Vivências e diversidade

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Clecio Bunzen Doutor em Linguística Aplicada, professor do Ensino Superior.

Márcia Mendonça Doutora em Linguística, professora do ensino superior e autora de materiais didáticos voltados para educação de jovens e adultos.

Maria Amábile Mansutti Licenciada em Pedagogia, autora de currículos e materiais didáticos de Matemática para o Ensino Fundamental.

Marina Marcos Valadão Doutora em Saúde Pública, graduada em Enfermagem e Obstetrícia, professora do Ensino Superior.

Roberto Catelli Jr. Mestre em História, autor de obras didáticas, formador e assessor para a educação básica na modalidade educação de jovens e adultos.

Roberto Giansanti Bacharel em Geografia. Consultor e produtor de material didático para a área de educação de jovens e adultos.

2a edição, São Paulo, 2013

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© Ação Educativa, 2013 2a edição, Global Editora, São Paulo 2013 Global Editora Diretor editorial Jefferson L. Alves Gerente editorial Dulce S. Seabra Gerente de produção Flávio Samuel Coordenadora editorial Sandra Regina Fernandes Assistente editorial Rubelita Pinheiro Preparação e revisão de textos Garagem Editorial (coord.) Agnaldo Alves Alexandra Resende Roberta Oliveira Stracieri Shirley Gomes Tereza Cristina Duarte Pesquisa iconográfica Tempo Composto Ilustrações Avelino Guedes Planeta Terra Design

Ação Educativa Diretoria Luciana Guimarães Maria Machado Malta Campos Orlando Joia Coordenação geral Vera Masagão Ribeiro Coordenação editorial Roberto Catelli Jr. Consultoria Rosane Acedo Vieira (Artes) Sandra Regina Correa Amorim (Matemática) Assistentes editoriais Dylan Frontana Fernanda Bottallo Estagiários em editoração Camila Cysneiros Marcel Coronato Apoio EED – Serviço de Igrejas Evangélicas na Alemanha para o Desenvolvimento

Cartografia Maps World Mario Yoshida Sonia Vaz Capa Eduardo Okuno Mauricio Negro Foto da capa Stefan Kolumban/Pulsar imagens (Capoeira na Bahia, 1993) Projeto gráfico e editoração eletrônica Planeta Terra Design

Direitos Reservados Global Editora e Distribuidora Ltda. Rua Pirapitingui, 111 – Liberdade CEP 01508-020 – Sao Paulo – SP Tel.: (11) 3277-7999 – Fax: (11) 3277-8141 e-mail: global@globaleditora.com.br www.globaleditora.com.br

Rua General Jardim, 660 CEP 01223-010 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3151-2333 – Fax: (11) 3151-2333 r.: 135 e -mail: acaoeducativa@acaoeducativa.org www.acaoeducativa.org.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ V842 2. ed. v. 2 Vivências e diversidade, volume 2 : anos iniciais do ensino fundamental / Clecio Bunzen ...[et. al.]. - 2. ed. - São Paulo : Global, 2013. 400, 480 p. : il. (Viver, Aprender) Inclui bibliografia ISBN 978-85-260-1861-7 (aluno) - 978-85-260-1861-4 (educador) 1. Ensino fundamental - Compêndios. 2. Jovens - Educação. 3. Educação de adultos. I. Bunzen, Clecio. II. Título. III. Série. 13-00358

CDD: 374 CDU: 374

Colabore com a produção científica e cultural. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a autorização do editor. No de Catálogo (aluno): 3485 No de Catálogo (educador): 3486

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Apresentação

Caro aluno, cara aluna,

O

livro que você está recebendo agora vai ajudá-lo a conhecer mais o mundo da escrita e dos números. Além disso, permitirá saber mais sobre assuntos que dizem respeito à vida de todos nós, como a saúde, a sexualidade, o trabalho, a cidade e o campo, a riqueza cultural brasileira, a participação política, os direitos humanos, os meios de comunicação e muitos outros. Este livro foi feito para pessoas jovens e adultas que, como você, desejam continuar aprendendo por toda a vida. Ele traz histórias de vida, letras de música, notícias, mapas, gráficos, poemas, crônicas e muitos outros textos. Você vai aprender a estudar e também a ler e escrever cada vez melhor no seu dia a dia, seja no trabalho, na família ou na comunidade. Há no livro muitas atividades que vão desafiá-lo a aprender mais sobre as pessoas e a sociedade em que vivemos, sobre o lugar onde você vive e também sobre o Brasil e outros países do mundo. Esperamos que além de ampliar seus conhecimentos sobre a realidade que o cerca, você possa cuidar melhor de si, dos outros e do lugar onde vive. Ele também lança o desafio, por meio de pesquisas e entrevistas, de buscar soluções para os problemas que afetam a vida de sua comunidade. Para fazer as atividades, você vai usar os saberes que já possui e vai realizar novas aprendizagens. No começo, muita coisa pode parecer novidade, mas aos poucos você verá o quanto já conhece e o quanto pode vir a aprender. Portanto, seu engajamento é fundamental: arrisque-se e vá em frente. Pergunte sempre e peça ajuda a seu professor e a seus colegas. O livro propõe diversas atividades para que você possa exercitar sempre o trabalho coletivo, seja em duplas, pequenos grupos ou com a turma toda. Falando, ouvindo, lendo, escrevendo, experimentando, pensando, pesquisando e trocando ideias, você vai aprender ainda mais. Quando terminar este livro, você terá adquirido muitos conhecimentos novos e as habilidades e capacidades para aprender que desenvolverá, o que será motivo de alegria e satisfação para você e para todos que torcem pelo seu sucesso. Você estará alcançando grandes conquistas e um direito que é de todos: o direito a uma educação de qualidade. Os autores

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Sumário EIXO 1 – IDENTIDADE E DIVERSIDADE CULTURAL Capítulo 1 – MUITO PRAZER, MEU NOME É...

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Capítulo 2 – NÚMEROS E IDENTIDADE

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Capítulo 3 – NOSSA CULTURA

27

Capítulo 4 – O CHÃO DA GENTE

38

Capítulo 5 – A INVENÇÃO DO BRASIL

50

Capítulo 6 – A ALIMENTAÇÃO DO BRASILEIRO

59

Capítulo 7 – OS POVOS AFRICANOS E A INVENÇÃO DO BRASIL!

69

Capítulo 8 – FALA, BRASIL!

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Capítulo 9 – UM MUNDO DE FORMAS

86

EIXO 2 – CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO Capítulo 1 – O CICLO DA VIDA

101

Capítulo 2 – O DESENVOLVIMENTO DOS BEBÊS

109

Capítulo 3 – QUANTO TEMPO VIVE O BRASILEIRO?

120

Capítulo 4 – DESENVOLVIMENTO HUMANO EM NÚMEROS

131

Capítulo 5 – CRIANÇAS E IDOSOS NO PRESENTE E NO PASSADO

143

Capítulo 6 – OS JOVENS NO BRASIL

158

Capítulo 7 – QUALIDADE DE VIDA E CIDADANIA

169

Capítulo 8 – INFORMAÇÃO, SAÚDE E CIDADANIA

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EIXO 3 – VIVER EM CIDADES Capítulo 1 – ELABORAR MAPAS, CONHECER O MUNDO

188

Capítulo 2 – ANDANÇAS NO CAMPO E NA CIDADE

207

Capítulo 3 – A CIDADE ONDE VIVEMOS

222

Capítulo 4 – A MODERNIZAÇÃO DO CAMPO NO BRASIL

234

Capítulo 5 – DE QUEM É ESSA TERRA?

246

Capítulo 6 – QUANTO CUSTA VIVER NAS CIDADES

257

Capítulo 7 – MOVIMENTOS SOCIAIS NO CAMPO E NA CIDADE

270

Capítulo 8 – MINHA CIDADE É NOTÍCIA!

284

Capítulo 9 – A CIDADE NA ARTE DA PALAVRA

293

Capítulo 10 – CALCULANDO NA CIDADE

302

EIXO4 – SEXUALIDADE Capítulo 1 – DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS

314

Capítulo 2 – MULHERES E HOMENS NA SOCIEDADE BRASILEIRA

325

Capítulo 3 – CONTANDO MULHERES E HOMENS

339

Capítulo 4 – EM QUE SOMOS DIFERENTES?

349

Capítulo 5 – MATERNIDADE E PATERNIDADE

357

Capítulo 6 – AS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E A AIDS

367

Capítulo 7 – NÚMEROS DAS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E DA AIDS Capítulo 8 – SEXUALIDADE COM HUMOR

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Eixo 1

Capítulo

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Muito prazer, meu nome é...

EM RODA Todas as pessoas têm um nome. Isso é fundamental para alguém ser reconhecido na sociedade. • Já pensou se ninguém tivesse nome? • Como nos identificaríamos para os outros? • Como abriríamos uma conta bancária? • E como seria para fazer a matrícula na escola? Os sobrenomes geralmente indicam de onde vieram os pais, os avós ou antepassados de uma pessoa: de Portugal, da Itália, do Japão, de povos indígenas do Brasil etc. Por exemplo, os sobrenomes de Maria da Silva Figueiredo têm origem portuguesa. A maioria das pessoas também tem sobrenome, o que ajuda a identificar a maternidade, a paternidade ou ambas. Veja o exemplo: NOME

Maria

SOBRENOME

da Silva

Figueiredo

Assim, alguém que se chame Maria da Silva Figueiredo tem um primeiro nome, também chamado de prenome, e dois sobrenomes que podem ser paternos, maternos ou o sobrenome da mãe mais o sobrenome do pai. Além disso, hoje, ao se casar, tanto o homem como a mulher podem conservar seus sobrenomes de solteiros ou acrescentar a eles o sobrenome do cônjuge.

GLOSSÁRIO

Cônjuge: pessoa com quem se mantém relação por meio de união ou casamento.

EM AÇÃO 1. Escreva seu nome completo. Você sabe a origem de seus sobrenomes?

2. Escreva o nome e sobrenome de dois colegas que seu professor vai indicar. Se precisar, consulte a lista de chamada da classe.

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3. Cada aluno deve ler os nomes que escreveu. A turma, então, vai verificar se há na classe colegas com o mesmo sobrenome. As pessoas com o mesmo sobrenome são sempre parentes? Explique sua resposta.

4. O quadro a seguir traz uma lista semelhante às listas publicadas com os nomes de pessoas aprovadas em um concurso público. Leia o nome delas e siga as instruções: NOME

João Paulo Alves Marinalva Ferreira dos Santos Fernanda Matos Paulo Santos Sampaio Lúcia Maria Carvalho Ana Maria Carvalho Pires Paiva Célia Alves da Silva Eleonora da Silva

CLASSIFICAÇÃO

1o 2o 3o 4o 5o 6o 7o 8o

a) Complete o quadro. Na primeira coluna, escreva os nomes dos aprovados; na segunda, escreva os sobrenomes. NOME

SOBRENOME

b) Prepare, no caderno, uma lista com o nome das pessoas aprovadas em ordem alfabética. Essa é a ordem em que as listas de concurso normalmente são organizadas. Atenção: É preciso observar com que letra começa o primeiro nome de cada pessoa.

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c) Se você tivesse passado nesse concurso, em que posição o seu nome apareceria na lista que está em ordem alfabética?

d) Imagine que um de seus colegas também passou no concurso. Escreva o nome desse colega e, observando a ordem alfabética, escreva em que posição ele apareceria.

EM GRUPOS O dicionário é um livro que tem uma grande quantidade de palavras e seus significados. Nos dicionários, as palavras também estão organizadas em ordem alfabética. Se você precisar consultar o significado de uma palavra no dicionário, observe inicialmente com qual letra ela começa. 1. Coloque em ordem alfabética as palavras EDITAL, MATRÍCULA e CONCURSO.

2. Com base na ordem alfabética, qual dessas palavras aparece primeiro? E qual aparece por último? Essa é a ordem em que elas aparecem no dicionário. Aproveite para conhecer o significado da palavra EDITAL. Observe que as páginas do dicionário são divididas em colunas e cada palavra definida vem destacada.

ectoplasma ectoplasma (ec.to.plas.ma) s.m. . (Bio.) Região pe-

riférica do citoplasma, de consistência gelatinosa.

. (Relig.) No espiritismo, plasma ou matéria que forma os espíritos, vivos ou desencarnados.

ecumênico (e.cu.mê.ni.co) adj. . Relacionado a ecumenismo. . Universal; geral. ecumenismo (e.cume.nis.mo) s.m. . Movimento pela união dos povos. . (Relig.) Movimento pela união de todas as igrejas cristãs.

E

ecúmeno (e.cú.me.no) s.m. Pessoa favorável ao ecumenismo.

eczema (ec.ze.ma) s.m. (Med.) Infecção vesiculosa e pruriginosa da pele, que causa coceira.

edema (e.de.ma) s.m. (Med.) Acúmulo anormal de linfa

ou outro líquido em um tecido ou órgão, com causa renal ou circulatória e acompanhado de inchaço. edematoso (e.de.ma.to.so) [ô] adj. (Med.) Semelhante a ou da natureza do edema; inchado. © Pl. edematosos [ó]. Éden (é.den) s.m. (próprio) Paraíso, nas religiões israelita, cristã e muçulmana. edênico (e.dê.ni.co) adj. Relacionado ao Éden; paradisíaco. edição (e.di.ção) s.f. . Ato ou efeito de editar. . Impressão de revista ou livro. . Seleção do que será publicado, em meio impresso ou outro: edição de texto, edição de imagem. . Cada um dos lotes de livros impressos na mesma ocasião: edição original, segunda edição. edícula (e.dí.cu.la) s.f. Pequena construção em fundos de terreno. edificação (e.di.fi.ca.ção) s.f. . Qualquer construção; obra. . Edifício. edificante (e.di.fi.can.te) adj.2g. Que edifica; instrutivo; construtivo. edificar (e.di.fi.car) v.t.d. . Construir. . Doutrinar moralmente; instruir. edifício (e.di.fí.ci.o) s.m. Construção para habitação ou comércio; prédio. edil (e.dil) s.m. Vereador. edital (e.di.tal) adj.2g. . Relativo a édito. s.m. . Cópia de édito para divulgação em lugares públicos e imprensa. editar (e.di.tar) v.t.d. . Publicar, imprimir, lançar: editou um livro e uma revista. . Escolher os elementos que serão publicados, fazendo cortes ou alterações de conteúdo. édito (é.di.to) s.m. Ordem judicial publicada em editais ou anúncios. edito (e.di.to) s.m. Preceito; decreto; lei. editor (e.di.tor) [ô] s.m. e adj. . Que, ou o que edita. s.m. . Pessoa responsável pela publicação de livros, jornais ou revistas. . Pessoa responsável pela edição de um dos elementos de uma publicação ou veículo de comunicação: editor de texto, editor de imagens. . Pessoa responsável por uma editoria ou área especializada de uma publicação: editor de esportes, editor de política. editora (e.di.to.ra) [ô] s.f. Organização que edita livros e outras publicações.

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editoração (e.di.to.ra.ção) s.f. . Ação de editorar. . Produção de um livro, jornal, revista ou outra publicação, reunindo texto e imagens de modo que possam ser impressos na gráfica.

editorar (e.di.to.rar) v.t.d. Produzir uma publicação, dispondo texto e imagens no formato final.

editoria (e.di.to.ri.a) s.f. Cada uma das seções es-

pecializadas de um jornal, enciclopédia, site etc.; cargo, função de editor especializado: editoria de política, editoria de esportes. editorial (e.di.to.ri.al) adj.2g. . Relativo a editor ou editora de livros, à publicação de livros. s.m. . Artigo assinado pelo editor de um jornal ou revista, que debate uma questão; artigo de fundo. editorialista (e.di.to.ri.a.lis.ta) s.2g. Autor de editorial. edredão (e.dre.dão) s.m. O mesmo que edredom. edredom (e.dre.dom) s.m. Cobertura para cama, acolchoado. O mesmo que edredão. educação (e.du.ca.ção) s.f. . Ciência ou arte de educar, de colaborar para o aprendizado. . Ação de educar; ensino, instrução. . Cortesia; polidez. educacional (e.du.ca.ci.o.nal) adj.2g. Relacionado a educação ou ensino, que oferece educação. educado (e.du.ca.do) adj. . Que se educou. . Gentil, polido. educador (e.du.ca.dor) [ô] s.m. e adj. (Aquele) que educa; preceptor; professor; mestre. educandário (e.du.can.dá.ri.o) s.m. Estabelecimento que se destina à educação. educando (e.du.can.do) s.m. Aquele que recebe educação; colegial; aluno. educar (e.du.car) v.t.d. . Professar a educação; ensinar. . Doutrinar. educativo (e.du.ca.ti.vo) adj. Que se aplica à educação ou que serve para educar. edulcorante (e.dul.co.ran.te) adj.2g. . Que adoça, que dá sabor doce: efeito edulcorante. s.m. . Substância sem calorias usada na indústria de alimentos, bebidas ou medicamentos. efe (e.fe) [é] s.m. Nome da letra F. efeito (e.fei.to) s.m. . Consequência. . Resultado; realização. . Destino; fim. efemeridade (e.fe.me.ri.da.de) s.f. Qualidade de efêmero, do que dura pouco. efeméride (e.fe.mé.ri.de) s.f. . Notícia diária. . Registro dos acontecimentos de cada dia. . Data histórica. efêmero (e.fê.me.ro) adj. . Que dura pouco. . Passageiro; transitório. efeminação (e.fe.mi.na.ção) s.f. Ação de efeminar (-se). efeminado (e.fe.mi.na.do) adj. Que tem aparência ou gestos femininos; muito delicado, feminino. efeminar (e.fe.mi.nar) v.t.d. e v.p. Tornar(-se) efeminado. efervescência (e.fer.ves.cên.ci.a) s.f. . Ebulição dentro de um líquido. . Fervura. . (Fig.) Abalo do espírito; excitação.

09:12:01 Silveira Bueno. Dicionário Global Escolar Silveira Bueno de língua27.10.09 portuguesa. São Paulo: Global, 2009.

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USO DO DICIONÁRIO

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DOCUMENTOS PESSOAIS EM RODA A certidão de nascimento é um documento oficial, ou seja, reconhecido pelo Estado. Quando uma criança nasce, a família deve registrá-la em um cartório autorizado, nos seus primeiros 90 dias de vida. Esse registro é obrigatório e gratuito para todos os brasileiros. No entanto, segundo o Censo de 2010, no Brasil cerca de 9 milhões de pessoas ainda não possuíam o registro de nascimento. Que dificuldades esses cidadãos podem encontrar no decorrer da vida com a falta desse documento?

GLOSSÁRIO

Censo: dados reunidos em uma pesquisa que caracterizam a população de uma região ou de um país.

Para ler um documento pessoal, como a certidão de nascimento, observe o cabeçalho (parte superior do documento), onde normalmente está o órgão responsável pela emissão, e observe também o corpo do documento, com as informações sobre a pessoa.

Reprodução

PARA LER DOCUMENTO PESSOAL

cabeçalho (órgão responsável pela emissão do documento e informações da pessoa).

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1. Localize alguns dados na certidão de nascimento que você leu:

a) nome e sobrenome da pessoa; b) data de nascimento; c) paternidade e maternidade; d) avós maternos e avós paternos; e) o local de nascimento; f) data em que o documento foi feito e o órgão que o emitiu. 2. Calcule a idade da pessoa. Para isso, observe a diferença entre o ano atual e o ano em que ela nasceu.

3. Dos documentos a seguir, assinale aqueles que você possui. Todos eles constituem sua identidade legal.

d) ( ) Carteira de trabalho e) ( ) Título de eleitor f) ( ) Carteira de reservista Reprodução

a) ( ) Certidão de nascimento b) ( ) Registro geral (RG) c) ( ) Cadastro de pessoa física (CPF)

EM RODA Você percebeu quantas informações podemos obter sobre a vida de alguém e sobre sua identidade pessoal? Mas quais outros elementos constituem essa identidade? Podemos lembrar alguns: profissão, modo de pensar, crenças, escolaridade, maneira de se vestir, entre outros. Em sua opinião, o que mais faz parte da história de um indivíduo e caracteriza sua identidade pessoal?

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Acompanhe a leitura da biografia de Chico Mendes, que será feita pelo professor. Observe os detalhes da vida do seringueiro.

Mario Friedlander/Pulsar Imagens

PARA LER BIOGRAFIA

Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, nasceu em 1944, em Xapuri, no Acre. Seu pai era seringueiro, ou seja, trabalhava na extração do látex, matéria-prima da borracha. Ainda criança, começou a exercer a profissão do pai. Depois de adulto, tornou-se também sindicalista e defensor da justiça social, lutando pelo direito dos seringueiros ao trabalho e pela preservação da Floresta Amazônica. A mata vinha sendo destruída pela ocupação ilegal de terras que seriam utilizadas para a criação de gado. Havia também o problema das madeireiras, que atuaCentro de memórias Chico Mendes. vam ilegalmente no corte das árvores nativas. Xapuri (AC), abril de 2012. Em 1977, ele fundou com algumas pessoas o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri e foi eleito Uma biografia narra a história vereador pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Na de vida de uma pessoa e traz época, o MDB era o partido de oposição ao governo militar também informações sobre a do Brasil. Chico Mendes foi também um dos fundadores do sociedade a que ela pertence. Partido dos Trabalhadores (PT) no Acre, em 1980. Defendeu a “União dos Povos da Floresta”, cujo objetivo era a exploração da Floresta Amazônica sem a sua destruição. Essa proposta também pretendia defender interesses e direitos dos habitantes da floresta. Em 1988, ele foi assassinado. Os mandantes do crime eram fazendeiros contrários às suas ideias e que viam seus interesses econômicos prejudicados pelas propostas do sindicalista. Os assassinos foram presos e condenados. Chico Mendes era casado e tinha dois filhos. Era uma pessoa pacífica, conciliadora e que sabia negociar. 1. Faça uma lista com aspectos da vida de Chico Mendes que ajudem a compor a sua identidade pessoal. Começamos para você: seringueiro, , ,

,

,

.

2. Com a ajuda do professor, localize em um mapa do Brasil a cidade e o estado em que Chico Mendes nasceu. Escreva o nome desses lugares.

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EM GRUPOS A biografia que acabamos de ler traz passagens que marcaram a vida de Chico Mendes. Ela fala da região em que ele nasceu e viveu, de suas atividades, seu modo de ver o mundo e a sociedade. Assim, foi possível conhecer um pouco da identidade do sindicalista, que perdeu a vida devido a conflitos com fazendeiros contrários às suas ideias. Converse com seus colegas sobre a seguinte questão: • Você acha que as atitudes e o modo de pensar de cada um estão relacionados ao modo de vida e às preocupações de sua época?

PARA LER LETRA DE CANÇÃO O texto que você vai ler agora é uma letra de canção de Chico Buarque, músico e escritor brasileiro. Nela, ele fala de suas origens familiares e de compositores que marcaram a sua obra musical.

Paratodos O meu pai era paulista Meu avô, pernambucano O meu bisavô, mineiro Meu tataravô, baiano Meu maestro soberano Foi Antonio Brasileiro Foi Antonio Brasileiro Quem soprou esta toada Que cobri de redondilhas Pra seguir minha jornada E com a vista enevoada Ver o inferno e maravilhas Nessas tortuosas trilhas A viola me redime Creia, ilustre cavalheiro Contra fel, moléstia, crime Use Dorival Caymmi GLOSSÁRIO

Redime: liberta, livra do mal. Redondilha: tipo de verso. Toada: cantiga de melodia simples.

Vá de Jackson do Pandeiro Vi cidades, vi dinheiro Bandoleiros, vi hospícios Moças feito passarinho Avoando de edifícios Fume Ari, cheire Vinícius Beba Nelson Cavaquinho

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Para um coração mesquinho Contra a solidão agreste Luiz Gonzaga é tiro certo Pixinguinha é inconteste Tome Noel, Cartola, Orestes Caetano e João Gilberto Viva Erasmo, Ben, Roberto Gil e Hermeto, palmas para Todos os instrumentistas Salve Edu, Bituca, Nara Gal, Bethania, Rita, Clara Evoé, jovens à vista GLOSSÁRIO

Evoé: saudação que equivale a “salve”. Inconteste: aquilo que não se contesta, de que não se duvida.

O meu pai era paulista Meu avô, pernambucano O meu bisavô, mineiro Meu tataravô, baiano Vou na estrada há muitos anos Sou um artista brasileiro Chico Buarque. Paratodos. Rio de Janeiro: BMG – Ariola, 1993. Faixa 1.

1. Destaque um trecho da letra da canção que fale das origens familiares do compositor. 2. Em vários momentos, Chico Buarque relembra que a música pode ser um alívio para certos males, algo bom para a alma. Um exemplo é o trecho: Nessas tortuosas trilhas A viola me redime

Ele brinca com a palavra trilha, que significa “caminhos” e também “trilha musical”. Destaque outras passagens em que o compositor fala do bem que a música nos faz. 3. Agora, complete os versos a seguir de acordo com a sua história: O meu pai era/é Meu avô O meu bisavô, Meu tataravô Vou na estrada há muitos anos Sou

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PENSANDO SOBRE A LÍNGUA 1. Observe os nomes e apelidos presentes na canção. As letras usadas são todas minúsculas? Nesses nomes, em que posição estão as letras maiúsculas? Discuta com seus colegas. 2. Volte a olhar a lista de aprovados apresentada no início deste capítulo. O que você observa em relação ao uso de letras maiúsculas e minúsculas nos nomes e sobrenomes? 3. Escreva o seu nome completo, usando letras maiúsculas e minúsculas.

Ilustração digital: Avelino Guedes

4. Saber quando usar letras maiúsculas pode ser muito importante no momento de preencher formulários e envelopes de cartas. Veja o exemplo a seguir e preste atenção ao uso das maiúsculas:

• Agora, preencha a frente e o verso de um envelope com o seu nome e endereço.

PARA PESQUISAR Você conhece os artistas citados por Chico Buarque na letra da canção? Para descobrir mais informações sobre pessoas que influenciaram o compositor, faça uma pesquisa na internet ou em enciclopédias, livros, revistas, jornais etc. Siga as instruções da próxima página.

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1. Monte, em seu caderno, um quadro com os nomes e apelidos dos artistas, a seguir, na ordem alfabética, ou seja, na sequência em que você os encontraria num dicionário ou numa enciclopédia.

Dorival Caymmi

Jackson do Pandeiro

Antonio Brasileiro Noel Rosa

Luiz Gonzaga

Nara Leão

Caetano Veloso Roberto Carlos

Gal Costa

Hermeto Pascoal

João Gilberto Jorge Benjor

Cartola

Gilberto Gil Maria Bethania

Pixinguinha

Erasmo Carlos Orestes Barbosa

Edu Lobo

Clara Nunes Bituca

2. Com um pequeno grupo de colegas, escolha cinco artistas para serem pesquisados. Faça um quadro no caderno, escreva o nome de cada um e preencha com palavras-chave sobre eles. Se for usar a internet, digite o nome do artista no espaço destinado à pesquisa. O professor irá ajudá-lo. Veja o exemplo: Antonio Brasileiro: compositor – Tom Jobim – carioca – bossa-nova...

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA 1. Ao listar os artistas na atividade anterior, você pode ter ficado em dúvida sobre a ordem dos nomes, já que alguns começam com a mesma letra. Releia: Jackson do Pandeiro – João Gilberto • Qual é a primeira letra de cada nome? • Como você decidiria qual dos nomes viria primeiro na lista que elaborou? Discuta com os colegas. • Quando a primeira letra de duas palavras é igual, devemos observar a letra para colocá-las em ordem alfabética. Assim, a ordem alfabética é: Jackson

João

A letra A, que é a segunda letra da palavra Jackson, no alfabeto, vem antes da letra O, que é a segunda letra da palavra João. 2. Agora, observe novamente a lista de artistas que você organizou e responda no caderno: • Que artista foi o primeiro da lista? Por quê? • Que artista foi o último da lista? Por quê? • Quem veio antes na lista, Noel Rosa ou Nara Leão? Por quê?

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Capítulo

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Números e identidade

EM RODA

Fernando Favoretto/Criar Imagem

Você já notou quantas vezes pensamos, falamos ou lemos números em um único dia? Se você ficar atento, vai perceber que os números estão presentes o tempo todo na nossa vida: nas quantidades de pessoas com as quais convivemos; nas quantias indicadas nas cédulas e moedas; nos horários; nas datas; nas distâncias que percorremos; e até quando compramos comida (meia dúzia de laranjas, um quilo de feijão etc.). Alguns números servem para identificar as pessoas. Você sabe que números são esses? Observe, por exemplo, a sua carteira de identidade. Nela, aparece um desses números, que é o seu RG, ou seja, o seu Registro Geral. A carteira de identidade traz muitas informações a respeito do seu portador. Localize, na sua carteira de identidade ou na de um colega, estas informações e escreva a seguir:

• Nome • Número do RG • Filiação

• Data de emissão • Data de nascimento • Órgão emissor • Local de nascimento

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LEITURA DE NÚMEROS EM GRUPOS Os números da atividade a seguir estão separados em três grupos. Analise o modo como se leem os números em cada grupo. Grupo 1. Observe seus documentos conforme indicações do quadro abaixo. Se você não tiver os que estão indicados, observe os documentos de um colega ou peça ajuda ao professor. Registre os números que estão relacionados à identificação pessoal:

• Carteira de identidade Número do Registro Geral (RG):

• Cartão de identificação Número da inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF):

• Título de eleitor Número de inscrição:

Leia esses números e observe a leitura feita pelo professor e por seus colegas. Grupo 2. Com a ajuda do professor, leia as frases a seguir. Observe como é feita a leitura de cada um dos números. • Os pais devem registrar o nascimento dos filhos em cartório nos primeiros 90 dias de vida. • Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, foi assassinado aos 44 anos. • O poeta Vinicius de Moraes casou-se 9 vezes. Grupo 3. Observe como são lidos os números nestes casos. • Sou o 5o nome na lista de alunos da classe. • Minha cidade está comemorando o 20o aniversário. • Preciso subir até o 10o andar desse edifício.

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Ao fazer esta atividade, você observou três maneiras diferentes de ler números. Isso acontece porque os números estão sendo usados para indicar coisas diferentes: • Os números do primeiro grupo, como os que aparecem na carteira de identidade, indicam códigos. • Os números do segundo grupo, como os que informam quantas vezes uma pessoa se casou, indicam quantidades. • Os números do terceiro grupo, como os que mostram a posição do nome na lista de chamada, indicam ordem.

EM GRUPOS 1. Com alguns colegas, leia as frases a seguir. Observe os números e verifique se cada um deles indica código, quantidade ou ordem. • O número do meu telefone é (11) 3620-0416. • Na minha casa moram 10 pessoas. • Na minha turma estudam 35 alunos. • Sento na 5a carteira da 2a fileira próximo à porta. • O Código de Endereçamento Postal (CEP) de minha casa é 01243-010. • Corredor brasileiro chega em 3o lugar na Maratona de São Paulo. 2. Escreva, em seu caderno, outras situações em que os números são usados como códigos, para indicar quantidades ou para marcar a posição numa sequência. Apresente suas anotações para a classe. 3. Com seus colegas, pegue uma folha de papel grande e construa um mural para expor suas descobertas sobre o uso dos números. Siga as instruções:

a) Separe a folha em três partes. b) Numa delas, copie situações em que os números aparecem como códigos; na outra, situações em que indicam quantidades; e, na terceira, ordem.

c) Escolha um título para o mural.

APRENDENDO UM POUCO MAIS SOBRE OS NÚMEROS EM RODA Vimos que é possível usar os números para indicar um código, uma quantidade ou a ordem numa sequência. Além desses, há muitos outros conhecimentos importantes sobre os números, que nos ajudam a compreendê-los e a utilizá-los corretamente em nosso dia a dia. Por exemplo, sobre os números que costumamos contar e escrever (0, 1, 2, 3, ...), é importante saber que: • eles formam uma sequência que não tem fim;

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• nessa sequência, para passar de um número ao que vem logo a seguir, é preciso adicionar 1; • é possível ordenar números do menor para o maior ou do maior para o menor; • existem números pares e números ímpares. Junto ao professor, leia o texto a seguir e conheça um pouco mais sobre os números.

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Cada número tem seu lugar. Se pensarmos num número qualquer da sequência numérica, poderemos identificar um número que vem imediatamente antes, como também um número que vem imediatamente depois dele. Por exemplo, ao abrir um livro ao acaso, se encontrarmos a página 286, saberemos que a página anterior é a de número 285, e a posterior é a de número 287. 285

286

287

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Neste caso, o número 285 é o antecessor de 286 e o número 287 é o sucessor de 286. GLOSSÁRIO

Antecessor: que aparece imediatamente antes de outro. Sucessor: que aparece imediatamente depois de outro.

Em um livro, o número de páginas segue uma ordem.

1. Pense em três números quaisquer e escreva-os. Para cada um deles, indique o antecessor e o sucessor.

2. Indique o antecessor e o sucessor de cada um destes números: 99, 110, 200, 399.

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3. Leia as frases a seguir e complete as outras utilizando números. • Sou o antecessor do número 100. Sou o número • Meu sucessor é o número 150. Sou o número • Sou o sucessor do número 200. Sou o número • Sou o número 199. Meu antecessor é o número E meu sucessor é o número • Meu antecessor é o número 300. Sou o número • Meu antecessor é o número 400, e meu sucessor é o número 402. Sou o número Compare suas respostas com as que o professor vai escrever na lousa. Faça as correções necessárias.

EM AÇÃO Nesta atividade, você vai completar sequências de números. Para tanto, primeiro é preciso descobrir uma pista ou regra. Ela permite continuar escrevendo a sequência. Por exemplo, na sequência de números 0, 1, 2, 3, 4, 5, ..., a regra de formação que permite passar de um número ao seu sucessor é “adicionar um”. Veja como essa regra de formação é válida para todos os números da sequência a seguir.

+1

+1

+1

+1

+1

+1

+1

+1

0 1 2 3 4 5 6 7 1. Complete estas sequências numéricas aplicando a regra “mais um”: 95

96

97

164

165

166

107

108

112

113

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2. As sequências numéricas a seguir são determinadas por uma regra. Descubra que regra é essa e continue completando as sequências: 92

94

96

80

85

90

107

117

127

3. Escreva uma sequência numérica que:

a) começa no número 160 e avança de 10 em 10, até chegar ao número 250;

b) começa no número 80 e termina no número 120, avançando de 2 em 2;

c) começa no número 100 e avança de 50 em 50, até o número 500.

NÚMEROS EM ORDEM CRESCENTE E DECRESCENTE EM RODA Imagine que os estudantes de uma classe de jovens e adultos querem fazer a lista dos aniversariantes do mês. A lista deve seguir uma ordem. Veja quem são os aniversariantes e a data dos aniversários na tabela a seguir.

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André

Maria

Carlos

Ana

Marina

João

Dia 20

Dia 7

Dia 1

Dia 18

Dia 12

Dia 22

Como a lista deve ser organizada? Existem outras situações em que é preciso saber ordenar números. Por exemplo, as pessoas que organizam fichas em arquivos, as que entregam correspondência, as que organizam e conferem estoques de mercadorias etc. precisam saber ordenar, respectivamente, as fichas, as cartas e tudo o mais. Só assim poderão executar corretamente o seu trabalho. Observe estes números: 95

276

199

400

30

105

397

20

No quadro a seguir, eles estão ordenados do menor para o maior. Isso significa que estão em ordem crescente: 20

30

95

105

199

276

397

400

A seguir, os mesmos números estão ordenados do maior para o menor. Ou seja, em ordem decrescente: 400

397

276

199

105

95

30

20

EM AÇÃO 1. No caderno, organize os números a seguir em ordem crescente. 110

200

101

98

125

152

89

90

111

120

210

299

251

215

209

290

300

303

2. No caderno, organize os números a seguir em ordem decrescente. 365

320

372

356

380

318

408

480

381

125

215

512

152

251

521

600

3. Partindo do número 86, siga de 1 em 1, em ordem crescente, até atingir o número 110. Depois, em ordem decrescente, vá do número 86 até o número 70. Faça no caderno. ...

84

85

86

87

88

...

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PAR OU ÍMPAR EM RODA

Par!

Ímpar!

Ilustração digital: Avelino Guedes

Em competições, é costume tirar “par ou ímpar” para decidir quem vai iniciar a disputa. Você conhece esse jogo? Escolha um colega para jogar “par ou ímpar”. 1. Analise a situação representada na ilustração. O rapaz de camisa laranja falou par, e o outro falou ímpar.

a) De 0 a 10, que números podem sair para que o rapaz de camisa laranja seja o vencedor?

b) Quais são os números ímpares de 0 a 10? c) Converse com seus colegas e responda: • Por que alguns números são pares e outros são ímpares? 2. Imagine outra situação: um rapaz falou ímpar e colocou 5 dedos. O outro rapaz falou par e ganhou o jogo. Quantos dedos ele pode ter colocado?

Para entender os números pares e ímpares, observe a ilustração abaixo. Quando agrupamos os elementos de uma 1 coleção de dois em dois, duas situações podem acontecer: 2 • Não sobrar nenhum elemento. Neste caso, 3 dizemos que o número que indica a coleção 4 é par. 5 • Sobrar um elemento. Neste caso, dizemos 6 que o número que indica a coleção é ímpar. Assim, podemos concluir que: • 2, 4, 6, 8, 10 são números pares. • 1, 3, 5, 7, 9 são números ímpares.

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Ilustração digital: Planeta Terra Design

EM GRUPOS

7 8 9 10

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Observe os números pares e ímpares nas sequências numéricas a seguir:

+2

+2

+2

+2

+2

+2

0 2 4 6 8 10 +2

+2

+2

+2

• Um número par tem como antecessor e sucessor números ímpares. • Um número ímpar tem como antecessor e sucessor números pares.

+2

1 3 5 7 9 Ilustração digital: Planeta Terra Design

Agora que você entendeu que o número que indica uma coleção é par quando não sobrar nenhum elemento e ímpar quando sobrar um elemento, o que podemos afirmar com relação ao número zero?

O número 1 é um número ímpar, então temos como seu antecessor e sucessor, números pares. O número 1 está entre os números 0 e 2. Sabemos que estes números são pares. Sendo assim, o número zero é um número par.

EM AÇÃO 1. Responda:

a) De 0 a 10, qual é o maior e qual é o menor número par? b) De 0 a 10, qual é o maior e qual é o menor número ímpar? c) Se, depois de passar do número 10, você prosseguir com a sequência de números pares, quais seriam os próximos três números?

d) Se, depois de passar do número 10, você prosseguir com a sequência de números ímpares, quais seriam os próximos três números?

2. Observe os cálculos a seguir e indique, para cada um deles, se o resultado da operação é um número par ou um número ímpar: 2+2=

3+5=

2+8=

7+7=

5+7=

1+3=

4+9=

5+5=

1+1=

4+2=

6+6=

6+2=

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3. Explique com suas palavras por que, na atividade anterior, encontramos mais resultados pares do que ímpares.

4. Faça o que se pede.

a) Três cálculos com soma par:

b) Três cálculos com soma ímpar:

A calculadora pode ser utilizada para nos auxiliar a fazer cálculos em casa, no trabalho, nas compras etc. Há diversos modelos e elas podem ser encontradas também em celulares.

Como utilizar à calculadora Para registrarmos na calculadora, digita-se primeiro o número – como se estivesse escrevendo, da esquerda para a direita. a) Digite o número 9. Limpe o visor de sua calculadora. Agora digite o número 12. Qual algarismo você digitou primeiro? E se fosse o número 21? b) Digite primeiro o algarismo 2 e depois o 1. Você conseguiu digitar o número 12? c) Uma pessoa digitou o número 9 e agora quer digitar o número 29.

c) Uma sequência com todos os números pares de 0 a 50:

Você sabe como ela pode proceder? E se ela quisesse digitar o número 92, haveria alguma alteração na forma de digitar os algarismos?

d) Uma sequência com todos os números ímpares de 51 a 99.

• Ao fazer as sequências, você descobriu alguma regra sobre os números pares e ímpares? Converse com seus colegas sobre suas observações e escreva suas conclusões.

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Capítulo

3

Nossa cultura

EM RODA Temos uma identidade pessoal e social. Apresentamos características que vão além das preferências pessoais, pois estão relacionadas ao tempo e ao lugar em que vivemos. Cada grupo social tem uma maneira de compreender o mundo, que vem de sua cultura ou de seu modo de vida. É difícil, por exemplo, imaginar um brasileiro que nunca tenha ouvido falar de samba, mesmo que não goste desse gênero musical. Da mesma forma, enquanto muitos brasileiros se alimentam da carne bovina, a maioria dos habitantes da Índia considera a vaca um animal sagrado. Essa é uma diferença cultural importante. Converse com os colegas: • Essas diferenças existem também entre os brasileiros? • Como isso se relaciona com a nossa identidade?

Palácios do Governo do Estado de São Paulo, Campos do Jordão

PARA LER PINTURA

Tarsila do Amaral. Operários, 1933. Óleo sobre tela, 150 cm x 205 cm.

Para a leitura de uma pintura, gravura ou fotografia, observe cores, formas, se há figuras, o que estão fazendo ou representando etc. Procure refletir sobre possíveis significados da obra. Olhe também o título, a data e o autor, pois essas informações podem ajudar a descobrir mais sobre a obra.

Tarsila do Amaral nasceu em 1886, na cidade de Capivari, interior de São Paulo. É uma das mais importantes pintoras e desenhistas brasileiras. Revolucionou a forma de pintar a partir dos anos 1920, tendo participado da Semana de Arte Moderna que aconteceu em São Paulo, em 1922. Foi quando teve início o Movimento Modernista, que modificou os padrões artísticos da época.

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A tela Operários faz parte de uma fase de Tarsila chamada de Fase Social, em que a pintora decidiu denunciar por meio de sua obra a difícil situação em que vivia grande parte do povo brasileiro. A pintura é resultado de um conjunto de retratos, pois Tarsila pediu para alguns de seus amigos que fossem seus modelos. Observe novamente a obra Operários e, em duplas, responda às questões: • O que você vê nesta obra? • Como as pessoas representadas estão dispostas? • São todas do mesmo sexo? Que diferenças e semelhanças existem entre elas? • Como é a expressão de seus rostos? O que ela revela? • Em que lugar você imagina que estas pessoas vivem?

GLOSSÁRIO

Retrato: Em arte, retrato significa a representação de uma figura individual ou de um grupo, elaborada de modelo vivo.

EM AÇÃO 1. Faça uma descrição física de pelo menos três rostos presentes na pintura Operários. 2. Quais as diferenças entre os rostos que você escolheu? 3. Em sua opinião, ao pintar Operários em 1933, por que a autora mostrou rostos tão variados?

PRODUZINDO UM PAINEL Você e seus colegas poderão também compor um painel como o de Tarsila. Cada um deverá escolher o seu modelo entre os colegas da sala e observar suas características principais: formato da cabeça e do rosto, cabelo, olhos, nariz, boca, cor da pele e demais características que identifiquem a pessoa representada. Depois, com os materiais (lápis de cor, tintas etc.) que tiver à sua disposição, desenharão e pintarão em uma folha de papel sulfite. Terminados os retratos é a hora de recortá-los, organizá-los e colá-los em outra superfície maior (vocês podem montar um grande painel com cartolinas). Pensem na melhor forma de representar o local ou a realidade em que vivem para compor o fundo.

NOSSAS ORIGENS EM RODA Você provavelmente concluiu que a pintura de Tarsila do Amaral retrata a diversidade de origens do brasileiro. Converse com seus colegas sobre as seguintes questões: • Como essa diversidade começou? • Quais são os grupos e as culturas que formaram a sociedade brasileira? • De onde eles vieram? • Em sua opinião, como foi a convivência entre esses povos e culturas?

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PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Um texto expositivo tem o objetivo de trazer informações ao leitor. Na escola, ele é muito usado para apresentar aos alunos os assuntos que irão estudar. Para ler melhor um texto expositivo, você deve estar atento ao assunto principal e às informações que vão sendo apresentadas. Releia a expressão “Nossas origens” e as questões propostas no último "Em roda". Elas indicam o assunto principal do texto e o que se espera que você aprenda neste capítulo. Sabendo disso, reflita: Que tipo de informações você espera encontrar ao ler o texto a seguir? Fique atento às palavras e expressões que trarão informações sobre a diversidade cultural da sociedade brasileira. Se preferir, pode circulá-las com lápis no próprio texto. Em 1500, quando os portugueses começaram o processo de ocupação do território que hoje chamamos de Brasil, havia milhões de indígenas por aqui. Suas terras foram invadidas pelos portugueses, que, inicialmente, exploraram o pau-brasil. Depois, passaram a explorar o interior do país em busca de ouro. Holandeses, franceses e espanhóis, entre outros europeus, também tentaram tirar proveito dessas regiões. Depois de 1550, há quase 500 anos, pessoas de vários pontos da África começaram a ser escravizadas e trazidas para o Brasil nessa condição. Elas vieram para trabalhar na produção agrícola. Em mais de 300 anos, chegaram ao Brasil milhões de africanos, principalmente de Angola, Costa da Mina (atual Golfo da Guiné), Congo e Sudão, todos escravizados. Nessas regiões africanas, viviam povos com diferentes línguas e culturas. No Brasil, passaram a viver uma nova realidade como escravos.

EM AÇÃO 1. Quais povos habitavam as terras chamadas de Brasil?

2. Qual era o interesse dos portugueses nessas terras?

3. Faça uma pesquisa na internet ou em livros e responda: Como os povos indígenas foram afetados pela chegada dos portugueses?

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4. Os africanos foram trazidos para o Brasil para fazer que tipo de trabalho?

MARCAS DA CULTURA BRASILEIRA EM RODA Vimos que o Brasil é formado por uma variedade de culturas. Desde a GLOSSÁRIO década de 1870, portanto há mais de 140 anos, uma leva de imigrantes Imigrante: quem estabeleceu europeus, como italianos e espanhóis, veio para o Brasil trabalhar nas residência em plantações de café de São Paulo. Disso resultou que, entre os anos 1880 outro país. e 1930, milhões de europeus vieram para São Paulo. A partir dos anos 1900, vieram também muitos imigrantes japoneses para trabalhar nos cafezais paulistas. Essa convivência também foi marcada por vários conflitos. Muitos europeus se julgavam culturalmente superiores aos indígenas e africanos. Certamente, estes dois últimos grupos não concordavam com a suposta superioridade dos europeus e se negavam a obedecer às imposições que esses pretendiam fazer. Foi o que ocorreu, por exemplo, com relação à religião. Os povos indígenas, que entraram em contato com os jesuítas, quase nunca aceitaram pacificamente a tentativa destes de torná-los católicos. Em sua opinião, mesmo com conflitos, ocorreram trocas entre as culturas que formaram o Brasil? Dê exemplos.

Pinacoteca do Estado de São Paulo

PARA LER PINTURA

Antonio Rocco. Os imigrantes, 1910. Óleo sobre tela, 202 cm x 231 cm.

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1. Faça uma descrição da imagem, observando a paisagem e as pessoas representadas. Inclua em sua descrição o modo como se vestem e suas expressões faciais.

2. Os artistas podem escolher, entre muitos temas, aqueles que desejam representar. Em sua opinião, o que pode ter motivado Antonio Rocco a pintar Os imigrantes?

3. Como ele os retratou? O que comunicou com sua obra?

4. Observe a escrita do sobrenome do pintor. Seria ele também um imigrante ou um descendente de imigrantes?

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO A comida e os hábitos alimentares dizem muito a respeito da cultura de um grupo humano e fazem parte de sua identidade cultural. Leia o texto a seguir sobre a mandioca, de uso cotidiano dos indígenas do Brasil. A raiz da nossa comida Não é possível falar numa “comida típica brasileira”, mas existe um “ingrediente típico brasileiro”: a mandioca e seus derivados. Raiz versátil, a mandioca tem no Brasil um papel semelhante ao do arroz na China, a principal fonte de alimento. “Confundida com o inhame, a mandioca foi citada já na carta de Pero Vaz de Caminha. Os portugueses pensavam que ela fosse uma madeira, daí ter surgido a expressão farinha de pau”, diz a pesquisadora Teresa Corção. A mandioca se espalhou por todo o continente e foi levada pelos portugueses para a África e a Ásia. No Brasil, é praticamente impossível encontrar uma região onde não seja usada [...]. Ela é conhecida também como aipim ou macaxeira.

GLOSSÁRIO

Inhame: nome pelo qual são conhecidas algumas plantas que possuem tubérculos e folhas, entre elas o cará, a taioba e o próprio inhame.

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No Nordeste temos o hábito das carnes pesadas, como bode, e dos feijões, comidos com mandioca. Já no Pará, eles preferem a crocância da farinha-d’água e da farinha de tapioca. No Sul, a farinha é o acompanhamento do churrasco, por quebrar a gordura da carne. Leonardo Pimentel. Nossa História. São Paulo: Vera Cruz, ano3, 29 mar. 2006, p.34

GLOSSÁRIO

Crocância: qualidade do que é crocante.

EM AÇÃO 1. Com a ajuda do professor, complete o quadro a seguir com informações do texto. Caso você conheça algum outro uso da mandioca, acrescente ao quadro. Veja o exemplo: REGIÃO OU ESTADO Nordeste

USO DA MANDIOCA

Comem-se carnes pesadas e feijão com farinha de mandioca.

Pará Sul Minas Gerais Rio de Janeiro São Paulo

2. Com base no que você leu no texto, responda:

a) Por que a mandioca pode ser considerada um ingrediente típico da cultura brasileira?

b) Em sua opinião, houve mistura entre os hábitos alimentares das diferentes culturas? Explique.

PARA LER PUBLICIDADE Os anúncios publicitários que vemos nos jornais, nas revistas e na TV são criados para tornar público os produtos e levar as pessoas a comprá-los. Quase sempre eles vêm com imagens e textos.

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Mauricio Negro

A seguir está a reprodução de um anúncio criado para uma empresa de vale-refeição. Observe que aspectos da cultura do nosso país ele destaca.

EM AÇÃO 1. Faça uma lista com cinco aspectos da cultura do Brasil mostrados no texto da publicidade.

2. O quadro a seguir traz alguns aspectos da cultura brasileira citados no texto do anúncio. Complete o quadro com um grupo de colegas. Siga o exemplo. Pratos da nossa culinária

tucupi

Nomes próprios Artistas brasileiros Expressões da nossa língua Lugares Ritmos musicais

3. Agora, analise o quadro que você completou. Você acha que ele representa bem a cultura brasileira? Por quê?

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4. Se você fosse o autor do anúncio, que expressões você acrescentaria para falar do Brasil? Compare sua resposta com as dos colegas.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Você sabia que quase todas as palavras têm uma sílaba mais forte que as outras? Observar a sílaba forte das palavras é importante para entender a acentuação delas, ou seja, para saber onde e como se acentuam as palavras. Para marcar a sílaba forte, algumas palavras recebem acento gráfico, como o acento agudo ( ´ ). Veja os exemplos: indígena

axé

Guiné

língua

1. Com um colega, leia em voz alta as palavras a seguir e pinte a sílaba mais forte em cada uma. Depois, circule as palavras em que a última sílaba é a mais forte. Veja o exemplo: Terminadas em A:

CA JÁ

PA RÁ

MAN DI O CA

Terminadas em E:

GEN TE

CA FÉ

VA LEN TE

Terminadas em I:

TU CU PI

PE QUI

CA MA ÇA RI

Terminadas em O:

TO RÓ

MI LHO

QUI LOM BO

Terminadas em U:

CA JU

A RA TU

TA TU

2. Separe as sílabas das seguintes palavras que lemos nos textos. Depois leia-as em voz alta e circule as palavras em que a última sílaba é a mais forte. Veja o exemplo:

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Terminadas em A:

VIDA

ÁFRICA

PARÁ

Terminadas em E:

CAFÉ

PEIXE

BODE

Terminadas em I:

TUPI

GUARANI

Terminadas em O:

POVO

FORRÓ

CHURRASCO

Terminadas em U:

CARURU

TUTU

MARACATU

FAROFA

TORRESMO

COCO

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3. Com um colega, procure outras palavras terminadas com A, E, I, O e U nos textos deste capítulo. Escreva aquelas em que a última sílaba é a sílaba forte.

4. Com a ajuda do professor, conclua: O que há em comum entre as palavras cuja última sílaba é a mais forte? Todas têm acento? Então podemos dizer que: Todas as palavras que terminam em a

,

e

e cuja sílaba forte é

têm acento nessa sílaba.

. Separe as sílabas das palavras abaixo e sublinhe a sílaba mais forte. Quais delas devem receber o acento agudo (´)? Acentue-as corretamente, de acordo com a regra que você descobriu. Terminadas em A:

CAJA

ORIXA

Terminadas em E:

AXE

IDENTIDADE

Terminadas em I:

TUPI

SACI

CAQUI

Terminadas em O:

ESCRAVO

OURO

RITMO

Terminadas em U:

PACAEMBU

UMBU

ARACAJU

CULTURA

PARATI

Ao escrever um texto, muitas dúvidas aparecem na hora de acentuar as palavras em relação ao emprego do acento e à sílaba correta que deverá receber o acento. Nesse caso, uma consulta ao dicionário é muito importante! Sempre que tiver dúvida, pergunte a alguém ou consulte o dicionário. Aos poucos, você vai conhecer melhor a sílaba correta a ser acentuada.

POVOS INDÍGENAS EM RODA

QUEM SÃO, QUANTOS SÃO, ONDE ESTÃO? De Norte a Sul, de Leste a Oeste, existem povos indígenas em quase todos os estados brasileiros. Hoje, grande parte vive na Amazônia, na região Norte do Brasil. Segundo o IBGE, em 2010 havia no Brasil mais de 230 povos indígenas, que falam 180 línguas diferentes. Muitos deles são formados por populações de até 500 pessoas.

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EM AÇÃO Antônio Gaudério/Folhapress

Gustavo Magnusson/Estadão Conteúdo

Consulte o mapa do Brasil, a seguir, e responda às questões.

Ticuna. População indígena mais numerosa na Amazônia brasileira, com 36.377 habitantes (Funasa, 2009).Teve suas terras reconhecidas oficialmente na década de 1990. Suas máscaras, desenhos e pinturas são conhecidos mundialmente.

RORAIMA 11 povos

AMAZONAS 63 povos

AMAPÁ 9 povos

Equador

PARÁ 37 povos

RONDÔNIA 28 povos

TOCANTINS 10 povos MATO GROSSO 41 povos

BAHIA 13 povos

DISTRITO FEDERAL 0 povo GOIÁS 4 povos

MATO GROSSO DO SUL 7 povos

OCEANO ATLÂNTICO MINAS GERAIS 9 povos

SÃO PAULO 4 povos

ESPÍRITO SANTO 2 povos RIO DE JANEIRO 1 povo

Trópico de Cap ri

PARANÁ 3 povos

córnio

SANTA CATARINA 3 povos RIO GRANDE DO SUL 2 povos

0

36

PARAÍBA 1 povo PERNAMBUCO 11 povos ALAGOAS 8 povos SERGIPE 1 povo

PIAUÍ 0 povo

ACRE 13 povos

OCEANO PACÍFICO

RIO GRANDE DO NORTE 0 povo

CEARÁ 7 povos

MARANHÃO 9 povos

Rosa Gauditano/Studio R

-50°

Mário Yoshida

Avá-Canoeiro. População com apenas 17 indivíduos (Siasi/ Sesai, 2012). Passou a ter contato com a sociedade na década de 1970. Vivem em constante deslocamento, e sua capacidade de 01-C3-EIXO1-V2 adaptação tem garantido sua sobrevivência.

495

990 km

Guarani Kaiowá. População com 31 mil indivíduos (Funasa, Funai, 2008). Alguns membros estão em disputa judicial pelas terras que consideram de seus antepassados. Constituem uma das populações indígenas de maior presença territorial no continente sul-americano.

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1. Indique em quantos estados brasileiros há povos indígenas.

2. Faça uma lista com todos os nomes dos estados brasileiros em ordem alfabética.

3. Consulte a lista de siglas dos estados. Coloque, na lista acima, a sigla de cada um dos estados ao lado do respectivo nome. BRASIL – SIGLAS DAS UNIDADES FEDERATIVAS (ESTADOS E DISTRITO FEDERAL)

PB AC SP GO AM

MT BA CE PA ES

RR TO RJ DF AL

PI RO MG RS

AP PR MS MA

PE SC RN SE

O que são siglas? As siglas são uma forma econômica de escrever e também de falar. Com apenas algumas letras, é possível identificar qual é a palavra ou expressão. Por exemplo, a sigla MEC significa Ministério da Educação; a sigla AL significa o estado de Alagoas; a sigla SUS significa Sistema Único de Saúde; a sigla PM significa Polícia Militar. Há diversas maneiras de formar uma sigla, e você vai aprender sobre elas no capítulo “Andanças no campo e na cidade”. E para você, as siglas podem facilitar a nossa comunicação? Aproveite para discutir com os alunos que algumas siglas são tão usadas e conhecidas que poucas pessoas sabem a palavra ou expressão a que se referem. É o caso da sigla SUS. Outras siglas são menos conhecidas e têm como função maior abreviar textos escritos. Faça, junto deles, um levantamento das siglas que conhecem e verifique se sabem o que significam. Pode até resultar em uma atividade divertida!

NA INTERNET

Para conhecer o conjunto dos povos indígenas brasileiros, consulte o portal Povos Indígenas no Brasil, disponível em: <http://pib.socioambiental.org/pt>.

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Eixo 1

Capítulo

4

O chão da gente

EM RODA Os nomes das pessoas e os documentos pessoais são importantes marcas de identidade. Além dessas marcas, existem outras, como as festas religiosas e os ritmos musicais de uma comunidade. Outra importante marca de identidade vem das raízes que as pessoas criam no lugar onde vivem. Converse com seus colegas sobre as seguintes questões: Todos moram há muito tempo na mesma cidade? Quais os locais em que as pessoas mais gostam de ficar na cidade e na região? E de visitar? O que pode melhorar nesses locais?

PARA LER FOTOGRAFIA

Ana Mokarzel / Pulsar Imagens

Edu Lyra / Pulsar Imagens

As fotos a seguir mostram aspectos de diferentes municípios do Brasil, sejam cidades ou zonas rurais. Olhe as fotos e procure observar como são os edifícios e o traçado das ruas, se há muitas construções ou pessoas e veículos circulando.

Festa do Círio de Nazaré, em Belém (PA), 2011.

Mauricio Simonetti / Pulsar Imagens

Fabio Colombini

Área rural de Pomerode (SC), 2012.

Arquitetura colonial em Tiradentes (MG), 2012.

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Vista de Belo Horizonte (MG), 2008.

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EM GRUPOS As fotos mostram diferentes lugares do Brasil. Discuta com os colegas: O local onde você reside se parece mais com qual deles? Como é esse lugar? Fica no campo ou na cidade? Você conhece a história do povoamento? Converse com os colegas sobre esses aspectos, com o apoio do professor.

PRODUZINDO LINHA DO TEMPO 1. Reúna-se com alguns colegas para fazer uma linha do tempo sobre o município onde vocês vivem. Para saber mais sobre ele, pesquisem e descubram: a origem do nome da localidade; quando ela foi fundada; os motivos que levaram à sua fundação; os marcos históricos mais importantes – como começou a ocupação, a construção de estradas, o ano em que o lugar se tornou um município etc.

A linha do tempo organiza uma sequência de acontecimentos ocorridos ao longo de um período de tempo. Dessa forma, podemos visualizar mais rapidamente a ordem em que eles ocorreram. Na parte inferior da linha, colocamos as datas relacionadas aos acontecimentos e, na parte superior da linha, escrevemos o acontecimento relacionado a essa data.

2. Anote essas informações em uma linha do tempo, destacando os marcos históricos mais importantes. Veja o exemplo abaixo:

Fundação do município

1930

Eleição do 1o prefeito

1932

Instalação de fábricas

Subdivisão do município

1947

1966

3. Agora, com essas informações registradas e ainda em grupo e com a ajuda do professor, elabore pequenos textos informativos sobre seu município para o mural. Cada grupo pode falar de um aspecto, como a economia do município, os recursos naturais disponíveis, os marcos históricos e outros. 4. A linha do tempo pode ser feita em um grande mural para ser fixado na escola, na associação do bairro ou em qualquer outro espaço. O importante é que as pessoas possam vê-lo bem, ler e se informar. Leve para a sala de aula algumas fotos, desenhos e mapas do local. Observe as fotos trazidas por seus colegas e anote aspectos interessantes.

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O LUGAR EM QUE VOCÊ VIVE TEM... EM AÇÃO

João Prudente/Pulsar Imagens

Arraial do Cabo (RJ), 2012.

(

Bom Jesus da Penha (MG), 2012.

) cidade

) plano

São João da Mata (MG), 2012.

(

João Prudente/Pulsar Imagens

Parada de ônibus. Campinas (SP), 2012.

(

) ônibus

Santa Isabel do Rio Negro (AM), 2012.

) com morros suaves

Fernando Favoretto/Criar Imagens

(

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( João Prudente/Pulsar Imagens

Martinho da Serra (RS), 2012.

Meios de transporte

Curitiba (PR), 2012.

) campo

Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

( Formas de relevo

) no interior

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

João Prudente/Criar Imagem

Tipo de espaço

) no litoral Ernesto Reghran/Criar Imagem

(

São João da Mata (MG), 2012

(

) montanhoso

Mauricio Simonetti/ Pulsar Imagens

Localização

Cesar Diniz/Pulsar Imagens

1. Observe as figuras a seguir. Indique aquelas que mostram características parecidas com as da cidade ou da zona rural onde você mora.

Trânsito em São Paulo (SP), 2008.

(

) carro

Trem de metrô. São Paulo (SP), 2012.

(

) metrô

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(

Sala de cinema. São Paulo (SP), 2012.

) cinemas

Unidade Básica de Saúde de Borá (SP), 2012.

(

(

) hospital público

(

) outros:

(

) quadras esportivas

Creche em São Paulo (SP), 2010.

) postos de saúde

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

Hospital do Servidor Público. São Paulo (SP), 2008.

Quadra no Aterro do Flamengo (RJ), 2008.

(

) creches

Rubens Chaves/Pulsar Imagens

) bibliotecas

Carol Guedes/Folhapress

(

) barco

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

( Thomaz Vita Neto/ Pulsar Imagens

Juca Martins/Olhar Imagem

) parques

Biblioteca pública. São Paulo (SP), 2009.

( Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

Parque Farroupilha. Porto Alegre (RS), 2012.

(

Barco no Rio São Francisco (AL), 2012.

) bicicleta

Marcos André/Opção Brasil Imagens

Serviços existentes

Ciclovia em Parati (RJ), 2012.

) lotação

Marcos André/Opção Brasil Imagens

(

G. Evangelista/ Opção Brasil Imagens

Cesar Diniz/Pulsar Imagens

Fernando Favoretto/ Criar Imagem

Lotação. São Paulo (SP), 2012.

Escola Estadual. Xapuri (AC), 2012.

(

) escola

Centro Cultural em Porto Alegre (RS), 2008.

(

) centro cultural

2. Você costuma se deslocar a pé? Quais trajetos você faz dessa forma?

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3. Existem festas ou comemorações que fazem parte das tradições da localidade? Quais são?

4. Onde você estuda? Escreva o endereço completo desse lugar: nome do estabelecimento, endereço, avenida, rua ou praça, número, complemento, bairro, cidade, estado, Código de Endereçamento Postal (CEP), telefone, e-mail (correio eletrônico).

5. Escreva agora no caderno:

a) o seu endereço completo; b) o endereço completo do local onde você trabalha; c) o endereço completo de um parente ou de um amigo. 4. Uma das maneiras de manter contato com as pessoas que estão distantes é por meio de cartas, telefonemas e e-mails. Para isso, é preciso ter dados como endereço e número de telefone. Siga as orientações do professor para construir uma agenda telefônica com informações dos colegas da turma, para que vocês possam se comunicar durante o tempo que estão estudando juntos e também depois. Organize a lista com o nome das pessoas em ordem alfabética, com endereço, telefone e CEP de cada um.

ONDE FICA, QUAL É O CAMINHO EM RODA Quando uma pessoa chega a uma cidade ou região que não conhece, um modo de encontrar o que precisa é perguntando aos moradores. A mesma coisa acontece quando precisamos localizar um endereço em um bairro que não conhecemos. Outra maneira de obter essas informações consiste em consultar plantas ou mapas. Os mapas são desenhos que representam um território em uma superfície plana, como uma folha de papel. As plantas também são representações planas. Converse com seus colegas e responda: Você já viu ou usou uma planta ou um mapa? Para qual finalidade? O que podemos descobrir com esses documentos?

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PARA LER PLANTA GLOSSÁRIO

Planta: tipo de mapa ou carta que representa um espaço de pequenas dimensões em escala cartográfica grande. Mostra detalhes de uma localidade Quarteirão: ou quadra, é um conjunto de estabelecimentos que formam uma figura na qual cada um dos lados dá para uma rua.

Ilustração digital: Avelino Guedes

Observe o exemplo da planta de um bairro. Com um grupo de colegas, olhe o traçado das ruas, dos quarteirões; a posição das casas, da escola, da igreja, dos estabelecimentos comerciais e de outros locais.

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Com a ajuda do professor, escreva as respostas: 1. Quais ruas formam o quarteirão que aparece na ilustração da página anterior?

2. Qual estabelecimento se situa à direita do posto policial? E à esquerda?

3. Quais caminhos podem ser feitos a pé, da igreja de Santa Tereza até a farmácia?

4. Quais são os trajetos que podem ser feitos de automóvel, da área arborizada até a farmácia?

5. Indique na ilustração um trajeto percorrido por uma pessoa que vai andando do edifício Ibiza até o ponto de ônibus situado na Rua A, passando primeiro pela área arborizada e depois pela escola.

EM GRUPOS Vimos que uma planta de cidade ou de bairro permite descobrir as direções que podemos tomar para chegar a algum lugar, a localização de pontos, o uso de marcos de referência para essa localização, como uma igreja ou uma escola. Converse com seus colegas sobre o local onde está situada a sua escola: • A escola está situada num quarteirão ou numa praça? Quais são as ruas que formam esse local? • Que outros tipos de estabelecimentos estão situados nesse local? • O que fica em frente, nos fundos e dos lados do local onde você estuda? • Com a ajuda do professor, você e seus colegas irão desenhar, em um papel grande, o quarteirão ou a praça onde se localiza a escola. Indiquem pontos de referência, como no mapa que você leu, e façam uma legenda para indicar tudo o que foi representado no desenho. • Descreva um trajeto percorrido por uma pessoa que vai, a pé, da escola até algum outro estabelecimento que fique no mesmo quarteirão. Indique na sequência o que ela vai ver do lado esquerdo e do direito.

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PRODUZINDO INDICAÇÃO DE ITINERÁRIO Imagine que um colega deseja visitar a sua casa, mas não conhece o caminho. Você pode falar para ele como chegar ou fazer anotações num papel ou as duas coisas. Mas o primeiro passo é anotar o seu endereço completo, pois o bairro, o nome da rua e o número da casa ou do edifício são essenciais para localizar onde você mora. Agora, escreva num papel o seu endereço completo e também algumas indicações de como chegar até lá: podem ser pontos de referência, ruas próximas, paradas de ônibus etc. Se quiser, faça desenhos para explicar melhor. Entregue o texto para um colega que não conhece seu local de residência e verifique se ele compreende suas indicações ou se falta algo a ser informado.

PARA LER POEMA Carlos Pena Filho, poeta brasileiro, nasceu no Recife, estado de Pernambuco, em 1929. Pena Filho ficou conhecido por escrever poemas que são verdadeiros retratos das pessoas e dos lugares, com imagens de grande força. Vamos ler agora um trecho de um de seus poemas que aborda sua terra natal.

A praia [...] Mas não é só junto ao rio que o Recife está plantado hoje a cidade se estende por sítios nunca pensados, dos subúrbios coloridos aos horizontes molhados. Horizontes onde habitam homens de pouco falar, noturnos como convém à fúria grave do mar. Que comem fel de crustáceos e que vivem do precário desequilíbrio dos peixes. Nesse lugar, as mulheres cultivam brancos silêncios e nas ausências mais longas, pousam os olhos no chão, saem do fundo da noite, tiram a angústia do bolso

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e a contemplam na mão. Só os velhos adormecem, lembrando o tempo que foi, vazios como o vazio e fácil sono de um boi. [...] Carlos Pena Filho. In: Edilberto Coutinho (Org.). Melhores poemas. 4. ed. São Paulo: Global, 2000. p. 133-134. (Coleção Melhores Poemas). (Fragmento).

1. O texto fala sobre as transformações que aconteceram na cidade natal do poeta. Copie um trecho do texto que mostre mudanças ocorridas naquela cidade.

2. Quais elementos da natureza existem na cidade do Recife, conforme o texto?

3. O texto cita os “subúrbios coloridos”. Converse com seus colegas e responda:

a) O que são os subúrbios?

b) Por que o poeta diz que eles são coloridos?

4. Pense em transformações ocorridas nos últimos anos no lugar em que você mora e escreva três que você considera importantes.

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PENSANDO SOBRE A LÍNGUA 1. Em dupla, compare os seguintes pares de palavras, lendo-os em voz alta: sai – saí

e–é

está – esta

Discuta com seu colega: as palavras de cada par querem dizer a mesma coisa? Elas são escritas da mesma forma? O que as torna diferentes? 2. Para dizer que alguém nasceu em Pernambuco, dizemos que é pernambucano. Você percebe semelhanças entre as palavras Pernambuco e pernambucano? Quais?

3. Escreva na frente de cada palavra a seguir o nome que indica quem nasceu nesse lugar. Caso o nome de seu estado não esteja na lista, acrescente-o. Paraná Alagoas Amazonas Goiás Minas Gerais

4. Depois que tiver completado a lista, converse com seus colegas sobre as semelhanças entre o nome do estado e a palavra que indica quem nasceu nele. Por exemplo, que pedaço da palavra Pernambuco aparece em pernambucano? Sublinhe o que há de semelhante em cada par de palavras da lista acima.

QUAL É A “CARA” DO BRASIL? EM RODA Leia as afirmações a seguir, que apresentam diferentes visões sobre o Brasil e os brasileiros. Converse com seus colegas sobre elas. “Eu sou brasileiro e não desisto nunca.” “O melhor do Brasil é o brasileiro.” “O Brasil é um país com desigualdades.”

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Das afirmações acima, aponte aquelas com as quais você concorda e outra ou outras de que discorda. Justifique suas respostas. Com o professor e os colegas, organize as principais conclusões da turma sobre a “cara” do Brasil. Anote os resultados nas linhas abaixo.

PARA LER LETRA DE CANÇÃO

País tropical Moro num país tropical Abençoado por Deus E bonito por natureza. Mas que beleza, Em fevereiro (Em fevereiro!) Tem carnaval (Tem carnaval!) Eu tenho um fusca e um violão Sou flamengo e tenho uma nega chamada Teresa. [...] Sambaby (Sambaby) Posso não ser um band leader Pois é! Mas assim mesmo lá em casa todos meus amigos, Meus camaradinhas me respeitam Pois é! Essa é a razão da simpatia, Do poder, do algo mais e da alegria Moro num país tropical Abençoado por Deus E bonito por natureza Mas que beleza As letras de canção apresentam visões pessoais dos autores sobre o mundo e a vida. Fique atento às expressões e aos jogos de palavras usados. Lembre-se de observar o título, o nome do autor e a data. Se possível, ouça a música com seus colegas na classe.

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Em fevereiro (Em fevereiro!) Tem carnaval (Tem carnaval!) Eu tenho um fusca e um violão Sou flamengo e tenho uma nega chamada Teresa. © Copyright 1969 by Musisom Editora Musical Ltda. Av. Rebouças, 1.700 – CEP: 057402-200 – São Paulo. Todos os direitos reservados. Jorge Benjor. Jorge Ben. [s. l.]: Universal Music, 1969. Faixa 5.

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EM GRUPOS 1. Com a ajuda do professor, procure em um dicionário o significado de palavras da canção que você ainda não conhece. 2. Converse com seus colegas sobre o sentido das expressões abaixo. Com a ajuda do professor, descubra o que elas querem dizer. “País tropical”

“Bonito por natureza”

“Abençoado por Deus”

3. A canção mostra a visão do compositor sobre o país onde vivemos, o Brasil. Quais são os aspectos do Brasil retratados pelo autor na música?

4. Muitas pessoas gostam de anotar frases, trechos de músicas e poemas em cadernos e agendas. Copie palavras ou trechos de que você mais gostou na música “País tropical”.

PRODUZINDO PAINEL Com alguns colegas, prepare um painel sobre o Brasil. • Pense em algumas palavras que tenham a ver com a questão “O que é ser brasileiro”. • Escreva a seguir uma lista com as palavras que você pensou. A partir dessa lista, escreva uma frase respondendo: O que é ser brasileiro? Escolha fotos, desenhos e manchetes de jornais e revistas sobre nosso país e nossa sociedade. • Com a ajuda do professor, cole as imagens em um mapa do Brasil, de acordo com as cidades, regiões ou estados. • Cole também as frases elaboradas na atividade anterior. Discuta com a turma: Olhando para o painel, com suas imagens e textos, qual é a cara do Brasil?

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Capítulo

5

A invenção do Brasil

EM RODA No capítulo anterior, você organizou um painel sobre o Brasil e o que significa ser brasileiro. Agora, vamos começar a estudar as raízes da nossa cultura. Como ela se formou? Como tudo começou? Quem chegou e quem já estava aqui? Com a ajuda do professor, leia e discuta o trecho da letra da música a seguir, de Antonio Nóbrega e Wilson Freire.

PARA LER LETRA DE CANÇÃO

Chegança Sou Pataxó, sou Xavante e Cariri, Ianomami, sou Tupi Guarani, sou Carajá. Sou Pancaruru, Carijó, Tupinajé, Potiguar, sou Caeté, Ful-ni-ô, Tupinambá [...]

GLOSSÁRIO

Borduna: arma indígena de madeira. Nau: antigo navio, de grande tamanho e forma arredondada, tanto no casco como nas velas. Nos textos poéticos, é comum a palavra “nau” se referir a qualquer tipo de embarcação.

Mas de repente me acordei com a surpresa... uma esquadra portuguesa veio na praia atracar Da grande-nau, um branco de barba escura, vestindo uma armadura me apontou pra me pegar. E assustado dei um pulo lá da rede, pressenti a fome, a sede, eu pensei: “vão me acabar”. Me levantei de borduna já na mão. Aí, senti no coração, o Brasil vai começar.

Antonio Nóbrega. Madeira que cupim não rói. São Paulo: Eldorado, 1997. Faixa 3. (Fragmento).

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1. Segundo a canção “Chegança”: Quem está chegando? Como está chegando? Onde está chegando?

2. Segundo a canção, a chegada dos portugueses foi positiva ou negativa para a vida dos povos indígenas? Justifique sua resposta.

ISA

3. Observe o mapa e responda às questões a seguir. Ele mostra onde estão as principais áreas indígenas existentes hoje no Brasil.

a) Em quais partes do Brasil estão concentradas as terras indígenas?

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b) Por que você acha que esses povos ficaram concentrados nessas regiões?

4. Você conhece algum outro povo indígena além dos que foram citados na canção? Escreva o nome desse povo e o lugar onde ele vive hoje.

PARA PESQUISAR Com um grupo de colegas, pesquise a história de um povo indígena citado na canção. Procure obter informações a respeito de sua língua, costumes, tradições, número de membros do grupo, localização atual etc. A seguir, construa um quadro com essas informações, apresente-o aos seus colegas e compare os resultados com outros grupos. Exemplo: POVO

LOCALIZAÇÃO ATUAL

POPULAÇÃO

LÍNGUA FALADA NA ATUALIDADE

OUTRAS INFORMAÇÕES

Pataxó

Bahia

11.833 (Funasa 2010)

Português

Estão em luta pelo direito às suas terras

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Para compreender melhor os textos, podemos recorrer a um dicionário. Nele, encontramos significados para as palavras. Mas é preciso ler com atenção as definições, porque normalmente elas têm mais de um sentido. Quando isso acontece, precisamos ver qual dos significados mais se aproxima do sentido que a palavra tem no texto. Vejamos a frase a seguir, retirada da abertura deste capítulo: “Agora, vamos começar a estudar as raízes de nossa cultura.” O Novo dicionário Aurélio apresenta algumas definições sobre cultura. Lembre-se: cada sentido vem numerado. 1. Agora, discuta com seus colegas e responda: No texto de abertura deste capítulo, em qual sentido a palavra cultura está sendo usada? 2. Faça o mesmo com a palavra raízes. Procure seu significado no dicionário e escolha o uso mais adequado para essa palavra no trecho acima. Mas antes, preste atenção nas dicas a seguir.

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cultura – s. f. * 1. ato ou modo de cultivar a terra ou certas plantas. 2. Os padrões de comportamento, crenças e outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente. 3. Criação de certos animais. 4. Desenvolvimento intelectual; conjunto de conhecimentos adquiridos pelo estudo. 5. Civilização, progresso. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed. rev. atual. Curitiba: Positivo, 2009. (*) substantivo feminino

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Para usar o dicionário

No dicionário, todas as palavras estão no singular. Então, você deve procurar por raiz e não por raízes. Para consultar a palavra plantas, você deve procurar Para palavras que têm a forma masculina e a feminina, você deve procurá-las no masculino, porque o dicionário registra essa forma. Assim, para consultar a palavra professora, você deve procurar por professor. Para consultar a palavra portuguesa, você deve procurar . 3. Em dupla, consulte o dicionário para fazer uma pesquisa de palavras. Em cada linha a seguir, há um par de palavras semelhantes: anote as que você encontrar no dicionário exatamente como estão escritas. pardo pequeno

pardos

pequena

planta feliz

felizes

plantas aluno

aluna

O COMEÇO DE UMA LONGA HISTÓRIA PARA LER DOCUMENTO HISTÓRICO Leia agora, com a ajuda do professor, trechos da carta de Pero Vaz de Caminha. Ele era escrivão da frota que trouxe os portugueses até o litoral do atual estado da Bahia em 1500. Caminha fez um relato do que viu nessas terras para o rei de Portugal. Veja o que foi descrito por ele e o modo como descreveu. A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro [...]. O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, [...] bem-vestido, com um colar de ouro, mui grande, ao pescoço. [...] Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a alguém. Todavia um deles olhou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra [...]. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, [...] mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais. Janaína Amado; Luiz Carlos Figueiredo. Brasil 1500: quarenta documentos. Brasília: Ed. UnB, 2001. p. 81-85. (Fragmento).

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EM AÇÃO 1. A carta que Caminha enviou ao rei de Portugal descrevia as novas terras e seus habitantes. Localize no texto:

a) Expressões ou palavras que descrevem a aparência dos indígenas. Por exemplo: pardos.

b) Expressões ou palavras que descrevem a aparência do capitão. Por exemplo: bem-vestido.

2. Quais impressões Pero Vaz de Caminha teve dos habitantes da terra em que acabava de chegar?

3. Releia o trecho: O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, [...] bem-vestido, com um colar de ouro, mui grande, ao pescoço. [...] Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a alguém.

a) Que tipo de cortesia você acha que os portugueses esperavam dos indígenas?

b) Por que esperavam essa atitude?

4. Há momentos em que os índios estranham os costumes dos portugueses e estes estranham os costumes dos índios. É o que chamamos de “choque cultural”. Localize, no fragmento da carta, dois trechos que mostram esse choque cultural.

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PARA LER GRAVURA

Biblioteca da Universidade de Princeton

A gravura abaixo foi feita em 1509 e mostra os habitantes da América segundo as impressões que os europeus tiveram dos povos indígenas. Observe a gravura, a posição das pessoas, o que elas estão fazendo e discuta com seus colegas: • Quais impressões os europeus tiveram dos habitantes da terra? • Qual é a atitude dos nativos em relação aos europeus? • O que é possível concluir a partir da gravura? • Em sua opinião, os índios representados correspondem às características dos índios brasileiros? • Você acredita que o autor da imagem tenha feito um retrato ao vivo dos índios ou tenha se baseado em relatos de outras pessoas?

Povos bravos e nus, previamente conhecidos. Gravura na edição alemã das cartas de Américo Vespúcio a Piero Soderini, Estrasburgo 1509.

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Em 1500, os navios de Pedro Álvares Cabral estiveram no Brasil por dez dias, e os portugueses tomaram posse do território. Para simbolizar a conquista, os portugueses fincaram uma cruz nas terras a que tinham chegado. Depois, seguiram viagem para a Índia, dispostos a obter riquezas que pudessem ser comercializadas na Europa. Entre 1500 e 1530, os portugueses tiveram mais interesse no Oriente do que nas terras brasileiras. Fizeram apenas algumas expedições para explorar o território e defendê-lo de ataques estrangeiros. Realizaram também o comércio do pau-brasil, madeira típica da Mata Atlântica, da qual se podia extrair tinta para tecidos. O próprio nome do país – Brasil – pode ter origem na árvore que, por ser avermelhada, parecia ter cor de brasa.

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Somente depois de 1530, os portugueses iniciaram, de fato, o processo de colonização, ou seja, começaram a investir no domínio desse território. Em 1534, o Brasil foi dividido em 15 partes, suas terras foram doadas para homens de confiança do rei português. A missão deles seria colonizar essas terras. Para isso, teriam de lutar contra os índios e estabelecer engenhos de cana-de-açúcar perto do litoral para depois vender o açúcar na Europa.

PRODUZINDO LINHA DO TEMPO O texto mostra como os portugueses iniciaram a conquista Lembre-se: uma linha do território que hoje chamamos de Brasil. Junto com alguns do tempo organiza uma colegas e a ajuda do professor, organize uma linha do tempo sequência de acontecimentos ocorridos na história, do com as datas que aparecem no texto. Siga as instruções: mais antigo ao mais recente. • Primeiro, faça uma lista com os acontecimentos e as datas que o texto apresenta. • Depois, escreva um resumo dos acontecimentos. Para facilitar seu trabalho, organize as informações do texto numa tabela, como no exemplo a seguir. ACONTECIMENTO

DATA

RESUMO, EM POUCAS PALAVRAS

Em 1500, os navios de Pedro Álvares Cabral estiveram no Brasil por dez dias e tomaram posse do território.

1500

Chegada dos portugueses ao Brasil.

Entre 1500 e 1530, os portugueses tiveram mais interesse no Oriente do que nas terras brasileiras. Fizeram apenas algumas expedições para explorar o território e defendê-lo de ataques estrangeiros. Realizaram também o comércio do pau-brasil. Somente depois de 1530, os portugueses iniciaram, de fato, o processo de colonização, ou seja, começaram a investir no domínio desse território. Em 1534, o Brasil foi dividido em quinze partes, e suas terras foram doadas para homens de confiança do rei português. • A seguir, trace uma linha do tempo e anote as datas e os acontecimentos. Veja o exemplo: Chegada dos portugueses ao Brasil

...

...

1500

1530

...

• Com seus colegas, analise a linha do tempo e responda: Os portugueses levaram muito ou pouco tempo para ocupar as novas terras? Por que isso aconteceu? Compare sua resposta com a de seus colegas.

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“NÃO ESTAMOS COMEMORANDO NADA” PARA LER MANIFESTO Vamos conhecer agora o que pensam os representantes dos povos indígenas sobre o contato com o “homem branco”, desde a chegada dos primeiros portugueses até hoje. Leia, na carta a seguir, um manifesto escrito pelos povos Xavante e Mehinaku. Ela foi escrita no ano de 2000 e enviada aos presidentes do Brasil e de Portugal. Naquele momento, completavam-se 500 anos do “descobrimento” do Brasil.

Carta dos Índios Aos Srs. Presidentes do Brasil e Portugal Fernando Henrique Cardoso e Jorge Sampaio Estamos aqui com toda verdade de nossa Tradição. Sem rancor, sem raiva. Mas, também não estamos comemorando nada. Esta não é nossa comemoração. Apesar de toda distância e dificuldade, viemos porque temos que falar com vocês. Estamos aqui para fazer um novo contato. Nossos antepassados, nossos avós aceitavam os “presentes” que vocês deixavam para enfeitiçar nosso povo e pensavam que era uma atitude de amizade verdadeira. Acreditavam que aceitando os presentes vocês iam nos respeitar, que estaríamos protegidos. Mas essa história se repete. As frentes de atração continuam usando essa mesma tática para atrair e iludir nossos parentes que nem sabem que o Brasil existe. Vivemos neste lugar há muito tempo, muito antes dele se chamar Brasil. Nossos ancestrais andavam aqui em liberdade... Hoje vivemos cercados, em pequenos pedaços de terra. Para todo lado que andamos existem sinais daquilo que vocês chamam progresso. Mesmo nossos territórios demarcados continuam sendo ameaçados pelos projetos de desenvolvimento que não levam em consideração nosso pensamento e nossa vida. [...] Ideti – Instituto de Desenvolvimento das Tradições Indígenas Povo Xavante – Aldeia Eteñiritipá Povo Mehinaku – Aldeia Uiaipiuku Disponível em: <http://brazil.indymedia.org/content/2004/01/272987.shtml>. Acesso em: 22 out. 2012. (Fragmento).

Com a ajuda do professor, compare a carta escrita por Caminha, 500 anos antes, e a carta dos representantes de dois povos indígenas (os Xavante e os Mehinaku) de 2000. 1. Por que esses povos indígenas afirmam não ter nada para comemorar?

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2. Nas duas cartas, há a mesma opinião sobre os “presentes” trazidos pelos portugueses? Como você chegou a essa conclusão?

3. Conforme o relato desses povos, o que aconteceu com as terras que eram deles?

4. Converse com seus colegas e responda: O que significou, para os povos indígenas, o contato com o colonizador europeu ao longo do tempo?

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA O professor vai ler em voz alta os trechos a seguir. Acompanhe a leitura e compare as palavras destacadas: • Em 1500, os portugueses tomaram posse do território. Para simbolizar a conquista, eles fincaram uma cruz nas terras onde tinham chegado. • Daqui a vários anos, será que outros povos tomarão posse do território brasileiro? Será que também fincarão uma cruz na terra para simbolizar a conquista? O que há de diferente e de igual nas palavras de cada par a seguir? COLUNA 1

COLUNA 2

tomaram fincaram

tomarão fincarão

As palavras da coluna 1 falam do as palavras da coluna 2 falam do

, enquanto .

Agora, complete as lacunas do texto a seguir com a palavra correta. Observe o que é passado e o que é futuro. (chegaram/chegarão) ao Brasil em 1500. A

Os portugueses partir desse momento, os índios

(passaram/passarão) a ter seus di-

reitos desrespeitados. Atualmente, os povos indígenas se perguntam de quantos anos ainda

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(precisaram/precisarão) para voltarem a ser respeitados.

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Capítulo

6

A alimentação do brasileiro

EM RODA A alimentação é uma necessidade e um direito de todo ser humano. Ela é muito importante para o funcionamento do organismo e para a realização de todas as nossas atividades. Mas não comemos apenas para atender às necessidades do corpo. A alimentação é uma fonte de prazer, e a refeição é um bom motivo para reunir a família e os amigos. Escolhemos nossa comida por gosto e costume. E, também, de acordo com o preço! Misturando tudo isso, cada pessoa cria a sua dieta. Combinando os costumes e os alimentos em cada lugar, é possível criar muitas dietas diferentes. Discuta com a turma: • Como é a sua alimentação diária? • Como cada um organiza sua dieta?

GLOSSÁRIO

Dieta: é tudo aquilo que comemos e bebemos, todos os alimentos que fazem parte da nossa alimentação no dia a dia. A palavra também pode ser usada para denominar uma alimentação especial, planejada com alguma finalidade. Veja alguns exemplos: dieta para emagrecer; dieta para controlar a pressão arterial é prevenir doenças do coração; dieta para controlar o nível de açúcar no sangue e evitar as complicações do diabetes.

PARA LER FOTOGRAFIA

Don Mason / Corbis / Latinstock

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Observe, nas fotos a seguir, o que as pessoas estão fazendo. Quais são as semelhanças e as diferenças?

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Nas situações apresentadas, as pessoas estão ingerindo diferentes alimentos. Pense nessas formas de fazer as refeições e responda: 1. Quais desses tipos de refeições você costuma fazer?

2. De quais dessas refeições você gosta mais? E qual é a mais barata?

3. Em sua opinião, qual das formas de fazer as refeições é melhor para a saúde?

PARA COMER BEM EM RODA Os alimentos que comemos contêm diversas substâncias. As substâncias que retiramos dos alimentos para garantir o funcionamento do organismo são chamadas de nutrientes. Uma das formas de descobrir se a nossa dieta está equilibrada é verificar se ela é bem colorida. Você sabe por quê? Uma alimentação equilibrada combina os alimentos para fornecer energia, proteínas e vitaminas.

EM AÇÃO Faça, no caderno, a tabela Minha dieta como a apresentada a seguir. Complete a primeira coluna com o nome dos alimentos que fazem parte da sua dieta cotidiana. Inclua quantas linhas forem necessárias para fazer uma lista bem completa. Na segunda coluna, escreva a cor de cada alimento. A terceira coluna será preenchida depois, com a ajuda do professor. A primeira linha está preenchida para servir como exemplo. MINHA DIETA Alimento

Cor

Principais nutrientes

laranja

amarela

vitaminas e sais minerais

Depois de montar a tabela, responda às seguintes questões: 1. A sua dieta no dia a dia é colorida? Ou a maioria dos alimentos tem a mesma cor?

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2. Compare os seus resultados com os de seus colegas: Todos os alunos comem o mesmo tipo de alimento? Consomem alimentos que têm as mesmas cores?

PARA LER QUADRO INFORMATIVO Observe no quadro a seguir as figuras e os textos.

Fernando Favoretto / Criar Imagem

QUADRO DE NUTRIENTES

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Alguns alimentos ricos em vitaminas e sais minerais As vitaminas e os sais minerais são indispensáveis para regular as funções do organismo. Uma dieta variada, que contenha frutas, legumes e verduras, fornece todas as vitaminas e sais minerais de que precisamos.

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Alguns alimentos ricos em proteínas As proteínas são usadas para a formação, a renovação e a manutenção de todas as partes do nosso corpo, como os ossos, os músculos, os nervos e o sangue.

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Alguns alimentos ricos em carboidratos Os carboidratos fornecem energia para a realização das funções básicas do organismo, como o funcionamento do coração, e para todas as nossas atividades. Quando consumidos em excesso, ficam acumulados no corpo sob a forma de gordura.

Fotos de 2013.

Alguns alimentos ricos em gorduras As gorduras fornecem energia, como os carboidratos. No entanto, precisam ser consumidas em quantidades pequenas, principalmente pelas pessoas que não fazem muita atividade física. Quando consumidas em excesso, podem causar obesidade. O consumo excessivo de gordura de origem animal também causa problemas graves de saúde, como doenças do coração e acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos.

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Observe as embalagens dos alimentos industrializados: elas trazem informações sobre os nutrientes disponíveis em cada porção do alimento. Fernando Favoretto / Criar Imagem

1. Consulte o Quadro de nutrientes que você acabou de ver e, com a ajuda do professor, identifique os principais nutrientes fornecidos pelos alimentos que você consome habitualmente. Com base nessas informações, complete a terceira coluna da tabela Minha dieta, no caderno. 2. Observe os resultados. Alguns nutrientes aparecem mais que os outros? Quais são eles?

3. Você tem consumido alimentos que fornecem os nutrientes necessários para a saúde?

4. Algum nutriente não aparece ou aparece muito pouco nos alimentos que você consome? Você saberia dizer se isso é saudável ou não?

COMIDAS TÍPICAS DO BRASIL EM RODA Acompanhe a leitura do texto expositivo abaixo que será feita pelo professor. Ao final, participe com os colegas de um debate sobre o que diz o texto. Comente quais são os pratos mais apreciados entre as pessoas de sua família. Os costumes relacionados à alimentação são muito variados. Dependem do gosto das pessoas e da cultura de seu povo. Cada povo utiliza os produtos da região em que vive e cria receitas de acordo com seu modo de vida. Em um país tão grande como o nosso, com grande diversidade cultural, o mais comum é que as pessoas conheçam os alimentos da sua própria região e ignorem os que são comuns em outras regiões. A cozinha brasileira é uma mistura de três grandes influências: a indígena, a africana e a portuguesa. Em muitas receitas inventadas por aqui, também podemos notar a participação de imigrantes da Itália, do Japão e de outros países. Por isso, os nossos hábitos alimentares contam um pouco da história do Brasil.

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PARA PESQUISAR Com alguns colegas, observe a origem dos alimentos a seguir: Tapioca: alimento que tem origem na cultura indígena. Acarajé: alimento que tem origem na cultura africana. Pastel de Belém: alimento que tem origem na cultura portuguesa. • Você conhece os alimentos citados? Faça uma pesquisa para saber como eles são preparados. • Converse com seus colegas e descubra se eles conhecem outros alimentos que não são comuns no lugar em que você mora. Faça uma lista com esses alimentos. • O ritmo agitado das cidades e o excesso de trabalho vêm mudando os hábitos alimentares do brasileiro. Hoje, existem indústrias de alimentos enlatados e congelados e serviços de alimentação rápida, como fast-food. Essa expressão veio dos Estados Unidos e significa “comida rápida”, referindo-se aos lanches que não levam muito tempo para serem preparados. GLOSSÁRIO Migração: Além disso, com o desenvolvimento dos transportes, aumentou a deslocamento de uma troca de produtos. Assim, pratos típicos de uma região começaram a região para outra. ser encontrados em outras áreas. A migração interna também contribuiu para essa troca de influências. Cite dois produtos alimentícios que não são produzidos na sua região, mas que são muito consumidos, atualmente, pela população local.

PARA LER LETRA DE CANÇÃO Apesar das diferenças regionais e de influências estrangeiras, a comida mais famosa no Brasil ainda é o feijão com arroz de todo dia. Quando é preparado de forma especial, o feijão preto vira feijoada, que é um prato típico brasileiro. A feijoada já inspirou muitas histórias e músicas. Leia a letra da canção de Chico Buarque e faça as atividades propostas.

Feijoada completa Mulher, você vai gostar Tô levando uns amigos para conversar Eles vão com uma fome que nem me contem Eles vão com uma sede de anteontem Salta cerveja estupidamente gelada pr'um batalhão E vamos botar água no feijão.

GLOSSÁRIO

Uca: cachaça; aguardente de cana.

Mulher, não vá se afobar Não tem que pôr a mesa nem dar lugar Ponha os pratos no chão, e o chão tá posto E prepare as linguiças pro tira-gosto Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão E vamos botar água no feijão

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Mulher, você vai fritar Um montão de torresmo pra acompanhar Arroz branco, farofa e a malagueta A laranja-bahia, ou da seleta Joga o paio, carne-seca, toucinho no caldeirão E vamos botar água no feijão Mulher, depois de salgar Faça um bom refogado que é pra engrossar Aproveite a gordura da frigideira Pra melhor temperar a couve mineira Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão E vamos botar água no feijão. Chico Buarque de Holanda. Chico Buarque. Rio de Janeiro: Polygram, 1977-78. Faixa 1.

Forme um grupo de, no máximo, quatro alunos e discuta com os colegas o conteúdo da letra da canção “Feijoada completa”. Em seguida, responda: 1. Na letra da canção, como é descrito o papel do homem e da mulher no preparo da feijoada? O que você acha disso?

2. Em sua opinião, o que o compositor quis dizer com a frase “E vamos botar água no feijão”?

3. Podemos afirmar que o casal tem uma boa situação financeira? Cite um ou mais trechos da letra que justifiquem sua resposta.

4. Consulte a letra da música e faça, no caderno, uma lista dos ingredientes necessários para uma feijoada completa. Marque na lista os alimentos que compramos por quilograma (kg) e aqueles que costumamos comprar por grama (g).

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. Agora, com a ajuda de seu professor, faça algumas contas:

a) Quantos gramas pesa um pacote com meio quilo de carne?

b) Quantos pacotes de 250 gramas equivalem a um quilo e meio de linguiça?

c) Quantos pacotes de 100 gramas são necessários para formar um quilo de alho?

d) Quantos pacotes de meio quilo podem ser obtidos com cinco quilos de arroz?

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Fernando Favoretto / Criar Imagem

1. Algumas palavras da nossa língua são escritas de um jeito, mas são pronunciadas de outro. Isso não é um problema, é um fato comum em várias línguas! Em dupla, pronuncie em voz alta o nome dos alimentos abaixo:

2. Discuta com seu colega de dupla: • O i foi pronunciado em todas as palavras? • Vocês falaram fejão ou feijão? Pexe ou peixe?

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3. Agora complete as lacunas abaixo com E ou EI: az mant ovo m p

te

ref

ção

ga

cald

rão

xido

frigid

ra

xada

couve min

r

polho qu

f ra

jo

jão trop carangu

ro jo

4. Com a ajuda do professor, complete o texto a seguir: Em algumas palavras em que se pronuncia E, se escreve

. Na lista acima, temos e

alguns exemplos, como peixada,

Em outras palavras, tanto se pronuncia E quanto se escreve

. . Na lista acima,

e

temos as palavras repolho,

.

. Leia as palavras no quadro a seguir e responda: açúcar caqui

cachaça cocada

caçarola

caju

paçoca

a) Alguma das palavras começa com Ç? b) Que vogais acompanham o Ç? c) Lendo em voz alta, você deve ter percebido que a cedilha – sinal que aparece embaixo da letra C – muda o som da letra. Leia as sílabas abaixo: ca

co

cu

ça

ço

çu

. Pesquise outras palavras que são escritas com Ç e escreva-as no caderno.

O QUE ACONTECE COM OS ALIMENTOS QUE COMEMOS? EM RODA Todos os alimentos que ingerimos passam por um processo comum: a digestão. O que é a digestão? Qual é a sua importância para o nosso organismo? Converse com os colegas para verificar o que sabem a respeito disso.

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PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Digerir é dividir ou quebrar os alimentos em partes cada vez menores. Por meio da digestão, o organismo extrai dos alimentos os nutrientes necessários para o seu funcionamento e para uma manutenção. Leia o texto a seguir junto com o professor. Identifique o nome dos órgãos que participam da digestão dos alimentos e localize-os no corpo humano. glândulas salivares

Avelino Guedes

língua Primeiro, é preciso mastigar bastante, até epiglote que o alimento se transforme em uma pasta. dentes Dessa fase da digestão, participam os dentes, esôfago a saliva e a língua. fígado intestino Depois, o alimento desce pela garganta, delgado estômago onde fica a epiglote, que impede a passagem da comida para o sistema respiratório. É isso que evita que a gente engasgue! Da garganta, a comida segue para o esôfago, um tubo formado por músculos bem fortes, que empurram os alimentos até o estômago. Em seguida, os músculos que formam a parede do estômago entram em ação e comprimem o alimento até que ele fique líquido. Os sucos digestivos também ajudam a quebrar os alimentos em partes cada vez menores. Os sucos digestivos continuam em ação intestino reto grosso no intestino delgado. Alguns órgãos vizinhos, ânus como o fígado, também secretam líquidos para ajudar a digestão: o fígado lança no intestino um líquido chamado bile, que ajuda a quebrar as gorduras, as quais são muito difíceis de digerir. Nessa etapa, os nutrientes passam pelas paredes do intestino delgado e vão para o sangue. O que sobra vai para o intestino grosso. Ele transforma a parte não aproveitada dos alimentos em fezes e as empurra para o reto. No finalzinho do sistema digestório, as fezes são eliminadas pelo ânus.

Terminada a leitura, procure localizar, em seu corpo, cada órgão que participa das etapas iniciais da digestão, desde a mastigação até a chegada dos alimentos no estômago.

EM RODA Não existe uma dieta que seja ideal para todas as pessoas. Mesmo vivendo em uma mesma região e partilhando da mesma cultura, cada pessoa tem as suas preferências. Além disso, as necessidades nutricionais variam de acordo com a idade, a atividade que a pessoa exerce e o funcionamento do organismo de cada um.

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Observe as imagens a seguir:

2

3

Criança sendo amamentada, s.d.

Mulher obesa. New Hampshire (USA), s.d.

Prasanta Biswas/Keystone

Frank Siteman/Science Faction/Corbis

J-C. D. Pratt / Opção Brasil Imagens

1

Criança subnutrida na ĺndia, 2011.

EM AÇÃO 1. Com base nas imagens, complete as frases.

a) A criança da foto 1 tem uma dieta equilibrada porque o

fornece

todos os nutrientes de que ela precisa para crescer.

b) A mulher da foto 2 come muitos

ricos em gorduras e carboidratos.

c) A criança da foto 3 está subnutrida porque a sua dieta não fornece os necessários para o bom funcionamento do seu organismo. 2. Com base nesses exemplos, troque ideias com seus colegas sobre a seguinte questão: • O que é preciso levar em conta para seguir uma dieta saudável? 3. Com a ajuda dos colegas e do professor, complete o texto a seguir. Para criar uma dieta saudável, é importante considerar: • a idade da pessoa; • suas preferências; • • • No final, leia em voz alta todos os itens que você escreveu. O professor poderá fazer uma única lista na lousa, aproveitando as ideias de toda a turma. Acrescente no caderno os itens que você considera mais importantes.

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Capítulo

7

Os povos africanos e a invenção do Brasil!

No capítulo anterior, você estudou parte das raízes culturais do Brasil, que estão relacionadas à presença indígena e à colonização europeia dessas terras. Mas, para começar a compreender de que maneira ocorreu a formação cultural do país, precisamos nos dedicar também ao estudo das várias culturas africanas que vieram para o Brasil.

EM RODA Junto com o professor, leia e discuta o texto a seguir sobre a chegada dos africanos no Brasil como escravos nos anos 1500. Os quatro milhões de africanos que foram trazidos para o Brasil eram oriundos de vários reinos e monarquias tribais, que frequentemente brigavam entre si e com os portugueses. Os mais famosos são o Reino de Benin, que existiu onde hoje é a Nigéria e onde viveram os Edos; o Reino de Daomé, onde hoje se localiza a República de Benin e onde viveram os Fons; o Império de Oyó, vizinho a oeste do Reino de Benin, portanto também localizado onde hoje é a Nigéria, onde viviam os lorubás [...] e o Reino do Congo, formado pelo povo banto, cujos reis, também chamados de Mani-Kongos, chegaram a ser venerados como deuses. Os africanos trouxeram sua língua, seus costumes, sua alimentação, seu modo de vestir, sua vontade de viver, suas experiências e muito mais. Trouxeram suas crenças e suas lendas, sua história e suas raízes. Com o passar dos anos, de forma lenta e gradual, em seu cotidiano, eles se misturaram com os outros povos que aqui já viviam, como os indígenas e os europeus, em sua maioria portugueses. As conversas, as histórias, as crenças, as lendas de sua terra começaram a ser contadas nos campos, nas senzalas, nas dependências das fazendas, nas ruas e alamedas das cidades coloniais e imperiais do Brasil. Nereide Schiralo Santa Rosa. Jindanji: as heranças africanas no Brasil. São Paulo: Duna Dueto, 2008. p. 5 e 7. (Fragmento).

1. Você já tinha ouvido falar dos vários reinos de onde vinham os africanos para o Brasil? Quais?

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2. Que contribuições os africanos trouxeram para a nossa cultura?

3. Com o tempo, após serem forçados a viver no Brasil, os costumes e as crenças dos africanos continuaram os mesmos ou se modificaram? Por quê?

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Mário Yoshida

PARA LER MAPA 0° EUROPA

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BURKINA FASSO

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MAURITÂNIA

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CHADE

CAMARÕES

GUINÉ EQUATORIAL

GABÃO

ETIÓPIA

SUDÃO DO SUL

REP. CENTROAFRICANA

SOMÁLIA

Congo Rio CONGO RUANDA

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO

CABINDA (ANGOLA)

UGANDA QUÊNIA Lago Vitória

OCEANO ÍNDICO

BURUNDI Lago Tanganica

SEICHELES

TANZÂNIA COMORES Lago Niassa MALAUÍ ZÂMBIAo Zan bez Ri e

Meridiano de Greenwich

ANGOLA

ZIMBÁBUE NAMÍBIA

MAURÍCIO

MOÇAMBIQUE

MADAGÁSCAR

io Lim BOTSUANA R p

Rio Orange

ÁFRICA DO SUL

SUAZILÂNDIA LESOTO

0

70

o op

Trópico de Capricórnio

ERITREIA

NIGÉRIA

BENIN TOGO SÃO TOMÉ & PRÍNCIPE

OCEANO ATLÂNTICO

SUDÃO

Lago Chade

DJIBUTI

LIBÉRIA COSTA DO MARFIM

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Trópico de Câncer

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EGITO

Nilo

SAARA OCIDENTAL

930

1860 km

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1. Observe o mapa e encontre os locais citados no texto. 2. Preencha o quadro a seguir indicando o país onde cada povo vive na atualidade. POVO

PAÍS ONDE VIVEM NA ATUALIDADE

3. Conforme os dados levantados na questão anterior e no texto lido, é correto afirmar que diferentes culturas africanas vieram para o Brasil? Explique.

EM RODA Os vários povos africanos que vieram para o Brasil chegaram aqui para trabalhar como escravos, primeiro nas fazendas de cana-de-açúcar, depois nas minas de ouro, na produção de café e para realizar os mais variados tipos de atividades, que incluem os serviços domésticos e também os de carregador, de vendedor ambulante ou até mesmo de ama de leite. Entretanto, é preciso compreender que a presença das culturas africanas no Brasil vai muito além da escravidão, uma história de superexploração de seres humanos, que tiveram de lutar muito até que essa condição se tornasse ilegal em 1888. Quem quiser entender o Brasil precisará mergulhar nas culturas africanas, pois os milhões de africanos que desembarcaram nestas terras trouxeram uma parte do que são os brasileiros da atualidade.

EM AÇÃO Observe o quadro a seguir com vários elementos presentes em nossa vida cotidiana que faziam parte das culturas dos povos africanos. Na atualidade, dizemos que fazem parte da cultura afro-brasileira, já que, muitos deles foram se transformando no Brasil e criando características novas. 2o e 3o anos

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ALIMENTAÇÃO

FESTAS, DANÇAS E MÚSICAS

Acarajé Dendê Farofa Feijoada Fubá Inhame Mungunzá Rapadura

Batuque Capoeira Congada Jongo Maracatu Samba

RELIGIOSIDADE Batuque gaúcho Candomblé Tambor de mina maranhense Umbanda Xangô pernambucano

1. Quais desses alimentos fazem parte da sua vida cotidiana? Você conhece outros alimentos de origem africana? Quais?

2. Você conhece algumas dessas festas, danças ou ritmos musicais? O que sabe dizer sobre eles?

3. Você pratica ou conhece alguma dessas expressões religiosas afro-brasileiras? O que você sabe sobre elas? Conte para seus colegas.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Não é só na alimentação, nas expressões artísticas e na religiosidade que as culturas estão presentes. A língua recebe contribuições dos povos que a falam. A língua portuguesa falada no Brasil, por exemplo, recebeu contribuições dos bantos, conjunto de povos africanos dos quais se originavam muitos dos escravos trazidos para o nosso país. Várias palavras faladas por eles se incorporaram ao nosso idioma e hoje nem sempre conseguimos identificar aquelas que vieram de línguas africanas. Junto com seus colegas, teste o que vocês conhecem das palavras da nossa língua que têm origem em línguas africanas. Os significados foram retirados de verbetes do Novo dicionário banto do Brasil, de autoria de Nei Lopes. Nessa obra, o autor apresenta palavras da nossa língua que possivelmente se originaram de línguas africanas do grupo banto. 1. Associe as duas colunas, relacionando cada palavra ao seu significado.

a) Cacimba

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(

) Criança recém-nascida ou de poucos meses. Provavelmente, do umbundo nenê, pedacinho, cisco, detrito.

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b) Caçula

(

) Bambolear o corpo para a direita e para a esquerda. Provavelmente, do quimbundo junga, girar de um lado para o outro. Ou do quimbundo jingala, bambolear, da mesma raiz de jinga, rodear, remexer, remoinhar.

c) Gingar

(

) O mais moço dos filhos ou dos irmãos. Do quimbundo kasule, último filho.

d) Nenê

(

) Buraco que se cava até encontrar lençol d’água. Do quimbundo kixima, poço; lugar próprio para tirar água em rio ou lago.

2. Identifique, em cada verbete, a palavra africana que deu origem à palavra portuguesa. Por exemplo, no caso de “caçula”, a palavra africana que a originou é “kasule”. Então, diga o que há de semelhante entre a palavra original africana e a palavra que se originou dela.

3. Que palavras você já conhecia? De quais delas você já sabia o significado?

Para ampliar seus conhecimentos sobre palavras de origem banto, que foram incorporadas à nossa língua, consulte o Novo dicionário banto do Brasil, que contém mais de 250 propostas etimológicas acolhidas pelo Dicionário Houaiss (Editora Objetiva, 2009).

PARA LER GRÁFICOS Em 13 de maio de 1888, a escravidão se tornou ilegal no Brasil. Isso não quer dizer que, depois dessa data, tenha acabado todo o preconceito que existia em relação aos africanos no Brasil. Ser negro era sinônimo de inferioridade. As pessoas brancas nem mesmo queriam fazer os serviços que os escravos faziam, pois achavam que tinham de se diferenciar deles. Mas já se passaram mais de cem anos da abolição da escravatura. Hoje ainda existe preconceito da população branca em relação à população negra? Se existe, como ele aparece? Vamos observar alguns dados sobre a população branca e a população negra (pretos e pardos) no Brasil.

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Enquanto uma pessoa branca com 12 anos de estudo ou mais, isto é, que concluiu o Ensino Médio, ganha em média R$ 16,10 por hora de trabalho, uma pessoa negra recebe R$ 11,40. Gráfico 3 – Razão entre o valor do Gráfico 1 – Taxa de

analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por cor ou raça no Brasil – 2009 (em %)

Gráfico 2 – Média de anos de

estudo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por cor ou raça no Brasil – 2009 (em %)

rendimento-hora do trabalho principal que as pessoas de cor preta ou parda recebem, em relação ao valor recebido pelas pessoas de cor branca, por anos de estudo no Brasil – 2009 (em %) Planeta Terra Design

80 10 15 12

9

70

8

60

7

50

6 9 13,3

6 3

40

5 13,4

8,4

4

69,8

Até 4 anos

5a8 anos

9 a 11 anos

12 anos ou mais

20

2

5,9

Branca

72,6

6,7

10

1 0

78,4

30 6,7

3

78,7

Preta

Parda

0

Branca

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009.

Preta

Parda

0

1. Qual é o título do gráfico 1?

2. O título já fornece pistas sobre as informações que o gráfico trará. Quais são elas, no caso do gráfico 1 e do gráfico 2?

3. O que significam os números à esquerda da linha vertical do gráfico 3?

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4. Por que a barra da esquerda é mais baixa no gráfico 1? O que isso significa?

5. E no gráfico 3, o que significa a diferença de altura entre as barras?

6. Os gráficos mostram uma situação desfavorável aos negros em que aspectos?

7. Em sua opinião, esses dados comprovam a existência do preconceito racial no Brasil? Por quê?

CALCULANDO COM A CALCULADORA Para calcularmos com a calculadora, as regras são as mesmas. Digita-se primeiro o número – como se estivesse escrevendo, da esquerda para a direita – em seguida pressiona o sinal da operação (+, –, x, :) desejada e depois o outro número. Só após apertar-se o sinal de igual (=). Agora é com você! Resolva utilizando à calculadora. 1. Uma pessoa digitou o número 12, a tecla +, o número 8 e depois a tecla =. Qual foi o número que apareceu no visor de sua calculadora? 2. Se tivesse digitado o número 12, a tecla –, o número 8 e depois a tecla =, ela obteria o mesmo número no visor da calculadora? 3. Um aluno digitou o número 15, a tecla , o número 7, depois a tecla =, e obteve no visor de sua calculadora o número 8. Você sabe qual foi o sinal da operação que ele digitou? 4. Você digitou o número , a tecla +, o número 10 e depois a tecla =. O número que apareceu no visor da calculadora foi 22. Qual foi o número digitado?

PARA LER NOTA BIOGRÁFICA Apesar das dificuldades que a população negra enfrentou ao longo de vários séculos, muitas personalidades negras assumiram papel de destaque em nossa sociedade, ao

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longo da história. Você conhece alguma personalidade negra de destaque na política, nas artes, nas ciências? Vamos ler uma breve biografia de algumas delas. Grande Otelo (1915-1993) Bernardes de Souza Prata, conhecido como Grande Otelo, nasceu em Uberlândia (MG). Desde 1935, atuou como ator de cinema. Fez inúmeros filmes a partir dos anos 1940, sendo ator de destaque dos estúdios Atlântida. Trabalhou também em várias novelas para a televisão. Entre os filmes em que atuou, estão: Carnaval no fogo, Matar ou morrer, Macunaíma e Rio, zona norte.

Milton Santos (1926-2001) Nasceu em Brotas de Macaúbas (BA), passando parte da infância em Salvador. Formado em Geografia, morou ainda em São Paulo, onde foi professor da Universidade de São Paulo (USP). Foi também professor do Ensino Superior na França e nos Estados Unidos. Em 1994, recebeu o prêmio Vautrim Ludo, considerado o Prêmio Nobel da Geografia. Com mais de 40 livros publicados, foi um dos mais importantes intelectuais brasileiros do século XX.

Pixinguinha (1898-1973) Alfredo da Rocha Viana Filho, conhecido como Pixinguinha, nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e viveu nessa cidade por toda a sua vida. Foi um dos mais importantes músicos brasileiros do século XX. Era arranjador, instrumentista e compositor. É considerado um dos criadores da linguagem moderna na música popular brasileira. Entre suas composições, estão Lamentos e Carinhoso, canções brasileiras consagradas.

Tia Ciata (1854-1929) Hilária Batista de Almeida, conhecida como tia Ciata, nasceu em Santo Amaro da Purificação (BA) e foi uma importante liderança da chamada “Pequena África” do Rio de Janeiro. Ganhava a vida vendendo os quitutes que cozinhava, de reconhecida qualidade. Sua casa é considerada um dos berços do samba carioca, onde organizava seções musicais frequentadas por vários músicos, políticos e intelectuais. Na sua casa, teria sido criado o primeiro samba de que se tem notícia, Pelo telefone, de Donga e Mauro de Almeida. Além da música, em casa, ela também realizava cultos aos seus orixás africanos.

1. Das informações a seguir, quais são fornecidas pela maioria das biografias que você leu? Localize os dados que estão presentes nas biografias lidas. atividades pelas quais se destaca nome e sobrenome profissão ou ocupação local de nascimento nome dos pais data de nascimento data da morte apelido 2. Em que ordem geralmente elas aparecem? Releia as biografias para responder.

3. Por que essas informações são importantes numa biografia?

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4. Podemos afirmar que as biografias foram apresentadas em ordem alfabética? Justifique sua resposta.

5. Em pequenos grupos, discuta: O que você já sabia sobre as personalidades retratadas nas biografias? O que ficou sabendo após a leitura dos textos?

PRODUZINDO NOTA BIOGRÁFICA As biografias trazem informações importantes da vida de uma pessoa. Agora que você conheceu algumas biografias de pessoas negras importantes, procure pensar na sua comunidade: Há alguém negro que se destaca? Ele(a) é reconhecido como merece? Pode ser um líder comunitário, uma moradora antiga, um profissional competente, uma artista, entre outros. Você e um colega irão escrever uma nota biográfica sobre a pessoa escolhida, a fim de registrar o seu valor para a comunidade. Para coletar as informações, elaborem perguntas sobre a vida da pessoa. Lembrem-se das informações que devem constar numa biografia, listadas na atividade anterior. Registrem por escrito as respostas e, se possível, gravem. Quando forem elaborar o texto, lembrem que são vocês que irão relatar a vida da pessoa. Por exemplo, se, na entrevista, a pessoa disser: “Eu faço peças de cerâmica há mais de 20 anos”, vocês irão escrever algo como “Ele(a) faz peças de cerâmica há mais de 20 anos”. Pensem também em que ordem as informações devem aparecer no texto da biografia. Se possível, ilustrem a biografia com uma fotografia, desenho ou caricatura do(a) biografado(a). Usem as linhas abaixo para escrevê-la Quando a nota biográfica estiver pronta, leiam-na para toda a classe e discutam com seus colegas se é necessário modificar alguma informação, expressão ou palavra.

Criem um mural com todas as biografias e exponham em algum lugar da sua comunidade para outras pessoas lerem (associação do bairro, clube, igreja, escolas etc.). Peçam autorização do(a) biografado(a) para expor a biografia.

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Capítulo

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Fala, Brasil!

EM RODA Muitos brasileiros são criticados pelo seu jeito de falar. E você? Alguma vez recebeu esse tipo de censura? Você acha que fala bem a nossa língua? Acompanhe a leitura de um interessante depoimento. Josefa, aos 16 anos de idade, saiu do município de Piancó, no estado da Paraíba, para trabalhar como empregada doméstica em São Paulo. [...] acho que sempre é uma coisa difícil chegar num lugar que você não conhece. Você é rude, você não sabe nada. Você não sabe falar. Todo mundo dá risada quando você fala errado. Então até você se adaptar, até as pessoas acostumarem com seu modo de ser é muito difícil. E o pessoal daqui discrimina muito. Baiano, nordestino não sabe falar, não sabe se vestir. Então eles discriminam muito, é muito difícil a relação assim, sabe? Cláudia L. Vóvio. Textos narrativos orais e escritos produzidos por jovens e adultos em processo de escolarização. Dissertação de mestrado. Faculdade de Educação da USP. São Paulo, 1999. (Fragmento).

• Você já passou por alguma situação parecida com a de Josefa? • Alguém já riu do seu jeito de falar? Como você se sentiu? • Por que você acha que essas reações acontecem? Para muitas pessoas, falar diferente é o mesmo que “falar errado”. Elas interpretam isso como um desrespeito à nossa língua. Há quem pense que grande parte da população maltrata a nossa língua porque fala “as casa” e não “as casas”, ou seja, porque “engole” o S no final das palavras. Você acha que as pessoas que falam “os menino” em vez de “os meninos” maltratam o idioma?

TODOS BRASILEIROS, MAS CADA UM FALA DE UM JEITO EM GRUPOS Discuta três questões com seus colegas de grupo: • Que língua é falada no Brasil? • Todos os seus colegas de classe falam da mesma maneira? • Você conhece alguém que tenha um jeito de falar diferente do seu? Dê exemplos dessa diferença.

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Depois que cada grupo apresentar o que discutiu sobre a “língua” que é falada no Brasil, você acompanhará a leitura do texto a seguir. Assim, saberá um pouco mais sobre nossas maneiras de falar. Falamos de formas diferentes porque a língua também é uma marca da identidade pessoal. Percebemos rapidamente o sotaque das pessoas e somos reconhecidos, por exemplo, como homem ou mulher, criança ou adulto, evangélico ou católico, por nossa maneira de falar. Os sotaques nordestino, mineiro, gaúcho, paulista e carioca são logo identificados, inclusive nas novelas e nas músicas. Isso significa que qualquer língua apresenta modos de falar bem variados, dependendo da identidade de quem fala, em qual região nasceu, se é jovem ou idoso etc.

PARA PESQUISAR Em grupo, procure se lembrar de músicas e personagens de novela que expressam maneiras diferentes de falar. Organize essas informações no A novela Cordel Encantado, caderno, usando uma tabela como esta: que foi ao ar em 2011, trouxe MÚSICAS

PERSONAGENS DE NOVELA

• As músicas das quais você e seu grupo se lembraram são recentes ou antigas?

• As músicas são da mesma região ou de regiões diferentes?

para a televisão o contexto das histórias de cordel, poema bastante difundido no Nordeste do Brasil, em que, geralmente, é retratada a vida do sertanejo. A maioria das suas personagens falava como os sertanejos nordestinos. Na internet, você encontra vídeos de diversos capítulos dessa novela.

• As personagens das quais você e seu grupo se lembraram são de novelas que contam histórias de outras épocas ou de dias atuais?

• As personagens são da mesma região ou de regiões diferentes?

• Elas têm, aproximadamente, a mesma idade?

• Têm ocupação ou profissão semelhantes?

• Agora, discuta com seus colegas de grupo: É possível todas as pessoas do Brasil falarem da mesma maneira? Por quê?

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QUE LÍNGUA SE FALA NO BRASIL? EM RODA

André Perazzo/Folhapress

Fernando Favoretto/Criar Imagem

A língua portuguesa é a língua oficial do Brasil, falada em suas diversas variações regionais. Muitas pessoas acreditam que só se fala uma única língua em nosso país. Isso não é verdade. Não existe um só país, no mundo todo, que fale uma só língua. No Brasil, falam-se nada menos que 180 línguas indígenas, algumas línguas africanas e outras línguas estrangeiras, usadas em comunidades de imigrantes em vários locais do país, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.

Letreiro em portugês e japonês no bairro da Liberdade. São Paulo (SP), 2013.

Placa de sinalização em Florianópolis (SC), 2006.

PARA LER TIRA EM QUADRINHOS Você já leu alguma tira em quadrinhos? Se essa for a sua primeira vez, observe que as tiras em quadrinhos são textos que associam palavras e imagens. Normalmente, são humorísticas, engraçadas. Ao ler a tira a seguir, composta de dois quadrinhos, observe a relação entre as imagens e as palavras para responder às perguntas.

Paulo Louzada. “Garabulha”. Jornal O Chasque do Tapejara. Santa Maria, n. 2, s/d.

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EM AÇÃO 1. Onde as personagens estão? Como você chegou a essa conclusão?

2. O que o primeiro quadrinho está mostrando? E o segundo?

3. Que língua as personagens estão falando? 4. Na tirinha, a palavra garabulha refere-se a algo positivo ou negativo? Por quê?

. O que significa garabulha? Se você não souber responder, pergunte a outras pessoas ou consulte um dicionário.

. Releia a tirinha e responda: De que região do Brasil são as personagens? Antes de responder, observe bem as imagens: as roupas, o tipo de bebida. Preste atenção também ao modo de falar.

. Complete o texto abaixo: Além do modo de vestir e dos usos e costumes (o que inclui hábitos alimentares), o modo de falar também é uma pista importante sobre as características das pessoas, sobre sua identidade. No caso da tirinha, as palavras típicas , tais como e ajuda região daram a caracterizar as personagens, para que o leitor percebesse que se trata de dois

.

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PARA LER OUTDOOR Banco Itaú/Agência África

Banco Itaú/Agência África

Observe os outdoors a seguir e responda às perguntas.

1. O que está sendo anunciado? O que você observou para responder isso?

2. Você identifica alguma palavra ou expressão típica de determinada região? Qual?

3. Cada outdoor foi apresentado em um estado brasileiro. Identifique, por meio da linguagem usada, em que estado cada um foi publicado.

4. Se esse outdoor fosse divulgado em seu estado, que outra expressão poderia ser utilizada para estabelecer uma identificação com os clientes?

PARA PESQUISAR Pense em alguns objetos ou alimentos que tenham nomes diferentes conforme o estado, a região ou a cidade de origem. Sinal de trânsito é chamado de farol em São Paulo, de semáforo no Rio de Janeiro, de sinaleira no estado do Paraná e de sinal em várias cidades do Nordeste. Com toda a turma e a ajuda do professor, elabore uma tabela de palavras com as variações que aparecem em regiões diferentes. Transcreva a tabela no caderno e preencha com as informações que vocês conseguirem.

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REGIÃO CENTRO-OESTE

REGIÃO NORDESTE

REGIÃO NORTE

REGIÃO SUDESTE

Macaxeira

Mandioca

Sinal

Semáforo/farol

REGIÃO SUL Sinaleira

FALAR, ESCREVER Vimos que as diferenças na língua portuguesa falada no Brasil são um reflexo da riqueza cultural do seu povo e das contribuições dadas por distintos povos ao longo da história: indígenas, africanos, europeus, asiáticos etc. Também resultam da distribuição das pessoas no território brasileiro. Entretanto, o que é um traço cultural pode ser encarado, por certas pessoas, como um problema, um defeito, um erro, um vício.

EM RODA 1. Debata com sua turma os seguintes pontos:

a) Você se lembra de formas de falar que são desvalorizadas na nossa sociedade? b) Há quem critique ou ridicularize outras pessoas por causa de seu modo de falar. Você concorda com esse tipo de atitude?

c) Acompanhe a leitura de algumas estrofes do poema “Vida sertaneja”, escrito pelo poeta Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré.

Vida sertaneja Sou matuto sertanejo Daquele matuto pobre Que não tem gado nem quêjo Nem ôro, prata, nem cobre. Sou sertanêjo rocêro, Eu trabaio o dia intero, Que seja inverno ou verão. Minhas mão é calejada, Minha péia é bronzeada Da quintura do sertão Por força da natureza, Sou poeta nordestino, Porém só canto a pobreza Do meu mundo pequenino. Eu não sei cantá as gulora, Também não canto as vitora Dos herói com seus brasão, Nem o má com suas água... Só sei cantá minhas mágua E as mágua de meus irmão.

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Canto a vida desta gente Que trabaia inté morrê Sirrindo, alegre e contente, Sem dá fé do padecê, Desta gente sem leitura, Que, mesmo na desventura Se sente alegre e feliz, Sem nada sabê na terra, Sem sabê se existe guerra De país cronta país. [...] Patativa do Assaré. In: Cláudio Portella (Org.). Melhores poemas: Patativa do Assaré. São Paulo: Global, 2006. p. 152-158. (Coleção Melhores Poemas). (Fragmento).

2. Agora, discuta com seus colegas:

a) Em um trecho do poema, Patativa do Assaré afirma: “Só canto a pobreza do meu mundo pequenino”. De que mundo o poeta está falando?

b) O poema foi escrito de uma forma diferente de outros poemas que você conhece? Explique sua resposta.

c) Observe as palavras usadas no poema. Você fala

Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré, nasceu em 5 de março de 1909 na Serra de Santana, numa pequena propriedade rural no município de Assaré, no sul do Ceará. Frequentou a escola primária por apenas quatro meses e sempre trabalhou na roça, desde os 6 anos de idade. A sua vocação de poeta, cantador da existência e das mazelas do mundo, despertou cedo. Aos 5 anos, já exercitava seu talento nos versos. Tem inúmeros folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais. Na linguagem do sertanejo nordestino, seus poemas tratam de diversos temas e são conhecidos nacionalmente. Seus poemas ficaram famosos também na voz de Luiz Gonzaga, como a canção “Triste partida”. Faleceu em 2002, em sua cidade natal.

alguma palavra de um jeito diferente do que está no texto? Quais?

d) Com base no poema, converse com os colegas e responda: Existem diferenças no modo de falar e no modo de escrever a nossa língua? Como você chegou a essa conclusão?

e) É possível dizer que há uma forma melhor de falar e mais rica do que outras? Saiba um pouco mais sobre Patativa do Assaré, lendo a nota biográfica acima.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA O poema “Vida sertaneja” mostra bem que há diferenças no modo de falar e escrever em língua portuguesa. Observe alguns exemplos: trabalho glória até

trabaio gulora inté

cantar mar saber

cantá má sabê

Essas diferenças no modo de falar certas palavras são muito comuns nas várias línguas. Elas acontecem dependendo da região onde a pessoa foi criada, do grau de escolaridade – se ela é do Sul ou Norte, se terminou o 9o ano ou a universidade etc. Mas, na maioria das vezes em que escrevemos, devemos seguir as normas da língua portuguesa. Nas normas da língua portuguesa, estão incluídas as normas ortográficas. Elas servem

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para que todos os falantes de uma língua, de qualquer região, possam ler e compreender um mesmo texto escrito, apesar de falarem com sotaques distintos. Para isso, existe uma forma de escrever as palavras que é considerada a grafia padrão. A grafia padrão de algumas palavras pode ser diferente da forma como as falamos. Nesse caso, os dicionários podem nos ajudar, porque registram a grafia padrão (ortografia) das palavras da língua portuguesa. No entanto, nem todos os textos que lemos estão escritos na grafia padrão. O poema que lemos do Patativa do Assaré é um bom exemplo. 1. Faça um teste: procure no dicionário as palavras trabalhar e trabaiá. A forma encontrada foi e esta é considerada a grafia padrão, a que deve ser escrita nos textos que a exigem. Gerson Gerloff / Pulsar Imagens

Eprom | Dreamstime.com

Odelia Cohen | Dreamstime.com

2. Observe as fotos e escreva o nome do que está sendo mostrado em cada uma.

3. Procure no dicionário essas palavras e compare com a forma como você escreveu. Discuta, com seus colegas e o professor, se houve diferenças, se o jeito de falar e o jeito de escrever são diferentes. 4. Observe as diferenças entre fala e escrita e complete: TEM GENTE QUE FALA Mió Fia Foia Cuié Muié Rocêro Péia

MAS ESCREVE-SE

Como grande parte dos textos deve ser escrita com a grafia padrão, é preciso memorizar como escrever essas palavras. Para ajudar você a se lembrar da ortografia dessas palavras, é conveniente sempre escrevê-las como aparecem no dicionário, isto é, na grafia padrão.

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Capítulo

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Um mundo de formas

EM RODA No nosso dia a dia, percorremos diferentes espaços e entramos em contato com outras pessoas, com objetos construídos pelos homens, com animais, com plantas e outros elementos existentes na natureza. Tudo o que vemos tem forma. Olhe ao seu redor: que formas você identifica nos objetos que vê? Expressões bem-humoradas e criativas, como “pisou na bola”, “bola fora”, “não deu bola”, “bola de cristal” e “embolou o meio de campo” estão presentes em qualquer roda de conversa. Elas nos fazem lembrar um objeto muito conhecido, que simboliza o esporte mais apreciado pelo povo brasileiro. Converse com os colegas e pense nas seguintes questões: O que significa cada uma das expressões que você acabou de ler? Em qual objeto o texto nos faz pensar? Qual é a forma desse objeto?

REDONDOS E ARREDONDADOS PARA LER TEXTO EXPOSITIVO

Musculatura de braço masculino, s.d.

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Fabio Colombini

Cristina Pedrazzini/SPL/ Latinstock

Por que será que copos, canecas, pratos e panelas quase sempre têm formas arredondadas? Você já pensou nisso? Por acaso seria mais difícil segurar esses objetos, com nossas mãos, se eles fossem quadrados, retangulares ou triangulares? Grande parte dos objetos que manuseamos tem forma arredondada para melhor se adaptar ao formato e aos movimentos de nossas mãos. Observe que o corpo humano tem muitas partes arredondadas, algumas delas símbolos de beleza. A natureza também é farta de formas arredondadas: são troncos e copas de árvores, cadeias de montanhas, ovos, pedras, conchas, flores, folhas, frutos e sementes.

Tronco de pau-mulato. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

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Sufi70 | Dreamstime.com

Flávio Veloso / Opção Brasil Imagens

Montanhas (RJ), 2006.

Seixos, s.d.

EM GRUPOS Converse com seus colegas sobre as situações a seguir. Anote, no caderno, os resultados da discussão. • É comum usar toras de madeira sob o casco de um barco para levá-lo até a água. Essa prática funciona? Por quê? • Você já notou que os comprimidos possuem forma arredondada? Por que você acha que eles têm essa forma?

PARA LER DESENHO Ilustrações digitais: Maurício Negro

As formas com superfícies arredondadas, como a esfera, o cilindro e o cone, são chamadas de sólidos geométricos redondos. Observe estas formas geométricas: esfera

cilindro

cone

EM AÇÃO 1. No caderno, faça um desenho ou uma colagem de elementos da natureza e de objetos que tenham a forma de uma esfera, de um cilindro e de um cone. 2. Observe as formas geométricas na ilustração. Com a ajuda do professor, use massa de modelar, argila ou barro e construa um modelo de uma esfera, de um cilindro e de um cone. Preste atenção nos movimentos que você faz para moldar cada um deles. Observe os sólidos que você construiu. Faça movimentos com eles. O que você percebe?

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3. A esfera, o cilindro e o cone rolam em qualquer posição? Explique sua resposta.

4. Entre os sólidos que você construiu, escolha pares de sólidos com forma arredondada e observe pelo menos uma semelhança e uma diferença entre eles. Use o quadro a seguir para registrar suas observações. SEMELHANÇAS

DIFERENÇAS

Ilustrações digitais: Maurício Negro

SÓLIDOS

BICOS, PONTAS E BEIRADAS PARA LER FOTOGRAFIA O patrimônio cultural de um povo é formado por suas manifestações culturais e artísticas: músicas, danças, tradições orais, festas, pratos típicos e outras. Incluem também as construções e os monumentos que formam seu espaço geográfico. No Brasil, algumas construções se tornaram símbolos da nossa cultura. A seguir, você verá fotografias com algumas delas. Observe o tipo e a forma das construções e a cidade em que se localizam.

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Pedro H. Bernardo/Folhapress

João Prudente / Criar Imagem Rogério Reis/Pulsar Imagens

Mercado Ver-o-Peso. Belém (PA), 2012.

Fachada da Faculdade de Olinda (PE), 2010. Gerson Gerloff / Pulsar Imagens

Giuseppe Bizzarri/Folhapress

Elevador Lacerda. Salvador (BA), 2012.

Rogério Reis / Pulsar Imagens

Catedral da Sé. São Paulo (SP), 2012.

Ponte Rio-Niterói. Niterói (RJ), 2012.

Ópera de Arame. Curitiba (PR), 2012.

EM AÇÃO 1. Com um colega, descreva cada uma das imagens.

2. Destaque as formas geométricas das construções.

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3. Qual das formas apresentadas mais chamou a sua atenção? Por quê?

4. Na sua cidade, existe alguma construção parecida com as que são mostradas nas fotos? Qual construção?

Ilustrações digitais: Avelino Guedes

Muitas construções lembram as formas de sólidos geométricos chamados poliedros. O termo poliedro tem origem grega: poli significa “muitos”, e edro quer dizer “face”. Então, poliedro é um sólido com muitas faces. As formas de poliedros também aparecem nos edifícios, nos telhados, no mobiliário e em grande parte de caixas e embalagens de produtos que adquiricubo paralelepípedo pirâmide de mos. Veja alguns poliedros: base quadrada

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Várias palavras que foram apresentadas neste capítulo podem ser mais facilmente compreendidas se prestarmos atenção às partes que as compõem. Observe o exemplo a seguir com o nome de um sólido: Poliedro = poli + edro = sólido que tem muitas faces. Agora é com você. Identifique o que significam as palavras a seguir. Use o dicionário se houver necessidade. Um tetraedro é um sólido geométrico que tem Tetra significa

e edro significa

Um hexaedro é um sólido geométrico que tem Hexa significa

faces.

e edro significa

. faces. .

é um sólido geométrico que tem oito faces. Um Octa significa oito e edro significa faces.

EM AÇÃO Como foi feito com os sólidos geométricos redondos, use massa de modelar, barro ou argila para construir os poliedros que aparecem na ilustração.

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1. Desenhe ou faça uma colagem de objetos que tenham a forma de um cubo, de uma pirâmide e de um paralelepípedo. Escreva o nome de cada um.

Ilustrações digitais: ????

2. Escolha, entre os sólidos que você construiu, alguns pares de poliedros. Observe pelo menos uma semelhança e uma diferença entre eles. Registre suas observações na tabela a seguir.

Semelhanças

Diferenças

Ilustrações digitais: Avelino Guedes

3. Observe as imagens a seguir. Quantas faces, quantos vértices e quantas arestas existem no cubo, no paralelepípedo e na pirâmide de base quadrada que você construiu?

cubo

paralelepípedo

Todos os poliedros têm pontas, que são os vértices, superfícies planas chamadas de faces, e linhas retas, que são as arestas.

pirâmide de base quadrada

EM GRUPOS Com seus colegas, traga para a sala de aula algumas embalagens de diferentes produtos comprados em supermercados, farmácias ou lojas. Observe o conjunto de embalagens. A seguir, com os colegas, identifique suas formas, comparando-as com os sólidos

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que você moldou. Separe as embalagens em grupos, juntando em cada um todas as embalagens que têm formas parecidas. Dê um nome a cada grupo.

EM GRUPOS B

C Mik122/Dreamstime.com

Fernando Favoretto / Criar Imagem

A

Bizarzoo/Dreamstime.com

Observe estas embalagens:

Com a ajuda dos colegas de grupo, responda: 1. A caixa A tem a forma de uma pirâmide? Por quê? 2. A caixa C tem a forma de um cubo ou de um paralelepípedo? Explique.

3. Qual é a forma geométrica da caixa B?

4. Separe os sólidos que você moldou em dois grupos: o dos sólidos redondos e o dos poliedros. Discuta com seus colegas as diferenças existentes entre esses sólidos. Apresente as conclusões de seu grupo para a classe.

EM AÇÃO 1. Escreva a seguir uma lista com os nomes de todos os sólidos geométricos que você estudou neste capítulo.

2. Observe as construções que existem no seu bairro ou na sua região. Identifique as formas geométricas que mais aparecem nessas construções. Escreva no caderno um pequeno texto com suas observações. Dê para um colega ler. 3. Depois, na sala de aula, converse com seus colegas sobre suas observações.

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EM GRUPOS Enfeite os sólidos que você construiu, pintando-os, colando desenhos ou recobrindo-os com figuras retiradas de revistas. Faça uma escultura juntando todos os sólidos geométricos. Dê um nome para sua obra e, junto com os colegas, organize a exposição de todos os trabalhos.

PARA LER OBRA DE ARTE

Romulo Fialdini

Nas produções artísticas, podemos encontrar diversas representações de sólidos geométricos. Tarsila do Amaral os representou em sua obra Calmaria II. Observe como ela criou um efeito interessante dispondo-os sobre uma superfície espelhada.

Tarsila do Amaral. Calmaria II (Marinha), 1929, óleo sobre tela, 75 x 93 cm.

Agora é sua vez. Você e seus colegas deverão compor uma escultura com os sólidos que construíram. Pinte-os, recubra-os com papéis coloridos ou figuras retiradas de revistas. Dê um nome para sua obra e, junto com os colegas, organize a exposição de todos os trabalhos.

EM RODA Nas construções humanas, podemos observar várias figuras que lembram os poliedros. Dentre elas, destacam-se as que têm a forma de um paralelepípedo, tais como tijolos, prédios, armários, caixas. Observe as figuras a seguir. Considere que elas não estão proporcionais entre si.

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Cesar Diniz / Pulsar Imagens

Terex/Dreamstime.com Gbfoto/Dreamstime.com

Fernando Favoretto /Criar Imagem

Guarda-roupa.

Caixa de presente.

Tijolo.

Prefeitura Municipal. Campinas (SP), 2012.

EM AÇÃO 1. Faça uma lista de objetos nos quais se possa perceber a forma de um paralelepípedo.

2. Pense nas faces, arestas e vértices de um paralelepípedo e descreva suas características.

3. Com a ajuda do professor, será escolhida a melhor descrição de paralelepípedo.Reflita: Por que a descrição escolhida é a melhor em relação às outras que foram elaboradas?

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EM GRUPOS 1. Com alguns colegas, providencie uma caixa pequena de papelão, como as de embalagem de creme dental ou de remédio. Siga as instruções: • Desmonte a caixa com cuidado para não rasgar ou romper suas partes. Observe que a caixa desmontada parece um molde. • Coloque a caixa desmontada sobre uma folha de papel, contornando-a com o lápis. • Recorte a caixa de papelão nas dobras, separando suas partes. Fique com a folha com o molde e entregue as partes da caixa para um colega. Ele terá a tarefa de tentar reconstruí-la, usando uma fita adesiva para colar as partes.

Ilustrações digitais: Mauricio Negro

2. Observe as pilhas de cubos e descubra quantos cubos foram usados em cada uma delas. Você pode usar caixas de fósforo para construir pilhas parecidas com estas.

Ilustrações digitais: Mauricio Negro

• Identifique o contorno que representa a base de cada uma das pilhas.

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3. Vimos que, ao nosso redor, existe um mundo de formas. Elas estão nos astros, como o Sol e a Lua, nos animais, nas plantas, nas pedras, rochas e montanhas. Inspirados nas formas da natureza, os seres humanos construíram, ao longo do tempo, inúmeros objetos que atendem às suas mais diversas necessidades. Também criaram novas formas, como as que aparecem em edifícios, pontes, viadutos, e na imensa variedade de utensílios que utilizamos todos os dias. • Com os seus colegas, construa um mural com desenhos, fotos e figuras de elementos da natureza, objetos e construções que tenham formas semelhantes às dos sólidos redondos e às dos poliedros. Escolha um título para o mural e deixe-o exposto num lugar onde possa ser visto por muitas pessoas.

LIGADOS AO PLANETA Não importa a forma do objeto, tampouco sua natureza, seres vivos e não vivos, toda matéria que compõe o planeta está ligada a ele por uma força chamada força gravitacional. Ela é a responsável pela queda dos objetos, por manter a atmosfera ao redor da Terra. É por causa da força de atração gravitacional que a Lua gira em torno da Terra, que as águas estão ligadas ao planeta e que nós não somos lançados ao espaço enquanto o planeta gira. A força gravitacional acontece entre todos os corpos que possuem massa, mas ela só é percebida quando pelo menos um dos corpos envolvidos tem massa muito grande, como a de um planeta ou de uma estrela. A massa de um corpo pode ser definida como a quantidade de matéria que ele contém e é medida em quilogramas. O símbolo usado para essa unidade de medida é kg. Por exemplo, um objeto de massa 10 kg tem mais massa do que outro de massa 4 kg.

EM RODA 1. Imagine se a força gravitacional não existisse. O que aconteceria com as águas dos oceanos? O que aconteceria com a bola chutada para o alto durante um jogo de futebol? 2. E o ar que nos rodeia, como ele ficaria preso ao redor do planeta sem a força gravitacional? 3. Crie um desenho que represente esse mundo sem gravidade. Mostre esse desenho aos colegas e explique o que você imaginou.

EM AÇÃO 1. Faça, no caderno, uma lista das situações nas quais você já observou a importância de saber a massa de um objeto ou um corpo. 2. Com quais unidades de medida a massa é representada nas embalagens dos produtos? 3. Qual é o instrumento de medida utilizado para medir a massa?

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ARTE – FIGURATIVO OU ABSTRATO?

Coleção Particular

Fábio Colombini

Como você já viu neste capítulo, os sólidos geométricos e o mundo das formas estão presentes em obras de arte, sobretudo nas obras abstratas. Você sabe o que é arte abstrata? É aquela que o artista, ao produzir sua obra, seja ela uma pintura, gravura ou escultura, elimina toda e qualquer relação que a composição possui com a realidade visível. Linhas, formas, planos, volume e cores são os elementos expressivos que oferecem o significado à obra. Na arte indígena podemos encontrar muitos exemplos de composição abstrata. Cada nação e cada tribo indígena possui diferentes padrões para sua arte. A arte afro-brasileira também é rica em padrões abstratos. O artista brasileiro Rubem Valentim (1922-1991) trabalhou com as formas geométricas tendo como referência o universo religioso relacionado aos cultos afro-brasileiros. Em suas obras, organizou as formas rigorosamente, obtendo resultados muito inVaso de artesanato indígena Kadiwéu. teressantes. Campo Grande (MS), 2011. Na arte ocidental, cuja tradição era totalmente figurativa, a arte abstrata, com a qual você vai realizar leituras e criar produções artísticas, teve como seu pioneiro o pintor russo Wassily Kandinsky (1866-1944), que apresentou o primeiro quadro desse estilo em 1910. No entanto, anos antes, o artista francês Paul Cézanne (1839-1906) deu os primeiros passos na direção dessa forma artística, em pleno período impressionista, movimento sobre o qual você poderá ler um pequeno texto logo a seguir. Ele dizia: “Reproduza a natureza em forma do cilindro, da esfera e do cone”. Embora suas obras fossem figurativas, ou seja, representassem a natureza de maneira que pudéssemos reconhecê-la, ele simplificava os objeRubem Valentim. Mandala-Emblema, s.d. Acrílica sobre tos que pintava até as formas se tornatela, 100 x 100 cm. rem quase geométricas.

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Musee Marmottan Monet, Paris, France

O Impressionismo foi o primeiro movimento artístico que causou uma mudança total na arte ao se desligar da representação fiel da realidade. Em vez de copiar o que viam, os artistas impressionistas pintavam suas impressões do que observavam. Sua principal característica estava na cor, que, conforme descobriram, não é a mesma o tempo todo; muda conforme o clima e o horário em que a observação é realizada. As pinceladas são curtas e se misturam e, à certa distância, definem a obra cujas figuras não apresentam contorno. Se você quiser saber mais a respeito do Impressionismo e conhecer algumas de suas obras, faça uma pesquisa na internet ou em livros a respeito do assunto e de artistas como Monet, Van Gogh, Renoir e Eliseu Visconti, o artista impressionista mais importante do BraClaude Monet. Pôr do sol, 1872. Óleo sobre sil, entre outros. tela, 48 cm x 63 cm.

EM RODA

Indianapolis Museum of Art, USA/ Bridgeman/Keystone

Museu Nacional de Arte Moderna - Londres

Para que você aprenda mais sobre as informações do texto, observe as obras de Kandinsky e Cézanne e responda às perguntas.

Wassily Kandisnky. Ênfase no rosa, 1926. Óleo sobre tela, 101 cm x 81 cm.

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Paul Cézanne. Casa em Provence, 1886-1890. Óleo sobre tela, 64,7 cm x 81 cm.

Eixo 1

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Discuta com a turma: O que você vê em cada quadro? Qual é abstrato? Embora a obra de Cézanne não represente a realidade exatamente como ela é, podemos considerá-la figurativa? Por quê? Você pode identificar formas geométricas nos quadros? Quais? Em qual obra as formas geométricas são mais definidas? Qual forma geométrica predomina em cada um? O que você vê no fundo do primeiro quadro? E do segundo? Os conceitos de figurativo e abstrato ficaram mais claros para você?

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Cézanne foi discriminado como artista, seus quadros eram criticados e, embora tenha exposto suas obras com os impressionistas, era pouco considerado por eles. Em sua primeira exposição, em 1874, foi considerado rude, degenerado e incompetente. Tornou-se um artista muito solitário. Após sua primeira exposição individual, em 1895, foi admirado por uma nova geração de artistas. O que causou estranheza na obra de Cézanne em sua época foi o tratamento que o artista oferecia às figuras reais. Ele não imitava a realidade, representava a geometria que a imagem continha. “O artista possui dois olhos e um cérebro e os dois têm de trabalhar juntos”, era o que o artista dizia. Kandinsky foi um artista que abandonou completamente a imagem que representava a realidade. É interessante a história de como isso aconteceu. Uma noite, ao chegar ao seu ateliê, viu uma pintura sua que lhe causou admiração. Impressionado com a beleza, ficou observando-a por longo GLOSSÁRIO Degenerado: decaído, que tempo. Ao aproximar-se mais da obra, percebeu que ela perdeu suas qualidades. estava colocada no cavalete de ponta-cabeça. Parece Discriminado: que sofre engraçado, mas foi a cor liberada da figura que tanto o preconceito, que é colocado à parte, excluído. impressionou.

EM GRUPOS Reúna-se com dois ou três colegas, para criarem duas produções. 1. Vocês deverão recortar em papel colorido diferentes formas geométricas – quadrados, retângulos, triângulos e círculos – em diversos tamanhos. Experimentem várias maneiras de organizar as figuras até que o arranjo apresente uma composição que agrade ao grupo. Só então colem sobre um papel sulfite, cartolina, papelão ou outro suporte escolhido. 2. Pesquisem em revistas imagens de casas, objetos, utensílios domésticos que apresentem formas geométricas. Recortem, separando as formas escolhidas, e criem uma composição figurativa. Novamente, realizem experiências antes de finalizar a produção. Não se esqueçam de que nas duas propostas vocês deverão pensar nas figuras e no fundo conforme observaram nas obras de Cézanne e Kandinsky. Terminados os trabalhos, cada grupo deverá expor suas produções para observação e leitura de todos.

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PARA AMPLIAR SEUS ESTUDOS

Livros O Brasil na visão do artista, organização de Frederico Morais. São Paulo: Prêmio Editorial, 2003.

Um retrato da história e da cultura brasileiras por meio de pinturas, gravuras e outras obras, de diversos artistas e períodos.

A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral, de Eduardo Bueno. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.

O livro aprofunda o tema da chegada dos portugueses ao Brasil contando a história dessa viagem.

Pré-história do Brasil, de Pedro Paulo Funari e Francisco Silva Noelli. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2006. Excelente painel sobre a história das populações que viviam no Brasil antes da chegada dos europeus à América.

Filmes Tainá – uma aventura na Amazônia. Brasil, 2000. Direção: Tânia Lamarca e Sérgio Bloch, 90 min. As aventuras de uma pequena índia, que vive com seu avô, na região do rio Negro, na Amazônia. Há uma sequência do filme, Tainá 2 – a aventura continua.

Bye, bye, Brasil. Brasil, 1979. Direção: Carlos Diegues. Bloch, 90 min.

A saga de uma trupe de circo mambembe em suas andanças pelo interior do Brasil, em meio à chegada da televisão aos lugares mais remotos.

Sites Brasil 500 anos – IBGE http://www.ibge.gov.br/brasil500/index.html

Link para a publicação do órgão com imagens, textos e linha do tempo dos processos de ocupação e formação do território brasileiro.

Instituto Socioambiental http://pibsocioambiental.org/pt.

Link da organização não governamental com acesso à história, cultura e situação atual dos povos indígenas que vivem no Brasil. Na página inicial, basta clicar sobre o nome do povo indígena desejado.

Museu da Pessoa http://www.museudapessoa.net/

Site com depoimentos – escritos e filmados – que contam histórias de vida. O site é aberto à participação gratuita de toda pessoa que queira compartilhar sua história.

Ministério da Cultura (Secretaria de Identidade e da Diversidade Cultural) http://www.cultura.gov.br/site/categoria/politicas/identidade-e-diversidade/

O site traz artigos e notícias sobre identidade e diversidade.

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Eixo 2

Capítulo

1

O ciclo da vida

EM RODA A vida tem continuidade porque os seres vivos são capazes de gerar outros seres vivos, em um ciclo que se repete de geração em geração. Vamos ver o exemplo dos seres humanos. Uma pessoa pode viver muitos anos e outra pode morrer antes de atingir a maturidade. Algumas pessoas têm filhos e outras não, mas o ciclo de vida da espécie humana continua: sempre nascem e morrem indivíduos. Quando isso não acontece em uma espécie, ela corre o risco de extinção. Você conhece alguma espécie que esteja correndo risco de extinção no mundo de hoje?

EM GRUPOS

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Eriklam | Dreamstime.com

Supertrader | Dreamstime.com

Observe as imagens a seguir. Elas mostram algumas espécies de seres vivos.

Há diversas espécies de seres vivos, como as frutas, os animais e os humanos. No meio de indivíduos de uma mesma espécie, encontramos caraterísticas que diferenciam esses indivíduos.

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Os indivíduos ou populações de uma mesma espécie podem variar de aparência. Os seres humanos podem ser pretos, pardos, brancos, altos, baixos, magros, gordos; podem ter olhos castanhos, azuis etc. Existem, por exemplo, diversas raças de cães. Quando diferentes raças cruzam entre si, os filhotes continuam sendo cães, porque todos pertencem à mesma espécie, mas já não têm mais as mesmas características da raça original. Isso também acontece com outras espécies, como frutas e a mosca doméstica. Reúna-se com um grupo de colegas para realizar as atividades a seguir. 1. Elabore uma lista de características dos seres humanos que podem variar, embora todos pertençam à mesma espécie. Exemplos: altura, cor dos cabelos etc.

2. Se os seres humanos formam uma espécie, por que alguns são discriminados por causa da cor da pele? Discuta com o seu grupo e prepare-se para apresentar as ideias mais importantes para a classe. Debatam o assunto. 3. Depois do debate, escreva, com a ajuda do professor, uma frase com sua opinião sobre o que foi discutido. Leia sua frase para os colegas.

E A VIDA CONTINUA... PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Alguns fenômenos da vida são comuns a todas as espécies de animais e vegetais: o nascimento, o crescimento e o desenvolvimento, o amadurecimento, a reprodução, o envelhecimento e a morte. Todos os seres vivos têm também algumas necessidades em comum: precisam de água, de alimentos e de um ambiente adequado para que possam chegar à vida adulta e se reproduzir, garantindo a continuidade de sua espécie.

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Antigamente, acreditava-se que os seres vivos podiam surgir espontaneamente de matéria não viva. Pensava-se, por exemplo, que podiam nascer ratos de um punhado de milho misturado a panos velhos abandonados num canto escuro e que os vermes se originavam da carne podre. Em 1688, o físico italiano Francesco Redi (1626-1697) fez uma experiência para verificar se essa ideia era verdadeira. E mostrou que a teoria da geração espontânea não tinha fundamento. Na realidade, sempre existiam, nesses ambientes, seres que podiam gerar novos seres da mesma espécie.

Durante séculos, os cientistas acreditaram que alguns seres vivos nasciam por geração espontânea no corpo de cadáveres em decomposição. Para verificar se essa hipótese era verdadeira, Francesco Redi realizou o seguinte experimento: colocou pedaços de carne crua dentro de frascos, deixando alguns cobertos com gaze e outros abertos. Nos frascos abertos apareceram ovos, larvas e moscas. Mas, nos frascos cobertos com gaze, nenhuma dessas formas foi encontrada. Com isso, ele mostrou que não havia geração espontânea de moscas a partir da carne em decomposição, como se pensava. No entanto, somente no século XIX, com o surgimento do microscópio, foi possível sustentar a hipótese de que todos os seres vivos se originam de outros seres semelhantes e já existentes.

Ilustração digital: Avelino Guedes

Geração espontânea

1. Quais são as etapas do ciclo de vida das espécies animais e vegetais?

2. Consulte novamente o texto e identifique os três elementos de que todos os seres vivos precisam para sobreviver, chegar à vida adulta e se reproduzir.

3. Lendo o texto e o boxe, o que você entendeu por geração espontânea?

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4. Localize no boxe um exemplo de nascimento de seres vivos que foi explicado pela teoria da geração espontânea.

5. Por que, segundo o conteúdo do boxe, a ideia de geração espontânea não se mostrou verdadeira?

PARA LER ESQUEMA

Ilustração digital: Avelino Guedes

Vamos analisar os exemplos a seguir. Observe o ciclo de vida da rã.

4.

3. 1. 2.

1. Durante o acasalamento, a rã fêmea põe os ovos dentro da água e o macho lança seus espermatozoides sobre os ovos. 2. Dos ovos, nascem os girinos, que permanecem na água. 3. Depois de três semanas, começam a aparecer as patas. Nessa fase, os girinos já se parecem com rãs. 4. Terminada a transformação, as rãs saem da água, mas vivem sempre próximas a ela. No momento da reprodução, retornam à água.

Observe agora o ciclo de vida de um vegetal, o feijão. Planta adulta Planta em crescimento

Semente germinando

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Ilustração digital: Avelino Guedes

Muda nova

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EM GRUPOS Observe novamente os esquemas do ciclo de vida da rã e do feijão e responda às questões no caderno. Preste atenção à direção das setas, pois elas indicam a sequência das etapas. 1. Qual é a etapa inicial do ciclo de vida da rã? Quais são as outras etapas, na ordem em que são apresentadas no esquema? 2. Quais são, na ordem apresentada no esquema, as etapas do ciclo da vida do feijão? 3. Compare suas respostas com as de seus colegas e, com a ajuda do professor, todos irão debater sobre a questão: O que é necessário para que uma determinada espécie não seja extinta? Discuta com os alunos a função das setas em um esquema. Peça a eles que pensem como “leriam” o esquema sem as setas. Se necessário, dê exemplos na lousa.

FASES DA NOSSA VIDA EM RODA

Ilustração digital: Avelino Guedes

No dia a dia, a expressão “ciclo da vida” também é usada para indicar as diversas fases da existência de uma pessoa, do nascimento à morte. Os seres humanos também passam por diversas fases ao longo da vida. Em cada uma delas, A infância, a adolescência, a acontecem alterações no corpo, nas relações com outras maturidade e a velhice são fases pessoas e no papel desempenhado na sociedade. marcantes na vida de homens e Observe o esquema a seguir, que mostra as fases da mulheres. A possibilidade de ter vida humana. Debata com a turma as principais mudanças filhos garante a continuidade do ciclo de vida da espécie humana. que ocorrem em cada fase da vida.

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EM GRUPOS Em dupla, responda às questões e depois apresente as respostas para os outros colegas comparando-as. 1. Discuta quais fases da vida dos seres humanos são apresentadas no esquema. Escreva o nome de cada uma delas no esquema. 2. Por que nem todos os homens e mulheres passam por todas as fases da vida apresentadas no esquema? 3. Por que o casal adulto está ligado às crianças? 4. O que indica a seta que parte do casal adulto para as crianças? Compare as setas dos dois esquemas. 5. No esquema do ciclo de vida, sempre há um retorno ao começo. Isso também acontece no esquema das fases da vida? Por quê?

EM AÇÃO 1. Em dupla, complete o quadro a seguir, indicando as características dessas fases da necessário, explique aos alunos que as características podem ser não só corporais, mas também vida. Observe os exemplos: Se psicológicas (relativas ao nosso modo de pensar e de sentir) e sociais (relativas ao modo como vivemos

na sociedade).

FASES DA VIDA Infância

Juventude

Maturidade

precisamos de ajuda para nos alimentar.

O corpo muda e as diferenças físicas entre homens e mulheres ficam mais visíveis.

Aprendemos a falar.

Surgem novos interesses Podemos ser mães ou e descobertas. pais e começamos a pensar em constituir uma família.

Velhice

O trabalho torna-se uma Os cabelos ficam das atividades mais brancos. importantes. Podemos precisar de ajuda para caminhar.

2. Com a ajuda do professor, a turma vai fazer um quadro com as principais características dessas fases da vida lembradas por todos. Anote o quadro completo no caderno.

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PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Antes das Já vimos que é comum algumas palavras serem escritas de um jeito e faladas de ouconclusões, tro. Leia as palavras a seguir em voz alta. amplie a atividade para que os alunos risco ciclo analisem outras palavras em que o O final 1. Como você as pronunciou? “Risco” ou “riscu”? “Ciclo” ou ciclu”? é pronunciado como U. 2. Agora compare com a escrita das palavras. As palavras estão escritas do jeito que Apresente uma lista de palavras você pronunciou? Se não, o que está diferente? terminadas em O e U, misturando oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Eles devem: 3. Qual é a sílaba forte de cada palavra? assinalar a sílaba tônica de todas as palavras; encontrar outras paroxítonas e proparoxítonas terminadas em 4. Descubra as palavras retiradas deste capítulo, ordenando as sílabas. Discuta com os O; comparácolegas e o professor a grafia final delas. -las a fim de perceber que, po – cor der – ca – no embora sejam pronunciadas du – ma – ro como U no lo – be – ca final, na maior parte do Brasil, da – vi ma – no – hu escrevem-se com O.

a)

CADERNO

d)

b)

e)

c)

f)

5. Complete o texto a seguir com suas conclusões. As palavras que têm o som final não é a

, mas cuja sílaba mais forte , são escritas sempre com

no final.

EM GRUPOS Vocês sabiam que as palavras também têm um ciclo de vida? Assim como as pessoas nascem, crescem, envelhecem e morrem, as palavras surgem, são usadas por um tempo, ficam velhas e deixam de ser usadas. Um exemplo é a palavra vosmecê. Ela já foi usada em certa época como hoje usamos a palavra você. Outro exemplo é a palavra ceroula, que hoje é pouco usada. Você sabe o que ela significa? Cueca! A palavra internet, por exemplo, é bem recente! Em grupo, escrevam o que se pede. 1. Deem exemplos de palavras antigas, que não são mais usadas. 2. Por que algumas palavras deixam de ser usadas? 3. Citem uma palavra que tenha surgido recentemente na nossa língua. 4. Vocês concordam que as palavras têm um ciclo de vida?

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Roma, Galeria Nazionale D’Arte Moderna

PARA LER IMAGEM

Gustav Klimt. As três idades da mulher, 1905. Óleo sobre tela, 180 cm X 180 cm.

Observe atentamente essa obra do artista austríaco Gustav Klimt (1862-1918). Agora, debata com a sua turma, respondendo às questões: O que está representado? Como o artista dispôs as pessoas na tela? Em que posição elas se encontram? Além das pessoas, que outros elementos Gustav Klimt tinha foram representados? Que diferenças existem entre as como tema preferido as duas mulheres representadas? Que sentimentos a obra mulheres. Pintou-as sobre fundos floridos ou padrões desperta em você? geométricos. Note como o Agora, retome o quadro “Fases da Vida” e responda: A padrão que escolheu para qual fase da vida pertence cada uma das pessoas retrata- esta obra é repleto de formas circulares que reforçam a ideia da nessa obra? de movimento, de ciclos.

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Eixo 2

Capítulo

2

O desenvolvimento dos bebês

EM RODA O texto a seguir traz várias informações sobre o desenvolvimento dos bebês até completarem um ano de idade. Como o assunto é crescimento, o texto apresenta números e medidas relativos ao peso e à altura. Antes da leitura, converse com seus colegas sobre o que você sabe a respeito do assunto. • Qual é a altura mais comum dos bebês ao nascerem? • Quanto eles pesam normalmente? • Quanto eles aumentam em peso e altura nos primeiros seis meses de vida?

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Ao ler o texto, destaque as informações importantes e, depois, responda às questões. O peso do bebê Depois de saber o sexo, o peso é a segunda informação que as pessoas querem saber logo que o bebê nasce. Por que esse dado é tão importante? Porque indica as condições de saúde do recém-nascido e confirma se os nove meses de vida no útero da mãe transcorreram sem problemas. O peso ao nascer marcará o início do crescimento e do desenvolvimento do bebê. Os bebês geralmente nascem pesando de 3 quilos a 3 quilos e 600 gramas. Porém, são considerados normais e saudáveis bebês com pesos que variam de 2 quilos e 500 gramas a 4 quilos. Logo que nasce, o bebê perde peso. Entretanto, em seguida, ele começa a engordar de 170 a 200 gramas por semana. No fim do 5o mês de vida, poderá ter o dobro do peso que tinha ao nascer. Dos 6 aos 12 meses, o aumento de peso é de 105 a 140 gramas por semana. Quando completar o primeiro ano, poderá pesar de 9 a 12 quilos, chegando a aumentar até três vezes o peso com que nasceu. 1. Geralmente, quanto pesa um bebê ao nascer?

2. Lucas nasceu com 2 quilos e 100 gramas e Luana nasceu com 4 quilos e 100 gramas. Segundo o texto, esses dois bebês podem ser considerados saudáveis?

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3. O desenvolvimento dos bebês é mais rápido nos primeiros 6 meses ou do 7o ao 12o mês de vida?

4. Por que é importante saber o peso do bebê?

EM RODA Vamos conversar sobre o que quer dizer a informação numérica que aparece na frase “Os bebês geralmente nascem pesando de 3 quilos a 3 quilos e 600 gramas”. Nesse caso, a informação apresentada por meio da expressão de... a... indica que, em geral, o peso de um bebê não é menor do que 3 quilos, nem maior do que 3 quilos e 600 gramas. Encontre no texto outra informação em que é usada a expressão de... a... e explique seu significado. Agora, é com você. Fale a sequência numérica que vai de 95 a 105. Além disso, pense em outras situações numéricas usando a expressão de... a...

EM AÇÃO Prossiga a leitura agora com o texto sobre a altura do bebê.

A altura do bebê A altura dos recém-nascidos varia entre 45 e 55 centímetros. Durante os primeiros 12 meses, o bebê tem um ritmo de crescimento muito variável. Ele pode crescer devagar, mês a mês, ou ter um crescimento mais acelerado em alguns meses e mais lento em outros. Ao completar 1 ano de vida, ele medirá aproximadamente 25 centímetros a mais do que quando nasceu. Cada criança cresce em peso e altura de acordo com suas características pessoais, mas esse desenvolvimento também sofre influência das condições de vida, principalmente da alimentação. Algumas doenças podem atrasar o crescimento. Mas, dependendo da doença e dos cuidados que a criança recebe, ela pode acelerar o crescimento depois de sarar, para compensar o tempo perdido. Os postos de saúde geralmente fornecem tabelas nas quais são anotados, mês a mês, a altura e o peso da criança. Isso possibilita aos pais acompanharem o ritmo de crescimento do bebê e avaliarem se seu desenvolvimento está dentro do que se espera de um bebê com boa saúde. FOLHA DE REGISTRO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Data

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Idade

Peso(g)

Estatura (cm)

Perímetro cefálico

Índice de massa corporal (IMC)

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1. Em que período da vida do bebê o crescimento é mais variável?

2. Quanto um bebê pode crescer em altura no primeiro ano de vida?

3. Quais são os fatores que interferem no aumento do peso e da altura das crianças?

4. Por que é importante levar os bebês desde o nascimento para consultas nos postos de saúde?

. Agora, vamos analisar a informação numérica que aparece na frase “A altura dos recém-nascidos varia entre 45 e 55 centímetros”. Nessa frase, a informação apresentada por meio da expressão entre... e... indica que, em geral, os bebês nascem com altura maior do que 45 centímetros e menor do que 55 centímetros. Complete oralmente as frases a seguir.

a) Meu peso varia entre... e... b) A altura desta parede está entre... e... c) Na sequência dos números 0, 1, 2, 3,..., o número 76 está localizado entre... e... d) O número... está localizado entre 100 e 110. . Pense em outras duas situações numéricas usando a expressão entre... e... e escreva-as no caderno.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA A língua que falamos é muito rica e variada. Podemos apresentar uma mesma informação de várias maneiras diferentes. Leia as frases a seguir e marque a alternativa correta. 1. A frase “A altura de recém-nascidos varia entre 45 e 55 centímetros” traz a mesma informação que: Esta atividade tem o objetivo de explorar a capacidade de reconhecer como uma mesma informação pode ser expressa em outras palavras e com outra organização na frase, ou seja, espera-se que o aluno possa reconhecer paráfrases.

( ) A altura de recém-nascidos pode ser maior que 45 centímetros e menor que 55 centímetros. ( ) A altura de recém-nascidos sempre é maior que 45 centímetros e menor que 55 centímetros.

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2. A frase “Quando completar o primeiro ano de vida, medirá aproximadamente 25 centímetros a mais do que quando nasceu” traz a mesma informação que: ( ) Com um ano de vida, o bebê terá crescido 25 centímetros em relação ao que ele tinha quando nasceu. ( ) Após um ano de vida, o bebê terá, em relação a quando ele nasceu, um crescimento inferior a 25 centímetros.

EM RODA Para medir alturas, comprimentos e distâncias, podemos utilizar fita métrica, régua, metro de carpinteiro, trena e outros instrumentos. Em vários deles, podem-se observar o metro e o centímetro, que são unidades de medida de comprimento utilizadas no dia a dia. Para escrever centímetro, podemos usar o símbolo cm e, para escrever metro, podemos usar o símbolo m. Veja os exemplos: • 45 centímetros ou 45 cm: lê-se quarenta e cinco centímetros; • 1 metro e 75 centímetros ou 1 m e 75 cm: lê-se um metro e setenta e cinco centímetros.

EM AÇÃO Escolha alguns colegas para fazer esta atividade com você. O professor vai providenciar fita métrica e barbante para vocês trabalharem. Ao medir um comprimento com fita métrica ou com régua, considera-se o número zero como ponto inicial. Siga as instruções e responda às questões. 1. Corte o barbante no comprimento exato de um metro; para isso, use a fita métrica. Faça as medições indicadas com esse barbante. Registre as observações para apresentá-las à classe:

a) Abra seus braços e mantenha-os bem esticados. A distância entre a ponta do dedo médio de sua mão à outra é maior ou menor do que um metro? Peça ao colega que meça essa distância com o barbante para confirmar sua resposta.

b) Percorra o espaço da escola e meça alturas, comprimentos ou distâncias maiores e menores que um metro.

c) Pense em uma distância que não é possível medir com o barbante ou com uma régua ou fita métrica e escreva abaixo.

d) Usando o barbante, é possível indicar exatamente a metade de um metro? Explique como isso pode ser feito.

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Nas réguas, pode-se ver outra unidade de medida de comprimento menor do que o centímetro. Trata-se do milímetro ou mm. O milímetro é utilizado para medir a espessura de papel, fios, lâminas de metal, madeira, tapetes etc. 2. Observe uma régua e uma fita métrica, converse com seus colegas e responda:

a) Quantos centímetros há em um metro? b) Quantos centímetros há em meio metro? c) Quantos milímetros há em um centímetro? d) Quantos milímetros há em um metro? 3. Usando a régua:

Ilustração digital: Mauricio Negro

a) Meça as linhas que formam a figura a seguir. Quantos centímetros ela mede no total?

A figura mede

b) Em seu caderno, trace três linhas: uma medindo 10 cm, outra medindo 5 cm e outra com 5 mm.

EM RODA Quando nos referimos ao peso dos objetos, estamos lidando com a medida de massa. Para isso, usamos balanças. Existem diferentes tipos de balanças, mas em quase todas aparecem as unidades de medida de massa, quilograma e grama. No dia a dia, é comum usar a palavra quilo em lugar de quilograma. Para escrever quilograma, existe o símbolo kg e, para escrever grama, existe o símbolo g. Veja os exemplos: • 3 quilogramas ou 3 kg: lê-se três quilogramas (quilos); • 3 quilogramas e 600 gramas ou 3 kg e 600 g: lê-se três quilogramas (quilos) e seiscentos gramas. Observe numa balança as marcas de 1 kg e de 1 g e responda: • Quantos gramas há em um quilograma? • Quantos gramas há em meio quilograma?

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PARA PESQUISAR Em casa ou em um supermercado, observe diferentes embalagens de produtos que você costuma comprar: sacos de açúcar, feijão e arroz; pacotes de farinha, sabão em pó e café; potes de margarina, leite em pó e achocolatado; caixas de chocolate, doces etc. Identifique as embalagens em que aparece a unidade de medida kg e as embalagens em que aparece a unidade de medida g. Depois, faça as seguintes atividades no caderno. 1. Escreva uma lista desses produtos para apresentar à classe. 2. Que produtos costumam ser vendidos em quilogramas? E quais costumam ser vendidos em gramas? 3. Por que alguns produtos são vendidos habitualmente em quilogramas e outros são vendidos em gramas? Geralmente, nos remédios em forma de comprimidos, aparecem duas unidades de medida de massa: o grama, como nas cápsulas de vitaminas, e o miligrama ou mg, como nos comprimidos de analgésicos. O mg é uma unidade de medida bem pequena. Para ter uma ideia de sua dimensão, pense que em um grama há mil miligramas. 1 g é igual a 1 000 miligramas ou 1 000 mg

EM AÇÃO 1. Anote o nome de remédios em cujas embalagens aparece a unidade de medida mg.

2. Converse com seus colegas, familiares ou vizinhos e responda às questões:

a) Qual é a unidade de medida usada para medir grandes distâncias, como o comprimento de uma estrada?

b) Qual é a unidade de medida usada para medir grandes quantidades, como a carga transportada por um caminhão?

3. Anote o nome e o valor dessas medidas para apresentar à classe.

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DIA, SEMANA, MÊS E ANO EM RODA

A Terra gira ao redor de si mesma. Esse movimento completo dura um dia.

Ilustração digital: Mauricio Negro

Ilustração digital: Mauricio Negro

As medidas de tempo como semana, mês e ano também são usadas para acompanhar o desenvolvimento dos bebês. O que você sabe sobre as medidas de tempo? Você usa essas medidas para organizar sua vida? No decorrer da história, os seres humanos sempre tiveram curiosidade em relação aos fenômenos do Universo. Ao observarem as estrelas, as fases da Lua, o aparecimento do Sol, eles aprenderam a dividir o tempo. Hoje, usamos dias, semanas, meses e anos para dividir o tempo. Veja como os estudiosos explicam a origem dessas divisões. A Terra é um planeta que gira ao redor de si mesmo, como se fosse um pião. Para a Terra completar um giro em torno de si própria, são necessárias cerca de 24 horas. Durante esse movimento, na parte da Terra que fica voltada para o Sol, é dia, enquanto na outra é noite. Ao mesmo tempo que gira ao redor de si mesma, a Terra também gira em torno do Sol. Ela completa uma volta em torno do Sol em 365 dias e 6 horas. Esse tempo corresponde a um ano. De quatro em quatro anos, é acrescentado um dia no calendário, e o ano passa a ter 366 dias. O ano que tem 366 dias é chamado de ano bissexto – ano em que o mês de fevereiro tem 29 dias.

A Terra gira em torno do Sol. Esse movimento completo dura um ano.

EM AÇÃO 1. Consulte o calendário deste ano para fazer as atividades a seguir.

a) Neste ano, quantos meses e dias já transcorreram? b) Quantos dias e quantos meses faltam para terminar o ano?

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c) Qual é o mês mais curto do ano? E quais são os mais longos?

d) Quando foi o último ano bissexto? E quando será o próximo? 2. Lembre-se de que o mês é dividido em dias, semanas e quinzenas. Um período de sete dias é uma semana, e um período de quinze dias, uma quinzena.

a) Converse com sua família e anote a idade exata de uma criança em anos, meses e dias.

b) Quantas semanas e quantas quinzenas há em um mês? c) Escreva os dias da semana na ordem em que eles transcorrem.

d) Em que dia da semana termina este mês?

e) A primeira quinzena deste mês vai de vai de

a

a

. A segunda quinzena

.

3. O ano é dividido em trimestres e semestres. Um período de três meses é um trimestre e um período de seis meses é um semestre. Sobre isso, responda:

a) Quantos trimestres há em um ano? b) Quais são os meses do primeiro trimestre do ano? c) Quantos dias tem o terceiro trimestre do ano?

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d) Quais são os meses do primeiro semestre do ano?

e) Em que semestre do ano estamos? f) Quantos trimestres formam um semestre?

PARA PESQUISAR A Terra é um planeta que faz parte do Sistema Solar e, assim como os outros sete planetas, movimenta-se em torno de si mesma e em torno do Sol. Quanto mais distante o planeta se encontra do Sol, maior é o seu período de translação, isto é, mais tempo ele leva para completar uma volta em torno do Sol, e mais longo é o seu ano. Essa relação entre a distância do planeta e o tempo que ele leva para girar em torno do Sol foi calculada por um astrônomo e matemático alemão chamado Johannes Kepler, aproximadamente em 1605. Em grupo, pesquise quais são os planetas que compõem o Sistema Solar e qual é o período de translação de cada um. Pesquise também quem foi Kepler, qual era o seu trabalho e quem foram os astrônomos cujos trabalhos ajudaram em suas descobertas. Essas informações podem ser encontradas em livros de Ciências e, caso seja possível, na internet. Peça ajuda ao professor para essa pesquisa. Caso encontre palavras que você não conheça, utilize um dicionário.

PARA LER TABELA Para ler uma tabela, observe os títulos e subtítulos. Lembre-se: as informações estão anotadas em linhas e colunas. BEBÊ DO SEXO MASCULINO Peso Altura

NASCIMENTO 20 DE MAIO 3 kg e 500 g 48 cm

1O MÊS 20 DE JUNHO 4 kg e 280 g 50 cm

5O MÊS 20 DE OUTUBRO 7 kg e 200 g 59 cm

12O MÊS 20 DE MAIO 11 kg 73 cm

BEBÊ DO SEXO FEMININO Peso Altura

NASCIMENTO 15 DE JULHO 3 kg e 100 g 45 cm

1O MÊS 15 DE AGOSTO 3 kg e 800 g 47 cm

5O MÊS 15 DE DEZEMBRO 6 kg 55 cm

12O MÊS 15 DE JULHO 8 kg e 700 g 70 cm

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Em dupla, analise se os bebês cujos dados constam das tabelas anteriores estão se desenvolvendo de maneira ideal. 1. Consulte o texto apresentado no início deste capítulo e, se necessário, faça cálculos e registros em seu caderno. 2. Escreva um pequeno texto com as conclusões tiradas por você e pelo seu colega. Apresente-o por escrito para a classe.

COM A CALCULADORA Como você já aprendeu o significado e as funções de algumas teclas da calculadora, utilize-as para responder às questões.

a) Sabendo que uma semana tem 7 dias, como você faria para digitar o equivalente a duas semanas utilizando as teclas + e =?

b) Geralmente as pessoas trabalham 5 dias por semana. Como podemos registrar na calculadora, utilizando as teclas + e =, o número de dias trabalhados por uma pessoa no período de 3 semanas?

PARA LER RECEITA Os líquidos geralmente são medidos em litro, cujo símbolo é L, e em mililitro, cujo símbolo é mL. Em 1 litro há 1 000 mL. Observe diferentes embalagens de refrigerante e anote, em seu caderno, as medidas indicadas. Apresente-as para a classe. As receitas servem para nos ensinar como preparar determinados pratos. Para isso, apresentam algumas medidas: quantidades dos ingredientes (em gramas, quilogramas, litros e mililitros) e de tempo (minutos e horas). Por essa razão, entender as medidas de peso e de tempo é muito importante para preparar a receita corretamente. Com a ajuda do professor, leia a receita a seguir. Mingau Ingredientes 2 colheres (sopa) de mistura para mingau (22 g) 1 xícara (chá) de leite integral (250 mL) 1/2 colher (sopa) de açúcar (10 g) Modo de preparo 1. Em uma panela, dissolva a mistura para mingau no leite. 2. Junte o açúcar e leve ao fogo alto mexendo sempre até ferver. 3. Mexa bem até levantar fervura, abaixe o fogo e deixe o mingau cozinhar por 2 minutos. 4. Experimente a temperatura no dorso da mão. Rendimento: 1 prato de mingau suficiente para uma pessoa.

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Agora, responda: 1. Do que é a receita?

2. Que tipos de medidas você identifica nessa receita?

3. Em quantas partes a receita está dividida? Quais são elas?

• Por que a receita foi dividida assim?

4. É muito comum as receitas indicarem a quantidade de ingredientes usando objetos que temos à mão numa cozinha: colheres, xícaras, copos.

a) Em sua opinião, por que isso acontece? b) Que objeto foi usado para medir a mistura para mingau? E o leite integral?

. Complete as frases a seguir com as informações corretas, de acordo com a receita:

a) Meia colher (sopa) de açúcar tem cerca de

gramas de açúcar.

b) Uma xícara (chá) de leite integral tem cerca de

mililitros de leite.

. Se alguém quisesse fazer o mingau para duas pessoas, quais seriam as medidas de cada ingrediente? Em dupla, faça os cálculos usando as medidas em xícaras e colheres e também em mililitros e gramas. Escreva no caderno. . No caderno, escreva as ações a seguir na ordem do preparo da receita: mexer

levar ao fogo

deixar cozinhar

misturar

baixar o fogo

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Capítulo

3

Quanto tempo vive o brasileiro?

Há pouco mais de 30 anos, o Brasil era considerado um país de jovens. Naquela época, boa parte da nossa população era formada por crianças, adolescentes e jovens. Hoje, o número de idosos é cada vez maior no nosso país e, ao mesmo tempo, o número de nascimentos vem diminuindo. De modo geral, os brasileiros também estão vivendo mais, ou seja, a expectativa ou esperança de vida aumentou. A seguir, há títulos de notícias que tratam desse tema. Leia-os e, depois, responda às questões.

Helen King/Corbis/Latinstock

EM RODA

Hoje as brasileiras vivem, em média, 77 anos ou mais.

IBGE: expectativa de vida dos brasileiros aumenta para 73 anos Jornal Nacional, 29. jun.2012. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional t/noticia/2012/06/ibge-expectativa-de-vida-dos-brasileiros-aumenta-para-73-anos.html>. Acesso em: 7 mar. 2013.

Expectativa de vida no Brasil subiu 25 anos em quatro décadas, diz IBGE Zero Hora, 29 jun. 2012. Disponível em: <http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2012/06/ expectativa-de-vida-no-brasil-subiu-25-anos-em-quatro-decadas-diz-ibge-3806085.html>. Acesso em: 7 mar. 2013.

Os homens passaram a viver até os 70 anos de idade e as mulheres até os 77 no Brasil IBGE. Síntese de Indicadores Sociais, 2010.

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• O que mostram os títulos das notícias de jornal? • Será que essas mudanças vêm ocorrendo em todas as regiões do país? • Quem vive mais tempo: os homens ou as mulheres? • Em sua opinião, por que os cidadãos brasileiros estão vivendo mais?

PARA PESQUISAR 1. Pesquise a idade de seus pais e avós. Se eles não estiverem vivos, anote a idade com que faleceram. Complete o quadro a seguir com as idades encontradas. Na última coluna, coloque informações sobre o número de filhos de cada membro da família. PARENTESCO

IDADE ATUAL

IDADE NO FALECIMENTO

NÚMERO DE FILHOS

Avô paterno Avó paterna Avô materno Avó materna Mãe Pai

2. Com a ajuda do professor, compare os resultados.

a) Entre seus avós, quem é o mais velho ou viveu mais tempo? Qual é a idade deles? b) Entre seus pais, quem é o mais velho ou viveu mais tempo? Qual é a idade deles? c) Quem é o mais velho ou viveu mais tempo: seus avós ou seus pais? d) Com a ajuda do professor, compare seus resultados com os de seus colegas e descubra: • Quais pais viveram mais (ou ainda vivem) do que os avós deles? Quantos colegas estão nesse caso?

• Quais avós viveram mais (ou ainda vivem) do que os pais deles? Quantos colegas estão nesse caso?

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3. Agora, compare os resultados obtidos com os que aparecem nos títulos de notícias de jornal.

a) Observamos que a esperança de vida dos brasileiros está em 73 anos. Entre seus parentes, quantos estiveram ou estão acima dessa idade?

b) Quantos homens de sua família têm mais do que 66 anos? c) Quantas mulheres de sua família têm mais do que 74 anos? 4. Considerando as informações da última coluna do quadro da atividade 1, compare os resultados com os de seus colegas e responda:

a) Qual geração teve o maior número de filhos? b) Surgiram diferenças? Explique por que elas ocorreram.

A ESPERANÇA DE VIDA DO BRASILEIRO EM RODA Os brasileiros vivem mais tempo hoje do que na época de nossos avós? Por quê? Quem vive mais: um agricultor do Sertão Nordestino ou um habitante de um bairro pobre de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul? Os brasileiros vivem mais ou menos do que a população de outros países?

PARA LER TABELA A tabela da página seguinte apresenta a expectativa de vida de homens e mulheres em vários países, entre os quais o Brasil. Para chegar a esses números, pesquisaram-se as idades em que as pessoas faleceram e o número de mortes em um determinado ano. Mas isso não quer dizer que todos os cidadãos morreram com a mesma idade.

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Uma tabela organiza dados em linhas e colunas. Observe a informação que o título apresenta e como os dados se cruzam. Por exemplo: na tabela ao lado, na linha em que está escrito “Brasil” aparece, logo a seguir, “68 anos” e “76 anos”. Esses dados se referem às colunas “País”, “Homens” e “Mulheres”.

ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER EM ALGUNS PAÍSES (2005-2010) País

Homens

Mulheres

Brasil

68 anos

76 anos

Índia

63 anos

66 anos

Japão

79 anos

86 anos

Moçambique

41 anos

42 anos

Fonte: Divisão de Estatística da ONU, período 2005-2010. Observação: os números da tabela foram arredondados para facilitar a leitura dos alunos.

Em dupla e com a ajuda do professor, responda às questões. Depois, compartilhe suas respostas com os colegas. 1. Qual é o assunto da tabela? Onde você encontrou essa informação?

2. Em que ano foi divulgada essa tabela? Você acha que, no ano atual, os números seriam diferentes? Por quê?

3. Em qual dos países apresentados na tabela a expectativa de vida é maior?

4. Em qual dos países os homens e as mulheres vivem menos tempo?

. Compare a idade que homens e mulheres atingem no Brasil e na Índia. Quem vive mais nos dois países?

. Analisando os dados da tabela, em qual país existem melhores condições de vida para a população? Por quê?

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EM GRUPOS Com base na atividade anterior, discuta com os colegas: • Na sua opinião, existem diferenças entre os vários grupos de nossa população – homens, mulheres, pobres, ricos, brancos, pretos etc. – quanto à esperança de vida? Por quê? • Quais seriam os grupos em melhores condições? E os grupos em condições piores?

PARA LER ENTREVISTA

Quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Elza Soares: my name is now! Mona Dorf, com Anapaula Ziglio Sempre brincando e brigando com a vida

Carlos Cecconello/Folhapress

O texto que você vai ler agora, com a ajuda do professor, é um trecho de uma entrevista com a cantora Elza Soares, publicada em um site de notícias da internet. As entrevistas são feitas com base em perguntas e respostas. Quando são publicadas por escrito, iniciam trazendo alguns dados sobre o entrevistado ou sobre o assunto da entrevista. Depois, vêm as perguntas e respostas. As entrevistas podem servir para informar os leitores sobre a vida e o trabalho de alguém famoso, como artistas, políticos, atletas etc. Também podem servir para trazer informações sobre certos assuntos, como quando se entrevista um médico para falar de uma doença. Observe que tipo de informação esta entrevista traz.

Tive a oportunidade de ver Elza Soares numa pequena apresentação privada, onde ela contou sua história de vida, marcada por sofrimento e superação. “Eu nasci num bairro pobre do Rio de Janeiro. Aos doze anos já era mãe. Tive nove filhos. Trabalhei em fábricas.

Elza Soares, no camarim, antes de show em Paraty (RJ), 2011.

Enfrentei o programa de calouros do Ary Barroso para não perder um filho. Sempre brincando e brigando com a vida.” Viajou o mundo inteiro, e hoje se considera uma mulher de sorte, uma mulher muito feliz: “Tenho os meus filhos, tenho a minha vida, mas até chegar aqui, foi uma caminhada pesada, difícil.” E a vida começou cedo: casou-se e teve filho aos 12 anos. Com 18 já estava viúva, e seu filho tinha morrido há pouco tempo. Sofreu com a miséria e a morte das pessoas que amava. Anos depois, se apaixona por um dos maiores ídolos do futebol, de todos os tempos: Garrincha. Do casamento com o jogador, que durou 15 anos, nasceu um filho, que também viria a falecer precocemente, aos 9 anos, em 1986, num acidente de carro, quando ia visitar o túmulo do pai, em Pau Grande.

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Que idade você tem Elza? 24 horas, meu bem! A vida é uma benção que ela agradece todos os dias: “A primeira palavra ao sair da cama é obrigada, meu Deus, por mais 24 horas de vida! Que idade você tem Elza? 24 horas, meu bem! São as 24 horas que a gente sabe que está vivo. E vivo muito o agora. Eu brinco que ‘my name is now’! Eu, ontem, passei a borracha e esqueci. Hoje, vivo intensamente, o amanhã pode ser meio mentiroso, então vamos viver o agora.” O início da carreira no show de calouros Ary Barroso [...] “Aos 12 anos, com o filho quase morrendo, precisando salvá-lo, resolvi me inscrever no programa do Ary Barroso. Quando entrei no palco, com o vestido da minha mãe, todos riam, eu não sabia o porquê. [...] Ary Barroso disse: — De que planeta você veio, minha filha? Imagine vocês, eu, menina com 12, 13 anos, com filho morrendo e aquela pergunta antipática. — Sr. Ary, eu venho do mesmo planeta seu. — Qual é o meu planeta? — Planeta fome, seu Ary. Aí todo mundo ficou quietinho e ninguém ria mais. Elza começou a cantar, e logo ouviu: “Senhoras e senhores, nesse exato momento, acaba de nascer uma estrela!” [...] Disponível em: <http://colunistas.ig.com.br/monadorf/2010/12/16/elza-soares-my-name-is-now/>. Acesso em: 17 mar. 2013. (Fragmento).

Com a ajuda do professor, responda às questões: 1. Houve muitos momentos difíceis na vida da cantora. Escreva uma frase sobre um desses momentos.

2. A entrevista não traz essa informação, mas alguns filhos de Elza Soares morreram na infância. Você consegue imaginar por quê?

3. Com base na história de Elza Soares, responda: Quais pessoas correm o risco de ter vida mais curta? Por quê?

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4. “Eu, ontem, passei a borracha e esqueci. Hoje, vivo intensamente, o amanhã pode ser meio mentiroso, então vamos viver o agora.” Qual é a sua opinião sobre essa afirmação? Justifique.

PARA LER LETRA DE CANÇÃO A letra da canção “Comida” foi composta por integrantes do grupo paulista Titãs. Converse com o professor para saber se é possível ouvir a canção na sala de aula. Leia um trecho da letra.

Comida Bebida é água. Comida é pasto. Você tem sede de quê? Você tem fome de quê? A gente não quer só comida, A gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida, A gente quer saída para qualquer parte. A gente não quer só comida, A gente quer bebida, diversão, balé. A gente não quer só comida, A gente quer a vida como a vida quer. Bebida é água. Comida é pasto. Você tem sede de quê? Você tem fome de quê? A gente não quer só comer, A gente quer comer e quer fazer amor. A gente não quer só comer, A gente quer prazer pra aliviar a dor. A gente não quer só dinheiro, A gente quer dinheiro e felicidade. A gente não quer só dinheiro, A gente quer inteiro e não pela metade. [...] Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto. Warner Chappell Edições Musicais Ltda. Todos os direitos reservados. © by BMG Music Publishing Brasil Ltda./ Rosa Celeste Empreendimentos Artísticos Ltda. Titãs. Jesus não tem dentes no país dos banguelas. [Rio de Janeiro]: WEA, 1987. Faixa 8. (Fragmento).

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1. Muitas pessoas gostam de copiar poemas, letras de música e frases na agenda. Se desejar, transcreva no caderno o trecho da canção “Comida” de que mais gostou.

2. O texto afirma que “A gente não quer só comida”. Em sua opinião, por que os compositores afirmam isso?

3. Segundo o texto, o que as pessoas desejam, além de comida?

4. Com um colega, prepare uma lista com atitudes necessárias para uma vida longa e saudável. Compare a lista de sua dupla com a de outros colegas.

. Com base no que leu e ouviu na canção, escreva em uma folha sulfite uma frase com as coisas mais importantes que você deseja para sua vida. As frases de toda a turma podem ser afixadas num painel da sala ou da escola, numa exposição com o tema: “A gente quer...”. Se preferir, cole imagens nesse painel.

QUEM VIVE MAIS E MELHOR?

Observação: os números da tabela foram arredondados para facilitar a leitura dos alunos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é um órgão do governo federal que faz pesquisas sobre a situação da população brasileira.

PARA LER TABELA Para saber quais os grupos da população brasileira que vivem mais, observe esta tabela: ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER POR REGIÃO – BRASIL (2008) Região

Homens

Mulheres

Norte

69 anos

75 anos

Nordeste

67 anos

74 anos

Sudeste

70 anos

79 anos

Sul

72 anos

79 anos

Centro-Oeste

71 anos

78 anos

Fontes: Projeto IBGE/Fundo de População das Nações Unidas–UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02), População e Desenvolvimento: Sistematização das Medidas e Indicadores Sociodemográficos oriundos da Projeção da População por Sexo e Idade, por Método Demográfico, das Grandes Regiões e Unidades da Federação para o Período 1991/2030 e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2008.

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EM AÇÃO Com a ajuda do professor, responda: 1. Qual é o assunto tratado na tabela? Onde você encontrou essa informação?

2. Qual foi o órgão que forneceu os dados? Você já ouviu algo a respeito dele?

3. Em que ano foi divulgada essa tabela?

4. Qual é a região brasileira que apresenta maior esperança de vida entre os homens e as mulheres?

. Na sua opinião, por que existem essas diferenças?

UM BRASIL DE “CABELOS BRANCOS”? PARA PESQUISAR Reúna-se com um pequeno grupo de colegas para conversar com pessoas de idade mais avançada. Podem ser parentes, vizinhos ou pessoas da comunidade. Ajude a descobrir quais são as maiores necessidades dessas pessoas e se elas estão satisfeitas. Na sala de aula, apresente para a turma os resultados da pesquisa de seu grupo. Com a ajuda do professor, elabore com os colegas um texto com as principais conclusões sobre os idosos da comunidade. Anote os resultados no caderno.

PRODUZINDO CARTAZES No início deste capítulo, vimos que a expectativa ou esperança de vida do brasileiro aumentou, mas ainda está abaixo da de outros países. Vivemos hoje, aproximadamente, quase o dobro do que viviam os nossos bisavós. Também observamos que as mulheres em geral vivem mais do que os homens.

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Entretanto, é bom lembrar que pessoas negras, de baixa renda ou que vivem em regiões mais pobres vivem menos – tanto no campo como em favelas nas grandes cidades. Com um grupo de colegas, prepare um material para uma exposição sobre o assunto que estamos estudando, a qualidade de vida dos brasileiros. Siga o roteiro: 1. Faça uma lista de medidas a serem tomadas pelo governo e pelas pessoas para que elas possam viver mais e melhor. Veja alguns exemplos e complete a lista: • Ter moradia adequada. • Ter emprego e um bom salário. • Ter acesso à rede de água. 2. A seguir, prepare cartazes com imagens que ilustrem pelo menos algumas dessas medidas. Os visitantes da exposição irão ler os textos de pé e a certa distância. Por isso, o cartaz precisa ter letras grandes e imagens nítidas. 3. Crie um título para o cartaz e escreva uma legenda para as fotos ou figuras. 4. Procure, com a sua turma e o professor, pensar em um local público para fazer a exposição. Que tal a Associação de Moradores do seu bairro ou sua escola?

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Vamos estudar agora a grafia de algumas palavras que vimos neste capítulo. Observe: expectativa exemplo aproximada exposição sexo afixadas abaixo

existem táxi aproximadamente

exibe examine

1. Em todas essas palavras, que letra está destacada?

2. Leia em voz alta as palavras e procure perceber qual é o som do X em cada uma. O som é o mesmo em todas as palavras?

3. Preencha a tabela, separando as palavras da lista anterior, de acordo com o som que o X apresenta: Som de CH, como em chá

Som de S, como em sábado

Som de Z, como em azia

Som de “KS”, como fixo

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4. Agora, observe as palavras a seguir: xícara

xodó

xingar

xale

xepa

xarope

a) O som do X é o mesmo em todas as palavras? Qual é ele? b) Qual é a posição da letra X nessas palavras? . Abra um dicionário na letra X. Leia em voz alta algumas das palavras que você conhece. Nesse momento, não se preocupe com o seu significado. Qual é o som do X nessas palavras? • É o mesmo som das palavras da última lista apresentada?

. Complete o texto a seguir com as conclusões a que você chegou após analisar esses dados: A letra

pode ter vários

nas palavras. Ela pode ter o som

, como em “puxar”; pode ter o som de Z, como em

de pode ter o som de “tórax”.

, como em “experiência”; pode ter o som de ks, como em

Mas quando o X é a primeira ele tem sempre o som de

;

da palavra, como em “xará” e

,

.

PARA ELABORAR UMA CENA TEATRAL Você e seus colegas irão criar uma cena teatral a partir das informações contidas nos depoimentos que coletaram com os idosos de sua comunidade. Para isso, imaginem uma situação que envolva as vivências e sentimentos relatados por eles e construam uma cena que revele o cotidiano do idoso no Brasil. Sigam o roteiro usado no Eixo 1, para produzirem essa cena. Com a ajuda do professor, seu grupo poderá organizar a apresentação da cena para a comunidade.

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Os idosos e seus problemas têm sido tema de algumas montagens teatrais recentes. A peça Últimas luas, escrita pelo italiano Furio Bordon e traduzida para o português por Millôr Fernandes em 1999, conta a história de um professor aposentado que, para deixar a casa em que vive para o filho, decide mudar-se para uma asilo. As situações vividas por ele alertam para o abandono afetivo e o despreparo dos idosos para viver num mundo tão repleto de transformações. Outra peça que comoveu o público brasileiro foi Crepúsculo escrita e dirigida por Maurício Marques. O autor se baseou em depoimentos colhidos entre idosos residentes no Retiro dos Artistas no Rio de Janeiro.

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Eixo 2

Capítulo

4

Desenvolvimento humano em números

EM RODA Assim como as letras são símbolos que usamos para escrever palavras, também existem símbolos usados para escrever números. Eles são dez e se chamam algarismos ou dígitos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. A palavra dígito vem de uma língua antiga, o latim, e significa “dedo”. Portanto, dez dígitos relacionam-se com dez dedos. Com os algarismos podemos escrever qualquer número. Por exemplo, 50 é escrito com dois algarismos ou dois dígitos, enquanto 154 é escrito com três algarismos ou três dígitos. Com quantos algarismos você escreve a sua idade? E o ano de seu nascimento? Relate situações do dia a dia em que aparecem números com três ou com quatro algarismos.

EM AÇÃO Veja os números que aparecem nestas informações sobre a população brasileira. Hoje, no Brasil, as mulheres chegam a viver até 8 anos a mais do que os homens.

De cada 100 brasileiros com idade acima de 15 anos, 16 leem ou escrevem com dificuldade.

Para cada grupo de 1 000 jovens, existem 600 idosos.

Escreva esses números e indique quantos algarismos aparecem em cada um deles. Leia em voz alta cada um dos números que você escreveu.

PARA PESQUISAR Você e seus colegas podem verificar se a relação a seguir também acontece em um grupo de pessoas com as quais convivem. Hoje, em cada 100 brasileiros, 11 são idosos com mais de 60 anos de idade.

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1. Faça uma pesquisa conversando com familiares, vizinhos e pessoas que trabalham com você. Anote a seguir o nome e a idade de duas ou três pessoas.

2. Com a ajuda do professor, construa um cartaz com espaços para 100 nomes de pessoas e as respectivas idades. Nesse cartaz, serão registradas as informações pesquisadas por todos os estudantes. 3. Quando completar as informações sobre 100 pessoas, conte quantas delas têm idade igual ou superior a 60 anos. 4. Converse com seus colegas se, na pesquisa realizada, o número de pessoas idosas é igual ou próximo ao número indicado na informação: “Hoje, em cada 100 brasileiros 11 são idosos com mais de 60 anos de idade”? Anote as conclusões no caderno.

APRENDENDO SOBRE NÚMEROS COM A CALCULADORA Com uma calculadora discuta com seus colegas as seguintes questões: • Para registrar o número 27 na calculadora, primeiro é preciso digitar o algarismo 2. Em que posição ele aparece no visor? • Em seguida, digita-se o algarismo 7. Em que posição ele aparece no visor? E o que acontece com o algarismo 2? • Agora digite o número 145 e explique as posições em que cada algarismo irá aparecer no visor da calculadora, cada vez que você digitar uma tecla. • Se digitar o algarismo 5, depois o 4 e finalmente o 1, você obterá o número 145? O que aconteceu com os algarismos digitados?

EM AÇÃO Com ajuda do professor, construa nove cartões e em cada um deles escreva um dos algarismos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. Com esses cartões você vai compor diferentes números. Por exemplo, com os cartões 2 e 7, você pode formar dois números diferentes. Veja esses números escritos com algarismos e com palavras:

27 vinte e sete

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72 setenta e dois

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1. Escolha dois cartões e, com eles, construa todos os números possíveis, formados por dois dígitos. Escreva esses números com algarismos e com palavras.

2. Escreva a sua idade e a de um parente com algarismos e com palavras.

3. Agora, escolha três cartões e forme todos os números possíveis com três dígitos. Escreva cada um deles com algarismos e com palavras. Verifique se você sabe ler todos os números. Caso tenha dúvidas pergunte ao professor.

4. Troque de livro com um colega. Observe os números que ele escreveu e reescreva-os em ordem crescente, do menor para o maior.

5. Retome seu livro e veja se você concorda com a ordenação que seu colega fez. Caso não concorde, apresente a ele suas razões. 6. Os números que aparecem nas frases a seguir indicam resultados de uma pesquisa sobre as condições de saúde da população de uma cidade, publicados num folheto. Com os cartões, forme cada número e escreva-o com algarismos.

a) Quinhentos recém-nascidos foram vacinados na última campanha. b) Quatrocentos e cinco leitos hospitalares foram criados com a inauguração do novo hospital.

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c) O programa de atendimento à terceira idade, promovido pela prefeitura, conta com seiscentas e vinte inscrições.

d) Oitocentas e dezessete mulheres participam do programa de prevenção ao câncer de mama.

e) Setecentas e sessenta e duas gestantes tiveram atendimento pré-natal no último ano.

f) Novecentas e cinquenta pessoas receberam avaliação de seu estado de saúde como muito bom e bom.

Verifique se você acertou comparando o seu resultado com os números que o professor colocou na lousa. 7. Escolha quatro cartões e forme todos os números possíveis. Faça uma lista com esses números, escrevendo-os com algarismos e com palavras.

8. Assinale o maior e o menor número que aparece na sua lista. 9. Leia para a classe sua lista de números. Você tem certeza de que não faltou nenhum número na lista? O que você fez para saber quantos números deveriam aparecer na lista?

10. Escreva com algarismos e com palavras o ano em que você nasceu.

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EM GRUPOS 1. Observe a posição ocupada pelos algarismos no número 1 234. 4a

3a

2a

1a

1

2

3

4

2. Indique no número 567 qual é o algarismo que ocupa a primeira, a segunda e a terceira posições.

3. Retome seus cartões e inclua mais um com o número 0 (zero). Escolha três cartões, sendo um deles o do 0, e forme todos os números possíveis com três dígitos. Registre, a seguir, esses números com algarismos e com palavras. Quais posições ocupadas pelo zero você escreveu?

4. Faça o mesmo com quatro cartões, sendo um deles o do 0. Escreva os números a seguir. Quais posições ocupadas pelo zero você escreveu?

5. Converse com seus colegas sobre esta questão: O que se observa ao compor números com algarismos incluindo o zero?

a) Quando escrevemos números formados por três dígitos, notamos que o algarismo 0 pode ocupar as seguintes posições: • A primeira posição, como nos números 520 e 370.

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• A segunda posição, como nos números 307 e 204. Neste caso, por que o algarismo 0 não aparece na terceira posição?

b) Quando escrevemos números formados por quatro dígitos, notamos que o algarismo 0 pode ocupar as seguintes posições: • A primeira posição, como nos números 1 370 e 2 220. • A segunda posição, como nos números 4 205 e 3 901. • A terceira posição, como nos números 9 076 e 8 056. Neste caso, por que o algarismo 0 não aparece na quarta posição?

3. Escreva a seguir:

a) Um número com quatro algarismos no qual o 5 ocupa a segunda posição. b) Um número com três algarismos no qual o 7 ocupa a primeira posição e o 3 a terceira posição.

c) Um número com quatro algarismos em que o 6 ocupa a quarta posição, o 9 a terceira, o 7 a segunda e o 4 a primeira posição.

EM AÇÃO 1. Os números apresentados nos quadros indicam resultados de uma pesquisa sobre as condições de moradia, publicados na primeira página do jornal de uma cidade. Escreva cada um deles com algarismos nas linhas a seguir. Nove mil, quatrocentas e vinte e seis moradias não são servidas de água encanada.

Sete mil e quarenta residências não dispõem de energia elétrica.

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Duas mil e treze ruas foram asfaltadas.

Três mil novas residências foram integradas à rede de esgoto.

Seis mil e seiscentas casas de alvenaria foram construídas na periferia da cidade.

Duas mil, novecentas e quinze habitações estão localizadas em áreas de risco.

2. Verifique seus acertos comparando os seus números com os que o professor vai escrever na lousa. 3. Nas frases abaixo, aparecem números que indicam resultados de uma pesquisa feita por estudantes sobre as condições educacionais de uma comunidade. Com os cartões, forme cada número e escreva-o por extenso.

a) 6 000 novas matrículas foram feitas no curso de EJA. b) 306 professores atuam nos cursos da pré-escola. c) 1 060 professores lecionam no Ensino Fundamental. d) 2 000 novas vagas foram criadas em creches conveniadas com a prefeitura. e) No ano passado, 8 300 estudantes completaram o Ensino Fundamental. f) 200 professores atuam nos cursos de EJA. g) 3 013 crianças foram matriculadas na pré-escola.

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h) 16 novas turmas iniciaram o curso de alfabetização. i) 1 003 estudantes ainda procuram vaga no Ensino Médio.

EM RODA Você já notou que o valor do algarismo depende da posição que ele ocupa na escrita do número? Nos números a seguir, o algarismo 3 aparece em diferentes posições. Observe qual é seu valor em cada uma delas. 123

930

357

3 486

3

30

300

3 000

três

trinta

trezentos

três mil

Observe os algarismos que estão destacados nos números a seguir e escreva o seu valor. 1 256

9 520

7 070

46

646

790

79

2 945

5 007

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EM AÇÃO 1. Numa família, pode haver dez parentes; numa comunidade, podem morar cem pessoas; uma cidade pode ter mil habitantes. Que outras situações podem ser associadas aos números 10, 100 ou 1 000? 2. Observe as situações que aparecem no quadro da página ao lado. Depois, assinale com um X a quantidade mais adequada para cada situação:

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SITUAÇÕES

MAIS DE MIL

MAIS DE CEM

MAIS DE DEZ

MAIS DE UM

Pessoas que vivem na sua casa Moradores da sua rua Estudantes da sua turma Habitantes da sua cidade Pessoas que trabalham no mesmo lugar que você Estudantes da sua escola Valor do seu salário em reais Valor de 1 litro de leite em reais Valor de um automóvel novo em reais

3. Compare suas respostas com as de um colega.

a) As respostas são semelhantes ou diferentes? b) Houve discordância nas respostas? Em quais situações? c) Nos casos de discordância, as duas respostas são corretas?

4. Você sabe o significado das palavras década, século e milênio? Com a ajuda do professor, procure no dicionário o significado dessas palavras. 5. Complete as frases a seguir com as palavras década, século ou milênio.

a) No período de um

a expectativa de vida do homem brasileiro passou de aproximadamente 30 anos para aproximadamente 65 anos.

b) Na última

a mortalidade infantil diminuiu significativamente

no Brasil.

c) Um

é formado por dez séculos ou por cem décadas.

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ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO NO DIA A DIA EM GRUPOS No dia a dia, quando as pessoas fazem compras, em situações do trabalho e mesmo na vida doméstica, em vez de usar lápis e papel, elas fazem cálculo mental ou cálculo de cabeça, como muita gente costuma falar. Muitas descobrem sozinhas dicas interessantes que ajudam no cálculo mental. 1. Veja, nas ilustrações a seguir, as dicas usadas por uma pessoa que trabalha como caixa de um estabelecimento comercial, para calcular mentalmente somas e diferenças envolvendo dinheiro.

Ilustração digital: Avelino Guedes

Se 3 reais mais 4 reais é igual a 7 reais, 30 reais mais 40 reais é igual a 70 reais, 300 reais mais 400 reais é igual a 700 reais.

Se 9 reais menos 6 reais é igual a 3 três reais, 90 reais menos 60 reais é igual a 30 reais, 900 reais menos 600 reais é igual a 300 reais.

2. Veja, nas ilustrações, outras dicas usadas por essa pessoa.

Ilustração digital: Avelino Guedes

17 reais mais 22 reais é o mesmo que: 10 mais 20 é igual a 30, 7 mais 2 é igual a 9, 30 mais 9 é igual a 39.

35 reais menos 12 reais é o mesmo que: 30 menos 10 é igual a 20, 5 menos 2 é igual a 3, 20 mais 3 é igual a 23.

3. Você já conhecia alguma dessas dicas? Você conhece outras dicas para calcular somas e diferenças? Explique para seus colegas.

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4. Faça estes cálculos usando as dicas que você aprendeu:

a) 50 + 30 =

g) 59 − 30 =

b) 120 + 15 =

h) 194 − 42 =

c) 90 − 20 =

i) 47+ 5 =

d) 153 − 30 =

j) 121 + 132 =

e) 70 + 40 =

k) 98 − 36 =

f) 153 + 45 =

l) 136 − 102 =

100 menos 10 é igual a 90, 90 menos 10 é igual a 80, 80 menos 9 é igual a 71.

29 mais 1 é igual a 30, 30 mais 70 é igual a 100, 1 mais 70 é igual a 71.

100 menos 20 é igual a 80, 80 menos 9 é igual a 71.

100 menos 30 é igual a 70, 70 mais 1 é igual a 71.

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Ilustração digital: Avelino Guedes

5. Observe as diferentes dicas que a pessoa que trabalha no caixa utiliza para obter o resultado de 100 − 29:

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6. Faça estes cálculos usando uma das dicas do exercício anterior.

a) 100 – 30 =

g) 200 – 50 =

b) 100 – 45 =

h) 200 – 120 =

c) 200 – 20 =

i) 100 – 70 =

d) 200 – 100 =

j) 100 – 59 =

e) 100 – 50 =

k) 200 – 85 =

f) 100 – 13 =

l) 200 – 145 =

COM A CALCULADORA Para usar a calculadora, as regras são as mesmas. Digita-se primeiro o número – como se estivesse escrevendo da esquerda para a direita –, em seguida, pressiona-se o sinal da operação (+, –, x, :) desejada e depois o outro número. Para obter o resultado, aperta-se o sinal de igual (=). Agora é com você! Resolva utilizando a calculadora. 1. Digite o número 12, a tecla +, o número 8 e depois a tecla =. Qual foi o número que apareceu no visor de sua calculadora?

2. Se tivesse digitado o número 12, a tecla –, o número 8 e depois a tecla =, você teria obtido o mesmo número no visor da calculadora? Qual número apareceria?

3. Depois de digitar o número 15, a tecla , o número 7, depois a tecla =, você obteve no visor de sua calculadora o número 8. Qual sinal da operação você teve que digitar para chegar a esse resultado?

4. Você digitou o número , a tecla +, o número 10 e depois a tecla =. O número que apareceu no visor da calculadora foi 22. Qual foi o número que você digitou?

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Capítulo

5

Crianças e idosos no presente e no passado

EM RODA Já sabemos que a expectativa de vida do brasileiro vem aumentando. Ao mesmo tempo, vêm diminuindo as taxas de natalidade, reduzindo-se assim o número de crianças e jovens em relação à população total. Com isso, a população idosa está crescendo. Mas será que as mudanças ficaram apenas na quantidade? Converse com seus colegas sobre estas questões: Os idosos e as crianças são vistos hoje da mesma maneira que na época de nossos bisavós? Ocorreram mudanças? Quais?

PARA LER FOTOGRAFIA

Menino no Rio de Janeiro (RJ), c. 1830.

Fernando Favoretto/Criar Imagem

Carneiro & Tavares/Acervo Instituto Moreira Salles

Vamos começar a investigar algumas diferenças entre uma criança do passado e uma criança do presente. Observe as duas fotografias e, depois, responda às questões:

Menino do século XXI. Foto de 2013.

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1. Quais são as datas das fotos apresentadas? Qual delas é mais antiga?

2. Em relação à foto mais antiga, depois de quantos anos a foto mais recente foi tirada?

3. Em dupla, descreva oralmente as fotografias. Fale sobre todos os detalhes que você percebeu: ambiente, roupas, expressão do rosto e outras. Agora, anote suas observações.

4. Você percebeu diferenças e semelhanças entre as duas crianças? Quais?

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Será que as crianças sempre foram vistas como hoje as vemos? Na verdade, nos anos 1900, ser criança era muito diferente do que no presente. Pelas suas roupas, já podemos começar a perceber isso. A criança de 1900 se vestia como um adulto em miniatura e isso não ocorria sem motivo. Veja como o padre norte-americano James Fletcher, que viveu nesse período, definia uma criança nessa época: [...]“homenzinho do mundo”, que raramente sorri, vestido de sobrecasaca [...]. Ele é como um “velho novo homem” antes de chegar aos doze anos de idade, tendo seu [...] chapéu de seda preta, colarinho ereto; e na cidade anda como se todos o estivessem olhando. Coleção Nosso Século (1900/1910). São Paulo: Abril Cultural/Círculo do Livro, s/d. p. 138. (Fragmento).

Lembre-se: sempre que houver em um texto três pontos fechados por colchetes [...], significa que naquela parte do texto citado um trecho foi cortado.

EM GRUPOS 1. Com um pequeno grupo de colegas, discuta as seguintes questões:

a) Na sua opinião, além do desenvolvimento físico, há outras diferenças entre adultos e crianças?

b) Você acha que é possível algumas crianças se tornarem “adultas” antes do tempo? Você conhece algum caso? Apresente os resultados da discussão do seu grupo para a classe.

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2. Converse com a turma e, com a ajuda do professor, faça, na lousa, uma lista com os principais motivos que fazem uma criança tornar-se adulta antes do tempo. Em seguida, anote a lista.

CRIANÇAS TRABALHADORAS EM RODA Nem todas as crianças de uma mesma época recebem o mesmo tipo de tratamento. Algumas têm acesso a escola, lazer e alimentação saudável. No entanto, muitas outras trabalham várias horas por dia para ajudar o orçamento familiar. Você conhece crianças que não têm seus direitos respeitados? Quem são elas? Elas trabalham? Elas estão estudando? Converse com seus colegas sobre isso. Com a ajuda do professor, leia o texto a seguir e converse sobre ele com seus colegas.

Os direitos das crianças e dos adolescentes No Brasil atual, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado em 1990, o trabalho é proibido para todos os menores de 14 anos. Segundo essa lei, “É proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos de idade, salvo na condição de aprendiz” (Artigo 60). Outro trecho dessa lei afirma: “A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento” (Artigo 71). Em 1998, foi acrescentado ao texto da Constituição brasileira: “proibição do trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos” (Artigo 7o, inciso XXXIII). Estimule a discussão sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente: O que os alunos conhecem dele? Qual é a opinião deles a respeito desse documento? 2o e 3o anos

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PARA LER FOTOGRAFIA Observe as fotografias a seguir.

Vincenzo Pastore/Acervo Instituto Moreira Salles

1. Nas linhas abaixo de cada fotografia, descreva as imagens, considerando todos os detalhes que você percebeu: ambiente, roupas, expressão do rosto, o que as crianças estão fazendo e outros.

Geroge Leuzinger/Museu Imperial

Meninos engraxates em São Paulo, 1910.

As crianças negras escravas muitas vezes tomavam conta dos filhos dos seus senhores, como se vê no canto inferior direito desta foto de c. 1865

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Agora, em dupla, responda às perguntas. 2. Quando foram feitas as fotografias das crianças? Qual delas é mais antiga?

3. Destaque as palavras que, em sua opinião, são as mais significativas de cada uma de suas descrições.

4. Qual é a idade aproximada de cada criança?

5. A primeira foto retrata crianças não escravas. Apesar disso, há algo em comum entre as duas situações? Explique a resposta para o restante da turma.

6. O que você pensa ao olhar para essas imagens?

PARA LER DEPOIMENTO Agora, conheça o depoimento de Maria Lúcia, colhido em 1994. Ela falou sobre o trabalho que fazia no corte de cana-de-açúcar. Depois, responda às questões. “Comecei a cortar cana com 8 anos. Não podia, e os fiscais davam em cima. Aí, eu corria pra dentro dos canaviais e trabalhava assim mesmo. Um dia, o facão pegou no meu dedo com tanta força que quase tirou fora. Quebrei o braço. Papai tentou uma indenização com o fornecedor, mas não conseguiu. Minha mão ficou defeituosa. A gente tem medo que aconteça isso com as crianças, mas quem segura o compromisso é o pai, eles sabem que ele não consegue tirar sozinho o corte. Se não trabalhar, vão passar fome...” Maria Lúcia, 31 anos. O marido, de 35 anos, e os filhos, de 7, 10 e 13 anos, trabalhavam no corte da cana. Cortando 200 metros, o máximo que conseguem fazer por dia, a família inteira recebe pouco mais de três dólares. Cristina Porto; Iolanda Kuzak; Jô Azevedo. Trabalho infantil: o difícil sonho de ser criança. São Paulo: Ática, 2003. p. 23. (Fragmento).

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1. Você conhece pessoas que trabalham como a família de Maria Lúcia?

2. Já ouviu histórias de crianças que se acidentam no trabalho? Conte para os colegas. 3. Com quantos anos Maria Lúcia começou a cortar cana? Escreva essa data com algarismos e com palavras.

4. Para você, ela começou na idade certa, cedo demais ou tarde demais? Explique.

5. Quem são as pessoas da família de Maria Lúcia que trabalhavam no corte de cana?

6. Quantos anos o marido de Maria Lúcia tem a mais que ela?

7. Cortando 200 metros de cana por dia, a família inteira recebe pouco mais de sete reais. Quanto essa família consegue receber por semana? Você acha que esse é um pagamento justo?

8. Copie abaixo a frase que mais chamou a sua atenção no depoimento.

9. E você, começou a trabalhar com que idade? Há quantos anos você trabalha?

EM GRUPOS Com um pequeno grupo de colegas, discuta as seguintes questões: 1. Existem semelhanças entre o que foi mostrado nas fotos das crianças e no depoimento de Maria Lúcia, que trabalhava no corte de cana? 2. Quais são as consequências do trabalho infantil para a nossa sociedade?

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3. Leia as afirmações a seguir e discuta com seus colegas, levantando argumentos sobre o equívoco mencionado no texto. “Existe uma visão equivocada de que crianças e adolescentes têm que trabalhar. Uma frase que ouvimos muito é: ‘Melhor a criança trabalhar do que roubar’, como se não houvesse uma terceira opção”, diz o promotor Carlos Martheo Guanaes, membro auxiliar do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), organizador do último seminário no Judiciário para debater o tema, em agosto deste ano. A abordagem da educação em tempo integral nas futuras políticas públicas para as famílias seria a principal aposta para processar essa mudança cultural. Disponível em: <http://www.fnpeti.org.br/destaque/um-perfil-do-trabalho-infantil>. Acesso em: 5 nov. 2012. (Fragmento).

GLOSSÁRIO

Ministério Público: instituição que atua na defesa dos interesses sociais e individuais da população e na manutenção da ordem jurídica e da democracia do país. É órgão presente em assuntos que envolvem os direitos humanos e os direitos de crianças e adolescentes.

É A VEZ DE FALAR! – DEBATE REGRADO O grupo vai defender opiniões e ideias sobre o trabalho infantil. Siga o roteiro abaixo: • O debate regrado é uma discussão com normas que devem ser seguidas para que todos tenham a oportunidade de ouvir e de serem ouvidos. • Quando um colega está falando, o restante da sala ouve. • Se alguém quiser falar, deve pedir a palavra ao mediador e esperar a sua vez. • O professor organiza o debate, passando a palavra, interrompendo se houver confusão ou acenando se alguém estiver tomando tempo demais. • Você pode anotar algumas coisas para não esquecer quando chegar a sua vez de falar. • Mesmo que não concorde com a opinião de um colega, deve respeitá-la.

ESCREVENDO FRASE DE OPINIÃO Agora que o assunto trabalho infantil foi discutido em sala, seria interessante que outras pessoas soubessem o que você pensa a respeito. Elabore uma frase com a sua opinião sobre esse assunto. Com seus colegas, exponha as frases de todos num mural da escola, para que outras pessoas leiam. Deixe espaços no mural para que outros possam escrever o que pensam sobre o assunto.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Observe os fragmentos do texto lido anteriormente: • “Papai tentou uma indenização com o fornecedor, mas não conseguiu.” • “Cortando 200 metros [de cana], o máximo que conseguem fazer por dia, a família inteira recebe pouco mais de três dólares”.

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Muitas vezes, as palavras destacadas nas duas frases são faladas da mesma forma. Mas é preciso lembrar que são escritas de forma diferente. Agora, converse com seus colegas e responda: 1. Qual das duas palavras traz o sentido de quantidade ou intensidade?

2. Qual das duas palavras traz o sentido de oposição ou contrário?

3. Para saber se você entendeu bem a diferença entre mas e mais, complete as frases a seguir.

a) A gente tem medo que aconteça isso com as crianças,

quem

segura o compromisso é o pai.

b) Um dos desafios no Brasil é colocar cada vez c) O trabalho é proibido para menores de 14 anos,

crianças na escola. nem sempre

essa lei é cumprida. Para que os alunos se apropriem da norma ortográfica, ou seja, aprendam a forma considerada correta de escrever as palavras, é preciso que sejam levados a refletir sobre como elas são escritas. Amplie a atividade examinando, com os alunos, outras ocorrências dos termos mas e mais em textos. São casos semelhantes a outros e devem ser explorados quando surgirem dúvidas ou dificuldades na produção escrita.

IDOSOS DO PRESENTE E DO PASSADO PARA LER LEI Em 2003, foi aprovada uma lei conhecida como Estatuto do Idoso, que diz respeito a todas as pessoas com mais de 60 anos. Em um trecho dessa lei, pode-se ler: Artigo 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata essa lei, estando asseguradas todas as oportunidades e facilidades para a preservação da sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Fonte: Lei no 10 741, de 1o de outubro de 2003. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741compilado.htm>. Acesso em: 22 mar. 2013.

Responda às questões. 1. Como é conhecida a lei que protege os idosos no Brasil?

2. Em que ano essa lei foi aprovada? Escreva essa data com algarismos e por extenso.

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3. A partir de que idade uma pessoa, no Brasil, é protegida por essa lei?

4. Você acha que a nova lei protege os idosos em nosso país? Por quê?

5. Quais pessoas de sua família têm os direitos assegurados por essa lei?

6. Escreva um pequeno relato contando um caso que você conheça de desrespeito aos direitos dos idosos. Peça ajuda ao professor se for necessário.

A aprovação dessa lei foi considerada uma conquista de direitos para os idosos. No entanto, o que motivou essa preocupação com os mais idosos? Vamos analisar, por meio do gráfico a seguir, o que aconteceu com a expectativa de vida dos brasileiros nos últimos 100 anos.

PARA LER GRÁFICO BRASIL: EXPECTATIVA DE VIDA (1910-2010) Planeta Terra Design

80 75 70 ANOS DE VIDA

65 60 55 50 45 40 35 30 1910 Homens

1940-50 Mulheres

1970-75

1975-80 ANOS

2000

2010

Fonte: IBGE. Síntese de Indicadores Sociais, 2010.

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Um gráfico é uma forma de expressar visualmente dados ou valores numéricos, de maneiras diferentes (figuras geométricas, diagramas, desenhos e imagens), facilitando, assim, sua compreensão. Os mais utilizados são os gráficos de colunas, barras e setores. Os dados do gráfico da página anterior estão representados por meio de colunas, que também podem ser chamadas de barras verticais. Na parte superior, há o título, que indica o assunto tratado. No eixo vertical, encontra-se a quantidade de anos que a população pode viver. Na parte inferior, eixo horizontal, há colunas com o tempo de vida da população em diferentes períodos. A legenda ajuda a identificar o significado de cada uma das colunas do gráfico. Em rosa, está a expectativa de vida das mulheres e, em azul, a dos homens. Ao ler o gráfico, sabemos, por exemplo, que as mulheres viviam cerca de 35 anos em 1910 e os homens, pouco menos que isso. Na leitura de gráficos, aproveite sempre para fazer uma leitura das cores, do tamanho das barras ou das fatias do gráfico de pizza. Isso pode ser realizado inclusive pelos alunos com menor autonomia na leitura convencional.

Agora responda às questões:

1. Como podemos saber qual é o assunto do gráfico e em que ano ele foi publicado?

2. Qual foi o órgão ou a instituição que forneceu os dados? Você já ouviu algo a respeito dessa instituição?

3. Qual era a expectativa de vida aproximada dos homens e mulheres em 1910?

4. Qual era a expectativa de vida aproximada dos homens e mulheres em 2010?

5. A expectativa de vida do brasileiro aumentou ou diminuiu entre 1910 e 2010?

6. As mulheres sempre tiveram expectativa de vida maior que a dos homens? E hoje? Na sua opinião, por que isso vem ocorrendo? Discuta com os colegas.

PARA LER MEMÓRIAS As memórias são textos que relatam vivências de uma pessoa. Elas falam de suas emoções, do que sentiam e pensavam na época em que os fatos aconteceram. Veja a seguir um relato com memórias de infância do sr. Amadeu. Depois, responda às questões. Aprendi a ler [...] com o professor Quaranta, podia ter oito anos. [...] O primeiro, segundo, terceiro e quarto ano era tudo junto na mesma sala: ele ficava um pouquinho com cada aluno. Mas a gente não era tão peralta como hoje. As crianças eram mais

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quietinhas, tinham mais respeito. Talvez tivessem receio de apanhar; hoje as crianças não têm medo de apanhar, são protegidas. Se a gente errava alguma coisa, apanhava com reguada: “Dá tua mão aí!”. “Ai, professor, eu não vou errar mais!” A gente abria a mão com medo e... pum! Quem que ia na escola depois? Ninguém! A senhora acha? Quem reincidia no erro ajoelhava no milho: se a gente queria levantar porque o milho penetrava nos joelhos, nas pernas, levava uma reguada nas costas. Ecléa Bosi. Memória e sociedade. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 158. (Fragmento).

1. Que fato do seu passado o sr. Amadeu nos conta?

2. Como ele se sentia quanto à escola de sua época? (

) amedrontado

(

) feliz

(

) curioso

• Que parte do texto nos mostra isso?

3. Os estudantes tinham o direito de expor suas opiniões? Dê exemplos com base no texto.

4. Identifique, no texto, os momentos em que as falas das pessoas são apresentadas.

5. De quem são as falas? Você consegue perceber o que marca o início e o final de cada Ajude os alunos a encontrar as aspas (“ ”) no início e no final das falas do professor fala? Observe com cuidado. (“Dá tua mão aí!”) e do aluno (“Ai, professor, eu não vou errar mais!”). Visualizar as aspas e reconhecer a sua função é fundamental na formação do leitor proficiente.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Nos depoimentos, as pessoas ora falam do passado, ora falam do presente. Pode-se perceber isso pelas palavras que elas usam. Observe as frases a seguir: “Aprendi a ler [...] com o professor Quaranta” Faço o possível para acompanhar um pouco. 2o e 3o anos

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1. Em qual deles a palavra destacada se refere ao tempo presente? E ao passado?

2. Identifique nas frases a seguir se as palavras destacadas estão no tempo presente ou no tempo passado:

a) “As crianças eram mais quietinhas”

b) “hoje as crianças não têm medo de apanhar, são protegidas” c) “ele ficava um pouquinho com cada aluno”

A CRIANÇA, O BRINCAR E A ARTE PARA LER TEXTO EXPOSITIVO A partir da década de 1990, vimos o mundo cada vez mais ser invadido pelo uso de aparelhos eletrônicos para os mais diversos fins. Os órgãos públicos e as escolas têm se equipado para realizar atividades diversas com computadores e internet. Se, por um lado, essa modernização equiGLOSSÁRIO vale a um gasto inicial com a infraestrutura neInformatização: ato de aplicar cessária e os equipamentos que possibilitem métodos e recursos da informática, a utilização desse novo sistema, por outro, a que é o ramo da ciência que trata a informação por meio do uso de informatização significa uma troca de dados computadores e do processamento muito mais rápida e eficiente sem que, em prinde dados. cípio, necessite do uso de papel. Isso equivale Infraestrutura: condições necessárias para a manutenção ou o a uma economia de espaço e de matéria-prima funcionamento de uma estrutura. para a fabricação de papel, com vistas à preservação do meio ambiente. Os aparelhos eletrônicos também invadiram o universo infantil, afetando diretamente o modo de brincar de muitas crianças, em especial das que vivem em grandes centros urbanos. As brincadeiras de rua são diariamente trocadas pelos videogames e pela internet. Os brinquedos tradicionais vão perdendo espaços para os eletrônicos. O modo de brincar mudou, mas e a criança mudou?

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EM RODA Discuta com seus colegas as seguintes questões: • Como era o seu jeito de brincar na infância? • Quais as principais mudanças que você percebeu no modo de brincar de ontem e de hoje? • Por que você acha que isso aconteceu? • Para você, brincar é importante para as crianças? Por quê? • Muitas crianças preferem jogar videogames a brincar de modo tradicional. Qual é a sua opinião sobre disso?

PARA LER PINTURA E ESCULTURA

Kunsthistorisches Museum Wien

A arte, no decorrer dos tempos, sempre procurou representar o ser humano nas mais diversas situações do cotidiano e de épocas, locais e culturas. Por esse motivo, serviu como um registro de costumes e tradições, por vezes, muito diferentes dos nossos. Entre os diversos temas presentes em pinturas e esculturas, está a criança e o ato de brincar. Observar a forma como é feita a representação do universo infantil é interessante e nos dá diversas informações a respeito do brincar de ontem e de hoje. Observe em silêncio as imagens a seguir. Procure perceber os detalhes e as informações que cada uma delas nos oferece.

Pieter Bruegel, Jogos infantis, 1560. Óleo sobre madeira de carvalho, 118 cm x 161 cm. Viena.

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Coleção Particular

Escultura de crianças em Estes Park, Colorado (EUA), s.d.

Coleção particular. Foto: Sandra Guinle

©Blaine Harrington/Grupo Keystone

Julio Cesar Brigatto. Crianças brincando, 2007. Óleo sobre tela, 25 cm x 35 cm.

Sandra Guinle, Rodando pião. Escultura em bronze. 37 x 26 x 30 cm.

Debata com os seus colegas as seguintes questões: • O que representam as imagens? • Todas são pinturas? Qual delas não é? Como você reconhece isso? • Qual é a diferença entre uma escultura e uma pintura? • Como é o fundo de cada obra? • Elas representam um tempo, uma época? Qual? • As representações são realistas, isto é, fiéis à realidade? • Você reconhece as brincadeiras representadas nas imagens? Quais? • Na infância, você costumava brincar de quais brincadeiras representadas nessas obras? • Quais são seus sentimentos e ideias em relação a essas obras?

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Museo Nacional de Arte Romano de Mérida. Foto:Xavier Florensa/Keystone

Escultura A escultura é a representação tridimensional de um objeto, uma forma ou uma figura humana. Diferente da pintura, que possui largura e altura e, por isso, é chamada de bidimensional, a escultura possui também profundidade. É a profundidade que oferece à escultura o elemento expressivo que chamamos de volume. A profundidade da escultura não pode ser fielmente vista nas fotografias, que a reproduzem somente de um lado e de forma bidimensional. Na maioria das vezes, a escultura está exposta sobre um pedestal e, para apreciá-la, podemos olhar todos os seus lados, caminhando a sua volta. O pedestal é o suporte da escultura. É uma peça sobre a qual a escultura é colocada em exposições, galerias e museus. Na sua cidade há esculturas? Onde? Qual é? E o material de que é feita, você reconhece? É de mármore, pedra, metal, fibra ou de algum outro material?

PARA FAZER COLAGEM Pesquise em revistas e jornais imagens de crianças brincando. Em uma cartolina, faça uma composição com essas imagens, como fez Pieter Bruegel em sua obra Jogos infantis. Para complementar a sua composição, use desenhos ou pintura, caso queira retratar outras brincadeiras que conhece. Exponha a sua produção e observe como a proposta foi resolvida pelos colegas.

EM RODA Pieter Bruegel nasceu por volta de 1525, na Holanda, e morreu em 1569, em Bruxelas, na Bélgica. Era conhecido como “O Velho” e foi um dos mais importantes pintores flamengos do século XVI. Suas pinturas retratavam cenas do cotidiano. Na obra Jogos infantis, Bruegel representou cerca de 250 crianças e 84 brincadeiras, muitas delas ainda conhecidas, como o cabo de guerra ou a cabra-cega. Em épocas antigas, a única forma de registro de imagens do cotidiano era feita por meio da GLOSSÁRIO pintura e da gravura. Antepassado: pessoas Você acha que sem esses registros ficaria difícil conheanteriores aos nossos avós. Flamengo: habitante de Flandres, cer a história de nossos antepassados e de como era a região localizada parte na França, vida deles em épocas remotas? parte na Holanda e na Bélgica.

EM AÇÃO Você sabe o que é uma cantiga de roda? Essa é outra forma de expressão artística que é passada de geração para geração e que traz marcas da nossa cultura. Procure em livros e na internet ou use sua memória e traga algumas cantigas que fizeram parte de sua infância para a sala de aula. Com os colegas, monte um mural com as cantigas mais conhecidas pela turma. Para apresentar os textos, ilustre-os usando colagens, pinturas ou desenhos. Inspire-se na sua infância!

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Capítulo

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Os jovens no Brasil

EM RODA A cada dez anos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE –, órgão do Governo Federal, realiza o censo demográfico do Brasil: quantos somos, como e onde vivemos etc. Esse instituto faz também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD, que estuda, por amostragem, as famílias brasileiras. Com base no Censo de 2010, um grupo de pesquisadores do Governo Federal destacou informações sobre os jovens do nosso país. Verificou-se, por exemplo, que, da população total, mais de 34 milhões de pessoas eram jovens, com idade entre 15 e 24 anos. Isso representa perto de 20% (vinte por cento) ou aproximadamente um em cada cinco brasileiros. Converse com seus colegas sobre o que é ser jovem no Brasil atual. Quais são os desafios que essas pessoas enfrentam? Quais são as suas necessidades? Quais são as diferenças entre jovens pobres e ricos?

PARA CONHECER OS JOVENS BRASILEIROS PARA LER FOTOGRAFIA

Masterfile/Other Images

Vamos conhecer agora algumas características dos jovens brasileiros. Em dupla, observe a fotografia a seguir. Ela representa de modo aproximado a divisão por sexo da população jovem, com idade entre 15 e 24 anos de acordo com o IBGE.

Grupo de jovens com menos de 25 anos.

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Agora respondam às perguntas a seguir. 1. Quantas pessoas há na fotografia?

2. Quantas são as mulheres? E quantos são os homens?

3. A fotografia representa a distribuição por sexo da população jovem. Há mais homens ou mulheres entre os jovens no Brasil? Em que você se baseou para dar sua resposta?

4. Agora, conte quantos alunos de sua turma têm entre 15 e 24 anos.

a) Desse total, quantas são as mulheres? Escreva sua resposta usando uma sentença matemática.

b) Desse total, quantos são os homens? Escreva sua resposta usando uma sentença matemática.

c) Converse com seus colegas e compare o resultado da sua turma com os da pesquisa do IBGE. A distribuição de jovens por sexo é a mesma registrada na pesquisa? Aponte as diferenças e as semelhanças.

PARA LER GRÁFICO Observe o gráfico a seguir. Ele mostra a distribuição por raça ou cor da população entre 15 e 24 anos, para cada grupo de 200 jovens brasileiros. Os dados também são da pesquisa do IBGE. Lembre-se: essa é uma representação aproximada. Não quer dizer que a distribuição será sempre a mesma para cada grupo de 200 jovens. Planeta Terra Design

Brasil: Distribuição da população por raça ou cor (2010) 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

109 88

2

Pretos e pardos

Brancos

Amarelos

1

Indígenas

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

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1. Discuta com os colegas:

a) Do grupo de 200 jovens brasileiros apresentado, quantos são os pretos e pardos? b) Desse mesmo total, quantos são os brancos? c) Quantos, desse total, são os jovens de origem indígena e de origem amarela? 2. A partir do que você viu no gráfico, escreva quais são os grupos segundo a cor ou raça que predominam na população de jovens brasileiros.

3. Escreva os números por extenso: De cada (200)

jovens, cerca de (109)

são pretos e pardos.

4. Com seus colegas, verifique como é a distribuição dos jovens da turma segundo a cor ou raça. Um modo de fazer isso é perguntando a cada um como ele se declara em termos de cor ou raça. Compare os resultados com os da pesquisa. 5. Com base nas informações sobre cor ou raça dos jovens da turma, responda: Em sua opinião, há mistura de populações de diferentes origens no Brasil?

VIDA, ESTUDO E TRABALHO PARA LER QUADRO INFORMATIVO O quadro abaixo traz mais algumas informações sobre os jovens brasileiros, segundo as pesquisas feitas pelo IBGE. Elas mostram os espaços onde vivem os jovens e dados atuais sobre renda e estudo. Com a ajuda do professor, leia as informações do quadro e converse sobre elas com seus colegas. Espaços de vida

Grande parte dos jovens no Brasil de hoje vive em cidades, sejam elas pequenas, médias ou grandes. Apenas uma pequena parte mora no campo.

Trabalho e renda

A maioria dos jovens no Brasil atual vive em famílias cuja renda por pessoa é de até um salário mínimo.

Estudo

Em 2010, metade da população do Brasil com mais de 10 anos ainda não tinha o Ensino Fundamental completo (1o ao 9o ano) e, menos da metade dos jovens brasileiros entre 15 e 24 anos frequentava a escola. Fonte: IBGE. PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), 2011.

1. Quais são os espaços onde vive a maioria dos jovens brasileiros hoje?

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2. Em sua opinião, existem diferenças entre a vida dos jovens que moram no campo e a dos que estão nas cidades? Cite dois exemplos.

3. Qual é a situação de grande parte dos jovens hoje, tomando por base o trabalho e a renda?

4. Em sua opinião, quais são os desafios encontrados pelos jovens hoje para conseguir um emprego?

5. Qual é a situação dos jovens brasileiros de hoje em relação aos estudos? Na sua opinião, por que isso acontece? O que você acha que é preciso fazer para haver melhorias na oferta de estudos para os jovens?

ESCREVENDO PAINEL COLETIVO

PAINEL/BLOG – 1a PARTE Neste capítulo, você e seus colegas vão construir um painel coletivo sobre os jovens da sua comunidade. Se for possível, o trabalho pode ser transformado na construção de um blog. A produção será feita em etapas e o professor vai ajudar. Esse painel (ou blog) será composto de: • imagens (fotos, ilustrações, caricaturas, telas de pintura etc.) sobre jovens; • frases com informações sobre os jovens; Um blog é uma espécie de página da internet, atualizada pelo criador com novos textos periodicamente e onde os leitores podem • frases com opiniões sobre os jovens; comentar o que é publicado. É possível produzir um blog com a ajuda de ferramentas gratuitas e simples de usar. Faça uma busca • depoimentos de jovens; na internet usando, por exemplo, a pergunta “Como crio um blog grátis?”. Siga as sugestões dadas. Outra possibilidade é utilizar o • entrevista com jovens. blog da escola (se houver) para publicar os textos.

Abordaremos os seguintes temas: campo/cidade; estudo; trabalho. Vamos começar!

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EM GRUPOS 1. Os grupos devem procurar saber quantos alunos jovens da turma saíram do campo para viver em cidades e quantos fizeram o percurso oposto. Descubra os motivos dessa mudança e apresente-os para a turma. Com a ajuda do professor, a turma irá construir um texto coletivo com as conclusões. 2. Releia o quadro no tópico “Vida, estudo e trabalho”, relembre as discussões feitas e escreva também um texto coletivo com as conclusões. Com a ajuda do professor, monte um painel sobre os jovens brasileiros com as conclusões da discussão em grupo. Esta será a primeira etapa desse painel, que ficará pronto ao final deste capítulo. No primeiro momento, é importante que, após a discussão, cada grupo relacione no caderno as conclusões que considerarem mais importantes. Lembre-se de que você pode enumerar cada conclusão, tornando o seu texto organizado. Veja algumas dicas: • A lista com as conclusões é iniciada, e cada um dá a sua contribuição. • A lista pode ser modificada pelo grupo enquanto ainda estiver sendo escrita. • Ao final de tudo, releia em voz alta a lista e verifique se as conclusões do seu grupo foram apresentadas de modo claro. • Observe a grafia das palavras e reescreva o que for preciso. Se seu grupo tiver alguma dúvida sobre como se escreve uma palavra, consulte o dicionário ou pergunte ao professor. • Após revisar com seu grupo a lista de conclusões, passe-a a limpo e entregue ao professor uma cópia da lista, que será afixada no mural. 3. Em seguida, cada grupo escreverá frases que mostrem como a situação dos jovens no estudo e no trabalho pode melhorar. Essas frases vão compor uma seção do painel coletivo chamada Opinião. Não se esqueça de colocar o nome dos componentes do grupo, para que todos saibam quem está opinando. No registro do resultado das

PARA PESQUISAR

PAINEL/BLOG – 2a PARTE

entrevistas, oriente os alunos a fazê-lo PREFERÊNCIA ESTUDAR TRABALHAR Homens de duas maneiras: 1a) anotando os Mulheres números e quantidades informados; 2a) transcrevendo algumas respostas dos entrevistados, buscando reproduzir o que eles falaram de fato. No registro de quantidades, esta é também uma oportunidade de os alunos construírem tabelas. Por exemplo, pode-se dar um modelo de tabela para o registro da preferência pelo trabalho ou pelo estudo, como o que mostramos acima.

Com um grupo de colegas e a ajuda do professor, prepare uma entrevista com dois jovens de sua comunidade.

• Os jovens trabalham? Se a resposta for afirmativa, qual é o tipo de ocupação atual de cada um deles? • Entre os que não trabalham, existe alguém que está procurando emprego e não encontra? Quais são as razões para que não encontrem emprego? • Procure saber também se os jovens entrevistados, especialmente os que têm entre 15 e 19 anos, preferem estudar ou trabalhar. • Apresente os resultados para a turma e ajude a construir um texto coletivo com as principais conclusões sobre o assunto. • Se possível, grave as entrevistas para publicar no blog, se o entrevistado for maior de idade e autorizar por escrito a publicação.

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O QUE QUEREM OS JOVENS PARA LER DEPOIMENTO

PAINEL/BLOG – 3a PARTE Os depoimentos a seguir mostram iniciativas de jovens para mudar sua vida e buscar novos caminhos, a partir de atividades na escola. Leia os textos com a ajuda do professor e converse sobre eles com seus colegas.

Não rolava rap na escola. Um dia, a gente foi tocar lá e perceberam que o jovem é movido a música e que o rap atraía muita gente. Eu gostei muito. As pessoas pediram então pra gente organizar outras festas. Rodrigo de Oliveira Vicente, 24 anos. Participou do projeto Senzala Urbana, organização juvenil que organizava festivais de rap, dança break, discotecagem e grafitagem em escola de São Paulo, estado de São Paulo.

Sempre tive a necessidade de dizer minha opinião e intervir na comunidade. Fazer o jornal de minha escola é poder interferir para melhorar a didática dos professores, a atitude da direção da escola e ampliar o movimento dos alunos. Marília Gabriela de Lima, 16 anos, integrante do Clube do Jornal Informativo WSC, em Fortaleza, estado do Ceará, onde faz entrevistas e reportagens. A escola e o mundo juvenil: experiências e reflexões. São Paulo: 2003. p. 74-76. (Fragmentos).

Um depoimento apresenta um relato feito por uma pessoa sobre fatos, situações ou histórias de vida que tenha presenciado, conhecido ou vivenciado. Procure identificar quem é o depoente e sobre quais assuntos ele está falando. 1. Qual foi a iniciativa do jovem Rodrigo?

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2. Que motivo levou Rodrigo a tomar essa iniciativa?

3. Quais são as preocupações da jovem Marília?

4. Você acha válidas as iniciativas dos jovens? Por quê?

5. Existem iniciativas parecidas na escola onde você estuda? Quais são elas?

6. Em sua opinião, as atividades dos jovens que deram depoimentos podem ajudá-los na sua vida profissional? Explique sua resposta.

7. Escolha um dos depoimentos para o painel ou blog ou colha um depoimento com um dos jovens que você e seu grupo entrevistaram. Lembre-se de dar as informações sobre quem é o depoente. 8. Continue a elaboração do mural sobre os jovens. Agora que você já tem muitas informações sobre eles, pesquise em jornais e revistas, na internet e em outras fontes fotos, desenhos, caricaturas, anúncios publicitários e outras imagens sobre a realidade. Lembre-se de que as imagens nos painéis têm relação com o texto e podem ajudar o leitor a entendê-lo melhor.

ESCREVENDO PAINEL/BLOG

PAINEL/BLOG – FINALIZAÇÃO Agora, com o material em mãos – textos e imagens –, planejem como será a organização do painel/blog. No caso do painel, é preciso que haja um bom espaço para afixar os textos e as imagens, de modo que o todo seja legível e atrativo. Pensem em um título e, se desejarem, em outros títulos que ajudem o leitor a se localizar no painel. Se for um blog, esses títulos serão os links para o conteúdo. Existe a possibilidade de publicar entrevistas gravadas no blog.

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PARA LER LETRA DE CANÇÃO A canção a seguir é de autoria de Gabriel O Pensador, Tiago Mocotó e Itaal Shur. Leia a letra e, depois, responda às questões em dupla e com a ajuda do professor.

Até quando? Não adianta olhar pro céu, com muita fé e pouca luta. Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer, você pode, você deve, pode crer. Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver. [...] Até quando você vai ficar usando rédea? Rindo da própria tragédia? Até quando você vai ficar usando rédea? (Pobre, rico, ou classe média). Até quando você vai levar cascudo mudo? Muda, muda essa postura. Até quando você vai ficando mudo? Muda que o medo é um modo de fazer censura. Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!) Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!) Até quando vai ser saco de pancada? Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente, Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente. Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante, Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante. Você se faz de surdo, não vê que é absurdo, Você que é inocente foi preso em flagrante! É tudo flagrante! É tudo flagrante! A polícia matou o estudante, Falou que era bandido, Chamou de traficante. A justiça prendeu o pé-rapado, Soltou o deputado... E absolveu os PMs de Vigário! A polícia só existe pra manter você na lei, Lei do silêncio, lei do mais fraco: Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco. A programação existe pra manter você na frente, Na frente da TV, que é pra te entreter, Que é pra você não ver que o programado é você. Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, Quero trabalhar. O cara me pede diploma, não tenho diploma, Não pude estudar.

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E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, Que eu saiba falar. Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá. Consigo um emprego, começa o emprego, Me mato de tanto trabalhar. Acordo bem cedo, não tenho sossego Nem tempo pra raciocinar. Não peço arrego, mas onde que eu chego Se eu fico no mesmo lugar? Brinquedo que o filho me pede, Não tenho dinheiro pra dar. Escola, esmola! Favela, cadeia! Sem terra, enterra! Sem renda, se renda! Não! Não! Muda, que quando a gente muda O mundo muda com a gente. A gente muda o mundo na mudança da mente. E quando a gente muda a gente anda pra frente. E quando a gente manda ninguém manda na gente. Na mudança de atitude não há mal que não se mude Nem doença sem cura. Na mudança de postura a gente fica mais seguro, Na mudança do presente a gente molda o futuro! Até quando você vai ficar levando porrada, Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai ficar de saco de pancada? Até quando você vai levando? © Hip Hop Brasil 50%. Gabriel O Pensador. Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo. [S. l.]: Sony Music, 2001. Faixa 2. (Fragmento).

1. Observe o título da canção. Em sua opinião, por que os autores criaram esse título?

2. Os compositores apontam problemas que ocorrem em nossa sociedade. Destaque frases da letra da canção apontando três diferentes problemas.

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3. Dos problemas citados, quais afetam a sua vida?

4. Em sua opinião, a quem os compositores estão se dirigindo?

5. Um dos versos da letra diz: “Você pode, você deve, pode crer”. Segundo os compositores, o que devemos fazer?

6. Como você responderia às perguntas que formam o refrão da música: Até quando você vai levando? Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai levando? Até quando vai ser saco de pancada?

7. Complete o painel que você iniciou na atividade “Escrevendo painel/blog”. Coloque textos, fotos e figuras sobre o que os jovens podem fazer para mudar as situações descritas na canção.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Usamos, na escrita, algumas marcas que não são letras nem números, mas que também são importantes para que os textos sejam compreendidos. Algumas dessas marcas são os sinais de pontuação. Observe a seguir um fragmento do texto que abre este capítulo e aponte tudo o que não é letra nem número. “da população total, mais de 34 milhões de pessoas eram jovens, com idade entre 15 a 24 anos.” • Que sinais de pontuação você encontrou?

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Cada sinal tem determinada função. Vamos conhecer mais sobre alguns deles. 1. Releia o refrão da música “Até quando”: Até quando você vai levando? Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai levando? Até quando vai ser saco de pancada?

As frases expressam: ( ) afirmações

( ) perguntas

2. O que é comum no final de cada frase?

3. Com as palavras e o sinal do quadro, complete o texto a seguir com suas conclusões.

escrita

perguntas

ponto de interrogação

?

são marcadas, na

As

,

, chamado

pelo sinal

.

4. Releia as seguintes frases: Você que é inocente foi preso em flagrante! É tudo flagrante! É tudo flagrante!

Elas expressam: (

) revolta

(

) alegria

(

) indiferença

5. O que é comum no final de cada frase?

6. Com as palavras e o sinal do quadro, complete o texto a seguir com suas conclusões.

escrita

emoções

Para expressar certas espanto, susto etc., usamos, na

raiva

ponto de exclamação

fortes, como revolta, , o sinal

!

, alegria, , chamado .

7. Localize, no texto, outras frases que usam o ponto de exclamação. Discuta com seus colegas que emoção elas expressam.

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Capítulo

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Qualidade de vida e cidadania

EM RODA O que entendemos por qualidade de vida? Certamente isso depende da época e da cultura da qual fazemos parte. Não é difícil imaginar que um povo indígena que vivia no Brasil quando os portugueses chegaram aqui tivesse um conceito de qualidade de vida bem diferente daquele que temos atualmente. Afinal, tudo era diferente: o meio ambiente, o trabalho, a vida familiar, os rituais religiosos etc. Pense na pergunta a seguir e discuta com os colegas: Em sua opinião, o que significa ter qualidade de vida hoje?

A GARANTIA DE DIREITOS PARA LER TRECHO DE LEI A Constituição Federal é a lei maior que rege a vida do país. No caso do Brasil, a última Constituição foi aprovada pelos deputados e senadores em 1988. Com seu professor, leia o artigo da Constituição brasileira de 1988 e os comentários a seguir. Anote as partes do texto ou palavras que você não compreendeu e procure o significado delas no dicionário. Artigo 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.> Acesso em: 21 mar. 2013.

Com isso, podemos afirmar que os governos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios precisam assegurar à população as condições para que se tenha uma boa qualidade de vida, como: hospitais, escolas, sistemas de transporte, segurança, assistência ao idoso, enfim, atendimento à população que garanta condições adequadas de vida.

EM AÇÃO 1. Para conquistar uma boa qualidade de vida, o que os governos devem assegurar à população?

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2. Complete as frases a seguir: Para termos direito à educação precisamos de

.

Para termos direito à saúde, necessitamos de

.

Para termos transporte de qualidade, é importante que existam

.

3. O texto informa que os governos devem garantir boas condições de vida à população. Com a ajuda do professor, complete o quadro a seguir, citando obras que você conheça e que sejam da responsabilidade do governo federal, do governo estadual e da prefeitura do seu município. GOVERNO FEDERAL

GOVERNO ESTADUAL

PREFEITURA

PARA LER QUADRO INFORMATIVO A qualidade de vida da população brasileira pode ser medida por dados como o acesso à alimentação, à educação e ao trabalho e a condições de moradia, saúde e segurança. Com a ajuda do professor, observe algumas informações no quadro a seguir sobre as condições de vida no Brasil e, depois, responda as questões: EDUCAÇÃO

crianças de 7 a 14 anos: cerca de 95 em cada 100 têm acesso à escola; pessoas com mais de 15 anos: cerca de 11 em cada 100 brasileiros não estão alfabetizados

MORADIA

66 em cada 100 moradias têm serviço de esgotos; 81 em cada 100 moradias têm acesso à água encanada

RENDA

32 em cada 100 brasileiros vivem em estado de pobreza; 10 em cada 100 trabalhadores estão desempregados

SAÚDE

28 em cada 1 000 crianças nascidas vivas morrem antes de completar 1 ano; 20 em cada 100 adultos sofrem de pressão alta Fonte: IBGE. PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio). Brasília, 2004. PNUD Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Brasília, 2003.

1. Indique os itens em que, em sua opinião, a população brasileira está sendo mais bem atendida.

2. Indique os itens em que, em sua opinião, existe maior deficiência no Brasil.

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3. A sua moradia tem acesso a rede de esgoto, água e luz elétrica? Quais itens são os mais precários?

4. Na sua família, quantas pessoas estão estudando? Se há pessoas em idade escolar sem estudar, por que isso está acontecendo?

5. Qual é a sua opinião em relação à quantidade de pessoas de baixa renda no Brasil? Em que você se baseou para dar sua resposta?

EM GRUPOS Em um pequeno grupo, discuta: • Para que a população tenha boa qualidade de vida, em quais setores os governos devem investir? • Apresente os resultados para a turma e converse com os colegas. • Com o professor e a ajuda dos colegas, elabore uma lista com os setores que devem receber investimentos dos governos. Procure organizar a lista pela ordem de prioridade de seu município, ou seja, começando pelo que é mais importante.

SAÚDE E PAZ: O RESTO A GENTE CORRE ATRÁS! EM RODA Há um ditado popular que diz: “Saúde e paz: o resto a gente corre atrás!”. Frequentemente, escutamos e falamos frases como essa, pois a saúde é considerada um dos aspectos da vida mais importante para as pessoas. A saúde é como um espelho das condições de vida das populações. Ela mostra se a alimentação está adequada, se as pessoas têm acesso ao saneamento básico, à educação, à moradia e ao trabalho. Conhecendo a situação de saúde de uma população, é possível descobrir se ela vive em paz, livre de situações de risco ou violência, e se o seu ambiente é favorável à vida. Mas como podemos saber se uma população é saudável? O que significa ter saúde?

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EM AÇÃO 1. Examine o quadro a seguir. Os dados da primeira coluna indicam algumas mudanças na situação da saúde da população brasileira. A segunda coluna apresenta informações a respeito das mudanças nas condições gerais de vida de nosso povo. MUDANÇAS NA SITUAÇÃO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

MUDANÇAS NAS CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

• A população está envelhecendo, em parte, porque as pessoas passa1. Diminuiu a mortalidade de crianças com até um ano de ram a ter vida mais longa. vida. • Quase todas as crianças passaram a tomar vacinas. 2. Estão ficando mais frequentes as doenças da circulação e do coração.

• O ritmo de vida e de trabalho nas cidades tornou-se muito agitado

3. Aumentou o número de todos os tipos de câncer.

• Boa parte das mulheres passou a frequentar a escola de educação

e estressante. • Hoje, muitas pessoas dirigem depois de tomar bebidas alcoólicas. fundamental.

• Muitas pessoas não fazem nenhuma atividade física e só trabalham sentadas. 4. Aumentou o número de mortes por acidentes de trânsito.

• Aumentou muito o número de veículos nas ruas e há pessoas que

5. Algumas doenças causadas por infecções, como o sarampo e a poliomielite, estão desaparecendo.

• O consumo de cigarros é muito alto no Brasil. • Brasileiros de todas as classes sociais estão obesos, pois acumulam

não respeitam as leis de trânsito. • Hoje, a maioria da população brasileira tem acesso à água potável.

mais energia do que gastam em suas atividades diárias.

2. Com um pequeno grupo de colegas, associe as duas colunas. No caderno, reescreva as frases da segunda coluna e associe a uma mudança na situação de saúde apresentada na primeira coluna. Por exemplo, a frase do quadro: “Quase todas as crianças passaram a tomar vacinas” se relaciona com o item 5: “Algumas doenças causadas por infecções, como o sarampo e a poliomielite, estão desaparecendo”. 3. Terminada a atividade, troque ideias com seus colegas de turma. Eles associaram as duas colunas da mesma forma que o seu grupo? 4. Com a ajuda do professor, complete a frase a seguir: A saúde de uma população mostra as suas condições de vida porque .

PARA PESQUISAR Com a ajuda do professor, entreviste cinco pessoas da sua família, vizinhança ou local de trabalho: homens e mulheres, adultos, jovens e crianças. Procure conversar com pessoas de idades diferentes. No caso das crianças, peça informações aos adultos que cuidam delas.

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Faça as seguintes perguntas: • Qual é a sua idade? • Você teve algum problema de saúde no último ano? Qual? • Caso a pessoa tenha tido mais de um problema de saúde, anote todos os casos relatados. • Faça no caderno uma tabela como esta e preencha com os resultados, usando quantas linhas forem necessárias para incluir todas as informações. PESSOA ENTREVISTADA

IDADE

PROBLEMAS DE SAÚDE

1. Com a ajuda do professor, procure identificar se alguns problemas são comuns e se afetam pessoas com idades parecidas. Observe se os problemas de saúde são os mesmos para crianças, jovens e adultos ou para homens e mulheres. Para tanto, você vai construir uma segunda tabela no caderno. Veja o exemplo: PROBLEMAS DE SAÚDE Principais ocorrências

NÚMERO DE PESSOAS Crianças

Jovens

Adultos

Pressão alta Doenças cardíacas Doenças infecciosas como sarampo, catapora etc. Resfriados e gripes

2. Retome a primeira tabela e veja os tipos de problemas de saúde mais indicados quando se trata de crianças, jovens ou adultos. Com a ajuda do professor, agrupe os problemas semelhantes e escreva-os na segunda linha do cabeçalho da segunda tabela, como aparece no exemplo. Depois, conte quantas crianças, quantos jovens e quantos adultos apresentam os problemas registrados e complete essa segunda tabela com números.

EM AÇÃO 1. Quais são os principais problemas de saúde enfrentados pelas crianças? E pelos adultos?

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2. Agora, construa uma tabela como a que segue, para registrar os problemas de saúde enfrentados por homens e por mulheres. Veja o exemplo: PROBLEMAS DE SAÚDE Principais ocorrências

NÚMERO DE PESSOAS Homens

Mulheres

Pressão alta Doenças cardíacas Doenças infecciosas como sarampo, catapora etc. Resfriados e gripes

3. Quais são os principais problemas de saúde enfrentados pelos homens? E pelas mulheres?

Compare os resultados com as informações disponíveis no texto a seguir.

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Leia o texto e compare as informações a seguir com os resultados que você obteve na sua pesquisa. A situação de saúde da população está relacionada com suas condições de vida e as desigualdades sociais. Além disso, em função da fase da vida em que se encontram, as crianças, os jovens e os idosos estão mais sujeitos a ter certos tipos de problemas de saúde. Vejamos alguns exemplos. As crianças têm mais probabilidade de ter problemas como diarreias, desidratação e doenças infecciosas. Geralmente, os jovens não têm doenças graves. As principais causas de morte de jovens são as agressões externas ao corpo: atropelamentos e outros acidentes no trânsito, ferimentos resultantes do uso de armas e outras formas de violência. Os idosos têm mais probabilidade de desenvolver alguns tipos de doenças do coração e da circulação, diabetes ou câncer. Essas são as principais causas de morte nos países em que a população tem melhor qualidade de vida, porque as outras doenças estão mais controladas e a população se torna mais idosa.

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Em dupla, responda: 1. Os problemas de saúde encontrados são do mesmo tipo dos encontrados na população geral?

2. Cite três medidas que o governo municipal deveria tomar para melhorar a qualidade de vida e a saúde das pessoas que vivem no seu bairro:

a) uma medida para melhorar a qualidade de vida e a saúde das crianças:

b) uma medida para melhorar a qualidade de vida e a saúde dos jovens:

c) uma medida para melhorar a qualidade de vida e a saúde dos idosos:

PARA PESQUISAR Constatamos que um dos problemas mais comuns que afetam a saúde da população é a pressão alta ou hipertensão arterial. Essa é uma doença ligada ao sistema cardiovascular. Em dupla, faça uma pesquisa a respeito dos órgãos que compõem esse sistema e quais as suas funções no nosso organismo. Essas informações poderão ser encontradas em livros de Ciências. Elabore um cartaz com as informações coletadas e utilize ilustrações para compor sua apresentação.

ESCREVENDO DICAS Agora você já é capaz de escrever algumas dicas sobre qualidade de vida. As expressões a seguir lembram atitudes importantes para a promoção da nossa qualidade de vida. Em dupla, escolham quatro expressões e escrevam uma frase de aconselhamento às pessoas. Nós começamos e você e seu colega continuam no caderno. diversão trabalho atividade física relações pessoais alimentação saúde

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Ajude os alunos a avaliar os textos: verificar se a frase está na forma de conselho, usando os recursos linguísticos adequados, como o imperativo (Faça, Lembre-se, Cuide etc.); se a disposição no papel e o tamanho da letra permitem a visualização etc.

DICAS PARA TER QUALIDADE DE VIDA Diversão

Procure se divertir, ter momentos de lazer.

Depois que o texto estiver pronto, troque com outra dupla, para que os colegas observem se cada frase tem a ver com a palavra a que se liga, se as dicas estão de acordo com as informações que o capítulo traz. Observe a organização do texto no papel, a grafia das palavras e passe a limpo, para afixar no mural da sala. Você pode usar imagens – desenhos ou figuras recortadas de GLOSSÁRIO revistas e jornais – para ilustrar o seu texto. Dê um nome a ele. Os melhores textos podem ser reorganizados e inseridos em Fanzine: publicação independente feita um jornal escolar, em um blog da turma ou em um fanzine, para artesanalmente sobre serem conhecidos por outras pessoas. A circulação dos textos produzidos música, cinema etc. para além do ambiente escolar é sempre desejável, porque desafia os alunos a buscar a melhor forma de escrever para interagir com outras pessoas e porque valoriza a produção da turma.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA 1. Desafio! Acrescente a letra M ou N às palavras, transformando-as em outras. Siga o exemplo: Exemplo: mudo – mundo

a) tapa

d) cato

b) mito

e) meta

c) aparar

f) seta

2. Leia em voz alta as palavras do quadro a seguir: sombra ombro

entrevista

emprego símbolo

criança exemplo

samba

chance

estressante

assunto campo

fonte

renda limpo

compra

alimento

tempo

completar

sintoma

intimidade

lembrar

umbu

mentira

3. Copie o quadro abaixo no caderno e complete-o com as palavras do quadro acima, de acordo com a terminação da sílaba. SÍLABAS TERMINADAS COM VOGAL + M

SÍLABAS TERMINADAS COM VOGAL + N

am – em – im – om – um

an – en – in – on – un

4. De acordo com a primeira coluna do quadro, que letras vêm após o M? O que você concluiu a respeito? Com a ajuda do professor, escreva as conclusões no caderno.

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Capítulo

8

Informação, saúde e cidadania

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Ilustrações digitais: Avelino Guedes

Observe as ilustrações:

Agora, converse com seus colegas sobre as seguintes questões: • Sobre qual assunto as pessoas retratadas em cada uma dessas imagens estão se informando? • Com que objetivo elas estão se informando? • Será que todos entendem o que está escrito em cada um desses materiais informativos? • Por que essas informações são importantes? • Na sua cidade existem outdoors? Você costuma ler os outdoors? Após a discussão em grupo, acompanhe a leitura do texto expositivo a seguir. Depois, começaremos a refletir juntos sobre a relação entre informação, saúde e cidadania.

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PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Sabemos que o acesso à informação é o primeiro passo para podermos modificar nossa vida para melhor. Por isso, o direito à informação é muito importante para todos os cidadãos. Podemos ter acesso às informações sobre cuidados de saúde e prevenção de doenças por meio do rádio, da televisão, do jornal ou de revistas. É também comum encontrarmos cartazes, outdoors e panfletos educativos que nos trazem informações sobre determinadas doenças, suas formas de prevenção e de transmissão. Todos esses textos – escritos e falados – devem ter uma linguagem fácil e acessível, de modo que atinjam o maior número possível de pessoas. Eles não só procuram informar as pessoas, mas também tentam convencê-las a tomar certos cuidados com a saúde.

PREVENIR É MELHOR DO QUE REMEDIAR? EM GRUPOS Nos últimos anos, você deve ter visto ou ouvido diversas campanhas publicitárias na televisão e no rádio. Também deve ter recebido panfletos educativos nas ruas da sua cidade. Alguma campanha ou panfleto educativo chamou sua atenção em especial? Por quê? Essa campanha era para prevenir, para evitar uma doença? Ou para remediar, quer dizer, para cuidar de uma doença que já havia se instalado? Discuta com a turma e ajude a construir um texto coletivo na lousa com as principais conclusões. Anote os resultados no caderno.

EM RODA Como você já deve ter percebido, os outdoors são placas de publicidade enormes, colocadas nas ruas, em terrenos ou no alto de prédios. São visíveis para um número imenso de pessoas, que circulam a pé, de ônibus, de automóvel etc. O outdoor é normalmente composto de palavras e imagens, e sua linguagem procura ser simples e direta. Discuta com seus amigos: • Onde você mora é comum encontrar outdoors? Em que locais? • Você costuma ler outdoors? • O que mais chama sua atenção? • Para que eles servem?

PARA LER OUTDOOR Em dupla, leia os outdoors da página ao lado, produzidos pelo Ministério da Saúde, e responda às questões propostas. Para entender toda a informação, é preciso prestar atenção às imagens e às palavras. É a ligação entre imagens e palavras que dá o sentido da mensagem veiculada no outdoor.

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Ministério da Saúde Ministério da Saúde

Campanha do Ministério da Saúde incentivando o uso da camisinha, 2011.

João vive com HIV e leva uma vida com qualidade porque descobriu a tempo de se cuidar. Faça o teste. Não fique na dúvida, fique sabendo. Procure uma unidade de saúde. MELHORAR SUA VIDA, NOSSO COMPROMISSO. @aidsMS 1º DE DEZEMBRO

DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS.

/campanhaatitudeaids

João Geraldo Netto

UMA DESTAS PESSOAS VIVE COM AIDS. E PODE NÃO SER QUEM VOCÊ PENSA.

Esta pessoa teve coragem de se expor aqui para mostrar que, apesar de conviver com o vírus, não é diferente de você.

A aids não tem preconceito. Você também não deve ter.

Novembro/2010

Ministério da Saúde

Campanha do Dia Mundial de Combate a aids, 2012.

www.todoscontraopreconceito.com.br

Campanha do Ministério da Saúde contra a aids, 2011.

1. Indiquem os outdoors que combatem o preconceito contra os portadores do HIV.

2. De que forma as imagens nos outdoors procuram combater esse preconceito?

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3. Alguns outdoors sobre prevenção à aids e às DSTs foram exibidos em determinada época do ano. Quais são e em que época foram apresentados?

4. Como você chegou a essa conclusão?

. Por que essa campanha pelo uso da camisinha é intensificada nessa época do ano?

. Na sua opinião, por que o preservativo masculino é chamado pelo nome popular de camisinha?

. É comum, nas diversas peças publicitárias, haver expressões de ordem ou conselho do tipo “Faça”, “Use”, “Compre” etc. Em sua opinião, por que isso é tão frequente?

Sabemos que a camisinha evita a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) porque não deixa passar líquidos, por exemplo, os fluidos dos corpos dos parceiros. Por isso, quando um homem usa camisinha, evita que tanto ele quanto a parceira ou parceiro se contaminem com o vírus da aids – chamado HIV – durante a relação sexual.

Ministério da Saúde

PARA LER CARTAZ PUBLICITÁRIO

SUS também é prevenção. Use camisinha.

Campanha do Ministério da Saúde para o Carnaval, 2012.

CAMPANHA CARNAVAL 2012

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Observe como o cartaz da página anterior, também do Ministério da Saúde, exibido na época de Carnaval, trata dessa questão. 1. “Na empolgação, rola de tudo, só não rola sem camisinha.” A que empolgação o cartaz se refere? Explique.

2. O que remete ao Carnaval no cartaz?

3. Na sua opinião, esse jeito de dar a informação ao leitor foi criativo? Por quê?

Ministério da Saúde

4. Os cartazes de uma campanha de saúde contêm vários tipos de informações. Todas elas são importantes para o leitor ficar bem informado. Leia o cartaz a seguir e observe que tipo de informações ele traz.

Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, Ministério da Saúde, 2012. 31/01/12 21:34

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Indique as partes do cartaz – escrita ou imagens – em que há informações sobre:

a) quem está promovendo a campanha: b) o assunto da campanha: c) a quem a campanha é dirigida: d) o período em que a campanha vai acontecer: e) onde é possível se vacinar: EM AÇÃO Como vimos, as imagens são muito importantes num cartaz de campanha de saúde. Em dupla, responda por escrito às questões abaixo: 1. Na sua opinião, a foto do cartaz sobre vacinação é adequada para esse tipo de campanha? Justifique sua resposta.

2. Para você, as imagens escolhidas convencem o leitor da importância da vacinação? Por quê?

EM GRUPOS Discuta com alguns colegas: • Considere a frase: “Em saúde, é preferível prevenir a remediar”. Você concorda com essa afirmação? Por quê? • Os outdoors e os cartazes que você leu anteriormente tinham por objetivo prevenir ou remediar? Como você chegou a essa conclusão? Após a discussão, seu grupo deverá justificar as respostas para o restante da classe.

PREVENIR E CONVENCER O LEITOR PARA LER FOLHETO INFORMATIVO Os folhetos informativos são textos que informam a população sobre diversos assuntos, como a prevenção de doenças, os direitos trabalhistas, as leis de trânsito, entre outros.

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Ministério da Sáude

Em geral, são produzidos por órgãos públicos – ministérios, prefeituras, secretarias de saúde etc. Leia com atenção a capa do folheto informativo sobre a dengue.

OUTROS CUIDADOS QUE VOCÊ DEVE TOMAR PARA A DENGUE NÃO TE PEGAR: 1. Não acumule materiais descartáveis desnecessários e sem uso. Se forem destinados à reciclagem, guarde-os sempre em local coberto e abrigados da chuva. 2. Trate adequadamente a piscina com cloro. Se ela não estiver em uso, esvazie-a completamente, não deixando poças d’água. Se tiver lagos, cascatas ou espelhos d’água, mantenha-os limpos ou crie peixes que se alimentem de larvas. 3. Entregue pneus velhos ao serviço de limpeza urbana. Caso precise deles, guarde-os, sem água, em locais cobertos. 4. Verifique se todos os ralos da casa não estão entupidos. Limpe-os pelo menos uma vez por semana e, se não os estiver usando, deixe-os fechados. 5. Guarde as garrafas, baldes ou latas vazias de cabeça para baixo. 6. Lave com escova e sabão as vasilhas de água e de comida de seus animais pelo menos uma vez por semana. 7. Retire a água da bandeja externa da geladeira pelo menos uma vez por semana. Lave a bandeja com sabão. 8. Não deixe acumular água na parte debaixo das torneiras de bebedouros e filtros de água.

www.saude.gov.br DISQUE SAÚDE 0800 61 1997

Cartaz de combate à dengue, 2008.

Procure logo um serviço de saúde em caso dos seguintes sintomas: febre com dor de cabeça e dor no corpo.

Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde

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1. O folheto informativo traz na capa a frase “Combater a dengue é um dever meu, seu e de todos.”. O agente de saúde da foto parece dizer a frase. A quem se referem as expressões “dever meu”, “seu” e “de todos”? Ligue as expressões: Dever meu.

Dos cidadãos em geral.

Dever seu.

Do agente de saúde.

Dever de todos.

Do leitor.

2. Que outra informação recebe destaque na capa?

3. Observe a parte interna do folheto na página seguinte.

a) Por que há tantas pequenas ilustrações nela?

b) O que elas comunicam para o leitor?

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Ministério da Saúde

4. Qual é a primeira informação que você recebe ao ler a página interna do panfleto informativo?

. O que mais chamou a sua atenção nessa página? Por quê?

. Como no outdoor do início do capítulo, esse folheto também apresenta expressões de ordem ou conselho. Quais você identifica?

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PENSANDO SOBRE A LÍNGUA 1. Nos textos, é comum usarmos palavras para orientar alguém, dar uma ordem ou um conselho. Observe as duas colunas a seguir, cada uma mostrando formas diferentes de dar ordem ou orientar. lavar deixar colocar encher

lave deixe coloque encha

• Qual coluna foi a escolhida na página do folheto que você leu? 2. Agora, leia em voz alta as seguintes frases: Encher os pratinhos de planta com areia. Manter o saco de lixo bem fechado. • Quando você leu em voz alta, o R final das palavras destacadas foi pronunciado? Você falou “encher” ou “enchê”? 3. Após suas conclusões, complete a frase a seguir: O R final de algumas palavras, como

,

e

normalmente pronunciado, mas ele sempre deve ser

, não .

4. Reescreva no seu caderno algumas frases do folheto da dengue, usando as formas terminadas em R, conforme o exemplo apresentado. Como combater o mosquito? • Ench • Remov calhas.

de areia até a borda os pratinhos dos vasos de plantas. folhas, galhos e tudo o que possa impedir a água de correr pelas

EM GRUPOS Depois de analisar todos esses textos, reúna-se com mais dois ou três colegas e discuta o que vocês puderam concluir sobre a relação entre saúde, informação e cidadania. Com a ajuda do professor, leia as questões a seguir e responda-as. Depois, comente suas respostas com a turma. 1. Os textos das campanhas de promoção da saúde usam uma linguagem simples e direta. Por quê?

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2. O uso de imagens é importante nessas campanhas de saúde? Justifique sua resposta.

3. O que foi mais comum nos exemplos lidos: campanhas para prevenir ou para remediar? Por que isso aconteceu?

4. É comum encontrarmos expressões de ordem ou conselho, como “vacine-se” ou “guarde”. Por que isso é usual nessas campanhas?

. Que tipos de informações são comuns nessas campanhas?

. Essas campanhas podem ajudar a deixar o cidadão bem informado? Por quê?

PARA ELABORAR UM OUTDOOR Agora que você já sabe muito sobre a linguagem das campanhas publicitárias, poderá produzir um projeto para um outdoor. Não se trata de vender um produto, mas de divulgar uma ideia. Escolha um tema relacionado à qualidade de vida e à sua comunidade, como o lixo. Você poderá também fazer seu projeto usando os recursos de Pense em uma frase e, se considerar necessário, em programas de computador que uma imagem que, em conjunto, possam alertar ou conven- tiver à sua disposição. Visite o cer o leitor sobre as medidas adequadas para resolver o site do Território do Brincar: um encontro com a criança brasileira possível problema. (< www.territoriodobrincar.com. Para que as proporções de um outdoor sejam respei- br>). Esse projeto é um trabalho tadas, divida uma folha de sulfite ao meio, e use apenas de escuta, intercâmbio de saberes, registro e difusão da cultura uma das partes. infantil. O site contém vivências Pense também nas cores e na distribuição do texto e do brincar de crianças de diversas da imagem sobre a superfície do papel. regiões do Brasil.

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PARA AMPLIAR SEUS ESTUDOS

Livros

Trabalho infantil: o difícil sonho de ser criança, de Cristina Porto; Iolanda Kuzak; Jô Azevedo. São Paulo: Ática, 2003.

Livro com textos e imagens sobre a criança e o jovem e os desafios enfrentados por eles no Brasil, em especial quanto ao trabalho infantil. Deve ser lido e consultado junto com o professor.

Sites

Estatuto do Idoso (Lei no 10.741/2003) http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2003/L10.741.htm

Texto da lei que assegura direitos ao idoso, pessoas com idade igual a ou com mais de 60 anos. Entre eles, o direito à saúde e a prioridade ao seu atendimento pela família, pelo Estado e pela sociedade.

IBGE http://www.ibge.gov.br

O órgão oferece inúmeros dados e informações sobre a população brasileira. Consulte a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e os censos demográficos.

Filme

Uma onda no ar. Direção: Helvécio Ratton, 92 min. Brasil, 2002.

O sonho de quatro jovens amigos de uma favela de Belo Horizonte, que desejam criar uma rádio que seja a voz da comunidade onde vivem.

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Capítulo

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Elaborar mapas, conhecer o mundo

EM RODA Para iniciar os estudos sobre a vida nas cidades, vamos refletir sobre o significado dos mapas. • Como e para que os mapas surgiram? • A que necessidades eles atendiam e atendem? • Como são produzidos os mapas atuais? • Quais mapas vocês conhecem ou utilizam? Os mapas são representações de lugares e possuem diversos objetivos, como permitir a orientação, auxiliar na localização de diferentes lugares, traçar percursos e rotas, mostrar limites e fronteiras, apresentar a distribuição de elementos naturais e sociais, entre outros. Mas, antes de tudo, os mapas são registros do conhecimento do mundo e dos lugares.

Observe os mapas a seguir, elaborados por diferentes sociedades. Procure ler os nomes e identificar as superfícies (terra, mares etc.), obras humanas e lugares representados. Procure descobrir também quais materiais foram utilizados para elaborar os mapas.

Museu Britânico, Londres/Bridgeman Art/Keystone

PARA LER MAPAS

Mapa 1 – Mapa do mundo feito por babilônicos, cerca de 600 a.C. (antes de Cristo), 12,2 cm × 8,2 cm.

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Coleção particular

Newberry Library, Chicago

Mapa 2 – Mapa do mundo conhecido, de Hecataeus. Grécia antiga, cerca de 600 a.C.

Mapa 3 – Mapa-múndi publicado em 1482, de Cláudio Ptolomeu.

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Photo Scala Florence/HIP/Imageplus Maps World

Mapa 4 – Mapa-múndi de Gerhard Mercator (Orbis Terrae Compendiosa), 1578.

Mapa 5 – Mapa-múndi – Continentes e oceanos Fonte: IBGE

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EM GRUPOS Com um pequeno grupo de colegas, responda às questões no caderno: 1. O que os mapas apresentados estão retratando? 2. Quem foram os autores ou povos que criaram esses mapas? 3. Pelo que você observou, que materiais foram usados para elaborar os mapas? 4. Além do desenho do lugar, algum dos mapas traz outros desenhos e ilustrações? Quais? Em sua opinião, por que esses desenhos foram feitos? . Observe as cores usadas nos mapas. Elas são as cores reais do que está sendo representado? . Em sua opinião, por que os mapas usam cores variadas? Elas ajudam o leitor a visualizar melhor o que está sendo representado? . Observe os mapas 3, 4 e 5 e compare com o mapa-múndi atual, o de número 6.

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO

National Geographic/ Getty Images

Os mapas apresentados mostram que a Cartografia, arte e técnica de elaborar mapas, é uma prática muito antiga. Os primeiros mapas foram encontrados em pinturas de vasos e desenhos feitos em argila, pedra e madeira, há mais de 4 mil anos (mapa 1). O grande desenvolvimento da arte de fazer mapas ocorreu na Grécia antiga, cerca de 2 500 anos atrás. Os pensadores gregos registraram os contornos de continentes, anotaram nomes de mares e oceanos, mediram a circunferência da Terra e chegaram a desenhar mapas do mundo conhecido por eles, às vezes, como se fossem ilhas (mapa 2). Na Grécia, na China e no mundo árabe, foram produzidos muitos mapas-múndi, parte deles de forma arredondada e incompleta, mas com detalhes impressionantes. O mapa-múndi de Cláudio Ptolomeu (mapa 3), um astrônomo e matemático grego nascido por volta do ano 100 d.C. (depois de Cristo) e que vivia no atual Egito, já se aproximava bastante dos atuais. Ele considerava, acertadamente, que a Terra era esférica, embora a representasse em tamanho menor e com uma massa de terra contínua, Caravela do século XVI, com os mares em seu inAutor desconhecido. terior e sem comunicação As viagens marítimas entre si. Mas seus made longa distância pas-múndi, redescobertos em embarcações da época das grandes quase 1 300 anos depois, navegações deram eram um avanço extraordiorigem a novos mapas. nário para a época.

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É produtivo os alunos visualizem mapas na internet. Alguns contam com recursos de animação. Se possível, leve-os ao laboratório e faça uma exploração de sites com mapas do mundo. Oriente-os a usar palavras-chave como “mapa-múndi” e “mapas do mundo”. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz mapas do Brasil no site <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/index.shtm>. Visite o portal do IBGE voltado para professores: No século XVI, há cerca de 500 anos, a Cartografia teve novos avanços. Na<http:// vamoscontar. quele período, povos europeus passaram a realizar viagens marítimas pelo munibge.gov.br/>. Hoje em dia, do, conhecendo, dominando e ocupando novas terras – inclusive o Brasil, colohá mapas que nizado pelos portugueses. Assim, a Cartografia pôde ser desenvolvida e novos “distorcem” a proporção mapas elaborados, que passaram a representar também as terras recentemente das áreas representadas, descobertas. São exemplos: o mapa de Abraham Ortelius (mapa 4) e o mapade acordo com a importância -múndi de Gehrard Mercator (mapa 5). que têm em Nos mapas europeus da época, era frequente a apresentação de visões de relação às demais. Esse mundo míticas e religiosas. Havia desenhos tanto GLOSSÁRIO recurso permite comparar de anjos como de monstros e de povos desconheMapa-múndi (ou planisfério): países e significa “mapa do mundo”; regiões. cidos, revelando como eram imaginadas as pessoConfira o site representação sobre uma as de outros lugares e culturas. Apesar de serem e avalie se é superfície plana – folha de papel produtivo levar ou tela de computador – de também incompletos, mapas como os de Mercator seus alunos toda a superfície terrestre, que a explorar apresentavam grande precisão e serviam à naveé curva; mostra continentes e esses mapas: oceanos e serve para representar <http://show. gação. Mesmo distorcendo a forma dos lugares, diferentes aspectos geográficos mappingworlds. preservavam distâncias e ângulos entre os pontos. com/>. do mundo (países, coberturas

vegetais, distribuição da Um dos méritos de Mercator foi desenhar numa população e outros). folha de papel – portanto, no plano – algo que é, na verdade, uma superfície curva. Os mapas contam muito sobre a história dos povos, das sociedades e das culturas. Eles foram mais uma etapa do desejo humano de registrar os lugares à medida que o conhecimento avançava sobre o mundo em que viviam.

EM GRUPOS Junte-se a alguns colegas e respondam as questões a seguir no caderno. 1. Que povos já produziam mapas há muito tempo? 2. Que diferenças há entre os mapas de Ptolomeu e o de Mercator? Observe novamente os mapas 3 a 5 para responder.

MAPAS, PLANTAS E CARTAS PARA LER MAPAS, PLANTAS E CARTAS A l é m d o s m a p a s, h á d i ve p l a n a . V e j a m o s a l g u m a s d e l a .s

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Planisfério com divisão política

Com base em Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 32.


Planta da cidade de Recife MELLET, Luiz Ernesto

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Maps World

Mapa da região Nordeste

Com base em Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 90.

Maps World

Carta topográfica do Parque Nacional das Emas/folha SE-22-Y-A

Se possível, mostre o globo terrestre aos alunos para que eles compreendam melhor o avanço tecnológico propiciado pelo mapa-múndi, ao representar uma superfície curva em uma superfície plana, o papel.

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Em dupla, e com a ajuda de seu professor, respondam: 1. Observem os tipos de representação mostrados anteriormente. O que eles informam?

2. Quais são os espaços representados em cada caso?

3. Cada representação procura destacar apenas alguns aspectos de determinada superfície. Por exemplo, no planisfério político, os países é que são destacados. E nos demais casos?

4. Quais são os espaços que aparecem em cada uma das representações?

. Quais elementos podem ser observados nessas representações? Citem pelo menos dois elementos presentes em cada uma.

. Na opinião da dupla, qual desses espaços é, na realidade, o de menor tamanho?

. E qual é o espaço de maior tamanho? Como a dupla chegou a essa conclusão?

. Das representações mostradas, qual delas mais se aproxima do tamanho real? Expliquem sua resposta.

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PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Observe novamente as imagens de mapa anteriores. Leia o texto a seguir e crie um título para ele. Escreva-o na linha abaixo.

Mapas, plantas e cartas são representações da superfície da Terra ou de partes dela em um plano. A diferença entre mapas, plantas e cartas, entre outras, está na escala cartográfica, ou seja, na relação de proporção entre a realidade e o que é representado. Assim, plantas, em geral, possuem escala grande. Isso quer dizer que houve redução menor da superfície representada. Por isso, existem plantas de casas, da escola, do bairro e as que mostram mais detalhes de objetos, como os esquemas de aparelhos celulares em manuais de instrução. O mapa-múndi possui escala cartográfica pequena. Isso significa que a superfície da Terra foi reduzida muitas vezes para caber numa folha de papel. Perdem-se detalhes, mas ganha-se visão de conjunto. Pode-se observar um tema qualquer e sua distribuição por toda a superfície do planeta, como a vegetação ou a exportação de petróleo. Já as cartas topográficas mostram as formas de relevo em curvas de nível, além de rios e traçados de estradas e cidades. Vale a pena lembrar que os mapas possuem elementos básicos que nunca podem faltar, além do desenho dos contornos das áreas representadas. São eles: o título, a legenda, a escala, a direção norte ou a rosa-dos-ventos, as coordenadas geográficas (linhas para a localização de pontos) e as fontes utilizadas para elaborar os mapas. Diferentemente dos povos antigos, hoje temos muitos recursos e tecnologias para fazer mapas rapidamente e com grande precisão. Podem-se utilizar, por exemplo, fotografias aéreas ou obtidas por imagens de satélites que giram em torno da Terra. Já existem também aparelhos para localização muito precisos, como o GPS (que, na sigla em inglês, quer dizer “Sistema de Posicionamento Global”). Ele funciona, por exemplo, como um guia de ruas das cidades, muito usado por motoristas profissionais, como os de táxi. Guias de ruas ou mapas rodoviários, entre outros, também podem ser encontrados facilmente em bancas de jornais e na internet. Ajude os alunos a perceber que as legendas trazem importantes informações sobre as imagens: a fonte em que foram pesquisadas, a data da produção, o tipo de representação (planisfério, planta, mapa, carta topográfica) e o que está sendo destacado em cada caso.

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PARA PESQUISAR

Fotografia aérea do complexo da Maré e da linha vermelha, no Rio de Janeiro (RJ), 2012. INPE/DSA/CPTEC

GPS.

Luciana Whitaker / Pulsar Imagens

© Aprescindere | Dreamstime.com

Hoje, há diversas ferramentas que podem ser usadas para auxiliar a nossa localização. Observe algumas delas.

F e r n a n d o F a v o r e tto / C r ia r Im a g e m

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Imagem de satélite do continente americano.

Mapa em tela de celular.

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Mapa na estação Sacomã de metrô, na cidade de São Paulo (SP), em 2013.

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Na internet, há ferramentas que mostram imagens reais do globo terrestre captadas por satélites, equipamentos que estão em órbita ao redor da Terra. Com o auxílio dessas ferramentas, é possível aproximar a visão, chegando a visualizar, mais de perto, uma cidade inteira, um bairro, um quarteirão, até uma rua e suas casas e edifícios. Em duplas, e com a ajuda do seu professor, encontre a rua da sua escola na internet. É possível fazer isso digitando o endereço. E explore também como localizar o seu país, a sua cidade, o seu bairro; depois, o quarteirão da sua escola até a rua em que ela se localiza. Nessa atividade, observe que aspectos das imagens reais via satélite: • foram representados nos mapas, nas plantas e nas cartas que você estudou; • e quais não foram representados. Discuta com seus colegas por que isso ocorreu. Aproveite para aprender com os seus colegas o que foi necessário fazer, no site, para encontrar o endereço. Mostre também a eles as estratégias que você usou.

O objetivo da atividade é que os alunos explorem o potencial dessas ferramentas. Ao visualizar a imagem do globo terrestre e as aproximações sucessivas que podem ser feitas, a ideia da representação no plano pode ficar mais clara para os alunos. Oriente-os a digitar imagens do globo terrestre via satélite para a busca.

ESCREVENDO CARTAZ Em dupla ou trio, organizem um cartaz sobre a importância dos mapas para as pessoas no mundo atual. Para a elaboração do cartaz, releiam os textos deste capítulo e procurem outras informações sobre os mapas em sites, livros, dicionários ou enciclopédias. Recortem e colem mapas que vocês encontram em sua comunidade ou comentem onde vocês costumam encontrá-los (na parada de ônibus, no metrô, no supermercado, na praça etc.). Citem exemplos de usos dos mapas. Ao planejar o seu cartaz, procurem organizá-lo para que o leitor compreenda as principais informações. Não se esqueçam de dar um título para informar o leitor do tema principal e utilizar parágrafos explicativos curtos. O tamanho da letra é essencial para que as informações fiquem legíveis, a fim de não prejudicar a leitura. Fotografias, recortes e desenhos também podem ajudar a tornar o cartaz mais atrativo e explicativo. Usem e abusem das cores para organizar suas informações sobre mapas. Quando seu cartaz estiver pronto, apresentem para a sala. Nesse momento, os leitores podem avaliar se o texto ficou claro, se as letras são legíveis, se houve organização das informações e utilização de recursos para atrair o leitor. Façam uma autoavaliação da produção escrita com o auxílio do seu professor.

O GUIA DE RUAS DA CIDADE Os guias de ruas são plantas das cidades criadas para permitir a localização de ruas, praças, avenidas e outros elementos, como as estações de metrô, o traçado das linhas de ônibus (são ruas, em geral, pintadas de amarelo), a direção do fluxo em cada rua (mão, contramão etc.). Vale lembrar que o guia é olhado na posição vertical, como se o observador estivesse vendo as ruas do alto, de um avião.

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Praticamente todas as grandes cidades brasileiras possuem um guia desse tipo. Na parte inicial desse guia, há um índice semelhante a um dicionário, com os nomes das ruas por ordem alfabética. Junto a cada nome, há um código. Por exemplo: J-10 e o número da página. Isso significa que o leitor deve procurar a página correspondente e verificar a posição da rua no cruzamento entre a letra J e o número 10. Na parte superior e na inferior, aparece uma inscrição como: “junta-se à pág.” (acompanhado de um número de página). Significa que a continuação das ruas da página consultada está na página indicada na inscrição. Esse tipo de indicação permite imprimir os mapas de todas as ruas no formato de livro. É assim que as posições das vias e de outros objetos são encontradas nos guias de ruas das cidades. Os guias estão organizados segundo um sistema de coordenadas, formado pelo cruzamento de linhas – que não estão traçadas no guia – entre letras e números. Em outros mapas, existem sistemas semelhantes.

PARA LER GUIA DE RUAS DA CIDADE

Reprodução

Com mais um colega, observe uma página de guia de ruas representada a seguir, com ruas da cidade de São Paulo:

Guia São Paulo e Município. São Paulo: Mapograf, 2008, p. 121.

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1. Identifique alguns elementos da página do guia:

a) Para que servem os números e as letras nas laterais? b) Por que aparecem as inscrições “junta-se à pág.” acompanhado de um número? c) Por que algumas ruas estão coloridas de amarelo? E por que há ruas com pequenas setas na mesma direção?

d) O que são as palavras escritas em rosa? 2. Observando essa representação, responda: qual é a posição do leitor, ao olhar para a página do guia?

3. Trace uma linha reta entre a letra J da parte de cima, até encontrar a letra J da parte de baixo. Em seguida, faça o mesmo com o número 10: trace uma linha horizontal de um lado a outro da página. Que rua aparece no encontro J-10?

4. O que há no encontro S-20? E no encontro V-2?

. Agora, responda: qual é a posição da rua Vanderlei, esquina com avenida Sumaré?

. Observe no canto superior esquerdo o desenho representando o estádio da Sociedade Esportiva Palmeiras. Qual é a localização desse estádio?

PARA PESQUISAR Com um pequeno grupo de colegas, procurem descobrir se há um guia de ruas da cidade em que vocês vivem. Na internet, é fácil de achar. Digitem palavras-chave como “guia de ruas” e o nome da cidade. Se não encontrarem, procurem por uma cidade maior que fique próxima da sua. Vocês podem ainda encontrar guias desse tipo na Secretaria de Turismo da cidade. Com o guia na tela do computador ou em papel, procurem verificar

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se aparecem os mesmos elementos do guia apresentado neste livro. Escolham algumas ruas e tentem localizá-las. Seu professor irá ajudar. Assim, quando vocês precisarem saber onde fica uma rua, já saberão consultar o guia da cidade. Este é um dos usos importantes das representações cartográficas em nosso dia a dia.

PARA LER CRÔNICA As crônicas são textos curtos, breves, de linguagem simples, que procuram dialogar diretamente com o leitor. O professor Manoel Fernandes, no livro Aula de Geografia, expõe conhecimentos geográficos em forma de crônicas. Suas crônicas tratam de conteúdos específicos, mas com linguagem mais literária. Leia a seguir trechos da crônica “O mapa nosso de cada dia”, para perceber como o autor “brinca” com as palavras para transmitir conhecimentos. Antes de ler o texto, discuta com seus colegas: Sobre o que será o texto? O título faz você lembrar algum outro texto bastante conhecido? Qual? Agora, leia o texto e responda às questões.

O mapa nosso de cada dia Ali, onde o mapa se abre, a viagem começa. A gente desenrola aquele papel enorme sobre a mesa e vai percorrendo as linhas, admirando as legendas, colorindo a imaginação, como o pássaro quando sobrevoa os Andes com as asas abertas e o mundo nas penas da mão. Ali, no mapa, é onde mergulhamos no mar com azuis em dégradé e vamos invadindo o oceano imenso. Os mares, bem menores que os oceanos; as reentrâncias arredondadas dos golfos e baías; os acidentes de percurso. A história das grandes descobertas passa por aquelas águas da cor de anil. Vez por outra a mesma pergunta nos incomoda: o que será que haverá debaixo daquele imenso tapete azulado? E lá vai submarino imaginário penetrando nas zonas abissais, descobrindo um universo com outras vidas.

GLOSSÁRIO

Andes: refere-se à Cordilheira dos Andes, grande cadeia montanhosa da costa ocidental da América do Sul; estende-se desde a Venezuela até a Patagônia. Caracteriza a paisagem de países como o Chile e parte da Argentina. Dégradé: que vai gradativamente perdendo intensidade ou adquirido novas tonalidades. Reentrâncias: movimento, curva ou ângulo para dentro. Abissal (zona, região): denominação dada à parte profunda dos oceanos, habitada por seres vivos adaptados à ausência de luz e às baixas temperaturas. Nessas áreas existem abismos submarinos com profundidades acima dos cinco mil metros.

Ali pelo mapa, a nossa cidade se mostra importante: ela tem um nome e um lugar no mundo. Dentro da cidade os bairros e as ruas, onde quase vemos o ponto exato da casa em que moramos. O nosso endereço está logo ali, colocado diante da nudez dos olhos, e acabamos pensando como seria difícil as pessoas nos visitarem, não fosse a existência do mapa. Seria uma tremenda confusão misturar sul com norte e andar na contramão dos pontos cardeais. Sofreríamos provavelmente alguns efeitos colaterais, porque muita gente ia acabar se perdendo e morrendo de raiva. [...]

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Ali na mesa o mapa pode ser apenas um pedaço de papel, mais nada, e no entanto ele significa um grandioso universo cheio de símbolos e legendas, maravilhosamente mudo enquanto fala para quem o olha. O mapa representa para nós o tempo inteiro e brinca com o nosso desconhecimento do planeta. O mapa nos tem na mão, não nós a ele, e assim vai escorregando como se fosse areia colorida entre os nossos dedos. O mapa é uma grande representação, esse é o papel, o resto é só impressão. Manoel Fernandes. “O mapa nosso de cada dia”. In: Aula de Geografia. Campina Grande: Bagagem, 2003, p. 54-58. (Fragmento).

1. No primeiro parágrafo da crônica, o autor enumera um conjunto de ações que o provável leitor fará: desenrolar o papel sobre a mesa, percorrer as linhas, admirar as legendas, colorir a imaginação etc.

a) Por que o autor faz referência a “linhas”? Que “linhas” são essas?

b) O que são legendas? Por que o autor comenta que o leitor do mapa fica “admirando as legendas”?

2. Em sua descrição, o cronista passa a ideia de que a leitura de um mapa é um gesto simples e prazeroso. Você concorda com o autor? Você sente facilidade – “como um pássaro com asas abertas” – ou dificuldade na leitura de mapas?

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Maps World

3. Observe o mapa a seguir e procure explicar algumas ações que, segundo a crônica, os leitores dos mapas realizam ao olharem os mapas:

Fonte : Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 90.

a) “mergulhamos no mar com azuis em dégradé e vamos invadindo o oceano imenso”.

b) “vamos invadindo [...] as reentrâncias arredondadas dos golfos e baías; os aci-

Florian Kopp / ImageBroker / Glow Images

dentes de percurso”.

Fotografia das costas e baías do Rio de Janeiro (RJ), 2009.

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c) “E lá vai submarino imaginário penetrando nas zonas abissais, descobrindo um universo com outras vidas.”

4. Segundo Manoel Fernandes, “a nossa cidade se mostra importante: ela tem um nome e um lugar no mundo”. Você já localizou sua cidade, bairro ou rua em algum mapa? Se sim, conte para os seus colegas em qual situação precisou fazer tal leitura. Se não, procure, com a ajuda de seu professor, localizar o seu estado, a sua cidade, o seu bairro e a sua rua em diferentes mapas.

. Vocês concordam com a ideia de que “o mapa representa para nós o tempo inteiro e brinca com o nosso desconhecimento do planeta”. Justifique sua resposta com exemplos.

Google Maps

ESCREVENDO GUIA

Mapa da cidade de Fortaleza, Ceará, 2013.

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O guia de ruas de uma cidade serve para ajudar as pessoas a localizarem: • ruas, praças, avenidas; • pontos de interesse (parques, estádios etc.); • estações de metrô e trajetos de linhas de ônibus; • direção do fluxo de carros (mão, contramão, mão dupla). Agora sua classe terá a tarefa de montar um guia dos principais quarteirões do bairro onde moram os alunos (ou do bairro da escola). O objetivo do guia é fornecer informações sobre as ruas, avenidas etc. e também sobre pontos de interesse público, como terminal de ônibus, posto de saúde, delegacia, parque, biblioteca, escola e outros. Veja um exemplo: Vocês poderão indicar, nesse guia, serviços prestados por diversos profissionais da comunidade, como pedreiros, costureiras, garçons, marceneiros, músicos etc., que raramente aparecem nos guias oficiais. Esse guia será reproduzido e distribuído na comunidade. 1o passo Procurem na internet um guia do bairro e selecionem os quarteirões importantes. Ampliem as imagens usando as ferramentas do computador e imprimam as imagens ampliadas ou façam fotocópias ampliadas do guia impresso. 2o passo Marquem no guia os pontos de interesse importantes. Combinem os símbolos que vão usar para cada caso. Por exemplo, um círculo para os postos de gasolina; um quadrado para as lojas, um triângulo para os serviços de profissionais autônomos etc. Se forem reproduzir em cores, usem cores diferentes para cada símbolo. 3o passo Façam uma lista dos estabelecimentos por rua, numerando cada um. Por exemplo: rua Tamoios: 1) Farmácia (nome); 2) Padaria (nome); 3) Costureira, 4) Dona (nome) etc. Essa lista virá na mesma folha do guia. 4o passo Façam uma legenda para explicar as cores usadas, que será incluída na folha do guia. 5o passo Deem um título ao guia e revisem coletivamente a escrita. Com o auxílio do seu professor, avaliem se: • as letras estão legíveis; • as legendas estão completas; • os pontos indicados estão claros para o leitor; • a localização dos pontos indicados está correta. Passem a limpo o guia que produziram, imprimam cópias, coloridas, de preferência, e distribuam na comunidade.

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Eixo 3

Capítulo

2

Andanças no campo e na cidade

EM RODA Em 2008, cerca de quatro em cada dez brasileiros viviam fora de sua região de origem. Em sua opinião: • Por que eles mudam de uma região para outra? • Que transformações ocorrem na vida do migrante quando ele chega a um novo lugar?

GLOSSÁRIO

Migrante: aquele que entra ou sai de uma região para outra, de um país para outro.

É essa relação entre campo e cidade que vamos estudar a partir de agora.

HISTÓRIAS DE MIGRANTES PARA LER DEPOIMENTO Para conhecer a interessante história de uma migrante, leia em dupla o depoimento a seguir. Se necessário, peça ajuda ao seu professor. Depois responda às questões. Meu nome é Brasilina; engraçado, não? Um dia – nem havia pensado nisto – disseram para mim que eu tinha nome de “dona do Brasil”! Nasci há 48 anos em Piripiri. Não conhece? Não fica na Bahia; é no Piauí. Ainda de colo, fui com meus pais tentar a vida numa cidade maior: Teresina. Lá, a coisa foi apertando, falta de emprego, falta de leite para as crianças e meus pais se mudaram, em busca de melhora: Fortaleza, Caruaru, Recife, mas nada... O jeito foi pegar um pau de arara e rumar para São Paulo. No começo, o trabalho na obra salvou as aparências; eu era tão jovem e, apesar de morarmos numa casa de madeira, num terreno alagado, tínhamos um lar. Mas Lembre-se de que em as enchentes afogaram nossa ilusão. Um dia, os homens um depoimento, deve-se chegaram e nos mandaram sair dali. Tudo veio abaixo. A procurar identificar quem é o depoente, ou seja, quem deu família foi para o interior: Araraquara foi o nosso destino. o depoimento e sobre quais Álvaro J. de Souza. Vida de migrante. Botucatu: SEE, [s/d]. (Fragmento adaptado).

assuntos ele está falando.

1. Quem narra sua história de vida?

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2. Qual é a idade da pessoa que narra a história?

3. Em que cidades viveu a família da pessoa que fez o depoimento?

4. Com a ajuda do professor, escreva o nome do estado, com sua sigla, onde fica cada uma dessas cidades. Se necessário, oriente os alunos a consultar a lista de siglas dos estados brasileiros que está no Capítulo 3 do eixo 1.

. Quais dessas cidades são capitais de estado?

. Com o auxílio do professor, desenhe ou cole um mapa do Brasil em seu caderno. Em seguida, trace o percurso das viagens feitas pela pessoa que faz a narrativa. Comece pela cidade em que ela nasceu, passe por todos os lugares onde morou e finalize em Araraquara, município de São Paulo. . Procure, no texto, por que a pessoa que narra teve de se mudar para: • Fortaleza.

• Araraquara.

. A pessoa conta, em sua história, que sua família foi para São Paulo. Por que você acha que muitos brasileiros procuram essa cidade para viver?

. Você é migrante?

1 . Se você for migrante, onde morou antes? Escreva o nome de um lugar onde você viveu e que lhe traga boas lembranças.

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REGISTRANDO DEPOIMENTOS Quando alguém dá um depoimento, pode relatar fatos e aspectos da sua vida. Nesse caso, é um depoimento autobiográfico. Brasilina relatou fatos de sua vida de migrante. Na sua classe, converse um pouco com seus colegas sobre essas “andanças”. Quem é migrante na sala? Por que migrou? Em que lugares morou? O que achou dessa experiência? Se possível, consulte o site do Museu da Pessoa (<http://museudapessoa.com.br/ home.php>). Depois de ter conhecido as histórias de migração dos colegas, reúna-se em grupos. Vocês devem coletar depoimentos de migrantes na sua sala e na sua escola. Eles serão gravados/filmados em um CD ou DVD, como registro de experiências de vida que valem a pena ser conhecidas. Antes de gravar/filmar os depoimentos, expliquem os objetivos da atividade e peçam autorização para gravar. Então, entrevistem as pessoas que irão participar, perguntando um pouco sobre essa experiência. Isso deixará o depoente mais à vontade para gravar. Depois, registrem por escrito os dados pessoais do depoente: nome, idade, cidade onde nasceu e cidade onde vive atualmente. Essas informações serão apresentadas na contracapa do CD/DVD. Em um local com o mínimo de barulho possível e com boa iluminação, façam a gravação do depoimento. Usem os equipamentos disponíveis, como filmadoras, gravadores, computadores e/ou celulares. Seu professor irá ajudar. Depois, editem as gravações (áudio ou vídeo), já inserindo o nome do projeto e as informações da ficha técnica do CD/DVD, como a do exemplo na figura a seguir.

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Uma Produção Páginas do Mar/Canto da Cidade Realização: Canal Brasil Coordenação Geral: Daniela Mercury e Marcelo Dantas Coordenação de Produção: Adriana Saldanha Produção Executiva: Daniela Mercury, Marcelo Dantas e Flávio Dultra DVD dirigido por Paulo Fontinelle Produção Musical: Daniela Mercury e Alê Siqueira Co-Produção Musical: Gabriel Povoas Direção do Show: Daniela Mercury e Vavá Botelho Co-Direção: Giovana Povoas Assistente de Direção: Sivaldo Tavares Direção Musical: Daniela Mercury e Gabriel Povoas Direção de Banda: Gabriel Povoas e Webster Santos Direção de Arte: Gringo Cardia Cenografia: Mesosfera Design (Gringo Cardia) Concepção de Iluminação e Operação: Giovane Simão e Leandro OIiveira Artistas Convidados: Gabriel Povoas, G.R.E.S. Unidos da Tijuca, Grupo Percussivo Didá, Boi Bumbá Garantido e Carmen Miranda (em homenagem)

Banda Daniela Mercury

Cesário Leony: Contrabaixo Alexandre Vargas: Guitarra e Violão Gabriel Povoas: Guitarra, Cavaquinho, Samplers e Coros Marcelo Galter: Teclados Luizinho do Gege, Reinaldo Boaventura e Marcelo Pinho: Percussões Léo Brandão: Teclados (Músico Convidado) Webster Santos: Cavaquinho (Músico Convidado) Danny Nascimento e Karyne Roselle: Coros Bailarinos: Giovana Povoas, Arismar Adote Jr., Christiane de Jesus, Deny Albert, Isis Paula, Jorge Santos, Letícia Cardoso e Reinaldo Amorim Bailarinos Convidados: Victória Vasconcelos, Amanda Grimaldi, Demerson D’Álvaro, Eduardo da Costa, Elton Sacramento, Fábio Batista, Giovane D’Oliveira, Malcom Matheus, Raimundo Simões, Raphael Rodrigues, Val Abrantes e Viviane Carvalhal Coreografias: Daniela Mercury, Jorge Silva, Vavá Botelho, Giovana Povoas, Sivaldo Guimarães, Nildinha, Gilberto Bahia e Criação Coletiva do Grupo Figurinos Daniela Mercury: Martha Medeiros Acessórios Daniela Mercury: Fabrizio Giannone Concepção Figurinos Músicos e Bailarinos: Daniela Mercury Coordenação de Figurinos: Alina Amaral Execução de Figurino: Luiz Valasco e Mylene Correia Beleza: Ricardo Brandão, Márcio Portela e Assistentes Fotos Capa, Encarte, Contracapa, Berço, Menu e Divulgação: Célia Santos, Fábio Cerati e Guto Costa Assistentes de Produção: Érika Amorim, Paloma Porttásio, Magali Marafon, Angela Couto, Sandro Januário e Angelo Antônio Assistente de Produção Executiva: Camilla Bittencourt Direção de Marketing e Comunicação: Fabiana Crato e Wendy Castro (Assistente) Administrativo e Financeiro: Pedro Sardi e Silvia Mercuri Sardi Diretor de Palco: Vitor Jairo Roadies: Deny Welson, Anotnio Costa e Elton Bozza Técnico de P.A.: Nivaldo Costa Técnico de Monitor: Marquinho Carvalho Captação de Áudio: Luis Paulo Serafim Cenografia - Equipe Mesosfera Coordenação de Produção: Gringa Cardia Produtor Executivo: Marcus Ferraz Cenógrafa Executiva: Cristina Novaes Cenógrafo Assistente: Jackson Tinoco Coordenação de Vídeos: Wallace Cardia Videografismo: Diogo Magalhães e Bruno Warchavsky Edição de Vídeos: João Batista de Oliveira e Henrique Martins de Oliveira Tratamento de Imagens: Julia Sampaio Gravações Adicionais: Estudio Cia dos Técnicos/RJ por William Luna Jr e Daniela Alcofrado, Estúdio Musiqueria/BA por Alê Siqueira, Gabriel Povoas, Marco Carvalho e Luis Paulo Serafim Edições e Programações: Alê Siqueira, Gabriel Povoas, Paulinho Rocha, Kesser Jones, Marco Carvalho e Enrico Romano Captação de Imagens: Broad TV

Equipe Globo Rio Direção: Amaury Soares Coordenadora de Projetos Especiais: Daniella Dourado Equipe SRCOM - Reveillon Praia de Copacabana 2011 Direção Executiva: Sheila Roza Direção de Cenografia: Abel Gomes Direção Artística: Flávio Machado Direção Operacional: Paulo Cesar Ferreira Coordenação Geral: Andreia Troccolli Coordenação de Broadcasting: Marcia Band Coordenação Operacional de Broadcasting: Beto Faro Coordenação Artística: Nara Gea Coordenação Técnica: Rodrigo Rodrigues Infraestrutura: P&G Cenografia

Equipe Mesosfera - Capa/Menu

Direção de Arte: Gringo Cardia Assistente de Design: Patricia Façanha Autoração - Classic Master Coordenação e Atendimento: Tatiane Machado Autoração: Anita Nadai Animação Menu: Ricardo Waka Legendas: Carla Higasi e Marta Fortunato Gravado ao vivo na Praia de Copacabana, RJ, em 31 de dezembro de 2010 Unidade Móvel de Áudio: Mac Audio Engenheiro de Gravação: Luis Paulo Serafim Mixado no Estúdio Musiqueria em abril de 2011 por Luis Paulo Serafim Assistente de Estúdio: Toco Masterizado na Classic Master em São Paulo por Carlinhos Freitas

Equipe Canal Brasil Coordenação de Produção: Tereza Alvarez Produção: Luciana Araujo Assistentes de Produção: Isabella Monteiro e Paula Antonini Gerência de Programação: Alexandre Cunha Gerência Financeira: Luiz Bertolo Gerência de Marketing e Projetos: André Saddy Gerência de Produção: Carlos Wanderley Direção Geral: Paulo Mendonça

Equipe Som Livre

Direção Geral: Marcelo Soares Gerente Artístico: Marcelo Toller Gerente de Logística e Label: Juliana Pontes

Agradecimentos Amauri Soares e Daniella Dourado, da Globo Rio. Vivian Caroline e a Banda Didá, José Junior (JJ) e Fay Antunes do AfroReggae e a Comunidade de Vigário Geral. Telo Pinto e Armando Valle, do Boi Garantido. Fernando Horta, Ricardo Fernandes, Maestro Casa Grande, Marquinhos e Giovana, da Unidos da Tijuca. Ao Balé Folclórico da Bahia. Paulo Mendonça, Carlos Wanderley e Tereza Alvarez, do Canal Brasil. Sheila Roza, Abel Gomes, Marcia Band, da SRCOM. Paula Roldão e Frederico Coelho, da Mac Audio. Equipe de Figurinos do Projac. Gringo Cardia e Equipe da Mesosfera Design. Milton Cunha e toda a Cidade do Samba. Meu Bom. Paulo e Ciça, da Galeria Paulo Darzé. Paulo Henrique Motta, Beto de Abreu e Tânea Agra, da Ebateca. Agradecimento especial a todos os meus amados fãs. A família de Mário Cravo Neto. Aos artistas plásticos baianos Yuri Sarmento, Caetano Dias e Maria Adair. Maria Paula e Arnaldo Dias, da CM Empreendimentos. César Balbi, do Museu Carmen Miranda. A Gabriel Povoas, Tais Nader, Giovana Povoas, Marco Scabia, Rose Taranto, Cacau Bleicker, Malu Verçosa, Jasmin Pinho, Minom Pinho, Zeca Santana, Leticia Montalvo, Lian Calvo Serrano, Martha Medeiros, Vavá Botelho, Marcelo Dantas e Adriana Saldanha.

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ENCARTE FRENTE

Essa ficha deve conter as seguintes informações: • ro eto t tu o do pro eto) • no da produ o • oordena o gera nome do pro essor) • uipe t cnica nomes de todos os alunos e demais en o idos no pro eto) • epoentes nomes dos depoentes) • gradecimentos mencionem todas as pessoas que tenham ajudado a e a orar o )

Para realizar esta atividade, que pode se tornar um projeto mais amplo, é importante ter a autorização dos depoentes por escrito, para que os depoimentos possam ser exibidos ao público. A atividade segue diversas etapas, envolvendo práticas orais e também práticas escritas. Muito importante é que os alunos se envolvam com as Quando o material estiver pronto, organizem uma seção finalidades do material a ser gravado. No percurso de para exibir na escola, convidando também a comunidade aprendizagem, diversas capacidades são mobilizadas, tais como dividir tarefas entre o grupo, elaborar roteiro para minientrevista, registrar dados para extraescolar. ficha técnica, produzir ficha técnica, lidar com as ferramentas e tecnologias envolvidas (gravador, computador, celular, filmadora, CD). À Vivo, patrocinadora deste DVD. À Globo Rio. À Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Ao Governo do Estado do Rio de Janeiro. Aos moradores do Rio de Janeiro e, em especial, a Copacabana.

“Dedico este DVD a Ramiro Musotto, Mário Cravo Neto e Neguinho do Samba, grandes amigos, extraordinários artistas e companheiros que vão estar comigo eternamente.”

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LUGAR DE ORIGEM, LUGAR DE DESTINO EM RODA Converse com seus colegas e procure saber de onde eles vieram: • Existem muitos migrantes na turma? De quais estados? • Eles estão há muito tempo no lugar onde vivem hoje? Observe o mapa a seguir e localize os estados de origem dos estudantes de sua turma.

PARA LER MAPA Para ler este mapa, observe com atenção o título e os lugares representados. Identifique os nomes dos estados.

aps

or d

Brasil político

Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.

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EM AÇÃO 1. Reproduza o quadro a seguir no seu caderno. Com a ajuda do professor, complete-o com os nomes, os municípios e os estados de origem de seus colegas. Veja o exemplo: Nome

Município

Estado

1

José de Almeida

Pirinópolis

Goiás

2

Maria Silveira

Cabrobó

Pernambuco

Em dupla, respondam às questões a seguir. Vocês terão de consultar o quadro que fizeram no caderno e o mapa. 2. Em qual estado nasceu o maior número de colegas da sua turma?

3. Quem veio de mais longe? Qual é o nome do estado?

4. Quantos não são migrantes?

aneta erra esign

. Pegue um papel quadriculado e, com a ajuda do professor, elabore um gráfico de colunas. Cada coluna corresponderá a um estado brasileiro de onde tenha vindo um ou mais de seus colegas e cada quadradinho representará um aluno. Veja o exemplo abaixo: 7 6 5 4 3 2 1 PE

GO

SP

RJ

PB

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA A sigla é uma forma reduzida de escrever certas palavras ou expressões. São usadas para nomes de empresas, por exemplo: BB é a sigla de Banco do Brasil. Podem também ser usadas para órgãos públicos. Vejamos um exemplo: INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. Também usamos siglas para abreviar os nomes dos estados, por exemplo: PI – Piauí. Cada estado do Brasil tem uma sigla. Vamos descobrir como elas são formadas? Observe as três colunas do quadro a seguir.

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1 Estado

2 Sigla

Estado

3 Sigla

Estado

Sigla

Pernambuco

PE

São Paulo

SP

Paraíba

PB

Goiás

GO

Rio de Janeiro

RJ

Roraima

RR

1. Reescreva e responda em seu caderno: • Na coluna 1, as siglas são formadas pelas duas letras iniciais da palavra. • Na coluna 2, as siglas são formadas . • Na coluna 3, as siglas são formadas . 2. As letras das siglas são escritas normalmente com: (

) maiúsculas (

) minúsculas

3. Consulte o quadro de siglas no Capítulo 3 do Eixo 1 deste livro. 4. Discuta com os colegas: Como é formada a maioria das siglas dos estados do Brasil?

DO CAMPO PARA A CIDADE EM RODA Há pouco mais de 50 anos, a maioria dos brasileiros vivia no campo. Hoje, de cada dez cidadãos de nosso país, aproximadamente oito vivem em cidades. Converse com seus colegas sobre as questões a seguir. • Por que muitos migrantes procuram as cidades para viver? • Quais as cidades mais procuradas hoje: as pequenas, as médias ou as grandes? • Quais as dificuldades encontradas por um migrante ao chegar numa cidade grande? • Como tem sido a vida nessas cidades?

PARA LER LETRA DE CANÇÃO Neste capítulo, você está estudando as migrações no Brasil. A letra de canção a seguir, escrita por Lúcio Barbosa, narra a história de uma pessoa que deixou sua terra para viver em outro lugar. Leia a letra com atenção e, depois, responda às questões.

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oc sa e a di eren a entre música e canção? can o composta por etra e me odia e se destina a ser cantada – acompanhada ou não de instrumentos musicais. música re ere se me odia e ao ritmo podendo ou n o ter etra or isso uando usamos o termo música, ela pode ser simplesmente instrumental.

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Cidadão

Professor, se possível reproduza essa música para a classe.

Tá vendo aquele edifício, moço Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição, eram quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me vem um cidadão E me diz desconfiado “Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar” Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido Dá vontade de beber E pra aumentar meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer Tá vendo aquele colégio moço Eu também trabalhei lá Lá eu quase me arrebento Fiz a massa, pus cimento, ajudei a rebocar Minha filha inocente vem pra mim toda contente “Pai, vou me matricular” Mas me vem um cidadão: “Criança de pé no chão aqui não pode estudar” Essa dor doeu mais forte Por que é que eu deixei o norte Eu me pus a me dizer Lá a seca castigava, mas o pouco que eu plantava Tinha direito a comer Tá vendo aquela igreja moço, onde o padre diz amém Pus o sino e o badalo, enchi minha mão de calo Lá eu trabalhei também Lá foi que valeu a pena, tem quermesse, tem novena E o padre me deixa entrar Foi lá que Cristo me disse: “Rapaz, deixe de tolice, não se deixe amedrontar Fui eu quem criou a terra Enchi o rio, fiz a serra, não deixei nada faltar Hoje o homem criou asas e na maioria das casas Eu também não posso entrar.” © EMI Songs do Brasil Edições Musicais Ltda. Zé Geraldo. Zé Geraldo Acústico. São Paulo: Paradoxx, 1996. Faixa 7.

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1. Na canção, um homem conta a história de sua vida. A quem ele faz essa narrativa? Que palavra do texto indica isso?

2. Procure no texto o trecho que indica de que parte do Brasil veio o narrador. Transcreva--o a seguir.

3. Que tipos de edifício ele ajudou a construir?

4. Há momentos em que ele se sente injustiçado, desvalorizado. Aponte as partes do texto em que isso fica claro.

. No texto, o que significam as frases: • “Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar”

• “Criança de pé no chão aqui não pode estudar”

. Em que local o homem diz ter sido bem recebido? Por quê?

. Muitas pessoas, mesmo ajudando a construir as grandes cidades, não recebem os benefícios que estas oferecem. Um exemplo é não ter uma moradia digna. O que você acha disso? Apresente sua resposta para os colegas.

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PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Observe o seguinte trecho da canção e responda às questões. Tá vendo aquele colégio, moço Eu também trabalhei lá

1. A ( ( (

expressão em destaque nos aponta que quem conta a história é: ) um conhecido de quem trabalhou na construção do colégio. ) a própria pessoa que trabalhou na construção do colégio. ) um desconhecido que não trabalhou no colégio.

Como você chegou a essa conclusão?

2. Em dupla, discutam e, em seguida, respondam: Se em vez do narrador, outra pessoa ou um grupo de pessoas tivesse trabalhado no edifício citado na canção e quisesse contar sua história, como ficaria o trecho destacado? Nós: A gente: Ele: • Quais palavras foram modificadas? Em sua opinião, por que isso foi necessário?

PARA LER GRÁFICO Um gráfico apresenta informações sobre diferentes situações da realidade por meio de desenhos, linhas ou figuras. Entre essas informações, estão as quantidades.

aneta erra esign

Você já sabe que um gráfico é uma das maneiras de expressar visualmente as informações ou valores numéricos, facilitando, assim, a compreensão dos dados. Observe abaixo os tipos de gráfico mais frequentes.

setor barras

colunas

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O gráfico seguinte é um gráfico de colunas. Para fazer a leitura, siga as instruções: • A população urbana (que vive em cidades) e a população rural (que vive no campo) estão representadas por retângulos. As diferenças de tamanho entre eles mostram diferenças no número de pessoas residentes no campo ou na cidade; Observe o título do gráfico. Nele aparece a expressão “em milhões de pessoas”. Na posição vertical, acima dos retângulos, apare o número de pessoas. Assim, por exemplo, 13 quer dizer 13 milhões de pessoas. Na legenda, as cores diferenciam as populações urbanas e rural. Na linha abaixo dos retângulos, aparecem as datas. Brasil: População urbana e rural, 1940-2010 (em milhões de pessoas) aneta erra esign

180 160 140 120 100

Urbana

80

Rural

60 40 20 0 1940

1950

1960

1970

1980

1991

2000

2010

enso emogr co

nstituto rasi eiro de eogra a e stat stica ) o rg o do go erno edera encarregado de fazer pesquisas sobre a nossa população. Os censos demográficos, por exemplo, são feitos a cada dez anos e pes uisam a situa o de todos os rasi eiros uantos somos como i emos etc a es uisa aciona por mostra de omic io ) a pes uisas anuais so re os rasi eiros co etando informações em amostras de grupos da população.

EM AÇÃO 1. Em dupla, analise o gráfico sobre população brasileira apresentado anteriormente. A seguir, complete o texto: Em 1940, a população urbana brasileira era de

milhões de

milhões de pessoas. pessoas, enquanto a população rural era de • Em seu caderno, faça o mesmo com os anos 1970, 1996, 2001 e 2010.

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2. Some as quantidades de população rural e população urbana de cada ano e você descobrirá a população total do Brasil daquele período. Complete este exemplo. 13 milhões de pessoas + 28 milhões de pessoas = milhões de pessoas • Faça o mesmo com os demais casos apresentados no gráfico.

3. A população brasileira aumentou ou diminuiu entre 1940 e 2010? Qual foi a diferença, em milhões de pessoas?

4. A população que vive em cidades aumentou ou diminuiu ao longo dos anos? Qual foi a diferença em milhões de pessoas?

. O que aconteceu com a população rural a partir de 1940?

. Em 1940, qual era a diferença entre população urbana e rural? Escreva sua resposta usando uma sentença matemática.

PARA LER PINTURA Nem todos gostam de uma mesma cor, comida, roupa etc., por isso, o ser humano costuma dividir atividades e/ou coisas em gêneros. Isso também acontece com expressões artísticas. Há vários gêneros de música, por exemplo. Você pode gostar de música popular, mas pode não gostar de erudita. A pintura também possui diferentes gêneros: paisagem, natureza-morta, histórica, sacra, de gênero, retrato, marinha e decorativa. Esses gêneros podem ser identificados em diferentes épocas e civilizações. Como já vimos no eixo anterior, alguns desses gêneros, como a pintura de paisagem, a pintura histórica e a pintura de retratos, ajudaram a registrar diferentes contextos históricos. Dessa forma, podemos obter o registro que o artista fez sobre o passado. Vamos agora falar sobre o gênero paisagem. Um mesmo pintor pode, ao reproduzir uma paisagem, se ater à área urbana ou rural do local retratado.

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EM GRUPO o e o articu ar

Observe as reproduções a seguir e, com seus colegas, responda às questões.

oe o

anue

ceu

onso erreira

nita a atti As duas Igrejas tan a m) Óleo sobre tela, 53,8 cm × 66 cm.

nita a a ti Itanhaém eo so re te a cm cm

1. O que elas retratam?

2. Como são as pessoas e o que cada uma delas faz?

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3. Quais aspectos referentes ao campo ou à cidade foram retratados?

4. O que está no primeiro plano? E no segundo?

Explique aos alunos que o primeiro plano é a posição ocupada pelas pessoas ou objetos mais próximos a quem observa a cena ou à câmera, no caso das fotografias, estando à frente dos demais elementos que compõem o quadro. O segundo plano é a posição ocupada pelos demais elementos da cena, que não estão em destaque.

Essas duas obras foram pintadas por Anita Malfatti. As duas paisagens retratam Itanhaém, município do litoral sul do estado de São Paulo, sob pontos de vistas diferentes: ao redor da cidade, a vida rural, com plantações; dentro dela, a vida urbana de uma pacata cidade litorânea da década de 1940.

oc sa ia ue em ora os termos município e cidade sejam usados como sinônimos, tecnicamente eles são diferentes? O município engloba tanto a área rural como a urbana. Já a cidade se re ere somente rea ur ana de um município, onde se localiza a sua parte administrati a a re eitura

Anita Malfatti ) artista pau ista oi uma das mais importantes representantes do odernismo do s cu o studou rtes na eman a e nos stados Unidos da m rica e trou e ao rasi no as tend ncias ue mudaram os padr es art sticos do pa s unto com arsi a do mara ) participou da emana de rte oderna de em o au o

EM AÇÃO Entre as duas obras de Anita Malfatti, escolha a que você mais gostou e faça uma descrição detalhada do que observou, respondendo a estas perguntas: 1. O que ela retrata?

2. Como são as pessoas e o que cada uma delas faz?

3. Quais cores foram utilizadas?

4. Quais aspectos referentes ao campo ou à cidade foram retratados?

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Em seguida, troque o livro com um colega que tenha escolhido a mesma obra e compare os detalhes que ele percebeu. Observe se vocês enxergaram as mesmas coisas. Com o auxílio do seu professor, faça uma pequena avaliação do trabalho: Qual foi a obra mais escolhida para ser descrita em sua classe? Por quê?

PARA ILUSTRAR Muitas cidades são descritas ou homenageadas em canções. Há alguma canção em homenagem à sua cidade? Existe alguma canção que descreva alguma cidade em seu estado ou o seu próprio estado? Se você e seus colegas não conhecerem nenhuma canção que fale de alguma cidade conhecida por vocês ou de seu estado, com o auxílio do professor, faça uma pesquisa na internet. Escolha uma das canções encontradas e, em grupo, discuta: O que a canção provoca em vocês? Agora, vocês devem fazer ilustrações para a canção. A ilustração é uma expressão artística muito comum em jornais, livros, revistas etc. Ela é a representação visual feita por meio de um desenho, uma pintura, uma fotografia. O importante é que a ilustração e o texto escrito estejam relacionados. Ela pode inclusive trazer outros olhares sobre o texto. Organizem uma exposição da canção e das ilustrações, em um varal, um mural ou outro suporte. Ela pode se chamar “Minha cidade em traço e verso”. Convidem outras pessoas para conhecer a exposição.

PARA CANTAR E FAZER CANTAR Acabamos de fazer uma atividade que envolve música e ilustração. E agora, vamos conversar um pouco mais a respeito de música. Se possível, leve CDs ou use a internet para aproximar seus • Você gosta de música? • Qual é o tipo de música de que você mais gosta?

alunos do gênero erudito. Proponha um dia de audição em que você possa preparar pequenas apresentações a respeito dos principais compositores das obras que produzir para a classe.

Você sabia que os gêneros de música são: erudito, popular, folclórico e religioso? Os estilos são muito variados e estão sempre mudando: samba, sertanejo, axé, funk, pagode, bolero, rock, bossa-nova etc. Qual é o seu estilo preferido? Gostaria de ensinar seus colegas a cantar a canção de que você gosta? Para isso, escolha uma canção, escute-a e copie a letra. Provavelmente, você precisará escutá-la mais de uma vez. Depois, entregue a letra ao colega que você deseja ensinar a canção e cante com ele, acompanhando com a leitura da letra. Troque experiências com seus colegas. A música erudita surgiu na Idade Média, período histórico que ocorreu entre os séculos V e XV, quando foi criada a escrita musical. Por esse motivo, esse gênero de música possui regras preestabelecidas. Alguns dos principais compositores de música erudita são Mozart, Beethoven, Ravel, o brasileiro Villa-Lobos, entre outros. No Brasil, a música foi influenciada tanto pelos europeus como pelos africanos. Temos, assim, como exemplo, a modinha de origem portuguesa e o samba que surgiu de ritmos e instrumentos trazidos pelos escravos africanos.

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e andre iondi

Atualmente, a música brasileira segue tendências e modismos e apresenta estilos bastante elaborados. Temos música para todos os gostos em um mundo de opções: Noel Rosa, Cartola, Pixinguinha, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gabriel O Pensador, Raul Seixas, Luiz Gonzaga, Roberto Carlos, Lenine, Ana Carolina, Seu Jorge etc. Além disso, a música também está presente no folclore de um país, que é o conjunto de tradições e manifestações da sua cultura popular. Muitas canções tradicionais populares, próprias da sabedoria popular, são transmitidas de pai para filho no decorrer dos tempos. Com os colegas e seu professor, façam uma pesquisa sobre canções tradicionais da sua região em livros, enciclopédias, CDs e internet. Vocês poderão também entrevistar pessoas mais velhas da sua comunidade e conversar sobre festas, comemorações e crenças religiosas. Em duplas, registrem a Você já viu uma partitura musical? letra de uma canção e troquem com outra dupla, para que vocês se ajudem na tarefa de revisar o texto. Vejam se vocês conhecem a canção que estão registrando. Reúnam todas em um livro, que será entregue à biblioteca da escola para uso das crianças das séries iniciais. Se possível, organizem, com a ajuda do seu professor, um encontro entre vocês e as crianças, para que elas aprendam e cantem algumas canções tradicionais com vocês. Essa pode ser uma oportunidade para valorizar saberes do repertório oral dos alunos da EJA e expô-los a um público que não o conhece. A atividade se propõe a ser um caminho de troca de experiências culturais.

partitura composta pe a escrita musica ue espec ca e universal, ou seja, ela pode ser compreendida em qualquer lugar do mundo.

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Capítulo

A cidade onde vivemos

EM RODA Tanto no Brasil quanto em outros países, cada vez mais as pessoas vivem em cidades. No caso brasileiro, muita gente foi morar em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife ou Salvador. Nem sempre os núcleos urbanos brasileiros oferecem uma vida adequada a seus habitantes, em especial aos mais pobres. E a cidade onde você vive, como ela é? Converse com seus colegas sobre isso. • Como são os transportes coletivos e as moradias? • Sua cidade ou bairro dispõe de redes de água e esgoto? • Ainda é preciso construir mais parques públicos e áreas de lazer e cultura? Reúna-se com os colegas e, com a ajuda de seu professor, façam um quadro de duas colunas com o que sua cidade tem e o que ainda precisa ter para que a população goze de boas condições de vida.

PARA LER TRECHO DE ROMANCE O texto que você vai ler agora é um trecho de um romance, escrito por Lima Barreto há cerca de cem anos. Ele fala de moradias no Rio de Janeiro que, na época, era a capital do Brasil. H á casas, casinhas, casebres, barracõe s, choças, por toda parte onde se possa fincar quatro estacas de pau e uni las por paredes du idosas. odo o material para essas constru es ser e ... telhas elhas, folhas de inco e, para as ner uras das paredes de taipa, o am u, que não é arato. á erdadeiros aldeamentos dessas arracas nas coroas dos morros ... . Nelas, há quase sempre uma ica para todos os ha itantes e nenhuma espécie de esgoto ... . Por esse intrincado la irinto de ruas e i ocas é que i e uma grande parte da popula ão da cidade, a cu a e ist ncia o go erno fecha os olhos, em ora lhe co re atro es impostos, empregados em o ras in teis e suntuosas noutros pontos do io de aneiro. Lima Barreto. Clara dos Anjos. São Paulo: Ática, 1998, p. 52. (Fragmento).

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Em dupla, responda às questões a seguir. 1. Transcreva as palavras do texto que você não conhece. Junto com seu colega e com a ajuda de seu professor, procure o significado delas em um dicionário.

2. Quais diferenças você acha que existem entre casas, casinhas, casebres, barracões e choças?

3. Observe a sequência de palavras usadas pelo autor: casas, casinhas, casebres, barracões e choças

Essa questão (3) busca sensibilizar os alunos para o trabalho artístico com a linguagem, próprio do texto literário. No caso, a gradação usada pelo autor enfatiza a precariedade das habitações, em ritmo crescente, que vai das casas, passa pelos casebres e barracões e chega até as choças.

• Na sua opinião, ele começou pela habitação mais precária ou terminou por ela? Haveria alguma diferença no sentido do texto se ele invertesse a ordem? Reflita: “Há choças, barracões, casebres, casinhas e casas por toda parte”. 4. Explique, com suas palavras, o sentido das expressões usadas pelo autor:

a) barracos com “paredes duvidosas”. b) “coroas dos morros”. . Que tipos de material são usados nas construções das moradias a que se refere o autor?

. Em que tipo de lugar foram construídas as moradias citadas no trecho do romance?

. O autor escreveu esse texto há cerca de cem anos. Será que esse tipo de habitação ainda existe? Por quê?

. O texto apresenta uma crítica ao governo da época. Em que trecho ele fica mais evidente?

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NA MINHA CIDADE TEM... PARA LER FOTOGRAFIA

Ale Ruaro / Pulsar Imagens

Ricardo Azoury /Pulsar Imagens

Reuna-se com um colega e, observem as imagens a seguir com diferentes tipos de moradia. A partir delas, respondam às questões.

Prédio residenciais no bairro Ponta Negra, próximo ao Rio Negro (ao fundo). Manaus (AM), 2010. Mauricio Simonetti / Pulsar Imagens

Favela do Papagaio no Morro do Papagaio. Belo Horizonte (MG), 2011.

G. Evangelista / Opção Brasil Imagens

Habitação de alvenaria em Santa Catarina, 2012.

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Edu Lyra / Pulsar Imagens

Conjunto habitacional em Tancredo Neves. Paulo Afonso (BA), 2012.

Habitação de madeira no estilo marajoara. Ilha do Marajó (PA), 2012.

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1. Faça uma lista com as características principais de cada tipo de moradia que você observou.

2. Como você descreveria as pessoas que vivem em cada um dos tipos de habitação mostrados nas figuras?

3. Existem em sua cidade residências como as que aparecem nas figuras? Dê dois exemplos e escreva duas diferenças entre as moradias que você citou.

4. Em sua opinião, a maioria da população de sua cidade vive em casas adequadas? Explique sua resposta.

. Em sua opinião, o que é preciso fazer para que as pessoas tenham melhores condições de habitação em sua cidade? Quais são os governos responsáveis por isso? Compare a resposta de sua dupla com a de outros colegas.

PARA PESQUISAR Com um pequeno grupo de colegas, faça uma pesquisa sobre as condições das vias públicas e do sistema de transporte existente na sua cidade. Considere o que você e seus colegas observam nos trajetos diários. Siga este roteiro. Anote suas observações no caderno. • Como é a pavimentação das ruas? • As ruas e avenidas são bem sinalizadas e dispõem de semáforos em quantidade suficiente?

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• É comum a ocorrência de congestionamentos em ruas da cidade? • A maioria das pessoas se desloca de casa para o trabalho ou para a escola a pé, usando transporte coletivo (ônibus, peruas, trem, metrô) ou transporte individual (automóvel, moto, bicicleta)? Quem são os usuários do transporte coletivo? E do transporte individual? • Os transportes coletivos ligam apenas os bairros ao centro ou circulam também entre bairros? • Existe uma boa oferta de transporte coletivo fora do horário de trabalho diurno? • Quais os preços pagos no transporte coletivo? Em sua opinião, eles são acessíveis às pessoas mais pobres? • As calçadas nas áreas centrais e nos bairros são adequadas para a circulação de pedestres?

ESCREVENDO MURAL INTERATIVO Com base nos resultados da pesquisa de seu grupo, elaborem um mural interativo sobre o sistema de transportes de sua cidade, com seus pontos positivos e problemas: • Colem fotografias, desenhos e outras figuras. • Escrevam legendas para essas imagens, destacando a situação apresentada. • Reservem um espaço para que cada aluno escreva um comentário crítico, respondendo à questão: “Qual a sua sugestão para os transportes nas grandes cidades?”. • Deixem espaço para outras pessoas também contribuírem com o mural. • Criem um título para o mural e montem-no em local visível na escola.

EM GRUPOS

Essa mesma atividade pode ser adaptada para a produção de um blog. As imagens seriam transformadas em postagens, comentadas pelos alunos e pelos internautas que quisessem. Caso decida produzir com eles o blog, incentive a comunidade escolar e não escolar a visitá-lo e deixar seus comentários.

A partir dos resultados da pesquisa, discuta com seus colegas: 1. Os transportes da sua cidade atendem às necessidades da população? 2. As distâncias para você e seus colegas irem de casa para o trabalho ou para a escola podem ser percorridas facilmente ou não? 3. As pessoas encontram boas condições para se movimentar na sua cidade?

MAPEANDO A SUA CIDADE PARA LER PLANTA DE CIDADE A planta de um bairro ou de uma cidade é uma representação que mostra o traçado de ruas, praças e avenidas, seus nomes e o percurso das linhas de ônibus. Nas plantas aparecem também pontos de referências importantes, como igrejas, estações de metrô, edifícios públicos e outros.

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MELLET, Luiz Ernesto

Observe a seguir a planta de um pequeno trecho da cidade do Recife (PE), mostrando a área do porto e um bairro do Recife antigo.

EM AÇÃO 1. Faça uma lista com os elementos representados na planta.

2. O que são os traçados em branco na planta?

3. Converse com os colegas e responda: O que são as áreas coloridas de azul?

4. A planta mostra a localização de prédios públicos? Quais?

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. Descreva um trajeto para ir da rua Cais do Apolo até a avenida Alfredo Lisboa.

ESCREVENDO UMA PLANTA Com a ajuda de seu professor e com alguns colegas, você vai preparar uma planta do bairro ou da área central de sua cidade. Siga o roteiro: 1. Identifique na planta elementos como centro comercial, igrejas, lojas, serviços, residências, entre outros. 2. Crie um símbolo para cada um desses elementos. Assinale na planta a localização dos elementos com os símbolos que você criou. 3. Pinte de amarelo ruas, praças e avenidas principais. 4. No canto direito, abaixo da planta, desenhe um quadrinho com os símbolos que você criou. Ao lado, escreva o que cada um representa. Esta é a legenda! . Crie um título para a planta que você acabou de fazer.

POBREZA E RIQUEZA EM CIDADES BRASILEIRAS EM RODA Não é difícil encontrar em cidades de nosso país bairros precários, nos quais faltam redes de água e esgoto, iluminação, ruas pavimentadas, escolas, creches, parques públicos e outros serviços e equipamentos. Muitas dessas áreas, habitadas pelos mais carentes, ficam afastadas do centro principal da cidade. Já os bairros com melhor estrutura, ocupados pelas pessoas de mais recursos, ficam, em geral, mais próximos das áreas centrais. Mas lembre-se: isso não é uma regra geral. Em especial nas grandes cidades, a pobreza também está no centro. Converse com seus colegas: • Existem divisões como essas em sua cidade? • Há diferenças entre os espaços? Quais são elas? • Onde vivem os mais pobres? E os mais ricos? • Existem bairros com mistura de pessoas e diferentes usos do solo, como o residencial e o comercial? • Como é a vida nesses lugares?

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PARA LER FOTOGRAFIA

Roberto Ramos/DP/D.A Press

Gerson Gerloff / Pulsar Imagens

As fotografias a seguir mostram diferentes aspectos de cidades brasileiras. Observe cada uma delas e responda, em dupla, às questões.

Área de comércio e lazer noturno na rua da Moeda. Recife (PE), 2012.

Luciana Whitaker/Pulsar Imagens

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Rua em bairro de classe média. Concórdia (SC), 2012.

Favela construída embaixo de viaduto. São Paulo (SP), 2013.

Moradias construídas ao lado de esgoto despejado no Rio Suruí. Magé (RJ), 2012.

1. Descreva as áreas onde vivem ou circulam as pessoas mais pobres.

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2. Descreva as áreas onde vivem ou circulam os mais ricos.

3. Em sua opinião, por que os mais pobres vivem em áreas mais precárias, no centro ou na periferia das cidades?

4. Converse com seus colegas e responda: O que é melhor para a cidade, bairros com mistura de pessoas e de usos do solo ou bairros com uma só classe social e um único tipo de uso? Explique sua resposta.

CIDADE: ESPAÇO DE TROCAS EM RODA Leia o título acima. Que assunto você imagina que será tratado no texto a seguir? Agora, pense em sua cidade e discuta com seus colegas: • Sua cidade é um espaço de trocas? Onde isso acontece? • Essas trocas só ocorrem por meio do dinheiro ou há outras formas de elas serem realizadas?

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Espaço de trocas Desde que surgiram as primeiras cidades, há alguns milhares de anos, elas se organizaram como espaço de trocas. Como assim? Uma das atividades mais comuns na cidade é o comércio. Muitas cidades começaram a existir a partir de um mercado, local onde produtores rurais e comerciantes iam vender as suas mercadorias, ou seja, onde se realizavam trocas de dinheiro por produtos, ou mesmo de produtos por outros produtos. Nos últimos duzentos anos, as cidades têm sido também o lugar das indústrias, da fabricação de produtos com a utilização de máquinas e trabalhadores.

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A cidade também é o lugar das trocas por concentrar um grande número de pessoas em um mesmo espaço. Assim, existem trocas entre diferentes hábitos culturais, línguas e experiências de vida. A cidade é o lugar onde circulam muitas pessoas e se desenvolvem atividades artísticas e diferentes formas de lazer, como as atividades esportivas.

PARA LER LETRA DE CANÇÃO Leia atentamente a letra desta canção, gravada por Luiz Gonzaga e que se tornou muito conhecida no Brasil. Depois, converse com os colegas sobre as questões que seguem a letra da canção e escreva suas conclusões. Se possível, escute essa canção na internet com seus alunos.

A feira de Caruaru A feira de Caruaru Faz gosto da gente ver De tudo que há no mundo Nela tem pra vender Na feira de Caruaru Tem massa de mandioca Batata assada Tem ovo cru Banana, laranja e manga Batata doce, queijo e caju Cenoura, jabuticaba, Guiné, galinha, Pato e peru Tem bode, carneiro e porco Se duvidar isso é cururu Tem cesto, balaio, corda Tamanco, grelha, tem boi tatu Tem fumo, tem tabaqueiro Tem tudo e chifre De boi zebu Caneco, alcoviteiro Peneira, boi Mel de uruçu Tem calça de arvorada Que é pra matuto Não andar nu Na feira de Caruaru Tem coisa pra gente ver

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De tudo que há no mundo Nela tem pra vender Na feira de Caruaru Tem rede, tem baleeira, Mó de menino Caçar nhandu Maxixe, cebola verde, Tomate, coentro, Coco e chuchu Almoço feito na corda, Pirão mexido Que nem angu, Mobília de tamborete Feita de tronco de mulungu

Tem louça, tem ferro velho, Sorvete de raspa Que faz jaú Gelado, caldo de cana Fruta de parme E mandacaru Boneco de Vitalino Que são conhecido Até no Sul, De tudo que há no mundo Tem na feira de Caruaru A feira de Caruaru... Onildo Almeida.

1. A canção faz referência à feira que ocorre na cidade de Caruaru. Você conhece essa cidade? Sabe onde fica? Já visitou? Se possível, mostre aos alunos, no mapa do Brasil, onde fica a cidade de Caruaru. Contextualize que fica no estado de Pernambuco, na região Nordeste. A localização geográfica pode ajudar os alunos a compreender a oferta de certos produtos na feira, hábitos alimentares e outros costumes do local, além do uso de certas expressões regionais.

2. Há palavras na canção que você não conhece? Quais? Busque o significado dessas palavras no dicionário.

3. Todos os produtos que são citados na canção são conhecidos na região onde você mora? Eles possuem outras denominações? Liste as palavras como foram escritas na canção e como você as conhece no dia a dia.

4. Com base nas mercadorias citadas na canção, a que tipo de feira o compositor se refere? Existe esse tipo de feira em sua cidade? Se não, onde você faz suas compras?

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA A língua também varia dependendo do espaço em que nascem, moram e trabalham as pessoas. Dependendo de quem canta a canção, algumas palavras podem ser pronunpossível que alguns alunos também sejam falantes de variedades linguísticas em que se ciadas de mais de uma maneira. Épronuncia “veio” para velho; “carça” para calça, por exemplo. Ressalte que os intérpretes que Por exemplo, como você falaria as palavras calça, velho e louça? E alcoviteiro? consagraram a canção no Brasil, como Luiz Gonzaga, usavam variedades regionais. Se possível, escute Agora, discuta com seus colegas: com eles alguma gravação da canção com esse intérprete. Ajude-os, ainda, a reconhecer 232

outras possibilidades de pronúncia, muitas vezes, pouco percebidas, tais como /velhu/, /calça/, com o L retroflexo (“enrolando” a língua), entre outras possibilidades.

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• Por que, apesar de tantos modos diferentes de se pronunciar essas e outras palavras, existe um modo de escrevê-las que é considerado padrão? • Se nós pudéssemos escrever as palavras como cada um fala, haveria muitas formas Discuta com os alunos o fato de que as convenções ortográficas buscam também diferentes de escrita das palavras? garantir que qualquer falante possa compreender o texto escrito na sua língua, da variedade linguística de quem o produziu, já que • Isso ajudaria a leitura ou traria dificuldade? independentemente a grafia única elimina as variações de pronúncia das palavras, corriqueiras em qualquer língua.

Ao cantar a canção, é possível pronunciar algumas palavras da forma como se fala. No registro escrito da letra da canção, escolheu-se a grafia padrão para escrever as palavras. Mas cada um sempre pode cantar as canções do seu jeito, pronunciando as palavras do jeito que sabe, com seu sotaque, ou como prefere. Isso, aliás, é parte da riqueza das interpretações artísticas! Aproveite para ressaltar que, ao cantar a canção, o intérprete pode se aproximar de pronúncias regionais.

ESCREVENDO CARTA

O intérprete Luiz Gonzaga, por exemplo, nascido no sertão nordestino, traz na sua interpretação as características de certos modos de falar. Essas características são parte da identidade artística da canção e constituem parte do trabalho estético nesse tipo de criação literária.

Com um pequeno grupo de colegas, prepare uma carta às autoridades de seu município solicitando melhorias. Diferentemente das cartas pessoais, esta reivindica ou pretende alcançar melhorias ou a defesa de certos interesses de uma comunidade. Para isso, siga as orientações: • Prepare uma lista com os principais problemas existentes no seu município: saúde, educação, transporte, habitação, asfaltamento, coleta de lixo, instalação de redes de água e esgoto, construção de parques e de centros públicos de lazer e outros.

• Com a ajuda de seu professor, descubra quais são as autoridades responsáveis pelos setores em que os problemas são mais graves (prefeito, vereadores, governador do estado e outros).

• Elabore a carta no caderno considerando o seguinte roteiro:

a) defina quem será o destinatário da carta; b) defina também a solicitação a ser feita às autoridades competentes; c) identifique os emissários da carta; d) solicite envio de resposta pelas autoridades.

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Capítulo

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A modernização do campo no Brasil

EM RODA Em 1940, há pouco mais de 70 anos, cerca de 70% dos brasileiros viviam no campo. Isso significa, numa conta simples, que, naquele momento, sete em cada dez brasileiros viviam no meio rural. No ano de 2007, por sua vez, esse número mudou bastante: nesse momento, oito em cada dez brasileiros moravam em cidades. Isso quer dizer que apenas duas em cada dez pessoas viviam no campo nesse ano. Como veremos a seguir, muita coisa mudou durante esse tempo. Agora, com sua turma, responda: 1. Você mora no campo ou na cidade? 2. E sua família, mora (morava) no campo ou na cidade? 3. Na sua opinião, por que tantas pessoas saem do campo para ir morar na cidade?

BRASIL: AS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO RURAL PARA LER FOTOGRAFIA

Paulo Fridman / Pulsar imagens

Cesar Diniz/Pulsar Imagens

Observe as imagens a seguir:

Lavrador usando um arado de tração animal. Piquete (SP), 2012.

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Colheitadeiras de soja em fazenda na zona rural. Tangará da Serra (MT), 2012.

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João Prudente/Pulsar Imagens

Rogério Reis/Pulsar Imagens Paulo Fridman / Pulsar Imagens

Ordenha mecânica. Vila Nova dos Martírios (MA), 2008.

Colheita manual de café. Cabo Verde (MG), 2011.

Irrigação de plantação em zona rural por meio de pivô. Sousa (PB), 2011.

EM AÇÃO Em dupla, e com a ajuda de seu professor, responda às questões a seguir. 1. Descreva o que você observou em cada uma das fotografias.

2. Com base nas imagens, anote as diferenças e semelhanças em relação à atividade e à forma como é feito o trabalho no meio rural hoje.

3. Pelo que você observou, quais são as técnicas e os equipamentos utilizados em cada situação?

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4. Em sua opinião, quais dessas atividades empregam menor número de trabalhadores? E quais utilizam mais mão de obra?

As fotografias mostram diferentes cenários do meio rural atual no Brasil. Em alguns anos, em especial a partir da década de 1960, houve muitas transformações no campo em nosso país. Elas estão relacionadas às mudanças também ocorridas nas cidades, que passaram a sediar uma série de indústrias, como as fábricas de produtos químicos, de fertilizantes, de máquinas e veículos agrícolas – como os tratores – entre outras. Assim, com o tempo, a industrialização do país começou a influenciar as atividades agrícolas. Aos poucos, foram introduzidas novas máquinas, como GLOSSÁRIO as colheitadeiras, semeadeiras e veículos equipados para Agroindústria: fábrica encarregada de transformar matérias-primas arar a terra. Para aumentar a produtividade, começaram a vegetais em produtos, como as ser aplicados fertilizantes e defensivos agrícolas, seja para de suco de laranja ou de ração à fertilizar os solos, seja para combater as pragas nos cultivos. base de soja. Produtividade: utilização dos Outra mudança importante foi a instalação de sistemas recursos produtivos para alcançar de irrigação em grandes áreas de cultivo, fornecendo a água a máxima produção no menor no momento certo e na dose certa. Ao mesmo tempo, houve tempo possível e com os menores custos. melhoramento de sementes, adaptando-as aos lugares mais secos ou a solos menos férteis. Cruzamentos de espécies animais, medicamentos e rações preparadas também fizeram a criação de gado ser muito mais produtiva. Essas mudanças, chamadas de modernização do campo, tornaram o Brasil um dos principais produtores agrícolas do mundo. Mas, como sempre, há o outro lado da moeda. Sabe-se que o maior número de máquinas agrícolas dispensa mão de obra, reduzindo a oferta de trabalho agrícola. Aos poucos, muitos pequenos produtores foram obrigados a vender suas terras e migrar. Além disso, extensas monoculturas são tocadas por grandes proprietários de terra, empresas exportadoras e agroindústrias – fábricas encarregadas de transformar matérias-primas vegetais em produtos, como as de suco de laranja ou de ração à base de soja.

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Leia o texto a seguir e responda às questões. Antigamente as galinhas, e os galos também, eram criados soltos nas fazendas e sítios. Ciscavam, comiam minhocas, restos de alimentos e às vezes até mesmo um pouco de milho. Punham uma certa quantidade de ovos – uma ninhada de doze, quinze – e depois iam chocá-los durante semanas seguidas. Mesmo que os ovos fossem retirados, periodicamente as galinhas paravam de botar [...].

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Mas logo descobriu-se que essa parte do processo de procriação das aves podia ser feita pela incubadora (ou chocadeira) elétrica. E com maior eficiência que a própria galinha, uma vez que permitia controlar melhor a temperatura e evitar quebra dos ovos. Tornou-se necessário então fabricar uma galinha que não perdesse tempo chocando, isto é, que se limitasse a produzir ovos todo o tempo de sua vida útil. Evidentemente, uma produção assim mais intensiva não era possível ser conseguida com galinhas que ciscassem e se alimentassem à base de engolir minhocas e restos de comida. Foi preciso fabricar uma nova alimentação para essas galinhas – as rações – que possibilitassem sustentar essa postura. Além de melhor alimentação, as aves foram confinadas em pequenos cubículos metálicos, para que não desperdiçassem energia ciscando.

Palê Zuppani/Pulsar Imagens

José Graziano da Silva. O que é questão agrária. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 15. (Fragmento).

Criação de aves para o abate. Teresina (PI), 2008.

1. O que ocorreu com as galinhas, segundo o texto?

2. Por que foram introduzidas as mudanças mencionadas no texto? Que outras técnicas e equipamentos passaram a ser utilizados na criação de frangos?

3. Em sua opinião, quais podem ter sido os efeitos dessas mudanças? São efeitos negativos, positivos ou ambos? Explique sua resposta.

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PARA LER TABELA A tabela abaixo mostra alguns resultados da produção agropecuária no Brasil. Junto com um colega, leia os dados da tabela e responda às perguntas a seguir. TABELA – PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO BRASIL E NO MUNDO (2010) Posição do Brasil

Produto

Outros grandes produtores

Café

1o

Vietnã (2o), Indonésia (3o)

Laranja

1o

Estados Unidos (2o), Índia (3o)

Cana-de-açúcar 1o

Índia (2o), China (3o)

Abacaxi

1o

Filipinas (2o), Costa Rica (3o)

Caju

1o

Mali (2o), Madagascar (3o)

Feijão

2o

Índia (1o), Myanmar (3o)

Soja

2o

Estados Unidos (1o), Argentina (3o)

Carne bovina

2o

Estados Unidos (1o), China (3o)

Carne de frango 3o

Estados Unidos (1o), China (2o)

Milho

Estados Unidos (1o), China (2o)

3o

Fonte: Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Disponível em: <http://faostat.fao.org/site/339/default.aspx>. Acesso em: 16 dez. 2012.

1. O Brasil é o maior produtor mundial de quais produtos?

2. E ele está entre os grandes produtores de quais outros produtos?

3. Cite o nome de dois países, além do Brasil, que também são grandes produtores mundiais.

4. Converse com seu colega e responda: Para onde vocês acham que vai a soja produzida no Brasil? Ela abastece as pessoas que vivem no país ou vai para outros países?

5. Em sua opinião, quem consome produtos como café, feijão e banana no Brasil?

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PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Produzimos para quem? Todos os anos, ouvimos falar que o Brasil novamente quebrou o recorde da produção de grãos. Significa que, a cada ano, a produção e a produtividade agrícola no país aumentam, fazendo com que o volume obtido seja maior que o do ano anterior. Assim tem acontecido com os grãos. Que produtos são esses? Entre eles estão a soja, o milho, o arroz e o feijão. Alguns desses produtos são destinados ao GLOSSÁRIO mercado externo. Ou seja, boa parte da produção Mercado externo: negócio é vendida a outros países. Um exemplo é a soja, comercial, de bens e serviços de diferentes setores econômicos, comprada em grandes quantidades pela China. Nafeito entre diveros países. quele país, ela deverá servir, entre outras coisas, para alimentar o rebanho suíno. Assim, não se destina ao abastecimento alimentar humano, mas ao de animais. Significa que parte dos recursos naturais do nosso país, como a água e os solos, é utilizada para engordar os porcos criados na China. Algumas culturas agrícolas são tradicionalmente voltadas ao mercado interno, para abastecer a população brasileira. Entre eles, estão gêneros alimentícios como o arroz, o feijão, a mandioca e o milho. O café e a cana-de-açúcar também abastecem, em parte, o mercado interno. Não é raro acontecer de muitas dessas culturas deixarem de ser produzidas para dar lugar a culturas de exportação. Isso pode trazer problemas de abastecimento e prejudicar pequenos agricultores, principais responsáveis pelo cultivo de alimentos no país. 1. Quem consome parte da soja produzida no Brasil?

2. Que produtos agrícolas produzidos no nosso país geralmente são consumidos aqui mesmo? Oriente seus alunos para consultarem mapas animados que mostram as diferenças na produção agropecuária. Ao digitar o termo “mapas distorcidos” em um site de busca, busque dados sobre a produção agropecuária.

3. Por que muitas vezes certos produtos deixam de ser produzidos no Brasil? Quais são as consequências geradas?

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PARA LER LETRA DE CANÇÃO A letra de canção a seguir é uma marchinha de carnaval, composta por Braguinha (apelido de João de Barro) e Alberto Ribeiro, lançada em 1938. Leia-a com atenção e responda às questões.

Yes, nós temos banana Yes, nós temos bananas Bananas pra dar e vender Banana, menina, tem vitamina Banana engorda e faz crescer Vai para a França o café, pois é Para o Japão o algodão, pois não Pro mundo inteiro, homem ou mulher Bananas para quem quiser Mate para o Paraguai Ouro do bolso da gente não sai Somos da crise, se ela vier Bananas para quem quiser João de Barro e Alberto Ribeiro. Yes, nós temos Braguinha. São Paulo: Funarte, 1987. Faixa 3.

1. As letras de marchinhas de carnaval costumam ser engraçadas, leves. É possível dizer isso da letra que você leu? Por quê?

2. Copie o quadro a seguir no caderno e complete-o com os produtos que são citados no texto e com os respectivos países que os importam. PRODUTOS

PAÍSES QUE EXPORTAM

3. Analisando a canção, é possível imaginar qual cultura agrícola tinha maior produção na época? Explique com partes do texto.

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“República de bananas”? Na época do lançamento da marchinha, a expressão “república de bananas” (“bananas republic”) era usada pelos estadunidenses em referência aos países da América do Sul e América Central. Ela significava que o país era pobre e submisso a um país rico. A marchinha “Yes, nós temos banana” é uma espécie de resposta bem-humorada a essa expressão negativa usada para o nosso país.

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A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO BRASIL PARA LER MAPA

Mapa 1 – Brasil: Produção de soja, 2009

Maps World

Os mapas a seguir mostram as principais regiões produtoras de algumas culturas agrícolas e de criação de animais.

Mapa 2 – Brasil: Produção de laranja, 2009

Maps World

Com base em IBGE. Disponível em: <http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/ atlas/wmapas_brasil/brasil_distribuicao_ de_soja.pdf>. Acesso em 6 mai. 2013.

Com base em IBGE. Disponível em: <http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/ atlas/mapas_brasil/brasil_culturas_ permanentes.pdf>. Acesso em 6 mai. 2013.

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Maps World

Mapa 3 – Brasil: Produção de arroz, 2009

Mapa 4 – Brasil: Rebanho bovino, 2009

Maps World

Com base em IBGE. Disponível em: <http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/ atlas/mapas_brasil/brasil_culturas_ temporarias.pdf >. Acesso em 6 mai. 2013.

Com base em IBGE. Disponível em: <http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/ atlas/mapas_brasil/brasil_pecuaria_bovino. pdf>. Acesso em 6 mai. 2013.

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Com mais um colega, e com a ajuda do professor, observe e compare os mapas e responda às perguntas. Repare que, em todos os mapas, os círculos maiores representam maior valor da produção (em reais). No mapa de rebanho bovino, os círculos se referem à quantidade de cabeças de gado. 1. Cite o nome de três estados que são grandes produtores de soja no Brasil. Faça o mesmo para a produção de arroz, e de laranja e para a criação de gado.

2. De acordo com os mapas, quais dessas culturas possuem uma distribuição mais ampla das áreas produtoras?

3. Quais culturas são produzidas em áreas especializadas?

4. Na opinião da dupla, como essa distribuição se relaciona com a modernização do campo no Brasil?

5. Localize seu estado nos mapas e responda:

a) Em 1999, houve produção de arroz, soja ou laranja em seu estado? b) Em comparação com os outros estados da sua região (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste ou Sul), o que você pode informar sobre a produção agrícola do seu estado em 1999?

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Com a modernização do meio rural no Brasil nas últimas décadas, algumas culturas avançaram para regiões do território nacional onde antes não estavam presentes. Um exemplo é a cultura da soja, que avançou pelos cerrados na região Centro-Oeste. Para que isso acontecesse, foi preciso aplicar adubos químicos e corretivos ao solo, além de criar variedades de soja adaptadas ao clima tropical

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da região (seco e com temperaturas amenas no inverno e quente e com chuvas no verão). Hoje, a soja avança também para áreas do Nordeste, em especial Bahia, Maranhão e Piauí. No caso da laranja, o maior produtor é o estado de São Paulo, que conta com áreas muito modernizadas. Outras tradicionais culturas de alimentos, como a do arroz, têm áreas de cultivo espalhadas pelo território. A criação de gado bovino, que hoje utiliza equipamentos, medicamentos e técnicas sanitárias sofisticados, também tem ampla distribuição. Mas os principais produtores também estão no Centro-Oeste, em especial nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nesses estados e em São Paulo estão grandes frigoríficos responsáveis pela exportação de carne bovina para vários países. As grandes culturas agrícolas e a criação de animais, embora sejam muito produtivas, colocam em risco, com seu avanço, os ambientes e re- GLOSSÁRIO cursos naturais. Houve, por exemplo, uma grande perda de áreas Fauna: conjunto de de cerrado nos últimos anos. Especialistas costumam dizer que espécies animais características de a melhor saída é tornar as culturas mais produtivas e evitar abrir uma determinada novas áreas de cultivo. Ou, ainda, instalar cultivos e criação em área ou região. áreas já desmatadas. Flora: conjunto de espécies vegetais A invasão de grandes áreas de mata por monoculturas de cana, características de trigo, milho ou soja causa o desaparecimento de milhares de espéuma determinada cies da fauna e da flora. Isso acontece porque os animais e vegetais área ou região. que existiam na mata dependiam uns dos outros para sobreviver. O que é um ecossistema

Animais e plantas fazem parte da comunidade viva, componente dos ecossistemas. Na fotografia, uma onça-pintada no Pantanal do Mato Grosso, 2012.

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Mario Friedlander / Pulsar Imagens

Mario Friedlander / Pulsar Imagens

Ecossistema é o conjunto de seres vivos e do meio ambiente em que eles vivem. Inclui, também, todas as interações dos seres vivos entre si e com o meio. Exemplos: uma floresta, um rio, um lago ou um jardim. A camada ao redor da Terra onde vivem todos os organismos vivos, chamada de biosfera, também é considerada por alguns cientistas como um enorme ecossistema. Os ecossistemas têm dois componentes básicos: • as comunidades i as ue inc uem as p antas os animais e os micro organismos componente i tico) • os e ementos sicos e u micos ue inc uem o so o a gua o ar os gases a energia e todas as substâncias que estão presentes no meio ambiente (componente abiótico).

O meio ambiente é composto de elementos físicos e químicos, como a água. Na fotografia, cachoeira no Rio da Casca (MT), 2011.

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EM AÇÃO O texto a seguir conta a história de uma mata que se formou e, depois, foi derrubada. Mas as frases estão colocadas fora de ordem. Com a ajuda de seu professor, leia cada uma das frases e, depois, coloque-as na ordem correta. ( 1 ) No início, não encontramos nenhum animal ou vegetal, apenas as rochas e o solo nu. ( ) Os vegetais e os animais vão mudando o ambiente e uma vegetação mais densa vai tomando conta da região. Árvores e animais maiores já conseguem se estabelecer nesse ambiente. A partir dessa fase, o ecossistema tende ao equilíbrio. ( ) Grandes áreas de vegetação são derrubadas. É instalada uma monocultura de soja. Os animais que viviam no local morrem ou migram para outras regiões.

GLOSSÁRIO

Denso: que existe em grande quantidade e por todos os lados. Migrar: mudar de lugar.

( ) O solo começa a ser recoberto por algumas espécies vegetais. Elas são chamadas pioneiras porque conseguem sobreviver no ambiente desfavorável. Alguns insetos chegam à região e se estabelecem. Algumas sementes chegam transportadas pelo vento ou por animais que vêm à procura de alimento. ( ) As espécies pioneiras vão mudando aos poucos as condições do solo. Isso permite o desenvolvimento de novas espécies vegetais. Surgem alguns arbustos e animais pequenos. ( ) A monocultura permanece no mesmo local por muitos anos. O solo vai ficando cada vez mais pobre. Depois de algum tempo a área é abandonada porque a produção de soja não está dando lucro. ( ) Serão necessários muitos e muitos anos para que seja possível chegar novamente a um estágio de equilíbrio.

EM RODA Na história que você acabou de ler, a mata original constituía um ecossistema em equilíbrio. A derrubada da mata e a sua substituição por uma monocultura destruíram o equilíbrio desse ecossistema. Reúna-se com um pequeno grupo de colegas e discutam as seguintes questões: • O ser humano pode interferir de outras maneiras num ecossistema? • A ação humana nos ecossistemas é sempre negativa ou pode ser positiva? • O que você acha que acontece com a fauna e a flora de uma região quando os pequenos produtores vendem suas propriedades para a instalação de uma monocultura? E com as famílias que viviam na região? • Na cidade ou região onde você mora, ocorrem muitas interferências no meio ambiente? Essas interferências são positivas ou negativas? Procure identificar uma interferência negativa e uma positiva.

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Capítulo

5

De quem é essa terra?

EM RODA Uma das questões mais importantes de nosso país é a da propriedade da terra. Para começar a entendê-la, é preciso saber primeiro o que é propriedade. Faça no caderno uma lista daquilo que você considera sua propriedade. Em seguida, responda: Por que esses itens são sua propriedade? O que garante a você o direito de ser proprietário desses itens? Discuta suas respostas com os colegas. De acordo com as conclusões do grupo sobre o que é propriedade, verifique se você ainda consideraria tudo o que colocou na sua lista como sua propriedade.

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Como já explicamos no capítulo 1, para ler melhor um texto expositivo, você deve estar atento ao assunto principal e às informações que vão sendo apresentadas. Leia a primeira frase do texto e pense: Que tipo de informações espero encontrar ao ler o texto a seguir? Fique atento às palavras e expressões GLOSSÁRIO que tragam informações sobre a questão da propriedade. Inviolabilidade: o que não pode ser violado, desrespeitado. Se preferir, circule-as com lápis no próprio texto. Na sociedade em que vivemos, a propriedade é uma das bases da organização da vida social. A Constituição Federal do Brasil, a lei maior do país, aprovada em 1988, informa no seu artigo 5o que: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Quando alguém compra uma casa ou um carro, por exemplo, recebe um documento reconhecido pelo Estado que atesta a sua propriedade sobre aquele bem. A propriedade da terra está no mesmo caso. Por meio dela, pode-se garantir a subsistência familiar ou realizar investimentos que gerem lucros. Um pequeno lavrador pode garantir o alimento de sua família e ganhar algum dinheiro com a parte da produção que consegue vender. Já um grande produtor cultiva produtos agrícolas ou cria animais que podem gerar grandes lucros. Mas atenção: como veremos adiante, a propriedade da terra é obtida por meio da compra, o que significa que nem todos têm essa possibilidade. É importante lembrar também que em outras sociedades, como os povos indígenas que vivem no Brasil, não existe a figura da propriedade individual dos bens. A terra, por exemplo, pertence a todos os membros do grupo. 246

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1. O que o artigo 5o da Constituição brasileira diz sobre a questão da propriedade?

2. Na sua opinião, o artigo 5o da Constituição brasileira é respeitado? Por quê? Dê dois exemplos de desrespeito a esse artigo que você conheça.

3. O texto cita dois exemplos de proprietários de terras no Brasil. Existem diferenças entre eles? Quais?

EM RODA Quando se fala na propriedade da terra no Brasil, logo surgem algumas perguntas: • A terra é distribuída igualmente no Brasil? • Quem são os grandes proprietários, seja no campo, seja na cidade? • Por que muitos grupos ainda lutam pela terra em nosso país? Converse com seus colegas sobre essas questões. A seguir, preparem um quadro com alguns dos proprietários de terra que vocês conhecem, no campo ou na cidade. Comparem os resultados com os dos demais grupos.

PARA LER GRÁFICO Brasil: Área dos estabelecimentos rurais, segundo o estrato de área (1985) 200 000 000 163 940 667 150 000 000

Planeta Terra Design

Observe os gráficos a seguir e responda às questões.

131 432 667

100 000 000 69 565 161 menos de 10 ha

50 000 000

de 10 ha a menos de 100 ha 9 986 637 0

de 100 ha a menos de 1 000 ha 1000 ha e mais

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300 000 000 298 064 147 250 000 000

Planeta Terra Design

Brasil: Área dos estabelecimentos rurais, segundo o estrato de área (2009)

200 000 000 175 455 900 150 000 000 100 000 000

90 005 536

menos de 10 ha de 10 ha a menos de 100 ha

50 000 000 8 215 337 0

de 100 ha a menos de 1000 ha 1 000 ha e mais

Fonte: Incra. Sistema Nacional de Cadastro Rural. Situação em 1985 e 2009. Incra exclui 273 849 imóveis rurais com dados inconsistentes. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/anu/anuarioRural/anuarioRural10-11.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2012.

Na legenda dos gráficos, as áreas dos estabelecimentos rurais estão em hectares (cujo símbolo é ha). Um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados. É a medida normalmente usada para indicar o tamanho de uma propriedade rural.

Em dupla e com a ajuda do professor, respondam: 1. Qual é o órgão que obteve os dados apresentados? Que pesquisas foram feitas para obtê-los e em quais períodos?

2. Observem a evolução da área ocupada pelas terras de diferentes tamanhos. O que ocorreu ao longo do tempo em todos os casos?

3. Comparem a área total ocupada pelas propriedades rurais de acordo com o tamanho. Qual dessas faixas de extensão ocupa a maior proporção em relação ao total da área dos estabelecimentos rurais no país?

4. De acordo com os resultados da pergunta anterior, respondam: O que explica essa distribuição das terras no Brasil?

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5. Na opinião da dupla, quais são as consequências dessa distribuição de terra para os pequenos agricultores? O que seria preciso fazer no Brasil para resolver essa situação?

PARA LER POEMA O poema que você vai ler agora foi escrito por Cora Coralina, poetisa nascida em Goiás Velho, no estado de Goiás. Ela publicou seu primeiro livro aos 75 anos, embora já escrevesse desde os 14 anos. Seus poemas se relacionam muito com sua vida, que esteve ligada ao cultivo da terra. Leia individualmente na primeira vez, em voz baixa. Depois, acompanhe a leitura feita pelo professor. O poema ganha uma beleza especial quando é lido em voz alta, com emoção. Boa leitura. GLOSSÁRIO

Cântico: hino em ação de graças, canto. Gleba: subdivisão das terras; terreno para o cultivo.

O cântico da terra Eu sou a terra, eu sou a vida. Do meu barro primeiro veio o homem. De mim veio a mulher e veio o amor. Veio a árvore, veio a fonte. Vem o fruto e vem a flor. Eu sou a fonte original de toda vida. Sou o chão que se prende à tua casa. Sou a telha da coberta de teu lar. A mina constante de teu poço. Sou a espiga generosa de teu gado e certeza tranquila ao teu esforço. Sou a razão de tua vida. De mim vieste pela mão ao Criador, e a mim tu voltarás no fim da lida. Só em mim acharás descanso e paz. Eu sou a grande Mãe Universal. Tua filha, tua noiva e desposada. A mulher e o ventre que fecundas. Sou gleba, a gestação, eu sou o amor. A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu. Teu arado, tua foice, teu machado. O berço pequenino de teu filho. O algodão de tua veste

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e o pão de tua casa. E um dia bem distante a mim tu voltarás. E no canteiro materno de meu seio tranquilo dormirás. Plantemos a roça. Lavremos a gleba. Cuidemos do ninho, do gado e da tulha. Fartura teremos e donos do sítio felizes seremos.

GLOSSÁRIO

Tulha: lugar onde se guardam os grãos colhidos.

Cora Coralina. Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Global, 1989, p. 11.

Agora, responda às questões. 1. O texto diz que a terra nos oferece muitas coisas. Cite algumas.

2. Explique o que você entendeu do trecho a seguir: E um dia bem distante a mim tu voltarás. E no canteiro materno de meu seio tranquilo dormirás.

3. O trecho “Do meu barro primeiro veio o homem” se refere a um relato presente em um livro famoso. Você conhece esse relato? E o livro, qual é? Qual o significado desse trecho?

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4. Em sua opinião, o poema traz uma mensagem positiva ou negativa sobre a questão da terra? Como você chegou a essa conclusão?

EM GRUPOS Agora, com a classe dividida em grupos, recite com seus colegas o poema “O cântico da terra”. Recitar poemas é lê-los em voz alta, expressando alguma emoção. Para isso, é preciso “sentir” o que o poema diz e ensaiar várias vezes a maneira mais interessante de lê-lo em voz alta. No ensaio, os grupos devem escolher a melhor maneira de recitar o poema. Pode ser feito um recital, para outras turmas da escola, com a leitura expressiva de vários poemas.

A ORIGEM DA DESIGUALDADE

GLOSSÁRIO

Capitania hereditária: cada uma das grandes porções de terra doadas pelo rei de Portugal a nobres e a pessoas de sua confiança, durante o Brasil colônia. As terras eram passadas dos pais para os filhos, daí o nome “hereditárias”. Donatário: aquele que recebe uma doação; indivíduo beneficiado pela doação de terras.

Nos anos 1530, os colonizadores portugueses decidiram ocupar de fato as terras brasileiras. Além de comercializar o pau-brasil, queriam buscar novas formas de obter lucros com a colônia. Para isso, criaram as capitanias hereditárias. Dividiram a colônia em 15 grandes faixas de terra, que seriam entregues a capitães donatários. Esses eram homens escolhidos pelo rei de Portugal para povoar a capitania, praticar atividades econômicas – como a produção de cana-de-açúcar – e defender o território. Esse foi o início da formação de grandes propriedades de terra no Brasil, em geral concentradas nas mãos de poucos. O governo de Portugal também concedia as chamadas sesmarias, grandes faixas de terras entregues a colonizadores portugueses interessados em desenvolver atividades econômicas na colônia. O próprio capitão donatário, com autorização do rei, podia fazer a doação dessas sesmarias.

PARA LER MAPA O mapa a seguir, feito há mais de 400 anos pelo português Luiz Teixeira, mostra as capitanias hereditárias criadas no Brasil. As linhas horizontais marcam os limites dessas áreas. Repare que os contornos do país não são iguais aos dos mapas de hoje, que são muito mais precisos.

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Biblioteca da Ajuda, Lisboa

Mapa das capitanias hereditárias

Em dupla e com a ajuda do professor, respondam: 1. Comparem o mapa das capitanias com um mapa do Brasil atual. Em que parte do país situavam-se as capitanias?

2. No mapa lemos: Capitania de Francisco Barreto, Capitania de Jorge Dalbuquerque, Capitania de Francisco Giraldes. Por que esses nomes aparecem no mapa?

3. Com base no mapa, é possível afirmar que as capitanias hereditárias foram o começo da divisão da terra em grandes propriedades? Expliquem sua resposta.

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A REFORMA AGRÁRIA Há muito tempo tem-se pensado no que fazer para melhorar a distribuição das terras no Brasil. A Constituição brasileira prevê, no seu artigo 184, que: “Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização de títulos da dívida agrária [...] e cuja utilização será definida em lei”. O governo brasileiro pode, conforme a Constituição, se apossar de terras consideradas improdutivas, ou seja, que não estejam sendo cultivadas ou que não tenham criações de animais para a produção de leite ou carne. O governo paga, então, uma indenização ao proprietário dessas terras e as divide em lotes que serão entregues a famílias que não possuem terras.

PARA LER FOTOGRAFIA

Ernesto Reghran / Pulsar Imagens

Rubens Chaves/Pulsar Imagens

Observe com atenção as fotografias a seguir. Depois, responda às questões:

Assentamento Eli Vive no distrito de Lerroville. Londrina (PR), 2012.

Edson Silva/ Folhapress

Acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem--Terra (MST) na margem da BR-010. São Gabriel de Goiás (GO), 2010.

Despejo de sem-teto em prédio do INSS, no centro de São Paulo. São Paulo (SP), 2010.

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1. Descreva as fotografias considerando todos os detalhes possíveis. Onde as fotos foram feitas? Quem aparece nelas?

2. O que você imagina que possa estar acontecendo na primeira foto?

3. O que você imagina que possa estar acontecendo na segunda foto?

4. O que você imagina que possa estar acontecendo na terceira foto?

5. Em sua opinião, a ação desses agricultores contribui para a distribuição de terras em nosso país? Explique sua resposta para os colegas.

PARA PESQUISAR Existem no Brasil vários grupos organizados que defendem a reforma agrária e uma melhor distribuição da terra. Eles fazem ocupações para forçar o governo a realizar a redistribuição das terras e acelerar a reforma agrária. Entre esses grupos estão: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL). Faça uma pesquisa sobre a atuação recente desses movimentos. Pode ser uma ocupação de terras, um assentamento etc. Pode ser uma notícia de rádio que você tenha ouvido, uma matéria a que tenha assistido em um telejornal ou um artigo de revista ou jornal impresso. Em seguida, organizem-se em pequenos grupos e contem o que descobriram. Juntos, respondam às perguntas:

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1. De que maneira atuam os movimentos organizados que lutam pela terra?

2. Qual é a opinião do grupo sobre esses movimentos?

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA As siglas são um modo reduzido de dar nome a certas instituições e movimentos. No caso da luta pela terra, temos as siglas MST, MLST e MTL. Quando as siglas já são conhecidas, é mais comum usá-las nas notícias e reportagens, em vez dos nomes completos das instituições. 1.

Compare as duas manchetes abaixo:

MST ocupa fazenda no Pará Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupa fazenda no Pará • Em sua opinião, por que a sigla é mais usada do que o nome completo do movimento?

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2. Algumas vezes, as pessoas conhecem apenas a sigla porque ela é mais usada do que o nome. Observe as siglas: INSS – FGTS – Incra – MEC. • Você as conhece? Sabe o significado de cada uma? Escreva por extenso aquelas que você conhece.

PARA PESQUISAR Agora, pesquise o significado destas siglas e acrescente outras que você encontrar. Depois, leia-as conforme as orientações dadas: • ICMS: • PIS: • Petrobras: • Embratel: • CEP: • Detran: • Procon: • Ibama: • Anatel: • Serasa:

Como as siglas são lidas Quando a sigla é uma sequência de letras e não forma uma palavra, lemos o nome de cada letra. Por exemplo: a sigla INSS, do Instituto Nacional do Seguro Social, é lida “i ene esse esse”; a sigla FGTS, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, é lida “efe gê tê esse”. Quando a sigla forma uma palavra, é mais fácil ler. Por exemplo, a sigla Apae, de Associação de Pais e Amigos de Excepcionais, é lida “apae” mesmo.

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Capítulo

6

Quanto custa viver nas cidades

EM RODA Vimos até aqui que boa parte dos brasileiros vive hoje em cidades. Diferentemente do campo, na cidade, precisamos comprar quase tudo o que usamos e necessitamos. Nem sempre os trabalhadores que vivem de seu salário conseguem comprar ou fazer tudo o que necessitam. Converse com seus colegas sobre as seguintes questões:

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Marcos André/Opção Brasil Imagens

• Quais são os bens e serviços de que precisamos no nosso dia a dia na cidade? • Quais desses bens ou serviços custam caro? • E quais são os mais acessíveis?

Seção de frutas em um supermercado. Rio de Janeiro (RJ), 2011.

Feira livre de roupas na Praça da Matriz Nossa Senhora da Boa Viagem. Recife (PE), 2012.

Fernando Favoretto/Criar Imagem

Marcos André / Opção Brasil Imagens

Cobrador recebendo pagamento de passagem de ônibus, São Paulo (SP), 2013.

Tabela de preços de cinema. São Caetano do Sul (SP), 2013.

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EM AÇÃO Escolha um colega para fazer esta atividade com você. Observem novamente as fotos e respondam às questões. 1. O que as fotos sugerem?

2. Faça uma lista com quatro produtos ou serviços mostrados nas fotografias. Ao lado, indique o valor apontado nas imagens ou o que você imagina seja mais adequado para cada um deles.

3. Pense em outras situações em que utilizamos dinheiro para pagar despesas do dia a dia. Em seguida, escreva:

a) os valores em reais: • de um litro de leite: • de um jornal: • de um litro de gasolina: • do salário mínimo atual:

b) uma maneira de compor estas quantias com cédulas e moedas: • um real: • dez reais: • cem reais: • mil reais: Confira as suas respostas com as de seus colegas e aguarde os esclarecimentos do professor.

c) Na sua cidade, o que se pode comprar com: • R$ 1,00: • R$ 10,00: • R$ 100,00: • R$ 1 000,00: 258

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DO SAL ÀS MOEDAS E CÉDULAS PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Acompanhe no texto a leitura feita pelo professor sobre a história do dinheiro. Antigamente não existia dinheiro! Quando as pessoas precisavam de alguma coisa, trocavam mercadorias por outras de seu interesse. O sal era uma mercadoria de troca bastante valorizada, porque conservava os alimentos e dava sabor a eles. Os trabalhadores geralmente eram pagos com porções de sal. Assim, surgiu a palavra salário. Depois, o gado se tornou mercadoria de troca e, no Brasil, também foram usados a canela, o cacau e o algodão como mercadorias valiosas de troca. Devido à beleza e durabilidade, os metais preciosos, como o ouro e a prata, começaram a ser utilizados como dinheiro. No início, em seu estado natural; depois, sob a forma de barras, brincos, anéis e braceletes. Em seguida, vieram as moedas. Como os metais eram pesados e grandes quantidades de moedas eram difíceis de transportar, seus proprietários eram obrigados a deixá-las em segurança com pessoas que davam como garantia um recibo de papel. Surgiram assim o papel-moeda (ou cédulas) e os bancos. Para controlar a circulação do papel-moeda, os governos criaram os bancos centrais. O Banco Central do Brasil é quem determina quando e quanto dinheiro deve ser fabricado e usado pela população. A fabricação das cédulas e moedas é feita pela Casa da Moeda do Brasil. Nossas moedas são feitas com aço inoxidável, cobre e bronze, e as cédulas são feitas com papel e tinta especiais, com marcas de segurança para evitar falsificações. Cada país tem sua moeda. Nossa moeda é o real, que é representado pelo símbolo R$. Vejamos dois exemplos: R$ 35,00, lê-se trinta e cinco reais; R$ 106,56, lê-se: cento e seis reais e cinquenta e seis centavos. Jornal A Gaxéta Infantil – Tamode. “A história do dinheiro.” Disponível em: <http://www.jornalagaxeta.com.br/tam_historia05.html>.

EM GRUPOS 1. Converse com seus colegas sobre as seguintes questões: • Que parte do texto você achou mais interessante? • Que mercadorias foram usadas como moeda antes do uso dos metais? • Você conhece moedas que circulam em outros países? Em caso afirmativo, dê dois exemplos.

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Fernando Favoretto / Criar Imagem

2. Observando a frente e o verso das cédulas e moedas, descubra como a história, a cultura, a fauna e a flora brasileiras estão retratadas. Apresente para a classe as discussões e descobertas feitas por seu grupo.

EM AÇÃO Veja as mudanças de nome da moeda brasileira nos últimos 60 anos: 1942

1965

1970

1986

1989

1990

1994

Cruzeiro

Cruzeiro novo

Cruzeiro

Cruzado

Cruzado novo

Cruzeiro

Real

Sobre isso, responda no caderno: 1. Há quanto tempo existe o real? 2. Que moeda brasileira circulou mais de uma vez nos últimos 150 anos? 3. Que moeda brasileira ficou menos tempo em circulação? 4. Que moeda circulava no país no ano em que você nasceu?

PARA PESQUISAR A fome e a pobreza são dois graves problemas no mundo de hoje. Reunidos em conferências internacionais, os representantes de alguns países estabeleceram que, para diminuir a extrema pobreza e a fome, seria preciso reduzir à metade o número de pessoas que vivem com menos de um dólar (US$ 1,00) por dia. Reúna-se com seu grupo e pesquisem em jornais, revistas e na internet as seguintes informações:

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• Um dólar equivale a quantos reais? • Qual é o país que tem o dólar como moeda oficial? • Imagine como uma pessoa pode gastar essa quantia, em um dia, para pagar despesas básicas – especialmente no dia a dia das cidades.

Apresente as conclusões do seu grupo para a classe.

UTILIZANDO CÁCULOS MENTAIS Nas grandes lojas, supermercados e outros estabelecimentos comerciais existem caixas modernas que registram a mercadoria e seu preço, informam o total das despesas, o troco e imprimem o comprovante da compra para o cliente. Por isso, hoje em dia, a maioria das pessoas não precisa fazer cálculos quando vai às compras. Mas as máquinas não são infalíveis, portanto é sempre bom se prevenir e conferir as informações fazendo cálculos mentais.

EM AÇÃO 1. Resolva as seguintes situações-problema, relacionadas ao que você acabou de ler. • Se eu comprar um objeto por R$ 45,00 e outro por R$ 87,00, quanto vou gastar?

• Com R$ 100,00 é possível comprar três objetos de R$ 33,00 cada um? Explique.

• Uma conta no valor de R$ 75,00 foi paga com uma cédula de R$ 100,00. Qual foi o troco recebido?

• O valor de uma conta era de R$ 126,00 e o troco recebido foi de R$ 24,00. Que quantia foi dada para pagar essa conta?

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c)

Fernando Favoretto / Criar Imagem

b)

Fernando Favoretto / Criar Imagem

a)

Fernando Favoretto / Criar Imagem

2. Veja nas ilustrações as diferentes respostas para esta pergunta: Uma despesa de R$ 28,00 foi paga com uma cédula de R$ 50,00. Qual foi o troco recebido?

• Qual das respostas está correta? Explique por quê.

3. Quando o pagamento é feito com cédulas e moedas, muitas vezes é preciso facilitar o troco. Por exemplo, para pagar uma passagem de ônibus que custa R$ 2,20 pode-se dar R$ 5,20 e, nesse caso, o troco será de R$ 3,00. Você já vivenciou situações como essa? Explique como se pode facilitar o troco.

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4. Resolva as situações propostas neste quadro:

a) Uma despesa de R$ 20,30 vai

b) Para pagar uma despesa de

ser paga com uma cédula de R$ 50,00. Quanto será preciso dar a mais para facilitar o troco e de quanto ele será?

R$ 77,20 será dada uma cédula de R$ 100,00 e mais . Escreva o troco a ser recebido com o menor número de cédulas possível.

c) Para pagar uma despesa, foram da-

d) Quatro cédulas de R$ 50,00 se-

das duas cédulas de R$ 100,00, uma cédula de R$ 5,00 e uma cédula de R$ 2,00. O troco recebido foi de R$ 70,00. Qual o valor da despesa?

rão dadas para pagar R$ 192,50. Neste caso, como se pode facilitar o troco? De quanto ele será?

COM A CALCULADORA Agora resolva utilizando a calculadora. Escreva os procedimentos que você utilizou para registrar os dados na calculadora. 1. Qual será o valor do troco se uma despesa de R$ 30,00 for paga:

a) com uma nota de R$ 100,00?

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b) com uma nota de R$ 50,00?

c) com duas notas de R$ 20,00?

2. Uma pessoa precisava de R$ 242,50 para pagar a última prestação da televisão que comprou. Tomou emprestado com um amigo, quatro notas de R$ 50,00, duas notas de R$ 20,00 e uma nota de R$ 10,00.Qual foi o valor emprestado por Marli?

a) Qual foi o valor emprestado? b) Qual será o valor do troco?

O CHEQUE Nos dias de hoje, as pessoas evitam andar com grandes quantias de dinheiro em cédulas e moedas. Nas cidades, é comum a substituição do papel-moeda por cheques e cartões de crédito, em especial para as pessoas que dispõem de mais dinheiro e podem ter uma conta bancária. Mas, para ter acesso a cheques e cartões, é preciso abrir conta em banco. O cheque é um documento que permite a alguém receber dinheiro de outra pessoa, indo ao caixa do banco para trocar esse documento por dinheiro. A pessoa pode também depositar o cheque em uma conta-corrente e esperar o dinheiro ser creditado nessa conta. Para que essa operação financeira seja segura, o cheque traz algumas informações importantes, como: quantia de dinheiro, nome e assinatura de quem emitiu o cheque, nome de quem irá receber o dinheiro, data e local onde o cheque foi emitido.

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EM AÇÃO

Ilustração digital: Avelino Guedes

1. Observe o cheque a seguir.

2. Com a ajuda do professor, responda:

a) Onde devemos escrever a quantia de dinheiro por extenso?

b) Onde escrevemos a quantia com algarismos? Como você descobriu isso?

c) Por que é preciso escrever duas vezes a quantia de dinheiro no cheque?

3. Escolha uma das contas a seguir e preencha o cheque da questão 1 com o valor correspondente à despesa indicada nela. O professor vai lhe entregar modelos de cheque em branco para serem completados com as quantias necessárias para pagar cada uma das despesas indicadas. Professor, você poderá providenciar cópias do modelo do cheque para distribuir para os alunos. Dessa forma, eles poderão exercitar o preenchimento de diferentes valores.

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Reprodução Reprodução

Reprodução Reprodução

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Ilustração digital: Avelino Guedes

4. Observe a imagem com a movimentação bancária de uma pessoa e responda às questões.

a) No dia em que a pessoa tirou o extrato, qual era o saldo disponível na sua conta?

b) Nesse dia, havia saldo suficiente para descontar um cheque no valor de R$ 50,00? c) Depois dessa operação, como ficou o saldo da conta?

Converse com seus colegas e com pessoas que trabalham em escritórios, estabelecimentos comerciais ou em bancos, para saber o que significa: cheque cruzado, cheque nominal, cheque pré-datado, cheque sem fundo, saque, saldo positivo, saldo negativo. Faça anotações para apresentar para a classe.

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SABENDO USAR NÃO VAI FALTAR EM AÇÃO Você já ouviu a expressão popular “no final do salário sempre sobra mês?”. Aluguel, alimentação, transporte, luz, gás etc. – são tantas contas a pagar todos os meses que é impossível não ficar pensando o tempo todo em como equilibrar gastos e despesas. Uma ideia que pode ajudar a usar bem o dinheiro é fazer o orçamento doméstico. Com o auxílio do professor, acompanhe passo a passo as orientações para fazer seu orçamento. 1. Inicialmente, faça as seguintes tarefas: • Reúna os comprovantes dos pagamentos das contas dos últimos meses. • Calcule a renda familiar total somando os valores dos salários recebidos pelas pessoas da família e registre. Em seguida, construa no caderno uma tabela com três colunas. Veja o exemplo a seguir: Tipos de despesas

Gastos previstos

Gastos reais

• Na primeira coluna, escreva uma lista de todas as suas despesas, como aluguel, prestação da casa própria, alimentação (mercado, feira, padaria, açougue), água, luz, gás, telefone, transportes, impostos, prestações, vestuário, outros tipos de despesas etc. • Na segunda coluna, escreva em reais (R$) os gastos previstos para cada um dos itens anteriores. • A terceira coluna será completada à medida que você for pagando as despesas indicadas em cada item. No final, some os valores dessa coluna. O resultado obtido é o total de gastos em reais. 2. Compare, item por item: os valores da segunda coluna com os valores da terceira. • Suas previsões corresponderam aos pagamentos reais? Caso contrário, quais foram as causas das diferenças.

3. Faça este cálculo: o valor da renda total familiar menos o valor dos gastos reais. Se o resultado for positivo, é sinal de que está sobrando algum dinheiro. Se for negativo, indica que você precisa diminuir seus gastos. Registre o resultado abaixo.

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EM GRUPOS

Alimentação Antes de ir ao supermercado ou à feira, faça uma lista de tudo o que você precisa, para evitar gastos desnecessários.

Monkeybusissimages | Dreamstime.com

Economizar nas pequenas coisas pode fazer grande diferença no seu orçamento. Veja algumas informações sobre isso.

Compras em um supermercado

Chuveiro elétrico Evite banhos demorados. Limpe os orifícios de saída de água regularmente. Em dias quentes, mude a chave do chuveiro de inverno para verão. Faça isso com o aparelho desligado.

Banho de chuveiro.

Você adota alguma dessas sugestões? Com alguns colegas, escreva, no caderno, outras dicas de economia para apresentar para a classe. Exponha em um cartaz na escola.

Irem Can Harnak / Grupo Keystone

Telefone Ligações demoradas ou interurbanas ficam mais baratas se feitas em horários com tarifas reduzidas. As listas telefônicas informam sobre esses horários.

Casal fazendo compras em Curitiba (PR), 2009.

Bildagentur RM / Grupo Keystone

Não compre por impulso. Pesquise! O mesmo produto pode ser encontrado em diferentes lojas por preços diversos.

Beyond Fotomedia / Opção Brasil Imagens

Vestuário

Conversa ao celular.

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Capítulo

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Movimentos sociais no campo e na cidade

EM RODA Você viu que existem movimentos organizados no campo que lutam pela reforma agrária. Esses grupos se formam para lutar por melhorias na sua condição de vida ou para defender mudanças na forma como a sociedade está estruturada. Eles são chamados de movimentos sociais. Discuta com seus colegas: Existem movimentos desse tipo na cidade ou região em que vocês vivem? Quais são os seus objetivos? Você apoia algum desses movimentos ou é contrário a eles?

O SER HUMANO E AS LUTAS SOCIAIS Ao longo da história, podemos encontrar uma infinidade de registros sobre movimentos organizados. Escravos lutaram pela sua emancipação, mulheres reivindicaram igualdade de direitos em relação aos homens, trabalhadores se mobilizaram contra a exploração imposta por seus patrões, setores sociais protestaram contra o preconceito racial e cidadãos lutaram pela derrubada de governos corruptos ou ditatoriais. Observe as imagens com um colega, responda às questões a seguir.

PARA LER FOTOGRAFIA

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

J. Varella

Observe as imagens. Depois, com um colega, responda às questões a seguir.

300 anos de Zumbi: marcha contra a discriminação na Esplanada dos Ministérios, Brasília (DF), 1995.

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Manifestantes exigem a saída de Fernando Collor da presidência da República, São Paulo (SP), 1992.

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1. Descreva o que você vê nas fotos com todos os detalhes possíveis. Observe o número de pessoas, onde elas estão, o que estão fazendo, o que está escrito nos cartazes e faixas. Observe também as informações das legendas.

2. O que aparece em primeiro plano nas fotografias. E em segundo plano? O que foi destacado em cada foto?

EM GRUPOS Vários textos são acompanhados de imagens, que podem ser fotos, mapas, esquemas etc. As imagens complementam a informação dos textos escritos e, normalmente, têm legendas. As legendas são um pequeno texto escrito, abaixo ou ao lado de fotos ou de qualquer outra imagem, explicando do que se trata. Discuta com seu grupo: 1. Identifique as legendas nas fotos anteriores. Que tipo de informação elas trazem sobre o que foi fotografado? 2. No caso das fotos que retratavam movimentos sociais, o que as legendas informaram a respeito desses movimentos? 3. As legendas ajudaram a compreender as fotos? Por quê? 4. Observando as fotos anteriores, há alguma informação que apenas a legenda traz e que não está clara nas fotos? 5. E nas legendas que vêm a seguir, é possível relacioná-las ao assunto de que trata o texto inteiro?

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Reprodução

1.

O consumo da castanha ajuda a fortalecer o organismo, mas é preciso lembrar que o produto é bastante calórico: 50g contêm 250kcal.

2. 1.

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2.

Os resultados indicam que o baru pode ser um auxiliar no combate ao envelhecimento precoce, ao câncer e até aos efeitos dos virus HIV

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PARA ESCREVER LEGENDA

A

Pedro Carrilho/Folhapress

B

Wesley Santos/AE

Agora que você já discutiu a importância das legendas, é a sua vez de escrever um texto desse tipo. Para isso, precisa ter informações sobre o fato que está retratado nas fotos. Observe as imagens a seguir

1. Associe as legendas a seguir a cada uma das fotos acima: • Protesto de ciclistas em Porto Alegre (RS) em solidariedade aos ciclistas atropelados, em 25/2/2011. • Manifestação contra a corrupção na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro (RJ), em 20/9/2011

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2. Com a ajuda do professor, escreva uma legenda para a foto da notícia a seguir.

Marcelo Camargo/ABr

Em protesto, moradores de rua pedem políticas sociais em São Paulo

Nesta atividade de escrita, é importante chamar a atenção dos alunos para compor a legenda apenas com as informações essenciais, já que ela não pode ser longa. A legenda também precisa ser coerente com o fato relatado na notícia.

Moradores de rua de São Paulo passaram a madrugada desta segunda-feira, 20, reunidos na Praça da Sé, no centro da cidade, para reivindicar políticas sociais de apoio à população em situação de rua. A manifestação começou na noite de domingo e terminou na manhã desta segunda. A organização informa que 36 barracas foram montadas para abrigar três pessoas em cada, totalizando pouco mais de 100 manifestantes. A mobilização faz parte do dia nacional de luta dessa população. O 19 de agosto faz referência ao Massacre da Sé, nome

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pelo qual ficou conhecido o episódio em que sete pessoas que dormiam na praça foram mortas nesse dia em 2004. Até hoje, nenhum dos suspeitos foi preso. A data também será lembrada em Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Vitória. Levantamento da prefeitura informa que 14,5 mil pessoas vivem nas ruas de São Paulo. O documento mostra que 47% dessas pessoas estão nas ruas e 53% em abrigos. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/wpcontent/uploads/2012/08/moradores-de-rua.jpgpara pesquisar>. Acesso em: 10 abr. 2013.

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EM AÇÃO Vamos agora conhecer quais movimentos sociais organizados existem na comunidade em que você vive. Organize um grupo de colegas e peça ajuda ao seu professor. 1. Monte um quadro em seu caderno conforme o exemplo abaixo. Depois, complete-o com as informações que conseguir coletar sobre os movimentos sociais existentes em sua comunidade. Você pode incluir organizações trabalhistas, associações de moradores, movimentos dos sem-teto ou dos sem-terra ou movimentos de defesa dos direitos do cidadão, da mulher, do idoso, da criança. MOVIMENTO SOCIAL Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Sigla: MST

ATUAÇÃO/OBJETIVOS I. Construir uma sociedade sem exploradores. II. A terra é um bem de todos e deve estar a serviço de toda a sociedade. III. Garantir trabalho a todos, com justa distribuição da terra, da renda e das riquezas. IV. Buscar permanentemente a justiça social e igualdade de direitos econômicos, políticos, sociais e culturais. V. Difundir os valores humanistas e socialistas nas relações sociais. VI. Combater todas as formas de discriminação social e buscar a participação igualitária da mulher.

TEMPO DE ATUAÇÃO EM ANOS/DATA DE FUNDAÇÃO Fundado em 1984.

MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Quem somos. Disponível em: <http://www.mst.org.br/histórico/objetivos.html>. Acesso em: 28 dez. 2012.

2. Faça um cartaz para apresentar à classe os resultados da pesquisa do grupo. É importante que ocorra uma troca com os demais grupos, pois o seu pode ter descoberto um movimento social que os outros grupos não identificaram. 3. Com base na pesquisa do seu grupo e na apresentação dos colegas, responda: • Qual dos movimentos pesquisados existe há mais tempo?

• Existe uma área de atuação dos movimentos de sua comunidade que apareça com mais frequência? Qual?

• Você participa ou já participou de algum movimento social? Por quê?

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PARA LER PINTURA Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro

Observe com atenção a imagem abaixo.

Eugênio de Proença Sigaud. A torre de concreto, 1936, 76 x 54 cm, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (RJ).

Debata com seus colegas: • Em que lugar as pessoas representadas se encontram? • Essa obra refere-se a quê? • Os operários representados estão devidamente vestidos? Usam equipamentos de segurança? Por meio da arte, muitas ideias de protesto relacionadas aos movimentos sociais são divulgadas. Eugênio de Proença Sigaud (1899-1979) foi um dos muitos artistas brasileiros que, preocupado com as questões sociais do país, dedicou-se a pintar a dura realidade dos trabalhadores. Ficou conhecido como o pintor dos operários. Nessa obra, ele desloca o olhar do observador como se de cima de um prédio observássemos o operário acidentado lá embaixo. Com esse efeito ele inclui o observador na cena como mais um operário. Na época em que a obra foi pintada, os trabalhadores vinham conquistando direitos trabalhistas, como a definição do salário-mínimo. Isso não significava, no entanto, que as condições de segurança no trabalho eram as ideais, o que demonstrava o pouco valor que seus patrões e as autoridades davam s suas vidas. Se você fosse pintar uma obra protestando contra uma injustiça social, de que trataria? Descreva o que pintaria. Dê um título à sua obra. Se desejar, transfira suas ideias da escrita para o desenho. Pinte-o e o exponha a seus colegas e amigos.

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OS MOVIMENTOS SOCIAIS E AS MUDANÇAS Os movimentos sociais propõem mudanças e defendem a conquista de direitos. Mas, afinal, ocorreram mudanças na história devido à pressão de movimentos sociais? A resposta é positiva. Em 13 de maio de 1888, por exemplo, tornou-se proibida a escravidão no Brasil com a promulgação da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel, filha do então imperador dom Pedro II. Isso ocorreu em grande parte devido à pressão do movimento abolicionista, que, desde pelo menos os anos 1870, promovia passeatas, protestos públicos, publicava textos e até mesmo auxiliava escravos a fugir de seus proprietários. Dessa forma, a situação dos donos de escravos e mesmo do governo brasileiro foi se tornando insustentável, uma vez que a cada dia mais pessoas aderiam à causa da abolição da escravatura. Vejamos a seguir outro exemplo.

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Leia individualmente o texto a seguir.

Mulheres e saúde no Brasil Surgido nos anos 70, o movimento de mulheres pela saúde apresenta um alto nível de organização e de articulação. Um momento emblemático foi a realização do 10o Encontro Nacional de Saúde da Mulher, em 1984. No evento, estiveram presentes mais de setenta grupos de mulheres de todo o país, resultando na elaboração do primeiro documento público — a Carta de Itapecerica — com as reivindicações das mulheres para a saúde. Nesse mesmo ano, o Ministério da Saúde implementou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, Paism, que objetivava criar ações dirigidas às mulheres na faixa etária de 15 a 49 anos. O movimento de mulheres estava fortalecido com os princípios da Carta de Itapecerica, que reivindicava, entre outras questões, que o Paism atendesse a todas as faixas etárias, contemplando, assim, todos os momentos de vida da mulher. A reivindicação acabou por ser aceita, o que representou incontestável vitória para o movimento. Muitos outros avanços ocorreram e podemos dizer, neste início da década de 2000, que o movimento de mulheres pela saúde encontra-se bastante organizado. Essa organização se traduz no número de grupos e na participação em vários mecanismos de decisão de implementação das políticas públicas. A criação, em 1991, da Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos – atuante em 21 estados brasileiros – dá a dimensão do grau de organização. Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. História do coletivo: o feminino e o movimento de mulheres pela saúde. São Paulo, 2006. Disponível em: <http://www.mulheres.org.br/site/?page_id=18>. Acesso em: 30 nov. 2012.

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Agora, em dupla, responda: 1. Quais reivindicações do movimento de mulheres pela saúde são apresentadas no texto?

2. Quais conquistas o movimento de mulheres pela saúde conseguiu obter?

3. O texto afirma que a Rede Nacional Feminista de Saúde atua em 21 estados brasileiros. Com a ajuda do professor, consulte um atlas geográfico escolar e responda:

a) Quantos são os estados brasileiros? b) Em sua opinião, essa organização tem uma boa presença em todo o país? Por quê?

4. Com base no texto, podemos considerar que esse movimento interferiu na vida social das pessoas? Justifique sua resposta.

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PARA LER REPORTAGEM O texto que será lido agora pelo professor é uma reportagem sobre a ocupação do edifício Prestes Maia por 468 famílias de sem-teto em São Paulo. São pessoas que se tornaram moradores de rua ou foram obrigadas a viver em favelas, cortiços e outros tipos de habitações precárias nas grandes cidades.

Ao ler uma reportagem, procure saber qual é o fato ocorrido, quando e em que lugar ele aconteceu e quais as pessoas envolvidas. Analise o que é relatado: Qual a sua opinião sobre o que é relatado?

Maior ocupação vertical do Brasil aguarda ação da polícia Direitos Humanos, 8 de fevereiro de 2006 [...] SÃO PAULO – Próximo à Estação da Luz, região central da cidade de São Paulo, 468 famílias sem-teto vivem há três anos no edifício Prestes Maia. A ocupação é a maior do Brasil, e a única que ainda resiste à onda de despejos iniciada com a administração do prefeito José Serra (PSDB). Mas, apesar da resistência dos moradores, ela também tem prazo para acabar. Uma decisão da 25a Vara Cível de São Paulo e da Polícia Militar estabeleceu o próximo dia 15 como limite para que as famílias deixem o local. O prédio, localizado na avenida Prestes Maia, número 911, abriga 315 crianças, 380 adolescentes, 561 mulheres e 466 homens. A desocupação deve ficar a cargo do 7o Batalhão de Choque da PM. “Moramos aqui há mais de três anos. O prédio estava abandonado há mais de doze anos, cheio de lixo, esgoto, ratos, baratas. Isso era ponto de tráfico. Retiramos mais de 200 caminhões de lixo e cerca de 1,5 mil metros cúbicos de esgoto de seu subsolo, onde hoje funciona uma biblioteca. Apenas conferimos ao imóvel a função social que a Constituição Federal determina para todas as propriedades”, afirma Jomarina Pires da Fonseca, líder do Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC). Os últimos dias têm sido de resistência para os trabalhadores. Na sexta (3) e na terça-feira (7), o movimento realizou manifestações para sensibilizar a Justiça e a Prefeitura, para que garantam condições básicas para as famílias. Conforme reportagem publicada esta semana na Folha de S.Paulo, o governo Serra está oferecendo até R$ 5 mil para as famílias que deixarem São Paulo, além das passagens. Apenas as de ida. Mas a líder da ocupação no Prestes Maia diz que as famílias não aceitarão nenhuma verba do tipo. “Nós queremos é moradia. É esse nosso direito. É isso que queremos. Não adianta dar dinheiro para as famílias desaparecerem. Elas acabam voltando, pois o dinheiro acaba e não há emprego nas cidades natais.” O MSTC exige que o imóvel seja transformado, viabilizando o projeto de construção de 249 moradias populares. Para isso, o prefeito teria de desapropriar ou decretar o edifício como de interesse social, que as famílias sejam atendidas pelo programa Bolsa

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Aluguel da Prefeitura enquanto o projeto estiver em andamento e que seja suspensa a liminar de reintegração de posse até que seja encontrada a solução definitiva. Resistência Em assembleia geral, os moradores decidiram permanecer no prédio até que a Polícia Militar realize o despejo. A decisão parte das condições das famílias, que não têm outras perspectivas de moradia ou transporte de móveis. Vânia Araújo, sem-teto moradora do Prestes Maia, diz que não há como resistir à polícia em caso de despejo. “Temos muitas crianças e idosos. Não podemos colocá-los em risco. Não seremos irresponsáveis. Irresponsáveis são Serra, que não tem um plano de habitação para nós, e o governador (Geraldo Alckmin, do PSDB), que coloca seu exército contra os pobres”, enfatiza. Jomarina diz que os moradores estão fazendo uma resistência pacífica e que mais ações e manifestações estão por vir. “O momento é de muita tensão. Depois do dia 15, podemos ser surpreendidos a qualquer momento. Estamos nos preparando. E enquanto isso, procuramos as últimas alternativas e apelos para que a Justiça abra os olhos para o povo”, clama a líder da ocupação. Manifestações Na sexta-feira (dia 3), cerca de 250 militantes do MSTC marcharam pelas ruas do Centro de São Paulo até o Fórum. Entre apitos e palavras de ordem, as mulheres e crianças distribuíram aos transeuntes um folheto com um manifesto do movimento e uma reportagem de um caso semelhante ao dos moradores do Prestes Maia que teve um final mais feliz. O artigo aponta que o juiz federal Antonio Francisco Pereira, da 8a Vara de Minas Gerais, julgou extinta uma ação de reintegração de posse movida contra 300 famílias que ocuparam uma área pertencente ao governo federal. O juiz justifica a decisão lembrando que “enquanto não cumprir, pelo menos razoavelmente, as tarefas que lhe reservou a Constituição, entre as quais erradicar a pobreza e a marginalização, o Estado não pode exigir a rigorosa aplicação da lei contra o exército de excluídos”. A jurisprudência foi entregue ao juiz corregedor Reinaldo Cintra, da Capital Paulista, por uma comissão de quatro sem-teto durante o ato da sexta-feira. “Ele ficou de ‘analisar melhor’ a situação. Mas disse que não há muito mais o que se fazer pelas famílias do Prestes Maia”, revela Jomarina. Já na terça-feira (dia 7), mais de 300 pessoas fecharam uma das pistas da avenida Prestes Maia na tentativa de sensibilizar as autoridades e a imprensa. A via ficou interditada por cerca de uma hora e quarenta minutos e as notícias repetidas em diversas rádios e emissoras de TV resumiam-se a: “Por causa de sem-teto, agora quem está no rodízio paga multa? (Rádio Bandeirantes AM)”; “Caos em São Paulo e paulistano enfrenta 18 km de congestionamento devido manifestação de sem-teto (Globo AM)”.

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A prefeitura de São Paulo retirou na semana passada um outdoor colocado na frente da ocupação Prestes Maia pelo proprietário do imóvel, Jorge Hamuche, que deve R$ 5 milhões em impostos, em que ele parabenizava a cidade pelo seu aniversário. Artistas do movimento Integração Sem Posse haviam feito uma intervenção do outdoor, que estava exposto (em situação irregular) desde meados de janeiro. Além de cobrir o rosto de Hamuche (que é empresário do ramo de tecidos e já foi candidato a vereador pelo PHS) com uma máscara, os artistas escreveram no outdoor: “368 famílias na rua – Corrupção – Injustiça”. Biblioteca O convívio no edifício Prestes Maia segue regras rígidas. Depois das 22 horas, nenhuma pessoa pode entrar no imóvel, e os horários de visitas são restritos. Essa organização possibilitou, segundo Jomarina, a criação de uma comunidade solidária e sem problemas de criminalidade. Além disso, os moradores conseguiram montar uma biblioteca com mais de 3,5 mil livros. De Machado de Assis a Harry Potter, todos os volumes da Biblioteca Prestes Maia podem ser perdidos depois do dia 15. O organizador do espaço, o catador de material reciclável, Severino Manoel de Souza, é quem controla as entradas e saídas dos livros. Parte das obras foi resgatada do lixo por Severino. Disponível em: <http://www.cartamaior.com.br/templates/ materiaMostrar.cfm?materia_id=9956>. Acesso em: 20 de dez. 2012. (Fragmento).

Com um pequeno grupo de colegas e a ajuda do professor, responda às perguntas: 1. Qual é o movimento social retratado na reportagem?

2. O que esse movimento pretendia, segundo a reportagem?

3. Preencha a tabela a seguir com base na reportagem: FATO OCORRIDO

QUANDO

ONDE

POR QUÊ

PESSOAS E INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

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4. Anote o número de crianças, adolescentes, mulheres e homens que viviam no edifício. Escreva os números por extenso. Veja o exemplo: 315 crianças

trezentas e quinze crianças

5. Segundo a reportagem, a prefeitura ofereceu dinheiro para que os ocupantes voltassem para seus estados de origem. Na sua opinião, essa é uma medida acertada? Por quê?

6. Converse com seus colegas e responda: Na opinião do grupo, o prédio estava em melhores condições antes ou depois da ocupação? Dê três exemplos.

7. Com base no que você leu na reportagem, o movimento descrito no texto trouxe melhorias para a cidade? Explique sua resposta.

É A VEZ DE FALAR! – DEBATE REGRADO Com um grupo de colegas e a ajuda do professor, participe de mais um debate regrado. Nele, cada grupo apresenta suas posições sobre o tema abordado na reportagem. Então, você é a favor de que se pague para que pessoas deixem as cidades para retornar ao seu local de origem?

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Em grupo, discutam o tema e registrem quem é a favor e quem é contra. Mas isso não basta. É preciso também expor os argumentos para sustentar o que cada um pensa. Depois de discutir em grupo, comecem o debate. Para ser bem organizado, o debate deve seguir algumas regras, por isso, é chamado de debate regrado. Veja algumas: • Em cada grupo, cada colega fala o que pensa. Os membros do grupo ouvem todas as opiniões e discutem. É importante que, depois, sejam apresentadas as opiniões que representem o pensamento de todos ou da maioria do grupo. • O grupo deve escolher um relator, para apresentar os resultados à turma. O professor ajudará a mediar o debate.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA 1. Procure, neste capítulo, palavras que tenham as sílabas: CE ou CI. Veja os exemplos: cidade

ofereceu

2. Sublinhe as sílabas CE e CI. Em seguida, leia as palavras em voz alta para um colega da classe. 3. Complete os títulos das notícias abaixo com palavras que tenham a sílaba CE ou CI:

a) Nova

contra a Aids foi testada em várias cidades brasileiras.

b) Consumo de drogas começa cada vez mais c) Passeata contra a violência paralisa a

entre jovens. de Curitiba.

de trem deixa cem mortos. 4. CELA ou SELA? Algumas palavras são faladas da mesma forma, mas escritas de maneiras diferentes. Em cela e sela, a mudança de uma letra modificou o sentido da palavra. Você sabe o que significa cela? E sela? Discuta com seus colegas e registre suas conclusões

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Capítulo

8

Minha cidade é notícia!

EM RODA

Fernando Favoretto / Criar Imagem

Os fatos que acontecem em diversos lugares, inclusive em sua cidade, chegam ao conhecimento das pessoas por diferentes maneiras. Hoje, a forma mais comum de se ter acesso às notícias é ouvindo programas de rádio, lendo jornais e revistas ou assistindo a telejornais. Algumas pessoas também ficam informadas sobre o que acontece no Brasil e no mundo por meio da internet, a rede mundial de computadores. E você, como se informa sobre as coisas que acontecem no Brasil e no mundo? E os seus colegas? Agora, vamos estudar aqui as notícias e construir um jornal-mural sobre a sua cidade.

Muitas pessoas procuram se informar lendo as manchetes de jornais diários nas bancas. São Caetano do Sul (SP), 2013.

EM AÇÃO 1. Com a ajuda do professor, discuta, em pequenos grupos, as seguintes questões: • Qual é o meio de comunicação (rádio, televisão, jornal, revista etc.) que você mais usa para se informar? • A quais programas de televisão você assiste ou em quais programas de rádio ouve notícias? • Você também utiliza jornais e revistas para ficar informado? Quais? • Você conversa com outras pessoas sobre as notícias que escuta no rádio, toma conhecimento pelos telejornais ou lê no jornal? • Que tipo de notícia chama a sua atenção? Por quê?

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2. Após a discussão, construa, em um papel quadriculado, um gráfico de colunas para mostrar o meio de comunicação mais utilizado pelos colegas do seu grupo para se informar. Lembre-se de que cada quadradinho corresponde a um estudante. Com a ajuda do professor, discuta os resultados com toda a turma. O gráfico pode ter estas informações na base.

2

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O QUE VIRA NOTÍCIA?

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1

EM RODA Para que um fato se transforme em notícia, ele tem que ser recente, causar impacto e ser de interesse público. Além disso, não pode ser um fato comum. “Marcos compra uma moto nova” ou “Júlia está de folga na quinta-feira”, provavelmente, não seriam manchetes de jornal. • Você se lembra de algum fato recente que virou notícia em sua cidade?

• Em sua opinião, quais fatos se tornam notícia mais facilmente?

Há fatos que merecem ser notícia e outros não. Cada jornal, revista ou telejornal, por exemplo, escolhe um conjunto de fatos para serem noticiados naquele dia, semana ou mês. No jornal ou no telejornal, há uma equipe de jornalistas, coordenada pelo editor-chefe, que escolhe quais notícias serão publicadas, as mais destacadas e as que virão primeiro no telejornal ou na primeira página do jornal impresso.

PARA LER NOTÍCIA DE TELEJORNAL Leia em voz alta ou acompanhe a leitura que o professor vai fazer de um trecho de uma notícia, veiculada no telejornal Jornal da Globo, em 2 de novembro de 2012. Centenas de móveis e eletrodomésticos doados aos desabrigados das chuvas de 2011 na região serrana do Rio estão abandonadas num galpão. Uma ajuda que já poderia ter chegado há muito tempo. São kits comprados pelo governo do Estado. Centenas de colchões e camas de todos os tamanhos que nunca saíram do depósito. [...]

Se possível, assista ao vídeo na internet (http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/ 2012/11/donativos-desabrigados-de-chuva-no-rio-sao-abandonados-em-galpao.html).

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PARA LER PRIMEIRA PÁGINA DE JORNAL

Arquivo/CB/D.A Press

Na primeira página dos jornais, estão os fatos selecionados como mais importantes para se transformarem em notícia. Observe esta primeira página de um jornal e depois responda às questões. Nome, data e local do jornal.

Manchete: título principal de cada edição do jornal, publicado com grande destaque. Subtítulo: texto que vem abaixo do título, apresentando mais informações sobre o fato noticiado. Fotografia: imagem que completa as informações do texto escrito. Legenda: texto breve que identifica, contextualiza ou acrescenta informação a uma imagem. Geralmente, vem abaixo da imagem.

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1. Em que dia, mês e ano foi publicado o jornal?

2. Qual é o nome do jornal?

3. Qual é a manchete do dia?

4. Escreva o título de duas chamadas.

5. Com tantos fatos acontecendo, por que você acha que esse fato virou manchete e não outro?

6. As chamadas que você escolheu apresentam um pequeno resumo da notícia?

7. Todas as chamadas estão acompanhadas por fotografia?

8. As fotografias da primeira página têm o mesmo tamanho? Se há diferenças, por que isso ocorre, em sua opinião?

9. Procure localizar nas chamadas desse jornal:

a) notícias políticas; b) notícias esportivas;

c) notícias policiais; d) notícias culturais.

10. Com a ajuda do professor, faça uma lista, no caderno, de outras informações que aparecem na primeira página do jornal, mas que não sejam notícia. Traga jornais para a sala de aula para que os alunos manuseiem e explorem. É importante que eles aprendam a localizar informações no jornal, procurando nos cadernos e seções, divididos por assuntos. 2o e 3o anos

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PARA PESQUISAR Os telejornais também usam as chamadas para anunciar, no início do programa, as notícias mais importantes. Procure assistir a um telejornal local ou nacional e escreva algumas das chamadas apresentadas. Se precisar, peça a alguém que o ajude a memorizar chamadas. Registre-as no caderno, pois você vai voltar a elas no final do capítulo!

EM GRUPOS Escolha um jornal que circule em sua cidade para realizar uma pesquisa em classe. Você ou um de seus colegas deverá trazer o jornal para a sala de aula. Com o jornal em mãos, responda: 1. É um jornal diário, semanal ou mensal? Para responder, observe se a data informa o dia, a semana ou o mês.

2. Como está organizada a primeira página?

3. Há semelhanças com a primeira página do Jornal do Tocantins? Quais?

4. Há fotografias? De que tamanho?

5. Na opinião do grupo, qual é a notícia mais interessante da primeira página? 6. Há, nessa primeira página, alguma notícia que afete sua vida? Qual?

7. Que tipo de notícia aparece na primeira página do jornal: política, sobre educação, esportiva, policial? Outras?

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O FATO VIROU NOTÍCIA! PARA LER NOTÍCIA DE JORNAL

DAPress

Observe a manchete da primeira página do jornal Diário de Pernambuco, publicado no estado de Pernambuco, e responda às questões a seguir.

Diário de Pernambuco, 3 nov. 2012.

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1. Qual é a manchete?

2. Qual é o assunto da notícia?

3. Você classificaria essa notícia como política ou policial? Por quê?

4. A manchete apresenta todas as informações para o leitor ou cria certo suspense?

5. Que informações não aparecem na manchete?

6. A fotografia dá mais informações para o leitor sobre o fato da manchete?

7. A manchete informa por que o piloto “apagou”?

Para saber o que houve de fato com o piloto citado na manchete do Diário de Pernambuco, por exemplo, será necessário ler o subtítulo e a notícia também. 8. Leia estes outros títulos das chamadas do Diário de Pernambuco e reflita: GLOSSÁRIO

“A arma do Náutico está sob as chuteiras” “Polícia Federal já investiga fraude na seleção da Receita ”

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Chamada: resumo de notícia, na capa ou no sumário de um caderno de jornal ou revista, indicando a localização da respectiva matéria.

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a) Qual poderia ser a arma do Náutico?

b) Na segunda chamada, a notícia poderia se tratar de uma receita de bolo? Que tipo de fraude pode ter havido?

c) O que falta dizer, em sua opinião, em cada um dos títulos?

d) Onde o leitor poderá obter as informações que não estão no título? 9. Para saber mais sobre a matéria do Diário de Pernambuco, complete a lide, o texto que vem logo abaixo da manchete. Use as palavras do quadro: saúde

aeroclube

mal

dele

grave

piloto

Ao ler a lide, o leitor tem mais informações sobre “quem?”, “o que aconteceu?”, “quando?”, “em que local?”, “como?”, “por quê?” ou “para quê?”. Geralmente, essas perguntas guiam, os jornalistas na produção das notícias para os jornais e as revistas. Elas costumam ser respondidas também logo no início do texto, uma vez que trazem as informações mais importantes para o entendimento da notícia.

Piloto “apaga” no ar e sofre acidente A abertura de uma das maiores exposiçõ es aeronáuticas do Norte/ Nordeste acabou com um acidente na pista do

no Pina. O

6 3 anos, vindo de Natal, passou trole e capotou. Até as 2 3 h, o estado um histó rico de casos parecidos e os problemas de

brasiliense Paulo Afonso, ao tentar pousar a aeronave, perdeu o conera

. V eja mais comuns em voos.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA C ou QU? Essa é uma dúvida frequente na hora em que vamos escrever algumas palavras. Por essa razão, vamos refletir um pouco sobre o seu uso.

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1. Leia as palavras do quadro e use-as para completar os títulos das notícias a seguir. ataques quina Equador cocaína

a)

quinta-feira basquete copa seca queimada

de pistoleiros matam dez na cidade.

b) Campeonato brasileiro de futebol será decidido na próxima

.

c)

.

feminino do Brasil joga contra o

d) Plano de combate à e)

é ineficiente. destrói floresta em Roraima.

f) Traficantes vendem

em pacotes de figurinhas da

g) Paranaense leva a

.

, a Mega e a Supersena.

2. Em dupla, leia em voz alta as sílabas a seguir: ca qua

co que

cu qui

quo

3. Escreva títulos de notícias em que apareçam:

a) b) c) d)

nomes de cidades que comecem com CA, CO ou CU; nomes de animais que comecem com CA ou CO; números que comecem com QUA ou QUI; comida que comece com QUE.

NOTICIÁRIO EM SALA DE AULA EM GRUPOS Você e seus colegas montarão um jornal-mural com notícias, fotografias e manchetes. Ele ficará exposto na sua classe. No jornal-mural, vocês poderão colar notícias ou escrever a própria notícia. É interessante que haja: • uma votação para a escolha de um nome para o jornal-mural; • uma votação para saber se o jornal-mural será semanal, quinzenal ou mensal; • uma divisão do jornal-mural em assuntos para ficar mais organizado e facilitar a leitura; • a formação de grupos de alunos que ficarão responsáveis pela montagem do jornal--mural a cada semana, quinzena ou mês.

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Capítulo

9

A cidade na arte da palavra

UM MESMO LUGAR, MUITOS OLHARES Neste capítulo, convidamos você a conhecer um pouco mais sobre cidades, mas agora com um novo olhar, o de cronista, escritor e compositor. Esses artistas da palavra sempre conseguem nos apresentar um jeito especial de olhar a vida, criando textos que podem nos emocionar, divertir, fazer pensar. Que tal conhecer alguns textos sobre as cidades, produzidos por vários autores?

EM RODA Converse com seus colegas sobre as questões a seguir: • Uma cidade pode ser marcante na vida de uma pessoa? Por quê? • Qual é a sua opinião sobre a cidade onde você nasceu? • Qual palavra poderia expressar o que você sente por sua cidade natal? • O que você acha da cidade onde vive? Seus colegas pensam como você? • Qual palavra poderia expressar o que você sente pela cidade em que vive? • Será que uma cidade é sempre vista da mesma maneira por diferentes pessoas? O professor vai anotar as palavras ditas por cada um, que serão retomadas mais adiante.

PARA LER FOTOGRAFIA E PINTURA

Coleção Particular

Delfim Martins / Pulsar Imagens

As imagens a seguir foram feitas por fotógrafos e pintores e retratam locais de uma cidade. Olhe-as atentamente e observe semelhanças e diferenças.

Avenida Paulista. São Paulo (SP), 2012.

Marcos Zechetto. Av. Paulista. Óleo sobre tela, 42 × 70, 2012.

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Wayne Forte

Ismar Ingber / Pulsar Imagens

Favela da Rocinha. Rio de Janeiro (RJ), 2012.

Wayne Forte. #1’99, 1999. Óleo sobre tela, 27,5 cm x 19,5 cm.

EM AÇÃO Depois de observar as imagens, responda às questões a seguir. 1. Alguma imagem chamou a sua atenção? Por quê?

2. Qual delas você considera a mais bonita? Por quê?

3. É possível perceber quais lugares estão retratados nas fotos e nas pinturas? Você conhece algum desses lugares?

4. Que aspectos dos lugares retratados chamaram mais a sua atenção?

. As imagens retratam a cidade da mesma forma?

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. Quais diferenças você consegue perceber entre as imagens apresentadas?

MINHA CIDADE TEM POESIA EM RODA Como as imagens deste capítulo já mostraram, qualquer cidade pode ter algo especial, algo a ser admirado, algo belo, poético. Podem ser as ruas, as pessoas, os costumes etc. Discuta com os colegas: • O que a sua cidade natal tem de mais especial? • E a cidade em que você mora? • Compare o que foi dito sobre a cidade em que você e seus colegas moram e reflita: As pessoas admiram as mesmas coisas nessa cidade? Por quê?

PARA LER CRÔNICA Crônica é um texto que trata de assuntos do cotidiano. A que você vai ler também fala da cidade, especificamente da rua de uma cidade. O início deste capítulo apontou que qualquer cidade, qualquer rua pode ser vista de uma forma especial e é isso que a autora, a sergipana Maria Hilda de J. Alão, faz na crônica a seguir. O texto foi divulgado na internet em 1999. Desta vez, vamos sugerir a você alguns passos de leitura: • Primeiro, leia apenas o título e imagine do que a crônica vai tratar. Discuta um pouco com seus colegas. • Depois, acompanhe a leitura em voz alta feita pelo professor. • Por último, veja se o que vocês imaginaram ser o assunto da crônica se confirmou após a leitura.

Ruídos da minha rua Hoje eu acordei mais cedo. Não saltei da cama como de costume. Fiquei deitada, olhos no teto do quarto e ouvido ligado nos ruídos da rua. Sim, ouvido ligado, porque esta rua é abençoada com variados sons. Um pequenino festival da natureza em palco de asfalto. Depois de alguns segundos de escuta, percebi a presença de um pássaro novo no pedaço. Tem um canto diferente e, na escala musical, passa por todas as notas, dando

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ênfase à nota mi. Apurei o ouvido. Agora o canto está mais alto. É um chamamento com resposta. Fiquei me perguntando: – Será uma declaração de amor? Depois entrou no ar um cricri, meu velho conhecido, dos grilos da minha infância, tão longe... o gritinho dos morcegos, voando às cegas, o latido de um cão perdido e o lamento de um bichano apaixonado, o seu eterno “rauuuuuuuuul”. Ainda não era a hora dos bem-te-vis. Esses acordam mais tarde, às cinco horas e quinze. Dão seu primeiro grito e os outros pássaros se calam, porque no teatro da natureza, no palco das árvores, eles são astros de primeira grandeza. Arborizada, cheia de crianças buliçosas, pássaros, namorados e o gato que continua chamando “rauuuuuuuuuul”... Depois de um bom tempo,

Ilustração digital: Avelino Guedes

Assim é a minha rua.

saí da cama. Lembrei-me de que preciso ver os jardins da minha cidade, sentir o perfume do mar em longa caminhada. Imaginá-los longa serpente de flores coberta... Maria Hilda de J. Alão. Ruídos da minha rua. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/ crônicas/54099>. Acesso em: 20 nov. 2012.

Agora responda às questões. 1. O narrador não saltou da cama ao acordar. Por quê?

2. Na crônica, o narrador presta atenção a vários aspectos da rua. Para isso: ( ( ( (

) ) ) )

olha pela janela. presta atenção ao que ouve. procura sentir os cheiros da rua. toca nas coisas que estão nas ruas.

3. Marque as expressões do texto que indicam que o narrador está prestando atenção: ( ( (

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) ouvido ligado ) apurei o ouvido ) saí da cama

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4. O narrador escuta os ruídos de que animais?

. Que palavras do texto imitam os sons que esses animais fazem?

. Por que o “cricri” que a pessoa ouvia era um velho conhecido?

. A pessoa parece gostar da rua em que mora? Como você chegou a essa conclusão?

EM GRUPOS Observe o seguinte trecho: “Assim é a minha rua. Arborizada, cheia de crianças buliçosas, pássaros, namorados e o gato que continua chamando ‘rauuuuuuuuuul’...”.

1. Será que essa rua é muito diferente das muitas outras ruas que há numa cidade? É muito diferente da sua?

2. O que tornou especial a rua da crônica?

3. É possível encontrar algo especial numa rua aparentemente comum?

4. Na sua rua, há algo especial, mesmo que ela seja uma rua aparentemente comum?

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MINHA CIDADE: ESPECIAL? COMUM? PARA LER POEMA

Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. Carlos Drummond de Andrade © Graño Drummond. Carlos Drummond de Andrade. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 71.

Ale Ruaro / Pulsar Imagens

O poema que você vai ler agora fala de uma cidade. Foi escrito por um dos maiores escritores do Brasil, Carlos Drummond de Andrade, que nasceu em Minas Gerais. O poema foi publicado em 1930. Acompanhe a leitura a ser feita pelo professor e observe o que pensa o autor a respeito da cidade descrita.

São Gabriel (RS), 2010.

1. O poema fala de coisas que alguém observa numa cidade. O que está sendo observado?

2. O poema retrata uma cidade grande ou uma cidade pequena? Como você chegou a essa conclusão?

3. A repetição é bastante comum em poemas. Algumas vezes, ela torna o poema mais ritmado, outras vezes, destaca alguma ideia. O poema “Cidadezinha qualquer” repete a expressão “vai devagar”. Em sua opinião, por que há essa repetição? Releia o poema e discuta com seus colegas. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar.

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4. Você também acha a vida da cidadezinha besta? Por quê?

. Agora, junto com o professor, leia o poema em voz alta, mas com calma, devagar, “arrastando” as frases. Esse jeito de ler lembra a “cidadezinha” de que o poema trata, com sua vida pacata? Por quê?

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Algumas expressões que usamos no dia a dia não devem ser interpretadas “ao pé da letra”. Por exemplo, quando dizemos “Estou azul de fome”, não queremos dizer que mudamos de cor, mas que temos muita fome. 1. Os autores dos textos que você leu neste capítulo também usaram algumas dessas expressões especiais, que enriquecem os textos e devem ser interpretadas para que o texto ganhe sentido e beleza. Complete o espaço da frase de acordo com o que você entendeu. • A frase “Fiquei deitada, olhos no teto do quarto” não significa que os olhos estavam pregados no teto, mas que ela estava

para o teto.

2. Agora, em dupla, tente explicar o que significam as expressões destacadas a seguir.

a) Sim, ouvido ligado, porque esta rua é abençoada com variados sons.

b) Na margem do São Francisco, nasceu a beleza.

c) Devagar... as janelas olham.

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A ALMA DA CIDADE PARA LER CRÔNICA O texto que você vai ler a seguir é de Rubem Alves, escritor, filósofo e professor brasileiro. Seus textos falam de coisas simples, do cotidiano, mas fazem comparações interessantes, de grande beleza. Observe como ele descreve o “corpo” e a “alma” das cidades. Acompanhe a leitura do professor.

As cidades As cidades são como os seres humanos: têm um corpo e uma alma. Talvez muitas almas porque, como já sugeri, o corpo é um albergue onde moram muitas almas, todas diferentes em ideias e sentimentos, todas com a mesma cara. O corpo das cidades são as ruas, praças, carros, lojas, bancos, escritórios, fábricas, coisas materiais. A alma, ao contrário, são os pensamentos e os sentimentos dos que nela moram. Há corpos perfeitos com almas feias e são como um violino Stradivarius em mãos de quem não gosta de música e não sabe tocar. Mas pode acontecer o contrário: um corpo tosco com uma alma bonita. [...] O mesmo vale para as cidades: cidades bonitas por fora e com almas feias, cidades rústicas por fora e com almas bonitas. Onde se podem encontrar as almas das cidades? Eu as encontro bonitas nas feiras, nas bancas de legumes e frutas, no mercadão, no sacolão. Esses são lugares onde acontecem reencontros felizes. Também na feira de artesanato, nos jardins onde há crianças, nos concertos... Mas ela aparece assustadora nas torcidas de futebol e no tráfego... Ah, o tráfego! É nele que a alma da cidade aparece mais nua. Lembrei-me (havia esquecido...) de que há lugares onde os motoristas sabem que o pedestre tem sempre a preferência. Eles param para que o pedestre passe. Sempre que paro meu carro para que o pedestre

GLOSSÁRIO

Stradivarius: marca de violino muito caro e que produz um belo som. Tosco: disforme, malfeito, não lapidado nem polido. Tráfego: trânsito.

passe, percebo a surpresa no seu rosto. Não acredita. É preciso que eu faça um gesto com a mão para que ele se atreva. Não é incomum ver um motorista acelerar o carro ao ver um pedestre atravessando a rua. [...] As cidades voltarão a ser bonitas quando os motoristas compreenderem que o natural é andar a pé. Rubem Alves. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004, p. 80. (Fragmento).

1. Reescreva a frase do texto de que você mais gostou.

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2. O texto compara a cidade com o quê?

3. Segundo o texto, onde podem ser encontrados o corpo e a alma das cidades?

a) Por que esses lugares mostram a alma bonita das cidades?

b) Você concorda? Por quê?

4. O texto também diz que a alma das cidades pode ser assustadora no tráfego. Explique.

. Agora opine: Onde você encontra a alma da sua cidade? Ela é bonita? Por quê?

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Eixo 3

Capítulo

10

Calculando na cidade

EM RODA

Ilustração digital: Avelino Guedes

Ilustração digital: Avelino Guedes

Ilustração digital: Avelino Guedes

Ao caminhar pelas ruas de uma cidade, podemos observar por toda parte a formação de agrupamentos em fileiras e colunas. Eles aparecem, por exemplo, na organização dos estacionamentos de automóveis e dos conjuntos habitacionais. As carteiras nas salas de aula também estão dispostas assim. Veja algumas situações como essas nas ilustrações a seguir:

• As ilustrações retratam situações que você já tinha visto antes? Quais? Onde? • Em que outros lugares da cidade podemos ver agrupamentos em fileiras e colunas? Os agrupamentos em fileiras e colunas também são encontrados na matemática. Muitas vezes, eles são usados como recurso para fazer cálculos. Vamos analisar algumas situações para ver como isso acontece. Como você faria para saber quantos automóveis há no estacionamento que aparece na ilustração? Explique para os colegas como você resolveria esse problema.

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Certamente, há alunos que vão pensar em contar todos os automóveis. Mas também podem surgir outras ideias. Olhando a ilustração, observamos que os automóveis estão organizados em cinco colunas com sete veículos em cada uma. Assim, podemos resolver o problema utilizando a operação multiplicação. Multiplicação 7 × 5 = 35 Lê-se: sete vezes cinco é igual a trinta e cinco. A operação multiplicação é indicada pelo sinal × (vezes). O resultado da multiplicação é o produto.

EM AÇÃO Faça estas atividades no caderno. 1. Observe novamente as ilustrações da página anterior e use a multiplicação para calcular: • o número de casas do conjunto habitacional; • o número de estudantes sentados na sala de aula; • o número de carros estacionados. 2. Analise estes dois problemas e pense numa maneira de resolvê-los:

a) Num pequeno auditório há 72 poltronas, distribuídas em colunas e fileiras. Sabendo que são 9 colunas, descubra quantas poltronas há em cada uma delas.

b) As 40 carteiras de uma sala de aula estão dispostas em colunas e fileiras. Sabendo que são 8 carteiras por coluna, descubra quantas colunas estão dispostas na sala. Fazer desenhos é um recurso que ajuda a pensar na solução desses problemas. Mas eles também podem ser resolvidos utilizando a operação divisão. Problema A Divisão 72 ÷ 9 = 8 Lê-se: setenta e dois dividido por nove é igual a 8. Problema B Divisão 40 ÷ 5 = 8 Lê-se: quarenta dividido por cinco é igual a oito. A operação divisão é indicada pelo sinal ÷ (dividir), que também aparece como : . O resultado da divisão é o quociente.

3. Você já teve oportunidade de assistir a desfiles comemorativos em festas na sua cidade? Nesses desfiles, é possível observar formações em colunas e fileiras, como em

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procissões ou escolas de samba. Veja a seguir as situações-problema imaginadas a partir da ideia de um desfile comemorativo do aniversário da cidade. Faça desenhos, utilize a multiplicação ou a divisão para encontrar as respostas.

a) Na formação de um grupo de crianças no desfile, havia 6 colunas compostas de 10 crianças cada uma. Quantas crianças participaram dessa formação?

b) A escola de samba apresentou uma ala com 54 pessoas organizadas em 6 colunas. Quantas pessoas havia em cada coluna?

c) Para apresentar um número de dança, 36 alunos de uma escola foram organizados em 4 fileiras com o mesmo número de pessoas. Quantos alunos foram dispostos em cada fileira?

PARA LER TABELA Observe a ilustração a seguir, leia o texto e pense em uma maneira de resolver o problema. Faça anotações.

Uma tabela é um quadro com linhas e colunas. Ela é utilizada para organizar os dados de um problema ou uma lista de objetos ou informações.

EM AÇÃO

Ilustração digital: Avelino Guedes

Neste edifício há 5 andares, e em cada andar há 4 apartamentos. Quantos apartamentos há no edifício?

Para resolver o problema, pode-se construir uma tabela como esta:

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ANDARES

APARTAMENTOS

1 2 3 4 5

4 8 12 16 20

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Estabelecendo as relações: 1 para 4, 2 para 8, 3 para 12, 4 para 16 e 5 para 20, encontramos a resposta do problema, que no caso é igual a 20 apartamentos. O problema também pode ser resolvido utilizando a operação multiplicação:

5 × 4 = 20 EM AÇÃO 1. Na tabela a seguir, estão representados o número de grupos e o número de estudantes por grupo que irão participar de um campeonato esportivo. Complete a tabela e responda às perguntas a seguir. GRUPOS

ESTUDANTES

1

5

2

10

3

15

a) Quais números devem ser escritos nas linhas em branco que aparecem na tabela?

b) Cinco grupos de alunos irão participar dos jogos de basquete. Quantos alunos irão praticar esse esporte?

c) Trinta alunos optaram por futebol. Quantos grupos irão participar desse esporte?

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2. Utilize as operações multiplicação ou divisão para resolver os problemas a seguir. Apresente a solução para a classe.

a) Um pacote de feijão de 1 quilograma custa R$ 4,50. Quanto custam 8 pacotes de feijão iguais a esse?

b) Um pacote de arroz de 2 quilogramas custa R$ 4,00. Com R$ 12,00, quantos pacotes de arroz de 1 quilograma é possível comprar?

Por 3 pacotes de açúcar de 1 quilograma paga-se R$ 5,40. Quanto se pagará por 6 pacotes de açúcar iguais a esse?

COM A CALCULADORA

a) Você comprou dois pacotes de feijão de 1 quilograma, 4 quilogramas de arroz e três pacotes de açúcar. Qual foi o valor que ele gastou?

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Para pagar as contas, você utilizou uma nota de R$ 20,00 e uma de R$10,00. Você recebeu troco? Qual valor? Você poderia ter facilitado o troco? Como?

2. Converse com seus colegas sobre as possíveis respostas e não se esqueça de registrar os procedimentos de cálculo. 3. Escolha um colega para fazer com você as atividades a seguir. Anote as soluções encontradas.

GARRAFAS E ENGRADADOS Nos depósitos que vendem bebidas, as garrafas costumam ser organizadas em engradados. Analise e encontre a resposta para cada uma destas situações. • Um engradado tem espaço para 12 garrafas. Quantas garrafas há em 5 engradados?

• Oito engradados completos contêm 48 garrafas. Considerando que em todos os engradados pode-se colocar o mesmo número de garrafas, descubra quantos espaços há em cada engradado.

• Para guardar 30 garrafas, quantos engradados com 10 espaços cada um são necessários?

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• Quantos engradados com 12 espaços cada um são necessários para guardar 50 garrafas?

TRABALHO SEMANAL Nas grandes cidades, o horário de trabalho da maioria das pessoas é de 8 horas por dia de segunda a sexta-feira. Partindo dessa informação, calcule: • quantas horas uma pessoa trabalha por semana.

• quantos dias já trabalhou uma pessoa que completou 24 horas de trabalho.

• quantas horas você já trabalhou este mês.

LIVROS E PRATELEIRAS Uma turma de alunos recebeu doações de livros e resolveu montar uma biblioteca na escola. Os próprios estudantes construíram estantes para acomodar os livros. Observe na tabela: o número de estantes construídas, o número de prateleiras em cada estante, o número de livros por prateleira e o número total de livros. Analise cada situação e complete com os números que faltam.

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NÚMERO DE ESTANTES

NÚMERO DE DE PRATELEIRAS

NÚMERO DE LIVROS DE HISTÓRIA POR ESTANTE

3

2

5

2

3

30

3

45

5 2

NÚMERO DE TOTAL DE LIVROS

48

6

INVENTANDO PROBLEMAS Em dupla, elabore problemas que possam ser resolvidos com as seguintes operações:

a) 3 × 9

b) 30 : 5

c) 8 × 7

d) 49 : 7

Exponha no mural da classe o trabalho feito por sua dupla. Leia os problemas elaborados por outras duplas.

PARA LER TABUADA As tabuadas são listas organizadas com resultados das operações, envolvendo números de 1 a 10. Saber as tabuadas é muito importante, pois elas facilitam os cálculos. 1. Veja no quadro a seguir como foi construída a tabuada de multiplicação do 2. **

1×2=2

**

**

2×2=4

**

**

**

3×2=6

**

**

**

**

4×2=8

**

**

**

**

**

5 × 2 = 10

**

**

**

**

**

**

6 × 2 = 12

**

**

**

**

**

**

**

7 × 2 = 14

**

**

**

**

**

**

**

**

8 × 2 = 16

**

**

**

**

**

**

**

**

**

9 × 2 = 18

**

**

**

**

**

**

**

**

**

**

10 × 2 = 20

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2. Observe a sequência de símbolos e de resultados que aparecem na tabuada do 2.

a) Partindo do resultado 1 × 2 = 2, o que é preciso fazer para obter o resultado de 2 × 2?

b) Sabendo que 5 × 2 = 10, como se pode obter o resultado de 6 × 2? c) Partindo do resultado 10 × 2 = 20, o que é preciso fazer para obter o resultado de 9 × 2?

d) Sabendo que 5 × 2 = 10, como se pode obter o resultado de 4 × 2? e) Localize qualquer resultado na tabuada do 2 e explique: • como, a partir dele, pode-se obter o resultado imediatamente anterior;

• como, a partir dele, pode-se obter o resultado imediatamente posterior.

3. Observe as tabuadas do 0 ao 5. Veja que, a partir da tabuada do 1, aparece uma cor em cada lista. Tente descobrir por que alguns resultados estão pintados de amarelo em cada lista. Uma dica: olhando nas tabuadas anteriores você encontrará a resposta. TABUADA DO 0 TABUADA DO 1 TABUADA DO 2

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TABUADA DO 3 TABUADA DO 4 TABUADA DO 5

0×0=0

0×1=0

0×2=0

0×3=0

0×4=0

0×5=0

1×0=0

1×1=1

1×2=2

1×3=3

1×4=4

1×5=5

2×0=0

2×1=2

2×2=4

2×3=6

2×4=8

2 × 5 = 10

3×0=0

3×1=3

3×2=6

3×3=9

3 × 4 = 12

3 × 5 = 15

4×0=0

4×1=4

4×2=8

4 × 3 = 12

4 × 4 = 16

4 × 5 = 20

5×0=0

5×1=5

5 × 2 = 10

5 × 3 = 15

5 × 4 = 20

5 × 5 = 25

6×0=0

6×1=6

6 × 2 = 12

6 × 3 = 18

6 × 4 = 24

6 × 5 = 30

7×0=0

7×1=7

7 × 2 = 14

7 × 3 = 21

7 × 4 = 28

7 × 5 = 35

8×0=0

8×1=8

8 × 2 = 16

8 × 3 = 24

8 × 4 = 32

8 × 5 = 40

9×0=0

9×1=9

9 × 2 = 18

9 × 3 = 27

9 × 4 = 36

9 × 5 = 45

10 × 0 = 0

10 × 1 =10

10 × 2 = 20

10 × 3 = 30

10 × 4 = 40

10 × 5 = 50

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4. Analisando as tabuadas do 3 e do 4, podemos observar, por exemplo, que o resultado de 3 × 4 é igual ao resultado de 4 × 3. Encontre nas tabuadas que aparecem no quadro outros exemplos em que esse fato pode ser observado.

. As tabuadas do 0 e do 1 apresentam diferenças em relação às demais. Descubra quais são essas diferenças.

. Agora descubra como é possível construir os resultados da tabuada do 4 a partir da tabuada do 2. Reúna-se com alguns colegas, observem o quadro a seguir e tentem descobrir como isso pode ser feito. TABUADA DO 2

TABUADA DO 4

0×2 = 0

0×2 = 0

0×4= 0

1×2 = 2

2×2 = 4

1×4= 4

2×2 = 4

4×2 = 8

2×4= 8

3×2 = 6

6 × 2 = 12

3 × 4 = 12

4×2 = 8

8 × 2 = 16

4 × 4 = 16

5 × 2 = 10

10 × 2 = 20

5 × 4 = 20

6 × 2 = 12

12 × 2 = 24

6 × 4 = 24

7 × 2 = 14

14 × 2 = 28

7 × 4 = 28

8 × 2 = 16

16 × 2 = 32

8 × 4 = 32

9 × 2 = 18

18 × 2 = 36

9 × 4 = 36

10 × 2 = 20

20 × 2 = 40

10 × 4 = 40

Observando o quadro, vemos que, para multiplicar um número por 4, podemos primeiro multiplicar o número por 2 e, em seguida, multiplicá-lo novamente por 2. Dizendo de outra forma, para multiplicar um número por 4 basta calcular o dobro do dobro. . Em seu caderno, faça um quadro com as tabuadas do 6 ao 10. Quando estiver pronto, reúna-se novamente com seu grupo e tentem descobrir como é possível construir:

a) a tabuada do 10 a partir da tabuada do 5;

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b) a tabuada do 8 a partir da tabuada do 4;

c) a tabuada do 9 a partir da tabuada do 3.

Apresente as respostas do seu grupo e ouça as explicações dos demais. Os grupos chegaram a respostas comuns? Em caso negativo, organize, com a ajuda dos colegas e do professor, um debate sobre o assunto tratado nesta questão. . Complete o quadro a seguir com os produtos e os quocientes: MULTIPLICAÇÃO

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DIVISÃO

2×7=

14 : 7 =

14 : 2 =

5×3=

15 : 3 =

15 : 5 =

9×4=

36 : 4 =

36 : 9 =

6×8=

48 : 8 =

48 : 6 =

7×3=

21 : 3 =

21 : 7 =

9×8=

72 : 8 =

72 : 9 =

8×4=

32 : 4 =

32 : 8 =

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PARA AMPLIAR SEUS CONHECIMENTOS

Livros

Sites

Cidade partida, de Zuenir Ventura. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

Obra do jornalista carioca sobre as repercussões da chacina de Vigário Geral, no Rio de Janeiro. O fato serve de reflexão sobre a ideia de uma cidade partida, dividida entre os moradores das favelas e do “asfalto”.

Instituto Polis <http://www.polis.org.br/>

Instituto Polis – organização não governamental dedicada a políticas públicas urbanas e ao desenvolvimento local. Traz notícias, artigos e vídeos sobre cidades.

IBGE <http://www.ibge.gov.br>

IBGE – o órgão de pesquisa traz dados e mapas sobre as cidades e a urbanização brasileira. Dados e informações podem ser obtidos no link do Perfil dos Municípios, disponível no site.

Filmes

Bye, bye, Brasil. Brasil, 1979. Direção: Carlos Diegues, 105 min.

Saga de uma trupe de circo mambembe em suas andanças pelo interior do Brasil, em meio à chegada da televisão aos lugares mais remotos.

Central do Brasil. Brasil, 1998. Direção: Walter Salles, 112 min.

Professora que escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil (RJ) ajuda menino, cuja mãe morrera atropelada, a ir em busca dos irmãos, numa cidade do interior do Nordeste.

Cidade de Deus. Brasil, 2002. Direção: Fernando Meirelles e Katia Lun, 135 min.

O filme mostra as transformações na Cidade de Deus, um subúrbio carioca que foi palco de guerras de gangues, violência e tráfico de drogas. A narrativa é feita a partir do olhar de Buscapé, um jovem da comunidade que decide ser fotógrafo.

O homem que virou suco. Brasil, 1980. Direção: João Batista de Andrade, 95 min.

A saga do migrante nordestino Deraldo, poeta e cantor de cordel, que sobrevive em São Paulo de suas poesias e folhetos de cordel. É confundido com operário que esfaqueou o patrão.

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Eixo 4

Capítulo

1

Direitos sexuais e reprodutivos

EM RODA O relacionamento sexual dos seres humanos é diferente do sexo entre os outros animais porque não obedece somente ao instinto. Quando falamos sobre o relacionamento sexual humano, usamos a palavra sexualidade. Ela inclui o prazer e também relações afetivas, carinho e amor. Todas as sociedades, de acordo com sua cultura, criam regras morais, religiosas ou científicas relacionadas à vida sexual. Vejamos a seguir alguns exemplos. • Em muitos lugares do Brasil, no tempo de nossos avós e bisavós, não se admitia que as mulheres pudessem sentir prazer sexual. GLOSSÁRIO • Na Grécia antiga, o amor entre homens era considerado Sexualidade: característica humana que inclui desejo sexual, relações afetivas natural e nobre. e amorosas. • Em nossa sociedade, o relacionamento sexual entre paTabu: proibição imposta por tradição cultural ou regra social. rentes próximos é considerado um tabu. Com os colegas, faça uma lista de algumas normas de comportamento sexual da nossa sociedade. Em sua opinião, todos devem seguir esse mesmo modelo de comportamento? Dependendo do perfil dos alunos, a lista pode conter até orientações opostas. Registre todas as opiniões e aproveite as eventuais divergências para discutir a pluralidade de regras existentes em uma mesma sociedade.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Nos textos sobre sexo e sexualidade, você poderá encontrar palavras e expressões desconhecidas. Pode ser também que você use outras palavras para denominar as mesmas coisas. Faça um glossário sobre o assunto. Enquanto um dicionário contém várias palavras de uma língua, o glossário é uma lista de termos de um assunto ou de uma área específica. Para fazer o glossário sobre sexo e sexualidade, separe algumas folhas de papel, reservando espaço para as palavras iniciadas por uma mesma letra, em ordem alfabética (A, B, C, D,...). Junte-as como se fosse um pequeno livro ou caderno. Você também pode fazer isso no computador. Crie um arquivo em um editor de texto e, nele, separe também uma página para cada letra, seguindo a ordem alfabética. Para começar o seu glossário, sugerimos palavras do texto que foi lido. Siga as etapas: 1. Em dupla, releia o texto e discuta o significado de instinto, sexualidade e tabu. 2. Após a discussão, cada dupla deverá explicar para a turma o sentido dessas palavras. As diversas respostas deverão ser registradas na lousa. 3. Em seguida, você e seus colegas deverão procurar no dicionário o significado dessas palavras e compará-las com as conclusões anotadas na lousa.

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4. Nas páginas de seu glossário, escreva cada palavra na letra correspondente, em ordem alfabética. Por exemplo, instinto vai ficar na letra I. Anote ao lado o significado da palavra. Você pode usar a explicação da turma, a do dicionário ou um pouco de cada uma.

PARA LER DICIONÁRIO

Editora Global

Sabemos que o dicionário traz definições e alguns significados de quase todas as palavras de uma língua. Em grupos, observe como a página impressa de um dicionário é organizada:

Silveira Bueno. Dicionário Global Escolar Silveira Bueno de língua portuguesa. São Paulo: Global, 2009.

Repare que as palavras destacadas em negrito estão em ordem alfabética.

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Em dupla, responda às questões: 1. Como as palavras estão organizadas?

2. Que recurso é usado para destacar as palavras?

3. Por que as palavras são apresentadas em colunas?

4. Por que o tamanho das letras não é muito grande?

Editora Global

. No alto de cada página, aparece uma palavra em destaque. Identifique, na página reproduzida abaixo, essa palavra.

Silveira Bueno. Dicionário Global Escolar Silveira Bueno de língua portuguesa. São Paulo: Global, 2009.

. Procure essa palavra na página e seu significado.

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Explore com os alunos a sequência das demais entradas (palavra que é definida) da página, quando se observam a ordem alfabética da segunda letra da palavra em diante.

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. Repare que as palavras destacadas em negrito no dicionário estão em ordem alfabética. Agora, responda em seu caderno: Quais das palavras a seguir poderiam aparecer no dicionário entre as palavras sexo e sexual? Justifique sua resposta. sexologia

severo

sexta

sexólogo

setor

sexto

sexy

sexualidade

Para responder a esta questão, preste atenção à ordem alfabética das letras que vêm depois da letra X.

PARA LER ARTIGO DE OPINIÃO

Desigualdade de gênero e feminização da aids Dia 1o de dezembro é o DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS. Por isso, a Secretaria de Mulheres da CUT/DF ocupa esse espaço para dialogar com você sobre um fenômeno muito importante relacionado a esse tema: a feminização da aids. Desde 1992, o número de mulheres infectadas pelo vírus HIV é crescente, o que indica que as ações preventivas não estão sendo suficientes para frear o avanço da aids dentre a população feminina. No mundo todo, as mulheres já representam 50% da população infectada e no continente africano, já são maioria, com 60%. A ONU aponta a desigualdade de gênero e todas as formas de violência contra as mulheres como fatores determinantes para o aumento da vulnerabilidade feminina à doença. Ou seja, as mulheres muitas vezes são forçadas a ter relações sexuais não desejadas e desprotegidas com seus parceiros. Além da violência física, outras formas sutis de opressão, como o preceito da fidelidade matrimonial, concorrem para a proliferação do vírus. [...] Além da vulnerabilidade gerada pela cultura machista, que oprime a livre expressão da sexualidade feminina, essa realidade também é resultado de um conceito equivocadamente utilizado pelas primeiras campanhas de prevenção que foram direcionadas aos “grupos de risco”: homossexuais, prostitutas e usuários de drogas injetáveis. Hoje os programas de prevenção já procuram adotar o conceito de “práticas de risco”, admitindo assim que todas as pessoas que mantêm relações sexuais, permanentes ou eventuais, com parceiros do mesmo sexo ou não, estão sujeitas à infecção. [...] Romper com o medo, denunciar a violência e enfrentar o preconceito que nos oprime é o primeiro passo para frearmos o avanço do aids entre as mulheres e, consequentemente, entre toda a população. Contamos com você nessa luta! Maria das Graças Sousa. Desigualdade de gênero e feminização da Aids. Secretária de mulheres da CUT/DF, 04/12/2009. Disponível em: <http://www.cut.org.br/ponto-de-vista/ artigos/4101/desigualdade-de-genero-e-feminizacao-da-aids>.(Fragmento).

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HIV ou aids? Qualquer pessoa pode fazer um teste para saber se tem ou não a infecção pelo HIV, o vírus causador da aids. No Brasil, o teste anti-HIV e o tratamento para a prevenção e o controle da aids são gratuitos. Quando uma pessoa fica sabendo que tem a infecção

pelo HIV, ela pode fazer tratamentos que ajudam a prevenir ou adiar a manifestação da doença. Em outras palavras, quem adquire a infecção pode fazer acompanhamento de saúde e viver muitos anos com o HIV, sem desenvolver a aids.

EM AÇÃO 1. Selecione no texto as palavras que você não conhece. Procure-as no dicionário e, depois, anote-as no seu glossário, com o significado. 2. Qual é o assunto principal do texto? 3. Complete a frase a seguir: A “feminização da aids é

”.

4. Segundo o texto, por que as mulheres são mais vulneráveis à infecção pelo HIV? . No Brasil, 40% dos casos novos de aids afetam mulheres. Mas, entre adolescentes, a proporção já se inverteu: 60% dos casos novos estão ocorrendo em meninas. Em sua opinião, porque as adolescentes brasileiras são ainda mais vulneráveis à aids do que as mulheres adultas?

PARA LER TRECHO DE LEI Os direitos sexuais dizem respeito a muitos aspectos da vida: o poder sobre o próprio corpo, a saúde sexual e a liberdade para viver a sexualidade com bem-estar, sem sofrer discriminação ou violência. Eles fazem parte dos direitos de cidadania de todos os homens e mulheres, sejam crianças, jovens ou adultos. Os direitos reprodutivos complementam os direitos sexuais. Incluem a liberdade e as condições para usar métodos para evitar a gravidez ou para ter os filhos desejados, no momento desejado. Diversas leis estaduais e municipais foram criadas para proibir a discriminação em relação à orientação sexual. Conheça um trecho de uma lei municipal, da cidade de Maceió, em Alagoas.

LEI No 4.667, de 23 de novembro de 1997 Art. 1o Os estabelecimentos comerciais, industriais e repartições públicas municipais que discriminarem pessoas em virtude de sua ORIENTAÇÃO SEXUAL, na forma do artigo 6o, Inciso segundo da Lei Orgânica do Município de Maceió, sofrerão as sanções previstas nesta Lei. Parágrafo Único – Entenda-se por discriminação, para os efeitos desta Lei impor às pessoas de qualquer orientação sexual situações tais como:

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I – constrangimento; II – proibição de ingresso ou permanência; III – atendimento selecionado; IV – preterimento quando da ocupação a/ou imposição de pagamento de mais de uma unidade, nos hotéis e similares; V – aluguel ou aquisição de imóveis para fins residenciais, comércio ou lazer.

Disponível em: <http://www.abglt.org.br/port/leim4667.html>. Acesso em: 23 dez. 2012. (Fragmento).

Discuta com seus colegas as questões a seguir e anote as respostas. 1. Que tipo de discriminação a lei proíbe? Contra quem costuma acontecer esse tipo de discriminação?

2. A lei faz uma lista das atitudes consideradas discriminatórias nos estabelecimentos comerciais. Deem exemplos de cada uma dessas situações.

3. Por que você acha que foi preciso criar uma lei para proibir e punir esse tipo de discriminação?

4. A lei está valendo desde 1997. Na sua opinião, já houve mudanças em relação à discriminação pela orientação sexual no nosso país? Registre suas conclusões.

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PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Homossexualidade e homofobia

Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress

Os direitos sexuais fazem parte dos direitos humanos universais. Como as pessoas não são todas iguais, para garantir os direitos sexuais, é preciso respeitar as diferenças. Entretanto, as diferenças são frequentemente tratadas com desrespeito em nossa sociedade. A homofobia, por exemplo, ainda é uma das causas mais importantes de violência na sociedade brasileira. Homofobia significa ódio, aversão, discriminação e violência em relação aos homossexuais, também chamadas de gays. Os homossexuais são pessoas que sentem, espontaneamente, atração afetiva e sexual por pessoas do mesmo sexo, da mesma forma que uma pessoa heterossexual sente atração por pessoas do outro sexo de forma espontânea. A orientação sexual (heterossexual, homossexual ou bissexual) não é escolhida pelas pessoas, nem indica algum problema de saúde ou anormalidade. São apenas formas diferentes de manifestação do desejo. Outra parte da população que sofre preconceitos são os travestis, transexuais e transgêneros. O movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) luta contra a violência e o preconceito e para garantir direitos a essa população.

16a Parada do Orgulho LBGT em São Paulo, 2012. Desde 1998, ocorre na avenida Paulista, em São Paulo, a reunião daqueles que lutam pelo fim do preconceito sexual. O símbolo da Parada é o arco-íris.

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1. Identifique no texto as palavras desconhecidas, localize-as no dicionário e registre-as no seu glossário. Ajude os alunos com os termos desse texto, pois muitos deles são 2. Qual é o tema tratado no texto?

marcados por concepções do senso comum, algumas delas preconceituosas ou equivocadas.

3. Em dupla, responda às questões:

a) O que é a homofobia?

b) Podemos dizer que a orientação sexual é uma escolha individual? Por quê?

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Identidade sexual As pessoas que nascem com pênis são consideradas do sexo masculino e as que nascem com vagina são consideradas do sexo feminino. No entanto, a identidade sexual de uma pessoa não depende somente do corpo com o qual ela nasce. Depende de como a pessoa se sente, se ela se sente como homem ou como mulher. Existem pessoas, chamadas de transexuais, que têm uma identidade sexual oposta a seu sexo biológico. Segundo o Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS), no Painel de Indicadores do SUS (número 5, volume II, 2008): “O conceito de gênero segue em construção. A identidade sexual, antes dicotômica ([dividida apenas entre] masculino-feminino), ampliou-se para abranger homossexuais, lésbicas, transexuais, travestis, etc., que não se identificam como homens ou mulheres no sentido comum de gênero. Hoje, sabe-se que o suposto sexo biológico [indicado pelo corpo que temos] e a identidade subjetiva [definida como cada pessoa se sente e se reconhece] nem sempre coincidem.”

Transexualidade Os indivíduos transexuais são aqueles que não se identificam corporalmente e socialmente com seu sexo biológico. Por esse motivo, necessitam promover alterações físicas, visando a compatibilidade entre a identidade sexual e o corpo e também uma transição em seu contexto de vida social. As cirurgias de readequação sexual (popularmente conhecidas por cirurgias de mudança de sexo) têm a função de permitir, aos que se submetem a elas, viver plenamente, incluindo, por exemplo, uma vida sexual em que possa encontrar o prazer. Deve-se considerar também que identidade sexual não é o mesmo que orientação sexual. O primeiro termo refere-se a como cada pessoa entende e enxerga a si mesma. Nas sociedades humanas, nos identificamos por homem ou mulher. Já a orientação sexual refere-se a quem direcionamos o afeto e a atração sexual, seja para alguém do mesmo sexo ou oposto.

Você entendeu o que é identidade sexual? Discuta com os colegas. Aproveite a oportunidade e oriente os alunos a realizar uma pesquisa sobre os conceitos de transexual, travesti e transgênero. É importante consultar fontes confiáveis, como o Ministério da Saúde. Procure conduzir as discussões de modo a dirimir dúvidas e a evitar posturas e julgamentos preconceituosos, o que, muitas vezes, ocorre por falta de informação. 2o e 3o anos 321

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PARA LER ENTREVISTA

Entrevista com João Nery, o primeiro transexual brasileiro Postado em 3 de maio de 2012. João Nery, o primeiro transexual brasileiro conta um pouco da sua trajetória em entrevista para a Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias (ACGE). João Nery esteve em São Paulo no mês de março [de 2012], para o lançamento de sua autobiografia Viagem solitária na Casa das Rosas e para uma palestra na FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas. ACGE – De onde surgiu a ideia de fazer uma biografia? J. N. – Bom, eu já tinha feito uma antes em 1984 e esse segundo livro é uma releitura do primeiro, mais completa, tem toda a quarta parte que é minha paternidade, e eu enfim, tive uma solicitação em 2010 pra dar uma entrevista pra revista Trip e, a partir dessa entrevista, eu me animei e resolvi reescrever o livro, complementar porque estava tudo defasado, tirei várias coisas, coloquei outras tantas. [...] ACGE – Da época que você fez a cirurgia para os dias de hoje, ainda há muito preconceito com isso? J. N. – Ah com certeza, nós não conseguimos nem aprovar a lei anti-homofobia. Nem o kit consegue ir para as escolas, como lugar fundamental para fazer a cabeça das crianças e começar a respeitar a diversidade. Claro que houve um avanço, as cirurgias foram legalizadas, a união estável foi aceita, [...] Só neste ano [2012], nos primeiros três meses do ano, nós tivemos 104 mortes por homofobia. Isso equivale ao dobro do ano passado. [...] ACGE – Como foi a mudança de vida após a cirurgia? J. N. – Todo mundo acha que a cirurgia é um marco. Isso é meio falso, eu fiz a cirurgia em 1977, em plena ditadura. Não havia cirurgia legalizada, foi tudo por debaixo do pano. Ilegal. Eu não pude mudar minha identidade através da justiça, por isso perdi meu currículo todo. Eu era psicólogo, era professor, eu tinha um consultório e tal, depois virei analfabeto. Agora, eu comecei a viver minha identidade masculina socialmente, se bem que socialmente desde o dia em que eu nasci, mas, socialmente a partir dos 20 ou 22 anos de idade, quando eu comecei a dirigir um táxi. Eu ainda fazia faculdade de psicologia e trabalhava num táxi e nesse táxi eu tinha uma identidade masculina. Então eu tinha uma dupla identidade social, eu era homem no táxi, no prédio que eu morava porque eu era casado com uma garota e me viam como uma figura masculina, na rua, e era mulher nas faculdades que eu dava aula, e enfim, para os conhecidos, para a família, para os amigos. É enlouquecedor esse processo, claro, eu não tomava hormônio ainda, mas, eu já fazia a figura de um rapaz. A cirurgia surgiu cinco

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anos depois desse processo. O fato de eu ter tirado as mamas me deu uma articulação socialmente maior, eu podia ir a praia, podia nadar, e a histerectomia fez com que eu parasse de menstruar e produzir principalmente estrogênio. Depois da cirurgia é que eu comecei a me “hormonar”, até porque eu não podia ter feito isso antes, pois como eu ia ser uma mulher barbada dando aula numa faculdade como professor? [...] Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Cultura. Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias (ACGE). Disponível em: <http://www.generoseetnias.com.br/2012/05/entrevista-com-joao-nery-o-primeiro-transexual-brasileiro/>. Acesso em: 23 dez. 2012. (Fragmento).

Para saber mais sobre o tema e sobre a história de João Nery, leia o livro Viagem solitária (Editora Leya, 2011), em que ele relata sua trajetória de transexual masculino. Agora, responda às perguntas: 1. Para João Nery, ainda há preconceito por causa da homofobia? Por quê?

2. Que dificuldades João Nery enfrentou?

3. Você conhece alguém que passe por dificuldades parecidas?

4. As entrevistas procuram trazer para os leitores conhecimentos sobre assuntos que interessam a muitas pessoas. Em sua opinião, por que João Nery foi entrevistado para falar do livro que lançou?

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. Em sua opinião, mudar os documentos de identidade seria um direito de João Nery? Por quê? Discuta sua resposta com os colegas e registre suas conclusões.

. Não se esqueça: complete seu glossário com o termo identidade sexual e outros que você aprendeu.

Em várias campanhas e movimentos de luta pelos direitos humanos, inclusive os direitos sexuais e reprodutivos, é comum usar objetos, cores ou imagens como símbolos. Esses símbolos ajudam as pessoas a identificar esses movimentos e as pessoas que participam deles. No cartaz a seguir, é possível encontrar um desses símbolos.

Ministério da Saúde

PARA LER CARTAZ

1. Em dupla, identifique o símbolo usado no cartaz.

2. Você imagina por que esse símbolo foi escolhido para essa campanha? Para responder, fique atento ao objeto escolhido e à cor empregada.

3. Agora, escreva um comentário para esse símbolo, explicando o que ele significa e o que você acha dele. Você pode começar com “O símbolo da campanha...”.

4. Em dupla, cada colega deverá ler o texto do outro, para ajudar a melhorá–lo. Passe seu comentário a limpo numa folha à parte e exponha num mural com a imagem da campanha comentada.

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Capítulo

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Mulheres e homens na sociedade brasileira

EM RODA Você já deve ter notado que os comportamentos masculinos e femininos não podem ser explicados somente pelo sexo biológico do nascimento. Na verdade, esses comportamentos são quase todos ensinados pela sociedade. É por isso que as funções de homens e mulheres são muito diferentes de uma sociedade para outra e mudam, também, com o passar do tempo. Converse com os colegas e responda: • Como eram as relações entre homens e mulheres em nosso país, no tempo de nossos avós? • Quais foram as mudanças mais importantes nos comportamentos de homens e mulheres desde aquele tempo até hoje? • Existe igualdade entre os sexos no mundo atual?

PARA LER LETRA DE CANÇÃO

Cotidiano Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar E essas coisas que diz toda mulher Diz que está me esperando pro jantar E me beija com a boca de café

Ilustração digital: Avelino Guedes

Para refletir sobre o papel do homem e da mulher na sociedade brasileira ao longo da história, vamos analisar uma canção de Chico Buarque, composta em 1971. Se possível, ouça a canção na classe com seus colegas.

Todo dia eu só penso em poder parar Meio-dia eu só penso em dizer não Depois penso na vida pra levar E me calo com a boca de feijão Seis da tarde como era de se esperar Ela pega e me espera no portão Diz que está muito louca pra beijar E me beija com a boca de paixão

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Toda noite ela diz pra eu não me afastar Meia-noite ela jura eterno amor E me aperta pra eu quase sufocar E me morde com a boca de pavor Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã © Copyright 1971 by Cara Nova Editora Musical Ltda. Av. Rebouças, 1700 – São Paulo – Brasil. Todos os direitos reservados/Chico Buarque. [Rio de Janeiro]: Marola Edições Musicais Ltda. Construção. Faixa 2.

1. Quem é o compositor da canção e quando ela foi gravada?

2. Como a mulher é retratada pelo compositor na canção? Retire do texto uma frase que mostre essa imagem da mulher.

3. Qual seria o papel do homem na sociedade, de acordo com a canção? Retire do texto uma frase da canção que mostre o papel masculino.

4. Os papéis do homem e da mulher mudaram em nossa sociedade, da data de lançamento da canção até hoje? Explique sua resposta e dê exemplos.

. Em sua opinião, os papéis feminino e masculino são iguais na sociedade? Justifique sua resposta.

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MULHERES E HOMENS NO BRASIL: UMA LONGA HISTÓRIA No período em que o Brasil foi colônia de Portugal, entre 1500 e 1822, a vida social estava dividida entre homens e mulheres livres e escravos. Para cada um desses grupos, o cotidiano se organizava de forma muito diferente. Após os anos 1550, as plantações de cana-de-açúcar e os engenhos responsáveis pela fabricação do açúcar se desenvolveram em vários pontos do país, especialmente no Nordeste. Os trabalhadores eram, na sua maioria, escravos de origem africana.

PARA LER DOCUMENTOS HISTÓRICOS Os documentos históricos citados a seguir relatam aspectos da vida das mulheres no Brasil durante o período colonial. Observe nesses documentos palavras e expressões comuns para a época. Leia os textos e responda às questões.

Documento 1 “Quando o marido a corrigir de alguma coisa, mostre-se-lhe agradecida a seu bom afeto e receba a correção com humildade.” Diogo de Paiva Andrade. Instrução às senhoras casadas para viverem em paz e quietação com seus maridos, 1782.

Documento 2 Aqueles que não conhecem a grande influência que as mulheres têm no bem ou no mal das sociedades parece que até nem querem que elas tenham alguma educação. Mas isso é um engano, é um erro que traz o princípio da ignorância. Ela tem uma casa que governar, um marido que fazer feliz e filhos que educar na virtude. Bispo Azeredo Coutinho, 1798. Mary del Priore. Mulheres no Brasil colonial. São Paulo: Contexto, 2003. (Fragmentos).

1. Quando foram escritos os documentos citados? Quem são os autores?

2. Que atitude a mulher deve ter diante do homem, segundo as orientações do Documento 1?

3. Qual o papel da mulher na sociedade, conforme o Documento 2?

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4. Compare os documentos. Em sua opinião, o papel reservado às mulheres é o mesmo nos dois textos? Explique sua resposta.

. Em sua opinião, nos dias de hoje, a atitude da mulher e seu papel na sociedade mudaram em relação ao que ocorria no Brasil colonial? Justifique sua resposta.

PARA LER PINTURA

Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.

Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.

Em 1822, o Brasil tornou-se independente de Portugal. Jean-Baptiste Debret (1768-1848) foi um pintor francês que esteve D. Pedro I, filho de D. João VI, rei de Portugal, tornou-se no Brasil entre 1816 e 1831. Sua imperador do Brasil. A independência política, porém, não obra procurou retratar o cotidiano trouxe mudanças significativas na organização da sociedadaquele período, transformando-se em rico documento sobre a de. A escravidão continuou existindo em nosso país e, com sociedade e a cultura brasileiras. ela, manteve-se a separação entre aqueles que eram livres e escravos. Desde o período colonial, ser mulher escrava era bastante diferente de ser uma mulher livre, fosse esta pobre ou casada com um homem de posses. Observe estas pinturas representativas desse período anterior à abolição da escravatura e responda às questões.

Jean-Baptiste Debret. Uma senhora brasileira em seu lar, c. 1823, litografia aquarelada à mão, 16 × 22 cm.

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Jean-Baptiste Debret. Lavadeiras à beira-rio, 1835, litografia aquarelada à mão, 42 × 30 cm.

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1. Descreva em seu caderno as duas pinturas. Anote detalhes de cenas, personagens, objetos e outros elementos. 2. Qual é o período da história do Brasil mostrado nas pinturas?

3. O que as mulheres retratadas nas pinturas estão fazendo?

4. As mulheres retratadas nas duas pinturas desempenhavam funções semelhantes?

. Que diferenças é possível perceber entre o papel da mulher livre e o da mulher escrava na sociedade nas épocas estudadas? Considere as imagens e os documentos que você analisou e anote a resposta em seu caderno.

LUTAS E CONQUISTAS DAS MULHERES PARA LER TEXTO EXPOSITIVO

Bettmann/Corbis/Latinstock

Mesmo com a independência política do Brasil em relação a Portugal, em 1822, as mulheres livres continuaram a ter menos direitos que os homens. Elas não podiam votar nem exercer cargos públicos. Cabia ainda à mulher, exclusivamente, o espaço da casa e o cuidado com a família. No entanto, pouco antes de 1900, já começava a se organizar no Brasil um movimento feminista que reivindicava mudanças. Uma delas seria o direito de voto para a mulher. Após a abolição da escravatura, em 1888, e também com o desenvolvimento das primeiras indústrias no Brasil, muitas mulheres foram trabalhar como operárias. Nos primeiros anos do século XX, elas participaram de greves e defenderam a ampliação dos seus direitos. Uma das primeiras líderes feministas brasileiras foi Berta Lutz, que nasceu em 1894. Em 1922, ela ajudou a fundar no Brasil a Federação para o Progresso Feminino. Ela defendia que as mulheres tivessem o direito de trabalhar sem que fosse necessária a autorização do marido. Foi também uma das grandes defensoras do voto feminino, que viria a ser conquistado em 1932. Berta Lutz, em 1925.

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NA INTERNET Você pode conhecer mais sobre Berta Lutz no site do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/berta_lutz>.

ESCREVENDO LINHA DO TEMPO Com um grupo de colegas, organize, em uma linha do tempo, as informações sobre o papel social da mulher ao longo da história brasileira. Primeiro, complete o quadro a seguir com as datas e os períodos citados no texto. DATA/PERÍODO

ACONTECIMENTO

1. Desenhe no caderno a linha do tempo. Escreva nessa linha as informações levantadas, de acordo com a ordem do acontecimento no tempo – do mais antigo para o mais recente. Lembre-se de escrever de forma resumida. Veja o modelo abaixo. INDEPENDÊNCIA DO BRASIL Mulheres não votavam nem exerciam cargos públicos

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2. Cite duas conquistas das mulheres mencionadas no texto. Você acha que essas conquistas foram importantes? Explique sua resposta. Por que 8 de março é o Dia Internacional da Mulher? No dia 8 de março de 1857, as operárias de uma fábrica de tecidos de Nova York, nos Estados Unidos, entraram em greve, reivindicando a redução da jornada de trabalho para 10 horas por dia. Elas recebiam menos de um terço do salário dos homens por suas 16 horas de trabalho diárias. Um incêndio na fábrica, ocupada pelas operárias em greve, causou a morte de mais de 30 mulheres. Em homenagem àquelas mulheres, o dia 8 de março é hoje celebrado como o “Dia Internacional da Mulher”. De lá para cá, o movimento a favor da emancipação da mulher cresceu em todo o mundo.

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EM GRUPOS No Brasil, circulam piadas sobre vários assuntos. A mulher é um dos assuntos mais explorados. É possível ler ou ouvir piadas sobre a mulher na boca do povo, nos programas de tevê, nos livros de anedotas, na internet ou no rádio. Você conhece alguma? Conte-a para seu grupo. Você já percebeu que as piadas criam determinada visão da mulher para causar o riso? Quem não se lembra de alguma frase preconceituosa contra a mulher em programas humorísticos? Discutam em grupos as seguintes questões. 1. Tentem lembrar algumas frases preconceituosas contra as mulheres. Organize-as na lousa, como no exemplo a seguir, relacionando com o programa em que aparecem, e como era a personagem feminina a que se referiam. FRASE

PROGRAMA

PERSONAGEM FEMININA

2. Em seguida, leia as palavras apresentadas abaixo. Escreva em seu caderno as que normalmente aparecem nas piadas sobre mulher. inteligente inferior ao homem romântica interesseira bonita superior ao homem doméstica amorosa delicada feia submissa honesta sensual infiel 3. Acrescente outra característica atribuída às mulheres que também seja tema de piada. 4. Com base na atividade anterior e com a ajuda de seu professor, discuta estas questões com um pequeno grupo de colegas: • Como a mulher é apresentada nos programas de humor e nas piadas? • Você concorda com a forma de apresentar a mulher em tais situações? Por quê? • Vimos até aqui que, apesar das conquistas das mulheres ao longo da história, elas ainda sofrem preconceito e desvalorização. Por que isso acontece? • Escreva, em seu caderno, três frases com conclusões após a discussão de seu grupo. Apresente para a turma e discuta os resultados com todos os colegas da classe.

ESCREVENDO COMENTÁRIO Escreva um comentário com sua opinião sobre uma das seguintes afirmações: • “As mulheres recebem o tratamento que merecem na sociedade brasileira.” • “Mulheres cuidam melhor dos filhos que os homens.” • “Lugar de mulher é na cozinha.” • “Homem que é homem não chora.” Para expressar opiniões com clareza, é preciso explicar por que pensamos de determinada maneira. Por exemplo, não basta dizer “Eu acho que as mulheres são maltratadas”.

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É preciso dizer por que você pensa assim: “Eu acho que as mulheres são maltratadas porque...”. Leia o seu texto em voz alta para os colegas. Se achar necessário mudar algo em seu texto, reescreva-o. No final da discussão, os textos poderão ser afixados no mural da classe ou da escola para que outras pessoas possam ler.

NA INTERNET Acessem sites com notícias e fóruns de discussão sobre o papel da mulher na sociedade. Na maioria desses sites, é possível comentar o texto que foi lido. Leia o texto, discuta com seus colegas e envie seus comentários para que outras pessoas possam lê-lo. Seu professor pode ajudá-lo.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Neste capítulo, falamos sobre os papéis de mulheres e homens na sociedade brasileira. Na nossa língua, existem alguns mecanismos para apontar se estamos falando de homens ou mulheres, de pessoas do sexo feminino ou masculino? 1. Observe as palavras a seguir. senhora emancipada operário professor menino submissa trabalhadora escrava menina senhor escravo operária trabalhador professora No caderno, separe as palavras em duas colunas, uma para as femininas e outra para as masculinas. O que marcou a diferença entre as palavras do gênero feminino e do gênero masculino. 2. Em seguida, observe as palavras que seguem. estudante

amante

criança

adolescente

paciente

Como podemos saber se elas se referem a homens ou a mulheres?

PARA LER CRÔNICA Leia a crônica a seguir, que fala das transformações na vida das avós modernas e responda às questões.

Vovós modernas Foi-se o tempo em que as viúvas botavam um vestido escuro e viviam esquecidas do mundo. Suas únicas alegrias eram os netos, a quem se dedicavam como fadas-madrinhas. Mãe podia ficar brava, dar pito. Vovó permitia tudo. Suas qualidades culinárias foram glorificadas em prosa, verso e nos divãs dos terapeutas. Quantos pacientes não gastaram

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horas e horas lembrando-se dos bolos e sequilhos que só elas sabiam fazer? Todos adoravam as vovós de gestos adocicados, sempre prontas para ir à cozinha. Menos as próprias. Tanto que, na primeira chance, mudaram. Outro dia ouvi dois garotos conversando: — Vou para a fazenda do namorado da vovó! — dizia um. — Ele é legal? O da minha é um chato. Pois é. Os tempos são outros. Vovós tingem o cabelo. Fazem plástica. Lipo. Vão à academia. Muitas vezes, namoram contra a vontade dos filhos. — Mamãe, eu não gosto daquele sujeito — brigava um amigo meu outro dia. — Sei cuidar de mim! Já troquei suas fraldas! — Deixa, ela é uma teimosa! Depois não diga que não avisamos! — lamentava-se a nora. O próprio conceito de velhice mudou. Ou as pessoas vivem mais ou se divertem durante mais tempo. Antes, alguém de 50 anos era considerado velho. Hoje, aos 60, dizem que ainda é novo. Conheço um taxista especializado em vovós. — Vou, pego em casa, levo ao médico e para fazer compras. Ajudo a carregar — ele me contou. Qualquer empresário teatral paulista pode confirmar. Produtores adoram as excursões de “velhinhas”. São um público fiel. Vão em vans. Depois saem para comer uma pizza. Adoram comédias. E piadas maliciosas. Já existem academias apostando na terceira idade. Um personal trainer me revelou: — É uma alegria quando fazem movimentos que não conseguiam antes! Muitas são separadas, outras, viúvas. Tornam-se amigas.

GLOSSÁRIO

Personal trainer: termo da língua inglesa que significa treinador profissional de atividades físicas, que atende as pessoas individualmente.

Fazem programas juntas, sem obrigar a família a acompanhá-las. Vão dançar. Às vezes tomam uma cerveja, por que não? Falam, é claro, de amores. — Viu como ele me olhou? – diz uma. — Eu acho que a reconheceu. Deve ser amigo do seu neto! – observa uma, mais venenosa. — Coisa nenhuma. Rapaz novo adora coroa! Verdade absoluta. Já soube de vários casos. Muitos jovens sentem atração por mulheres mais velhas. Que bom! O sol nasceu para todos. Muitas, porém, preferem se relacionar com amigos e até ex-namorados do passado. Fazem companhia um ao outro. Até surgem casamentos! Há bastante preconceito. Não falta quem gostaria de acorrentar avós ao fogão. Se várias delas abriram a cabeça, eles não. Eu mesmo, confesso, no passado já andei distribuindo alguns exemplares de livros de culinária a senhoras rebeldes. Adiantou? Só se dedicaram à cozinha as que já gostavam quando novas. A solidão nunca despertou nenhuma vocação para as panelas!

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Acompanhei uma história muito próxima, na minha família. Depois de quarenta anos de casada, veio a viuvez. Passado o luto, um novo amor! Nem por isso deixou de dar carinho aos netos. Apenas acrescentou mais amor a sua vida. Não é regra. Inúmeras mulheres têm um temperamento mais reservado. Preferem continuar com uma vida calma, roupas discretas, dedicação total à família. Ótimo, quando é por vontade própria. Péssimo, se é por pressão dos filhos. Ninguém é obrigado a permanecer em um papel inventado pela sociedade. As mulheres de terceira idade estão dando o grito de libertação. É uma nova minoria ávida por seus direitos. Não será estranho se surgir em breve o Movimento de Emancipação das Vovós. Garanto meu apoio! Walcyr Carrasco. Veja, 1o nov. 2006.

1. Qual é o assunto principal do texto? Transcreva em seu caderno a afirmação que responde corretamente à pergunta. • As mudanças na vida das avós modernas. O amor aos netos por parte das avós modernas. 2. Como são as vovós modernas que o texto descreve? 3. Que atividades as vovós modernas fazem que as avós de tempos atrás não faziam?

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Em dupla, reescreva o primeiro parágrafo no caderno, fazendo as seguintes mudanças de palavras: viúva mãe vovó

viúvo pai vovô

Faça as mudanças adequadas nas palavras. Depois leia para a turma. Destaque essas palavras que foram modificadas. Por que elas mudaram?

PARA PESQUISAR Para ampliar o seu conhecimento sobre como a nossa língua se refere à diferença dos sexos, pesquise palavras que indicam o masculino e o feminino de maneira bem diferente, sem mudar apenas o final do vocábulo, como homem e mulher. Iniciamos a lista que você vai completar em seu caderno: • ator – atriz • bode – cabra Agora, pesquise em jornais e revistas figuras que ilustrem palavras masculinas e femininas. Recorte-as e monte um mural. Crie legendas para as figuras.

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1. Leia em voz alta as palavras a seguir: beleza baronesa princesa pobreza esperteza francesa camponesa

portuguesa japonesa dureza duquesa

O que elas têm em comum na pronúncia? E na grafia, em que se parecem? 2. Escreva no seu caderno apenas aquelas que têm um nome masculino equivalente. Com um colega, escreva ao lado de cada palavra a sua forma masculina. Observe o exemplo: princesa

príncipe

portuguesa

português

Nesses exemplos há substantivos – palavras que dão nome aos seres – e adjetivos pátrios – palavras que indicam lugar de origem – na sua forma feminina e masculina.

3. Observe novamente a lista e escreva, em seu caderno, apenas as palavras que dão nome a uma qualidade ou característica, seja de pessoa, de objeto, de lugar. A palavra esperteza, por exemplo, é a qualidade de quem é esperto. 4. Em seguida, observe o final das palavras das duas listas e discuta em dupla: • Como terminam as palavras femininas da primeira lista? • Como terminam as palavras que dão nome a algumas características? • Qual é a diferença entre essas terminações? . Reescreva em seu caderno o texto a seguir, completando-o com as informações de sua pesquisa: Algumas palavras da nossa língua têm partes que são pronunciadas do mesmo jeito, mas são escritas de maneira são: francesa,

. Alguns exemplos , dureza e

. Se

, tivermos dúvida entre escrever o final com -esa ou com devemos lembrar que substantivos femininos e adjetivos pátrios são escritos com , enquanto palavras que dão nome ou característica são escritas com -eza.

PINTURA – UM DIÁRIO DE VALORES EM RODA Por meio das linguagens da arte – teatro, dança, artes visuais e música – podemos nos comunicar e expressar pensamentos, ideias e sentimentos. Cores, formas, sombras, equilíbrio, planos, pontos, linhas, sons, gestos e movimentos são alguns dos elementos expressivos com os quais trabalhamos para compor nossas produções: uma pintura, a letra e a partitura de uma composição musical, uma dança ou peça teatral.

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A pintura, nosso principal foco de estudo, é uma das expressões das artes visuais que nos conta histórias no decorrer dos tempos. Assim, ao representar pensamentos, ideias e sentimentos de quem as cria, a pintura traz dados sobre o tempo histórico e a cultura em que seu autor está inserido. Converse com o professor e os colegas sobre as questões a seguir: • Você já visitou uma exposição de artes visuais onde apreciou pinturas, desenhos, esculturas, fotografias? • Onde aconteceu essa exposição? Na escola, em praça pública, em um salão especial? • De quem eram as obras expostas?

PARA LER PINTURA

crédito

A comunicação entre as pessoas pode ocorrer em diferentes linguagens e a pintura é uma delas. Entretanto, para que possamos compreender e nos apropriarmos de uma linguagem, é preciso que conheçamos seus códigos. AsBelmiro de Almeida (1858sim, da mesma maneira que aprendemos letras e palavras, -1935) foi pintor, desenhista e frases e textos escritos, também precisamos conhecer os escultor brasileiro formado pela recursos expressivos e materiais com os quais criamos Academia Imperial de Belas Artes. Era homem elegante, uma produção artística para realizar sua leitura. Observe a irônico e inquieto, inicialmente reprodução da pintura de Belmiro de Almeida e responda admirado como caricaturista. oralmente às questões.

Belmiro de Almeida. Arrufos. 1887. Óleo sobre tela, 89 cm × 116 cm.

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Algumas das obras de Belmiro de Almeida são classificadas como pinturas de gênero. Nesse tipo de pintura, podemos observar a representação de cenas rotineiras, temas da vida cotidiana, mulheres cuidando de afazeres domésticos e homens em seu trabalho. 1. O nome da obra é Arrufos. Esse termo se refere a uma briguinha passageira entre pessoas que se gostam. Você concorda que é isso que o quadro representa? Por quê?

2. Observe a rosa despedaçada no chão e o vaso quebrado na mesa. Isso tem algum significado? O que esses elementos sugerem para o leitor?

3. Em dupla ou em pequenos grupos, observe o ambiente pintado na tela, prestando atenção aos detalhes. Verifiquem o que cada um observou.

4. Observe agora a posição do homem que está sentado no sofá. Ele está preocupado ou indiferente? E a mulher, que sentimentos sua figura transmite?

. A quais conclusões você pode chegar ao observar a cena e imaginar o que ocorrerá? Será que o homem vai pedir desculpas? Ou será a mulher quem se desculpará? Discuta com seus colegas e descreva sua interpretação.

EM GRUPOS Com mais dois colegas, observem a postura da figura masculina na pintura Arrufos, que pode ser interpretada como de bom-tom e de acordo com a posição social do homem na época. Pesquisem em revistas imagens de mulheres e homens, além de objetos que fazem parte da cena do quadro. Recortem as imagens e criem uma colagem, imaginando que a cena ocorre no século XXI. Exponham a colagem juntamente com as de seus colegas e observem as diferentes soluções encontradas para a proposta, se as composições se reportam ao século XXI e como vocês identificam essa característica na produção.

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PARA FAZER COLAGEM

VG Bild - Kunst/Coleção particular. Foto: AKG Images/Latinstock

A técnica da colagem foi muito utilizada no início do século XX por artistas modernistas que desejavam inovar seus meios de expressão. Em 1912, o pintor francês Georges Braque (1882-1963) realizou seus primeiros trabalhos de colagem montando sobre uma superfície diversos materiais: recortes de jornais, retalhos de papel e tecido e fotografias. Desde então a colagem passou a figurar como técnica artística ao lado da pintura, da gravura e da escultura e possui outros importante artistas como expoentes, como Pablo Picasso (1881-1973) e Richard Hamilton (1922-2011).

Richard Hamilton. O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes? 1956. Colagem sobre papel, 26 × 25 cm. Kunsthalle, Tünbigen. Nesta colagem, o autor combinou fotografias com recortes de revistas para criar um ambiente que representa o paraíso do consumidor. Observe os detalhes. A obra retrata os ideais de consumo da sociedade americana da época.

Com a técnica da colagem pode-se criar composições fáceis de realizar. Inicia-se recortando as imagens ou papéis selecionados. Em seguida é importante que se monte a composição sobre uma folha de papel ou outro material testando as diversas possibilidades de organização dos elementos recortados. A cola só deve ser usada quando se tiver obtido um resultado interessante. Um trabalho de colagem pode contar também com complementos realizados com outros materiais como: tintas, lápis etc.

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Capítulo

3

Contando mulheres e homens

EM RODA Hoje, no Brasil, existem mais homens ou mulheres? O número de casamentos está aumentando ou diminuindo? E as separações, estão em expansão ou em declínio? Veja algumas informações sobre números de homens e mulheres apresentados em uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). PROPORÇÃO ENTRE HOMENS E MULHERES NO BRASIL

Número de homens e de mulheres

As mulheres eram maioria no ano de 2010, com 51%, um pouco mais da metade da população total, que era mais de 190 milhões.

Nascimento

Em 2010, nasceram menos mulheres do que homens no país.

Faixa etária

Até a idade de 24 anos, o número de mulheres é inferior ao de homens. A partir dessa idade, elas aparecem em maior número porque eles estão mais sujeitos a mortes por acidentes e violência e a migrar para outros países. Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, 2010.

Com os colegas, discuta: • Quem se destaca em maior número na população brasileira, os homens ou as mulheres? • Entre os mais jovens, quem é maioria no Brasil: as mulheres ou os homens? • Com base nos dados apresentados no quadro, entre os idosos, quem é a maioria, homens ou mulheres?

PARA LER GRÁFICO O gráfico é uma maneira de representar visualmente dados numéricos. Geralmente possui um texto explicativo, que é a legenda. Em todo gráfico, deve ser citada a fonte (origem das informações). Para entendê-lo, é preciso ler o título, a legenda e as informações indicadas nos eixos vertical e horizontal.

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Com a ajuda do professor, faça a leitura do gráfico, seguindo as orientações. Brasil: Características da população em 2010 (números absolutos em milhões) Planeta Terra Design

50 000 000 45 000 000 40 000 000

Total 190 755 799

35 000 000

Homens 93 406 990

25 000 000

Mulheres 97 348 809

30 000 000 20 000 000 15 000 000 10 000 000 5 000 000 0a4 anos

5a9 anos

10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 39 40 a 59 60 anos anos anos anos anos anos ou mais

Fonte: IBGE. Censo 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/ caracteristicas_da_populacao/caracteristicas_da_populacao_tab_brasil_zip_xls.shtm>. Acesso em: 5 nov. 2012.

1. Leia o título do gráfico. 2. Veja na legenda o que indicam as cores vermelha e azul. 3. Localize no gráfico o eixo horizontal e as informações que aparecem nesse eixo. 4. Localize o eixo vertical e as informações que aparecem nesse eixo. . Observe o número zero no encontro do eixo vertical com o eixo horizontal. A partir do zero, situe no eixo horizontal o terceiro grupo de colunas azul e vermelha: o que está representado na coluna azul? E na coluna vermelha? . Compare as colunas da faixa de 15 a 19 anos com as colunas que correspondem à faixa com mais de 60 anos. Qual delas tem o maior número de homens? E de mulheres?

. Em que faixa de idade encontra-se o maior número de homens e de mulheres?

. Em sua opinião, o que está retratado nesse gráfico? Escreva em seu caderno um texto com suas conclusões a respeito do que ele retrata.

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Agora, veja nos gráficos a seguir os números recentes de casamentos e separações que aconteceram no Brasil. Depois, responda às questões. Brasil: Separações judiciais (2007-2010)

1 100

100

1 000

90

900

80

800

70

700

60

600

50

500

40

400

30

300 200 100 0

Planeta Terra Design

Brasil: Casamentos (2007-2010)

20 10 2007

2008

2009

2010

0

2007

2008 2009 2010 Fonte: IBGE. Estatísticas do registro civil, 2007-2010.

1. Qual é o período a que se referem as informações apresentadas nos dois gráficos?

2. Localize nos gráficos o eixo horizontal e o eixo vertical.

a) O que indicam os números que aparecem no eixo vertical de cada gráfico? b) O que indicam os números do eixo horizontal dos dois gráficos? 3. No primeiro gráfico, compare as informações referentes ao ano de 2007 com as informações referentes ao ano de 2010. O que se pode afirmar analisando as informações?

4. No segundo gráfico, o que se pode concluir sobre o número de separações em 2007 e 2010?

. Em que ano houve o maior número de casamentos no Brasil? E o maior número de separações? Compare as informações sobre casamentos e separações no período de 2007 e 2010 e escreva um pequeno texto para registrar suas conclusões.

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PARA LER NÚMEROS NO ÁBACO Nos gráficos apresentados anteriormente, aparecem números que envolvem milhares e milhões. Para compreender esses números, construa, com a orientação do professor, um instrumento chamado ábaco.

O ábaco é um antigo instrumento usado para fazer cálculos. Os chineses e os árabes foram os primeiros a utilizá-lo. No Império Romano, os ábacos eram usados pelos comerciantes como verdadeiras máquinas de calcular.

EM GRUPOS

Ilustrações digitais: Avelino Guedes

1. É preciso seguir algumas regras para representar números no ábaco. Nesse instrumento, trabalha-se da direita para a esquerda. Assim, a primeira haste do ábaco corresponde à primeira posição ou ordem do número, a segunda haste, à segunda ordem, a terceira haste, à terceira ordem, e assim por diante.

2. Para representar um número no ábaco, colocamos contas na primeira haste. Uma conta na primeira haste indica o número 1, duas contas na primeira haste indicam o número 2, três contas na primeira haste correspondem ao número 3, e assim por diante. Represente números de 1 a 9 no ábaco que você construiu. 3. Quando houver 10 contas na primeira haste, todas elas serão retiradas e é colocada uma conta na segunda haste. Assim, temos o número 10. Represente o número 10 no ábaco. 4. Mantendo o número 10 no ábaco, pode-se continuar representando os números 11, 12, 13, até o 19, colocando contas na primeira haste. Quando houver uma conta na segunda haste e 10 contas na primeira, novamente é preciso retirar todas as contas da primeira haste e colocar outra conta na segunda. Assim, com duas contas na segunda haste, temos o número 20. Represente o número 20 no ábaco. . Usando a primeira e a segunda haste do ábaco, todos os números de 10 a 99 podem ser indicados. Experimente representar alguns desses números no seu ábaco. Mostre para seus colegas e analise os números representados por eles.

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. Represente no ábaco o número 99. Em seguida, coloque mais uma conta na primeira haste. Agora são 9 contas na segunda haste e 10 contas na primeira. O que é preciso fazer? . Acompanhe nestas ilustrações as ações necessárias para passar do número 99 ao

Ilustrações digitais: Avelino Guedes

número 100 no ábaco.

. Agora, respondam: Usando as três primeiras hastes do ábaco, qual é o menor número que se pode formar? E qual é o maior número que se pode formar?

EM AÇÃO 1. Represente no ábaco o número 999. Converse com seus colegas sobre o que será necessário fazer para representar o número 1 000 no ábaco. 2. Represente no ábaco os seguintes números: 30, 330, 303, 671, 800, 1 020, 1 100, 2 000.

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a)

b)

c)

d)

Ilustrações digitais: Avelino Guedes

3. Escreva com algarismos os números que aparecem nos ábacos a seguir.

a)

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b)

Ilustrações digitais: Avelino Guedes

4. Escreva com palavras os números que aparecem nos ábacos a seguir.

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d)

Ilustrações digitais: Avelino Guedes

c)

PARA LER NÚMEROS EM UM CONTADOR

Mikhail Kokhanchikov/Dreamstime.com

Mikhail Kokhanchikov/Dreamstime.com

Além dos ábacos, existem contadores como os hodômetros, que marcam a distância percorrida por automóveis ou pessoas, e as catracas de ônibus, ou de portarias de clubes e estádios esportivos, usadas na contagem de pessoas. Essas máquinas registram números.

Catraca de ônibus.

Hodômetro de automóvel (em verde) mostrando marcação de quilometragem.

Ábacos e contadores funcionam seguindo uma mesma regra: em cada haste do ábaco só podem ser colocadas até 9 contas, assim como em cada “janela” do contador só aparecem números de 0 a 9. Regras parecidas com essas também são usadas para representar números no quadro valor de lugar.

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EM GRUPOS 1. O quadro a seguir mostra o valor da posição de cada algarismo que compõe o número 1 000 e o nome de cada ordem que compõe esse número. Esse valor será chamado aqui de valor de lugar. 4a ORDEM MILHAR

3a ORDEM CENTENA

2a ORDEM DEZENA

1a ORDEM UNIDADE

2. Faça, em seu caderno, um quadro como o que aparece anteriormente, com espaços para escrever os números: 3 869, 7 000, 4 350, 2 025. 3. Observe outras maneiras de representar os números que você escreveu no quadro valor de lugar da atividade anterior. 3 869 3 000 + 800 + 60 + 9

7 000 7 milhares

3 milhares, 8 centenas, 6 dezenas e 9 unidades três mil, oitocentos e sessenta e nove 4 350

2 025

4 000 + 300 + 50

2 000 + 20 + 5

4 milhares, 3 centenas e 5 dezenas

2 milhares, 2 dezenas e 5 unidades

quatro mil, trezentos e cinquenta

dois mil e vinte e cinco

EM AÇÃO Usando seu ábaco tente descobrir: • quantas dezenas há em uma centena; • quantas centenas há em um milhar; • quantas dezenas há em um milhar; • quantas centenas são necessárias para construir cada um destes números: 2 000, 3 500, 4 452; • quantos milhares existem em cada um destes números: 5 000, 5 500, 2 721.

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PARA LER NÚMEROS NO QUADRO VALOR DE LUGAR Veja no quadro valor de lugar apresentado a seguir alguns números que ultrapassam a ordem do milhar e os nomes das respectivas ordens que os compõem. 6a ORDEM centena de milhar

5a ORDEM dezena de milhar

4a ORDEM unidade de milhar

3a ORDEM centena

2a ORDEM dezena

1a ORDEM unidade

1

0

0

0

0

0

3

2

6

4

3

5

2

5

7

0

0

Veja outras maneiras de representar cada um desses números. 100 000

326 435

25 700

cem mil

300 000 + 20 000 + 6 000 + 400 + 30 + 5

20 000 + 5 000 + 700

1 centena de milhar

3 centenas de milhar, 2 dezenas de milhar, 6 unidades de milhar, 4 centenas, 3 dezenas e 5 unidades trezentos e vinte e seis mil, quatrocentos e trinta e cinco

2 dezenas de milhar, 5 unidades de milhar e 7 centenas vinte e cinco mil e setecentos

EM AÇÃO 1. Faça um quadro valor de lugar com seis ordens e com espaços para escrever os números: 600 000, 300 500, 60 975, 10 020.

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2. Em seu caderno, escreva outras maneiras de representar cada um desses números. 3. Qual é o menor número que pode ser escrito com seis ordens? E o maior?

4. Veja a seguir um novo quadro valor de lugar, no qual é possível representar números que indicam milhões. Repare que cada grupo de três ordens forma uma classe. A primeira classe é a das unidades, a segunda é a dos milhares e a terceira é a dos milhões. Registre quantas ordens aparecem nesse quadro. MILHÕES

Centena de milhão

Dezena de milhão

MILHARES

Unidade de milhão

Centena de milhar

Dezena de milhar

UNIDADES

Unidade de milhar

Centena

Dezena

Unidade

. Agora, faça em seu caderno um quadro valor de lugar com nove ordens e com espaços para escrever os seguintes números:

a) um milhão; dez milhões; cem milhões; b) cinco milhões; vinte milhões; cento e trinta milhões; c) 105 340 000, 30 300 300, 1 530 200. Escreva com palavras cada um dos números do item c. . Utilize o quadro valor de lugar para representar números conforme as indicações a seguir.

a) Procure no gráfico “Casamentos (2007–2010)”, o número de casamentos realizados nos anos de 2007 e de 2010 e indique quantos milhares existem em cada um desses números.

b) Observe no gráfico “Separações judiciais (2007–2010)”, o número que indica as separações ocorridas no ano de 2010, escreva esse número com palavras e indique quantas centenas são necessárias para formá-lo.

c) Encontre no gráfico “Brasil: Características da população em 2010”: • o número de homens de 40 a 59 anos e escreva esse número com palavras; • o número de mulheres de 0 a 4 anos e escreva esse número com palavras; • a faixa de idade em que há mais homens e mulheres e escreva as quantidades de homens e mulheres usando as expressões “é um número maior que” e “menor que” ou “é um número próximo de”. Acompanhe a correção dos exercícios anteriores e verifique se suas respostas são parecidas com as de seus colegas. Faça as correções necessárias.

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Eixo 4

Capítulo

4

Em que somos diferentes?

EM RODA Para distinguir o sexo de um bebê, é preciso ver os órgãos genitais – pênis ou vagina. Essas diferenças observadas nos genitais são perceptíveis desde o nascimento ou ainda no útero da mãe, por meio de um exame de ultrassonografia. São as chamadas características sexuais primárias. Somente quando se inicia a adolescência é que os homens começam a ter barba e as mamas das mulheres passam a crescer. O corpo dos homens torna-se muito diferente do corpo das mulheres. Essas novas diferenças são chamadas de características sexuais secundárias. Você sabe dizer quais são as principais mudanças que ocorrem no corpo das mulheres durante a adolescência? E no corpo dos homens? Com a ajuda de seu professor e dos colegas, identifique o maior número possível de características sexuais secundárias do sexo masculino e do sexo feminino.

EM AÇÃO Faça um quadro como este em seu caderno. Preencha os espaços, indicando características da aparência e do funcionamento do corpo dos homens e das mulheres, na vida adulta. Inclua as linhas necessárias para indicar todas as características que você lembrar. CARACTERÍSTICAS DO CORPO Pessoas do sexo masculino

Pessoas do sexo feminino

mamas pouco desenvolvidas

mamas mais desenvolvidas

ejaculação

menstruação

Ao término da tarefa, seu professor poderá organizar a leitura das características femininas e masculinas identificadas por todos os participantes da classe. Acrescente no seu quadro as características corporais lembradas pelos colegas.

PARA PESQUISAR A canção “Tem pouca diferença”, famosa nas vozes de Gal Costa e Luiz Gonzaga, compara algumas características de homens e de mulheres. Em um trecho da letra, o compositor avisa que vai dizer que diferença da mulher o homem tem: “É que o homem tem cabelo no peito / Tem o queixo cabeludo / E a mulher não tem”.

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Pavel Losevsky/Dreamstime.com

Flashon Studio/Dreamstime.com

Com um pequeno grupo de colegas, pesquise na internet e em encartes de CDs letras de outras canções que também falam das diferenças entre mulheres e homens. Há sites especializados em letras de canções e em videoclipes. Você pode digitar palavras-chave para encontrar as canções mais facilmente, como “homem”, “mulher”, “masculino” e “feminino”. Outra maneira de encontrar a canção é digitar uma parte da letra que você conhece, o nome do intérprete ou do compositor. Escreva, em seu caderno, a letra da canção de que seu grupo mais gostou, apresente para a classe e comente as informações encontradas nela.

Mulheres e homens adultos possuem diferenças, como a quantidade de pelos, maior nos homens, e a capacidade de engravidar, exclusiva das mulheres.

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Acompanhe a leitura deste texto que explica por que as diferenças corporais entre homens e mulheres se acentuam a partir da adolescência. Os hormônios sexuais Todas as mudanças no corpo e na sexualidade que ocorrem na adolescência estão relacionadas com um grande aumento na produção de substâncias chamadas hormônios sexuais. No corpo dos homens, os hormônios sexuais masculinos passam a ser produzidos em maior quantidade, e os adolescentes começam a produzir espermatozoides. Entre as mulheres, aumenta a produção de hormônios sexuais femininos e têm início os ciclos menstruais.

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Nessa fase de amadurecimento, a atração e o desejo sexual ocupam um espaço importante na vida das pessoas e tanto homens como mulheres passam a ser capazes de gerar filhos. Em outras palavras, a partir da adolescência, os seres humanos já podem se reproduzir. Para entender como acontece a reprodução humana, é necessário conhecer não só as diferenças visíveis, como também os órgãos internos do corpo das mulheres e dos homens adultos. É necessário, principalmente, entender o funcionamento dos órgãos que participam diretamente da reprodução humana.

EM AÇÃO 1. Qual o nome das substâncias que começam a ser produzidas em grande quantidade pelo corpo dos homens e das mulheres, no início da adolescência?

2. No texto, é citada uma mudança que só afeta os adolescentes do sexo masculino. Que mudança é essa?

3. É mencionada no texto uma experiência que começa na adolescência e só acontece com as pessoas do sexo feminino. Que experiência é essa?

4. Em sua opinião, por que o texto afirma que é importante conhecer os órgãos que fazem parte do corpo do homem ou da mulher?

PARA LER ESQUEMAS Uma das formas de estudar o corpo humano é agrupar todos os órgãos em sistemas que funcionam de modo integrado. Por meio de esquemas, podemos também estudar o sistema genital. Observe os esquemas a seguir.

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SISTEMA ESQUELÉTICO

articulação do ombro

carpo metacarpo falanges

uretra

pênis

coluna vertebral ílio

próstata canal deferente

escápula esterno caixa toráxica costela

rádio ulna sacro

testículo

articulação do quadril púbis

SISTEMA GENITAL FEMININO

ísquio

Ilustração digital: Mauricio Negro

úmero

vesícula seminal

fêmur patela

Ilustração digital: Mauricio Negro

Ilustração digital: Mauricio Negro

crânio

clavícula

SISTEMA GENITAL MASCULINO

joelho tubas uterinas ovários

tíbia fíbula

útero tarso colo do útero

metatarso falange

O sistema esquelético inclui todos os ossos que determinam o formato do corpo e lhe dá sustentação.

vagina

Os sistemas genitais masculino e feminino representam alguns dos órgãos mais importantes do corpo do homem e da mulher.

Observe com um colega os esquemas apresentados. 1. Crie um título para cada um dos esquemas.

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2. Dos órgãos citados, liste, num quadro feito em seu caderno, aqueles que você já conhecia. Veja o exemplo: SISTEMA GENITAL FEMININO

SISTEMA GENITAL MASCULINO

Ovário

Pênis

3. Você conhece outros nomes para os órgãos apresentados nos esquemas? Cite exemplos.

4. Troque ideias com seu colega para ver o que vocês já sabem sobre o funcionamento dos órgãos que aparecem nos esquemas.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Observando as palavras que você escreveu no exercício anterior, discuta com os colegas e registre suas concluões: • Quais palavras são mais usadas nas consultas médicas?

• Quais palavras são mais usadas por crianças pequenas?

• Quais podem ser consideradas vulgares ou ofensivas, dependendo da situação?

• É comum algumas pessoas ficarem com vergonha de dizer algumas dessas palavras? Em sua opinião, quais seriam essas palavras? Por que isso acontece?

Todas as palavras e expressões de uma língua têm uma história e com a língua portuguesa não poderia ser diferente. Você sabe por que o verbo comer começou a ser usado para se referir ao ato sexual? Segundo o historiador Ronaldo Vainfas, nas primeiras décadas do período colonial no Brasil, as matas eram os locais mais usados como ponto de encontro para atos sexuais. Como o ato sexual muitas vezes era praticado em pomares e entre árvores frutíferas, generalizou-se a expressão “vou comer” com o significado de “vou copular” ou “vou ter relações sexuais”.

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PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Acompanhe a leitura do texto informativo parando no final de cada frase, para localizar o que você leu nos esquemas apresentados anteriormente.

A partir do início da adolescência, os testículos começam a produzir, todos os dias, milhões de espermatozoides. Os espermatozoides são células que só podem ser vistas por meio de um microscópio. Eles nadam em meio líquido e seguem pelo canal deferente até alcançarem a uretra. Milhões de espermatozoides são eliminados durante a ejaculação pelo pênis. Eles são eliminados com o líquido seminal, também chamado de esperma.

bexiga

Ilustração digital: Vagner Vargas

Como funciona o órgão reprodutor masculino próstata

canal deferente

uretra testículos

ESCREVENDO VERBETE Vamos continuar a elaboração do glossário? Em dupla, você deve elaborar um verbete para um dos órgãos do aparelho reprodutor masculino. Para escrever verbetes, você deve lembrar que eles explicam o significado das palavras. Nos dicionários, as explicações de cada significado são curtas porque há muitas palavras para serem definidas. Já os textos didáticos, como muitos dos que são apresentados neste livro, podem ser mais extensos porque dão mais detalhes sobre os assuntos, para o leitor compreender melhor. Leia os textos a seguir, que trazem explicações sobre o útero, e responda às questões: a. Útero: órgão em que se gera o feto dos mamíferos. b. O útero é o órgão feminino em que se gera o feto dos mamíferos. Na mulher, o útero tem, aproximadamente, o tamanho de uma mão fechada. No entanto, suas paredes são feitas de um músculo muito elástico, que estica bastante durante a gravidez, para acomodar o feto até o nascimento. 1. Aponte qual dos textos apresentados é o verbete de dicionário e qual é o texto didático. Justifique sua resposta.

2. Agora, em dupla, escolha a palavra que designa um órgão do aparelho reprodutor masculino e explique o significado dessa palavra na forma resumida, que é usada

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nos verbetes de dicionário. Se precisar, consulte dicionários, livros, enciclopédias ou a internet.

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Como funcionam os órgãos reprodutores femininos tubas uterinas

Ilustração digital: Mauricio Negro

Observe as figuras e acompanhe a leitura do texto sobre os órgãos reprodutores femininos.

Ilustração digital: Mauricio Negro

O corpo da mulher funciona de uma forma bem diferente do masculino. Para começo de conversa, a mulher já nasce com todos os óvulos que terá durante a vida. No entanto, eles só começam a amadurecer no início da adolescência. A óvulo ovário partir dessa fase da vida, um dos ovários libera um óvulo maduro mais ou menos a cada 28 dias. Esse fenômeno é chamado de ovulação e se repete até que a mulher atinja cerca de 50 anos. Por causa dessa repetição contínua, cada intervalo entre uma ovulação e outra é chamado de ciclo ovulatório. Da mesma forma que ocorre com o espermatozoide, no corpo do homem, o óvulo segue sempre o mesmo caminho dentro do corpo da mulher. Quando está maduro, ele sai do ovário e segue pela tuba uterina em direção ao útero. A partir desse momento, o óvulo pode seguir dois caminhos diferentes: • Caso a mulher tenha uma relação sexual, um espermatozoide poderá encontrar um óvulo maduro em uma das tubas uterinas. Nesse caso, poderá ter início uma gravidez. • Caso a mulher não tenha relações sexuais nesse período, o óvulo se dissolve e a camada que se acumulou nas paredes do útero para prepará-lo para a gravidez precisa ser eliminada. Nesse caso, ocorre sangramento pela vagina, chamado de menstruação, aproximadamente, 14 dias menstruação após a ovulação. Cada intervalo entre uma menstruação e outra é chamado de ciclo menstrual.

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O ciclo menstrual se repete periodicamente, acompanhando o ciclo ovulatório. Ele só é interrompido quando ocorre a gravidez, quando a mulher tem problemas de saúde ou quando ela chega à menopausa.

Por que ocorrem dores na menstruação? As contrações do útero para ajudar a eliminar o sangue da menstruação podem ser fortes e causar dor. São as chamadas cólicas menstruais. Com o passar da idade e principalmente depois da primeira gravidez, as cólicas tendem a diminuir ou até mesmo a desaparecer.

1. Descreva o caminho seguido pelos espermatozoides no corpo do homem.

2. Descreva o caminho seguido pelo óvulo no corpo da mulher, quando não ocorre a gravidez.

3. Reescreva as frases abaixo, de acordo com a ordem em que os fenômenos acontecem entre dois ciclos menstruais. deslocamento do óvulo pela tuba uterina menstruação um óvulo maduro sai do ovário menstruação um óvulo maduro sai do ovário deslocamento do óvulo pela trompa

4. Complete as seguintes frases: • Uma adolescente fica sabendo que começou a ovular porque 14 dias depois da primeira

, acontece a primeira

• A partir da adolescência, os os

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.

do homem começam a produzir .

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Capítulo

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Maternidade e paternidade

EM RODA Ser mãe e ser pai, nos dias de hoje, é muito diferente do que foi até pouco tempo atrás. Antes, na maioria das famílias, era assim: o homem trabalhava fora e a mulher trabalhava em casa e cuidava das crianças. Há cem anos, a mulher se preparava para o casamento a partir dos 12 anos de idade. Hoje, a maioria dos brasileiros nasce e vive nas cidades, onde a mulher assume novos papéis, estuda, trabalha. Em muitos casos, ela é também responsável pelo sustento da família, além de cuidar da casa e das crianças. Atualmente, a maioria das mulheres mantém essa dupla jornada de trabalho. Os pais, por sua vez, precisam começar a ajudar a cuidar da casa e dos filhos. Será que eles estão preparados para isso? E as mulheres, estão preparadas para o novo modo de ser mãe? Converse sobre esse tema com os colegas.

PARA LER LETRA DE CANÇÃO Leia e cante, com seus colegas, a música de Chico César, compositor nascido em Catolé do Rocha, na Paraíba, e que vive em São Paulo. Ela foi gravada em 1995. Depois responda, em um grupo pequeno, às questões apresentadas.

Mama África

Avelino Guedes

Mama África (a minha mãe) é mãe solteira E tem que fazer mamadeira todo dia Além de trabalhar Como empacotadeira nas Casas Bahia. Mama África, tem tanto o que fazer Além de cuidar de neném Além de fazer denguim Filhinho tem que entender Mama África vai e vem, mas não se afasta de você Quando Mama sai de casa, seus filhos se olodunzam Rola o maior jazz Mama tem calos nos pés, mama precisa de paz. Mama não quer brincar mais Filhinho dá um tempo É tanto contratempo No ritmo de vida de mama. Chico César. Chico César aos vivos. São Paulo: Velas, 1995.

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1. Escreva uma frase que mostre qual é, na opinião do grupo, a ideia central da música.

2. Como é a vida da mãe apresentada na canção?

3. Releia o trecho:

“Quando Mama sai de casa, seus filhos se olodunzam Rola o maior jazz”

Nele, há uma palavra que se refere a um grupo musical que surgiu como um bloco carnavalesco na Bahia. Qual é a palavra e qual é o grupo musical?

4. Como você interpreta esse trecho da letra? Discuta com seus colegas e escreva a seguir

5. Na sua opinião, por que o autor deu à personagem o nome de Mama África?

6. Na sua opinião, a vida da mãe descrita na música é comum entre as mães brasileiras? Justifique sua resposta.

ESCREVENDO DEPOIMENTO Os depoimentos normalmente provocam grande interesse nos leitores, porque relatam fatos reais. Agora, você vai registrar um depoimento sobre a vida de homens ou mulheres que são chefes de família. Se você já for pai ou mãe, conte um dia da sua vida desempenhando esse papel. Caso contrário, converse com um pai ou uma mãe e registre o fato por escrito. Os depoimentos que forem autorizados podem ser lidos na sala e depois afixados no mural, ao qual vocês podem chamar de “Vida real”.

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PLANEJAMENTO REPRODUTIVO EM RODA Uma das mudanças mais importantes na vida de mulheres e homens é que hoje há a possibilidade de escolha: Queremos ser mães e pais? Queremos ter filhos? Quantos? Quando? Essas escolhas fazem parte dos direitos reprodutivos de todos a partir da adolescência, quando a reprodução se torna possível. Você acha que esse direito está sendo exercido por adolescentes de ambos os sexos? Leia o texto a seguir e participe de um debate sobre a gravidez na adolescência.

PARA LER TEXTO EXPOSITIVO Leia o Texto

Gravidez na adolescência Na nossa sociedade atual, considera-se que, durante a adolescência, as mulheres e os homens devem estudar, completar seu desenvolvimento psicológico e se preparar para ocupar um lugar melhor no mundo do trabalho. Seria preciso atingir a maioridade, terminar os estudos, ter trabalho e salário antes de estabelecer uma relação amorosa duradoura e ter filhos. A gravidez e a maternidade ou paternidade na adolescência interrompem esse caminho e são vistas como problema a ser evitado. Então, por que será que tantos adolescentes se tornam mães e pais nos dias de hoje? Vamos interromper um pouco a leitura do texto para debater essa questão. 1. Procure identificar, junto com seus colegas, as razões que levam os adolescentes e as adolescentes a ter filhos nessa fase da vida. 2. Continue a leitura e compare as razões que você e seus colegas incluíram na lista com as explicações dadas na segunda parte do texto. Quais são as semelhanças e as diferenças entre elas? Na maioria dos casos, a gravidez acontece porque os adolescentes e as adolescentes começam a ter relações sexuais e não usam corretamente os métodos contraceptivos ou não os usam em todas as relações sexuais. Na vida sexual, o homem precisa assumir as responsabilidades junto à parceira ou ao parceiro, e isso nem sempre acontece. Para proteger a si mesmo e a parceira ou o parceiro, é preciso praticar sexo seguro, usando a camisinha. Esse é único método que previne, ao mesmo tempo, a gravidez e as doenças sexualmente transmissíveis. A boa notícia é que está aumentando bastante o uso da camisinha entre os adolescentes brasileiros, principalmente para prevenir a aids. Com isso, a gravidez na adolescência começou a diminuir, mas ainda é alta entre as adolescentes de famílias mais pobres.

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Outra coisa importante de se observar é que a gravidez na adolescência nem sempre é vista como um problema. Para algumas pessoas, ela pode ser uma oportunidade para conquistar autonomia e construir uma nova família. Em qualquer situação, a gestante adolescente precisa contar com o apoio da família, da escola, do serviço de saúde e da sociedade. Agora, analise as informações coletadas no Brasil em 2007 e 2010, observando a tabela que mostra o número de nascidos vivos e a idade das mães. Os nascidos vivos são todos os bebês que sobrevivem após o parto. Lembre-se: nas tabelas, os dados estão organizados em linhas e colunas, com informações geralmente representadas por números, como quantidades e proporções. NASCIDOS VIVOS NO BRASIL NOS ANOS DE 2007 E 2010 Idade da mãe

2007

2010

abaixo de 15 anos

27 963

21 916

de 15 a 19 anos

582 409

484 273

de 20 a 24 anos

843 878

756 828

de 25 a 29 anos

709 344

694 763

A partir de 30 anos, os números caem de forma acentuada nos dois períodos. Fonte: IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/registrocivil/2010/rc2010.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2012.

Agora, responda às questões. 1. Indique a faixa de idade em que as brasileiras tiveram mais filhos nos anos de 2007 e 2010.

2. Qual a diferença entre o número de nascidos vivos em 2007 e em 2010 de mães com idade de 15 a 19 anos?

3. A partir de qual idade das mães cai acentuadamente o número de filhos?

4. Escreva com palavras o número de nascidos vivos.

a) de mães menores de 15 anos, no ano 2007; b) de mães entre 25 a 29 anos, em 2010.

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5. Qual é o maior número que aparece nessa tabela? E o menor?

6. De acordo com a tabela, o que se pode notar quanto à gravidez na adolescência, no Brasil? Está aumentando ou diminuindo?

7. O que se pode concluir sobre as mudanças que ocorreram, entre 2007 e 2010, no número de nascidos vivos filhos de mulheres de todas as faixas etárias?

COMO A GENTE TEM FILHOS PARA LER ESQUEMA E FOTOGRAFIA Observe os esquemas e a fotografia a seguir. O primeiro esquema representa o caminho seguido pelos espermatozoides no corpo da mulher, depois de uma relação sexual. Na página seguinte, o segundo esquema mostra a fecundação, que é o encontro de um espermatozoide com um óvulo; e a nidação, a fixação do óvulo fecundado na parede do útero. A fotografia mostra uma gravidez já em estado adiantado. Leia o texto a seguir, acompanhando a representação de cada fase no desenho. Durante a relação sexual, quando o homem ejacula, ele elimina o esperma pelo pênis. Misturados ao esperma, existem milhões de espermatozoides. útero

espermatozoide

vagina

trompa de falópio

Ilustração digital: Avelino Guedes

1. Observe o esquema ao lado, que mostra espermatozoides entrando no corpo da mulher. Eles são muito ágeis e “nadam” pela vagina a caminho do útero. Depois, seguem pelas tubas uterinas, em direção aos ovários. Nesse caminho, se um espermatozoide encontra um óvulo maduro, geralmente em uma das tubas uterinas, ele atravessa a sua capa protetora e aí ocorre a fecundação. Apenas um espermatozoide participa da fecundação.

ovário

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2. Observe agora o esquema ao lado. Ele mostra que um óvulo fecundado moveu-se em direção ao útero para se fixar em sua parede. Essa fixação à parede do útero recebe o nome de nidação. Dentro do útero, o óvulo fecundado, que já começou a se desenvolver, passa a ser chamado de embrião.

vagina

Ilustração digital: Avelino Guedes

nidação

ovário

Janmika/Dreamstime.com

3. Assim começa uma gravidez. À medida que o embrião se desenvolve, a barriga da mãe cresce também. Ao completar 8 semanas, o embrião passa a ser chamado de feto. E, quando a gravidez evolui normalmente, depois de 40 semanas, aproximadamente 9 meses, o bebê nasce.

trompa de falópio

útero

A gravidez ocorre cerca de 9 meses depois de o óvulo ser fecundado.

ESCREVENDO VERBETE Você já leu neste capítulo várias palavras relacionadas à sexualidade. Escolha algumas palavras e expressões desconhecidas, para incluir no glossário iniciado no capítulo 1 deste Eixo. Essa atividade também vai ajudá-lo a ampliar o seu vocabulário. Você poderá escrever verbetes, que são definições e informações sobre determinada palavra, acompanhadas de ilustrações, fotografias etc. Veja um exemplo de verbete: Espermatozoide – célula sexual masculina.

MÉTODOS PARA EVITAR A GRAVIDEZ PARA LER TEXTO EXPOSITIVO As pessoas podem manter relações sexuais sem pretender ter filhos, ao menos naquele momento. Os direitos sexuais e reprodutivos de todos incluem, também, a oportunidade de conhecer e usar métodos para evitar a concepção. Por isso, eles são chamados métodos contraceptivos. São recursos para impedir o encontro do óvulo com o espermatozoide.

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Diversos métodos são conhecidos, mas todos têm vantagens e desvantagens. Por isso, é bom contar com a ajuda de um profissional da saúde para escolher o método contraceptivo mais apropriado. Pode ser melhor usar um método ou outro, dependendo da fase da vida da pessoa ou do casal. Mesmo com suas limitações, os métodos existentes permitem escolher o momento para ter os filhos desejados. Isso não quer dizer que sejam 100% seguros. Todos eles podem falhar, ainda que a chance seja muito pequena. Com o apoio do professor, elabore com seus colegas um quadro para saber quais são os métodos para evitar a gravidez conhecidos pela turma. O texto a seguir explica o funcionamento do método contraceptivo conhecido como tabelinha. Durante a leitura, destaque e anote as ideias mais importantes. O uso da tabela ou tabelinha consiste em evitar as relações sexuais no período do ciclo menstrual em que a mulher esteja fértil, porque um óvulo maduro foi liberado pelo ovário e está na trompa à espera de um espermatozoide. A tabelinha é um dos métodos naturais. São chamados assim porque não interferem no funcionamento do organismo. Mas esses métodos também têm suas desvantagens e falham com muita frequência. Exigem muita disciplina do casal e bastante conhecimento sobre o funcionamento do próprio corpo, por parte da mulher. Além disso, o organismo não funciona “como um relógio”, e um óvulo pode ser liberado pelo ovário “fora de hora”. Para usar a tabelinha, é preciso anotar, durante pelo menos seis meses, o dia em que começa a menstruação. Assim, a mulher poderá conhecer a duração média do seu ciclo menstrual e prever os dias em que estará fértil, levando em conta as seguintes informações: • a ovulação acontece 14 dias antes da menstruação; • o óvulo pode ser fecundado até três dias depois da ovulação; • os espermatozoides podem viver até três dias no interior do corpo da mulher. Observe como uma mulher, com um ciclo bem regular de 28 dias, deve fazer o cálculo para saber qual será o seu período mais fértil. ovulação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 1 2 3 4 menstruação menstruação período fecundo

Elaboramos uma pequena “loteria” da informação. Vamos ver quantos pontos você consegue fazer? Assinale verdadeiro V ou falso F para cada afirmação a seguir. Depois, consulte o texto para verificar se suas respostas estão corretas.

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Loteria da informação ( ) Para usar a tabelinha, a mulher precisa conhecer muito bem o seu ciclo menstrual. ( ) Ao entrar no corpo da mulher, os espermatozoides vivem apenas um dia. ( ) O método da tabela não é útil para pessoas que têm ciclos menstruais irregulares.

EM GRUPOS Leiam a situação a seguir e resolvam-na. Sílvia tem um ciclo menstrual bem regular de 30 dias e quer evitar a gravidez. Suponha que estamos no mês de maio e que Sílvia ficou menstruada, pela última vez, no dia 5 de maio. Faça um esquema no qual o primeiro dia do ciclo corresponde ao dia 5 de maio. Se preferir, use um calendário do mês de maio para ajudar. Represente, nesse esquema, os dias da menstruação, o dia provável da ovulação e o próximo período fértil do ciclo menstrual de Sílvia. Nos dias incluídos nesse período, Sílvia não poderá ter relações sexuais ou precisará usar camisinha para evitar a gravidez. Considere que: • o dia 5 de maio corresponde ao primeiro dia do ciclo menstrual de Sílvia; • a ovulação, provavelmente, ocorrerá 14 dias antes da próxima menstruação; • o óvulo poderá ser fecundado até três dias depois da ovulação; • os espermatozoides podem viver até três dias no interior do corpo da mulher. Observe este quadro, com diferentes métodos contraceptivos, além da tabelinha. MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

AFIRMAÇÕES

Tabelinha

Consiste em evitar manter relações sexuais no periodo do ciclo mesntrual em que a mulher está fértil.

Muco cervical

Não é um método adequado para adolescentes porque falha muito, principalmente em mulheres que têm ciclos menstruais irregulares. É preciso cuidado para não confundir o muco com corrimentos que indicam a existência de infecções.

Coito interrompido

O coito interrompido tem tantas desvantagens que, hoje em dia, a maioria das pessoas nem sequer o considera um método contraceptivo.

Métodos naturais

Métodos hormonais

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Ginasanders/ Dreamstime.com

Pílula anticoncepcional Quem usa a pílula deve fazer acompanhamento médico.

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Anticoncepção de emergência

Voisin / Phanie / Glow Images

Métodos hormonais

Photo Researchers/ Getty Images

Injeção anticoncepcional

Os hormônios tomados por injeção têm a vantagem de agir no corpo da mulher por bastante tempo. Mas essa vantagem pode se transformar em desvantagem quando a mulher sofre efeitos indesejados, como sangramentos. Conhecida como "pilula do dia seguinte", a anticoncepção de emergência contém um hormônio em dose concentrada. Para prevenir a gravidez, ela deve ser usada no menor prazo possivel, após uma relação sexual desprotegida. É um direito de toda mulher, e não deve ser usada para substituir os métodos regulares para prevenir a gravidez.

imagebroker/Alamy/ Otherimages

DIU Dispositivo intrauterino

Uma vantagem desse método, junto com a camisinha feminina, é que seu efeito dura vários anos.

Eillen1981/ Dreamstime.com

Camisinha masculina É o único método associado ao sexo seguro.

Scott Camazine/Alamy/ Otherimages

Camisinha feminina Método de barreira

Esse método ainda é muito pouco usado.

Eduardo Knapp/ Folhapress

Diafragma Funciona muito bem se for retirado somente seis horas depois da relação sexual.

Ilustração digital: Avelino Guedes

Ligadura de trompas

Vasectomia Ilustração digital: Avelino Guedes

Métodos cirúrgicos

A ligadura de trompas nunca deve ser feita na ocasião do parto.

A vasectomia é considerada um método definitivo.

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1. Com um colega, escolha um desses métodos para pesquisar: • Como funciona o método que sua dupla escolheu? • Há outros nomes usados para designar esse método? • Quais são suas vantagens e desvantagens? 2. Participe de uma discussão na qual cada dupla deverá apresentar os resultados de sua pesquisa. Os alunos que se encarregarem de pesquisar a pílula e a tabelinha deverão trazer novas informações. É importante que todos tenham suas anotações em mãos e um pequeno roteiro para ajudar a falar de forma organizada.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Neste capítulo, você viu várias palavras iniciadas por contra-: contracepção, contraceptivo etc. Você entendeu o que elas significam? Para compreender os significados de algumas palavras, podemos observar as partes de que são formadas. Por exemplo, outras palavras também começam por contra-: contrabando – introdução clandestina de mercadorias em um país; comércio proibido. contramão – sentido contrário, no trânsito. contraceptivo – que evita a concepção, ou seja, a fecundação de um óvulo por um espermatozoide. Observando essas palavras, podemos concluir que contra- significa: (

) crime

(

) contrário

(

) país

EM GRUPOS Você conhece outras palavras iniciadas por contra-? Quais? 1. Faça uma lista com essas palavras. Começamos a lista para você continuar. Contracapa – contradizer – contratempo –

2. Depois, discutam sobre qual pode ser o significado delas. Lembrem-se: todas começam por contra-. 3. Consulte um dicionário. Você vai ver como são muitas as palavras iniciadas por contra-. Compare o significado que o grupo pensou para cada palavra com o significado do dicionário. 4. Reflita: vocês acertaram o significado das palavras ou se aproximaram dele? Que “pista” mais ajudou vocês a descobrirem o significado de cada palavra? O que vocês já sabiam sobre a palavra? A consulta ao dicionário auxiliou?

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Capítulo

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As doenças sexualmente transmissíveis e a aids

EM RODA As doenças sexualmente transmissíveis, que vamos chamar por sua sigla – DST –, são aquelas que passam de uma pessoa infectada para outra pela relação sexual sem camisinha. Elas já foram mais conhecidas como doenças venéreas ou doenças de Vênus, porque esse era o nome da deusa do amor e da beleza entre os antigos romanos. Cada doença sexualmente transmissível é causada por um tipo diferente de microrganismo, mas eles têm uma característica comum: uma única relação sexual pode ser suficiente para que passem de um homem para uma mulher, de uma mulher para um homem ou entre pessoas do mesmo sexo. As DST também podem ser transmitidas da mãe para o bebê, na gravidez, na hora do parto ou pela amamentação. Você conhece outras formas de transmissão dessas doenças? Sabe, também, quais são as formas de contato, com pessoas e objetos, que não levam à transmissão das DST e da aids? Aids Com a ajuda do professor, participe de um debate com é a sigla em inglês para sua turma. Procure saber quais são as formas de contato Acquired Immune Deficiency entre pessoas, ou com objetos usados por elas, que: Syndrome (Síndrome da • levam à transmissão das DST e da aids; • não trazem risco de transmissão dessas doenças. Monte em seu caderno um quadro como o a seguir e anote as conclusões do debate, conforme os exemplos. ASSIM PEGA Usando a seringa ou a agulha de injeção já usada por outra pessoa que tem no sangue o microrganismo causador de uma DST ou da aids.

Imunodeficiência Adquirida). É uma doença que afeta os sistemas de defesa do organismo, abrindo caminho para as infecções.

ASSIM NÃO PEGA Usando o mesmo banheiro que outras pessoas, mesmo que elas tenham uma DST ou aids.

PARA LER POEMA DE CORDEL Os poemas de cordel são textos em versos, trazidos ao Brasil pelos portugueses no século XIX, que se tornaram bastante populares nas feiras livres do Nordeste. Alguns desses textos contam histórias e pelejas do sertão; outros fazem críticas sociais. São textos impressos em folhetos rústicos que ficam pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome “literatura de cordel”. Por serem escritos em forma rimada, as pessoas gostam de ler ou de ouvir alguém lendo os versos de forma melodiosa em voz alta e cadenciada, geralmente acompanhada de uma viola.

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Aproveitando a popularidade desses poemas, o Ministério da Saúde divulgou um cordel para informar a população sobre as DST e ajudar a combatê-las. Com seus colegas e o professor, vocês farão uma leitura compartilhada do cordel: para começar, você lê silenciosamente, depois o professor lê para a turma e você acompanha a leitura. Em seguida, cada dupla lê uma estrofe. O professor dará tempo para que vocês possam ensaiar. A estrofe é cada conjunto de versos em que se divide o poema.

Cordel das DST Minha amiga, minha ouvinte Um recado para você Agora vou te contar O que é DST.

Gonorreia, cancro mole Sífilis, crista de galo, Nomes feios e engraçados Se transmitem como eu falo: Você pega pelo homem Que pegou de outra pessoa E é melhor ficar atenta Que pegar, se pega à toa.

Ilustração digital: Avelino Guedes

Parece complicado Mas nada é tão impossível DST é doença Sexualmente transmissível.

Pode ser uma coceira Ou ardência no lugar Pode ser um molhadinho Mais difícil de secar. Também pode ser ferida O modo que ela aparece. Amiga não vá já não Não precisa ficar brava A aids não pega na mão No beijo ou na palavra. E assim dá pra se ver Quando a doença acontece. Tudo isso aborrece Mas se pode controlar Consultando o doutor Sem vergonha de mostrar.

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Melhor mesmo é prevenir Do que só remediar E é usando a camisinha Que a coisa chega pra lá. Se o homem não quiser Você deve dizer não Vá embora pro seu canto E deixa ele ficar na mão. Sua vida é importante, pode me acreditar; nem segundo, nem instante não deixe de se cuidar. Agora você já sabe O jeito é prevenir Seguro morreu de velho E a vida tem que seguir. […] Se você conhece alguém Que tenha a enfermidade Seja amiga e vá além Dê a solidariedade. Trechos selecionados de Cordel das DST DST. Ministério da Saúde, s/d.

1. Quantas estrofes e quantos versos há nesse trecho do poema de cordel?

2. Na sua opinião, a quem o poema é dirigido? Que partes do texto ajudaram você a dar essa resposta?

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3. Assinale qual a linguagem usada para dar explicações ao leitor nesse poema. Depois, escreva quais trechos o levaram a essa conclusão. ( ) Formal (com termos técnicos, mais complexos). ( ) Informal, ou seja, mais próxima do cotidiano das pessoas.

4. Você acha que esse cordel tem trechos engraçados? Quais?

. Na sua opinião, esse cordel informou sobre as DST? Justifique.

. O cordel normalmente apresenta rimas, ou seja, repetição de um som no final de dois ou mais versos. Observe: “Mas se pode controlar [...] Sem vergonha de mostrar”.

a) Escreva os pares de palavras que rimam em cada estrofe. Observe qual é o som que está sendo repetido para dar ritmo ao poema. Veja o exemplo. controlar

mostrar

b) Escreva outras palavras que rimam com os sons encontrados.

c) Depois reflita: Se o cordel não fosse rimado, haveria muita diferença? As rimas são importantes no poema de cordel? Por quê?

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EM GRUPOS O poema de cordel que você acabou de ler contém diversas informações sobre as DST. Com alguns colegas, responda às perguntas a seguir, consultando o texto sempre que necessário. 1. Algumas das DST mais conhecidas são citadas no poema. Quais são elas?

2. Uma pessoa pode ser contaminada por um microrganismo que causa uma DST ou a aids e passar anos e anos sem que a doença se manifeste. Isso acaba sendo perigoso porque, sem saber, ela poderá transmitir esse microrganismo para outras pessoas. Por isso, é importante dar atenção ao aparecimento de verrugas nos genitais ou corrimentos. Procure localizar, no poema, outras dicas que ajudam as pessoas a suspeitar de que estão com uma DST.

3. Todas as doenças citadas no poema têm tratamento, inclusive a aids. E a maioria delas tem cura. Em qual estrofe é mencionada a importância de se buscar tratamento médico?

4. Releia a estrofe que começa com “Se o homem não quiser” e escreva, com suas palavras, o mesmo conselho dado às leitoras nesse trecho do poema.

. O poema de cordel procura dar uma explicação sobre o que é DST. Com a leitura do poema, crie um verbete para o seu glossário explicando o que é DST.

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PARA LER TEXTO EXPOSITIVO O texto que você vai ler agora traz informações importantes sobre a aids. Destaque essas informações e faça as atividades a seguir. A aids é uma DST especial. Surgiu nos anos 1980 e, em pouco tempo, se alastrou por todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que existem no mundo mais de 40 milhões de pessoas vivendo com aids. O Brasil foi um dos países mais atingidos pela aids. Por outro lado, foi um dos países que enfrentou a epidemia com mais vigor, o que fez com que o programa brasileiro de combate à aids se tornasse um exemplo para o mundo todo. Algumas das ações mais importantes nessa luta, em nosso país, são: • A realização frequente de campanhas de prevenção. • A realização gratuita de exames que permitem identificar se a pessoa tem o vírus da aids no sangue, chamado de HIV (Human Immuno deficiency Virus, que em português quer dizer Vírus da Imunodeficiência Humana). • A distribuição gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), do coquetel de medicamentos para prevenir ou adiar o desenvolvimento da aids. É possível viver por muitos anos com o vírus sem ter a doença. • A realização do teste por todas as gestantes que fazem pré-natal nos serviços públicos de saúde, desde que elas concordem. Com o tratamento durante a gravidez, é possível evitar a doença na criança que vai nascer. • A participação ativa de muitas organizações da sociedade civil nas ações de prevenção, no controle dos programas do governo, no apoio às pessoas que vivem com o vírus e no combate ao preconceito contra elas.

ESCREVENDO ESQUEMA Um esquema é uma representação gráfica de um objeto que visa facilitar a compreensão das informações. Pode-se representar um objeto, uma forma de organização da sociedade, a estrutura de uma empresa ou de um órgão governamental, uma ideia etc. Consulte o texto que você acabou de ler para elaborar, em grupo, um esquema das primeiras ações de combate à aids no Brasil. Para cada ação, acrescente uma consequência positiva para a população. Veja no exemplo a seguir como ele poderia ser começado. Ações de combate a AIDS no Brasil

Campanhas de prevenção frequentes

Para informar melhor a população

Cada grupo deverá apresentar para a turma o seu esquema. Após discutir cada um com ajuda do professor, a turma vai elaborar um esquema coletivo, acrescentando ou corrigindo o que for necessário. Depois, com a leitura do esquema, pode-se discutir: O que ainda é preciso fazer? Exponha o esquema no mural da escola.

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PARA LER CARTAZ DE CAMPANHA PÚBLICA

Ministério da Saúde

Ministério da Saúde

As campanhas de esclarecimento à população precisam atrair e convencer os leitores. Por isso, são utilizados vários recursos, como imagens e textos. Observe os cartazes usados em duas campanhas recentes de prevenção de DST e aids.

Campanhas do Ministério da Saúde de combate a aids de 2013 e 2011, respectivamente.

1. A quem é destinado cada um dos cartazes? Como você chegou a essa conclusão?

2. Você acha necessário criar campanhas próprias para alguns grupos da população? Por quê?

3. No primeiro cartaz, encontramos a frase: “Projeta-se. Use sempre camisinha". A quem se dirige a frase?

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4. No segundo cartaz, as "carinhas" não podem ser identificadas como de homens nem de mulheres.

a) Por que você acha que foi feita essa escolha?

b) O que isso tem a ver com a frase "A aids não tem preconceito"?

EM GRUPOS Você sabe o que é sexo seguro? É fazer sexo usando a camisinha corretamente em todas as relações sexuais. Em dupla, escreva em uma folha à parte todos os passos para usar corretamente o preservativo. As instruções devem ser bem claras e detalhadas. Por exemplo, não adianta dizer só “Coloque a camisinha no pênis”. É necessário explicar como colocar o preservativo e que etapas devem ser seguidas. Por exemplo, a primeira instrução deve ser: verificar se a camisinha está dentro do prazo de validade. Deposite as folhas em uma caixa ou saco plástico para serem sorteadas. Uma dupla de alunos voluntários deverá sortear uma folha e seguir as instruções passo a passo, fazendo exatamente o que está escrito: enquanto um lê, outro aplica na prática, utilizando, por exemplo, um pepino e uma camisinha. A turma deverá verificar se as instruções estão corretas. O professor anotará na lousa as informações que faltarem.

ESCREVENDO FOLHETO EDUCATIVO Ao final dessas experiências e com a participação de toda a turma, elabore um folheto informativo com as instruções completas sobre o uso correto da camisinha, corrigindo ou completando as instruções escritas inicialmente. Lembre-se de que um folheto dessa natureza é um texto distribuído gratuitamente, em postos de saúde, na rua e em outros locais, para pessoas de qualquer classe social, idade ou grau de instrução. Para ajudá-lo, observe o modelo das páginas 183 e 184. O texto do folheto: • não deve ser muito longo, para não ficar difícil de ser lido e entendido; • deve dar as informações de forma clara, porque nem sempre as pessoas podem tirar dúvidas com alguém sobre o que leram; • deve ser acompanhado de imagens, pois elas ajudam a explicar as informações.

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Depois de feita a primeira versão, a turma pode “testar” o folheto pedindo a algumas pessoas que o leiam, para verificar se as informações estão claras. Então, a turma pode fazer as mudanças necessárias, para depois reproduzir o material e distribuir na escola e na comunidade.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Quando escrevemos textos, além das palavras, usamos outros recursos, como a pontuação. Ao elaborar o folheto, por exemplo, você deve prestar atenção ao uso de certos sinais de pontuação, como o ponto-final (.), a vírgula (,) e as reticências (...). 1. O depoimento a seguir foi impresso sem alguns dos pontos finais. Em dupla, reescreva o texto no caderno, colocando os pontos (.) que faltam. Não se esqueça de usar a letra maiúscula no início das frases. Para fazer isso, é preciso ler o texto mais de uma vez para ter certeza de onde termina cada frase.

Achei que era erro médico “Eu já tinha cinco filhos. fiquei grávida de novo e fui fazer o pré-natal não acreditei quando disseram que tinha dado positivo achei que era erro médico de jeito nenhum podia dar positivo Nunca fiz nada... disseram que meu marido precisava testar, mas ele não foi porque estava trabalhando continuei levando a vida, igualzinho antes a nenê nasceu sem nenhum problema estava engatinhando quando meu marido ficou com febre, diarreia não havia meio de sarar fez o exame e deu positivo. fiquei abismada desconfiei muito dele discuti para separar, mas sou evangélica deram muito conselho para eu não deixar porque era coisa da vida eu só não separei porque tive medo de criar meus filhos sem o pai [...].” Francisca da Silva Gomes, 40 anos, dona de casa. Eduardo Marini; Luiza Vilamé. “Inimigo oculto”. Revista IstoÉ, 1o out. 2003.

a) Releia o texto, agora pontuado por você, e reflita: O que foi mais fácil de entender, o texto sem pontuação ou com pontuação? Por quê?

b) Observe esta frase retirada do texto: “Nunca fiz nada...” Os três pontos seguidos (...) que aparecem na frase são chamados de reticências. Elas são sinais de pontuação usados para indicar uma pausa, causada por suspense, ironia, dúvida ou outro sentimento. Na sua opinião, por que elas foram usadas na frase do texto? Discuta com os seus colegas.

c) O que vocês pensam sobre a atitude do marido? 2. O próximo depoimento foi escrito sem o espaço entre as palavras. Reescreva-o fazendo as separações necessárias. Não se esqueça de observar a pontuação do texto.

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Achavaqueeraosegundo. Maseraoprimeiro “FuicriadanointeriordePernambuco. Noiníciodosanos90, noRecife, conhecimeuprimeiro namorado, tambémminhaprimeiratransa. Terminamoscincoanosdepoisedeixeide recebernotíciasdele. Depois,apaixonei-menovamente. Namoramosaté2000. Meses depoisdeterminarmos, pegueiumapneumonia. Comoeletinhaumhospital, fuiparalá. Um médicoqueriatestar, maselenãodeixou. Estranheiefuiparaoutrohospital. Fizeramotestee nãodeuoutra. Desesperada,disseaelequetinhaentendidoomotivodaproibiçãodotesteeo chameidecriminoso. Eleentãofeztrêsexames, todosnegativos, eaconselhou-mea procurarmeuprimeironamorado. Asurpresa:eletinhamorridoem1997, aos50anos, deAids. Achavaqueeraum. Eraooutro. Eupoderiatercontaminadoosegundonamorado. Felizmenteissonãoaconteceu.” Fabrícia Lins, 34 anos, educadora social. Eduardo Marini; Luiza Vilamé. “Inimigo oculto”. Revista IstoÉ, 1o out. 2003.

• Os depoimentos lidos reforçam a necessidade de cuidados na prevenção das DST e da aids? Explique sua resposta utilizando frases do texto.

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Eixo 4

Capítulo

7

Números das doenças sexualmente transmissíveis e da aids

EM RODA

Folhapress

Vimos que a aids e as doenças sexualmente transmissíveis (DST) vêm afetando a vida de milhares de brasileiros e de muitas outras pessoas no mundo inteiro. O problema ainda é preocupante a medicina, no entanto, está fazendo avanços na prevenção e no tratamento dessas doenças. Observe o título da notícia publicada em 4 de junho de 2013 pela Folha de S.Paulo.

Folha de S.Paulo, Saúde, sábado, 4 jun 2011, C10.

EM AÇÃO Problemas são situações desafiadoras em que se busca a resposta para uma ou mais perguntas. Geralmente, as respostas não são obtidas de imediato e precisam ser construídas. Por isso, quem vai resolver o problema precisa realizar algumas ações, como: • ler o problema com atenção; • compreender o enunciado do problema; • selecionar as informações necessárias para resolvê-lo; • pensar num plano de solução para obter a resposta e executar esse plano; • comunicar a solução encontrada. Agora, junte-se a um colega e resolvam alguns problemas matemáticos que envolvem números relacionados à aids. 1. Em que ano ocorreu o primeiro caso de aids?

a) Que informação é preciso conhecer para obter a resposta a essa pergunta? Registre-a.

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b) Efetuem os cálculos necessários para encontrar a resposta.

c) Qual foi a resposta encontrada? Anotem a resposta e apresentem para outra dupla. d) Comparem sua resposta com a de outra dupla. Elas são iguais ou diferentes? Por quê?

e) Expliquem para a outra dupla o plano seguido para solucionar o problema. As duplas resolveram o problema pensando da mesma forma?

2. O quadro a seguir fala sobre os avanços no tratamento da aids. Leia as informações e responda às perguntas. Em 1987, inicia-se a utilização do AZT, medicamento para pacientes com câncer e o primeiro que reduz a multiplicação do HIV.

Em 1992, surge o primeiro estudo sobre o uso de várias drogas combinadas contra o HIV.

Em 1996, uma lei fixa o direito ao recebimento de medicação gratuita para tratamento da aids no Brasil.

Em 2011, o Brasil anuncia produção nacional de dois novos medicamentos para o tratamento da aids: atazanavir e raltegravir.

Fonte: <http://www.aids.gov.br/index.php?q=pagina/historia-da-aids>. Acesso em: 28 nov. 2012

a) Calcule quanto tempo se passou desde o início da utilização do medicamento AZT até o primeiro estudo sobre o uso de drogas combinadas.

b) Quanto tempo separa o estudo sobre o uso de várias drogas combinadas – antiaids – e a produção, no Brasil, de dois novos medicamentos para aids?

c) Desde quando os remédios de combate à aids são distribuídos gratuitamente no Brasil? Há quantos anos isso já vem acontecendo?

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Eixo 4

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O professor vai solicitar que as duplas registrem na lousa as respostas desses problemas e expliquem como cada um deles foi resolvido. Compare com as explicações e respostas encontradas por você e seu par. Faça correções se for necessário. 3. Veja no quadro a seguir os primeiros números da aids no Brasil e responda às perguntas: CASOS DE AIDS DIAGNOSTICADOS EM 1994 Idade

425

até 12 anos

399

1 725

De 13 a 24 anos

803

9 071

De 25 a 39 anos

2 549

3 317

40 anos ou mais

877

Fonte: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br>. Acesso em: 28 nov. 2012.

a) Qual é o ano a que se referem as informações apresentadas no quadro e de onde elas foram retiradas?

b) O que indicam os símbolos

e

?

c) Quantos casos novos de aids em homens de 25 a 39 anos foram registrados em 1994? E em mulheres nessa mesma faixa de idade?

d) Comparando as informações, o que se pode concluir em relação à propagação da aids entre pessoas do sexo masculino e do sexo feminino no ano de 1994?

e) Usando o cálculo mental, encontre o número total de casos novos de aids registrados em 1994 em homens, mulheres e na população brasileira em geral.

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f) Compare os totais obtidos com os de outras duplas. Eles são iguais?

) Qual é a diferença entre o total de homens e o total de mulheres com aids em 1994?

) Explique para a classe como você e sua dupla fizeram o cálculo mental e observe os diferentes modos de calcular utilizados por outros colegas. 4. Analise as informações sobre a aids registradas no ano de 2007. CASOS DE AIDS DIAGNOSTICADOS EM 2007 Idade

154

até 12 anos

161

137

de 13 a 19 anos

187

705

de 20 a 24 anos

607

5 629

de 25 a 39 anos

3 235

4 609

40 anos ou mais

2 506

Fonte: Programa Nacional de DST/AIDS. Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: <http://www.aids.gov.br>. Acesso em: 28 nov. 2012.

a) Em que faixa de idade ocorreu a maior propagação da aids de 1994 a 2007? b) Comparando as informações sobre casos novos de aids em 1994 e em 2007, o que se pode observar em relação ao sexo masculino? E em relação ao sexo feminino?

Para saber o total aproximado de casos de aids diagnosticados em homens e mulheres em 2007, você vai fazer estimativas. . Escolha a resposta mais adequada para cada uma das situações a seguir, a partir do quadro “Casos de aids diagnosticados em 2007”.

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a) O total de pessoas com aids até 12 anos era: ( ( (

) maior que 200. ) maior que 200 e menor que 400. ) menor que 500.

b) A diferença entre o número de homens e o de mulheres com aids de 13 a 24 anos era: ( ( (

) menor que 100. ) maior que 200. ) um número entre 50 e 100.

c) O total de pessoas com aids de 40 anos de idade ou mais era: ( ) maior que 4 000. ( ) menor que 4 000. ( ) maior que 4 000 e menor que 8 000.

d) Justifique as respostas dadas por você e seu colega e ouça as explicações das outras duplas. . Acompanhe no quadro os números da aids em 2011. CASOS DE AIDS DIAGNOSTICADOS EM 2011 Idade

151

até 12 anos

161

110

de 13 a 19 anos

137

726

de 20 a 24 anos

456

4 319

de 25 a 39 anos

2 594

3 726

40 anos ou mais

2 140

Fonte: Programa Nacional de DST/AIDS. Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: <http://www2.aids.gov.br/final/dados/dados_aids.asp> e <http://www.aids.gov.br/ pagina/tabulacao-de-dados>. Acesso em: 28 nov. 2012.

• Em qual faixa de idade o número de mulheres superou o número de homens com aids em 2011? Justifique sua resposta.

Estimativa Estimativa é uma avaliação de um resultado que não necessita ser exata, mas precisa ter certo grau de certeza e confiabilidade. Veja exemplos de situações em que se usam estimativas: • a opini o dos organizadores, havia aproximadamente 500 pessoas na assembleia do sindicato. • m dico egista in ormou que a morte ocorreu entre 4h e 5h. • e a a tura de um andar é de mais ou menos 3 m, ent o a a tura de um edi cio de cinco andares é de aproximadamente 15 m. Quando aplicamos a estimativa num cálculo matemático, encontramos um resultado aproximado. Para indicar o resultado aproximado de um cálculo, é preciso pensar em um intervalo de números que seja aceitável e nas relações: “é maior que... e menor que...” ou “está entre... e...”. Veja exemplos de estimativas em cálculos matemáticos: • soma entre e um número maior que 20 e menor que 30. • di eren a entre e est entre os números 20 e 25.

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TÉCNICAS DE CÁLCULO ESCRITO EM RODA Para calcular o total de casos de aids em homens e mulheres, notificados em 2011, vamos conhecer algumas técnicas de cálculo escrito. Quando fazemos registros numéricos para expressar uma estratégia de cálculo, usamos técnicas de cálculo escrito. Existem várias técnicas diferentes. Acompanhe a explicação do professor para entender as técnicas de cálculo escrito usadas em situações que envolvem a adição. 125 + 131 =

Usando a decomposição dos números 100

+

20

+

5

100

+

30

+

1

200

+

50

+

6

Usando o quadro valor de lugar

+

256

c

d

u

1

2

5

1

3

1

2

5

6

+

147 + 239 =

Usando a decomposição dos números 100

+

40

+

7

200

+

30

+

9

300

+

70

+

10

+

Usando o quadro valor de lugar

+

6

386

c

d

u

1

1

4

7

2

3

9

3

8

6

+

175 + 191 =

Usando a decomposição dos números 100

+

70

+

5

100

+

90

+

1

+

60

200

+

100

366

382

+

6

Usando o quadro valor de lugar c

+

d

u

1

7

5

1

9

1

3

6

6

1

+

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178 + 244 =

Usando a decomposição dos números

Usando o quadro valor de lugar d

u

1

1

1

7

8

300 + 100 + 10 + 10 + 2

2

4

4

422

4

2

2

100

+

70

+

8

200

+

40

+

4

c +

+

EM AÇÃO Utilize as técnicas de cálculo escrito que você aprendeu para calcular o total de:

a) casos de aids em homens e mulheres, com idade até 12 anos, em 2011; b) casos de aids em homens e mulheres, com idade de 13 a 24 anos, diagnosticados em 2011;

c) o número de casos novos de aids em homens e mulheres, de 13 a 19 anos, em 2011; d) o número total de casos de aids em homens e em mulheres em 2011. EM RODA As técnicas de cálculo escrito também podem ser usadas em situações que envolvem a subtração. Acompanhe a explicação do professor para entender as técnicas de cálculo escrito a seguir. 247 – 123 =

Usando a decomposição dos números 200

+

40

+

7

100

+

20

+

3

100

+

20

+

4

Usando o quadro valor de lugar

-

124

c

d

u

2

4

7

1

2

3

1

2

4

-

251 – 128 =

Usando a decomposição dos números 200

+

4050

+

100

+

20

+

8

100

+

20

+

3

123

11

1 –

Usando o quadro valor de lugar c

d

u

2

54

111

1

2

8

1

2

3

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360 – 180 =

Usando a decomposição dos números 200

300

+

100 100

160

60

+

0

+

80

+

0

+

80

+

0

Usando o quadro valor de lugar c

2

180

d

u

6

0

1

8

0

1

8

0

3

16

426 – 298 =

Usando a decomposição dos números

Usando o quadro valor de lugar

110

300

400

+

10

20

+

16

200

+

90

+

8

100

+

20

+

8

128

c

6 –

3

4

d 11 1

2

u 16

6

2

9

8

1

2

8

EM AÇÃO 1. No seu caderno, utilize as técnicas de cálculo escrito para calcular a diferença entre:

a) o número de casos novos de aids em homens e em mulheres, com idade até 12 anos, em 2007;

b) o número de casos de aids em homens e em mulheres, com 40 anos ou mais, Explique para a classe o plano de solução elaborado por o número de casos novos de aids em homens e em mulheres, de 13 a 19 anos, seu grupo para resolver cada em 2007; um desses problemas o número total de casos novos de aids em homens e em mulheres em 2007. e a resposta encontrada. Em seguida, participe da construção de Forme um pequeno grupo. Com a ajuda do professor, utilizem o cálculo mental, o cál- um mural em que os grupos culo aproximado ou o cálculo escrito para resolver as situações-problema a seguir. apresentarão diferentes formas de Situação 1 resolver cada problema. Com Em novembro de 2012, o ministro da Saúde lembrou que o Brasil tem aprosua turma, ximadamente 630 mil pessoas infectadas pelo HIV, sendo que 135 mil descodiscuta os dados e tire nhecem essa situação. De acordo com os dados, quantas pessoas sabem que conclusões sobre a questão são portadoras do HIV? da aids no país.

em 2007;

c)

d)

EM GRUPOS

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Situação 2 Das 530 mil pessoas que vivem com HIV no Brasil atualmente, cerca de 30% dos pacientes ainda chegam ao serviço de saúde tardiamente. De acordo com os dados, quantas pessoas chegam ao serviço de saúde tardiamente?

Situação 3 Desde a implantação do “Teste rápido” para HIV, em 2005, o número de testes ofertados vem crescendo. Em 2005, foram oferecidos 528 mil testes. Em 2011, foram ofertados mais de 2 milhões de testes. Para 2012, a expectativa é chegar a aproximadamente 3 milhões de testes para detecção do HIV. Levando em consideração a expectativa para 2012, o número de testes que serão ofertados supera o número de teste de 2005 em quantas unidades?

PARA LER ARTIGO DE SITE Já abordamos sobre o papel da arte como denúncia e protesto. No texto a seguir, você poderá perceber que a arte pode também ser um meio para alertar e educar sobre o assunto trabalhado neste capítulo. Leia-o com atenção e responda às questões que lhe seguem.

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Cefran: “Arte na prevenção” O Centro Franciscano de Luta Contra a Aids (Cefran) incluiu uma nova metodologia para o trabalho que tem realizado, nas estações de metrô, empresas, nas rua e nos parques. Neste mês de março, promove uma oficina de teatro que irá preparar e capacitar os próprios participantes do serviço – “agentes multiplicadores de prevenção” – por meio da arte, para a prevenção no combate do HIV/Aids. Dessa vez, o velho método da abordagem, perderá o lugar para a arte, com o lúdico, a comédia e o visual. A proposta transmitirá a mensagem do perigo das DST’s, de uma forma que conquistem as pessoas a cuidarem da vida e, se convençam que a “vida sem Aids” é bem melhor. Técnicas de teatro, de expressão corporal, de dicção, de plástica entre outras, irão compor o programa de formação. Ao final, será montada uma intervenção teatral para atrair a atenção das pessoas para o cuidado com a vida e para a prevenção como

GLOSSÁRIO

Abordagem: aproximação. Lúdico: relativo a jogo, divertimento.

principal mecanismo de combate ao HIV/Aids . [...] Disponível em: <http://www.sefras.org.br/portal/arte-na-prevencao-para-o-cuidadocom-a-vida.html>. Acesso em: 12 mar. 2013. (Fragmento).

• Você acredita no poder da arte como meio de educação? Por quê?

• Cite alguns exemplos que você conhece de trabalhos artísticos que têm ou tiveram o objetivo de alertar e educar.

• Você gostaria de participar de projetos como o descrito no texto? Conhece alguém que participa de grupos teatrais populares?

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PARA ELABORAR UMA CENA TEATRAL Com base nos conhecimentos adquiridos sobre DST, crie com seus colegas uma cena teatral observando os procedimentos a seguir. 1. Definição da história – A história deve estar ligada ao tema e pode ser baseada num fato da realidade ou em histórias contadas em livros ou filmes. Pode-se também misturar realidade e fantasia. Ela pode ser engraçada ou trágica, encaixando-se nos gêneros teatrais Comédia e Tragédia. 2. Definição das personagens – É importante que se pense nas características de cada personagem: sexo, origem, profissão, condição social, forma de falar e de se movimentar. A observação ajuda muito na composição dos personagens. Artistas profissionais costumam fazer o que em teatro é chamado de laboratório: uma aproximação da realidade em que vivem as pessoas que inspiram sua personagem. 3. Escrita do texto – Definidos a história e personagens, escolham as pessoas do grupo que têm mais facilidade e habilidade para escrever e organizar as ideias no papel. A primeira coisa a escrever é a cena em que a história se passa. Por exemplo: uma praça, um consultório médico, uma sala de uma residência etc. Pode-se também especificar a época, o horário e até a temperatura (dia frio ou de muito calor) e ainda a posição em que devem estar as personagens. Por exemplo: João está parado na porta da sala de aula. No texto teatral, dá-se o nome de rubricas à essas indicações de cena. Em seguida, escreve-se as falas. Elas são escritas ao lado do nome da personagem que as pronunciará. Veja o exemplo a seguir: JOÃO (parado na porta da sala de aula): Quem é você? JOSÉ: Sou seu professor. Meu nome é José. De hoje em diante, eu lhe acompanharei em seus estudos.

4. Ensaios – Com as cópias dos textos, os atores podem decorar o texto e interpretá-lo, incorporando as expressões que são necessárias. . Montagem – É importante lembrar que nem todos os alunos do grupo precisam entrar em cena. Quem não se sente à vontade ou tem outras habilidades pode ficar nos bastidores, cuidando do som, do cenário, do figurino e outros detalhes. No teatro nem todos os profissionais são atores. Temos os diretores que são responsáveis pela condução da peça, os técnicos de som, os iluminadores, os cenógrafos (responsáveis pelo cenário), os contrarregras que cuidam para que todos os objetos estejam em seus devidos lugares, os maquiadores, as camareiras, além do produtor que é quem trata de conseguir o dinheiro necessário à montagem da peça, de sua divulgação, além de outras importantes funções. A peça poderá ser montada também para uma apresentação com bonecos, caso os envolvidos não desejem se expor diretamente.

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Capítulo

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Sexualidade com humor

EM RODA A sexualidade ainda é um assunto “proibido” para muitas pessoas que não a encaram como um fato natural da vida. Ao mesmo tempo, é um assunto que desperta interesse, porque mexe com o corpo e com os nossos desejos. Para tentar falar sobre assuntos delicados como esse, que podem nos deixar tímidos, é comum usar o humor, a graça. Vamos estudar agora como o sexo e a sexualidade são tratados com humor em textos diversos, como piadas, provérbios, crônicas e outros. Discuta com seus colegas: • Você se interessa por conversas sobre sexo e sexualidade? • Você tem vergonha de falar sobre sexualidade? Ou de ouvir outras pessoas falarem a respeito? • Por que os textos que falam de sexo provocam riso ou certo constrangimento nas pessoas? • Nesta aula, por exemplo, há alguém rindo? Constrangido, com vergonha? Por que será? Como são as reações mais comuns? Gargalhar? Rir nervosamente? Ficar “vermelho”? Ficar sério?

RIR É O MELHOR REMÉDIO? PARA LER LETRA DE CANÇÃO O humor, muitas vezes, é causado pelo uso do duplo sentido das palavras: uma mesma expressão pode ser entendida de duas maneiras. O duplo sentido pode ocorrer por duas razões. Quando uma palavra tem mais de um sentido – “comer” – ou quando pronunciamos certa palavra numa frase, mas fica parecendo outra. Nas letras de canção, por exemplo, para gerar humor, os compositores contam um episódio usando certas expressões com duplo sentido. Você conhece ou se lembra de alguma música que utilize duplo sentido? Escreva o nome dessa canção e um trecho dela.

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SEXUALIDADE, SEXO... ISSO TEM GRAÇA? PARA LER TIRA EM QUADRINHOS

Angeli

As tiras em quadrinhos retratam situações do cotidiano com humor, usando imagens e, muitas vezes, palavras. Leia a tira a seguir de Angeli, com as personagens Luke e Tantra. Angeli é chargista nascido em São Paulo e publica, além de charges, cartuns e tiras em quadrinhos de crítica sobre política, cotidiano, sexo, costumes etc. Leia a tira em quadrinhos e responda às questões a seguir.

1. Quem são as personagens da tirinha? Diga qual é o sexo, a idade aproximada e um pouco sobre o modo de vida das personagens. Em seguida, responda: Como você chegou a essas conclusões?

2. Essa tirinha trata de TPM, sigla de tensão pré-menstrual, um conjunto de sintomas que se manifestam em algumas mulheres antes da menstruação, como irritabilidade, depressão, dor nas mamas e agressividade. Que sintoma da TPM é destacado na tirinha? Como isso é feito?

3. Por que, no último balão, as letras R, A e I aparecem repetidas várias vezes na palavra raiva? Qual é a diferença entre “raiva” e “rrrraaaaiiivaaaa”?

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4. No terceiro quadrinho, há vários erres (R) “no ar”. O que isso tem a ver com a última fala da personagem?

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Nas histórias em quadrinhos e nas tirinhas, as falas das personagens aparecem normalmente em balões. Neles, além de sabermos o que as personagens falam, podemos também perceber a forma como as frases foram pronunciadas. 1. Quais frases da tirinha foram pronunciadas com o tom de pergunta?

2. Quais frases foram pronunciadas com um tom de surpresa ou raiva?

3. Quais sinais de pontuação aparecem no final de cada frase?

4. Há alguma relação entre os sinais de pontuação e o tom das frases? Se houver, tente explicá-la para seus colegas.

. Em dupla, procure dramatizar a tirinha na classe. Dramatizar significa fazer uma leitura em voz alta, expressiva, tentando “dar vida” ao texto. Para isso, é preciso observar a situação retratada, bem como os sinais de pontuação. Eles nos apontam a forma de falar as frases, de pronunciá-las de acordo com as emoções dos falantes.

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PARA LER CARTUM

Angeli

Os cartuns são desenhos, às vezes acompanhados de textos curtos, que normalmente representam uma situação humorística. O cartum a seguir também é de autoria de Angeli. Em dupla, leia-o e observe os detalhes da imagem e do texto.

1. Quem são as pessoas em destaque?

2. Onde elas estão?

3. Como a TPM está representada no cartum?

4. Há algo engraçado? Na imagem? No texto? Em ambos? Justifique sua resposta.

. Qual é o assunto do cartum?

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ESCREVENDO DIÁLOGO EM TIRA

Angeli

Agora é sua vez de tentar escrever algo engraçado. Em dupla, complete a tira em quadrinhos abaixo, imaginando as falas da mulher no 5o e no 6o quadros e a última fala do homem. Para isso, é preciso observar com atenção as imagens e procurar compreender o que o texto quer dizer. As duplas podem criar textos diferentes, mas eles devem estar de acordo com a sequência de imagens. Depois, cada dupla deve ler o seu texto em voz alta, procurando imitar como as pessoas na situação do cartum diriam as falas que vocês criaram. Na hora de ler o texto, observem a pontuação usada, a fim de fazer uma leitura expressiva.

5o quadro:

6o quadro:

Fala do homem:

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SEXUALIDADE ESTRADA AFORA! PARA LER PROVÉRBIOS ECSantos

Muitos caminhões têm frases escritas no para-choque traseiro. De origem popular e criadas por autores anônimos, essas frases são curtas e bemhumoradas, e trazem uma visão sobre um fato ou uma regra social. Algumas delas são provérbios ou máximas. Leia a frase escrita no para-choque do caminhão. O que ela quer dizer? Pois bem, as frases de para-choque Frase em para-choque de caminhão: uma tradição na de caminhão expressam uma caracteríscultura popular brasileira. tica da cultura popular brasileira: fazer uma piada, rir dos próprios problemas, expressar sua religiosidade ou refletir a respeito da vida. As frases criticam, protestam, expressam sentimentos, crenças religiosas, posições políticas, e, acima de tudo, são bemhumoradas. Algumas podem ser também preconceituosas. Muitas falam de sexualidade e de sexo, o tema deste capítulo. Você já viu alguma? O que achou? 1. Leia as frases a seguir:

a) Amor sem beijo é como macarrão sem queijo. b) Homem é como basculante: quando velho, não levanta mais. c) Homem é como lata: uma chuta e a outra cata. d) Minissaia é igual a cerca de arame: cerca, mas não tira a vista. • O que você pensa a respeito dessas afirmações? Explique sua resposta.

2. Pesquise duas frases do mesmo tipo, anote-as no caderno e apresente-as para a classe. Discuta com os colegas se são preconceituosas ou não.

ESCREVENDO FRASE DE PARA-CHOQUE DE CAMINHÃO Todas as frases anteriores fazem comparações bem resumidas. Essas frases não dizem tudo, deixam que o leitor chegue a suas conclusões, o que ajuda a torná-las engraçadas. Agora, você vai criar uma frase de para-choque de caminhão sobre o tema “sexualidade”, fazendo comparações. Lembre-se de que ela deve ser curta e ter algo de engraçado. Use uma das estruturas a seguir.

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a) X é igual a Y (expõe o que há de igualdade):

b) X é como Y (expõe o que há de semelhante):

PARA LER VERBETE Vimos anteriormente que os verbetes que aparecem nos dicionários, glossários ou enciclopédias têm uma palavra em destaque. Eles explicam os seus significados ou esclarecem de forma detalhada ao leitor o assunto que ele procura. Procure no dicionário as palavras: tranquilo, transa e transação. Em dupla, discuta: Por que a palavra transação aparece depois da palavra transa? 1. Que palavras aparecem antes e depois de transa e transação?

2. Como o leitor pode saber, sem ler toda a página do dicionário, se uma certa palavra está definida ali?

3. Agora, observe o verbete transa. Talvez você saiba o que significa essa palavra, mas será que conhece todos os seus sentidos? Eles são apresentados no verbete do dicionário.

a) Quantos sentidos tem a palavra transa? Como esses significados são indicados para o leitor no dicionário?

b) Observe a frase a seguir, em que aparece a palavra transa, e diga que sentido do verbete está sendo usado. Não se meta, isso é uma transa minha com ele.

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EM GRUPOS Vimos que, muitas vezes, o humor é criado com os múltiplos sentidos das palavras. As frases de para-choque de caminhão selecionadas a seguir apresentam duplo sentido. Observe-as e diga quais são as interpretações possíveis para cada uma. Aponte ainda quais palavras ou expressões causaram o duplo sentido. • A única mulher que andou na linha o trem pegou. • Não sou detetive, mas só ando na pista. • Não sou rei, mas gosto de coroa. • Olhe para todas as mulheres, mas conserve a sua direita! • Sexo e vestibular: o importante é entrar! Como a mulher é apresentada em algumas dessas frases? Você está de acordo com essas visões sobre as mulheres? O que seus colegas pensam a respeito disso?

Hoje, as conversas sobre sexualidade são muito frequentes em várias situações, inclusive em crônicas. Luis Fernando Verissimo escreveu uma crônica com o título “Pelo Ariovaldo”. • Antes de ler a crônica, procure imaginar quem é Ariovaldo. • Leia apenas a primeira frase da crônica e volte a pensar: Quem é Ariovaldo? • Faça agora uma primeira leitura da crônica de forma silenciosa.

Pelo Ariovaldo

Neco Varella/Estadão Conteúdo/AE

PARA LER CRÔNICA

Luis Fernando Verissimo. Porto Alegre (RS), 2011. Ele é cronista e publicou diversos livros, entre eles Comédias da vida privada (L&PM), As mentiras que os homens contam (Objetiva) e Gula: o Clube dos Anjos (Objetiva).

Homem e mulher na cama. — Foi bom? — Foi. — Muito bom ou só bom? — Francamente, eu... — Está bem, está bem. Me dá uma nota. De zero a dez, que nota você me dá? — Sete. — Sete?! — Você quer que eu minta, Ariovaldo? Estou sendo franca. Você me pediu uma... — Peraí. Que foi que você disse? — Eu disse que estava sendo franca. — Não, antes. Você disse “Você quer que eu minta, Ariovaldo?”. — É. — O meu nome não é Ariovaldo!

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— Não é? — Grande. Você me confundiu com outro. — Se você não é o Ariovaldo, então quem é? — E eu vou dizer? Com nota sete, eu vou dizer quem eu sou? — Mas... — Vamos de novo. Apaga a luz. Vamos lá! Pelo Ariovaldo! Luis Fernando Verissimo. O melhor das comédias da vida privada. São Paulo: Objetiva, 2004.

1. Quem são as personagens da crônica?

2. Onde você acha que elas estão? Justifique sua resposta.

3. Em que momento da crônica, percebe-se que há um conflito entre o homem e a mulher? Justifique sua resposta com trechos da crônica.

4. Você consegue saber o nome das personagens na crônica?

. Em que situação é comum os casais perguntarem “Foi bom?“ e “Vamos de novo”?

. A crônica deixa claras todas as informações: a) quem conversava; b) sobre o que conversavam; c) o que faziam?

. Se o autor tivesse deixado essas informações claras, faria alguma diferença para a crônica? Em sua opinião, ela ficaria mais ou menos engraçada?

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PENSANDO SOBRE A LÍNGUA Em alguns textos, como tirinhas, crônicas e histórias em quadrinhos, a pontuação tem uma função muito importante. Nesse caso, a pontuação nos informa como determinada frase ou expressão deve ser lida. Na crônica que lemos em forma de diálogo, é possível perceber que há vários sinais de pontuação que iniciam e finalizam as frases. Repasse em seu caderno a tabela a seguir, indique quais sinais de pontuação aparecem no início das frases da crônica e quais aparecem só no final. SINAIS DE PONTUAÇÃO NO INÍCIO DAS FRASES

SINAIS DE PONTUAÇÃO NO FINAL DAS FRASES

• Por que em praticamente todas as frases desse texto apareceu um mesmo sinal de pontuação?

• Os sinais de pontuação que finalizam as frases indicam que elas devem ser lidas de forma diferente ou com entonações diferenciadas? Por quê?

• Em dupla, imagine que cada aluno fará o papel de um personagem numa cena de novela com o texto da crônica “Pelo Ariovaldo”. Leia o texto como se você fosse atuar na novela; para isso, atente para a pronúncia das frases. • Copie a tabela a seguir no seu caderno e preencha com suas observações sobre o uso dos sinais de pontuação na leitura dramatizada da crônica. SINAL DE PONTUAÇÃO

COMO VOCÊ PRONUNCIOU AS FRASES?

EXEMPLO DO TEXTO

Sinal de interrogação (?) Sinal de exclamação (!) Ponto-final (.) Reticências (...)

• Como você pronunciou a frase “Sete?!”? Na sua opinião, por que o autor utilizou aqui dois sinais de pontuação?

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PARA AMPLIAR SEUS CONHECIMENTOS

Livros

Ciência hoje na escola. Sexualidade: corpo, desejo e cultura. V. 2. São Paulo Rio de Janeiro: Global SBPC, 2001. Vários temas relacionados à sexualidade são debatidos por vários autores: os desejos de cada um, as relações entre homens e mulheres, os preconceitos e a prostituição.

Sites

Departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde

Traz informações sobre as formas de prevenção e tratamento de todas as doenças sexualmente transmissíveis e da aids. Nessa página, também podem ser obtidas outras informações úteis. http://aids.gov.br

Instituto Papai

Esse endereço surgiu no Recife (PE) para apoiar jovens pais,O site traz muitas informações, materiais e vídeos sobre temas relacionados à sexualidade e às relações entre homens e mulheres, além campanhas e notícias. http://www.papai.org.br

e-jovem

Página dedicada a jovens que sentem atração por pessoas do mesmo sexo. Traz notícias sobre ações políticas em defesa dos direitos dessa população e dá acesso a uma rede de comunicação eletrônica entre adolescentes e jovens que combatem a homofobia. http://www.e-jovem.com

Filmes

A hora da estrela. Brasil, 1995. Direção: Suzana Amaral, 96 min. Distribuição: Embrafilmes.

Baseado em romance de Clarice Lispector, narra a história de Macabea, uma migrante nordestina que trabalha como datilógrafa e vive numa pensão.

Domésticas – O filme. Brasil, 2001. Direção: Fernando Meirelles, 90 min. Distribuição: Nando Olival e Fernando Meirelles (O2 Filmes). O filme aborda o cotidiano de cinco empregadas domésticas brasileiras, permitindo uma reflexão sobre a vida e o trabalho dessas mulheres e a questão de gênero.

Minha vida de João. Desenho animado com 20 minutos de duração, sem palavras.

Conta a história de João, mostrando como a sociedade educa os homens, desde a infância. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=LESrHIGGon8>.

A aids na minha vida. Parte do documentário do Ministério da Saúde “A vida de todos nós”.

O documentário traz depoimentos diversos de pessoas que vivem com aids, alguns há mais de 20 anos. Elas contam suas angústias, esperanças e como tem feito para conviver com o vírus HIV. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=6J9qpuOyGuc>.

Colocação das camisinhas feminina e masculina

Esse vídeo traz informações sobre a colocação da camisinha (feminina e masculina), utilizando modelos de borracha para a demonstração. Disponível em: <http://www.reprolatina.org.br/site/html/materiais/videos.asp#>.

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Referências bibliográficas

ALVES, Rubem. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004 AMADO, Janaína; FIGUEIREDO, Luiz Carlos. Brasil 1500 – Quarenta documentos. Brasília: ed. UNB, 2001. ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Record, 2002 ANTUNES, I. (2003) Aula de Português: encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2003. Atlas geográfico escolar. 5ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv44152.pdf BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. São Paulo: Ática, 1998 BITTENCOURT, C. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005. BOSI, Ecléa. Memória e sociedade. 3. ed. são Paulo: Companhia das letras, 2006. CATELLI Jr., Roberto. Temas e linguagens da História: ferramentas para a sala de aula no ensino médio. São Paulo: Scipione, 2009. COLETIVO Feminista Sexualidade e Saúde. História do coletivo: o feminino e o movimento de mulheres pela saúde. São Paulo, 2006. Disponível em: <http:// www.mulheres.org.br/site/?page_id=18> CORALINA, Cora. Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Global, 1989. COUTINHO, Edilberto (Org.). Melhores poemas de Carlos Pena Filho. 4. ed. São Paulo: Global, 2000. (Coleção Melhores Poemas). DOLZ, J.; NOVERRAZ, M. & B. SCHNEUWLY (2000/2004) Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: R. H. R. Rojo & G. S. Cordeiro (orgs., trads.) Gêneros Orais e Escritos na Escola. Tradução de trabalhos de Bernard Schneuwly, Joaquim Dolz & colaboradores. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004, pp. 95-128.

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IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, 2011. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/ pnad2011/default.shtm KLEIMAN, A. É preciso ensinar o letramento? Não basta ensinar a ler e escrever? Campinas: Cefiel-Unicamp. Linguagem e letramento em foco. CEFIEL/ MEC, 2005. Disponível em:http://www.iel.unicamp.br/cefiel/alfaletras/biblioteca_professor/arquivos/5710.pdf. KLEIMAN, A. EJA e o ensino da língua materna: relevância dos projetos de letramento. EJA em debate, Florianópolis, vol. 1, n. 1. nov. 2012. Pp. 23-38. KLEIMAN, Angela; MORAES, S. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo redes nos projetos de escola. Campinas: Mercado de Letras, 1999. LINHARES, Maria Yedda; SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Terra prometida: uma história da questão agrária no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1999. FERNANDES, Manoel. “O mapa nosso de cada dia”. In: Aula de Geografia. Campina Grande: Bagagem, 2003 PORTO, Cristina; KUZAK, Iolanda; AZEVEDO, Jô. Trabalho infantil: o difícil sonho de ser criança. são Paulo: Ática, 2003 ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2009. SOUZA, A. L. S. Letramentos de reexistência: poesia, grafite, música, dança: HIP-HOP. São Paulo: Parábola, 2011. VERISSIMO, Luís Fernando. O melhor das comédias da vida privada. São Paulo: Objetiva, 2004.

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Referências bibliográficas

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Clecio Bunzen Doutor em Linguística Aplicada, professor do Ensino Superior.

Márcia Mendonça Doutora em Linguística, professora do ensino superior e autora de materiais didáticos voltados para educação de jovens e adultos.

Maria Amábile Mansutti Licenciada em Pedagogia, autora de currículos e materiais didáticos de Matemática para o Ensino Fundamental.

Marina Marcos Valadão Doutora em Saúde Pública, graduada em Enfermagem e Obstetrícia, professora do Ensino Superior.

Roberto Catelli Jr. Mestre em História, autor de obras didáticas, formador e assessor para a educação básica na modalidade educação de jovens e adultos.

Roberto Giansanti Bacharel em Geografia. Consultor e produtor de material didático para a área de educação de jovens e adultos.

2a edição, São Paulo, 2013

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Apresentação

Prezado educador,

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sta coleção é mais uma contribuição para a modalidade Educação de Jovens e Adultos. São 3 volumes destinados ao público jovem e adulto que frequenta programas de alfabetização

ou etapas do 1o segmento do Ensino Fundamental. A coleção baseia-se nas orientações curriculares para EJA mais recentes, assim como o diálogo permanente com educadores, estudantes e equipes técnicas de programas e redes públicas de ensino. A obra conta com um volume inédito de alfabetização, que busca integrar alfabetização linguística e matemática em torno de gêneros e esferas variados de atividade humana. Em seguida, há dois volumes , que foram remodelados, com ampla atualização de conteúdos. Estes últimos trazem uma proposta multi e interdisciplinar, baseada em eixos temáticos relativos a tópicos emergentes no debate público e importantes para a consolidação da escolarização. Assim, a coleção oferece possibilidades para que estudantes jovens e adultos possam transitar com autonomia no mundo da escrita, experienciando diversas práticas de letramento. Os temas e atividades propostos, partindo do que os alunos já conhecem, favorecem a apropriação de novos saberes, a crítica e o debate. Oferecem ainda ferramentas para que os alunos continuem aprendendo. Esperamos também que as propostas, informações e orientações didáticas constantes desta coleção contribuam para que os educadores ampliem seus conhecimentos e enriqueçam suas práticas educativas.

Os autores

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Sumário A coleção ................................................................................................................................................................................ 7 Orientações didáticas........................................................................................................................................................... 10 Algumas reflexões sobre o ensino da leitura ............................................................................................................... 10 Algumas reflexões sobre produção de textos............................................................................................................... 11 Algumas reflexões sobre a importância da oralidade .................................................................................................. 12 Algumas reflexões sobre o tratamento dos conhecimentos linguísticos ....................................................................... 13 Conhecimentos matemáticos ..................................................................................................................................... 14 Estudos da sociedade e da natureza ............................................................................................................................ 15 Algumas considerações sobre o ensino de Arte........................................................................................................... 16 Projetos coletivos de trabalho..................................................................................................................................... 17 Orientações para avaliação ......................................................................................................................................... 18 Orientações para o desenvolvimento dos conteúdos ................................................................................................... 19 Eixo 1- Identidade e diversidade cultural ............................................................................................................................ 19 Capítulo 1 – Muito prazer, meu nome é... ................................................................................................................... 19 Capítulo 2 – Números e identidade ............................................................................................................................ 20 Capítulo 3 – Nossa cultura ......................................................................................................................................... 22 Capítulo 4 – O chão da gente ...................................................................................................................................... 23 Capítulo 5 – A invenção do Brasil ............................................................................................................................... 24 Capítulo 6 – A alimentação do brasileiro .................................................................................................................... 25 Capítulo 7 – Os povos africanos e a invenção do Brasil ............................................................................................... 27 Capítulo 8 – Fala, Brasil! ............................................................................................................................................ 28 Capítulo 9 – Um mundo de formas ............................................................................................................................ 29 Eixo 2 - Crescimento e desenvolvimento humano ............................................................................................................... 31 Capítulo 1 – O ciclo da vida........................................................................................................................................ 31 Capítulo 2 – O desenvolvimento dos bebês ................................................................................................................. 32 Capítulo 3 – Quanto tempo vive o brasileiro?.............................................................................................................. 34 Capítulo 4 – Desenvolvimento humano em números .................................................................................................. 35 Capítulo 5 – Crianças e idosos no presente e no passado ............................................................................................. 36 Capítulo 6 – Os jovens no Brasil ................................................................................................................................. 38 Capítulo 7 – Qualidade de vida e cidadania ................................................................................................................ 39 Capítulo 8 – Informação, saúde e cidadania ................................................................................................................ 40

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Eixo 3 - Viver em cidades ..................................................................................................................................................... 41 Capítulo 1 – Elaborar mapas, conhecer o mundo ........................................................................................................ 41 Capítulo 2 – Andanças no campo e na cidade ............................................................................................................. 42 Capítulo 3 – A cidade onde vivemos ........................................................................................................................... 43 Capítulo 4 – A modernização do campo no Brasil....................................................................................................... 44 Capítulo 5 – De quem é essa terra? ............................................................................................................................. 45 Capítulo 6 – Quanto custa viver nas cidades ............................................................................................................... 47 Capítulo 7 – Movimentos sociais no campo e na cidade .............................................................................................. 48 Capítulo 8 – Minha cidade é notícia! .......................................................................................................................... 49 Capítulo 9 – A cidade na arte da palavra..................................................................................................................... 51 Capítulo 10 – Calculando na cidade ........................................................................................................................... 52 Eixo 4 – Sexualidade ............................................................................................................................................................ 54 Capítulo 1 – Direitos sexuais e reprodutivos ............................................................................................................... 54 Capítulo 2 – Mulheres e homens na sociedade brasileira ............................................................................................ 56 Capítulo 3 – Contando mulheres e homens ................................................................................................................ 58 Capítulo 4 – Em que somos diferentes? ...................................................................................................................... 59 Capítulo 5 – Maternidade e paternidade ..................................................................................................................... 60 Capítulo 6 – As doenças sexualmente transmissíveis e a aids ...................................................................................... 61 Capítulo 7 – Números das doenças sexualmente transmissíveis e da aids .................................................................... 62 Capítulo 8 – Sexualidade com humor ......................................................................................................................... 63 Leituras complementares para o professor ......................................................................................................................... 67 Referências bibliográficas .................................................................................................................................................... 71

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A coleção Os volumes desta coleção são destinados ao primeiro segmento do Ensino Fundamental. O volume inicial, está voltado ao processo de alfabetização, enquanto os volumes 2 e 3 respectivamente, se propõem a dar continuidade ao processo de escolarização de jovens e adultos daquele segmento. Neste manual do educador, descrevemos as estruturas dos volumes 2 e 3, da forma que segue.

Livro do Estudante

• Apresenta aos estudantes um amplo e variado repertório de textos verbais, não verbais e mistos, para leitura e discussão, adequados a essa etapa do processo de escolarização, incluindo, por exemplo, exploração de fotografias, obras de arte, letras de música, gráficos, mapas, tabelas e ilustrações diversas, relacionadas aos temas propostos. • Traz um conjunto de atividades sequenciadas que visam ao desenvolvimento integrado de habilidades de leitura, produção de textos e oralidade, conhecimentos linguísticos, conhecimentos sobre arte, conhecimentos matemáticos e primeiras aproximações aos estudos da sociedade e da natureza, a partir de temas escolhidos. O alcance desses objetivos permite aos estudantes não só a maior proficiência na leitura e produção de textos e a continuidade do seu processo de escolarização no Ensino Fundamental, como sua inserção em práticas sociais mediadas pela cultura escrita. • Dispõe, ao final dos volumes, de um conjunto de encartes didáticos em página dupla, correspondentes aos conhecimentos desenvolvidos em cada volume. São voltados a consultas e ao apoio à realização de atividades diversas que favoreçam as aprendizagens.

Nessa etapa inicial de escolarização, os estudantes ainda não possuem leitura fluente e não dominam suficientemente os procedimentos de leitura. Muitos deles também não estão familiarizados com as rotinas escolares. Assim, é papel do professor garantir as progressões nas habilidades de leitura. Aqui se recomenda a leitura compartilhada, em voz alta, para que todos se familiarizem com os gêneros diversos e possam conhecer as propostas de atividades. A partir do momento em que vão ganhando maior autonomia na leitura, podem ler o texto integralmente sem a ajuda do professor ou de um colega mais experiente (ver o item Orientações para leitura).

Manual do Educador

• Apresenta explicações sobre as opções temáticas adotadas no Livro do Estudante e orientações didáticas sobre processos de leitura, escrita, oralidade, conhecimentos

linguísticos, conhecimentos sobre arte, conhecimentos matemáticos, estudos sobre a sociedade e a natureza e projetos coletivos de trabalho na escola. • contém quadros explicativos sobre os eixos e os capítulos desenvolvidos em cada volume. Para cada capítulo são destacados: • eixos de aprendizagem (leitura, produção de textos, oralidade, conhecimentos linguísticos, conhecimentos sobre arte, conhecimentos matemáticos, estudos da sociedade e da natureza); • objetivos didáticos, destacando as capacidades a serem desenvolvidas; • gêneros e suportes (portadores) privilegiados ao longo do Capítulo; • traz indicações de fontes para consulta e pesquisa e sugestões de propostas educativas para ampliação e aprofundamento dos conhecimentos trabalhados.

Estrutura interna do Livro do Estudante

O Livro do Estudante está organizado em eixos e cada um desses eixos está subdividido em capítulos (ver organogramas a seguir). Os eixos e capítulos foram elaborados segundo opções baseadas em temas significativos para os estudantes jovens e adultos, em face de seu peculiar universo pessoal, social e cultural. Procurou-se criar, nos eixos e capítulos, articulações entre os conhecimentos das diversas áreas, com base em situações de aprendizagem em que todas focalizam diferentes aspectos dos objetos de ensino, a partir de seu olhar específico. Consideramos que essa é uma estratégia adequada para o trabalho com jovens e adultos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental, pois favorece o estabelecimento de relações entre os conteúdos e as habilidades e o enriquecimento da ampla visão de mundo que certamente esses estudantes já trazem em sua bagagem. A ideia é romper as tradicionais fronteiras entre as áreas do conhecimento, sem perder as especificidades dos conteúdos de cada uma delas, bem como superar currículos preconcebidos e adaptados, sem mediações, do ensino regular para a educação de jovens e adultos.

Eixos

Os eixos apresentam, em cada volume, um recorte temático específico da realidade. O volume 2 tem como foco questões relacionadas ao tema diversidade, cultura e trabalho. Valorizam-se nele os elementos que constituem a identidade pessoal de cada um, como o nome, sobrenome ou ascendência, trabalhados a partir da leitura e escrita de nomes e sobrenomes e do exame de documentos pessoais e itinerários de vida. A identidade pessoal é abordada em conexão com as identidades sociais que se constituem a partir das diferentes dimensões da vida humana: do cotidiano, temporal, territorial; do 7

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mundo do trabalho, da cultura e da imensa variedade linguística brasileira. O contato com gêneros como biografia, documento histórico, tirinha em quadrinhos, poema, receita, letra de canção, texto expositivo, textos da esfera jornalística, além de fotos, esquemas, mapas e tabelas associa-se a esses objetivos. Há aqui uma preocupação com a compreensão das identidades a partir de uma perspectiva histórica da constituição da nação brasileira. Os eixos escolhidos privilegiam a constituição das iden-

tidades em diferentes dimensões e espaços, o desenvolvimento social segundo gêneros e faixas etárias, a constituição de diferentes modos de vida, envolvendo o campo e a cidade e questões relacionadas à sexualidade. As análises são pontuadas por questões relativas às desigualdades entre indivíduos, grupos, comunidades e espaços, ao mesmo tempo em que expõem e reafirmam a nossa diversidade e riqueza cultural (veja o esquema a seguir).

VOLUME 2 Eixo 1 Capítulo

Eixo 2

Eixo 3

Eixo 4

Identidade e diversidade cultural

Crescimento e desenvolvimento humano

Viver em cidades

Sexualidade

1

Muito prazer, meu nome é...

O ciclo da vida

Elaborar mapas, conhecer o mundo

Direitos sexuais e reprodutivos

2

Números e identidade

O desenvolvimento dos bebês

Andanças no campo e na cidade

Mulheres e homens na sociedade brasileira

3

Nossa cultura

Quanto tempo vive o brasileiro?

A cidade onde vivemos

Contando mulheres e homens

4

O chão da gente

Desenvolvimento humano em números

A modernização do campo Em que somos diferentes? no Brasil

5

A invenção do Brasil

Crianças e idosos no presente e no De quem é essa terra? passado

Maternidade e paternidade

6

A alimentação do brasileiro

Os jovens no Brasil

Quanto custa viver nas cidades

As doenças sexualmente transmissíveis e a aids

7

Os povos africanos e a inven- Qualidade de vida e cidadania ção do Brasil

Movimentos sociais no campo e na cidade

Números das doenças sexualmente transmissíveis e da aids

8

Fala, Brasil

Minha cidade é notícia!

Sexualidade com humor

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Um mundo de formas

Informação, saúde e cidadania

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O volume 3 está pautado na questão dos direitos e participação, abordados por meio do exame das diferentes realidades e modos de vida existentes em nosso país, em escala regional e nacional. Do mesmo modo, valoriza-se aqui a análise das relações estabelecidas entre as sociedades e a natureza, com foco na organização dos espaços, nos diferentes usos dos recursos naturais e na produção e consumo de bens no campo e nas cidades. Priorizou--se para a concretização desses objetivos o trabalho com a leitura e produção de diversos tipos de textos, como: leis, cartazes, lendas, propagandas, notícias, folhetos informativos, cartas de solicitação, provérbios, crônicas e outros, além da retomada de gêneros textuais já introduzidos no volume anterior. Neste volume, ainda são colocadas em relevo temáticas como a construção histórica das ideias de cidadania e democracia e os desafios da participação política. A questão dos direitos se estende

A cidade na arte da palavra Calculando na cidade

também na análise das lutas sociais e trabalhistas, levadas à frente por movimentos e grupos sociais que tiveram negado o seu acesso aos direitos, sobretudo em nosso país. Encerram o volume e a coleção o debate sobre um conjunto de direitos humanos, espelhados nas reais condições sociais, em especial de nosso país, e na análise de diferentes tipos de textos, como declarações, textos das leis, manifestos, charges, tirinha em quadrinhos, conto, fragmento de romance, texto de opinião, organogramas e outros. O convite é para que educadores e estudantes reflitam conjuntamente sobre o direito à vida, à liberdade, à igualdade étnico-racial e às condições dignas de existência humana, superando todas as formas de discriminação ou segregação. Aqui vale um alerta: esse elenco de direitos é examinado sistematicamente nesse volume, mas desde o primeiro volume da coleção essa reflexão já está presente.

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VOLUME 3 Eixo 1

Eixo 2

Eixo 3

Eixo 4

Eixo 5

Identidade e diversidade cultural

Crescimento e desenvolvimento humano

Viver em cidades

Sexualidade

Direitos humanos

1

Uma natureza inesgotável?

A formação das sociedades de consumo

O que é ser cidadão?

Os desafios do mundo do trabalho

O direito à vida

2

Amazônia, berço das águas

Anunciar é preciso!

Ditadura e democracia no Brasil

Lutas sociais e conquistas trabalhistas no Brasil

O direito à educação

3

Nordeste, Nordestes

Um novo modo de produzir e consumir

A importância da participação política

O trabalho no campo no Brasil

O direito à igualdade étnico-racial

4

Água, fonte da vida

Trabalho, consumo e saúde

Lição de cidadania

Três séculos de lutas

O direito à liberdade de expressão

5

Calculando o consumo de água

Quanto custa?

Saúde para todos

Doenças do trabalho

Espaços públicos para todos

6

A roda da vida

Para garantir os direitos do Para discutir política: consumidor literatura!

Textos do mundo do trabalho

Escrever e exigir direitos

7

A natureza na boca do povo De olho nas embalagens

Desenvolvimento social Calculando salários, desno Brasil contos e benefícios

8

Mapeando os ambientes

Política: palavras e imagens

Capítulo

Capítulos

Comprar, vender, pagar, receber

A estrutura em capítulos apresenta ao educador e aos estudantes unidades de estudo que podem ser utilizadas de modo flexível e ajustadas ao tempo didático das turmas. Em seu conjunto, os capítulos compõem diferentes dimensões e ângulos de análise do eixo. Embora haja uma linha de continuidade entre os capítulos, não é necessário seguir rigorosamente a sequência em que estão dispostos. À medida que os estudantes aprofundam seus conhecimentos sobre leitura e produção de textos e se familiarizam com a diversidade textual e as propostas didáticas apresentadas, em especial nos volumes 2 e 3, será grande a liberdade de opções: inverter a ordem dos capítulos, trabalhar dois capítulos simultaneamente, priorizar atividades de um capítulo para trabalho em sala de aula e outras para serem exploradas pelos alunos individualmente em outros espaços, e assim por diante. Internamente, os capítulos estão organizados em seções, que têm como objetivo apresentar de forma clara aos estudantes quais atividades serão desenvolvidas e quais aprendizagens são esperadas em cada etapa. Por exemplo: sugere-se que os estudantes sejam mobilizados para a reflexão e discussão do assunto do Capítulo a partir de rodas de conversa (seção “Em roda”).

Trabalho: arte e poesia

Nesse momento, serão convidados a relatar o que já sabem sobre o assunto ou emitir opiniões e debater ideias relacionadas a ele. A seção “Para ler” (acompanhada do nome do gênero escolhido) traz textos diversos para que os estudantes possam acompanhar a leitura, fazer eles mesmos a leitura ou obter novas informações e ampliar sua visão a respeito de assuntos diversos. São textos verbais e não verbais, ficcionais e não ficcionais de autores diversos. Trata-se de uma oportunidade para desenvolver e exercitar capacidades específicas de leitura associadas aos gêneros, sempre acompanhadas de um roteiro de questões para exploração didática em diferentes níveis, como ocorre nas seções “Em ação”, “Em grupos”, “Para pesquisar” ou “Pensando sobre a língua”. É importante lembrar que, em cada capítulo, os textos-guia, preparados pelos autores da coleção, têm a função de problematizar, explicitar conteúdos e radiografar os temas ou subtemas, articulando o conjunto de textos e atividades. Visando favorecer o trabalho do professor, os textos vêm acompanhados de boxes com glossários, indicações sobre objetivos e capacidades de leitura a serem desenvolvidas ou ainda algumas informações sobre o autor e contexto de produção da obra. Para facilitar o seu trabalho, o Manual do Educador traz outras sugestões para a exploração dos textos e dos contextos de produção das obras. 9

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Orientações didáticas Algumas reflexões sobre o ensino da leitura

Durante muito tempo, acreditava-se que ensinar a ler era apenas ensinar a decodificar. Nesse sentido, os métodos de alfabetização priorizavam o conhecimento das letras e a capacidade de decodificar os sons, a formação de sílabas e de palavras ou a escrita de frases descontextualizadas. A leitura era vista como um ato mecânico e ler com fluência era um dos objetivos principais. Acreditava-se que, quando um aluno conseguia ler em voz alta, já aprendera a ler. Nos últimos trinta anos, vários estudos sobre o ato/processo de ler têm mostrado que a compreensão de um texto vai além das capacidades de decodificação. Isso não significa dizer que elas não são importantes para a leitura; ao contrário, sabemos que os jovens e adultos que estão aprendendo a ler textos mais complexos também precisam compreender diferenças entre a escrita alfabética e outras formas gráficas (ilustrações, fotografias etc.), perceber a diferença entre vários tipos de letra (letra maiúscula/ letra minúscula,), conhecer o alfabeto, reconhecer sílabas, dominar as relações entre grafemas (letras) e fonemas (sons) etc. Por isso, tais capacidades da alfabetização foram bastante exploradas no volume 1 desta coleção. Ler para além da decodificação implica, então, reconhecer que os jovens e adultos já passaram por várias situações na vida em que a escrita teve um papel essencial. Eles já trazem dessa convivência com a escrita crenças, valores e representações sobre ela e sobre o ato de ler que são essenciais para a aprendizagem da leitura. Não podemos esquecer que a escrita se encontra por todos os lados e nos mais diversos lugares: no controle remoto da televisão, no aparelho celular, nas roupas, no corpo, nos livros, nos jornais, nas revistas etc. Em suma: vivemos em uma sociedade complexa, com diversas práticas sociais que precisam da escrita para existir. Por essa razão, um dos objetivos desta coleção é formar leitores capazes de ler diversos textos, para que possam agir nas mais diferentes situações. Essa breve caracterização tem uma série de implicações para a prática pedagógica do ensino da leitura. A primeira delas é trazer para a escola textos autênticos que circulam na nossa sociedade: documentos, letras de canção, contas de água, cartazes, poemas etc. Sabe-se que é comum ver aulas de leitura para jovens e adultos que utilizam textos infantilizados (retirados de materiais didáticos voltados para crianças) e que se distanciam das experiências e das culturas dos jovens e adultos. Como disse Paulo Freire “[...] a escola está aumentando a distância entre as palavras que lemos e o mundo em que vivemos. Nessa dicotomia, o mundo da leitura é só o mundo do processo de escolarização, um mundo fechado, isolado do mundo onde vivemos experiências sobre as quais não lemos”. Para evitar tal tratamento, os capítulos da coleção trazem textos significativos e interessantes para jovens e adultos, que retratam a cultura escrita e os modos de produção e circulação da escrita em nossa sociedade.

Como as práticas sociais que envolvem a escrita são diversas, os textos também são heterogêneos e não podem ser tratados de maneira homogênea. Acreditamos que um aspecto a ser reconhecido pelo aluno e explorado pelo educador é o gênero ao qual o texto pertence. O reconhecimento do gênero e de algumas de suas características pode auxiliar o leitor na construção dos sentidos, pois fornece “uma chave para a interpretação do texto”1. Por isso, sinalizamos para o aluno o gênero que ele vai ler, no subtítulo das seções de leitura (“Para ler notícia”, “Para ler biografia”, “Para ler tira em quadrinhos”, “Para ler mapa” etc.). Não lemos um recibo da mesma forma que uma reportagem, uma receita da mesma forma que uma charge, e assim por diante. Alguns gêneros, por exemplo, envolvem várias linguagens (charges, propagandas, tiras em quadrinhos, folhetos informativos etc.), enquanto outros necessitam de um conhecimento sobre a ordem alfabética para sua leitura (verbetes de dicionário, classificados de jornal etc.). Isso indica a necessidade de trabalhar com diferentes suportes (portadores): ler um dicionário é bem diferente de ler um jornal. A organização do dicionário em ordem alfabética e a do jornal em cadernos e seções exigem do leitor conhecimentos variados sobre a prática social. Por essa razão, o educador deverá, sempre que possível, trazer variados portadores de texto para a sala de aula, como jornais, dicionários, revistas, livros etc. Além da diversidade de gêneros, os alunos também precisam conhecer alguns aspectos sobre os textos e sobre a sua situação de produção (quem escreveu, quando, onde, em que contexto etc.) para realizar uma leitura mais autônoma e crítica. Por conta disso, cada texto exige também um trabalho diferenciado. Ler uma charge sobre política nacional produzida no Brasil, no ano de 2004, é diferente de ler uma letra de canção produzida durante a ditadura militar no Brasil, nos anos 1970. Por essa razão, alguns conhecimentos prévios sobre a temática tratada, sobre os autores, sobre a época são, muitas vezes, essenciais para a leitura do texto. Lemos com mais eficácia um texto quando já conhecemos algo sobre a temática e sobre a situação em que ele foi produzido. Por esse motivo, as atividades que precedem a leitura (especialmente as seções “Em roda”) são importantes para antecipar o conhecimento de mundo do leitor e promover uma discussão prévia sobre os temas que aparecerão nos textos. Práticas, textos e gêneros diferentes apontam para objetivos de leitura diversificados: a razão de lermos uma letra de canção no livro, refletir sobre determinado tema, por exemplo, é diferente da que se tem ao ler um cheque – saber se escrevemos corretamente a quantia por extenso. Por esse motivo, é importante informar aos educandos quais são os objetivos das atividades de leitura e ter em mente que, na escola, os objetivos de leitura estão sempre relacionados com a aprendizagem. Fora da escola, podemos ler uma notícia apenas para nos informar, mas na escola leremos esse gênero também para aprender como é possível ler uma notícia: o que precisa ser observado, que estratégias podem ser usadas etc. 1 KLEIMAN, A.; MORAES, S. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo redes nos projetos da escola. São Paulo: Mercado de Letras, 1999. p. 63.

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De maneira geral, priorizamos, ao longo dos capítulos, capacidades de leitura diversas, algumas relacionadas aos textos e gêneros específicos e outras relacionadas ao nível de leitura dos alunos. Isso justifica, por exemplo, a presença de alguns textos adaptados e de outros textos fragmentados. Os alunos serão convidados a localizar e transcrever informações explícitas nos textos, relacioná-las com outras informações que não se encontram explícitas, comparar informações e textos, chegar a conclusões, resumir ideias principais e secundárias, refletir sobre os sentidos de palavras e expressões usadas nos textos, opinar criticamente sobre os temas e posições veiculados nos textos. As atividades de leitura, bem como a escolha dos textos e dos gêneros, levaram em consideração que ler é um processo complexo e multifacetado e não apenas uma habilidade básica de decodificar palavras e frases. Por essa razão, enfatizamos a diversidade de textos e de gêneros relacionados aos temas explorados em cada eixo. Priorizaram-se diversas capacidades de leitura com o objetivo de formar um leitor crítico que possa se posicionar, questionar os textos que serão lidos em sala de aula. A leitura também foi compreendida nesta coleção como uma atividade essencial para produção do conhecimento. Dessa forma, em todos os capítulos que envolvem temas e conteúdos variados, a leitura tem papel central: o aluno terá de ler mapas e fotografias para compreender fatos históricos, ler gráficos, tabelas e problemas para refletir sobre os conhecimentos matemáticos, ler textos expositivos e panfletos educativos para discutir questões relacionadas à saúde etc. Demos prioridade a atividades de leitura que envolvessem o ler para atuar, agir e refletir, por isso não é apenas um ler para aprender a ler. “Um projeto que se organiza em torno da leitura visa ao ensino da escrita e dos conteúdos através de uma prática social, inserida em situações relevantes do cotidiano do aluno”2. Além disso, é importante frisar que os sentidos dos textos não são fixos e imutáveis. Isso significa aceitar que os sentidos são negociados, construídos ao longo do ato de ler. Uma relação que envolve o texto, o leitor, o autor, outros textos, outros leitores etc. Dessa forma, os sentidos não serão os mesmos para todos os leitores. Mais do que impor uma resposta correta, sugerimos que o educador procure fazer com que os alunos dialoguem entre si, dialoguem com o educador, dialoguem com outros textos. Para que haja diálogo e para que o educando possa expor suas opiniões livremente, é necessário possibilitar estratégias de leitura compartilhada, leitura em dupla, em grupos etc. Afinal de contas, a leitura e a compreensão consistem em um grande diálogo com a vida e com os textos que estão ao nosso redor.

Algumas reflexões sobre produção de textos

Bastante relacionada à capacidade de ler textos, encontra-se a de produzi-los em gêneros diversos, para as mais diferentes situações. A ação de produzir textos escritos é uma das exigências da Ibid., p. 56.

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sociedade atual e também uma necessidade individual: escreve-se uma carta de reclamação para os vereadores para protestar sobre determinado problema do município, escreve-se um currículo para candidatar-se a uma vaga de emprego, escreve-se uma mensagem pelo aparelho celular para outras pessoas, escreve-se uma carta de amor, anotam-se nomes de pessoas e seus telefones para não os esquecer etc. Todas essas ações envolvem uma relação dos sujeitos e conhecimentos sobre práticas comunicativas (a situação de produção, o texto, o gênero, os leitores e os ouvintes etc.). No ambiente escolar, infelizmente, ainda é bastante comum solicitar aos jovens e adultos escreverem normalmente redações ou textos sobre temas diversos. Essa prática escolar acaba formando o aluno para escrever textos que não circulam em outros locais e cujo leitor privilegiado é o professor. Além disso, pede--se para escrever quase sempre com o mesmo objetivo: mostrar ao professor que já se sabe escrever ou que se possui domínio sobre algum assunto. As redações são normalmente produzidas individualmente e, não raro, os erros dos alunos combatidos ou rejeitados. Isso ocorre porque a ênfase do ensino da escrita volta-se para o produto final e não para o processo dinâmico de produção dos textos. Já imaginou quantas pessoas e ações estão envolvidas para a produção de um abaixo-assinado, de um jornal, de uma novela, de um romance ou de uma propaganda? Nessa coleção, as atividades de produção ressaltam a importância de um trabalho coletivo e processual. Escrever vai exigir do educando um tempo maior para planejar o seu texto, pesquisar sobre o que vai escrever, pensar sobre o público que será o alvo da produção, discutir o texto com os colegas etc., além de fazer a revisão e a reescrita. Assim como nas atividades de leitura, os educandos precisam conhecer o porquê de escrever o texto (o objetivo), saber para quem o texto é endereçado (qual é o público que lerá o texto), qual é o gênero adequado para a situação (lista, poema, carta do leitor, abaixo-assinado), qual é o suporte (livro, mural, cartaz etc.). Além disso, são valorizadas situações em que escrever tem uma função social específica: preencher recibos, cheques, formulários e envelopes, por exemplo. Por essa razão, o educador deverá ficar atento para as orientações dos capítulos em relação aos gêneros solicitados para a produção em cada capítulo. Articuladas ao trabalho com leitura e com os temas dos capítulos, as atividades de produção de textos também apostaram na diversidade textual e na circulação dos textos produzidos para além das paredes da sala de aula. Sempre que possível, solicita-se que as produções circulem em outros locais e cheguem ao pátio da escola, à igreja, à associação de moradores, ao posto de saúde, à câmara de vereadores, ao jornal do município etc. O aluno não estará apenas escrevendo para o educador, mas para outros leitores (colegas da classe, da escola, moradores do município, editores dos jornais etc.). Os textos para leitura em diversos gêneros servem também como modelos para a produção textual dos alunos, que devem ser encorajados a escrever seus textos com maior autonomia. É importante que os estudantes possam fazer e refazer, reler e com11

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parar para reescrever. Nesse caso, o professor deve ficar atento às situações de produção de textos escritos e orais que são criadas e adaptá-las de acordo com a realidade dos alunos, com o número de alunos da classe, com o nível de autonomia com a escrita etc. Muitas vezes, o educador poderá ser convidado a ser o “escriba” dos textos e o mediador privilegiado das interações verbais que encaminharão as produções textuais. O educador tem um papel essencial nas tarefas de planejar o tempo escolar para atender às propostas, reformular atividades e repensar os objetivos e locais de circulação. É importante lembrar que o ato de escrever também ficou durante muito tempo voltado para a apropriação do sistema de escrita. No entanto, diversos estudos já salientaram que não há como separar a apropriação do sistema de escrita dos usos que se faz da escrita. Para Magda Soares,3 “escrever não é um processo de etapas sucessivas em que, numa primeira etapa, instrumentaliza-se o aprendiz (para que se aproprie do sistema de escrita), e só numa segunda etapa se passa a desenvolver o uso efetivo da escrita”. É durante o próprio processo de escrever, planejar, reescrever os textos que podemos ensinar também várias questões relacionadas à apropriação do sistema de escrita, tais como: pontuação, acentuação, separação de sílabas, segmentação dos espaços em branco etc. Os textos dos alunos também são excelentes meios para verificar o que eles já sabem, o que estão aprendendo e o que ainda precisam aprender sobre as convenções gráficas. Abaurre4 comenta que “os textos são, nesse momento, material para estudo do professor, pois revelam as conclusões dos alunos sobre a escrita”. Escrever de acordo com as regras ortográficas é um bom exemplo para mostrar que o texto do aluno deve ser visto como um processo em que é possível refletir e analisar sobre o que foi escrito. O aluno ainda não domina todas as convenções ortográficas, mas seu texto pode ser objeto de reflexão em atividades de revisão e reescrita. É fundamental que os estudantes possam refletir sobre o desenvolvimento da escrita, analisando seu próprio texto e o dos colegas. É importante também, no processo de produção, que o texto tenha uma função social definida. Escrever e enviar uma carta para um jornal do município exigirá dos alunos e do professor um texto que apresente a ortografia padrão, assim como cartazes e murais que circularão no município ou na própria escola. Enfatizamos propostas coletivas para que, por meio de etapas como planejamento do texto, discussão sobre o que e como escrever e revisão coletiva, os alunos possam refletir sobre a escrita e suas características. O educador deverá ficar atento para aspectos que poderão ser enfocados e que não estão contemplados na coleção, uma vez que a aprendizagem dos alunos deve ser pensada sempre de maneira culturalmente situada. Os educandos podem ter dificuldades em escrever determinadas palavras por causa da variedade linguística que usam, por exemplo, escrever “peneu” em vez de

“pneu”, “veia” em vez de “velha”, “fazê” em vez de “fazer”. Cabe aqui um trabalho cuidadoso do professor para não desvalorizar as variedades não padrão usadas pelos alunos e para não exigir o domínio precoce e completo das convenções ortográficas, já que estas são apreendidas paulatinamente ao longo do processo de escolarização. Por outro lado, é preciso que o professor chame a atenção para as situações em que a norma ortográfica é uma exigência social. Os alunos também podem ter dúvidas nos casos de irregularidades ortográficas, por exemplo, o uso do S em “vasilha” (poderia ser Z, mas a convenção ortográfica fixou o S). O professor deve aproveitar tais ocasiões para refletir sobre a própria escrita e sobre a ortografia, fazendo uso do dicionário, do debate em sala de aula, da reescrita individual ou coletiva etc.

Trabalhar com a escrita não envolve descartar o trabalho com a oralidade. Como diz Marcuschi5: “o homem é um ser que fala”, ou seja, “a fala é uma atividade muito mais central do que a escrita no dia a dia da maioria das pessoas”. Conversar, fofocar, contar piadas, ouvir programas de rádio e músicas, assistir a programas televisivos, assistir às aulas etc. são atividades em que a oralidade tem um papel fundamental. Por essa razão, os jovens e adultos em processo de escolarização inicial devem fazer uso das mais diversas formas de falar, além de realizar algumas reflexões sobre essa modalidade. Por que falamos de um jeito e, muitas vezes, escrevemos de outro, por exemplo. Os estudantes devem perceber também que, assim como na escrita, na fala também utilizamos registros mais informais, como nas conversas, e em outras situações registros mais formais, como nas entrevistas de emprego. De acordo com Kleiman e Moraes:6 “a aprendizagem da língua escrita não envolve uma ruptura com a oralidade”. Por essa razão, nos capítulos que compõem a coleção, a oralidade é utilizada em diversas situações. Em primeiro lugar, a oralidade encontra-se sempre presente na seção “Em roda” – uma seção fixa – para que o aluno construa conjuntamente uma rede de relações sobre os temas dos capítulos, conversando e discutindo sobre eles e produzindo, com a mediação do professor, uma rede de conhecimentos. Essas relações poderão ajudá-los a desenvolver de forma mais autônoma as atividades de leitura e de produção de textos escritos. Sugerimos também que as discussões ocorridas em sala de aula sejam sistematizadas pelo professor na lousa para que os alunos tenham uma ideia geral das temáticas discutidas e da riqueza dos conhecimentos que já possuem. Em segundo lugar, algumas atividades solicitam situações variadas de conversação e apresentação oral para que os alunos se utilizem da oralidade para desenvolver algumas capacidades, tais como: escutar com atenção, responder a questões, questio-

3 SOARES, M. Aprender a escrever, ensinar a escrever. In: ZACCUR, E. (Org.). A magia da linguagem. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. p. 57. 4 ABAURRE, M. Erros ortográficos: corrigir ou não? In: Letra A, o jornal do Alfabetizador. Belo Horizonte, abril/maio de 2005. Ano 1, n. 1, p. 3

5 MARCUSCHI, L. Oralidade e ensino de língua: uma questão pouco “falada”. In: DIONÍSIO, A.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). O livro didático de português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. p. 19. 6 KLEIMAN, A.; MORAES, S. Leitura e interdisciplinaridade, cit., p. 50.

Algumas reflexões sobre a importância da oralidade

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nar, pedir a palavra, expor opiniões em público etc. Esses momentos serão importantes para que eles se expressem em pequenos grupos ou grupos maiores, em conversas com o professor ou por meio de pequenas apresentações. Como sugere a Proposta Curricular para o primeiro segmento do Ensino Fundamental de Educação de Jovens e Adultos,7 “é necessário criar oportunidades de ouvir e falar, reelaborar argumentos a partir de novas informações, construir conceitos, incorporar novas palavras e significados, compreender e avaliar o que ouvimos”. Algumas atividades de pesquisa também solicitarão que os alunos pesquisem textos orais ou oralizados com os quais eles têm contato no dia a dia (programas radiofônicos ou telenovelas). Além disso, textos que circulam na sociedade nas práticas orais, como músicas, piadas, provérbios, entre outros, são trabalhados e merecem atenção especial do professor. Pequenas apresentações, depoimentos, narrativas orais, lendas, debates e entrevistas orais são, sempre que possível, solicitados nos capítulos, mas o educador pode aproveitar outras ocasiões e situações para utilizá-los em sala de aula. Salienta-se também que não é intenção da coleção ensinar os alunos a falar melhor ou criticar as formas de falar dos jovens e adultos pouco escolarizados. Ao contrário, algumas atividades serão utilizadas como forma de reflexão sobre a variedade linguística (sotaques, expressões de diferentes lugares do Brasil, expressões regionais, variações linguísticas que escutam no rádio e na televisão etc.), sobre as diferenças entre a modalidade oral e escrita e sobre a riqueza das práticas orais. Por isso, é importante que o professor fique atento para as informações que serão dadas em cada capítulo em relação ao trabalho com a oralidade. O respeito pela variedade linguística dos alunos deve permear todas as atividades orais. Dessa forma, não aconselhamos que esse trabalho reduza-se à correção dos modos de falar das pessoas mais simples ou pobres, que passam a ser discriminadas ou ridicularizadas pela sua forma de falar. Sugerimos que o professor, com base nas atividades propostas, discuta com seus alunos as diferentes situações em que utilizamos a língua falada e sua relação com a variedade linguística e o registro adequados. Contar piadas em uma roda de amigos é bastante diferente de dramatizar um texto escrito ou realizar uma apresentação em público. Cada uma dessas situações vai exigir do falante adequação à situação de produção: Com quem eu falo? Onde eu falo? Por que eu falo? Como eu deveria falar?

Algumas reflexões sobre o tratamento dos conhecimentos linguísticos

O eixo dos conhecimentos linguísticos envolve a reflexão sobre diversas facetas da linguagem. É preciso garantir aos alunos não só oportunidades de ler, escrever e falar, mas também de pensar sobre 7 RIBEIRO, V. M. (Org.). Educação de jovens e adultos: uma proposta curricular para o primeiro segmento do Ensino Fundamental. São Paulo/Brasília: Ação Educativa/MEC, 1997. p. 53.

a língua e sobre os textos que leem e que produzem. Nesse sentido, as atividades elaboradas priorizam a relação entre os conhecimentos linguísticos e as habilidades de leitura e escrita exigidas nas diversas situações cotidianas em que os alunos se envolvem. Por exemplo, o uso de maiúsculas no preenchimento do endereço num envelope. Não é objetivo da coleção solicitar que os alunos memorizem definições sobre categorias gramaticais, como o que é sujeito, o que é verbo. Também não se pretende que classifiquem palavras em categorias como artigo, preposição, substantivo etc. O maior interesse é que eles se tornem cada vez mais capazes de perceber alguns aspectos da estruturação da língua, como os textos se organizam, como cada palavra e cada expressão tem importância na construção dos sentidos. E, muito especialmente, como cada gênero apresenta escolhas linguísticas específicas que têm relação com as funções sociais desses gêneros. É o caso das manchetes, que são curtas, para que o leitor tenha acesso rápido à informação sobre o fato noticiado. Na coleção, as nomenclaturas gramaticais são usadas para designar fenômenos e categorias, e o professor pode também usá-las e explicá-las, desde que não transforme os momentos destinados à reflexão sobre fenômenos linguísticos em aulas de “gramática pura”. Ao falarmos de “adjetivos”, não pretendemos que os alunos memorizem essa definição ou apenas busquem adjetivos em qualquer texto. Direcionamos a atividade para a percepção de que os adjetivos são muito importantes em gêneros que apresentam descrição, como as lendas, que descrevem seres fantásticos. As atividades possibilitam reflexões sobre questões ligadas ao sistema da língua e à norma, como uso de maiúsculas e minúsculas, acentuação, ortografia (regularidades e irregularidades), morfologia (terminações verbais, famílias de palavras, formação de palavras), sintaxe (concordância nominal e verbal) etc. Na maioria das vezes, os aspectos a serem tratados em cada capítulo são selecionados de acordo com os textos do capítulo, ou seja, de acordo com sua ocorrência nesses textos. Também se procurou contemplar aspectos mais textuais e discursivos, como palavras e expressões que indicam tempo em depoimentos e memórias, uso da pontuação em gêneros diversos, uso do imperativo em campanhas publicitárias, seleção vocabular em certos textos etc. Um diferencial da coleção é tratar, numa mesma atividade e de forma integrada, aspectos linguístico-discursivos distintos. Um exemplo é a reflexão sobre ortografia realizada a partir da observação de famílias de palavras e sua estrutura morfológica. Em pesquisa, pesquisador, pesquisando e outras palavras da mesma família, ou seja, que se originaram do mesmo radical PESQUIS, o S permanece. Outro exemplo é o uso de maiúsculas em nomes próprios, abordado em especial no Capítulo 1 do Eixo 1 do Volume 1, em que diversos gêneros trazem nomes próprios e exigem a grafia correta desses nomes, como documentos pessoais. Em relação à apropriação da norma ortográfica, é preciso ressaltar que se trata de um processo que o professor deve trabalhar com as regularidades e com as irregularidades de forma diferenciada, pois são objetos de ensino diferentes. As regulari13

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dades ortográficas são aquelas que ocorrem de modo previsível. Por exemplo, o M é sempre usado nos ditongos nasais – AM, EM, IM, OM, UM – que precedem as letras P e B, como em campo, tempo, limpo, pomba, tumba. Também o Q é sempre acompanhado de U e seguido de A, E, I ou O, em qualquer palavra da língua portuguesa, formando os dígrafos QUA, QUE, QUI, QUO. Por isso, se o aluno é levado a perceber a recorrência desses fatos em várias palavras, ele pode elaborar, com a mediação do professor, uma regra de uso, daí o nome de regularidade. Já as irregularidades são aqueles usos ortográficos para o quais não conseguimos produzir uma regra geral que explique seu uso, ou seja, que possa ser aplicada em vários contextos. Por exemplo, o som /z/ pode ser representado na escrita por S, Z e X e isso não pode ser previsto, não é regular. Por exemplo, exame é escrito com X porque a norma ortográfica consagrou essa forma, mas poderia ser escrito com Z. Como não é possível construir uma regra para tais ocorrências, é preciso que as palavras sejam expostas ao aluno, observadas, comparadas, grafadas, comparadas novamente, corrigidas (se for o caso). Para que ele se aproprie das irregularidades ortográficas, a prática de leitura frequente, a observação, a pesquisa e a consulta a dicionários são alternativas bastante eficazes. Os casos de irregularidades ortográficas pressupõem um trabalho de memorização e reflexão. Mas sempre é necessário ter um mediador nesse processo de descobertas, o professor, que é quem conduz as atividades, formula questões, propõe desafios. Quanto às estratégias de aprendizagem privilegiadas, destacam-se a observação, a comparação, a formulação de hipóteses por parte dos alunos, a checagem dessas hipóteses, até se chegar a conclusões sobre o que foi objeto de reflexão. Quanto à sistematização das reflexões feitas, a coleção adota duas estratégias básicas: solicita que os alunos cheguem a conclusões, com a mediação do professor, e traz alguns boxes, ora completos, ora com lacunas, que retomam o que foi discutido e apresentam conclusões. Nesse processo, a mediação do professor é fundamental, pois ele deve avaliar se as atividades do livro são suficientes para o aluno compreender o que está sendo analisado ou se é preciso lançar mão de outros exemplos e atividades. É comum que as atividades sejam propostas para realização em grupo. Caso o professor julgue necessário pode ampliar as comparações, fazer novas pesquisas, propor outras atividades, como jogos que favoreçam a observação e a comparação de ocorrências, e também consultar outras fontes de estudo, como dicionários.

Conhecimentos matemáticos

As exigências educativas do mundo atual colocam às pessoas o desafio de dominarem ferramentas da cultura letrada, que possibilitem acompanhar o desenvolvimento tecnológico, compreender os meios de comunicação, atualizar-se diante da complexidade do mundo do trabalho. Juntamente com outras áreas, a matemática está presente nesses âmbitos do conhecimento e também concorre para promover uma compreensão mais ampla e qualificada dessas realidades.

Além de sua aplicação em problemas práticos, a importância do conhecimento matemático também está na possibilidade de planejar e organizar ações, de interpretar a realidade imediata, de desenvolver a capacidade de compreender o próprio pensamento, de lidar com ideias abstratas. Assim, ela se constitui em um instrumento útil para buscar, produzir e comunicar conhecimentos, relacionados às diferentes linguagens e códigos, às ciências da natureza, às ciências sociais, à arte, aos esportes. Essas ideias centrais estão presentes na seleção das temáticas e conteúdos apresentados nesta coleção e, particularmente, na escolha das situações de aprendizagens. Os conteúdos matemáticos selecionados contemplam o estudo dos números e das operações, do espaço e das formas, das grandezas e das medidas e o tratamento de informações, a que jovens e adultos têm acesso no seu cotidiano. Dentre os vários aspectos relacionados a esses conteúdos, procuramos identificar os mais relevantes, que podem contribuir para o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático, da criatividade, da capacidade de análise e de expressão de jovens e adultos. Com o objetivo de enriquecer o processo de ensino e aprendizagem, as atividades propostas são permeadas por situações que visam ao conhecimento, à construção de conceitos e ao domínio de procedimentos, que englobam formas de pensar, de investigar e de comunicar resultados, e também, evidentemente, ao desenvolvimento de atitudes. Elas também estão organizadas de modo a favorecer articulações entre vários aspectos matemáticos, conexões com conteúdos de outras áreas e ligações com situações contextualizadas. As atividades dos capítulos estão organizadas em forma de espiral, na qual um mesmo conteúdo é abordado em diferentes contextos, em um movimento constante de aprofundamento, buscando estabelecer, a cada vez, um número maior de relações com outros conteúdos e outras situações. Destaca-se aqui o papel do professor como um estimulador, organizador e mediador da aprendizagem, na medida em que ele aporta informações, problematiza situações, esclarece dúvidas, promove o confronto de ideias e a cooperação entre os estudantes. Para tanto, é fundamental que ele conheça as condições socioculturais, expectativas e estilos cognitivos dos estudantes para poder adequar e ampliar as possibilidades de aprendizagem apresentadas nesta coleção à realidade de seu trabalho. Nesta coleção, a matemática é tomada como um veículo que favorece a investigação e a ampliação do conhecimento sobre a realidade, em múltiplos aspectos: social, econômico, político, cultural. Essa visão implica que, ao pensar o ensino e a aprendizagem da matemática, tome-se como referência alguns princípios metodológicos: • partir de situações contextualizadas para garantir a aprendizagem significativa dos estudantes e evidenciar os vínculos da matemática com a vida cotidiana de jovens e adultos; • respeitar os conhecimentos prévios dos estudantes e favorecer o estabelecimento de relações entre conhecimentos construídos e novos conhecimentos;

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• dar oportunidade para que os estudantes assumam o papel de protagonistas no processo de ensino e aprendizagem, expressando seus conhecimentos, identificando e apresentando suas dúvidas, formulando hipóteses e questões. Para ensinar matemática, é importante que o professor tenha um bom conhecimento sobre os objetos de ensino de que ele se ocupa, para poder transformar o conhecimento científico em conhecimento escolar. Esse processo de transformação do conhecimento, que pode ser chamado de contextualização do conhecimento, é influenciado por condições de ordem social, cultural e cognitiva. Considerar a bagagem cultural dos estudantes é um primeiro passo para promover a contextualização dos conhecimentos. Ao interagir com os estudantes, o professor reconhecerá que jovens e adultos pouco ou não escolarizados possuem saberes que lhes permitem buscar e selecionar informações, construir procedimentos, tomar decisões para resolver problemas do dia a dia. Geralmente, esses conhecimentos são aprendidos de maneira informal e intuitiva, diante da necessidade de resolver problemas que a vida prática nos coloca diariamente. Identificar preços, fazer cálculos ou estimar medidas são exemplos desses conhecimentos. De modo geral, eles não são organizados formalmente, não precisam ser explicados, registrados graficamente e tampouco generalizados, pois estão sempre vinculados a uma situação particular. No início da escolarização, uma característica comumente observada nas turmas de jovens e adultos é a diversidade de conhecimentos e habilidades, que pode ser tomada como ponto de partida para a aprendizagem. É a partir desses conhecimentos que os estudantes irão tomar consciência e explorar a diversidade de estratégias e caminhos possíveis para resolver um problema. Assim, irão perceber regularidades na escrita dos números e descobrir a diversidade de procedimentos de que podem lançar mão para calcular. No decorrer do processo educativo, os conhecimentos de natureza prática precisam ser compreendidos e ampliados pelos estudantes para se tornarem conhecimentos plenos, que possam ser transferidos a novas situações. É desejável, mesmo no início da escolarização, que a aprendizagem de um conteúdo matemático não fique vinculada a um único contexto, mas que seja diversificada para que o conhecimento possa ser generalizado e transferido. Nessa perspectiva metodológica, a resolução de problemas tem sido indicada como um caminho para ensinar matemática. Embora hoje se fale muito em resolução de problemas, a prática mais comum em sala de aula é a de ensinar um conceito ou procedimento e depois apresentar um problema para avaliar se os estudantes são capazes de aplicar o que lhes foi ensinado. Para a maioria dos estudantes, resolver um problema significa fazer cálculos com os números do enunciado ou aplicar algo que aprenderam na aula. Quando se aponta a resolução de problemas como uma alternativa metodológica, o que se defende é uma proposta que pode ser assim resumida: • o ponto de partida da atividade matemática não é a explicação ou demonstração feita pelo professor, mas a

situação-problema, que implica um desafio e o desenvolvimento de algum tipo de estratégia para resolvê-la; • o problema não é um tipo de exercício em que o aluno aplica, de forma mecânica, uma técnica operatória. Só existe problema se o estudante for levado a interpretar uma situação, a identificar uma pergunta e a estruturar um plano para obter a resposta; • a resolução de problema não é uma atividade para ser desenvolvida em paralelo com outras, mas uma orientação para organizar a aprendizagem, pois proporciona diferentes contextos em que se pode aprender conceitos, procedimentos e atitudes. Outra recomendação de ordem metodológica consiste em propor atividades matemáticas que propiciem o exercício da oralidade, da leitura, da interpretação e da produção de textos, em situações de explicação e elaboração de conclusões a partir de fatos observados. Descrever ou produzir análises de uma situação, estimar resultados, registrar e comentar ideias, pontos de vista e consensos, entre outras, são práticas de matemática que contemplam a produção de textos. Compatível com uma concepção em que os estudantes são os sujeitos de seu processo de aprendizagem, recomenda-se que as práticas pedagógicas sejam pautadas por objetivos voltados para a construção de estratégias; para o desenvolvimento da capacidade de justificar, argumentar e comprovar, para a promoção da criatividade, da crítica, do trabalho coletivo, da iniciativa pessoal e da confiança na capacidade de aprender.

Estudos da sociedade e da natureza

Em um texto primoroso, “A importância do ato de ler”8, Paulo Freire cunhou uma expressão que se notabilizou e se tornou corrente em cursos e programas de alfabetização e pós-alfabetização de adultos: “[...] a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”. Significa dizer que estão intimamente ligados o ato de ler e escrever e a compreensão do mundo. Nessa perspectiva, os estudos da sociedade e da natureza apresentados ao longo dos capítulos, eixos e volumes da coleção se propõem a desenvolver um conjunto de conhecimentos, envolvendo noções e processos históricos, habilidades, valores e atitudes que permitam aos estudantes jovens e adultos compreenderem criticamente a realidade em que vivem. Isso supõe a ampliação de sua formação como cidadãos mais participativos e mais conscientes de seu papel como mulheres e homens sujeitos de sua própria história e da história de seu tempo, como recomenda a Proposta Curricular para o 1o segmento do Ensino Fundamental da EJA. A vida contemporânea passa por uma profunda e acelerada reestruturação que, cada vez mais, vincula todas as regiões do planeta a um destino comum. E o Brasil, claro, não foge à regra. Todos os dias 8 FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados; Cortez, 1989.

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recebemos uma enorme quantidade de informações, diante de um extraordinário desenvolvimento tecnológico dos meios de transporte, comunicação e informação. Trata-se de algo sem precedentes na história humana. Verifica-se maior integração econômica mundial, transforma-se a estrutura de empregos e ocupações e novas relações políticas entre os países passam a ocorrer no cenário internacional. Entretanto, essas mudanças ocorrem de modo a reproduzir ou reforçar desigualdades, já que nem todos têm acesso aos eventuais benefícios gerados pelas sociedades modernas, sobretudo se considerarmos as especificidades de nosso país. Esse quadro indica que os conhecimentos relativos a esse campo de estudo devem ser tema de reflexão dos jovens e adultos desde as etapas iniciais de escolarização, de modo a construir instrumentos para entender a complexidade da vida atual e exercer a cidadania de forma plena. Já é fato conhecido de muitos educadores que os estudantes da EJA se interessam por temas mais imediatos, como sexualidade, saúde, desemprego ou violência como, da mesma forma, desejam saber mais sobre temas aparentemente mais distantes, como conflitos étnicos e religiosos, as origens da vida na Terra ou as últimas inovações tecnológicas nas comunicações. Isso não significa, por outro lado, abrir mão da investigação e compreensão de problemáticas da realidade local. É importante lembrar que não se espera nessa fase de escolarização o domínio de conceitos complexos referentes às disciplinas escolares que formam essa área de estudo, mas uma primeira aproximação de noções, ideias e processos. Esses últimos vão ajudar a mobilizar o diálogo entre as experiências e saberes acumulados pelos estudantes e os conhecimentos que circulam na escola. É muito mais importante, por exemplo, que o estudante compreenda algumas repercussões da transição demográfica que vivemos no Brasil contemporâneo do que receber uma definição sobre o que significa expectativa de vida. Da mesma forma, não se pretende, por exemplo, que o estudante aprofunde excessivamente o estudo do conceito de capitalismo, mas que consiga perceber as implicações dos conflitos e contradições da sociedade capitalista em sua vida cotidiana, o que inclui especificidades quanto às relações sociais e de trabalho. O essencial é que esses estudantes sejam capazes de compreender os fenômenos sociais e, a partir daí, comecem a desenvolver um pensamento crítico, ou seja, que se tornem capazes de utilizar o conhecimento obtido para refletir e tomar decisões acerca de questões relacionadas à vida social e a si mesmos. Vale lembrar também que os conhecimentos da área de estudos da sociedade e natureza orientam em vários momentos a estrutura temática da coleção. Esses temas serão também explorados e enriquecidos em matemática e linguagens, criando conexões entre as áreas do conhecimento. Essas premissas implicam a consideração de alguns princípios metodológicos fundamentais para a introdução aos estudos da sociedade e da natureza nesta coleção: • valorizar e respeitar os conhecimentos prévios e a bagagem cultural dos estudantes, adquiridos em sua trajetória

de vida, e favorecer o estabelecimento de relações entre conhecimentos construídos e novos conhecimentos; • partir de situações contextualizadas para garantir aprendizagens significativas e tornar mais evidentes os vínculos desse campo de estudo com a vida dos jovens e adultos, nas mais diferentes escalas de relações humanas. Significa dizer que interessam aqui tanto as temáticas da realidade local quanto as que ocorrem em outras partes de nosso país e do mundo; • apresentar para debate um conjunto de temas considerados relevantes e em conexão com determinadas necessidades de aprendizagem do público jovem e adulto, tais como: as identidades, os espaços de vivência e convivência, as relações de gênero, a sexualidade, as questões socioambientais ou as lutas pelos direitos humanos, articulados aos processos de aprendizagem da leitura e produção de textos, da oralidade e de conhecimentos linguísticos e matemáticos; • propiciar, a partir dos temas, que as diferentes áreas do conhecimento colaborem para aprendizagens sobre os objetos de ensino – a partir de seu ângulo específico –, buscando evitar a fragmentação entre os campos do saber; • dar oportunidade para que os estudantes assumam o papel de protagonistas no processo de ensino e aprendizagem, expressando seus conhecimentos, identificando e apresentando suas dúvidas, formulando hipóteses e questões, investigando, sistematizando e discutindo problemáticas. Outras indicações de ordem metodológica preveem atividades que propiciem o exercício da oralidade, da leitura, interpretação e produção de textos, registrando conclusões, produzindo listas, depoimentos, painéis e quadros explicativos ou debatendo diferentes pontos de vista sobre temáticas diversas e argumentando em favor de uma determinada posição. Nas palavras da professora Magda Soares, significa dizer, como intenção educativa, que o movimento do mundo à palavra e da palavra ao mundo estará sempre presente.

Algumas considerações sobre o ensino de Arte

Na proposta Geral dos Parâmetros Curriculares Nacionais, Arte tem função tão importante quanto a dos outros conhecimentos no processo de ensino e aprendizagem. A área de Arte está relacionada com as demais áreas e tem suas especificidades. A educação em Arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas (PCN/Arte)9. Reconhecendo a importância da Arte na formação e no desenvolvimento da Educação de Jovens e Adultos e na construção de seres humanos sensíveis, confiantes e transformadores, os 9 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte Brasília: MEC/SEF, 1997, vol. 6, p. 19.

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quais pretendemos que se sintam incluídos e possibilitados de dar continuidade à sua trajetória escolar, esta coleção foi organizada com a preocupação de que os sujeitos da EJA valorizem sua forma de ser e de perceber o mundo. Para desenvolver um trabalho de Arte na escola onde estudam os jovens e adultos, assim como na escola de ensino regular, há que se pensar em dois pontos fundamentais: • Arte é área de conhecimento humano, conhecimento este construído pelo ser humano no decorrer dos tempos; • Arte é linguagem e, portanto, um sistema simbólico de representação que tem conteúdos e objetivos próprios. Portanto, a proposta para ensinar Arte na escola, independentemente da faixa etária ou segmento, é trabalhar a arte como conhecimento, apoiando-se em três eixos metodológicos que norteiam as atividades propostas – o fazer artístico (criação), o conhecimento histórico (contextualização) e a apreciação estética (fruição). Assim, procuramos contemplar nas propostas oferecidas sugestões de procedimentos que orientam o professor a realizar um trabalho que articule os três eixos presentes nos PCN-Arte. Tais atividades deverão permitir a inclusão de todos os alunos e pretendem contribuir para a superação das dificuldades de cada um, tendo como foco principal o desenvolvimento das competências da leitura e da escrita de diferentes textos. Esperamos que todos os professores explorem esta coleção muito além das possibilidades aqui apresentadas como sugestão para desenvolvimento de cada capítulo proposto. É importante destacar que, durante as atividades, embora os trabalhos contenham um foco específico, os objetivos e os conteúdos desenvolvidos serão sempre artísticos e estéticos. Na metodologia de ensino, foram incluídos momentos de produção artística (criação, construção), contextualização (conhecimento histórico das artes e das produções artísticas da humanidade) e a fruição (leitura das obras, apreciação, crítica). As informações e estratégias presentes nos textos e as atividades tratam de assuntos inter-relacionados com o capítulo proposto e, para que o aluno realmente se interesse, é necessário que perceba o trabalho desenvolvido com um significado próprio para ele. Assim, as pesquisas e descobertas sobre o conteúdo devem estimular um novo sentido em sua vida presente e futura, construindo ou recuperando sua identidade.

Projetos coletivos de trabalho

Os três volumes desta coleção baseiam-se na premissa de que o sentido e o saber escolar residem na valorização e na compreensão da realidade pessoal, social e cultural, tanto por parte dos estudantes como dos educadores. Assim, os projetos de trabalho apresentam-se como um importante recurso didático para desenvolver conteúdos curriculares de forma integrada, contribuindo para evitar a fragmentação dos saberes e para dar sentido e significado ao que se aprende na escola. O trabalho com projetos proporciona a descoberta e o entendimento de relações entre fenômenos naturais e sociais, auxiliando

os estudantes a compreender melhor o mundo em que vivem. Os projetos podem favorecer o seu trabalho, auxiliando a planejar estratégias de pesquisa e discussão de temáticas e situações significativas para o grupo, além da abordagem apenas disciplinar. O desenvolvimento de cada projeto é sempre singular. Ele não precisa seguir fórmulas, etapas ou regras rígidas e inflexíveis, muito menos seguir uma metodologia passo a passo. O tempo de duração e o conjunto de atividades desenvolvidas variam bastante. Nas linhas seguintes estão descritas algumas propostas, que devem ser encaradas como um roteiro flexível, a ser adaptado segundo as características de cada turma. • O ponto de partida para a execução de um projeto é a escolha de um tema ou uma situação-problema motivadora. Tais quesitos podem advir do programa de curso, de uma experiência do grupo, de determinada discussão na sala de aula, um passeio ou viagem, um fato da atualidade ou mesmo decorrer de outro projeto desenvolvido anteriormente. • Escolhido o tema, o projeto supõe a formulação e a resolução de problemas com base em certo diagnóstico do que vai ser investigado. A partir daí, elabora-se coletivamente uma rede de conhecimentos, em que se negociam significados e conexões possíveis entre o tema e subtemas relativos aos projetos. Implica também debater sobre as diferentes habilidades de leitura e escrita que poderão estar envolvidas, mobilizadas pelo andamento do projeto. Os estudantes podem fazer levantamentos e indicar o que já sabem e o que querem saber sobre o tema. A seguir, é importante definir, junto com o professor, as estratégias de busca de fontes de informações, baseadas na cooperação coletiva. • É importante que o professor atue não como especialista, mas como orientador e facilitador. A pesquisa deve valorizar a diversidade de fontes e linguagens: livros, periódicos, vídeos, material de imprensa, internet e depoimentos ou explicações de diferentes pessoas etc. • O planejamento individual e coletivo é uma atividade fundamental, uma vez feitos os levantamentos iniciais, coleta e seleção de informações junto às fontes. Contempla-se assim a definição de etapas e objetivos a serem alcançados, bem como os produtos a serem elaborados. Nos projetos, é importante considerar que novas tomadas de decisão poderão ser necessárias ao longo do percurso, o que significa lidar com imprevistos que surgem eventualmente. Os estudantes realizam as atividades e dão o tratamento adequado às informações segundo as necessidades do projeto. • A avaliação do processo auxilia estudantes e educadores a refletir sobre as hipóteses de trabalho e as produções da turma. Ela permite também análises da turma e dos indivíduos. É importante valorizar a autoavaliação dos estudantes; juntos, eles reconhecem e comparam o processo de aprendizagem empreendido e os resultados alcançados. 17

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Principais características de um projeto

• possui objetivo claro e justificativa coerente; • fontes, materiais e recursos estão disponíveis para a sua execução; • o professor investiga o que os estudantes já sabem e o que querem saber sobre o tema em questão; • o conteúdo do projeto é significativo em si porque permite estabelecer um grande número de relações e que os estudantes coloquem em jogo o que já sabem para poder avançar; • os estudantes conhecem e compartilham os objetivos do projeto; • tem continuidade e progressão; • as atividades preveem orientações didáticas específicas para o objeto de conhecimento em questão; • favorece a interação entre os estudantes e outros segmentos da escola, ou fora dela, envolvidos; • o tema e seus desdobramentos estão incluídos em práticas sociais, a fim de transcender os muros da escola; • permite avaliar processos e produtos desenvolvidos a partir das etapas previstas; • não está focado, assim, apenas no resultado final; • é suficientemente flexível para acomodar imprevistos e incorporar correções de rumo ou novas etapas; • os produtos finais tornam visíveis as aprendizagens realizadas.

Orientações para avaliação

Durante muito tempo, a avaliação restringiu-se à simples aferição da aprendizagem dos estudantes, termômetro único do sucesso ou insucesso na escola. Hoje se sabe que o ato de avaliar pode servir a outros fins, especialmente quando é concebido como práItem Instrumentos

Avaliação inicial ou diagnóstica

tica que integra efetivamente o processo de ensino-aprendizagem e como um dos elementos centrais do planejamento. As práticas pedagógicas envolvem sempre mais de um sujeito: os alunos e os educadores. Assim, devemos considerar que a avaliação deve abranger tanto o processo de ensino-aprendizagem quanto o tipo de ensino que o educador está promovendo. Nessa perspectiva, avalia-se tanto o processo de aprendizagem do aluno, seu desenvolvimento de conhecimentos específicos, habilidades e atitudes e sua capacidade de aplicá-los em diferentes situações como a adequação das estratégias e conteúdos didáticos organizados e a expectativa em relação ao grupo da parte do educador. Dessa forma, a avaliação assume o feitio de instrumento de efetivo acompanhamento do processo de aprendizagem, de regulação do ensino e verificação de sua adequação às necessidades de aprendizagem dos estudantes. Outro equívoco frequente relativo à avaliação refere-se ao quando avaliar. Ao longo do tempo, a avaliação limitava-se à coleta de informações pontual por meio de poucos e supervalorizados instrumentos, como a prova bimestral, algo realizado apenas no final de alguma etapa do processo de ensino-aprendizagem. Com efeito, a avaliação só terá valor educativo para o estudante e para o educador se for encarada como processual, que integra a prática educativa do início ao fim. Em escala mais ampliada, é recomendável também que os educadores e estudantes construam processos de avaliação que possam examinar o funcionamento da unidade escolar como um todo, contribuindo para que sua gestão seja cada vez mais democrática e transparente. Nessa perspectiva, criam-se também as condições para definir papéis dos sujeitos e compartilhar responsabilidades. No quadro a seguir há uma síntese das principais modalidades e instrumentos de avaliação de que você poderá lançar mão a cada etapa do processo de ensino-aprendizagem.

Avaliação formativa ou de processo

Diagnóstico de conhecimentos prévios, Registros do educador sobre os alunos e a adequaanteriores ao que a escola oferece. ção das atividades propostas. Ficha com dados sobre os alunos, com base nos objetivos traçados para as atividades. Dossiê, pasta ou portfólio com atividades dos alunos e anotações do educador.

Avanços e dificuldades dos estudantes e aprendizaO que avaliar? Hipóteses, saberes, estratégias e esquemas de conhecimento relativos aos gens efetuadas pelo aluno e pelo grupo ao longo das novos objetos de ensino-aprendizagem. unidades de trabalho. Atividades propostas e planejadas pelo educador. Como avaliar? Proposição de problemas ou desafios que permitam aos estudantes fazer uso dos conhecimentos, estratégias, hipóteses de que dispõem para resolvê-los. Registro e análise das produções e atitudes dos alunos. Quando No início de uma nova etapa de aprenavaliar? dizagem, de nova unidade prevista no plano de ensino etc.

Observação sistemática pautada pelos objetivos definidos para as atividades. Registro frequente das observações em relatórios, com comentários do educador sobre aprendizagem dos estudantes e adequação das propostas educativas.

Avaliação somativa ou de resultados Autoavaliação do aluno e do educador. Avaliação do alcance ou não dos objetivos traçados e domínio ou desenvolvimento dos conteúdos trabalhados.

Os tipos e graus de aprendizagem tidos como fundamentais para a continuidade do processo de aprendizagem dos estudantes. Observação, registro e interpretação das produções e atitudes dos estudantes, diante da utilização de noções e habilidades para resolver situações-problema.

Durante todo o processo de ensino aprendizagem. Ao final de cada etapa de aprendizagem (tempo previsto no plano de ensino).

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Outra questão importante no processo de avaliação engloba a forma e os instrumentos associados ao tipo de conteúdo envol-

vido no processo ensino-aprendizagem. Sobre isso, veja o quadro a seguir.

Tipos de conteúdo

Instrumentos

Fatos e informações que precisam ser incorporados e que estão relacionados a conceitos e processos: datas, nomes de lugares, partes do corpo humano, elementos expressivos e recursos materiais de diferentes linguagens etc.

Roteiros de questões, provas e desafios para responder por escrito, verificação oral, leitura, apreciação e produção de obras de arte e produções artísticas.

Compreensão de conceitos e processos: significados da adição, regularidades da escrita, composição étnico-racial da população nacional etc.

Seminários, debates em pequenos grupos e no grande grupo, resolução de situação-problema, envolvendo a produção escrita em gêneros diversos.

Saber cumprir procedimentos, cumprir determinadas etapas do trabalho: observar características dos textos, localizar pontos em mapa ou planta baixa, utilizar técnicas operatórias da adição etc.

Trabalho em pequenos grupos, pesquisas, debates coletivos, produção de textos, leitura de textos diversos, nas quais o educador vai observar procedimentos e capacidades ligados a etapas do trabalho.

Comportamentos, atitudes e valores ante o processo de ensino-aprendizagem e sua utilização ou aplicação em situações sociais diversas: interesse em buscar novas fontes de informação, disposição para o trabalho coletivo, expressar ideias diante do grupo etc.

Trabalhos em grupos, autoavaliação, debate e avaliação coletiva.

Orientações para o desenvolvimento dos conteúdos Eixo 1- Identidade e diversidade cultural Capítulo 1

Muito prazer, meu nome é... Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Objetivos didáticos

Leitura

Conhecer algumas funções sociais da escrita. Usar o dicionário como uma forma de apropriação da cultura escrita e escolar. Identificar informações em documentos pessoais e em biografia.

Produção de textos

Produzir listas de palavras. Escrever segundo o princípio alfabético e ortográfico: nome de pessoas, lugares e adjetivos pátrios. Preencher envelope para correspondência. Organizar informações em ordem alfabética.

Oralidade

Participar de interações cotidianas em sala de aula. Desenvolver a escuta atenta da resposta dos colegas. Expor opiniões em debates.

Conhecimentos linguísticos

Reconhecer e utilizar a ordem alfabética relacionada aos usos da escrita. Compreender a categorização funcional das letras: maiúsculas e minúsculas.

Estudos da sociedade e da natureza

Compreender os elementos que compõem a identidade pessoal a partir do entendimento da estrutura e do papel social do nome. Identificar informações em documentos pessoais de natureza diversa. Compreender a relação entre a biografia pessoal e o contexto histórico.

Gêneros e suportes trabalhados

Biografia Dicionário Documentos pessoais Letra de canção Lista de concurso

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Comentários das seções e atividades No primeiro capítulo, a atividade inicial da seção “Em roda” introduz, a partir do estudo do nome e sobrenome, o tema da identidade pessoal. O sobrenome indica a origem daquela família, é um elemento de constituição da identidade pessoal do indivíduo. Além disso, há no capítulo um esforço para que os estudantes consigam distinguir nome de sobrenome. Em geral, para a realização das atividades deste capítulo, os alunos utilizarão os conhecimentos de leitura e produção de textos adquiridos durante o processo de alfabetização. O trabalho com listas permite a organização das palavras em ordem alfabética e em ordem crescente. As propostas de produção de texto também solicitam que o estudante, ao discutir identidade pessoal e social, produza listas com nomes, informações sobre as pessoas etc.. Aproveite essas atividades para diagnosticar o nível de apropriação do sistema de escrita alfabético por parte dos alunos. Para isso, você pode providenciar, no momento da produção da lista de aprovados, uma lista com o nome dos colegas, para que ele escolha um e escreva. É importante que o aluno compreenda a ordem alfabética como uma das maneiras de organizar os textos que circulam na sociedade. O trabalho com a lista de concurso e com o dicionário no início do capítulo é uma oportunidade para o professor iniciar a discussão sobre os textos que são organizados por esse princípio. Na seção “Para ler documento pessoal”, o estudante deve observar uma certidão de nascimento e saber extrair dela as muitas informações: nome e sobrenome da pessoa, data de nascimento, paternidade e maternidade, avós maternos e avós paternos, o local de nascimento, data em que o documento foi feito e o órgão que o emitiu. Essa atividade exigirá do estudante um trabalho com a habilidade de observação e registro de informações. A seção “Para ler biografia” é a oportunidade para se defrontar com os diversos elementos que compõem a identidade pessoal e que extrapolam dados formais extraídos dos documentos. Aparecem aqui o gosto pessoal, as opções políticas, sua relação com o lugar em que vive, suas ideias etc. É também um primeiro exercício para começar a perceber que essa identidade pessoal se relaciona com a identidade social. Encerrando o subcapítulo “Documentos Pessoais”, a seção “Para pesquisar” propõe que os estudantes busquem, em diferentes fontes, mais informações a respeito de pessoas que influenciaram a vida do compositor Chico Buarque. Aproveite o momento para mostrar aos jovens e adultos como pesquisar informações confiáveis e relevantes utilizando a internet. Em relação à leitura da biografia e de outros textos longos (letras de canção e textos expositivos), é importante a sua mediação por meio da leitura em voz alta. Os estudantes podem ainda não ter autonomia para realizarem leituras dessa natureza. Antes da resolução das atividades de leitura de textos, discuta com os estudantes os objetivos de leitura, quem produziu o texto, em que período, qual a intenção desse texto. Esse é o momento para que eles apresentem seus conhecimentos prévios, suas interpretações e construam sentidos de forma coletiva. Na seção “Para ler letra de canção”, procure ouvir a música “Paratodos” antes da leitura para que

os alunos possam destacar informações importantes e também para apreciar a canção.

Conhecimentos linguísticos em destaque

Neste capítulo, começamos a trabalhar a busca de palavras no dicionário – importante material de consulta para essa fase da escolarização. Antes de iniciar as atividades “Uso do dicionário”, converse com os estudantes sobre a função de um dicionário. Se possível, traga para sala de aula diferentes edições e discuta sobre como consultá-los. É importante explicar a estrutura desse material para que os estudantes tenham mais desenvoltura na consulta. Neste capítulo, a ênfase se dará na forma como os dicionários organizam os verbetes, ou seja, na organização por ordem alfabética.

Sugestões de atividades complementares

Para ampliação da compreensão da organização em ordem alfabética, traga para a sala de aula materiais assim organizados (listas telefônicas, cadernetas, lista de presença etc.) e discuta, por exemplo, o porquê de algumas listas estarem organizadas pelo sobrenome e não pelo primeiro nome. Comente que essa é uma convenção que facilita a consulta, já que os sobrenomes se repetem menos que os nomes. Vale a pena construir com os alunos um quadro com as letras do alfabeto para que eles fixem a ordem. Os alunos podem pesquisar em revistas, jornais e outros impressos letras maiúsculas e minúsculas para compor o quadro.

Para saber mais

Para saber mais sobre o uso do dicionário em sala de aula, consulte: MORAIS, A.; LEITE, K.; SILVA, A. Dicionário: prazer em conhecê-lo. In: Ortografia na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica/ CEEL, 2005.

Capítulo 2

Números e identidade Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Documentos pessoais Localizar informações em documenMural tos pessoais. Quadro Ler frases com números que indicam numérico código, quantidade e ordem. Texto expositivo CONTINUA...

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... CONTINUAÇÃO

Produção de textos

Elaborar mural para organização de conhecimentos sobre números.

Conhecimentos matemáticos

Ampliar significado do conceito de número: ordinal, cardinal e código numérico. Comparar e ordenar números em ordem crescente e decrescente. Identificar o antecessor e o sucessor de alguns números. Identificar números pares e números ímpares.

Documentos pessoais Mural Quadro numérico Texto expositivo

Comentários das seções e atividades Este capítulo apresenta situações contextualizadas que permitem ao professor identificar conhecimentos prévios sobre números: leitura e escrita numérica, função em diferentes contextos, lugar de cada número na série numérica e hipóteses sobre a ordem de grandeza do número. Em função da familiaridade que os estudantes têm com os números, muitos serão capazes de compará-los e reconhecer o maior deles pela análise da quantidade de algarismos (dígitos) e pela posição ocupada por eles na escrita numérica, mesmo que não saibam ler números. Ao compararem 10 000 e 1 000, por exemplo, identificam 10 000 como maior por ser escrito com cinco dígitos. Entre 43 200 e 53 200 indicam 53 200 como maior número, pois com a mesma quantidade de dígitos o primeiro número, o 5, é maior que 4. Nesse momento da aprendizagem não é necessário que os estudantes compreendam e analisem os números pela explicitação das regras do sistema de numeração decimal, nem utilizem a linguagem convencional (unidades, dezenas, centenas etc.) do sistema de numeração. Em situações orais e escritas podese abordar o uso dos números ordinais 1o, 2o, 3o... analisando a posição de pessoas em uma fila ou a ordem de chegada em uma competição. Também é importante destacar que os números são usados com outras funções: para quantificar (número de estudantes da escola, número de pessoas que trabalham em um mesmo lugar) e para indicar códigos (número de telefone, de placa de automóvel). Durante o estudo deste capítulo é interessante propor atividades que explorem o sentido numérico. O sentido numérico é o reconhecimento da função do uso do número, em uma dada situação, e a percepção de sua ordem de grandeza. O sentido numérico pode ser desenvolvido/ampliado sempre que forem analisadas situações contextualizadas que possibilitem estabelecer relações e operar com números de forma criativa, mobilizando conhecimentos anteriormente construídos. Veja a seguir um exemplo de atividade na qual se explora o sentido numérico.

Complete os espaços com números: No ............ domingo aconteceu o ............ campeonato de futebol na cidade de Porto Belo. O estádio ficou repleto de torcedores dos dois times. Foram vendidos ............ ingressos. Estim-se que a torcida do São Pedro, que era a maior, tenha chegado a ............ pessoas. O primeiro gol foi marcado aos ............ minutos do ............ tempo e o gol de empate aconteceu quase no final do jogo aos ............ minutos do segundo tempo. Embora as respostas dessa atividade sejam “abertas”, elas não são aleatórias. Para respondê-las é preciso um sentido numérico desenvolvido. A exploração coletiva de atividades desse tipo é muito rica e possibilita ao professor diagnosticar conhecimentos numéricos de sua turma. No final do estudo de “Leitura de números”, na seção “Em Grupos”, a atividade 3 pede aos estudantes que produzam um mural sobre os usos de números em diversas situações. Como essa é a primeira produção de um mural, salientamos a importância de os estudantes conhecerem os usos da escrita na cultura escolar. O mural é uma forma de organizar textos, bastante utilizada nas escolas, nas associações de moradores e nos postos de saúde para informar aos leitores determinados assuntos. Na sala de aula, o mural tem, normalmente, a função de sistematizar e expor os conhecimentos construídos em uma atividade. Durante o processo de elaboração do mural, discuta com os alunos qual é a melhor maneira de organizar e expor o texto: por que é importante dividir o texto em partes, qual o melhor tipo de letra (tamanho e cor) para esse mural, que título será dado às seções etc. Essas discussões são essenciais para o aluno compreender a função social da escrita. Pode ser que a produção do mural precise da ajuda do professor como escriba, pois os estudantes podem ter dificuldade para escrever algumas palavras e expressões. Por essa razão, é importante que eles escrevam primeiro no caderno para, em seguida, escreverem diretamente nas grandes folhas que vão compor o mural. Os momentos de planejamento e revisão do texto são importantes e precisam ser iniciados nessas pequenas atividades em grupos.

Sugestões de atividades complementares

1. Relatos ou leitura de textos que abordem aspectos da história da numeração até o surgimento do sistema indo arábico. 2. Construção de mural com situações em que apareçam números retirados de diferentes suportes. 3. Levantamento de linhas de ônibus da cidade ou do bairro, de telefones úteis, de datas importantes, de endereços, de manequim dos estudantes, destacando a função do número em cada situação. 4. Num conjunto aleatório de números menores do que 1.000, identificar os que ficam em um determinado intervalo: números maiores que 500, menores de 800 e maiores que 400, entre 200 e 500 etc. 21

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5.

Formar dez grupos na classe. Pedir a um dos grupos que confeccione cartelas com números de 1 a 100, a outro que confeccione cartelas com números de 101 a 200, e assim por diante, até que o último grupo confeccione cartelas com números de 901 a 1.000. Distribuir as cartelas, aleatoriamente, entre os participantes de cada grupo e pedir que construam sequências de dez números, em ordem crescente ou decrescente, de 1 em 1, de 2 em 2, de 5 em 5, de 10 em 10, a partir do número que um primeiro jogador escolher. Repetir a atividade trocando as cartelas entre os grupos. Nesta coleção, indicamos o uso da calculadora como recurso para a aprendizagem dos números e do cálculo. A calculadora permite observar regularidades na escrita dos números, construir estratégias de cálculo e verificar resultados de estimativas. As calculadoras simples têm oito posições no visor, mas existem calculadoras com dez ou doze posições. Numa calculadora simples há três tipos de memória. A memória aditiva é representada pela tecla M+. Quando digitamos um número e a tecla M, o número é guardado na memória, que funciona como um acumulador. Quando a tecla M+ é apertada uma segunda vez o número registrado no visor é adicionado ao conteúdo cumulado na memória. A memória subtrativa é ativada com a tecla M–, que funciona de modo semelhante à tecla M+. Para recuperar tudo o que está acumulado na memória, usamos a tecla RM, MR, MCR ou RCM, dependendo do tipo de calculadora.

Atividades para serem feitas com a calculadora

1. Ensine aos alunos como usar a calculadora. Peça que eles observem e descubram quais teclas permitem fazer a calculadora funcionar, limpar o visor e desligar. Auxilie-os a descobrir qual a função das teclas numéricas e das teclas (+), (–), (x), (:). 2. Registre números na calculadora: digite o número 85 e pergunte o que deve ser feito para que ele se transforme no número 850. Digite o número 1 000 e pergunte o que deve ser feito para transformá-lo em 1 080 ou em 1 800. Registre no visor os números 5, 50, 500, 5 000, um de cada vez, depois explique as diferenças que existem entre eles. Proponha questões como: Uma pessoa queria registrar na calculadora o número 1 300, mas apareceu no visor o número 1 030. O que você acha que aconteceu?

Para saber mais

LERNER DE ZUNINO, D. O valor posicional. In: Matemática na escola: aqui e agora. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. TAHAN, Malba. As maravilhas da matemática. 5. ed. Rio de Janeiro: Bloch, 1983. ______. Os números governam o mundo. 2. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

Capítulo 3

Nossa cultura Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Retirar informações de textos expositivos de história. Realizar a leitura de publicidade e imagens de forma crítica. Perceber a relação entre texto e imagem em textos publicitários.

Participar de interações cotidianas em Biografia sala de aula. Mapa Expor opiniões em debates. Pintura Publicidade Compreender o uso do acento gráfico, Texto expoConhecimentos especialmente do acento agudo. sitivo Refletir sobre a tonicidade das palinguísticos lavras e sua relação com a acentuação. Oralidade

Estudos da sociedade e da natureza

Compreender o processo de formação da identidade cultural do Brasil. Descrever imagens e reconhecê-las como fonte histórica. Identificar as marcas culturais do Brasil.

Comentários das seções e atividades Neste capítulo, iniciamos o estudo da formação cultural do Brasil que é, antes de tudo, plural. Em continuidade ao que foi estudado no capítulo anterior, ampliamos a noção de identidade explorando agora a identidade cultural e social. Na seção “Para ler pintura”, começamos a observar essa diversidade ao identificar as diferentes fisionomias e características fenotípicas presentes na obra de Tarsila de Amaral. Nessa atividade, é muito importante que se valorize o esforço de descrever detalhadamente uma obra de arte observando grande parte dos aspectos possíveis: o que está representado, o que vem em primeiro plano, a escolha das cores, da luz e das sombras etc. Em “Para ler texto expositivo”, fazemos referência às várias culturas que fazem parte do processo de constituição da cultura brasileira: indígenas, europeus e africanos. Importante lembrar os estudantes que não se trata de uma formação racial, mas sim de uma construção cultural que envolve diferentes formas de organização da vida cotidiana, do pensamento e do imaginário. As atividades da seção “Para ler pintura” evidenciam o tema da imigração europeia para o Brasil. A pintura de Antonio Rocco retrata famílias rurais partindo da Itália em direção ao Brasil. Vemos pessoas entristecidas, que carregam seus pertences na busca

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de uma vida melhor. A atividade solicita que se faça uma descrição da imagem. É importante investir nessa tarefa, pois é necessário que os estudantes sejam cuidadosos ao observar essa fonte. Uma descrição detalhada é o primeiro passo para uma análise adequada de obras de arte. Após breve relato acerca da presença dos imigrantes europeus no Brasil no século XIX, fazemos referência a algumas marcas da cultura brasileira. Dentre elas a alimentação, considerada patrimônio da cultura imaterial do país. Abordamos a mandioca, importante alimento brasileiro que tem suas raízes nas práticas alimentares dos indígenas e está presente em diversas regiões do país e sob diversas formas. Na seção “Para ler publicidade”, é importante mostrar aos estudantes que a relação entre texto e imagem é bastante marcante em textos publicitários e também que é preciso observar atentamente a configuração do anúncio para responder às questões propostas na seção “Em ação”. Em “Pensando sobre a língua”, iniciamos o estudo da acentuação, relacionando o uso do acento gráfico à tonicidade e ao sentido das palavras. Na seção “Em roda”, que finaliza o capítulo, o estudante deve perceber a diversidade de povos indígenas presentes no Brasil. Essa atividade também envolverá os conhecimentos matemáticos.

Para saber mais

Sobre a questão indígena no Brasil, vale a pena consultar o site do Instituto Socioambiental (<http://pib.socioambiental.org/pt>. Mantém uma enciclopédia dos povos indígenas, mapas e muitas outras informações. Periodicamente, a instituição publica também uma versão atualizada da obra Povos indígenas do Brasil, que traz inúmeras informações sobre os povos indígenas no presente. Sobre a pintora Tarsila do Amaral, consulte o site http://www. tarsiladoamaral.com.br. Sobre a história das culturas africanas no Brasil, pode-se consultar: MELLO E SOUSA, M.. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006. Sobre a história da imigração europeia para o Brasil a partir do século XIX, pode-se consultar: CATELLI JR., R. Brasil: do café à indústria. São Paulo: Brasiliense, 1992. HOLLAWAY, T. Imigrantes para o café. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

Capítulo 4

O chão da gente Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Descrever fotografias para percepção e discussão sobre identidade territorial. Relacionar informações verbais com ilustrações que compõem um mapa. Ler fragmento de poema e letra de canção para aprofundar a discussão sobre identidade social e territorial.

Construir linha do tempo, ordenando sequências de acontecimentos Produção históricos. de textos Descrever percursos em planta baixa e Fotografia produzir itinerários. Letra de Desenvolver escuta atenta da resposta canção Linha do dos colegas. tempo Oralidade Expor opiniões em debates. Painel Passar informações sobre o local de Planta residência. Poema Refletir sobre a relação entre acenTexto inforConhecituação, tonicidade e significado das mativo mentos palavras. Indicação linguísticos Refletir sobre o processo de formação de trajeto de palavras de mesmo radical. (oral) Reconhecer a identidade territorial como elemento de constituição de identidades pessoais e sociais. Estudos da Utilizar linha do tempo como modo sociedade de ordenar e localizar acontecimentos e da natu- históricos. reza Reconhecer e utilizar a planta baixa e seus componentes como instrumento de orientação, localização de pontos e representação do espaço.

Comentários das seções e atividades O capítulo destaca a identidade territorial como um dos elementos primordiais das identidades pessoais e sociais. O próprio título do capítulo se configura como um elemento de mobilização dos estudantes para a discussão do tema. Elabore perguntas e questões a partir do título e solicite opiniões e impressões dos estudantes, inclusive sobre o que consideram ser o seu próprio “chão”, o lugar onde suas origens e raízes estão cravadas e que confere a cada um deles diferentes sentidos e identidades. 23

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A seção “Para ler fotografia” e os subcapítulos “O lugar em que você vive tem...” e “Onde fica, qual é o caminho” têm o intuito de levantar elementos e características que constituem os diferentes espaços. Em “Produzindo linha do tempo”, iniciamos o trabalho com a organização de linhas do tempo, ferramenta essencial para o estudo da história, que ajuda a compreender e a discutir temas históricos a partir da localização de eventos. As atividades com a linha do tempo e também com a planta baixa permitem exercitar a representação de elementos que constituem os lugares, tanto em termos de tempo como de espaço. Para ambas, são apresentadas sugestões e orientações de como essas representações são construídas. Em “Produzindo indicação de itinerário”, o estudante lidará de forma contextualizada com a ideia de representação do espaço, para passar corretamente aos colegas informações sobre o local em que reside. O fragmento do poema de Carlos Pena Filho, na seção “Para ler poema”, e a letra da canção de Jorge Ben, na seção “Para ler letra de canção”, apresentam impressões, sensações e representações de indivíduos com os lugares com os quais têm relações de pertencimento. Nesse sentido, eles podem ajudar a mobilizar os estudantes a também descrever como é a relação que mantêm com o espaço onde vivem. O professor poderá, se achar pertinente, explorar outras letras de músicas para complementar a discussão, tais como: “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, ou “Brasil”, de Cazuza, George Israel e Nilo Romero. Recomendamos sempre que os alunos escutem as músicas em sala de aula. Além disso, alguns poemas de autores que abordam o tema em suas obras, como Cora Coralina, João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira podem ser lidos e discutidos com os alunos. Em “Pensando sobre a língua”, a reflexão sobre as palavras se dá em dois aspectos. O primeiro está relacionado à diferença de posição da sílaba tônica na palavra esta/está ou de pronúncia e/é. Acreditamos ser um momento para mostrar novamente aos alunos que a acentuação, algumas vezes, possui relação com o significado das palavras. O professor pode aproveitar esse momento para trazer outras palavras para a discussão. Exemplos: país/pais; camelo/camelô; maio/maiô; para/Pará; babá/baba etc. Ainda na seção “Pensando sobre a língua”, as atividades 2, 3 e 4 levam os estudantes a refletir sobre o processo de formação dos adjetivos pátrios. Os alunos são solicitados a comparar o nome dos estados e o adjetivo pátrio correspondente. Assim como na atividade 1, é importante deixar que os alunos construam suas hipóteses, conclusões e sistematizações – mediadas por perguntas do professor. As atividades ajudam os alunos a analisar unidades menores no interior das palavras, prestando atenção ao processo de formação de palavras por sufixação (Pernambuco/ pernambucano; Sergipe, sergipano; Alagoas, Alagoano).

Para saber mais

Sobre a representação do espaço, consulte os seguintes textos: ALMEIDA, R. D.; PASSINI, E. Y. O espaço geográfico: ensino e representação. 12 ed. São Paulo: Contexto, 2002.

MARTINELLI, M. Mapas da geografia e cartografia temática. São Paulo: Contexto, 2006. Examine também o glossário geográfico e cartográfico do IBGE: http://www.ibge.gov.br Sobre questões relacionadas à identidade nacional brasileira, consulte: CHAUÍ, M. Brasil: Mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000.

Capítulo 5

A invenção do Brasil Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Estabelecer relações entre a temática da letra de canção “Chegança” e o processo de formação da cultura brasileira. Localizar informações no mapa e nos documentos históricos. Relacionar informações nos textos verbais e nas imagens. Relacionar os diferentes pontos de vistas dos textos do capítulo.

Construir linha do tempo, ordenando Produção sequências de acontecimentos históricos do de textos mais antigo ao mais recente. Expor opiniões em debates. Conversar com os colegas sobre temas Oralidade relacionados ao capítulo. Apresentar e discutir os resultados de pesquisas.

Conhecimentos linguísticos

Aprofundar o conhecimento sobre uso do dicionário, com ênfase na organização dos verbetes e suas acepções. Refletir sobre o processo de formação de palavras (especialmente a flexão) para uma melhor consulta ao dicionário. Refletir sobre as palavras e expressões que descrevem as pessoas em documentos históricos. Identificar e empregar a flexão verbal (emprego de ão e am), percebendo a mudança de sentido na relação grafia e tempo verbal.

Estudos da sociedade e da natureza

Compreender o processo de formação da cultura brasileira. Compreender o processo de conquista das terras brasileiras pelos europeus e os conflitos ocorridos com os povos indígenas. Organizar dados históricos em linha do tempo.

Dicionário Documento histórico Gravura Manifesto Mapa Texto expositivo Tabela

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Comentários das seções e atividades

Este capítulo continua a estudar a formação da cultura brasileira, dando mais atenção agora ao processo de conquista do território pelos portugueses e os conflitos ocorridos com os povos indígenas. Na seção “Para ler letra de canção” já aparece esse conflito. Os autores Antonio Nóbrega e Wilson Freire afirmam que o povo indígena, surpreendido pelos portugueses, pressentiu a fome e a sede que acabariam com esse povo. Na atividade de observação do mapa é importante que os estudantes identifiquem as regiões em que há uma concentração de povos indígenas, mas será necessário ajudá-los a compreender por que isso ocorre. Explique que muitos povos indígenas foram expulsos das áreas litorâneas, bastante exploradas pelos europeus. Ao mesmo tempo, a região amazônica foi menos explorada economicamente em relação ao litoral durante o período colonial. Na seção “Para ler documento histórico”, o estudante deve começar a identificar as diferenças culturais entre um povo indígena e os portugueses. Os portugueses estranharam os hábitos indígenas da mesma forma que os índios estranharam os hábitos europeus. O aluno deverá perceber que ocorreu um choque cultural e não uma relação harmoniosa entre índios e europeus. A atividade da seção “Para ler gravura” continua a evidenciar os conflitos da chegada dos colonizadores europeus ao Brasil. A gravura, de 1509, retirada da edição alemã das cartas de Américo Vespúcio a Piero Soderini, retrata os povos indígenas brasileiros segundo as impressões dos europeus. É importante auxiliar os alunos a observar atentamente não só a gravura, mas também a data em que a imagem foi produzida, o seu título, a sua origem. Elementos como esses ajudarão os estudantes a perceber que a gravura é um retrato estereotipado dos índios brasileiros, baseado nos relatos que outras pessoas fizeram ao artista. É importante investir nessa tarefa, pois é necessário que os estudantes sejam cuidadosos ao observar essa fonte. Uma descrição detalhada é o primeiro passo para uma análise adequada de obras de arte. Em “Produzindo linha do tempo”, continuamos o trabalho com a organização de linhas do tempo. Na medida do possível, os estudantes devem ter a oportunidade de utilizar o princípio de proporcionalidade, organizando as datas com uma distância entre uma e outra compatível com a quantidade de anos passados. Na seção “Para ler manifesto”, fica evidente o descontentamento do povo Xavante e Mehinaku no momento da comemoração dos 500 anos da conquista do Brasil pelos portugueses. Ao contrário dos europeus, eles não tinham o que comemorar. Também é tratada a questão das demarcações de terras indígenas. Finalizando o capítulo, na seção “Pensando sobre a língua”, propomos exercícios de flexão verbal (emprego de ão e am), destacando a relação existente entre grafia, tempo verbal e sentido.

Para saber mais

Sobre a questão indígena no Brasil, vale a pena consultar o site do Instituto Socioambiental (http://pib.socioambiental.org/pt), que possui um grande trabalho de pesquisa acerca dos povos indíge-

nas brasileiros. No site há uma enciclopédia dos povos indígenas, mapas e muitas outras informações. A cada cinco anos, a instituição publica também uma versão atualizada da obra Povos Indígenas do Brasil. Sobre o processo de conquista do Brasil pelos europeus, consultar: BUENO, E. A viagem do descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. SIMÕES, H. C. As cartas do Brasil. Ilhéus: UESC, 1999.

Capítulo 6

A alimentação do brasileiro Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Objetivos didáticos

Leitura

Avaliar criticamente a letra de canção “Feijoada completa”. Ler quadro informativo e identificar informações nutricionais nas embalagens de alimentos. Ler texto expositivo para compreender o fenômeno da digestão e localizar órgãos externos e internos do sistema digestório em esquema do corpo humano.

Produção de textos

Produzir listas e tabelas (de frutas, de alimentos consumidos habitualmente etc.).

Oralidade

Conhecimentos linguísticos

Estudos da sociedade e da natureza

Gêneros e suportes trabalhados

Expor costumes e valores culturais associados à alimentação. Debater sobre comidas apreciadas pela família. Fotografia Letra de Refletir sobre a redução do ditongo ei em e canção Quadro na língua portuguesa. Discutir diferenças entre língua falada e lín- informativo Texto expogua escrita. sitivo Refletir sobre o uso do c/ç. Esquema Reconhecer a alimentação saudável como do corpo direito humano. humanpo Compreender as relações entre alimentação e nutrição e distinguir os dois conceitos. Distinguir alimentos em função dos principais nutrientes que contêm: proteínas, vitaminas, gorduras, carboidratos. Reconhecer excesso de calorias e baixo valor nutricional nos alimentos típicos da fastfood. Descrever os processos básicos da digestão e os principais órgãos envolvidos. Compor cardápios nutritivos, conforme as preferências e a cultura, explicando por que eles compõem uma dieta saudável. Refletir sobre as relações de gênero. 25

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Comentários das seções e atividades

O capítulo 6 aborda fatores culturais que determinam os hábitos alimentares das pessoas, revelando, assim, traços da nossa identidade. Os conteúdos, textos e discussões desse capítulo oferecem muitas oportunidades para articular as aprendizagens à cultura e às experiências dos estudantes. O foco principal não está no ensino de uma dieta saudável única, padronizada e “correta”; ao contrário, está na construção de conhecimentos úteis e na valorização crítica da diversidade de cardápios que podem atender às preferências e às necessidades nutricionais das diferentes pessoas, nas diversas fases da vida. Sugerimos que o professor chame a atenção dos alunos para os termos científicos utilizados no quadro apresentado na seção “Para ler quadro informativo”. Os estudantes podem levantar hipóteses sobre o assunto dos textos ao observar e/ou ler as palavras que aparecem próximas às imagens. Essa estratégia de antecipar os conteúdos dos textos pelas imagens ou pelos títulos contribui bastante para uma leitura mais autônoma. Em “Para ler letra de canção”, recomenda-se que os alunos escutem a música “Feijoada completa”, composta por Chico Buarque, em 1977, para o filme Se segura, malandro. O professor poderá explorar o ritmo da música (samba) e sua relação com o filme. Por que essa música é cantada nesse ritmo? Também é possível refletir com os estudantes sobre as relações de gênero evidenciadas na letra da canção. Os alunos devem começar a perceber que muitas palavras em língua portuguesa são pronunciadas de uma forma e escritas de outra (ver seção “Pensando sobre a língua”). Em algumas palavras, por exemplo, reduzimos, na língua oral, o ditongo ei em e (beijo/bejo; peixe/pexe; feijão/fejão; queijo/quejo). Um fenômeno que acontece também com outros ditongos: ai (caixa/caxa) ou (roupa/ropa). É interessante aqui levar os alunos a perceber que a redução do ditongo ei, segundo Bagno (ver a seção “Para saber mais” do Capítulo 8), acontece normalmente diante das consoantes j, x, r. Há ainda algumas palavras em que os falantes ficam em dúvida, tais como: caranguejo/carangueijo ou bandeja/bandeija. O tema dos alimentos também servirá de mote para iniciar com os alunos uma reflexão sobre as irregularidades ortográficas. O uso inadequado da cedilha pode ser comum nas produções de textos iniciais dos alunos, uma vez que se trata de uma irregularidade do sistema ortográfico. A comparação de palavras e de famílias silábicas é uma excelente forma de perceber essa questão ortográfica. As atividades permitem mostrar que: a letra ç só é usada seguida das vogais a, o, u (nunca com e, i), além de explicitar que não há palavras em língua portuguesa iniciadas por ç. Muitas palavras de origem indígena usam o ç. Se o professor achar pertinente, sugerimos que trabalhe com alimentos de origem indígena, criando listas: paçoca, araçá etc. No subcapítulo “O que acontece com os alimentos que comemos”, os alunos serão introduzidos ao texto expositivo de ciências, normalmente encontrado em enciclopédias, revistas de divulgação científica e livros didáticos, na seção “Para ler texto expositivo”, com o objetivo de selecionar informações relevantes para preencher quadros e identificar partes do corpo humano.

Lembre-se de que os textos expositivos dos capítulos apresentam definições e exemplificações sobre os nutrientes, a alimentação do brasileiro e o processo de digestão. Sugerimos que o professor chame a atenção dos alunos para os termos científicos utilizados nos textos expositivos (estômago, fígado, ânus etc.) e sua relação com as imagens.

Sugestões de atividades complementares 1.

Peça aos alunos que pesquisem fotos, desenhos e palavras com nome de alimentos encontrados nas diversas regiões do país. Coletivamente, eles deverão colar as imagens em um mapa, na região em que o consumo dos alimentos é mais frequente. 2. Leve para a sala de aula figuras de alimentos variados ou escreva nomes de alimentos em filipetas. Peça aos alunos que, em grupos, componham cardápios com os alimentos de sua preferência. Analisar os resultados com a turma, para verificar se os cardápios podem compor uma dieta nutritiva, equilibrada em fontes de carboidratos, gorduras, proteínas e vitaminas. 3. Proponha aos alunos que pesquisem receitas de pratos típicos e, depois, confeccionem um livro de receitas da classe. 4. Trabalhar expressões que contenham palavras relacionadas à alimentação, como: arroz de festa – pão duro – manteiga derretida – comer sardinha e arrotar tainha – angu de caroço – chá de cadeira – descascar o abacaxi – sopa no mel. 5. Consultar embalagens para verificar o prazo de validade e outras informações importantes como: ingredientes, composição nutricional, modo de conservação e preparo.

Para conhecimento do professor

Para entender melhor o sentido da palavra higiene, que se relaciona ao tema dos alimentos, é preciso saber o que são os microrganismos. Os microrganismos ou micróbios são seres vivos muito pequenos, que só podem ser vistos por um microscópio. As bactérias, fungos e vírus são exemplos de microrganismos. Eles são encontrados em toda parte: no ar, na água, na terra e no nosso corpo, seja na pele ou dentro do intestino. Para viverem, precisam de água e de alimentos, além de clima e temperatura ideais para sua multiplicação. A maioria dos microrganismos não faz mal aos seres humanos. Alguns até ajudam a nossa digestão, mas outros, dependendo do tipo e da quantidade, provocam doenças e podem até matar. Todos nós já ouvimos falar de pessoas que adoeceram depois de comer um alimento estragado ou contaminado. Um alimento contaminado é aquele que contém microrganismos que causam doenças, mas que pode ter cheiro, gosto e aparência normais. Já um alimento estragado tem cheiro, sabor e aparência alterados, porque não foi bem conservado ou porque passou do prazo de validade. Com o passar do tempo, os microrganismos que existiam no alimento, mesmo que não fossem causadores de doenças, multiplicaram-se demais, alterando as qualidades desse alimento.

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Tanto os alimentos contaminados como os estragados podem causar problemas como diarreia, vômitos, febre e até a morte. A prevenção desses problemas se dá por meio da higiene na produção, no transporte, no armazenamento e no preparo dos alimentos.

Para saber mais

Uma página da internet chamada “Jangada Brasil – A cara e a alma brasileiras” traz, com garantia de muita diversão, inúmeros textos, expressões populares, ditos e “causos” que podem ser selecionados para o trabalho em sala de aula. No subtítulo “Colher de pau”, os conteúdos são todos voltados para os alimentos e costumes relacionados à alimentação em diferentes regiões do país. <http://www.jangadabrasil.com.br/index.asp>.

Os povos africanos e a invenção do Brasil Aprendizagens

Objetivos didáticos

Leitura

Localizar informações no mapa, no documento histórico, nos gráficos e nas notas biográficas. Analisar informações presentes em gráficos na sua relação com dados sobre preconceito racial no Brasil. Verificar conhecimentos prévios sobre personalidades citadas nas notas biográficas. Identificar a natureza das informações constantes numa nota biográfica.

Produção de textos

Elaborar nota biográfica e socializá-la entre os colegas.

Expor opiniões em debates. Oralidade Discutir com os colegas os temas relacionados ao capítulo.

Conhecimentos linguísticos

Aprofundar o conhecimento sobre o uso do dicionário. Verificar conhecimentos prévios sobre palavras da língua portuguesa de origem africana. Perceber semelhanças de grafia e pronúncia entre palavras africanas e aquelas que delas se originaram. Utilizar a 3ª pessoa do singular na produção das notas biográficas.

Estudos da sociedade e da natureza

Ler e interpretar gráficos de colunas. Documento histórico Compreender o processo de formação da Gráfico cultura brasileira considerando a diversidade Mapa cultural africana e seu papel para a constitui- Nota ção de uma identidade brasileira. biográfica Analisar o significado do preconceito racial no Brasil e sua relação com a história brasileira.

Comentários das seções e atividades

Capítulo 7

Eixos de aprendizagem

Conhecimentos matemáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Documento histórico Gráfico Mapa Nota biográfica

Este capítulo tem uma relação direta de continuidade com o capítulo 5, que tratou do processo de formação da cultura brasileira. Em especial, trata-se aqui das várias culturas africanas que chegaram ao Brasil a partir do século XVI, com a introdução da escravidão africana. O objetivo central neste capítulo, contudo, não é realizar um estudo da escravidão, mas das culturas africanas. Mostrar que não é possível compreender a cultura brasileira sem nos debruçarmos sobre a África que se firmou no Brasil. Existem marcas evidentes dessas culturas em nossa alimentação, nas danças, na música, na língua, enfim, nas muitas formas de organizarmos a nossa vida cotidiana e de nos expressarmos. “É sempre necessário lembrar que não estamos nos referindo à África como uma unidade, mas como um continente que mantém diferentes culturas e identidades. Sabemos também que não foi uma única cultura africana que desembarcou no Brasil. O texto da seção “Em roda”, que abre o capítulo, faz referência a essas diferentes culturas: bantos, iorubas, fons e edos. Essa diversidade cultural africana é parte da diversidade cultural do Brasil. Na seção “Para ler mapa”, reforçamos esse entendimento ao propor que os alunos analisem um mapa atual do continente africano, estabelecendo relações com os diversos grupos que ali habitavam no período do fluxo de escravos para o Brasil. O estudo introdutório das sociedades africanas nos oferece também a oportunidade de tratar do tema do preconceito racial presente em nossa sociedade. Na seção “Para ler gráficos”, são oferecidos alguns dados estatísticos que evidenciam a discriminação entre brancos e negros. Esse é um momento para o professor refletir com os alunos, de modo crítico e contextualizado, sobre os conhecimentos matemáticos. Em “Para ler nota biográfica” são apresentadas aos estudantes pequenas biografias de personalidades negras que tiveram destaque na política, nas ciências e nas artes em nossa sociedade. É importante chamar a atenção dos alunos para a forma de organização e para os elementos que compõem as notas biográficas, pois a produção desse mesmo gênero será solicitada a eles no encerramento do capítulo, na seção “Produzindo nota biográfica”. 27

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Para conhecimento do professor

Sobre o tema abordado no capítulo, afirma-se na obra Gênero e diversidade na escola: “É importante lembrar que a diversidade cultural tem acompanhado a própria história da humanidade. É constitutivo das sociedades humanas apresentar um mecanismo diferenciador: quando o encontro de duas sociedades parece gerar um resultado homogêneo, em seu interior surgem diferenças significativas, que marcam as fronteiras entre os grupos sociais. Por outro, sociedades que estão em contato há muito tempo mantêm com zelo os elementos significativos de sua identidade. A Europa pode ser um bom exemplo: trata-se de um continente que, historicamente, reivindica um patrimônio cultural comum, ao mesmo tempo que as várias nações e regiões afirmam constantemente sua singularidade. No Brasil, nos deparamos com um fenômeno da mesma natureza: se por um lado é um país onde seus habitantes compartilham um universo cultural e uma língua, por outro é uma sociedade complexa e caracterizada justamente por sua imensa diversidade interna. E a diversidade brasileira, como mencionado anteriormente, não se esgota com as sociedades indígenas e as comunidades quilombolas. Os movimentos negros há muito nos lembram que a origem da população de afrodescendentes – com seus universos culturais, suas formas de resistência, suas sabedorias e construções de conhecimentos, sua visão de mundo, organização, luta etc. – acaba por definir um universo de referência específico a esses grupos. A construção da identidade negra no Brasil passa, dessa maneira, a ser não apenas um mecanismo de reivindicação de direitos e de justiça, mas também uma forma de afirmação de um patrimônio cultural específico. Muitas vezes, a presença dos negros e negras no Brasil fica associada à escravidão, ao samba, às religiões de origem africana e à capoeira, sem que seja reconhecido o devido valor de sua contribuição para a cultura brasileira”. (Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/es em Gênero, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais. Livro de conteúdo. Versão 2009 – Rio de Janeiro: Cepesc; Brasília: SPM, 2009. p. 23).

Para saber mais

HERNANDEZ, L. L. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. Este livro propõe uma releitura da história africana levando em consideração a complexidade de uma história que tem a diversidade como uma marca. Procura desfazer estereótipos e visões equivocadas a respeito do continente. LOPES, N. Dicionário escolar afro-brasileiro. São Paulo: Selo Negro, 2006. O dicionário traz muitos verbetes de personalidades negras, revoltas, eventos históricos e expressões culturais africanas. PRIORE, M. D.; VÊNANCIO, R. P. Ancestrais: uma introdução à história da África Atlântica. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

A obra realiza uma síntese da história africana colonial, especialmente entre os séculos XVI e XVIII.

Capítulo 8

Fala, Brasil!

Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Perceber os efeitos de sentido (humor, persuasão) causados pelo uso da variação linguística. Analisar estilo de escrita em poema.

Expor opiniões em debates. Oralidade Discutir o preconceito linguístico e as línguas faladas no Brasil.

Conhecimentos linguísticos

Refletir sobre a relação entre variação linguística e construção da identidade pessoal. Perceber, por meio da pesquisa sobre o léxico, que nomeamos alguns objetos e alimentos de formas diferentes em cada região brasileira. Refletir sobre as diferenças entre as modalidades falada e escrita, com destaque para a relação com a grafia padrão.

Depoimento Poema Outdoor Tira em quadrinhos

Perceber a relação entre as várias línguas que se falam no Brasil e a identidade cultuEstudos ral de uma comunidade. da socie- Discutir o mito de que os brasileiros falam dade e da uma língua única. natureza Refletir sobre o preconceito linguístico que atinge, especialmente, os pobres, não escolarizados ou de escolarização precária.

Comentários das seções e atividades

O objetivo central do Capítulo 8 é relacionar nossa identidade pessoal e cultural com a forma com que falamos e escrevemos. Por essa razão, a variação linguística, com destaque para a variação regional, será o pano de fundo para a reflexão sobre as línguas que se falam no país. Destacamos neste capítulo a discussão com os estudantes sobre preconceito linguístico e social que sofrem vários brasileiros por apresentarem traços do português não padrão na sua fala. Falar de modo diferente não é falar de modo errado!

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Esse é um assunto que exige muita atenção por parte dos professores, uma vez que, certamente, seus alunos apresentam alguns traços linguísticos que podem ser discriminados ou ridicularizados. Isso pode acontecer com pessoas que falam, por exemplo, “prástico” (plástico), “nós vai” (nós vamos), “fia” (filha) etc. Para evitar o preconceito com os modos de falar das pessoas na escola ou fora dela, o capítulo mostra para os estudantes que, no Brasil, várias línguas são faladas e que a própria língua portuguesa é falada diferentemente. Por exemplo, as palavras da língua portuguesa podem variar de uma região para outra e também de uma classe social para outra. Diferenças na forma como as palavras são pronunciadas e no vocabulário utilizado nas diversas regiões são usadas em várias atividades do capítulo, como na seção “Para ler outdoor”, em que palavras e expressões típicas dos estados brasileiros são mote de uma ação publicitária. Na seção “Para pesquisar”, os estudantes podem, por meio da pesquisa de música e personagens de novela, estabelecer relações entre a variação linguística e a identidade social. Espera-se que eles percebam a variação geográfica, especialmente por meio do vocabulário e da pronúncia das palavras e expressões. O professor também pode explorar a variação social, pois falamos de acordo com a nossa idade, sexo, época, classe social etc. Sugerimos que o professor compare, junto com os alunos, personagens de novelas, filmes ou minisséries para que fique claro para eles que há vários fatores relacionados com a identidade dos falantes. Essa análise precisa também ser crítica para que os alunos percebam que a mídia pode criar estereótipos. Por exemplo: por que as empregadas domésticas, geralmente, apresentam sotaque nordestino? O subcapítulo “Que língua se fala no Brasil?” pretende mostrar ao aluno que o Brasil é um país no qual várias línguas são faladas. O mito de que o Brasil apresenta uma unidade linguística pura e homogênea precisa ser desfeito para uma melhor compreensão da própria identidade social. É o caso do filme Narradores de Javé, dirigido por Eliane Caffé, e lançado em 2003 pela Lumière e pela Riofilme. Não podemos nos esquecer das línguas indígenas, africanas e das regiões de fronteiras que existem no território brasileiro. Há também as línguas europeias e asiáticas faladas em comunidades de imigrantes, especialmente no Sudeste e Sul do Brasil. O livro O português da gente: a língua que estudamos, a língua que falamos, de Rodolfo Ilari e Renato Basso, traz um excelente estudo do português falado no Brasil e da história da língua portuguesa. Na seção “Para ler tira em quadrinhos”, chamamos atenção para que o professor explore a relação entre as imagens e o texto verbal. Os estudantes precisam levantar e checar hipóteses durante o ato de ler, por isso discuta com eles as várias possibilidades de interpretação. A palavra garabulha significa, nesse contexto, confusão, trapalhada. Já a palavra mulita significa engano. É comum falar em “passar a mulita em” no Rio Grande do Sul. Essa é uma boa oportunidade para discutir também como as personagens de romances, novelas, tira em quadrinhos etc. revelam sua identidade pela forma de falar.

A seção “Pensando sobre a língua” aponta para o fato de que há diferenças na forma como falamos ou escrevemos as palavras. Nem mesmo as pessoas escolarizadas falam exatamente do jeito que escrevem. Por exemplo, muitas pessoas pronunciam “verdi” (verde) e “tumate” (tomate). Esse fenômeno acontece e o falante não pode ser discriminado por não falar da mesma forma como está escrito. Em relação à escrita, os estudantes precisam saber que as pessoas que não escrevem de acordo com as convenções estabelecidas são também avaliadas negativamente. A norma ortográfica, que pode mudar ao longo do tempo, é uma convenção social. Estimule os alunos a escreverem as palavras e a consultarem o dicionário para observar a grafia padrão, especialmente nos casos de irregularidades ortográficas. O dicionário constitui-se, assim, um material de consulta importante para conhecer a norma ortográfica.

Sugestões de atividades complementares 1. Leve filmes nacionais para a sala de aula e discuta a fala relacionada à identidade social, usando algumas personagens. 2. Leve músicas de regiões do Brasil diferentes da sua e perceba a diferença da fala. 3. Pesquise com os alunos outros países que falam a língua portuguesa. 4. Leia histórias em quadrinhos, poemas, literatura de cordel, trechos de romance que utilizam a variação linguística para a construção das personagens. 5. Elabore um minidicionário com palavras e expressões típicas da região em que você e os alunos vivem.

Para saber mais

No site do Museu da Língua Portuguesa, o professor encontrará informações sobre a língua portuguesa, vídeos e textos falados e escritos que demonstram a riqueza da nossa língua. O site também dispõe de textos informativos e atividades lúdicas. Para quem reside em São Paulo, recomendamos uma visita ao museu. http://www.museudalinguaportuguesa.org.br BAGNO, M. Preconceito linguístico: o que é, como se faz? São Paulo: Loyola, 1999. _____. A língua de Eulália: novela sociolinguística. São Paulo: Contexto, 1997. BORTONI-RICARDO, S. Nós cheguemu na escola, e agora? São Paulo: Parábola, 2005. ILARI, R; BASSO, R. O português da gente: a língua que estudamos, a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006.

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Capítulo 9

Um mundo de formas Aprendizagens Eixos de aprendizagem Leitura Produção de textos Conhecimentos linguísticos

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Ler textos expositivos e desenhos para observar formas geométricas. Elaboração de mural. Refletir sobre o processo de formação de palavras e sua relação com o significado.

Conhecimentos matemáticos

Observar formas geométricas presentes em elementos da natureza e nos objetos criados pelo homem e identificar algumas características como: a presença de superfícies arredondadas e de superfícies planas nas figuras tridimensionais. Estabelecer comparações entre objetos do espaço físico e objetos geométricos: esféricos, cilíndricos, cônicos, cúbicos. Identificar semelhanças e diferenças entre sólidos geométricos como esferas, cilindros, cones; e entre cubos, paralelepípedos e pirâmides. Reconhecer elementos presentes nos poliedros: faces, arestas, vértices. Construir e representar formas geométricas.

Estudos da sociedade e da natureza

Identificar a presença da atração gravitacional em corpos de diferentes formas. Relacionar a atração gravitacional à massa. Compreender a utilização da grandeza massa e suas unidades de medida.

Desenho Fotografia Pintura Texto expositivo

Realizar leitura formal e interpretativa de Conheciuma obra de arte, associando-a ao tema do mentos capítulo. sobre Arte Criar produções artísticas.

Comentários das seções e atividades

O foco do trabalho neste capítulo é o estudo dos sólidos geométricos (figuras com três dimensões: comprimento, largura e altura). As figuras tridimensionais, como cubos, paralelepípedos, pirâmides, cones, cilindros e esferas diferem das figuras bidimensionais, como quadrados, retângulos, triângulos, círculos, que serão estudadas posteriormente. As figuras tridimensionais podem ser ocas como uma caixa de papelão, um pedaço de cano

ou podem não ser ocas como uma pedra de sabão ou uma vela. As que não são ocas são conhecidas como sólidos geométricos. As atividades do capítulo têm como objetivo fazer com que os estudantes percebam que há sólidos geométricos limitados por uma superfície arredondada como a esfera e outros que são limitados por superfícies arredondadas e superfícies planas como o cone e o cilindro. Esses sólidos também são chamados de corpos redondos. Os corpos redondos são diferentes dos poliedros – grupo de sólidos limitados apenas por superfícies planas como o cubo, a pirâmide, o paralelepípedo. Um trabalho pedagógico centrado em atividades exploratórias que envolvam observação, manipulação e construção dos sólidos é fundamental para que os estudantes identifiquem algumas de suas características, reconheçam semelhanças e diferenças entre elas e estabeleçam algumas classificações. A seção “Em ação”, principalmente, oferece várias oportunidades nesse sentido. É provável que, ao iniciarem o estudo proposto neste capítulo, os estudantes tenham poucos conhecimentos sobre corpos redondos e poliedros e utilizem um vocabulário “próprio” para designar essas figuras geométricas, por exemplo, referir-se aos poliedros como sólidos com “pontas” ou “bicos” e à esfera como “bola”. Mesmo que inicialmente esse vocabulário “próprio” seja aceito, é importante que o professor utilize a terminologia convencional da geometria para que eles se familiarizem com os novos termos e passam incorporá-los. A seção “Pensando sobre a língua” pode ser um bom momento para que o professor mostre aos estudantes que os nomes dos sólidos geométricos relacionam-se, geralmente, às próprias formas (o número de faces, por exemplo). Ao trabalhar com classificações das figuras geométricas, é fundamental que os estudantes percebam a necessidade de utilizar critérios precisos, isto é, se forem estabelecidos grupos com características distintas, uma mesma figura não pode fazer parte de dois grupos ao mesmo tempo. Se o critério que define uma classificação for um elemento qualquer, só poderá fazer parte de um dos grupos. Uma das primeiras classificações a ser proposta aos estudantes é a distinção do grupo dos sólidos redondos e o dos poliedros. A atividade que sugere comparar pares de sólidos geométricos possibilita a identificação de semelhanças e diferenças entre eles, o que levará a essa classificação. Em “Para ler obra de arte”, é importante o professor destacar que as formas geométricas fazem parte de um estilo de pintura que abandona a imagem representacional da realidade. Nesse estilo, cores e formas compõem a obra, que necessita de prolongada apreciação.

Para conhecimento do professor

Outra classificação que pode ser estabelecida entre os poliedros é a que distingue o grupo dos prismas do grupo das pirâmides. As pirâmides são poliedros cujas faces laterais são triangulares e formam um vértice comum. A face da pirâmide considerada como base pode ter a forma de um triângulo, qua-

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drado, pentágono ou outro polígono qualquer. Os prismas são poliedros que apresentam duas faces paralelas e congruentes (mesma forma e mesmo tamanho) chamadas bases, que podem ser quadradas, triangulares, pentagonais ou outro polígono qualquer. As faces laterais dos prismas sempre são formadas por quadriláteros. Quando todas as faces do prisma são quadradas, ele recebe o nome de cubo e, quando as bases de um prisma têm forma de paralelogramo, ele recebe o nome de paralelepípedo. Nesse momento da aprendizagem não é necessário explorar a classificação dos poliedros em prismas e pirâmides, uma vez que as noções geométricas de polígono, quadrilátero, paralelogramo, sob as quais essa classificação está embasada, serão estudadas em outros capítulos da coleção. Mas, talvez alguns estudantes tenham conhecimentos ou curiosidade que permitam ampliar o estudo dos sólidos geométricos incluindo essa classificação. O subcapítulo “Ligados ao planeta” convida os alunos a refletirem a respeito do fato de que todos os corpos na superfície do planeta, apesar de apresentarem diferentes formas, estão sujeitos às forças de atração gravitacional. A forma altera apenas a localização do centro de massa, isto é, o ponto no qual podemos considerar que toda a massa de um corpo está concentrada e, portanto, o local onde a força gravitacional atua. A localização do centro de massa é o que possibilita o equilíbrio do corpo em algumas posições específicas. Para a percepção da presença do centro de massa, solicite aos alunos que procurem fazer com que corpos de diferentes formas fiquem equilibrados quando colocados em variadas posições. O equilíbrio ocorrerá apenas em algumas situações; caso contrário, os corpos cairão. Associe o equilíbrio à forma e ao fato de que os corpos caem na presença da atração gravitacional. A força gravitacional é responsável pela manutenção dos movimentos de rotação e translação da Terra, bem como pela manutenção das órbitas dos corpos no Sistema Solar. Também é atração gravitacional a responsável pelo fato de as águas superficiais do planeta não estarem “boiando” no espaço. Uma boa pergunta para fazer aos alunos antes de iniciarem a leitura e as atividades desse tópico é: Por que as águas dos oceanos não caem se a Terra é esférica e estamos girando no espaço?.

Sugestões de atividades complementares

1. Criar oportunidade para que os estudantes observem elementos geométricos na natureza: em folhas, flores, troncos e copas de árvores; em cascas de frutos, colmeias, teias de aranha; em pedras, seixos, conchas; nos animais e seres humanos. Essas observações também podem ser feitas em objetos construídos pelo ser humano, como esculturas, pinturas, desenhos, estampas de tecido ou de papel decorativo, projetos arquitetônicos, mosaicos, pisos etc. Caso haja condições, peça aos estudantes que fotografem ou desenhem esses elementos e montem exposições destacando as formas geométricas observadas. 2. Construir dobraduras e quebra-cabeças. 3. Classificar embalagens, analisando suas formas e justificar os agrupamentos.

4. Em pequenos grupos, descrever e representar o lugar em que vivem. Elaborar um texto contando como é esse lugar. Usar embalagens e outros materiais de sucata para montar uma maquete, representando o lugar em que vivem. Identificar quais são as formas geométricas que mais aparecem na maquete. 5. Esculpir formas geométricas em pedras de sabão, montar cenas com as “esculturas” e criar histórias. 6. Identificar qual é o sólido a partir de suas características. Sem ver o sólido e sem mencionar seu nome, fazer perguntas sobre suas características, cujas respostas poderão ser sim ou não.

Para saber mais

CAMPOS, T. M.; CURI, E.; PIRES, C. M. C.. Revendo conteúdos, propondo atividades e observando como as crianças lidam com figuras tridimensionais. In: _____. Espaço e forma: a construção de noções geométricas pelas crianças das quatro séries iniciais do Ensino Fundamental. São Paulo: PROEM, 2001.

Eixo 2 Crescimento e desenvolvimento humano Capítulo 1

O ciclo da vida Aprendizagens Eixos de aprendizagem Leitura

Produção de textos

Objetivos didáticos

Selecionar informações científicas em textos expositivos. Produzir frases que expressem opinião sobre a diversidade humana. Descrever características físicas, psicológicas e sociais dos seres humanos. Completar quadro com características das fases da vida.

Identificar e elaborar hipóteses sobre Conhecipalavras em que o O final é pronunciado mentos como U. linguísticos Refletir sobre o ciclo de vida das palavras.

Gêneros e suportes trabalhados

Esquema Comparar esquemas Posicionar-se criticamente diante de texto lido Fazer generalizações Imagem Texto expositivo

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Expressar opinião sobre a discriminação racial. Nomear as fases da vida dos seres humaOralidade nos, discernindo as principais característiEsquema cas de cada uma delas. Formar e expressar ideias a partir da obser- Comparar esquemas vação de esquemas. Posicionar-se criticamente Identificar semelhanças e diferenças entre diante de as espécies de seres vivos. texto lido Citar as etapas do ciclo da vida de diferen- Fazer generates espécies, de forma sequencial. lizações Estudos da Identificar os elementos essenciais para Imagem sociedade a continuidade da vida: água, alimentos e Texto expoe da natuambiente adequado. sitivo reza Reconhecer características consideradas comuns a cada etapa da vida humana. Reconhecer e valorizar a diversidade humana.

Comentários das seções e atividades

A primeira atividade, relacionada à seção “Em roda”, introduz o conceito de espécie associando-o à noção de ciclo da vida. Para a apropriação dos conhecimentos trabalhados no capítulo, é importante distinguir a noção de “ciclo da vida” das espécies de “fases da vida” dos indivíduos, também denominada, frequentemente, de “ciclo da vida”. A seção “Em grupos”, a partir da observação inicial de fotografias de frutas, animais e seres humanos, possibilita explorar as diferenças entre as várias espécies e, ao mesmo tempo, a diversidade de seres vivos que compõem uma mesma espécie. Na medida em que a questão da discriminação associada à diversidade dos seres humanos despertar o interesse da turma, pode-se aprofundar o debate lançando mão de experiências de vida, notícias ou histórias conhecidas dos estudantes. A seção “Para ler texto expositivo” discute a ideia de geração espontânea, que pode ser trabalhada por meio de experiências simples, apresentadas com instruções passo a passo em livros de ciências e na internet. Nas seções “Para ler esquema” e “Em grupos”, mediante a leitura dos esquemas apresentados, podem ser feitos novos esquemas, com imagens coladas ou palavras, indicando as etapas da vida de diversas espécies de seres vivos. O subcapítulo “Fases da nossa vida” focaliza as fases da vida humana e busca enfatizar a diferença entre os conceitos de ciclo de vida da espécie humana e ciclo de vida dos indivíduos que a ela pertencem. Em “Pensando sobre a língua”, voltamos à questão das diferenças entre a fala e a escrita na língua portuguesa. Antes das conclusões, o professor pode ampliar a atividade, para que os alunos analisem outras palavras em que o O final é pronunciado como

U. Você pode apresentar uma lista de palavras terminadas em O e U, misturando oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas e pedir para que os alunos assinalem a sílaba tônica de todas as palavras; encontrem outras paroxítonas e proparoxítonas terminadas em O; comparem-nas a fim de perceber que, embora sejam pronunciadas como U no final, na maior parte do Brasil, escrevem-se com O. Encerrando o capítulo, na seção “Para ler imagem”, temos uma reprodução do óleo sobre tela As três idades da mulher, de Gustav Klint. É importante que a interpretação e a apreciação da obra pelos estudantes sejam acompanhadas pela observação cuidadosa e pela descrição detalhada da imagem e pelo que até então foi estudado nesse capítulo.

Sugestões de atividades complementares

1. Consultar coletivamente livros de Botânica para identificar espécies de plantas. Verificar semelhanças e diferenças que permitam agrupar os vegetais em categorias. 2. Ler e discutir trechos de reportagens a respeito de iniciativas em defesa de espécies em extinção. 3. Assistir a filmes que apresentem personagens de diferentes etnias e propor um debater visando explorar a variedade de formas de vida e a compreensão das fases da vida humana.

Para saber mais

Para obter ideias sobre experiências que podem ser realizadas em complementação às atividades do capítulo, pode-se consultar: CAMPOS, M. C. C.; NIGRO, R. G. Didática de ciências: o ensino-aprendizagem como investigação. São Paulo: FTD, 1999. Para a busca de termos e elaboração do glossário, pode-se consultar: ARDLEY, N. Dicionário temático de ciências. São Paulo: Scipione, 1998.

Capítulo 2

O desenvolvimento dos bebês Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Leitura de textos diversos para a compreensão das unidades de medida.

Gêneros e suportes trabalhados Receita Tabela Texto expositivo CONTINUA...

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... CONTINUAÇÃO

Reconhecer grandezas mensuráveis de comprimento e massa. Interpretar, ler e escrever registros utilizando notações convencionais de medida de comprimento e massa. Identificar relações existentes entre unidades Conheci- de medida de comprimento, e massa. mentos Realizar estimativas em situações de medição matemá- e criar argumentos para validá-las. Utilizar expressões adequadas em situações ticos de medida (“maior que”, “menor que”, “igual a”; “entre ... e ...”, “de ... a ...”). Usar instrumentos de medição de comprimento. Estabelecer relações entre unidades de medida de tempo. Estudos da sociedade e da natureza

Receita Tabela Texto expositivo

Conhecer os planetas que compõem o Sistema Solar. Relacionar as dimensões do planeta ao seu período de translação. Conhecer a obra do matemático e astrônomo Johannes Kepler.

Comentários das seções e atividades

O trabalho a ser realizado neste capítulo tem características acentuadamente práticas, uma vez que envolve o estudo de medidas. O conteúdo “medidas” favorece articular conhecimentos escolares com aprendizagens realizadas fora da escola e também a estabelecer conexões entre conteúdos matemáticos – números e operações, geometria, proporcionalidade. As propostas sugeridas funcionam como atividades exploratórias para que o professor conheça e resgate o que os estudantes já sabem sobre o assunto. Também são situações oportunas para familiarizá-los com o vocabulário usual das medidas. Para a realização das atividades é importante que os estudantes percebam que, para medir um comprimento, é preciso executar duas operações: aplicar, no comprimento a ser medido, uma unidade de medida previamente escolhida e contar quantas unidades couberam ali. Nesse caso, a medida está sendo obtida por meio de uma comparação direta. Mas nem sempre a medida é obtida por comparação direta. É o caso do tempo, que não pode ser observado diretamente. Para medir o tempo é preciso tomar um fenômeno qualquer, que se repete num ritmo regular, e contar o número de repetições desse fenômeno. A compreensão da relação entre as unidades de tempo hoje utilizadas tornase mais clara quando se estuda a organização do calendário. Com o objetivo de perceber que a medida do tempo está associada a fenômenos naturais como o período de translação do planeta, na seção “Para pesquisar” do subcapítulo “Dia, semana, mês e ano”, sugerimos uma pesquisa sobre os planetas que compõem o Sistema Solar e o seu tempo de translação (para ilustrar essa diferença, use o exemplo: se vivêssemos em Júpiter, que tem um período de translação de aproximadamente 12 anos terres-

tres, uma pessoa de 48 anos de idade na Terra teria o equivalente a 4 anos nesse planeta). Pode ser que os alunos precisem de auxílio para lidar com os valores numéricos que aparecerão no decorrer das pesquisas, são números grandes que, para alunos que ainda não conhecem o valor posicional, podem demandar maiores atenções. Ao explorar as unidades de medida legais de comprimento e massa, é importante que os estudantes percebam que certos comprimentos não são mensurados com uma única unidade. Assim, poderão perceber a adequação das unidades de medida às grandezas que se deseja medir e descobrir a equivalência entre unidades de um mesmo sistema de medidas. Nesse capítulo, também na seção “Para pesquisar” do subcapítulo “Dia, semana, mês e ano”, os alunos são convidados a conhecer a obra do astrônomo alemão Johannes Kepler, que propôs a relação matemática entre o período de translação de um planeta e a sua distância ao Sol. Ao longo desse capítulo, é importante explorar procedimentos de estimativas, fundamentais para a compreensão dos atributos mensuráveis de um objeto e o entendimento do processo de medição. No caso de a medição não ser exata, é possível fazer uma estimativa – emitir um juízo de valor que supõe certo grau de certeza e confiabilidade. O desenvolvimento da capacidade de estimar depende de um trabalho contínuo de construções, aplicações, interpretações, análises, justificativas e verificações, com base em resultados exatos. Ao praticar estimativas, os estudantes podem perceber o significado do valor aproximado, precisam decidir quando é conveniente usá-lo e que aproximação é pertinente a determinada situação. Por isso, é importante que aprendam a identificar intervalos que tornem uma estimativa aceitável ou não. Assim, as estimativas devem ir além da identificação das relações “maior que” e “menor que” e centrar-se na relação “estar entre”. Observação: é importante destacar que os números trabalhados no capítulo são relativos a uma média de estatura e peso dos bebês. Ressalte aos alunos que o desenvolvimento dos bebês depende de vários fatores, entre eles a herança genética. Por exemplo: bebês com pais de pequena estatura podem ter peso e altura menores do que a média, sendo perfeitamente saudáveis.

Sugestões de atividades complementares

1. Propor atividades com medidas de comprimento, utilizando unidades não padronizadas, para que os estudantes percebam a necessidade de padrões de medida que tenham o mesmo significado para todos. 2. Propor atividades nas quais os estudantes possam estimar medidas de comprimento e de massa. Você pode escolher um estudante da turma e indicar os que são mais altos, mais baixos e os que têm a mesma altura que ele. 3. Explorar notícias locais, matérias de jornais e revistas, envolvendo medidas de comprimento e massa. 33

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Para conhecimento do professor

A ideia de grandeza é fundamental no campo do conhecimento. Ela está associada a outras noções matemáticas (quantidade, medição, unidade de medida). A existência de grandezas de naturezas diversas (comprimento, massa, capacidade, superfície, tempo) levam à necessidade de estabelecer comparações entre elas. A comparação de grandezas de mesma natureza dá origem à ideia de medida e à necessidade do uso adequado de instrumentos como fita métrica, balança, calendário. As medidas quantificam as grandezas do mundo físico e são fundamentais para a compreensão de fenômenos como processos migratórios, distribuição de renda, orçamento doméstico e questões ambientais.

Para saber mais

MACHADO, N. J. Medindo comprimentos. 6. ed. São Paulo: Scipione, 1990.

Capítulo 3

Quanto tempo vive o brasileiro? Aprendizagens Eixos de aprendizagem Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Identificar informações em letra de canção, entrevista, manchetes de jornal e tabelas. Relacionar informações de diferentes leituras.

Produzir painel com base na discussão sobre expectativa de vida do brasileiro. Produzir texto coletivo sobre as necessidades das pessoas idosas. Produção Produzir cartaz para informar medidas que de textos visem à melhora da qualidade de vida da população. Produzir tabela organizando dados recolhidos em pesquisas. Oralidade

Discutir com os colegas de classe sobre expectativa de vida.

Conhecimentos linguísticos

Refletir sobre a sonoridade que a letra X apresenta nas palavras, relacionando com as respectivas posições (inicial, final e medial).

Estudos da sociedade e da natureza

Relacionar a expectativa de vida a variáveis socioeconômicas que interferem nas condições de vida da população brasileira. Utilizar a noção de expectativa para analisar algumas diferenças entre grupos sociais, regiões e países.

Entrevista Letra de canção Manchete de jornal Tabela

Comentários das seções e atividades

O Capítulo 3 é centrado na noção de esperança ou expectativa de vida. De acordo com o IBGE, a expectativa de vida expressa o número médio de anos que se espera que os indivíduos vivam. Nesse sentido, evolui de acordo com o comportamento de variáveis como renda, trabalho, escolaridade, mortalidade, mortalidade infantil, segurança pública, acesso à saúde, habitação e saneamento básico. Os dados mostram que a esperança média de vida ao nascer do brasileiro vem aumentando, embora existam variações de acordo com gênero, renda, raça/cor ou origem regional. Observe que ainda não se está operando com a noção de média, que será apresentada aos estudantes no Volume 3 desta coleção. Caso haja necessidade de exemplificar esse conceito, você pode calcular a média de idade dos alunos da turma e avisálos que eles trabalharão esse conteúdo em breve. Na seção “Para pesquisar”, estimule os estudantes a compararem com os colegas de classe a idade e o número de filhos de seus pais e avós e, também, com as taxas atuais para o Brasil. Isso oferece parâmetros para refletir sobre as condições gerais de vida da população, assim como identificar as principais desigualdades que interferem na esperança daqueles que se encontram abaixo da média nacional. Auxilie-os na anotação, comparação e análise do quadro de idade dos familiares. Note que é solicitado que os estudantes verifiquem a evolução do número de filhos por família. Isso vai dar pistas para eles perceberem a diminuição desses números. Com o aumento da expectativa de vida, que aumenta a população de idosos, a questão do idoso também deve ser discutida em termos de condições sociais. Esses elementos podem ser analisados de forma concreta na descrição de algumas passagens da vida de Elza Soares, presentes na seção “Para ler entrevista”. Auxilie os estudantes na leitura dos dados da seção “Para ler tabela”, destacando o título, as variáveis e a disposição dos dados em linhas e colunas. Repare que as tabelas que aparecem no capítulo são de entrada simples, ou seja, compostas por uma coluna em que há a categoria do que se observa e de outras colunas e linhas, onde aparecem dados sobre o fenômeno estudado. Na seção “Para ler letra de canção”, estimule os estudantes a refletir sobre o que se deseja para considerar que alguém viva bem e em boas condições. Note que a canção “Comida” não se detém aos aspectos puramente materiais relacionados às condições básicas de existência. O plano artístico e o cultural, por exemplo, são destacados com ênfase. Se possível, organize uma audição da música com os estudantes. A letra X é trabalhada no final do capítulo, na seção “Pensando sobre a língua”. As primeiras atividades da seção destacam a leitura de palavras palavras que apresentam a letra X. Leve os alunos a observarem que, dependendo de sua posição, a letra pode gerar diferentes sons na palavra. Recomendamos que o aluno sempre consulte o dicionário em caso de dúvidas e que o professor construa listas de palavraschave do capítulo. Essas listas podem ser fixadas em murais para consulta. Uma boa atividade de investigação é propor uma pes-

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quisa de diferentes palavras com a letra X. Com a lista de palavras, peça que observem a posição da letra e discuta sobre as palavras em que a única vogal que aparece, no início de palavras, antes do X, é a letra E (expectativa/ exemplo/ exibe etc.).

Sugestões de atividades complementares

1. Sugerir aos estudantes que entrevistem pessoas de diferentes origens sociais, regionais e étnicas. Se for o caso, algumas dessas pessoas podem ser convidadas a vir até a sala de aula. Peça aos estudantes que procurem saber se há diferenças nas condições de vida e na trajetória de vida de pais e familiares desses entrevistados em função dos fatores relacionados à expectativa de vida. Ajude-os a analisar se a esperança de vida e as condições sociais diferem em função de cor/raça, renda ou origem regional. Esses dados podem compor o cartaz e a cena teatral propostos ao final do capítulo.

Para saber mais

Sobre a dinâmica demográfica no Brasil contemporâneo, consulte o artigo: BERQUÓ, E. Transição demográfica. In: SACHS, I.; WILHEIN, J.; PINHEIRO, P. S. (Orgs). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. No site do IBGE você encontrará dados sobre expectativa de vida no Brasil no Censo Demográfico, nas Tábuas da Vida ou na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD): <http://www.ibge.gov.br>.

Comentários das seções e atividades

Em continuidade ao estudo dos números, este capítulo apresenta atividades que exploram a análise da posição ocupada pelos algarismos na escrita numérica. A análise é apoiada pela percepção da quantidade de algarismos e da posição ocupada por eles na escrita numérica. Buscamos, dessa forma, favorecer a construção e a extensão das relações numéricas para números escritos com três ou quatro dígitos. As atividades propostas antecedem a formalização das regras do sistema de numeração decimal que serão abordadas nos próximos capítulos. No subcapítulo “Aprendendo sobre números”, na atividade da seção “Em roda”, será preciso construir um material com os alunos. Você irá precisar de: 1. Dez cartões de 4 cm de comprimento por 4 cm de largura, com números escritos de 0 a 9; 2. Nove cartões de 4 cm de comprimento por 8 cm de largura, cada um dividido em duas partes iguais, com os seguintes números escritos: 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90; 3. Nove cartões de 4 cm de comprimento por 12 cm de largura, cada um dividido em três partes iguais, com os seguintes números escritos: 100, 200, 300, 400, 500, 600, 700, 800, 900; 4. Nove cartões de 4 cm de comprimento por 16 cm de largura, cada um dividido em quatro partes iguais, com os seguintes números escritos: 1 000, 2 000, 3 000, 4 000, 5 000, 6 000, 7 000, 8 000, 9 000. Exemplo: 1

Capítulo 4

Desenvolvimento humano em números Aprendizagens Eixos de aprendizagem Leitura Produção de textos Conhecimentos matemáticos

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

1

0

1

0

0

1

0

0

0

Oriente os alunos para que representem números com esses cartões colocando um sobre o outro como se fossem “camadas”. Por exemplo, para representar o número 5 346, eles usarão os cartões: 6

Ler, comparar e ordenar notações numéricas pela compreensão do valor posicional dos algarismos.

4

0

3

0

0

Escrever notações numéricas pela compreenIlustração são do valor posicional dos algarismos. Quadro Identificar a ordem de grandeza de um númenumérico ro pela quantidade de algarismos e da posição ocupada por eles na escrita numérica. Efetuar cálculos mentais envolvendo adição e subtração. Fazer estimativas.

5

0

0

0

Colocando um sobre o outro, terão esta composição:

5

3

4

6

O uso desse material, conhecido como ficha sobreposta, possibilita explorar o valor posicional de cada algarismo. 35

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Neste capítulo, no subcapítulo “Adição e subtração no dia a dia”, serão retomadas algumas estratégias de cálculo mental envolvendo adição e subtração, entre elas a decomposição das escritas numéricas. A escrita decomposta dos números ajuda a evidenciar o estabelecimento da correspondência entre as unidades de diversas ordens que formam um número. Apresenta ainda a estratégia de cálculo que lida com compensações, somar 9, por exemplo, é o mesmo que somar 10, subtrair 1 ou subtrair 90 é o mesmo que subtrair 100 e somar 10. Ao discutir as estratégias de cálculo, ajude os estudantes a construir e selecionar a estratégia que julgam mais adequada à situação matemática com que estiverem lidando. Ao construir e analisar estratégias de cálculo mental, eles terão a oportunidade de descobrir princípios matemáticos como equivalência, decomposição, igualdade e desigualdade.

Para conhecimento do professor

Os procedimentos de cálculo mental constituem a base do cálculo aritmético que se usa cotidianamente. De forma simples, podemos dizer que se calcula mentalmente quando se efetua uma operação, recorrendo a procedimentos confiáveis, sem registros escritos. O cálculo mental é feito de diferentes maneiras, assim, podemos escolher a que melhor se adapta à situação matemática envolvida. Cada situação de cálculo é um problema aberto que pode ser solucionado de diferentes maneiras. (Adaptado de PCN: Matemática, p. 117)10.

Sugestões de atividades complementares

1. Propor atividades para quantificar elementos de uma coleção. Por exemplo: Com 355 caixas quantas pilhas de 10 caixas podem ser formadas? Com 1 253 folhas de papel quantos blocos de 100 folhas podem ser montados? 2. Propor atividade para identificar um número em determinado intervalo. Por exemplo: Um estudante escolhe um número entre 0 e 500 e os demais vão adivinhar qual é o número secreto. O professor faz uma grande linha horizontal na lousa e anota numa de suas extremidades o número 0 e na outra o numero 500. Um estudante pergunta se o número é 400, e aquele que pensou no número diz “não, 400 é muito grande”. O professor marca o número 400 em um ponto da linha. Um segundo estudante pergunta se o número é 220, o outro diz “não, 220 é muito pequeno”. O professor marca o número 220 na linha. Os alunos seguem investigando o número secreto. 3. Recortar notícias de jornais e revistas que contenham informações numéricas. Fazer a leitura e a ordenação desses números e a sua classificação, indicando os números maiores que 10, os números maiores que 100 e os números maiores que 1 000. 4. Efetuar cálculos envolvendo adição e subtração fazendo uso do sistema monetário. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.

Sugestões de atividades para serem feitas com a calculadora 1.

2.

3.

Digite na calculadora os números abaixo: - o número 543. Sem apagar o número 543, descobrir o que deve ser feito para que apareça o número 7 no lugar do 5; - o número 2 348. Sem apagar o número 2 348, descobrir o que deve ser feito para que apareça o número 0 no lugar do 3. Responder e, em seguida, verificar a resposta usando a calculadora: - a soma entre 20 e 30 está mais próxima de 60 ou de 45? - a soma entre 300 e 500 está mais próxima de 600 ou de 900? - a diferença entre 100 e 40 está mais próxima de 40 ou de 70? - a diferença entre 500 e 250 está mais próxima de 300 ou de 100? Ao fazer um cálculo com a calculadora, uma pessoa registrou 35 + 8 no lugar de 35 + 6. Sem apagar o que está registrado, como ela poderá corrigir o engano? Verificar as diferentes maneiras de resolver o problema.

Para saber mais

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Ampliação dos procedimentos de cálculo. In: Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática: 1o e 2o ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 115 -119.

Capítulo 5

Crianças e idosos no presente e no passado Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Colagem Depoimento Escultura Descrever e comparar fotografias. Estatuto Localizar informações em depoimenFotografia tos e gráficos. Frases de opinião Relacionar as informações entre os Gráfico diferentes textos do capítulo para uma Lei maior compreensão do papel social de Memórias crianças e idosos. Mural Pintura Texto expositivo

10

CONTINUA...

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... CONTINUAÇÃO

Produção de textos

Elaborar listas e frases após discussão coletiva. Escrever relato de situação desrespeitosa ao idoso. Escrever relato de memórias da infância.

Apresentar e sistematizar as discussões realizadas em grupos. Oralidade Participar de debate regrado sobre o Colagem trabalho infantil, desenvolvendo assim Depoimento a argumentação. Escultura Refletir sobre o uso do mas/mais e sua Estatuto Conheci- relação com o sentido de quantidade Fotografia ou oposição. mentos Frases de opinião linguísti- Refletir sobre o tempo verbal e suas Gráfico relações semânticas com passado e cos Lei presente. Memórias Mural Identificar semelhanças e diferenças Pintura entre o passado e o presente. Texto expositivo Interpretar dados de gráficos. Estudos da socie- Compreender o papel social da criança dade e da e do idoso em diferentes períodos natureza históricos. Reconhecer implicações sociais do trabalho infantil. Fazer leitura formal e interpretativa de Conheciobra de arte relacionando-a ao tema mentos estudado no capítulo. sobre arte Criar produções artísticas.

Comentários das seções e atividades

Ao estudar as mudanças ocorridas na visão de criança e de idoso, defrontamos com formas distintas de organização da sociedade em diferentes aspectos: nas relações de trabalho, na vida cultural, na formação de famílias. Neste capítulo, na seção “Para ler fotografia”, vemos as diferenças entre uma criança dos primeiros anos do século XIX e uma da primeira década do século XXI. Os trajes, além de caracterizarem épocas diferentes, indicam outra forma de ser criança. Essa questão é evidenciada na seção “Para ler texto expositivo”. Vale lembrar que, nesse período, a criança ingressava no mercado de trabalho muito mais cedo do que atualmente. A adolescência era uma fase desconhecida e logo após a infância o indivíduo já se tornava adulto. Na seção “Para ler depoimento”, temos o relato de uma mulher que trabalhou na infância. Aproveite as seções mencionadas e discuta a relação infância e trabalho. No subcapítulo “Crianças trabalhadoras”, ressalte e, se necessário, leia com os alunos o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Criado em 1990, ele proíbe o trabalho infantil no Brasil. Já no subcapítulo “Idosos do presente e do passado”, evidencie o Estatuto do Idoso, que é reproduzido em parte na seção

“Para ler lei”. O trabalho proposto na seção “Em grupos” busca tornar a discussão sobre os motivos para a proibição do trabalho infantil mais fundamentada e substancial. Proponha um debate aos alunos. Você será o mediador. Para começar, proponha aos alunos questões como: Quais as consequências de se trabalhar na infância? Algum aluno passou por isso? Ou conhece alguém que passou por isso? Se a resposta for positiva, peça a ele que relate a experiência para a sala. Todo tipo de trabalho infantil deve ser proibido? E como fica a questão dos artistas, cantores e atletas mirins, por exemplo? É importante que os alunos desenvolvam argumentos para sustentar sua posição diante do grupo. Lembre-se de que esse tipo de atividade exige compreensão sobre a dinâmica e as regras de um debate, portanto, antes de iniciar a discussão, explique aos alunos essas características da atividade. Na seção “Para ler gráfico”, a discussão é sobre o processo de envelhecimento da população brasileira. Você pode usar essa seção para comparar a condição de vida do idoso nos diferentes tempos históricos. É importante que os estudantes trabalhem a linguagem gráfica, tão presente na vida cotidiana da sociedade contemporânea. Relacione com seus alunos o título do gráfico, as informações da legenda e os dados apresentados. Aproveite para discutir também a fonte dos gráficos e o ano em que foram produzidos. Procure explicar aos alunos que, para uma leitura cada vez mais autônoma, é preciso relacionar várias informações. A seção “Pensando sobre a língua” reflete sobre o uso do tempo verbal no presente e no passado. Os depoimentos escritos pelos alunos podem ser utilizados nessa atividade. O importante aqui não é a nomenclatura gramatical (verbo, tempo verbal etc.), mas a compreensão de que existem palavras que estabelecem marcação temporal. É fundamental ajudar o aluno a perceber a relação do tempo verbal com o gênero textual. Há muitos verbos no passado em depoimentos, textos que relatam fatos que já aconteceram. Ainda nessa seção, o objetivo das atividades sobre “mas/mais” é levar os alunos a perceberem a diferença de sentido e de grafia dessas palavras, não modificar sua pronúncia. No final do capítulo, a seção “Para ler pintura e escultura” apresenta brincadeiras infantis em três obras de arte. Em seguida, nas seções “Para fazer colagem”, “Em roda” e “Em ação”, os estudantes são estimulados a elaborar textos orais, escritos e produções artísticas sobre suas próprias memórias de infância.

Para saber mais

Reunião de depoimentos de idosos. BOSI, E. Memória e sociedade: lembranças de velhos. 16. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Sobre o significado da infância em diferentes períodos históricos da Europa, desde a Idade Média até o mundo contemporâneo. HEYWOOD, C. Uma história da infância. Porto Alegre: Artmed, 2004. Sobre o retrato pictórico. DORE, Helen. A arte dos retratos. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996. 37

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Capítulo 6

Os jovens no Brasil Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Generalizar e comparar informações. Ler depoimentos e posicionar-se diante das polêmicas a eles relacionadas. Identificar e relacionar informações em letra de canção.

Produzir texto coletivo com resultados e conclusões de pesquisas realizadas. Produção Incorporar a revisão e a reescrita de textos por de textos meio de autoavaliação e múltiplas avaliações. Produzir painel ou blog sobre tema estudado. Blog Depoimento Discutir dados e conclusões de pesquisas Fotografia realizadas. Oralidade Realizar entrevista com jovens da comunida- Gráfico de, analisando a condição juvenil da região. Letra de canção Conheci- Refletir sobre o uso dos sinais de pontuação, Quadro mentos lin- com destaque para os pontos de interroga- informativo guísticos ção e exclamação. Conhecimentos matemáticos

Identificar quantidades e proporções em dados numéricos contidos em figuras ou ilustrações.

Estudos da sociedade e da natureza

Reconhecer e analisar dados e características que expressam a condição juvenil. Relacionar a condição juvenil no Brasil a fatores econômicos, sociais e culturais.

Comentários das seções e atividades

O Capítulo 6 apresenta um conjunto de dados estatísticos sobre o grupo etário considerado jovem em nosso país (dos 15 aos 24 anos, para os órgãos federais ligados à juventude – essa faixa vai dos 15 aos 29 anos). O objetivo é promover uma reflexão sobre a condição juvenil, analisando as peculiaridades e necessidades do grupo. A escolha do tema se justifica pela presença desse público nas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Com a seção “Para ler gráfico”, é possível incentivar os alunos a identificar quantidades e proporções em dados numéricos contidos em outra forma de representação: os registros gráficos. Nas seções “Para ler fotografia” e “Para ler quadro informativo”, convide os estudantes a analisar dados gerais sobre os jovens no Brasil. Note que há relativo equilíbrio na distribuição da população juvenil segundo o gênero e um predomínio de jovens que se definem como brancos; por outro lado, é expressiva a pre-

sença de jovens negros e pardos. Utilize esses dados para fazer uma comparação com os jovens da turma. A seção “Escrevendo painel coletivo” e as outras seções a ela relacionadas auxiliam os estudantes na investigação e sistematização de informações para maior compreensão da realidade dos jovens da comunidade. É importante que o painel ou o blog sejam construídos no decorrer das atividades do capítulo, pois envolvem trabalho em grupo, planejamento e organização de várias informações. Recomendamos que o painel ou o blog sejam divididos em seções com títulos criados pelos próprios alunos. Em “Para ler depoimento”, os alunos terão contato com a fala de outros jovens. Procure relacionar os depoimentos com as informações sobre os jovens (idade, sexo, atividades etc.). Se achar pertinente, solicite, oralmente ou por escrito, depoimento dos jovens que frequentam a sua sala. Comparar ideias e informações pode ser uma boa atividade para formar um estudante mais crítico e reflexivo. Em “Para ler letra de canção”, os jovens terão contato com a letra de um rap que explicita uma série de problemas sociais (drogas, violência policial, desemprego), ao mesmo tempo que convida o jovem a se mover e transformar essa realidade. Se possível, escute a música com a turma. Não se esqueça de perguntar a seus alunos se eles conhecem outros raps, o que sabem sobre os compositores da letra, assim como palavras e expressões que aparecem na letra. Eles podem ter dificuldades em compreender, por exemplo, “PMs de Vigário”. Os alunos vão precisar relacionar informações que não estão no texto para compreendê-lo. Nesse caso, é preciso saber que os policiais envolvidos na chacina de Vigário Geral, no Rio de Janeiro, foram absolvidos, por unanimidade de votos, no ano de 2003. A seção “Pensando sobre a língua” utiliza a letra da canção para refletir sobre alguns sinais de pontuação, destacando o sinal de exclamação e o sinal de interrogação. Nada impede que o professor explore outros sinais de pontuação. Lembre-se de que os grupos de EJA vão se apropriando progressivamente dos sinais de pontuação, em um aprendizado que envolve observação, reflexão e produção de textos em diversos gêneros.

Sugestões de atividades complementares

Para que os estudantes percebam a funcionalidade dos sinais de pontuação, sugerimos a leitura de gêneros como histórias em quadrinhos, poemas e propagandas.

Para saber mais

Sobre a condição juvenil, consulte: CORTI, A. P.; SOUZA, R. Diálogos com o mundo juvenil: subsídios para educadores. São Paulo: Ação Educativa, 2004. Visite também o site da Ação Educativa – Assessoria, Pesquisa e Informação, e procure outras informações sobre o mundo juvenil: <http://www.acaoeducativa.org.br.>.

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Capítulo 7

Qualidade de vida e cidadania Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Objetivos didáticos

Leitura

Ler artigo da Constituição Federal e textos expositivos para o cruzamento de informações.

Produção de textos

Escrever texto expositivo citando instrumentos legais de proteção à qualidade de vida. Escrever dicas sobre qualidade de vida.

Reconhecer os aspectos da vida em sociedade relacionados com a qualidade de vida. Reconhecer os direitos sociais do cidadão e sua relação com diferentes níveis de poder político. Listar e justificar condições necessárias para uma boa qualidade de vida. Estudos Identificar condições que possam ser utida socie- lizadas como indicadores de qualidade de dade e da vida: escolaridade, moradia, transporte, natureza renda, saúde, doenças e causas de morte. Identificar prioridades para a melhoria da qualidade de vida em sua coletividade. Identificar os problemas de saúde mais frequentes na população brasileira e as faixas etárias mais atingidas por cada um deles. Nomear características e saber o funcionamento do sistema cardiovascular.

Comentários das seções e atividades

Gêneros e suportes trabalhados

Quadro informativo Tabela Texto expositivo Trecho de lei

Em diferentes épocas e lugares, o significado de qualidade de vida pode ser bastante diferente. Para discutir o que significa ter qualidade de vida nas sociedades contemporâneas, identificamos os parâmetros estabelecidos para que um cidadão tenha qualidade de vida adequada. Primeiramente, na seção “Para ler trecho de lei”, recorremos à Constituição Brasileira, que define os direitos sociais básicos do cidadão que devem ser garantidos pelos governantes eleitos. Identificamos quais obrigações dos governos devem ser cumpridas nas esferas federal, estadual e municipal. Seria interessante levar para a sala de aula um exemplar da Constituição, a fim de que os alunos observassem as divisões e subdivisões

internas. Na seção “Para ler quadro informativo”, mencionamos alguns itens utilizados para indicar a qualidade de vida de uma população: educação, moradia, renda e saúde. Nesse caso, será necessário que os estudantes consigam compreender o significado matemático dos números apresentados, o que implica o apoio e a mediação do professor. No subcapítulo “Saúde e paz: o resto a gente corre atrás!”, o foco está na questão da saúde coletiva, buscando associar as condições e os estilos de vida ao perfil de saúde da população. A ênfase dada ao tópico está em incentivar os estudantes a identificar medidas que podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida e da saúde do conjunto da população. Nas atividades da seção “Em ação” é importante situar os debates no contexto dos direitos de cidadania e na identificação coletiva de alternativas para a superação das desigualdades sociais. As doenças cardiovasculares – o acidente vascular cerebral (AVC) e a doença coronariana (DC) –, com as suas graves implicações para a sociedade e para o sistema de saúde, tornaram-se um problema de saúde pública, como aborda o texto da seção “Para ler texto expositivo”. Na seção “Para pesquisar”, sugerimos aos alunos que conheçam o funcionamento do sistema cardiovascular, a fim de compreenderem os problemas de saúde a ele relacionados.

Sugestões de atividades complementares

Organize uma pesquisa de opinião, com pessoas de diferentes faixas etárias e situações socioeconômicas, sobre as condições necessárias para uma boa qualidade de vida. Depois, organize os resultados em um gráfico.

Para saber mais

Informações atualizadas sobre saúde e qualidade de vida dos brasileiros podem ser encontradas na internet. No site do Datasus é possível encontrar informações sobre demografia, saneamento ambiental, transferência de recursos para a saúde e distribuição de doenças no Brasil: <http://www.datasus.gov.br> No primeiro e último capítulos deste livro, encontramos informações para estimular o debate sobre as relações entre qualidade de vida e saúde na sociedade contemporânea. VALADÃO, M. M. Saúde e qualidade de vida. São Paulo: Ação Educativa/Global, 2003.

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Capítulo 8

Informação, saúde e cidadania Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Refletir sobre as condições de produção de campanhas publicitárias (quem escreveu, para que público, em que período, com qual objetivo). Relacionar as imagens e o texto verbal na construção de textos publicitários e folhetos informativos. Localizar informações em cartazes e outdoor.

Discutir a respeito da relação entre informação, saúde e cidadania. Oralidade Sustentar um ponto de vista nas discussões com os colegas de classe. Cartaz Folheto informativo ConheciRefletir sobre o uso de verbos no imperativo Ilustração mentos Outdoor em campanhas publicitárias e folhetos linguístiTexto expoinformativos. cos sitivo

Estudos da sociedade e da natureza

Reconhecer o direito à informação sobre as formas de prevenir e tratar problemas de saúde como parte dos direitos de cidadania. Identificar a prevenção como um caminho prioritário para proteger a saúde das pessoas e coletividades. Reconhecer a importância da autonomia das pessoas e grupos sociais para proteção da saúde pessoal e social. Pesquisar campanhas e estratégias de educação em saúde, procurando identificar se elas se aplicam à sua realidade.

outdoor e cartaz. É esperado que o aluno reflita sobre as formas de divulgação desses textos (na televisão, no rádio, na rua etc.) e realize uma leitura crítica das peças publicitárias. Nas atividades da seção “Em grupos”, o levantamento das campanhas que ficaram mais fortemente registradas na memória dos participantes da turma pode ser comparado ao impacto dessas campanhas sobre a vida dos estudantes: ocorreu alguma mudança de hábitos, atitudes ou comportamentos, conforme o que foi sugerido nas campanhas mais lembradas pelos estudantes? Nas atividades do capítulo, é importante que os estudantes percebam e avaliem as estratégias publicitárias utilizadas para convencer a população. Um recurso comum é o uso de imagens de fácil compreensão. É necessário auxiliar o aluno a observar a escolha das imagens para cada tipo de propaganda: se são fotos ou desenhos; se são pessoas ou animais; se são homens, mulheres ou crianças; o que estão fazendo etc. Não se esqueça de explorar a relação entre imagem e texto, pois eles se complementam na produção de sentido. O subcapítulo “Prevenir e convencer o leitor” traz a capa e uma das páginas de um folheto informativo sobre a dengue para que o aluno consiga relacionar informações e interligue imagem e texto verbal. Nesse ponto, são retomadas as expressões de ordem ou conselho expressas por verbos no imperativo (lave, guarde, cubra etc.). A seção “Pensando sobre a língua” relaciona o imperativo ao infinitivo.

Sugestões de atividades complementares

1. Analisar com os estudantes outras propagandas sociais impressas e eletrônicas (veiculadas em televisão, rádio etc.). Algumas podem ser encontradas na Biblioteca Virtual em Saúde, no site <http://bvsms.saude.gov.br.>. Você também pode se dirigir a um posto de saúde ou à Secretaria de Educação e adquirir folhetos e cartazes. 2. Produzir campanhas publicitárias de cunho social abordando questões relevantes para o seu município ou comunidade. 3. Ler folhetos informativos distribuídos nos postos de saúde do município. 4. Realizar entrevistas ou convidar agentes de saúde para discutir com os alunos a relação entre saúde e informação.

Para saber mais

Sobre campanhas publicitárias, sugerimos a leitura de:

Comentários das seções e atividades

O Capítulo 8 tem como temática a relação entre leitura e informação. A seção inicial “Em roda”, que apresenta três ilustrações em que jovens e adultos leem no intuito de se informar sobre saúde, é o mote para uma discussão inicial que aborde os locais de circulação de textos sobre cuidados com a saúde e prevenção de doenças. O subcapítulo “Prevenir é melhor do que remediar?” explora propagandas produzidas pelo Ministério da Saúde, como

PINHO, J. B. Propaganda institucional: usos e funções da propaganda em relações públicas. São Paulo: Summus, 1990.

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Eixo 3 – Viver em cidades

Capítulo 1

Elaborar mapas, conhecer o mundo Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Produção de textos Oralidade Conhecimentos linguísticos

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Ler plantas, cartas e mapas em diferentes escalas, construídos em diferentes períodos históricos, e reconhecer suas funções e elementos fundamentais. Ler textos informativos sobre a história da cartografia e características das representações cartográficas. Produzir textos individuais e coletivos sobre as características e a importância das representações cartográficas. Carta cartoApresentar oralmente resultados de ativi- gráfica dades e participar de debate. Cartaz Crônica Reconhecer elementos fundamentais da Mapa linguagem cartográfica, como linguaPlanta baixa gem visual, universal, atemporal e não Texto exposequencial. sitivo Conhecer o papel e a importância das

representações cartográficas como forma de registro de conhecimentos sobre os Estudos da lugares. Reconhecer diferentes tipos de plantas, sociedacartas e mapas. de e da natureza Reconhecer elementos e características do guia de ruas da cidade e utilizar essa forma de representação como instrumento de localização.

Comentários das seções e atividades

O Capítulo 1 tem como objetivo permitir aos estudantes o contato mais sistematizado e organizado com as diferentes modalidades de representação cartográfica. Trata-se de uma iniciação aos estudos dos mapas e, consequentemente, nesse momento, não deve haver a preocupação com cálculos de escalas cartográficas ou com a identificação/distinção de modalidades das simbologias gráficas. O mais importante é que os alunos estabeleçam diferenças e semelhanças entre as representações e compreendam o papel histórico dos mapas como registro e representação do conhecimento do mundo. Em “Para ler mapas”, os estudantes deverão identificar as re-

presentações feitas em diferentes sociedades, culturas e períodos históricos. Chame a atenção da turma para os diferentes materiais utilizados. As plantas e os mapas de povos antigos da Babilônia, para a época, revelam um grau de sofisticação das representações. É preciso destacar, em linhas gerais, a contribuição dos pensadores clássicos da Grécia antiga, assim como da cartografia produzida ao longo da expansão marítimo-comercial pós século XVI para o desenvolvimento da arte e da técnica de produzir mapas. Para ampliar a compreensão dos alunos, o professor pode levar um globo terrestre para a sala de aula ou acessar com os estudantes sites em que seja possível visualizar o globo terrestre com animação. No subcapítulo “Mapas, plantas e cartas” a turma terá a oportunidade de aprender um pouco mais sobre as técnicas de elaboração dessas representações. O importante aqui é perceber o grau de detalhamento dos elementos e conteúdos de acordo com as possibilidades de representação que cada escala permite. Na seção “Para pesquisar”, exploramos o potencial e funcionalidade de diferentes ferramentas de localização. No subcapítulo “O guia de ruas da cidade”, na seção “Para ler guia de ruas da cidade”, destacamos o sistema de coordenadas que permite a localização precisa de pontos, basicamente centrados nos objetos construídos (ruas, praças, avenidas, estações de trem ou metrô, percursos dos ônibus de transporte coletivo etc.). Essas informações serão aproveitadas pelos estudantes na seção “Escrevendo Guia”, em que eles terão que elaborar um pequeno guia da comunidade em que residem.

Sugestões de atividades complementares

1. Para familiarizar os estudantes com as diferentes modalidades de representação cartográfica, o professor poderá propor que os alunos examinem livremente diversos mapas, atlas geográficos e históricos. Nessa atividade, eles poderão identificar, em duplas ou pequenos grupos, os títulos dos mapas, as superfícies representadas, os aspectos das legendas, escalas, fontes etc. Nos mapas históricos, podem verificar quais iconografias acompanham os mapas, denotando visões de mundo e a escala de conhecimentos sobre a Terra. A mesma atividade poderá ser feita no laboratório de informática da escola, caso haja disponibilidade de equipamentos (ver indicações de fontes). 2. Caso haja possibilidade, mostrar aos alunos o funcionamento de sistemas como o GPS. Isso pode se feito de maneira simples, convidando um profissional – que poderá ser um usuário, como motoristas de táxi ou caminhão – para ir até a sala de aula mostrar como funciona o equipamento e sua precisão na localização de pontos na superfície terrestre.

Para saber mais

DREYER-EIMBCKE, O. O descobrimento da terra: história e histórias da cartografia. São Paulo: Melhoramentos/Edusp, 1992. JOLY, Fernand. A cartografia. Campinas, SP: Papirus, 1990. Acer41

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vo de mapas históricos (apresentações em inglês) Catálogos on-line da Biblioteca Nacional, com mapas históricos do Brasil e do mundo: <http://catalogos.bn.br> IBGE – Glossário Cartográfico: <http://www.ibge.gov.br/home/ geociencias/cartografia/glossario/glossario_cartografico.shtm > IBGE – Atlas Geográfico Escolar (mapas do Brasil e do mundo em diferentes escalas e temas): <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/ atlasescolar/index.shtm>

Capítulo 2

Andanças no campo e na cidade Aprendizagens Eixos de aprendizagem Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Ler e selecionar informações em depoimento autobiográfico. Ler e identificar informações quantitativas em gráfico de colunas.

Produzir autobiografia ou biografia, focando na experiência de ser migrante. ProduEscrever listas e organizar quadros com lugar ção de de origem dos alunos da turma. textos Produzir gráfico de colunas com lugar de origem de alunos da turma. Discutir e defender seu ponto de vista em Oralidadiscussão em grupo sobre questões relativas de às migrações campocidade no Brasil. Reconhecer o processo de formação de palaConheci- vras por meio da construção de siglas. mentos Reconhecer o uso de maiúsculas em siglas. linguísti- Refletir sobre o uso da primeira pessoa do singular (eu) ou do plural (nós/a gente) e sua cos relação com a concordância verbal. Conhecimentos Ler e interpretar gráficos de colunas. matemáticos Compreender processos que originam as Estudos migrações campo-cidade no Brasil. da Reconhecer municípios e estados como unidasociedades político-administrativas do país. de e da Identificar e analisar a distribuição da populanatureza ção urbana e rural no Brasil. ConheciRealizar leitura formal e interpretativa de uma mentos obra de arte, associando-a ao tema do capítulo. sobre Criar produções artísticas. arte

Comentários das seções e atividades

Depoimento Ilustração Gráfico Letra de canção Mapa Pintura

O Capítulo 2 tem como objetivo iniciar a discussão acerca das relações campo-cidade, destacando alguns processos de migração

do meio rural para o urbano valorizando as experiências e trajetórias pessoais dos estudantes. Em “Para ler depoimento”, eles poderão analisar um caso exemplar de migração e deslocamentos campo-cidade e inter-regional. Valoriza-se, nas questões de compreensão do texto, que o aluno identifique informações sobre a pessoa que narra a história e reconstrua seus percursos com o auxílio de um mapa do Brasil. O professor pode solicitar que os alunos escrevam ou contem depoimentos de outras pessoas na seção “Registrando depoimentos”. Ao escrever uma pequena autobiografia ou uma biografia, espera-se que o aluno narre um pouco sobre si ou sobre outras pessoas que tenham vivenciado processos de migração. Em “Para ler mapa”, os estudantes poderão trabalhar com o mapa da divisão político-administrativa do Brasil, de modo a reconhecer nomes de estados e municípios e localizá-los, complementando o levantamento feito sobre os locais de origem dos estudantes. Trata-se de uma estratégia que procura tornar a atividade mais significativa e contextualizada. Esse bloco se complementa com a proposta de construção de um gráfico de colunas ou barras com os estados de origem. É importante discutir com os estudantes algumas causas e motivações para os deslocamentos. Note que o fluxo campo-cidade e, em especial, do Nordeste para o Centro-Sul é uma marca importante da dinâmica demográfica nacional, sobretudo na década de 1970. Em “Para ler letra de canção”, a canção de Lúcio Barbosa instiga os estudantes a refletir sobre os processos de adaptação dos migrantes no lugar de destino, em especial quando se trata de uma grande cidade. É importante que os alunos percebam que a música é um diálogo entre o migrante e o “moço” (possível morador da cidade). Ouça a canção e convide os estudantes a refletirem sobre a questão do trabalho e da apropriação das riquezas nas cidades. Se achar pertinente, explore o título da canção. Assim como nos depoimentos e na biografia, a letra da música “Cidadão” traz verbos conjugados na 1ª pessoa (eu trabalhei). Essa é uma marca linguística que indica que quem conta a narrativa é alguém que está envolvido na trama. Sugerimos que os alunos percebam como essa marca também aparece em depoimentos e biografias. Essa reflexão envolve o pensamento sobre concordância e flexões verbais. Ainda quanto aos conhecimentos linguísticos, no subcapítulo “Lugar de origem, lugar de destino”, na seção “Pensando sobre a língua” também há reflexões sobre o processo de formação de palavras, especialmente as siglas. Esse trabalho pode ser ampliado e aprofundado com o uso do alfabeto móvel. No subcapítulo “Do campo para a cidade”, em “Para ler gráfico”, proporciona-se aos alunos uma das diversas maneiras de expressar visualmente informações ou valores numéricos. Inicia-se com a apresentação de diferentes tipos de gráficos (barras, colunas e setor), seguido de um gráfico de colunas, que expressa a relação entre população urbana e rural no período de 1940 a 2010. Tal relação pode desencadear discussões e debates a respeito da acelerada urbanização da população brasileira, fenômeno de grandes repercussões sociais, econômicas, políticas e culturais. A leitura do gráfico permite também trabalhar com conhecimentos matemáticos, comparando proporções representadas por números absolutos.

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Na seção “Para ler pintura”, são apresentadas duas obras da artista brasileira Anita Malfatti. Se necessário, faça uma pesquisa sobre a artista e as principais características de sua obra.

Sugestões de atividades complementares

1. Selecione e ouça com os alunos canções que falem sobre a cidade, como “Sampa”, de Caetano Veloso; “A cidade”, de Chico Science e Nação Zumbi; “Barracos” (Nos barracos da cidade), de Gilberto Gil, entre outras. 2. Discuta canções que falem sobre a relação campo-cidade, como “No Ceará não tem disso não”, de Irmãos Vitale; “Lamento sertanejo”, de Gilberto Gil e Dominguinhos; “Pau de arara”, de Guio de Morais e Luiz Gonzaga. 3. Pode-se organizar com os alunos um painel ou mural coletivo com imagens, desenhos, palavras e frases que representem a cidade em suas contradições, limites e possibilidades. 4. Se houver possibilidade, assista com a turma o filme brasileiro O caminho das nuvens, produzido em 2003, baseado na história real de um caminhoneiro desempregado que, com sua mulher e cinco filhos, percorre 3.200 quilômetros de bicicleta entre o município de Santa Rita (PB) até o bairro de Bangu, no Rio de Janeiro.

Produção de textos

Apresentar a pesquisa realizada em mural com textos e figuras representando elementos da cidade. Produzir uma carta de reivindicação, considerando os problemas do município e o destinatário da carta.

Carta Discutir e defender seu ponto de vista sobre Fotografia Oralidade os sistemas de transporte e condições de Letra de mobilidade da cidade. canção Mural inteConhecirativo mentos Localizar pontos em planta baixa. Planta baixa matemáRomance ticos (fragmento) Identificar desigualdades sociais a partir da Texto expoorganização espacial das cidades. sitivo Estudos da Reconhecer diferenças e semelhanças entre os tipos de habitação das cidades. sociedaCompreender a circulação urbana a partir de e da natureza dos sistemas de transportes da cidade. Identificar em planta baixa de bairro ou cidade modalidades de uso do solo.

Comentários das seções e atividades

Para saber mais

Sobre concepções de cidade e urbano e os processos de urbanização contemporânea, consulte: GIANSANTI, R. A cidade e o urbano no mundo atual. São Paulo: Ação Educativa/Global, 2003.

Capítulo 3

A cidade onde vivemos Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Carta Fotografia Ler e selecionar informações sobre as cidaLetra de des em trecho de romance e letra de canção. canção Identificar diferenças e semelhanças entre Mural inteelementos da estrutura interna da cidade rativo em fotografias. Planta baixa Relacionar informações em uma planta Romance baixa e compreender a relação entre texto (fragmento) verbal e imagem. Texto expositivo

O capítulo complementa a discussão acerca das visões sobre as cidades, destacando a compreensão de elementos que compõem a estrutura interna dos núcleos urbanos. É possível compreender as interações entre circulação, transportes e usos do solo nas seções “Para ler trecho de romance”, “Para ler fotografia” e “Para pesquisar”. O fragmento do romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto, escrito no início do século XX, ao falar da população pobre do Rio de Janeiro, permite que os estudantes reflitam sobre permanências e mudanças na cidade com base no retrato traçado por esse importante cronista da vida social urbana do país. Observe que em diferentes períodos ficam reservados aos mais pobres os piores terrenos, nas áreas mais precárias em termos de infraestrutura e equipamentos urbanos. No momento da pesquisa, peça aos alunos que investiguem aspectos da realidade da cidade em que vivem, identificando diferenças sociais e contradições presentes nas cidades. As habilidades de observação e registro são importantes nessa fase e nesse estudo sobre a cidade. Essas diferenças são retomadas e aprofundadas no subcapítulo “Pobreza e riqueza em cidades brasileiras”, com o exame de fotografias. Na leitura da planta baixa, no subcapítulo “Mapeando a sua cidade”, na seção “Para ler planta de cidade”, você deve estar atento à relação entre as imagens, as legendas e o texto verbal. Sugerimos aprofundar as habilidades envolvidas nesse tipo de leitura com panfletos turísticos ou mapas presentes em listas telefônicas. É importante discutir com seus alunos os contrastes sociais presentes na organização espacial da cidade, um dado da desigualdade social existente em nosso país. Destaque também o 43

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potencial crítico, criativo e inovador que surge no meio urbano e que muitas vezes resulta em alternativas para os problemas, como mutirões de moradia, organização comunitária e social, recuperação de áreas degradadas etc. A seção “Escrevendo carta” solicita que os alunos, em grupos, escrevam uma carta de reivindicação para as autoridades responsáveis pelos problemas do município. Para escrever a carta, os alunos poderão precisar de um modelo, uma vez que a solicitação formal exige o uso de uma estrutura padrão (local e data, destinatário, fórmula de tratamento, texto em que o autor solicita algo, despedida, nome e assinatura do remetente). Solicite um debate entre os pequenos grupos, seguido da produção de uma lista, para eleger os principais problemas do município. Em seguida, os estudantes deverão escrever uma carta solicitando providências para um dos problemas apresentados. É interessante que a carta contenha apenas um problema para que o pedido e os argumentos fiquem claros. Durante o processo de escrita da carta, faça as correções e alterações necessárias, mas de modo a fazer sentido para os alunos.

Sugestões de atividades complementares

1. Estimule os estudantes a registrarem as diferenças sociais encontradas nas cidades. 2. Auxilie os alunos a identificarem e registrarem elementos ou iniciativas de superação dessas diferenças, como movimentos comunitários, reivindicações por melhorias urbanas e outras. 3. Leitura integral de Clara dos Anjos e posterior discussão sobre a apresentação da cidade feita pelo narrador. Em seguida, compare a descrição com fotos atuais da cidade do Rio de Janeiro. A obra se encontra disponível em: <http:// www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm. do?select_action=&co_obra=2060>.

Capítulo 4

A modernização do campo no Brasil Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos Leitura de mapas. Observar fotografias para estabelecer diferenças e semelhanças entre diferentes espaços e atividades no campo. Ler letra de canção para localizar e inferir informação, além de expressar opinião a respeito do seu caráter humorístico. Comparar informações sobre produção agrícola entre letra de canção e informações de tabela. Ler texto expositivo sobre a ação humana nos ecossistemas.

Oralidade

Apresentar oralmente resultados de atividades e participar de debate.

Estudos da sociedade e da natureza

Reconhecer as diferenças entre os espaços produtivos e produzidos no meio rural brasileiro. Conhecer e avaliar o potencial da produção agropecuária brasileira. Conhecer e avaliar os processos de modernização agropecuária brasileira e suas repercussões para a vida social no campo no Brasil. Identificar a importância da diversidade e das interrelações dos seres vivos na composição dos ecossistemas.

Gêneros e suportes trabalhados

Fotografia Letra de canção Mapa temático Tabela Texto expositivo

Para saber mais

Sobre os processos de constituição das cidades e suas contradições internas, consulte os títulos: CARLOS, A. F. A. A cidade. São Paulo: Contexto, 2003. SPOSITO, E. S. A vida nas cidades. São Paulo: Contexto, 2004. SPOSITO, M. E. B. Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1997. Consulte também a obra voltada ao público jovem e adulto: GIANSANTI, R. A cidade e o urbano no mundo atual. São Paulo: Global, 2003. O paradidático abaixo traz atividades, modelos e reflexões que podem aprofundar o estudo dos gêneros “carta de solicitação” e “carta de reclamação” com os estudantes: BARBOSA, J. P. Carta de solicitação e carta de reclamação. São Paulo: FTD, 2006. Dados sobre cidades brasileiras podem ser obtidos no portal do IBGE: <http://www.ibge.gov.br>.

Comentários das seções e atividades

Este capítulo pretende desenvolver, em caráter introdutório, noções sobre as transformações espaciais e socioeconômicas ocorridas no campo do Brasil nas últimas décadas. A ideia central é a de que os alunos estabeleçam diferenças e semelhanças entre diversas relações de trabalho e produção no meio rural. Por meio dos estudos aqui desenvolvidos, eles poderão fazer uma primeira aproximação da produção e da distribuição de riquezas e estabelecer correlações com a própria história de vida e a de sua família. Vale notar que tais processos de modernização, como apresentados, estão vinculados aos constantes deslocamentos de trabalhadores no meio rural, tanto aqueles que estão em busca de trabalho quanto aqueles que precisaram deixar suas terras, incorporadas pela produção agropecuária moderna. Com o estudo desse capítulo pretende-se perceber o avanço da produção agrícola nas diversas regiões brasileiras, criando áreas especializadas, muitas delas assentadas em culturas de exportação.

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Na seção “Para ler fotografia”, poderão verificar a constituição de espaços produtivos rurais e, em especial, as inovações tecnológicas introduzidas (insumos agrícolas, irrigação etc.). Em “Para ler texto expositivo”, os alunos poderão analisar a criação de aves e a produção de carne de frango, um dos itens da pauta de exportações do país. Em “Para ler tabela”, terão um primeiro contato com os resultados do processo de modernização, por meio de dados da produção agropecuária no Brasil e no mundo. Em “Para ler letra de canção”, os alunos entrarão em contato com uma antiga marchinha de Carnaval que remete a um momento em que o país detinha o cultivo de muitos produtos agrícolas. A comparação das informações da marchinha com as da tabela pode exigir mais apoio do professor, já que envolve a releitura de dois textos para chegar a uma síntese. Na seção “Para ler mapa”, os estudantes deverão ser apoiados pela leitura de mapas temáticos, cabendo ao professor destacar o título e o significado das cores, para verificar a distribuição espacial das culturas apresentadas. Vale notar que os círculos de diferentes tamanhos servem para que tenham uma ideia do volume de produção em cada região ou unidade da federação. Aqui, se necessário, podem consultar um mapa com a divisão político-administrativa do país e utilizá-lo como referência para a localização e a expansão das culturas agrícolas. É importante ressaltar que essa expansão revela uma transformação dos quadros econômicos e sociais regionais, desfazendo a ideia de que prevalece nas regiões mais afastadas dos grandes centros econômicos do país uma agricultura de baixa produtividade e presença rarefeita de insumos industriais e tecnológicos nas práticas agrícolas. Ao contrário, cultivos agrícolas modernos e produtivos localizam-se em praticamente todas as regiões. Vale a pena destacar que a agricultura familiar responde pela maior parte da produção de gêneros alimentícios e pelo abastecimento do mercado interno. O exercício sobre a formação e a destruição de uma mata, na seção “Para ler texto expositivo”, visa incentivar a reflexão e o debate quanto à importância da responsabilidade das pessoas e das instituições pelos impactos de suas intervenções no ambiente. A aproximação com experiências locais ou regionais de uso sustentável dos recursos é importante para problematizar mitos associados à “preservação” da natureza como algo estático ou intocável, como se fosse possível manter santuários ambientais imutáveis. No outro extremo, é interessante gerar oportunidades para que os estudantes possam questionar a inevitabilidade da destruição ambiental para a produção de alimentos, de riquezas e do “progresso” social. Você pode apresentar à turma uma situação concreta que esteja sendo discutida em notícias de jornal ou que esteja sendo debatida em sua região, estimulando os alunos a construir e apresentar, de forma organizada, argumentos a favor e contra as intervenções ambientais. Outra possibilidade é organizar uma atividade complementar na qual todos os estudantes da turma elaboram um grande mural representativo das espécies presentes em determinado ecossistema. É possível planejar, também, uma exposição conjunta de várias classes, na qual cada turma se encarrega da pesquisa e da representação de determinado ecossistema brasileiro.

Sugestões de atividades complementares

Os estudantes poderão coletar depoimentos de familiares e membros da comunidade oriundos do meio rural sobre profissões, atividades, técnicas e processos produtivos empregados em diferentes regiões do país. É importante que eles procurem saber dos entrevistados as seguintes informações: o que produziam; se criavam animais; o tamanho da propriedade; se era utilizado apenas o trabalho familiar ou não; e, fundamentalmente, se a produção era capaz de prover a subsistência das pessoas. Nos casos em que pessoas ou famílias deixaram o trabalho agrícola e o meio rural, é importante saber quais fatores interferiram nessa decisão. Os depoimentos podem ser apresentados oralmente ao restante da turma.

Para saber mais

Atlas em linguagem acessível e com cartografia inovadora. Ver em especial o Capítulo 5, que trata das dinâmicas do mundo rural no Brasil contemporâneo. THÉRY, H.; MELLO, N.. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. Dados recentes sobre a produção agropecuária brasileira podem ser obtidos no portal do IBGE (pesquisar dados do Censo Agropecuário 2008, publicados em 2009).Disponível em: <http:// www.ibge.gov.br>.

Capítulo 5

De quem é essa terra? Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Objetivos didáticos

Leitura

Localizar e realizar generalizações na leitura de gráfico de colunas. Reconhecer informações implícitas no poema. Apreender a ideia principal dos textos trabalhados no capítulo e suas relações temáticas. Comparar mapas para compreender o processo de ocupação e distribuição de terra no Brasil. Descrever fotografias e sua relação com a reforma agrária.

Produção de textos

Elaborar listas e quadros com o objetivo de melhor compreender o conceito de propriedade.

Gêneros e suportes trabalhados

Fotografia Gráfico Mapa Poema Texto expositivo

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Socializar e apresentar informações nos trabalhos em grupo que envolvem pesquisas. Oralidade Discutir e sustentar um ponto de vista sobre as temáticas desenvolvidas no capítulo. Conhecimentos linguísticos

Refletir sobre o uso de siglas que são comumente utilizadas em notícias e/ou reportagens.

Estudos da sociedade e da natureza

Compreender o conceito de propriedade individual e coletiva. Compreender o processo de ocupação e distribuição da terra no Brasil. Compreender a utilização de modelos como instrumento de trabalho das ciências.

Comentários das seções e atividades

Fotografia Gráfico Mapa Poema Texto expositivo

A história da ocupação das terras brasileiras e a desigualdade social gerada por uma distribuição que concentra muitas terras nas mãos de poucas pessoas são os temas centrais do capítulo. A seção “Em roda” inicialmente discute uma noção importante: a propriedade da terra, uma chave para entender as questões fundiárias, sobretudo a concentração de terras em nosso país. Na seção “Para ler texto expositivo”, fazemos referência à Constituição brasileira, que garante o direito de propriedade a qualquer cidadão. Propomos também uma primeira definição do que é propriedade privada. Observe com atenção a atividade 3, que pede comparação entre as finalidades dos dois proprietários de terras. Na seção “Em grupos”, propomos que os estudantes investiguem a sua realidade para identificar a forma de organização da propriedade no lugar onde vivem, especialmente as propriedades privadas. Para orientar a discussão em grupos, o professor pode oferecer alguns subsídios sobre a questão da terra nos dias atuais: movimentos sociais, dados sobre a desigualdade na distribuição de terras e notícias publicadas em jornais ou revistas. Também na seção “Em grupos”, aprofundamos a discussão sobre a distribuição da terra no Brasil, apresentando dois gráficos em que fica evidente a grande concentração de terras nas mãos de poucos proprietários. Esse é mais um momento em que é importante o trabalho com a leitura de gráficos, por isso são oferecidas algumas questões que ajudam o estudante a interpretar os dados presentes no gráfico. Destaque as cores da legenda e sua relação com as informações. Como os gráficos versam sobre os anos de 1985 e 2009, é importante que todos percebam como a situação se alterou ao longo dos anos. Uma boa questão para pesquisa é: por que o gráfico está assim nos dias de hoje? Ao responder às questões, é importante que os estudantes explicitem como chegaram à determinada conclusão A discussão continua com a leitura e recitação do poema “O cântico da terra”, de Cora Coralina. Antes da leitura, fale um

pouco sobre a poetisa e sua forte relação com o tema da terra. Faz-se necessária também uma discussão sobre possíveis palavras e expressões que os alunos não compreendam no texto. As perguntas de compreensão exploram a capacidade de entendimento geral do texto, solicitando aos alunos tanto para localizarem informações explícitas como referências implícitas. O verso “Do meu barro primeiro veio o homem” faz, por exemplo, uma referência ao texto bíblico. Fazer relações com outros textos (intertextualidade) é uma capacidade que é necessária para os estudantes realizarem uma leitura mais autônoma. No subcapítulo “A origem da desigualdade”, fazemos referência à origem histórica das desigualdades quanto à distribuição da terra no Brasil. Sugerimos, então, na seção “Para ler mapa” a observação e comparação do mapa das capitanias hereditárias, no qual já podemos perceber um dos pressupostos da formação de grandes propriedades no Brasil. Vale lembrar que essas áreas eram grandes extensões de terra doadas a indivíduos escolhidos pelo rei de Portugal. Na seção “Para ler fotografia”, do subcapítulo “A reforma agrária”, colocamos em questão a reforma agrária, que se relaciona diretamente com a luta dos movimentos sociais ligados à terra. Ao analisar as imagens, é importante, conforme solicitam as questões, estimular o estudante a imaginar o que está acontecendo em cada situação, pois essa é uma forma de desenvolver a habilidade de levantar hipóteses sobre um dado problema, o que é essencial para a leitura de textos informativos, como reportagens e notícias. Ao fazer a leitura das fotografias, o leitor pode antecipar a temática dos textos ou a opinião do veículo de comunicação ( jornal, revista etc.). Na seção “Para pesquisar”, os estudantes devem aprofundar a análise dos movimentos sociais ligados à terra, levantando mais dados sobre eles. Para isso, podem ser consultados os sites oficiais desses movimentos e também revistas e jornais. No entanto, é preciso tomar o cuidado de se construir um olhar crítico sobre essas publicações, pois não ocorre só um relato dos fatos, mas uma tomada de posição marcada por uma posição ideológica. Esse é um tema que gera muita polêmica. De outro lado, permite exercitar o espírito crítico, uma das tarefas essenciais para a formação dos sujeitos. Encerrando o capítulo, na seção “Pensando sobre a língua”, utilizamos manchetes de jornal para propor uma reflexão sobre o uso de siglas que nomeiam instituições e movimentos sociais.

Para conhecimento do professor

Em agricultura e geologia, solo (crosta terrestre) é a camada que recobre as rochas, sendo constituído de proporções e tipos variáveis de minerais e de húmus (matéria orgânica decomposta pela ação de organismos do solo). Também se refere, de modo mais restrito, especialmente na agricultura, à camada na qual é possível desenvolver-se a vida vegetal. É pelo direito de utilização dessa porção do planeta Terra que muitos trabalhadores rurais engajam-se em movimentos sociais.

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Sugestões de atividades complementares

1. Explorar letras de músicas, cenas de filme e/ou novelas que tratem da questão da reforma agrária. 2. Promover também a leitura de notícias e reportagens sobre o tema da reforma agrária no seu município ou estado.

Para saber mais

Para obter dados atualizados sobre a distribuição de terras no país, consulte os portais do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) <http://www.incra.gov.br> e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) <http://www.mda.gov.br/portal/>. É importante também obter dados, análises e visões de movimentos sociais do campo, como o do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) <http://www.mst.org.br> e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura <http://www.contag.org.br>.

Capítulo 6

Quanto custa viver nas cidades Aprendizagens Eixos de aprendizagem Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Selecionar informações em texto expositivo e em extrato bancário.

Refletir sobre as informações do capítulo Produção sobre cheques e a forma correta de preenchide textos mento. Produzir dicas e/ou sugestões de economia. Oralidade Conhecimentos linguísticos

Conhecimentos matemáticos

Socializar e apresentar informações nos traba- Cheque Dicas lhos em grupo que envolvem pesquisa. Extrato bancário Refletir sobre o significado de palavras e expressões comumente utilizadas no uso de Fotografia Texto expocheques e transações bancárias. sitivo Identificar valores de cédulas e moedas que circulam no Brasil e fazer trocas entre elas em função de seus valores. Resolver situaçõesproblema envolvendo situações de compra e venda. Exercitar o cálculo mental em situações envolvendo dinheiro.

Comentários das seções e atividades

A contextualização proposta neste capítulo, a partir de preços de produtos e serviços nas cidades e relações de compra e venda, é pretexto para transmitir aos estudantes informações úteis sobre o sistema monetário brasileiro, sobre o preenchimento de cheque, conta bancária e orçamento doméstico. Inicialmente, na seção “Em roda”, propomos aos estudantes a análise de fotografias e a reflexão a respeito do custo dos bens e serviços nas cidades. No subcapítulo “Do sal às moedas e cédulas”, um texto expositivo apresenta aos alunos uma breve história do dinheiro. Paralelamente à apresentação dessas informações, no subcapítulo “Utilizando cálculos mentais”, são apresentadas situações simples, envolvendo adição e subtração e exercícios de cálculo mental. As atividades também possibilitam o exercício da leitura e da escrita de números e o estabelecimento de relações entre valores das cédulas e das moedas, utilizando a notação convencional do real. As situações de troca com cédulas e moedas favorecem a compreensão da lógica dos agrupamentos que caracteriza nosso sistema de numeração. Caso haja condições, os estudantes poderão dispor de cópias de cédulas e moedas para realizar a atividade. Na seção “Com a calculadora”, as atividades 1 e 2, nas quais se discute como “facilitar o troco”, favorecem a compreensão da ideia de compensação, comumente aplicada no cálculo mental. No último subcapítulo, “Sabendo usar não vai faltar”, propomos aos estudantes uma atividade prática de registro de despesas, gastos previstos e gastos reais e também uma reflexão sobre maneiras de economizar em alimentação, vestuário, chuveiro elétrico e telefone.

Sugestões de atividades complementares

1. Registrar diferentes quantias no quadro de giz para que os 2.

3.

4. 5.

estudantes formem essas quantias com as cédulas e moedas. Propor a elaboração, em pequenos grupos, de uma lista do que se pode comprar com o valor de cada moeda e de cada cédula do nosso dinheiro. Comparar as listas dos grupos. Analisar preços, ler e comparar diferentes quantias e resolver situações-problema pela análise de folhetos de propaganda de estabelecimentos comerciais. Fazer pesquisa sobre a moeda de outros países. Fazer pesquisa de preços.

Para conhecimento do professor

O cálculo é uma atividade básica para a formação do indivíduo e, por isso, precisa ser exercitado no âmbito escolar. Historicamente, o cálculo sempre esteve ligado a problemas concretos do mundo cotidiano, caracterizando-se como uma expressão comunicativa. Nos dias de hoje, os impactos causados pelo uso de calculadoras, balanças digitais, programas de informática restringem cada vez mais a necessidade do uso de lápis e papel para calcular. Dessa forma, o foco no cálculo escrito foi deslocado para os procedimentos de cálculo mental exato e aproximado, como estratégia de controle e verificação de resultados em situações do dia a dia. 47

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Além da utilidade prática, o cálculo mental favorece o desenvolvimento da atenção, da sistematização e da memória, ajuda a desenvolver a verificação aproximativa, a estimar a ordem de grandeza de um resultado antes de fazer o cálculo efetivo, ajuda na compreensão dos números e dos diversos modos de produzir escritas numéricas. Contribui também como um elemento motivador que permite eliminar passos intermediários da linguagem escrita, valorizar caminhos pessoais na busca de soluções e eliminar alguns problemas de simbolização como, por exemplo, o “vai um” que aparece no cálculo escrito. O cálculo mental, portanto, reúne um aspecto funcional numérico e um aspecto funcional lógico que possibilita ampliar a pensamento matemático, o domínio da arquitetura estrutural dos números, as possibilidades de aplicação no mundo material. Além da exatidão e rapidez, o cálculo mental incorpora a segurança psicológica e o desenvolvimento de formas de imaginação entre suas características. (Adaptado de textos apresentados em “GIMÉNEZ, J.; GIRONDO, L. Cálculo en la escuela: reflexiones y propuestas. Barcelona: Graó Editorial, 1993).

Para saber mais

É comum encontrar, em agências bancárias, folhetos, revistas e almanaques que trazem informações sobre o sistema monetário nacional e com linguagem simples que explicam à população operações como abrir ou encerrar uma conta, descontar e compensar cheques, usar cartão magnético, transferir valores etc. Procure esse material nas agências bancárias de sua cidade ou nos portais do Banco Central do Brasil, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, na internet para distribuir aos estudantes.

Capítulo 7

Movimentos sociais no campo e na cidade Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos Descrever fotografias relacionando-as a movimentos sociais. Discutir sobre a função das legendas nas fotografias que compõem vários textos. Localizar informações e fazer generalizações na leitura de texto expositivo e reportagem. Assumir uma posição crítica e reflexiva diante dos fatos retratados nos textos verbais e nas imagens.

Gêneros e suportes trabalhados

Fotografia Legenda Reportagem Texto expositivo

Produção de textos

Produzir legendas de fotografias que retratam movimentos sociais. Elaborar cartazes com os principais resultados encontrados na pesquisa.

Apresentar resultados de pesquisas com auxílio de textos escritos (cartazes etc.). Contribuir na organização de debate Oralidade regrado e participar dessa atividade. Posicionar-se e defender um ponto de vista de forma clara, levando em Fotografia consideração os possíveis contra-argu- Legenda mentos do grupo. Reportagem Conhecimentos linguísticos

Texto expoRefletir sobre a notação do som /s/ nas sitivo

sílabas ce e ci.

Compreender o conceito de movimento social. Estudos Reconhecer os diferentes movimentos da socie- sociais existentes no Brasil contempodade e da râneo. natureza Saber observar e descrever imagens. Saber realizar pesquisas utilizando diferentes fontes.

Comentários das seções e atividades

O Capítulo 7 tem como objetivo colocar em destaque o conceito de movimento social e fazer referência a vários desses movimentos na sociedade contemporânea. Na seção “Em roda”, propomos um levantamento do conhecimento prévio dos estudantes, que devem dizer o que entendem por movimento social e quais deles conhecem ou participam em sua localidade. Em seguida, na seção “Em ação”, aparecem dois movimentos sociais organizados com diferentes objetivos. Deve ser valorizado, mais uma vez, o trabalho de descrição e observação das imagens, para que se possa tirar o maior número de informações possível dessas fotografias. Vale lembrar que a primeira foto refere-se a uma marcha contra o racismo, uma luta encampada por diversos segmentos da sociedade. A segunda foto aponta um importante movimento pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. Naquela ocasião, milhões de pessoas saíram às ruas para depor o presidente e protestar contra a corrupção em seu governo. Na seção “Em grupos”, os estudantes são convidados a compreender a importância das legendas que acompanham as fotografias nos textos jornalísticos, na divulgação científica ou nos textos didáticos. Sugerimos que você leve ou peça aos alunos que levem para a sala de aula textos em que apareçam a interação entre fotografias e legendas. É muito importante que se compreenda que as legendas oferecem um contexto para a imagem. Informam

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quando, onde e por que um determinado evento ocorreu. Podem até mesmo conter uma interpretação sobre o significado daquele evento. Essa é uma forma de atribuir significado e contextualizar uma imagem. É importante destacar que os movimentos sociais retratados destacam lutas importantes no campo e na cidade, nos quais os cidadãos exercem seu legítimo direito de se manifestar em espaços públicos. Em “É a vez de falar! – Debate regrado”, é possível utilizar sites, jornais e revistas para localizar informações acerca dos movimentos sociais existentes, mas, mais uma vez, é necessário fazer uso do espírito crítico para não tomar como verdade absoluta o que está exposto nessas matérias. É preciso comparar informações consultando mais de uma fonte, pois existem posições muito antagônicas sobre esses movimentos. Há claramente aqueles que apoiam os movimentos e aqueles que lutam pela extinção dos mesmos. Essa posição crítica deve ser incentivada também no processo de discussão entre os estudantes e na apresentação dos resultados em sala de aula. No subcapítulo “Os movimentos sociais e as mudanças”, destacam-se vários momentos em que os movimentos sociais tiveram importante papel para que mudanças ocorressem na sociedade. Em três situações diferentes: abolição da escravatura, movimento de mulheres e movimento dos semteto, ocorre um processo de resistência e reivindicação que leva a uma transformação. O conceito de resistência, aliás, não deve ser entendido apenas como a capacidade de resistir ou suportar, mas sim como uma atitude que questiona a ordem e propõe mudanças. Em todos esses casos, os alunos devem realizar leituras e deve ser valorizado o trabalho de compreensão do texto. É recomendável que, em algumas situações, a leitura de títulos e trechos dos textos seja feita em voz alta ou em grupos, para que os estudantes desenvolvam a prática de leitura e tomem consciência das suas dificuldades ao ler um texto. Pouco a pouco, eles se tornarão capazes de ler textos integrais. Ao fazer a leitura da reportagem, na seção “Para ler reportagem”, leve jornais e revistas para a sala de aula para mostrar aos estudantes que a reportagem, normalmente, vem acompanhada de fotografias e ocupa um espaço bem maior do que as notícias na mídia impressa. Lembre-se de que os alunos podem ter dificuldade na leitura, pois o texto encontra-se diagramado em duas colunas. Esse é um bom momento para iniciar a exploração da diagramação dos textos jornalísticos, pois ela será retomada no próximo capítulo. A seção “Pensando sobre a língua” traz uma breve reflexão sobre a notação do som /s/ nas sílabas ceci. Como se trata de uma irregularidade, os alunos, na fase inicial de escolarização, costumam come ter erros de grafia, tais como: sidade/cidade ou sedo/ cedo. Antes de iniciar as atividades, coloque no quadro as sílabas ca, co, cu (estudadas no volume 2) e compareas com as sílabas ceci. Chame a atenção para a notação dos sons /k/ e /s/ nas sílabas, e sua relação com as vogais que aparecem após a letra c. Realize as atividades 1 e 2 para conhecer palavras que apresentam tais sílabas. Nesse momento, é importante dizer aos alunos que não há regras para tal uso, mas que eles podem consultar o dicionário ou o professor em caso de dúvidas. Use jogos como bingo de palavras ou

construção de palavras com o alfabeto móvel para que percebam a grafia correta das palavras. Lembre-se de usar palavras conhecidas dos alunos e que poderão ser utilizadas em suas produções textuais. Possíveis respostas para a atividade 3: “Nova vacina contra a aids.../ Passeata contra a violência paralisa a cidade.../ Consumo de drogas começa cada vez mais cedo.../ Acidente de trem deixa...” Peça que os alunos criem outros títulos de notícia, consultando o dicionário.

Sugestões de atividades complementares

Discutir com seus alunos o documentário “Terra para Rose”, dirigido por Tetê Morais, em 1987. O documentário retrata a luta pela reforma agrária no país no Rio Grande do Sul, nos anos 1980. O documentário “O sonho de Rose”, da mesma diretora, mostra como estão as 1 500 famílias que participaram da primeira ocupação de terra improdutiva no Brasil.

Para saber mais

Sobre fotojornalismo, sugerimos a leitura de: FARIA, M. A leitura do jornal e do fotojornalismo. In: Marildes Marinho (Org.). Ler e navegar: espaços e percursos da leitura. São Paulo: Mercado de Letras, 2001. ZANCHETA JÚNIOR, J. Fotojornalismo. In: Imprensa escrita e telejornal. São Paulo: UNESP, 2004.

Capítulo 8

Minha cidade é notícia! Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos Reconhecer o que é uma notícia, levando em consideração os fatos ocorridos e as maneiras de informar os leitores. Identificar as informações na primeira página do jornal e analisar sua diagramação. Perceber a função dos elementos da primeira página do jornal. Antecipar hipóteses e verificá-las durante a leitura de manchetes, chamadas e notícias. Identificar ideias principais e temáticas na leitura de chamadas e notícias. Realizar uma leitura crítica do jornal e da relevância dos fatos selecionados para virarem notícias.

Gêneros e suportes trabalhados

Chamada Fotografia Jornal impressoManchete Notícia Telejornal

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Produzir gráfico de colunas com as informaProdução ções obtidas na pesquisa em sala de aula. de textos Organizar e produzir um jornalmural, com ênfase na produção de notícias. Participar das discussões coletivas sobre o tema do capítulo. Oralidade Relatar de forma clara as conclusões das discussões realizadas nos grupos para os demais colegas de classe. Completar lacunas de uma notícia a partir de uma lista de palavras, de modo a atribuir Conheci- coerência ao texto. Refletir sobre a organização das informações mentos linguísti- nas manchetes (implícitas e ). Refletir sobre o som /k/ e as várias possibilicos dades de notação ortográfica, nas sílabas ca, co, cu e qua, que, qui e quo. Compreender o conceito de movimento social. Estudos Reconhecer os diferentes movimentos sociais da socieexistentes no Brasil contemporâneo. dade e da Observar e descrever imagens. natureza Realizar pesquisas utilizando diferentes fontes.

Comentários das seções e atividades

Chamada Fotografia Jornal impressoManchete Notícia Telejornal

Na sociedade em que vivemos, ter acesso à informação tornou-se uma prática comum. Mais do que nunca, vivemos na “Era da Informação” e das comunicações rápidas. O capítulo 8 explora a relação entre os fatos que acontecem nas várias cidades do Brasil e as formas de seleção e apresentação deles na mídia (rádio, televisão, jornal, revista etc.). O foco do trabalho é com o jornal impresso e o telejornal, com destaque para o gênero notícia. No entanto, é importante que o professor mostre aos estudantes que há outros gêneros que compõem o jornal impresso (classificados, resumos de programas de televisão, propagandas, histórias em quadrinhos etc.) e o jornal televisivo (entrevistas, charges, previsão do tempo etc.). É importante iniciar o capítulo conhecendo como os jovens e adultos que frequentam sua aula fazem para ficar informados dos fatos que acontecem ao seu redor. As seções “Em roda” e “Em grupos” podem ajudá-lo a traçar um perfil da turma em relação aos meios de comunicação que mais utilizam. Provavelmente, o jornal impresso não é o meio mais utilizado pelos estudantes, perdendo talvez para a televisão e o rádio. Para os leitores com pouca escolarização se tornarem leitores do jornal impresso, é preciso que compreendam como ele se organiza, qual é a sua função na sociedade, como os textos são produzidos e os fatos selecionados etc. Devem perceber também que os títulos, fotografias, diagramas, chamadas, manchetes, cadernos e seções são dispositivos usados pelo jornal para que o leitor obtenha o máximo de informações no menor espaço de tempo. No subcapítulo “O que vira notícia?”, partimos da ideia de que a notícia não é neutra. A própria seleção do que será noticia-

do ou não, feita por um jornal ou por um programa de rádio, já mostra que houve escolhas. Tais escolhas devem ser discutidas com os estudantes para que percebam que a notícia também é uma “mercadoria”. Quando acontece alguma tragédia, fatos políticos ou fatos que envolvam alguma personalidade, por exemplo, a mídia volta-se para aquele acontecimento com destaque. Os estudantes, para serem leitores mais críticos, devem perceber que há escolhas e hierarquia na apresentação dos fatos para os leitores e ouvintes de notícias nos meios de comunicação: qual notícia é mais importante? Qual ganhará mais destaque? Por quê? Refletir sobre a seleção e organização dos fatos que merecem ser noticiados em um veículo de comunicação leva os alunos a perceber a dinâmica das agências especializadas em produzir a notícia. Chame a atenção para a definição dos assuntos a serem tratados no jornal (a pauta) e como os jornalistas abordam os diversos assuntos. É importante que o estudante perceba que apenas alguns fatos viram notícia e que ela pode apresentar algumas informações e omitir outras. Nesse caso, você pode mostrar que escrever uma notícia é um processo que vai desde a seleção do que vai ser noticiado, passando pela diagramação do jornal e pelo público que consumirá a “mercadoria”. O trabalho com a notícia no livro didático precisa ser feito com cautela, pois os fatos apresentados não são recentes. Para um trabalho eficaz com a notícia, é importante trazer para a sala de aula notícias recentes, publicadas em jornais que circulam no município ou no estado. A comparação de notícias veiculadas por diversos jornais ajuda os alunos a perceber como os jornais apresentam um mesmo fato de forma diferente e como isso se reflete na organização da notícia. O capítulo também possibilita trabalhar com a primeira página do jornal, na seção “Para ler primeira página de jornal”. Se, até meados do século XX, as primeiras páginas eram compostas apenas de textos verbais, hoje há um intenso uso de cores, imagens e textos não verbais. Ressalte a diagramação da primeira página, o lugar da manchete, da chamada, o tipo de letra usada etc. Os estudantes devem perceber que a manchete é o título da notícia considerada a mais importante do dia, assim como a chamada é um texto curto que resume algumas notícias e reportagens, tratadas com maior profundidade nos cadernos ou seções do jornal. A relação entre as imagens (fotografias, mapas e ilustrações etc.), a manchete e as chamadas também devem ser analisadas de forma crítica. Por que o jornal escolheu determinada foto e não outra? Outra atividade interessante é observar a relação entre a imagem que é mostrada e o que é dito pelos repórteres ou locutores, nos jornais televisivos. Classificar as notícias em políticas, esportivas, policiais e culturais permite aos estudantes conhecer melhor as temáticas que são exploradas pelos jornais e sua relação com o interesse do público. Ler jornais recentes e perceber como os cadernos são organizados ajuda os alunos a conhecer melhor o jornal. Mostre aos alunos que ler jornal significa também saber selecionar as notícias de interesse do leitor e que, portanto, é preciso saber localizar os diversos cadernos.

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O subcapítulo “O fato virou notícia!” traz atividades de compreensão de texto que exigem do aluno levantar e checar hipóteses, além de perceber que há informações implícitas nas manchetes ou chamadas dos jornais. Essa é uma estratégia para deixar o leitor curioso em ler a notícia em outras páginas do jornal. É importante que os alunos percebam que há informações dadas na primeira página e outras que só são obtidas com a leitura completa da notícia. A seção “Pensando sobre a língua” retoma a discussão do capítulo anterior sobre a dificuldade dos alunos no emprego do c e do dígrafo qu. Nas atividades iniciais, é importante que o aluno perceba a posição das sílabas (inicial, medial) e a pronúncia das sílabas. O enfoque é nas sílabas ca, co, cu, qua, que, qui, quo, mas já podemos afirmar que a maior dificuldade dos jovens e adultos é nas palavras iniciadas por qua. Acreditamos que a comparação com outras famílias silábicas é uma excelente forma de perceber essa questão ortográfica, assim como a pesquisa de outras palavras e a consulta ao dicionário. Por essa comparação de palavras, os estudantes podem perceber que há poucas palavras que se escreve com cua no início ou no meio da palavra. Palavras, inclusive, que são pouco utilizadas. A maioria das palavras que começa com o som /kua/ é de fato escrita com qua. Se achar pertinente, discuta com os alunos as diferenças entre a pronúncia do /u/ em que/que e qui/qui (como em “leque” e “consequente” e “quiabo” e “equino”) e também sobre o encontro consonantal qu, pois os alunos podem escrever qeijo/queijo; qero/quero etc. No final do capítulo, os alunos podem começar a prática de ter um jornal-mural em sala de aula. Assim, podem produzir as próprias notícias ou trazer notícias publicadas em outros meios de comunicação. A escolha das notícias e informações que interessem aos colegas, a organização do material e sua disposição no mural ajudam o estudante a compreender o funcionamento da escrita nos jornais impressos. É importante também que haja um horário semanal para a discussão e a produção dos textos.

Capítulo 9

Para saber mais

Comentários das seções e atividades

ZANCHETTA JÚNIOR, J. Imprensa escrita e telejornal. São Paulo: Unesp, 2004. Outras sugestões de leitura são: BARBOSA, J. P. Notícia, trabalhando com os gêneros do discurso. São Paulo: FTD, 2002. FARIA, M. A. O jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2004. _____. Para ler e fazer o jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002.

A cidade na arte da palavra Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Comparar fotografia e pintura de um mesmo local, buscando identificar semelhanças e diferenças. Levantar e checar hipóteses sobre a temática do texto a partir do título. Identificar informações no texto. Inferir informações implícitas no texto. Chegar a conclusões sobre o tema a partir da leitura do texto. Refletir sobre a função da repetição em um poema. Crônica Expressar opinião a partir de temáticas Fotografia abordadas nos textos.

Pintura

Discutir com a turma sobre características Poema das cidades. Oralidade Vivenciar a leitura em voz alta, associando o ritmo de leitura ao sentido do poema. ConheciRefletir sobre linguagem figurada, como em mentos “ouvido ligado”, e sobre a função dessas linguístiexpressões em textos literários. cos Estudos da socie- Refletir sobre as singularidades de cada dade e da centro urbano. natureza

O capítulo 9 trata das representações de cidades nos textos literários. O objetivo maior é proporcionar aos alunos momentos de leitura, fruição e reflexão sobre os vários pontos de vista sob os quais uma cidade pode ser abordada em textos da literatura. Os alunos podem agora se debruçar sobre os textos literários, naquilo que eles têm de único, de especial, que nos emociona, nos diverte, nos faz pensar sobre a vida e, especialmente, sobre as cidades. O mais importante é que eles percebam como os artistas da palavra – escritores, poetas, cronistas – aproximam seu olhar das cidades: ora com encantamento, ora com decepção, ora com um misto de sentimentos. Esses sentimentos são expressos por meio de uma escolha cuidadosa de palavras, algo sobre o que os alunos devem pensar. No subcapítulo “Um mesmo lugar, muitos olhares”, o aluno é convidado a expressar seus pontos de vista sobre a cidade em que mora e em que nasceu. Essa atividade prepara para a comparação de pontos de vista sobre as cidades, realizada na seção “Em roda”. 51

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Em “Para ler fotografia e pintura”, o aluno se depara com imagens de cidades, ora mais próximas do real, como as fotos selecionadas, ora com um olhar mais pessoal do autor, como as pinturas. O importante não é os alunos fazerem uma análise profunda da obra artística, mas sensibilizá-los para as várias maneiras de olhar a cidade. O subcapítulo “Minha cidade tem poesia” aprofunda esse olhar sobre o que há de singular e único para ser observado numa cidade. Para isso, as questões se dirigem para o que se destaca em cada cidade, em cada rua, como o que pode provocar emoções, trazer lembranças etc. Em “Para ler crônica”, o aluno é introduzido à crônica “Ruídos da minha rua”, que enfoca detalhes da rua. Estimule os alunos a pensar sobre o assunto da crônica apenas lendo o título. Essa estratégia permite que eles percebam o papel do título para dar pistas sobre o conteúdo de um texto ou para despistar o leitor sobre esse conteúdo. Leia o texto em voz alta para os alunos, procurando expressar as emoções sugeridas no texto. O poema “Cidadezinha qualquer”, na seção “Para ler poema”, traz o cotidiano de uma cidade pequena, num texto curto e muito significativo escrito por Carlos Drummond de Andrade. Procure explorar com os estudantes o que os poucos versos revelam sobre o modo de vida da cidade descrita, fazendo associações com a foto. A leitura em voz alta, mais uma vez, é muito importante para que os alunos se apercebam da função do ritmo na construção do poema. Como esse é um texto mais curto, solicite que os alunos leiam em voz alta, após uma primeira leitura realizada pelo professor. No ensaio para essas leituras, diversas entonações podem ser experimentadas pelos estudantes e comparadas entre si. A seção “Pensando sobre a língua” enfoca a linguagem figurada, principalmente as metáforas. Promova uma discussão sobre as possibilidades de interpretação das expressões destacadas. É interessante ampliar essa reflexão, com outras expressões trazidas pelos alunos e pelo professor. Os provérbios são um bom recurso, já que frequentemente apresentam uma linguagem figurada, cheia de metáforas. O subcapítulo “A alma da cidade” finaliza o capítulo com a crônica de Rubem Alves. Nesse texto, na seção “Para ler crônica”, o autor fala da “alma” das cidades, que pode ser encontrada nas coisas mais simples. Promova um momento de livre expressão sobre o que os alunos pensam sobre a alma da cidade em que moram ou em que nasceram. Ao final do capítulo, espera-se que os alunos tenham se sensibilizado para um olhar mais poético sobre a cidade, e para a leitura de textos literários.

Sugestões de atividades complementares

Seria muito proveitoso ler textos de autores locais, sobre a cidade em que moram os alunos ou que visitam regularmente. Procure informações na biblioteca da escola ou da cidade. Você pode explorar mais a leitura em voz alta de poemas, promovendo sessões de declamação na sala de aula ou na escola. A leitura de poemas em voz

alta pode ser uma ótima oportunidade para compartilhar experiências, além de permitir aos alunos momentos de prazer, de fruição estética, pouco comuns em seu cotidiano geralmente árido. A produção de poemas, quadrinhas, cordéis, crônicas pelos alunos, abordando a cidade, também pode ser estimulada a partir do trabalho realizado no capítulo. Os textos elaborados devem ser revistos e reescritos, de preferência, com a colaboração dos colegas. Posteriormente, devem ser expostos na escola e na comunidade, para circular em outros locais além da escola, valorizando a criação dos alunos. Uma exposição de fotografias que mostre a cidade sob vários pontos de vista pode também ser uma atividade realizada com os alunos. Poemas, músicas e outras expressões artísticas podem ajudar na organização da exposição. Em seguida, convide outros alunos e a própria comunidade para apreciar a exposição.

Para saber mais

Para ampliar o repertório de textos literários sobre cidades, sugerimos os seguintes livros de poemas: CORALINA, C. Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. 22. ed. São Paulo: Global, 2000. Este poema narra a viagem, a pé, de uma família de retirantes nordestinos, desde o sertão até a cidade de Recife (PE). Nessa obra, o aluno pode ter contato com diversas realidades, da zona rural à cidade. MELO NETO, J. C.. Morte e vida severina e outros poemas para vozes. São Paulo: Nova Fronteira, 2006. Outros poemas podem ser encontrados na internet, nos seguintes sites: <http://www.webzip.com.br/elisalucinda/indexport.html> <http://www.memoriaviva.com.br> <http://www.culturabrasil.org> <http://www.releituras.com> Os dois livros a seguir auxiliam o professor a trabalhar com poemas na sala de aula: PINHEIRO, H. Poesia na sala de aula. 2.ed. João Pessoa: Ideia, 2002. MARINHO, A. C. Cordel na sala de aula. São Paulo: Duas Cidades, 2001.

Capítulo 10

Calculando na cidade Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Leitura de tabela de entrada simples ou única.

Gêneros e suportes trabalhados Ilustração Quadro de números Tabela CONTINUA...

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... CONTINUAÇÃO

Organização de mural para exposição de reProdução sultados de situações-problema, envolvendo de textos operações de divisão e multiplicação. Discutir sobre formas espaciais encontradas Oralidade nas cidades.

Conhecimentos matemáticos

Associar a multiplicação à ideia de configuração retangular e de proporcionalidade. Associar a multiplicação à divisão por meio da resolução de situações-problema. Construir, organizar e memorizar os fatos básicos da multiplicação para constituir um repertório básico de cálculo. Identificar algumas propriedades e regularidades na multiplicação.

Ilustração Quadro de números Tabela

Estudos da socieRefletir sobre formas espaciais urbanas. dade e da natureza

Comentários das seções e atividades

Neste capítulo introduzimos o estudo do campo multiplicativo que engloba a multiplicação e a divisão. Assim como no campo aditivo, que sugere o trabalho paralelo entre a adição e a subtração, destacamos a importância de um trabalho conjunto entre a multiplicação e a divisão. Frequentemente a multiplicação é apresentada como um caso particular de adição – quando as parcelas envolvidas são todas iguais. No entanto, essa abordagem não é suficiente para que os estudantes compreendam e resolvam outras situações relacionadas à multiplicação, mas apenas aquelas que são essencialmente aditivas. Outro caso significativo da multiplicação é o de uma configuração retangular, presente em muitas situações práticas e de fácil compreensão para os estudantes. A solução de problemas relacionados a esse significado aparece nesse capítulo na situação do estacionamento de automóveis, da disposição das casas no conjunto habitacional, na arrumação das carteiras na sala de aula. Todas elas podem ser encontradas graficamente por meio do desenho de linhas e colunas. Por exemplo: Em um engradado há 4 fileiras com meia dúzia de garrafas em cada uma. Quantas garrafas há no engradado?

Em um engradado há 24 garrafas dispostas em 4 fileiras com o mesmo número de garrafas. Quantas garrafas há em cada fileira? Em um engradado onde cabem 24 garrafas podese colocar meia dúzia de garrafas em cada fileira. Quantas fileiras há nesse engradado?

A associação entre a multiplicação e divisão permite obter outras duas situações: A segunda, cuja solução pode ser obtida por meio da operação 24: 4 = 6. E a terceira, cuja solução pode ser obtida por meio da operação 24 : 6 = 4. Explorando situações como essas, os alunos poderão construir uma visão geométrica da multiplicação associando à forma de um retângulo e em casos particulares à forma de um quadrado (número multiplicado por ele mesmo). O trabalho com esse significado da multiplicação constitui uma base para a construção do conceito de área de uma superfície retangular. Outra parte significativa dos problemas relacionados à multiplicação apoia-se na ideia de proporcionalidade (comparação entre razões) presente neste capítulo nas situações envolvendo: janelas e andares, trabalho semanal, livros e prateleiras. Por exemplo: Um grupo é formado por 4 estudantes. Numa turma há 5 grupos. Quantos estudantes há nessa turma? Os 20 estudantes de uma turma estão distribuídos igualmente em 5 grupos. Quantos estudantes há em cada grupo?

Os 20 estudantes de uma turma agruparamse em grupos de 4. Quantos grupos foram formados?

1 grupo

– 4 estudantes

2 grupos

– 8 estudantes

3 grupos

– 12 estudantes

4 grupos

– 16 estudantes

5 grupos

– 20 estudantes

20 estudantes – 5 grupos 1 grupo – ? estudantes

4 estudantes em 1 grupo 20 estudantes em ? grupos

Na primeira situação, temos a relação “1 está para 4 assim como 5 está para 20”. O resultado 20 pode ser obtido por meio da operação 4 x 5 = 20. A partir dessa situação de proporcionalidade pode-se formular outras relacionadas com a divisão. A segunda, que pode ser resolvida por meio da operação 20 : 5 = 4. E a terceira, que pode ser resolvida por meio da operação 20 : 4 = 5. Ao final do capítulo são apresentadas atividades de construção e organização dos fatos básicos da multiplicação, por meio das quais os estudantes poderão observar algumas regularidades como, por exemplo, constatar que nas multiplicações por 2, todos os resultados são pares e nas multiplicações por 5 os resultados terminam em 0 ou 5. Também poderão verificar a existência do elemento neutro na multiplicação (qualquer número multiplicado por 1 é igual a ele mesmo) e do elemento absorvente (qualquer número multiplicado por 0 é igual a 0) e a presença da comutatividade. Por exemplo: o resultado de 3 x 4 é igual ao resultado de 4 x 3.

Sugestões de atividades complementares Na primeira situação a solução é obtida por meio da operação 4 x 6 = 24.

1. Propor outras situações-problema que envolvam a ideia de proporcionalidade e de configuração retangular. 53

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2. Construir resultados de multiplicações por 2, 3, 4 etc.; por meio de contagens de dois em dois, de três em três, de quatro em quatro etc. 3. Construir listas dos fatos básicos da multiplicação pela adição ou pela subtração. Por exemplo: 6 x 3 pode ser calculado como 5 x 3 + 3 = 18 , e 9 x 3 como 10 x 3 – 3 = 27.

Para saber mais

Sobre divisão e multiplicação, consulte: BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Multiplicação e divisão: significados. In: Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática: 1o e 2o ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1997, p. 108112.

Eixo 4 – Sexualidade

Capítulo 1

Direitos sexuais e reprodutivos Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Objetivos didáticos

Leitura

Identificar e comparar informações em texto expositivo, lei, artigo de opinião e entrevista. Reconhecer a ideia central dos textos, construindo títulos que expressem uma leitura global. Identificar e distinguir fato e explicação, em textos expositivos, e expor fato e explicação em frases. Posicionar-se criticamente diante das informações veiculadas no texto expositivo, lei, artigo de opinião e entrevista. Ordenar fatos relatados no texto, na sequência em que ocorreram. Utilizar estratégias para busca de informações em páginas de dicionário.

Produção de textos

Construir coletivamente um glossário sobre questões relativas ao sexo e à sexualidade. Produzir um comentário sobre os símbolos utilizados em campanhas, para exposição em mural.

Gêneros e suportes trabalhados

Expressar opinião a respeito dos direitos sexuais e reprodutivos. Oralidade Defender um ponto de vista ou refutar argumentos nos debates em grupos ou coletivos. Refletir sobre o significado de palavras e expressões nos textos do capítulo. Organizar e consultar, de forma autônoma, palavras em ordem alfabética. Refletir sobre a ordem alfabética na Conheciorganização e ordenação das palavras no mentos linguísticos dicionário. Reconhecer a organização e as características textuais de uma página de dicionário. Identificar o referente de certas expressões num texto. Conhecer os direitos sexuais e reprodutivos reconhecidos no Brasil e avaliar em que medida eles são respeitados em nossa realidade. Desenvolver o respeito à diversidade humana nas formas de expressão dos desejos sexuais. Reconhecer que os estereótipos de gênero – Estudos da masculino e feminino – não são caracteríssociedaticas “naturais” e, por isso, podem e devem de e da ser modificadas quando trazem prejuízos à natureza qualidade de vida das pessoas e coletividades. Identificar as formas de transmissão e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e da aids, reconhecendo que todas as pessoas podem adquirir essas doenças. Valorizar a solidariedade como atitude e prática indispensáveis à convivência humana.

Artigo de opinião Cartaz Dicionário Entrevista Trecho de lei Texto expositivo

Comentários das seções e atividades

Artigo de opinião Cartaz Dicionário Entrevista Trecho de lei Texto expositivo

O Capítulo 1 é uma introdução à abordagem de diversos tópicos relacionados à sexualidade compreendida como uma característica humana que se expressa de acordo com os valores e das normas do tempo e do lugar onde vivemos. É importante salientar, entretanto, que a sexualidade é vivida de um modo singular por cada indivíduo da espécie humana e que, por isso, não é possível nem desejável impor padrões de comportamento. A afirmação dos direitos sexuais e reprodutivos de todas as pessoas é valorizada como ideia central, que orienta a abordagem de todos os Capítulos deste eixo. Uma atividade que perpassa todos os Capítulos deste eixo é a produção coletiva de um glossário. Sugerimos que, antes dessa produção, os alunos discutam a diferença entre glossário e dicionário, pois ambos estão presentes no capítulo. Eles podem fazer um glossário no próprio caderno ou criar um outro suporte. É importante que eles percebam, nessa fase inicial, a forma de organização do glossário (ordem alfabética) e sua função. Como ele será temático, sugerimos que os alunos escolham um título adequado para o assunto do glossário. Durante a leitura dos textos dos capítulos, surgem atividades que

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solicitam que eles verifiquem palavras desconhecidas e produzam breves definições em seus glossários. Nesses momentos, o professor terá um papel importante como mediador das interações dos alunos, apoiando o grupo em todas as etapas do trabalho: a consulta ao dicionário, a escolha do sentido adequado para a palavra pesquisada e o registro das definições em construção no quadro de giz. Uma boa estratégia é procurar construir uma primeira definição coletiva com o grupo e depois fazer a verificação em um ou vários dicionários. Na seção “Para ler dicionário”, a própria organização das páginas de um dicionário, sua diagramação, a organização das palavras em ordem alfabética etc. são retomadas para um uso mais eficaz. Na seção “Para ler texto expositivo”, colocam-se em debate os direitos sexuais e a questão da homossexualidade e da homofobia. Dado o potencial do tema para a polêmica, é importante que o professor seja sensível às diversas opiniões que os alunos possam manifestar, mas que encoraje uma discussão pautada em posicionamentos respeitosos e tolerantes. A avaliação crítica do preconceito e da discriminação em relação às pessoas homossexuais é uma questão importante na formação de cidadãos em nosso país, pois a intolerância em relação à diversidade sexual causa muitas violências, inclusive na escola. Atualmente, as violências sofridas na escola são um motivo importante de evasão escolar de estudantes homossexuais. É importante que todos os alunos (assim como professores e professoras) possam compreender que as pessoas podem ter opiniões e sentimentos diferentes em relação a esse tema. Entretanto, seja qual for a sua atitude pessoal, nada justifica a aceitação da homofobia, da violência e da violação dos direitos universais. Na seção “Para ler entrevista”, a partir da entrevista com João Nery, o professor pode colocar em pauta discussões sobre o preconceito sexual. É importante lembrar que a orientação sexual corresponde à orientação do desejo (por pessoas do mesmo sexo, por pessoas do outro sexo ou por pessoas de ambos os sexos). Já a identidade sexual corresponde ao modo como a pessoa se sente: como homem ou como mulher. São conceitos de natureza diferente, pois um homem homossexual (porque sente atração afetiva e sexual por outros homens) não necessariamente se sente como mulher. Da mesma forma, uma mulher pode gostar de jogar futebol e não sentir atração sexual por outras mulheres. O mais importante quanto a esses temas é problematizar os preconceitos, os estereótipos e a exclusão social das pessoas consideradas diferentes. Para explorar esse tema de forma participativa e lúdica, o professor pode apresentar o vídeo Minha vida de João. Esse vídeo mostra que João nasceu do sexo masculino, mas não nasceu com atitudes e comportamentos considerados típicos masculinos. Isso ele teve de aprender (e desaprender) ao longo de sua vida. Trata-se de um desenho animado sem palavras, com 20 minutos de duração, que está disponível em duas partes, nos seguintes endereços eletrônicos: <http:// www.youtube om/watch?v=LESrHIGGon8 e <http://www.youtube. com/watch?v=hQqNUIgaRho>. A apresentação em partes (infância e adolescência) permite que o material seja mais bem explorado didaticamente. Os alunos podem ser estimulados a sugerir palavras e expressões para as diferentes cenas, podem elaborar histórias em quadrinhos ou sugerir a inclusão de cenas que retratem suas experiências.

É importante elaborar previamente algumas perguntas que ajudem a estimular o debate. Por exemplo: Qual é o significado do lápis? A seção “Em roda” propõe a avaliação crítica do preconceito e da discriminação em relação às pessoas homossexuais. Essa questão é importante na formação de cidadãos em nosso país, pois a intolerância em relação à diversidade sexual causa muitas violências, inclusive na escola. Atualmente, as violências sofridas na escola são um motivo importante de evasão escolar de estudantes homossexuais. É importante que todos os alunos e alunas (assim como professores e professoras) possam compreender que as pessoas podem ter opiniões e sentimentos diferentes em relação a esse tema. Entretanto, seja qual for a sua atitude pessoal, nada justifica a aceitação da homofobia, da violência e da violação dos direitos universais. A seção “Para ler artigo de opinião” traz à tona o assunto dos estereótipos de gênero, que colocam homens e mulheres dentro de “caixas”, de acordo com os comportamentos considerados típicos de cada sexo pela sociedade. Coloca-se em debate a desigualdade nas relações entre homens e mulheres, tradicionalmente imposta pela sociedade, apresentando-se a ideia de que as mulheres estão mais vulneráveis a adquirir o vírus da aids por causa dessas relações desiguais. É importante que fique claro o conceito de “sexo seguro”, que é o sexo realizado com preservativo masculino ou feminino. Esse é o único método que previne a gravidez e, ao mesmo tempo, evita a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis e a aids. Também é posta em discussão a educação machista, que termina expondo não só as mulheres, como principalmente os próprios homens, a situações de violência. Discuta oralmente as palavras desconhecidas, observando o sentido que elas têm no texto, e peça aos estudantes que as registrem no glossário. Caso não haja nenhuma palavra desconhecida pelos alunos, explore tal estratégia com outros textos do capítulo. O fechamento desse capítulo, na seção “Para ler cartaz”, se dá com a leitura do símbolo da solidariedade em campanhas de luta pelos direitos humanos, e a atividade proposta pode ser complementada com o levantamento de práticas de solidariedade que podem ser incorporadas ao dia a dia dos estudantes em sua realidade.

Sugestões de atividades complementares

Para que a compreensão dos direitos sexuais e reprodutivos não seja restrita ao cumprimento de regras e leis, estimule os estudantes a expor aqueles que consideram ser seus próprios direitos sexuais e reprodutivos, tentando-se negociar um conjunto de direitos válidos para todo o grupo.

Para saber mais

Muitas Ongs atuam no Brasil em prol da garantia de direitos sexuais e reprodutivos e a maioria delas mantém páginas na internet com informações a respeito de diversos tópicos relacionados ao assunto. A pesquisa nessas fontes pode ser um bom caminho para encontrar informações e sugestões de estratégias para o trabalho em sala de aula. 55

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Está disponível na internet uma cartilha com linguagem bastante clara e acessível sobre os direitos sexuais e reprodutivos, conforme a legislação brasileira: • http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cartilha_direitos_ sexuais_2006.pd Os sites do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, da Rede Nacional Feminista de Saúde e do Instituto Papai também podem ser consultados para busca de textos, informações e material para o debate sobre os temas relacionados aos direitos sexuais e reprodutivos: • http://www.mulheres.org.br/ • http://www.redesaude.org.br/home/ • http://www.papai.org.br

Capítulo 2

Mulheres e homens na sociedade brasileira Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Objetivos didáticos

Refletir e relacionar letra de canção com questões sociais. Identificar informações nos textos expositivos e refletir sobre elas na relação com o tema do capítulo. Reconhecer elementos centrais, nos textos verbais e não verbais trabalhados no módulo, procurando relacioná-los entre si e com a Leitura temática do Capítulo. Identificar elementos das condições de produção (quem escreveu, quando, em que local) para compreender os textos. Comparar e descrever elementos que compõem o cenário e os personagens em duas pinturas de Debret. Identificar a ideia central de texto expositivo. Montar um mural com base na música “Cotidiano”, de Chico Buarque. Produzir uma linha do tempo com base em informações de texto expositivo. Produção Planejar, escrever, revisar e socializar um de textos texto de opinião sobre a mulher na sociedade brasileira, apresentando um ponto de vista e sustentando-o com argumentos. Escrever conclusões para conduzir discussão oral em sala de aula. Oralidade

Discutir de forma autônoma e crítica as temáticas do capítulo.

Gêneros e suportes trabalhados

Conhecimentos linguísticos

Selecionar e analisar características apresentadas em textos humorísticos cujo assunto é a mulher, associando-as ao tema do capítulo. Refletir sobre o processo de formação de palavras e sua relação com a flexão de gênero (masculino/feminino). Refletir sobre como mudanças em certas palavras de um texto trazem alterações na concordância nominal. Refletir sobre o uso dos sufixos -esa, em substantivos e em adjetivos pátrios, e -eza, em substantivos abstratos, construindo regras.

Realizar leitura formal e interpretativa de obra de arte, associando-a ao tema do Capítulo. ConheciCriar produções artísticas em diferentes mentos linguagens e técnicas a partir da leitura da sobre Arte obra de arte que pode ser associada ao tema do capítulo.

Estudos da sociedade e da natureza

Colagem Crônica Documento histórico Letra de canção Pintura Texto expositivo

Compreender as especificidades das relações de gênero na história brasileira. Compreender os papéis de mulheres e homens na sociedade como construções sociais, que mudam ao longo do tempo. Analisar criticamente os estereótipos de gênero.

Comentários das seções e atividades

Colagem Crônica Documento histórico Letra de canção Pintura Texto expositivo

O Capítulo 2 coloca em destaque as relações de gênero e os aspectos históricos relacionados ao papel social do homem e da mulher, especialmente no Brasil. Ao longo da história construiu-se uma história de dominação masculina que levou também à luta feminina pela conquista de igualdade de direitos, como o direito ao voto. Na atividade “Para ler letra de canção”, a canção de Chico Buarque permite explorar as relações construídas entre homem e mulher no século XX, nas quais predominaram a presença feminina no espaço da casa e do homem no do trabalho e da rua. A letra da música permitiria explorar ainda muitos outros aspectos que a riqueza da composição suscita, mas, no âmbito desse trabalho, o importante é compreender os papéis atribuídos ao homem e à mulher. É importante também refletir em que medida essa divisão permanece ou em que medida já ocorreram mudanças que rompem com esses padrões. Se possível, ouça a música com os alunos e explore questões do ritmo e da própria repetição de expressões como “todo dia”. Aproveite para questionar os alunos sobre o título da canção, além de discutir que imagens podem retratar a canção no mural que será elaborado em grupos. Os documentos históricos inseridos na seção “Para ler documentos históricos” fazem referência ao Brasil colonial e colocam em destaque o excessivo poder do homem sobre a mulher, que devia se submeter aos desejos do marido. Isso não quer dizer, en-

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tretanto, que essa regra era sempre seguida, mas que existia uma forte imposição masculina, reforçada por várias instituições sociais, para tornar a mulher submissa ao homem. Importante também é a reflexão proposta na seção “Para ler pintura”, na qual se coloca em discussão as diferenças existentes entre mulheres de diferentes grupos sociais. No Brasil do século XIX, essas questões podem ser observadas em obras de arte realistas, entremeadas com o Romantismo. A pintura burguesa, com clima sentimental, expressa claramente a superioridade masculina. Se para as esposas e filhas dos grandes proprietários o espaço da mulher era o da casa, a mulher pobre ou escrava estava destinada a viver no espaço de trabalho. Assim, não se pode afirmar que a mulher estava apenas confinada ao espaço da casa. Na leitura do texto expositivo sobre lutas e conquistas das mulheres (“Para ler texto expositivo”), é necessário valorizar a atividade com a linha do tempo, pois um dos pressupostos fundamentais para os estudantes de História é saber se localizar no tempo e no espaço. De nada adianta discutir o papel da mulher ao longo da história se esses estudantes não são capazes de se localizar temporalmente. A partir daí, o capítulo passa a refletir sobre as lutas empreendidas pelas mulheres para romper com a dominação masculina. O texto “Vovós modernas”, na seção “Para ler crônica”, trata de forma leve a questão dos novos papéis que as mulheres vêm assumindo na sociedade e os estereótipos que elas vêm superando ao longo do tempo. É importante que o professor discuta criticamente com os estudantes essa visão construída do feminino. A discussão pode ser bastante rica e os grupos podem usar da escrita para registrar as conclusões principais a que os grupos chegaram. Essa é uma boa oportunidade para utilizar a escrita para sistematizar as reflexões ocorridas durante as atividades do capítulo. Outra atividade de escrita que pode ser realizada em duplas é a produção de um texto de opinião. Espera-se aqui que os estudantes possam expor sua opinião de forma clara e com argumentos coerentes com o seu ponto de vista. Ressaltamos o tempo de planejamento, elaboração e revisão necessário para que a atividade de produção de texto faça sentido na educação formal. Os textos podem ser afixados no mural da sala de aula ou no da própria escola. Lembre-se da importância de selecionar fotos e imagens adequadas aos textos dos estudantes e de refletir sobre os possíveis leitores do mural. A seção “Pensando sobre a língua” enfoca a flexão de gênero (masculino/feminino), que ocorre em algumas palavras da língua portuguesa. O objetivo da atividade não é fazer com que os alunos memorizem o masculino ou feminino das palavras, mas possibilitar uma reflexão sobre o processo de formação das palavras. Os estudantes precisam perceber o que marca as diferenças entre as palavras quanto ao gênero do ser a que se referem ou reconhecer que há palavras, como “criança” e “amante”, que não variam e para as quais precisamos ter outras informações para saber se trata de uma pessoa do sexo feminino ou masculino. Há

também casos em que apenas o artigo o ou a indicam o gênero: o colega / a colega. O professor tem a possibilidade de fazer uma discussão sobre a concordância nominal e sobre as mudanças que elas geram no sentido do texto. Lembre-se de que qualquer alteração no texto provoca mudanças de sentido que podem, até mesmo, deixar o texto incoerente. Também na seção “Pensando sobre a língua”, destaca-se a reflexão dos alunos em relação aos sufixos -esa e -eza. Em primeiro lugar, é importante que eles tenham consciência de que algumas palavras têm sons parecidos, mas são escritas de forma diferente. Em seguida, os alunos devem saber que é possível refletir e construir uma regra que pode auxiliar na escrita de tais palavras. Nesse caso, os substantivos abstratos, originados de adjetivos, que dão nome a qualidades ou características são escritos com -eza (belo – beleza; duro – dureza, pobre – pobreza etc.). Já os substantivos femininos que indicam títulos ou origem (baronesa, camponesa, francesa) e os adjetivos pátrios, que indicam origem (francesa, portuguesa, japonesa), são escritos com -esa.

No final do capítulo, na seção “Para ler pintura”, o aluno é levado a desenvolver a análise de uma obra de arte, para que, por meio da observação, consiga ler a cena e a entender o contexto da tela de 1887 “Arrufos”, do pintor Belmiro de Almeida. E “Para fazer colagem”, os alunos são convidados a elaborar uma colagem, com base nas obras desenvolvidas por artistas do século XX como Pablo Picasso e Richard Hamilton.

Sugestões de atividades complementares

Proponha aos alunos que observem propagandas em revistas e personagens de telenovelas, analisando coletivamente os estereótipos de gênero que são frequentemente reforçados pelos meios de comunicação.

Para saber mais

Desmundo. Direção de Alain Fresnot. Brasil, 2003. (100 min.). Neste filme, por volta do ano de 1570, chegam ao Brasil algumas órfãs vindas de Portugal para se casar com os primeiros colonizadores. O filme mostra o cotidiano na colônia, da convivência com os indígenas e da relação que esses colonizadores estabelecem com as mulheres. Trata-se de um filme denso e complexo, mas alguns trechos podem ser utilizados para discutir o papel da mulher na sociedade colonial que se constituía. PRIORE, M. Mulheres no Brasil colonial. São Paulo: Contexto, 2003. O livro faz uma síntese da história da mulher no Brasil colonial e traz muitos trechos de documentos de época que podem ser utilizados em sala de aula para ampliar as discussões propostas neste Capítulo. Destaca as representações que se fazia da mulher e o papel social da mulher no período colonial. Ciência hoje na escola – Sexualidade: corpo, desejo e cultura. São Paulo/Rio de Janeiro: Global/SBPC, 2001, v. 2. 57

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A revista traz textos e imagens que permitem enriquecer o debate sobre as relações de gênero em nossa sociedade. Pode ser utilizada como leitura complementar ou como fonte de informações para o aprofundamento das questões abordadas neste e nos demais Capítulos desse eixo

Capítulo 3

Contando mulheres e homens Aprendizagens Eixos de aprendizagem Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Ler e interpretar informações apresentadas em gráfico de barras.

Produção Produzir um texto escrito a partir da análise de um gráfico. de Construir contador de números. textos Compreender e utilizar regras do sistema de numeração decimal (base Conheci10 e valor posicional) para ler, escrever, mentos comparar e ordenar números naturais matemáescritos com vários dígitos. ticos Familiarizar-se com a terminologia convencional do sistema de numeração decimal. Estudos da socie- Análise de dados demográficos da dade e da população brasileira. natureza

Comentários das seções e atividades

Gráfico de barras Ábaco e contador

Ao longo dos volumes desta coleção foram explorados números indicando diferentes ordens de grandeza, a partir dos conhecimentos construídos informalmente pelos estudantes ao lidarem com situações do dia a dia. Neste capítulo explicitam-se as características do sistema de numeração decimal: agrupamentos de 10 (base 10) e valor posicional, que serão observados a partir da análise de escritas numéricas. Para favorecer essa compreensão sugere-se o trabalho com ábacos. Estes poderão ser construídos pelos estudantes em bases de madeira, com hastes de arame e com contas feitas de tampinhas de garrafa furadas ou, numa versão mais simples, em bases de pedras de sabão, com hastes de palitos de churrasco e contas feitas de macarrão furado. Ao trabalhar com o ábaco, marque a haste por onde se inicia a construção do número. Durante o trabalho, certifique-se de que todos compreenderam que: • no ábaco trabalha-se da direita para a esquerda;

• a haste da direita representa um menor valor (dez vezes menor) em relação à que está à sua esquerda; • a regra do “nunca dez” indica que quando houver dez contas numa haste elas serão substituídas por uma conta na haste à sua esquerda. Oriente os alunos para que representem números no ábaco de modo que percebam os grupos de 10, de 100, de 1000 etc. que existem em cada um deles e compreendam as relações que existem entre as unidades e a dezena, entre as dezenas e a centena, entre as dezenas, as centenas e o milhar, e assim por diante. Para favorecer a compreensão das características do nosso sistema de numeração, sugerimos o trabalho com contadores como o hodômetro, que marca a quilometragem nos automóveis; as bombas de gasolina e catracas de roletas etc. Converse com os estudantes sobre como funcionam essas máquinas, como é a “engrenagem“ que permite registrar os números. A construção de um contador de papelão ajudará nessas descobertas. Solicite que façam contagens e, ao mesmo tempo, registrem os números no contador, evidenciando a compreensão do agrupamento de dez e do valor posicional. É importante associar a representação de números no ábaco e no contador com as escritas no quadro valor de lugar e na calculadora. Neste capítulo, também é apresentada a terminologia convencional do sistema de numeração decimal referente às ordens e às classes, assim como as relações que existem entre diferentes ordens. É importante destacar, ao longo do trabalho, as possibilidades de escrever um mesmo número de diferentes maneiras. Por exemplo, 1 236 é o mesmo que: 1000 + 200 + 30 + 6; 1 milhar, 2 centenas, 3 dezenas e 6 unidades; um mil, duzentos e trinta e seis. As atividades escolares costumam enfatizar o trabalho de escrita de grandes números e relegar a um segundo plano a leitura de números. A leitura de grandes números pode impor algumas dificuldades, mesmo para quem opera bem com números menores, por isso precisa ser exercitada. Não lemos os números da mesma forma que os escrevemos. Por exemplo, 257 lê-se duzentos e cinquenta e sete e escreve-se dois, depois cinco e depois sete. A numeração oral segue regras próprias. Para ler números é necessário: • organizar os números em classes: unidades, milhares, milhões etc.; • estar atento a certas irregularidades como: após o dez lê-se onze, doze, treze... dezenove; após o vinte lê-se vinte e um, vinte e dois, vinte e três etc. Em capítulos anteriores, os estudantes aprenderam a ler e interpretar informações apresentadas em gráficos de barra. Nesse capítulo terão oportunidade de retomar elementos importantes na construção de um gráfico: eixos horizontal e vertical, legenda, título.

Sugestões de atividades complementares

1. Propor pesquisas em revistas, livros, sites, sobre distâncias entre capitais brasileiras, números da população que vive em metrópoles, em cidades de médio e de pequeno porte.

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2. Em grupos, construir um cartaz com números retirados de notícias publicadas em revistas e jornais. Escrever como se lê cada número. Representar cada número por meio de escrita decomposta. Escrever o antecessor e o sucessor de cada número. Ordenar os números em ordem crescente ou decrescente. Apresentar o cartaz para a classe, indicando a notícia em que o número foi encontrado. Proponha exercícios como: 1. Analise o número 625397 e complete: Esse número é formado por ... ordens. Na ordem de maior valor encontramos o algarismo ... cujo valor nesse número é igual a .... . Na quarta aparece o algarismo .... cujo valor nesse número é igual a ... . 2. 2 centenas é o mesmo que .... unidades. a) 5 centenas é o mesmo que .... unidades. b) 3 milhares é o mesmo que .... unidades. c) 5 milhares é o mesmo que .... centenas. d) 7 milhares é o mesmo que .... dezenas. e) Com 900 dezenas pode-se formar .... milhares. 3. Pinte os números de acordo com as cores: de 0 a 1 000 pinte de azul; de 1 001 a 10 000, de verde; de 10 001 a 100 000, de vermelho e de 100 001 a 1 000000, de amarelo: 90 073

1 578

777 777

2 000

750 500

10

3

20 000

836

100 000

200 000

999

77 777

157 800

999 000

Sugestões de atividades para serem feitas com a calculadora

1. Digitar na calculadora e escrever por extenso (com palavras): a) O maior número escrito com seis ordens. b) O maior número escrito com seis ordens sem repetir algarismos. c) O maior número possível. d) O maior número possível sem repetir algarismos. 2. Digitar na calculadora: a) O número 963. O que deve ser feito para que ele se transforme no número 963 mil? b) O número 1 000. O que deve ser feito para transformá-lo em 100 mil? c) Os números 7 000, 70 000, 700 000, um de cada vez. Explicar as diferenças que existem entre eles. 3. Digitar na calculadora o número 9 726 234. Sem apagar, fazer aparecer 0 no lugar do 4.

Para saber mais

IMENES, L. M. A numeração indoarábica. São Paulo: Scipione, 1991. ZUNINO, D. L. O valor posicional. In: Matemática na escola: aqui e agora. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

Capítulo 4

Em que somos diferentes? Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Identificar e relacionar informações em textos expositivos. Identificar informações em desenhos e esquemas do corpo humano, comuns e de textos didáticos e de divulgação científica. Posicionar-se a respeito dos textos lidos.

Produzir um pequeno verbete sobre os Produção órgãos do aparelho reprodutor masculino. Elaborar esquemas indicando a localização e de os aspectos do funcionamento dos sistemas textos genitais masculino e feminino. Realizar discussões sobre a temática do Oralidade capítulo e apresentar oralmente os resultados Texto expodas pesquisas. sitivo Identificar o nome científico das partes do Esquemas corpo humano, em especial dos órgãos do corpo Conheci- sexuais internos e externos. humano mentos Discutir o significado de palavras e expreslinguísti- sões utilizadas nos textos. Refletir sobre a variação linguística por meio cos do uso de diferentes palavras usadas no Brasil para se referir às mesmas partes do corpo. Identificar e nomear características sexuais primárias e secundárias. Estudos Conhecer os órgãos componentes e algumas da socie- informações básicas a respeito da fisiologia dade e da dos sistemas genitais masculino e feminino. natureza Associar os conhecimentos sobre os sistemas genitais feminino e masculino ao cuidado da saúde e do bem-estar sexual e reprodutivo.

Comentários das seções e atividades

O capítulo é voltado para a aprendizagem de características corporais masculinas e femininas relacionadas à sexualidade. A ênfase está no estudo da biologia, incluindo os sistemas genitais e a influência dos hormônios no funcionamento desses sistemas. Gera-se uma oportunidade para aprofundar conhecimentos sobre a anatomia e a fisiologia, assim como para o autoconhecimento que favoreça o cuidado da saúde sexual e reprodutiva. A atividade da seção “Em roda”, no início do capítulo, pode ser complementada por um desenho, em tamanho natural, do contorno do corpo de uma aluna e um aluno voluntários, para a representação esquemática das características corporais e a anotação de seus nomes populares e científicos. Esses desenhos poderão ser retomados ao longo do desenvolvimento das atividades, comparando-se os resul59

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tados com os esquemas dos sistemas genitais feminino e masculino que aparecem no Livro do Aluno. O capítulo também apresenta vários textos expositivos. O primeiro deles, “Os hormônios sexuais”, traz um conjunto de informações sobre as substâncias que começam a ser produzidas em grande quantidade pelo corpo dos homens e das mulheres a partir da puberdade. Sugerimos que antes da resolução das questões você discuta com os alunos palavras e expressões que não são comuns para eles. Se você achar pertinente, pode retomar a produção do glossário iniciada no Capítulo 1. Outro destaque do capítulo é a leitura de esquemas que representam alguns órgãos e sistemas do corpo humano. Nas figuras apresentadas na seção “Para ler esquemas”, por exemplo, estão indicados os órgãos internos. É importante reforçar a sua localização e a nomenclatura, cujo domínio é útil para a continuidade dos estudos escolares assim como para a participação nas decisões relativas aos cuidados da saúde. As seções seguintes, “Para ler texto expositivo” e “Em ação”, voltam-se para o estudo dos aspectos gerais do funcionamento dos sistemas genitais masculino e feminino. Nesse momento, poderão emergir dúvidas cujas respostas podem não estar no Livro do Aluno. Nessas situações, a pesquisa complementar em livros de biologia e o convite a profissionais de saúde para que participem de uma atividade do tipo perguntas e respostas poderão ser de grande valor.

Para saber mais

Alguns livros didáticos de ciências podem ser úteis para a busca de informações mais detalhadas sobre a anatomia e o funcionamento dos órgãos e sistemas do corpo humano, entre eles: FIGUEIREDO, M. T.; CONDEIXA, M. C. Ciências: atitude e conhecimentos. São Paulo: FTD, 2006. 4 v. (Coleção 6a a 9a ano).

Maternidade e paternidade Aprendizagens

Leitura

Discutir e sustentar argumentos sobre os papéis sociais dos homens e mulheres em nossa sociedade. Discutir e sustentar argumentos sobre a Oralidade gravidez na adolescência. Apresentar com a ajuda de um roteiro escrito os resultados da pesquisa sobre os métodos contraceptivos. Conhecimentos linguísticos

Discutir o significado de palavras e expressões utilizadas nos textos. Refletir sobre o processo de formação de palavras.

Conhecimentos Ler e interpretar informações numéricas matemá- apresentadas em tabela de dupla entrada. ticos

Cartum Esquema Fotografia Letra de canção Quadro Texto expositivo

Reconhecer a importância da família para a proteção das pessoas de todas as idades, percebendo que a composição familiar pode ser muito heterogênea. Estudos Analisar as responsabilidades e os direitos da socie- relativos à maternidade e à paternidade e dade e da as formas como essas responsabilidades e natureza direitos são ou podem ser compartilhados por homens e mulheres em nossa sociedade. Descrever a forma como acontece a concepção e o modo de funcionamento dos métodos mais utilizados para evitá-la.

Comentários das seções e atividades

Capítulo 5

Eixos de aprendizagem

Escrever um depoimento, mostrando autonoProdução mia em descrever cenas e fatos do cotidiano. de textos Produzir um pequeno verbete sobre os órgãos do aparelho genital masculino.

Objetivos didáticos Relacionar a letra da canção “Mama África” com outras informações sobre a maternidade. Utilizar o conhecimento de mundo e textual para compreender a letra de canção e os textos informativos. Comparar informações pessoais com informações trazidas por textos expositivos. Identificar e relacionar informações na leitura de quadro, gerando conclusões. Identificar em esquemas e fotografias informações descritas nos textos expositivos.

Gêneros e suportes trabalhados

Cartum Esquema Fotografia Letra de canção Quadro Texto expositivo

O Capítulo 5 remete à análise de experiências vividas ou acompanhadas de perto pelos estudantes. O debate crítico a respeito da gravidez na adolescência, por exemplo, proposto na seção “Para ler texto expositivo”, torna-se mais significativo quando os estudantes são orientados para refletir sobre situações concretas, nas quais a visão estereotipada do adolescente irresponsável pode ser substituída por um olhar mais humanizado e realista. Antes dessa discussão, os estudantes poderão ouvir e explorar a letra da música “Mama África”. Ao retratar o cotidiano da vida de uma “mama”, a composição de Chico César permite explorar traços comuns a muitas mulheres brasileiras. Durante a leitura, explore com os estudantes as características e situações descritas nos versos da canção. Algumas expressões e palavras como “Casas Bahia”, “jazz”, entre outras, podem exigir que os estudantes ativem o conhecimento de mundo para compreender a canção. Por isso, é importante que você indague e ajude os alunos a construir sentidos para o texto. Na seção “Escrevendo depoimento”, solicita-se aos estudantes que escrevam um depoimento sobre como é a vida de homens e mu-

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lheres que são chefes de família. Observe quem são os estudantes que podem escrever o depoimento sobre sua própria vida e aqueles que precisarão fazer uma entrevista com outras pessoas para escrever o depoimento. Eles podem, até mesmo, entrevistar os próprios colegas de classe e realizar uma produção coletiva. O tempo necessário para execução dessa atividade vai depender da sua própria organização e das características dos seus estudantes. No entanto, achamos importante que os depoimentos possam ser lidos e discutidos por todos. Sugere-se, inclusive, que organizem um mural para exposição dos depoimentos. Na seção “Em ação”, os alunos utilizarão conhecimentos já trabalhados em capítulos anteriores, com relação à leitura e interpretação de dados apresentados em forma de tabela. Esta atividade não se restringe a retirar informações numéricas para responder questões. Ela propiciará aos alunos ampliação destes conhecimentos no momento que inferirem sobre as mudanças ocorridas no período de 2007 e 2010. O subcapítulo denominado “Como a gente tem filhos” aborda a concepção e a contracepção do ponto de vista biológico, assim como a perspectiva dos direitos reprodutivos de toda pessoa e casal. A atividade apresentada na seção “Para ler esquema e fotografia” é uma oportunidade para reforçar os conhecimentos sobre os termos científicos usados para denominar os órgãos do sistema genital e sobre o seu funcionamento. Assim como sugerimos em capítulos anteriores, se as dúvidas dos alunos sobre o tema não estiverem totalmente respondidas no Caderno do Estudante, incentivamos a consulta a livros de ciências e biologia e também a outras fontes, como sites na internet. Na abordagem dos “Métodos para evitar a gravidez”, a pesquisa para a apresentação dos métodos contraceptivos na forma de seminário pode despertar muito interesse, pois traz informações úteis para a compreensão do funcionamento do organismo e aumenta a autonomia para a tomada de decisões quanto à vida reprodutiva. A seção “Em grupos”, na qual se propõe o cálculo do período fértil, pode ser repetida com outros exemplos apresentados pelos estudantes. Esse recurso permite realizar cálculos e aplicar os conhecimentos adquiridos com relação aos ciclos ovulatório e menstrual. Se for possível, seria interessante promover uma palestra ou bate-papo entre os estudantes e algum profissional da saúde da comunidade. Nos postos de saúde e hospitais públicos, geralmente, encontram-se materiais acessíveis sobre o tema, como folhetos informativos e cartazes.

Para saber mais

A consulta ao endereço do Programa Nacional de DST e aids na internet é útil na busca de informações sobre contracepção, especialmente para a busca de dicas sobre sexo seguro. • http://www.aids.gov.br • http://www.adolesite.aids.org.br/ No capítulo intitulado “Sexualidade: fonte de prazer e meio de procriação” do livro Saúde e qualidade de vida, podem ser encontradas

informações sobre os métodos contraceptivos, as vantagens e desvantagens de cada um deles. VALADÃO, M. M. Saúde e qualidade de vida. São Paulo: Ação Educativa/Global, 2003. Faça uma consulta prévia a respeito da anticoncepção de emergência, que poderá suscitar muitas perguntas da turma. Você pode encontrar informações em uma publicação organizada na forma de perguntas e respostas. Anticoncepção de emergência: perguntas e respostas para profissionais de saúde. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno3_saude_mulher.pdf Existem diversos programas e projetos voltados para a proteção à maternidade, em especial para as mães adolescentes. Vale a pena buscar informações nos serviços públicos de saúde e nas Ongs que atuam na região da escola. Começam a ganhar importância, também, as iniciativas voltadas para pais adolescentes e, nesse campo, a ONG chamada Papai, com sede em Pernambuco, desenvolve ações e materiais de grande interesse para a ação educativa, crítica e de apoio social.

Capítulo 6

As doenças sexualmente transmissíveis e a aids Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos Perceber a relação entre o texto e o seu público-alvo. Identificar e relacionar as informações no poema de cordel sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DST). Identificar ideias principais em texto expositivo sobre a aids. Discutir e perceber o uso de elementos não verbais (imagens, cores etc.) para elaboração de propagandas institucionais e seus efeitos de sentido.

Preencher quadro com informações sobre as formas de transmissão de DST. Produção de verbetes para o glossário sobre sexo e sexualidade. Produção Elaboração coletiva de um esquema com de textos informações sobre a aids. Produção de instruções sobre o uso da camisinha, objetivando produzir um folheto informativo com instruções completas.

Gêneros e suportes trabalhados

Cartaz Depoimento Esquema Folheto Poema de cordel Texto expositivo

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Oralidade

Apresentar argumentos que podem ser utilizados na negociação do sexo seguro.

Conhecimentos linguísticos

Reconhecer a sigla DST, relacionando-a ao conjunto de doenças de transmissão sexual. Perceber o registro utilizado pelo cordelista para informar os leitores sobre as DST. Refletir sobre os efeitos poéticos das rimas na literatura de cordel. Refletir sobre os efeitos de sentido causados por algumas palavras e expressões nas propagandas institucionais. Refletir sobre a função textual da pontuação, para que o texto seja compreendido.

Identificar as DST mais comuns em nosso meio e suas formas de transmissão. Identificar as formas de contato social que não levam à transmissão de DST e os receios Estudos de contato com pessoas que vivem com o da socie- HIV, associados a preconceitos. dade e da Compreender as DST e a aids como problenatureza mas de saúde que podem afetar todas as pessoas e não apenas “o outro”, reconhecendo a importância da participação de todos os cidadãos na prevenção e na luta contra a epidemia da aids.

Comentários das seções e atividades

Cartaz Depoimento Esquema Folheto Poema de cordel Texto expositivo

Os conhecimentos sobre DST e aids são frequentemente misturados a preconceitos e mitos, de forma que elas tendem a ser consideradas doenças que afetam “os outros”. Isso não corresponde à nossa realidade, na qual todas as pessoas estão sujeitas a adquirir essas enfermidades e, por isso, a prevenção diz respeito a cada um e a todos nós. Na primeira atividade da seção “Em roda”, destaca-se a necessidade de aprender a distinguir as formas de contato social que não levam à transmissão das DST ou da aids. Isso é tão importante quanto o conhecimento das formas de transmissão, pois aumenta as competências das pessoas para valorizar atitudes que são de fato preventivas, além de evitar várias formas de preconceito e discriminação contra pessoas vivendo com HIV ou com aids. A epidemia da aids despertou a atenção para a prevenção e o tratamento das outras doenças sexualmente transmissíveis, às quais, frequentemente, é dada pouca atenção. Essas doenças facilitam a transmissão do HIV e podem trazer prejuízos graves à saúde, o que não deveria mais acontecer em nossos dias porque todas elas podem ser tratadas e a maioria delas tem cura. O incentivo à prevenção e à busca de tratamento médico (e não à automedicação ou ao tratamento na farmácia) devem dar a tônica da abordagem desse tema. Por esse mesmo caminho, as atividades voltadas para o estudo da aids propostas nas diversas seções incluídas neste Capítulo estão voltadas para a construção de uma postura ativa e propositiva, fugindo das antigas posturas educativas baseadas no terror e no medo, que se mostraram ineficazes e pouco éticas. Ao contrário, a melhor resposta à epidemia é a valorização da vida.

Este Capítulo traz também um conjunto de textos que possibilita tratar da questão de forma dinâmica. Fragmentos do poema de cordel intitulado “Cordel das DST” abre a possibilidade para que você explore característica da estrutura e organização do texto poético, além de fazer com que os alunos percebam questões linguísticas como o jogo de rimas, comuns na produção desse gênero. Sugerimos a leitura em voz alta para que os alunos percebam as rimas e o ritmo do poema. Se você achar interessante, pode fazer um jogral com seus estudantes. Em seguida, o trabalho na seção “Em grupos” permite uma discussão sobre as DST que são citadas no poema e as formas de transmissão. A atividade 5 possibilita que você retome a produção de verbetes para o glossário, além de discutir com os alunos os significados de palavras relacionadas ao tema. Com a leitura do texto sobre a aids, da seção “Para ler texto expositivo”, pode-se também retomar a produção de verbetes. A seção “Escrevendo esquema” aborda a produção de um esquema ou mapa textual das informações centrais trazidas pelo texto expositivo. A elaboração de esquemas é uma atividade importante para que os alunos consigam identificar as ideias principais de um texto, capacidade de leitura essencial para a produção de resumos e para estudar, por exemplo. Na seção “Para ler cartaz de campanha pública”, o trabalho com os cartazes que veicularam propagandas institucionais permite que você explore com seus alunos a relação entre o texto e o público-alvo. Os textos são produzidos pensando em um interlocutor. Então, uma questão central na atividade de leitura é: como percebemos isso nos textos? No caso específico dessas propagandas, encontramos campanhas próprias para grupos específicos da população, como as mulheres. Se desejar, amplie a atividade trabalhando também com cartazes mais recentes, disponíveis nos postos de saúde ou espaços públicos da comunidade da qual sua escola faz parte. O trabalho com pontuação, iniciado em capítulos anteriores com frases, amplia-se aqui para o texto inteiro, na seção “Pensando sobre a língua”. Os alunos devem usar adequadamente o ponto final, para deixar o depoimento com sentido. Uma boa estratégia é comparar respostas diferentes para essa atividade, a fim de levar os alunos a refletir sobre por que fizeram certas escolhas. Usar a vírgula em vez do ponto é possível em alguns casos, por isso fique atento para esse tipo de ocorrência. O depoimento original, publicado na revista, estava pontuado da seguinte forma: “Eu já tinha cinco filhos. Fiquei grávida de novo e fui fazer o pré--natal. Não acreditei quando disseram que tinha dado positivo. Achei que era erro médico. De jeito nenhum podia dar positivo. Nunca fiz nada... Disseram que meu marido precisava testar, mas ele não foi porque estava trabalhando. Continuei levando a vida, igualzinho antes. O nenê nasceu sem nenhum problema. Estava engatinhando quando meu marido ficou com febre, diarreia. Não havia meio de sarar. Fez o exame e deu positivo. Fiquei abismada. Desconfiei muito dele. Discuti para separar, mas sou evangélica. Deram muito conselho para eu não deixar porque era coisa da vida. Eu só não separei porque tive medo de criar meus filhos sem pai [...].”

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Para saber mais

O endereço na internet no Programa Nacional de DST e Aids traz muitas informações detalhadas e acessíveis sobre a prevenção, a busca de testes anti-HIV, o tratamento das DST e da aids. Por meio dessa página pode-se, também, acessar as páginas mantidas por ONGs de todo o Brasil que trabalham com o tema, sendo altamente recomendável a busca de informações, entidades e serviços que atuam na região onde vivem os estudantes. • http://www.aids.gov.br • http://www.adolesite.aids.org.br/

Capítulo 7

Números das doenças sexualmente transmissíveis e da aids Aprendizagens Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Ler e interpretar informações numéricas apresentadas em tabela de dupla entrada. Interpretar e posicionar-se em relação a informações de artigo de site.

Elaborar uma cena teatral relacionada ao Produção tema do capítulo, observando as característide textos cas próprias desse gênero. Posicionar-se em relação ao tema do capítulo. Oralidade Discutir situações-problema e formular hipóteses para resolução. Identificar etapas que auxiliam a resolver uma situação-problema: interpretar o enunciado, elaborar e executar um plano de solução, verificar a solução e comunicá-la. Analisar, interpretar e resolver problemas compreendendo alguns significados da Conheci- adição e da subtração. mentos Exercitar procedimentos de cálculo matemá- por estimativa. Calcular somas e diferenças por meio de ticos técnicas operatórias convencionais (cálculo escrito) com compreensão dos processos nelas envolvidos. Desenvolver estratégias de verificação e controle de resultados por meio de cálculo mental, estimativas e uso de calculadora. Estudos da socie- Analisar dados sobre aids e DST relativos à dade e da população brasileira. natureza

Artigo de site Cena teatral Quadro Tabela

Comentários das seções e atividades

Ao longo deste capítulo você terá a oportunidade de continuar a explorar a temática da aids e das DST, dessa vez acompanhada de uma metodologia para trabalhar a resolução de problemas, no eixo de aprendizagem dos conhecimentos matemáticos. O trabalho de compreensão do problema implica fazer com que os estudantes percebam que é um desperdício de tempo responder a uma pergunta que não foi bem compreendida. Por isso, não é oportuno “chutar” soluções ao acaso. Com isso corre-se o risco de fazer cálculos, desenhos e esquemas inúteis. Os estudantes precisam aprender que antes de lançar-se na produção da solução, eles precisam ter certeza de que compreenderam bem o problema. A compreensão do problema exige uma boa leitura do enunciado. Para o professor implica dispor de boas estratégias didáticas para conduzir o trabalho de leitura e análise. Na compreensão do problema, a linguagem é fator crucial. De modo geral, os problemas apresentados por enunciados verbais são mais complexos. Mesmo assim, quando esses enunciados apresentam situações contextualizadas, eles podem auxiliar na compreensão, pois conferem significado ao problema e costumam despertar o interesse dos estudantes. A compreensão de problemas expressos por enunciado verbal vai além da leitura do texto, supõe um trabalho que exige capacidade para identificar a pergunta e as informações e selecionar as que são relevantes, as que são dispensáveis e as que precisam ser decodificadas, construídas ou obtidas, para elaborar a solução. Exemplo: Num grande centro de distribuição de alimentos, os legumes são colocados em caixotes. Cada caixote vazio pesa 2 quilos e comporta 8 kg de legumes. Quantos caixotes de legumes poderão ser transportados por um caminhão cuja carga total é de uma tonelada e meia? Para resolver este problema é preciso saber: O peso de um caixote (2 + 8 = 10) O valor de uma tonelada e meia (1 500 quilos). Embora estejam indicadas no enunciado, as informações, demandam alguma elaboração para que possam ser utilizadas na estratégia de solução. De certa forma, elas precisam ser construídas ou decodificadas; não podem ser utilizadas na forma em que aparecem no texto. Ao selecionar as informações é preciso distinguir as informações que estão “prontas” para serem utilizadas e as que precisam ser “decodificadas, construídas, ou obtidas”. Cabe ainda ao professor auxiliar os estudantes a fazer suposições iniciais sobre as possibilidades de obter respostas para as perguntas. Um bom caminho é, após a leitura do problema, fazer a pergunta: É possível satisfazer às condições propostas pelo problema?

Elaborar um plano de solução

Temos um plano de solução quando somos capazes de, a partir das informações, identificar relações, cálculos, esquemas ou desenhos que precisamos executar para obter a resposta. O caminho que vai da compreensão do problema ao estabelecimento 63

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do plano pode ser longo e tortuoso. Muitos estudantes não percebem a existência desse caminho e começam a esboçar cálculos antes de pensar no plano, ou mesmo antes de terminar a leitura do enunciado. A elaboração do plano pode começar a surgir na etapa da compreensão e ir ganhando força, ou após tentativas infrutíferas quando, de repente, surge uma ideia brilhante. Os estudantes precisam perceber que isso faz parte da resolução do problema e que a elaboração do plano oferece alguma garantia para o sucesso da atividade. Uma estratégia para ajudar a elaboração do plano é perguntar aos estudantes se eles conhecem um problema parecido com o que estão tentando resolver.

Executar o plano

Conceber um plano de solução não é uma tarefa fácil, além de exigir conhecimentos, exige atitudes de perseverança e concentração no objetivo. Executar o plano é algo mais fácil, mas que também demanda atenção e paciência. O plano é um roteiro inicial que, no momento da execução, precisa ser revisto em todos os detalhes. Por isso, é importante que os estudantes construam seus planos, que tomem decisões e se tornem autônomos em relação a eles, e não que os recebam prontos ou os aceitem por influência do professor. É preciso que eles estejam convictos sobre cada passo da solução.

Embora o exercício do cálculo escrito leve à mecanização, enquanto a técnica está sendo aprendida, você precisa estar atento para que os estudantes compreendam os procedimentos nela envolvidos.

Sugestões de atividades complementares

1. Complete com os resultados, usando as técnicas operatórias aprendidas neste Capítulo. 2. Escreva um pequeno texto explicando quais são as vantagens de fazer “cálculos de cabeça” e de usar lápis e papel. Leia seu texto na classe. Compare suas explicações com a de seus colegas. 3. Pinte de azul os cálculos que terão resultado maior que 100, de vermelho os que terão resultado entre 100 e 1 000 e de verde os que terão resultado menor que 100. Faça estimativas.

Para saber mais

ECHEVERRIA, M. P. P.; POZO, J. I. Aprender a resolver problemas e resolver problemas para aprender. In: POZO. J. I. (org.). A solução de problemas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Cálculo escrito. In: Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática: 1o e 2o ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1997, p. 120-124.

Verificar a solução e comunicá-la

É o retrospecto da solução completa, reconsiderando e reexaminando o resultado final e o caminho que o levou até ele. Passando por essa etapa, os estudantes poderão consolidar o seu conhecimento e aperfeiçoar sua capacidade de resolver problemas. Ao orientar a verificação da solução, o professor precisa ser hábil para mostrar que um problema nunca se esgota. Mesmo que tenha sido resolvido corretamente, sempre é possível encontrar uma maneira diferente de solucioná-lo, que seja mais prática, mais elegante, menos trabalhosa, que evidencie o domínio de outros conhecimentos. Além disso, ao retomar cada passo da solução, eles poderão identificar erros, equívocos que não foram percebidos num primeiro momento, mas que poderão ser corrigidos. Na etapa da verificação também é oportuno investigar diferentes caminhos para chegar ao resultado e perceber se é possível utilizar o mesmo raciocínio para resolver outro problema. Nesse caso está se promovendo a aplicação do que foi aprendido. No decorrer deste Capítulo são abordadas estratégias de estimativa e as técnicas operatórias convencionais (cálculo escrito) da adição e da subtração, apoiadas nas regras da numeração decimal. Para favorecer a compreensão dessas técnicas, sugere-se o registro do cálculo na forma decomposta e na tabela valor de lugar. É importante lembrar que as técnicas de cálculo escrito são recursos para operar com grandes números, situações para as quais a memória, recurso fundamental no cálculo mental, não é capaz de guardar todos os resultados intermediários e, por isso, eles precisam ser escritos.

Capítulo 8

Sexualidade com humor Eixos de aprendizagem

Leitura

Objetivos didáticos

Gêneros e suportes trabalhados

Identificar informações em textos verbais e não verbais para chegar a conclusões. Relacionar o sentido de certas palavras com o assunto central do texto. Relacionar texto verbal e imagem para compreender as tiras em quadrinhos e o cartum. Compreender o duplo sentido de certas expressões e seu efeito humorístico em textos. Levantar e checar hipóteses sobre o tema do texto a partir do título. Perceber a presença de informações implícitas em crônica como estratégia humorística. Discutir os preconceitos que podem ser veiculados por meio de textos humorísticos.

Letra de canção Tira em quadrinhos Cartum Diálogo em tira Provérbios (frase de para-choque de caminhão) Verbete Crônica CONTINUA...

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... CONTINUAÇÃO

Completar diálogos em balão de fala, de modo a manter o sentido e o humor da tira Produção em quadrinhos. de textos Produzir uma frase de para-choque de caminhão bem-humorada, usando uma comparação. Participar das discussões em sala sobre os temas de sexualidade e humor. Defender um ponto de vista ou refutar arguOralidade mentos nos debates em grupos ou coletivos. Dramatizar uma tira em quadrinhos, procurando perceber a entonação adequada para os sinais de pontuação.

Conhecimentos linguísticos

Letra de canção Tira em quadrinhos Cartum Indicar palavras e expressões que provoquem Diálogo em duplo sentido. tira Identificar sinais de pontuação usados em Provérbios diálogos (interrogação, exclamação, ponto (frase de final e reticências). para-choque Analisar a pontuação como indicação da de camiexpressão de emoções dos personagens e da nhão) entonação a ser usada na leitura em voz alta. Verbete Refletir sobre o modo de escrever certas paCrônica lavras (com letras repetidas etc.) e a emoção que expressam em um texto. Analisar a estrutura comparativa de certas frases de para-choque de caminhão. Analisar e compreender a ordem das palavras no dicionário, considerando até a 4a letra. Utilizar o dicionário de forma mais eficaz, com destaque para a organização dos verbetes, os vários significados das palavras e as abreviaturas utilizadas.

Este Capítulo se destina a abordar o tema da sexualidade sob a perspectiva do humor, seja o humor que diverte, o que esconde algum desconforto e até o que traduz algum preconceito. A escolha por abordar essa questão se justifica pelo fato de a sexualidade ser ainda um tema cercado de tabus em nossa sociedade e, por isso, merece ser discutido com mais naturalidade e leveza. Também merecem ser debatidos os preconceitos ocultos em certos textos humorísticos que tratam de sexualidade. A seção “Em roda” traz ao debate as reações mais comuns ao assunto sexualidade, com o intuito de “quebrar o gelo” na sala, pois é possível que alguns estudantes não se sintam à vontade para falar de tal temática ou não achem graça em textos que tratam da sexualidade. Por isso, é preciso muita habilidade do professor para conduzir a reflexão, até mesmo para abordar as expressões machistas relacionadas à sexualidade que poderão vir à tona. Esse momento é muito importante para que o assunto possa ser abordado de forma natural, tranquila e bem-humorada ao longo do capítulo. A seção seguinte, “Para ler letra de canção”, permite iniciar o capítulo com a ativação de conhecimentos prévios dos alunos, retomando textos criados para serem engraçados. Além das mú-

sicas que forem lembradas e sugeridas pelos estudantes, recomendamos que que o professor trabalhe com a letra da canção “O gato Tico”, de João Caetano. O foco é o duplo sentido da expressão “Tico mia” que, lida em voz alta, parece “te comia”. Esse outro sentido e as expressões que remetem a lugares (sala, cozinha) e posições (sentado) dão uma conotação sexual à letra de canção. O importante é que os alunos percebam, na leitura, o jogo de linguagem usado para deixar a letra de canção engraçada e que expliquem como eles chegaram a determinadas conclusões. A sexualidade abordada com humor continua sendo o mote das seções seguintes “Para ler tira em quadrinhos” e “Para ler cartum”, em que a imagem também entra como ingrediente. Por isso, as atividades dirigem a atenção dos alunos para a relação entre texto e imagem. É importante pedir que deduzam o assunto principal das tiras e do cartum. Pede-se também que eles relacionem a temática da tira e do cartum. A relação entre a pontuação e a entonação das frases nos balões começa a ser explorada na seção “Pensando sobre a língua”, em que se propõe a dramatização da tira. Conhecer a função desses sinais ajudará os alunos a fazer uma leitura mais autônoma de gêneros como história em quadrinhos, charges, cartuns, crônicas, poemas. Os estudantes devem perceber que os sinais de pontuação não são apenas “enfeites”, mas ajudam na construção do sentido do texto. Esse aspecto é retomado na produção de textos, seção que vem a seguir: “Escrevendo diálogo em tira”. É importante lembrar que os textos criados pelas duplas (balões para a tira “Mulher insegura e homem insensível”) podem ser bastante diferentes do texto original e entre si, desde que constituam um final coerente para a tira. O texto original tem os seguintes balões: “Amaria se eu fosse cega? (5o quadro); “Amaria se eu fosse surda?” (6o quadro) e “Muda!” (último balão). Promova a discussão dos textos produzidos, observando o que vinha sendo conversado entre o casal. Na seção “Para ler provérbios”, resgata-se um modo bem brasileiro fazer circular esse gênero da tradição popular: as frases de para-choques de caminhão. O propósito é trazer para o debate as crenças sobre sexualidade, principalmente, e também outros temas, que aparecem nesse contexto. Além disso, a seção “Escrevendo frase de para-choque de caminhão” procura levar os alunos à percepção da estrutura comparativa usada em muitas dessas frases, usando-as nas frases elaboradas pelos estudantes. Nesse momento, é possível que surjam novos preconceitos, e isso deve ser objeto de debate franco em sala de aula. Na seção “Para ler verberte”, o trabalho com o verbete de dicionário reaparece nesse capítulo, agora enfocando a ordem alfabética até a 4a letra, as diferentes acepções e certas abreviaturas usadas. É muito importante que você leve para a sala dicionários, de modo que os alunos possam refletir sobre esses mesmos aspectos usando outros exemplos. O duplo sentido é retomado com a leitura e análise de outras frases de para-choque de caminhão. Na seção “Em grupos”, é interessante que você, ao explorar as frases que contêm “coroa” e “pis65

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ta”, promova a consulta ao dicionário, para localizar os vários sentidos no verbete de cada palavra. Assim, os alunos podem perceber o jogo de humor com os vários sentidos das palavras nessas frases. O último texto a ser lido é a crônica “Pelo Ariovaldo”, construída com diversas informações implícitas, que deverão ser recuperadas pelos alunos, para que possam compreender o texto. Após esse texto, o capítulo se encerra com uma reflexão sobre o papel da pontuação nos textos. O fundamental não é memorizar os sinais trabalhados, mas que os alunos observem a pontuação como um recurso para produzir sentido, apontando para o leitor como determinada frase deve ser lida, que tipo de emoção o personagem está sentindo etc.

Sugestões de atividades complementares

1. Trazer para a sala de aula outras músicas que utilizem o duplo sentido para causar humor. Alguns exemplos são: “O pinto”, do grupo Raça Pura; “A rolinha”, de Selma do Coco; “Julieta tá”, de Sandro Becker; entre outras que você ou seus estudantes conheçam.

2. Explorar outras tiras em quadrinhos para observar os recursos expressivos (tipos de balões, de letras), os personagens, a pontuação e sua relação com os efeitos de sentido.

Para saber mais

MENDONÇA, M. “Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinhos”. In: DIONÍSIO, A. et al. In: Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002, p. 194-207. O artigo “Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinhos” de Márcia Mendonça poderá ajudar você na compreensão dos gêneros “cartum” e “tira em quadrinhos” trabalhados no capítulo. Além disso, o artigo traz reflexões sobre o uso de histórias em quadrinhos na sala de aula. POSSENTI, S. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas. 3. ed. Campinas: Mercado de Letras, 2002. O livro Os humores da língua: análises linguística de piadas, de Sírio Possenti, pode ajudá-lo a compreender melhor como os jogos de linguagem criam humor.

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Leituras complementares para o professor

Texto 1

O ensino da língua materna no contexto da EJA Ângela B. Kleiman

Uma questão central que se perfila ao lançar olhar linguístico aplicado no campo do letramento e, especificamente, do ensino da escrita, diz respeito ao significado, no contexto da EJA, de ensino da língua materna, ou da língua portuguesa brasileira, que, em sua modalidade escrita principalmente, é meta principal do ensino escolar. Ao contrário do que se possa pensar, a resposta não pertence a um conjunto de questões técnicas: trata-se, eminentemente, de uma questão ética e sua resposta envolve valores e relações de poder, especificamente os efeitos de uma determinada ordem do poder, historicamente produzida, nos falantes de minorias sociais no Brasil, às quais os alunos de EJA pertencem. O ensino de língua materna depende e determina aspectos da comunicação intercultural que se define na situação de aula, particularmente difícil no contexto de EJA, onde a questão de inserção dos alunos nas práticas letradas dominantes, mais valorizadas, configura-se também em uma questão política, em função do preconceito e grafocentrismo dos grupos sociais que a escola representa e dos quais é porta voz. O conceito de língua materna é difuso e ambíguo, pleno de sentidos que mudam segundo os olhares que a ele se dirigem. Ao olhar da Linguística Aplicada, que está colorido pela sua preocupação com o ensino e a aprendizagem, interessa uma concepção sociopolítica, que se ocupe da língua nas suas relações sociohistóricas. Uma definição de língua materna, nessa dimensão, é “idioma em relação ao qual o falante que o declara sua língua materna manifesta um sentimento de ‘pertença’ mais marcado do que em relação a quaisquer outras línguas que ele conhecer” (KOCHMANN, 1982). Portanto, podemos concluir que chamar uma língua de língua materna invoca (e, também, evoca e provoca) questões que dizem respeito a nossa própria identidade. Historicamente, a língua escrita e a língua da cultura valorizada e legitimada socialmente se correspondem. No cenário atual brasileiro, o ensino da língua nacional, da cultura, dos livros, da literatura e das gramáticas, como o ensino da língua materna, nega a existência de outra língua materna, a da grande maioria

dos brasileiros, que passam assim de falantes nativos a desconhecedores da “verdadeira” língua. Daí que Guimarães e Orlandi (1996, p. 13) afirmem que, “a língua nacional, a língua que identifica o brasileiro é uma língua [...] que imaginariamente o brasileiro não sabe”. Tudo isso acarreta a negação ou, na melhor das hipóteses, a precarização de uma identidade linguística. Nesse contexto social e historicamente definido, o que significa estudar a língua portuguesa, a língua nacional, quando uma variante é também a língua materna? Especificamente, o que isso significa para o aluno de EJA, uma modalidade educacional marginalizada3 oferecida a alunos historicamente marginalizados? Quais são os efeitos da correção da língua do aluno nesse contexto, especialmente quando não está claro para a própria escola que essa língua materna do ensino não seja de fato a língua materna de ninguém, mas apenas uma norma abstrata? (cf. BAGNO, 1999). O ensino da língua materna no contexto brasileiro é equivalente a um tratamento de aculturação4 efetivado na escola, que tem por objetivo mudar a língua das minorias, com todos os conflitos linguístico-identitários que isso implica. Assim, constróise, dessa forma, uma efetiva situação de diglossia de conflito, na qual o papel ocupado pela língua do aluno é o da língua baixa, da língua ilegítima, da ‘não’ língua. O conceito de diglossia foi postulado em 1959 pelo linguista americano Ferguson (1959), para descrever a instauração de uma dominância linguística, geralmente efeito de uma tomada de poder político, econômico ou, às vezes, cultural. O conceito foi posteriormente revisado para incrementar a noção de conflito (HAMEL; SIERRA, 1983; NINYOLES, 1975; MARTIN-JONES, 1989): a diglossia sempre invoca situações de conflito. Para Gardès-Madray e Brés (1987, p. 155), o conceito “coloca uma relação de hierarquia entre uma língua A dominante e uma ou várias outras línguas B dominadas. A característica do funcionamento diglóssico é a de ocultar a origem desta dominância, substituindo-lhe uma complementaridade de direito, na consciência dos usuários, em que a/as língua(s) B só tem lugar nas margens da língua A.” Ou seja, não se percebe mais, por exemplo, que a língua dominante é utilizada em relações formais (da vida pública, no ensino, nos meios de comunicação), e que a outra, a língua dominada, não legitimada em livros, gramáticas nem em dicionários (exceto como folclore), é a língua do aluno, das brincadeiras e do íntimo familiar. É assim que se institui o erro, o equívoco, o crime do falar “errado” e a exclusão: usar a língua do dominado nos lugares em que a língua dominante é de rigor constitui-se em violação do estado de direito, do normal. Podemos concluir, portanto, que o ensino da língua materna nunca é “apenas” uma questão de ampliação de repertório, seja de formas, funções, ou estilos ou registros “inadequados” em determinada situação de comunicação. A aprendizagem da língua escrita e da língua falada culta equivale, para os jovens e adultos em processo de escolarização tardia, a um processo de diglossia em conflito que, como todo conflito, acarreta perda linguística e cultural e dilemas e conflitos identitários (KLEIMAN, 1995). 67

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Segundo Poche (1989, p. 79-80), qualquer situação – e podemos pensar na aula de português na EJA, como um exemplo — que envolve a representação de uma identidade minoritária por meio da língua, acarreta a ruptura, a dissonância entre comunidade originária do aluno e a situação com contornos aculturadores, como a da aula. Pode-se dizer que, por isso, o conflito diglóssico passa a ser próprio da situação de aula, espaço no qual o grupo minoritário interioriza sua condição de minoria. Por outra parte, adotamos uma perspectiva interacional da linguagem e acreditamos que o estatuto respectivo das línguas nunca está fixado de forma definitiva, há uma produção social de novos significados emergente da interação, nunca inteiramente livre das relações de poder nem totalmente determinada por elas. Em outras palavras, é possível, na interação, construir realidades sociais, papéis e identidades, não apenas reproduzir o já dado. Uma das formas para se fazer essa reconstrução é conhecida como a pedagogia culturalmente sensível (ERICKSON, 1987). Segundo os seguidores dessa proposta (em geral cientistas sociais e sociolinguistas interacionistas, como, por exemplo, Cazden, 1988; Gumperz, 1992; Bortoni-Ricardo, 2001), grande parte dos problemas e mal entendidos que ocorrem em sala de aula se deve às diferenças entre as bagagens linguísticas e culturais entre professor e alunos, assim como ao desconhecimento, pelo professor, da bagagem linguístico-cultural dos alunos. Centrada no conhecimento da variedade linguística do aluno, essa pedagogia visa criar condições que permitam o fortalecimento cultural e linguístico dessas minorias; um dos alicerces desse enfoque é o respeito à língua falada com o objetivo de fortalecimento do grupo. Sabemos, entretanto, pelos muitos exemplos praticados na mídia, nas instituições públicas, na escola5, que o preconceito linguístico é tão naturalizado na nossa sociedade queo brasileiro que o pratica sequer percebe que o está praticando. Uma variedade linguística que incomoda tanto que é considerada “incorreta, sem regras, feia” é uma variedade contra a qual se pratica preconceito tal que impede ao brasileiro perceber que uma regra, mesmo que seja sem prestígio, se é seguida por todos, é ainda uma regra, quando a regra em questão é linguística; que sem regras ninguém fala. A discriminação linguística é aceita, no Brasil, e inclusive é tratada como o motor que fará com que os milhões que não fa-

lam a língua culta, ou padrão, passem a dominá-la. Muitas vezes, a discriminação até adota contornos aparentemente aceitáveis, ao argumentar-se que a exigência de dominar a língua padrão se refere somente à língua escrita, cujas regras seriam invariáveis, sem exceções. Essa afirmação sobre a escrita, sabemos, não é verdade. A discriminação linguística envolve um tratamento diferente dos indivíduos, baseado no uso da língua. A naturalização do preconceito permite que se diga, publicamente e sem pudor, que um indivíduo que não fala a norma culta não será contratado, mesmo que não tenha que falar no serviço, fato este que abre a porta para outras formas de discriminação, sem nenhuma consideração do conflito e da dificuldade que o abandono da língua aprendida no seio familiar representa. Por exemplo, é comum indivíduos que não aprenderam a variante de prestígio no berço hesitarem perante certas palavras de difícil pronúncia, como a palavra problema, pela sequência de duas sílabas com grupos consonantais formados por oclusiva e líquida. Se a pessoa que vacila estiver bem vestida, com a pele bem cuidada e falando com sotaque do sul ou sudeste, sua hesitação pode passar despercebida. Mas se ela estiver vestida mais humildemente, e ainda, tiver sotaque nordestino, a hesitação pode ser suficiente para barrá-la no emprego a que aspira. Enquanto há leis que criminalizam o preconceito étnicoracial, nada impede que este continue agindo se continuamos a acreditar que todo brasileiro com inteligência normal e com vontade, tem a opção de falar a língua padrão do país, pois seria possível simplesmente “aprendê-la” na escola. Esquecemos que quem já fala uma variante de prestígio tem uma vantagem enorme: esse falante não será acometido de frustrações e inseguranças na hora de falar e, ainda, quando tiver que aprender a escrever a língua, terá que preocupar-se mais com a lógica do sistema da escrita e com suas idiossincrasias ortográficas, e não, também, com a aprendizagem de novas regras e novo léxico. Fonte: Ângela B. Kleiman. EJA e o ensino da língua materna: relevância dos projetos de letramento. EJA EM DEBATE, Florianópolis, vol. 1, n. 1. nov. 2012. Disponível em <https:// periodicos.ifsc.edu.br/index.php/EJA/article/view/874/pdf#. UYlF5iuY4zs>. Acesso em: 06 mai. 2013.

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Texto 2

Educação matemática e EJA Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca

(...) Pode-se dizer que a discussão sobre a educação matemática veio ganhando, nos últimos anos, um espaço significativo entre as preocupações de professores e alunos da educação de jovens e adultos (EJA), dos pesquisadores e dos responsáveis pela elaboração e implementação de propostas institucionais desta área. De certa forma, isso reflete um deslocamento dessas preocupações: antes mais fortemente concentradas na luta pelo direito à escola, elas agora se voltam mais intensamente para as questões de ensino-aprendizagem, buscando aprimorar a qualidade das iniciativas implementadas, especialmente pela consideração das especificidades do público a que atendem. Por outro lado, também na comunidade da educação matemática, professores, pesquisadores, responsáveis pela formação de educadores ou por parâmetros e propostas curriculares, entre outros, passaram a preocupar-se mais com a adequação do trabalho pedagógico às características, demandas, expectativas e desejos dos aprendizes, tomados como um dos aspectos definidores do projeto educativo a ser desenvolvido. Nessa perspectiva, a caracterização do público da EJA, não apenas por um corte etário, mas por suas especificidades socioculturais (OLIVEIRA, 1999), tem inserido a educação matemática de jovens e adultos em linhas de trabalho da educação matemática que procuram resgatar tanto a intencionalidade dos sujeitos que produzem, usam ou divulgam o conhecimento matemático quanto as influências da cultura e das relações de poder impressas e manifestas nos modos de produção, uso e divulgação desse conhecimento. O propósito desse resgate é promover um aprendizado mais significativo não apenas do ponto de vista de uma compreensão individual, mas delineado pelo processo de construção coletiva e histórico-cultural do conhecimento matemático, de sua utilização social e da crítica política que define as posições dos sujeitos nesses processos. (...)

Reminiscências da matemática escolar dos alunos da EJA Mas se a preocupação com o reconhecimento e de alguma maneira com o tratamento das experiências da vida cotidiana do aluno já se estabeleceu no discurso de educadores e pesquisadores da EJA, pouco ou nada se tem dito sobre as experiências escolares anteriores de seu público, muito embora a maioria de nós, professores que trabalhamos com adultos, e principalmente

os que trabalhamos com o ensino da matemática, não raro nos refiramos à insistência de nossos alunos em tentar resgatar essas experiências. Se chamamos aqui a atenção do leitor para a recorrência desse procedimento adotado pelos alunos da EJA nas interações de ensino- aprendizagem, é por considerar que a recordação dos conhecimentos escolares é muito mais do que uma tentativa de abreviar o processo de aprendizagem do presente aproveitando o que se lembra do passado. Compreendemos esse esforço de resgate e manifestação dessas lembranças como ação social organizada e, como tal, como um dos elementos definidores da identidade sociocultural dos alunos da EJA. Com efeito, os conceitos e as proposições, as estratégias e os procedimentos, os termos e as representações gráficas, as aplicações e as avaliações do conhecimento matemático que se resgatam e se reestruturam no discurso dos alunos da EJA devem ser tomados como versões pragmáticas, intencionais, e não só como fragmentos de conhecimentos adormecidos ou mutilados. Quando os alunos falam de suas lembranças da matemática escolar, quando se baseiam nelas para construir uma linha de argumentação ou quando as questionam para formatar um novo quadro para a organização de suas idéias, mas, sobretudo, quando as compartilham com seus colegas e professores, as motivações, os conteúdos, os formatos e as repercussões dessas reminiscências ultrapassam a natureza e as vicissitudes da cognição individual. As lembranças da matemática, ou melhor, aquilo que os alunos dizem do que lembram, podem ter sido resgatadas da experiência individual de um sujeito; mas também se formaram a partir de experiências de outras pessoas, que lhes foram narradas ou sugeridas, e ainda a partir de inferências que se constroem na combinação e no conflito de tantas representações de escola e de matemática escolar que circulam na sociedade. Uma vez inseridas nas interlocuções que acontecem na sala de aula, essas lembranças tornam-se versões coletivas, porque são forjadas num modo de conceber e lidar com a matemática que foi construído histórica e culturalmente e com a mediação decisiva da instituição escolar. Essa mediação não agiu apenas no passado, determinando os conteúdos e algo dos formatos das lembranças. A cena escolar presente, os valores da escola, seu papel social e o papel que desempenha na história de vida do sujeito, aluno da EJA, é que determinam as condições de produção e a realização dos enunciados que veiculam essas reminiscências: as oportunidades em que o sujeito pode e se dispõe a lembrar e a falar do que lembra; as intenções dessas lembranças e desse dizer; a seleção do material lembrado e as escolhas dos termos, da entonação, do interlocutor preferencial que definem o modo como se fala; as repercussões esperadas e seu acontecimento; enfim, a inserção das lembranças no jogo das interlocuções que acontece na sala de aula e que se constitui no espaço de negociação de significados no qual se estabelecem os processos de ensino e aprendizagem. 69

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A natureza sociocultural da recordação Se assumimos como decisiva para a definição de um projeto educativo na EJA a caracterização de seu público como grupo sociocultural é porque acreditamos que a essa identificação corresponde também uma identidade nos modos de relação com as instituições sociais. Como grupo sociocultural, os alunos da EJA têm perspectivas e expectativas, demandas e contribuições, desafios e desejos próprios em relação à educação escolar. Em particular, nas interações que têm lugar, ocasião e estrutura oportunizadas pelo contexto escolar e, mais do que isso, num contexto de retomada da vida escolar os sujeitos tendem a privilegiar os modos de relação com a escola que possam ser social e culturalmente compartilhados e, a partir desse marco sociocultural, valorizados. A reflexão que queremos propor aqui considera, pois, que os alunos da EJA compartilham uma memória matemática coletiva, sociocultural, ao mesmo tempo presumida e construída no âmbito das interações discursivas. Eles não lembram por acaso, nem lembram qualquer coisa, nem lembram de qualquer jeito, nem lembram sozinhos. Ao expressar suas lembranças da matemática escolar, justamente aquelas lembranças e naquelas situações específicas, o aluno da EJA mobiliza os temas e os estilos que ele julga que aparecerão na atenção do ouvinte por efeito da interação verbal, efeito que ele antecipa e quer causar. Aos educadores preocupados com a constituição dos alunos e das alunas da EJA como sujeitos de ensino e aprendizagem caberia, portanto, dispensar um cuidado especial às situações em que tais lembranças emergem nas aulas de matemática ou de qualquer outro assunto, tomando-as como instâncias de negociação de significados do saber escolar, como uma demanda do presente, do jogo interlocutivo, que pede uma reativação seletiva do passado. (...) É comum, entre as alunas e os alunos adultos (mais do que entre jovens, adolescentes ou crianças), identificarmos um certo cuidado e mesmo um certo prazer em se pôr a pensar sobre o que pensam, e sobre como pensam. Essa disposição reflexiva pode estar associada a uma fase da vida em que se buscam razões, em oposição ao imediatismo que caracteriza e reflete a velocidade nas transformações na vida dos mais jovens. Mas os educadores devem prestar atenção e analisar com cuidado os comentários de natureza metacognitiva de seus alunos, pois essas formulações não se produzem apenas como compreensão ou observações do sujeito sobre a natureza de seus próprios processos mentais, mas “emergem de forma intencional em certos tipos de contextos discursivos” (MIDDLETON; EDWARDS, 1990, p. 44). Em geral, os sujeitos, alunos e alunas da EJA, mobilizam essa ou aquela formulação sobre o processo de rememoração diante de uma situação de alguma forma conflituosa, envolvendo dificuldades, divergências ou estranhamento em relação ao material lembrado ou ao fato de lembrá-lo. Dessa maneira, a formulação metacognitiva insere-se no discurso para justi-

ficar, socializar ou domesticar os processos e os produtos da rememoração (e do esquecimento). Particularmente os alunos adultos da EJA parecem se debruçar sobre o próprio processo de aprendizagem, como que a procurar reconstituir uma malha de significados para os saberes escolares e, por essa reconstituição, conferir sentido à própria escolarização. Gênero discursivo, inserção na cultura escolar e constituição de sujeitos de ensino e aprendizagem. Nesse mesmo movimento, os alunos da EJA também se remetem à mobilização das reminiscências matemáticas não só como um exercício de resgate de conceitos, procedimentos, diagramas, termos ou proposições da matemática, mas como oportunidade de reviver os sentimentos que envolveram sua relação com aquela matemática e de (re)elaborá-los a partir de uma reconstrução coletiva, realizada na interação discursiva da sala de aula: são “ocasiões de ‘re-sentir’ certos acontecimentos, às vezes de ser capaz de re-ordenar esses sentimentos para imaginar novas relações entre coisas conhecidas ou mundos completamente novos” (SHOTTER, 1990, p. 152). Esse aspecto do processo de rememoração adquire um sentido particularmente relevante quando se desvela nas reminiscências da matemática escolar dos alunos da EJA. Falamos aqui de adultos que se dispõem a um novo esforço de aprendizagem, que não podem, naturalmente, desconsiderar seu passado escolar. O desafio de retomar esse passado não se identifica, no entanto, como um esforço de resgatar fatos matemáticos como se eles se encontrassem depositados nas memórias individuais, desligados uns dos outros e não envolvidos no emaranhado de relações tecidas por fatores ideológicos, pragmáticos, cognitivos, afetivos, lingüísticos, culturais, históricos. São essas múltiplas inter-relações, processadas e (re) elaboradas na participação dos diversos sujeitos nas interações discursivas de ensino-aprendizagem da matemática na escola, que compõem um gênero discursivo próprio da matemática escolar, cujo domínio é condição e expressão das possibilidades e limites de trânsito do sujeito nas malhas desse conhecimento. 330 Portanto, a relativa estabilidade dos enunciados que se produzem nas aulas, nos livros, na mídia ou em outras situações em que se fala de matemática escolar ou sobre matemática escolar nos sugere considerar um gênero discursivo próprio do ensino e da aprendizagem da matemática no contexto da escola e reconhecer na enunciação das reminiscências da matemática escolar, protagonizada pelos alunos da EJA, uma atitude de manifestação, de exercício ou de busca do acesso a esse gênero, tomado como uma das marcas de sua inclusão nesse universo socialmente valorizado da cultura escolar. Ao enunciar suas reminiscências da matemática escolar, o aluno adulto poderá de algum modo facilitar o trânsito na disciplina matemática; porém, mais do que isso (e até para isso), esse aluno reconstrói e exibe uma certa intimidade com o gênero discursivo próprio daquela instituição (que tem nos enunciados didáticos de matemática uma expressão típica), elemento decisivo para justificar ou forjar sua inclusão nela. É como se falar um pouco de matematiquês escolento legitimasse a inserção daquele aluno

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adulto na escola, revelando que, por ele compartilhar dos modos de expressar o pensar e o fazer da matemática escolar, não seria apenas justo, mas também adequado ocupar ali um lugar — de sujeito. Se na escolarização de jovens e adultos se busca garantir um espaço de conquista, manifestação, confronto e exercício desse gênero, assumindo, mas problematizando sua valorização social, cabe, portanto, aos educadores, reconhecê-lo como tal, para que possam potencializar as possibilidades daquele espaço e os esforços, coletivos e individuais, mas sempre socioculturais, dos educandos jovens e adultos, constituindo-se como sujeitos de ensino e aprendizagem.

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