Revista Vox 171

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Edição 171 | Ano XXIV | www.aborlccf.org.br

Gestão e carreira A forma correta de descartar o lixo produzido no consultório

Conquistas ABORL-CCF Evolução das práticas administrativas internas resulta em melhorias de desempenho

Boas práticas nas redes sociais

como o profissional médico deve proceder Internacional: ABORL-CCF marca presença no 66º Congresso da Sociedade Portuguesa e no 10º Luso-Brasileiro de Otorrinolaringologia



Mensagem do

PRESIDENTE Divulgação ABORL-CCF

Luiz Ubirajara Sennes

E

stamos chegando ao segundo semestre do ano com os projetos e metas tomando forma: o IV Combined Meeting, realizado entre 23 e 25 de maio, foi um sucesso de público e satisfação. Com mais de 600 congressistas presentes, o evento aconteceu com salas cheias, atividades dinâmicas e discussões extremamente construtivas. Além disso, as ações voltadas para a sociedade também foram realizadas com o sucesso de sempre: a Campanha da Voz seguiu em sua 21ª edição com a abrangência e representatividade que já se fez tradição, enquanto a Semana da Tontura realizou seu segundo ano de atividades, entrando para o rol de campanhas anuais da ABORL-CCF.

O 49º Congresso Brasileiro, por sua vez, já está com o site e a programação preliminar definidos. Os esforços em reunir palestrantes nacionais e internacionais de peso se refletem na grade científica. O caráter abrangente e diversificado da programação certamente trará atualização nos diversos temas e a possibilidade de aperfeiçoamento a todos os níveis profissionais. Além disso, não se esqueça de que a Assembleia Geral da ABORL-CCF, realizada durante o Congresso, será o momento de discussão e votação sobre as mudanças estatutárias que estamos desenvolvendo para aprimorar cada vez mais o estatuto de nossa entidade. Divulgaremos essas alterações antecipadamente, fique atento! Não deixe de acompanhar nossos canais de comunicação para ficar por dentro de todas as nossas atividades e novidades! Um abraço!

Diretoria 2019 Presidente Dr. Luiz Ubirajara Sennes - São Paulo (SP) Primeiro Vice-Presidente Dr. Geraldo Druck Sant”Anna - Porto Alegre (RS) Segundo Vice-Presidente Dr. Eduardo Baptistella - Curitiba/PR Diretor-Secretário Dr. Ronaldo Frizzarini - São Paulo (SP) Diretora-Tesoureira Dra. Renata Dutra de Moricz - São Paulo (SP)

Diretor-Secretário Adjunto Dr. Eduardo Macoto Kosugi - São Paulo (SP) Diretor-Tesoureiro Adjunto Dr. Joel Lavinsky - Porto Alegre/RS

PRESIDENTES DOS COMITÊS Comitê de Eventos e Cursos Dr. Vitor Guo Chen - São Paulo (SP) Comitê de Comunicação Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci - São Paulo (SP)

Comitê de Educação Médica Continuada Dra. Roberta Boeck Noer Pilla - São Paulo (SP) Comitê de Ética e Disciplina Dr. Roberto Campos Meirelles - Rio de Janeiro Comitê de Residência e Treinamento Dr. Ali Mahmoud - São Paulo - SP Comitê de Título de Especialista Dr. Rodolfo Alexander Scalia - São Paulo Comitê de Defesa Profissional Dr. Casimiro Villela Junqueira Filho - Rio de Janeiro Comitê de Planejamento Estratégico Dr. Jose Eduardo Lutaif Dolci - São Paulo


5 Carta ao leitor 6 Páginas azuis: Entrevista com José Eduardo Lutaif Dolci 10 Congresso Brasileiro: Programação Social do 49º Congresso Brasileiro 12 Capa: Boas práticas para mídias digitais - Como o profissional médico deve proceder nas redes sociais 16 Conduta médica: Case: divulgação de imagem de paciente “Antes e Depois” 18 Vox News: IV Combined Meeting ABORL-CCF 24 Gestão e carreira: Descarte de resíduos médicos

28 ABORL-CCF em ação: Pesquisa ajuda a definir novos caminhos para o ensino da Otorrinolaringologia 32 Conquistas ABORL-CCF: Evolução das práticas administrativas internas resulta em melhorias de desempenho 34 O que diz a lei: Infração ética às normas que regulamentam a publicidade médica 36 Educação Médica Continuada: Lavagem otológica: um procedimento seguro? 38 Internacional: ABORL-CCF marca presença no 66º Congresso da Sociedade Portuguesa e no 10º Luso-Brasileiro de Otorrinolaringologia 40

Qualidade de vida: Duas paixões: medicina e dança

42 HumORL


EXPEDIENTE ABORL-CCF

CARTA AO

LEITOR Trabalho e consolidação

Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci Presidente do Comitê de Comunicações

VOX Otorrino Presidente: Dr. Luiz Ubirajara Sennes

Comitê de Comunicações:

Ricardo Landini Lutaif Dolci Alexandre Beraldo Ordones Andre Alcantara Csordas Davi Knoll Ribeiro Edson Ibraim Mitre Fabrizio Ricci Romano Hormy Biavatti Soares Ingrid Helena Lopes de Oliveira Luiz Fernando Manzoni Lourençone

Assistente de Comunicação da ABORL-CCF: Aline Pereira Cabral

Conteúdo jornalístico:

ADCom Comunicação Empresarial

Jornalista responsável: Renato Gutierrez

Revisão: Alberto M. Danon

Reportagens:

Cibele Felix Val Veríssimo Carolina Mattos Zanda

Fotos:

Divulgação ABORL-CCF e arquivo pessoal

Diagramação:

Ronaldo Lopes Tesser Leandro Galha Sgobbi

Produção:

Eskenazi Indústria Gráfica Fone: (11) 3531-7900

Periodicidade: Bimestral

A edição 171 da Vox Otorrino traz novidades importantes referentes às conquistas geradas pela nossa associação, a qual tem se tornado modelo de gestão mundo afora! Um grande orgulho para todos nós, pois essa conquista é resultado de muitos anos de trabalho. Nas páginas azuis temos uma entrevista com o Dr. José Eduardo Lutaif Dolci, vice-diretor da faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, sobre o tema que mais preocupa a todos os médicos do Brasil na atualidade: a qualidade e o futuro da nossa profissão, confira nas próximas páginas a íntegra dessa fantástica conversa. A matéria de capa destaca orientações importantes relacionadas ao comportamento do profissional médico nas mídias digitais: quais condutas são indicadas, os erros mais comuns, as possíveis sanções, entre outras dicas muito úteis. E, como sempre, pensando na satisfação dos associados e congressistas, a ABORL-CCF irá realizar, no maior e mais moderno Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, modificações nas datas da programação social, festa de abertura e encerramento, conforme detalhado pelo presidente do Comitê de Eventos, Dr. Vitor Chen. Por fim, não podemos deixar de enaltecer a presença da delegação brasileira na cidade de Peniche, Portugal, para o 66o Congresso da Sociedade Portuguesa e 10o Luso-Brasileiro de Otorrinolaringologia, que teve como ponto alto a homenagem realizada ao Dr. Aldo Stamm, que recebeu o título de membro honorário da Sociedade Portuguesa. Tenham uma ótima leitura, e que o trabalho árduo de todos da ABORL-CCF, com o objetivo cada vez maior de engrandecê-la, continue principalmente ajudando com que os associados sejam sempre o maior beneficiário.

Ricardo Landini Lutaif Dolci

Tiragem:

6.500 exemplares

Espaço do leitor

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco: comunicacao@aborlccf.org.br (11) 95266-1614


PÁGINAS AZUIS

EXPANSÃO DOS CURSOS DE MEDICINA, QUALIDADE DO ENSINO, CAPACITAÇÃO TÉCNICA DOS PROFISSIONAIS...

JOSÉ EDUARDO LUTAIF DOLCI PROFESSOR TITULAR DE OTORRINOLARINGOLOGIA E VICE-DIRETOR DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, DR. DOLCI FALA SOBRE ESSES E OUTROS ASSUNTOS. CONFIRA! Renato Gutierrez I Fotos: Divulgação

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VOX Otorrino: Como forma de introduzirmos o tema, sob seu ponto de vista, como define o momento atual da Saúde no Brasil? Dr. José Eduardo Lutaif Dolci: A Saúde no Brasil está anêmica. Falta alimento, ou seja, falta maior investimento, com gestão correta, executada por profissionais capacitados e honestos. O SUS é um dos maiores sistemas de saúde no mundo, e a sua universalidade diminui a imensa desigualdade social no Brasil. Precisamos repensar a Saúde do Brasil e não especificamente na medicina, que precisa ser reavaliada e readequada para a realidade atual da saúde. Essa realidade não é a mesma da constituição de 1988, muita coisa mudou. Acredito muito no nosso atual Ministro da Saúde, profissional que veio do movimento médico e enxerga a saúde como médico e gestor. VOX: Em relação à expansão do número de faculdades de medicina no país, qual a sua opinião? Dolci: Em 2011 concedi uma entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, onde dizia que a abertura indiscriminada de escolas médicas, sem critérios coerentes com a política nacional de saúde e educação, seria um grande erro. Fui rebatido no mesmo momento pelo então ministro da Educação dizendo que não havia, de forma alguma, uma abertura indiscriminada de escolas médicas. Pois bem, desde então, foram abertas mais de 80 escolas de medicina no país. Hoje, temos 336 escolas médicas no Brasil, sendo 66 só no Estado de São Paulo. O motivo para tal situação é uma análise equivocada por parte de agentes governamentais de que há uma carência de médicos, quando na verdade o que existe é uma distribuição totalmente desequilibrada da população médica e os motivos para isso são vários, entre eles: • concentração de grande quantidade (e qualidade) das Residências Médicas nos grandes centros (especificamente sul e sudeste); • falta de estrutura adequada para o trabalho nos locais distantes; • falta de infraestrutura adequada para a família do médico; • e o principal de todos: falta de uma política nacional de carreira médica. Os vários programas criados para levar médicos

aos locais mais afastados do país esbarram nos problemas referidos anteriormente para não se firmarem e evoluírem sempre para o descontinuamento. Não há dúvidas de que precisamos readequar a formação médica para uma nova realidade socioeconômica do país, e a matriz curricular das escolas médicas deve sofrer mudanças importantes, mas isto deverá estar acoplado à criação da carreira nacional do médico. VOX: Diretamente relacionada a isso está a qualidade do ensino oferecido, o que pensa a respeito? Dolci: É evidente que hoje não temos professores qualificados para suprir a demanda de todas as escolas que estão sendo criadas. O ideal é que tenhamos 80% dos professores com a qualificação de mestre ou doutor nas escolas médicas para a obtenção de nota 5 no MEC e, infelizmente, isso não é possível no cenário nacional atual. A consequência é uma formação inadequada das futuras gerações de médicos, com consequências muito ruins para a população e o próprio sistema de saúde, que terá um custo muito maior, proporcionalmente à má formação dos profissionais.

“O SUS é um dos maiores sistemas de saúde no mundo, e a sua universalidade diminui a imensa desigualdade social no Brasil.”

José Eduardo Lutaif Dolci VOX Otorrino | 7


PÁGINAS AZUIS

VOX: E quanto à capacitação técnica dos profissionais que estão sendo formados? Verificamos a abertura de diversas faculdades nos últimos anos e as mesmas não estão tendo aonde realizar o internato de seus alunos. Como vê essa situação? Dolci: A capacitação técnica dos egressos depende da capacitação de seus formadores, de seus professores e não temos hoje professores para toda esta demanda. Porém, há outra discussão importante neste momento, que é a descentralização do internato de dentro dos hospitais. Cerca de 95% das mortes que ocorrem nos dias de hoje tem como causa de base as doenças crônicas, e 90% das internações (exceto parto), também tem como base doenças crônicas que, obviamente, estão associadas ao envelhecimento da população brasileira e, portanto, o jovem médico precisa ter uma formação

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adequada para a nova realidade social, bem como necessita, no seu internato, aprender a vivenciar esta situação fora dos leitos hospitalares. Sendo assim, há uma tendência a termos um internato com menos horas dentro do hospital. Que fique bem claro: precisamos sim de hospitais para formar médicos, mas não é só do hospital que precisamos. VOX: Qual a explicação para a abertura de novas faculdades de medicina já que foi divulgado que, por um período, isso não poderia mais ocorrer? Dolci: A explicação para continuar a ter aberturas de novas escolas é porque elas já haviam sido autorizadas nos governos anteriores e só estavam aguardando ter a estrutura física e a documentação prontas para iniciar os vestibulares. Temos hoje, em todo o Brasil, 43 escolas em processo de reconhecimento.


VOX: Uma outra possibilidade é a abertura de cursos via educação a distância. Há registro de Universidades abrindo curso de medicina veterinária via EAD. O que dizer a respeito? Dolci: Os cursos de EAD hoje são uma realidade no Brasil e no mundo, mas é evidente, é óbvio, que não há possibilidade de um curso de medicina ser totalmente em EAD. O MEC autoriza até 20% da carga horária do curso de medicina em EAD e isso já é utilizado em muitas instituições no Brasil e no mundo, principalmente para disciplinas teóricas. Isso traz um benefício na grade curricular, pois permite a criação de espaços livres para estudo e atividades complementares, disciplinas optativas, etc. VOX: Sob seu ponto de vista, o que o Governo Federal, através do Ministério da Saúde, deveria fazer para melhorar toda essa situação? Dolci: A criação da carreira nacional do médico, com salários dignos para aqueles que optarem pela dedicação exclusiva com progressão na carreira, nos moldes do Ministério Público, Judiciário e outras tantas carreiras. Investimento muito forte na saúde, cobrar dos gestores uma correta utilização do dinheiro público, esse é o caminho.

VOX: Como vê, atualmente, a valorização dos profissionais na área da Saúde? Dolci: A valorização do profissional da área da saúde é muito precária, em especial do médico. Já estamos com excesso de médicos nos grandes centros, que associados com os gigantes da saúde complementar promovem uma concorrência devastadora. A proposta do governo anterior era formar até 20 mil médicos por ano a partir de 2023, quando a maioria das novas escolas médicas estará formando suas primeiras turmas e neste momento teremos uma “pletora” de médicos no mercado, com formação inadequada e, pior, concentrados em grandes centros por falta de uma política nacional de saúde que proporcionaria uma distribuição mais uniforme dos médicos, e aí se inclui a falta de carreira nacional do médico. O resultado disto será uma pulverização dos honorários da grande maioria destes profissionais. VOX: Diante deste cenário, qual o papel das associações médicas e, em especial, da ABORL-CCF? Dolci: Acredito que as Sociedades de Especialidades têm um papel fundamental neste cenário da saúde pública, porque devem balizar, através do Título de Especialista, a qualificação dos profissionais no mercado de trabalho. A valorização do título de especialista, a meu ver, é a joia da coroa num cenário altamente perigoso para o médico e a nossa ABORL-CCF tem feito um trabalho incansável na valorização do Título de Especialista e na Comissão de Ensino e Residência, avaliando com muito critério nossos serviços credenciados.

“A criação da carreira nacional do médico, com salários dignos para aqueles que optarem pela dedicação exclusiva com progressão na carreira, nos moldes do Ministério Público, Judiciário e outras tantas carreiras. Investimento muito forte na saúde, cobrar dos gestores uma correta utilização do dinheiro público, esse é o caminho.”

José Eduardo Lutaif Dolci VOX Otorrino | 9


BRASILEIRO

PROGRAMAÇÃO SOCIAL DO 49º CONGRESSO BRASILEIRO DA ABORL-CCF ESTE ANO O MAIOR E MAIS MODERNO EVENTO DA OTORRINOLARINGOLOGIA BRASILEIRA PROMOVERÁ UM ENCONTRO ESPECIAL JUNTAMENTE COM A NOITE ALUMNI Val Veríssimo I Fotos: Divulgação

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Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília, foi o espaço escolhido para a 49º edição do Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial por conta de sua versatilidade, requinte e estrutura tecnológica de última geração. Neste ano, o encontro que acontecerá de 30 de outubro a 02 de novembro passará por modificações na Programação Social, tudo isso para proporcionar aos congressistas mais conforto e comodidade e, que assim, aproveitem todo o conteúdo científico disponível e participem integralmente das atividades oferecidas pelo Congresso. A Cerimônia de Abertura acontecerá no primeiro dia (30), às 11h30. Já a festa de encerramento, tradicionalmente programada para o último dia do encontro, acontecerá no dia 1º de novembro (penúltimo dia de Congresso). Por esse motivo, será chamada de Festa de Confraternização e não mais de encerramento. “Essa ideia surgiu para aumentar a participação dos congressistas e permitir que a programação cientifica fosse estendida”, explica o presidente do Comitê de Eventos da ABORL-CCF, Dr. Vitor Chen. Nos anos anteriores, a festa de encerramento acontecia no sábado (último dia do encontro), e Chen entende que muitos congressistas já haviam retornado para suas respectivas cidades. “Esse ano a festa acontecerá na sexta-feira, uma ótima oportunidade para que todos os congressistas participem e expandam o seu networking. Lembrando que, para ter acesso ao local da festa, é necessário estar devidamente inscrito no Congresso e ter adquirido o convite previamente”, alerta o presidente do Comitê de Eventos. O encontro também traz como destaque o: “DIA A DIA DO CONSULTÓRIO”, que apresentará temas práticos do cotidiano do profissional no desempenho de suas atividades. “Procuramos um enfoque mais prático, com temas muito interessantes e esperamos que os nossos congressistas possam usufruir ao máximo de toda a grade científica. Que participem ativamente com questionamentos, apresentações de casos e tenham interesse em interagir com nossos palestrantes”, finaliza Chen.

PROGRAME-SE CERIMÔNIA DE ABERTURA 31 de outubro, das 11h30 às 12h30. ASSEMBLEIA DA ABORL-CCF 31 de outubro, a partir das 17h30 FESTA DE CONFRATERNIZAÇÃO E NOITE ALUMNI 01 de novembro, a partir das 21h.

“Com a mudança na data da festa, os congressistas têm um maior poder de interação, incluindo os serviços de residência, já que a famosa noite Alumni ocorrerá no mesmo dia e local. Sendo uma oportunidade única de reencontro, troca de experiências e de expandir o networking entre os participantes e os serviços de ORL do Brasil.” Dr. Vitor Chen

Em caso de dúvidas, ou mais informações, entrar em contato com o Departamento de Eventos da ABORL-CCF: eventos@aborlccf.org.br

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CAPA

Boas práticas para mídias digitais

Como o profissional médico deve proceder nas redes sociais Renato Gutierrez I Fotos: Arquivo pessoal

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á anos as mídias digitais entraram de forma definitiva na vida de todas as pessoas, mesmo aquelas que se negam a participar diretamente de qualquer rede social serão, ainda que indiretamente, atingidas. Segundo o mais recente relatório divulgado pelas empresas especializadas em tecnologia We Are Social e

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Hootsuite, 62% da população brasileira está ativa nas redes sociais. O mesmo estudo constatou que 58% já buscou por um produto ou serviço na Internet. Diante desta realidade, o meio digital se tornou uma importante ferramenta no mundo corporativo, sendo amplamente explorado comercialmente e gerando resultados expressivos. Assim, muitos profissionais aderiram


a esses canais de comunicação como forma de divulgar o seu trabalho e de consolidar sua marca. Ocorre que, devido à constante inovação dos meios de comunicação e à crescente veiculação de informações e publicidades por profissionais de saúde nas redes sociais, o Conselho Federal de Medicina trouxe como inovação no novo Código de Ética Médica a obrigatoriedade de os médicos observarem as normas elaboradas pelo órgão ao utilizarem as mídias sociais. Da mesma forma, os profissionais devem se atentar para as diretrizes do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), quanto ao conteúdo e à forma da atividade publicitária que trata, especificamente, de anúncios de médicos e outros profissionais da área da saúde. A exposição do médico em meios de comunicação deve visar a disseminação de informações de utilidade pública, educar, orientar, ajudar a prevenir doenças e a promover a saúde. Devendo-se abster do sensacionalismo e da autopromoção e de não induzir o público ao autodiagnostico ou a auto prescrição. De acordo com orientação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), a informação médica via Internet pode complementar, mas nunca substituir a relação pessoal entre o paciente e o médico. A simulação de procedimentos médicos pela Internet também não é recomendável. É o caso, por exemplo, da simulação de possíveis efeitos de uma cirurgia, o que pode criar falsas expectativas e ilusões, causando insatisfação futura no paciente e caracterizando falta ética à promessa de resultados, já que não há certeza de que serão cumpridos em função da resposta individual de cada organismo à terapêutica utilizada. Também é considerado procedimento antiético a transmissão de cirurgias, sejam elas em tempo real ou não. “O médico que utilizar a Internet para autopromoção no sentido de aumentar sua clientela; fazer concorrência desleal, como promoção no valor de consultas e cirurgias; pleitear exclusividade de métodos diagnósticos ou terapêuticos; fazer propaganda de determinado produto, equipamento ou medicamento, em troca de vantagem econômica oferecida por empresas ou pela indústria farmacêutica pode ser punido”, alerta o CREMESP. Dra. Vania Rosa Moraes, do departamento jurídico

da ABORL-CCF, declara que o profissional que desrespeitar as determinações estabelecidas pelos Conselhos Regional e Federal de Medicina estão sujeitos à advertência confidencial em aviso reservado, censura confidencial em aviso reservado, censura pública em publicação oficial, suspensão do exercício profissional por até 30 dias, ou até mesmo a cassação do exercício profissional. “A publicidade na atividade médica deve ter como objetivo educar e orientar a sociedade quanto aos cuidados para prevenção e atenção à saúde, afastando eventuais finalidades de cunho comercial e que visem à obtenção de dividendos, autopromoção, sensacionalismo e/ou concorrência desleal. Portanto, o profissional médico deve se comportar com zelo e diligência quanto aos seus atos nas redes sociais. Por fim, tendo o médico dúvidas quanto ao material ou informação que pretende veicular, a orientação é consultar a CODAME (Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos do CRM)”, orienta a advogada. A autopromoção se caracteriza pela utilização de entrevistas, informações ao público e publicações de artigos como forma para angariar clientela, fazer concorrência desleal, pleitear exclusividade de métodos, auferir lucros e a divulgação de endereço e telefone.

“A publicidade na atividade médica deve ter como objetivo educar e orientar a sociedade quanto aos cuidados para prevenção e atenção à saúde. O profissional médico deve se comportar com zelo e diligência quanto aos seus atos nas redes sociais”

Dra. Vania Rosa Moraes

Depto. jurídico da ABORL-CCF VOX Otorrino | 13


CAPAMEETING

A forma de se comunicar mudou, e como se não bastassem todas as restrições impostas pelos órgãos regulamentadores, utilizar-se da estratégia de exposição e autopromoção não tem trazido resultados positivos àqueles que investem nessa estratégia. Desde a popularização da internet ocorreram mudanças significativas nos hábitos de venda e de consumo e o poder de produzir o próprio conteúdo tem se mostrado a forma mais eficiente para obtenção de bons resultados. A valorização do conteúdo produzido é a maneira mais indicada de conquistar credibilidade e aumentar o número de seguidores, pois quando se fala de forma clara e com propriedade sobre determinado assunto gera reputação em torno daquilo. “A melhor estratégia para profissionais da saúde é focar na dor do paciente, isso quer dizer: responder às dúvidas do público sobre sua especialidade. Por exemplo, um otorrinolaringologista pode falar em um vídeo no YouTube sobre os cuidados pós cirurgia de obstrução nasal, desde que não mostre imagens do procedimento, nem resultados antes e depois, tampouco fale em valores envolvidos no procedimento. A chave para profissionais da área médica é investir em conteúdo relevante, e relevância na Internet está relacionada a ajudar as pessoas dentro de um contexto. Assim, uma dica é elencar todas as dúvidas dos pacientes e responder em vídeos, isso cria otimização nos sistemas de busca e gera o que chamamos de reputação online. Outra estratégia interessante

“A chave para profissionais da área médica é investir em conteúdo relevante. Uma dica é elencar todas as dúvidas dos pacientes e responder em vídeos, isso cria otimização nos sistemas de busca e gera o que chamamos de ‘reputação online’”

Rafael Terra

Fabulosa Ideia 14 | VOX Otorrino

Entre as redes sociais mais acessadas pelos brasileiros destaque para: YouTube com 60% de acesso Facebook com 59% WhatsApp com 56% Instagram com 40% Fonte: “Digital in 2018: The Americas”

são as lives, que podem ser semanais, elas têm o poder de dar um motivo para a pessoa seguir o profissional, criando vínculo”, explica Rafael Terra, da Fabulosa Ideia, especialista em relacionamentos com conteúdo. Conteúdos repetitivos e que servem apenas para atualizar o perfil ou a página também não geram resultados interessantes. “As redes sociais revolucionaram a forma de as pessoas se comunicarem. Através delas os consumidores ficaram mais exigentes e aptos a falarem bem ou mal de determinado serviço. Não basta apenas ter uma estratégia de comunicação eficiente, é necessário produzir conteúdo de fato relevante para a sociedade”, afirma o especialista em marketing digital Renan Barbosa, do Midiologias Comunicação Digital. A união entre conteúdo útil e relevante é o que diferencia e torna um profissional influente nas mídias digitais. Defina um estilo e o tom com que você irá falar com o seu público. Apresente-se de maneira espontânea, pois isso irá direcionar melhor a quem você quer atingir. Marketing de conteúdo não é propaganda, ele gera valor para as pessoas, aumenta a exposição e a reputação de quem o utiliza corretamente.


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Fique ligado nessas dicas e fuja de problemas! Divulgue seus dados

Disponibilize todas as suas informações profissionais: nome completo, endereço e telefone da clínica, Registro de Qualificação de Especialista (RQE), número do CRM e as especialidades as quais você trabalha, desde que sejam registradas no CRM.

Mantenha distância da autopromoção Mesmo que você se considere o médico mais capacitado da região na qual atua, nunca utilize elogios como “o melhor”, “o mais qualificado”, “o único capacitado em determinada especialidade”.

Não publique fotos de seus pacientes Médicos não podem usar os pacientes como forma de se promover, há outros meios para isso. Nem mesmo as famosas selfies são permitidas entre profissional e paciente, tampouco fotos do atendimento.

Jamais faça leilão do seu trabalho O Conselho Federal de Medicina entende que a saúde é um bem que não pode ser comercializado; não pode ser vendida, nem comprada.

Nunca prometa resultados Mesmo que o procedimento seja idêntico, os resultados podem variar de pessoa para pessoa. O desfecho obtido com um paciente não pode servir como verdade absoluta, nem garantia de resultados.

Utilize as redes sociais de forma educativa Crie vídeos, infográficos e até mesmo pequenos posts sobre temas de interesse do público final. Esse tipo de estratégia cria um relacionamento com os seguidores, que adquirem confiança no seu trabalho, tornando-o referência, tanto na área como na região de atuação.

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CONDUTA MÉD ICA

Case: divulgação de imagem de paciente “Antes e Depois”

apurado junto ao Conselho Regional de Medicina Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr., do Departamento Jurídico da ABORL-CCF

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EMENTA: Processo ético-profissional, infração aos artigos 4º, 104 e 142 do Código de Ética Médica: “Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão”. ‘É vedado ao médico: fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos em programas de rádio, televisão ou cinema e em artigos, entrevistas ou reportagens em jornais, revistas ou outras publicações leigas”; “ O médico está obrigado a acatar e respeitar os acórdãos e resoluções dos conselhos federal e regionais de Medicina”. Descaracterizada infração ao artigo 131 do Código de Ética Médica. Reformada a pena de censura pública em publicação oficial para advertência confidencial em aviso reservado. (...) Ao médico, é vedada a divulgação de fotos dos pacientes chamado “antes e depois”, mesmo sem identificação do paciente, desrespeitando resoluções do CFM e dos CRMs.

Processo – Consulta CRM/DF nº 29/2015 – Parecer CRM nº 1/2016 – Relator: Conselheiro Luiz Fernando Salinas – Assunto: Publicidade em redes sociais – Não é permitido publicar fotos de pacientes, também não podem divulgar fotos imagens ou áudios que caracterizem sensacionalismo, autopromoção ou concorrência desleal, enquadrando-se neste grupo as fotos de antes e depois”. Parecer CREMESP nº 107787/2010 – Conselheiro Lavínio Nilton Camarim: “A exposição pública de pacientes, através de fotos e imagens, é considerada antiética pelo CREMESP. Conforme o Código de Ética Médica, “é vedado ao médico fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos”.

Da análise do caso: Em breve análise do caso é possível constatar que a publicidade na atividade médica deve ter como objetivo: educar e orientar a sociedade quanto aos cuidados para prevenção e atenção à saúde, afastando eventuais finalidades de cunho comercial e que visem a obtenção de dividendos, autopromoção, sensacionalismo e/ou concorrência desleal.

Parecer CREMESP nº 106337/2009 – Conselheiro Lavínio Nilton Camarim: “A exibição de fotos, modelos, etc., induz à promessa de resultados e sabemos que a medicina é uma arte de meios e não fins e o médico deve evitar tal prática”.

Evidência ainda, claramente, que é vedado ao médico a prática de utilização das mídias sociais para fazer referência a casos clínicos identificáveis com a exposição do paciente no denominado “Antes e Depois”, pois tal conduta fere frontalmente direitos fundamentais à privacidade e intimidade da imagem dos pacientes garantidos pela Constituição Federal.

Nota-se, ainda, e não menos importante, que cabe ao médico zelar e trabalhar de acordo com as boas práticas éticas da Medicina, primando pelo respeito à profissão e principalmente ao paciente. Entender ao contrário é incorrer em infração ética no âmbito do Conselho de Classe e, se tal conduta médica causar dano ao paciente - seja moral e/ou material, estará o profissional médico instado a responder também no âmbito civil e, consequentemente, arcar com ônus da indenização civil. E, por fim, concluindo análise do caso, destacamos que os critérios normatizados pelo Conselho Federal de Medicina fomentam as boas práticas médicas na assistência ao paciente, e, principalmente, na adoção de postura ética e legal na relação médico-paciente.

Em inúmeros pareceres, os Conselhos Regional e Federal já se manifestaram a respeito, descrevemos alguns deles: Processo – Consulta CFM nº 26/2017 – Parecer CFM nº 12/2019 – Relator: Conselheiro Emanuel Fortes ... Não é permitida a exposição de pacientes, mesmo com sua autorização, bem como imagens do antes e do depois, conforme Resolução CFM nº 1974/2011”.

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VOX NEWS

VOX NEWS

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COMBINED MEETING ABORL-CCF

NESTA EDIÇÃO DO ENCONTRO, ALERGIA, ESTOMATOLOGIA, PLÁSTICA DA FACE E RINOLOGIA FORAM OS TEMAS EM DISCUSSÃO

Renato Gutierrez I Fotos: Divulgação

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Câmara Americana de Comércio (AMCHAM Brasil), em São Paulo, foi palco de mais uma edição do Combined Meeting ABORL-CCF. Realizado entre os dias 23 e 25 de maio, o evento contou com mais de 600 inscritos e foi marcado pela realização de atividades práticas, dinâmicas e muita discussão entre os participantes. A cerimônia de abertura, realizada ao final das atividades do primeiro dia de encontro, contou com a presença do presidente da ABORL-CCF, Luiz Ubirajara Sennes, do 1º vice-presidente, Geraldo Druck Sant´Anna, e do 2º vice-presidente, Eduardo

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Baptistella. Também participaram da cerimônia os coordenadores das academias e departamentos responsáveis pela organização do IV Combined Meeting ABORL-CCF: Cleonice Hitomi Watashi Hirata, João Ferreira de Mello Junior, Marcio Nakanishi e Washington Luiz de Cerqueira Almeida. Durante o discurso inaugural, o presidente da ABORL-CCF, Dr. Luiz Ubirajara Sennes declarou que o Combined Meeting é o evento onde há a oportunidade de preparar uma programação mais fechada, com temas específicos e aprofundados sob o ponto de vista científico. “Contamos também com a presença de


convidados de expressiva notoriedade e de temas relevantes no cenário científico atual. Dessa forma, garantimos uma atualização com o máximo de aprofundamento em cada uma das supra especialidades. Toda a programação científica foi elaborada com essa preocupação e está voltada para que haja real aprendizado e troca de conhecimento entre os participantes”, afirmou Sennes. Para o presidente da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face, Dr. Washington Luiz Almeida, o evento foi uma enorme oportunidade para troca de experiências entre os participantes. “Destaco a presença do professor Enrico Robotti, renomado cirurgião italiano referência em rinoplastia, que além de participar de várias atividades nos brindou durante toda uma manhã do sábado com seus

conhecimentos. Nos módulos Hands On, capitaneados por Dra. Flávia Diniz, tivemos excelentes aulas práticas sobre como aplicar a toxina botulínica e técnicas de preenchimentos em prol do rejuvenescimento facial. Contamos, de forma geral, com um destacado time de colegas, de todo o Brasil, que proporcionou a todos um grande enriquecimento de conteúdo”, declarou. Segundo o presidente da Academia Brasileira de Rinologia, Dr. Marcio Nakanishi, parte do sucesso do evento vem da programação científica, que foi intensamente pensada e trabalhada desde o ano passado. “Um encontro como este, que conta com a presença de mais de 600 participantes, é um sucesso!

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VOX NEWS

Dr. Enrico Robotti, chefe do Departamento de Cirurgia Plástica do Hospital Papa Giovanni XXIII, Itália, foi o convidado internacional do evento Dr. Luiz Ubirajara Sennes, presidente da ABORL-CCF, deu as boas-vindas aos participantes e conduziu a cerimônia de abertura

Os módulos Hands On foram inovadores, práticos e dinâmicos, apresentando temas como: os principais instrumentais e equipamentos em rinologia, avaliação do olfato e treinamento olfatório e aquisição de habilidades cirúrgicas”, destacou Nakanishi. Ao longo da programação foram apresentados e discutidos temas como: Diagnóstico e Tratamento dos Distúrbios do Olfato, Doenças de Glândulas Salivares, Disfunções Imunológicas, Novas perspectivas na Rinossinusite Crônica, Alterações imunológicas relacionadas à Estomatologia, Tratamento da válvula nasal, Perfuração septal e Doenças Granulomatosas. A coordenadora do Departamento de Estomatologia da ABORL-CCF, Dra. Cleonice Hirata, lembrou que a estomatologia é uma área muito importante para

Marcio Nakanishi, presidente da Academia Brasileira de Rinologia

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Washington Luiz Almeida, presidente da Academia de Cirurgia Plástica da Face

atuação do médico otorrinolaringologista e que vem ganhando cada vez mais espaço. “O Departamento de Estomatologia se sentiu muito honrado em receber o convite e poder participar desta quarta edição do Combined Meeting. Através de eventos como este esperamos que novos serviços de estomatologia sejam semeados, principalmente em hospitais e clínicas que contam com residentes, dessa forma novos profissionais estarão capacitados para atuar nesta área”, acredita Cleonice. Já o coordenador do Departamento de Alergia da ABORL-CCF, Dr. João Ferreira de Mello Junior, destacou a interação entre os participantes. “A possibilidade de montar a programação científica de alergia para esse evento foi um grande desafio, mas com a ajuda dos colegas que fazem a parte clínica esse trabalho se tornou muito mais tranquilo. Procuramos, na

Cleonice Hirata, coordenadora do Departamento de Estomatologia da ABORL-CCF

João Ferreira de Mello Jr, coordenador do Departamento de Alergia da ABORL-CCF


IV Combined Meeting contou com a presença de notáveis palestrantes, que abrilhantaram ainda mais o evento

montagem da grade, mesclar temas básicos e temas avançados, mas priorizando sempre dar espaço e incentivar a discussão entre os participantes”. O evento contou ainda com a apresentação de trabalhos científicos, que foram expostos aos membros da banca avaliadora para escolha do pôster premiado. “Padrão imuno-histoquímico da mucosa nasal de portadores de rinossinusite crônica com e sem exposição a fibras do algodão e controle” foi o título do trabalho eleito, que rendeu como prêmio ao autor uma inscrição ao 49º Congresso Brasileiro, que será realizado de 31 de outubro a 2 de novembro, em Brasília.

Também foi promovida a transmissão ao vivo de cirurgia de Ressecção Endoscópica de Tumor da Hipófise, realizada em Miami e exibida com exclusividade aos congressistas presentes.

Acesse todas as fotos deste evento através do QR Code:

Módulos Hands On contaram com atividades práticas e dinâmicas que se destacaram durante o encontro

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VOX NEWS

ABRIL É MÊS DE ENGAJAMENTO EM IMPORTANTES AÇÕES DE DIVULGAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO JUNTO À POPULAÇÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE CUIDADOS COM A SAÚDE E A BUSCA POR AUXÍLIO ESPECIALIZADO Renato Gutierrez I Fotos: Divulgação

Semana Nacional da Voz

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romovida pela Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) e pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), a 21ª Campanha Nacional da Voz foi realizada de 15 a 20 de abril. Com o slogan “Afine a sua saúde, cuide da sua voz”, a Campanha tem por objetivo fornecer uma série de esclarecimentos sobre o assunto, transmitindo à população em geral informações importantes sobre a saúde vocal. Neste ano, a cerimônia de abertura foi realizada no Teatro Basileu França, em Goiânia, e contou com apresentação de artistas locais, como o pianista Euclides Sigoli Jr, o professor de canto Marco Antonio e o musicista e cantor Adhemar Rocha. Também houve exibições dos corais da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia e dos Laringectomizados totais do hospital do Câncer Araújo Jorge.

Entre as autoridades que prestigiaram o evento, estiveram o presidente da ABLV, Dr. Gustavo Korn; o 2º vice-presidente da ABORL-CCF, Dr. Eduardo Baptistella; o Coordenador Nacional da Campanha da Voz 2019, Dr. Hugo Valter Lisboa; o presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (CREMEGO), Dr. Leonardo Mariano Reis; Alessandra Brito, da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; Silvia Ramos, do Conselho Federal de Fonoaudiologia; Rogerio Goulart, do Conselho Regional de Fonoaudiologia da 5ª região; e Eliana Marques, do Curso de fonoaudiologia da PUC-GO. Por meio de ações de orientação e conscientização, a Campanha da Voz promove um processo de sensibilização permanente em relação aos cuidados com a voz.

Campanha da Voz teve cerimônia de abertura realizada no Teatro Basileu França, em Goiânia

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A iniciativa tem por finalidade reforçar essa mensagem constantemente. “Cada ano da nossa campanha é um tijolo na grande construção que estamos fazendo. É fundamental que as pessoas tenham consciência da importância de cuidar bem da voz e, em caso de qualquer sinal de problema, procurar por ajuda especializada”, alertou o Presidente da ABLV, Dr. Gustavo Korn. “Além disso, a união de diferentes entidades em prol da causa da campanha é a maior conquista do evento”, assinala. “A campanha da voz tem se tornado um marco, com crescimento permanente a cada ano. É uma ação extremamente importante e que vai ao encontro do nosso maior objetivo: que é a saúde dos nossos pacientes. Trata-se de uma semana inteira voltada para a voz; uma ponte que liga o cérebro ao coração, afinal não há nada mais bonito do que poder se expressar, dizendo,

por exemplo, eu te amo para um filho”, declarou o 2º vice-presidente da ABORL-CCF, Dr. Eduardo Baptistella. “Por meio de ações educativas, realizamos a conscientização da população, cumprindo nosso papel enquanto entidade”, complementou o presidente da ABORL-CCF, Dr. Luiz Ubirajara Sennes. A iniciativa reitera a necessidade de estar atento a uma possível irregularidade na voz já que, muitas vezes, as pessoas ignoram incômodos apresentados, não buscam por ajuda especializada e prolongam um problema que poderia ser facilmente resolvido, agravando o quadro. “É fundamental que as pessoas tenham consciência da importância de cuidar bem da voz e, em caso de qualquer alteração vocal por mais de duas semanas seguidas, procure por ajuda médica”, concluiu o Coordenador da Campanha Nacional da Voz 2019, Dr. Hugo Valter Lisboa Ramos.

Semana da tontura

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ontura é a segunda queixa mais frequente do ser humano e impõe diversas limitações a quem sofre com esse problema. Como forma de alertar a população sobre os riscos que ela acarreta, a ABORL-CCF promove, no dia 22 de abril, o Dia da Tontura. Com o slogan “Tontura é coisa séria”, a entidade alerta para a importância de se procurar por ajuda especializada para que o sintoma seja corretamente investigado. “Tontura não deve ser subestimada, pois afeta muito a qualidade de vida da pessoa que sente isso, e também pode ser o sinal de doenças cardiovasculares, neurológicas, nutricionais, metabólicas, tumorais e até acidente vascular cerebral”, destacou Márcio Salmito, Coordenador do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF. Salmito destaca que, quase sempre, a queixa por tontura leva as pessoas a acreditarem que o problema é labirintite, mas esse diagnóstico é raríssimo. “Apesar de toda a popularidade que o termo labirintite possui, para o caso de tontura, existem várias doenças diferentes do labirinto, labirintite verdadeira está não está nem entre as 10 mais frequentes. Além disso, doenças neurológicas e cardiológicas, além das doenças do

labirinto, podem levar à queixa de tontura”. Por conta da data, foram promovidas ao longo de todo o mês de abril uma série de palestras e cursos médicos de esclarecimentos sobre o assunto. “Toda tontura precisa ser investigada para identificar as causas e indicar o melhor tratamento caso a caso”, finaliza o Coordenador do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF.

Semana da Tontura contou com evento de conscientização à população promovido na Avenida Paulista, em São Paulo

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GESTÃO E CARREIRA

Descarte de resíduos médicos A forma correta de descartar o lixo produzido no consultório é de extrema importância para o bem da saúde coletiva e do meio ambiente Renato Gutierrez I Fotos: Arquivo pessoal

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T

odos os estabelecimentos da área médica têm algo em comum: a geração diária de lixo hospitalar. Não realizar o descarte adequado do lixo pode resultar na propagação de doenças, bem como causar danos ao meio ambiente. Por conta disso é fundamental estar ciente sobre a forma correta de descartar o lixo gerado em sua clínica, de acordo com as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). O manuseio, a coleta, o transporte, a valorização, o tratamento e o descarte do lixo é de inteira responsabilidade de seus geradores, ou seja, a clínica é responsável pelo lixo que ela produz. Por isso, saber como descartá-lo, bem como capacitar seus profissionais para tratá-lo, é de extrema importância para o bem da saúde coletiva e do meio ambiente. De acordo com o engenheiro sanitarista Sebastião Ney Vaz Júnior, os profissionais da área da saúde devem acondicionar os resíduos gerados em compartimentos apropriados e separá-los para que sejam coletados de forma diferenciada. “Nunca se deve misturar resíduos de serviços de saúde ao lixo comum, já que o lixo doméstico sofre outro tipo de tratamento, diferentemente dos resíduos de serviços de saúde, que devem ser incinerados em locais adequados. Para tal, uma empresa especializada deve ser contratada para coletar e dar destinação adequada ambientalmente a este tipo de resíduo”, afirma. Ney Vaz faz outro alerta importante. “De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa número 306/2004 e Resolução CONAMA número 358/2005, o profissional que não realizar a separação e o descarte correto poderá, inclusive, caso seja reincidente, perder sua habilitação de classe para exercício da profissão. Já os estabelecimentos que não realizam o gerenciamento adequado dos resíduos de saúde podem ser multados e até fechados caso esta prática persista”. Os resíduos são divididos em categorias, tais como infectantes, especiais e comuns. Essa divisão se dá por conta dos materiais gerados, que podem ser: vacinas vencidas, sangue e hemoderivados, tecidos, órgãos, perfuro cortantes, rejeitos radioativos, resíduos farmacêuticos e resíduos químicos, entre outros. “Todo gerador de resíduos de serviços de saúde deve elaborar um Plano de Gerenciamento, baseado

nas características dos resíduos gerados e na respectiva classificação. Esse plano deve ser compatível com as normas de coleta, transporte e disposição final dos resíduos gerados, estabelecidas pelos órgãos responsáveis tais como a ANVISA, por exemplo. O gerenciamento deve abranger todas as etapas desde o planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo”, explica o engenheiro sanitarista.

“Nunca se deve misturar resíduos de serviços de saúde ao lixo comum, já que o lixo doméstico sofre outro tipo de tratamento, diferentemente dos resíduos de serviços de saúde, que devem ser incinerados em locais adequados. Para tal, uma empresa especializada deve ser contratada para coletar e dar destinação adequada ambientalmente a este tipo de resíduo”

Sebastião Ney Vaz Junior, engenheiro sanitarista

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GESTÃO E CAR RE IRA

O lixo hospitalar é dividido em cinco grupos, de acordo com a Anvisa e o Conama. São eles:

1 É considerado o grupo de resíduos mais perigosos que carregam, possivelmente, agentes biológicos (bactérias, vírus ou fungos) e apresentam risco de infecções. Nele se encaixa qualquer resíduo com fluido orgânico (secreção, urina, sangue, etc), cateteres, entre outros. Devem ser descartados em sacos plásticos de cor diferente (branco ou vermelho, normalmente) em lixeira de material resistente. Alguns materiais que apresentam maior risco de contaminação devem passar por um processo de tratamento na clínica antes de serem removidos da unidade. Itens como abaixador de língua e algodão, utilizado em procedimentos no nariz ou ouvido do paciente, fazem parte deste grupo.

3 É onde ficam os materiais que contém radioatividade acima do padrão e que não podem ser reutilizados – como exames de medicina nuclear e radioterapia. O descarte dos materiais radioativos deve estar de acordo com as normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Devido à periculosidade desses materiais, tanto para a saúde das pessoas quanto para o meio ambiente, é importante que a clínica disponha de um profissional especializado para tratar esse tipo de lixo. O descarte deve ser feito em recipientes compatíveis e com a identificação do material radioativo de forma chamativa.

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2 Estão enquadrados os resíduos químicos que podem causar qualquer tipo de dano à saúde ou ao meio ambiente, independentemente de suas características corrosivas, inflamáveis, de reatividade e toxidade. Como reagentes utilizados em laboratórios, antibióticos, resíduos de materiais de limpeza, etc. Devem ser estocados em recipientes sólidos e preenchidos de acordo com o limite de capacidade definido no compartimento, para depois serem desprezados. Ao descartar esse tipo de resíduo é importante se atentar à compatibilidade das substâncias que estão sendo colocadas nestes recipientes para, assim, evitar que entrem em processo de reação e causem algum acidente.

4 Refere-se aos resíduos comuns, ou seja, qualquer lixo que não apresenta risco químico, biológico ou radioativo – como materiais recicláveis, gesso, papeis, etc. Devem ser separados em recicláveis e não recicláveis. Os recicláveis devem ser descartados em lixeiras coloridas (plástico, papel, metal, vidro) e os não recicláveis, normalmente, em lixeira cinza. Tanto as lixeiras de recicláveis, quanto as lixeiras de não recicláveis devem ser etiquetadas como “resíduo comum”.


5 Aqui se encaixam os objetos e instrumentos perfurocortantes, como lâminas, agulhas, ampolas de vidro, bisturis, etc. Deve ser armazenado em recipientes rígidos e resistentes a furos, rupturas ou vazamentos, que contenham tampa e sejam identificados com o símbolo internacional de risco biológico. Esses recipientes precisam ser descartados quando atingirem dois terços de sua capacidade.

Por fim, o engenheiro sanitarista ressalta a importância de se minimizar a produção de todo esse material. “Além disso, deve-se proporcionar um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente”, conclui Ney Vaz.

Além dos cuidados específicos, existem algumas atenções gerais que a clínica deve tomar. Minimize ao máximo a geração de resíduos, assim a clínica degrada menos o meio ambiente e reduz custos com o tratamento do lixo produzido. Garanta que os profissionais estejam vacinados de acordo com o Programa Nacional de Imunização. Garanta que todos os trabalhadores que participam do processo de coleta, tratamento, transporte e descarte dos resíduos utilizem equipamentos de proteção individual (EPI).

Para ler a íntegra da resolução da ANVISA referente ao gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, acesse:

Sebastião Ney Vaz Junior é engenheiro sanitarista, atuou como Superintendente do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental (SEMASA) na cidade de Santo André (SP) e foi Secretário de Serviços Urbanos em São Bernardo do Campo (SP).

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ABORL- CCF EM A ÇÃ O

Comissão de Verificação de Ensino da ORL:

pesquisa ajuda a definir novos caminhos para o ensino da Otorrinolaringologia Ideia é ajudar a desenvolver uma nova grade curricular nas universidades do país Carolina Mattos I Fotos: Divulgação

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C

riada pela ABORL-CCF para avaliar o ensino da Otorrinolaringologia nas Universidades de Medicina do Brasil, a Comissão de Verificação de Ensino da ORL existe desde 2017. Uma das preocupações do grupo, liderado pelo Dr. Godofredo Campos Borges, é o grande número de escolas médicas sem campos de estágios de aprendizado, o que, segundo ele, piora a qualidade da formação dos profissionais. “No Brasil existem mais de 350 universidades de medicina e, em muitas delas, os alunos só têm aulas teóricas da especialidade, não há contato nenhum com o paciente. A ideia do grupo é tentar facilitar o diagnóstico nos hospitais e ajudar nos tratamentos”, afirma o Coordenador da Comissão de Verificação de Ensino da ORL. Além de Godofredo Campos Borges, também atuam na comissão: Edwin Tamashiro, Giuliano Enrico, José Eduardo Lutaif Dolci, José Jarjura, Jorge Junior, Otavio Pilcher, Thiago Bezerra e Wilma Anselmo Lima. “A Comissão vai realizar uma pesquisa em várias escolas para avaliar a quantidade de horas do estágio, número de professores, modelo de ensino, temas abordados e atividades práticas”, relata Dr. Godofredo. Após a avaliação inicial com a pesquisa de campo, o objetivo do grupo passa pela discussão sobre qual seria a grade curricular ideal, trabalhando para que esta seja implantada em todas as universidades do país. “Atualmente, as diretrizes curriculares das faculdades de medicina estão voltadas para a formação de médico generalista, mas a Otorrinolaringologia apresenta patologias muito específicas que precisam ser estudadas a fundo antes da formação de novos médicos”, detecta. Por fim, Dr. Godofredo revela que a intenção é criar um currículo de ensino da Otorrinolaringologia em que os alunos possam aprender a realizar um exame básico da especialidade, fazer o diagnóstico e indicar tratamentos específicos das doenças mais comuns para que, ao final da consulta, o médico saiba se precisa ou não encaminhar o paciente para um Otorrino. “Após a pesquisa da comissão, o Ministério da Educação e as Universidades serão informados sobre o levantamento para que, assim, possam colocar as sugestões em prática”, finaliza o Coordenador da Comissão de Verificação de Ensino da ORL.

“Atualmente, as diretrizes curriculares das faculdades de medicina estão voltadas para a formação de médico generalista, mas a Otorrinolaringologia apresenta patologias muito específicas que precisam ser estudadas a fundo antes da formação de novos médicos” Dr. Godofredo Campos Borges

COMISSÃO DE VERIFICAÇÃO DE ENSINO DA ORL: Coordenadores: Godofredo Borges Membros Edwin Tamashiro Giuliano Enrico José Eduardo Dolci José Jarjura Jorge Junior Thiago Bezerra Wilma Lima Otávio Piltcher

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ABORL- CCF EM A ÇÃ O

Questionário elaborado pela Comissão – Avaliação do Ensino de Otorrinolaringologia na Graduação de Medicina

1- Sua faculdade é: - Federal

- Estadual

7- As atividades teóricas são realizadas sob a forma de:

- Municipal

- Particular

- Aulas teóricas - Seminários

2- Em qual período da Faculdade está inserida a Otorrinolaringologia? (poder ser mais de um)

- Outras (descrever)

- 1º ano

- 2º ano

- 3º ano

- 4º ano

- 5º ano

- 6º ano

8- Quais os principais tópicos teóricos abordados no ensino de Otorrinolaringologia na sua Faculdade? (assinalar quantos desejar) - Doenças agudas e crônicas da Faringe

3- Qual a carga horária total do ensino de Otorrinolaringologia? (somar todas as atividades)

- Doenças agudas e crônicas do nariz e seios paranasais

- menos de 20 horas

- Rinites (alérgicas e não alérgicas)

- 20 a 40 horas

- Doenças da Orelha Externa

- 40 a 60 horas

- Doenças da Orelha Média

- mais de 60 horas

- Como fazer o diagnóstico precoce das perdas auditivas na infância e no adulto

4- Há quantos professores com atividades com os alunos?

- Labirintopatias

-1a2

- Doenças agudas e crônicas da laringe

-3a4

- Doenças de Glândulas salivares

- mais de 4

- Tumores Cervicais

- Urgências em Otorrinolaringologia

- Outros (descrever) 5- Na sua Faculdade existe serviço de residência médica e/ou aprimoramento em Otorrinolaringologia?

9-Após o término do estágio em

- Sim

que você imagina ter? (pode ser mais de um)

- Não

Otorrinolaringologia, qual a habilidade - realizar um exame de orofaringe,

6- Em caso afirmativo, os alunos têm atividades conjuntas?

rinoscopia e otoscopia adequado

- Sim

- realizar um tamponamento anterior

- Não

- realizar uma lavagem otológica - outros (descrever)

Contatos da ABORL-CCF: Instagram: @aborlccf Facebook: /aborlccf

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Telefones: 0800 7710 821 - (11) 5053-7500 - Fax: 5053-7512 Whatsapp: (11) 95266-1614 e-mail: <comunicacao@aborlccf.org.br>



CONQUISTAS A BO RL -CCF

EVOLUÇÃO DAS PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS INTERNAS RESULTA EM MELHORIAS DE DESEMPENHO Processos de melhorias promovem maior eficiência, menor perda de recursos e redução de custos operacionais Renato Gutierrez I Fotos: Arquivo pessoal

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A

evolução do mercado e das instituições é constante. Dessa forma, a busca por processos de melhorias também deve ser permanente. A diretoria executiva da ABORL-CCF trabalha baseada nessa filosofia, buscando se manter atualizada e tendo como objetivo um crescimento sólido e contínuo. Atendendo a um conjunto de normas e requisitos que auxiliam na melhoria dos processos internos, numa maior capacitação dos colaboradores, no monitoramento do ambiente de trabalho e na verificação da satisfação dos associados, colaboradores e fornecedores, a ABORL-CCF tem trabalhado na busca incessante por mais qualidade e melhores resultados. “Através de indicadores, mapeamos e monitoramos periodicamente nossos resultados, que são discutidos em reuniões internas. Também analisamos os cenários, pontuamos os riscos e as oportunidades, que são definidos de acordo com o grau de importância, áreas e contextos internos e externos”, explica o diretor executivo da ABORL-CCF, Carlos Roberto da Silva. Durante o Congresso da Sociedade Mexicana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, realizado no início do mês de maio, o 1º vice-presidente da ABORL-CCF, Dr. Geraldo Druck Sant’Anna, foi convidado para uma reunião com a junta diretiva da entidade. Na oportunidade, Geraldo Druck Sant’Anna explicou aos presentes como a Associação funciona, especialmente em relação ao quesito administrativo, com destaque para o projeto implementado pela entidade em vistas à obtenção da certificação ISO 9001. Durante o encontro, estiveram presentes o atual presidente, secretário e tesoureiro, além dos já eleitos e

futuros dirigentes, bem como um grupo de aproximadamente 15 ex-presidentes da Sociedade Mexicana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. “Pude expor todo o funcionamento administrativo da ABORL-CCF, o que foi muito positivo, comprovado pelo grande interesse demonstrado por todos os presentes, que decidiram, de imediato, implementar uma série de ações baseadas em nossa experiência para, assim, obterem também a certificação ISO 9001”, revela o 1º vice-presidente da ABORL-CCF. Da mesma forma, a ABORL-CCF tem buscado trocar experiências com outras Associações da especialidade, num processo de benchmarking a fim de aperfeiçoar funções semelhantes para ambas entidades. “Temos conquistado cada vez mais espaço, tanto na área científica quanto na área administrativa. Seguindo à risca nossa visão, que é ser modelo de associação de especialidade médica no Brasil com expressão internacional”, conclui Geraldo Druck Sant’Anna. O diretor executivo da ABORL-CCF declara que a entidade tem demonstrado ao mercado sua preocupação com a qualidade da gestão e que está sempre em busca da melhoria contínua dos processos. “A melhoria nos processos internos resulta em maior eficiência, menor perda de recursos e redução de custos operacionais. É o que busca toda e qualquer organização comprometida com as boas práticas do mercado. Conosco não pode ser diferente”, finaliza Carlos Roberto da Silva.

1º vice-presidente da ABORL-CCF explica o funcionamento administrativo da Associação aos participantes do encontro

a diretiva da Sociedade na (ao centro) com a junt eça e Pescoço Geraldo Druck Sant’An Cab de ingologia e Cirurgia Mexicana de Otorrinolar

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O QUE DIZ A L E I

Infração ética às normas que regulamentam a publicidade médica tem ocupado importante posição nos indicadores de sindicância Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr., do Departamento Jurídico da ABORL-CCF

E

m tempos de avanços dos meios digitais de comunicação e propagação de informação em redes sociais, a discussão sobre publicidade na atividade médica é tema atual e presente no âmbito das

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Sociedades de Especialidade Médica, bem como nos Conselhos Regional e Federal de Medicina, principalmente quando a infração ética às normas que regulamentam a publicidade médica tem ocupado importante


posição nos indicadores de sindicância e processo ético disciplinar, com aplicação de penalidades que variam, desde advertência confidencial com aviso reservado até cassação do registro profissional. Diante deste cenário de publicidade no âmbito médico, a ABORL-CCF insurge com o intuito de oferecer informações didáticas, educativas e legais que permeiam o tema para que os associados possam realizar a publicidade com objetivo de educar e orientar a sociedade quanto aos cuidados para prevenção e atenção à saúde, afastando eventuais finalidades de cunho comercial e que visem à obtenção de dividendos, autopromoção, sensacionalismo e/ou concorrência desleal. Nota-se que na coluna Conduta Médica apresentamos um case julgado pelo Conselho Regional de Medicina onde se apurou a conduta do profissional médico que divulgou imagem do paciente no popular formato “antes e depois” do procedimento, o qual foi apenado em advertência confidencial com aviso reservado. Tendo como base tal ato, evidenciado no case acima mencionado, indaga-se: Comete infração ética o profissional médico que faz referência nas redes sociais de caso identificável com foto do paciente “antes e depois” do seu procedimento, mediante expresso consentimento do mesmo ou responsável? Sim, pois de acordo com o artigo 75 do Código de Ética Médica e alínea “g” do artigo 3º da Resolução CFMnº1974/2011, é vedado fazer referência a casos clínicos identificáveis em anúncios profissionais ou meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente, salvo, exceção prevista no artigo 10 da Resolução CFM nº1974/2011, em casos de “trabalhos e eventos científicos em que a exposição de figura de paciente for imprescindível, o médico deverá obter prévia autorização expressa do mesmo ou seu representante legal”. Nota-se ainda que, de acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou decorrente de sua violação”. Ressalta-se ainda o julgamento pelo CSTJ do Resp nº 267.529 (Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira) “Em se tratando de direito à imagem, a obrigação da reparação decorre do próprio uso indevido

do direito personalíssimo, não havendo de se cogitar da prova a existência de prejuízo ou dano. O dano é a própria utilização indevida da imagem, não sendo necessária a demonstração do prejuízo material ou moral”. Entendimento corroborado pela Súmula 403 do STJ: “Independe de prova de prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”. Avançando ainda no tema publicidade na atividade profissional médico, você sabia que o profissional médico NÃO PODE: 1. Informar preços de procedimentos e forma de pagamento nas redes sociais, porém deve informar ao paciente ou responsável previamente, e de forma clara, no âmbito reservado do consultório o custo estimado dos procedimentos. 2. Oferecer prêmios, consultas ou avaliações gratuitas em redes sociais. Anunciar aparelhagem ou utilização de técnicas exclusivas como forma de se atribuir capacidade privilegiada. 3. Divulgar especialidade ou área de atuação não reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina ou pela Comissão Mista de Especialidades, ou especialidade reconhecida, mas sem o RQE – Registro de Qualificação de Especialista no Conselho Regional de Medicina. 4. Garantir, promover ou insinuar bons resultados de tratamento sem comprovação científica.

Nota-se com base nas questões apontadas acima que é de fundamental importância a adoção de boas práticas éticas também nas condutas relacionadas à publicidade médica, que é ato profissional regulamentado pelas Resoluções CFM nº 2217/2018 e 1974/2011, e que a infração de tais normas enseja Responsabilidade Ética passível de ser o médico apenado desde advertência até a cassação do exercício profissional. A ABORL-CCF segue trabalhando em defesa da especialidade e de melhores recomendações aos associados para as boas práticas médicas relacionadas à publicidade médica e à valorização da especialidade otorrinolaringologia. VOX Otorrino | 35


Esta seção é de inteira responsabilidade do Comitê de Educação Médica Continuada da ABORL-CCF

EDUCAÇÃO MÉ D ICA CO NTINU A D A

Lavagem otológica: um procedimento seguro? Roberto D. Angeli e Felipe Raasch de Bortoli Departamento de Otorrinolaringologia Hospital Universitário da ULBRA, Canoas, RS

A

lavagem do conduto auditivo externo para remoção de debris e cerume tem sido descrita há anos como fator de risco para o desenvolvimento de otite externa aguda e, em pacientes diabéticos, de otite externa necrosante – esta última, uma osteomielite da base lateral do crânio, com tratamento difícil e mortalidade ainda prevalente 1-3. Esta relação dever-se-ia a dois efeitos distintos, porém inter 36 | VOX Otorrino

-relacionados: a alcalinização do conduto auditivo externo 4 e a inoculação de Pseudomonas aeruginosa no conduto através de material contaminado 5. Como resultado, médicos residentes, ainda em formação, vêm sendo frequentemente doutrinados a evitar procedimentos de lavagem otológica em pacientes diabéticos. A relação entre lavagem otológica e otite externa foi


sugerida a partir da observação de um alto número de pacientes com esta condição, que foram submetidos ao procedimento nos dias que antecederam o infortúnio 5. Rubin et al. identificaram que, em 13 pacientes com diagnóstico de otite externa necrosante atendidos no seu departamento, oito (61,5%) realizaram lavagem nos dias precedentes, reforçando o caráter iatrogênico do processo 6. Já está demonstrado que o cerume humano apresenta ação antimicrobiana contra cepas de Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans 7. A manutenção de um meio ácido é uma das características que propicia este efeito 8. A alcalinização do conduto, ao contrário, é um fator de risco que se relaciona positivamente com o desenvolvimento de quadros de otite externa 9. Consequentemente, a simples acidificação do conduto pode ser o único tratamento necessário para uma grande parcela de pacientes 9-10. Desta forma, recomenda-se, como medida profilática, que a lavagem otológica seja seguida do uso de gotas acidificantes (ácido acético, por exemplo) ainda no consultório, tão logo encerrado o procedimento e, por alguns dias, no domicílio, como recomendam as diretrizes da Academia Americana de Otorrinolaringologia (AAO-HNS) 11.

O uso de gotas contendo antimicrobianos também tem se demonstrado adequado para acidificar o conduto e prevenir desfechos inflamatórios 10. O paciente deve ser instruído a relatar qualquer sintoma suspeito, como otalgia e otorreia. Um sinal precoce e sugestivo de otite externa necrosante é a presença de tecido de granulação no terço externo do conduto. Entretanto, as medidas acima citadas são suficientes para garantir um procedimento com a máxima segurança e isento de riscos. A inoculação bacteriana iatrogênica, por sua vez, é facilmente resolvida com medidas simples de higiene, limpeza do material e seu adequado armazenamento.

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Referências 1. Ford GR, Courteney-Harris RG. Another hazard of ear syringing: malignant external otitis. J Laryngol Otol 1990;104:709-10. 2. Zikk D, Rapoport Y, Himelfarb MZ. Invasive external otitis after removal of impacted cerumen by irrigation. N Engl J Med 1991;325:969-70. 3. Rubin Grandis J, Branstetter BF 4th, Yu VL. The changing face of malignant (necrotising) external otitis: clinical, radiological, and anatomic correlations. Lancet Infect Dis 2004;4:34-9. 4. Kim JK, Cho JH. Change of external auditory canal pH in acute otitis externa. Ann Otol Rhinol Laryngol 2009;118:769-72. 5. Bruins MJ, Wijshake D, de Vries-van Rossum SV, Klein Overmeen RG, Ruijs GJ. Otitis externa following aural irrigation linked to instruments contaminated with Pseudomonas aeruginosa. J Hosp Infect 2013;84:222-6. 6. Rubin J, Yu VL, Kamerer DB, Wagener M. Aural irrigation with water: a potential pathogenic mechanism for inducing malignant external otitis? Ann Otol Rhinol Laryngol 1990; 99:117-9. 7. Lum CL, Jeyanthi S, Prepageran N, Vadivelu J, Raman R. Antibacterial and antifungal properties of human cerumen. J Laryngol Otol 2009;123:375-8. 8. Driscoll PV, Ramachandrula A, Drezner DA, et al. Characteristics of cerumen in diabetic patients: a key to understanding malignant external otitis. Otolaryngol Head Neck Surg 1993;109:676-79. 9. Mittal A, Kumar S. Role of pH of external auditory canal in acute otitis externa. Indian J Otolaryngol Head Neck Surg 2014;66:86-91. 10. Eng CY, El-Hawrani AS. The pH of commonly used topical ear drops in the treatment of otitis externa. Ear Nose Throat J 2011;90:160-2. 11. Schwartz SR, Magit AE, Rosenfeld RM et al. Clinical practice guideline (update): earwax (cerume impaction). Otolaryngol Head Neck Surg 2017;156:S1-S29.

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INT ERNACIONAL

ABORL-CCF marca presença no 66º Congresso da Sociedade Portuguesa e no 10º Luso-Brasileiro de Otorrinolaringologia Médicos brasileiros participaram do evento, que teve Dr. Aldo Stamm como homenageado Carolina Mattos I Fotos: Arquivo pessoal

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66ª edição do Congresso da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço aconteceu no início do mês de maio, na cidade de Peniche, em Portugal. Médicos de diversos países estiveram presentes ao evento, que marcou também o encontro de Brasileiros e Portugueses durante o 10º Congresso Luso-Brasileiro de Otorrinolaringologia. Na oportunidade, a ABORL-CCF foi representada por uma delegação que contou com mais de 25 médicos, que participaram ativamente das atividades científicas, culturais e sociais do encontro. O Congresso foi presidido pelo Dr. Ezequiel Barros, que juntamente com o comitê organizador português recepcionou os brasileiros. O evento contou com uma organização impecável e com acesso a uma programação científica densa e global. Mais de 600 médicos da especialidade participaram

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dos três dias de intensos trabalhos. Além do atual presidente, Luiz Ubirajara Sennes, estiveram presentes ao evento: Wilma Anselmo Lima, Domingos Tsuji, Sady Selaimen e José Eduardo Lutaif Dolci. Segundo Sady Selaimen, ex-presidente da ABORL-CCF - gestão 2015 e atual Chairman do International Advisory Board (IAB), da Academy of Otolaryngology, a otorrinolaringologia brasileira foi muito bem representada por expoentes em todas as grandes áreas de atuação: otologia, rinologia, laringologia, cirurgia de cabeça e pescoço, plástica, otorrinolaringologia pediátrica e doenças do sono. “É importante salientar que nossa participação pode ser comparada a uma via de mão dupla, pois ao mesmo tempo em que levamos nossos conhecimentos e experiências aos colegas europeus, trouxemos generosas parcelas de conteúdos extraídos da notória competência e expertise da otorrinolaringologia portuguesa”, pondera.


O destaque brasileiro no Congresso foi a homenagem concedida ao Dr. Aldo Stamm, por conta das contribuições prestadas à otorrinolaringologia mundial. Durante a cerimônia, o homenageado recebeu o título de Membro Honorário da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia. O profissional também teve a oportunidade de comandar a conferência inaugural do encontro. Segundo ele, foi uma honra para toda a delegação brasileira ser recebida com tamanha hospitalidade pelos otorrinolaringologistas portugueses. “Esta homenagem me faz lutar cada vez mais por uma Otorrinolaringologia Brasileira de maior qualidade, contribuindo para que ela esteja sempre entre as melhores do mundo”, conclui Aldo Stamm. Também esteve em Portugal a Dra. Rebecca Maunsell, vice-presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe). Convidada para apresentar uma aula sobre Tratamento da estenose laríngea em crianças, Dra. Rebecca também foi moderadora de duas aulas: Laringomalácia e Insuficiência Velo-Palatina. Segundo ela, os participantes encontraram um programa bastante diversificado e interativo, com muito espaço para discussão e perguntas, em um ambiente extremamente amigável. “Foram três salas simultâneas com palestras, mesas-redondas e apresentação de temas livres. As aulas contaram com temas conhecidos e recorrentes da otorrinolaringologia, bem como temas inovadores como mecanismos genéticos envolvidos na surdez e distúrbios do olfato”, relatou. Dra. Rebecca diz que uma novidade bastante interessante foi a apresentação de um aplicativo para avaliação do sono em crianças. “Trata-se de um dispositivo que permite o registro em vídeo e áudio do sono da criança de uma forma padronizada, facilitando a avaliação pelo médico das queixas que a mãe pode ter em relação ao sono da criança. Outro tema de destaque, apresentado pelos colegas portugueses, foi relacionado às consequências do ruído das turbinas eólicas para a saúde”, complementou. A vice-presidente da ABOPe revelou, ainda, que a entidade deve trazer mais informações sobre os temas discutidos no evento em breve. “A interação internacional vai muito além da atualização médica que hoje é disseminada com a internet e as mídias sociais, a socialização com médicos de outros países durante encontros como este permite a troca de informações entre os colegas, resultando em mais conhecimento

sobre a formação médica nos diferentes países e as realidades dos serviços de saúde. Isso é muito importante para que possamos enxergar de maneira mais real e crítica os nossos próprios problemas e nos ajuda a buscar soluções”, acredita. Por fim, Dr. Sady Selaimen afirmou que reuniões como a Luso-Brasileira são importantes para que elas sejam um vetor eficaz de aproximação entre a ABORL-CCF e a SPORL. Para ele, não há dúvidas de que essa combinação renderá inúmeros dividendos técnicos, científicos e administrativos a todas as partes envolvidas neste processo. “O maior beneficiado será o associado da ABORL-CCF, que efetivamente poderá usufruir dos produtos desta aliança e terá novos canais de comunicação e intercâmbio com o exterior. É antigo o nosso desejo de internacionalizar cada vez mais a nossa querida ABORL-CCF e, visando este objetivo, há anos trabalhamos num projeto de inserção global da Associação. Norteados por este espírito, encontros como o ocorrido no mês de maio, em Peniche, não são apenas bem-vindos, mas fundamentais à materialização dos nossos objetivos”, finalizou.

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QUALIDADE DE V ID A

Duas paixões: medicina e dança Balé, como atividade agregadora, contribui para uma vida profissional mais leve e humanitária Cibele Felix I Fotos: Arquivo Pessoal

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lié, Relevé e En dehors são nomenclaturas de alguns movimentos do balé clássico muito conhecidas da otorrinolaringologista Melissa Ferreira Vianna. A médica, de 41 anos, também é bailarina e divide o coração entre as duas paixões: medicina e dança. Como médica, tem jornada dupla: é também professora instrutora da Santa Casa de São Paulo, responsável pelo ambulatório de Paralisia Facial Periférica. Além disso, atende em seu consultório na capital paulista. Como bailarina, faz apresentações e ainda pratica a modalidade duas vezes por semana, no período noturno Melissa conta que a história com o balé começou meio que por acaso, e o responsável foi um médico ortopedista. “Aos seis anos eu ainda não havia desenvolvido o arquinho do pé, ou seja, tinha pés planos. O especialista então recomendou aos meus pais que me colocassem para fazer aulas de balé. E o que era tratamento, tornou-se uma grande paixão”, revela Melissa. Dos seis aos 17 anos ela se dedicou à dança, quando o coração também passou a pulsar forte pela medicina. Aí deixou por um tempo o balé e se entregou aos estudos,

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à faculdade e depois à residência médica. Por 10 anos ficou afastada, mas o desejo de continuar dançando nunca morreu e a fez retornar. “Não voltei para o balé imediatamente, experimentei outras modalidades como o contemporâneo e o jazz. Porém, não resisti, o balé é a minha grande paixão”, comenta a médica. Dançar se tornou muito mais que um hobby para Melissa, que dedica horas de estudo para a dança, assim como se compromete inteiramente com os seus pacientes quando está em atendimento médico. Para ela, o balé também funciona como uma atividade física integradora, que alia prazer, arte e consciência corporal, o que proporciona mais qualidade de vida e saúde. “É um exercício intenso, que movimenta todo o corpo, é conduzido por música, visualmente bonito e leve. Cansa o corpo, mas descansa a mente”, detalha animadamente. Melissa conta que fazer apresentações traz a ela a sensação de borboletas no estômago. “A experiência de pisar no palco é única, antes de iniciar o espetáculo penso: o que estou fazendo aqui? O durante é tenso e incrível ao mesmo tempo; o depois, independente se a pirueta saiu, se a perna subiu ou se errei alguma coisa, é incrível! Aí respondo a mim mesma a pergunta do início: é por isso que estou aqui, por esse momento, por essa sensação de realização. Estar no palco não é só o momento propriamente dito, envolve toda a preparação, os ensaios intermináveis as noites e os finais de semana, as dores musculares, as unhas quebradas, as bolhas. Mas tudo isso vale a pena, e no ano seguinte estarei lá novamente.” Quando perguntada sobre como o balé contribuí para a sua vida profissional a médica decreta: “Tudo o que fazemos agrega às nossas experiências de vida e constrói a nossa história. O balé contribui muito à minha atividade médica, ao meu dia a dia. Aprendi a trabalhar em equipe. Não adianta ser o melhor sozinho, o grupo

precisa estar harmônico para conquistar um bom desempenho. Aprendi também que sem esforço, sem treino e persistência, não há evolução. Os fracassos e as lesões fazem parte do processo e servem para fortalecer, não para desistir. Quem assiste a uma apresentação de balé vê em cada bailarina a imagem da leveza e da beleza, são movimentos seguros, fluidos, harmônicos e um sorriso no rosto. Ali também há um joelho que dói, bolhas nos pés, grampo que aperta a cabeça e o tremor causado pelo nervosismo de estar no palco. Assim também é na vida médica com cada paciente, onde não importam os nossos problemas, as nossas dores. O paciente merece o nosso melhor, toda a nossa atenção, todo o nosso esforço, assim como o espectador que vê a bailarina no palco”, finaliza Melissa.

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H u m ORL

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Humor

urante muitos anos os queridos colegas José Seligman e Aziz Lasmar se ocuparam com talento incomum de duas funções fundamentais à manutenção da história da nossa pujante ABORL-CCF: resgatar todos os detalhes da nossa belíssima trajetória, desde seus primórdios até os dias de hoje, e garimpar histórias (e algumas estórias!) advindas do cotidiano médico, que tinham como marca registrada uma elevada dose de humor. Como produto de todas estas atividades nasceram publicações seminais como a História da Otologia no Brasil, Humor em Pílulas I, II e III e a monumental, clássica e indispensável HISTÓRIA DA OTORRINOLARINGOLOGIA BRASILEIRA. Ainda assim, o produto mais popular da infinita criatividade desta dupla foi a “Coluna do Zé”, que por vários anos emprestou irreverência e graça ao nosso Jornal. Conversando com o nosso atual Vice-Presidente, Dr. Geraldo Sant`Anna, chegamos à conclusão de que esta coluna, por tudo o que sempre representou, deveria ser mantida e reformatada como um veículo de expressão, agora aberto e disponível a todo o universo de associados. Assim, conclamamos a todos os colegas interessados a nos enviarem as suas mais pitorescas histórias para que elas sejam divididas com os leitores da Revista Vox Otorrino, voltando a trazer leveza e alegria à sua última página. Esta foi a maneira encontrada para homenagear estes colegas que tanto fizeram para a manutenção da nossa memória! A primeira contribuição, já sob este formato, foi enviada pelo nosso colega do Rio de Janeiro, Marcos Sarvat, que capturou com maestria o espirito da coluna e, ao mesmo tempo, teve a habilidade de retratar traços marcantes característicos da etnia dos queridos Aziz lasmar (o libanês) e Zé Seligman (o judeu). Boa leitura! Sady Selaimen da Costa

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Bons negócios!

lém de aprenderem muito da especialidade e confraternizarem em refeições maravilhosas, os colegas participantes do I Encontro Líbano-Brasileiro de ORL, realizado mês passado em São Paulo, entusiasmaram-se com as ofertas de crédito com baixos juros, anunciadas por um dos patrocinadores. Dizem as más línguas (juro que não são do Aziz nem do Seligman) que foi a sessão mais concorrida, e será motivo de um evento exclusivo dedicado a esse tema. Mas haverá concorrência! Fortes rumores no mercado indicam que tem gente preparando um evento judaico-brasileiro que vai oferecer juros ainda menores... Vai encher! História do Dr. Marcos Sarvat do Rio de Janeiro

Tem uma história que queira compartilhar? Envie para comunicacao@aborlccf.org.br 42 | VOX Otorrino



RAPIDEZ AÇÃO ANALGÉSICA A PARTIR DE 20 MINUTOS¹ SIMPLICIDADE 1 COMPRIMIDO 2X AO DIA² Flotac® é a marca referência de diclofenaco colestiramina³ Disponível em três apresentações: 10,14 e 20 cápsulas gelatinosas duras2 FLOTAC® – diclofenaco colestiramina. VIA ORAL. Forma farmacêutica e apresentações: Flotac® 70 mg - embalagens contendo 4, 10, 14 ou 20 cápsulas gelatinosas duras. Indicações: Tratamento de: formas degenerativas e inflamatórias de reumatismo, artrite reumatoide; espondilite anquilosante; inflamações pós-traumáticas e pós-operatórias dolorosas, como por exemplo, após cirurgia dentária ou ortopédica; condições inflamatórias e/ou dolorosas em ginecologia, como por exemplo, dismenorreia primária ou anexite; artrite aguda (incluindo crises agudas de gota); estados de irritação nos casos de doenças degenerativas articulares e da coluna vertebral (artrite ativa e espondilartrite, síndrome cervical, lombalgia, isquialgia); reumatismo inflamatório de partes moles; dores devido a tumores, especialmente em casos de acometimento esquelético ou edema peritumoral inflamatório. Posologia e administração: A dose deve ser individualmente ajustada. As reações adversas podem ser minimizadas utilizando a menor dose eficaz durante o menor período de tempo necessário. Adultos: 1 a no máximo 2 cápsulas por dia, dependendo da necessidade de cada caso. Recomenda- se, para adultos, 1 cápsula 2 vezes ao dia. Nos casos de menor gravidade e de tratamentos prolongados, 1 cápsula ao dia em geral é suficiente. Flotac® não é adequado para crianças e adolescentes devido a sua alta dosagem e à impossibilidade de ajustar a dose individualmente. Populações especiais: Pacientes com doença cardíaca estabelecida ou fatores de risco cardiovascular só devem receber doses até o máximo de 100 mg por dia, se tratados por mais de 4 semanas. Contraindicações: Hipersensibilidade conhecida À substância ativa ou a qualquer outro componente da formulação. Úlcera gástrica ou intestinal ativa, sangramento ou perfuração. No último trimestre de gravidez. Insuficiência hepática. Insuficiência renal (GFR < 15 mL/min/1.73m2). Insuficiência cardíaca grave. Hipersensibilidade conhecida a outros AINEs. Advertências e precauções: Recomenda-se cautela em pacientes com sintomas/história de doença gastrintestinal (GI) e em idosos, devido aos riscos de hemorragia ou perfuração gastrintestinal. Deve ser interrompido se essas condições ocorrerem. O uso combinado com agentes protetores gástricos deve ser considerado em pacientes com histórico de úlcera, idosos e aqueles que necessitam de baixas doses de ácido acetilsalicílico. Cuidado quando usado concomitantemente com corticosteroides, anticoagulantes, agentes antiplaquetários ou inibidores seletivos de recaptação de serotonina. Recomenda-se cautela em pacientes com colite ulcerativa ou doença de Crohn. O tratamento geralmente não é recomendado para pacientes com doença cardíaca estabelecida ou hipertensão não controlada. Se necessário em pacientes com doença cardíaca estabelecida, hipertensão não controlada ou fatores de risco cardiovasculares significativos, o tratamento somente deve ocorrer após cuidadosa monitoração e com ajuste de dose e periódica reavaliação, especialmente quando o tratamento continuar por mais do que quatro semanas. O monitoramento do hemograma é recomendado durante o tratamento prolongado. O monitoramento é recomendado em pacientes com problemas de hemostasia. Recomenda-se cautela em pacientes com asma, rinite alérgica sazonal ou doenças pulmonares crônicas. Riscos de reações alérgicas graves. Deve ser descontinuado se essas condições ocorrerem. Recomenda- se cautela em doentes com insuficiência hepática (incluindo porfiria). Monitoramento da função hepática durante o tratamento prolongado. Cuidado com retenção grave de líquidos e edema. O monitoramento da função renal é recomendado em pacientes com história de hipertensão, insuficiência cardíaca ou renal, depleção de volume extracelular, idosos, pacientes em tratamento com diuréticos ou medicamentos que tenham impacto na função renal. É indicado cautela para idosos. Evitar o uso com outros AINEs sistêmicos incluindo os inibidores da COX-2. Sinais e sintomas de infecção podem ser mascarados. Gravidez e lactação: Não deve ser usado no primeiro e segundo trimestre de gravidez e nem durante a amamentação. No 1º e 2º trimestres este medicamento pertence à categoria de risco de gravidez C, portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas. No 3º trimestre este medicamento pertence à categoria de risco de gravidez D, portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez. Fertilidade: Não é recomendado para mulheres que pretendem engravidar, pois pode prejudicar a fertilidade. Reações adversas: Comuns: cefaleia, tontura, vertigem, náusea, vômito, diarreia, dispepsia, dor abdominal, flatulência, diminuição do apetite, aumento de transaminases, rash. Incomuns*: infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, dor no peito, palpitação (*frequência reflete dados de tratamento a longo prazo com dose alta de 150 mg/dia). Raras: hipersensibilidade, reações anafilática e anafilactoide (incluindo hipotensão e choque), sonolência, asma (incluindo dispneia), gastrite, hemorragia gastrintestinal, hematêmese, diarreia hemorrágica, melena, úlcera gástrica ou intestinal (com ou sem sangramento, estenose gastrointestinal ou perfuração, podendo conduzir a peritonite), hepatite, icterícia, distúrbios do fígado, urticária, edema. Muito raras: trombocitopenia, leucopenia, anemia (incluindo anemia hemolítica e anemia aplástica), agranulocitose, angioedema (incluindo edema de face), desorientação, depressão, insônia, pesadelo, irritabilidade, distúrbios psicóticos, parestesia, perda de memória, convulsão, ansiedade, tremor, meningite asséptica, disgeusia, acidente cerebrovascular, problemas de visão*, visão borrada*, diplopia*, zumbido, perda auditiva, hipertensão, vasculite, pneumonite, colite (incluindo colite hemorrágica, colite isquêmica e exacerbação da colite ulcerativa ou doença de Crohn), constipação, estomatite, glossite, distúrbio esofágico, doença intestinal diafragmática; pancreatite, hepatite fulminante, necrose hepática/insuficiência hepática, dermatite bolhosa, eczema, eritema, eritema multiforme; síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica (síndrome de Lyell); dermatite esfoliativa, alopecia, reação fotossensível, púrpura, púrpura de Henoch-Schoenlein, prurido, lesão renal aguda (insuficiência renal aguda), hematúria, proteinúria, síndrome nefrótica, nefrite tubulointersticial, necrose papilar renal. Frequência desconhecida: síndrome de Kounis. *Efeitos visuais: se sintomas de distúrbios visuais ocorrem durante o tratamento com diclofenaco, um exame oftalmológico pode ser considerado para excluir outras causas. Interações medicamentosas: Recomenda-se monitorar os níveis séricos de lítio e digoxina se utilizados concomitantemente. Recomenda-se cautela no uso concomitante com diuréticos e anti- hipertensivos (ex.: betabloqueadores, inibidores da ECA), metotrexato, outros AINEs e corticoides, inibidores seletivos da recaptação da serotonina. A dose de diclofenaco deve ser reduzida em pacientes recebendo ciclosporina ou tacrolimo. Monitoramento dos níveis séricos de potássio se utilizado com medicamentos conhecidos por causar hipercalemia (ex.: diuréticos, ciclosporina, tacrolimo, trimetoprima). Interações com o uso concomitante com antibacterianos quinolônicos, inibidores da CYP2C9 (por exemplo, voriconazol) e indutores da CYP2C9 (por exemplo, rifampicina). Recomenda-se o monitoramento em pacientes que estão recebendo anticoagulantes, agentes antiplaquetários, assim como os níveis de glicose se utilizado concomitantemente com antidiabéticos. Houve também relatos isolados de acidose metabólica quando diclofenaco foi coadministrado com metformina, principalmente em pacientes com insuficiência renal pré-existente. É recomendado o monitoramento das concentrações plasmáticas de fenitoína se ela for administrada concomitantemente. USO ADULTO. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. MS – 1.0068.0102. Informações completas para prescrição disponíveis à classe médica mediante solicitação. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. BSS 05.02.18 / 2017-PSB/GLC-0909-s. Esta mini-bula foi atualizada em 26/02/2018.

Contraindicações: Hipersensibilidade conhecida à substância ativa ou a qualquer outro componente da formulação. Interações Medicamentosas: Recomenda-se monitorar os níveis séricos de lítio e digoxina se utilizados concomitantemente. 1. Sakurada C et cols; Avaliação em larga escala do diclofenaco colestiramina em síndromes dolorosas lombares; Rev Bras. Med.; 2001; 58(11):850-856. 2. Bula do produto. 3. Lista A de medicamentos referência - ANVISA. Publicado em 26 de julho de 2018. Acessado em 10 de agosto de 2018. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/4412457/Lista+A+26-7-2018.pdf/9e739786-37ce-404d-b928-d70864c090a2

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