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Jornal da ADUFF

Luiz Fernando Nabuco

Luiz Fernando Nabuco

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Parecer de relator da PEC 287 torna regras ainda piores para servidor

I Encontro dos docentes da UFF será no final de maio

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Manifestação no Centro do Rio, em março, contra as reformas de Michel Temer e as terceirizações

CRESCE A RESISTÊNCIA E REJEIÇÃO ÀS 'REFORMAS' Convocação para greve geral de 28 de abril é marco na resistência às 'reformas' da Previdência e Trabalhista, que podem levar a retrocesso histórico, que precisará continuar, caso se queira tentar detê-las; governo sente pressão, ensaia recuos pontuais e tenta articular votações fulminantes para aprovar projetos


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AGENDA

Editorial

Abril

A palavra é resistir

26 - 14h - Debate sobre a Reforma da Previdência na UFF em Santo Antônio de Pádua

Em defesa da democracia e dos direitos, não cederemos diante dos ataques aos trabalhadores

16h - Debate sobre a Reforma da Previdência no auditório da Escola de Serviço Social, bloco E/ Campus do Gragoatá 27 - 7h - Panfletagem nos campi da UFF em Niterói, com concentração inicial no pórtico do Gragoatá 17h - Panfletagem em frente a Estação das Barcas, em Niterói (Praça Arariboia) 28 - 7h - Ato em frente ao Huap 10h - Ato em defesa da Uerj - Universidade do Estado do Rio de Janeiro: aula pública em frente ao Palácio da Guanabara 13h - Panfletagem em frente a Estação das Barcas em Niterói e concentração para travessia rumo ao ato no RJ.

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atual conjuntura consiste em organizar a resistência aos ataques da burguesia aos direitos dos trabalhadores. E para além das pautas de defesa das nossas conquistas, cumpre também debater o quão lesivo para a democracia este cenário se desenha. Afinal, as medidas tomadas pelo ilegítimo governo de Michel Temer além de não encontrar respaldo e legitimidade junto à opinião pública, são arquitetadas e operacionalizadas na surdina e sem respeitar os mínimos rituais de diálogo e debate político que devem estar presentes em uma democracia. Estamos assistindo a um verdadeiro desmonte do Estado pela lógica neoliberal mais perversa, na qual o sistema financeiro consegue impor os seus ditames, quando em contrapartida as áreas sociais são cada vez mais

solapadas, configurando um retrocesso de décadas e jogando os setores mais explorados de nossa sociedade em situações cada vez mais humilhantes e pauperizadas. Porém, a palavra é lutar e as mais diversas mobilizações de setores da Sociedade Civil têm ganhado efeito e volume, restando ao covarde e golpista mandatário da nação admitir que não possui forças para aprovar a sua pauta em prol dos interesses capitalistas. As mudanças que estão em tela, não podem sequer serem consideradas como reformas, haja visto o seu caráter antiprogressista e de desmantelamento das teias da seguridade social. O discurso antigo das classes dominantes de que seriam privilégios os direitos dos trabalhadores tem que ser desmascarado e rechaçado, pois os mesmos pagaram a duras penas a sua previdên-

As mais diversas mobilizações de setores da Sociedade Civil têm ganhado efeito e volume

cia durante toda uma vida de sofrimento e privações, na expectativa de uma aposentadoria tranquila. Cabe rompermos com a cantilena produzida e reproduzida pela grande mídia e pelas peças de publicidade do governo federal, nas

quais as contrarreformas da Previdência e Trabalhista seriam um ataque aos privilégios. Quando na verdade sabemos que os verdadeiros donos da situação, os donos do poder são aqueles que detêm privilégios históricos às custas de grande parte da população marginalizada. Pelo conjunto de elementos apontados, mais uma vez convocamos nossa categoria de professores universitários, assim como toda a comunidade acadêmica a ir para as ruas na perspectiva da construção da greve geral, junto aos comitês locais de movimentos populares, com amigos e familiares, fazendo um verdadeiro movimento de baixo para cima, impondo mais uma derrota aos setores hegemônicos. Tomando as ruas e praças, mostraremos mais uma vez que unidos seremos capazes de enfrentar e derrotar nossos algozes.

14h – Concentração para marcha na ALERJ - Assembleia Legislativa do Estado do RJ. 18h – Ato unificado das centrais sindicais na Cinelândia.

Maio 26 a 28 - I Encontro de Docentes da UFF, em Nova Friburgo, organizado pela Aduff-SSind.

Julho 13 a 16 - 62º Conad, que terá como tema central “Avançar na unidade e reorganização da classe trabalhadora: em defesa da educação pública e nenhum direito a menos!”, em Niterói (RJ), sediado pela Aduff.

Aconteceu Abril 10 - Plenária Unificada Contra a Reforma da Previdência, na UFF, com a auditora Maria Lúcia Fattorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida, no Gragoatá. Organizado pela Aduff, Sintuff e outras entidades.

Presidente: Gustavo França Gomes • 1º Vice-Presidente: Gelta Terezinha Ramos Xavier • 2º Vice-Presidente: Juarez Torres Duyaer • Secretário-Geral: Kate Lane Costa de Paiva • 1º Secretário: Douglas Ribeiro Barbosa • 1º Tesoureiro: Carlos Augusto Aguilar Junior • 2º Tesoureiro: Edson Teixeira da Silva Junior • Diretoria de Comunicação (Tit): Kenia Aparecida Miranda • Diretoria de Comunicação (Supl): Marcio José Melo Malta • Diretoria Política Sindical (Tit): Adriana Machado Penna • Diretoria Política Sindical (Supl): Bianca Novaes de Mello• Diretoria Cultural (Tit): Renata Torres Schittino • Diretoria Cultural (Supl): Ceila Maria Ferreira Batista • Diretoria Acadêmica (Tit.): Antoniana Dias Defilippo Bigogmo • Diretoria Acadêmica (Supl): Elza Dely Veloso Macedo

Abril/2017 Biênio 2016/2018 Gestão: Democracia e Luta: Em Defesa dos Direitos Sociais, do Serviço Público e da Democracia Interna

Editor Hélcio L. Filho Jornalistas Aline Pereira Lara Abib

Revisão: Renake das Neves Projeto Gráfico e diagramação Gilson Castro

Imprensa imprensa.aduff@gmail.com Secretaria aduff@aduff.org.br

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Rua Professor Lara Vilela, 110 - São Domingos - Niterói - RJ - CEP 24.210-590 Telefone: (21) 3617.8200

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Mudanças não alteram essência da PEC que deixa 80% de quem trabalha sem aposentadoria

Luiz Fernando Nabuco

É o que afirma estudo de consultores do Senado; texto substitutivo da Previdência segue sendo excludente: 80% dos trabalhadores que se aposentaram nos últimos anos não teriam alcançado o benefício se a 'reforma' estivesse em vigor

15M: Dezenas de milhares foram à Presidente Vargas no ato contra as reformas de Temer no dia 15 de março, no Centro do Rio Hélcio Lourenço Filho Da Redação da Aduff

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ncapaz de aprovar a 'reforma' da Previdência com o texto original enviado ao Co­ ngresso Nacional, o presidente Michel Temer teria avalizado alterações na matéria, apresentadas pelo relator na quarta-feira (19), que sinalizam recuos pontuais e parcerias em vários pontos. No entanto, as alterações não mudam a essência da proposta da Emenda Constitucional 287, que, se já estivesse em vigor, teria impedido que 80% dos trabalhadores que se aposentaram nos últimos anos obtivessem o benefício, de acordo com análise dos consultores do Senado Federal Carlos Eduardo Esteves Lima e Luiz Alberto dos Santos, este último também conselheiro do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).

No caso dos servidores, o substitutivo apresentado pelo relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), torna, de forma explícita, mais difícil o acesso à aposentadoria integral e à paridade para quem ainda poderia tentar buscar esse direito nas regras de transição (ver página 4). Entre os recuos com relação à proposta original, está a garantia de que nenhum benefício de pensão ou assistencial será inferior ao salário-mínimo e a redução dos 49 anos de contribuição exigidos para que se tenha direito à aposentadoria sem cortes para 40 anos – o que ainda significa cinco anos a mais para homens e dez a mais para mulheres, se comparado às normas em vigor. O relator propôs ainda a diminuição do pedágio de 50% para 30% do tempo que falta para a aposentadoria para quem entra na regra de transição, entre

outros pontos (ver itens no final do texto).

Rejeição É muito provável que parte dos recuos já estivesse prevista nas contas do governo, para viabilizar a proposta, quando a enviou ao Legislativo, no fim de 2016. No entanto, as dificuldades do Palácio do Planalto para votar a PEC 287 ganharam evidência e visibilidade nas últimas semanas. A rejeição popular ao projeto, a campanha nas redes sociais em defesa dos direitos ameaçados, as expressivas mobilizações de março e a convocação de greve geral pelas centrais sindicais para 28 de abril são, naturalmente, elementos a serem considerados. E que forçam o governo a se mover e, ao que parece, a negociar com sua própria base parlamentar mais do que pretendia. Somam-se a isso outros

dois aspectos: a pressão de prefeitos e vereadores sobre os parlamentares, insatisfeitos com o impacto que a reforma terá em seus municípios – em 70% deles, os recursos que os aposentados movimentam superam os do Fundo de Participação repassado pelos cofres federais à administração municipal; e a crise política decorrente das delações da Operação Lava-Jato, que envolvem oito ministros, o próprio presidente Michel Temer e dezenas de parlamentares. Para tentar superar tudo isso e manter-se confiável para seus principais aliados – os grandes empresários, banqueiros e as multinacionais –, o governo aposta numa investida sobre o Congresso para acelerar a tramitação das 'reformas'. Na quarta-feira (19), reverteu na Câmara a derrota na urgência da tramitação do projeto que eli-

mina direitos trabalhistas e aprovou o texto-base que trata das dívidas dos estados e traz contrapartidas que prejudicam os serviços públicos, os servidores e a população usuária desses serviços. Agora, tenta emplacar o relatório da Previdência na primeira quinzena de maio.

Greve geral Para além disso e do outro lado da barricada, o movimento contrário às políticas do governo intensifica a preparação da greve geral de 28 de abril. A ideia de parar o país contra as 'reformas' e a terceirização ganha, assim, ainda mais relevância para um enfrentamento do qual depende o futuro das atuais e próximas gerações da classe trabalhadora no Brasil. Haverá manifestação unificada neste dia, com início da concentração às 14 horas, na Assembleia Legislativa do Rio. Cinelândia.


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Parecer do relator traz regra de transição ainda pior para servidor Relator chegou a dizer que havia erro no texto, mas voltou atrás; propostas são ruins para novos e antigos servidores

no texto original da Proposta de Emenda Constitucional 287/2016 uma lacuna que poderia dar margem à dupla interpretação sobre a regra de transição para os servidores, caso a matéria fosse assim aprovada no Congresso. O bom-senso e a interpretação mais favorável aos servidores indicam que a regra de transição valeria tanto para o acesso à aposentadoria, quanto para o cálculo do valor do be-

nefício. Remetendo-se, assim, neste último quesito, aos critérios hoje em vigor na Constituição Federal. Mas há quem observe que a PEC 287 acaba com tais critérios sem colocar nada no lugar, o que poderia fazer, quando da aplicação, o governo jogar os servidores que se enquadrem na transição na desfavorável regra geral inicialmente prevista. Essa dúvida não existe na versão do substitutivo apresentada pelo relator da refor-

ma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA). Nesse caso, a intenção de penalizar o servidor na regra de transição é transparente: só faria jus à aposentadoria integral e à paridade quem, além de ter ingressado nos serviços públicos antes da emenda constitucional sancionada por Lula em 2003, completar os 65 anos de idade (homens) ou 62 (mulheres). Isso, no entanto, já foi objeto de comentários desen-

contrados por parte do relator logo após a divulgação do substitutivo. Ele chegou a anunciar uma errata, indicando que o texto estava incorreto. Mas, logo em seguida, teria dito que a regra proposta seria essa mesmo e que publicaria a errata da errata. Ao que parece, essa e outras questões estão em aberto e tendem a ter a sua redação final definida a partir da correlação de forças entre os setores favoráveis e contrá-

rios à proposta, caso estes últimos não consigam barrá-la. É o que avalia, por exemplo, a professora Sara Granemann, do Serviço Social da UFRJ e pesquisadora do tema. “Eu acredito que será o tamanho da mobilização que decidirá se isso será mais ou menos favorável aos servidores”, disse durante recente debate, no qual ressaltou acreditar ser possível derrubar toda a PEC 287 a partir de um amplo movimento nas ruas. (HLF)

OS SERVIDORES PÚBLICOS E O TEXTO SUBSTITUTIVO DA PEC 287 Quadro elaborado com base no estudo dos consultores do Senado Carlos Eduardo Esteves Lima e Luiz Alberto dos Santos, divulgado pelo Diap.

Como fica a aposentadoria do servidor Texto original da PEC 287

• 100% dos salários recebidos desde 1994 serão computados para a média, limitado ao teto do RGPS para quem entrou após a implantação do regime complementar (Funpresp) - hoje em R$ 5.531,31. • 65 anos de idade mínima para todos. • 25 anos de contribuição (mínimo). • valor benefício: 51% + 1% a cada ano de contribuição, limitado a 100% do salário-base. • 49 anos necessários para chegar a 100% do salário-base (com 76% deste valor aos 25 anos de contribuição).

Com o substitutivo

• Novo § 2º-A do art. 40: “os proventos das aposentadorias decorrentes do disposto neste artigo terão como referência a média aritmética simples das remunerações e dos salários de contribuição, selecionados na forma da lei, utilizados como base para contribuições ao regime de previdência de que trata este artigo e ao Regime Geral de Previdência Social.” • Até que essa lei seja editada, 100% dos salários recebidos desde 1994 serão computados para a média. • Idade mínima de 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens). • 25 anos de contribuição (mínimo). • Benefício (a partir de 25 anos de contribuição): 70% + 1,5% até 30 anos. 2% até 35 anos. 2,5% até 40 anos. Máximo de 100% do salário-base. • Necessários 40 anos para 100% do salário-base.

Regra de transição para servidores Texto original da PEC 287

Com o substitutivo

• Apenas para quem tem 45 anos de idade (mulheres) e 50 (homens) na data de promulgação da emenda. • 55 (mulheres) e 60 (homens) anos de idade. • 30 (mulheres) e 35 (homens) anos de contribuição. • 20 anos de serviço público. • 5 anos no cargo. • Pedágio de 50% do tempo de contribuição faltante. • Sem regra para aposentadoria por idade. • Para quem ingressou até 16.12.98: aposentadoria integral com paridade; redução da idade de 1 dia por dia adicional de contribuição. • Para quem ingressou até 31.12.03: aposentadoria integral com paridade; sem redução da idade. • Para quem ingressou até promulgação da emenda: cálculo pela média sem aplicação do teto do RGPS. • Para quem não tem a idade 45/50, mas ingressou até promulgação da emenda ou data da criação do regime complementar (Funpresp): 65 anos de idade; 25 anos de contribuição; cálculo pela fórmula 51%+1% a cada ano de contribuição; sem aplicação do teto do RGPS.

• Sem idade mínima para entrar na transição. • 55 (mulheres) e 60 (homens) anos de idade mínima. • 30 (mulheres) e 35 (homens) anos de contribuição. • 20 anos de serviço público. • 5 anos no cargo. • Pedágio de 30% do tempo de contribuição faltante. • Aumento na idade mínima: 1 ano a cada 2 anos a partir de 01/01/2020, até atingir 62 (mulheres) e 65 (homens) anos (caso a PEC seja promulgada em 2017). • A idade de aposentadoria de cada servidor será calculada a partir da aferição do tempo de contribuição que falta para 30/35, mais o pedágio. O total desse tempo definirá o ano a ser utilizado para aplicação da idade mínima. • Sem regra para aposentadoria por idade. • Para quem ingressou até 16.12.98: redução da idade de 1 dia por dia adicional de tempo de contribuição. Aos 55/60 anos: cálculo pela média sem aplicação do teto do RGPS. Aos 62/65 anos: aposentadoria integral com paridade. • Para quem ingressou até 31.12.2003: aos 55/60 anos, cálculo pela média sem aplicação do teto do RGPS. Aos 62/65 anos: aposentadoria integral com paridade. • Para quem ingressou após 31.12.03 até a data de promulgação da emenda: cálculo pela fórmula 70%+1,5% ao ano/2% /2,5%.


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Notas da Aduff

Plenária Contra a reforma

zulmair Rocha

A auditora fiscal Maria Lucia Fatorelli iniciou a sua exposição na Plenária Contra a Reforma da Previdência, convocada pela Aduff-SSind e outras entidades, destacando que o Brasil é a nona economia do planeta, apesar da queda do PIB, e possui as maiores reservas do mundo de recursos naturais. Mencionou também as reservas monetárias do país, que ultrapassam a quantia de um trilhão de reais, para dimensionar o tamanho da economia nacional. “Por que retirar direitos se o Brasil é tão rico”, indagou. A Plenária organizada pela Aduff, Sintuff e outras entidades reuniu cerca de 200 pessoas no Gragoatá.

Teatro e a luta das mulheres Idealizada por Lígia Tourinho e Luciana Mitkiewicz, a peça “Bonecas Quebradas” foi exibida numa versão reduzida, no dia 12 de abril, no auditório do Instituo de Matemática, na UFF. A atividade promovida pela Aduff-SSind encerrou as homenagens à luta feminista do mês de março. A peça tem como pano de fundo os assassinatos de mulheres (feminicídios) ocorridos desde a década de 1990 em Ciudad Juarez, no México. Em cena, estavam a atriz Lígia Tourinho e a responsável pela direção técnica do espetáculo, Tabatta Martins. Após a peça,

bate-papo entre as artistas e o público. A noite terminou na sede do sindicato, com o lançamento de livro homônimo e a apresentação do grupo “Flor do Samba”.

Luiz Fernando Nabuco

Estão abertas as inscrições para o I Encontro dos Docentes da UFF, que será realizado em Nova Friburgo, de 26 a 28 de maio. Todos os professores da Universidade Federal Fluminense podem participar, desde que se inscrevam até o dia 10 de maio. A atividade acontecerá no Hotel Saint Moritz e tem entre seus objetivos incentivar a integração entre os professores, que debaterão temas como carreira, estatuinte e democracia na UFF, previdência, terceirizações, movimento sindical, multicampia e as possibilidades de organização docente. A inscrição poderá ser feita por email ou presencialmente na sede da Aduff.

Cartilha e Sindicato Itinerante

Iniciativa é parte da mobilização contra a PEC 287, que tem levado diretores da seção sindical às diferentes unidades da UFF em Niterói e fora da sede para dialogar com a comunidade sobre gravidade da Reforma da Previdência. Depois de Campos dos Goytacazes, foi a vez da UFF de Rio das Ostras receber a assessoria jurídica

da Aduff-SSind, na tarde de 6 de abril, para o lançamento da publicação elaborada pelo sindicato. Também estava prevista visita ao campus de Pádua, além de lançamentos e presença do Sindicato Itinerante nos campi de Niterói. A cartilha, que já teve uma reimpressão, deverá ser atualizada diante das mudanças no projeto.

A Aduff-SSind produziu camisas nas cores branca e preta para campanha contra a reforma da Previdência. Elas podem ser adquiridas gratuitamente no sindicato.

Luiz Fernando Nabuco

Encontro de docentes da UFF


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MULHERES PELA IGUALDADE DE GÊNERO E CONTRA AS 'REFORMAS' DE TEMER

Nem rouca acordei, irmã, de tanto que foi bom juntar meu grito com o de vocês

Fotos: Luiz Fernando Nabuco

Protagonistas em expressivas manifestações no ano passado; protagonistas nos atos de 8, 15 e 31 de março, mulheres voltam a cumprir papel destacado na organização da greve geral de 28 de abril Lara Abib Da Redação da Aduff

"Nem Manifestação do 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, no Centro do Rio de Janeiro

uma de nós e nenhum direito a menos: contra a 'Reforma' da Previdência e Trabalhista”. Esse foi o mote das mobilizações das mulheres em março e, em especial, do ato que levou milhares às ruas do Centro do Rio de Janeiro, no 8 de março. A manifestação fez parte do movimento de greve internacional de mulheres, que aconteceu em mais de 55 países pelo mundo, em razão do Dia Internacional de Luta delas. No Rio, foram mais de 10 mil participantes, a maioria mulheres, que saíram, da Candelária, em marcha, até a Praça XV. A cada passo dado, mais mulheres aderiam à manifestação. Portavam cartazes, adesivos,

Negras, brancas, lésbicas, trans, jovens, estudantes, trabalhadoras, desempregadas, aposentadas. Sabiam exatamente o que faziam ali

panfletos, bandeiras, instrumentos musicais. Vestiam camisas lilás, vermelhas, pretas, mas também marchavam desnudas, purpurinadas, 'pintadas' de sangue do feminicídio. Cantavam. Contra todos os tipos de violência que vitimizam mulheres ao redor do mundo. Contra o machismo. O capitalismo. Pela legalização do aborto. Contra a 'reforma' da Previdência e Trabalhista. Fora Temer! Contra a privatização da Cedae. Fora Pezão! Pelo fim da Polícia Miliar. Negras, brancas, lésbicas, trans, jovens, estudantes, trabalhadoras, desempregadas, aposentadas. Sabiam exatamente o que faziam ali e continuaram a chegar, até o ato acabar, depois das 23h. Quem não foi para casa, continuou pelo Centro. Ocuparam os bares da Lapa, da Cinelândia, da Rua do Ouvidor. Riram,

beberam, choraram juntas. Lugar de mulher é onde ela quiser. Dormiram e acordaram no dia seguinte. Trocaram mensagem pelo Whatsapp. “Nem rouca acordei, irmã, de tanto que foi bom juntar meu grito com o de vocês”. Voltaram para as ruas para mais um dia de luta, trabalho e resistência cotidiana. Ser mulher no Brasil: quinto país que mais mata mulheres no mundo. Ser mulher no Rio de Janeiro: cidade onde uma mulher é estuprada a cada duas horas.


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Plenária Unificada da UFF define calendário para preparar greve geral desta sexta (28) Atividades de quarta a sexta-feira visam sensibilizar a sociedade sobre a gravidade dos direitos em risco com as 'reformas' trabalhista e da Previdência; nova plenária unificada deve ser convocada em breve Aline Pereira Da Redação da Aduff

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conjuntura brasileira é a do acirramento da luta de classes e do rápido avanço do conservadorismo na sociedade e até mesmo em alguns setores da Universidade. Essa foi a fala da estudante Juliana, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFF, na Plenária Unificada, que contou com a participação dos três segmentos da instituição, realizada na noite dessa terça-feira (25), nos pilotis no Bloco O, no campus do Gragoatá. O objetivo da plenária Unificada era debater e organizar a luta contra as 'reformas' do governo de Michel Temer, especialmente as que retiram direitos trabalhistas e previdenciários, e a greve geral do dia 28 de abril – convocada por várias centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas, como forma de demonstrar a insatisfação dos trabalhadores dos setores público e privado com as ações do Legislativo e do Executivo. Para Pedro Rosa, da coordenação-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF, as reformas apresentadas pelo governo federal não agradam a maioria dos brasileiros, sendo a luta

contra elas de grande apelo social neste momento. "Falamos muito sobre a 'reforma' da Previdência, mas não podemos esquecer que o governo está prestes a votar a 'reforma' trabalhista", disse. De acordo com Gustavo Gomes, presidente da Aduff, a Greve Geral do dia 28 é um momento emblemático para a luta e exige o diálogo e a união com trabalhadores de outras categorias, para além do funcionalismo público, já que as medidas postas pelo governo podem dificultar ou ainda inviabilizar a aposentadoria para profissionais de diferentes ocupações. Aos estudantes, frear as 'reformas' trabalhista e previdenciária também se faz urgente, já que o futuro da próxima geração de trabalhadores também está ameaçado. Segundo o dirigente sindical, é urgente dar corpo às ações do Comitê de Mobilização da UFF contra a 'Reforma' Trabalhista e da Previdência, apresentando uma agenda de mobilização para os próximos dias e a possibilidade de nova plenária unificada em breve, contando com a participação da Aduff e do Sintuff, dos trabalhadores terceirizados e dos discentes que ainda estão em processo eleitoral para o DCE.

Plenária Unificada que reuniu estudantes, professores e técnicos administrativos nos pilotis do Bloco O, no campus do Gragoatá, em Niterói: preparação para greve geral e busca da consolidação da unidade da comunidade universitária para defender os direitos ameaçados pelas reformas

Confira o calendário unificado de lutas: Quarta-feira (26 de abril)

• Quinta-feira (27 de abril)

Sexta-feira (28 de abril)

• 7h - Ato em frente ao Hospital Universitário Antonio Pedro, na rua Marquês do Paraná • 9h - Ato em sessão do Conselho Universitário • 14h - Debate sobre a 'reforma' da Previdência na UFF em Santo Antônio de Pádua • 16h - Debate sobre a 'reforma' da Previdência no auditório da Escola de Serviço Social, bloco E, no Campus do Gragoatá.

• 7h - Panfletagem nos campi da UFF em Niterói, com concentração no pórtico do Gragoatá

• 7h - Ato em frente ao Huap • 10h - Ato em defesa da Uerj - Universidade do Estado do Rio de Janeiro: aula pública em frente ao Palácio da Guanabara • 13h - Panfletagem em frente à Estação das Barcas, em Niterói, e concentração para travessia rumo ao ato no Rio de Janeiro • 14h – Concentração para marcha na Alerj - Assembleia Legislativa do Estado do RJ • 18h – Ato unificado das centrais sindicais na Cinelândia.

• 17h - Panfletagem em frente à Estação das Barcas, em Niterói (Praça Arariboia).


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