Revista Abigraf 305

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R E V I S TA

I S S N 0103•57 2 X

A R T E & I N D Ú S T R I A G R Á F I C A • A N O X L V • M A R / A G O 2 0 2 0 • N º- 3 0 5

RAINER WAGNER: NÃO HÁ MAIS ESPAÇO PARA GRÁFICAS RÍGIDAS E INFLEXÍVEIS SEM SERVIÇOS ADICIONAIS DE MARKETING

COMO A ÁREA DE EMBALAGENS ENFRENTA A CRISE DA COVID NA ÁREA COMERCIAL, NA PRODUÇÃO E NA SAÚDE DOS FUNCIONÁRIOS

SISTEMAS DE FLUXO DE TRABALHO EFICIENTES IDENTIFICAM CUSTOS E CRIAM CONDIÇÕES PARA MAIOR PRODUTIVIDADE E RENTABILIDADE




REVISTA ABIGRAF ISSN 0103-572X Publicação bimestral Órgão oficial do empresariado gráfico, editado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica/Regional do Estado de São Paulo, com autorização da Abigraf Nacional Rua do Paraíso, 529 (Paraíso) 04103-000 São Paulo SP Tel. (11) 3232-4500 Fax (11) 3232-4550 E-mail: abigraf@abigraf.org.br Home page: www.abigraf.org.br Presidente da Abigraf Nacional: Levi Ceregato Presidente da Abigraf Regional SP: Sidney Anversa Victor Gerente Geral: Wagner J. Silva Conselho Editorial: Denise Monteiro, Fábio Gabriel, João Scortecci, Plinio Gramani Filho, Rogério Camilo, Tânia Galluzzi e Wagner J. Silva Elaboração: Gramani Editora Eireli Administração, Redação e Publicidade: Tels. (11) 3887-1515 e (11) 97503-6850 E-mail: editoracg@gmail.com Diretor Responsável: Plinio Gramani Filho Redação: Tânia Galluzzi (MTb 26.897) e Fabio Behrend Colaboradores: Hamilton Terni Costa e Roberto Nogueira Ferreira Edição de Arte: Cesar Mangiacavalli Editoração Eletrônica: Studio52 Papel do miolo: Lumistar 105 g/m², da BO Paper Laminação capa e aplicação de hot stamping com fitas MP do Brasil: GreenPacking Impressão e acabamento: Referência Gráfica

“Jangadas ao Mar”, acrílica sobre tela, 120 × 150 cm, 2018

Heinz Budweg, o artista da capa

Em meio à Segunda Guerra Mundial, no dia 1-º de maio de 1940, nascia em Berlim, Alemanha, Heinz Budweg. Treze anos depois, em 1953, seu pai trouxe toda a família para o Brasil, fixando-se em São Paulo. Seguindo o desejo do pai, Heinz completa os estudos de eletrotécnica no Colégio Mackenzie, mas nunca exerce a profissão. Descobre, então, sua paixão pelas artes, desenho e pintura. A bordo de uma Kombi, transformada em ateliê ambulante, na década de 1960 percorre 450.000 km em terras brasileiras, apaixonando-se pela cultura e costumes dos caboclos, caiçaras e povoados indígenas, retratando, com apoio da Funai, seus caciques e rituais, que constituem um de seus grandes motivos temáticos. Em 1974, com suas ilustrações no livro Lendas Brasileiras recebe o Prêmio Jabuti, sendo a primeira de seguidas premiações. Cria, na década de 1990, o Projeto Tapajós e, com pesquisadores nacionais e estrangeiros, vasculha o País em busca de sítios arqueológicos para provar a existência de contatos ancestrais entre o Brasil e o Velho Mundo, levantando 18 deles, com destaque para o Santuário da Pedra Preta, datado de 6.000 a.C., em plena selva amazônica. Exerce a superintendência do Instituto Hans-Staden e da Fundação Martius, de 1986 a 1990, ocupando, entre 2001/2003, o cargo de diretor de Arquivo do Instituto Histórico e Geográfico de SP e do Museu José Bonifácio. Tem obras expostas em todo o mundo, entre elas, o mural comemorativo dos 150 anos da independência do Brasil na sede da Associação Cristã de Moços de SP, obra tombada pelo Iphan. Atualmente, mora em São Roque (SP), cercado de vegetação natural, onde encontra inspiração para suas telas em estilo pós-expressionista.

Apoio Institucional

Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica

Ganhe com o fluxo de trabalho

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A especialista Pat McGrew aborda vários aspectos sobre os sistemas de fluxo de trabalho e como podem ser utilizados para identificar custos e garantir margens de lucro mais saudáveis.

Quem ficar parado, já perdeu

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FUNDADA EM 1965

Membro fundador da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf)

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Artigo do editor Knud Wassermann sobre impressão comercial e editorial chama atenção para a necessidade de adoção de novos modelos de negócio. A demanda é tão premente que falhar é melhor que não fazer nada.


Flexibilidade é o caminho

O consultor Rainer Wagner fala sobre a necessária transformação das empresas gráficas, ressaltando que elas devem se posicionar como prestadoras dos serviços de impressão e de marketing.

As oscilações no segmento de embalagem

Saiba como as empresas do setor estão enfrentando os problemas gerados pela pandemia na área comercial, na produção e na adoção de medidas para preservar a saúde de seus funcionários.

A indústria gráfica na pandemia

Segunda pesquisa da Abigraf sobre os impactos da Covid-19 no setor mostra o comportamento das empresas na crise. O acesso restrito ao crédito continua sendo um dos principais entraves.

Já é possível se planejar?

Passada a fase mais crítica, é hora de começar a planejar os próximos meses e não apenas reagir aos fatos. O consultor Hamilton Costa apresenta as cinco dimensões dos reflexos da crise.

No escuro da noite

Conheça o trabalho do fotógrafo Victor Lima. Especializado em astrofotografia de paisagem, ele consegue revelar em lindas imagens cenários impossíveis de serem vistos a olhos nus.

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Editorial/Levi Ceregato........................................ 6 7º Boletim Econômico/Afeigraf .......................... 26 Gestão/Hamilton Terni Costa ............................. 40 Rotativa ............................................................. 8 Fluxo de Trabalho/Pat McGrew .......................... 28 Fotografia/Victor Lima ...................................... 44 Entrevista/Rainer Wagner ................................. 14 Menos Impressão é Mais/Knud Wassermann ..... 32 Conexão Brasília/Roberto Nogueira.................... 48 Mercado/Embalagens....................................... 18 Lives Abigraf/Portugal e EUA ............................. 36 Sistema Abigraf ............................................... 49 2ª Pesquisa Abigraf/Covid-19 ........................... 24 Abigraf Regional Minas Gerais .......................... 38 Mensagem/Sidney Anversa Victor ..................... 50 março /agosto 2020

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EDITORIAL

Unidos pela adversidade

icas a encontrar áf gr as es pr em as am ud aj f Abigraf e Sindigra la pandemia. pe da ra ge e is cr a r ta en fr caminhos para en

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I, precisou de ústria gráfica foi para a UT ind A a eaç pondemos à de ser uma am intensivo e acredito que res o ent im Quando a Covid-19 deixou nd ate no entidades as primeiras vítimas ag regando valor às nossas bou aca o Iss . distante e começou a fazer ura alt ssou a ver maior lamento social, nós, da isso o empresário gráfico pa Brasil, obrigando-nos ao iso com e e qu os em ceb ao sistema. Como raf-SP, per a nas contribuições que faz nci Abigraf Nacional e do Sindig evâ rel ro pa am peito do fim tagonistas no prova disso, tivemos, a des era o momento de sermos pro ecadação todo. da obrigatoriedade, uma arr à indústria gráfica como um deste ano. go a, lon olh s esc muito sig nif icativa ao Sabíamos que não tínhamo as da im vít seios Diante do número de aqui, por os m ta ou íamos ao encontro dos an Es o nd não nos os uma Covid-19 no Brasil e no mu es ar ilh m dos associados ou perderíam as ra pa e utamente ser vi-los. cabe aqui comemorar absol oportunidade de ouro para , as es pr em de as, did ren . ap ma nada. Mas as lições Não poderia ser de outra for e s io ár as. es zad pr em os em essas sim têm de ser enfati Jogamos as boias e seg uim is s ma dura, idade trabalhadore Compreendemos da forma frente. Isso nos deu oportun união e a portância indústria da pela dor, o enorme valor da de mostrar na prática a im s CPFs e são capazes, necessidade de valorizarmo ica nacional. áf gr das entidades, do que elas sucumbiram s ito ser. CNPJs. Infelizmente mu de quão parceiras são e podem idarizo com nde e sucumbirão, e aqui me sol De março para cá, num gra erido uzida e que perderam alg um ente qu s ília fam as esforço de nossa equipe, red as tod ses bém com os que viram ota nos três primeiros me trabalhando de forma rem ra esse mal tão per verso e tam pa s do ica un com e as portas. is de 100 ha-pão cerrar def initivament gan da pandemia, emitimos ma seu is ma , vas sários e as e normati milhares de empresas, empre as ra Pa sobre atualizações leg islativ à Para os que nte relacionadas sobreviventes, estamos aqui. res do lha de 85 circulares exclusivame ba tra s que já saíram da fase às empresas em acordo Covid-19, prestamos apoio ão em dif iculdade e para os est de são pen r vocês e para vocês. ário e sus tica, continuaremos aqui. Po crí coletivos para redução de sal is ma s do te o sindicato contratos de trabalho peran adoção de medidas na o r trabalhadores, assim com lceregato@abig raf.org.b governo. o pel as ad iliz nib po dis is emergencia guia com os protocolos Apresentamos, também, um adotados internamente de prevenção que devem ser fundamental para pelas gráficas, ferramenta balho seg uro. garantir um ambiente de tra rteadas pelas duas Muitas das ações foram no adas pela Abigraf e pelo pesquisas de mercado elabor principais dif iculdades Sindig raf para identificar as mercado a entender os do setor. Além de ajudar o a pandemia, os resultados impactos da crise gerada pel s que enviamos aos embasaram os vários ofício dos pleitos do seg mento poderes públicos em defesa diversos eventos online gráfico. Isso sem contar os fica Bra sileira da Indústria Grá es, inclusive com dois Presidente da Associação Gráfica s ias ústr Ind das to debatendo as questões urgent dica Sin (Abigraf Nacional) e do , as respectivas associações digraf-SP) organismos internacionais no Estado de São Paulo (Sin s. ido Un os tad Es s setoriais de Portugal e do

L evi C eregato

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Nossa família ficou muito maior!

A Evolução da Impressão.

Conheça a família ROLAND 700 Evolution Elite

Desde 2016, a impressora plana mais tecnologicamente avançada do mundo

ROLAND 700 Evolution Speed

NOVIDADE Aplicações de alto volume, 20.000 folhas por hora

ROLAND 700 Evolution Lite

NOVIDADE Mesma qualidade lendária, especificação mais simples

ROLAND 900 Evolution NOVIDADE Plataforma Evolution muito esperada em

grandes formatos evolution@manrolandsheetfed.com

manrolandsheetfed.com Manroland do Brasil Serviços Ltda. Rua das Figueiras, 474 – 3º andar, Edifício Eiffel, Bairro Jardim, 09080-300, Santo André, SP. T +55 (11) 4903 9200 E info.br@manrolandsheetfed.com Uma empresa do grupo Langley Holdings plc


Manroland Sheetfed lança novas impressoras

Drupa 2021 terá nove dias Adia­da para 2021, a direção da

Com a mais avançada tecnologia, a Manroland Sheet­fed lançou a nova linha completa da família Evo­lu­tion, composta pela impressora de grande formato Roland 900 Evo­lu­tion e as três Roland 700 Evo­lu­tion: Elite, modelo principal; ­Speed, para 20 mil folhas/hora; e Lite, modelo mais básico com a mesma qualidade. As impressoras apresentam todas as características de inovação, produtividade e qualidade da família Evo­lu­tion, com tecnologia de automação para pro­por­cio­nar economia de custo e energia aos gráficos. Entre essas características estão o Autoprint, que pro­por­cio­na produtividade ininterrupta desde a pré-​ ­impressão até o acabamento ao

toque de um botão, e o InlineColorPilot 3.0, tecnologia de medição de cor mais rápida, efi­cien­te e precisa, o qual mede valores densitométricos e colorimétricos em uma única passagem. A nova tecnologia de entintagem TripleFlow aborda de­sa­f ios da impressão de grande formato, oferecendo três modos separados de execução da tinta, enquanto o motor AC promete uma economia a­ nual de até 10.000 kWh, ou oito anos durante a vida útil da impressora. Comentando os novos produtos, Ra­f ael Pe­nue­la, CEO da Manroland Sheet­fed, afirmou: “O lançamento dos modelos Roland 700 Evo­lu­tion e Roland 900 Evo­lu­tion é um momento muito

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es­pe­cial para a nossa empresa. A Roland 900 Evo­lu­tion é uma impressora de grande formato, líder de mercado, e agora com toda a família Evo­lu­tion nos permite trazer os be­ne­fí­cios de nossa inovadora tecnologia aos gráficos do mundo inteiro”. Peter Conrady, diretor de vendas globais da empresa, reforçou: “Somos fortes neste setor do mercado e esse foi um passo natural no desenvolvimento da linha de produtos, usando a plataforma da renomada Roland 700 Evo­lu­ tion e indo para o formato maior. É com satisfação que informamos que já vendemos três impressoras Roland 900 Evo­lu­tion a clien­tes na Polônia, Itália e EUA”. www.manrolandsheetfed.com

Drupa decidiu reduzir a duração do evento de onze para nove dias, no pe­r ío­d o de 20 a 28 de abril, atendendo aos pedidos da entidade parceira VDMA (Printing and Paper Technology Trade As­so­cia­ tion) e de muitos expositores para tornar a apresentação da feira mais efi­cien­te e concentrar o volume de visitantes de forma di­re­cio­na­ da. Isso também tem a ver com as atuais determinações para quaisquer atividades e restrições de via­ gens. “Atual­men­te, prevendo que menos visitantes do ex­te­rior poderão via­jar para a Drupa 2021, consideramos essa redução, a fim de di­ re­cio­nar os fluxos de visitantes de forma mais efi­cien­te. Mesmo assim, a duração de nove dias ainda garante que as máquinas estejam em fun­cio­na­men­to e possam ser demonstradas, o que gera as vendas da Drupa”, explica o presidente da feira, Claus Bolza-​­Schünemann. A direção da Messe Düsseldorf, promotora do evento, revela que, apesar de alguns cancelamentos re­la­cio­na­dos à Covid‑19, a si­tua­ ção ­atual de reserva permanece em alto nível com mais de 1.500 expositores, dentro de uma área de 140.000 m². Isso reforça a con­ fian­ça do setor no forte apelo in­ ter­na­cio­nal do evento e a necessidade de reu­n iões presenciais para a conquista de novos clien­ tes, com a apresentação ao vivo de lançamentos e máquinas em fun­cio­na­men­to. “Muitos de nossos clien­tes também veem isso como sua própria responsabilidade para suprir o setor e fornecer pes­soal­men­te importantes impulsos no local”, declara a diretora da Drupa, Sabine Geldermann. www.drupa.de

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Heidelberg confirma presença na ExpoPrint 2022

O 3º Congresso Internacional teve um número recorde de participantes

ABTG divulga tema do 4-º Congresso Internacional Tecnologia e Inovação para Sus-

Sucesso na ExpoPrint 2018 motivou Heidelberg a reservar espaço maior para 2022

O grande sucesso alcançado na edição an­te­rior fez com que a Heidelberg confirmasse a sua participação na ExpoPrint Latin America 2022, maior evento da indústria gráfica nas Américas, decidindo ainda aumentar seu espaço de exposição. De acordo com Ludwig All­ goe­wer, ex-​­presidente da Heidelberg do Brasil e presidente da As­so­cia­ção dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica (Afeigraf), rea­li­za­do­ra da ExpoPrint, a feira tornou-​­se uma das mais importantes do mercado gráfico mun­dial. “Ela serve para apontar ten­dên­cias e fornecer ao empresário uma visão global do setor com os mais va­ria­dos lançamentos da indústria gráfica mun­dial de

impressão, que se moderniza constantemente. Por isso, torna-​­se uma bússola para o gráfico que deseja modernizar sua empresa e preparar-​­se para os novos tempos, onde cada vez mais produtividade e lucratividade têm de andar juntas”. A ­atual presidente da Heidelberg do Brasil, Silvia Montes, afirma que “nossa participação em 2018 foi um sucesso. Aumentamos nosso espaço para a ExpoPrint 2022, pois estaremos com mais equipamentos, mostrando mais opções do nosso port­fó­lio de soluções. Além disso, traremos informações e demonstrações sobre nossas linhas de serviços e insumos, as mais completas do mercado gráfico na­cio­nal”. www.heidelberg.com.br

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tentabilidade – A Comunicação Gráfica Rumo aos Novos De­sa­ fios foi o tema escolhido para o 4º Congresso In­ter­na­cio­nal de Tecnologia Gráfica. Rea­l i­z a­d o em parceria entre a As­so­cia­ção Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG) e a APS Eventos Corporativos, o evento será online e vai ocorrer nos dias 24, 25 e 26 de novembro deste ano. Renomados es­p e­cia­lis­tas vão apresentar e discutir as transformações tecnológicas e comportamentais do setor, para o empresário gráfico se preparar e superar os de­sa­fios que está enfrentando, com um olhar no futuro. Para Carlos Su­ria­ni, presidente da ABTG, “a quarta edição do Congresso In­ter­na­cio­nal será o evento do ano do nosso segmento. Durante três dias, discutiremos a inovação em prol da sustentabilidade de nossos ne­ gó­c ios. De­s a­f ia­m os em­p re­s á­ rios, técnicos e profissionais da indústria da comunicação gráfica a sair da zona de conforto, apresentando cases, debatendo

soluções que poderão im­pul­sio­ nar os ne­gó­cios e, principalmente, re­fe­rên­cias que levarão as empresas a serem mais sustentáveis e inovadoras”. Is­mael Guar­nel­li, presidente da APS Eventos Corporativos, concorda: “Estamos muito an­sio­sos para rea­li­z ar a quarta edição de um congresso muito esperado pelo mercado. Vamos promover uma edição online, de três dias, para seguir ajudando a conduzir a inovação no mercado gráfico”. O diretor técnico da ABTG, Bruno Mortara, explica: “Procuramos pensar em um cenário mais amplo, não trazendo ime­d ia­t a­m en­t e os efeitos da pandemia, mas pensando no longo prazo. O que temos visto, nas últimas décadas, é a necessidade de a indústria se pro­f is­sio­na­li­zar, produzir automação de forma ra­cio­nal, estar em contato com o clien­te de novas formas e se po­si­cio­nar nas cadeias de produção”. Em breve será divulgada a abertura das inscrições para participar do 4º Congresso. www.abtg.org.br


rá Caros amigos do setor g

fico

rf, s encontrando em Dusseldo no os íam ar est , 20 20 de eração o mês de junho ano que prometia uma recup um em , 20 20 pa ru D na , A lemanha os enfrentando muitas am est so dis és inv ao s ma , ileira proteger relevante da economia bras prazo, como por exemplo: rto cu a s õe aç os am tom as incertezas. Nós, da A g fa, uar rapidamente as demand eq ad e a ix ca o r cia ren ge is da saúde os nossos colaboradores, dos órgãos públicos e oficia s õe taç ien or as do uin seg e do mercado, sempr São P aulo. oferta e do governo do Estado de do para reinventar a nossa an ar ep pr s no s mo ha vín já uindo H á quase três anos, a de serviços e tecnologia, seg tem sis o let mp co um ra pa de um simples produto gia e Extraconveniência). olo Ec a, mi no co (E ³ O ente EC sempre o conceito s de oferta, mas principalm mo ter em nte me so o nã se Essa transformação deueis, para assim atender as ág is ma ser a s mo sa as P . confiante em termos de organização novas propostas, de maneira es, çõ va ino m co e, põ im do mudanças que o merca mos no nosso segmento. ita ar. red ac ue rq po , nte ilie res e é disto que eu gostaria de fal e o ur fut o ra pa s õe aç as s no futuro Isso nos permitiu preparar como serão as organizaçõe ar ns pe e ir let ref faz s no Com certeza, a Covid-19 ortunidade. a um aprendizado e uma op ix de se cri a tod s eis de ma e, ris pós-c 20 01, que fez com que os nív de o br em set de 11 o foi passar mais U m exemplo ião fossem elevados, para av de jar via ra pa le tempo. ro nt segurança e co mundial por muito e muito ão dr pa vo no um s -o do que já confiança ao setor, tornan no pós-crise, porém é vital s ida lec ta for o irã sa e qu s H averá empresa no processo, automações ia nc ciê efi es: or fat is ipa inc três pr estejamos trabalhando com oporcionando menor custo. e padronizações, sempre pr tes e durante a crise, temos an ão aç niz ga or ssa no a o P or termos preparad oferta para o mercado, com ssa no a os am nt me au e nto juntos um plano de crescime arados e mais fortes, para ep pr r lho me da ain s mo ire a certeza de que sa sso liderarmos a transformação! um pouco disso tudo em no m ra nfi Co s. -lo dá aju e er Temos muito a oferec desta edição. anúncio publicado no final #ConteConosco #CountO nU s s! Juntos somos mais forte

P aulo A maral

Diretor da Agfa Graphi

cs do Brasil


ExpoPrint anuncia nome do seu diretor

J orge Maldonado, diretor da

www.diageo.com.br

Vima Graphics e da Afeigraf, foi escolhido para assumir a direção da ExpoPrint Latin America 2022, que será rea­li­z a­d a de 5 a 9 de abril nos Pavilhões Verde e Vermelho do Expo Center Norte, em São Paulo. O cargo tem como objetivo apoiar e divulgar as ações e ini­cia­ti­vas antes, durante e depois da feira. O executivo conta como foi receber o convite: “Foi muito gratificante. Na Afeigraf, desenvolvemos projetos com base em grupos de trabalho, o que gera resultados positivos. Entre eles, estão o boletim econômico trimestral e o aprimoramento nas ações de mar­ke­ting. Que­re­mos seguir trabalhando nos próximos anos com esse mesmo sistema, atuan­do em grupo de forma organizada, com um sistema de administração de projetos personalizado”. Maldonado explica que, entre os grupos de trabalho cria­dos está o que é focado na exposição. “Tenho clien­tes por toda a América Latina e sei quais são as demandas desse público. Por isso, fiquei ainda mais contente com o convite e a oportunidade. Creio que, além de mostrar o desenvolvimento do setor, a ExpoPrint fará

com o novo Accuchek, compatível com a última geração de máquinas Masterfold 75/110 ou Expertfold 50/80/110. Conforme a fabricante, ele verifica se há defeitos nos cartuchos abertos e garante a consistência da qualidade em velocidades de até 500 m/min ou 140 mil cartuchos por hora. Isso permite que fun­cio­ne a toda velocidade com o Accubraille, que oferece aos convertedores gravação em braille nos quatro painéis do cartucho, independente da direção da corrida. Com base na ex­p e­r iên­c ia de 30 anos da tecnologia Registron, da Bobst, o Accuchek é uma

solução altamente flexível, que pro­p or­cio­na aos usuá­rios ins­p e­ cio­n ar diferentes áreas ­­ do cartucho de acordo com os cri­té­ rios de qualidade do convertedor, ou de seus clien­tes, sendo fácil e rápido de operar. Ele permite

Johnnie Walker terá garrafa em papel

Pro­prie­tá­ria de marcas de bebidas como Johnnie Walker, Smirnoff, Ypió­ca e Tanqueray, a Dia­geo apresentou em julho a primeira garrafa de destilados do mundo em papel, 100% livre de plástico, que estará no mercado no início de 2021 com Johnnie Walker. Na mesma oportunidade, a Dia­ geo anunciou também a parceria com a Pilot Lite, empresa de venture management, para lançar a Pulpex Limited, es­pe­cia­li­za­da em tecnologia de embalagens sustentáveis e responsável por desenvolver a garrafa à base de papel escalável inédita, totalmente reciclável. A embalagem foi projetada para conter uma va­rie­d a­d e de produtos líquidos e fará parte do compromisso da Dia­geo com

Embalagem zero‑defeito com alta velocidade Qua­li­da­de é um dos maiores di-

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ferenciais da indústria de embalagens. Se a embalagem falha no teste de qualidade pode prejudicar todo o lote e o re­la­cio­na­men­ to com o clien­te. Para assegurar a produção de embalagens com defeito zero, a Bobst desenvolveu uma versão evo­luí­da de seu sistema de controle de qualidade,

a meta 12 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas de produção e consumo responsáveis. A Pulpex formou um consórcio com as principais empresas de FMCG (Fast Moving Consumer ­Goods) do planeta em diferentes ca­te­go­rias, incluindo Unilever e PepsiCo, para garantir que a inovação possa ser usada de forma abrangente. A tecnologia desenvolvida permitirá produzir uma va­rie­da­de de garrafas de molde único sem plástico para diversos tipos de bens de consumo, estimulando as marcas a repensarem seus designs de embalagens e que estas passem a ser de papel, preservando a qualidade do produto embalado.

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parte de uma enorme revolução tecnológica, econômica e so­cial”. Na visão de Maldonado, a pandemia fez avançar um processo de mudança de pensamento econômico, que já vinha ocorrendo, com a adoção das novas teo­rias de economia circular. Esse modelo econômico, explica, vai trazer como con­se­quên­cia uma enorme mudança na tecnologia, com a implantação definitiva da Indústria 4.0. Na ExpoPrint Latin America 2022, a Indústria 4.0 será um tópico central, mostrando como a automação e digitalização de processos entraram em todas as tec­no­lo­gias e segmentos de impressão, para que todo o fluxo seja feito sem erros humanos e totalmente integrado. www.expoprint.com.br

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ENTREVISTA Por: Tânia Galluzzi

Rainer Wagner

“O tempo das gráficas rígidas e inflexíveis está terminando”

T

ransformar as gráficas em organizações criativas e flexíveis, po sicionando- as como prestadoras de serviços de impressão e de marketing, é a principal tarefa de Rainer Wagner atualmente. Engenheiro gráfico industrial formado pela Universidade de Munique, na Alemanha, com

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especia lização em gráficas comerciais e de embalagem, Rainer vive hoje em San José, na Costa Rica. Colaborador técnico independente da Conlatingraf, o consultor aborda nesta entrevista as ações que devem ser tomadas pela indústria da impressão no enfrentamento dos desafios impostos pela Covid-19.


Na sua palestra no Congresso Internacional de Tec- e dos substratos, assim como da padronização nologia Gráfica, em 2017, o senhor falou das ferra- das formulações para cores especiais, de for­ matos de impressão, das etapas de produção e mentas tecnológicas capazes de tornar as gráficas relevantes num futuro regido pela comunicação di- dos volumes e preços dos produtos oferecidos na internet. Isso sem fa­ gital. Esse futuro acabou lar na estandardização nos atropelando em funviabi lizada pela adequa­ ção da Covid-19. As ferção às normas ISO 9.000 ramentas às quais se refeO futuro não acabou, pelo riu ajudaram as gráficas (Controle de Qualidade), contrário, o futuro continua durante a pandemia? 14.000 (Produção Mais se apresentando como Limpa) e 50.000 (Efi­ O futuro não acabou, cenário para a realização ciência Energética). Sem pelo contrário, o futuro as padronizações, a grá­ continua se apresentan­ da transformação tão fica não terá a agilidade do como cenário para a necessária às gráficas. necessária para se adap­ rea li zação da transfor­ Algumas ferramentas muito tar às mudanças num mação digital tão neces­ úteis e importantes são as mundo pós­ Covid. sária às gráficas. Algu­ mas ferramentas muito padronizações na produção Mais do que equipamenúteis e importantes são e em seu gerenciamento. tos, como o senhor enfaas padronizações a se­ tizou no congresso em rem implementadas na 2017, a indústria da improdução e em seu ge­ pressão é feita de pessoas. rencia mento. Essas pa­ dronizações podem proporcionar redução de Como se preparar para a nova realidade no setor de impressão? custos de produção, de tempos de acerto e de impressão e acabamento, de custo de materiais Aproveite ao máximo os serviços remotos ofe­ e suprimentos, de erros, possibilitando a identi­ recidos pelos fornecedores nas áreas de consul­ toria, auditoria e suporte on-line, especialmente ficação de custos ocultos, além do aumento da produtividade. A otimização da gráfica pode vir em nível de gerência e diretoria. É importante receber orientação na condução das transfor­ da padronização dos sistemas de impressão e mações. E aplicá­la instantaneamente. Não se pré­impressão dentro dos parâmetros da ISO deve perder tempo. 12647, da normalização das tintas de processo

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A Drupa foi remanejada para 2021 e vários fornecedores já apresentaram os equipamentos que seriam lançados na feira que estava programada para este ano. Das novidades que o senhor acompanhou, o que merece destaque? O alto grau de integração, automação e inte­ ligência ar ti ficial na nova geração de impres­ soras offset da Koenig & Bauer, com velocida­ des de 20.000 folhas por hora, conexão com o gerencia mento da eficiência do equipamento [Overall Equipment Efectiveness OEE] e controle remoto da impressora por dispositivos móveis. Chama atenção também seu novo e automatiza­ do equipamento de corte e vinco, com módulos adicionais de acabamento em linha. O avanço tecnológico na impressão jato Citando um evento recente, no webinar que reade tinta de alta velocidade da Canon mere­ lizou junto com o consultor Hamilton Costa para a Conlatingraf, no início da pandemia, o senhor ce atenção, igualmente, com 65.000 impres­ falava sobre as tarefas de reconversão da gráfi- sos 4/0 por hora, porém com alto custo por ca com a crise e no pós- Covid. Quais seriam es- unidade impressa. Vale também destacar a excelente e alta­ sas tarefas? O senhor acrescentaria algo hoje, mente funcional implementação da inteligência quatro meses depois? ar tificial em vários fluxos de produção e geren­ Por reconversão entendo todas as mudanças ciamento com os quais de curto prazo, entre tive a oportunidade de um e três meses, para trabalhar nos primei­ adaptar a empresa às ros três meses do ano, já necessidades de saúde O tempo das gráficas presentes em empresas e distanciamento social, rígidas e inflexíveis, sem latino­americanas. que agora são mais im­ serviços adicionais aos portantes do que nun­ Dos diferentes segmenca. Mas, de igual impor­ clientes, está terminando. tos gráficos, o senhor entância são as atividades Elas serão substituídas por fatiza o de embalagem de transformação digi­ organizações altamente como o mais promistal da empresa, ações criativas, inovadoras, ágeis sor. E quanto aos outros, no médio prazo, entre como o co mer cial/protrês e seis meses, como e muito flexíveis, aptas a mocional, quais as persas padronizações, e ati­ oferecerem serviços de pectivas para o médio vidades de longo pra­ marketing aos clientes. e longo prazo? zo, como a redefinição Nenhum pro fis sio nal do negóc io em f u n­ do setor pode dizer que ção das mudanças do não está enfrentando mercado pós­ Covid e a o encolhimento que o segmento de impres­ implementação de serviços de consultoria são comercial vem vivenciando há anos em de marketing para os clientes da gráfica. todos os paí ses da América Latina, incluin­ Há algum saldo positivo, alguma lição que a in- do o Brasil. Essa tendência está sendo ace­ lerada pela Covid­ 19. Isso me preocupa mui­ dústria de impressão possa tirar da pandemia? to em função do grande número de gráficas Absolutamente. O tempo das gráficas rígidas e inflexíveis, sem serviços adicionais ao clien­ nesse setor. Por isso é fundamental rea li zar a transformação o mais rápido possível, sem te, está terminando. Elas serão substituídas por organizações altamente criativas, inovado­ perda de tempo. Mas, lembre­ se de que são necessá rios tempo e dinheiro para que essa ras, ágeis e muito flexíveis, aptas a oferecerem transformação seja bem­sucedida. serviços de marketing aos clientes.

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MERCADO

A indústria de embalagem e a pandemia

Primeiro, elevação na demanda, depois queda drástica e agora recuperação. Quatro gráficas contam como lidaram com os problemas gerados pela crise provocada pela Covid-19, tanto do ponto de vista comercial e de produção quanto na gestão das pessoas.

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D

iversidade é um atributo que qualifica bem a indústria gráfica. Não só com relação a segmentos de mercado e pro­ dutos, mas também a modelos de negócio. Neste pesadelo que vivemos desde março, todas as empresas foram impactadas. Todos foram obrigados a pisar no freio de for­ ma abrupta e o resultado dessa manobra acaba de ser quantificado pelo grupo de dados econô­ micos da Associação dos Agentes de Fornecedo­ res de Equipamentos e Insumos para a Indús­ tria Gráfica (Afeigraf). O 7º Boletim Econômico da entidade, relativo aos seis primeiros meses de 2020, indica uma redução de 33,6% na ativi­ dade de impressão, englobando jornais, revistas, livros, papel­moeda, etiquetas, rótulos, impres­ sos publicitários e promocionais, incluindo lona e vinil, bulas e manuais (ver matéria na página 26). Apenas dois números positivos: a produção de embalagens de plástico, com crescimento de 1,8% em comparação ao primeiro semestre de 2019, e produtos diversos com matéria­ prima celulósica, como cadernos e papel cortado, com tímido aumento de 0,2%. A face mais dramática

Ingram Image

Texto: Tânia Galluzzi

refere­se aos empregos: 26.789 vagas cortadas, sobretudo na produção de impressos de segu­ rança (cédulas, talões de cheques e ingressos) e na pós­ impressão, o que representa queda de 12,2% no contingente de trabalhadores em­ pregados ao confrontarmos dezembro de 2019 e junho deste ano. Entre os vários ramos da indústria gráfica, um dos menos machucados foi o de embalagens, por razões óbvias: mesmo trancadas em casa, as pessoas precisaram continuar a se alimentar e a cuidar da saúde, o que chegou a provocar ligeiro aumento na demanda de março, muito em fun­ ção da corrida inicial a supermercados e far má­ cias. Na comparação entre o primeiro trimestre de 2019 e o deste ano, o levantamento anterior da Afeigraf, cobrindo tal período, mostrou que a produção de embalagens de papel cresceu 0,5% (aumento de 0,2% contrapondo o intervalo en­ tre abril e maio de 2019 e 2020). As embalagens em plástico também tiveram elevação, com pro­ dução 2,7% maior no primeiro trimestre de 2020 em relação a igual período do ano passado. Já a produção de embalagens de vidro e metal teve queda de 0,5% e 0,4%, respectivamente.


(E/D) Os irmãos Alexandre Tadeu dos Santos, diretor de desenvolvimento, e Alcides José Waisel dos Santos, diretor geral, da Fotoimpress

O QUE VIRÁ DEPOIS?

O aumento nas embalagens de papel, papelão e papel­cartão, porém, não se sustentou e, no acu­ mulado dos seis primeiros meses, o declínio foi de 2,5%. Mas sinais de retomada estão presentes e os empresários do setor já falam em recupe­ ração. Esse é o cenário na Fotoimpress, gráfica paulista com 42 anos de atuação na produção de embalagens em papel­cartão e micro­ondulado. De acordo com Alcides José Waisel dos Santos, diretor geral, agosto indica melhora. Em abril, a empresa, de 31 funcionários, faturou 15% da re­ ceita prevista e no começo de agosto alcançou 80%. “Devemos recuperar o que falta até o fim do ano, mas não sabemos se a melhora está sen­ do provocada apenas pela reposição de estoques e impulsionada pelo auxílio emergencial do go­ verno”, afirma Alcides. O receio é de uma nova desaceleração com o fim da ajuda assistencial. O empresário conta que a expectativa para 2020 antes da pandemia era de um crescimento entre 5% e 10%. Os planos envolviam a expan­ são da jornada, com a implantação do segundo

turno, e a entrada no segmento de embalagens para delivery. Os primeiros testes já estavam acontecendo, processo que foi suspenso e em julho retomado. No pior momento da crise, em abril, a Fotoimpress ficou uma semana parada. Respaldada pelas medidas de ajuda às empresas, a gráfica voltou com redução de jornada de 50%, operando assim até 20 de julho. Nos 30 dias se­ guintes trabalhou com 25% de redução para en­ tão voltar à jornada plena. Outro recurso foi a antecipação das férias, medida que Alcides es­ pera que não cause dificuldades nos próximos meses. “No final do ano, além do 13º, teremos de pagar o terço das férias. Outros custos ne­ gociados, como o aluguel, também voltam aos valores normais.” O desequilíbrio aparecerá se o faturamento não acompanhar esse movimento. Por isso, Alcides continua interessado em linhas de crédito mais acessíveis. Assim como boa parte das gráficas que buscou essa alter­ nativa, o empresário encontrou muitas pedras nesse caminho. “Consegui auxílio para paga­ mento por dois meses da folha sa la rial, mas

Paulo Gonçalves, diretor-presidente e financeiro, e sua filha Juliana, diretora operacional, da gráfica Gonçalves

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não para o capital de giro. Além das restrições burocráticas, quando acessamos o Pronampe1 os recursos já tinham se esgotado.” Atendendo aos mercados alimentício, de au­ topeças, brinquedos e ferramentas, a Fotoim­ press está reassumindo o projeto de embalagem para delivery. Parcerias para o fornecimento do substrato para a confecção das embalagens e da máquina seladora, usada pelos restaurantes para o fechamento da caixa, já foram fechadas. A empresa está prospectando clientes, apos­ tando no aumento da demanda por esse tipo de produto e no fato de ser um segmento novo, com poucos convertedores em atuação. O PIOR JÁ PASSOU

Na gráfica Gonçalves, que completou 80 anos, 2020 também parecia um ano promissor. De­ pois de um fraco 2019, o novo ano começou com renovação na diretoria, novos procedimentos e planos de investimento. “Seria um ano de Dru­ pa. Havia programado várias viagens para co­ nhecer novas tecnologias e aplicações”, diz a di­ retora Ju liana Gonçalves. O novo coronavírus congelou a agenda de eventos e levou a praticamente zero a demanda por embalagens num dos segmentos atendidos pela Gonçalves, o cosmético. Boa parte dos pe­ didos de prorrogação de prazos de pagamento veio desse setor. “Nós fazemos parte de um gru­ po que reúne convertedores de todo o mundo, o (E/D) Felipe Salles Ferreira, diretor comercial da Macron, ao lado da tia, Maria Cecília S.F. Mendonça Cortez, diretora financeira/administrativa, e do pai, Fernando Salles Ferreira, diretor de operações

1 No dia 19 de agosto, o governo destinou montan­ te adicional ao Pronampe, linha de crédito voltada para a micro e pequena empresa. Aos R$ 16 bilhões disponibilizados inicialmente, concedidos em cerca de um mês, foram acrescidos outros R$ 12 bilhões.

GPA (Global Packaging Al liance), e quando es­

tourou o problema aqui, no final de fevereiro, eu estava em Israel participando de uma reunião do grupo. Pelas conversas, percebi que o proble­ ma era bem mais sério do que nós, brasileiros, estávamos pensando, até pela ausência dos asiá­ ticos lá”, conta Juliana. Porém, outros mercados, como o farmacêutico, continuaram ativos, fa­ zendo com que a empresa, de 450 funcionários, não cancelasse a atua li zação do parque gráfi­ co. “Hoje estamos conseguindo manter nosso faturamento. Mesmo o cosmético está se recu­ perando mais rapidamente do que o próprio se­ tor imaginava. O pior já passou”, acredita Ju lia­ na. Neste ano, a empresa investiu em uma linha de acabamento e na automação da produção. FORTE EFEITO CHICOTE

Também militando no setor far macêutico, cos­ mético e alimentício, a Mācron iniciou 2020 empenhada em oferecer soluções inteligentes em embalagens, sobretudo para medicamen­ tos. O primeiro reflexo da Covid­19 foi positi­ vo, com elevação na demanda pelos laboratórios em março e abril, estabilização em maio e que­ da em junho. Segundo Felipe Salles Ferreira, diretor comercial, o efeito chicote foi muito for­ te. “Ouvi dos laboratórios que a dificuldade de previsibilidade nunca foi tão grande. Eles so­ freram igualmente com falta de matéria­prima.” A Mācron, com 245 colaboradores, esperava crescer entre 5 e 7% em 2020, mas deve fechar o ano com faturamento alinhado com a receita de 2019. A empresa foi ajudada nessa fase pe­ los ajustes estruturais que haviam sido feitos no final do ano passado objetivando a redu­ ção de custos. A Mācron registrou taxa de 2% de inadimplência entre março e julho, além do adiamento dos pedidos. “Acredito que o nosso mercado deve ter uma redução de 10% neste ano em relação a 2019”, prevê Felipe. OSCILAÇÕES E RETOMADA

Outra empresa de peso no campo das embala­ gens, a Congraf, produzindo para a indústria de alimentos, cosmético, medicamentos, higiene e limpeza e de chocolates, viveu a mesma rea lida­ de. Elevação no início da pandemia, seguida de queda e agora elevação. A empresa esperava au­ mento de 10% na receita em 2020, depois de um 2019 complicado, e teve, para surpresa da dire­ toria, o melhor dezembro, janeiro e fevereiro da história em produção e faturamento, com eleva­ ção de 25%. “Estávamos contratando e no final

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Sidney Anversa Victor (centro), diretor-presidente, e os filhos (E/D) André Peres Victor, diretor comercial, e Sidney Anversa Victor Junior, diretor industrial, da Congraf

do ano investimos em três novos equipamentos”, afirma Sidney Anversa Victor Junior, diretor industrial da Congraf, que possui 180 funcioná­ rios diretos. A empresa comprou maquinário de pós­impressão para ganhar velocidade na entre­ ga dos produtos. Essa curva ascendente se man­ teve até abril, puxada principalmente por itens de higiene e limpeza. Em maio começaram os cancelamentos de pedidos e queda de 50% no faturamento. O turno da noite foi eliminado e as equipes entraram em férias alternadamente.

Contudo, a segunda quinzena de junho foi positiva, com retomada em todos os setores, à exceção dos clientes com lojas de rua e em shopping centers, retornando num ritmo bem mais lento. No final de julho a Congraf estava a pleno vapor, mas tendo de manter em esto­ que pedidos de alguns clientes, que ainda não haviam retomado plenamente suas atividades. “Tivemos capacidade para apoiar os clientes. O que eles pediram, nós conseguimos fazer”, comenta o diretor industrial.

Cuidados imprescindíveis O empresário brasileiro está acostumado a enfrentar ciclos de alta

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e de baixa e a lidar com os problemas gerados por essa oscilação. Acontece que o cenário atual trouxe um elemento absolutamente novo: o risco à vida humana. O simples fato de ir ao trabalho e estar com os colegas tornou-se um perigo real e foi preciso lidar com a angústia dos colaboradores, preocupados com sua saúde e com a possibilidade de perderem o emprego. O setor gráfico foi ágil, adaptou o ambiente de trabalho às regras de segurança visando a mitigar a possibilidade de contaminação. As quatro empresas entrevistadas para esta matéria relataram alto grau de cuidado com suas equipes. Todas adotaram as medidas recomendadas, como uso de máscaras, distanciamento, alternância no refeitório, higienização constante. Congraf e Mācron testaram os funcionários para Covid-19. A primeira teve, até o final de julho, 11 casos, metade deles assintomáticos. Cumprido o período de quarentena, todos voltaram ao trabalho. Na Mācron foram sete casos confirmados, dois com sintomas leves e cinco que só descobriram a doença por conta do teste. Na Gonçalves foram 35 casos até a REVISTA ABIGR AF

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primeira semana de agosto, a maior parte sem sintomas e todos já de volta. Na Fotoimpress, apenas um caso relatado, agora na ativa. Nenhuma das quatro gráficas detectou contaminação cruzada, ou seja, transmissão de um funcionário para outro. Uma única nota de pesar para o falecimento de um colaborador da Gonçalves em abril. Com 37 anos de casa, Edilson Leite estava afastado da gráfica desde janeiro, com problemas no pé, tendo sido contaminado fora da empresa. “Foi muito duro, uma grande perda e um choque de realidade para todos nós”, afirma Juliana Gonçalves. Para Felipe Salles, se há algum saldo positivo em tudo o que estamos passando é a oportunidade de refletirmos sobre o que realmente importa. “Acho que foi um momento importante de reflexão. Não somos nada sem saúde.” Satisfeito com a rapidez com a qual o setor gráfico adotou os recursos de flexibilização propostos pelo governo, Felipe acredita que a atual fase obrigou as gráficas a repensarem procedimentos, intensificarem o contato com os clientes, o que pode acelerar a necessária adaptação das gráficas às demandas de mercado e à adoção de novos modelos de negócio.


Juntos, vamos vencer esta crise. E, quando tudo isso passar, reabriremos a caixa para descobrir a alegria da vitória conquistada por um batalhão de milhões de pessoas que souberam cuidar das outras pessoas.


ECONOMIA Texto: Fabio Behrend

2ª PESQUISA SOBRE O IMPACTO DA COVID-19 NA INDÚSTRIA GRÁFICA

O “novo normal” da indústria gráfica

Pesquisa da Abigraf revela que os gráficos se reinventam e apostam nas novas tendências de atuação no mercado.

E

m meio à crise econômica gera­ da pela pandemia da Covid­ 19, par­ ce rias comerciais, home office e am­ plia ção dos segmentos de atua ção começam a ganhar força entre as empresas grá­ ficas brasileiras. É o que revela a 2ª Pesquisa so­ bre o Impacto da Covid­19 na Indústria Gráfica, promovida pela Abigraf. Mais de duzentas empresas responderam à pesquisa. Desde que a pandemia começou, 32,2% delas passaram a produzir impressos em parceria com outras gráficas, o que até então era difícil de acontecer. “Com a crise, muitas em­ presas estão buscando soluções para sobrevi­ ver. A troca de trabalhos tem se mostrado uma saída eficiente para manter os parques gráficos funcionando. Isso é praticamente inédito no

mercado gráfico e mostra um amadurecimento dos empresários, que perceberam que é possível somar forças para que todos saiam ganhando. Dividir para multiplicar”, explica Levi Cerega­ to, presidente da Abigraf Nacional. A pesqui­ sa mostrou que apenas 9,8% das empresas não têm interesse em aderir a um eventual mode­ lo de cooperativa — se viabi lizado num futuro próximo — porém 48,6% aceitariam imediata­ mente e 41,6% responderam talvez à questão. O home office será definitivamente adotado por 5,1% das gráficas. Outros 27,6% das empresas pretendem manter parte dos funcionários tra­ balhando em casa após a pandemia, enquanto 27,1% desejam voltar normalmente ao trabalho e 40,2% mantiveram os funcionários trabalhando normalmente desde o início do confinamento.

Participaram da pesquisa 215 gráficas de 15 estados AL

2

MS

3

RJ

8

BA

1

PB

1

RS

57

DF

3

PE

2

SC

22

ES

8

PI

3

SP

65

MG

14

PR

25

SE

1

Porte das gráficas pelo número de funcionários

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Até 5

34

6 a 10

42

11 a 20

27

21 a 50

36

51 a 100

48

Acima de 100

28


Para tentar combater os efeitos da crise eco­ nômica, 20,6% das gráficas passaram a atuar em segmentos diferentes. Um dos nichos mais procurados pelas empresas, para atender a de­ manda provocada pela pandemia, foi a produ­ ção de materiais que diminuem o contágio do coronavírus, como máscaras, displays e totens de álcool em gel, aventais e materiais de sina­ lização e educação, com 43% adaptando suas li­ nhas de produção para fabricar esses produtos.

Sua gráfica vende pela internet, através do e-commerce, sites, redes sociais ou web-to-print?

39,7%

38,3%

EFEITOS DA CRISE

Os efeitos da crise econômica se agravaram des­ de a primeira edição da pesquisa, rea lizada em abril. A queda no faturamento, antes registrada por 92% das empresas, atinge 94,4% hoje; 79% apontaram redução nos volumes de produção, 53,7% sofrem com a inadimplência de clientes e 40,2% tiveram pedidos cancelados. “Já vínhamos em crise desde 2012, mas a pandemia está causando grandes estragos em toda a indústria gráfica. O faturamento do setor em 2020 deve ser no mínimo 50% menor do que em 2019 e isso tem reflexos imediatos em toda a cadeia produtiva e no nível de emprego”, afir­ ma Sidney Anversa Victor, presidente da Abi­ graf­SP. Em abril, 56% das empresas colocaram seus funcioná rios em bancos de horas ou fé­ rias. Até o final de junho esse percentual subiu para 65%. O ritmo das demissões continua alto, porém caiu de 65% das empresas demitindo em abril, para 40,7% em junho. O acesso ao crédito para folha de pagamen­ to e capital de giro continua sendo um grande problema para as empresas saldarem suas dí­ vidas. Se, em abril, 55% das empresas tenta­ ram e não conseguiram empréstimos com as linhas de crédito anunciadas pelo governo, em junho, 25,7% delas continuavam enfrentando o mesmo problema. “A burocracia e o excesso de exigências do governo são o maior empecilho. Mas há também o spread bancário, que fez com que as taxas de juros sejam até 3 vezes maio­ res nos bancos privados do que aquelas anun­ ciadas pelo governo”, comentou Levi Ceregato. Se em abril 75% das empresas já haviam optado pela prorrogação do pagamento de im­ postos e tributos, em junho o percentual subiu para 82,2%. As medidas emergenciais anun­ ciadas pelo governo para auxiliar as empre­ sas foram ótimas para 17,8% dos empresários, boas para 43%, regulares para 29% e péssimas para 10,3% deles.

Sim

85

Não

82

Não, mas pretende começar

48

22,0%

Durante esse período de isolamento, sua gráfica produziu algum material em parceria com outra gráfica?

32,2%

67,8%

Sim

146*

Não

69

*Materiais produzidos: promocionais, tabloides, sinalização, máscaras, adesivos, acabamentos, livros, grandes formatos, cartonaria, cadernos, embalagens, revistas, sacolas, banners em tecido.

Você acredita que, dentro de um “novo normal”, será frequente e necessário produzir e imprimir materiais em parcerias com outras gráficas, em modelo semelhante ao de cooperativas? Você aceitaria participar desse modelo, caso ele se viabilize no futuro? Sim

105

Talvez

89

Não

21

Receba a versão integral da 2ª Pesquisa enviando e-mail para dmark@abigraf.org.br

Fabio Behrend é o assessor de imprensa do Sindigraf-SP e Abigraf.

25 março /agosto 2020

REVISTA ABIGR AF


AFEIGRAF Texto: Tânia Galluzzi

Números demonstram efeitos da pandemia no primeiro semestre O 7º Boletim Econômico da Afeigraf reflete os efeitos negativos da crise gerada pela pandemia no segmento gráfico.

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Afeigraf divulgou, na tercei­ ra semana de agosto, seu 7º Bo­ letim Econômico, cobrindo os seis primeiros meses de 2020 e traduzin­ do em números o forte impacto da pan­ demia da Covid­19 no setor. O estudo, rea lizado pelo grupo de dados econômi­ cos da Afeigraf em parceria com a Webse­ torial, mostra que a maioria dos indica­ dores de produção da indústria entre os meses de janeiro e junho deste ano apre­ senta queda em comparação ao mesmo período de 2019. O único resultado po­ sitivo foi registrado na produção de ma­ teriais diversos que utilizam papel, car­ tolina, papel­cartão e papelão ondulado, como cadernos e papel cortado, com tí­ mido aumento de 0,2%. Na atividade de impressão, que inclui impressão em jor­ nais, revistas, livros, papel­moeda, eti­ quetas, rótulos, impressos publicitários e promocionais, incluindo lona e vinil, bu­ las e manuais, a queda apresentada foi de 33,6%. Em relação à produção de insumos como tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins, o tombo foi de 10,9%. No caso da indústria de embalagens, os itens de papel, cartolina, papel­cartão e papelão ondulado, a queda foi de 2,5% em relação ao primeiro semestre de 2019. A única elevação aconteceu nas emba­ lagens de plástico, com crescimento de 1,8%. Em relação ao volume de vendas, o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria teve uma redução drástica de 28,7%. No varejo, o encolhimento nos seis primeiros meses de 2020, de acordo com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Snel, foi de 12,28%. REVISTA ABIGR AF

março /agosto 2020

BOLETIM ECONÔMICO Nº7

Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica.

Desempenho geral do setor

O resultado semestral da indústria de máquinas e equipamentos gráficos é de queda de 16% nas importações e de 3,8% no emprego.” Fonte: Comex Stat e Novo Caged

O avanço de 8,9% da atividade da indústria brasileira, verificado em junho de 2020, na série com ajuste sazonal, com crescimento pelo segundo mês seguido, não foi suficiente para reverter a queda de 26,6% acumulada no período de março-abril de 2020. No acumulado de janeiro a junho de 2020, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou contração de 10,9%, com resultados negativos em 21 dos 26 setores pesquisados pelo IBGE, refletindo os efeitos do isolamento social (por conta da pandemia da COVID-19) e que afetou o processo de produção em várias unidades industriais no país. É nesse contexto que se apresenta o resultado semestral da indústria de máquinas e equipamentos gráficos onde se constata declínio de 16% nas importações e de 3,8% no emprego. As baixas de diferentes intensidades nas importações nos segmentos de OFF Set Plana (-12%), OFF Set Rotativa (-23%) e Impressão digital (-18%), resultam, respectivamente, da diminuição não tão abrupta da atividade de fabricação de embalagens (-2,5%), sustentada pelas compras on-line e delivery, queda de 12,3% nas vendas de livros em volume no mercado editorial, além da crise gerada pelo fechamento das portas de muitas gráficas rápidas nos meses de aplicação da política de isolamento social, o que acarretou em 1.866 demissões naquele segmento. Portanto, vale destacar que – mesmo com o desempenho positivo mais acentuado na indústria nos meses de maio e junho – a indústria brasileira como um todo ainda se encontra 27,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

Agosto de 2020 Dados de janeiro a junho de 2020

Como já era esperado, a indústria gráfica cortou 26.789 vagas no primeiro semestre, o que significa queda de 12,2% no contingente de trabalhadores empre­ gados, ao se comparar dezembro de 2019 e junho deste ano. Todos os setores apre­ sentaram números negativos, com des­ taque para a produção de material de segurança (cédulas, talões de cheques e ingressos), com diminuição de 15%, e aca­ bamentos gráficos, com redução de 19,9%. A importação de máquinas e equipa­ mentos gráficos teve um recuo de 16% en­ tre janeiro e junho de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Todos os núme­ ros são negativos, sendo o maior impacto registrado na compra de linhas de acaba­ mento, com queda de 37%, offset rotativa, menos 23%, e impressão digital, com de­ saceleração de 18%. O setor de máquinas

planas recuou 12% em relação ao primei­ ro semestre do ano passado. O principal exportador de equipamentos para o Bra­ sil é a China, responsável por 20% do to­ tal de máquinas adquiridas, seguida pela Alemanha, com 18%. Os equipamentos chineses representam 17,6% do mercado de impressão digital e estão na liderança nos segmentos de flexografia, com 45,9%, e offset plana, com 42,1%. A Alemanha está na frente em offset rotativa, com 49,8%. Em relação aos insumos, a impor­ tação de chapas foi 9% menor este ano, e de tintas, 8%. Na exportação de pro­ dutos impressos, os destaques são a ele­ vação de 8% em livros e revistas, de 37% em etiquetas e 4% em envelopes. AFEIGRAF www.afeigraf.org.br


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Avaliações, plataformas e como ganhar dinheiro com o fluxo de trabalho

D

Por: Pat McGrew

A necessidade de plataformas de fluxo de trabalho se intensificará à medida que a indústria convergir e pesados trabalhos analógicos, como embalagens, sofrerem uma maior transformação digital. Mais que nunca, você vai precisar saber como combinar impressão com outros canais de comunicação. Na gráfica moderna, é essencial sermos capazes de identificar todos os custos associados a cada trabalho para garantir que as margens sejam atingidas. 28 REVISTA ABIGR AF

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esde o contato inicial com o cliente até a entrega final do tra­ balho produzido existe um im­ pacto financeiro para a gráfica. Enquanto você confia nas ferramentas de fluxo de trabalho para auxiliar o processo, na maioria das empresas também existem planilhas, quadros brancos e lembretes ade­ sivos usados para coletar e comunicar in­ formações sobre os trabalhos em andamen­ to. É natural! No entanto, quando ocorre tempo perdido no desenvolvimento de um trabalho, menos dinheiro se ganha. O fluxo de trabalho deve ser a infraes­ trutura que proporcione fazer o máximo de trabalho pelo menor custo — mas, com o tempo, as soluções implementadas para atender a um conjunto específico de ne­ cessidades, tipos de trabalho e clientes podem começar a se desgastar. Há o risco de membros bem­intencionados da equi­ pe introduzirem algumas etapas adicio­ nais, evitarem outras, criando planilhas para rastrear itens que o soft ware de fluxo de trabalho não está acompanhando e, an­ tes que você perceba o que aconteceu, seu fluxo de trabalho poderá estar domina­ do por uma série de etapas de desconexão, não documentadas e ineficientes.

Como você pode saber se seu trabalho não está mais fluindo como deveria, mas sim se movendo através de uma série de obstáculos e barreiras? Comece analisan­ do rapidamente o que você tem e, em se­ guida, verifique as soluções emergentes que podem ajudá­lo a se tornar mais eficiente. AVALIANDO ONDE VOCÊ DEVE PLANEJAR O FUTURO

O fluxo de trabalho nunca foi um grande tema nas gráficas e algumas encaram seu soft ware como um mal necessário. As re­ clamações va riam desde dificuldades na instalação e configuração a interfaces de usuário complicadas que levam muito tem­ po para serem entendidas. As reclamações têm alguma base na rea lidade ao lidar com um soft ware que, em muitos casos, foi cria­ do para atender às necessidades de uma configuração específica de determinada gráfica antes de ser comercia li zado para a indústria gráfica em geral. Em seguida, acrescente as alterações na produção de trabalhos impressos verificadas durante a última década e você verá que as chances de o fluxo de trabalho instalado ser per­ feitamente adequado ao trabalho que está sendo feito hoje não são boas.


Alguns dos sintomas comuns de um fluxo de trabalho fora de sincronia com o mix de impressão ­atual são: 1. Ocorrência de algum problema ao inte­ grar um número maior de trabalhos de pe­ quena execução / pequenos lotes, na pro­ dução e na expedição, para que possam ser faturados. 2. Um número crescente de mudanças de turnos com horas extras afetando as margens de lucro do trabalho. 3. Soluções de automação que requerem pontos de contato manuais — ilhas de automação. 4. Soft ­ware instalado que ninguém está usando. 5. Múltiplos processos para a mesma função, às vezes resultado de fusões e aquisições. Qualquer uma dessas si­tua­ções custa­ rá tempo e dinheiro, mas, à medida que se somam, elas podem afetar se­r ia­men­te sua capacidade de produzir com rentabilida­ de. Infelizmente, esses problemas não se resolvem com o tempo e, ao tentar adi­cio­ nar mais algum soft­ware sobre um fluxo de trabalho inadequado, você pode estar acrescentando mais custos, sem resolver os problemas existentes. Antes de incorporar os resultados dessa verificação a uma nova solução de fluxo de trabalho faça uma autoavaliação, que come­ ça com uma caminhada por ele. Essa é uma prática recomendada pela maioria dos es­ pe­cia­lis­tas, como ponto de partida de uma mudança para a excelência ope­ra­cio­nal. Co­ mece sua jornada no fluxo de trabalho com um quadro branco. Identifique os tipos de trabalho que você rea­li­z a no nível mais alto. Liste seu equipamento e seu soft­ware. Se você possui listas de ativos, comece com elas — mas esteja preparado para editar! A próxima parada é o ponto em que começa o trabalho de impressão. Algumas organizações adotaram solu­ ções web-​­to-print adquiridas ou cons­truí­das, enquanto outras ainda trabalham receben­ do pedidos por telefone ou exclusivamen­ te através da sua equipe de vendas. Você talvez descubra que possui vá­r ias soluções

web-​­to-print, bem como diferentes métodos de integração. Faça algumas anotações so­ bre as maneiras pelas quais o trabalho che­ ga até você, porque essa é a etapa citada nas pesquisas do setor como a mais preo­ cu­pan­te. Isso é es­pe­cial­men­te verdadeiro para empresas que fizeram a transição com seus clien­tes que mantinham estáveis gran­ des tiragens, ano após ano, mas mudaram para tiragens menores com mais va­r ia­ções.

A expectativa de um fluxo de trabalho bem projetado é que ele inclua apenas ferramentas de software necessárias, capture e forneça dados úteis para os painéis de produção e de negócios e possa ser ampliado ou reduzido ao longo do tempo

Depois de ver como os trabalhos en­ tram na gráfica, acompanhe os mais di­ ferentes tipos de serviços em andamen­ to. Veja quantas ligações telefônicas são ne­ces­sá­r ias para confirmar as especifica­ ções, decidir sobre substratos, ajustar as expectativas na entrega. À medida que os trabalhos chegam para a pré-​­impressão e pre-​­f light, quantos são rejeitados pela fal­ ta de elementos? Estão todos usando as soluções de fluxo de trabalho instaladas ou as planilhas e agendas p ­ essoais são a verdadeira medida do desenvolvimento do serviço? Revise a programação do tra­ balho e observe o número de retrabalhos. Existe alguma impressão aguardando seu término? Se você possui painéis de pro­ dução, quão próximos estão seus indicado­ res do que encontrou em sua caminhada? Grave tudo o que vê. Agora volte à sua lista de ativos, procure o soft­ware que está instalado e compare-​­o

com o que está sendo usado. Você possui pacotes de soft­ware não utilizados pelos quais ainda paga manutenção? Eis uma si­ tua­ção onde se pode rea­li­zar algumas eco­ no­mias. Observe todas as ferramentas de soft­ware instaladas, identifique onde es­ tão sendo usadas e como con­tri­buem para o processo do fluxo de trabalho. Depois de ter essa visão atua­li­za­d a do seu fluxo de trabalho na área de impressão, é hora de considerar as ten­dên­cias e tec­no­lo­g ias emergentes que podem ajudá-​­lo a eliminar as ine­f i­ciên­cias e ganhar dinheiro com ele. CRIE SUA PLATAFORMA DE FLUXO DE TRABALHO

Desde as soluções centradas em dados que são informados pela Indústria 4.0 até as orien­ta­ções de plataforma e estrutura de um conjunto emergente de opções do flu­ xo de trabalho de Soft­wares como Serviço (SaaS), a oportunidade de reciclar o fluxo de trabalho de produção está ao seu alcan­ ce. Já na Drupa 2016, o setor viu soluções de fluxo de trabalho estabelecidas serem reor­ ga­n i­z a­d as para aproveitar a computação ba­sea­d a em nuvem, modelos de assinatu­ ra para entrega e pagamento e compatibili­ dade com um conjunto emergente de plata­ formas projetadas para permitir a cria­ção de um f luxo sob medida, conectando ferramentas em plataformas e estruturas. As plataformas, como um método para pro­por­c io­nar que diferentes ferramentas de soft­ware trabalhem juntas em um fluxo de trabalho, oferecem vantagens distintas. Considere uma plataforma como o Enfocus Switch, com mais de 70 aplicativos disponí­ veis para integração na plataforma Switch. Do CloudPrinter aos produtores de caligra­ fia, ferramentas PDF e aplicações de ma­ nuseio de metadados, a plataforma Switch permite que um desenvolvedor de fluxo de trabalho monte ferramentas para otimizar grandes segmentos do fluxo de trabalho de produção. A HP oferece uma abordagem se­ melhante com sua plataforma PrintOS, in­ troduzida na Drupa 2016, que continuou a se expandir com novas soluções adi­c io­ na­d as ao mercado PrintOS regularmente. março /agosto 2020  REVISTA ABIGR AF

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A característica definidora dessas platafor­ mas é que as aplicações utilizaram interfa­ ces de programação (APIs) bem definidas para integrarem­se a elas, facilitando testar uma ferramenta antes de se comprometer com ela. Espere para ver mais plataformas introduzidas pelos principais fornecedo­ res de fluxo de trabalho e anúncios de fer­ ramentas reconhecidas disponíveis como plug-ins para plataformas existentes. Ryan McAbee, diretor de fluxo de tra­ balho de produção da Keypoint Intelligence, faz esta afirmação: “A necessidade de pla­ taformas de fluxo de trabalho só se inten­ sificará à medida que a indústria convergir e segmentos pesados analógicos, como as embalagens, sofrerem uma transformação digital adicional. Todos os tipos de aplica­ ções, independentemente do método de im­ pressão final, exigem etapas bem definidas do fluxo de trabalho, do pré­processamento ao gerenciamento de cores. Como resulta­ do, as plataformas de fluxo de trabalho de impressão são adequadas para atender às mudanças nas necessidades do setor, apro­ veitando os melhores componentes da ca­ tegoria que criam um fluxo de trabalho universal para processar e encaminhar pe­ didos de forma inteligente em um sistema.” Devem ser sentidos também os efeitos do mundo emergente das plataformas de personalização que conectam comprado­ res de impressos com as gráficas. Empre­ sas como Cimpress, CloudPrinter, Gelato e InkRouter desenvolveram plataformas de rede global que facilitam o acesso a pro­ vedores de impressão com diferentes re­ cursos e locais de entrega que podem ex­ pandir a pegada de qualquer impressor, em qualquer lugar. Se você não estiver pronto para uma plataforma, procure ferramentas e suítes em condições de serem integradas ao seu ambiente atual, que capturem dados de tarefas em todos os pontos de contato e transmitam esse conteúdo para os painéis que informam não apenas a área da produ­ ção, mas também o gerenciamento. Na grá­ fica moderna, é essencial poder identificar todos os custos associados a cada trabalho REVISTA ABIGR AF

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para garantir que as margens sejam atingi­ das. Leve sua lista de compras para a Dru­ pa 2021, passe algum tempo com os forne­ cedores de soft ware independentes e visite os estandes de soluções de hardware. Faça perguntas sobre escalabilidade à medida que seus negócios mudam e crescem e re­ serve um tempo para revisar os estudos de caso oferecidos. Alguns minutos de leitura podem ser extremamente úteis.

Ao tentar adicionar mais software sobre um fluxo de trabalho inadequado, você pode afetar seriamente sua capacidade de produzir com rentabilidade e acrescentar mais custos, sem resolver os problemas existentes GANHAR DINHEIRO COM O FLUXO DE TRABALHO

A expectativa de um fluxo de trabalho bem projetado é que ele inclua apenas as ferra­ mentas de soft ware necessárias; capture e forneça dados úteis para os painéis de pro­ dução e de negócios; possa ser ampliado ou reduzido ao longo do tempo para acomodar novas linhas de produtos e as novas tecno­ logias de impressão e acabamento; e forne­ ça a infraestrutura que elimina custos, pon­ tos de contato e manuseio desnecessários. No 2019 InfoTrends Eu ro pean Soft­ ware Investment Outlook, o fluxo de traba­ lho foi identificado como o centro de custo mais negligenciado pelas gráficas. O obje­ tivo deve ser transformá­lo em um centro de lucro, ge renciando proativa mente as atividades de pré­impressão, como os tra­ balhos são vendidos e os arquivos são re­ cebidos. Outras pesquisas apoiam a identi­ ficação da integração do trabalho — desde

a venda até a impressão — como um ele­ mento­chave a ser investigado ao procurar pontos a serem otimizados. Se você possui vá rios portais de webto-print e captura de arquivos, é um bom momento para consolidar­se em apenas um. Deve ser adaptável e seguro. Se os trabalhos chegarem por e-mail ou por FTP, é difícil au­ tomatizar. As melhores soluções facilitam o carregamento de arquivos pelos clientes e oferecem opções para verificá­los automa­ ticamente, antes do início do serviço e ga­ rantir que todas as especificações do traba­ lho estejam completas. Isso, por si só, pode economizar muitas horas. Soluções mais sofisticadas podem encaminhar automati­ camente os trabalhos com base nas regras de negócios que você estabelece, retirando novamente as pessoas desse processo. Lembre­se que qualquer uma dessas so­ luções exigirá uma profunda compreensão de seus processos de trabalho e tempo para configurar e implementar. Uma vez feito, no entanto, a economia de custos é asse­ gurada. E é assim que você ganha dinhei­ ro com seu fluxo de trabalho: reduz custos que não deveriam estar lá. Siga o mesmo ca­ minho que você vê nas soluções Print MIS, soluções ERP, sistemas de gerenciamento de aprovação e conectividade com as pla­ taformas de negócios para gerenciamento de faturamento e pagamento. PRÓXIMOS PASSOS

A grande importância da Drupa é que os principais fornecedores de soluções estarão presentes. Ao planejar seu tempo na feira, programe pelo menos um dia para conver­ sar com os fornecedores de soft ware. Traga seus desa fios e não tenha medo de expli­ car onde você enfrenta dificuldades no seu fluxo de trabalho. Esses fornecedores ou­ virão tudo e terão ideias sobre como você pode transformar o seu fluxo de trabalho, de uma dor de cabeça para a infraestrutura do seu contínuo sucesso financeiro.

Pat McGrew é diretora sênior da Keypoint Intelligence.


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Menos impressão

é mais

Por: Knud Wassermann

Pensando na Drupa 2021, surge a pergunta: qual o papel da impressão comercial e editorial no futuro? É claro que terão seu espaço, mas de uma maneira muito diferente da atual. Em grande medida, o futuro de ambas reside na “individualização”. E os dados que apontam para o futuro estão online e formam a base para a impressão 4.0.

M

udanças profundas no ce­ nário da mídia tiveram um impacto significativo na im­ pressão para publicidade e pu­ blicações. Uma grande fatia do “bolo pu­ blicitário” é obtida pelos canais online e de mídia social, com sua participação mun­ dial sendo estimada em 35% (fonte: Smi­ thers Pira Cal cu lation, do World Press Trends Database). Os indicadores econô­ micos para impressão comercial e editorial já foram desconectados da situação econô­ mica geral. As retomadas econômicas dos últimos anos não foram refletidas e algum crescimento de empresas ocorreu devido à concorrência acirrada. QUEDA DRAMÁTICA NAS VENDAS

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As consequências disso foram, por um lado, um processo contínuo de consolidação e, por outro, uma redução da força de traba­ lho associada. Entre 2005 e 2015, as receitas de vendas na Europa caíram 20% e o núme­ ro de participantes caiu 14%, para 110.000 empresas (fonte: Intergraf ). Até 2020, REVISTA ABIGR AF

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espera­ se que as receitas totais do merca­ do excedam ligeiramente os 70 bilhões de euros e se estabilizem a partir de então. Essa tendência também se reflete na demanda por papéis para imprimir. Na Eu­ ropa, em 2018, houve uma queda de 18% nas vendas de papel wood-free, mantendo nos últimos dez anos uma queda média na casa dos dois dígitos. Os números dos EUA não mostram um panorama melhor, com

Obviamente, a implementação de um novo negócio ou modelo de vendas pode falhar, mas falhar é melhor do que não fazer nada. Congelar‑se em choque com medo da mudança, não leva a lugar nenhum. Quem fica parado, já perdeu

mudar sua estratégia de vendas. Isso en­ volve concentrar­se firmemente nos bene­ fícios para os clientes e, ao mesmo tempo, entender as novas exigências do mercado. “Quem puder di ferenciar claramente seu modelo de negócios, será bem sucedido”, assegurou Michael Fries, CEO da Online­ printers, durante o Simpósio de Impressão Online de 2019, em Munique, Alemanha. Não se pode esquecer que os próprios clientes também mudaram radicalmente e os tomadores de decisão estão cada vez mais propensos ao digital. Devemos ser ca­ pazes de transmitir aos jovens os benefícios da impressão — e eles são muitos. Precisa­ mos de funcionários apaixonados em ven­ das, que apreciem o valor agregado do pro­ duto impresso em um mundo multimídia e possam sensibilizar os clientes para as vir­ tudes da comunicação impressa. “No Ado­ be Summit, em Las Vegas, tive dezenas de conversas com nativos digitais e eles nunca questionaram a importância da impressão. Eles querem impressão, mas sob demanda, em tempo real e totalmente personaliza­ da”, conclui Horst Huber, chefe da Werk­II. MOLDANDO A MUDANÇA

os volumes de impressão comercial enco­ lhendo quase 50% e retornos em 80%, res­ pectivamente, enquanto a economia no país cresceu mais de 70%. O único segmen­ to da indústria de impressão que lucrou durante esse período foi o da embalagem. ENFRENTANDO O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO

Nesse ambiente de mercado, as empresas gráficas devem reposicionar sua oferta e

Obviamente, a implementação de um novo negócio ou modelo de vendas pode falhar, mas falhar é melhor do que não fazer nada. Congelar­se em choque com medo da mu­ dança, não leva a lugar nenhum. Quem fica parado já perdeu. Daí o lema: “Quem não estiver pronto para enfrentar a mudança será atropelado por ela”. A indústria gráfica ainda está mui­ to focada na tecnologia e não está pen­ sando como deveria em modelos de negó­ cios. A tecnologia é inquestionavelmente


importante, sobretudo a tecnologia em rede. Mas ainda é apenas um meio para atingir um fim. Existem su­f i­c ien­tes mo­ delos de ne­gó­cios bem-​­sucedidos, que têm uma coisa em comum: com a ajuda da in­ ternet e dos canais da mídia social, eles aca­ bam gerando produtos impressos persona­ lizados que oferecem mais valor ao clien­te. É por isso que os varejistas online estão se voltando mais para a impressão. A em­ presa alemã Adnymics obteve um sucesso expressivo, ao fornecer aos varejistas online encartes de embalagens personalizadas que acrescentam mais impacto emo­cio­nal ao “momento de desembalar”. Um outro exemplo é o MyPostcard: os usuá­r ios do aplicativo podem facilmente carregar fotos do Instagram ou do álbum de fotos pes­soal, escolher um lay­out e finalizar seus cartões com uma mensagem personalizada exclu­ siva. O MyPostcard imprime e envia es­ ses itens exclusivos e in­d i­v i­dua­li­za­dos em 24 horas para qualquer lugar do mundo. Até o catálogo tra­d i­cio­nal está voltan­ do, embora de forma fortemente in­di­v i­dua­ li­za­da. É o caso, por exemplo, do varejista online alemão Bonprix, que fornece a seus clien­tes cor ­res­pon­dên­cias e pastas perso­ nalizadas com base no comportamento de compra deles. Seus volumes mensais de im­ pressão atingem 13 milhões de páginas A3 e a tendência é crescente. A personaliza­ ção cria um valor agregado que, no caso da Bonprix, se traduz diretamente em um for­ te crescimento de vendas. Esse valor agre­ gado em si também pode justificar os cus­ tos mais altos da impressão personalizada. Além disso, a tendência de autopublica­ ção continua, com os álbuns de fotos, como best-​­sellers, e os cadernos entre os produtos analógicos mais populares da atua­li­d a­de. Uma citação de ­Matthias Horx, no relató­ rio Zukunftsreport 2019, é muito pertinen­ te: “Se tudo é sempre multiplicável e dis­ ponível, o único, o específico, o tangível se torna o novo luxo”. TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS

A impressão offset, tecnologicamente fa­ lando, está em grande parte esgotada. Hoje, tudo se resume à otimização de processos

e ao incremento da efi­c iên­c ia. Uma olha­ da no valor de eficácia geral do equipa­ mento mostra por quê: a média do setor permanece em apenas 30%. Acomodar-​ ­s e nisso, é desprezar um po­t en­c ial sig­ nificativo para aumentar a efi­c iên­c ia e melhorar as margens.

Existem modelos de negócios bem‑sucedidos, que têm uma coisa em comum: com a ajuda da internet e dos canais da mídia social, eles acabam gerando produtos impressos personalizados que oferecem maior valor ao cliente Como fazer pleno uso desse po­ten­cial, seja com conhecimento interno ou externo, é uma decisão que você deve tomar por si mesmo. É importante que isso seja focado e não ignorado. A Heidelberg segue esse ca­ minho com seu modelo de assinatura. Tam­ bém é interessante ver como um produtor de papel como a Sappi está se dedicando ao objetivo de maior efi­ciên­cia. Rea­li­zan­do uma análise do processo gráfico, a fabrican­ te constatou que até 25% de todo o papel é jogado fora. Seu propósito agora é resolver esse problema usando o Oc­toBoost, uma plataforma modular ba­sea­da em nuvem, e trabalhando em conjunto com seus clien­tes. O CONDUTOR DA TRANSFORMAÇÃO

Dentro da indústria, a impressão digi­ tal não é mais considerada algo margi­ nal ou dispensável. É uma parte es­sen­cial da transformação digital em andamen­ to e subjacente a muitos novos modelos de ne­gó­cios. A impressão com jato de tin­ ta confirmará seu po­ten­c ial, pres­sio­n an­ do ainda mais em direção ao território de aplicação offset.

Muito disso tornou-​­s e possível gra­ ças aos desenvolvimentos em tintas, de um lado, e à am­plia­ção da gama de papel, do outro. O alvo é, mais cedo ou mais tar­ de, poder imprimir com jato de tinta em pa­péis revestidos. É interessante ver como o jato de tin­ ta está avançando mais em direção à área da impressão offset plana, que tem regis­ trado redução nas tiragens e isso, cedo ou tarde, fará que se volte para mercados me­ nores. Ao combinar com soluções de aca­ bamento em linha, os sistemas de offset plana trazem um certo charme; aplicações típicas de impressão ba­sea­das em pequenas tiragens podem ser produzidas de manei­ ra muito efi­cien­te e flexível. A Canon basi­ camente posicionou sua solução entre im­ pressão digital base toner e offset, e garante que, para tiragens de 300 a 1.300 có­pias, a impressão com jato de tinta pode marcar pontos economicamente. É fascinante ver como as primeiras edi­ ções completas de livros, brochuras e catá­ logos podem ser produzidas em um am­ bien­te de impressão digital in­dus­trial. Cada produto pode parecer completamente dife­ rente em termos de con­teú­do, tamanho ou formato. A linha de produção é completa­ mente integrada e conectada em rede, para que, apesar do nível de in­d i­v i­dua ­l i­z a­ç ão, atenda ao nível de efi­ciên­cia exigido. Hoje, com os níveis de automação disponíveis, a “personalização em massa” não é mais um sonho futuro. ASSUMA A OFENSIVA

Apesar das grandes mudanças, agora temos ferramentas disponíveis para que as comu­ nicações multimídia impressas se consoli­ dem, graças à personalização e in­d i­v i­dua­li­ za­ção capturadas no papel. Chegar lá exige coragem, tenacidade e uma boa dose de re­ sistência. Uma visita à Drupa 2021 pode fornecer uma inspiração va­lio­sa. Não se esqueça: hoje o modelo de ne­gó­cios decide a tecnologia e não o contrário.

Knud Wassermann é o editor-​­chefe da revista Graphische Revue. março /agosto 2020  REVISTA ABIGR AF

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DEBATES VIRTUAIS Texto: Fabio Behrend

Abigraf promove encontro virtual com entidades de Portugal e EUA Lives internacionais da Abigraf ajudaram os empresários brasileiros a entender que os desafios do mercado gráfico são muito parecidos nas Américas e na Europa.

pandemia do coronavírus é a responsável por uma das maio­ res crises econômicas da histó­ ria e o setor gráfico não ficou imune aos prejuí zos. As lives promovidas pela Abi­ graf com a Associação Portuguesa da In­ dústria Gráfica (Apigraf) e com a ame­ ricana Printing United Al liance (PUA ) mostraram que a crise afetou de manei­ ra muito parecida os mercados brasilei­ ro, americano e europeu. O encontro vir­ tual com a diretoria da Apigraf aconteceu no dia 24 de junho, Dia da Indústria Grá­ fica na América Latina. Com a UPA , a reu nião via Zoom, que teve tradução si­ multânea para americanos e brasileiros, aconteceu no dia 11 de agosto.

Levi Ceregato, presidente da Abigraf Nacional

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No encontro com os portugueses, Levi Ceregato, presidente da Abigraf Nacional, citou Camões. “Jamais haverá ano novo se conti nuar a copiar os erros dos anos velhos”. Para Ceregato, o momento é de REVISTA ABIGR AF

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inovação e de pensar em soluções diferen­ tes para sair da crise. Lopes de Castro, pre­ sidente da Apigraf, complementou afir­ mando que a indústria gráfica precisa se comunicar melhor, pois no mundo todo o mercado não tem noção da importância de nossa atividade. “Essa pandemia mostrou Michael Makin, vice-presidente executivo da PUA

Lopes de Castro, presidente da Apigraf

isso. Sem a indústria gráfica não é possível resolver o problema da saúde, da alimenta­ ção, o fundamental dos rótulos, das etique­ tas e das embalagens, da cultura. Gráfica é a indústria das indústrias e reflete, antes de todos, os problemas e oportunidades”. A situação geral das indústrias gráficas nos três continentes é muito semelhante em todos os segmentos. Embalagens, re­ gistrando prejuízos e até crescimento em alguns produtos, como far macêuticos e ali mentícios. Segmentos Promocional e Editorial, em crise severa; e Comunicação Visual e Rótulos e Etiquetas, com perspec­ tivas de crescimento alimentadas pelas mudanças do consumo das pessoas. Nos três países há a certeza de que os produ­ tos “amigos do meio ambiente” terão es­ paço ampliado na indústria e no comércio. Diferente é a maneira como america­ nos, portugueses e brasileiros encaram os desafios. O pragmatismo americano é um trunfo que os ajuda a superar os proble­ mas de forma mais rápida e eficiente. “Nós lamentamos as empresas que vão fechar, mas como entidade temos a obrigação de ajudar quem sobreviver a se reinven­ tar, mudar hábitos empresariais nocivos

Ryan Farris, vice-presidente executivo da PUA

e vencer a crise da melhor maneira possí­ vel”, afirmou o vice­presidente executivo da PUA , Michael Makin. Explorar novas mídias, como a têxtil, mergulhar fundo nos sistemas de venda online e readequar processos de produção buscando maior eficiência são desafios co­ muns aos gráficos dos três países. A ex­ pressão “temos que nos reinventar” foi praticamente um mantra entre os parti­ cipantes dos eventos. Porém, ao contrá­ rio do que acontece no Brasil, portugue­ ses e americanos confiam na solidez de suas instituições e não temem mudanças significativas na economia e no ambien­ te de negócios por conta de ações políticas. Para Levi Ceregato, os encontros fo­ ram muito produtivos aos brasileiros. “Se, por um lado, pudemos constatar que a in­ dústria gráfica mundial está em crise pe­ los mesmos motivos e com consequências muito semelhantes, por outro, pudemos aprender com os americanos que o foco deve estar sempre na solução e não nos problemas em si”.


ABIGRAF Nacional

Em 1965, surgiu a ABIGRAF Nacional para representar a Indústria Gráfica Brasileira, tornando o mercado mais competitivo. No decorrer dos anos, a entidade deu voz aos interesses do setor, aglutinou em torno de si empresas de diferentes portes e

Associação Brasileira especializações gráficas, além de conquistar reconhecimento nacional e internacional. Fornecedores do setor podem fazer parte do nosso time. Já as da Indústria Gráfica gráficas podem se associar diretamente nas regionais presentes em vários estados. Principais Frentes Política Frente Parlamentar | realiza ações para aproximar a comunicação entre o Poder Legislativo e o setor gráfico, bem como aperfeiçoar a legislação quanto aos interesses da indústria gráfica.

Dirigência no setor Grupo de Líderes | destinado a fortalecer o relacionamento e o ambiente de negócios da indústria por meio de debates de interesse do setor e da sociedade.

Premiações Os prêmios realizados visam o fortalecimento, a valorização e a excelência dos produtos gráficos. Prêmio Fernando Pini

ConcursoTheobaldo De Nigris Prêmios Regionais e Seccionais

O que Indústria Gráfica Brasileira faz para você? Dados Econômicos* Produção Industrial R$ 48,2 bilhões Exportações FOB - US$ 269,9 milhões Empregos Diretos 172.114 mil

Garante a educação com milhares de livros, cadernos e apostilas; movimenta a economia por meio de impressos como cartão de crédito, débito e papel moeda; expande fronteiras através dos passaportes; participa e protege o acesso à saúde cumprindo as mais exigentes normas internacionais na produção de embalagens e bulas; garante o acesso à informação.

Empresas Gráficas Representadas 17.671 mil Perfil da Indústria Gráfica Micro - 81,7% Pequeno - 15,5% Médio - 2,4% Grande - 0,4%

Associação Brasileira da Indústria Gráfica - ABIGRAF Nacional www.abigraf.org.br | abigraf@abigraf.org.br | 11 3232 4500

Fonte: IBGE / PIA, MDIC e MTE / (RAIS/CAGED). Elaboração: DECON / ABIGRAF. *Informação referente a 2019.


ABIGRAF MINAS GERAIS

O desafio da sobrevivência

Rodrigo Velloso de Almeida Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica Regional Minas Gerais

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os difíceis dias que todos es­ tamos atravessando, é neces­ sário reiterar aquilo que te­ mos pregado há muito tempo. A nossa indústria gráfica precisa se reinven­ tar. Deixar o orgulho de lado e buscar união, fusões, parce rias, mesmo com gráficas de outros Estados. É preciso en­ tender que talvez existam gráficas que não sobrevivam. Porém, podemos bri­ lhar e sermos mais fortes se soubermos nos unir. É simples assim: precisamos buscar a sobrevivência. PANDEMIA

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Tudo aconteceu muito rápido e nos trou­ xe problemas inimagináveis. Temos vis­ to muitas gráficas permanecendo fecha­ das, aderindo às reduções de sa lários e/ ou suspensão de contratos, buscando di­ nheiro no mercado e não conseguindo. Muitas sem serviço e sem perspectiva. Em relação à queda, conversando com empresá rios e fornecedores, vemos al­ gumas situações distintas. Quedas de até 90% em determinados segmentos, afetando Promocional, Comercial e Edi­ torial e pequenas em outros, como em Embalagem, particularmente nas áreas de saúde, higiene e alimentícia, com a impressão de cartuchos, bulas e caixas REVISTA ABIGR AF

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para medicamentos e sacolas para delivery. No nosso Estado, em geral, todos os segmentos foram afetados. Alguns mais, outros menos. Em Belo Horizonte, o in­ feliz do nosso prefeito fechou tudo, de modo apressado, precipitado. Nossa ca­ pital, conhecida por seus botecos, vem amargando pre juí zos enormes em to­ dos os segmentos. Mas, em nenhum mo­ mento, a prefeitura se absteve de cobrar impostos e sequer cogitou prorrogá­los. A Abigraf Minas Gerais sempre en­ vidou todos os esforços na luta pelo de­ senvolvimento do setor gráfico no nosso Estado. Procurando auxiliar os empresá­ rios, temos divulgado informações, feito lives em parceria com a Fiemg, que mui­ to nos ajuda e tem nos ajudado neste en­ frentamento, grupos de WhatsApp, Fa­ cebook, Instagram, enfim, usamos todas as ferramentas possíveis para atua lizar de modo ágil nossos associados. O nos­ so jurídico tem se desdobrado na ajuda aos associados, na parte trabalhista, tri­ butária, contratos etc. Contamos ainda com o auxílio da Abigraf Nacional, que sempre compartilha informações (mui­ tas vezes duas, três vezes por dia). Em re­ lação à parte financeira, não temos mui­ to como ajudar, pois estamos no mesmo barco, com queda enorme em nossa arre­ cadação, associados solicitando desliga­ mento, um verdadeiro caos. Mas, mesmo assim, em contato com a Fiemg, os grá­ ficos associados à Abigraf­MG e Sigemg que se fi liaram ao Credifiemg puderam dispor de linhas de crédito para o en­ frentamento desta crise inimaginável. No momento, é impossível prever quando o faturamento das empresas lo­ cais voltará aos mesmos patamares pré­ pandemia. A retomada será lenta. Mas, depende também de nós mesmos. Se nos reinventarmos, contribuiremos para encurtar esse período.

ABIGRAF REGIONAL MINAS GERAIS Gestão 2020/2022 DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: Rodrigo Velloso de Almeida Vice-Presidente: Luiz Carlos Dias Oliveira 2º Vice-Presidente: Carlos Alberto Rangel Proença 1º Tesoureiro: Geraldo Cezar Miranda Simões 2º Tesoureiro: Ricardo Lara Campos 1º Secretário: Vicente de Paula Aleixo Dias 2ª Secretária: Maria de Fátima Lima Ferreira DIRETORES CONSELHEIROS EFETIVOS André Alves Maciel, Cristiano Caetano Lara, Leandro Correia da Silva, Carlos Antonio Costa, Igor Aleixo Dias, Fausto Luiz Tameirão Diniz, Cláudia Maria Miranda Simões Salles, João Batista de Souza, Frederico Magno Duarte Tavares, Mário Vidigal Lage, Vitor Gomes da Silva, Sérgio Rezende Ferreira, Vanessa Franca Gontijo, Silvanio José da Silva, Frederico Palmeira, Rodrigo Palmeira, Eraldo Araújo, Júlio Américo de Oliveira Pena, Ronaldo Fonseca, Carlúcio Rajão, Marcelo Savio do Amaral, José Soares Sobrinho, Ricardo Carvalhaes Aguiar, Altino Osmar Martins, Adriana Figueiredo de Carvalho, Vanessa Pinto Braga de Lara, Abdallah Mussa Sobrinho, Evandro José Mendes, Ronymarco Marinho Lemos da Silva, Angelo Buldrini de Souza, Marco Antônio de Pádua Faria, Juarez Antonio Campos Reis, Fernando Fernandes Fonseca, Edgar Neves Miranda Júnior, Napoleão Guimarães Ribeiro, Arnon da Silva Cruz e Jefferson Veloso DIRETORES CONSELHEIROS SUPLENTES Philipe Caetano Lara, Aldair Araújo, Diogo Aguilera Aleixo Dias, Osvaldo Ferreira e Wanderlan Eustáquio Nogueira CONSELHO FISCAL Gillian Alves da Costa, Marcus Vinicius Viana, Geraldo Gilberto de Oliveira Pinto, Davidson Valadão Ferreira, José Carlos Otoni Ferreira e Cláudio Araújo Dias Abigraf-MG e Sigemg Rua Maranhão, 1642 (Funcionários) 30150-338 Belo Horizonte MG Tel. (31) 3232-6316 presidencia@abigrafmg.com.br www.presidencia.com.br


BRAINSTORM

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GESTÃO

Hamilton Terni Costa

Temos um plano à frente? Ou, como as consequências da era Covid-19 nos atingirão

pós 5 meses desde o início da de­ cretação da pandemia e do dis­ tancia mento social, todos, de alguma maneira, trataram de se adaptar a essa situação. Alguns bem, ou­ tros bem mal. Se olhamos para as empresas e, especificamente, às empresas gráficas, vemos que os segmentos de embalagens impressas — cartões, flexíveis, onduladas, rótulos e etiquetas foi o que sofreu um im­ pacto menor, principalmente nas cadeias produtivas de alimentos e far macêutica. Na verdade, não há segmento gráfico que não tenha tido impactos importantes, es­ pecialmente o de impressos comerciais e promocionais, seguido do editorial. Ainda assim, de forma geral, começa a se ver um sinal de otimismo nas hostes empresariais. Que bom. É um alento. Fizemos um artigo no fim de março que foi muito difundido em toda a Améri­ ca Latina, e que usamos como base para o webinar que preparamos para a Conlatin­ graf no fim daquele mesmo mês, com uma estrondosa audiência e repercussão.* Tra­ távamos então das cinco dimensões que se imaginavam pelo impacto e adequação das empresas na decretação da pandemia e iso­ lamento social. Tiramos e adaptamos essas fases de um artigo da consultoria McKin­ sey. Eram elas: ação, resi liência, retoma­ da, reimaginação e adaptação (ver figura). As ações ime diatas foram, obri gato­ riamente, tomadas, para o bem ou para o mal. Negociação com empregados, forne­ cedores, clientes, acesso aos programas do governo, entre outras. Um plano de ges­ tão de resi liência, escrito ou não, forma­ lizado ou não, teve de ser adotado. Qual

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*esse artigo e a palestra podem ser baixados no site da AN Consulting: www.anconsulting. com.br na área do blog) REVISTA ABIGR AF

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seria o nível de faturamento esperado em diferentes ce ná rios e qual nível de cus­ tos seria o adequado. Revisar e preparar a planta fabril, parar equipamentos menos eficientes, focar e ficar ao lado dos clientes que trazem resultado. Um programa onde menos podia ser mais. Um plano para a retomada dos negócios teve e ainda tem que ser posto em prática, fazendo o que é possível para se recuperar uma parte do que se tinha em termos de volume e faturamento. Lançando mão de novos produtos como máscaras, comuni­ cação visual, totens, embalagens para delivery e outros. Reforçando a relação com os clientes atuais, entendendo também pelo que estão passando, conhecendo suas no­ vas necessidades e o que fazer para aten­ dê­las. A questão da resi liência é um dos pontos ainda em execução na maioria das empresas gráficas. Quantos foram afetados em seus fatu­ ramentos? 94,4%, conforme a segunda pes­ quisa feita pela Abigraf no começo de julho, com um universo de mais de 200 empre­ sas situadas em 15 Estados, sendo que 61% delas registraram queda entre 55% e 85%. Não é, claro, uma amostragem estatística com todos os parâmetros adequados, mas, tampouco podemos ignorá­la. E é o que se tem na mão, nesse momento. 79% dos res­ pondentes declararam queda de produção, 40,2% acusaram cancelamentos de pedi­ dos e 53,7% tiveram clientes inadimplentes Quantos ainda estão esperando uma real retomada dos ne gó cios? Uma boa parte, sem dúvida. Possivelmente menos para empresas do segmento de rótulos e embalagens, es pe cial mente as que têm contratos de produção. A grande pergunta que ainda se colo­ ca para a maioria das empresas é: vamos retomar os negócios aos níveis anteriores

à crise? Com os mesmos clientes? Nos mesmos mercados? É parte do que deve ser respondido nos itens 4 e 5 dos im­ pactos, na figura ao lado, com es pe cial atenção à reimaginação e adaptação. Você e sua empresa têm um plano para isso? Já conseguiram um tempo para pen­ sar nisso mais detalhadamente? Pois está mais do que na hora. Sei que o dia a dia e a sobrevivência nessa crise ocupam to­ dos os espaços, mas temos que pensar à frente e não somente rea gindo ao que vem acontecendo. Temos que pensar na continuidade do negócio, nos de sa fios, claro, mas também nas oportunidades que teremos adiante. O que colocamos em março referente a isso? Primeiro, uma análise dos possíveis cenários econômicos pela frente. E tentar entender isso também nos ajuda no pla­ nejamento. A McKinsey, na época, proje­ tou nove possíveis cenários, indo de uma crise mundial sem precedentes até a uma rápida recuperação das economias mais fortes e sua ir radiação pelo mundo. Sem entrar em grandes detalhes, a questão que se coloca é: qual o tamanho e extensão da recessão econômica que o mundo, nossa região, o País e a nossa em­ presa vão sofrer daqui até o final de 2021, pelo menos? Coloco aqui também para as empresas, porque cada uma rea ge dife­ rente dependendo de sua estrutura finan­ ceira, mercado em que atua, carteira de clientes, tecnologia etc. São as famosas curvas de projeção eco­ nômica: em V, se a recuperação for tão rá­ pida quanto a queda. Em U, se a recessão se prolonga por mais tempo, com uma recu­ peração mais lenta. Em L, se a recessão for bem mais longa que o esperado e, em W, se tivermos idas e voltas em relação ao vírus, retrocessos de confinamentos etc.


Impactos: 5 dimensões

1 Ação Decisões imediatas; caixa, empregados, clientes, fornecedores, impostos, programas do governo

2 Resiliência Plano de gestão na crise: gestão caixa, níveis de faturamento, adequação de custos, revisão da planta, atenção aos clientes

3 Retomada Plano para recuperar escala: revisão de clientes, de produtos, de tecnologias, e automação digital

4 Reimaginação Reimagine o novo normal, olhar para fora, o que afetará a gráfica, os clientes e suas novas necessidades

5 Adaptação Plano para as mudanças: novos modelos de negócio, serviços e soluções a clientes e sua implementação

Fonte: McKinsey & Company. Adaptação: AN Consulting.

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Nesse momento alguns setores econô­ micos vivem um V. Basta olhar o setor agrí­ cola brasileiro ou até mesmo a construção civil impulsionada pelo investimento das pessoas em época de juros baixos. Outros vários setores, no entanto, permanecem em um processo de lenta recuperação, sugerin­ do uma curva em U. No setor gráfico, tam­ bém encontramos segmentos e empresas vivenciando tanto um V quanto um U. Al­ guns Estados brasileiros estão vivendo um W, já que tiveram de recuar em seu proces­ so de abertura das atividades em razão da ainda alta incidência do vírus. Afinal, até agora, nem atingimos a chamada imunida­ de de rebanho e nem completamos de ma­ neira adequada o confinamento que gerou resultados mais perenes em outros países. Continuam morrendo mais de 1.000 brasi­ leiros/dia neste mês de agosto, no momen­ to em que escrevo. E isso é terrível. Ao que tudo indica, iremos conviver com o vírus por muito tempo até que chegue uma vaci­ na que funcione e que possa ser eficazmen­ te distribuída e aplicada. Só isso já nos leva a um planejamento dentro dessas circuns­ tâncias por, no mínimo, meio ano de 2021. Nesse meio tempo, ainda teremos que contar também com as consequências eco­ nômicas originadas pelas questões políticas. E são muitas. Quanto uma possível derrota do Trump nas eleições de novembro irá re­ percutir no nosso país? Quanto da pressão inter nacional sobre nossa política do meio ambiente irá se refletir tanto nas exporta­ ções agrícolas quanto nos financiamentos e investimentos internacionais? Quanto o clima econômico poderá se deteriorar se houver uma guinada do governo aos que querem mais gastos públicos, o que poderia resultar na troca do comando da economia? Mas eu queria, na verdade, enfatizar os pontos específicos da indústria. Quando apresentei esse quadro com os cinco impac­ tos, coloquei o que imaginava como conse­ quências da crise Covid nos negócios, assim como muitos também o fizeram. A saber: o incremento da digitalização nas empresas e na vida das pessoas; uma revisão de valo­ res como consumismo, sustentabilidade e responsabilidade social; incremento da in­ tervenção do governo na economia e pro­ gramas sociais; e o impacto nas empresas com o reforço do chamado triple botton line REVISTA ABIGR AF

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— ganhos, pessoas e planeta, além do au­ mento da pressão para darem mais retor­ no à sociedade. Reimaginar o futuro próximo e como nos adaptamos a ele? No caso específico da indústria gráfica, por um lado, os desafios de enfrentar o aumento do uso do digital frente ao material impresso, mostrar que em um mundo mais digital o impresso é um diferencial e sua ainda importância no detonador do ciclo de informação ao cliente. Por outro, enfrentar as mudanças acele­ radas dos clientes em seus processos mais digitalizados, sua desconfiança no uso do papel e a forma de envolvimento e compra de seus fornecedores. O que, nos casos de embalagens e outros produtos re laciona­ dos aos produtos dos clientes, vai exigir ainda mais do que já é hoje, ser um parcei­ ro efetivo no desenvolvimento de soluções para manter os atributos essenciais: pro­ teção, informação e comunicação de ven­ da. Isso, com o menor peso e maior visi­ bilidade possível. Mas não só isso, ou só na área de embalagens. A transformação da gráfica vai além do produto que imprime. Ela passa pela inte­ gração com o cliente e no auxílio ao atendi­ mento de outras necessidades que incluam ou não a impressão. Com a geração de mate­ rial digital, a ajuda ao marketing na forma­ tação de comunicações personalizadas, na logística relacionada a produtos com mate­ rial impresso junto, nas interações com os clientes do cliente na formatação de mate­ riais acessados por eles e na facilitação da compra e customização. A inteligência ar tificial está avançando rapidamente em diferentes aplicações, em todas as atividades. E não é e não será di­ ferente nas aplicações gráficas. Programar trabalhos de forma automática na produ­ ção, estabelecer conexões com os clientes para aprovações à distância mediante re­ quisitos estabelecidos, interagir com sis­ temas de estoques e de logística, conexões automatizadas com fornecedores para entrega do material. E por aí vai. Nosso mercado será mais competitivo e especia lizado. Não falo só das impressões comuns, corriqueiras, que tendem a conti­ nuar como são, mas com requisitos de en­ trega imediata e à medida de quem com­ pra. Já! O digital nos empurra ao imediato.

Falo das diferentes aplicações que são dia ria mente aprimoradas e que vão ao socorro das necessidades imediatas dos clientes. Exemplo: vi outro dia, na estei­ ra da adequação dos espaços de escritórios ao retorno ao trabalho, aplicações visuais que se moldam ao piso e às irregularidades das paredes como se fossem pinturas feitas à mão. Novidades. Novas aplicações virtuais que intera­ gem com o papel estão também em cresci­ mento. Tecnologias aplicadas a rótulos que se conectam com celulares e que permitem pagamento automatizado, sem necessida­ de de passar nos caixas. Individua lização de mensagens em produtos com aplicações impressas com códigos interativos. Emba­ lagens inteligentes. Impressos inteligentes. Vamos ver toda uma aceleração dessas aplicações nesses próximos anos. Em me­ ses, na verdade. Essa é a chamada acelera­ ção de tendências. O que parecia longe de acontecer e que demandaria tempo, agora é pra já. As boas bruxas estão soltas. Quem segura? Quem segura essa meninada nas startups reinventando tudo? Tudo mesmo. Nem estou me estendendo muito. Só estou querendo colocar esse quadro da reimagi­ nação e a adaptação dos nossos negócios a essas novas demandas e, por que não? Oportunidades. Mas, para isso, temos que nos repensar. Do básico ao complexo. Do simples ao es­ sencial. Do fazer com menos, sem desper­ dícios, com produtividade. Das pessoas e suas capacitações. Das visões da liderança e a extensão dos seus sonhos aos que o segui­ rem e sonharem juntos. É, ao mesmo tem­ po, um momento difícil e desafiador. Mas é um tempo para adaptações e mudanças. Um tempo de acelerações, apesar do custo das novas tecnologias. Por isso fiz essa pergunta lá no meio do artigo. A mesma que está no título: você tem um plano à frente? Que englobe essas mudanças aceleradas que poderão englobar o seu negócio? Não tem? Então trate de começá­lo já! Hamilton Terni Costa, MSc hterni@anconsulting.com.br é diretor da AN Consulting, www.anconsulting.com.br, e diretor para a América Latina da APTech (antiga NPES)



Victor Lima


F OTOG R A F I A

Beleza na escuridão

O

escuro da noite faz a estrela de Victor Lima brilhar. Quan­to mais negras e profundas as ho­ ras, so­li­tá­r ias e distantes da in­ terferência humana, mais ade­ quadas à vertente que Victor escolheu abraçar. Es­pe­cia­li­za­do em fotografia noturna, é na as­ trofotografia de paisagem que seu trabalho se destaca, revelando panoramas de beleza sur­real. Nascido em Cachoeiro de Itapemirim (ES), em 1975, Victor só descobriu a fotografia pro­ fis­sio­n al­men­te na vida adulta. Formado em Engenharia Civil, atuou na área por mais de 10 anos até ser de­sa­f ia­do pela noiva a registrar uma via­gem para a Espanha que fa­r iam no fi­ nal de 2014. “Prometi que ela teria as melho­ res fotos da re­g ião, comprei uma Canon T5i, e, como bom engenheiro, li o ma­nual do início ao fim”, conta Victor. O interesse aumentou. Victor começou a in­ vestir e estudar técnicas de longa exposição e resolveu inscrever um de seus primeiros passos nesse sentido, uma imagem da cachoeira Salto Corumbá (GO), num concurso. Mas não era uma competição fotográfica qualquer. Tratava-​­se

de um certame da revista Na­tio­nal Geo­g raphic, edição Traveler, que pela primeira vez estam­ paria a foto de um leitor em sua capa. A inscri­ ção foi feita em maio de 2015. Foram inscritas 34 mil imagens. “Quan­do o resultado saiu, em outubro, fiquei absolutamente surpreso com o fato de eu ter vencido. Eu nunca tinha feito fotos de longa exposição.” O prêmio indicou o caminho. Ainda traves­ tido de engenheiro, Victor se aprofundou na fo­ tografia de natureza, descobrindo a astrofoto­ grafia de paisagem, ramo dedicado ao registro da paisagem e do céu noturno e seus corpos celestes. Em abril de 2016 fez sua primeira via­ gem ao Deserto do Atacama, no Chile, conhe­ cido como o melhor lugar no mundo para esse tipo de fotografia. E o que faz dele o cenário ­ideal? “É o deserto mais árido do mundo, limi­ tado pela Cordilheira dos Andes, com dezenas de vulcões e la­goas de água cristalina, as sali­ nas.” Não bastasse um terreno tão diversifica­ do, o Atacama é o deserto mais alto do mundo, com altitudes que ultrapassam os 6.000 metros, “o que se traduz em muita estrela”. Do saldo dos 12 dias no Chile, Victor pinçou uma das fotos

As imagens capturadas por Victor Lima descortinam cenários impossíveis de serem vistos a olhos nus, combinando com sensibilidade e muita técnica paisagens naturais e astros celestes. Por: Tânia Galluzzi

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para uma segunda vez participar do concurso da Na­tio­nal Geo­g raphic. Agora concorrendo na categoria pro­f is­sio­nal, Victor ficou em terceiro lugar no Photographer of the Year. TÉCNICA APURADA

VICTOR LIMA www.trilhadeestrelas.com

O reconhecimento, alia­do à crise no segmento da construção civil, conduziu Victor definitiva­ mente para a fotografia pro­f is­sio­nal. E não só como colaborador em publicações es­pe­cia ­l i­za­ das como a própria NatGeo e na venda de suas imagens para o mercado de decoração (fine art). Mas sobretudo transmitindo o que aprendeu em workshops de astrofotografia de paisagem e expedições fotográficas. São técnicas e equipa­ mentos específicos, sem falar no planejamento cuidadoso, que envolve até aplicativos capazes de determinar localização e horário exatos para o registro de um astro como a Lua ou o cometa

Neo­w i­se, que pôde ser visto, e fotografado, por todo o Brasil durante o mês de julho. Em função da pandemia, todos os workshops deste ano foram cancelados. Porém, a agenda de 2021 já foi lançada. Ela inclui desde uma via­gem de três dias a Mangue Seco, na Bahia, até uma expedição de oito dias pelas Ilhas Lofoten, na No­r ue­ga, com direito ao espetáculo da Aurora Bo­real. Victor aposta não só na exuberância dos ce­ná­rios e na cu­rio­si­da­de despertada pela astro­ fotografia, quanto na demanda reprimida pro­ vocada pela necessidade do isolamento so­cial. E para quem, como eu, se aventura com uma câmera na mão, aqui vai uma configura­ ção básica para o registro de um céu noturno: lente grande angular com distância focal igual ou menor que 24 mm, abertura do dia­f rag­ma entre f/1.4 a f/4, ISO de 800 a 6.400 e veloci­ dade do obturador entre 15" e 30". Ob­v ia­men­ te, você vai precisar de um tripé e de um céu com pouca nebulosidade. Ah, e não adian­t a tentar clicar elementos celestes em centros ur­ banos. Quan­to mais longe das luzes artificiais, melhor. Confesso que eu ainda não consegui, mas sigo tentando.

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Bullying tributário Roberto Nogueira Ferreira

P

erdoem-me, caros leitores. Vou repetir o primeiro parágrafo do tex­ to da revista anterior: “Começa 2020 com as incertezas de sempre. A inflação quase desapareceu. Os juros básicos fo­ ram ao chão. Mas a renda per capita — es­ sencial para girar a economia — continua muito abaixo da renda de países conside­ rados desenvolvidos. O crescimento do PIB é modestíssimo. A ociosidade na indústria continua alta. A economia saiu da UTI, mas continua respirando por aparelhos.” Passamos do meio de 2020 e o ano, agra­ vado pela pandemia da Covid­19, parece perdido para muitos segmentos empresa­ riais. As previsões do início de 2020 perde­ ram sentido: o PIB será negativo, o desem­ prego disparou, empresas são obrigadas a fechar as portas, as novas tecnologias saí­ ram do campo das oportunidades para ser ameaça real ainda não dimensionada para muitos setores, incluindo o gráfico. Em paralelo, assiste­se ao maior bullying tributário jamais experimentado por em­ presas e cidadãos. Em meio ao caos econô­ mico, duas PECs (Projeto de Emenda Cons­ titucional) disputam entre si, cada uma em sua respectiva Casa (Câmara e Senado), qual prevalecerá ao final dessa corrida non sense. A PEC 110, de 2018, em debate no Se­ nado Federal, ao invés de somente se con­ centrar na construção de novo sistema tri­ butário, também se propõe a alterar regra

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existente na Constituição Federal desde 1988, qual seja a imunidade de impostos sobre o papel destinado à impressão de li­ vros, jornais e periódicos. Acabar com essa imunidade — mantendo­a apenas aos pro­ dutos a que ele se destina — resulta elevar o custo desses produtos, afetando a cadeia produtiva do início ao fim. Para não dizer que não falei da PEC 45, que tramita na Câmara dos Deputa­ dos, registro que ela estabelece um prazo de transição entre modelos — atual e pro­ posto — de dez anos. Nesse período as em­ presas, já prejudicadas pelo excesso de bu­ rocracia e obrigações fiscais aces sórias, sujeitar­se­iam a dois modelos tributários. É a desburocratização ao avesso! Além disso, surge no meio do debate tributário o PL 3887, de 2020, originário do Ministério da Economia, que funde as con­ tribuições PIS/Pasep e Cofins com o nome de CBS – Contribuição sobre Bens e Servi­ ços, com a inexplicável alíquota de 12% a incidir sobre o faturamento. Hoje, a soma das alíquotas de PIS e Cofins é 9,25%, no regime não cumulativo, e 3,65% no regime cumulativo. Há anos a Abigraf reivindica e debate com o governo federal a redução a zero da alíquota de PIS e Cofins incidente sobre a impressão de livros, igualando­a à de toda a cadeia. O PL 3887, além de elevar a alíquota para 12%, a faz incidir também, por exemplo, sobre os livros, em mais uma ameaça à cultura nacional. E o bullying continua. O Ministério da Economia insiste na recriação da famigera­

da CPMF. Também pretende alterar a base de cálculo das empresas que recolhem o imposto de renda pelo sistema de “lucro presumido”. Fala­se em instituir a incidên­ cia do IR sobre lucros e dividendos. Como? De que forma e em que dimensão? Também circula a intenção do Ministério da Econo­ mia de reduzir ou até mesmo acabar com a possibilidade de abatimento na declaração anual do imposto de renda da pessoa física de gastos com saúde e educação. O governo não oferece educação e saúde pública ade­ quados (saúde é dever do Estado e direito do cidadão, diz a Constituição Federal) e quer impedir que o cidadão use o impos­ to de renda como forma de reduzir o gasto que se obriga a ter pela ausência/falência do serviço público. A indústria gráfica — assim como ou­ tros segmentos — terá de se reinventar. Ino­ var é a expressão da moda. Em Rio Pomba (MG), há uma offset a pedal de 1896. Do pe­ dal ao mimeógra fo a álcool, do Sacro Im­ pério Romano­ Germânico com Johannes Gutenberg até se chegar aos dias atuais e à alta tecnologia, inovar é parte do cotidia­ no da indústria gráfica. Funciona melhor — a inovação — quando não há governos e burocratas, ainda que bem intencionados, prontos para atrapalhar. Roberto Nogueira Ferreira é sócio-proprietário da RN Consultores, em Brasília, onde atua como consultor da Abigraf Nacional. roberto@rnconsultores.com.br www.rnconsultores.com.br


SISTEMA ABIGRAF NOTÍCIAS

Novos Associados Abigraf

Prêmio Paulista será no primeiro semestre de 2021 Premiação foi transferida para o próximo ano em razão dos problemas decorrentes da Covid-19.

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terceira edição do Prêmio Paulista de Excelência Gráfica Luiz Metzler ficou marcada para o primeiro semestre do próximo ano. A mudança de data ocorreu em consequência dos problemas provocados pela pandemia. “Acredito que com mais tempo para se preparar e escolher bem os trabalhos que serão inscritos, o nível de competitividade dessa terceira edição será ainda maior”, afirma o presidente da Abigraf-SP, Sidney Anversa Victor. O dirigente explica que a transferência do prêmio para o ano que vem foi uma decisão difícil, porém garantir a sua realização proporciona um incentivo importante para os empresários gráficos. “Estamos todos cheios de problemas por conta da pandemia e o Prêmio Paulista pode representar uma injeção de ânimo para todo o nosso setor”, reforça Sidney. Só podem participar do Prêmio Paulista empresas estabelecidas no Estado de São Paulo. Informações relevantes sobre a premiação como, por exemplo, as mudanças nos critérios de avaliação nas categorias “Melhor Impressão e Acabamento”, que passa a ter peso 3, e “Melhor Design e Inovação”, com peso 1, podem ser consultadas em @premiopaulista e @abigrafsp, no Facebook, ou @abigrafoficial, no Instagram. Obrigatoriamente, todos os trabalhos inscritos terão que enviar duas amostras, como forma de garantir que o produto esteja em perfeito estado ao ser analisado pela comissão julgadora. A versão integral da pesquisa pode ser solicitada gratuitamente pelo e-mail dmark@abigraf.org.br.

Novo benefício da Abigraf aos seus associados Parceria com a RB garante excelentes condições para a contratação de serviços de gestão de benefícios.

B

uscando proporcionar condições vantajosas para os seus associados, a Abigraf fechou parceria com a empresa RB, especialista na aquisição, distribuição e gerenciamento de benefícios, como vale-transporte, vale-alimentação, vale-combustível, salário online, entre outros. A RB oferece um sistema inteligente de gestão que ajuda a reduzir expressivamente os custos de Recursos Humanos das empresas. Conheça todas as possibilidades que a RB oferece em www.rb.com.br. Para saber mais detalhes sobre como funciona a parceria, envie mensagem para o e-mail associativismo@abigraf.org.br.

O Sistema Abigraf dá as boas-vindas aos seus novos filiados.

Faça o download da cartilha:

www.abigraf.org.br

Prevenção do coronavírus na indústria gráfica

N

o canal da Abigraf Sindigraf, no You Tube, já foram foram realizadas diversas lives sobre o enfrentamento da pandemia Covid-19, de maneira individual ou em parceria com as regionais da Abigraf. Em 5 de agosto, as entidades apresentaram a live “Como ser mais forte diante dos desafios do novo normal”, com os painéis: Protocolos de Prevenção para a Indústria Gráfica – Covid 19 e Gerenciamento de Crise – Pandemia é Diferente de Paralisia. Ini cial mente, os 120 participantes conheceram, em primeira mão, o protocolo da indústria gráfica na prevenção do coronavírus, que deve ser adotado por todas as empresas. A engenheira de Segurança do Trabalho Márcia Biaggio e o consultor Hamilton Terni Costa explicaram os detalhes técnicos, prazos e obrigações previstas no protocolo. O segundo painel teve a mediação de Ricardo Carrijo, diretor de Sustentabilidade e Inovação da Abigraf-SP e vice- presidente regional da Abigraf Bauru. O palestrante, cel. Manoel Messias Mello, advogado e ex- comandante da Polícia Militar no Vale do Paraí ba, abordou algumas técnicas para fortalecer o processo de decisão nas empresas para enfrentar problemas como a pandemia, e fortalecer os negócios na retomada, realçando que é hora de os empresários se concentrarem em dois pilares de atuação: planejamento e execução.

ABIGRAF REGIONAL SÃO PAULO

Alphagraphics CENU Av. das Nações Unidas, 12901, loja 147 (Brooklin) 04578-000 São Paulo SP Telefone: (11) 3385-7676 Contato: Rogério Pinho rpinho@alphagraphics.com.br

Esdeva Indústria Gráfica S.A. Rua Osasco, 1596, Parque Empresarial Anhanguera 07753-040 Cajamar SP Telefone: (11) 4446-4658 Contato: André Freitas Neves pedidos@esdeva.com.br

ABIGRAF NACIONAL

MLC Facas de Precisão Rua Antônia Teresa de Paula Matias, 161 (Jardim Danfer) 03728-010 São Paulo SP Telefone: (11) 2623-1500 Contato: Robson Lopes de Paula robson@mlc.com.br

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MENSAGEM

al? rm o n o v o n o rá se o m co s: Eu e meus botõe m. perto do fi r ta es de po ia em nd pa a s, Com as vacina Mas o que será de nós?

A

. Essa resolver problemas gigantes a s mo de ren ap ta e no mundo, a Revis desde 2012, mas Assim como tudo no Brasil que estamos passando vem se cri s elo os s do To . emia. quarentena ustadoramente com a pand ass u lico Abigraf também ficou em ltip mu se ão está em crise. tores e anunciantes, est lembrar que todo o planeta dessa cadeia — editores, lei de s mo Te nte me iva ase que exclus que matou centenas desde março preocupados qu sa pandemia é uma tragédia Es ias tár bu tri s, uiu sta trabalhi de milhares de pessoas, destr em se adaptar às medidas e postas pelo famílias, quebrou empresas e de segurança sanitária im das e tempo será estudada pelas crianças coronavírus. Passamos ess s iver. próximas gerações. O que nó isamos de ec todo preocupados em sobrev Pr emia? o vamos aprender com a pand coragem Mas devagarinho, assim com ta ui m ra pa as coisas O que nós vamos ensinar frio. ue a revista que você lê agora, ng sa e que rmal”. os nossos filhos e netos? O vão voltando ao . . . “novo no nto o será vai mudar no comportame Só saberemos realmente com is o ma s, tod e rio qu ade? Vamos ficar mais solidá o tal “novo normal” depois ied soc da is ma as previsões te, não sei e tenho mundo estiver vacinado, com ividualistas? Eu, sinceramen ind e str me tri iro parado o prime que ninguém está 100% pre otimistas apontando para de a tez cer expectativa de anho. O que de 2021. Enquanto isso, a gerenciar uma crise desse tam ra pa a cit sus a, tões, é da vacin quanto penso com meus bo en a, como será nossa vida depois lm aca me dar todos mínimo, inquieto. raf tem feito muito para aju ref lexões que me deixam, no big a A e qu iar xil es para au mento tão dif ícil. A Abigraf tem promovido liv s no gerenciamento desse mo nó . tes en ced pre sem associação a crise os com orgulho, temos uma fic os empresários durante ess grá s mo So vo no dos desaf ios do dar a descobrir, “Como ser mais forte diante e combativa que vai nos aju te for er, diz sso Po es. vo normal. a dessas liv uida, como será esse tal no erg normal? ” foi o tema de um a beç ca de forte num momento sem medo de errar, que ser antes. Porque o sidney@congraf.com.br desses é uma missão para gig ou ice off me as o ho novo normal não será apen novo normal exige O o distanciamento social. neira como encaramos mudanças profundas na ma e, principalmente, os a vida, as amizades, o lazer uer cabeça fresca para negócios. O novo normal req trabalho, aumentar podermos nos concentrar no s. O novo normal a produtividade e as venda e, para superá-la, é a maior crise da história ntando o Protocolo precisamos nos cuidar, impla evenção à Covid-19. da Indústria Gráfica de Pr em e sangue frio. E precisamos de muita corag se. Mas o que é Temos que gerenciar essa cri rendi na live que se fica “gerenciamento de crise”? Ap Bra sileira da Indústria Grá ão. Quisera cuç Presidente da Associação exe e o foc to, en jam ) ne f-SP trata de pla Regional São Paulo (Abigra com o qual, de repente, a, gic má de sse pa um se fos

Sidney A nversa V ictor

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REVISTA ABIGR AF

março /agosto 2020


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