Boletim da Indústria Gráfica (BIG) - Edição 2 - 1949

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DA

INDÚSTRIA

GRÁFICA

ÔRGÀO OFICIAL DO SINDICATO DAS IN D U S T R IA S GRA FIC A S NO ESTADO DE SÀO PAULO N ÚM ERO 2

S. FERRAZ, diretor

S Ã O P A U L O , 1.o D E D E Z E M B R O D E 1949

ANO I

união- {ak d {ôàcu O velho brocardo — "A união faz a força" — nunca teve melhor aplicação do que em re­ lação ao agrupamento de uma classe a um sindicato. Éste é o centro de onde poderão se projetar, se irradiar tôdas as iniciativas que, isoladas, dificilmente poderão ser vitoriosas. O sindicato é o ponto de apoio, ou melhor, a alavanca para as realizações que visem o melhoramento de uma indústria, quando essa mesma indústria lhe dá fòrça com a sua cooperação. F qual seria essa cooperação? Simplesmente esta: associar-se ao sindicato e interessar-sê pelas suas realizações. Em nosso caso, é preciso que se pense no que o congraçamento da indústria gráfica de São Paulo, o maior centro industrial do país, podería realizar em seu benefício. Grandes e pe­ quenos industriais se dariam as mãos, e poderíam pensar sèriamente nos problemas que nos afligem: nas escolas gráficas de que necessitamos, nas facilidades que nos faltam quanto à importação de materiais, na força para se pleitear qualquer reivindicação em prol da indústria e em muitos problemas que não encontram quem se proponha solucioná-los, talvez por falta de incitamento. O Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo conta já com quase a metade das indústrias gráficas do Estado em seu quadro de associados. Isso não é bastante, no entanto, pois seu objetivo é reunir tôdas, mesmo porque êle é seu representante legal. Se em outras terras tal objetivo foi atingido, por que não o conseguiremos em a nossa? Eis porque nosso Sindicato se encontra empenhado em uma campanha, não propriamente de novos sócios, mas no congraçamento da indústria gráfica paulista. E daqui lançamos nosso apêlo aos industriais gráficos no sentido de obter seu apoio a tal intento. Os não sócios, e também os sócios, devem tomar conhecimento das iniciativas de nosso Sindicato. Poderão verificar então quantas vantagens lhes são dadas usufruir, mormente agora que diversos ser­ viços de informações e outros foram criados, todos visando assistir os industriais gráficos em suas dificuldades e problemas.


B O L E T IM D A IN D Ú S T R IA G R A F IC A

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'hoiad 'V-áUaà C O N V E N Ç Ã O N A C IO N A L DE ESC RITO ­ RES — Deverá realizar-se nos dias 3, 4, e 5 dêste, na cidade de Campos de Jordão, a Prim eira Convenção Regional de Escritores do Estado de São Paulo, patrocinada pela Associação Brasileira de Escritores de São Paulo e pelo Núcleo local dessa entidade de classe. G R A T A EFEM ÉRIDE — Transcorreu no dia 3 de novembro p.p. o 65.° aniversário do “D iário Popular”, jornal das mais lídimas tradições democráticas, porisso mesmo dos mais conceituados de São Paulo. Nossas fe­ licitações. A S S O C IA Ç Ã O P A U L IS T A DE P R O P A ­ G A N D A — Realizaram-se no dia 10 de no­ vembro passado as eleições para a renovação da diretoria da A . P. P. Foi a seguinte a chapa vencedora: presidente, Godói Prado; vice-presidente, Napoleão de Carvalho; se­ cretário, Leonel Parmigiani; tesoureiro, Carlos Santos; diretores, Marta Oliveira, Jurací Barra, Edson Leite, Carlos Longo, Sal­ vador C. Pintaudi e Ornar de Mello Corrêa; conselho fiscal, Francisco Petinatti, Geraldo de Souza Ramos e Antônio A . Nogueira. III CONGRESSO DE JO R N A L IS T A S — Encerrou-se a 12 do mês passado o III Con­ gresso de Jornalistas, realizado na Bahia. São Paulo fez-se representar por uma dele­ gação de 34 representantes, e muitas delibe­ rações de utilidade à classe foram tomadas. PR O D U Ç Ã O E D IT O R IA L IT A L IA N A — Segundo os últimos dados disponíveis, a in­ dústria editorial italiana está em franca re­ cuperação. Em 1 948, 7 597 obras novas fo ­ ram publicadas, com um aumento de 40% em confronto com a produção do ano ante­ rior. 1 932 foi o ano de produção máxima, com 12 mil obras novas. É interessante sa­ lientar que a produção editorial dos Esta­ dos Unidos, em 1 948, foi de cêrca de 10 mil obras. IN D Ú S T R IA B R A S IL E IR A DE P A P E L — Grandes progressos tem feito a indústria nacional de papel. Há 12 anos atrás, a produ­ ção não atingia senão pouco mais de 96 mil toneladas. Já em 1 948, se aproximou de

190 mil. Houve assim, em período relativa­ mente curto, aumento tão forte que bem se pode enquadrar nossa indústria de papel entre as que estão apresentando mais fo r­ te desenvolvimento. Mesmo assim nossa pro­ dução não é suficiente para atender às ne­ cessidades do país, uma vez que a importa­ ção, apesar de não ter crescido, vem se mantendo em níveis avantajados. Com as novas fábricas prestes a atingir sua capaci­ dade normal e com as ampliações regis­ tadas em várias outras, é de se esperar possa a indústria nacional suprir as necessi­ dades do consumo interno, dispensando uma importação volumosa, que certamente nos custa preciosas divisas. IN D Ú S T R IA G R Á F IC A J A P O N E S A —Antes de Pearl Harbour, a indústria gráfi­ ca japonesa havia se desenvolvido a tal ponto que atingia a 18 225 o número de ofi­ cinas existentes no estreito arquipélago nipônico e, em sua maior parte, concentradas nas cidades de Tóquio, Osaka e Kioto. Em novembro de 1 945, após 4 anos de guerra com os Estados Unidos, êsse número ficou reduzido a 3 833 indústrias. REEM BO LSO P O S T A L — O Senado Fe­ deral vem de aprovar, no dia 23 passado, um projeto de lei que reduz as taxas do serviço de reembolso postal dos nossos cor­ reios.

BOLETIM DL INDÚSTRIA GRÁFICA 0R G Á 0

O F IC IA L

00

SINDICATO DAS

INDÚSTRIAS GRÁFICAS N0 EST. S. PAULO

S. F E R R A Z D IR E T O R

PAULO BREDA FILHO A N T Ô N I O S O D R É C. C A R D O S O CO LA BO RA D O R ES REDAÇÃO E A D M IN IS T R A Ç Ã O : 5 .0 A N D A R , S A L A 508 -

P R A Ç A D A S É , 339

FONE 2-4694 - SÃO PAULO

Composto e Impresso na Escola de Artes Gráficas do SENAI


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B O L E T IM D A IN D Ü S T R IA G R A F IC A

MOVIMENTO DA JUNTA COMERCIAL Extraímos do “Diário Oficial”, do Estado, no período de 1 a 15 do passado, o seguinte movimento da Junta Comercial com relação a firmas gráficas e correlatas, em suas ses­ sões de 14-10-49, 18-10-49 e 25-10-49, ratifi­ cadas pelas de 18-10-49, 21-10-49 e 28-10-49, respectivamente:

CONTRATOS N .° 116 565 — Daniel, Hernandes e Cia. Ltda. — Rua H erval n.° 463 — ramo de tipografia, denominada “G U T E N G R Á F IC A ” Cr$75 000,00 — em partes iguais entre Ivo Antônio Daniel, Francisco Martins, Gregorio W aldem ar Oliva Hernandes, José Rocha e Olegario Nunes — brasileiros — indeterminado — ass. em 5-10-49. N .° 134 315 — Jorge Lantaler — Capital — Rua Domingos Oliveira n.° 102 — Tipogra­ fia — Cr$10 000,00 — Iugoslavo — início em 20-4-49. N .° 134 412 — Paulo Nakam an — Capital — Rua Barão Duprat n.° 214 — jornal, ti­ pografia e livraria, com importação e expor­ tação — Capital — Cr$100 000,00 — brasi­ leiro — início em 1-9-49. N .° 116 579 — John Roger Comercial Ltda. — Capital — Comércio de máquinas de es­ crever, artigos de escritório em geral, etc., revenda no Estado de artigos que sejam im­ portados pela Casa John Roger, do Rio de Janeiro. — Cr$500 000,00 em partes iguais entre P ilar Roger, que também se assina Maria Del P iler Roger, e Virgílio Gennari, êste brasileiro e aquela espanhola. — 7 anos. — Ass. em 7-7-49. N .° 134 420 — João Rezende Leite — Ca­ pital — Rua Ignácio A raú jo n.° 72, Tipogra­ fia — CrS20 000,00 — brasileiro — início em 29-9-49. N .° 134 643 — José Pereira Lim a — Piraposinho — Av. Um, s/n — bazar, livraria, papelaria, etc. — CrS35 000,00 — brasileiro — início em 15-2-46. N .° 121 168 — Dimas Lino de Mattos Feijó — Capital — Rua 11 de Agosto n.° 140 — Papelaria, livraria, impressos, artigos para escritório e presente. — CrS35 000,00 — b ra­ sileiro — início em 1-7-48.

ALTERAÇÕES N .° 116 628 — Tipografia São Paulo Ltda. — Capital — Retira-se Benjam im Abrahão,

PATENTES E MARCAS Foram requeridas as seguintes patentes, segundo comunicação que tivemos da Serviçal S. A. na l. a quinzena de novembro pas­ sado : Por José de Souza Pinto. São Paulo, patente de “N O V O E O R IG IN A L MODÊLO DE P A P E L P A R A E M B R U L H A R FR UTAS. DOCES, B A L A S E B O M B O N S ” •— Têrmo n.° 50 489. Por Marius Den Outer, Holanda, patente de “D IC IO N Á R IO DE FÔ LH A S S Ô LTA S ” — Têrmo n.° 44 762. Lembramos aos nossos leitores que o nos­ so Sindicato poderá se encarregar de enca­ minhar aos órgãos competentes as oposições aos registos de patentes, quando se fizer necessário e a pedido dos srs. associados, bem como fornecerá detalhes sôbre as mes­ mas. Quanto às marcas, possuímos em nossos arquivos cópias das que foram requeridas, as quais poderão ser examinadas pelos in­ teressados.

transferindo suas cotas no total de C r$ . . . . 50 000,00 à sócia ora admitida Ivan Dutra Pistoresi, brasileira, recebendo igual impor­ tância. — O capital permanece o mesmo de CrSIOO 000,00, em partes iguais entre Archimedes Pistoresi e a nova sócia — ass. em* 13-9-49. N .° 116 686 — Copiográfica Ltda. — Ca­ pital — Retiram-se Mário Rambelli, Friederich Rudert e Edmundo Quartim M aga­ lhães, cedendo e transferindo as suas quo­ tas de Cr$10 000,00 cada uma em partes iguais entre os sócios remanascentes Renato Nicoletti e Amaro Victorino Moraes Netto. — O capital de Cr$50 000,00 fica dividido em partes iguais entre os sócios remanes­ centes. — ass. em 30-12-48. N .° 38 554 — O. Mazzei — Capital — A m ­ pliação no gênero de negócio com a explo­ ração de uma revista e um jornal sob a denominação de “Jornal da Fam a” — A ra­ zão comercial fica alterada para “A Fama Publicidade — Carlos Mazzei”.

MUDANÇA DE ENDERÊÇO N .° 38 495 — Tipografia São Carlos Ltda., Capital — Mudança do estabelecimento da Rua Gama Lobo n.° 1 056, para a mesma rua n.° 1 210.


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G&munCccuLí. MOVIMENTO DE CONSULTAS AO SINDICATO Foram atendidas, durante o período de 1 a 15 do passado, 150 consultas telefônicas e 20 por cartas, o que significa uma média de 17 consultas diárias, levando-se em con­ sideração os 10 dias úteis daquela quinzena. A maioria das consultas foi sôbre questões de leis trabalhistas. E grande número refe­ rente ao pagamento do descanso semanal remunerado, em virtude dos feriados exis­ tentes. A propósito de feriados, queremos escla­ recer que o dia 5, não sendo feriado ( ao con­ trário das informações de algumas entidades e jornais), deverá ser descontado do empre­ gado faltoso, que também perderá o descanso remunerado correspondente à semana, a não ser que possa justificar a falta com a dis­ pensa de trabalho do próprio empregador nesse dia, caso em que não perderá o dia nem o descanso remunerado. Prestamos es­ tes esclarecimentos em virtude das constan­ tes consultas a respeito, e adiantamos mais que o empregado que faltou no dia 5, não perdeu o direito aos feriados da mesma se­ mana (dias 1 e 2 ). Recebemos, outrossim, algumas consultas de ordem técnica, as quais foram encami­ nhadas ao Departamento de Pesquisas em Artes Gráficas e por êste solucionadas.

0 DIA DA BANDEIRA O Dia da Bandeira foi condignamente co­ memorado em nossa Capital. O Serviço Social da Indústria (S E S I), com cooperação com o Comando da 2.a R. M., Comando da 4.a zona Aérea, Autoridades Federais, Esta­ duais e Municipais, promoveu belíssima festa no dia 19 de novembro, a qual contou com o apôio de grande massa popular e institui­ ções que a assistiram na Praça da Bandeira. O SESI realizou ainda uma exibição do Côro Infantil ( do Teatro Operário do S E S I), na Rádio Cultura, à noite do mesmo dia, den­ tro de seu programa de Campanha ao Culto da Bandeira. Nosso Sindicato, que se fez representar nessas solenidades, agradece a amabilidade dos convites.

RELAÇÃO DE MENORES De_ acordo com o artigo 433 da Cons lidação das Leis do Trabalho, deverá senviada ao Departamento Estadual do Tra balho, até o dia 31 de dezembro próximo, a relação de menores. Os que desejarem fazê-lo por intermédio dêste Sindicato deverão nos enviar as guias até o dia 15 de dezembro, no máximo.

AUXÍLIO ENFERMIDADE O empregador é obrigado a pagar ao em­ pregado que ficar doente, 2/3 do salário durante os primeiros 15 dias da doença, ou sejam 10 dias integrais (80 horas). Depois dos primeiros 15 dias, o pagamento do empregado é por conta do Instituto de A p o ­ sentadoria.

SUSPENSÃO DO EMPREGADO O empregador que desejar suspender um empregado deverá comunicar-lhe por escri­ to, e na carta mencionar o motivo da sus­ pensão. A cópia dessa carta deve ter o ciente do empregado e, no caso dêste se recusar a assinar, deve ser então assinada por duas testemunhas, de preferência em­ pregados da firma.

DURAÇÃO DO TRABALHO DO MENOR

DA MULHER

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Para o menor de 18 anos não é permitido o trabalho de horas extraordinárias. Para a mulher, o trabalho de horas extraordiná­ rias só é permitido com autorização do Departamento de Trabalho ou do Médico do Centro de Saúde junto a êsse Departa­ mento. E para ambos, o horário de trabalho permitido é de 8 horas diárias.

PAGAMENTO DE CONTRIBUIÇÕES O empregador industrial está sujeito ao pagamento mensal das seguintes contri­ buições : I. A. P. I. . 5% S. E. S. 1......................................................... 2% S. E. N. A .1 .................................................... 1% L. B. A ....................................................... 1/2 % O único desconto a ser feito do empre­ gado é o de 5% para o I. A. P. I.

ISENÇÃO DE IMPOSTO DE VENDAS E CON­ SIGNAÇÕES É o seguinte o parágrafo único, do art. 18, da Lei n.° 13, de 22-11-1 947: “Fica isen­ to do imposto de vendas e consignações o papel que se destinar exclusivamente à im­ pressão de jornais, periódicos e livros (art. 31, n.o V, alínea “c" da Constituição Fede­ r a l), bem como o comércio dêstes últimos”.

CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA O empregado menor, mesmo que rece­ ba menos de Cr$ 180,00 mensais, é obrigado a contribuir para o Instituto de Aposenta­ doria e Pensões dos Industriários com Cr$ 9,00, e o maior de 18 anos que receba menos de CrS 360,00, com Cr$ 18,00.


%Sindicato-~ CISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO Transcrevemos abaixo os artigos 487 e 8 de C. L. T., que regulam a rescisão de contrato de trabalho: Art. 487 — Não havendo prazo estipu­ lado, a parte que sem justo motivo quiser rescindir o contrato, deverá avisar a outra da sua resolução, com a antecedência m í­ nima d e : I — 3 dias se o empregado receber diàriamente o seu salário. II — 8 dias se o pagamento for efe­ tuado por semana ou tempo in­ ferior. III — 30 dias nos demais casos. § í.o — A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado, o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida, sempre, a integração dêsse período no seu tempo de serviço. § 2.° — A falta do aviso prévio por parte do empregado, dá ao em pregador o direito de descontar os salários correspon­ dentes ao prazo respectivo. § 3.° — Em se tratando de salário pa­ go na base de tarefa, o cálculo para os efei­ tos dos parágrafos anteriores, será feita de acordo com a média dos últimos doze meses de serviço. Art. 488 — O horário normal de tra­ balho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de duas horas diárias, sem prejuízo do salário in­ tegral.”

QUADRO DE HORÁRIO O art. 74 da C. T. L. diz o seguinte a respeito: ‘‘O horário de trabalho constará de quadro, organizado conforme modêlo expe­ dido pelo ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, e afixado em lugar bem visível. Êsse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os em ­ pregados de uma mesma secção ou turma. § l.° — O horário de trabalho será anotado em registo de empregados com a indicação de acordos ou contratos cole­ tivos porventura celebrados. § 2.° — P ara os estabelecimentos de mais de dez empregados, será obrigatória a anotação da hora de entrada e saída, em registos mecânicos, ou não, devendo ser assinalados os intervalos para repouso. § 3.° — Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos em ­ pregados constará, explicitamente, de ficha ou papeleta em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o § l.° dêste artigo”.

PEDRAS UTOGRÁFICAS A firm a amercina R. C. Telewski, es­ creveu ao nosso Sindicato ofertando pedras litográficas da Bavária, formato 30x42”. Aos interessados forneceremos o enderêço da ofertante para entendimentos diretos, os quais também poderão ser por nosso- inter­ médio.

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TRESE ANOS DE SERVIÇOS NA COOPERATIVA GRÁFICA Estampamos hoje a fotografia do sr. José Mesa Campos, gerente-técnico da Sociedade Cooperativa Gráfica de Seguros contra A c i­ dentes do Trabalho. O sr. Mesa, que há cêrca de trese anos vem emprestando sua colabora­ ção a essa cooperativa, é velho batalhador g rá ­ fico a quem nos­ sas artes gráficas muito devem. In­ gressou nas lides gráficas aos quin­ ze anos de ida­ de, na Casa G a rroux, da qual foi posteriormen­ te sócio e diretortécnico. Os impressores antigos por certo se lem­ brarão da velha Casa Garroux, que era situada à rua 15 de novembro. Fundada em 1 923 a Associação dos In ­ dustriais Gráficos e Comerciantes Gráficos de São Paulo, ocupou o sr. Mesa importantes cargos nas diretorias de diversos períodos, e mais tarde foi um dos propugnadores pela transformação dessa associação em sindica­ to, o que se deu em 1 931, e do qual foi um dos primeiros presidentes. Foi também de­ legado eleitor para a primeira eleição de deputados classistas no Rio de Janeiro. Quando foi criada a Sociedade Coopera­ tiva G ráfica contra Acidentes do Trabalho, há trese anos atrás, para alí foi o sr Mesa como gerente-técnico, cargo que exerce até hoje. Conhecedor profundo do ramo, tem o sr. Mesa feito muitas viagens ao estrangeiro, principalmente à Alemanha, onde adquiriu muitas das máquinas da antiga Casa Garroux. Esteve também na Argentina, onde foi nos­ so representante no Congresso da Indústria G ráfica que lá se realizou. O B O L E T IM sente-se satisfeito pela opor­ tunidade de poder lembrar, embora modes­ tamente, alguma coisa dos seus longos anos de lutas na indústria gráfica paulista.


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B O L E T IM D A IN D Ú S T R IA G R Á F IC A

COMISSÃO DE PAPEL DA A. B. N. T. ESPECIFICAÇÕES NEC ESSÁRIAS DO P A P E L A C ETIN AD O Realizou-se no dia 18 último mais uma reunião da Comissão de Papel da Associação Brasileira de Normas Técnicas, em sua sede, à Rua João Brícola, 24 — 24.° andar. Têm tomado parte nessa Comissão, sob a presidência do Engenheiro Edgard Thomaz de Carvalho, da Prefeitura do Município de São Paulo, os seguintes componentes tem­ porários ou permanentes: F. I. de A raú jo Silva e Francisco Mattos Mazzei, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas; A lfred o Halward, Ernesto Rosenfeld e Benjam im Klabin, da Cia. Fabricadora de Papel K labin & Irmãos; M. Teperman e Antônio Pizzigatti, da Ind. de Papel Leon Feffer S. A.; Itagyba Nogueira de Sá, da C. M. T. C.; D u rval Ribeiro, do Departamento de Produção Industrial; José Rubino de Oliveira e A. M. Franco Marinho, do Sindicato dos Industriais Fabricantes de de Papel do Estado de São Paulo; José Caccáos, da Imprensa Oficial do Estado; Ernesto Pires, da S. A . Gordinho Braune Ind. de Papel; Roque Sant’Anastácio e M iguel Spina, das Indústrias Reunidas Irmãos Spina S. A. Cafiero Genestreti, da Cia. Melhoramentos de São Paulo, Nelson Palm a Travassos, da Émprêsa G ráfica Revistas dos Tribunais; Saverio d ’Agostini, do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo; Antônio Sodré C. Cardoso, do* Departamento de Pes­ quisas em Artes Gráficas; e Erw in Reinhardt, da S. A. Ind. Reunidas F. Matarazzo. Foram debatidos alguns itens do proje­ to de especificação do papel acetinado, e transferida para a reunião do dia 2 dêste, a discussão dos pormenores que se referem à designação comercial das suas qualidades, assim como o limite de tolerância para as suas dimensões. Outros estudos interessan­ tes sôbre o papel acetinado serão objetos de discussão na próxima reunião da Comis­ são de Papel, para a qual serão convidados os fabricantes de papel e os elementos in­ teressados. É o seguinte o texto do projeto de Espe­ cificação de Papel Acetinado: O B JETIV O — 1. a ) Esta especificação fi­ xa as características exigíveis no recebimen­ to de papel acetinado para escrita e para impressão, b ) Esta especificação abrange dois tipos de papel acetinado, designados

comercialmente como de l.a e de 2.a, de acordo com os característicos exigidos, como indicado no item 7, letra b. CO ND IÇÕ ES G E R A IS •— 2. O papel deve ser perfeitamente liso e homogêneo, isento, de manchas, dobras, ondulações ou outros de­ feitos prejudiciais, apresentando-se com as­ pecto, uniformidade e calandragem iguais aos de amostra padrão; essa amostra obede­ cerá às condições indicadas no item 4 le­ tra b e será fornecida pelo comprador por ocasião do pedido de preços. O papel deve ser cortado em esquadro. IN S P E Ç Ã O D A A M O S T R A — 4. Efetua­ do o fornecimento cabe ao comprador; a ) V e­ rificar se as condições do item são preenchi­ das. b ) Retirar amostra, ao acaso, em uma resma de papel para cada dez resmas do fo r­ necimento. P ara fornecimentos superiores a 50 resmas, essa proporção pode ser reduzida, a critério do comprador. A s amostras reti­ radas de cada resma de um fornecimento, serão de tal modo que a amostra a ensaiar, nunca inferior a dez folhas, será representa­ tiva de cada uma dessas resmas, e será cons­ tituída de folhas inteiras ou de especimes cortados dessas folhas, em formato quadra­ do de 30 cm de lado, não devendo apresentar dobras nem amarrotamentos. c) Remeter es­ sa amostra, devidamente autenticada, a um laboratório aparelhado, para ensaios de re­ cebimento. PESOS, DIM ENSÕES E T O L E R Â N C IA S — 5. a ) Os pesos nominais dos papéis e as respectivas tolerâncias são para os papéis de 57 gramas por metro quadrado (BB-18 quilos), tolerância de 3 gramas; para os de 75 g/m2 (BB-24 k g ), tolerância de 4 g/m2; para os de 94g/m2 (BB -30 k g ), tolerância maior do que 5 g/m2, para os de 110 g/m2 (BB-35 k g ), tolerância menor do que 6 g/m2; e finalmente pora os de 125 g/m2 ( BB-40 k g ), tolerância de 7 gramas por metro quadrado, b ) As dimensões serão de acordo com o pedido, admitidas as tolerâncias de 2 mm para menos e 10 mm para mais; em cada dimensão. E N S A IO S — A amostra será submetida aos ensaios de recebimento, de acôrdo com o Método Recomendado MB-103R, 1 945, da A .B .N . T


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NOSSOS COLABORADORES Nosso B O LE T IM sente-se honrado por po­ der contar, desta edição em diante, com a colaboração de dois elementos que muito se têm destacado em nosso meio gráfico, por suas realizações e méritos técnicos em prol de nossas artes gráficas. Trata-se de Antônio Sodré C. Cardoso, diretor do D e­ partamento de Pesquisas em Artes Gráficas e Paulo Breda Filho, diretor da Escola de Artes Gráficas do SEN AI. Notícia auspiciosa para nossos leitores, que muito lucrarão com a aquisição dêsses valiosos elementos, pois assim nosso B O L E T IM poderá desde logo oferecer as mais variadas e interessan­ tes colaborações.

CONDIÇÕES IM P O S T A S — 7. A amostra deverá satisfazer as segintes condições: a ) C om prim en to de auto r u p tu r a : N o ensaio de resistência à tração, o comprimento de auto-ruptura, expresso pela média de pelo menos cinco corpos de prova, não pode ser inferior na direção longitudinal ao mínimo de 3,0 km e na direção transversal ao mí­ nimo de 1,5 km. b ) Pasta de m a d eira s: No papel acetinado de l.a deve estar ausente (verificando-se fàcilmente pelo reativo de floroglucina) e no papel acetinado de 2.a a presença da pasta de madeira pode ser permitida, c) C olagens: A colagem do papel acetinado de l.a ou de 2.a, para impressão, deve ser igual ou muito próxima à da amos­ tra padrão indicada no item 2. A C E IT A Ç Ã O E REJEIÇÃO — 8. P reli­ minarmente o comprador poderá rejeitar total ou parcialmente o fornecimento, à vis­ ta dos resultados da inspeção. 9. a ) O com­ prador cotejará, os resultados dos ensaios, com as exigências desta Especificação, b ) Caso todos os resultados preencham essas exigências, o material será aceito; caso um ou mais dêsses resultados não preencham as referidas exigências, o comprador poderá rejeitar o fornecimento ou condicionar o seu recebimento à realização de novo ensaio. Nêsse caso, o novo ensaio será feito em amostra adicional, retirado de resmas di­ ferentes das que deram origem à amostra do primeiro ensaio. Os industriais gráficos interessados nas presentes especificações não devem deixar de enviar suas sugestões, as quais, sem dú­ vida, em muito auxiliarão no selecionamento de melhores qualidades de papel.

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AS SEIS CÕRES QUE SE DISTIN­ GUEM MAIS FÀCILMENTE Os impressores não ignoram que a maior visibilidade entre duas côres combinadas nos é dada pelo preto impresso sôbre fundo amarelo. Quais seriam, entretanto, as de­ mais côres a se situarem em primeiro pôsto pelas leis da visibilidade à distância? Necessitando de um sistema de sinais para a aviação, composto de seis côres, os fun­ cionários da armada norteamericana sub­ meteram o problema a um departamento de pesquisas especializado, a fim de determinar quais as 6 côres que o ôlho humano distin­ gue mais fàcilmente. Os sinais deviam ser lâmpadas incandescentes protegidas por globos de vidro de côr, e as côres deviam ser reconhecidas com facilidade a 450 me­ tros de distância, mesmo em caso de ligeira neblina. Fizeram 58 000 experiências. Uma das sé­ ries de côres propostas — vermelho, laranja, amarelo, branco, verde e azul — foi des­ prezada por causa da possível confusão en­ tre as quatro primeiras. Por fim, chegou-se à conclusão de que a melhor combinação é: vermelho, amarelo, laranja, branco, ver­ de, azul e púrpura.

SEMANA DO LIVRO Encerrando a Semana do Livro, realizouse no dia 26 p. p., na Cantina Capela, o almoço de confraternização entre livreiros e editores e em que foi homenageado o mais antigo livreiro de São Paulo, sr. José Vieira Pontes. O nosso Sindicato e o Departamento de Pes­ quisas em Artes Gráficas estiveram pre­ sentes a êsse almôço nas pessoas dos srs. diretor dêste B O L E T IM e Antônio Sodré C. Cardoso, que também representou o sr. Francisco Cruz Maldonado.

NO SESI Realizou-se no dia 26 p. p., na Cozinha Distrital n.° 5, um almôço de confraterniza­ ção oferecido pelo SESI aos dirigentes sin­ dicais da indústria (patrões e empregados). Nêsse almôço, muito concorrido, nosso Sin­ dicato foi representado pelo sr Ailton Luiz de Paula.


ESCOLA DE ARTES GRAFICAS DO SENAI ORGANIZAÇÃO CURSOS

E

FUNCIONAMENTO

DOS

Os cursos diurnos da Escola de Artes Gráficas funcionam em dias alternados, com­ preendendo para cada dia de aula, 4 horas de aulas teóricas (Português, Matemática, Ciências, Tecnologia, Desenho Gráfico e Edu­ cação Física) e 4 horas de trabalhos prá­ ticos na Oficina de Aprendizagem. Os cur­ sos têm a duração de três anos, divididos em 6 têrmos com a duração de cinco mêses cada um. O R O D ÍZIO N O l.o TÊRMO — Foi or­ ganizada uma série elementar de exercícios para cada modalidade de ofício. Os alunos que iniciam o curso permanecem, durante o l.° têrmo, um mês em cada secção, executan­ do tais exercícios, após o que recebem uma nota de aproveitamento. Concluído êste têrmo, com assentimento do industrial, a matrícula do menor se processa no ofício em que melhor se adaptou e revelou aptidões. CO M PO SIÇÃO M A N U A L — P ara o apren­ dizado dêste ofício, o aluno se exerci­ ta : na memorização da caixa, na destreza manual em reunir tipos no componedor e distribuí-los nos caixotins, no conhecimento das medidas tipográficas (M atem ática), nas regras ortográficas e divisão silábica (P o r ­ tuguês), na disposição estética de tipos e clichês (Desenho) e nas noções tecnológicas do ofício, do maquinário e da matéria prima CO M PO SIÇÃ O M E C Â N IC A — Esta sec­ ção conta com 6 máquinas Linotipo, além de teclados, bases e peças avulsas para estu­ dos. O aprendizado consiste na memoriza­ ção do teclado, em que o aluno desenvolve a destreza no tecleio, no conhecimento das me­ didas tipográficas, das regras ortográficas, es­ tudo da nomenclatura das peças vitais da máquina e seu funcionamento, visando corri­ gir defeitos e desarranjos eventuais, noções tecnológicas do ofício, material e maqui­ nário. IM PR E SSÃO — A Escola conta já com 7 máquinas minervas, sendo uma automáti­ ca, e duas cilindros, das quais uma automáti­ ca. Para ambos os tipos de impressão — pla­ na e cilíndrica — o. aprendiz adquire habili­ dade manual em margeação, acêrto, fôrro, re­ corte, calço e preparação das tintas. Aprende ainda a conservação do maquinário, noções tecnológicas do ofício e detalhes sôbre a ma­ téria prima. E N C A D E R N A Ç Ã O — Por processo ma­ nual são realizadas as operações de manipula­

ção do papel, costura e colagem. Por via mecânica, são executados o corte, a grampeação, a picotagem e a dobragem. A apren­ dizagem parte da prática de trabalhos sim­ ples (blocos, talões, cadernos, cartonagem) até os mais complexos (encardenação, capafora, canaleta). A douração e a marmorização vêm completar o curso. P A U T A Ç Ã O — Existem na secção duas máquinas de pautar apropriadas para a apren­ dizagem que compreende: traçado de pautas à mão (p ro v a ), composição a penas e a dis­ cos, preparo de tintas, riscar, quadricular e margear.

RESULTADOS OBTIDOS Com relação aos resultados práticos, po­ de-se enumerá-los numa sequência de produ­ tividade e eficiência, destacando-se dentre êles, alguns em que pesam os benefícios au ­ feridos por industriais e aprendizes. Por exem plo: — na C om posição M a n u a l*— no primeiro ano de curso, um aluno que vem para a es­ cola desconhecendo a caixa, é capaz de com­ por uma fôrm a de duplicata e executar tra­ balhos de acêrto para impressão a duas co­ res; — na Com posição M ecâ n ica — um apren­ diz entra para a Escola desconhecendo o teclado, após dois termos de curso (10 mese), realiza a proeza de compor 2 linhas de 5 furos, corpo 10, num minuto. Executa ainda composições mistas e corondeis (ta ­ belas); — na Im pressão — um aprendiz, no pri­ meiro ano de curso, imprime clichês-traço e composições a duas côres, trabalho que exige registro, recorte, calço e fôrro; — na Encadernação — boa parte dos aprendizes, após o l.° ano, é capaz de executar encadernações a couro; — na Pautação — em apenas um mês de estágio na secção (rodízio), um aluno de l.o têrmo é capaz de pautar, riscar e m ar­ gear papéis para correspondência e ano­ tações; Nisto se esforça a Escola de Artes G rá ­ ficas do S E N A I: em ser reconhecida pela eficiência do seu ensino; reconhecida pelo industrial por gosar das vantagens que lhe proporciona uma mão de obra mais ades­ trada; reconhecida pelo aprendiz por sentir seu progresso intelectual nas aulas teóricas e, mais ainda, por receber a formação prá­ tica numa oficina modêlo que visa elevar o nível profissional do trabalhador gráfico.


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