica as profecias bíblicas com a compreensão de que os eventos históricos e o cumprimento das profecias são indicados claramente e permeiam a História. Permanecemos firmes na verdadeira palavra da profecia. Aceitamos plenamente os maravilhosos conselhos oriundos dos escritos de Ellen White. A santa palavra do Espírito de Profecia o capacitará a realizar sua grande tarefa de anunciar o retorno de Cristo. Agentes para Cristo

Quando pastores e membros leigos trabalharem de mãos dadas, a mensagem celestial será compartilhada de todas as maneiras possíveis – por meio de pequenos grupos, testemunho pessoal, evangelismo público, publicações nas mídias sociais e muitos outros meios, inclusive pela abordagem tão eficiente do ministério de saúde abrangente. Que unidos possamos preparar as pessoas para o breve retorno de Cristo. Capacitados e equipados por Deus cumpramos Seu mandado. Encontramos uma promessa incrível no livro Parábolas de Jesus: “Toda pessoa tem o privilégio de ser um conduto

vivo, pelo qual Deus pode comunicar ao mundo os tesouros de Sua graça, as insondáveis riquezas de Cristo. Nada há que Cristo mais deseje do que agentes que representem ao mundo Seu Espírito e caráter. Não há nada de que o mundo mais necessite do que a manifestação do amor do Salvador, por meio da humanidade. Todo o Céu está à espera de condutos pelos quais possa ser vertido o óleo santo para servir de alegria e bênção para os corações humanos” (p. 228, ênfase acrescentada). Desafios à frente

Sabemos que, quando o conflito entre a verdade e o erro se intensificar, ocorrerá uma sacudidura na igreja de Deus. “Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa, que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandonará sua posição e se unirá à oposição. Unindo-se ao mundo, chegarão a ver as coisas quase sob a mesma luz, e assim escolherão o lado popular […] Esses se tornarão os piores inimigos de seus antigos irmãos”.2 Aqueles que permanecem firmes ao lado do seu Salvador e se recusam a abandonar as verdades encontradas nas três mensagens angélicas, reconhecerão que devem cumprir seu dever de apresentar essas mensagens e deixar os resultados aos cuidados de Deus. Eles terão “rosto iluminado” irão “apressar-se de um lugar para outro para proclamar a mensagem do Céu […] Prodígios serão realizados, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas seguirão os crentes […] Assim

os habitantes da Terra serão levados a decidir-se. A mensagem há de ser levada não tanto por argumentos como pela convicção profunda do Espírito de Deus […] Agora os raios de luz penetram por toda parte, a verdade é vista em sua clareza, e os leais filhos de Deus cortam os liames que os têm retido […] Apesar das forças arregimentadas contra a verdade, grande número se coloca ao lado do Senhor”.3 Caros irmãos e irmãs adventistas: É para esse futuro emocionante que você e eu estamos sendo capacitados e equipados; para proclamar essas poderosas mensagens e finalizar a grande obra de Deus! Se confiarmos completamente em Jesus e no poder do Espírito Santo, seremos capazes de realizar qualquer coisa! Deus está preparando você e eu para algo muito incomum que deverá acontecer em breve: o derramamento da chuva serôdia do Espírito Santo. Todo o Céu espera por crentes cuja mente está concentrada na missão. Está você pronto para aceitar o chamado do Céu? É seu desejo dedicar-se completamente ao Senhor e permitir que Ele trabalhe por seu intermédio para alcançar quem está se perdendo? Agora é o tempo. Em breve Jesus voltará! n 1 Testemunhos 2O

para a Igreja, v. 9, p. 24, 25. Grande Conflito, p. 612.

3 Ibid.

Ted N.C. Wilson é

presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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S aúde no M undo

Peter N. Landless

Ministério da saúde

abrangente

Temos ouvido bastante sobre o “ministério da saúde abrangente”. Esse é apenas mais um programa ou “termo em voga”? Ou está realmente acontecendo alguma coisa prática na igreja e, o mais importante, nas comunidades?

O

ministério da saúde abrangente (MSA) é um termo usado para refletir e abraçar em linguagem mais moderna do que significa “obra médico missionária”, termo usado por Ellen G. White ao exortar a igreja a participar do cuidado integral e da cura. O MSA envolve não apenas os profissionais da saúde, mas também pastores, professores, administradores e cada membro da igreja. Quando o MSA é incorporado na iniciativa da Missão para as Cidades, o resultado pode ser “por-se em operação um poderoso movimento como nunca foi testemunhado.”1 O objetivo primordial é manter Jesus como nosso “Homem-modelo” e seguir unicamente o método, ministério e missão de Cristo. Como um programa da igreja mundial que abrange vários departamentos e administradores, o objetivo do MSA é, pela graça de Deus, promover o bem-estar físico, mental e espiritual. Ele aspira ao modelo de ministério sacrifical de Cristo neste mundo danificado. A que se parece o ministério da saúde abrangente? Essa iniciava especial tem quatro indicadores: Quando colocado em prática, é como se Jesus estivesse entre nós! Os doentes são cuidados; os famintos alimentados; os nus são vestidos; há abundância de amor, solidariedade e inclusão. Não é meramente um método e sim um ministério e uma missão; é exercer o ministério de Jesus Cristo “para que as pessoas sejam curadas.”

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É um ministério que se preocupa tanto com o bem-estar e a plenitude, como com o tratamento da doença. As iniciativas que promovem o estilo de vida preventivo são vitalmente necessárias. O processo contínuo de cuidado trata a pessoa como um todo: o aspecto físico, social, mental e espiritual. Todas as pessoas procuram a saúde plena, embora muitas vezes possam não ter consciência de que o “vazio” que possivelmente exista é de plenitude espiritual. Há muitas áreas práticas em que essa “comodidade” de saúde – um alvo comum desejado por todos – pode fazer diferença em jovens, crianças, adultos de todas as idades, bem como em nossos vários ministérios e empreendimentos, como o sistema de educação, programas de capelania e iniciativas de ajuda humanitária. O MSA não pertence ao Ministério da Saúde; ao contrário, é um ministério e missão para todos os obreiros e para cada membro de igreja. Nossas igrejas podem se tornar centros de saúde comunitária e oferecer instrução sobre uma vida saudável e equilibrada, culinária e nutrição, abandonar o cigarro (Breathe-Free 2), e o ministério da recuperação. Podem apresentar seminários que eliminem o estigma dos problemas de saúde mental e que ajudam a lidar com a depressão e a ansiedade. A mensagem adventista de saúde, quando praticada com equilíbrio, oferece tanto benefícios emocionais e mentais como físicos. Megaeventos de saúde tratando doenças e oferecendo tratamento dentário e oftalmológico

foram realizados com grande sucesso em São Francisco e San Antonio, nos Estados Unidos, e Harare, em Zimbábue, de modo que, os que recebem vejam o maravilhoso amor de Jesus através das lentes da prática desinteressada dos Seus servos do MSA. À medida que o membro de igreja abraçar o ministério da saúde, cada igreja poderá se tornar um centro de promoção da saúde. Quando praticamos o método de Cristo, nos misturamos com as pessoas, demonstrando empatia, suprindo suas necessidades, conquistando sua confiança e compartilhando as verdades espirituais de salvação e vida eterna. Nosso desafio aos pastores, educadores, profissionais de saúde e cada membro de igreja é: Envolva-se! e distribua o livro missionário de 2015 Viva com Esperança: Segredos para ter saúde e qualidade de vida.2 Ministério de unidade

Meu apelo sincero é: Não podemos realizar isso sozinhos. Precisamos um do outro. Somos todos parte do corpo de Cristo. Como Paulo declarou: “O corpo não é feito de um só membro, mas de muitos” (1Co 12:14). Unidos e com Deus, nós podemos! n 1 Ellen

G. White, Medicina e Salvação (Casa Publicadora Brasileira), p. 304. o livro missionário 2015, online, na página www. cpb.com.br, ou entre em contato com o departamento de publicação da sua associação, união ou divisão para obter mais informação. 2 Adquira

Peter N. Landless,

cardiologista nuclear, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

F o t o s : U n i ã o V e n e z u e l a n a d o L e s t e , A D RA M i a n m a r , A D RA I n t e r n a c i o n a l


MISSION T e s t e m u n h o A autora, Nozomi, sentada à extrema esquerda, com as famílias que frequentam seu curso “Mamãe e eu”. Dr. Shishin Miyagi, seu esposo, está sentado ao seu lado.

Testemunhando entre

amıgas

Todos podem compartilhar sua fé Nozomi Miyagi

F

oi no verão de 2013 que chegamos a Guam, onde meu esposo serviria como médico missionário na Clínica Adventista. Guam é a maior das Ilhas Marianas ao norte do Oceano Pacífico e é circundada por lindas praias e céu azul. Como dona de casa e mãe, eu me perguntava o que poderia fazer para testemunhar para as pessoas daqui.

Descobrindo como testemunhar

À medida que estudava a história da ilha, sua cultura e as necessidades do povo, eu orava pedindo a ajuda de Deus. Estava convicta de que poderia usar minha experiência como japonesa para alcançar as pessoas ao meu redor. Entre mais de um milhão de turistas que visitam Guam todos os anos, aproximadamente 70% são japoneses. Além disso, há muitos japoneses que moram nesta ilha e trabalham na indústria do turismo. Descobri que as mães de crianças pequenas constituíam um grupo de fácil acesso, pois também tenho três filhos pequenos. Decidi abrir minha casa todas as terças-feiras de manhã e desenvolver o programa Mamãe e Eu. Com formato semelhante ao da classe do Rol do Berço, na Escola Sabatina, o f o t o : N o z o m i M i ya g i

programa consiste em cantar canções japonesas tradicionais, contar uma história e aprender letras e cores. Depois, almoçamos juntos. A princípio, não mencionei que era cristã, mas logo as participantes começaram a perceber que minha família era diferente. Então perguntaram: “Por que sua família não come carne?” “Por que vocês vão à igreja no sábado?” “Por que seus filhos oram antes das refeições?” Cada vez que perguntavam era uma oportunidade de falar sobre minha fé e minhas crenças. Certo dia, li para eles um livro sobre o verdadeiro significado do Natal. Uma das mães me disse: “Esta foi a primeira vez que compreendi o verdadeiro significado do Natal!” No Japão a celebração do Natal é bem diferente da celebração nos países com herança cristã ou com grande porcentagem de cristãos. Estima-se que apenas 0,5% da população japonesa seja cristã, embora a maioria seja tolerante a todas as religiões: budismo, cristianismo, xintoísmo, etc. Mas os japoneses são grandes apreciadores de festivais e celebrações como o Natal. A véspera de Natal tem sido explorada pela mídia como o tempo

dos milagres românticos. É o dia especial para se passar com o namorado ou namorada em um ambiente romântico. Indo mais além

Quando me senti mais à vontade para falar da minha fé, convidei um grupo para ir à classe do rol do berço na Escola Sabatina da minha igreja. Para minha surpresa, aceitaram meu convite. Mesmo sendo a primeira visita, as pessoas se sentiram bem e gostaram da experiência. Afinal, era bem semelhante ao programa Mamãe e Eu, ao qual estavam acostumadas. A maioria das mães acabou permanecendo para o culto e para o almoço na igreja. Desde esse dia, muitas têm vindo regularmente à igreja. Agradeço a Deus por me conceder essa oportunidade de compartilhar minha fé. Oro para que minhas amigas continuem frequentando a igreja e um dia aceitem Jesus como seu Salvador. Jesus disse: “Vocês não me escolheram, mas Eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça […]” (Jo 15:16). Cada um de nós foi designado a fazer algo para Deus: obreiros de tempo integral, estudantes, profissionais, aposentados e até donas de casa e mães como eu. Deus nos escolheu para produzir frutos e falar de Cristo às pessoas ao nosso redor. n

Nozomi Miyagi formou-se em religião pela Universidade Andrews, em 2005. Ela e o esposo Shishin, que é médico missionário, servem em Guam, Micronésia. Nozomi também está envolvida no Ministério da Mulher. Agosto 2015 | Adventist World

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MISSÃO d e v o c i o n a l

tempo está se Lowell C. Cooper

O

esgotando

Como a obra será concluída? “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15:5). Os adventistas do sétimo dia são muito conscientes de que estão vivendo no tempo do fim. Estamos no limiar da eternidade e absorvidos com a falta de tempo. Nosso discurso e outras comunicações são moldados pela convicção de que a segunda vinda de Jesus é iminente, mas ainda há muito a ser feito. Como vamos conseguir completar a obra? Pensar no tempo do fim – tema todo-absorvente

Uma mulher de trinta e poucos anos de idade chegou ao seu portão de embarque, no aeroporto. Ela havia chegado cedo, portanto tinha tempo para relaxar e ler seu livro. Vários minutos se passaram. De repente, ela deu um salto e exclamou: “Deixei meu celular no carro!” Deu uma olhada no relógio, jogou seu livro e jaqueta no banco, gritou, “eu já volto”, e saiu em direção ao corredor. Percorreu todo o caminho até atravessar a segurança, passou pela porta, cruzou a rua, e caminhou até o estacionamento. Finalmente conseguiu chegar ao seu carro. Pegou o celular, bateu a porta e começou a jornada de volta. Quase sem ar, ela chegou à fila da segurança, local onde se vive a eternidade no presente. Finalmente passou pela segurança, juntou suas últimas energias e correu freneticamente para o portão de embarque. Os outros passageiros já haviam embarcado. O agente estava pronto para fechar a porta quando avistou uma pessoa em desespero vindo pelo corredor. Sem diminuir o passo, a passageira chegou ao portão de embarque, pegou sua jaqueta, apresentou o cartão de embarque e se dirigiu para o avião. Ela chegou no último momento – segurando seu celular, bolsa e jaqueta – mas esqueceu seu livro sobre o banco. A pressão da urgência fez com que ela se concentrasse tanto em uma coisa, que não percebeu a outra.

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Como devemos viver nos “últimos dias”?

No tempo do fim, o que deve ter prioridade tanto na agenda pessoal como na da igreja? Qual é a atitude da igreja que vive sob a pressão da ideia do tempo do fim? O Evangelho de João registra uma conversa entre Jesus e Seus discípulos quando, por assim dizer, Jesus vivia Seu “tempo do fim”. Os capítulos 13 a 17 do Evangelho de João apresentam um resumo fascinante dessa última reunião antes da crucifixão de Jesus. Ele tomou uma refeição com os discípulos, lavou seus pés, falou que seria traído, reafirmou que Ele os havia escolhido, deu um novo mandamento, descreveu a obra do Espírito Santo e usou a vinha e os ramos como símbolo da relação entre Ele e Seus discípulos. Essas palavras de Jesus foram ditas aos Seus discípulos. No entanto, ao longo da história, todos os que se consideram Seus discípulos ouvem tais palavras como se fossem especificamente para eles. Muitas vezes já me perguntei por que Jesus não falou muita coisa sobre a maneira de terminar a obra. Podíamos esperar que Seu último discurso para aqueles que levariam Sua missão ao mundo fosse sobre estratégias e desafios. Por que Ele não falou sobre verdades teológicas, estrutura organizacional, estratégias de trabalho e plano de sucessão? Com uma ou duas palavras, apenas, Ele poderia ter resolvido as questões doutrinárias que por séculos provocaram o caos entre Seus seguidores. Um parágrafo ou dois sobre a estrutura da igreja e liderança teria sido tremendamente útil; talvez I M Ag e m :

K r z y s z t o f

S z ku r l a t o w s k i


uma ideia sobre o uso da tecnologia e da mídia social. E frente ao crescimento expressivo da população do mundo, como Seus discípulos de então e de agora pregariam a todas as nações, cidades e povos? A importância dos relacionamentos

Com isso, na Sua última oportunidade de delinear um plano estratégico para a missão, Jesus gastou mais tempo com Seus relacionamentos do que com tarefas. Muitos de nós somos motivados por tarefas. Queremos um programa, instruções claras, planejamento do tempo e desempenho específico para atingir as metas. Jesus, ao contrário, diz: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em Mim e Eu nele, esse dará muito fruto; pois sem Mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15:5). Uma situação semelhante é registrada no Antigo Testamento. Ao comando de Deus, Moisés liderou a saída do povo de Israel do Egito, pelo caminho do mar e pelo deserto. Certo dia, ele foi convocado para se encontrar com Deus, no Monte Sinai. O que Moisés precisava era de um organograma, um plano estratégico, um esquema de como fazer com que aquela multidão de escravos indisciplinados atravessasse o deserto para chegar à Terra Prometida. Ele passou 40 dias lá na montanha, tempo suficiente para aprender quais eram as prioridades e definir os aspectos técnicos, estruturas e estratégias. Mas, ao contrário, ele voltou para junto do povo com um código de conduta e as instruções para o lugar de adoração. Parece que Deus não tinha muita pressa de chegar à Terra Prometida. Sua prioridade era transformar esse grupo heterogêneo de tribos variadas em uma comunidade que incorporasse Seu próprio caráter. Seu desejo era que eles O conhecessem e se tornassem semelhantes a Ele. O convite para o povo de Deus é para que se torne um novo tipo de comunidade humana e não simplesmente cumpridores de tarefas. Ele quer criar um povo que reflita Seu próprio caráter, e que esteja apto para “anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1Pe 2:9; veja também Mt 5:16). Como o trabalho será concluído?

Durante os primeiros dias de nosso trabalho na Índia, o diretor ministerial convocou uma reunião dos líderes de departamentos e pastores do campo local. Ao fim de um longo dia de palestras sobre vários assuntos, de repente ele anunciou que haveria um teste. Todos nós ficamos surpresos e um tanto constrangidos, pois não havíamos ficado atentos o tempo todo durante o dia.

O diretor ministerial foi até o quadro negro e simplesmente desenhou algumas linhas e escreveu algumas palavras, mais ou menos assim:

_ fará o trabalho se _ fornecer _ . Ele nos pediu que preenchêssemos os espaços em branco para que a sentença completa servisse como uma bússola de confiança para nosso ministério. Ficamos em silêncio por algum tempo. Lenta e timidamente surgiram algumas sugestões. Os pastores farão o trabalho se os membros da igreja fornecerem os recursos. Os membros leigos farão o trabalho se os pastores fornecerem o treinamento. A igreja fará o trabalho se a associação fornecer os planos. Nossas sugestões eram sérias. Porém, após cada sugestão o ministerial balançava a cabeça, visivelmente desapontado. “Vocês não entenderam!” declarou ele. Os minutos seguintes foram de um silêncio tenso. Finalmente, ele voltou ao quadro negro, preencheu os espaços em branco e escreveu a referência. “Deus fará o trabalho, se Lhe fornecermos os instrumentos”* Naquele momento todos nos tornamos alunos. Aqueles poucos minutos no fim de um longo dia de reuniões ficaram indelevelmente gravados em minha mente. A eficácia do ministério, do testemunho, está mais enraizada no relacionamento do que no método ou na técnica. Não devo deixar que a pressão de “terminar a obra” desvie minha atenção do Senhor da obra, a fonte do poder espiritual tanto para minha vida como para meu trabalho. n * Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja (Casa Publicadora Brasileira), v. 9, p. 107.

Lowell Cooper serviu como vice-presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, por 16 anos.

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MISSÃO c o m e n t Á r i o

N

o dia 18 de maio de 2015, li um artigo online, na página da Adventist Review intitulado “Zimbábue espera batizar 30 mil em um sábado.” O artigo discorria sobre os planos da igreja em Zimbábue de batizar mais de 30 mil pessoas na Igreja Adventista do Sétimo Dia, em apenas um sábado. Em 2014, enquanto participava do Concílio Anual na sede mundial da igreja, ouvi relatórios de batismos de muitas partes do mundo. O líder de uma Divisão africana relatou que evangelismos recentes em Uganda, resultaram em 50 mil batismos, em um mês. Quando ouvimos o relatório sobre o Japão, fomos informados de que o país está lutando contra o crescimento negativo, o que significa que além de não batizarem, estão perdendo alguns membros. Relatórios da Europa apresentam batismos às dezenas, não aos milhares.

Quando lemos sobre esse tipo de crescimento na África, e ouvimos sobre um crescimento muito pequeno em outras partes do mundo, somos compelidos a alguns questionamentos: Por que a África está respondendo ao evangelho de maneira tão poderosa? Há algum fator cultural, sociológico, histórico ou até teológico que explique o fenômeno? O que devem fazer os que servem a Deus em regiões que reportam um crescimento muito pequeno ou negativo? O que esse tipo de crescimento representa para a África? Que desafios acompanham um crescimento tão rápido? E como os líderes da igreja na África lidam com esses desafios? Neste artigo, espero responder a algumas dessas perguntas. Razões para o crescimento rápido

Levar pessoas a Cristo é, sem dúvida, uma obra de Deus por meio do Espírito Santo. No entanto, há fatores que potencializam a obra do Espírito Santo e ajuda as pessoas a se voltarem para Deus. A seguir estão alguns desses fatores, particularmente na África: Primeiro, há menos pastores assalariados na África, o que resulta em membros leigos ativos no ministério

e na liderança da igreja. Muitos desses membros leigos são apaixonados por ganhar pessoas e levá-las ao batismo. Meu primeiro distrito pastoral era formado por cinco congregações. Conheço alguns pastores que pastoreiam 35 congregações, cada uma com no mínimo 300 membros. Isso significa que, em vez de alguns pastores assalariados realizarem o ministério, este é realizado pelos membros leigos. Segundo, as campanhas evangelísticas na África são grandes. Esse é um continente em que as pessoas ainda têm tempo para ir às reuniões. Não é assim nos países do ocidente onde tempo é dinheiro. Na África, não é necessário lutar para conseguir um público pronto a ouvir. Eles comparecem em massa às reuniões públicas, e muitos são convencidos pelo Espírito de Deus e são batizados. Terceiro, na África, a pobreza e o sofrimento são fatores-chave que contribuem para que as pessoas se voltem para Deus em busca de ajuda. Muitas partes do continente sofrem com guerra, adversidades e pobreza. Parece haver uma ligação direta entre passar necessidade, enfrentar sofrimento e se voltar para Deus. Em algumas partes da África, com menos pobreza e com

Crescimento

Pardon K. Mwansa

impressionante O que está acontecendo na África?

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I M Ag e m :

K e v i n Tuck / S t e p h a n i e

B e r g h a e u s e r


Parece haver uma ligação direta entre passar necessidade, enfrentar sofrimento e se voltar para Deus. economias florescentes, os relatórios não apresentam milhares de pessoas como nas regiões menos desenvolvidas. Quarto, na África, os novos conversos se identificam muito com a missão da igreja e testemunham a outros sobre o adventismo. Quando me tornei adventista, a primeira coisa que eu queria fazer era compartilhar as verdades que havia descoberto. Lembro-me de ter realizado minha primeira campanha evangelística logo depois do batismo. Eu só tinha 18 anos de idade e batizamos 35 pessoas. Desafios do crescimento rápido

Em primeiro lugar, embora o crescimento rápido seja muito bom, tem seus desafios. Muitas vezes, os novos membros não são preparados adequadamente para viver e defender os princípios contidos na Bíblia. Como resultado, em pouco tempo muitos deixam a igreja, ou vivem nominalmente uma vida que não reflete o verdadeiro adventismo. Segundo, muitas vezes o crescimento rápido da igreja é dificultado pela falta de recursos humanos, materiais e recursos para nutrir os novos conversos de modo que sua fé seja edificada adequadamente. Em alguns lugares não há, inclusive, prédios de igreja onde as pessoas possam se reunir para o culto, aos sábados. Frequentemente, nas Divisões que reportam números altos de batismos, o número de evasão também é alto. Ao longo dos séculos, os desafios do crescimento rápido são similares. O livro de Atos relata o crescimento rápido em vários lugares. Milhares se uniam à igreja, às vezes diariamente (At 2:41; 4:4). Mas com esse relatório vêm os desafios enfrentados pela igreja. Por exemplo, em Atos 6, os líderes começaram a enfrentar problemas administrativos que surgiram em consequência do crescimento rápido. Atos 15 registra uma controvérsia devido ao fato de a igreja ter crescido para além do povo judeu, chegando às comunidades gentílicas. Alguns acredi-

tavam e ensinavam que a circuncisão era necessária para serem salvos, enquanto outros pensavam o contrário. Os apóstolos responderam de várias maneiras a esse perigo. Podemos ver três respostas: Primeiro, estabeleceram um sistema de administração que incluía a nomeação de anciãos locais como pastores da congregação local (At 6 e 14). Segundo, escreveram cartas que destacaram a Palavra de Deus como único fundamento da verdade, combatendo, assim, os falsos ensinos. Finalmente, eles treinaram líderes jovens que poderiam ajudar, viajando para ensinar a verdade de uma região para outra (ex.: Timóteo e Tito). O mesmo fenômeno aparece no início da igreja cristã do quarto século. Antes do edito de Milão, em 313 d.C., o cristianismo era ilegal e impopular. Mas depois desse decreto, o Estado proclamou que todas as religiões deviam ser toleradas. O fato tornou mais fácil ser cristão e, em alguns casos, era até atrativo e elegante. Os historiadores observaram o seguinte: “O quarto século foi um período glorioso na história do cristianismo. Em todas as camadas sociais havia grande número de conversos e os líderes cristãos assumiam cargos proeminentes na sociedade.”1 Sullivan, Harrison, e Sherman também relatam as consequências de tal crescimento: “A avalanche de conversos, não mais enfrentava a terrível possibilidade de que o batismo pudesse ser soletrado como martírio, de modo que o fervor espiritual que caracterizou a comunidade cristã pré-Constantino, enfraqueceu. Com o crescimento do cristianismo, ficou mais difícil aplicar a disciplina. As práticas de culto e das doutrinas cristãs foram ameaçadas diante da invasão das práticas religiosas e ideias greco-romanas ainda mantidas por muitos dos conversos inadequadamente preparados e frouxos espiritualmente.” E acrescentam: “O influxo de ideias e práticas pagãs geraram muitas

heresias que provocaram batalhas de cristãos contra cristãos, onde não havia clemência.”2 Soluções possíveis para o crescimento rápido

Não há nada errado com o crescimento rápido. Na verdade, muitos de nós preferiríamos administrar os desafios do crescimento rápido ao pequeno crescimento. A seguir estão algumas sugestões extraídas da Bíblia e da experiência ministerial prática que ajudaram a lidar com esse desafio: (1) Ênfase no treinamento de leigos: Aqui deve incluir o treinamento de leigos em áreas como liderança e gestão da igreja, história e doutrinas da igreja, e crescimento da igreja. (2) Fornecimento de material para o crescimento dos membros: A leitura da Bíblia e de outras literaturas cristãs sempre ajudou a inspirar os membros. (3) Estabelecer instituições educacionais onde os jovens possam ser ensinados nas verdades divinas e no cultivo da fé cristã; e (4) Mobilizar e envolver todos os membros no ministério. O crescimento assimétrico não é algo novo. Quando Paulo pregou em Atenas, obteve pouco sucesso (At 17:1634); no entanto em Bereia, as pessoas ouviram e estudaram a Palavra de Deus com avidez (At 17:10-12). Quando pregamos o evangelho eterno fielmente, podemos deixar que Deus organize a colheita, seja ela abundante ou escassa. n 1 Esse comentário e o seguinte tiveram por base R. E. Sullivan, J. Harrison, e D. Sherman, Short History of Western Civilization (New York: McGraw-Hill, 1993), p. 237. 2 Ibid., p. 238.

Pardon K. Mwansa,

natural de Zâmbia, serve como vice-presidente geral da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Judith, sua esposa, moram em Laurel, Maryland, E.U.A.

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Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia

MISSÃO A r t i g o d e c a p a

S

ete indivíduos refletem vultos escuros contra a parede de tijolo do shopping center fechado, enrolados com cobertores finos. Eles tentam se manter aquecidos e se proteger do vento frio da noite, em Zimbábue. – Isso não é bom, – disse Nkosilathi Khumalo, membro da equipe do departamento de comunicação da União do Zimbábue, enquanto caminhava em direção ao grupo após uma reunião evangelística em um campo próximo. – Não podemos deixá-los aqui a noite toda. Eles já estão doentes e só vão piorar com esse frio. As sete pessoas haviam viajado centenas de quilômetros; estavam desesperadas para ser os primeiros da fila, quando a clínica gratuita fosse aberta para seu último dia no shopping center, em Chitungwiza, cidade próxima a

Harare, capital do Zimbábue. A clínica gratuita, organizada pela União de Zimbábue, coincidiu com as duas semanas de evangelismo realizado por Ted N. C. Wilson, presidente mundial da Igreja Adventista, surpreendeu o país e recebeu ampla cobertura dos jornais e da televisão nacional. Filas de espera eram comuns, mas geralmente começavam a ser formadas por volta das 3 horas da manhã. Khumalo chamou Innocent Gwizo, coordenador da clínica gratuita. Conversaram com os pacientes e telefonaram para o pastor adventista daquele distrito em busca de ajuda. Na manhã seguinte, encontrei Gwizo na praça central do shopping, lotada com mais de mil pessoas esperando para ser tratadas. Gwizo, diretor do ministério

da saúde e AIDS da Igreja Adventista em Zimbábue, disse que os sete pacientes dormiram na casa do pastor e tomaram uma refeição quente pela manhã. Todos receberam tratamento de saúde gratuito. Quando Gwizo segurou meu braço, seus olhos brilhavam de alegria. Disse ele: – Sabe, hoje de manhã uma senhora me perguntou, muito impressionada: Por que os adventistas estão fazendo esta expo-saúde? Por que estão ajudando tantas pessoas gratuitamente? Eu disse a ela que só estávamos obedecendo a Jesus. Mas Gwizo disse que a mulher insistia: – Outras igrejas em Zimbábue glorificam os líderes de suas igrejas, mas vocês adventistas estão sempre falando sobre Jesus. Por quê? A resposta de Gwizo foi simplesmente: – Nós O amamos!

Zimbábue mostra o Mega clínica gratuita promete estruturar o avanço da obra da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Andrew McChesney

ENCONTRO: No sábado, 23 de maio, um grande número de pessoas compareceu à inauguração da nova igreja (esquerda) construída em Darby, Zimbábue, em apenas uma semana. fOTO : Nk o s i l a t h i

K h um a l o


M c C h e s n e y A n d r e w

K h um a l o Nk o s i l a t h i

caminho A saúde é parte do Evangelho

A clínica gratuita promete estruturar o avanço da obra da Igreja Adventista. Uma equipe de 550 voluntários ofereceu atendimento a 34.530 pacientes no evento, o equivalente a 2,5 milhões de dólares em serviços de saúde básicos. Esse foi um dos vários exemplos de como a Igreja Adventista procurou praticar os ensinos de Jesus ao suprir as necessidades físicas e espirituais das pessoas durante as campanhas evangelísticas em 914 localidades em todo o Zimbábue, nos dias 17 a 30 de maio. Durante as reuniões, foram batizadas cerca de 30 mil pessoas. – A Expo-Saúde de Chitungwiza enviou uma mensagem ao mundo, mostrando o plano de Deus para ajudar as pessoas [...] é um plano poderoso que equilibra o aspecto físico, mental, social e espiritual, – disse Wilson ao agradecer os voluntários durante a última reunião evangelística no campo. Peter N. Landless, cardiologista nuclear e diretor do departamento de

EM NOME DO PAI (esquerda): Batismo em Bulawayo. QUE ELES VENHAM (direita): Linda Sibanda, coordenadora de programas da clínica gratuita de Chitungwiza (esquerda), fala com um garotinho de 3 anos de idade que, ao lado do pai, aguardava por uma consulta com o pediatra.

saúde para a Igreja Adventista mundial, disse que essa foi a primeira vez em que ele viu uma clínica gratuita prestar atendimento contínuo, diariamente, a tantas pessoas, e sugeriu que esse fosse um modelo a ser seguido em outros lugares. Disse Landless em entrevista a alguns metros da entrada do shopping center: – Essa foi uma experiência maravilhosa, pois demonstrou que não precisamos ter expo-saúde extravagantes, mas completas. É isso que supre as necessidades básicas do povo e particularmente aqui, onde há necessidade de exames e cuidados básicos de saúde. As necessidades foram supridas e o povo ficou feliz. O próprio Gwizo teve dificuldades para conseguir expressar o enorme impacto que a clínica gratuita causou em Zimbábue. Disse ele após o término do evento: – Não tenho dúvida de que o Senhor realizou essa expo. Esse não foi um programa humano. Foi Deus em ação, e mesmo eu, como diretor da expo, também estou surpreso com os resulta-

dos. Para Deus não há nada impossível. Precisamos “pensar fora da caixa.” Desde sua origem, em 1863, a Igreja Adventista procura suprir as necessidades físicas e espirituais das pessoas, mas tem colocado maior ênfase unindo as duas no “ministério de saúde abrangente” nos últimos cinco anos. A primeira grande clínica gratuita tratou cerca de três mil pessoas em três dias, em duas cidades da Califórnia no ano passado. Em seguida, houve um evento de três dias oferecendo o equivalente a 20 mil dólares em tratamento gratuito de saúde, a cerca de 6.200 pessoas, em San Antonio, Texas. A principal equipe médica por trás da clínica gratuita de Chitungwiza havia organizado duas clínicas gratuitas pequenas, de uma semana, na segunda maior cidade do país, Bulawayo. Mas o potencial desse trabalho realmente chamou a atenção dos líderes da igreja local em setembro do ano passado, quando realizaram uma clínica gratuita de três semanas em Marange, área remota na

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região leste de Zimbábue, região em que não é oferecido serviço de saúde pública. Participando na clínica gratuita estavam cinco médicos, quatro enfermeiros e outros 36 voluntários. Como resultado, houve 220 batismos e o estabelecimento de dez novas igrejas na área. Resultados similares podem surgir da clínica em Chitungwiza, onde muitos pacientes assistiram às reuniões evangelísticas em auditório vizinho. Muitos já estão se preparando para o batismo, inclusive um ex-viciado em drogas que foi forçado por sua esposa a participar de um programa intensivo de recuperação, de dez dias. A esposa levou o marido ao estande de recuperação de dependentes químicos logo que a clínica deu início ao atendimento, e ordenou que ele permanecesse ali, disse Gwizo. A clínica realizou o programa de recuperação de viciados em um prédio próximo, e as pessoas que procuravam assistência para vencer a dependência da cocaína, maconha, álcool e do fumo viviam e comiam com os voluntários médicos durante dez dias. Para se inscrever, os pacientes precisavam entregar celulares e dinheiro em espécie. – O homem disse estar agradecido por agora estar livre da dependência das drogas, da cerveja e do cigarro. Ele pediu o batismo e quer se tornar um adventista, – disse Gwizo. Vinte e quatro pessoas concluíram o curso e receberam certificados em cerimônia de formatura, com a presença de Dorcas Sithole, vice-diretora dos Serviços de Saúde Mental e Drogas Perigosas para o governo do Zimbábue. Quatro formandos discursaram agradecendo à igreja. Sithole ficou tão impressionada com o programa que pediu à igreja permissão para divulgar apresentação do evento televisionado nacionalmente para marcar o Dia do Não ao Fumo. Outros pacientes também expressaram sua gratidão pelo tratamento, mas talvez, entre os mais agradecidos estão os que foram curados de diabetes. O Dr. Masima Mwazha, um dos membros da equipe médica principal da clínica gratuita, disse que se lembraria por muito

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tempo da alegria estampada na face das pessoas ao completarem o programa em que foram alimentados com uma dieta que reverteu sua doença. Linda Sibanda, outro membro da equipe médica principal, disse estar admirada de a clínica ter tocado tantas vidas. Disse ela: – A Igreja Adventista neste país, nunca mais será vista do mesmo modo”. Os pacientes não são as únicas pessoas maravilhadas com a clínica gratuita, que alugou um espaço vazio em um shopping semideserto. As vendas dos outros inquilinos do shopping, como restaurantes e uma farmácia, dispararam. O único inquilino decepcionado foi um dentista cujo consultório não podia competir com os 30 dentistas oferecendo tratamento gratuito, informaram os organizadores. Mas eles encontraram uma forma de fazer as pazes, e deixar o dentista radiante. Os 30 dentistas indicaram seu consultório para acompanhamento posterior Espera-se que, dos milhares de pacientes atendidos gratuitamente, entre 200 a 300 acabem pagando pelos serviços dele. A clínica gratuita também teve seus desafios. O maior problema foi a grande e inesperada afluência, muitas vezes forçando os organizadores a procurar

recursos para suprir a demanda. Mesmo após o encerramento do evento, foram realizadas várias cirurgias de grande porte no Hospital Central de Chitungwiza por médicos voluntários para atender o acúmulo de pacientes aceitos para tratamento. Só mais tarde foram angariados os 25 mil dólares necessários para cobrir os custos dessas cirurgias. Enquanto isso, os membros da igreja se ocuparam fazendo o trabalho de acompanhamento dos 49.784 pacientes. Cada pessoa que compareceu à expo-saúde será visitada pelo menos três vezes pelos membros da igreja. Oportunamente serão realizadas outras expo-saúde menores, nas igrejas de Chitungwiza, para continuar dando assistência a eles. Além disso, a Igreja Adventista local está usando sua imagem recém-polida para fortalecer sua parceria com as agências do governo e as organizações não governamentais. Phelekezela Mphoko, vice-presidente de Zimbábue e ministro da saúde, elogiou a clínica gratuita, e o governo e várias organizações estenderam um convite à igreja para desenvolver uma parceria na área da saúde. – Entretanto, a clínica gratuita e o amplo esforço evangelístico, em ZimI M A G E s :

A n d r e w

M c C h e s n e y


DESPEDIDA (alto, à esquerda) Ted N. C. Wilson e Paul Ratsara acenam despedindo-se dos membros da igreja em Gweru, uma das paradas no seu itinerário de três cidades do Zimbábue. REFORMADO: Paul Charles, diretor de comunicação da Divisão Sul-Africana Oceano Índico, experimenta uma das camas do Hopital Harare Central, em uma ala reformada pela ASI. LOTADO (direita): Milhares de adventistas ouvem o Pr. Wilson falar no estádio em Bulawayo.

bábue, foi apenas o início, – disse Paul Ratsara, presidente da igreja na Divisão Sul-Africana Oceano Índico que inclui o Zimbábue. Ratsara tem incentivado ativamente o ministério de saúde abrangente em toda a divisão, fato que cobriu uma grande parte das despesas com a clínica, inclusive apoiando quando os bem-intencionados organizadores aceitaram mais pacientes do que era possível no orçamento. Disse Ratsara: – Esse não é o fim. Esse deve ser o início de um grande esforço. – E acrescentou: – O evangelismo não é um evento. É um processo e um modo de vida. Quando nos tornamos adventistas, não somos apenas discípulos, somos formadores de discípulos. n

Andrew McChesney

editor de notícias para a Adventist World.

Muitos projetos, um objetivo Milhares de pessoas foram batizadas em todo o Zimbábue como resultado do maior esforço da Igreja Adventista para falar de Jesus unindo as forças de muitos grupos, inclusive ASI, Light Bearers e centenas de membros da igreja que deram estudos bíblicos. O número de batismos ainda chegava à sede da União do Zimbábue, mas estimativas preliminares indicam que os líderes da igreja alcançaram seu alvo batizando 30 mil pessoas em um país com mais de 800 mil adventistas. Ted N. C. Wilson, presidente mundial da igreja, declarou que os verdadeiros heróis foram os membros da igreja que saíram de porta em porta oferecendo estudos bíblicos. – O que vocês fizeram em Chitungwiza é inacreditável! – disse Wilson a um grupo com mais de mil pessoas em um campo de Chitungwiza durante o culto de sábado. – Eu preguei a Palavra, mas o que vocês fizeram é ainda mais importante!,– disse Wilson aos 35 mil adoradores, muitos sentados debaixo de guarda-chuvas ou à sombra de árvores para se protegerem do sol escaldante. Centenas de membros da igreja chegaram a Chitungwiza cerca de um mês antes para oferecer, de porta em porta, os cursos da Voz da Profecia, patrocinados pela Light Bearers, um ministério adventista de apoio, com sede nos Estados Unidos. Cerca de nove mil lições circularam pela cidade e 5.043 pessoas concluíram os cursos, informaram os líderes. O trabalho da Voz da Profecia realizado em Chitungwiza foi repetido em muitos

outros bairros e cidades. Os membros da igreja ainda dirigiram cerca de cinco mil pequenos grupos de estudo da Bíblia duas semanas antes da campanha evangelística. Eventos que levaram as pessoas às reuniões: n Uma clínica gratuita ofereceu assistência básica de saúde a 34.100 pacientes, em um shopping center, durante as duas semanas que o pastor Wilson pregou em um campo próximo. n Em um bairro de Chitungwiza onde há falta de escolas, foi realizada a cerimônia de lançamento da pedra fundamental para a construção de uma escola adventista no valor de cem mil dólares, financiada pela Associação Iowa-Missouri (EUA). n A ASI completou a reforma de uma ala do Hospital Central Harare. O valor da obra seria de 160 mil dólares, mas o custo real foi cerca de 40 mil, graças ao esforço de voluntários. As reuniões evangelísticas não mudaram somente a vida do povo em Zimbábue. Um número recorde de 30 jovens das igrejas da Associação Arkansas-Louisiana estava entre os 77 oradores não zimbabuanos que apresentaram os sermões da série Share Him (Compartilhe-O), durante as duas semanas. Wilson concluiu as conferências com uma viagem relâmpago entre três cidades, pregando para um público aproximado de 35 mil pessoas em Chitungwiza antes de embarcar em um avião para falar para 20 mil em Gweru e 50 mil em Bulawayo.

– Andrew McChesney

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MISSÃO A n Á l i s e

A IGREJA

Número de adventistas em relação à população*

1/90

MUNDIAL

Maiores países com pequena ou nenhuma precença adventista*

Oceania

América do Norte

1. Afeganistão 2. República Popular Democrática da Coreia 3. República Árabe da Síria 4. Somália

1/142

1/132

América do Sul

África

1/160

1/975 Europa

5. Estado da Palestina

Número de adventistas em relação à população na janela 10/40*

Ásia

1/1.236

Refere-se a janela 10/40 a região do hemisférios oriental e ocidental entre os graus 10 e 40 ao norte do equador. Nessa região vive cerca de dois terços da população mundial, e a maioria pratica o islamismo, hinduísmo, budismo, animismo, ou ateísmo. Muitos governos se opõe tanto formal como informalmente a qualquer forma de trabalho cristão dentro de suas fronteiras.

1/157

Fora da janela 10/40

Na janela 10/40

1/1.654 *Dados de dezembro de 2012 Fonte: Escritório de Arquivos, Estatística e Pesquisa da Associação Geral.


E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Humanidade deve tocar a humanidade. Ellen G. White

Avance!

Fale da redenção aos outros

D

eus poderia ter enviado anjos para trabalhar pela reforma do homem, mas Ele não o fez. A humanidade deve tocar a humanidade. A igreja é a instrumentalidade do Senhor. Ele age por meio daqueles que desejam ser moldados. Se a igreja houvesse cultivado seu senso de responsabilidade, mensageiros comprometidos e fervorosos teriam levado a mensagem a países próximos e distantes. A Palavra viva de Deus teria sido pregada em cada canto da Terra. Qual foi a última comissão de Cristo aos Seus discípulos antes de deixá-los? Levantando as mãos, os abençoou dizendo: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). A comissão de Cristo deve ser recebida e cumprida. Devemos avançar pela fé, orando fervorosamente pela promessa daquele que disse: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mt 28:20). Com a promessa de tal companhia, seremos culpados de grande incredulidade e desobediência se nos recusarmos a tomar a cruz de autonegação e do autossacrifício.

Deus usa os disponíveis

As palavras, “Ide a todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura”, são ditas a cada pessoa. Talvez possamos nos adaptar a diferentes segmentos da obra, mas ao fazermos abnegadamente nossa parte, estamos obedecendo à ordem do Senhor. Estamos previamente pesquisando a Palavra de Deus com tal interesse que possamos dizer: “A revelação das Tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples” (Sl 119:130), que não são os homens e mulheres de intelecto fraco, mas aqueles que cultivam a simplicidade de coração e mente e que desejam ser ensinados pelo Espírito Santo para que saibam como abrir a Palavra da vida para outros? Ao comunicarmos a luz que entrou em nossa mente, o Espírito Santo concede mais luz e nosso coração é preenchido com a preciosa alegria do Senhor […] Deus usará homens e mulheres humildes como Seus instrumentos. Mesmo tendo apenas um talento, se for trabalhado, irá crescer. A grande falta da igreja é que a obra de salvar pessoas

é tão limitada que torna lento o avanço do reino de Deus. O resultado certo de uma igreja egoísta é a apostasia – uma igreja que não usa seus talentos para cooperar com Jesus na obra de restaurar a imagem de Deus no homem. Devemos ministrar a toda criatura. Temos sobre nós a responsabilidade de trabalhar por todos – nossos amigos, conhecidos, os que estão presos ao mundo e alienados de Deus. Os que se revelam simpáticos e amáveis devem vir para nossa esfera de trabalho. A verdade é tanto para eles como é para nós, e devemos dizer: “Vem!” Deus confiou o conhecimento da verdade da redenção a cada converso e esse conhecimento deve ser dado a outros. Com o coração cheio de simpatia e ternura, falemos a eles sobre a grande verdade da redenção. Sendo sinceros, falaremos para que todos vejam que temos o amor da verdade no coração. A frivolidade e amor aos divertimentos que encontramos, pode esfriar nosso coração, mas não irá silenciar a mensagem que levamos como testemunhas de Cristo. E cada pessoa salva salvará outras pessoas. Aqueles que são verdadeiramente convertidos concluirão que são depositários dos legados sagrados. Ricas bênçãos acompanharão o esforço puro e consagrado do trabalhador que depende de Deus, pois é Ele que realiza o crescimento! n Esse texto foi extraído do artigo “A comissão de Cristo”, publicado na Review and Herald, em 26 de abril de 1898. Os adventistas do sétimo dia acreditam que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom bíblico de profecia durante mais de 70 anos de ministério público.

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MISSÃO D e s a f i o

O

Evangelismo

Anthony Kent

além dos números

Quando o desafio é a regra

A

ssim que começou o apelo, as pessoas começaram a descer correndo a encosta da colina. Estavam sorridentes, ansiosas, alertas e muito eufóricas! A resposta prosseguiu com um fluxo constante de pessoas descendo a colina até a área aberta do palco. Aqueles candidatos haviam recebido estudos bíblicos de uma equipe de pastores, anciãos e outros instrutores qualificados. Haviam acabado de ouvir o último sermão da série evangelística. Ali estavam preparados, vestidos e prontos para o batismo: mulheres com becas brancas e algumas com vestidos; homens com camisas brancas e calças pretas. Aquele foi um apelo difícil de concluir. As pessoas simplesmente continuavam se aproximando, até que 2.495 haviam aceitado o batismo. Aquelas pessoas foram batizadas em uma piscina olímpica próxima, onde 36 pastores oficiantes ficaram em um lado da piscina e outros 20 pastores do outro. Duas longas filas de candidatos pacientes – uma para as mulheres e outra para os homens – entraram na piscina ordenadamente, para que os 56 pastores os batizassem ao mesmo tempo. Vinte anos mais tarde o rosto de Oscar Osindo, meu intérprete nas reuniões evangelísticas, ainda brilha de alegria ao permitirmos que essas maravilhosas memórias inundem nossa mente. Lugares difíceis

Porém, o Uhuru Park, no centro de Nairóbi, Quênia, com esse resultado surpreendente no evangelismo, é uma exceção em relação a outros lugares bem mais difíceis. Em muitas regiões do mundo, compartilhar o evangelho é um desafio formidável. Fui pastor e evangelista por vários anos na rural e secular Austrália, onde a população escassa é difícil de ser persuadida. Levar alguém a Jesus e para a Igreja Adventista do Sétimo Dia não é tão simples como um passeio pelo parque. Batizar um grande número de pessoas continua a ser mais um sonho ilusório do que uma grata memória. A Austrália não está sozinha. Vastas áreas da Europa, Norte e Oeste da África, Ásia e o Reino Unido são difíceis de evangelizar. Só a menção da janela 10/40 evoca uma imagem mental

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de evangelismo difícil. E embora os Estados Unidos tenham seu “Cinturão da Bíblia” de crentes em Deus, nem toda a América do Norte se encaixa nessa caracterização. De fato, a dificuldade é a regra em muitos lugares de nosso planeta. Dificuldade não é novidade

Essa situação não é nova nem peculiar à nossa era. Até Jesus, que era amável em todos os sentidos, ungido em Seu batismo pelo Espírito Santo, dedicado à oração, e que não ARTE :

“ O

APE D RE J A M ENTO

D E

ESTEVÃO ”

POR

J u a n

d e

J u a n e s


tinha nenhum problema de ordem espiritual, de caráter nem de personalidade, enfrentou rejeição durante Seus esforços evangelísticos. Lucas 9:52 e 53 nos dá um vislumbre da oposição e da resistência enfrentadas por Ele: “E enviou mensageiros à sua frente. Indo estes, entraram num povoado samaritano para Lhe fazer os preparativos; mas o povo dali não O recebeu porque se notava que Ele Se dirigia para Jerusalém”.1 A oposição não era exclusividade dos samaritanos. Em Nazaré, sua cidade natal, Jesus recebeu do povo um memorável e nocivo “bota-fora”: “Levantaram-se, expulsaram-nO da cidade e O levaram até o topo da colina sobre a qual fora construída a cidade, a fim de atirá-Lo precipício abaixo” (Lc 4:29). Essa não é a recepção que um herói merece receber em sua cidade natal. De fato, às vezes Jerusalém era receptiva: na entrada triunfante de Jesus; quando Pedro e outros pregaram no dia de Pentecostes; logo depois da cura do paralítico na porta do templo chamada Formosa. Multidões corriam para ver o homem curado e para ouvir Paulo proclamando a mensagem de Jesus (At 3). Mas esses momentos excepcionais contrastam com o lamento de Jesus: “Jerusalém, Jerusalém [...] Quantas vezes Eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram!” (Lc 13:34). Jerusalém é a cidade em que Ele foi crucificado. Em Jerusalém, Estevão concluiu sua reunião evangelística em circunstâncias menos do que ideais. Para esse homem descrito como “homem cheio de fé e do Espírito Santo” (At 6:5) não houve um desfile de candidatos ao batismo. Ao contrário, houve o funeral do evangelista. E lá estava Saulo, mais tarde chamado de Paulo, especificamente escolhido e identificado pelo Jesus assunto aos Céus como o “Meu instrumento escolhido para levar o Meu nome perante os gentios e seus reis, e perante o povo de Israel” (At 9:15). Mesmo assim, Paulo enfrentou grande oposição ao seu ministério evangelístico, especialmente em Jerusalém. Nem todos os seus esforços evangelísticos resultaram em sucesso numérico estelar. E o que dizer daqueles que hoje estão tentando evangelizar corações e regiões menos receptivas? Como devem ser considerados seus esforços e ministério? Como é fácil concluir que certos evangelistas simplesmente não oram o suficiente; ou que, por alguma razão, Deus não abençoa seus esforços! Como é fácil questionar os motivos ou o caráter de oradores ou de líderes quando o número de batismos é inexpressivo. Alguns classificam de deficiente o trabalho étnico, técnicas precárias ou até algum pecado secreto, escondido, escandaloso que inibe o trabalho do Espírito Santo. Das minhas observações, isso raramente está fundamentado na realidade. Há tantas pessoas que compartilham a boa notícia sobre Jesus que são uma inspiração. Amáveis e cristãos carinho-

sos. Estão vivendo e compartilhando a Palavra. E o tamanho da sua colheita em vários lugares não é muito diferente da colheita de Jesus, que era perfeito e do maravilhoso apóstolo Paulo. Algumas pessoas e comunidades são mais receptivas ao evangelho do que outras. Jesus teve mais sucesso na cidade samaritana de Sicar (Jo 4) do que na outra vila samaritana descrita em Lucas 9. Semelhantemente, os bereanos de Atos 17 foram mais atenciosos com Paulo e com sua mensagem quando comparados com outros públicos. Assim como não ousamos questionar as qualidades espirituais de Jesus e Paulo quando lemos sobre suas frustrações evangelísticas, precisamos estender a mesma atitude caridosa aos obreiros talentosos, fiéis e dedicados de hoje que trabalham nos campos cheios de espinhos e terrenos pedregosos. Por que apontar nossas armas de criticismo e condenação contra esses mensageiros de Deus, particularmente nas suas costas? Respondendo ao desafio

O que deveríamos fazer, então, nessas regiões resistentes e difíceis? Ellen White nos aconselha a ser “mais inabaláveis” quando Jesus for mais desprezado; “participar das batalhas do Senhor quando são poucos os campeões – essa será nossa prova”.2 Há muito a ser feito, como destaca essa citação, especialmente em termos do espírito e atitudes. Devemos perseverar; devemos continuar orando, continuar sonhando e crendo. Sabendo que o sangue de Jesus foi vertido tanto pelo obstinado como pelo solícito; valorizando as memórias dos milagres de conversão realizados por Deus no passado; guardando Suas promessas para o futuro; desfrutando de Sua presença constante conosco (Mt 28:20) – tudo isso mantém viva a nossa esperança! Além disso, ousemos experimentar. Jesus pode nos dar odres novos cheios com vinho novo de sabedoria. Então, poderemos apresentar seus benefícios para surpresa e gratificação espiritual de homens e mulheres sedentos do evangelho. Depois disso, não importa quão desafiadora sejam as circunstâncias, nada deve atenuar a avidez de nossa busca por oportunidades de testemunhar. Podemos sempre desfrutar do privilégio de ouvir a voz do Espírito Santo sussurrando em nosso ouvido, “Este é o caminho, andai por ele” (Is 30:21). Concentre sua atenção em Jesus: Sua vida, Sua graça, Sua mensagem, Seu ministério e Sua fé! E saiba que, ao final, Ele vence! n 1 Todos 2 Ellen

os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. Usado com permissão. G. White, Testemunhos para a Igreja (Casa Publicadora Brasileira), v. 5, p. 136.

Anthony Kent é secretário associado da

Associação Ministerial da Associação Geral. Ele aprecia testemunhar por Jesus, não importam as circunstâncias.

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MISSÃO M e n t a l i d a d e

Q

uando vejo o mundo ao meu redor, muitas vezes me pergunto como as pessoas vão ter uma ideia de quem é Jesus ou tomar a decisão de seguir a Deus. O aumento do secularismo, as agendas políticas e espiritualidades competitivas parecem silenciar a voz de Deus chamando as pessoas: “vem, e segue-Me.” As pessoas ao nosso redor precisam conhecer a Deus e Seu amor, e precisam compreender a mensagem do sacrifício de Jesus. Como podemos ser mais semelhantes a Jesus para revelá-Lo aos outros, em nosso bairro, ou aos bilhões de pessoas de outras religiões que ainda não O conhecem? A vida de Jesus é um exemplo de beleza e simplicidade e tem poder para orientar nossa missão, hoje. As lições do ministério encarnado de Jesus são um antídoto para discípulos ocupados, e muitas vezes distraídos.

Rick Mc Edward

Encarnação e Missão

Na mensagem do anjo a José, há dois nomes que se destacam. O Seu nome deveria ser Jesus (de fato, pois Yahweh iria salvar); Sua missão seria Emanuel que significa “Deus conosco” (Mt 1:23). O mistério da encarnação não pode ser subestimado. Na época do nascimento de Cristo, havia uma tremenda expectativa. A expectativa messiânica era a palavra em voga daquele tempo. As profecias de Daniel eram muito respeitadas no judaísmo, e afirmavam o tempo da chegada do novo rei. Os judeus esperavam um libertador que os livraria dos odiados romanos. O Messias seria um libertador. Mas, no primeiro século d.C. os judeus não receberam o que esperavam. Na verdade, o que viram foi o retrato de um Deus completamente diferente de tudo o haviam esperado. Consequentemente, quando o Messias veio, não O reconheceram. Até nos dias de hoje é importante prestar atenção na encarnação de Cristo. De fato, na encarnação há seis características que oferecem um sólido fundamento para a missão. 1. Deus desceu até nós: Deus escolheu vir para estar conosco; Ele Se tornou humano. Ao fazer isso, Jesus apresenta uma imagem diferente de Deus, um Deus interessado em nós e cujo amor por Sua criação O leva a vir estar conosco. Antes da queda no Éden, Deus Se encontrava pessoalmente com Sua criação. Após a queda, embora as interações diretas com Deus acontecessem em momentos especiais, Ele interagia basicamente por meio da providência e revelação, mas raramente face a face. O santuário foi estabelecido como uma imagem do amor de Deus e do plano da salvação; mas esse também era um

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substituto inadequado. A encarnação demonstra o que realmente significa “Deus conosco”. 2. Ele Se esvaziou: Nunca entendi isso. Vejamos o que Paulo fala sobre Cristo: “Embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-Se; mas esvaziou-Se a Si mesmo, vindo a ser servo, tornando-Se semelhante aos homens”(Fp 2:6, 7).1 Deus não apenas desceu para Se tornar humano, Ele escolheu nascer na pobreza e assumir o papel de servo. Ele se resumiu a nada em nosso favor. Mais tarde, Jesus deixou claro que não veio para ser servido, “mas para servir e dar a vida em resgate de muitos” (Mc 10:45). Isso surpreendeu a muitos. O povo esperava um conquistador e, ao contrário, receberam um servo. Essa atitude levou muitos a rejeitá-Lo sumariamente. 3. Ele Se identificou conosco: Jesus viveu o Seu cotidiano como uma pessoa real e enfrentou as mesmas limitações que enfrentamos hoje. Ele sentiu tristeza e alegria, conheceu a fome e a insônia, soube o que é amizade e rejeição. Cristo tinha que Se vestir, tomar banho e lidar com cortes e contusões.


As lições do ministério encarnado de Jesus são um antídoto para discípulos ocupados, e muitas vezes distraídos. Na Palestina do primeiro século havia mosquitos, moscas e baratas; Jesus teve que lidar com isso e com outras realidades desagradáveis da vida. Jesus era totalmente humano. Sua encarnação demonstrou ao universo um Deus que Se identificou tanto com a criação que Se tornou um conosco. Jesus também Se identificou com Sua cultura. Ele nasceu em um lar judeu; Ele passou pelos ritos judaicos de passagem. Enquanto crescia, aprendeu o modo de vida e praticava a cultura de Seus ancestrais judeus. Ele Se ofereceu para aprender uma cultura terrena para revelar o amor de Deus àqueles a quem o Pai escolhera para receber Sua revelação. 4. Ele veio como um bebê: Jesus veio à Terra como um aprendiz, não como especialista. Cristo era o Deus-homem. Somente Ele poderia Se apresentar como conhecedor de todas as facetas da vida. Jesus escolheu vir como um bebê, passar pela infância e crescer até a vida adulta. Ele não tinha que ser aprendiz, mas na perspectiva do céu, Ele Se humilhou para ser relevante para um mundo que, infelizmente, não estava pronto para O receber. 5. Primeiro Ele atendeu as necessidades físicas do povo, depois as espirituais: Uma presença encarnada não seria completa se não suprisse as reais necessidades do povo. Jesus compreendeu a fome e sede deles. Ele curou suas doenças. Ele tocou, expulsou demônios e realizou milagres. Jesus demonstrou compaixão pelo povo, ao nível de sua dor física e emocional. Lembra da famosa citação de Ellen White: “Unicamente o método de Cristo trará verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava então: Segue-Me’ (Jo 21:19) […] Os pobres devem ser socorridos, cuidados os doentes, os aflitos e os que sofreram perdas confortados, instruídos os ignorantes e os inexperientes aconselhados.”2 6. Quando falava, o fazia de maneira a ser compreendido: Jesus contou histórias, parábolas e provérbios. Ele Se relacionava com familiaridade com as pessoas. Em Suas ilustrações Ele usava a agricultura e outros aspectos da vida, que eram familiares às pessoas que viviam no primeiro século d.C.. Ele contou histórias sobre pastores, mordomos e chefes. Em cada história, Jesus comunicava verdades importantes de um modo que Seu público pudesse compreender. Jesus se encontrava com as pessoas onde elas estavam. Ele praticava a disciplina de comunicar as verdades eternas levando em conta a capacidade de receber dos Seus ouvintes.

Jesus queria que Sua mensagem fosse ouvida, por isso usou as experiências do cotidiano, familiar aos Seus ouvintes. A Sua missão e a nossa

Jesus abriu mão de tudo pela Sua grande paixão pela humanidade. Considere o que Jesus perdeu por ter vindo a este mundo. Pense nas cortes celestiais, a paz de habitar na sala do trono divino, o magnífico coral de anjos, a beleza, esplendor e majestade da presença do Pai. Tudo isso era parte da Sua rotina. Ele estava protegido das privações, doenças e consequências de viver em um planeta caído. Ele tinha perfeita comunhão com o Pai e o Espírito Santo; milhões de anjos estavam prontos a servi-Lo sempre que necessário. Será que Cristo, o Filho de Deus, poderia ter realizado essa fase da salvação lá do céu? Talvez, mas Ele não o fez. Escolheu a rotina que envolvia pobreza, perigo e o odor terreno de uma estrebaria cheia de excrementos e moscas. As imagens, sons e odores da vida real estavam ao Seu redor. Quão desconfortável deve ter sido essa chegada para o Rei do universo. Fico imaginando se alguma vez Jesus acertou Seu dedo polegar com um martelo, enquanto trabalhava na carpintaria de José. Imagino como tenha sido Sua infância e a agitação de seu bairro, em Nazaré. Quando Se tornou adulto, Ele não tinha emprego; nunca Se casou; Ele era sem-teto. Ele perambulava com Seus seguidores de um lugar para o outro, muitas vezes passavam a noite toda ao relento, sob a luz das estrelas, nos campos da Palestina. No entanto, todas essas desvantagens não puderam atenuar Seu amor por nós. Literalmente, Ele deu tudo para nos salvar. Jesus Se sujeitou à morte de criminoso por um propósito de dupla finalidade: de revelar, em grande escala, o Seu amor por nós, tomando o nosso lugar e consumando o plano da salvação que já estava em curso por milhares de anos. Sua missão foi altruísta. Ele sofreu como um ser humano, foi tentado como um ser humano e viveu sem pecado ou concessões. Como nossa missão seria diferente se adotássemos a abordagem da encarnação? n * Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver (Casa Publicadora Brasileira), p. 143.

Rick McEdward é diretor dos Centros de

Missão Global na Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ele e sua esposa Marcia, moram em Laurel, Maryland (E.U.A.)

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R E S P O S T A S

A

P E R G U N T A S

B Í B L I C A S

Deus,

O fato de Cristo ter ascendido ao Céu significa que Ele não está mais conosco?

ainda conosco

Vou usar sua pergunta para fornecer alguns conceitos sobre o significado da ascensão de Cristo. O retorno de Jesus ao Pai é um capítulo importante na história do conflito cósmico entre o bem e o mal e merece muito mais atenção do que normalmente recebe. Jesus não era uma personalidade sem corpo que subiu ao Céu totalmente despido da materialidade que define a humanidade. Jesus levou com Ele Seu corpo humano porque esse é um componente inseparável da Sua natureza humana. De fato, a ressurreição corpórea de Jesus testifica de Sua ascensão corporal. Sua ascensão não significa o fim de Sua encarnação. 1. Ascensão e encarnação: Ao ascender, o Filho de Deus encarnado não abandonou Sua natureza humana. Os discípulos viram Jesus ser elevado ao Céu (At 1:9-11)*, e mesmo lá Ele ainda é “o Homem Cristo Jesus”(1Tm 2:5). 2. Ascensão e ausência: É impossível falar sobre a ascensão de Cristo sem confirmar Sua ausência. Ele deixou Seus discípulos: “Vou estar com vocês apenas mais um pouco”, Jesus disse a eles (Jo 13:33). Qualquer tentativa de localizar Jesus entre nós aqui na Terra destorce o ensino bíblico sobre Sua ascensão. Esse é também o caso do ensino a respeito da presença de Cristo no pão da eucaristia. Ele ascendeu ao Céu e ninguém pode trazê-Lo para a Terra. No entanto, Cristo está presente entre nós na Pessoa e na obra do Espírito Santo. Embora Jesus tenha ido embora, Ele prometeu aos Seus discípulos enviar “outro Conselheiro” (Jo 14:16). Ele viria até eles por meio do Espírito (v. 18). Ausência não significa abandono. 3. Ascensão e exaltação: A ascensão de Cristo levou à exaltação do Filho de Deus. Esse foi o momento em que Ele “foi recebido na glória” (1Tm 3:16). Como essa é a glória que era dEle “antes que o mundo existisse” (Jo 17:5), a ascensão afirma a preexistência do Filho de Deus. Aquele que desceu também ascendeu (Jo 3:13; 6:38). O Deus encarnado agora Se assenta à destra do Pai (At 2:33) “coroado de glória e honra” (Hb 2:9). Ele governa com o Pai do trono cósmico de Deus. Ele tem “toda a autoridade, no Céu e na

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Terra” (Mt 28:18; cf. Fl 2:9-11). A ascensão proclama a vitória cósmica de Cristo. 4. Ascensão e o espaço: A ascensão significa que a obra de Cristo em favor da raça humana não estava terminada. Se fosse assim, Ele teria estabelecido Seu reino na Terra após a ressurreição (cf. At 1:6). Para onde Ele foi? Ele ascendeu para ser nosso sumo-sacerdote no templo celestial (Hb 6:20; 8:1, 2). A ascensão nos mostra que Cristo deixou um espaço/local – nosso mundo – para ir para outro – o templo celestial, para ministrar em favor de Seu povo. Esses dois lugares estão profundamente conectados, pois o que acontece no Céu impacta o povo de Deus, na Terra. O que acontece no Seu espaço não está desconectado do que acontece no nosso. O Senhor ainda Se importa com nosso planeta. 5. A ascensão e o tempo: A ascensão não levou Cristo para um reino eterno separado do nosso. Foi um evento histórico que intersectou a existência dos reinos, terreno e celestial. A entronização de Cristo marcou o momento em que o Espírito foi derramado sobre Sua igreja (At 2:33). Esses dois eventos distintos, em lugares diferentes, ocorreram ao mesmo tempo. O tempo profético aponta para essa conexão do tempo. Os eventos no Céu e na Terra ocorreram no momento indicado pela profecia (e.g., Gl 4:4). Por exemplo, o início da obra de julgamento de Cristo no templo celestial está ligado ao nosso tempo por meio da profecia dos 2.300 anos (Dn 8:14). O que Cristo está fazendo diante do Pai está relacionado com a história do Seu povo. Enquanto Ele intercede por nós (Hb 7:25), estamos aqui na Terra cumprindo a missão da igreja (At 1:7, 8). Quando Seu ministério de sumo-sacerdote terminar no Céu, a missão da igreja terminará na Terra. Então, o Cristo ausente voltará em glória. Sua ascensão antecipa o momento da reunião permanente. n *Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional

Ángel Manuel Rodríguez serviu a igreja como pastor, professor e teólogo.


E studo

B íblico

Quando Deus

surpreende Mark A. Finley

E

m recente viagem à Grécia, segui os passos do apóstolo Paulo. O que mais me impressionou foi o poder do evangelho para transformar vidas. Paulo pregou corajosamente em algumas das cidades mais influentes e sofisticadas dos seus dias. Corações foram tocados, vidas transformadas. Cidades inteiras sentiram a graça transformadora de Deus. No estudo bíblico deste mês viajaremos com Paulo a alguns dos centros intelectuais, políticos e comerciais da antiguidade e estudaremos juntos a respeito do poder da cruz.

1 O que motivou o apóstolo Paulo a viajar para o continente europeu? Leia Atos 16:6-10. Paulo era sensível à direção do Espírito Santo. Embora, a princípio, tenha ficado perplexo quando foram fechadas as portas para a pregação do evangelho na Ásia, ele acreditava que, se Deus havia fechado uma porta, abriria outra.

2 Onde foi o primeiro esforço evangelístico de Paulo, na Europa? Leia Atos 16:11, 12. Filipos era uma cidade da Macedônia, ao norte da Grécia. Ficava na Via Ignácia, estrada que ligava o leste ao oeste. Essa era uma cidade importante, onde a população superava os 100 mil habitantes. Paulo sabia que, para o evangelho fazer alguma diferença na Europa, ele teria que começar nos grandes centros populacionais.

3

Como resultado do ministério de Paulo na Europa, quais foram os três primeiros conversos? Leia Atos 16:13-34. Quais eram as características dessas pessoas? Quais eram suas similaridades? E quais suas diferenças? O evangelho mudou a vida de uma empresária rica, de uma escrava endemoninhada e de um carcereiro romano da classe média. O evangelho transforma vidas, todos os tipos de vidas. No primeiro esforço evangelístico de Paulo na Europa, temos uma demonstração de que o poder do evangelho alcança toda a humanidade.

ARTE :

“ Pa u l O

PRE G AN D O

E M

ATENAS ”

POR

R a p h a e l

4 Como Paulo descreve os crentes de Bereia? Leia Atos 17:11. Que exemplos podemos aplicar em nosso estudo pessoal da Bíblia? 5 Que impacto os ensinos de Paulo causaram em Atenas? Alguém se converteu naquele centro intelectual e filosófico? O que podemos descobrir ao ler Atos 17:22-34? Paulo expôs cuidadosamente seu parecer aos filósofos de Antenas, no Areópago. Ele confrontou a lógica com lógica e os intelectuais gregos ficaram impressionados com seu raciocínio claro. Além da conversão de Dionísio, juiz proeminente e um dos homens mais influentes da cidade, vários homens e mulheres se converteram a Cristo.

6 Em Antenas, Paulo usou uma abordagem mais intelectual e racional. Quais foram suas táticas em Corinto? Leia 1 Coríntios 2:1-5. 7 Apesar de Paulo ter enfrentado maiores desafios em Corinto, qual foi o resultado de suas pregações ali? Leia Atos 18:8-11. Em todos os lugares onde Paulo pregava ocorriam milagres da graça de Deus. O evangelho transformou pessoas desesperadas. A luz penetrou a escuridão das mentes. A graça alcançou e libertou homens e mulheres acorrentados pelo pecado. Até hoje a mensagem de Paulo sobre o amor e a graça de Deus fala ao nosso coração. Nada é muito difícil para Deus. Seu poder ainda está disponível a nós por meio da Sua Palavra. Ele ainda transforma vidas. Ele ainda nos surpreende com a majestade do Seu amor, o poder de Sua graça e a glória do evangelho. n

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TROCA DE IDEIAS W av e b r e a k

M e d i a / T h i n k s t o ck

Pedi a alguns dos salvacionistas que me mostrassem onde isso está escrito na Bíblia, mas a conversa logo terminou, pois não se interessaram em saber em que acredito nem no que a Bíblia diz. – Claudia Kolb, Austrália

Cartas

Muito obrigada pela sempre excelente revista!

Sou adventista e trabalho como recepcionista do Exército da Salvação. Não estou obtendo nenhum sucesso nas minhas tentativas de os convencer a aceitar os ensinos bíblicos sobre o que acontece quando morremos. Há grande número de funerais no setor em que trabalho, e fico frustrada quando ouço meus colegas dizendo que a pessoa morta foi “promovida para a glória e está com Jesus.” Pedi a alguns dos salvacionistas que me mostrassem onde isso está escrito na Bíblia, mas a conversa logo termina, pois não se interessam em saber o que acredito nem o que a Bíblia diz. Apreciei o Comentário de Notícia de John Bradshaw “Farsa celestial: como um menino de 6 anos de idade enganou o mundo” (abril de 2015), e gostaria de saber se podem me enviar o artigo em formato que eu possa postar no Facebook – essa seria uma forma neutra,

mas poderosa de dar a mensagem, não apenas para eles, mas para outros amigos que não são cristãos. Claudia Kolb Austrália Para postar no Facebook, você pode utilizar o link da Internet para o artigo, copiando e colando da página da Web de nossa publicação irmã, www.adventistreview.org, Segue o link: www.adventistreview.org/churchnews/heavenly-hoax-how-a-6-year-oldboy-fooled-the-world. Para ver o artigo na revista diagramada, você pode baixar a versão em PDF na página www.adventist world.org , em arquivos – Os Editores. Picadas de abelha

(abril de 2015). Sendo apicultor, já fui picado por muitas Apidae, Vespidae e Formicidae. A maioria de nós apicultores mantêm à mão uma Epi-Pen (injeção de Epinefrina).

Certo dia, sofri mais de 30 picadas no meu pulso. Eram Carniolan-italian, abelhas normalmente pacíficas. Eu derrubei a caixa delas, e isso as despertou para defender sua casa e a rainha. Meu pulso inchou imediatamente e meus dedos pareciam picles de pepino. Logo o inchaço se espalhou pelo braço e ombro. Felizmente, dois membros da Igreja Adventista de Toll Gate, West Virgínia, são bons médicos. Fui ao pequeno centro médico da cidade, e um dos médicos passou em meu braço carvão vegetal em pó misturado com Metamucil e água – na manhã seguinte, a coceira e a dor haviam passado. Todos os meses espero ansioso pela coluna Saúde no Mundo. Continuem o bom trabalho! G regg Smith St. Marys, West Virginia, Estados Unidos

fOTO : YANN

Oraçãow

B OI X

GRATIDÃO

Por favor, ore por minha família, especialmente por minha neta que está tendo problemas na escola e na igreja. Victoria, África do Sul Agradeço muito por suas orações. Necessito delas ao me preparar para os exames finais. Farlone, Haiti

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Adventist World | Agosto 2015

Muito obrigada por suas orações por meu sobrinho bebê. Agora ele está se alimentando no intervalo de quatro horas, mas sua saúde ainda é instável. Ore para que ele continue a se recuperar e crescer. A graça de Deus é suficiente! Mavic, Coreia do Sul

Por favor, ore por meu amigo que está sofrendo com dores ciáticas terríveis enquanto tenta se recuperar da cirurgia de enxerto ósseo após remoção de um tumor. Bonnie, Estados Unidos Ore pela direção de Deus em meu trabalho. Mariela, Peru


Frase

Abstinência

Muito obrigada por publicar o testemunho corajoso “Abstinência: Confissões de um viciado em cafeína” (janeiro de 2015). Ele me tocou profundamente, e quero encaminhá-lo a outras pessoas. Como consigo uma cópia em inglês? Há um bom tempo não estamos recebendo a Adventist World em inglês. Charlotte Panouso Poulos Geneva, Suíça A Adventist World é produzida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e distribuída gratuitamente para seus membros. Esforçamo-nos para suprir as necessidades de cada região do mundo onde a revista é distribuída. Estamos, também, na Internet, em vários idiomas, inclusive o inglês, na página www.adventistworld.org – Os Editores. Deus os abençoe!

Que Deus os abençoe abundantemente pelo bom trabalho que estão fazendo na revista Adventist World. Continuem assim! Vamos orar por vocês. Leta Temesgen Etiópia

Como enviar cartas: letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

Cuidar da saúde não é curar o doente, apenas. É criar saúde. – Esther Dyson, Cidade de Nova York, Nova York

Meninos Versus meninas No ensino médio, as meninas superam os meninos na maioria dos países do mundo, mesmo naqueles em que os direitos da mulher são restritos. Pesquisadores da Universidades do Missouri (EUA) e de Glasgow (Escócia) analisaram os resultados de 1,5 milhão de adolescentes avaliados em leitura, matemática e ciência. As garotas superaram os rapazes em 70% dos países examinados. Fonte: The Rotarian

Por favor, ore por minha mãe que está ficando doente devido à fumaça que vem da casa do vizinho. Ore também pelos vizinhos que têm filhos respirando a mesma fumaça. Claire, Reino Unido

Por favor, una-se a mim em oração pelos meus estudos. Estou desempregado e não encontro sentido para minha vida. Moses, Quênia Por favor, ore pedindo que Deus me cure. Sinto estar lutando contra espíritos malignos que estão me adoecendo. Julia, por e-mail

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.

Agosto 2015 | Adventist World

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TROCA DE IDEIAS

123 anos

Em 1892, Sarah Elizabeth Peck viajou para a Cidade do Cabo, África do Sul, como a primeira mulher a atuar como missionária da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Lá, serviu como professora e era responsável pela cozinha e lavanderia da escola. No seu tempo livre, dava aulas de reforço. No ano seguinte, ela ajudou a organizar a primeira escola da igreja, na África. Peck nasceu em 1868, no estado de Wisconsin, Estados Unidos. Quando Ellen White estava na Austrália, Peck trabalhou como sua assistente editorial, função que continuou exercendo quando Ellen White se mudou para a Califórnia. Em 1906, Peck foi nomeada pela Associação da Califórnia como secretária de educação e começou a preparar material para ensinar leitura nas escolas adventistas. Como resultado, surgiu a True Education Readers (Leitores da verdadeira educação). Ela foi a autora principal do livro-texto para aulas de Bíblia, God’s Great Plan (O grande plano de Deus) e cerca de outros 20 livros. Peck serviu no Departamento de Educação da Associação Geral até se aposentar. Ela morreu em Santa Helena, Califórnia, poucas semanas antes de completar 100 anos de idade. Im a g e m :

C e n t r o

d e

P e s q u i s a

Ad v e n t i s t a

Gaste

dinheiro,

conheça o mundo Segundo a Organização de Turismo Mundial das Nações Unidas, as pessoas dos países listados abaixo, são as que mais gastam com turismo internacional (em bilhões de dólares): China.......................................... 165 Estados Unidos........................ 112 Alemanha.................................. 92 Reino Unido............................... 58 Rússia........................................ 50 Fonte: USA Today

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Adventist World | Agosto 2015

Ganhe um

aperto Um estudo canadense sugere que nossa habilidade de apertar coisas pode muito bem ser um sinal de alerta como é a pressão arterial para prever a morte, doenças cardíacas e derrame cerebral. Durante quatro anos, os pesquisadores estudaram cerca de 140 mil adultos de 17 países. Utilizaram um dinamômetro Jamar, dispositivo de metal maleável que avalia a força, para medir a força de pressão dos participantes. Ao fim do estudo, os cientistas conferiram os dados mais uma vez. Resultados: Para cada cinco quilos de decréscimo na força de pressão após a medição inicial, o risco de morte dos participantes aumentou em 16%. O risco de mortalidade cardiovascular saltou para 17%, bem como o risco de derrame cerebral que subiu para 9%. A média típica considerada boa para homens entre os 20 e 30 anos, é de 36 a 56 quilos. Quanto maior for o número, menor será a probabilidade de morrer cedo. Exercícios para fortalecimento: puxe e levante objetos. Fonte: Men’s Health f o t o :

J o h n

N y b e r g


ATÉ

5O

Meu

PALAVRAS

Hino Preferido…

n Gosto muito de cantar e sempre tenho uma canção

em minha mente. Meu hino preferido é “Lindo és Meu Mestre”. Ele me conforta e me ajuda a ver Deus e Sua criação. – Edjane, Brasil n Quando se é adventista do sétimo dia há 50 anos, é

difícil escolher um hino preferido. Em meu caso, há três candidatos. Um, é de origem alemã, “Se Você Confiar na Direção de Deus.” George Neumark escolheu muito bem as palavras. O outro é uma paráfrase do Salmo 34, “Em Meio a Todas as Mudanças do Cenário da Vida”, de Nahum Tate e Nicholas Brady. O terceiro é em outra língua e de outra província: “A Grande Providência do Céu”, escrito há 200 anos pelo compositor galês, David Charles. – Barry, Fishermead, Reino Unido n Quando canto “Jesus Me Guia,” sempre me sinto

abençoado e nEle encontro amor, alegria, paz, fidelidade e domínio próprio. – Isaiah, Nairóbi, Quênia n Meu hino preferido é “Se Você Conhecesse Meu

Salvador”. É porque as pessoas não conhecem nosso Deus e Seu amor que elas não O servem. – Tresor, Kara, Togo

Na próxima vez, diga em até 50 palavras qual é o seu pregador adventista ou professor de Bíblia preferido. Envie para: letters@AdventistWorld.org. Escreva na linha do assunto: 50 Words or Less.

“Eis que cedo venho…”

Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático. Editor Administrativo e Editor-Chefe Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Pyung Duk Chun Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal.  Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, presidente; Akeri Suzuki, Kenneth Osborn, Guimo Sung, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han Editores em Silver Spring, Maryland, EUA Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Kimberly Luste Maran, Andrew McChesney Editores em Seul, Coreia do Sul Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim Editor On-line Carlos Medley Gerente de Operações Merle Poirier Colaboradores Mark A. Finley, John M. Fowler Conselheiro E. Edward Zinke Administrador Financeiro Rachel J. Child Assistente Administrativo Marvene Thorpe-Baptiste Comissão Administrativa Jairyong Lee, presidente; Bill Knott, secretário; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti Consultores Ted N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Raafat Kamal, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria, México e nos Estados Unidos.

V. 11, nº- 8

Agosto 2015 | Adventist World

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* Patrick Hoffman É diretor executivo da Ulysse Nardin, uma das marcas mais inovadoras e exclusivas de relógios Suíços, no mundo.

Todo mês a Adventist World chega a essas mãos meticulosas. Patrick Hoffman* se mantém em contato com a família adventista em todo o mundo graças à Adventist World. Você também pode ficar em sintonia com essa família. Se a Adventist World não estiver sendo distribuída regularmente em sua igreja, entre em contato com o Departamento de Comunicação ou com a CPB.

Uma Família Mundial: Adventist World!


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