A Bíblia e as Competências Comportamentais | Paulo Roberto de Araújo

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Capa: APS Editoração: Manoel Menezes

Coordenação editorial: Priscila Laranjeira

Impressão e acabamento: Gráfica Patras

Conselho Editorial: Reginaldo P. Moraes, Dr.; Gleyds Domingues, Dra.; Antônio Renato Gusso, Dr.; Sandra de Fátima Gusso, Dra.; Priscila R. A. Laranjeira, Edi torial; André Portes Santos, Diretoria; Adelson Damasceno Santos, Dire toria; Adelson Damasceno Santos Jr., Diretoria.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

ARAÚJO, Paulo Roberto de A Bíblia e as Competências Comportamentais / Paulo Roberto de Araújo, A.D. Santos Editora, Curitiba, 2017. 192 páginas.

ISBN – 978.85.7459-447-7

CDD 650-1

1.Sucesso 2.Atitude – psicologia

CDD 153-9

1.Comportamento humano – Inteligência Emocional – Gestão de Pessoas 2. Inteligência – inteligências múltiplas

2ª edição: Julho de 2019

Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte.

Edição e Distribuição:

À Margarida (in memoriam);

A mais bela de todas as flores, a melhor de todas as mães.

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Provérbios 24.5

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“O homem sábio é poderoso, e quem tem conhecimento aumenta a sua força.”

Agradecimentos

Aos que têm me incentivado em minha carreira como escritor. A todos os apoiadores, sem os quais não teria condições de me dedicar à pesquisa e elaboração de meus livros; entre eles cito: Pastor Francisco Almir Coutinho e a toda a Igreja Missionária Evangélica Filadélfia; FAPI –Faculdade de Pinhais, seus mantenedores, diretores, colegas professores, funcionários e alunos; A. D. Santos Editora, seus diretores e colaboradores.

Em especial às psicólogas Renata Córdova, colega de docência na Faculdade de Pinhais e à Andrea Toneli Rodrigues, irmã em Cristo Jesus, as quais gentilmente analisaram o conteúdo técnico deste livro, ajudando-me a oferecer aos estimados leitores um material de alta qualidade.

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 vii Sumário Agradecimentos ..............................................................................v Sumário........................................................................................ vii Introdução ..................................................................................... 9 Parte I – Fundamento Teórico-Reflexivo ................................... 15 Conhecimento ............................................................................. 17 Habilidade ................................................................................... 25 Atitude ......................................................................................... 44 Valores.......................................................................................... 55 Ética ............................................................................................. 64 Temas Transversais ...................................................................... 70 Parte II – Fundamento Prático-Reflexivo .................................. 89 O Bom Samaritano e as competências comportamentais (Lucas 10. 25-37)......................................................................... 99 As competências comportamentais e as relações sociais........... 108 A carta do apóstolo Paulo aos cristãos de Colossos .................. 108 Competências comportamentais de um líder espiritualizado .. 125 Jesus e a liderança servidora ...................................................... 125 Competências comportamentais socialmente desejáveis .......... 134 Provérbios: uma carta de valores ............................................... 134 Considerações finais .................................................................. 155 Caderno de Atividades .............................................................. 157 Teste DISC................................................................................ 167
viii  Teste dos Temperamentos ........................................................ 173 Competências Comportamentais Desejáveis e seu Grau de Importância........................................................... 183 Referências ................................................................................. 189 Sobre o autor ............................................................................. 191

Introdução

Oprocesso de transformação pelo qual a humanidade tem passado nos últimos cem anos é, sem dúvida, assombroso. O ser humano tem provado o quanto é criativo, inventivo e capaz de dominar as técnicas de diversas áreas do conhecimento. As descobertas científicas têm revolucionado a exis tência humana no planeta. A evolução tecnológica modifi cou conceitos, revisou valores, transformou a economia dos países, implantou novas formas de gestão, interligou e inte grou o mundo tornando-o um lugar pequeno onde pessoas de diferentes lugares podem se ver, se encontrar, fazer negó cios e até mesmo vivenciar as experiências de vida do outro pelas redes sociais.

Hoje não é mais exagero falar: “esse mundo é pequeno”. A expressão aldeia global passa a fazer muito sentido, afinal, cada dia cresce a percepção de que não existem mais distân cias entre nossas casas. Temos a sensação de vivermos, todos, no mesmo bairro, na mesma rua. É possível comprarmos produtos na mesma loja, ainda que você more no Japão e eu no Brasil. A troca de mensagens é instantânea – este é um novo conceito dos correios. Graças a estes avanços, nunca antes imaginados, podemos viajar para qualquer lugar do mundo sem sair de casa.

A tecnologia da informação mudou nossas atitudes. Antes, tínhamos que ir em busca de informações, hoje, elas são despejadas sobre nós como uma torrente de chuvas for

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tes; o que temos que fazer é apenas selecioná-las. Nossa vida, cada vez mais, está atrelada a existência do sinal: sinal do celular, sinal da Internet, sinal da tevê a cabo, etc. Antiga mente tínhamos apenas um tipo de analfabetismo – a inca pacidade de ler e escrever, atualmente temos outro tipo: o analfabetismo tecnológico – aquele que abrange os incapazes de utilizar os recursos digitais.

O homem explora o espaço como se estivesse explo rando o planeta Terra. Conhece os oceanos como conhece o aquário de sua sala. Está quase conseguindo voar à seme lhança dos pássaros. Na ciência médica, foi capaz de clo nar um ser vivo e descobrir a cura para enfermidades que mataram muita gente. Os aparelhos domésticos dominam os lares das sociedades industrializadas e realizam tarefas que, até então, exigiriam várias pessoas para realizá-las. Logo, os robôs serão os empregados da casa e à medida em que evoluírem poderão ser percebidos como membros da família.

A pergunta que não quer calar é: onde isso vai parar? Bem, segundo o profeta bíblico Daniel isso parece não ter limites: “Mas você, Daniel, feche com um selo as palavras do livro até o tempo do fim. Muitos irão ali e acolá para aumentarem o conhecimento”. Daniel 12.4

Curioso e ao mesmo surpreendente, é constatar que o homem consegue dominar as tecnologias, as máquinas, os pro cessos de trabalho, entre outros, porém não consegue conhe cer e dominar os aspectos relacionados ao comportamento do próprio homem. Por que será? Sem dúvida, não existe nada de maior complexidade do que o ser humano. Ele foi construído de maneira absolutamente ímpar. Suas habilidades, os conhecimentos que adquire e que transformam sua própria existência, sua capacidade de decidir com base em suas convicções; sua visão individual e peculiar das coisas, as

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diferenças intrínsecas que o personalizam e o tornam dife rente de seus pares, suas intuições, suas percepções, os fatores motivacionais que os mobilizam, sua personalidade exclu siva, sua capacidade de amar, fazem dele o ser mais extraor dinário que habita o planeta. O homem pode dominar todos os conhecimentos ao alcance de sua capacidade cognitiva, no entanto, não pode dominar todo o conhecimento sobre sua própria complexidade. Quando muito, pode analisá-la, descrevê-la e teorizar a respeito dela. Mas, decifrar de forma completa suas intrincadas redes sinérgicas que o fazem ser quem é, isto, ainda não é totalmente possível. Sócrates, um dos mais importantes filósofos gregos que viveu entre 470 a.C. e 399 a.C., dizia ter recebido de Deus a missão de exortar os atenienses, fossem eles velhos ou jovens, a deixarem de cuidar das coisas, passando a cuidar de si mesmos. A frase “Conhece-te a ti mesmo” é atribuída a ele. Acredito que o maior desafio do homem é o autoconhecimento – a capacidade de construir uma imagem real de si mesmo. Na busca pelo autodesenvolvimento pessoal é imprescindível que o ser humano aprenda a se conhecer, entender suas pró prias emoções enquanto elas ocorrem; fazer um autorretrato de seu perfil e reconhecer-se com suas virtudes e defeitos, seus pontos fortes e fracos e, a partir disto, construir uma nova realidade e aprimorar suas escolhas.

Quando uma pessoa consegue lidar consigo mesma, entendendo seus próprios comportamentos frente às diver sas situações em que se encontra, então, ela passa a reunir condições de entender o outro. Quando alguém consegue ler a si próprio, seus pensamentos, suas emoções, suas moti vações, suas perspectivas e expectativas, pode, então, reali zar uma das coisas mais importantes e desafiadoras da vida: desenvolver-se como pessoa.

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A proposta deste livro é ajudar o leitor a aprimorar suas competências comportamentais. Uma avaliação recorrente no mundo corporativo, em relação aos colaboradores das empresas, é que uma pessoa é contratada por suas compe tências técnicas, porém é demitida em função de sua falta de habilidades sociais, ou seja, apresenta deficiências importan tes em termos comportamentais. Evidentemente, este aprimoramento comportamental é aplicável nas mais diversas áreas de convivência.

A primeira abordagem a ser feita diz respeito à defi nição e conceituação de competência. Para quem já possui conhecimento na área, muitas informações não serão novas, porém, suas aplicações sim. Os profissionais que atuam em gestão de pessoas ou em gestão de recursos humanos, por exemplo, sabem que uma competência é formada por três elementos interagentes e interdependentes: conhecimento, habilidade e atitude. À semelhança de um acróstico, as letras iniciais destas palavras formam uma outra, muito utilizada pelos teóricos e acadêmicos, qual seja – CHA. Neste livro quero propor mais dois elementos para a formação de uma competência: valores éticos. Sendo assim, o CHA passa a ser CHAVE: Conhecimento, Habilidade, Atitude e Valores Éticos. A ideia é que competência seja aplicável apenas e tão somente para as atividades lícitas, agregadoras de aspectos desejáveis nos perfis das pessoas. Com isto quero dizer que um sujeito poderia ser considerado competente, tanto nas ações boas quanto nas más. Pense, um traficante de drogas pode ser considerado competente naquilo que faz, ou seja, ele tem conhecimento do tráfico, tem habilidade em traficar e possui atitude para executar suas ações, porém, não possui valores éticos. Desta forma, entendo que para classificar uma pessoa competente em termos de competências comportamentais,

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é necessário mais do que o CHA, é imprescindível que seja CHAVE.

Várias fontes de pesquisa foram utilizadas na constru ção deste livro, uma delas foi a Bíblia Sagrada. Esta escolha se deve ao fato de que ela há milênios trata de pessoas e seus relacionamentos em sociedade. E não apenas isto, devido a essência de sua mensagem busca aproximar o homem de Deus, a fim de que ele se desenvolva, se aperfeiçoe, cresça e amadureça como ser humano. Pitágoras, importante filósofo e matemático disse: “A melhor maneira do homem aperfeiçoar-se é aproximar-se de Deus”. A partir das análises feitas dos personagens bíblicos, das abstrações de seus comportamen tos, do espaço e do contexto em que viveram, foi possível constatar que o ser humano, em essência é o mesmo, tenha ele vivido há dez anos, ou a cem anos ou há mil anos ou a dez mil anos.

Depois de ler esta obra, espero que você tenha adquirido não apenas mais informação ou mais conhecimento, mas que tenha encontrado elementos que o ajudaram a se desenvol ver como pessoa. Se isto acontecer ficarei muito satisfeito. Quando evoluímos como pessoa nos tornamos melhores em todas as áreas de nossa vida. Na verdade, quando não estivermos mais aqui neste mundo, seremos mais lembrados pela pessoa que fomos do que pelas coisas que fizemos.

Obrigado por prestigiar-me com a leitura deste livro. Desejo que tenha uma leitura agradável, construtiva e trans formadora.

Forte abraço. Paulo Roberto de Araújo

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 15 PARTE I FUNDAMENTO TEÓRICO-REFLEXIVO
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ENTENDENDO

C.H.A.V.E.

CONHECIMENTO

Aprimeira letra da C.H.A.V.E, o “c”, refere-se ao conhe cimento. Quando se estuda academicamente o tema competência, a ênfase recai sobre os aspectos técnicos da execução de uma atividade profissional. Porém, este livro se propõe a abordar os aspectos relacionados às competências comportamentais, ou seja, a ideia é considerar o impacto causado pela forma de ser do indivíduo sobre suas relações interpessoais nas mais diversas áreas em que atue, por exemplo: a família, a escola, a empresa, o clube, as associações, a igreja, entre outros.

Quando se descreve uma atividade profissional e se “desenha” o perfil da pessoa que deve ocupar um deter minado cargo, levando-se em conta os aspectos técnicos, indica-se quais são as competências exigidas desta pessoa, a fim de que ela possa assumir o cargo e as funções inerentes a ele. Tendo em vista que conhecimento é um dos elementos a serem considerados, então busca-se para o cargo alguém que possua formação específica na área. Caso a atividade profissional não exija formação específica, mas possua um determinado grau de complexidade, então a empresa pro cura contratar alguém que tenha o mínimo de escolaridade

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necessária para aquela atividade. Em termos, esta é a parte mais fácil de um processo seletivo.

O conhecimento está acessível e ao alcance da maioria das pessoas. Uma das vantagens proporcionadas pela evolução tecnológica é justamente o acesso a ele. Adquirir conhecimento não é mais uma exclusividade de poucos. Nem mesmo a distância entre as áreas rurais e os grandes centros urbanos impede alguém de galgar níveis de formação e esco larização.

Todo conhecimento é importante e tem sua aplicabilidade nos momentos apro priados.

É importante frisar que não existe hierarquia em termos de conhecimento. Não é correto, nem inteligente, classificar o conhecimento em superior e inferior, ou seja, tentar provar que o conhecimento adquirido de maneira explícita é superior ao obtido tacitamente. Todo conhecimento é impor tante e tem sua aplicabilidade nos momentos apropriados. Não se deve confundir conhecimento com informa ção. Umas das facilidades proporcionadas pela tecnolo gia moderna é, justamente, o acesso à informação. Esta se constitui numa espécie de saber fragmentado, onde a junção de diversos fragmentos que podem ser esparsos e desconexos, não constroem, necessariamente, um todo lógico e har mônico. Já, o conhecimento, se constitui numa construção onde o saber cognitivo faz das informações insumos e subsí dios para a elaboração de um produto de altíssima qualidade, o qual poder ser utilizado, aprendido, compartilhado e reutilizado em novas construções de maior complexidade. O conhecimento tem opoder de transformar realidades, proporcionar crescimento e desenvolvimento, estimular a reflexão, fortalecer convic

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ções, aprofundar crenças e valores, mudar a visão de mundo. O conhecimento é libertador.

A personalidade

E em termos de competências comportamentais, o que pode ser considerado como conhecimento? Que tipo de conhecimento contribui para o desenvolvimento de comportamentos competentes? Onde estão as fontes deste conhecimento?

Há um ditado popular que afirma: “ninguém nasce sabendo”. Usamos esta expressão quando desejamos estimu lar alguém a acreditar que é possível aprender algo novo, ou quando uma pessoa comete algum erro em função de desco nhecimento, ou ainda, até mesmo para mostrar humildade, na medida em que ninguém deve se considerar superior pelo fato de saber algo que outros não sabem. Porém, quando fala mos de comportamento temos que levar em conta os fatores de personalidade. E, neste caso, todos nascemos com determinadas características próprias, herdadas geneticamente de nossos pais. Isto significa dizer que em termos comportamentais, sob certa análise, somos uma reprodução de nos sos pais biológicos. Por isso, é comum e correto dizer que um filho ou uma filha é muito parecido com o pai ou com a mãe. É importante frisar que um filho não é uma cópia de seus pais, mas sim, que possui algumas características deles.

Quando abordamos o tema per sonalidade tocamos em um assunto de grande complexidade. É imprescindível

É importante frisar que um filho não é uma cópia de seus pais, mas sim, que possui algumas características deles.

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que os elementos essenciais que dizem respeito às questões relacionadas às competências comportamentais sejam tra tados. Os cientistas, estudiosos da neurociência, possuem muitas posições antagônicas sobre a origem e formação da personalidade. Contudo, a maioria concorda que ela possui perfis biológicos, fisiológicos e psicológicos. Este conceito parte da premissa de que a personalidade é formada a partir da gênese do indivíduo, mas também recebe influências determinantes do grupo social no qual ele está inserido. Em outras palavras, a formação da personalidade de uma pessoa tem sua origem biológica, mas pode ser moldada e ser trans formada a partir de seu contexto cultural. Isto não significa afirmar que a pessoa se descaracteriza ao longo da vida, sig nifica, tão somente, que assimila alguns elementos compor tamentais de seus pares. Uma das peculiaridades da cultura é justamente a construção de normas comportamentais que devem ser aceitas e praticadas pelos membros do grupo, afim de que este adquira uma identidade social.

Portanto, a associação que se pode fazer entre conhe cimento e comportamento é que este é formado a partir de características específicas biológicas e fisiológicas; neste caso é possível dizer que a fonte de conhecimentos determinan tes do comportamento está implícita, ou seja, toda pessoa já nasce com ele. Contudo, as características psicológicas do comportamento são construídas na medida em que o indivíduo recebe, assimila e apreende determinados comportamentos a partir de seu contexto cultural e social. Aqui se diferenciam os comportamentos dos grupos sociais, ou seja, oque em determinado grupo é considerado aceitável em outro poderá ser totalmente inaceitável.

Em 1928 o psicólogo norte-americano William Moul ton Marston publicou um ensaio intitulado Emoções de

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povos normais, a partir do qual foi elaborada a teoria DISC. Segundo suas pesquisas, era possível notar o padrão de com portamento das pessoas em dois eixos: atenção passiva e atenção ativa, associados ao ambiente, que poderia ser favo rável ou antagônico. Ao colocar os eixos em ângulos retos descobriu que o perfil de personalidade de uma pessoa é formado pela combinação de quatro fatores: Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade. Um destes fatores aparece com maior destaque nos traços de personalidade do indivíduo. O teste DISC é utilizado até hoje pelas empresas para análise de perfil.

Características dos perfis

Uma pessoa cujo perfil de personalidade apresente a dominância como fator de maior relevância, tende a apre sentar as seguintes características: exigente, determinada, competitiva, possui alto grau de inciativa própria, fala logo o que pensa, aceita bem as situações de pressão e a exerce em igual proporção. Seus pontos fracos ou limitantes são: pode ser grosseira, gosta de conflitos, pode ser arrogante, pode não levar em conta os sentimentos dos outros (baixa empatia), pode ser fria e distante. Busca o poder, é disciplinadora dura. Alguém que tenha a influência como a marca mais des tacada em seu perfil, apresentará as seguintes características: brincalhona, afetiva, falante, extrovertida, sociável e trabalha bem em equipe. É persuasiva, excelente comunicadora ver bal, gosta de popularidade e de se sentir o centro das aten ções. É influente e influenciável, esbanja simpatia. Porém, seus pontos fracos ou limitantes, são: pode falar demais, ser

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indiscreta, ser superficial, má ouvinte, ser dispersiva e teme ser rejeitada.

Se o perfil que se destaca for a estabilidade, o indivíduo será reconhecido pelas seguintes características: paciente, lento, rotineiro, tranquilo. Transmite confiança, adapta-se bem a trabalhos repetitivos, é previsível e tranquiliza o ambiente. Busca segurança e a manutenção do status quo, é normalmente disciplinado. Os pontos fracos ou limitantes associados a este perfil, são: resistência a mudanças e dificul dade de trabalhar sob pressão.

Quem possui a conformidade como fator de maior relevância em seu perfil de personalidade terá as seguintes características: detalhista, perfeccionista, regrada, rígida. Produz com qualidade, identifica falhas com precisão e gosta de cumprir regras. Lógicos e racionais; voltados para a quali dade final dos trabalhos. Seus pontos fracos ou limitantes, são: pode travar o sistema, pode apegar-se a detalhes insigni ficantes, pode ser inflexível e centralizadora.

Segundo Edson Rodriguez, “as boas tecnologias de Análise de Perfil Pessoal fornecem usualmente uma gama profunda e ao mesmo tempo variada de informações sobre o estilo comportamental das pessoas”.

Sendo a personalidade formada por um conjunto de fatores que determinam o comportamento de um indiví duo, pode-se afirmar que a competência comportamental esperada deste indivíduo, no contexto social em que vive, dependerá, em parte, dos traços individuais que o caracterizam. Diante disto, a melhor maneira de alguém conhecer a si próprio, identificando suas características, reconhecendo a pessoa que é em sua própria realidade, é por intermédio do autoconhecimento. Aqui temos a primeira e mais impor

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tante fonte de conhecimento para a for mação de uma competência comporta mental.

No caderno de atividades inserido neste livro você poderá responder ao Teste DISC, esta ferramenta o ajudará a fazer uma autoanálise e a identificar qual seu perfil de personalidade. A partir do resultado obtido faça uma séria reflexão e identifique seus pontos fortes e fracos. Procure entender a si próprio; perceba porque você se comporta do modo como se comporta. Ao chegar à conclusão de que existem aspectos a serem trabalhados em seu perfil comportamental, busque desenvolver-se e melhorar suas competências comportamentais. O maior beneficiado será você mesmo.

A melhor maneira de alguém conhe cer a si próprio, identificando suas características, reconhecendo a pessoa que é em sua própria realidade, é por intermédio do autoconhecimento.

Perfil social e cultural

Quando consideramos a herança genética de um indivíduo, entendemos que ele nasce com determinadas informações impregnadas em suas células neurais; isto, por si só, já define muitos dos comportamentos que adotará ao longo da vida. No entanto, quando consideramos o ambiente social em que este mesmo indivíduo atuará, somos capazes de compreender porque ele adota certos comportamentos que não adotaria se sua realidade social e cultural fosse diferente. Sendo assim, entende-se que a personalidade de uma pessoa é nata quando se considera sua genética, mas que também pode ser desenvolvida e modificada quando se considera o ambiente em que ela vive.

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Sendo o ambiente um fator de influência sobre a per sonalidade de uma pessoa, podemos afirmar que este é, sem dúvida, a segunda fonte de conhecimento para a construção de um comportamento competente. Há comportamentos que são aprendidos, assimilados e desenvolvidos dentro do grupo social. O famoso psicólogo bielorrusso Lev Vygostky desenvolveu uma teoria chamada zona de desenvolvimento proximal. Segundo esta teoria o desenvolvimento intelectual das crianças se dá em função de suas interações sociais e condições de vida. Na análise deste livro a expressão interação social fornece elementos para o que está sendo considerado. Sendo assim, as três perguntas acimas podem ser res pondidas da seguinte forma: Em termos de competências comportamentais, o conhecimento é o conjunto de informações recebidas geneticamente e socialmente pelo indivíduo, e que o fazem ser a pessoa que é e a interagir com os membros do grupo de maneira a adequar-se ao ambiente sem perder sua identidade própria. Os tipos de conhecimento que con tribuem para o desenvolvimento de comportamentos com petentes (levando-se em conta a c.h.a.v.e), são ditados pelas características genéticas e pelo grupo social. Os comporta mentos ditos competentes serão determinados pelo contexto social ao qual o indivíduo faz parte e por aqueles que defi nem o perfil de sua personalidade e estão alinhados com as expectativas dos demais membros do grupo.

Sendo assim, as fontes de conhecimento para o desen volvimento das competências comportamentais, são o pró prio indivíduo, na medida em que nasce com determinadas características pessoais, como também o ambiente social, sobre o qual exerce influência e por ele é influenciado. 

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Ahabilidade é o segundo elemento que compõe a for mação de uma competência. As habilidades podem ser naturais ou adquiridas. Elas também, sob certa perspectiva, podem ser chamadas de dons ou talentos. É necessário fazer uma análise cautelosa deste aspecto, a fim de proporcionar mais esclarecimentos do que dúvidas. Ao longo das considerações que farei, pretendo estabelecer uma estreita relação entre habilidades comportamentais, inteligência emocional e espiritualidade.

O conhecimento é o saber cognitivo, a habilidade é o conhecimento aplicado; é o saber fazer. Quando aplicamos otermo habilidade para as competências técnicas, estamos nos referindo à capacidade do indivíduo de executar de forma prática e avaliável as ações relacionadas a uma determinada tarefa. No que diz respeito a esta questão, o conhecimento atua como subsídio necessário à compreensão dos proces sos de trabalho, manipulação de máquinas e equipamentos, gerenciamento de projetos e pessoas, análises de mercado, criatividade e etc., compondo um número infindável de tra balhos. Assim sendo, podemos afirmar que a habilidade de execução das diversas atividades produtivas humanas, depende dos conhecimentos adquiridos por intermédio da aprendizagem, seja no ambiente acadêmico, seja em uma escola técnica, seja por intermédio de treinamentos ou qualquer outra fonte explícita de conhecimento disponível nas literaturas especializadas. Também, faz-se necessário considerar o conhecimento tácito como fonte de construção das habilidades. Este tipo

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Como estes indiví duos conseguem obter tantos acertos em suas previsões, ainda que não tenham acesso às informações de satélite e sequer saibam ler mapas meteorológicos?

de conhecimento não se aprende nos livros, mas é construído ao longo da vida de forma empírica, através da observação. Estas habilidades são assimiladas, aprendidas e praticadas a partir das experiências vividas, seja por intermédio do com partilhamento com seus pares, seja em função de constru ções individuais. Neste caso, especificamente, podemos citar as tradições culturais e sociais. Veja, por exemplo, a expertise que algumas culturas construíram sobre o poder curativo de determinadas plantas. Ainda que nunca tenham frequentado um banco escolar, não tenham qualquer formação acadê mica, nem mesmo receberam instruções técnicas a respeito de manipulação de chás para fins medicinais, mesmo assim obtêm êxito na cura de diversas doenças. Podemos, ainda, citar o simples pescador que aprendeu com seu pai ou com seu avô, a fazer previsões do tempo ou do clima, observando apenas o movimento das nuvens e do vento. Como estes indivíduos conseguem obter tantos acertos em suas previsões, ainda que não tenham acesso às informações de satélite e sequer saibam ler mapas meteorológicos? Este tipo de conhecimento desenvolveu nes tes indivíduos habilidades extraordiná rias. Portanto, conhecimento e habili dade são elementos interdependentes.

Habilidade natural

E em termos comportamentais, objeto da análise desta obra, como se aplica o elemento habilidade natural?

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A habilidade natural, como o próprio nome sugere, é um atributo que o indivíduo possui, o qual não foi aprendido ou construído cognitivamente antes de ser vivenciado. Sim plesmente, a pessoa nasce dotada de certas capacidades as quais põe em prática de forma habilidosa, produzindo resul tados concretos, mensuráveis, avaliáveis e, porque não dizer, admiráveis.

Veja, por exemplo, os casos surpreendentes de crian ças que aos quatro anos ou um pouco mais de vida, conse guem tocar um instrumento musical sem nunca terem fre quentado uma escola de música, muitas vezes, sequer foram alfabetizadas. No entanto, ouvem e observam alguém tocar oinstrumento e em seguida reproduzem os movimentos e as harmonias. Também, podemos citar os indivíduos que se descobriram artistas plásticos depois de adultos. Até a infância e a adolescência não haviam percebido que podiam pintar telas maravilhosas ou esculpirem peças com tanta habilidade manipulando diversos materiais.

E os escritores? Bem, eles aprenderam a escrever como qualquer indivíduo aprendeu, porém, a habilidade dos poe tas, romancistas, teóricos, jornalistas que escrevem textos apurados, não se diferencia pela escrita, mas sim pelo conteúdo do que escrevem e a forma como o fazem. Seus textos levam os leitores à surpresa, ao medo, a alegria, à indignação –às lágrimas. Como se explica o fato de que nem todos os que sabem escrever conseguem causar o mesmo impacto? Isto é o que classificamos de habilidade natural. Eu posso frequentar ótimas academias de literatura e conseguir redigir textos rebuscados e interessantes, mas não há garantia de que serei capaz de emocionar meus leitores. Pensemos, ainda, nos gênios inventores: indivíduos capazes de criar soluções para tantos problemas da humani

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dade valendo-se de sua inteligência e dos recursos materiais disponíveis. Sem dúvida, toda atividade prática necessita de um embasamento teórico, contudo o impulso criativo não se aprende em nenhuma escola; ou o indivíduo tem esta habilidade ou não tem.

Sem dúvida, toda atividade prática necessita de um embasamento teórico, contudo oimpulso criativo não se aprende em nenhuma escola; ou oindivíduo tem esta habilidade ou não tem.

É neste viés, o da habilidade natural, que podemos espiritualizar a exis tência e manifestação destas habilidades, chamando-as de dons, os quais estão distribuídos em diferentes indivíduos e de formas diversas. Se estes são classifi cados de naturais, como se define o que é natural? De maneira simplista, natural é tudo aquilo que não foi criado pelo ser humano; é produto da ordem natural das coisas sobre as quais o indivíduo não possui controle absoluto. Ora, a partir desta premissa é possível afirmar a genia lidade criadora de Deus, este ser indescritível, que inseriu em sua própria criação, no caso o ser humano, atributos de Si mesmo fazendo do ser criado uma reprodução de Sua pró pria imagem. Assim como é difícil definir e explicar a pes soa de Deus, devido a sua natureza extremamente complexa, também se constitui em matéria de difícil compreensão as extraordinárias habilidades naturais de que são dotados os seres humanos.

Habilidades adquiridas

Há habilidades que adquirimos ao longo da vida e que estão diretamente associadas ao contexto em que vivemos.

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O ser humano é capaz de aprender e desenvolver atividades complexas. Por intermédio de sua inteligência, e da multi plicidade delas, o indivíduo consegue realizar inúmeras tare fas de forma eficiente e eficaz. Alguns estudiosos do assunto afirmam que cada pessoa possui cerca de setecentas habilidades diferentes. Sendo assim, a “máquina humana” se dis tingui de maneira extraordinária.

As habilidades adquiridas passam, sem dúvida nenhuma, pelo processo de aprendizagem. A aquisição de uma habilidade é obtida a partir da aprendizagem cognitiva e a capacidade de utilizar este conhecimento numa constru ção prática, experimental e transmissível. O saber fazer e o saber cognitivo, neste caso, coexistem dentro de uma relação de interdependência.

É possível afirmar que a maioria das pessoas passará pela vida sem ter desco berto ou desenvolvido muitas habilida des, as quais nunca imaginou ser capaz de aprender. Uma das provocações dos tempos modernos é justamente estimu lar os indivíduos a aprenderem sempre. O mundo corporativo, por exemplo, vive uma dicotomia: ao mesmo tempo em que exige do trabalhador que este se especialize em uma determinada área profissional, também espera dele a capacidade de assumir várias e distintas funções nas organizações, ou seja, ser capaz de construir habilidades portáteis e assim poder aplicá-las em qualquer lugar onde atue.

A aquisição de uma habilidade é obtida a partir da apren dizagem cognitiva e a capacidade de utilizar este conhecimento numa construção prática, experimental e transmissível.

Indubitavelmente as habilidades adquiridas, assim como as naturais, possuem uma relação direta com os perfis de personalidade – assunto abordado acima. Há coisas que o

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indivíduo faz com rapidez e faz muito bem, porque estão ali nhadas com o seu perfil. Há outras que exigirão um esforço maior, isto porque o cérebro precisará ser treinado a fim de que possa assimilar e comandar ações não alinhadas com o perfil original do indivíduo, mas que este, graças à sua capa cidade de aprender, poderá desenvolvê-las.

As habilidades adquiridas não podem ser classifica das como dons. Dom é algo totalmente subjetivo, de caráter inspirativo, intrinsicamente natural ao indivíduo. Um dom jamais poderá ser aprendido. Uma habilidade adquirida possui um caráter objetivo, que envolve o total controle da pessoa, na medida em que fatores como inteligência, deter minação, motivação, estímulos externos e outros, podem ser controlados e manipulados pelo indivíduo para a aquisição de múltiplas habilidades.

Um indivíduo fisicamente saudável e estimulado pelo contexto em que vive poderá se tornar um grande atleta olímpico, por exemplo. Suas perspectivas e expectativas pes soais, a inteligência sinestésica corporal, os estímulos que recebe, suas metas, sua determinação, seus desejos e sonhos, farão com que se torne hábil em determinada modalidade. Uma pessoa pode se tornar um grande atleta, ainda que isto exija dela muita superação.

O comportamento resiliente, além de ser uma compe tência associada à inteligência emocional e à espiritualidade do indivíduo, também pode ser considerada uma habilidade. Sob este viés, pode-se afirmar que este comportamento exige do indivíduo a habilidade de lidar tanto com os fatores inter nos quanto com os externos à sua pessoa. A que se considerar neste caso a capacidade de exercitar o autoconhecimento. Conhecer sua própria estrutura emocional, seu perfil de per sonalidade, seus valores, sua cosmovisão da vida, do mundo e

A Bíblia e as Competências Comportamentais

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de sua própria existência, ou seja, ser capaz de construir uma visão real de si mesmo. Exige, também, saber lidar com a realidade que o cerca. Reconhecer que ainda que a realidade à sua volta não tenha sido construída por ela, é possível cons truir uma nova realidade para si, desde que consiga transfor mar as adversidades em aprendizagem. Resiliência é uma habilidade natu ral ou pode ser adquirida? Bem, em se tratando de pessoas pode ser as duas coisas. Será natural na medida em que o indivíduo nasce dotado de certas carac terísticas emocionais e psicológicas, as quais o fazem capaz de recuperar-se de situações adversas com maior facilidade. Porém, será adquirida na medida em que as experiências adversas vividas, passem a moldar a estrutura interior do indivíduo, levando-o, por intermédio do enfrentamento de problemas, desafios, decepções e outros, a adquirir maior flexibilidade,e isto o faça aprender a lidar consigo mesmo e com as adversidades, impedindo que se rompa emocionalmente ou entre em surto psicológico.

Conhecer sua própria estrutura emocional, seu per fil de personalidade, seus valores, sua cosmovisão da vida, do mundo e de sua própria existência, ou seja, ser capaz de construir uma visão real de si mesmo.

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Parte I – Fundamento Teórico-Reflexivo  31
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Sobre o autor

Paulo Roberto de Araújo é nascido em Curitiba capital do Estado do Paraná. Casado com Márcia Cristina Ver nize de Araújo, enfermeira e professora. Têm dois filhos, Daniel Vernize de Araújo, casado com Noellene Leitzke e Guilherme Vernize de Araújo casado com Lucia Alonso Garrido. É graduado em Administração de Empresas e pós -graduado com especialização em Gestão Estratégica de Pessoas. Possui dois credenciamentos em Coaching e participou de vários cursos de aperfeiçoamento. É professor do ensino superior e responsável pelo Programa de Coaching da Faculdade de Pinhais na Região Metropolitana de Curi tiba, onde atende alunos, professores e funcionários. Nesta mesma instituição, é coordenador do curso de pós-gradua ção em Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Ministra também cursos de extensão e atua nos cursos de Administra ção, CST em Logística, CST em Processos Gerenciais e em CST em Recursos Humanos.

Além das atividades como docente, participa também de diversos eventos em várias cidades do Brasil e do exte rior como palestrante convidado. Tem dois livros publicados no Brasil pela A. D. Santos Editora, A Bíblia e a Gestão de Pessoas – trabalhando mentes e corações e A Bíblia e a

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Administração de Conflitos – uma ferramenta para as rela ções interpessoais. Este último foi lançado recentemente em língua espanhola na Colômbia pela Publicações Transforma, onde o pastor e professor Paulo Araújo esteve realizando uma série de conferências. Este livro que ora chega às suas mãos é o terceiro trabalho desenvolvido pelo autor, visando contribuir com o melhor de seus esforços e talento para o desenvolvimento e aperfeiçoamento pessoal de seus leitores.

Contatos: 55 041 99615-4466 (whatsapp) E.mail: paulo@gentecompetente.com.br www.gentecompetente.com.br (também no Facebook)

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