As palhaçadas de biu

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INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.

INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.

COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte


MANOEL CAMILO DOS SANTOS

AS PALHAÇADAS DE BIU

1976



No SertĂŁo de Pernambuco No interior do Estado Distante d'uma cidade Um velho remediado Tinha uma fazendola Vivia ali descansado

Chamava-se ZĂŠ GibĂŁo Esse velho fazendeiro Tinha um filho somente E esse ainda solteiro Foi o maior caipora Que houve no mundo inteiro Biu enquanto foi menino Numa escola aprendia Era muito inteligente Mas sempre sofria Devido o seu caiporismo Apanhava todo dia


Sempre lhe acontecia Na escola uma moleza Virava ali um tinteiro Borrava os livros da mesa Era uma surra de "bolo" Que levava com certeza Quando nada acontecia Devido a moleza dele Era um se levantar E o banco cair com ele Alem da queda e a valia S贸 botavam culpa nele

Assim mesmo ele aprendeu Ler, escreveu e contar Depois deixou a escola Pra n茫o morrer de apanhar Ja estava rapaz feito S贸 pensava em se casar


Biu sabia muito ler Mas era muito acanhado Se via moça de perto Ficava encabulado Baixava a vista e ficava Muito tempo alí calado

Por tanto o saber de Biu De quase nada servia Não queria trabalhar Não comprava nem vendia Como era filho único O pai não aborrecia Um dia Biu disse ao pai Eu sô um rapai sortêro Mai minha vida é iguà A de um rapai prisionêro Vô inventá um negoço Pra tomém canhà dinhêro


O velho disse: É verdade Eu sempre tenho dizido Qui voce mô fio é Um tanto esmuricido Num foi fio de pai pobe Eem idade e soi sabido

Biu disse: Eu tenho vontade De cortá carne na fêra Disse o velho: Pôi então Mate a vaca lavendêra Leve pra cidade e venda É negoço de promêra

Na quinta feira seguinte Logo cedo combinaram Pegaram a dita vaca No mesmo instante mataram Fizeram à carne em matas Depois de seca emolaram


Biu junto com um portador Sairam de madrugada Uma Êgua com a carga E Biu em outra selada Quando chegaram na rua A feira estava trancada Quando chegaram na feira Embora com pouco jeito Arranjaram uma torda Biu ficou bem satisfeito Ficando mesmo de frente So sobrado do Prefeito Depois Biu casualmente Olhando para as janelas Do sobrado do Prefeito Viu 3 moças muito belas Passou o dia entretido Somente a olhar pra elas


As moças passaram o dia Na varanda do sobrado Destraindo com a feira Biu de lá admirado Passou o dia e à tarde Vendeu a carne fiado

As 3 moças na varanda Passaram o dia brincando Nem viram aquele <<besta>> Que lhes estava espreitando Era Biu, o qual voltou Pra casa se pabulando

Quando Biu chegou em casa O velho lhe perguntou - Cuma te fosse de feira Vendeu tudo que levô? Biu disse: - a fêra foi rim E a carne toda sobrô


Cuma a fêra foi rim Vendí a carne fiado Arrumei um casamento Cum a moça dum sobrado E quero qui mô pai vá Acertá o meu noivado

O velho disse: mô fio Casamento assim num vai Logo da primeira vei Qui voce na rua sai Biu sorrindo disse ao velho Eu sô jeitoso mô pai O rapaz dizendo isto No mesmo instante saiu O velho olhando a velha E perguntou: voce viu? Mim diga se acha jeito Naquela história de biu


A velha disse: eu sei là Tudo pode acontecê Gente moça é o cão Se lembra o qui fei voce Do mermo jeito é seu fio Disse o velho: pode sê

A velha disse: essas coisa É mermo da mocidade E eu sendo voce ia Logo amanhã na cidade Justá este casamento O velho disse: é verdade

O velho disse: È mermo Apoi amenhã eu vô Qui tudo sópresta im quente Você agora acertô E biu voce vai tombem Viu respondeu: sim sinhô


No outro dia cedinho Se preparam direito Vestiram roupa de mescla E botaram para-peito Selaram as bestas e sairam Cada qual mais satisfeito Quando chegaram na rua Bem da frente ao sobrado Amarraram os animais Num pé de figo copado Bateram palmas na porta Nisto saiu um criado

O criado perguntou-lhes Tem negócio com o patrão? Tenho e num tenho seu moço Tà im casa o capitão? Quiria falar cum ele Disse o criado; pois não.


O prefeito se achava Na sala superior O criado foi entrando E dizendo Senhor doutor Là fora tem dois vaqueiros Querem falar com o senhor

O prefeito que estava Bastante preocupado Disse ora inda mais esta Não negocio com gado Mas diga a eles que entrem, Disse o prefeito zangado

O criado disse: Entrem O velho disse: por não, Entrou um atrás do outro Tudo de chapéu na mão Com as esporas arranhando O mosaico do salão


Quando chegaram na sala O velho disse: bom dia Seu major eu sô o dono Da Fazenda da Cutia E vim justar o casamento Do mô fio cum sua fia. E que casamento é este? O Prefeito perguntou O velho disse: Num seio Taí ele qui contô Biu disse tô pá casar Cum a fia do sinhô

O doutor disse: ou Lindalvá Nisso a mais velha chegou Será esta a sua noiva? O Prefeito perguntou: Biu levantou a cabeça E respondeu: Nom sinhô


Volte minha filha e mande A sua irmão Conceição E esta quando chegou O pai perguntou: então Será esta seu rapaz? Biu olhou e disse: não Volte minha filha e mande A sua irmã Nazaré Esta chegando na sala Disse: pronto pra que é Disse o doutor: será esta? Biu olhou e disse: é

És noiva deste rapaz Perguntou o doutor ligeiro A moça lhe respondeu: Nunca vi este vaqueiro Biu disse: mai eu ja vi A sinhora um dia inteiro


Biu disse: eu sô aquele Qui onte passei o dia Cortando carne na fera E mencê cum alegria Lá de riba do sobrado Uiava eu e sirria

Apoi bem eu sô aquele Qui quando mencê sirriu Eu balencei pó seu lado O lenço qui inté caiu E lhe perguntei baixinho: Mencê quer casá com biu?

É de tarde fui pra casa Cum todo contentamento Passei a noite agarrado Cum mencê no pensamento E agora vim pra gente Acertá o casamento


O doutor fez ar de riso Pro rapoz e pro velhote A moça se retirou Dizendo: -- Que paparote Em dias da minha vida Nunca ví esse timote

Disse o Prefeito: pois vamos Cuidar da arrumação E disse a o criado: - vá Diga ao tenente João Que me mande as ordenanças Porque tenho precisão.

Nisto o doutor retirou-se Biu perguntou sem consolo Ordenança serà sordado? Disse o velho: rapai tolo Qui danado de sordado Ordenança num, é bolo


Disse o velho: ele mandou Foi fazer cafè pra gente E mandou buscá os bolo Na casa de seu tenente Nisso a polícia chegou O velho disse: - <<Oxente!

Disse o Prefeito aos soldados Os senhores sem demora Agarrem estes vaqueiros E os arrastem para fora Dem cada um, um molho Depois mandem irem embora

Um soldado foi ao velho Tomou-lhe logo o quicè E o outro agarrou Biu E danou-lhe um ponta-pé Biu disse: Taí mô pai Café cum bolo o qui é


Nada valeu peditório Foi couro não houve jeito O facão falou francês Foi a torto e a direito: Casamento bom è este Dizia em grito o Prefeito

Quando a polícia soltou-os Eles fizeram carreira Nas bestos e onde passavam Era grande a tinideira Com tanta velocidade Que só se via a poeira A velha estava na porta Cheia de contentamento Foi dizendo: Viva os norvo O velho nesse momento Pulou e disse: égua véia Fala aí im casamento


Pro caso desse poiquêra Apanhei qui quage morro Tô cum a guela rôca De tanto pedir socorro Eu num seio aonde è qui tô Qui num mato esse cachorro Levei tanta facãozada Qui vi a hora morrê Pro caso desse safado Moi agora eu vô dizê Se falare nisso ainda Eu mato ele e voce

No outro sabado seguinte Biu disse: Hoje eu resolvo Aquela carne fiada Qui vindí aquele povo O velho disse: O que Tu vai apanhà de novo


Biu disse: Mô pai aquela Mim butô sà na mulêra Aquela mim ficará Pro primêra e derradêra Disse o velho: Ja seu corno Namore moça na fêra

Biu disse isso e montou-se E saiu muito vexado Entrou na rua com medo De encontrar com soldado Procurou seu devedor O qual não foi encontrado

Ficou muito desgostoso No meio do pessoal Então para distrair-se Comprou alí um jornal Lendo encontrou um anùncio Que vinha da capital


Dizia assim o anúncio Precisamos de um rapaz O que tiver competência Em casas comerciais Se apresente em Recife Na rua Largo da Paz

Na casa nùmero 50 Com loja e mercearia A firma é a seguinte: J. M & Cia. O emprego é guarda-livro Assim o Jornal dizia:

Biu quando leu o jornal Fez logo um plano certeiro Disse: Vô cumprá uma roupa E mandà cusê ligêro E digo a mô pai qui vô Pro Recife ser caxêro


Biu chegou em casa e disse O plano que ja trazia O velho disse: Mô fio Eu seno você num ia Biu disse: Eu vô mô pai Caxêro tem garantia Biu mandou fazer a roupa Vestiu-se e fez a partida Pra rua e pegou o trem Bem satisfeito da vida No mesmo dia chegou Na capital referida

Quando chegou na Centra No meio da multidão Quase que fica assombrado Vendo gente em borbutão Perguntou a um chapiado: Hoje aqui tem prucissão?


Disse o chapiado: Não Isso aqui è todo dia: E esse povo aqui qué Qui buzino, qui arrilia Um passa e ôto passa Chega mim fai agunia

Perguntou-lhe o chapiado A onde ès morador? Na Fazenda da Cutia Onde mô pai me criou: Ja tinha vindo em Recife? Biu respondeu: Nom sinhor Foi essa a primêra vei Qui eu vim mim impregá Cunhece seu J.M.? È pó onde eu vô é pa lá É lá no Laigo da Pai Vamo mai eu mim insinà


O rapaz lhe disse: --- vamos Mas você me paga bem Eu levo sua maleta Biu lhe disse: Num convem Aqui tem muito gatume Eu num cunfio im ninguem Disse o rapaz: Está certo Seguiram nesse momento Biu que nunca tinha visto Semelhante movimento Ia de cara pra cima Que parecia um jumento No Mercado São José biu fez uma palhaçada Ia olhando pra cima E tropeçou na calçada Caiu com maleta e tudo Foi uma queda danada


Quando Biu se levantou O povo todo sorria Disse o chapiado: - vamos Não posso perder um dia Seguiram e logo chegaram Na dita mercearia

O rapaz disse: É aqui Me pague, eu quero voltar Biu botou a mala abaixo Disse: Vote è pá pagá? Voce nem trôve a maleta Num vei só mim insiná

O rapaz disse: A maleta Eu lhe pedi pra trazer Voce não quis me entregar A razão não sei porque A viagem é dois mil rèis Biu respondeu: pago o que


Não paga? ora não paga Voce paga é até mais Nisso foi chegando um guarda E disse: pague ao rapaz, Biu aí pagou e disse: Dêxa tistà satanai Ele pagou e entrou Na casa comercial Disse bom dia patrão Eu sò vim na capitá Foi pro caso dum anunço Qui incontrei num jornal

O comerciante disse: E senhor tem competência? Biu respondeu: Eu num seio Dizer a sua incelença O patrão disse: Queremos Um rapaz de consciência


- Você é do interior? Lhe perguntou o patrão Biu lhe disse: Nom sinhô Eu moro lá no sertão Mô pai é um fazendêro Qui se chama Zé Gibão

O patrão disse està certo Tome conta do escritório Và enchendo essas faturas È serviço provisório Quero ver se você faz Serviço satisfatòrio Nessa dita casa tinha Seis caixeiros no balcão Biu começou nas faturas A ensino do patrão Até que chegou a hora De fazerem refeição


As onze horas do dia Chegou na porta a criada E disse: pronto patrão Está pronta a feijoada Nisso o patrão disse: vamos Almoçar rapaziada

Os caixeiros foram entrando Biu tambem se levantou Bateu a mão no tinteiro E a tinta derramou Em cima do escritório Tudo que tinha borrou O patrão disse: oh rapaz Botaste tudo a perder Biu tirou um lenço branco Começou a embeber A tinta que nos papeis Era tanta de correr


Disse o patrão: deixe isso E va embora almoçar Os caixeiros já estão Na mesa a lhe esperar Viu entrou muito vexado Quase sem poder falar

Quando ele entrou na sala Tropeçou em um batente Foi de arrojo e peitou Em um espelho na frente O qual devido a pancada Ficaram os cacos somente

Quando Biu chegou na mesa Quase assombrado sentou-se Nem disse ali aos caixeiros O que là fora passou-se Começou logo a comer Ao mesmo instante instalou-se


Botou café em um pires Deu um chupo e engoliu Formou um nò na goela Fechou os olhos e tossiu Esticou-se na cadeira Todo mundo ali sorriu

Debaixo da dita mesa Tinha um cachorro deitado Quando Biu esticou a perna Foi logo abucanhado Ele ai pulou de costas E foi feio o resultado

Um botão do palitó Que tinha se colocado Ao crochê da dita mesa Estava bem engatado Quando Biu pulou de costas Arrastou o toalhado


Pulou com o toalhado Por cima duma cadeira Os pratos cairam todos E ficou a bagaceira O cachorro vendo aquilo Endoideceu na carreira

Os caixeiros ali ficaram Tudo de talher na mão Biu assombrado correu Nessa mesma ocasião Com a toalha entre as pernas Foi esbarrar no balcão O patrão quase se assombra Quando Biu chegou lá fora Entrou viu o prejuizo Disse: Ou tipo caipora Voltou e disse: Rapaz Pegue a reta vá embora


Dalí Biu voltou pra casa Dizendo muito zangado Quage mim acunticia Cuma da vei do sobrado Demo leve certo imprego Patrão caxêro e sordado E seguiu pra casa a pés Um tanto mal satirfeito Quase liso resolveu À ir trabalhar no eito No Engenho Chega e Fica Aí sim, sofreu direito

Quando chegou no engenho Foi logo no barracão Comprou 100 gramas de carne E tomou um bom pilão Começou a conversar Dizendo ser valentão


O senhor do engenho disse: Va botar la no banheiro Umas quatro latas dagua E seja muito ligeiro Biu lhe disse: Va voce Eu num sô seu paricêro O homem partiu em cima Pegou-o pelo gogò Biu disse: mô patrãozinho Num me mate tenha dò Nisto o mijo ja estava Correndo no mocotó Tremendo e todo mijado Aí o homem o soltou E biu chorando correu A meia noite chegou Numa grande casa velha Para dormir embocou


Então no quarto da casa Tinha defunto enforcado Ele quando entrou, bateu Com a cara no finado E assombrado agarrou-se Com o defuntão inchado

E deu um grito tão grande Quando o caso aconteceu Deu um empurrão no defunto Que a casa estremeceu E assombrado gritando De estrada a fora correu. No outro dia chegou Numa pequena cidade Arranjou logo um serviço Com muita facilidade Entendeu de se casar Foi nova infelicidade.


Quando alí ganhou dinheiro Comprou roupa e se ageitou Com uma moça doidada Logo um namoro arranjou E a pedi-la em casamento Um dia se destinou

Na casa do pai da moça Falou na porta e bateu - Ou de casa: - Ou de fora O velho lhe respondeu - Quem é? perguntou o velho: - Num é ninguem não, sou eu Quando o velho abriu a porta O besta só fez dizer Eu vim pidí sua fia Dê se quizè ou num dê O velho disse: Primeiro Me diga quem è voce


Ele disse: Eu sô Biu E mô pai è Zé Gibão O velho disse: Está certo Entre aqui para o salão Vamos acertar direito E tratar da arrumação

Biu entrou e se sentou Num recanto do salão Com o chapéu entre as pernas E a bengala na mão E com a cabeça baixa A ninguem dava atenção

E batendo com os pés O chapéu escapoliu Ele apanhou o chapéu Nisso a bengala caiu Com todo pesso que tinha Que o salão "zuniu"


Todo mundo alí sorriu Com a queda da bengala E Biu de encabulado Ja tinha perdido a fala Nisto trouxeram o café Para tomarem na sala

Porem Biu que não sabia Se o café estava quente Encheu a boca e gritou: No meio de toda gente Espanou café na cara De quem estava na frente

Cairam os pires das mãos O cafe se derramou Por cima das pernas dele Queimando tudo, gritou: Ô cafe quente danado Aí de costas pulou


Pulou de costas e bateu Com a cabeça na janela Que estava aberta atras dele Biu agarrou-se com ela Mordeu-a e ficou chorando Com a dor da pancada dela Biu chorando com a dor Disse: Qui casa danada Mim queimei cum o cafè E essa amardiçuada Quage me quebra a cabeça Isso é uma iscumuagada

Abriu a porta e saiu Vermelho como uma brasa Dizendo: - Cum essa é duas Danado é quem mai se casa Pode havê o qui hovê Morro e num sai de casa


Daí foi chegar em casa Com três semanas e meia Contou tudo o que sofreu Ao pai com cara feia Disse o velho: - Tu soi mole Qui só rabo de uveia Malimpregado mô fio As letras qui tu aprendesse Nem valeu a pena o meno Os leite qui tu bebesse E os fogo qui sortei Logo assim qui tu nascesse

Cum nada mai mim importa Assim Biu o respondeu: Mai nunca eu sai de casa Inda qui diga um judeu Longe de casa tu inrica O cão qui va mai não eu FIM



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