Revista Vox 172

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Edição 172 | Ano XXIV | www.aborlccf.org.br

Gestão e carreira Capacitação, conhecimentos e exigências na área de Administração Hospitalar

Conquistas ABORL-CCF ABORL-CCF passa a integrar cargo na Confederação Europeia de Otorrinolaringologia

On line

Pedro Tesser On line

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Tecnologia no consultório

utilização de recursos tecnológicos é cada vez maior na relação dos médicos com seus pacientes Páginas Azuis: Dr. Emmanuel Cavalcanti, membro do Conselho Federal de Medicina, esclarece dúvidas a respeito do Registro de Qualificação de Especialidade



Mensagem do

PRESIDENTE Divulgação ABORL-CCF

Luiz Ubirajara Sennes

O

segundo semestre do ano traz consigo a finalização de muitos projetos e a iminência de outros. Neste ano, após as inúmeras ações nocivas à atividade médica e de nossa especialidade, tivemos finalmente um posicionamento sensato do governo: tudo sinaliza para um maior controle sobre a abertura indiscriminada de faculdades de medicina e à revalidação de diplomas para exercer a profissão no Brasil. Por outro lado, apesar das ações da ABORL-CCF junto às Agências de Saúde e Justiça, a atuação das operadoras de saúde na pacotização dos atendimentos e na contratação de Otorrinos para enfraquecer as cooperativas continua. Estamos atentos e continuamos atuando em todas as instâncias possíveis na defesa da especialidade! Nossos eventos estão a todo vapor. O Combined foi um sucesso e estamos com a mesma expectativa para o 49º Congresso Brasileiro. Além da grade científica, os pré-congressos trazem temas relevantes para cada área da Otorrinolaringologia e palestrantes de renome internacional. Um dos maiores destaques neste ano é o 12º International Symposium on Recent Advances on Nasal Polyps and Rhinosinusitis, evento que acontece durante o pré-congresso de Rinologia e traz toda sua tradição e respaldo para dentro do nosso Congresso. O lançamento do UP! Evolution marca mais uma importante etapa da educação médica continuada na ABORLCCF. Pela primeira vez na história do curso, foi realizada uma transmissão por streaming ao vivo do conteúdo, o que

permitiu que associados de todo o país pudessem participar da atividade. A interatividade entre o público e os palestrantes presentes foi o ponto alto do evento, que determinou a confluência de ideias e debates de colegas ao redor do Brasil. E não para por aí, os cursos continuam de forma itinerante em diferentes estados do país, confira a agenda e participe! A internacionalização da ABORL-CCF também é uma realidade cada vez mais consolidada. O aumento do fator de impacto do BJORL, no mais importante indexador de periódicos internacional (ISI), é essencial para aumentar ainda mais a visibilidade e o respeito da comunidade internacional em relação à otorrinolaringologia brasileira. Além disso, a ABORL-CCF passou a ser membro da Confederação Europeia de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, abrindo portas para um maior intercâmbio com a otorrinolaringologia europeia e para uma maior inserção no contexto global da especialidade. Gostaria de parabenizar o Prof. Ricardo F. Bento pela sua iniciativa na criação da Ear Parede, que colocou em destaque a problemática da surdez, trazendo benefício a todos os otorrinos. Por fim, na próxima edição da Vox teremos um especial “ABORL-CCF responde”. Envie suas dúvidas e comentários para: comunicacao@aborlccf.org.br. Fique atento às nossas novidades e nos vemos em Brasília! Um abraço.

Diretoria 2019 Presidente Dr. Luiz Ubirajara Sennes - São Paulo (SP) Primeiro Vice-Presidente Dr. Geraldo Druck Sant”Anna - Porto Alegre (RS) Segundo Vice-Presidente Dr. Eduardo Baptistella - Curitiba/PR Diretor-Secretário Dr. Ronaldo Frizzarini - São Paulo (SP) Diretora-Tesoureira Dra. Renata Dutra de Moricz - São Paulo (SP)

Diretor-Secretário Adjunto Dr. Eduardo Macoto Kosugi - São Paulo (SP) Diretor-Tesoureiro Adjunto Dr. Joel Lavinsky - Porto Alegre/RS

PRESIDENTES DOS COMITÊS Comitê de Eventos e Cursos Dr. Vitor Guo Chen - São Paulo (SP) Comitê de Comunicação Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci - São Paulo (SP)

Comitê de Educação Médica Continuada Dra. Roberta Boeck Noer Pilla - São Paulo (SP) Comitê de Ética e Disciplina Dr. Roberto Campos Meirelles - Rio de Janeiro Comitê de Residência e Treinamento Dr. Ali Mahmoud - São Paulo - SP Comitê de Título de Especialista Dr. Rodolfo Alexander Scalia - São Paulo Comitê de Defesa Profissional Dr. Casimiro Villela Junqueira Filho - Rio de Janeiro Comitê de Planejamento Estratégico Dr. Jose Eduardo Lutaif Dolci - São Paulo


5 Carta ao leitor 6 Gestão e carreira: Administração Hospitalar 10 Congresso Brasileiro: Pré-congressos contam com sete subespecialidades 16 Conduta médica: Documentos médicos: burocracia ou essenciais? 18 Capa: Aplicação de recursos tecnológicos no consultório 24 Páginas azuis: Dr. Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti esclarece dúvidas sobre o Registro da Qualificação da Especialidade (RQE) 28 ABORL-CCF em ação: Sistemas são definidos para garantir uma remuneração mínima e justa aos profissionais de classe

On line

Pedro Tesser On line

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30 Vox News: BJORL tem maior fator de impacto e novo curso UP! 32 Internacional: ABORL-CCF marca presença no 5º Congresso Europeu de Otorrinolaringologia 34 O que diz a lei: A atuação do Departamento Jurídico da ABORL-CCF 36 Educação Médica Continuada: Prevenção de lesões do nervo facial na mastoidectomia 38 Conquistas da ABORL-CCF: ABORL-CCF se torna membro da Confederação Europeia de Otorrinolaringologia 40 Qualidade de vida: Um Ironman na Otorrinolaringologia 42 HumORL


EXPEDIENTE ABORL-CCF

CARTA AO

LEITOR Trabalho e consolidação

Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci Presidente do Comitê de Comunicações

VOX Otorrino Presidente: Dr. Luiz Ubirajara Sennes

Comitê de Comunicações:

Ricardo Landini Lutaif Dolci Alexandre Beraldo Ordones Andre Alcantara Csordas Davi Knoll Ribeiro Edson Ibraim Mitre Fabrizio Ricci Romano Hormy Biavatti Soares Ingrid Helena Lopes de Oliveira Luiz Fernando Manzoni Lourençone

Assistente de Comunicação da ABORL-CCF: Aline Pereira Cabral

Conteúdo jornalístico:

ADCom Comunicação Empresarial

Jornalista responsável: Renato Gutierrez

Revisão: Alberto M. Danon

Reportagens:

Cibele Felix Val Veríssimo Carolina Mattos Zanda

Fotos:

Divulgação ABORL-CCF e arquivo pessoal

Diagramação:

Ronaldo Lopes Tesser Leandro Galha Sgobbi

Produção:

A edição 172 da Vox Otorrino chegou trazendo informações de interesse a todos os médicos otorrinolaringologistas. A matéria de capa tem como tema a tecnologia aplicada em consultório, quais os recursos fundamentais e como podemos aperfeiçoar processos e otimizar serviços. Sobre o 49º Congresso Brasileiro, que vem aí, nesta edição adiantamos tudo sobre o pré-congresso, que ocorrerá no dia 30 de outubro e contará com sete subespecialidades: Cirurgia Crânio Maxilo Facial, Foniatria, Medicina do Sono, Otologia, Otoneurologia, ORL Pediátrica e Rinologia. Nas páginas azuis entrevistamos o Dr. Emmanuel Fortes, terceiro vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, que fala a respeito do Registro de Qualificação de Especialista. Na matéria de Gestão e Carreira, trazemos a experiência do Professor Walter Cintra, Coordenador do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da Fundação Getúlio Vargas, falando sobre Gestão em Hospitais. Abordamos também o aumento no fator de impacto da BJORL, a presença da ABORL-CCF no 5º Congresso Europeu de ORL, o lançamento do novo curso UP Evolution, entre outros assuntos bastante interessantes. Aproveitem o conteúdo, desfrutem das informações e fiquem por dentro do que ocorre de mais relevante em nossa área de atuação. Uma excelente leitura a todos! Ricardo Landini Lutaif Dolci

Eskenazi Indústria Gráfica Fone: (11) 3531-7900

Periodicidade: Bimestral

Tiragem:

6.500 exemplares

Espaço do leitor

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco: comunicacao@aborlccf.org.br (11) 95266-1614


GESTÃO E CARRE IRA

ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR: QUALIFICAÇÃO E VISÃO MULTIDISCIPLINAR SÃO ESSENCIAIS PARA O SUCESSO DO EMPREENDIMENTO Renato Gutierrez I Fotos: Arquivo pessoal

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G

estão hospitalar é um dos segmentos mais promissores e atraentes do país, com investimento crescente e mercado em ampla expansão. Ainda assim, trabalhar neste setor segue sendo um grande desafio. Dificuldade em encontrar mão de obra qualificada e a diversidade de aspectos que compõem o setor são as principais barreiras impostas àqueles que desejam gerir uma instituição de forma bem-sucedida.

O trabalho é amplo e complexo, é fundamental estar apto a manter e melhorar a infraestrutura do local, planejar e controlar compras e custos e gerenciar recursos humanos. Também deve estar qualificado para supervisionar contratos e convênios, solucionar problemas técnico-administrativos e desenvolver e aplicar processos de inovação. Instituições hospitalares são tidas como as mais complexas das entidades, há muito já

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GESTÃO E CARRE IRA

afirmava Peter Drucker – considerado o pai da administração moderna e sendo um dos mais reconhecidos pensadores do fenômeno dos efeitos da globalização na economia em geral e, em particular, nas organizações. “A razão disso é a multiplicidade de conhecimentos, profissionais, especialidades e a grande complexidade e custos dos processos e tecnologias envolvidos. Talvez o grande desafio dos que atuam na administração hospitalar e de outras organizações provedoras de serviços de saúde seja fazer a interface de comunicação entre as áreas técnicas assistenciais e as áreas administrativas. Da qualidade desta comunicação é que se dará a eficácia e a eficiência para alcançar os objetivos organizacionais”, detalha o Coordenador do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da Fundação Getúlio Vargas (SP), professor Walter Cintra Ferreira Junior. Segundo Ferreira Junior, a quantidade de conhecimento e informações necessárias para a gestão competitiva de uma organização hospitalar obriga necessariamente o trabalho em equipe multiprofissional. Ou seja, o processo decisório na gestão deve ser participativo para que a decisão seja embasada na melhor informação. “Um gestor, além de uma boa formação em administração, deve ser capaz de coordenar equipes e promover a comunicação entre as diversas áreas técnicas. Saber ouvir é primordial. Conseguir engajar, no processo de decisão, as pessoas que estão na operação dos serviços, fará com que as decisões tomadas sejam rapidamente entendidas e executadas”, explica. Outro detalhe importante que não pode jamais ser esquecido é o fato de que a prestação de serviços na área da saúde é altamente regulamentada e regulada. “A inobservância de exigências pode causar grandes transtornos, ou até mesmo inviabilizar o serviço. Por esta razão, é preciso estar atento à legislação sanitária e regulatória, mantendo atualizados os cadastros e as licenças junto aos órgãos governamentais e, em particular, com os de vigilância sanitária”, ressalta o Coordenador do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da FGV. Hospitais X Clínicas: o que muda? Muitos tratamentos e procedimentos que, no passado, só eram passíveis de serem realizados em

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hospitais, hoje são executados de maneira ambulatorial nos próprios hospitais ou mesmo em clínicas. Temos assistido a um processo de consolidação do mercado de saúde, tanto no segmento dos provedores de serviços, hospitais, clínicas, laboratórios, como no segmento das operadoras de planos de saúde. “Nos serviços de saúde tamanho é documento, principalmente quando se lida com processos envolvendo uma alta densidade de incorporação tecnológica. A economia de escala é que vai permitir a aquisição da tecnologia e a sua amortização. Tanto no hospital como na clínica a gestão vai lidar com questões operacionais complexas, o que vai ser diferente é a densidade de tecnologia incorporada. Entretanto, nos dois casos, o gestor deve ter uma perspectiva estratégica do seu posicionamento dentro do mercado”, afirma Ferreira Junior. Público ou privado: modelo de administração é a principal diferença Tanto nos hospitais públicos de administração direta quanto nas autarquias (administração indireta), prevalecem as normas da administração pública. Ao administrador público é permitido fazer apenas aquilo que está prescrito nas leis, enquanto que, o administrador privado pode fazer tudo que não estiver proscrito pelas leis. Deste modo, a gestão de pessoas, que é central para qualquer organização prestadora de serviços, com certeza é onde os dois setores mais se diferenciam, e a administração pública perde na agilidade de responder às necessidades que se apresentam na operação de serviços de saúde, principalmente nos serviços envolvendo contextos emergenciais. Hoje, existem hospitais públicos administrados por entidades privadas que têm uma gestão bastante similar a dos hospitais privados. Por fim, o mercado de serviços de saúde vem sofrendo rápidas modificações, principalmente após a abertura do mercado brasileiro ao capital estrangeiro. Na área hospitalar, é possível perceber dois movimentos importantes: a verticalização dos serviços por parte das operadoras de planos de saúde e a formação de grandes redes de hospitais, onde a escala e a logística são fatores fundamentais de competitividade. “Outro movimento importante é a mudança da forma de remuneração dos prestadores, que vai deixando o modelo de conta aberta (fee for


service) para trás, passando a adotar modelo que remunera o desfecho e compartilha o risco. Alie-se a isto a crescente diversidade e complexidade dos serviços oferecidos pelos hospitais, bem como a contínua incorporação de tecnologias de alto custo. Este cenário demanda gestores, gerentes e executivos adequadamente qualificados. Não há mais espaço para dirigentes amadores ou improvisados. Trata-se de um setor que tem atraído executivos que atuavam em outras áreas da economia e também tem exigido que os profissionais de saúde se profissionalizem através de uma formação complementar, para assumir funções executivas e de gestão”, finaliza o professor da FGV.

Entre as ações executadas, em uma administração hospitalar, podemos destacar: • Supervisionar o dia a dia do hospital no desempenho das questões burocráticas e administrativas; • Organizar processos de compras e controles de custos; • Acompanhar e supervisionar contratos e convênios de saúde; • Gerenciar equipes de trabalho, mantendo contato com médicos, enfermeiros e membros da equipe administrativa; • Identificar prioridades de serviço e ações inovadoras; • Cuidar da manutenção dos equipamentos e do estoque dos materiais. É preciso ter conhecimentos relacionados a: • Avaliação e Indicadores de Desempenho; • Financiamento e Orçamento; • Legislação e Regulação; • Modelos de Atenção e de Gestão; • Patrimônio e Estoques; • Processo de Trabalho em Saúde; • Sistema Único de Saúde; • Sistemas de Informações.

“Talvez o grande desafio dos que atuam na administração hospitalar e de outras organizações provedoras de serviços de saúde seja fazer a interface de comunicação entre as áreas técnicas assistenciais e as áreas administrativas” Walter Cintra Ferreira Junior

professor da FGV

Estão entre as atribuições administrativas da Gestão Hospitalar: • Biossegurança; • Contabilidade e Matemática Financeira; • Estrutura e Funcionamento do Sistema de Saúde Pública e Privada; • Gerenciamento de Pessoas; • Gestão da Cadeia de Suprimentos na Área de Saúde; • Gestão de Marketing; • Gestão de Plano de Saúde e Auditoria Hospitalar; • Gestão Hospitalar Integrada e Interdisciplinar; • Serviços de Terceiros e Processos Hospitalares; • Serviços em Enfermagem, Farmácia e Nutrição Hospitalar; • Serviços Laboratoriais e Exames Clínicos.

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BRASILEIRO

49º CONGRESSO BRASILEIRO DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO-FACIAL

ENCONTRO TEM INÍCIO COM OS PRÉ-CONGRESSOS, QUE NESTE ANO CONTAM COM SETE SUBESPECIALIDADES Carolina Mattos, Cibele Felix e Val Veríssimo I Fotos: Arquivo pessoal

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D

ia 30 de outubro marca a abertura do 49º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, com o início das atividades trazendo os tradicionais pré-congressos. Neste ano, sete subespecialidades terão temas em discussão para os participantes: Cirurgia Crânio Maxilo Facial, Foniatria, Medicina do Sono, ORL Pediátrica, Otologia, Otoneurologia e Rinologia. O pré-congresso de Cirurgia Crânio Maxilo Facial será realizado pelo Departamento de Crânio Maxilo Facial da ABORL-CCF em conjunto com a Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face, e terá como tema: Cirurgia Estética da Face, da Superfície ao Esqueleto Facial. O evento será dividido em sete módulos: Diagnóstico Facial; Tratamento da Pele; Tratamento do Terço Superior; Tratamento do Terço Médio - Malar; Tratamento Terço Médio - Órbita; Sorriso e Tratamento do Terço Inferior. “Convidamos colegas de todo Brasil para ministrarem as aulas que terão, em média, a duração de sete minutos e serão seguidas de 30 minutos para discussão ao final de cada módulo. Esperamos a participação de um grande número de otorrinolaringologistas, já que neste ano ampliamos o escopo e procuramos abordar assuntos de interesse crescente no momento”, diz o Coordenador do Departamento de Cirurgia Crânio Maxilo Facial, Dr. Thiago Bittencourt. O Departamento de Foniatria da ABORL -CCF tem realizado diversas atividades para fornecer ao otorrinolaringologista uma formação de excelência nesta área. Isso se reflete na programação deste ano para o Congresso, onde já no précongresso serão discutidos os aspectos essenciais da atuação em foniatria, discussões avançadas e multidisciplinaridade, com a participação de profissionais da fonoaudiologia e da psicologia, parceiras no entendimento e reabilitação dos distúrbios da comunicação. A coordenação do pré-congresso de Foniatria ficou a cargo da Dra. Mariana Lopes Fávero, foniatra que tem se dedicado ao ensino e pesquisa; o que resultou em uma programação de excelência, com temas relevantes para permitir ao otorrinolaringologista uma atualização nas mais recentes teorias e descobertas sobre os distúrbios da comunicação.

“As aulas terão, em média, a duração de sete minutos e serão seguidas de 30 minutos para discussão ao final de cada módulo. Esperamos a participação de um grande número de otorrinolaringologistas, já que neste ano ampliamos o escopo e procuramos abordar assuntos de interesse crescente no momento.”

Dr. Thiago Bittencourt,

Coordenador do Departamento de Cirurgia Crânio Maxilo Facial da ABORL-CCF.

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BRASILEIRO

“Nossa expectativa é de despertar no otorrinolaringologista o interesse em foniatria e de como ela pode mudar a atuação no consultório, respondendo a questões tão relevantes no mundo atual.”

Dra. Sulene Pirana,

Coordenadora do Departamento de Foniatria da ABORL-CCF. Serão apresentadas as mais recentes descobertas da neurociência e neuroimagem e como elas podem contribuir para um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais efetivo. “Nossa expectativa é de despertar no otorrinolaringologista o interesse em foniatria e de como ela pode mudar a atuação no consultório, respondendo a questões tão relevantes no mundo atual, preparando-o para diagnosticar os distúrbios de comunicação e aprendizagem que tanto tem surgido como queixas, especialmente em relação aos distúrbios do processamento auditivo e transtorno do espectro autista”, declara a Coordenadora do Departamento de Foniatria da ABORL-CCF, Dra. Sulene Pirana. Na área da Medicina do Sono destaque para a presença de convidados internacionais. Entre os participantes, estão confirmadas as vindas do Prof. Seva Polotsky, da Johns Hopkins School of Medicine (EUA), do Prof. Peter Baptista, da Universidad de Navarra, Pamplona (ESP), e do Prof. Itsuo Nakajima, do Japão. 12 | VOX Otorrino

“Nossa expectativa para o pré-congresso é muito otimista, estamos com uma programação muito bacana e neste ano temos como destaque: Apneia Obstrutiva do Sono, do Experimental à Prática Clínica. Traremos alguns pesquisadores internacionais, o que certamente engrandecerá ainda mais o evento, e abordaremos questões sobre pesquisas envolvendo a neuro-estimulação do nervo hipoglosso, entre outras”, revela o Coordenador do Departamento de Medicina do Sono, Dr. Fabio Lorenzetti. Multidisciplinaridade também fará parte dos encontros em Medicina do Sono. “Além de vários palestrantes otorrinolaringologistas há a presença confirmada de profissionais de outras áreas, como por exemplo o pneumologista Dr. Geraldo Lorenzo, portanto algumas aulas nesta área serão voltadas tanto aos otorrinolaringologistas como profissionais de outras áreas, como fonoaudiólogos, fisioterapeutas e psicólogas”, conclui Lorenzetti.

“Neste ano temos como destaque: Apneia Obstrutiva do Sono, do Experimental à Prática Clínica e contaremos com a presença de alguns pesquisadores internacionais, o que certamente engrandecerá ainda mais o evento.”

Dr. Fabio Lorenzetti,

Coordenador do Departamento de Medicina do Sono da ABORL-CCF


“Traremos uma agenda extremamente interessante, que conta com a aplicação dos conhecimentos no dia a dia do consultório e nos casos especiais complexos a níveis secundários e terciários” Dr. Vinícius Ribas Fonseca,

Presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe).

A área de Otorrinolaringologia Pediátrica direcionará o conteúdo para a atenção primária, secundária e terciária do atendimento otorrinolaringológico de crianças. “Contaremos com palestrantes internacionais, ancorados pela Dra. Daniela Carvalho, do Childrens Hospital de San Diego (EUA); além da participação de palestrantes nacionais, que contarão com uma equipe multidisciplinar em otorrinolaringologia e pediatras especialistas nas discussões. Uma agenda extremamente interessante, que conta com a aplicação dos conhecimentos no dia a dia do consultório e nos casos especiais complexos a níveis secundários e terciários”, explica o Presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe), Dr. Vinícius Ribas Fonseca. As doenças mais importantes da Otologia, tanto no ponto de vista clínico, quanto no ponto

de vista cirúrgico e, em especial, a otospongiose, estarão entre os temas abordados no pré-congresso da subespecialidade. “A grande expectativa desse encontro na parte de Otologia é a especificidade dos temas. As mesas redondas e painéis ficaram com assuntos específicos. Ou seja, parte específica de um tema abrangente, o que vai aprofundar bastante as discussões. Para tal, procuramos contar com especialistas da maior experiência em todas essas questões”, afirma o Presidente da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), Dr. Rubens Vuono de Brito Neto. O Presidente do SBO adianta mais uma novidade a respeito do evento. “Uma outra situação interessante é que nós dividimos o congresso em seções especificas. No primeiro dia falaremos apenas sobre orelha média mastoide; no segundo dia iremos

“A grande expectativa desse encontro na parte de Otologia é a especificidade dos temas. As mesas redondas e painéis ficaram com assuntos específicos. Ou seja, parte específica de um tema abrangente, o que vai aprofundar bastante as discussões” Dr. Rubens Vuono de Brito Neto,

Presidente da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO)

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ter os convidados internacionais; e no terceiro dia somente audição e restauração da audição. Então ficou bastante interessante para aqueles que querem assistir um dia inteiro sobre um determinado tema”, resume Rubens Brito. Já o pré-congresso de Otoneurologia terá uma programação voltada para temas que até aqui foram menos abordados nos Congressos, em especial abordagens práticas como: o que fazer com uma VPPB que não responde às manobras terapêuticas ou como os exames podem ajudar no diagnóstico das doenças vestibulares. Destaque também para as duas palestras magnas internacionais, do Dr. Raymond van de Berg, da Holanda; e do Dr. Daniel Gold,

“Realizado pela primeira vez na América do Sul, o 12º International Symposium on Recent Advances on Nasal Polyps and Rhinosinusitis tem como objetivo apresentar as mais recentes pesquisas, trocar ideias e experiências clínicocirúrgicas utilizadas no manejo da rinossinusite, polipose nasal, rinite alérgica e não alérgica, bem como outros problemas.”

“O pré-congresso é um momento de maior imersão acadêmica, quem puder chegar a tempo, certamente levará de volta para o consultório e ambulatórios acadêmicos preciosas informações que, durante aulas mais diretas do Congresso, às vezes, não são possíveis de serem abordadas de forma tão completa.” Dr. Marcio Nakanishi,

Presidente da Academia Brasileira de Rinologia

Dr. Marcio Salmito,

Coordenador do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF. 14 | VOX Otorrino

do Johns Hopkins, Estados Unidos. “Além disso, os principais nomes brasileiros estarão presentes, com palestras e mesas de discussão. Entre elas, teremos uma atividade de zumbido e de eletrofisiologia. O pré-congresso é um momento de maior imersão acadêmica, quem puder chegar a tempo, certamente levará de volta para o consultório e ambulatórios acadêmicos preciosas informações que, durante aulas mais diretas do Congresso, às vezes, não são possíveis de serem abordadas de forma tão completa”, relata o Coordenador do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF, Dr. Marcio Salmito.


A grande novidade na área da Rinologia neste ano é o 12º International Symposium on Recent Advances on Nasal Polyps and Rhinosinusitis (ISRNP) que, pela primeira vez na América do Sul, acontecerá durante o pré-congresso da subespecialidade. O tema escolhido é: Scientific Evidence, and Experience Exchange e tem como objetivo apresentar as mais recentes pesquisas, trocar ideias e experiências clínico-cirúrgicas utilizadas no manejo da rinossinusite, polipose nasal, rinite alérgica e não alérgica, bem como outros problemas da rinologia. Na oportunidade, serão discutidas as últimas pesquisas no campo da genética, microbiologia, medicina molecular, medicina de precisão, terapias imunológicas, bem como as mais recentes técnicas e equipamentos cirúrgicos. “A expectativa é de que todos possamos discutir e apreender o estado da arte científica, a fim de que possa ser aplicado na prática diária do consultório. Esperamos receber a todos de forma fraterna e calorosa nesse evento inédito e imperdível”, afirma o Presidente da Academia Brasileira de Rinologia, Dr. Marcio Nakanishi.

“O segundo encontro multiprofissional conta com ampla confluência de ideias, sendo possível extrair o máximo das temáticas relacionadas à otorrinolaringologia para colegas de outras profissões.” Dr. Luiz Ubirajara Sennes,

presidente da ABORL-CCF

Durante o 49º Congresso Brasileiro será realizado o 12th International Symposium on Recent Advances on Nasal Polyps and Rhinosinusitis (ISRNP), evento ocorre pela primeira vez na América do Sul.

Durante o evento, será realizado ainda o II Encontro Multiprofissional da ABORL-CCF. A ação acontecerá em salas específicas, com uma programação voltada aos multiprofissionais da área da saúde, como fonoaudiólogos, odontologistas, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, dentre outros. Para esta programação, a organização respeitará a Lei do Ato Médico e, desta forma, ela será realizada em salas específicas destinadas ao público multidisciplinar. Sendo assim, este público não poderá adentrar outras salas do Congresso, porém poderão acessar a área de exposição. “O segundo encontro multiprofissional também vai ao encontro das necessidades práticas, mas com o diferencial de ser voltado para diferentes áreas. O evento permite, assim, uma ampla confluência de ideias para que seja possível extrair o máximo das temáticas relacionadas à otorrinolaringologia para colegas de outras profissões”, declarou o presidente da ABORL-CCF, Dr. Luiz Ubirajara Sennes. VOX Otorrino | 15


CONDUTA MÉD ICA

Atestado médico:

mera burocracia ou essencial para o exercício profissional? Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr., do Departamento Jurídico da ABORL-CCF

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A

correta e adequada conduta profissional se constrói no dia a dia do exercício da medicina, de acordo com as boas práticas médicas e o cumprimento das normas que disciplinam e fiscalizam os atos profissionais médicos. Sem nenhum demérito, o atestado médico, que é o ato médico de atestar uma condição, situação ou fato relacionado ao paciente para confirmar a veracidade de um ato médico realizado, é um dos documentos médicos mais corriqueiros do dia a dia do exercício profissional. Entretanto, requer zelo e cuidado no seu preenchimento, pois trata de ato inerente à relação médico-paciente, tem presunção de veracidade, fé pública e seu fornecimento é direito inalienável do paciente, não podendo importar qualquer majoração de honorários médicos complementares pelo ato praticado, tampouco colocar o CID. Entender ao contrário é incorrer em infração ética, responsabilidade civil e penal por violação do sigilo profissional e dos princípios fundamentais da intimidade, vida privada e honra. QUEM PODE EMITIR ATESTADO MÉDICO? O profissional médico, devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina, que acompanha o paciente em sua doença e evolução, é o profissional que pode emitir o atestado médico quando necessário. O PACIENTE TEM DIREITO AO ATESTADO MÉDICO? Desde que praticado o ato médico, o atestado médico é direito inalienável do paciente. QUANDO DO PREENCHIMENTO DO ATESTADO MÉDICO, O QUE DEVO OBSERVAR? De acordo com o artigo 3º da Resolução CFM nº 1658/2002, na elaboração do atestado médico, o médico assistente observará os seguintes procedimentos: I - especificar o tempo concedido de dispensa à atividade, necessário para a recuperação do paciente; II - estabelecer o diagnóstico, quando expressamente autorizado pelo paciente; III - registrar os dados de maneira legível; IV - identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número de registro no Conselho Regional de Medicina. V- registrar em prontuário médico.

QUAIS OS PRINCIPAIS MOTIVOS DE RECUSA E EQUÍVOCOS COMETIDOS QUANDO DA EMISSÃO DO ATESTADO MÉDICO? Os principais motivos e equívocos, exemplificando, são: • Emitir atestado sem a realização de consulta; • Cobrar por atestado quando não houve atendimento que o justificasse; • Atestar saúde ou doença em período anterior ao atendimento; • Revalidar atestado de outro médico; • Rasurar atestado; • Emprestar formulário pessoal de atestado a outro médico; • Deixar assinados atestados em branco; • Abandonar carimbos e formulários, que possam identificá-lo, em locais que possibilitem o uso sem a sua autorização. QUAIS AS RESPONSABILIDADES DECORRENTES DA EMISSÃO DO ATESTADO MÉDICO? Responsabilidade ética - Como o atestado médico é ato médico, esse ato repercute no exercício profissional e cabe ao Conselho Federal e Regional de Medicina apurar os fatos e aplicar sanções que vão de advertência até a cassação do exercício profissional. Responsabilidade civil - Repercute na reparação de eventual dano causado por ocasião da emissão do atestado médico. Responsabilidade penal - Repercute no delito tipificado como crime à emissão de atestado médico falso. Pena: detenção de um mês a um ano. O tema é bastante extenso e complexo. Por conta disso, daremos prosseguimento na próxima edição da Revista Vox Otorrino, onde retomaremos o assunto e detalharemos outras questões a respeito.

Lembramos, mais uma vez, que por meio do programa de extensão jurídica da ABORL-CCF, o Departamento Jurídico está à disposição dos associados e pode ser contado para atendimento jurídico consultivo e contencioso pelos e-mails: juridico@aborlccf. org.br e/ou juridico1@aborlccf.org.br

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VOX CAPANEWS

Pedro Tesser On line

Pedro Tesser On line

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APLICAÇÃO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS NO CONSULTÓRIO UM CAMINHO SEM VOLTA, QUE VEIO PARA FICAR E SERÁ CADA VEZ MAIOR NA RELAÇÃO ENTRE MÉDICOS E PACIENTES Renato Gutierrez I Fotos: Arquivo pessoal

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CAPA

A

tecnologia é uma grande aliada em todos os setores profissionais. A busca por eficiência e o nível de exigência nos resultados do trabalho são cada vez maiores. Na área da saúde, os médicos procuram por novas tecnologias para que possam prestar um atendimento cada vez melhor em seu consultório. Por outro lado, a cada dia que passa os pacientes também buscam por soluções melhores e mais eficientes para resolver as suas necessidades. Desta forma, um profissional alinhado com as novas tecnologias transmite maior segurança e modernidade aos seus pacientes. A oferta de novas aplicabilidades que auxiliam no dia a dia do profissional tem crescido permanentemente. Hoje, já são várias as alternativas e novidades que agitam o mundo da medicina, possibilitando uma interação mais completa e informativa, com acesso a dados e informações que resulta em maior praticidade, rapidez e precisão. Os benefícios conquistados não são apenas na relação médico-paciente, mas de forma geral, na parte administrativa e financeira do empreendimento, bem como junto à equipe de trabalho, prestadores de serviço, entre outras questões burocráticas envolvidas na condução do negócio. “Nos dias de hoje, as relações pessoais e profissionais se tornaram majoritariamente por via online. Os aparelhos são desenvolvidos propositalmente visando um fácil manuseio e, dessa forma, caem rapidamente no gosto das pessoas, seja para conversar com os amigos, solicitar um táxi, encaminhar um e-mail, consultar o saldo bancário, entre outras questões do dia a dia. Assim, a relação entre médicos e pacientes também vai se intensificando por estes meios, num caminho certamente sem volta”, decreta o consultor do SEBRAE-SP, especialista em Gestão, Luíz Roberto Thomé. O consultor do SEBRAE-SP garante que o médico que opta pela adoção de serviços tecnológicos consegue otimizar o seu tempo e se dedicar mais a tarefas estratégicas. “Em vez de recorrer apenas a agendas e controles manuais, o profissional da saúde já tem à sua disposição ferramentas digitais que fazem a gestão completa de seu consultório, tendo, assim, acesso a informações estratégicas que deixam seu paciente cada vez mais satisfeito”, afirma Thomé.

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Dr. Bruno Rossini, membro do Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF, revela quais ferramentas considera necessárias para auxiliar na rotina de trabalho no consultório. “Atualmente é fundamental ter um site bem montado, ser atuante nas redes sociais e trabalhar com aplicativos de marcação de consulta. Outra ferramenta imprescindível é o prontuário eletrônico do paciente, que resulta em maior organização e menor ocupação física. Também faço uso de sistemas de pagamento, tipo maquininhas, o que facilitou muito o pagamento dos pacientes. Outra ferramenta importante para a gerência do consultório são os aplicativos de mensagens; não podemos fazer consultas a distância, mas podemos confirmá-las, realizar cadastros, enviar informes e orientações de saúde, além de tirar dúvidas pontuais. Certamente a presença online, de forma ética, faz toda diferença no meu plano de negócios”, declara Rossini. Agendas físicas e pilhas de papeis com relatórios médicos e informações dos pacientes estão se transformando em dados informatizados, mais ágeis, seguros e sustentáveis. São muitas as opções, destacamos, a seguir as mais relevantes:

On line

Pedro Tesser On line

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SOFTWARE DE GESTÃO Desenvolvido especialmente com finalidade administrativa, permite concentrar todas as informações e processos de um consultório por meio de um programa específico onde, a secretária ou recepcionista, insere os dados de cada paciente, programa consultas, organiza a agenda e deixa todas as informações disponíveis para que o médico possa acessá-la diretamente de um aparelho celular, tablet ou computador. “Como, normalmente, um consultório não dispõe de uma grande equipe para cuidar da parte administrativa, essa ferramenta é de grande importância, mesmo porque, além das questões relacionadas aos pacientes, ela também oferece recursos como fluxo de caixa, recolhimento de impostos, compra de suprimentos, entre outros. O acesso é restrito e autorizado através de senha, o que garante maior segurança quanto ao sigilo das informações”, explica o especialista em Tecnologia da Informação, Luíz Suares.

ARMAZENAMENTO DE ARQUIVOS EM NUVEM De acordo com o especialista em Tecnologia da Informação, entre as vantagens de se manter os arquivos armazenados em nuvem estão: compartilhamento de documentos; manutenção das informações, pois em caso de quaisquer eventualidades com as máquinas do consultório, haverá o backup de dados; e capacidade de redução de custos e de espaço físico, já que por estarem salvos em servidores virtuais, os gastos com manutenção são menores. AUTOMAÇÃO DE E-MAILS E APLICATIVOS DE MENSAGENS A comunicação continua sendo essencial, porém a forma de se comunicar vem mudando de tempos em tempos. O envio de cartas e telegramas ficou para trás, as ligações telefônicas são cada vez mais raras e, hoje, os consultórios trabalham com o envio de mensagens via e-mail, SMS e/ou WhatsApp. Dessa forma, o paciente é informado sobre mudanças em horários de atendimento, alteração de datas, lembrete sobre consultas agendadas e solicitação de confirmação de presença. Assim, a quantidade de faltas e o número de reagendamentos são reduzidos significativamente.

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CAPA

“De forma geral, tanto médicos quanto pacientes já estão familiarizados com esses recursos, portanto a aceitação é bem alta. Diversos estabelecimentos, de segmentos variados, também aplicam tecnologias similares, o que facilita a adesão”, acredita Dr. Bruno Rossini. AGENDAMENTO ONLINE Através desta ferramenta pode-se obter um relatório sobre os horários mais concorridos, bem como os mais ociosos, sendo possível remanejar o tempo marcado e readequar as consultas agendadas. Algumas plataformas possibilitam ainda o agendamento online, bem como o envio de uma mensagem de confirmação de presença. O consultor do SEBRAE-SP especialista em Gestão acredita que a qualidade do serviço oferecido é um diferencial competitivo. “Conhecer e colocar em prática ferramentas que auxiliam no planejamento, controle e execução das tarefas é primordial para qualquer negócio. Muitas vezes, um empreendimento não consegue concluir suas atividades da forma adequada por falta de organização. A tecnologia está aí para preencher esse espaço, melhorar o desempenho e contribuir para o sucesso do profissional”, diz Luíz Roberto Thomé. PRONTUÁRIO ELETRÔNICO Em muitos consultórios é comum que o mesmo paciente seja atendido por mais de um médico, ou então outros integrantes da equipe multiprofissional acompanham a evolução do tratamento. O documento compila todas as informações referentes ao histórico do paciente, medicação, resultado de exames laboratoriais, imagens, entre outras, sem que tenha de se preencher manualmente as informações e podendo acessá-las de forma rápida, além de não ocupar espaço físico. “Na questão dos prontuários eletrônicos dos pacientes, acredito que precisa ser melhorado o impasse sobre a regulamentação, principalmente no que condiz à padronização da segurança dos dados”, alerta o membro do Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF, Dr. Bruno Rossini.

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“Não podemos fazer consultas a distância, mas podemos confirmá-las, realizar cadastros, enviar informes e orientações de saúde, além de tirar dúvidas pontuais. Certamente a presença online, de forma ética, faz toda diferença.” Dr. Bruno Rossini

membro do Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF HOME CARE Altamente tecnológica, esta é uma possibilidade prática para pacientes que continuarão os seus tratamentos em casa. Por meio de um dispositivo eletrônico, o monitoramento de dados como pressão, glicose, batimento cardíaco, entre outros, é realizado de forma remota, para que o médico acompanhe a evolução do paciente e a eficácia do tratamento realizado. Trata-se de uma funcionalidade importante para pacientes mais idosos ou que necessitam de maior controle por parte do médico. Quando o especialista recomenda uma certa medicação, o mesmo poderá analisar os efeitos do tratamento aplicado.


TREINAMENTO DOS FUNCIONÁRIOS Para usufruir de todos esses recursos da melhor maneira, é fundamental que a equipe de trabalho que irá manusear as ferramentas esteja devidamente capacitada. “É necessário estar a par desde a implementação, peculiaridades, bem como saber lidar com possíveis problemas técnicos. Dessa forma será possível desfrutar das melhorias proporcionadas pela tecnologia implementada, aumentar a produtividade e reduzir custos e tempo de trabalho”, diz Luíz Suares. A tecnologia não vai substituir o médico, mas pode substituir o médico que não usa tecnologia. Grande parte dos profissionais já aderiu a esses recursos e os utiliza como auxílio no atendimento a seus pacientes, otimizando o tempo de trabalho e ampliando a eficiência no atendimento. “Sou totalmente favorável, afinal essas novas tecnologias oferecem maior agilidade nos processos internos da clínica. Ajudam-nos no relacionamento com

os pacientes de forma mais clara e organizada e resultam em maior valor percebido a todos os envolvidos no processo de atendimento”, conclui Dr. Bruno Rossini. De acordo com Luíz Roberto Thomé, essa facilidade de contato pode até mesmo aumentar a expectativa de vida das pessoas, já que as incentiva a marcarem consultas médicas com mais frequência. “Com as tecnologias atuais, o paciente, além de ter um contato quase instantâneo com o seu médico, pode realizar agendamentos de consulta com um simples toque de celular, evitando assim longas filas de espera ou até mesmo ligações intermináveis para uma central. Dessa forma, se sente motivado a sempre estar cuidando da saúde”, finaliza o consultor do SEBRAE-SP especialista em Gestão.

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PÁGINAS AZUI S

DR. EMMANUEL FORTES SILVEIRA CAVALCANTI,

MEMBRO DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, ESCLARECE DÚVIDAS A RESPEITO DO REGISTRO DA QUALIFICAÇÃO DA ESPECIALIDADE (RQE) Renato Gutierrez / Fotos: Arquivo pessoal

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RQE é um Registro obrigatório, expedido pelos Conselhos Regionais de Medicina, a pedido do CFM, a todos os médicos que tenham especialidades registradas. Ainda assim, existem muitos profissionais que exercem a atividade sem possuir o RQE. Nesta edição da VOX Otorrino, esclarecemos as principais dúvidas a respeito do procedimento a fim de auxiliar todos os médicos na obtenção do número e regularizar a situação. Confira! VOX: Como é o processo de solicitação para obtenção do RQE? Fortes: Em primeiro lugar, a requisição de registro do Título de Especialista só é possível aos que concluem a Residência Médica credenciada pelo Ministério da Educação ou o Título obtido mediante prova de Sociedade de Especialidade devidamente reconhecida pela Associação Médica Brasileira, da qual essas sociedades são departamentos especializados. Com o título em sua posse, o especialista tem obrigação de registrar no CRM da base onde pretende atuar. O requerimento é de fácil preenchimento e, depois de cumprida essa formalização junto a uma Comissão designada pelo Presidente, analisam-se os documentos e, caso tudo esteja de acordo com o que prevê a legislação, o registro é homologado. Sem o registro o médico não pode anunciar a especialidade por força da Lei nº 3268/57 em seu artigo 20, que determina imperativamente: “todo aquele que mediante anúncios, placas, cartões ou outros meios quaisquer se propuser ao exercício da medicina, em qualquer de seus ramos ou especialidades, fica sujeito às penalidades aplicáveis ao exercício ilegal da profissão se não estiver devidamente registrado”.

Sem o RQE o médico não pode anunciar a especialidade por força da Lei nº 3268/57 em seu artigo 20.

“Somente com a comprovação do Registro da Qualificação da Especialidade o profissional está habilitado a promover material de divulgação do seu trabalho.” Dr. Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti

membro do Conselho Federal de Medicina

VOX: Quais são os requisitos que o médico deve atender para solicitar o Registro? Fortes: Ter concluído Residência Médica credenciada pelo MEC ou ter obtido o Título em Prova da Sociedade de Especialidade filiada à Associação Médica Brasileira. É importante salientar também que para o CRM/CFM basta uma das duas chancelas para que o médico posso registrar o título. VOX: Quais são as principais diferenças entre o Título de Especialista e o Registro de Qualificação de Especialista? Fortes: O Registro de Qualificação de Especialista (RQE) é um número em ordem crescente em cada CRM que confirma o registro do título no Conselho Regional onde o médico atua. Não se deve confundir com o Título. Esse número permite à sociedade saber que o médico tem as chancelas necessárias para atender com proficiência seus pacientes. Ele VOX Otorrino | 25


PÁGINAS AZUIS

deve constar em todo o seu material de propaganda e publicidade, conforme Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1974/11 em seu artigo 2º. VOX: Onde deve ser realizada a solicitação? Fortes: A solicitação deve ser solicitada junto ao Conselho Regional de Medicina do respectivo Estado aonde o médico pretende atuar.

como um cerceamento à liberdade. Contudo, é preciso entender que pela relevância de sua inserção e valor social, o regramento garante segurança para seus atos. Por desconhecimento, muitas vezes se hostilizam com as regras sem entender que a maioria delas decorre de leis. O CFM e os CRM’s apenas são os depositários do controle e fiscalização dessas regras.

VOX: Quanto tempo demora para que o Registro seja emitido? Fortes: Não existe um prazo pré-estabelecido, mas de maneira geral o Registro é emitido o mais breve possível. Normalmente demora o tempo necessário para averiguar a validade dos documentos apresentados e a periodicidade para que a Comissão avaliadora se reúna. VOX: Há custos? Fortes: O custo é restrito apenas a uma taxa, que é fixada anualmente. VOX: Por que é importante que todo médico providencie o RQE? Fortes: Somente com a comprovação do Registro da Qualificação da Especialidade o profissional está habilitado a promover material de divulgação do seu trabalho. Além de ser a chancela da qualidade de sua formação. VOX: Existem limitações aos médicos que ainda não possuem o Registro em relação ao exercício da medicina? Fortes: Sim. Os médicos formados até maio de 1989 receberam dos respectivos CRM’s a chancela de especialistas por proficiência em razão de, até essa data, não haver um ato formal de convênio entre CFM/AMB, bem como as residências médicas incipientes não garantiam formação aos médicos que se formaram até essa data. A partir de então, aquele que não preenche as qualificações previstas acima deve se identificar apenas como MÉDICO. VOX: Considerações finais... Fortes: Os profissionais médicos estão desalentados com 40 anos de ataques sistemáticos à nossa profissão. Tratam todos os formalismos necessários

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Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti é médico psiquiatra, expresidente do Conselho Regional de Medicina das Alagoas (CREMAL), da Associação Alagoana de Psiquiatria e 3º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM). Coordenador do Departamento de Fiscalização e da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos – CODAME, bem como das Câmaras Técnicas de Medicina do Esporte, Aeroespacial, Marítima e Infectologia.


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ABORL- CCF EM A ÇÃ O

Comissão de Honorários e Tabelas Médicas

Sistemas são definidos para garantir uma remuneração mínima e justa aos profissionais de classe Cibele Felix I Fotos: Arquivo pessoal

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eguindo o Juramento de Hipócrates, os médicos são comprometidos a preservar a vida acima de tudo. “A atividade é uma espécie de sacerdócio, inerente a todos aqueles que se decidem pela profissão”, resume o Presidente do Comitê de Defesa Profissional e Coordenador da Comissão de Honorários e Tabelas Médicas da ABORL-CCF, Dr. Casimiro Junqueira. No entanto, são também prestadores de serviços, e suas atividades devem ser remuneradas. No Brasil, a classe segue uma tabela de honorários e preços mínimos estabelecida pela Associação Médica Brasileira (AMB). “Está em vigor atualmente a edição de 2018 da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), ela é usada pelas sociedades de especialidades e orientada pela AMB. O intuito é garantir um valor mínimo ao serviço médico”, explica Junqueira. A tabela é definida a partir de um sistema de pontuação, que comtempla: 1. Necessidade de formação do profissional e de curva de aprendizado; 2. Preparo pré-operatório, avaliação, mensurações etc; 3. Preparo do ato operatório, posicionamento complexo do paciente ou de aparelhos e da liberação pelo anestesiologista; 4. Tempo médio de duração do ato cirúrgico puro (da incisão ao término da sutura); 5. Risco transoperatório do ato; 6. Cuidados hospitalares subsequentes; 7. Cuidados pós-operatórios fora do hospital, abrangidos pelo ato; 8. Chances de complicações e processos judiciais.

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Além disso, ainda são levados em consideração os custos da estrutura de um consultório, tais como: energia, água, insumos, colaboradores, contador, aluguel, condomínio, entre outros. O otorrinolaringologista conta também com as entidades de classe aliadas à AMB, que movimentam frentes junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio da Comissão de Assuntos Políticos, para que seja implantada a CBHPM como referência para as operadoras de planos de saúde e também para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Atualmente, a ANS utiliza a CBHPM como referência para a Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS), que padroniza os códigos e as nomenclaturas dos procedimentos médicos. É importante destacar que a TUSS não é uma tabela de preços, mas sim um referencial terminológico”, esclarece o Coordenador da Comissão de Honorários e Tabelas Médicas da ABORL-CCF. No país há um grande impasse entre as operadoras de planos de saúde e a classe médica. A reinvindicação dos profissionais é de que seja seguida a CBHPM, porém as operadoras adotam tabelas próprias, e pagam em média o valor de R$ 60,00 por consulta ao prestador de serviço. “Esta é uma questão importante, o custo médico para as operadoras é o menor no total das despesas, geralmente fica entre 5 e 10%. O termo Inflação Médica, usado como indicador no reajuste dos planos de saúde é totalmente equivocado, a terminologia correta seria Custo da Saúde, onde temos: custo administrativo da empresa; custo de serviço de apoio diagnóstico terapêutico – SPDM; custo para órteses, próteses e materiais especiais – OPME; custos para internação hospitalar; entre outros. O médico, nesta ciranda,


é o menor custo para a operadora. Entretanto, ao mesmo tempo, é o maior ofensor. Parece inicialmente paradoxal, mas a caneta do médico é que gera parte desta conta. Acredito que para o sistema se manter temos que conscientizar o profissional de classe sobre o custo gerado ao solicitar procedimentos e exames de forma indiscriminada. Em contrapartida, as operadoras devem remunerar melhor a classe”, detecta Junqueira.

A ABORL-CCF orienta seus associados a terem como referência de remuneração a CBHPM. Também reforça a necessidade de atenção para a leitura de contratos de prestações de serviços emitidos pelas operadoras, bem como os acordos fechados com pacientes particulares. Além disso, oferece o suporte da Defesa Profissional e também da Comissão de Honorários e Tabelas Médicas para dirimir dúvidas. “Temos recebido várias solicitações sobre as formas de remunerações. A melhor forma de rever a questão é participar de aulas promovidas por seus conselhos técnicos e administrativos”, finaliza Junqueira.

COMISSÃO DE HONORÁRIOS E TABELAS MÉDICAS:

“O custo médico para as operadoras de planos de saúde é o menor no total das despesas, geralmente fica entre 5 e 10%. O termo Inflação Médica, usado como indicador no reajuste dos planos é totalmente equivocado, a terminologia correta seria Custo da Saúde.” Dr. Casimiro Junqueira,

Coordenador da Comissão de Honorários e Tabelas Médicas da ABORL-CCF Contatos da ABORL-CCF: Instagram: @aborlccf Facebook: /aborlccf

Coordenador: Casimiro Villela Junqueira Filho Secretário: Alexandre Cesar Souza Hamam Membros Eduardo Baptistella Bruno de Almeida Rossini Carlos Augusto Ferreira Araujo Jose Raphael de Castro Junior Gabriel Villela de Andrade Massot Paulo Saraceni Neto Márcio Fortini Jamal Sobhi Azzam Márcio Cavalcante Salmito Reginaldo Raimundo Fujita Telefones: 0800 7710 821 - (11) 5053-7500 - Fax: 5053-7512 Whatsapp: (11) 95266-1614 e-mail: <comunicacao@aborlccf.org.br>

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VOX NEWS

VOX NEWS

Brazilian Journal of Otorhinolaryngology alcança novo fator de impacto Revista científica oficial da ABORL-CCF tem reconhecimento internacional por oferecer publicações atualizadas, de alta qualidade, e voltadas ao aprimoramento científico Carolina Mattos

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revista científica da ABORL-CCF, importante publicação para o cenário mundial, está em um novo patamar. O periódico indexado no MEDLINE, Exerpta Medica, Lilacs, SciELO Brazil e ISI, ganhou um novo Fator de Impacto (FI) de 1.603. Com isso, o BJORL passa para um outro nível de importância, segundo os parâmetros nacionais e internacionais de avaliação de periódicos científicos especificamente na área médica otorrinolaringológica. Segundo a Dra. Shirley Pignatari, coordenadora do departamento e editora-chefe do BJORL, baseado no Fator de Impacto, o JCR (Journal Citation Reports) publicado pela Thomson Reuters fornece “rankings” de revistas científicas para cada categoria (Quartile rankings). A classificação no ranking depende de qual quartil a revista se encontra, de acordo com seu Fator de Impacto. “O BJORL ocupa agora uma posição Q2, que significa estar entre as 50% - 25% melhores revistas da especialidade do mundo todo e a primeira e

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mais importante da América Latina.”, comemora Dra. Shirley Pignatari. A editora-chefe do BJORL acredita que essa é uma conquista que só traz orgulho para a otorrinolaringologia brasileira, para a ABORL-CCF, e para todos que de alguma forma contribuem para o engrandecimento da especialidade. “Continuaremos contanto com a colaboração dos colegas do Brasil e do mundo para que possamos ampliar o corpo editorial e manter a excelência científica dos manuscritos, com a esperança de poder apresentar um desempenho ainda melhor nos próximos anos”, finaliza.

Para saber mais acesse o QR Code:


ABORL-CCF lança novo curso de Educação Continuada “UP! Evolution” vai levar novidades aos médicos sobre os principais temas da especialidade Atualizar! A palavra está em alta e nunca fez tanto sentido. Hoje, os profissionais precisam correr atrás de novidades e de novos estudos em suas áreas, só assim conseguem se manter em alta no mercado. Pensando nisso, a ABORL-CCF disponibiliza um novo curso que tem o objetivo de ajudar os médicos a ficar por dentro de todos os temas da atualidade na otorrinolaringologia. O UP! Evolution terá quatro módulos e será realizado em diferentes cidades, com temas e palestrantes distintos. O primeiro Módulo do curso de Educação Continuada já foi ministrado no início do mês de agosto em São Paulo. Existe a programação para que os demais módulos aconteçam até o final de 2019 em mais três cidades: Recife, Curitiba e Salvador. Todos os encontros serão conduzidos por uma equipe de grandes especialistas, que se disponibilizaram a ir gratuitamente participar dos eventos e ajudar a ABORL-CCF a difundir conhecimento. Segundo o responsável pelo projeto de Educação Médica Continuada da ABORL-CFF, Dr. Thiago Bezerra, esse projeto faz parte de uma plataforma nova de educação à distância e presencial da ABORLCCF, que foca em uma imersão de um dia para cada área de especialidade. “Os cursos são voltados para áreas importantes da otorrinolaringologia, como: otologia, rinologia, laringologia, medicina do sono e otoneurologia. As pessoas vão poder participar de casa em qualquer parte do Brasil. Cada aula dura entre 30 e 45 minutos, também haverá interação com os palestrantes através de plataformas de interatividade, bem como os participantes se atualizarão através de uma série de artigos disponibilizados durante a palestra. Todo esse material ficará disponível para download”, explica. Os médicos associados quites com a ABORL-CCF podem acompanhar gratuitamente o UP! Evolution, é só fazer a inscrição e assistir pela plataforma da ABORLCCF. Já quem estiver na cidade onde irá acontecer o evento e quiser participar presencialmente, investe

R$ 50,00 por dia de curso. São 50 vagas e as aulas acontecem sempre das 8 às 17 horas. Serão três telas simultâneas: aula de cunho prático, interatividade através do whatsapp com moderação de conteúdo e artigos de inovações relacionados ao grande tema a ser apresentado no dia do evento. “Para aqueles que puderem participar presencialmente a experiência vai ser muito interessante e muito rica, já que terão contato direto com todos os professores. A ideia de ter um número limitado é exatamente para permitir que as pessoas possam realmente tirar suas dúvidas, conversar sobre casos pessoais e sobre tratamentos. Também iremos almoçar todos juntos no local do curso, com toda a equipe, para que tenhamos um dia de imersão em questões do dia-a-dia, cirurgias, procedimentos e coisas de finalidade puramente prática”, comenta Dr. Thiago Bezerra. Segundo o responsável pelo projeto de Educação Médica Continuada da ABORL-CFF, esse tipo de iniciativa é importante para a Associação. “Com isso conseguimos democratizar o acesso ao conhecimento e oferecer uma serie de contrapartidas para o associado, que paga sua anuidade, compartilhando o conhecimento de outros associados que são professores e que estão envolvidos em serviços de ensino e pesquisa e que estão disponibilizando seu tempo a ajudar a qualificar cada vez mais o atendimento na otorrinolaringologia em todo território nacional”, finaliza Dr Thiago Bezerra. Em caso de dúvidas, o Departamento de Eventos e Cursos da ABORL-CCF está à disposição através do e-mail: eventos@aborlccf.org.br ou pelo telefone: (11) 5053-7500.

Mais informações e inscrições acesse o QR Code:

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INT ERNACIONAL

ABORL-CCF marca presença no 5º Congresso Europeu

de Otorrinolaringologia Encontro foi promovido em Bruxelas, Bélgica, e contou com a presença do vice-presidente da ABORL-CCF, Dr. Geraldo Druck Sant’Anna Renato Gutierrez I Fotos: Arquivo pessoal

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gregando Sociedades de Otorrinolaringologia de 41 países e das 15 Sociedades das subespecialidades otorrinolaringológicas, a Confederação Europeia de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CEORL-HNS) promoveu a 5ª edição do Congresso Europeu da especialidade. Realizado na cidade de Bruxelas, o encontro ocorreu de 29 de junho a 3 de julho e contou com a presença do vice-presidente da ABORL-CCF, Dr. Geraldo Druck

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Sant’Anna, entre outros otorrinolaringologistas brasileiros. Tendo como foco apresentar temas que estimulem o avanço da Ciência e da Pesquisa em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, o 5º Congresso Europeu teve como presidente o Professor Marc Remacle, de Luxemburgo. Segundo Remacle, o congresso científico, promovido bienalmente, é um dos principais compromissos da Confederação, que tem mostrado


rápido crescimento de prestígio e visibilidade. O programa científico foi liderado pela Dra. Elisabeth Sjögren, Secretária Geral da European Laryngological Society, e se baseou em três pilares principais: as sociedades científicas europeias, as sociedades nacionais europeias e a Seção & Junta de ORL da União Europeia de Especialistas Médicos (UEMS). “Foi um encontro de altíssimo nível, com uma programação científica atualizada, palpitante e que

Vice-Presidente Geraldo Druck Sant’Anna e Pre sidente da Gestão 201 Domingos Tsuji, com o 6, Presidente do Evento, Marc Remacle

Congresso Mundial de Rinologia RinoWorld 2019

despertou discussões de grande relevância para o desenvolvimento da especialidade. Profissionais de todo o mundo marcaram presença e a ABORL-CCF, como representante máxima da otorrinolaringologia brasileira, também esteve presente, estreitando relacionamentos e ajustando tratativas de colaboração mútua entre as entidades, visando uma ampliação de intercâmbio que beneficie a todos nós”, conclui Geraldo Druck Sant’Anna.

Sant’Anna; ABORL-CCF Agrício Crespo, Marcos Sarvat e Geraldo Druck de Otorrinolaringologia u Europe esso Congr 5º no ça presen marca

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iderada pelo atual Presidente da Academia Brasileira de Rinologia, Prof. Dr. Marcio Nakanishi, a delegação brasileira marcou presença no Congresso Mundial de Rinologia – RinoWorld 2019, realizado de 5 a 8 de junho em Chicago, EUA. Na oportunidade, houve participação ativa dos presentes, proferindo palestras, acompanhando mesas redondas e apresentando temas livres e pôsteres científicos. O momento auge do Congresso foi a apresentação de temas livres selecionados para prêmio, onde a brasileira Michelle Menon Myake, filha da Profa. Dra. Monica Myake, brilhou recebendo o prêmio máximo de primeiro lugar com o trabalho: “Exosomal Cystatins Predict CRS, phenotype and Disease Severity”, que atualmente está desenvolvendo sob orientação do Prof. Dr. Benjamin Bleier, em Boston, EUA. Parabéns para Michelle e toda família! VOX Otorrino | 33


O QUE DIZ A L E I

A atuação do Departamento Jurídico da ABORL-CCF Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr., do Departamento Jurídico da ABORL-CCF

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pioneirismo da ABORL-CCF é de fato uma das características desta instituição que, observando as mudanças de paradigmas nas relações profissionais que movem as questões éticas no âmbito dos Conselhos Profissionais, da Judicialização da Medicina e nas dúvidas de ordem legal de seus associados, criou o Departamento Jurídico. O Departamento Jurídico da ABORL-CCF, constituído há 13 anos, é formado por advogados especialistas em Direito Médico, da Saúde e Empresarial, entre outros ramos do Direito, com permeabilidade e interface com toda estrutura estatutária da Associação, e tem prestado consultoria à Diretoria Executiva, Conselho Administrativo e Fiscal, Comitês, Comissões, Departamentos, Ouvidoria e aos Associados adimplentes. Por vivenciar de perto os desafios da especialidade médica e do trabalho desenvolvido pelas Sociedades de Especialidades, a atuação dos advogados do Departamento Jurídico da ABORL-CCF é uma atitude, ou melhor, um modus operandis destes profissionais na condução dos casos jurídicos e na aplicabilidade do melhor dos seus conhecimentos técnicos, em prol da especialidade médica a qual a ABORL-CCF representa: a otorrinolaringologia. Agir contra ações e condutas que permeiam a invasão do ato médico e o exercício ilegal da medicina são demandas que o Departamento Jurídico tem atuado juntamente com a Diretoria Executiva e os Comitês de Defesa Profissional e Ética e Disciplina, para o bom combate na defesa das prerrogativas institucionais e proteção da especialidade.

Conheça algumas ações do Departamento Jurídico: 1) Inúmeros associados atendidos no programa de extensão jurídica da ABORL-CCF; 2) Vários pareceres jurídicos emitidos; 3) Defesa Profissional em casos de sindicância, processo ético-profissional e demandas perante o Poder Judiciário; 4) Plantão Jurídico durante o Congresso Brasileiro da Especialidade, tendo prestado atendimento a inúmeros associados; 5) Mais de 30 matérias publicadas na Vox Otorrino, colunas: O que diz a Lei e Conduta Médica; 6) Palestras na área do Direito Médico e à Saúde durante o Congresso Brasileiro, Combined Meeting e Fórum Jurídico Profissional; 7) Curso online em Direto Médico; 8) Atuação conjunta com a Diretoria Executiva, Conselho Administrativo e Fiscal, Defesa Profissional, Ética e Disciplina para defesa da especialidade; 9) Consultoria aos Comitês, Comissões e Departamentos; 10) Atuação conjunta perante Conselhos Regionais e Federais de Medicina e Associação Médica Brasileira. Nota-se que a advocacia realizada pelo Departamento Jurídico da ABORL-CCF é muito mais específica e especializada nas questões institucionais devido à vivência e experiência dos advogados que conduzem os trabalhos, com habilidades e competências para exercer a função, seja interna ou externamente, na defesa da especialidade médica – a otorrinolaringologia. Assim, a consultoria jurídica prestada pelo Departamento Jurídico é um dos benefícios, entre outros, disponibilizados pela ABORL-CCF aos seus associados adimplentes. Vale lembrar que o Departamento Jurídico, por meio do programa de extensão jurídica da ABORL-CCF, está à disposição dos associados e pode ser contado para atendimento jurídico consultivo e contencioso pelos e-mails: juridico@aborlccf.org.br e/ou juridico1@aborlccf.org.br

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EDUCAÇÃO MÉ D ICA CO NTINU A D A

Esta seção é de inteira responsabilidade do Comitê de Educação Médica Continuada da ABORL-CCF

Prevenção de lesões do

nervo facial na mastoidectomia Octavia Carvalhal Castagno Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital da Universidade Luterana do Brasil em Canoas, RS

Lucio A. Castagno Professor Associado de Otorrinolaringologia das Universidades Federal e Católica de Pelotas, RS

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primeira cirurgia na mastoide para drenar secreções purulentas do ouvido foi relatada pelo médico francês Ambroise Paré em 1560, e descrita de forma sistemática por outro francês, Jean Louis Petit, em 1774. Ao longo dos últimos 250 anos diversos cirurgiões concorreram ao aprimoramento da técnica1. Atualmente esse tipo de cirurgia é utilizada para o tratamento de diversas patologias infecciosas e não-infeciosas que acometam a orelha média e o osso temporal, incluindo otomastoidite crônica, tumores, distúrbios vestibulares, implante coclear, entre outros. Contudo, existem complicações inerentes ao procedimento que não devem ser esquecidas. Dentre as quais podemos citar a perda auditiva, dano ossicular, lesão labiríntica, paralisia facial decorrente de traumatismo direto ou indireto do nervo facial, sangramentos por laceração do seio sigmoide ou bulbo jugular, e complicações como fístula liquórica ou herniação cerebral por lesão da dura-máter. Paralisia facial iatrogênica é uma das complicações mais temidas, podendo ocorrer em 1-4% das mastoidectomias primárias e até 4-10% dos casos revisionais2,3. Nas cirurgias revisionais, o risco é maior devido a maior possibilidade de desorientação do cirurgião por alteração da anatomia, sangramentos ou presença de inflamação, podendo levar a lesões do nervo facial. Além disso, cirurgiões pouco experientes podem ter dificuldade na identificação dos marcos anatômicos mesmo em casos primários, e estarem mais sujeitos a erros durante a cirurgia. Portanto é importante seguir alguns pontos para evitar complicações (Tabela I). A mastoidectomia é feita com a incisão retroauricular clássica de Wilde; hemostasia cuidadosa com eletrocautério; 36 | VOX Otorrino

flap posterior com dissecção do periósteo temporal; localização da linea temporalis, que marca o nível da dura-máter da fossa média, e espinha suprameatal de Henle. A partir daí começa a drilagem com broca cortante, visando localizar o antro mastoideo. Evite fazer buracos estreitos e mantenha um campo amplo. Nesse momento, a correlação anatômica com as imagens da tomografia computadorizada do ouvido é relevante para avaliar a pneumatização da mastoide e eventuais alterações. Ainda assim, tecnologia não substitui o conhecimento sólido da anatomia do osso temporal; e esse é adquirido idealmente através de dissecções em peças anatômicas humanas . Descrições detalhadas das técnicas de mastoidectomia simples, radical e tímpano-mastoidectomia podem ser encontradas nos livros textos. Atenção aos pontos de referência principais são fundamentais para prevenir lesão do nervo facial intratemporal: a) localização do antro da mastoide; b) identificar o canal semicircular lateral; c) o processo curto da bigorna; d) a impressão do músculo digástrico. O nervo facial fica medial a essas estruturas, e quando o broqueado dele se aproxima aumenta a vascularização. Nesse momento, utilize brocas diamantadas em movimento paralelo ao nervo, com irrigação abundante. De acordo com a extensão do procedimento, outras estruturas também servem de referências, como o nervo corda do tímpano e a janela oval. As lesões mais frequentes ao nervo facial tendem a ocorrer no segmento timpânico e apenas 1/3 delas no segmento mastoideo. Cuidado com possíveis deiscências, tecido de granulação ou matriz de colesteatoma adjacente ao nervo facial; às vezes é preferível não removê-los5. Apesar do conhecimento da anatomia cirúrgica do osso temporal ser o fator mais importante na redução


de danos ao nervo facial, existem outras ferramentas e técnicas que auxiliam nesse propósito. Desde mais simples, como a irrigação constante com soro fisiológico durante a utilização de brocas diamantadas junto ao nervo para diminuir a transmissão de calor; passando pelo estudo prévio da tomografia computadorizada, fundamental para afastar alterações anatômicas como um nervo facial deiscente; até as mais sofisticadas como o uso de monitorização do nervo facial6, e a visualização do trajeto do nervo guiada por fluorescência, possível através da injeção de indocianina verde por meio de um cateter venoso central7. Em Medicina, o conhecimento advém da prática e do erro, ou dito de outra forma: “bom julgamento é o resultado da experiência; experiência é o resultado de maus julgamentos anteriores”. Portanto, enfatizamos a importância da dissecção de ossos temporais humanos

para cirurgiões em treinamento, antes da primeira cirurgia em paciente8. Contudo, é confortante que estudos não demonstram maior taxa de complicações pós-operatórias nos casos operados por médicos residentes, havendo apenas aumento no tempo operatório9. Resumindo, para evitar complicações na cirurgia da mastoide é fundamental o estudo minucioso da anatomia da região. O cirurgião deve ter também a tomografia computadorizada em sala durante o ato operatório e a monitorização do nervo facial, sempre que disponível. Além disso, medidas simples como a irrigação constante com soro fisiológico durante o uso de brocas evita danos térmicos ao nervo. Por último, fica a mensagem de que até o cirurgião estar suficientemente familiarizado com a anatomia do osso temporal, é prudente a presença de um colega mais experiente acompanhando o procedimento.

Tabela 1: Para evitar complicações

Figura 1: Pontos de referência na Mastoidectomia

• Conheça a anatomia. • Estudo prévio da tomografia computadorizada. • Tecnologia não substitui a boa técnica cirúrgica. • Mantenha instrumentos e mãos estáveis. • Prossiga de um ponto de referência para o seguinte: antro > canal semicircular lateral > processo curto da bigorna > impressão do músculo digástrico. O nervo facial está medial a essas estruturas. • Irrigue constantemente durante a drilagem. • Broqueie paralelo às estruturas importantes. • Use brocas diamantadas quando próximo do nervo facial. • Saiba seus limites. • Atenção e prudência.

Referências 1. Bento RF, Fonseca AC. A brief history of mastoidectomy. Int Arch Otorhinolaryngol 2013; 17: 168-78. 2. Ryu NG, Kim J. How to avoid facial nerve injury in mastoidectomy? J Audiol Otol 2016; 20: 68-72. 3. Linder T, Mulazimoglu S, El Hadi T et al. Iatrogenic facial nerve injuries during chronic otitis media surgery: a multicenter retrospective study. Clin Otolaryngol 2017; 42: 521-7. 4. Naik SM, Naik MS, Bains NK. Cadaveric temporal bone dissection: Is it obsolete today? Int Arch Otorhinolaryngol 2014; 18: 63-7. 5. Harner SG, Leonetti JP. Iatrogenic facial paralysis prevention. Ear Nose Throat J 1996; 75: 715-9. 6. Gidley PW, Maw J, Gantz B et al. Contemporary opinions on intraoperative facial nerve monitoring. Oto Open AAOHNS 2018; 1-7. 7. Chen SC, Wang MC, Wang WH et al. Fluorescence-assisted visualization of facial nerve during mastoidectomy: A novel technique for preventing iatrogenic facial paralysis. Auris Nasus Larynx 2015; 42: 113-8. 8. Green Jr JD, Shelton C, Brackmann DE. Iatrogenic facial nerve during otologic surgery. Laryngoscope 1994; 104: 922-6. 9. Muelleman T, Shew M, Muelleman RJ et al. Impact of resident participation on operative time and outcomes in otologic surgery. Otolaryngol Head Neck Surg 2018; 158: 151-4.

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CONQUISTAS A BO RL -CCF

ABORL-CCF SE TORNA MEMBRO DA CONFEDERAÇÃO EUROPEIA DE OTORRINOLARINGOLOGIA Oficialização ocorreu durante a realização do 5º Congresso Europeu de Otorrinolaringologia, realizado de 29 de junho e 3 de julho em Bruxelas, na Bélgica Renato Gutierrez I Fotos: Arquivo pessoal

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ABORL-CCF acaba de obter mais uma importante conquista: a entidade passa a ser membro associado da Confederação Europeia de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CEORL-HNS). Durante a realização do 5º Congresso Europeu da especialidade, a Associação foi indicada para fazer parte do seleto grupo de países membros da CEORL-HNS, junto com somente três outros países de fora da Europa (Coréia do Sul, Egito e México). A inclusão da ABORL-CCF foi aprovada durante a Assembleia Geral da Confederação, realizada em 02 de julho. Na oportunidade, o vice-presidente da ABORL-CCF, Dr. Geraldo Druck Sant’Anna, esteve reunido com a diretoria da Confederação Europeia. Participaram do encontro: Dr. Hans Eckel, da Áustria, atual presidente; Dr. Cem Meço, da Turquia, presidente eleito; Dr. Jan Plzák, da República Checa; Dr. Marc Remacle, de Luxemburgo; e Dr. Manuel Bernal-Sprekelsen, da Espanha; além do também convidado, Dr. Hector de la Garza, do México. “Nesta reunião foi sugerida uma colaboração intensa entre a Confederação Europeia e a ABORL-CCF. A cooperação terá um viés científico, por meio do intercâmbio de palestrantes nos congressos; bem como assistencial, com a oferta de estágios e fellowships. Além disso, teremos maior estreitamento

e acesso à divulgação de eventos científicos brasileiros e europeus”, explicou Dr. Geraldo Druck Sant’Anna. A Confederação Europeia de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço é formada por Sociedades de Otorrinolaringologia de 41 países e das 15 Sociedades das subespecialidades otorrinolaringológicas. Com a efetivação da ABORL-CCF como membro associado, a Associação passa a ter contato com todas essas sociedades do continente Europeu.

“A cooperação terá um viés científico, por meio do intercâmbio de palestrantes nos congressos; bem como assistencial, com a oferta de estágios e fellowships” Geraldo Druck Sant’Anna

Vice-presidente da ABORL-CCF

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QUALIDADE DE V ID A

Um Ironman na Otorrinolaringologia Jovem médico do ABC Paulista concilia 53 horas semanais de trabalho com a prática do Triathlon, esporte que exige disciplina, persistência e muita determinação Cibele Felix I Fotos: Arquivo Pessoal

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adar, pedalar e correr, tudo isso em uma única prova, tendo como oponente o tempo. Esses desafios são enfrentados pelos triatletas, praticantes do Triathlon, esporte que surgiu na década de 1970, em San Diego, na Califórnia e teve como percursora a equipe do Clube de Atletismo local, que pensou a modalidade combinada como forma de sair da rotina dos treinos na pista. O motivo pelo qual o otorrinolaringologista André Yassuo Prappas Yamamoto, de 32 anos, aderiu ao esporte, não tem nada a ver com movimentar o dia a dia que caiu na mesmice. O jovem médico treina por paixão mesmo. Ele concilia 53 horas semanais de trabalho, divididas entre: consultório, clínica, cirurgias e aulas que ministra para residentes na Faculdade de Medicina do ABC; além de ser médico intervencionista do SAMU

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e estudar japonês por quatro horas semanais, tudo isso com as 15 horas de treino por semana. “O tempo do treino é o meu tempo livre. Realizo as atividades em dois momentos do dia, que contemplam as seguintes modalidades: natação, ciclismo, corrida e musculação. Acordo entre 4h30 e 5h da manhã, faço metade do treino e depois sigo para o trabalho. À noite concluo o restante. Podem ser os treinos individuais na academia – musculação e força - ou então em casa, com a bicicleta no rolo de treinamento, que é um suporte que prende a bicicleta e faz com que funcione como uma ergométrica”, explica o médico. Yamamoto conta que começou a treinar sozinho há quatro anos, pedalava aos finais de semana, corria e nadava. Porém, sempre teve incentivo e tendências esportivas. “Desde criança faço esporte, já fui de


um time de handebol, fiz tênis, esgrima, ginástica olímpica e, quando estava na faculdade, baseball. Ao ingressar na residência médica precisava de um esporte que se encaixasse na vida profissional que escolhi; que possibilitasse treinos individuais, que pudessem ser feitos em qualquer horário. O Triathlon permite isso”, revela. A primeira prova oficial aconteceu em 2015 e, desde então, faz disputas mais curtas a cada cinco meses e duas longas ao ano. “As provas longas chamamos de Ironman Triathlon Full - aproximadamente 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42,195 km de corrida. E a Half Ironman, que é a metade do primeiro percurso. Sempre que posso escolho uma internacional, porque também adoro viajar e me possibilita conhecer novos lugares. Em 2018 fui para Nova Orleans e este ano já fiz uma prova em Florianópolis. Também realizei, em abril, uma prova em Lima, no Peru, onde conquistei uma excelente classificação, que me rendeu a participação, em setembro, do Mundial Ironman 70.3, o Half Ironman sobre o qual comentei mais acima, em Nice, na França”, conta com brilho nos olhos. A primeira vez que Yamamoto participou do Ironman Triathlon Full foi em maio de 2019, depois de quatro anos praticando o esporte. “Consegui o sexto lugar na minha categoria, por duas posições não me classifiquei para o Mundial Ironman Triathlon, porém estou radiante com essa conquista, não esperava. Fiquei bem contente com o meu desempenho”, comemora. Na faculdade de Medicina do ABC, onde ministra aulas para médicos residentes, o otorrinolaringologista se tornou uma espécie de referência no esporte. “Ajudo amigos a escolherem suas bicicletas e equipamentos e

oriento sobre assessorias esportivas. Tem gente que me procura para compartilhar ideias e estratégias e tudo isso me deixa muito feliz, quanto mais gente aderindo ao esporte, melhor”, cometa animado. Para conciliar o trabalho com a atividade física é necessária a privação de muitas coisas, principalmente do sono. “Não sou triatleta profissional, sou médico e amo a minha profissão. O Triathlon veio para somar e não para atrapalhar a minha carreira. Sou muito disciplinado, tanto para a medicina quanto para os treinos, e esse foi um dos maiores benefícios que a prática trouxe para o meu dia a dia. A disciplina é essencial para tudo na vida, abro mão de atividades sociais com amigos, tudo isso em nome da prova ou do treino. Também sou assim como médico, respeito os horários e não existem desculpas para chegar mais tarde ou sair mais cedo do trabalho. Disciplina é a palavra chave para quem quer evoluir em qualquer coisa”, afirma. Apesar da sobrecarga corporal, o médico acredita que o esporte também ajuda a relaxar. “A liberação de substâncias no organismo como a endorfina torna o dia a dia mais tranquilo e favorece o desempenho profissional. Recentemente tive uma lesão, o que trouxe a necessidade de um pouco mais de energia para desempenhar as funções diárias, e os treinos colaboram nesse sentido. Não basta apenas tornar o corpo forte, veloz e ajustado para o esporte, é importante uma mente equilibrada e, para isso, faço práticas de ioga e meditação, que trazem tranquilidade e bem-estar”, finaliza.

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H u m ORL

O que é o estudo... Dr. Fábio André Selaimen (Médico Otorrinolaringologista do Instituto Gaúcho de Otorrinolaringologia)

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omo boa parte dos serviços de Saúde Pública em nosso país, o ambulatório da Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) sofre com intermináveis filas de pacientes aguardando cirurgias. O ambulatório de Otologia tem sido, nas últimas décadas, referência na Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul. O Estado, com cerca de 12 milhões de habitantes, talvez seja o único centro a realizar todas as cirurgias otológicas pelo Sistema Único de Saúde, desde a miringotomia para tubo de ventilação até o implante coclear. Em uma agitada sexta-feira à tarde, ecoava pelos corredores o discurso inflamado de um paciente, indignado pelo tempo de espera que já se passara sem a realização de sua cirurgia para o colesteatoma. “Mas isso é um absurdo! Onde que já se viu? Esse negócio no meu ouvido! Vocês têm que resolver! Não é possível”, entre outras palavras de menos fino trato eram proferidas pelo doente. Os residentes, estagiários, técnicos de enfermagem e demais frequentadores da Zona 19 do Hospital de Clínicas tentavam, sem sucesso, explicar ao furioso paciente os motivos de tal demora. Arguiu-se que os horários disponíveis no Centro Cirúrgico eram fixos, sempre integralmente aproveitados, mas que o número de doentes com patologias otológicas se multiplicava com uma chegada infinitamente superior à capacidade de realização de cirurgias e alta dos pacientes. Havia também os casos com critérios de urgência, os quais eventualmente gerariam cancelamento e adiamento de cirurgias, contribuindo por aumentar ainda mais o tempo de espera. O enraivecido paciente, no entanto, não estava disposto a ouvir ou tentar compreender que não passava pela equipe médica as razões para sua demanda cirúrgica não ser atendida. Exigiu falar diretamente com o chefe do serviço. Não restou outra alternativa que não chamar o Prof. Simão Piltcher, então chefe do Serviço de Otorrinolaringologia do HCPA. Professor Simão, pacientemente, aguardou o cidadão proferir novamente todo o seu apoplético discurso, sem sequer mover um músculo facial. Ao término dos brados, o Prof. Simão questiona ao paciente qual a sua profissão, ao que o mesmo responde “eu sou pintor de paredes”. O professor, então, buscando uma analogia com a elevada carga de cirurgias em comparação à capacidade do Centro Cirúrgico, questiona: - E quantas salas iguais a essa o senhor consegue pintar em uma semana? Bem, eu acredito que duas, responde o paciente sem ainda compreender onde chegaria a conversa. - E se eu exigir que o senhor pinte seis salas iguais a essa, na mesma semana, como o senhor faria? – retrucou o professor. O paciente, completamente desarmado, e agora podendo entender em termos práticos e aplicados ao seu cotidiano, vira-se para a esposa e resignado comenta: - Tu viu? O que é o estudo...

Tem uma história que queira compartilhar? Envie para comunicacao@aborlccf.org.br 42 | VOX Otorrino



RefeRência² no tRatamento de condições de dor e inflamação.³

flexibilidade de tRatamento, com três apresentações disponíveis: • Cataflam® 50mg c/ 10 e 20 drágeas • Cataflam® D 50mg c/ 20 cpr dispersíveis³

CATAFLAM® – diclofenaco. VIA ORAL. Formas farmacêuticas e apresentações: Cataflam® drágeas: 50 mg – embalagens contendo 10 ou 20 drágeas. Cataflam® D: 50 mg – embalagem contendo 20 comprimidos dispersíveis. Indicações: Cataflam® drágea e Cataflam® D: Tratamento de curto prazo das seguintes condições agudas: estados dolorosos inflamatórios pós-traumáticos; dor e inflamação no pós-operatório; condições dolorosas e/ou inflamatórias em ginecologia; síndromes dolorosas da coluna vertebral; reumatismo não articular; como adjuvante no tratamento de processos infecciosos graves acompanhados de dor e inflamação em ouvido, nariz ou garganta. Febre isolada não é uma indicação. Crise aguda de gota; agudização do quadro de osteoartrite. Posologia: A dose deve ser individualmente ajustada. As reações adversas podem ser minimizadas utilizando a menor dose eficaz durante o menor período de tempo necessário. Cataflam® drágeas: Dose diária inicial: 100 a 150 mg em 2 a 3 ingestões separadas. Casos leves, 75 a 100 mg/dia. Dismenorreia primária: 50 a 150 mg; se necessário, elevar até 200 mg/dia. Adolescentes de 14 anos ou mais: 75 a 100 mg por dia. A dose diária máxima de 150 mg não deve ser excedida. Cataflam® D: Dose diária inicial: 2 a 3 comprimidos em 2 a 3 doses separadas. Casos leves, 2 comprimidos. Dismenorreia primária: 1 a 3 comprimidos/dia; se necessário, 4 comprimidos/dia. Adolescentes com 14 anos ou mais: 2 comprimidos/dia em 2 a 3 doses separadas. A dose diária máxima de 150 mg não deve ser excedida. Populações de pacientes especiais: Pacientes com doença cardíaca estabelecida ou fatores de risco cardiovascular só devem receber doses até o máximo de 100 mg por dia, se tratados por mais de 4 semanas. Contraindicações: Hipersensibilidade conhecida ao diclofenaco ou a qualquer outro excipiente. Úlcera gástrica ou intestinal ativa, sangramento ou perfuração. No último trimestre de gravidez. Falência hepática. Falência renal (GFR < 15 mL/ min/1.73m2). Insuficiência cardíaca grave. Hipersensibilidade conhecida ao ácido acetilsalicílico ou à outros AINEs. No 3º trimestre este medicamento pertence à categoria de risco de gravidez D, portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez. Advertências e precauções: Recomenda-se cautela em pacientes com sintomas/história de doença gastrintestinal (GI) e em idosos, devido aos riscos de hemorragia ou perfuração gastrintestinal. Deve ser interrompido se essas condições ocorrerem. O uso combinado com agentes protetores gástricos deve ser considerado em pacientes com histórico de úlcera, idosos e aqueles que necessitam de baixas doses de ácido acetilsalicílico. Cuidado quando usado concomitantemente com corticosteroides, anticoagulantes, agentes antiplaquetários ou inibidores seletivos de recaptação de serotonina. Recomenda-se cautela em pacientes com colite ulcerativa ou doença de Crohn. O tratamento geralmente não é recomendado para pacientes com doença cardíaca estabelecida ou hipertensão não controlada. Se necessário em pacientes com doença cardíaca estabelecida, hipertensão não controlada ou fatores de risco cardiovasculares significativos, o tratamento somente deve ocorrer após cuidadosa monitoração e com ajuste de dose e periódica reavaliação, especialmente quando o tratamento continuar por mais de quatro semanas. O monitoramento do hemograma é recomendado durante o tratamento prolongado. O monitoramento é recomendado em pacientes com problemas de hemostasia. Recomenda-se cautela em pacientes com asma, rinite alérgica sazonal ou doenças pulmonares crônicas. Riscos de reações alérgicas graves. Deve ser descontinuado se essas condições ocorrerem. Recomenda-se cautela em pacientes com insuficiência hepática (incluindo porfiria). Monitoramento da função hepática durante o tratamento prolongado. Cuidado com retenção grave de líquidos e edema. O monitoramento da função renal é recomendado em pacientes com história de hipertensão, insuficiência cardíaca ou renal, depleção de volume extracelular, idosos, pacientes em tratamento com diuréticos ou medicamentos que tenham impacto na função renal. É recomendado cautela em idosos. Evitar o uso com outros AINEs sistêmicos, incluindo os inibidores da COX-2. Sinais e sintomas de infecção podem ser mascarados. Gravidez e lactação: Não deve ser usado no primeiro e segundo trimestre de gravidez e nem durante a amamentação. No 1º e 2º trimestres este medicamento pertence à categoria de risco de gravidez C, portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. No 3º trimestre este medicamento pertence à categoria de risco de gravidez D, portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez. Fertilidade: Não é recomendado por mulheres que pretendem engravidar pois pode prejudicar a fertilidade feminina. Reações adversas: Comuns: Cefaleia, tontura, vertigem, náusea, vômito, diarreia, dispepsia, dor abdominal, flatulência, diminuição do apetite, aumento de transaminases, rash. Incomuns*: Infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, dor no peito, palpitação (*frequência reflete dados do tratamento a longo prazo com dose alta de 150 mg/dia). Raras: Hipersensibilidade, reações anafilática e anafilactoide (incluindo hipotensão e choque), sonolência, asma (incluindo dispneia), gastrite, hemorragia gastrintestinal, hematêmese, diarreia hemorrágica, melena, úlcera gástrica ou intestinal (com ou sem sangramento, estenose gastrointestinal ou perfuração, podendo conduzir a peritonite), hepatite, icterícia, distúrbios do fígado, urticária, edema. Muito raras: Trombocitopenia, leucopenia, anemia (incluindo anemia hemolítica e anemia aplástica), agranulocitose, angioedema (incluindo edema de face), desorientação, depressão, insônia, pesadelo, irritabilidade, distúrbios psicóticos, parestesia, perda de memória, convulsão, ansiedade, tremor, meningite asséptica, disgeusia, acidente cerebrovascular, problemas de visão**, visão borrada**, diplopia**, zumbido, perda auditiva, hipertensão, vasculite, pneumonite, colite (incluindo colite hemorrágica, colite isquêmica e exacerbação da colite ulcerativa ou doença de Crohn), constipação, estomatite, glossite, distúrbio esofágico, doença intestinal diafragmática; pancreatite, hepatite fulminante, necrose hepática, insuficiência hepática, dermatite bolhosa, eczema, eritema, eritema multiforme; síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica (síndrome de Lyell); dermatite esfoliativa, alopecia, reação fotossensível, púrpura, púrpura de Henoch-Schoenlein, prurido, lesão renal aguda (insuficiência renal aguda), hematúria, proteinúria, síndrome nefrótica, nefrite tubulointersticial, necrose papilar renal. Frequência desconhecida: síndrome de Kounis. **Efeitos visuais: Se sintomas de distúrbios visuais ocorrerem durante o tratamento com diclofenaco, um exame oftalmológico pode ser considerado para excluir outras causas. Interações medicamentosas: Recomenda-se monitorar os níveis séricos de lítio e digoxina se utilizados concomitantemente. Recomenda-se cautela no uso concomitante com diuréticos e antihipertensivos (ex.: betabloqueadores, inibidores da ECA), metotrexato, outros AINEs e corticoides, inibidores seletivos da recaptação da serotonina). A dose de diclofenaco deve ser reduzida em pacientes tomando ciclosporina ou tacrolimo. O monitoramento dos níveis séricos de potássio se utilizado com medicamentos conhecidos por causar hipercalemia (ex.: diuréticos, ciclosporina, tacrolimo, trimetoprima). Interações com o uso concomitante de antibacterianos quinolônicos, inibidores da CYP2C9 (por exemplo, voriconazol) e indutores da CYP2C9 (por exemplo, rifampicina). Recomenda-se o monitoramento em pacientes que estão tomando anticoagulantes, agentes antiplaquetários, assim como os níveis de glicose se utilizado concomitantemente com antidiabéticos. Casos de acidose metabólica foram relatados quando diclofenaco foi coadministrado com metformina, principalmente em pacientes com insuficiência renal pré-existente. É recomendado o monitoramento das concentrações plasmáticas de fenitoína se ela for administrada concomitantemente. Cataflam® drágeas e Cataflam® D: USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 14 ANOS. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. MS – 1.0068.0038. Informações completas para prescrição disponíveis à classe médica mediante solicitação. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. BSS 05.02.18. 2017-PSB/GLC-0908-s. 2017-PSB/GLC-0910-s. 2017-PSB/GLC-0911-s. 2017-PSB/GLC-0912-s. Esta mini-bula foi atualizada em 06.03.2018.

Contraindicações: Hipersensibilidade conhecida ao diclofenaco ou a qualquer outro excipiente. Interações Medicamentosas: Recomenda-se monitorar os níveis séricos de lítio e digoxina se utilizados concomitantemente. 1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. CBPF - RESOLUÇÃO - RE Nº 3.265, de 7 Dezembro de 2016 [Internet]. Brasília (DF): Diário Oficial da União – DOU. 2018, 12 Dez. [Acessado em 30 de julho de 2018]. Disponível em:http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=12/12/2016&jornal=1010&pagina=27 2. Lista A de medicamentos referência - ANVISA. Publicado em 26 de julho de 2018. Acessado em 30 julho de 2018. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/4412457/Lista+A+26-7-2018.pdf/9e739786-37ce-404d-b928-d70864c090a2 3. Bula do produto

Material destinado a profissionais de saúde habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos © 2018 Novartis BR1808869954 – Agosto/18.


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