Revista Tela Viva 130 - agosto 2003

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Mercado.................. 22 Os novos rumos do projeto FilmBrazil após Cannes

Incentivos.............. 28 Reforma tributária . pode comer até R$ 170 . milhões da cultura

Audiovisual........ 32 MinC lança primeiros editais para produções nacionais

Case................................. 34 Em Porto Alegre, turma da Casa só quer fazer cinema

Sempre na Tela Editorial............................................... 4 News.................................................... 6 Scanner............................................... 8 Upgrade........................................... 12 Figuras.............................................. 14 Making of........................................ 26 Agenda............................................. 38

O peso dos

impostos

Acompanhe as notícias . mais recentes do mercado www.telaviva.com.br

Tributação sobre importações de equipamentos estrangula o parque de produção no Brasil

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ano12nº130agosto2003


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editorial

Está sendo organizado neste mês de agosto um importante encontro que delineará a ação pela redução da carga tributária sobre a importação de equipamentos de produção audiovisual. Em uma iniciativa de TELA VIVA, reúnem-se emissoras de TV, fornecedores de equipamentos, . produtoras independentes de TV, publicidade e cinema e prestadores .

rubensglasberg glasberg@telaviva.com.br

de serviço em torno de um objetivo comum. O momento é crítico. Há por um lado o estrangulamento dos investimentos, causado pelo alto endividamento, no caso das empresas de radiodifusão, e pela queda de receitas com publicidade, que também ameaça as produtoras independentes e por conseqüência toda a cadeia de fornecedores. . Por outro lado, a pressão pela renovação e expansão do parque de equipamentos, com a necessidade crescente da digitalização. Surge, portanto, a necessidade de uma ação conjunta que, longe de . visar prejuízos à arrecadação estatal, busca sim viabilizar tanto os . investimentos já feitos quanto a própria continuidade da atividade da . produção de conteúdo nacional e também internacional no Brasil. A matéria de capa desta edição ilustra bem o problema, talvez um dos únicos consensos entre todos os diferentes segmentos da indústria, e mostra também como uma eventual renúncia fiscal acabaria por redundar em vantagens não apenas para a sociedade, mas também para os próprios governos estaduais e federal, cujos ganhos em médio prazo seriam ainda maiores que uma perda de receita atual. Além disso, há benefícios como a geração de empregos e a manutenção de uma indústria central para a cultura e a integração nacionais. E para reforçar a argumentação, trazemos ainda uma matéria que mostra . como as produtoras comerciais pretendem trabalhar para aumentar . as exportações dos serviços brasileiros. Em resumo, a produção audiovisual é hoje uma indústria globalizada, e se o Brasil não der condições à sua indústria para que se desenvolva de forma saudável, talvez acabe pagando um preço alto em perda de receitas, inclusive em moeda forte, de empregos e de conteúdo local. É hora de se organizar.

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Acompanhe aqui as notícias que foram destaque no último mês no noticiário online Tela Viva News.

Debate público [07/07] O Minis­té­rio das Comu­ni­ca­ções deci­diu dei­ xar aber­ta, por tempo inde­ter­mi­na­do, a con­ sul­ta públi­ca sobre o decre­to que cria o grupo exe­cu­ti­vo do pro­je­to de TV digi­tal (GET), com as dire­tri­zes que orien­ta­rão as pes­qui­sas para um ­padrão bra­si­lei­ro e a expo­si­ção dos moti­vos. Na ver­da­de, o Mini­com não chama mais de con­sul­ta públi­ca, mas de deba­te públi­co, o que trans­fe­re à dis­cus­são um cará­ ter mais infor­mal. Outra novi­da­de impor­tan­te é que o assun­to pas­sou a ser tra­ta­do pela Secre­ta­ria de Comu­ ni­ca­ção Ele­trô­ni­ca, sob a batu­ta de Eugê­nio Fraga, e dei­xou de ser atri­bui­ção de Mar­cos Dan­tas, sub-secre­tá­rio de Pla­ne­ja­men­to do Minis­té­rio das Comu­ni­ca­ções.

GET [08/07] SET (Socie­da­de Bra­si­lei­ra de En­ge­ nha­ria de Tele­vi­são) entre­gou ao Minis­té­ A

rio das Comu­ni­ca­ções as suas con­tri­bui­ções à dis­cus­são públi­ca sobre a minu­ta de decre­ to que cria o GET. O que a SET quer é ter par­ti­ci­pa­ção ativa no grupo. O Mini­com tam­bém já rece­beu os comen­tá­ rios da UneTV, enti­da­de que repre­sen­ta o SBT e a ­Record, e que tam­bém pede par­ti­ci­pa­ção como enti­da­de repre­sen­ta­ti­va no GET. Entre radio­di­fu­so­res, exis­te o sen­ti­men­to de que o Mini­com quer evi­tar ini­ciar neste momen­to a dis­cus­são sobre TV digi­tal. Chama a aten­ção o fato de a con­sul­ta públi­ca não estar seguin­do o rito for­mal. A im­pres­são corrente entre radio­di­fu­so­res ouvi­dos por Tela Viva é que a ques­tão da TV digi­tal não é para sair agora, ou é para sair como o gover­ no quer, sem as suges­tões públi­cas.

GET II [17/07] O Fórum Nacio­nal para a Demo­cra­ti­za­ção das Comu­ni­ca­ções (FNDC) enca­mi­nhou ao Mini­com um estu­do de quase 50 pági­nas

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emba­san­do seus comen­tá­rios à minu­ta do decre­to de cria­ção do GET. Entre as colo­ca­çõ­ es do Fórum, algu­mas se des­ta­cam. Colo­case no docu­men­to que o Mini­com está dando pouca aten­ção à impor­tân­cia cul­tu­ral que a mudan­ça da TV para uma rea­li­da­de digi­tal trará. Tam­bém quer que a polí­ti­ca de TV digi­tal dê mais ênfa­se na ques­tão da pro­du­ ção inde­pen­­den­te e no fomen­to ao audio­vi­ sual nacio­nal. ­Outros pon­tos enfa­ti­za­dos pelo Fórum são a neces­si­da­de de um ­ melhor tra­ta­men­to à indús­tria nacio­nal de soft­wa­re, que não es­ taria rece­bendo a aten­ção devi­da nas pro­pos­ tas do Mini­com. A chan­ce de apro­vei­tar a TV digi­tal para a cria­ção de mais com­pe­ti­ção no mer­ca­do de TV é vista pelo Fórum como uma gran­de opor­tu­ni­da­de não apro­vei­ta­da pela polí­ti­ca do minis­té­rio. O docu­men­to enfa­ti­za ainda a neces­si­da­de de ver a TV digi­tal de manei­ra abran­gen­te, incluin­do ­ outras tec­no­lo­gias de dis­tri­bui­ção (cabo, DTH e MMDS) e a neces­si­da­de de se bus­car ­outras for­mas mais efi­cien­tes de criar inte­ra­ti­vi­da­de. Mais uma vez, o FNDC chama a aten­ção para a neces­si­da­de de se ana­li­sar o ­padrão de TV desen­vol­vi­do na China e pede maior preo­cu­ pa­ção com ­outras alter­na­ti­vas que envol­vam defi­ni­ções dife­ren­tes da pola­ri­za­ção entre defi­ni­ção ­ padrão e alta defi­ni­ção pro­pos­ta pelo Mini­com. Por fim, o Fórum pede para ser parte do grupo de estu­dos (GET) a dife­ren­cia­ção entre o que serão os ser­vi­ços bási­cos e os ser­vi­ços avan­ça­ dos da TV digi­tal e que haja um deba­te mais amplo e aber­to da ques­tão com a socie­da­de.

A amea­ça do ICMS [15/07] O depu­ta­do Seve­ri­no Caval­can­ti (PP/PE), com ­outros depu­ta­dos, apre­sen­tou uma emen­da ao pro­je­to da refor­ma tri­bu­tá­ria isen­tan­do do paga­men­to de ICMS as empre­sas de radio­ di­fu­são. Atual­men­te o impos­to não é pago, mas ­alguns esta­dos rei­vin­di­cam a cobran­ça e há pres­sões den­tro do Con­faz para que ela acon­te­ça. O depu­ta­do lem­bra que na Cons­

ti­tui­ção está claro que a pres­ta­ção one­ro­sa de ser­vi­ço de comu­ni­ca­ção, esta sim sujei­ ta ao paga­men­to de ICMS, e o ser­vi­ço de radio­di­fu­são são con­cei­tos dis­tin­tos e exclu­ den­tes. O depu­ta­do tam­bém argu­men­ta que do ponto de vista eco­nô­mi­co a cobran­ça do impos­to seria pre­ju­di­cial às empre­sas de radio­di­fu­são. Além disso, lem­bra o depu­ta­ do, as empre­sas se encon­tram em momen­to de tran­si­ção tec­no­ló­gi­ca, o que exige pla­ne­ ja­men­to de seus inves­ti­men­tos.

Rela­tó­rio pre­li­mi­nar [24/07] Em rela­tó­rio pre­li­mi­nar sobre o texto da refor­ ma tri­bu­tá­ria, o depu­ta­do-rela­tor da maté­ria Vir­gí­lio Gui­ma­rães (PT/MG) resol­veu não aca­tar a emen­da do depu­ta­do Seve­ri­no Caval­can­ti (PP/PE), que expli­ci­ta­va que o setor de radio­di­fu­são não deve­ria pagar o ICMS. Do modo com que foi apre­sen­ta­ do o rela­tó­rio, a radio­di­fu­são não apa­re­ce nem como um setor sobre o qual inci­di­rá o impos­to, nem como setor isen­to, como é a legis­la­ção atual. Vale lem­brar que este é um rela­tó­rio pre­li­mi­nar, que ainda pode ­ sofrer alte­ra­ções. Ser­vi­ços de comu­ni­ca­ção de um modo geral, inclu­si­ve os de valor adi­cio­na­do (como Inter­ net) estão con­tem­pla­dos no texto da refor­ ma como pas­sí­veis de cobran­ça do ICMS.

TV nos edi­tais [10/07] A ABPI-TV (asso­cia­ção das pro­du­to­ras inde­ pen­den­tes de TV) teve uma reu­nião for­mal com a Anci­ne e repre­sen­tan­tes da asso­cia­ ção de São Paulo e do Rio. Segun­do par­ti­ci­ pan­te do encon­tro, o obje­ti­vo foi melho­rar o enten­di­men­to de ambas as par­tes sobre o fun­cio­na­men­to dos meca­nis­mos de cobran­ ça e incen­ti­vo da agên­cia no que se refe­re à pro­du­ção de TV. Um dos temas foi a ausên­cia da pro­du­ção para TV nos recen­tes edi­tais para fomen­to de pro­je­tos sub­me­ti­dos à con­sul­ta públi­ca pela agên­cia, que con­tem­plam ape­nas pro­je­ tos para cine­ma.

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Em essên­cia, os pro­du­to­res pro­cu­ram mos­ trar que mui­tas das nor­mas da agên­cia têm como refe­rên­cia a pro­du­ção para cine­ma, e que a pro­du­ção inde­pen­den­te de TV teria que ser ­melhor con­tem­pla­da.

Anci­ne no MinC [22/07] O minis­tro-chefe da Casa Civil, José Dir­ceu, encon­trou-se com uma comi­ti­va de rea­li­za­ do­res cine­ma­to­grá­fi­cos. Segun­do o cineas­ta Alain Fres­not, que este­ve na reu­nião, Dir­ceu pro­me­teu resol­ver rapi­da­men­te o des­ti­no da Anci­ne, num prazo de duas sema­nas. O minis­tro deu a impres­são a seus inter­lo­cu­to­res de que a agência deve ficar sob o guar­da-chuva do Minis­ té­rio da Cul­tu­ra. A reu­nião tinha como obje­ti­vo entre­gar ao minis­tro uma carta pedin­do a volta dos R$ 16 ­milhões ao orça­men­to da Anci­ne. Mas, em uma pré-reu­nião, os 12 cineas­tas que par­ti­ci­ pa­ram da comi­ti­va resol­ve­ram não entre­gar a carta e apro­vei­tar a situa­ção para dis­cu­tir ques­tões “menos pon­tuais”. De qual­quer forma, Dir­ceu se com­pro­me­teu com o grupo em mar­car uma reu­nião com o minis­tro da

Fazen­da, Anto­nio Paloc­ci, para dis­cu­tir o tema.

MinC nego­cia cria­ção da Anci­nav [24/07] Segun­do fonte do gover­no, já há o sinal verde da Casa Civil para que a Anci­ne seja trans­for­ma­da em uma Agên­cia Nacio­nal do Audio­vi­sual (Anci­nav), e quem está nego­ cian­do esta mudan­ça é o Ministério da Cultura. Será uma agên­cia que man­te­rá as fun­ ções ­atuais da Anci­ne e que tam­bém terá a fun­ção de regu­lar e fis­ca­li­zar o setor audio­ vi­sual como um todo, inclu­si­ve a TV. A solu­ção encon­tra­da pelo gover­no para não enfren­tar a resis­tên­cia das redes aber­ tas é não mexer com a rela­ção entre as empre­sas pri­va­das que pres­tam o ser­vi­ço de radio­di­fu­são. Será uma agên­cia vol­ta­da sobre­tu­do ao fomen­to e pre­ser­va­ção do con­ teú­do nacio­nal. A deci­são final do gover­no sobre a vin­cu­la­ ção da Anci­ne deve sair den­tro de 15 dias, segun­do a mesma fonte. Enquan­to isso, o Ministério da Cultura tem como incum­bên­ cia ouvir os dife­ren­tes seto­res da socie­da­ de, inclu­si­ve as redes de televisão, para dis­cu­tir as con­di­ções de cria­ção da Anci­

nav. As reu­niões come­ça­ram e pelo menos a Rede Globo já foi ouvi­da, mas as ­ outras emis­so­ras tam­bém o serão.

Con­tra o ECAD [10/07] É com­pli­ca­da a situa­ção dos exi­bi­do­res de cine­ma nacio­nais por conta da taxa paga ao ECAD a títu­lo de direi­tos auto­rais. Repre­sen­ tan­tes da FNEEC (Fede­ra­ção Nacio­nal das Empre­sas Exi­bi­do­ras de Cine­ma) e da Abra­ci­ ne (Asso­cia­ção Bra­si­lei­ra de Cine­mas) esti­ve­ ram com Gus­ta­vo Dahl, da Anci­ne, rela­tan­do o pro­ble­ma. Os exi­bi­do­res nacio­nais foram sur­preen­di­dos por uma deci­são do STJ que os obri­ga a pagar 2,5% da recei­ta bruta de cada filme. O pro­ble­ma é que algu­mas salas exi­bi­do­ras liga­das a gru­pos inter­na­cio­nais (comen­ta-se que ape­nas o Cine­mark) fica­ram isen­tas do paga­men­to do ECAD, o que criou uma situa­ ção de dese­qui­lí­brio. Tra­di­cio­nal­men­te, os exi­bi­do­res nacio­nais paga­vam 0,5% da recei­ ta para o ECAD. Ao que tudo indi­ca, a Anci­ ne está dis­pos­ta a ­entrar na dis­cus­são pelos direi­tos auto­rais.


No saté­li­te A STV - Rede Ses­cSe­nac de Tele­vi­são abriu em julho seu sinal no saté­li­te Bra­sil­sat B3. Antes o sinal era codi­ fi­ca­do, com aces­so per­mi­ti­do ape­nas para ope­ra­do­ras de TV paga. Com a mu­dan­ça, o aces­so ao sinal da STV passa a ser livre em todo o Bra­sil tanto para ope­ra­do­ras quan­to às cerca de 350 mil parabólicas com recep­to­res digi­tais. Até então o canal esta­va dis­po­ní­vel aos assi­nan­tes da Net São Paulo, Bra­sí­lia e Rio de Janei­ro e das ope­ra­do­ras de DTH Sky, ­DirecTV e Tec­sat.

AD Line

Bob Espon­ja Mis­tu­ran­do cenas reais com ani­ma­ção, está no ar a cam­pa­nha do pico­ lé Bob Espon­ja, ins­pi­ra­do no famo­so per­so­na­gem de dese­nho ani­ma­do. O filme, feito para a Kibon, foi cria­do pela ­McCann-Erick­ son e pro­du­zi­do pela O2 Fil­mes, com dire­ção de Fabri­zia Pinto. A ani­ma­ção ficou a cargo da Lobo Fil­mes.

A AD é mais foca­da no mer­ca­do cha­ A AD Video­tech e a Line­Com, ma­do “pro”, for­ma­do prin­ci­pal­men­te duas empre­sas tra­di­cio­nais na área por pro­du­to­ras, uni­ver­si­da­des e mer­ de pro­je­tos e implan­ta­ção de sis­te­ ca­do cor­po­ra­ti­vo, en­quan­to a Line­ mas e equi­pa­men­tos de pro­du­ção Com tem seu forte no aten­di­men­to audio­vi­sual, anun­cia­ram sua fusão ao broad­cast. em uma nova empre­sa, a AD Line. As duas empre­sas já eram dea­lers A nova empre­sa fun­cio­na desde o auto­ri­za­dos Sony, mas a AD tam­bém dia 4 de agos­to no escri­tó­rio atual da repre­sen­ta mar­cas como Pin­na­cle, AD Video­tech, em São Paulo. Apple e Avid, enquan­to a Line­Com O ponto de par­ti­da para a fusão, ofe­re­ce equi­pa­men­tos ­Leitch e Tek­tro­ da qual cada empre­sa é sócia em A nova empresa fica sob a direção de nix, mais vol­ta­dos ao broad­cast. Com 50%, foi a com­ple­men­ta­ri­da­de entre Daniela H. Souza Machado, Nilson T. a fusão, a AD Line terá condições de as duas com­pa­nhias, tanto nos ser­ Fujisawa e Carla Vicente. aten­der tanto a área de câme­ras, swit­ vi­ços pres­ta­dos quan­to na visão chers, pro­ces­sa­do­res etc. quan­to as comer­cial e de recur­sos huma­nos, expli­ca Carla Vicen­te, neces­si­da­des em edi­ção não-­linear, efei­tos etc. geren­te de desen­vol­vi­men­to estra­té­gi­co da nova empre­sa.

Fusão Músi­ca e ani­ma­ção O clipe “Segre­dos”, pro­ du­zi­do pelo Estú­dio Con­se­qüên­cia, do Rio de Janei­ro, para o can­ tor Fre­jat, vem acu­mu­ lan­do prê­mios desde o seu lan­ça­men­to, em 2002. Elei­to ­melhor clipe pop no Video Music Bra­sil do ano pas­sa­do, agora foi indi­ca­do ao ­Grammy Lati­no como ­melhor vídeo musi­cal. Assi­nam a dire­ção Mau­rí­cio Vidal, Renan de ­Moraes e Leo San­tos.

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As pro­du­to­ras Jodaf e Radar cria­ram a Mixer. As empre­sas liga­das às duas pro­du­to­ras (que ­incluem ainda a Pizza Fil­mes, a R. Digi­tal e a TNN) fun­cio­na­rão como mar­ cas den­tro do guar­da-chuva da Mixer. João ­Daniel Tikho­ mi­roff, da Jodaf, assu­mi­rá o cargo de pre­si­den­te da nova empre­sa, que terá ini­cial­men­te 72 fun­cio­ná­rios. Além de João ­Daniel, os ­outros ­sócios são Gil Ribei­ro (dire­tor-exe­cu­ ti­vo), Fábio Ribei­ro (dire­tor de ope­ra­ções) e ­Michel Tikho­mi­ roff (dire­tor artís­ti­co). Um dos pro­je­tos desen­vol­vi­dos pela nova empre­sa é o TNN (Tra­vel News Net­work), um novo canal inter­na­cio­nal de turis­mo para TV por assi­na­tu­ra.

Retificação A tabela “As novas regras de propriedade nos EUA” saiu incompleta na página 16 da edição de julho/2003. Veja a tabela completa no site www.telaviva.com.br.

Fotos: Divul­ga­ção


Per­so­na­gem vir­tual Nos dois novos fil­mes de Chamy­to, o leite fer­men­ta­do da Nes­tlé, o Gênio, per­so­na­gem da marca feito em ani­ma­ção, inte­ra­ge com os ato­res. Com a assi­na­tu­ra “Faz bem gos­tar de Chamy­to”, os comer­ciais foram cria­dos pela Lowe com pro­du­ção da Iô-Iô Fil­mes, dire­ção de Alex Gabassi e com­pu­ta­ção grá­fi­ca da Vetor Zero. No filme “Bici­cross”, de 30”, a idéia de pro­te­ção que o novo ingre­dien­te do pro­du­to (lac­to­ba­ci­los vivos for­tis) ofe­re­ce é res­ sal­ta­da pela intro­du­ção da per­so­na­ gem “pro­te­to­ra” Dona Eugê­nia, que apa­re­ce para dar con­se­lhos ao filho, o Gênio. Já o filme “Trans­for­ma­ção”, de 15”, anun­cia o novo sabor exclu­ si­vo Tan­ge­ri­na do leite fer­men­ta­do da Nes­tlé. No comer­cial, o Gênio sai de um pote de Chamy­to e espre­ me uma tan­ge­ri­na, trans­for­man­do o sabor do pro­du­to.

Inter­pre­ta­ções musi­cais Aca­ba­ram as fil­ma­gens do curtametra­gem “Ciran­dar”, pro­du­zi­do pela Hava­na Fil­mes e diri­gi­do por Sér­gio Glas­berg. O curta, com lan­ ça­men­to pre­vis­to para setem­bro, foi cap­ta­do em ape­nas uma diá­ria. Com foto­gra­fia de Alber­to Gra­cia­ no, o filme será fina­li­za­do digi­tal­ men­te, em HD, e ­depois trans­fe­ri­ do para pelí­cu­la nova­men­te. “Cirandar” O curta não tem diá­lo­gos, ape­nas a tri­lha sono­ra. “São ima­gens de sus­pen­se, mas o que vai dar o tom do filme é a tri­lha”, expli­ca Glas­berg. A pós-pro­du­ção musi­cal está a cargo da pro­du­to­ra de áudio ­Friends, que fará três tri­lhas musi­cais dis­tin­tas para o filme, com­pos­tas pelos maes­tros PC Ber­nar­des, Arman­do Fer­ran­te e Gus­ta­vo Fran­co. “O dire­tor pas­sou o filme para nós sem brie­fing, para que pudés­se­mos dar nossa pró­pria inter­pre­ta­ção”, conta Ber­nar­des. “Como não exis­te diá­lo­go, car­re­gar na cor é por nossa conta”, com­ple­ta o maes­tro. Após a com­po­si­ção das músi­cas, será esco­lhi­da uma das inter­pre­ta­ções, ou até mesmo uma mis­tu­ra das três. O aca­ba­men­to téc­ni­co do áudio está “Judas” a cargo de Marco de Cunto. Além do curta “Ciran­dar”, o dire­tor Sér­ gio Glas­berg tem outro tra­ba­lho liga­do à músi­ca. Trata-se do clipe “Judas”, do rap­per Fer­réz, indi­ca­do para ­melhor clipe de rap no Video Music Bra­sil 2003, da MTV.

Nova marca A Alias|Wave­front come­mo­rou 20 anos de exis­tên­cia anun­cian­do mu­dan­ças na marca. A empre­sa agora passa a cha­mar-se Alias. Além do nome, a desen­vol­ve­do­ra do soft­wa­re de ani­ma­ ção 3D Maya ­ganhou um novo logo­ti­ po e mudou seu site para o ende­re­ço www.alias.com.

Ao vivo Allan Sie­ber, o dire­tor de suces­sos de ani­ma­ção como “Deus é Pai” e “Os Idio­tas Mesmo”, ­estréia na dire­ção de um curta-metra­gem fil­ma­do ao vivo. “Jonas” foi fil­ma­do no Rio de Janei­ ro em dois dias, e conta a his­tó­ria do meni­no homô­ni­mo, que é obce­ca­do por uma foto anti­ga da avó.

Sede cario­ca A Aca­de­mia de Fil­mes terá uma nova sede no Rio de Janei­ro. A casa, com mil ­ m2, fica no bair­ro de Bota­fo­go e está rece­ben­do um estú­dio e salas de fina­li­za­ção e edi­ção. Para a dire­ção de cena, foram con­tra­ta­dos Tiago Vian­na e Rudá Mor­cil­lo. A dupla já pro­du­ziu fil­mes, entre ­ outros, para Petro­brás, MAM, Pró-Matre e Por­ti­na­re. Recen­ te­men­te, a uni­da­de cario­ca tam­bém con­tra­tou Vera Oli­vei­ra, que res­pon­de pelo aten­di­men­to da Aca­de­mia.

Super­pro­du­ção A can­to­ra Kelly Key pre­pa­ra seu pri­ mei­ro DVD, a par­tir das gra­va­ções fei­tas no show que acon­te­ceu em final de julho no Cane­cão, no Rio de Janei­ro. A dire­ção é de Kari­na Ades, que coor­de­nou a equi­pe de 30 pes­soas. As ima­gens foram gra­va­ das por qua­tro câme­ras e edi­ta­das simul­ta­nea­men­te em uma uni­da­de móvel.


Cine­ma de rua Nova asso­cia­ção Duran­te a edi­ção 2003 do Fes­ti­val Anima Mundi de ani­ma­ção, foi fun­da­da a Asso­cia­ção Bra­si­lei­ ra de Cine­ma de Ani­ma­ção (ABCA). A ini­cia­ti­va par­tiu do ani­ma­dor Mar­ce­lo Marão, ven­ce­dor do prê­mio de ­ melhor filme bra­si­lei­ro na ver­são cario­ca do fes­ti­val, com a pro­du­ção “Engo­ler­vi­ lha”. A inten­ção é orga­ni­zar a cate­go­ria que vem cres­cen­do bas­tan­te nos últi­mos anos, con­cen­ tran­do-se em cinco focos: pro­du­ção, dis­tri­bui­ção, exi­bi­ção, for­ma­ção e his­tó­ria. Todos os pro­fis­sio­nais liga­dos à área de ani­ma­ ção podem se asso­ciar, entran­do em con­ta­to pelo e-mail mma­rao@terra.com.br.

­Estreou no iní­cio do mês o Kino­plex Itaim, pri­mei­ro empreen­di­men­to dos Cine­ mas Seve­ria­no Ribei­ro na capi­tal pau­lis­ta. Serão seis salas de pro­je­ção, com tec­no­ lo­gia digi­tal, e uma novi­da­de: as salas são equi­pa­das com o sis­te­ma de som THX, cria­do pelo cineas­ta ame­ri­ca­no Geor­ge Lucas. O Kino­plex Itaim será equi­pa­do com pro­je­ção digi­tal (segun­ do com­ple­xo de São Paulo com a tec­no­lo­gia imple­men­ta­da pela TeleI­ma­ge), sis­te­ma de som Dolby Digi­tal EX e o THX.

Cam­pa­nha inter­na­cio­nal A Pro­di­go Films é a res­pon­sá­vel pela pro­du­ção dos oito comer­ciais da nova cam­pa­nha da rede de hiper­mer­ca­dos Feira Nova, do grupo por­tu­guês Jerô­ ni­mo Mar­tins. Os fil­mes, com cria­ção da agên­cia Upgra­de, serão exi­bi­dos até o final do ano nas TVs por­tu­gue­sas. A dire­ção dos fil­mes ficou por conta de Caito Ortiz. A pro­du­to­ra rodou tam­bém um banco de ima­gens de pro­du­tos para o clien­te, divi­di­dos em 34 cate­go­rias, que serão uti­li­za­dos nos blo­cos de ofer­ta, e a assi­na­tu­ra em com­pu­ta­ção grá­fi­ca da rede de hiper­mer­ca­dos. Além disso, a pro­du­to­ra acaba de inves­tir R$ 700 mil na refor­ma de suas ins­ta­ la­ções e na aqui­si­ção de equi­pa­men­tos para a legen­da­gem de fitas. Com o equi­pa­men­to ­Screen Sub­ti­tling, é pos­sí­ vel criar legen­das em até seis idio­mas na mesma fita beta digi­tal. Os inves­ti­men­tos são fruto do estrei­ta­men­to das rela­ções entre a pro­du­to­ra e o canal por assi­na­tu­ ra Euro­chan­nel. A Pro­di­go é res­pon­sá­vel pela legen­da­gem e trans­co­di­fi­ca­ção dos pro­gra­mas exi­bi­dos pelo Euro­chan­nel em toda a Amé­ri­ca Lati­na.

Labo­ra­tó­rio em ­Manaus A Phi­lips, a Uni­ver­si­da­de do Esta­do do Ama­zo­nas (UEA) e a Esco­la Poli­téc­ ni­ca da Uni­ver­si­da­de de São Paulo (Poli-USP) cria­ram o Labo­ra­tó­rio Phi­lips da Ama­zô­nia - Ins­ti­tu­to de Pes­qui­sa e Desen­vol­vi­men­to, com inves­ti­men­to ini­cial de R$ 5 ­ milhões. Segun­do o dire­tor do labo­ra­tó­rio, Wal­ter Duran, “cer­ta­men­te o labo­ra­tó­ rio terá par­ti­ci­pa­ção sig­ni­fi­ca­ti­va nos estu­dos nacio­nais”. O laboratório realizará estu­dos e desen­vol­vi­men­to de fer­ra­men­tas para TV digi­tal inte­ra­ti­va basea­das na pla­ta­for­ma DVB-MHP, e pesquisas para o pro­je­to Cis­mun­dus, que visa criar um ambien­te de comu­ni­ca­ ção, inte­gran­do tec­no­lo­gia de celu­la­ res GSM e TV digi­tal. As pes­qui­sas deste segun­do ­núcleo serão fei­tas em par­ce­ria com a TV Cul­tu­ra.


N達o disponivel


Novo 3D

3ds max 6: Com o “virtual stuntman”, é possível simular movimentos humanos baseados na ação da cena.

A Dis­creet anun­ciou a sexta ver­são do soft­wa­re de ani­ma­ção 3D 3ds max. Segun­do a empre­sa, as novas fun­ções e fer­ra­ men­tas do soft­wa­re foram desen­vol­vi­das após con­ver­sas com as empre­sas de cria­ção de jogos, efei­tos ­ visuais e pro­du­ção de ani­ma­ção grá­fi­ca. Entre as novi­da­des estão a visua­li­za­ção esque­má­ti­ca avan­ça­da, que per­mi­te um ­melhor geren­cia­men­to de cenas com­ple­xas; ren­de­ri­za­dor men­tal ray; fer­ra­men­ta de colo­ri­za­ção ver­tex; fer­ra­men­tas de visua­li­za­ção e supor­te às fer­ra­men­tas de CAD da Auto­desk. Outra novi­da­de incluí­da na nova ver­são é o sis­te­ma de fluên­cia de par­tí­cu­las, para cria­ção de água, ser­ra­ção, neve, gotas, explo­sões a ­outros efei­tos. O 3ds max tem lan­ça­men­to pre­vis­to para o últi­mo tri­mes­tre do ano. O preço suge­ri­do nos EUA é de US$ 3.495 e upgra­ de por US$ 795. www.dis­creet.com.br

Áudio na Adobe A Adobe anun­ciou o lan­ça­men­to do soft­wa­re Adobe Audi­tion, para edi­ção de áudio multi-track. Conhe­ci­do antes como Cool Edit Pro, o pro­du­to foi com­ pra­do pela Adobe, da Syntril­lium Soft­ wa­re, em maio de 2003. O soft­wa­re roda em pla­ta­for­ma Win­dows, faz mixa­gem de áudio, edi­ção, mas­te­ri­za­ção e pro­ ces­sa­men­to de efei­tos, pode impor­tar mais de 45 efei­tos DSP e mixar até 128 fai­xas de som. O Audi­tion é vol­ta­do para músi­cos, video­ma­kers, radia­lis­tas e conta com multi-track inte­gra­do e capa­ ci­da­de de acom­pa­nha­men­to da edi­ção, efei­tos em tempo real, supor­te para loo­ ping, fer­ra­men­tas de aná­li­se, recur­sos de res­tau­ra­ção e supor­te para vídeo. Além disso, tra­ba­lha com áudio AVI e tam­bém supor­ta os for­ma­tos WAV, AIFF, MP3, MP3PRO e WMA. O pro­du­to deve ser dis­tri­buí­do a par­tir do final deste mês de agos­to para Win­ dows 98, 2000 e XP com preço esti­ma­ do de US$ 299 (nos EUA). www.adobe.com.br

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Ren­de­ri­za­ção por hard­wa­re A ATI Tech­no­lo­gies ­ampliou sua linha de pla­cas grá­fi­cas basea­das na arqui­te­ tu­ra ­ FireGL com o lan­ça­men­to dos mode­los X2-256 e T2-128. O pri­mei­ro traz 256 Mb de memó­ria, pro­ces­sa­dor FireGL T2-128 9800 VPU (­Visual Pro­ces­sing Unit) e oito ­canais para­le­los de ren­de­ri­za­ção, além de duas saí­das DVI-I, poden­do ser usada com dois moni­to­res. Gra­ças ao supor­te à ren­de­ri­za­ção via hard­wa­re, a placa per­mi­te aos cria­do­res de ani­ ma­ção 3D ren­de­ri­zar per­so­na­gens, cená­rios e cenas em tempo real. A placa tem preço suge­ri­do nos EUA de US$ 999. Já a T2-128, mode­lo mais em conta vol­ta­do para cria­do­res ini­cian­tes de con­ teú­do digi­tal, conta com 128 Mb de FireGL X2-256 memó­ria e supor­te para dois moni­ to­res, com saí­das DVI-I e VGA. Basea­do no pro­ces­sa­dor 9600 VPU, o equi­pa­men­to conta com qua­tro ­canais para­le­los de ren­de­ri­za­ção. O mode­lo tem preço suge­ri­do nos EUA de US$ 379. www.ati.com


Swit­cher A Grass Val­ley apre­sen­ta­rá, pela pri­ mei­ra vez, na pró­xi­ma IBC, que acon­ te­ce em Ams­ter­dã entre os dias 11 e 16 de setem­bro, o novo equi­pa­men­to da linha de swit­chers Kayak. O pro­du­ to, inti­tu­la­do 2M/E ­ KayakDD, é uma ver­são expan­di­da do mode­lo 1M/E, apre­sen­ta­do na últi­ma NAB. O 2M/E conta com mais entra­das, mais keyers e mais efei­tos digi­tais incluí­dos em rela­ção ao mode­lo ante­rior. Além disso, conta com um sis­te­ma pro­gra­má­vel de ali­men­ta­ção de con­teú­do para pro­du­ções fei­tas por ­várias esta­ções. O equi­pa­men­to tra­ba­lha tanto em NTSC quan­to em PAL e foi dese­nha­do para pro­du­ção em esta­ções ­móveis, inclu­si­ve ao vivo, e para pro­du­to­ras de peque­no e médio porte.O núme­ro de entra­das do 2M/E é expan­sí­vel, com um míni­mo de 24 entra­das, conta ainda com dez saí­das M/E e moni­tor touch-­screen. Como opcio­ nais estão ainda fea­tu­res como a capa­ci­da­de de tra­ba­lhar com chro­ma­key, cor­re­ ção de cores RGB e um RAM­Re­cor­der. www.thom­son­grass­val­ley.com

2M/E KayakDD: versão expandida do modelo 1M/E conta com mais entradas, mais keyers e mais efeitos digitais incluídos.

Subs­ti­tui­ção de mode­los A Grass Val­ley anun­ciou as novas câme­ras LDK 300 e LDK 500, que subs­ti­tui­rão os mode­los LDK 100 e LDK 200. A arqui­te­tu­ra de pro­ces­sa­men­to de vídeo da LDK 300 ­inclui dois pro­ces­sa­do­res de sinal digi­tal (DSP) e supor­ta adap­ta­do­res triax, o novo Grass Val­ley Digi­tal Wire­less Trax Came­ra ­System (para trans­mis­ são do vídeo sem cabos) e o for­ma­to de vídeo ­DVCPRO 50. Além disso, os novos CCDs tra­ba­lham a par­tir de 2000 lux a F14, o que per­mi­te gra­var em situa­ções de pouca luz até alto con­tras­te. Outra novi­da­de é que os CCDs podem tra­ba­lhar tanto em for­ma­to 4:3 quan­to em 16:9. A câme­ra ainda é com­pa­tí­vel com todos os aces­só­rios desen­vol­vi­dos para os mode­los ante­rio­res LDK. Já a LDK 500 conta com o pri­mei­ro cir­cui­to con­ver­sor de ana­ló­gi­co para digi­tal de 14 bits e é com­pa­tí­vel com o novo sis­te­ma de con­tro­le C2IP, apre­sen­ta­do na últi­ma NAB, que per­mi­te con­tro­lar as câme­ras remo­ta­men­te atra­vés de redes IP. A câme­ra tam­bém per­mi­te con­ge­lar um frame, o que faci­li­ta a con­fi­gu­ra­ção de tons de pele e ainda a sin­cro­ni­za­ção de ­ várias câme­ras. Uma novi­da­de inte­res­san­te é que a câme­ra supor­ta a ins­ta­la­ção de soft­wa­res plug-ins, como, LDK 500 por exem­plo, um cor­re­tor de cores multi-­matriz, permitindo ao usuá­rio ajus­tar uma única cor sem alte­rar as ­outras. A LDK 500 tem a mesma sen­si­bi­li­da­de do mode­lo 300 e tam­bém supor­ta con­tro­les C2IP. www.thom­son­grass­val­ley.com


A produtora de casting Nazaré di Maria se define como uma cigana. Já viajou o mundo inteiro, morou em muitos lugares do Brasil, mas encontrou seu verdadeiro lar em São Paulo. Por mais que viaje, é aqui que a cigana montou acampamento.

q d o E t E d l v N b Q c N E

q o c

Cer­ca­da por cen­te­nas de ato­res, atri­zes, mode­los e dile­tan­tes em busca de seus cinco minu­tos de fama, Naza­ré dá aten­ção para todos e con­se­guiu segu­rar a onda de um teste de VT que exi­gia todos os tipos pos­sí­veis e ima­gi­ná­veis ao mesmo tempo em que con­ce­dia esta entre­vis­ta. Deve estar para nas­cer ­alguém mais apai­xo­na­da pelo que faz. Ser pro­du­to­ra de cas­ting

Nazaré di Maria ­Daniel Soro (1) e Cha­la­bi (2)

­Joyce ­Moraes de Ave­li­no

são os mais novos dire­to­res de cena na equi­pe da Tam­bor Fil­mes. Ambos vie­ram da Dina­ mo Fil­mes e estrea­ram na Tam­ bor com o filme “Hulk”, para a rede de fast-food ­Habib’s.

(3) é o novo refor­ço da equi­ pe da JX Plu­ral. Ela deixa a Aca­de­mia de Fil­mes para assu­mir a asses­so­ria de comu­ni­ca­ção da JX.

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é tudo o que eu sem­pre quis fazer. Tra­ba­lho há 15 anos com isso e não faria outra coisa: nunca tra­ba­lha­ria com figu­ri­no, nem com pro­du­ção de obje­tos. Faço exa­ta­men­te o que gos­ta­ria de fazer na vida.

Nas­ci­da no Mara­nhão, ainda garo­ta Naza­ré se mudou para Minas, onde foi viver com um tio. Não gos­tou muito do lugar, e de lá foi para o Rio, tam­bém para a casa de uma tia. Mas o exces­so de zelo a inco­mo­da­va. Não gosto de nin­guém toman­do conta da minha vida. Tinha 17 anos e deci­diu que que­ria viver em São Paulo. A tia encren­cou: se

Clo­vis Mar­chet­ti acaba de assu­ mir uma vaga como dire­tor de arte na Loduc­ca. Mar­chet­ti vem da MPM, mas já tem pas­sa­gens pela Fis­cher Amé­ri­ca, DM9DDB e ­outras. Ele fará dupla com o reda­ tor gaú­cho Guga Ket­zer, há três anos na agên­cia.

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A Dína­mo Fil­mes con­tra­tou qua­ tro novos pro­fis­sio­nais para o aten­di­men­to. ­Entram para a equi­pe da pro­du­to­ra Moema Porro (ex-Cons­ pi­ra­ção), Leo Alves (ex-Cia Ilus­tra­da), Dimi­tria Car­do­so (ex-­Moreau) e Caro­li­na Longo (ex-Duetz).

A Sen­ti­men­tal Filme está com dois novos dire­to­res: o fotó­gra­fo Bob Wol­fen­son e o publi­ci­tá­rio e cineas­ta Hei­tor Dha­lia. Wol­fen­son foi con­vi­da­do após uma par­ce­ ria na cam­pa­nha publi­ci­tá­ria da Fórum. Dha­lia for­ma­va uma das ­duplas cria­ti­vas da DM9 nos idos de 1995 com outro dire­tor da pro­du­to­ra, Lucia­no Zuffo. Dha­lia diri­giu o longa-metra­gem “Nina”, que deve ­estrear em janei­ro de 2004 e teve sua mon­ta­gem encer­ra­da no mês pas­sa­do. Fotos: Ger­son Gar­ga­la­ka (Nazaré di Maria) e Divul­ga­ção

S v e p à v

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qui­ser ir embo­ra, vai vol­tar para casa. Lá se foi Naza­ré de volta para ­Caxias, a 380 km de São Luiz. Na pri­mei­ra opor­tu­ni­da­de, pegou uma caro­na para o Sul. Em São Paulo, conhe­ceu pes­soas que tra­ba­lha­vam em tea­tro e se empre­gou com o dire­tor e pro­fes­sor de tea­tro Emí­lio Fon­ta­na. Em pouco tempo, já esta­va admi­nis­tran­ do o Tea­tro Paiol e acom­pa­nhan­do as fil­ma­gens de um longa de Fon­ta­na. Mas não agüen­tou muito tempo: resol­ veu ­ ampliar ainda mais seus hori­zon­tes. Mudou para Nova York, onde ficou seis anos fazen­do de tudo: foi babá, faxi­nei­ra de hotel e o que mais pin­tou. Quan­do vol­tou a São Paulo, uma das pri­mei­ras pes­soas com quem se encon­trou foi o dire­tor de tea­tro José Possi Neto, que já conhe­cia da época em que tra­ba­lhou com Emí­lio Fon­ta­na. Eu acho que tenho sorte. Você vê, assim

que vol­tei já encon­trei o Possi, que me apre­sen­tou para o Wel­ling­ton Ama­ral, da 5.6. Fui então tra­ba­lhar com ele como secre­tá­ria.

Sua opção pelo cas­ting acon­te­ceu quan­do ainda tra­ba­lha­ va com tea­tro. Viu a pro­du­to­ra em ação e per­gun­tou o que era pre­ci­so para fazer aqui­lo. Foi orien­ta­da a apren­der na prá­ti­ca, fazen­do está­gios e obser­van­do. Assim que che­gou à 5.6, sabia que era o que que­ria fazer, mas não havia vaga. Aceit­ ei ser secre­tá­ria, mas na pri­mei­ra opor­tu­ni­da­de

con­se­gui um está­gio no cas­ting e colo­quei uma amiga no meu lugar.

­Alguns anos ­depois, deci­diu tra­ba­lhar como free-lan­cer e desde então vem amplian­do sua atua­ção, espe­cial­men­te na área de comer­ciais. Já fez mui­tos cur­tas e sonha com a opor­tu­ni­da­de de fazer um longa. Sei que exis­tem dife­ren­

ças, mas estou louca por essa chan­ce. Para tra­ba­lhar nessa área, é pre­ci­so ter muito jogo de cin­tu­ra. E muito fôle­go. Qual­quer um pode apren­der obser­van­do, mas tem que gos­tar de falar com as pes­soas, pas­sar con­fian­ça. Ape­sar

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­A Aca­de­mia de Fil­mes con­tra­tou Heloi­ se Calan­dra, que vem da Zohar Cine­ ma, para res­pon­der pelo aten­di­men­to da uni­da­de inter­na­cio­nal da pro­du­to­ra. Heloi­se já tra­ba­lhou na Fran­ça e no Bra­sil foi do staff da Cons­pi­ra­ção Fil­mes. A pro­du­to­ra tam­bém con­tra­tou Julia­na Karam para asses­so­rar as áreas de mar­ke­ting e impren­sa.

de que hoje em dia todo mundo quer apa­re­cer. É só você che­gar e dizer que as pes­soas acre­di­tam.

E atual­men­te, a maio­ria das agên­cias está pro­cu­ran­do “ros­tos ­ comuns”. Quan­do o filme pede mode­lão é fácil, é só ligar para a agên­cia. Mas agora esta­mos cada vez mais tendo que pro­cu­rar pes­soas na rua, no boca-aboca. É muito legal quan­do des­co­bri­mos talen­tos, per­ ce­be­mos que a pes­soa pode se dar bem. Mas é bem mais tra­ba­lho­so...

De suas via­gens — a pas­seio ou a tra­ba­lho — vai cole­cio­ nan­do ami­gos e his­tó­rias. De uma série de comer­ciais de cer­ve­ja, fez ami­gos no Nor­des­te todo. De um filme para o exte­rior, ainda hoje rece­be tele­fo­ne­mas dos ­índios com quem tra­ba­lhou. Para se man­ter nessa área, é pre­ci­so ter uma boa rela­ção, mas ser dura. Na brin­ca­dei­ra, acabo con­se­guin­do man­ter a dis­ci­pli­na e con­tro­lar todo mundo. Uma vez eu quase me dei mal, com a Adria­ne Galis­teu. Ela namo­ra­va o Senna e nós com­bi­na­mos um ponto de encon­tro, por­que íamos todos via­jar para as Baha­mas. Ela ia almo­çar com ele, então me pediu para ir dire­to para o aero­por­to. Che­ga­mos lá e ela, nada. Todo mundo fez o check-in, ­entrou no avião, e eu, deses­pe­ra­da, ouvin­do um monte do dire­tor. Aí resol­ve­mos anun­ciar no aero­por­to e logo ­depois eu vejo uma loira enor­me, cor­ren­do, com um bai­xi­nho do lado e uma mul­ti­dão atrás. Come­cei a dar uma bron­ca, e ele quis defen­dê-la, falou que a culpa era dele. Eu esta­va tão louca da vida que colo­quei o dedo na cara dele e disse: “olha aqui, agora você vai embo­ra e leva sua mul­ti­dão com você”. Ele quis revi­dar, mas todo mundo ficou me olhan­do, por­que eu tinha fala­do daque­le jeito com o Senna. ­Depois, ­fiquei conhe­ci­da como a ­mulher que tinha colo­ca­do o dedo na cara do Senna. Mas nunca mais fui mole com nin­guém...

­O mar­ke­ting da Traf­fic pas­sou por uma re­es­tru­tu­ ra­ção, dividindo-se agora em aten­di­men­to, pla­ne­ ja­men­to, cria­ção e co­mu­­ni­ca­ção. O res­pon­sá­vel pela rees­tru­tu­ra­ção é Luiz Eduar­do Bor­ges (9), (ex-Band­S­ports) que diri­ge o depar­ta­men­to de 11 novos negó­cios. Estão na equi­pe Pe­dro Fra­ga (11) (ex-­Sportv) e Celso Mat­su­da (4) (ex-Full 9 12 Jazz), que assu­mem o aten­di­men­to e o pla­ne­ 10 ja­men­to, res­pec­ti­va­men­te. Também na área de planejamento es­tá Gabriel Faria (5). Na cria­ção ­entram o dire­tor de arte Pedro Ha­s­hi­­mo­to (6) (exRedeTV), o desig­ner Emi­lia­no Mi­ran­da (8) (ex-Offi­ci­na 8) e a reda­to­ra Patri­cia Pahl (7) (ex-RedeTV). Ro­dol­fo Rodri­gues (12) dei­xa área inter­na­cio­nal da empre­sa para con­tro­­lar o ­núcleo de in­for­ma­­ção e comu­ni­ca­ção. Lucia­na Menna Bar­re­to (10) (ex-Euro­chan­nel) assu­me a área de comu­ni­ca­ção. ­ SFil­mes trou­xe Maya Mene­zes Mon­te­ne­gro, que atua­va A na Ver­ti­cal Fil­mes, para tra­ba­lhar ao lado de Cacá Orozco.


Pé no bre­que Impos­tos de impor­ta­ção de equipamtos inibem cres­ci­men­to da indús­tria e só favo­re­cem o con­tra­ban­do.

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O setor de pro­du­ção audio­vi­sual é visto como estra­ bu­tá­ria na impor­ta­ção de equi­pa­men­tos, em um té­gi­co em ­ vários aspec­tos. Tem enor­me impor­tân­ movi­men­to que une emis­so­ras de TV, pro­du­to­ras cia cul­tu­ral, cola­bo­ra na inte­gra­ção nacio­nal, gera inde­pen­den­tes de TV e publi­ci­da­de, pro­du­to­ras de empre­gos de forma inten­si­va e tem capa­ci­da­de de cine­ma, loca­do­ras, reven­de­do­res e fabri­can­tes de expor­tar pro­du­tos de altís­si­mo valor agre­ga­do. Em equi­pa­men­tos. resu­mo, vai ao encon­tro de todo o dis­cur­so desen­ vol­vi­men­tis­ta e expor­ta­dor do gover­no Lula. Con­vê­nio Seria de se espe­rar, por­tan­to, que hou­ves­se um No caso das emis­so­ras de tele­vi­são, a situa­ção já foi gran­de estí­mu­lo à implan­ta­ção de um par­que de mais favo­rá­vel. Desde o iní­cio da déca­da de 90 as pro­du­ção moder­no e bem equi­pa­do no País. Mas empre­sas eram isen­tas de ICMS na impor­ta­ção de não é o que acon­te­ce, ao menos por enquan­to. equi­pa­men­tos (sem­pre que vol­ta­dos à pro­du­ção de Os equi­pa­men­tos de pro­du­ção, tanto bens de capi­ con­teú­do e sem simi­lar nacio­nal). ­ Outros seg­men­ tal como câme­ras, VTs, swit­chers etc. tos da pro­du­ção, aliás, como o cine­ma e as quan­to insu­mos essen­ciais como fitas e pro­du­to­ras inde­pen­den­tes, sem­pre plei­tea­ nega­ti­vos, ­sofrem a inci­dên­cia de impos­ ram iso­no­mia nes­sas con­di­ções. A iso­no­mia tos em cas­ca­ta, que podem aumen­tar veio, mas pelo lado opos­to ao ima­gi­na­do. O em 70% ou até mais o valor de um bem con­vê­nio 58, fir­ma­do com o Con­faz (con­ (veja Tabe­la 1). se­lho que reúne os secre­tá­rios de Fazen­da O resul­ta­do: quem pode, e está dos esta­dos), fir­ma­do em 2000, extin­guiu dis­pos­to a cor­rer ris­cos, apela para gra­da­ti­va­men­te o bene­fí­cio, que che­gou a o con­tra­ban­do, e fica “sem pai nem 60% de isen­ção ao final de 2002 e expi­rou mãe”, ou seja, sem garan­tia, assis­tên­ no iní­cio deste ano. cia, supor­te. E quem não pode ou não Hoje o setor de radio­di­fu­são vê uma quer impor­tar “por fora” acaba res­ redu­ção da carga tri­bu­tá­ria de impor­ta­ção trin­gin­do ou mesmo cor­tan­do todos “Sem um incentivo, de equi­pa­men­tos como essen­cial no cami­ os inves­ti­men­tos em cres­ci­men­to e prejudica-se a nho à digi­ta­li­za­ção do con­teú­do. moder­ni­za­ção. “Mesmo antes de se defi­nir um ­padrão competividade É por isso que o setor come­ça a da TV brasileira”, de TV digi­tal, que afe­ta­rá ape­nas a trans­ se arti­cu­lar para redu­zir a carga tri­ diz Nilvan, da Abert. mis­são, há a neces­si­da­de de se digi­ta­li­

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Fotos: Arquivo


e andrémermelstein* andre@telaviva.com.br

Tabela 1 Como é calculado o imposto

zar todo o resto das ope­ra­ções, ou seja, mon­tar estú­dios digi­tais, com câme­ras, swit­chers, VTs, e todo o resto, como arqui­vo etc.”, argu­men­ta José Nil­van de Oli­vei­ ra, asses­sor tri­bu­tá­rio da Abert (Asso­cia­ção Bra­si­lei­ra de Emis­so­ ras de Rádio e TV). “Hoje, com a retra­ção do mer­ ca­do publi­ci­tá­rio e o alto endi­vi­ da­men­to das empre­sas de mídia, a capa­ci­da­de de inves­ti­men­to está res­tri­ta. Sem um incen­ti­vo, pre­ju­ di­ca-se a com­pe­ti­ti­vi­da­de da radio­ di­fu­são bra­si­lei­ra com ­ outros meios, como a Inter­net, e com o con­teú­do estran­gei­ro”, com­ple­ta Nil­van. A asso­cia­ção pro­mo­ve­ rá um estu­do para sele­cio­nar os itens fun­da­men­tais que deve­riam ser bene­fi­cia­dos com isen­ção de II (Impos­to de Impor­ta­ção) e IPI (Impos­to sobre Pro­du­tos In­dus­ tria­li­za­dos) para a implan­ta­ção da digi­ta­li­za­ção com­ple­ta da tele­ visão no Bra­sil. Bene­fí­cios

Os argu­men­tos a favor da isen­ ção ou redu­ção de impos­tos são mui­tos, e for­tes. Um deles é que o setor repre­sen­ta muito pouco na balan­ça comer­cial bra­si­lei­ra. É difí­cil che­gar a um núme­ro exato, até por­que na clas­si­fi­ca­ ção ado­ta­da pelo gover­no para a impor­ta­ção e expor­ta­ção de bens, mui­tas vezes é difí­cil sepa­rar o que é equi­pa­men­to pro­fis­sio­nal do que é para con­su­mo. Um exem­plo: na clas­si­fi­ca­ção “Nega­ti­vos de 35 mm” ­ entram tanto as pelí­cu­las para cine­ma quan­to os fil­mes para máqui­nas foto­grá­fi­cas ­comuns. De qual­quer forma, esti­ma-se no mer­ca­do que em um ano con­si­ de­ra­do muito bom, as impor­ta­ções com equi­pa­men­tos de broad­cast (incluin­do câme­ras, trans­mis­so­ res, swit­chers etc) che­ga­riam a no máxi­mo US$ 200 ­milhões. Con­si­ de­ran­do-se o total de impor­ta­ções do País em 2002, de US$ 47,22 ­bilhões, temos um peso irri­só­rio de 0,04%. Quan­do se fala na digi­ta­li­za­ção

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Além de altas, as alíquotas incidem em cascata, ou seja, cobra-se imposto sobre um valor já tributado. Em resumo, uma operação segue a seguinte fórmula: FOB + Frete + Seguro = CIF Onde: FOB (Free On Board, na sigla em inglês) é o valor do bem na origem e CIF (Cost, Insurance and Freight, na sigla em inglês) é o valor na chegada ao Brasil. Em cima deste valor incidem o II, o IPI e o ICMS. Em um exemplo hipotético, um equipamento de vídeo que custasse US$ 100 na origem (valor FOB), chegaria ao Brasil por cerca de US$ 110 . (estimativa de valor CIF com frete aéreo). . Aí começa a chuva de impostos: US$ 110 + II (13,9%) = US$ 125,30 US$ 125,30 + IPI (14%) = US$ 142,80 US$ 142,80 + ICMS (19%) = US$ 169,90 Arredondando, o equipamento chega ao País . custando 70% a mais que na origem.


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Ou seja, uma even­tual renún­cia fis­cal aca­ba­rá geran­do um bene­ fí­cio muito maior”, diz Nil­van, da Abert. Além disso, há uma ten­dên­ cia cres­cen­te de expor­ta­ção tanto do pro­du­to audio­vi­sual bra­si­lei­ro pron­to (fil­mes, pro­ gra­mas de TV) como de ser­vi­ ços de pro­du­ção para empre­sas do exte­rior (veja maté­ria na pág. 22). Padilha, da Sony: “Com a isenção poderíaOs bene­fí­cios de uma isen­ mos manter estoques no País, fazer leasção maior não ­seriam ape­nas ing e financiamentos”. nos pre­ços dos equi­pa­men­tos. “A isen­ção dimi­nui­ria a buro­ che­ga­riam a no máxi­mo US$ 200 cra­cia, e pode­ría­mos man­ter esto­ ­milhões. Con­si­de­ran­do-se o total ques no País, fazer lea­sing, finan­ de impor­ta­ções do País em 2002, cia­men­tos, pron­ta entre­ga”, conta de US$ 47,22 ­ bilhões, temos um Luis Padi­lha, dire­tor da divi­são peso irri­só­rio de 0,04%. broad­cast e pro­fis­sio­nal da Sony Quan­do se fala na digi­ta­li­za­ção do Bra­sil. da TV, a conta ganha núme­ros Hoje há isen­ção de II para ­alguns mais vul­to­sos. Qual­quer pre­vi­são equi­pa­men­tos, embo­ra aí tam­bém de inves­ti­men­tos ainda é pre­ma­ haja dis­tor­ções. Por exem­plo, um tu­ra, mas no mer­ca­do tra­ba­lha-se VT Rec/Edit é isen­to, mas um VT com a cifra de US$ 1,7 ­ bilhão em Pla­yer, que lá fora sai mais bara­to, dez anos (em sis­te­mas de trans­mis­ não conta com o bene­fí­cio, ape­sar são e retrans­mis­são). Nem tudo, de ­ nenhum dos dois equi­pa­men­ é bom res­sal­tar, em equi­pa­men­to tos ter simi­lar nacio­nal. Resul­ta­do: impor­ta­do. “E a gera­ção de con­teú­ acaba valen­do a pena com­prar o do digi­tal é o que impul­sio­na­rá a equi­pa­men­to mais caro, que chega venda de recep­to­res digi­tais, que ao Bra­sil cus­tan­do menos que o deve somar, ao longo do perío­do de outro. O que o setor quer é ­ampliar tran­si­ção, cerca de US$ 30 ­bilhões. as isen­ções de II e esten­der o bene­ fí­cio para ­ outros tri­bu­tos, como o IPI. “No mundo não exis­tem tari­fas capa

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desse nível. Nos EUA a média é de 3%”, diz Padi­lha (veja as alí­quo­tas bra­si­lei­ras na Tabe­la 2). Neste ponto, cabe uma obser­va­ ção impor­tan­te: os equi­pa­men­tos para os quais se plei­teia a isen­ção são aque­les que não têm simi­lar nacio­nal. Tam­bém, é claro, fala-se ape­nas em equi­pa­men­tos pro­fis­sio­ nais, e não da linha “con­su­mer”. Con­tra­par­ti­da “Quan­do há uma von­ta­de polí­ti­ca de que uma indús­tria acon­te­ça, tem que haver um bene­fí­cio”, diz Édina Fujii, dire­to­ra da loca­do­ra Quan­ta. Ela lem­bra que já houve, Tabela 2 As alíquotas de II e IPI

Confira as alíquotas médias de Imposto de Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados . para equipamentos de produção (valores aproximados). Equipamento de áudio II 18,3% IPI 15,6% Equipamento de iluminação II 18,3% IPI 11,3% Equipamento de vídeo II 13,9% IPI 14%


“Não dá para repassar ao mercado o custo dos impostos de importação”, diz Édina, da Quanta.

no tempo da Embra­fil­me, isen­ções por exem­plo sobre lâm­pa­das para refle­to­ res, um pro­du­to que não é fabri­ca­do aqui. Hoje, ela diz que não tem como repas­sar ao mer­ca­do os impos­tos que paga na impor­ta­ção do insu­mo, o que invia­bi­li­za­ria a loca­ção. O mesmo vale para os equi­pa­men­tos mais pesa­ dos, como refle­to­res etc. Só que aí o que acaba pre­ju­di­ca­do é o pró­prio cres­ci­men­to do setor. “Hoje há fil­mes espe­ran­do para serem pro­du­zi­dos e as loca­do­ras não con­se­guem aten­der a deman­da, por­que nos últi­mos anos não deu para fazer inves­ti­men­tos, para cres­cer.” Édina vem lutan­do há pelo menos 15 anos pela isen­ção tri­bu­tá­ria, com uma pro­pos­ta sim­ples e ori­gi­nal. Como mui­tas vezes as pres­ta­do­ras de ser­vi­ços, como loca­do­ras, labo­ra­ tó­rios, estú­dios de som etc., aca­bam co-pro­du­zin­do os fil­mes de que par­ ti­ci­pam, cobrin­do por exem­plo uma parte das diá­rias, a idéia é que esse valor, hoje inves­ti­do a fundo per­di­ do, possa ser rever­ti­do em ­cupons de isen­ção fis­cal no mesmo valor. “Uma medi­da sim­ples como essa melho­ra­ ria o par­que de pro­du­ção nacio­nal e redu­zi­ria os cus­tos de pro­du­ção”, defen­de. Os altos valo­res pagos em impos­ tos de impor­ta­ção foram temas das

pales­tras de Abra­hão Sochac­zews­ki e Paulo Ribei­ro, ambos da Abele (Asso­ cia­ção Bra­si­lei­ra das Empre­sas Loca­ do­ras de Equi­pa­men­to), duran­te o II Fórum de Pro­du­ção Publi­ci­tá­ria, que acon­te­ceu no dia 25 de julho em São Paulo, orga­ni­za­do pela Apro (asso­cia­ ção das pro­du­to­ras comer­ciais). Segun­do Sochac­zews­ki, 90% das pro­du­ções publi­ci­tá­rias usam equi­pa­ men­tos alu­ga­dos, sendo que as câme­ ras e os equi­pa­men­tos de movi­men­ to de câme­ra são todos impor­ta­dos, assim como 75% dos equi­pa­men­tos de luz. Para ele, a des­va­lo­ri­za­ção da moeda e os altos impos­tos podem levar a indús­tria nacio­nal ao suca­ tea­men­to. “As loca­do­ras não têm verba para re-inves­tir em mais equi­pa­ men­tos”, disse Sochac­zews­ki. “Se o núme­ro de lon­gas-metra­gens cres­cer e hou­ver uma reto­ma­da do cres­ci­men­ to no mer­ca­do publi­ci­tá­rio, vai fal­tar equi­pa­men­to. E impor­tar mais leva ­alguns meses”, com­ple­tou. Já Paulo Ribei­ro afir­mou que as loca­do­ras pagam cerca de 70% de custo de impor­ta­ção, mas alu­gam 40% mais bara­to do que as loca­do­ras inter­na­cio­nais. Ainda duran­te o even­to, Ricar­do Roz­zi­no, geren­te da uni­da­de de São Paulo dos Estu­dios­Me­ga, con­tou que o pay back pre­vis­to para os inves­ti­ men­tos é de 25 anos. “Além disso, os equi­pa­men­tos usa­dos nas fina­li­za­ do­ras têm que ser atua­li­za­dos quase que anual­men­te”. Segun­do Roz­zi­no, além de pagar pelos equi­pa­men­tos pra­ti­ca­men­te o dobro do valor pago pelas fina­li­za­do­ras inter­na­cio­nais, as empre­sas bra­si­lei­ras, por uma ques­tão de mer­ca­do, ­cobram cerca de meta­de do preço cobra­do pelas inter­na­cio­ nais. Outro ponto des­ta­ca­do por ele é a ques­tão do finan­cia­men­to: “Além de pagar caro, no Bra­sil não temos ­nenhum tipo de lea­sing razoá­vel para com­prar os equi­pa­men­tos. Aca­ba­mos com­pran­do tudo à vista, enquan­to as fina­li­za­do­ras inter­na­cio­nais finan­ ciam a com­pra em cinco anos”.

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* Cola­bo­rou fer­nan­do­lau­ter­jung


N達o disponivel


N達o disponivel


mer­ca­do

E la nave va...

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Depois de Cannes, FilmBrazil quer

se institucionalizar. Projeto inclui Muito posi­ti­va. Esta foi a ava­lia­ção da maior parte das reivindicações para melhorar pro­du­to­ras que par­ti­ci­pa­ram da pri­mei­ra apre­sen­ta­ção do pro­je­to Film­Bra­zil duran­te o fes­ti­val de publi­ci­da­de de a competitividade nacional. Can­nes em junho últi­mo. Segun­do o coor­de­na­dor geral do even­to, Eitan Rosen­thal, a percep­ção é de que a par­ti­ci­pa­ção bra­si­lei­ TELA VIVA, seria o de uma film com­mis­sion, nos mol­ ra no fes­ti­val, onde foi mon­ta­do um barco no qual as des norte-ame­ri­ca­nos, com par­ti­ci­pa­ção inclu­si­ve dos pro­du­to­ras rece­biam tanto repre­sen­tan­tes de agên­cias gover­nos fede­ral e esta­duais. de publi­ci­da­de quan­to de pro­du­to­ras inter­na­cio­nais, foi Além da pro­mo­ção do Bra­sil no estran­gei­ro, o Film­ muito boa. “A maio­ria dos pro­du­to­res bra­si­lei­ros não Bra­zil tem ­outras pau­tas. Foi ela­bo­ra­da uma lista de itens tinha expe­riên­cia inter­na­cio­nal. Com­pa­ra­do com onde que na visão dos pro­du­to­res pre­ju­di­cam o desem­pe­nho está­va­mos, foi uma gran­de evo­lu­ção”, conta. Ele cal­cu­la bra­si­lei­ro na com­pe­ti­ção inter­na­cio­nal, e que está sendo que o barco foi visi­ta­do por cerca de 400 pes­soas duran­ enca­mi­nha­da às diver­sas esfe­ras do gover­no para apre­cia­ te o even­to, um públi­co que ia desde pro­du­to­res já com ção. Resu­mi­da­men­te, os itens são os seguin­tes: rotei­ro na mão até pro­fis­sio­nais de agên­cia e curio­sos. Impor­ta­ção de equi­pa­men­tos: a ques­tão vai além O pro­je­to agora ruma para ­outras águas. “O Film­Bra­ dos impos­tos. A asso­cia­ção diz que a buro­cra­cia alfan­de­ zil deve se tor­nar uma asso­cia­ção inde­pen­den­te”, conta gá­ria pre­ju­di­ca a agi­li­da­de neces­sá­ria numa con­cor­rên­cia Rosen­thal. Ou seja, de um pro­je­to vin­cu­la­do ini­cial­ inter­na­cio­nal, e pede a cria­ção de um regi­me espe­cial para men­te à Apro, asso­cia­ção das pro­du­to­ras comer­ciais, o a indús­tria cine­ma­to­grá­fi­ca. Do ponto de vista tri­bu­tá­rio, Film­Bra­zil se tor­na­rá um órgão de fomen­to da pro­du­ção o pro­ble­ma, além dos altos impos­tos para a impor­ta­ção de bra­si­lei­ra para o mer­ca­do inter­na­cio­nal. “Que­re­mos ins­ equi­pa­men­tos e mon­ta­gem de ti­tu­cio­na­li­zar o pro­je­to um par­que nacio­nal moder­ni­za­ e envol­ver ­outras áreas do (veja matéria de capa), está da pro­du­ção, como o tam­bém no regi­me de admis­ cas­ting”, conta Paulo são tem­po­rá­ria. Uma suges­tão ­Schmidt, pre­si­den­te da é a ado­ção do “car­net”, uma Apro. espé­cie de pas­sa­por­te de um Ini­cial­men­te será deter­mi­na­do equi­pa­men­to, cria­da uma enti­da­de acei­to em diver­sos paí­ses, que única, nacio­nal, diri­gi­ per­mi­te sua admis­são no país da por um con­se­lho de sem buro­cra­cia. repre­sen­tan­tes e uma Legis­la­ção tra­ba­lhis­ta: a comis­são exe­cu­ti­va. enti­da­de recla­ma da con­tri­bui­ Mas o mode­lo final ção sin­di­cal de 10% que inci­ ainda será dis­cu­ti­do, de até sobre hos­pe­da­gens, pas­ poden­do ser cria­das, sa­gens ­ aéreas e ali­men­ta­ção por exem­plo, diver­sas de pro­fis­sio­nais, “um tri­bu­to enti­da­des esta­duais. que onera os orça­men­tos e em Um mode­lo “ideal”, Barco das produtoras brasileiras recebeu cerca nada bene­fi­cia a ati­vi­da­de”. segun­do diver­sos pro­ de 400 visitantes durante o festival. Tam­bém levan­ta a ques­tão du­to­res ouvi­dos por l

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Fotos: Divulgação


da buro­cra­cia para a emis­ du­ziu um comer­cial para a ras que mais tem expe­riên­cia inter­na­cio­ são de vis­tos tem­po­rá­rios rede por­tu­gue­sa de super­ nal ante­rior. Só este ano já pro­du­ziu um de tra­ba­lho para dire­to­res, mer­ca­dos Sonae. O inte­ docu­men­tá­rio sobre o surf na Poro­ro­ca ato­res e téc­ni­cos, que pode res­san­te é que o que ­atraiu para uma TV alemã, um clipe do can­tor levar até duas sema­nas, mui­ os euro­peus não foram as Ricky Mar­tin em Sal­va­dor e um comer­cial tas vezes com­pro­me­ten­do pai­sa­gens exu­be­ran­tes ou de sor­ve­te para a Itá­lia, fil­ma­do em Per­ o prazo de um tra­ba­lho. as cur­vas das mula­tas bra­ nam­bu­co, para ficar em ­alguns exem­plos. O Film­Bra­zil ainda se colo­ si­lei­ras, mas a qua­li­da­de e Do fes­ti­val, Roni diz que saiu com cerca ca con­tra a obri­ga­to­rie­da­de o preço de se pro­du­zir no de dez orça­men­tos para fazer. do dire­tor bra­si­lei­ro para País. Afi­nal o filme, cria­do Do alto dessa expe­riên­cia, Roni conta carac­te­ri­zar uma obra como Rosenthal: entidade, para pro­mo­ver um fes­ti­val que o conhe­ci­men­to sobre o Bra­sil, sua nacio­nal. de cer­ve­jas da rede vare­jis­ capa­ci­da­de e preço de pro­du­ção, já é bas­ agora independente, Paga­men­tos e rece­bi­ luta pela desburota, foi roda­do em loca­ção tan­te bom no mundo. “As agên­cias e pro­ men­tos: a enti­da­de con­tes­ cratização. den­tro de um du­to­ras que­rem pro­du­zir ta os altos tri­bu­tos pagos super­mer­ca­ no País. Tem muita gente nas remes­sas de recur­sos quan­do da do em São Paulo, adap­ta­do fazen­do ‘­testes’, que­ren­do con­tra­ta­ção de ser­vi­ços no exte­rior, que para se pare­cer com uma acre­di­tar em nós.” Ele res­ segun­do a Film­Bra­zil às vezes até invia­ loja por­tu­gue­sa. Segun­do sal­ta que esse novo posi­cio­ bi­li­za pro­je­tos que no final tra­riam Paulo ­ Schmidt, da Aca­de­ na­men­to das pro­du­to­ras recur­sos para o Bra­sil. mia, já foram orça­dos tam­ bra­si­lei­ras é essen­cial para bém fil­mes para paí­ses como fazer fren­te a paí­ses como Resul­ta­do con­cre­to Itá­lia e Bós­nia, só para se a ­África do Sul, com carac­ Os resul­ta­dos da pri­mei­ra emprei­ta­da ter uma idéia da diver­si­da­de te­rís­ti­cas simi­la­res às nos­ foram além do mero oti­mis­mo. Pouco do públi­co que “nave­gou” sas, mas que já se abriu ­depois do fes­ti­val, a Trat­to­ria, de Rosen­ com os bra­si­lei­ros. para fora a mais tempo, thal, já orça­va um filme para uma pro­du­ Para João Roni, da pro­ ou a Argen­ti­na, outra boa to­ra fran­ce­sa, e notou um con­si­de­rá­vel du­to­ra cata­ri­nen­se Ocean opção para o mer­ca­do aumen­to nas con­sul­tas inter­na­cio­nais. Films, só a ini­cia­ti­va de reu­ “A imagem da produção inter­na­cio­nal por causa da ­Outras pro­du­to­ras até mesmo fecha­ nir as pro­du­to­ras em um pro­ brasileira no exterior queda do dólar. ram negó­cios e já entre­ga­ram os fil­mes. je­to comum já foi pro­du­ti­va. é muito boa”, afirma É o caso da Aca­de­mia de Fil­mes, que pro­ A Ocean é uma das pro­du­to­ Roni, da Ocean. andré­mermelstein l

Mer­ca­do auto­crí­ti­co

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A Apro e a Abap (Asso­cia­ção Bra­si­lei­ra das Pro­du­to­ras Audio­vi­suais e Asso­cia­ ção Bra­si­lei­ra de Agên­cias de Publi­ci­da­ de, res­pec­ti­va­men­te) orga­ni­za­ram em julho o II Fórum da Pro­du­ção Publi­ci­tá­ ria. O even­to, que tam­bém con­tou com o apoio e a par­ti­ci­pa­ção de ­várias ­outras asso­cia­ções e enti­da­des repre­sen­ta­ti­vas, como ABA, Abele, Abra­far­ma, Abra­fo­ to, Apro­som, Caras do Recla­me, ­Sapesp, ­Sicesp e Sind­ci­ne, vinha sendo pla­ne­ja­

Fórum das Produtoras

do há mais de cinco anos e teve como intui­to aumentar o pro­fis­sio­na­li­smo no mer­ca­do da pro­du­ção publi­ci­tá­ria. Ao mesmo tempo em que fazia uma auto­crí­ti­ca, o mer­ca­do apre­sen­tou ­vários pro­ble­mas enfren­ta­dos e deba­teu algu­mas solu­ções. Entre os pro­ble­mas esta­vam a falta de pro­fis­sio­na­lis­mo de algu­mas empre­sas e até mesmo dos pro­ fis­sio­nais, a queda dos inves­ti­men­tos em publi­ci­da­de e os efei­tos sen­ti­dos em

busca mais profissionalismo e apresenta padronização dos contratos.

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v­ árias eta­pas da ­ cadeia, o aumen­to do custo de pro­du­ção pela des­va­lo­ri­za­ção da moeda e pelos altos encar­gos pagos na impor­ta­ção de equi­pa­men­tos. A Apro apre­sen­tou uma nova tabe­la


O que consta do documento 2

Pedido

de orçamento 2 Orça­men­to 2 Orça­men­to esti­ma­do deta­lha­do apro 2 Orça­men­to resu­mi­do » Espe­lho do con­tra­to de pro­du­ção 2 Ope­ra­cio­na­li­za­ção » Mode­lo ­padrão de con­tra­to de pro­du­ção 2 Fatu­ra­men­to » Pedi­do ­padrão de orça­men­to 2 Res­pon­sa­bi­li­da­des » Story­board/rotei­ro 2 Guar­da do mate­rial » Carta-orça­men­to » Cro­no­gra­ma 2 Con­di­ções espe­cí­fi­cas » Rela­tó­rio das reu­niões 2 Con­tra­to de pro­du­ção 2 Auto­ri­za­ção de fatu­ra­men­to » Lista refe­ren­cial de ­mídias e mer­ca­dos 2 Pedi­do de ­cópias 2 Tabe­la refe­ren­cial de pre­ços Abap/Apro 2 Pro­ce­di­men­tos para emis­são do CPB (Cer­ti­fi­ca­do de Pro­du­to . Bra­si­lei­ro), exi­gi­do pela Anci­ne 2 Resu­mos dos con­tra­tos de pro­du­ção para a Anci­ne 2 Mode­lo de cla­que­te 2 Legis­la­ção 2 Códi­go de ética da Apro

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refe­ren­cial de pre­ços, defi­ni­da em con­jun­to com a Abap, além de uma série de ­ padrões de orga­ ni­za­ção, ética e prá­ti­cas de mer­ca­do, defi­ni­dos para faci­li­tar e pro­fis­sio­na­li­zar a rela­ção entre agên­cias e pro­du­to­ras. A idéia da asso­cia­ção é aca­bar com os pedi­dos de tra­ba­lhos e ser­vi­ços fei­ tos por tele­fo­ne, sem ­nenhum tipo de docu­men­to. Segun­do ­ Andréa Bara­ta Ribei­ro, sócia da O2 Fil­mes e ex-pre­si­den­te da Apro, mui­tas vezes o clien­te pede um núme­ro de ­cópias por tele­fo­ne. Se, por culpa de “um mal-enten­di­do”, a pro­du­ to­ra faz mais ­ cópias, é ela quem tem que arcar com o pre­juí­zo. O docu­men­to apre­­sen­ta­do pela en­ti­­da­de conta com um novo mode­lo de con­tra­to-­padrão e uma série de reco­men­da­ções, como exi­gir da agên­cia brie­fing, rotei­ro e story­board antes de apre­sen­tar um orça­men­to. “É quase impos­sí­vel fazer um orça­men­to justo a par­tir de um rotei­ ro de três ­linhas”, disse o pre­si­den­te da Apro, Paulo ­Schmidt. Quan­to ao mode­lo de con­tra­to, ­Andréa Bara­ ta Ribei­ro reco­men­dou “estar nos com­pu­ta­do­res de todas as agên­cias e pro­du­to­ras”. Além disso, a Apro apre­sen­tou um selo, que deve­rá estar


pre­sen­te nos con­tra­tos, cla­que­tes e ­outros Crí­ti­cas tipos de mate­rial dos afi­lia­dos à enti­da­de. A busca por pro­fis­sio­na­lis­mo se mos­trou O pre­si­den­te da asso­cia­ção das pro­du­ fun­da­men­tal no even­to. Publi­ci­tá­rios e to­ras de áudio Apro­som, Tula Minas­sian, anun­cian­tes não pou­pa­ram crí­ti­cas ao afir­mou duran­te o fórum que a asso­cia­ção mer­ca­do de pro­du­ção. Ser­gio ­ Szmoisz, este­ve “para­da” nos últi­mos anos, mas res­pon­sá­vel pelo mar­ke­ting da Volks­wa­ que está reto­man­do suas ati­vi­da­des. A gen bra­si­lei­ra, elo­giou a ini­cia­ti­va das enti­da­des que orga­ni­za­ram Apro­som apre­sen­tou no even­ o even­to, mas disse que, to um ­manual de nor­mas que enquan­to o mer­ca­do não deve­rão ser segui­das pelos apren­der a tra­tar-se como asso­cia­dos. Além disso, Minas­ indús­tria, não con­quis­ta­rá sian disse estar dis­tri­buin­do a con­fian­ça e o res­pei­to do con­tra­tos de res­pon­sa­bi­li­da­des anun­cian­te. aos asso­cia­dos. “Qual­quer ­Szmoisz afir­mou ainda recém-for­ma­do com uma que os pools de pro­du­to­ mesa de som em casa é um ras que ­alguns anun­cian­tes con­cor­ren­te. Pre­ci­sa­mos defi­ estão mon­tan­do são “amos­ nir ­ padrões e códi­gos para tras de que esta­mos bus­ que as pro­du­to­ras com ­vários can­do pro­fis­sio­na­lis­mo”, anos no mer­ca­do pos­sam com­ em res­pos­ta à crí­ti­ca feita pe­tir”, expli­cou o pre­si­den­te “Novo modelo de contrato por Raul Dória, repre­sen­ da asso­cia­ção. Além disso, a deve estar nos micros das tan­do a Apro, ao mode­lo Apro­som tam­bém está pre­pa­ agências e produtoras”, de negó­cios ado­ta­do por ran­do uma nova tabe­la refe­ algu­mas empre­sas anun­ ren­cial de pre­ços. diz Andrea, da O2.

cian­tes. Para Dória, quem deve esco­lher a pro­du­to­ra são os RTVs das agên­cias de publi­ci­da­de. Já ­ Miguel Patrí­cio, da Ambev, disse que o núme­ro de ­ mídias está cres­cen­do (citan­do Inter­net, TV paga, pai­néis ele­ trô­ni­cos etc.) e a verba para publi­ci­da­de não. “As pro­du­to­ras pre­ci­sam saber pro­ du­zir para ­várias ­mídias simul­ta­nea­men­ te”, ­cobrou. O publi­ci­tá­rio Fábio Fer­nan­des, da F/Nazca, fez crí­ti­cas à pro­du­ção publi­ci­ tá­ria nacio­nal, dizen­do que o Bra­sil tem gran­des ato­res e óti­mos pro­fis­sio­nais de pro­du­ção, “mas a média é muito baixa”. Segun­do ele, o cas­ting bra­si­lei­ro é pés­si­ mo, for­ma­do por “mode­los boni­ti­nhos inca­pa­zes de dizer três pala­vras com natu­ra­li­da­de”. O publi­ci­tá­rio cul­pou a falta de esco­las espe­cia­li­za­das vol­ta­das ao setor e pro­pôs que o pró­prio mer­ca­do de pro­du­ção incen­ti­ve a cria­ção de cur­sos para ato­res, locu­to­res etc.

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fer­nan­do­lau­ter­jung


m ­ aking of L OU­ C U­ R A S P O R D O G UI­ T O S Dogui­tos é o pri­mei­ro “snack” feito para cachor­ros no Bra­sil. Por inau­gu­rar um seg­men­to, o pro­du­to não esta­va sujei­to a poli­ces inter­na­cio­nais e nem a ali­nha­men­tos de comu­ni­ca­ ção. Com mais liber­da­de, a equi­pe de cria­ção pôde se con­cen­ trar em uma cam­pa­nha bem bra­si­lei­ra. Para isso, o cria­ti­vo Mar­cos Tei­xei­ra pen­sou em seus pró­prios cachor­ros. “Esse pro­du­to é dado para os cachor­ros como forma de recom­pen­ sa. E per­ce­bi que os meus fica­vam real­men­te lou­cos quan­do ganha­vam. Foi daí que sur­giu o slo­gan da cam­pa­nha ‘seu cachor­ro faz lou­cu­ras por ­Doguitos’.”

A prin­cí­pio, a cria­ção pen­sou num cachor­ro fazen­do as maio­ res lou­cu­ras, o que ­incluía até uma per­for­man­ce a la ­Michael Jack­son. Mas aos pou­cos os rotei­ros foram se dese­nhan­do e optou-se por assu­mir um maior rea­lis­mo nos movi­men­tos e expres­sões do bichi­nho. Mas nem por isso o per­so­na­gem cani­no deixa de fazer as tais lou­cu­ras. Nos dois fil­mes, o cachor­ri­nho — um Jack Rus­sell muito bem trei­na­do — deixa o dono de boca aber­ta com suas peri­pé­cias. Assim que vê ou ouve falar do pro­du­to, o cachor­ ri­nho come­ça a pular, dan­çar e até falar.

Sósia em 3 D Os fil­mes mis­tu­ram o ani­mal real com uma ani­ma­ção em 3D. Em algu­mas cenas, apa­re­ce só o cachor­ro real. Em ­outras, só a ani­ma­ ção: não houve apli­ca­ção do cachor­ro real no fundo fil­ma­do. Em fun­ção da neces­si­da­de de se cons­truir um mode­lo 3D, com a apli­ca­ção de tex­tu­ras para repro­du­ção da pela­gem, sabia-se que o tra­ba­lho seria faci­li­ta­do por um cachor­ro de pêlo curto e liso. A dire­to­ra Fla­via ­Moraes, então, suge­riu o Jack Rus­sell em ques­tão — mesma raça do cão­zi­nho do filme “O Más­ka­ra”, com quem ela já havia tra­ba­lha­do em um longametra­gem. Mesmo com a gran­de evo­lu­ção dos soft­wa­res, tra­ba­lhar com figu­ras orgâ­ni­cas, espe­cial­men­te pele e pelos, ainda é bas­tan­te com­pli­ca­do. Para criar o sósia vir­tual do cachor­ri­nho, a equi­pe da Casa­ blan­ca, coman­da­da por Bibi­nho, foto­gra­fou o ani­mal real em todas as posi­ções pos­sí­veis. “Estu­da­mos todos os movi­men­tos e usa­mos as fotos para repro­du­zir a tex­tu­ra, os pelos e o foci­ nho, apli­can­do essas ima­gens sobre o mode­lo cons­truí­do em 3D”, expli­ca Bibi­nho.

icha téc­ni­ca fClien­te Nes­tlé do Bra­sil / Nes­tlé Puri­na •Pro­

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setembro de 2003 outu­bro de 2003 agosto maio de de 2004 2003

du­to Dogui­tos •Agên­cia ­ McCann-Erick­son •Dire­ção de Cria­ção Mil­ton Mas­tro­ces­sa­rio •Cria­ção Mar­cos César Tei­xei­ra e Mil­ton Mas­ tro­ces­sa­rio •Pro­du­to­ra Film Pla­net •Dire­ção Fla­via ­Moraes •Foto­gra­fia Lucio Koda­to •Trei­ na­men­to de ani­mais Luiz (Alter­na­ti­vas Dog Show) •Mon­ta­gem Equi­pe Film Pla­net •Tri­ lha VU Stu­dio •Efei­tos Espe­ciais Casa­blan­ca •Fina­li­za­ção Casa­blan­ca


lizan­dra­deal­mei­da lizan­dra@tela­vi­va.com.br

Desa­fio O pro­ble­ma da inte­gra­ção entre a luz fil­ma­da na loca­ção e o mode­lo cons­truí­do vir­tual­men­ te é sem­pre uma das maio­res preo­cu­pa­ções das equi­pes de com­pu­ta­ção grá­fi­ca. Aqui não foi dife­ren­te. “Fil­ma­mos bolas de iso­por em todas as cenas, com a ilu­mi­na­ção do cená­rio, para ser­vir como orien­ta­ção na hora de com­por as ima­gens”, expli­ca Bibi­nho. Ele acre­di­ta que o resul­ta­do do segun­do filme da série, que tem ilu­mi­na­ção notur­na, supe­rou o pri­mei­ro. “A luz mais flat com­ pro­me­te mais, difi­cul­tan­do a com­po­si­ção. A luz notur­na, mais late­ral, pro­duz mais ele­men­tos em qua­dro, mais som­bras, e essa maior quan­ti­da­de de infor­ma­ção faci­li­ta nosso tra­ba­lho de com­po­ si­ção. Quan­do a luz vem de cima sem um ponto fixo, fica mais difí­cil de inte­grar com o mode­ lo”, ana­li­sa.

Um show rea l O cachor­ri­nho deu seu pró­prio show em ­várias cenas — sem a neces­si­da­de de rece­ber uma mão­zi­nha da equi­pe de com­pu­ ta­ção grá­fi­ca. As cenas em 3D são aque­las em que ele rebo­la, fala e esten­de a pati­nha para rece­ber o pro­du­to. Mas as cam­ ba­lho­tas e ­ outras peri­pé­cias, como sal­tos, são resul­ta­do de muito trei­na­men­to. “Quan­do esta­mos crian­do, a ima­gi­na­ção vai longe, mas ­depois vemos que algu­mas situa­ções não só ­seriam impos­ sí­veis como não têm a ver com a pró­pria ana­to­mia do cachor­ro. Como que­ría­mos tra­ba­lhar a com­pu­ta­ção grá­fi­ca em cenas hiper­-rea­lis­tas, vimos que algu­mas ­idéias se tor­ na­riam muito fal­sas. Um exem­plo é a cena em que ele vira a pati­nha para rece­ber o pro­du­to. Esse é um movi­men­to impos­sí­vel para um cachor­ro real, por isso sem­pre pare­cia que, na hora em que vira­va, esta­va que­bran­do a pati­nha. Então tive­mos que estu­dar uma forma total­men­te dife­ren­ te, que tives­se a ver com a ana­to­mia do cachor­ro”, expli­ca o cria­ti­vo Mar­cos Tei­xei­ra.


incentivos

Fim de uma era?

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agosto de 2003

Debate sobre reforma tributária pode transformar a política cultural do País.

Um dos gran­des eixos da mudan­ça ins­ti­tu­cio­nal pro­pos­ ta pelo gover­no Lula, a refor­ma tri­bu­tá­ria, tem colo­ca­do a área cul­tu­ral em esta­do de aler­ta e pode gerar uma trans­for­ma­ção radi­cal no mode­lo de finan­cia­men­to públi­co para o setor con­sa­gra­do nos últi­mos 15 anos, a esta­be­le­ci­do no ato con­ces­só­rio e não poden­do ultra­pas­ cha­ma­da Era dos Incen­ti­vos Fis­cais. sar 12 anos, nem ser pror­ro­ga­do. Na prá­ti­ca, essa reda­ção O texto ori­gi­nal da refor­ma, a Pro­pos­ta de Emen­da sig­ni­fi­ca que a cul­tu­ra não teria cará­ter de excep­cio­na­li­ Cons­ti­tu­cio­nal (PEC) 41/2003, prevê, em seu Arti­go 155 da­de e que os incen­ti­vos exis­ten­tes ­seriam extin­tos assim e nos Arti­gos 90 a 92 do Ato das Dis­po­si­ções Cons­ti­tu­cio­ que ter­mi­nas­se o prazo deter­mi­na­do em cada lei vigen­te. nais Tran­si­tó­rias, a extin­ção de quais­quer meca­nis­mos de A segun­da opção desse pri­mei­ro rela­tó­rio trans­fe­ria o incen­ti­vo via ICMS, base das leis de incen­ti­vo que vigo­ram deba­te para lei com­ple­men­tar, na qual ­seriam defi­ni­dos os em 16 esta­dos bra­si­lei­ros, movi­men­tan­do cerca de R$ 170 regi­mes de tran­si­ção para um novo for­ma­to, incluin­do a pos­ ­milhões por ano em favor de pro­je­tos de ­vários seg­men­tos si­bi­li­da­de de cria­ção de fun­dos, mas vedan­do a con­ces­são de da cul­tu­ra. A medi­da tem por obje­ti­vo extin­guir a cha­ma­ novos incen­ti­vos ou a pror­ro­ga­ção dos já exis­ten­tes. Em seu da “guer­ra fis­cal”. Nos últi­mos dois meses, repre­sen­tan­ Arti­go 92, esta opção con­ce­de uma certa excep­cio­na­li­da­de tes da pro­du­ção cul­tu­ral em todo o País come­ça­ram a se para o setor cul­tu­ral, mas ape­nas até 2004 e até que uma lei mobi­li­zar por mudan­ças na pro­pos­ta, res­sal­tan­do o cará­ter com­ple­men­tar dis­po­nha em con­trá­rio. de excep­cio­na­li­da­de da cul­tu­ra — Rio Gran­de do Sul e Uma sema­na ­depois, em 29 de julho, o rela­tor da refor­ Minas ­Gerais, dois dos esta­dos que movi­men­tam recur­sos ma divul­gou novo rela­tó­rio, no qual ficou aber­ta a pos­si­bi­ mais expres­si­vos atra­vés de suas leis de incen­ti­vo, lide­ram li­da­de de os esta­dos vin­cu­la­rem a con­ces­são de incen­ti­vos o coro dos des­con­ten­tes. Para se ter uma dimen­são do cul­tu­rais à cria­ção de fun­dos esta­duais de fomen­to, atra­vés rombo à vista, basta com­pa­rar os valo­res movi­men­ta­dos da inclu­são de um novo pará­gra­fo no Arti­go 216 da Cons­ pelas leis esta­duais ao orça­men­to do Minis­té­rio da Cul­tu­ra ti­tui­ção, que dis­põe sobre o patri­mô­nio cul­tu­ral bra­si­lei­ro. (MinC), de cerca de R$ 130 ­milhões. No mesmo dia, o depu­ta­do minei­ro decla­rou, em entre­vis­ta As duas últi­mas sema­nas de julho foram reple­tas de cole­ti­va, que não vê pro­ble­mas em dar um cará­ter excep­ revi­ra­vol­tas em rela­ção ao tema. As novi­da­des ao mesmo cio­nal aos incen­ti­vos cul­tu­rais, uma vez que, por seu valor tempo lan­ça­ram uma som­bra maior de incer­te­za sobre o rela­ti­va­men­te peque­no, estes não com­pro­me­tem o equi­lí­ futu­ro das leis e abri­ram novos cami­nhos brio fis­cal. Segun­do a asses­so­ria do depu­ta­do, a para a nego­cia­ção de uma saída para a ques­tão da excep­cio­na­li­da­de da cul­tu­ra deve­rá crise. Em 23 de julho, o rela­tor da refor­ ser tra­ta­da no rela­tó­rio final da Comis­são. ma, depu­ta­do Vir­gí­lio Gui­ma­rães (PT/ MG), divul­gou o pri­mei­ro dos rela­tó­rios Cul­tu­ra não é guer­ra pre­li­mi­na­res com pro­pos­tas de mudan­ça O gran­de obje­ti­vo dos seto­res mobi­li­za­dos no texto ini­cial da PEC. Nos itens rela­cio­ con­tra a extin­ção das leis de incen­ti­vo é con­ven­ na­dos ao incen­ti­vo cul­tu­ral, esse rela­tó­ cer gover­no e Câma­ra dos Depu­ta­dos de que a rio não tra­zia boas novas. cul­tu­ra não se enqua­dra na “guer­ra fis­cal”, um Uma das ­ opções colo­ca­das, no Arti­ dos fato­res com­ba­ti­dos pela atual refor­ma tri­bu­ go 90 do Ato das Dis­po­si­ções Cons­ti­tu­ tá­ria. Na pro­pos­ta apre­sen­ta­da ao pre­si­den­te cio­nais Tran­si­tó­rias, per­mi­tia a manu­ da Repú­bli­ca pelos minis­tros Antô­nio Paloc­ci ten­ção dos incen­ti­vos fis­cais à cul­tu­ra (Fazen­da) e José Dir­ceu (Casa Civil), em abril, — bem como ao fomen­to indus­trial, agro­ Último relatório de fica claro que uma de suas metas é uni­for­mi­zar pe­cuá­rio e aque­les vin­cu­la­dos à estru­tu­ra Guimarães abre espaço as diver­sas legis­la­ções esta­duais refe­ren­tes à por­tuá­ria, espor­te e pro­gra­mas ­sociais para fundos, mas nada cobran­ça do ICMS, agra­va­da “pela gran­de diver­ —, mas com prazo de frui­ção limi­ta­do ao está definido ainda. si­da­de de alí­quo­tas e de bene­fí­cios fis­cais” — cir­ Fotos: Adriano Machado/Ag. BG Press (Walter Feldman), Carlos Humberto/BG Press (Virgílio Guimarães) e Divulgação (Henrique de Freitas Lima)


pauloboccato

paulo@telaviva.com.br

cuns­tân­cias que “tra­zem pre­ dos Wal­ter Feld­­man (PSDB/ juí­zos ao cum­pri­men­to das SP), ­ Jutahy Jr. (PSDB/BA) e obri­ga­ções tri­bu­tá­rias pelos Luiz Car­rei­ra (PFL/BA). Os con­tri­buin­tes, difi­cul­tam a dois pri­mei­ros defen­dem a admi­nis­tra­ção, a arre­ca­da­ excep­cio­na­li­da­de da cul­tu­ra, ção e a fis­ca­li­za­ção do impos­ enquan­to o últi­mo tam­bém to e reme­tem, ainda, a gra­ves abre exce­ção para os seto­ pro­ble­mas eco­nô­mi­cos, pois res de espor­te e edu­ca­ção. os dife­ren­tes tra­ta­men­tos “Quan­­do ­ entrei na polí­ti­ca, esta­be­le­ci­dos pro­vo­cam, mui­ por minha for­ma­ção em Feldman: “Cultura tas vezes, dese­qui­lí­brios con­ medi­ci­na, acha­va que o gran­ cor­ren­ciais e inse­gu­ran­ça na deve ser a única de pro­ble­ma do Bra­sil era defi­ni­ção de inves­ti­men­tos”. exceção dentro da a saúde. Quan­do ­ entrei no O texto con­clui que, ali­nha­ reforma tributária”. PSDB, pas­sei a achar que da às dire­tri­zes de uni­for­ era a edu­ca­ção. Hoje, vejo mi­za­ção e sim­pli­fi­ca­ção, está a “pro­pos­ta que, enquan­to não resol­ver­mos o pro­ble­ma de veda­ção de con­ces­são de bene­fí­cios e da cul­tu­ra, ­nenhum outro esta­rá resol­vi­do. incen­ti­vos fis­cais ou finan­cei­ros, que pro­pi­ Por isso minha defe­sa da excep­cio­na­li­da­ cia­rá, espe­cial­men­te, o fim da com­pe­ti­ção de nesse caso”, decla­ra Feld­man. Para o pre­da­tó­ria entre os esta­dos e a melho­ria da depu­ta­do pau­lis­ta, “o ideal seria que os efi­ciên­cia arre­ca­da­tó­ria do ICMS”. orça­men­tos cum­pris­sem a fun­ção de desen­ O com­ba­te do Poder Exe­cu­ti­vo à guer­ vol­ver a cul­tu­ra bra­si­lei­ra. Mas vemos que ra fis­cal acaba, por­tan­to, pre­ju­di­can­do a essa é uma hipó­te­se muito com­pli­ca­da defe­sa de um cará­ter excep­cio­nal para a cul­ hoje. Então, não vejo por­que não lutar pela tu­ra, pois os depu­ta­dos da ban­ca­da gover­ manu­ten­ção dos incen­ti­vos cul­tu­rais, que nis­ta mais pró­xi­mos ao pro­ces­so temem além de tudo pro­pi­ciam uma apro­xi­ma­ção que isso possa levar a bre­chas para a manu­ com a ini­cia­ti­va pri­va­da. Acha­mos que a ten­ção de incen­ti­vos em ­ outras áreas. Ao cul­tu­ra deve ser a única exce­ção den­tro do mesmo tempo, a divul­ga­ção dos rela­tó­rios pro­je­to da refor­ma tri­bu­tá­ria”. pelo depu­ta­do Vir­gí­lio Gui­ma­rães, numa Feld­man acre­di­ta que a ban­ca­da gover­ sema­na em que o cha­ma­do G5 — grupo nis­ta vê vendo ape­nas o lado tri­bu­tá­rio da de gover­na­do­res cria­do para nego­ciar a ques­tão, sem se dar conta de sua impor­tân­ refor­ma junto à Pre­si­dên­cia da Repú­bli­ca, cia para o setor cul­tu­ral. “Mas acho que que ­inclui Ger­ma­no Rigot­to (RS) e Aécio há uma ten­dên­cia do Vir­gí­lio (Gui­ma­rães) Neves (MG) — pres­sio­na­va o gover­no em enten­der o plei­to que faze­mos pela sobre ­outras ques­tões liga­das ao pro­ces­so, exce­ção”, com­ple­ta. Entre os inte­gran­tes atra­san­do o anda­men­to da refor­ma, dá a da Comis­são, ape­nas o depu­ta­do Luiz sen­sa­ção de que o Poder Legis­la­ti­vo pre­ Car­los Hauly (PSDB/PR) é publi­ca­men­te ten­de mar­car seu ter­ri­tó­rio na ques­tão, cla­ con­trá­rio a qual­quer tipo de exce­ção. Seu man­do por maior auto­no­mia para dis­cu­tir argu­men­to é que qual­quer verba para a seus itens. Essa aber­tu­ra pode ser boa para cul­tu­ra deve vir dire­ta­men­te dos orça­ o setor cul­tu­ral, desde que este tenha fôle­ men­tos — situa­ção bas­tan­te com­ple­xa se go para mobi­li­zar os con­gres­sis­tas em favor pen­sar­mos que, em esta­dos como a Bahia de suas pro­pos­tas. (que conta com sua lei esta­dual de incen­ti­ vo à cul­tu­ra), 90% do orça­men­to são con­ Pro­pos­tas de exce­ção su­mi­dos com des­pe­sas nas áreas de saúde, Atual­men­te, tra­mi­tam na Câma­ra dos edu­ca­ção e folha de paga­men­to. Depu­ta­dos três emen­das ao pro­je­to que Do lado do MinC, a posi­ção é de espe­ra. satis­fa­zem algu­mas de­man­­das do setor de Embo­ra o secre­tá­rio exe­cu­ti­vo, Juca Fer­rei­ pro­du­­ção cul­tu­ral, de auto­ria dos depu­ta­ ra, tenha decla­ra­do, duran­te pales­tras do

Semi­ná­rio Cul­tu­ra para Todos (pales­tras orga­ni­za­das pelo órgão em ­ várias cida­des do País para redis­cu­tir o mode­lo de polí­ti­ ca cul­tu­ral), que o MinC deve lutar para man­ter as leis, há uma ten­dên­cia de que se defen­da um “mode­lo híbri­do”, com a manu­ ten­ção dos incen­ti­vos pelos pró­xi­mos três anos e a gra­dual subs­ti­tui­ção por um mode­ lo de fun­dos de fomen­to, com des­ti­na­ção opcio­nal pelos esta­dos — inclu­si­ve aque­les que não con­tam com leis pró­prias — de 0,5% do ICMS para a pro­du­ção cul­tu­ral. Esse pata­mar é supe­rior à renún­cia de gran­ de parte dos esta­dos — Minas ­Gerais, por exem­plo, que movi­men­ta cerca de R$ 22 ­milhões por ano atra­vés de sua lei de incen­ ti­vo, tem renún­cia de 0,3% do ICMS. Modelo híbrido “Exis­te uma agen­da da maio­ria dos secre­ tá­rios esta­duais da Fazen­da e da Cul­tu­ra, em con­sen­so com o MinC e o Minis­té­rio da Fazen­da, que con­duz para esse mode­lo híbri­do”, diz o asses­sor par­la­men­tar do MinC, Car­los Eduar­do Vala­da­res Araú­jo. “Com isso, nossa expec­ta­ti­va é que, pelo menos, seja dupli­ca­do o valor atual­men­te inves­ti­do via leis de incen­ti­vo, supe­ran­do a casa dos R$ 300 ­milhões. E ainda have­ria uma blin­da­gem, impe­din­do que os recur­sos do fundo fos­sem uti­li­za­dos para paga­men­to de pes­soal e cus­teio da estru­tu­ra pró­pria dos esta­dos”, expli­ca Araú­jo. Essa posi­ção com­bi­na com a pró­pria von­ta­de mani­fes­ ta­da pelo MinC de refor­mar a Lei Fede­ ral de Incen­ti­vo à Cul­tu­ra, pro­pon­do a cria­ção de um fundo de fun­cio­na­men­to seme­lhan­te. O asses­sor vê como única pos­si­bi­li­da­de de uma pro­pos­ta como essa pas­sar que ela seja incluí­da no rela­tó­rio do depu­ta­do Vir­gí­lio Gui­ma­rães. “Não exis­tia uma per­cep­ção clara sobre o que a refor­ma tri­bu­tá­ria acar­re­ta­ria para o setor cul­tu­ral. Quan­do nos demos conta, já era tarde para pro­por a apre­sen­ta­ção de emen­das”, decla­ra. Araú­jo deixa ainda claro que, pas­san­do a pro­pos­ta dos fun­ dos, estes ­seriam auto­no­ma­men­te admi­ nis­tra­dos pelos esta­dos. Para o pro­du­tor e cineas­ta gaú­cho

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Hen­ri­que de Frei­tas Lima, pre­si­den­te da Asso­cia­ção dos Pro­du­to­res Cul­tu­ rais do Esta­do do Rio Gran­de do Sul (APCERGS), uma das asso­cia­ções com maior mobi­li­za­ção pela manu­ten­ção das leis, “não exis­te o con­sen­so defen­di­do pelo MinC em rela­ção ao sis­te­ma misto. Na ver­da­de, aqui no Rio Gran­de do Sul, nós defen­de­mos a exis­tên­cia de fun­dos, mas simul­tâ­neos à lei de incen­ti­vo. Exis­ te até mesmo um fundo já cria­do em nosso esta­do, que não está ope­ra­cio­nal ainda por falta de recur­sos orça­men­tá­ rios — pro­ble­ma que está­va­mos cami­ nhan­do para resol­ver até que sur­giu essa situa­ção gera­da pela refor­ma e que nos obri­gou a parar no meio do cami­nho”, afirma. A lei gaú­cha é a mais ativa do País, movi­men­tan­do cerca de R$ 29 ­milhões por ano e cap­tan­do 100% da renún­cia, ape­sar dos inves­ti­do­res serem obri­ga­dos a uma con­tra­par­ti­da de 25% de dinhei­ro “bom”. Regio­na­li­za­ção Frei­tas Lima conta que o mo­vi­­men­to local tem o apoio de Ger­ma­no Rigot­to em defe­sa das leis, embo­ra o go­ver­na­ dor gaú­cho não tenha le­van­ta­do a pauta na reu­nião do G5 com a Pre­si­dên­cia no dia 23 de julho. “Ve­mos dois cená­rios pos­sí­veis da­qui para fren­te: ou a exce­ ção para a cul­tu­ra apa­re­ce no re­la­­tó­rio final do depu­ta­do Vir­gí­lio Gui­ma­­rães ou tere­mos que bri­gar pela apro­va­­ção das emen­das exis­ten­tes”, diz. Em Minas ­ Gerais, a movi­men­ta­ção

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é pare­ci­da. O secre­ des­ti­na­do ao fomen­to à cul­tu­ra, tá­rio de Cul­tu­ra do meta­de seja para os fun­dos e o Esta­do, Luiz Rober­to res­tan­te para cap­ta­ção dire­ta. Nas­ci­men­to e Silva, Da parte do setor audio­vi­ é um dos mais fer­re­ sual, tem havi­do um rígi­do acom­ nhos defen­so­res do pa­nha­men­to do pro­ces­so, segun­ mode­lo — tendo par­ do a pre­si­den­te do Con­gres­so ti­ci­pa­do, inclu­si­ve, de Bra­si­lei­ro de Cine­ma, Assun­ção sua con­so­li­da­ção, ao Her­nan­des. “Esta­mos com nos­ ocu­par bre­ve­men­te a sas ante­nas liga­das, com o auxí­ cadei­ra de minis­tro lio do Júlio Linha­res, secre­tá­rio da Cul­tu­ra no gover­ da Sub­co­mis­são de Cine­ma do no Ita­mar Fran­co. Sena­do, e com o acom­pa­nha­men­ Para Lima, da APCERGS, Mas o gover­na­dor to das ações das asses­so­rias par­la­ o ideal é a coexistência Aécio Neves ainda men­ta­res do MinC e da Anci­ne”, não assu­miu publi­ dos fundos com as leis de conta. Assun­ção tam­bém decla­ra ca­men­te a defe­sa do incentivo. estar aten­ta às movi­men­ta­ções meca­nis­mo. A atriz nos esta­dos, espe­cial­men­te Rio Mag­da­le­na Rodri­gues, pre­si­den­te do Sin­di­ Gran­de do Sul, Minas ­Gerais e, nas últi­ ca­to dos Ato­res e Téc­ni­cos de Espe­tá­cu­los mas sema­nas, Ceará. de Diver­são minei­ro (Sated-MG) e uma Para ela, “a pro­pos­ta de um sis­te­ma das coor­de­na­do­ras do Fórum Minei­ro de misto, com fundo e incen­ti­vos via cap­ta­ Cul­tu­ra, acre­di­ta que seu esta­do entra­rá ção, é a mais inte­res­san­te. Só pre­ci­sa­mos com força na briga. “A lei esta­dual minei­ garan­tir que os recur­sos dos fun­dos ra é muito boa. Mesmo com con­tra­par­ti­da sejam real­men­te apli­ca­dos na cul­tu­ra de 20%, sem­pre con­se­gui­mos cap­tar o teto de cada esta­do. Um risco que sem­pre se da renún­cia. Além disso, aqui temos muita corre com esse tipo de meca­nis­mo é que difi­cul­da­de em cap­tar pelas leis fede­rais, as ver­bas ­fiquem con­tin­gen­cia­das e aca­ con­cen­tra­das no eixo Rio-São Paulo. Sem bem indo para ­ outras áreas. A van­ta­gem a lei esta­dual, não have­rá tra­ba­lho para da lei de incen­ti­vo é que se garan­te que os nossa cate­go­ria”, diz. recur­sos che­guem nas mãos dos pro­du­to­res “É impor­tan­te que o Minis­té­rio da cul­tu­rais”. Assun­ção afir­ma que o setor Cul­tu­ra nos ajude nessa luta, até por­que cine­ma­to­grá­fi­co pau­lis­ta tam­bém se mobi­ a manu­ten­ção das leis é uma garan­tia li­za para envol­ver a secre­tá­ria de Cul­tu­ra de regio­na­li­za­ção da pro­du­ção cul­tu­ral, do Esta­do, Cláu­dia Cos­tin, e o gover­na­ tema tão caro a este gover­no”, com­ple­ta dor Geral­do Alck­min na dis­cus­são. “É a atriz minei­ra. Mag­da­le­na inclu­si­ve uma bela opor­tu­ni­da­de para que São Paulo defen­de a exis­tên­cia do sis­te­ma híbri­ tenha, final­men­te, recur­sos do ICMS apli­ca­ do, pro­pon­do que, do 0,5% do ICMS dos em sua pro­du­ção cul­tu­ral”, apos­ta.

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audiovisual

MinC come­ça a mos­trar ser­vi­ço

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Secre­ta­ria do Audio­vi­sual lança A falta de públi­co e espa­ço na mídia para os fil­mes nacio­ nais são os alvos prio­ri­tá­rios da Secre­ta­ria do Audio­vi­sual edi­tais para pro­du­ções nacio­nais (SeAv) do Minis­té­rio da Cul­tu­ra (MinC), capi­ta­nea­da e pre­pa­ra pro­je­to com TVs públi­cas. por Orlan­do Senna. Espa­lhar a pro­du­ção cine­ma­to­grá­fi­ca bra­si­lei­ra por todos os can­tos do País é um dos prin­ci­pais obje­ti­vos do minis­té­rio, que quer con­tar com a ajuda das TVs públi­cas bra­si­lei­ras e da Anci­ne, A segun­da ver­ten­te para estí­mu­lo da pro­ como par­cei­ros impor­tan­tes. ­ Depois de du­ção audio­vi­sual, segun­do Senna, é desen­ sete meses de tra­ba­lho, a Secre­ta­ria do vol­ver o mer­ca­do cine­ma­to­grá­fi­co. E isto Audio­vi­sual orga­ni­zou uma lista exten­sa fica­rá a cargo da Anci­ne, que deve­rá regu­lar, de pro­je­tos que deve­rão ser implan­ta­dos fis­ca­li­zar e con­tro­lar o desen­vol­vi­men­to do ainda neste ano. Em mea­dos deste mês de mer­ca­do con­su­mi­dor de fil­mes. Mas a Anci­ne agos­to serão lan­ça­dos vários edi­tais para não deve ficar ape­nas como agên­cia regu­la­ rea­li­za­ção de fil­mes, docu­men­tá­rios, tele­ do­ra do cine­ma. Em mea­dos de julho, numa fil­mes etc. reu­nião com cineas­tas bra­si­lei­ros, o minis­troPara Orlan­do Senna, o pro­je­to estra­té­ chefe da Casa Civil, José Dir­ceu, indi­cou que gi­co da SeAv pode ser divi­di­do em duas a Anci­ne fica­rá sob ges­tão do MinC e terá seu ver­ten­tes. A pri­mei­ra delas é con­se­guir esco­po de atua­ção amplia­do. A inten­ção é que que os fil­mes bra­si­lei­ros sejam assis­ti­dos a agên­cia reto­me o papel ini­cial­men­te idea­li­ pelo maior núme­ro de pes­soas pos­sí­vel. Orlando Senna: za­do para ela e regu­le tam­bém o setor audio­ “O bra­si­lei­ro gosta de seu cine­ma, mas “O brasileiro gosta de seu vi­sual, o que ­inclui as tele­vi­sões. “Quan­do foi não tem aces­so a ele. Pri­mei­ro por­que o cinema, mas não tem acesso cria­da, a Anci­ne deve­ria regu­lar todo o setor ingres­so é muito caro, segun­do por­que a ele”. audio­vi­sual. Mas, na hora de sair do papel, o os lan­ça­men­tos dos fil­mes nacio­nais são gover­no FHC optou por res­trin­gir sua atua­ção muito dis­cre­tos e, final­men­te, por­que ficam muito pouco ao cine­ma”, expli­ca Orlan­do Senna, que desde sua posse tempo em car­taz.” Para Senna, não resta dúvi­da de que na secre­ta­ria defen­de a amplia­ção da atua­ção da agên­cia há gran­de recep­ti­vi­da­de para os fil­mes bra­si­lei­ros. E do cine­ma. uma das estra­té­gias para espa­lhar a pro­du­ção cine­ma­to­ grá­fi­ca será por meio de par­ce­rias com as TVs públi­cas, Par­ce­ria com TV que deve­rão fun­cio­nar como difu­so­ras deste con­teú­do. Em maio deste ano, duran­te o IV Fórum Bra­si­lei­ro de Além disso, o MinC quer con­tar com ­outros pro­ces­ Pro­gra­ma­ção e Pro­du­ção, pro­mo­vi­do por TELA VIVA, sos, como uti­li­za­ção de cami­nhões mam­bem­bes, salas Senna já demons­tra­va sua von­ta­de de rea­li­zar um tra­ públi­cas de pro­je­ção, salas do Sesc, uni­ver­si­da­des etc. ba­lho mais estrei­to com as TVs públi­cas e edu­ca­ti­vas para pro­je­tar o cine­ma nacio­nal. Tam­bém está em fase bra­si­lei­ras. Na oca­sião, suge­ria que se crias­se uma rede de ges­ta­ção uma par­ce­ria com o Minis­té­rio da Edu­ca­ de TVs públi­cas, com fai­xas de pro­gra­ma­ção única. ção (MEC) para que sejam cria­dos os “cine-­fóruns”. A pro­pos­ta não foi adian­te, mas as con­ver­sas entre o Nes­tes even­tos, os alu­nos assis­ti­rão os fil­mes e ­ depois MinC e as TVs públi­cas con­ti­nua­ram e se espe­ra para farão um deba­te sobre a obra. Para que este pro­je­to saia os pró­xi­mos anos uma liga­ção mais ínti­ma entre eles. do papel foi for­ma­do um grupo de tra­ba­lho con­jun­to Para a pre­si­den­te da TVE, Beth Car­mo­na, a rela­ção entre MinC e MEC. entre o MinC e as TVs públi­cas tem sido muito boa Foto: Arquivo


raquel­ra­mos

­raquel@paytv.com.br

e as con­ver­sas cami­nham para que se forme uma par­ce­ria para ­escoar e aju­dar na pro­du­ção audio­vi­sual. Beth disse que está à dis­po­si­ção para aju­dar no que for pos­sí­vel. Pro­je­tos Ainda neste semes­tre, o Minis­té­rio da Cul­ tu­ra lan­ça­rá um edi­tal para a rea­li­za­ção de tele­fil­mes de fic­ção infan­to-juve­nil, cujo orça­men­to está pre­vis­to em R$ 2 ­milhões. O pro­je­to será rea­li­za­do em par­ ce­ria com a TVE. Ainda de olho na par­ce­ria com a tele­vi­são, a SeAv pre­pa­ra um edi­tal para a rea­li­za­ção de 26 docu­men­tá­rios, que serão rea­li­za­dos em par­ce­ria com as emis­so­ras públi­cas bra­si­lei­ras, repre­ sen­ta­das pela Abe­pec (Asso­cia­ção Bra­si­ lei­ra das Emis­so­ras Públi­cas Edu­ca­ti­vas e Cul­tu­rais) e com a ABD (Asso­cia­ção Bra­si­lei­ra de Docu­men­ta­ris­tas). A idéia é criar um efei­to mul­ti­pli­ca­dor, já que

cada uma das emis­so­ras envol­vi­das no pro­je­to rece­be­rá recur­sos para pro­du­zir um docu­men­tá­rio, mas pode­rá exi­bir os ­outros 25 tra­ba­lhos pro­du­zi­dos pelas ­outras emis­so­ras. Para a rea­li­za­ção des­ tes docu­men­tá­rios, o MinC entra­rá com R$ 70 mil e as emis­so­ras com R$ 20 mil, tota­li­zan­do R$ 90 mil para cada docu­men­tá­rio. Os pro­je­tos deve­rão ser rea­li­za­dos em for­ma­to para TV, com 52 minu­tos de dura­ção. O MinC tam­bém quer ­apoiar o sur­gi­ men­to de novos talen­tos e para isso lança neste mês um edi­tal para estrean­tes rea­li­za­rem fil­mes de fic­ção, com baixo orça­men­to. Os valo­res dis­po­ní­veis ainda estão sendo defi­ni­dos. Mas estes não são os úni­cos pro­je­tos do minis­té­rio para o setor audio­vi­sual. Tam­bém neste mês, a SeAv colo­ca na rua ­outros qua­tro edi­tais. Um deles irá finan­ ciar a rea­li­za­ção de 40 fil­mes em curtametra­gem. A impor­tân­cia deste tipo de pro­

gra­ma para a Secre­ta­ria de Audio­vi­sual é que o curta reve­la auto­res, dire­to­res, escri­ to­res etc., o que dá novo impul­so à indús­ tria cine­ma­to­grá­fi­ca. Outro edi­tal é para con­cur­sos em ­mídias digi­tais. O con­cur­so será rea­li­za­do em peque­nos muni­cí­pios e serão fei­tos 40 títu­los. Em par­ce­ria com a Petro­brás, o MinC lança um edi­tal para a rea­li­za­ção de um con­cur­so de tele­fil­mes em curta, média e longa-metra­gem. Serão rea­li­za­dos dez tele­fil­mes. Por fim, have­rá outro edi­tal para desen­vol­vi­men­to de rotei­ro. Nes­tes casos, até o fecha­men­to desta edi­ção, os orça­men­tos para os pro­ gra­mas ainda não ­haviam sido defi­ni­dos pelo minis­té­rio. Como se pode per­ce­ber, o Minis­té­rio da Cul­tu­ra tem uma longa agen­da para os pró­xi­mos três anos e meio de tra­ba­lho. E o setor audio­vi­sual pode espe­rar mudan­ças e muita movi­men­ta­ção no mer­ca­do daqui para fren­te, se o minis­té­rio tiver fôle­go para tirar as ­idéias do papel.

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case mônicateixeira

Uma casa de cineastas

telaviva@telaviva.com.br

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­ enhum sinal indi­ca que o sobra­do do bair­ro Bon­fim, N anti­go ponto da boe­mia em Porto Ale­gre, seja o ende­re­ço do cine­ma gaú­cho. A ausên­cia de pla­cas não é arti­ma­nha de cineas­ta para evi­tar o assé­dio. É sim­ples­men­te medi­da de segu­ran­ça, pre­ven­ção toma­da por quem já foi assal­ta­ do três vezes. Para ­ladrões sedu­zi­dos pela idéia de bilhe­te­rias milio­ná­rias do cine­ma norte-ame­ri­ca­no, deve ser uma decep­ção se depa­rar com ­ pilhas de mate­rial de divul­ga­ ção e pra­te­lei­ras abar­ro­ta­das com latas de fil­mes. Nada que tenha valor no mer­ca­do negro. O valor da Casa de Cine­ma se mede assim: 23 cur­tas, qua­tro lon­gas e mais de 150 prê­mios.

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O ­embrião Tudo come­çou nos anos 80, com a pri­mei­ra ten­ta­ti­va de união de 12 cineas­tas atra­vés de uma coo­pe­ra­ti­va. Todos já ­haviam feito tra­ba­lhos, a maio­ria em Super-8. “A gente pre­ci­sa­va de um ende­re­ço para as pes­soas nos acha­rem. Aí, alu­ga­mos uma casa e jun­ta­mos todos os fil­mes que já tínha­mos feito para faci­li­tar a dis­tri­bui­ção”, conta Lucia­ na Tomasi, produtora executiva. O pri­mei­ro pro­je­to em comum foi o curta-metra­gem “Ilha das Flo­res”, de Jorge Fur­ta­do, lan­ça­do em 1989, o mais pre­mia­do tra­ba­lho da Casa de Cine­ma até hoje. O filme per­cor­reu o mundo intei­ro, inclu­si­ve Japão e Hong Kong, e con­ti­nua sendo ven­di­do para o exte­rior. Um feito incrí­vel para um filme pro­du­zi­do com muita von­ta­de e pra­ti­ca­men­te ­nenhum recur­so. “Não tínha­mos dinhei­ro ­nenhum e deci­di­mos fazer um filme em 35 mm. Gas­ta­mos US$ 5 mil e o resto ganha­mos: filme, som e o labo­ra­tó­rio.” Em 1991, a Casa de Cine­ma se tor­nou uma pro­du­to­ra inde­pen­den­te com seis ­sócios: as pro­ du­to­ras exe­cu­ti­vas Lucia­na Toma­si e Nora Gou­lart, o rotei­ ris­ta e mon­ta­dor Giba Assis Bra­sil, os rotei­ris­tas e dire­to­res Jorge Fur­ta­do, Car­los Ger­ba­se e Ana Luiza Aze­ve­do. Desde então o grupo per­ma­ne­ce o mesmo. Mas, para fazer cine­ma jun­tos é pre­ci­so dis­ci­pli­na e orga­ni­za­ção. A fun­ção de cada um na Casa é bem clara: Lucia­na e Nora par­ti­ci­pam de todos os pro­je­tos, atuan­do desde a cap­ta­ção de recur­sos até a dis­tri­

Sem pro­du­zir para o mer­ca­do publi­ci­tá­rio, produtora de Porto Ale­gre mos­tra como sobre­vi­ver de cine­ma mesmo fora do eixo Rio-São Paulo.

Os sócios: Gerbase, Assis Brasil e Furtado (da esquerda para a direita, em pé); Ana Luisa, Nora e Luciana (sentadas).

bui­ção. Assis Brasil é o mon­ta­dor, Ana Luiza escre­ve e diri­ge cur­tas-metra­gens. Ger­ba­se e Furtado, agora, se dedi­cam aos lon­gas. Até o espa­ço de cada um den­tro da casa é bem defi­ni­ do. As mulhe­res têm salas indi­vi­duais. Já os ­homens pre­fe­ rem divi­dir o mesmo cômo­do. O único dia da se­ma­na em que todos podem ser encon­tra­dos jun­tos na Casa de Cine­ ma é segun­da-feira. Dia de reu­nião. Duran­te duas horas, os seis ­sócios dis­cu­tem os pro­je­tos, fazem as cobran­ças e tro­cam ­idéias sobre os rotei­ros. “Todo mundo dá pal­pi­te”, diz Lucia­na. Esta aber­tu­ra dos rotei­ris­tas tal­vez expli­que as inú­me­ ras trans­for­ma­ções pelas quais passa um rotei­ro até che­gar à forma final. As pri­mei­ras ano­ta­ções de “O Homem que Copia­va” foram fei­tas em outu­bro de 1996. A últi­ma, em setem­bro de 2001, seis dias antes da fil­ma­gem. No meio tempo, Fur­ta­do ainda escre­veu e fil­mou outra his­tó­ria, a pro­du­ção de baixo orça­men­to “Houve uma Vez Dois ­Verões”. O longa “Tole­rân­cia”, de Ger­ba­se, teve 12 ver­

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Fotos: Divulgação


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oes. “Sem­pre tem repa­ros, até atrás de recur­sos para o longa de Ger­ quan­do esta­mos fil­man­do ou ba­se. “O prazo nor­mal é de dois anos mon­tan­do.” para cap­ta­ção. Cinco até con­cluir o pro­ Ger­ba­se agora se dedi­ca ao pró­ je­to de um longa-metra­gem”. “Rotei­ros xi­mo filme, “Rotei­ros Encon­ Encon­tra­dos num Com­pu­ta­dor” tem tra­dos num Com­pu­ta­dor”, custo esti­ma­do de R$ 1,5 ­milhão. atual­men­te na quin­ta ver­são. O pla­ne­ja­men­to e a res­pon­sa­bi­ A his­tó­ria de um cineas­ta que li­da­de tam­bém garan­tem o suces­so morre sem rea­li­zar todos os das pro­du­ções da Casa de Cine­ma. fil­mes que dese­ja­ria e as con­ “A gente nunca come­ça a fil­mar fu­sões cria­das quan­do pes­soas sem ter todo o dinhei­ro.” Lucia­na come­çam a ler seus pro­je­tos reco­nhe­ce que uma das difi­cul­da­des “O Homem que Copiava” custou R$ 4 milhões e concome­çou a ser escri­ta em 2001. de fazer cine­ma no Rio Gran­de do quistou 400 mil espectadores em apenas um mês em O rotei­ro con­cor­reu com ­outros Sul é a dis­tân­cia dos gran­des cen­ cartaz. 130 tra­ba­lhos do mundo intei­ro tros, onde se con­cen­tra o dinhei­ro e foi um dos dez sele­cio­na­dos de empre­sas fede­rais. E como não para as ofi­ci­nas do Fes­ti­val de Sun­dan­ce. cus­tou, no final, R$ 4 ­ milhões. ­ Depois há labo­ra­tó­rios em Porto Ale­gre, trans­ O cineas­ta pas­sou uma sema­na no Rio de de um mês em car­taz, 400 mil pes­soas já por­tar os nega­ti­vos para serem reve­la­dos Janei­ro dis­cu­tin­do o rotei­ro com con­sul­ ­tinham visto a his­tó­ria do ope­ra­dor de em São Paulo tam­bém é outra difi­cul­da­ foto­co­pia­do­ra que fazia dinhei­ro falso de. “Isto enca­re­ce o pro­je­to, além de nos to­res inter­na­cio­nais. em todo o País. dei­xar preo­cu­pa­dos, por­que o risco de Fuga da publi­ci­da­de acon­te­cer algu­ma coisa com o seu nega­ Além de cine­ma, a Casa tam­bém faz Par­ce­rias ti­vo é maior”. pro­du­ções para tele­vi­são e pro­gra­mas A Colum­bia, dis­tri­bui­do­ra do longaO patri­mô­nio da Casa de Cine­ma são elei­to­rais. “Só para par­ti­dos de esquer­ metra­gem “Tole­rân­cia”, lan­ça­do em as pes­soas e as ­idéias. Os equi­pa­men­tos da”, res­sal­ta Lucia­na. Mas, ao con­trá­rio 2000, agora é par­cei­ra. “A Colum­bia se resu­mem a duas câme­ras de vídeo da maio­ria das gran­des pro­du­to­ras do viu o pro­je­to e nos con­vi­dou para dis­tri­ digi­tal Sony DSR300 e uma ilha de País, não faz publi­ci­da­de. “A Casa foi buir”, conta Lucia­na. Em “Houve uma Final Cut Pro, da Apple. Todos os três cria­da para ser uma fuga da publi­ci­da­ Vez Dois ­ Verões”, foi tam­bém co-pro­ lon­gas-metra­gens fei­tos pela Casa foram de, por­que ela te suga muito. É muito du­to­ra, assim como em “O Homem que mon­ta­dos na peque­na sala no segun­ difí­cil jun­tar as duas coi­sas e a gente Copia­va”, que teve ainda outra forte do andar do sobra­do. Os ­ demais equi­ que­ria con­cen­trar a aten­ção no cine­ma.” alia­da na pro­du­ção, a Globo. pa­men­tos são alu­ga­dos e os téc­ni­cos, A rela­ção com a TV Globo come­çou no con­tra­ta­dos por emprei­ta­da. A maio­ria Assim, o grupo pas­sou a atuar em todas as fren­tes da área cine­ma­to­grá­fi­ca. E iní­cio dos anos 90. Even­tual­men­te, os pro­fis­ é de gaú­chos, pois como diz Lucia­na, eles orga­ni­zam mos­tras, cur­sos, ven­dem sio­nais da Casa par­ti­ci­pa­vam da pro­du­ção “artis­tas não fal­tam por aqui”. Ape­sar dos pro­gra­mas “Dóris para Maio­res” e “Bra­ de o elen­co de “O Homem que Copia­va” fil­mes vir­gens. A per­sis­tên­cia e o talen­to sem­pre sil Legal”, de Regi­na Casé. Jorge Fur­ta­do ser basi­ca­men­te de cario­cas e pau­lis­tas, aju­da­ram nos momen­tos de crise. No e Car­los Ger­ba­se escre­ve­ram rotei­ros de além do baia­no Láza­ro Ramos — exi­gên­ gover­no Col­lor, quan­do o cine­ma bra­ minis­sé­ries, entre elas “Memo­rial de Maria cia das co-pro­du­to­ras Globo e Colum­bia si­lei­ro foi pra­ti­ca­men­te extin­to, rea­li­ Moura”, “Engra­ça­di­nha” e “Agos­to”. A pro­ — os talen­tos ­locais tam­bém bri­lha­ram, za­ram ­ vários fil­mes atra­vés de bol­sas, du­to­ra tam­bém rea­li­zou ­vários epi­só­dios da no segun­do esca­lão. entre elas, a da Fun­da­ção Roc­ke­fel­ler e série de con­tos adap­ta­dos para a tele­vi­são A ausên­cia de gaú­chos nos ­ papéis “Brava Gente”. a do Chan­nel 4 da BBC. prin­ci­pais não tirou o sota­que do filme. Agora, um con­tra­to ofi­cia­li­zou a par­ce­ “Nós ten­ta­mos um sota­que o mais gaú­ Os prê­mios tam­bém tor­na­ram pos­ sí­vel a rea­li­za­ção de “Houve uma Vez ria com a Globo. A Casa de Cine­ma vai pro­ cho pos­sí­vel. A gente quer que o filme Dois ­Verões”, pro­je­to de baixo orça­men­ du­zir, ainda para este ano, um pro­du­to que seja visto como é fala­do no Rio Gran­de to feito em DV e 35 mm, e “O Homem mes­cla fic­ção e docu­men­tá­rio com o nome do Sul”, expli­ca Lucia­na. E antes que que Copia­va”. O pri­mei­ro rece­beu R$ de “Cena Aber­ta”. O pro­je­to está sendo ­alguém acuse os dire­to­res de bair­ris­tas, 350 mil do prê­mio Minis­té­rio da Cul­tu­ desen­vol­vi­do em con­jun­to com o ­ núcleo é bom expli­car que não se trata disso. ra e o segun­do foi um dos três pro­je­tos de Guel ­Arraes, mas os deta­lhes ainda são “Seria uma bur­ri­ce fazer cine­ma bair­ ven­ce­do­res do Prê­mioR­GE — Gover­no man­ti­dos em segre­do. ris­ta. A gente não puxa o sota­que. Só do Esta­do do Rio Gran­de do Sul em quer que o sota­que natu­ral apa­re­ça”, 2001, no valor de R$ 1,3 ­milhão, a maior Muito tra­ba­lho pela fren­te argu­men­ta Ger­ba­se. “Quan­to mais uni­ pre­mia­ção para cine­ma do País. O filme E pro­je­tos não fal­tam. Lucia­na agora está ver­sais forem os fil­mes, ­melhor.”

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agosto de 2003


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AGOS­TO (Novas Aplicações) As revis­tas Tela Viva, Pay-TV e Tele­ti­ me pro­mo­vem nos dias 13 e 14 de agos­to o Semi­ná­rio “Solu­ções em tele­ com: as apli­ca­ções via saté­li­te”, no hotel Pau­lis­ta Plaza, em São Paulo. Serão apre­sen­ta­dos cases com as apli­ca­ções do saté­li­te, de tele­me­di­ci­na a cine­ma digi­tal, para usuá­rios, ope­ra­do­ras e pro­ve­do­res de ser­vi­ços em TV aber­ta, pro­du­ção de con­teú­do, TV paga, empre­sas de tele­co­ mu­ni­ca­ções, entre ­outros. Mais infor­ma­ções: tel. (11) 3120-2351, e-mail info@con­ver­gee­ven­tos.com.br ou www.con­ver­gee­ven­tos.com.br.

(Workshop de Produção) A Agência Zapping, com o apoio de Tela Viva, realiza o Workshop de Produção e TV, voltado para estudantes de Rádio e TV, publicidade, pro­dução teatral e profissionais da área que acompanharão como é o trabalho na prá­tica de um produtor de TV, vídeo, cas­ting e eventos. O evento terá como pa­lestrantes Silvia Abravanel, Guto Me­lo e Carlos Gerard e acontece nos dias 30 e 31 de agosto, em São Paulo. Mais informações pelos telefones (11) 6864-6246 e 6672-4332, pelo e-mail contato@agenciazapping.com.br ou no site www.agenciazapping.com.br.

7 a 10 — V Mostra Taguatinga O Cinema 16mm. Taguatinga - DF. Fone/ fax: (61) 351-9629 / 933-3754. E-mail: mostra@mostrataguatinga.com.br. Internet: www.mostrataguatinga.com.br. 13 a 18 — Catarina Festival de Documentários - edição 2003. Balneário Camboriú, Itajaí - SC. Fone/fax: (41) 336-1539. E-mail: araucaria@araucariaproducoes.com. br. Internet: www.araucariaproducoes.com. br. 18 a 23 — XXXI Festival de Gramado - Cinema Latino e Brasileiro. Gramado - RS. . Fone: (54) 286-9533 / 286-9544. E-mail: festcinegramado@gramadosite.com.br. Internet: www.gramadosite.com.br/ festivaldecinema 18 a 23 — XI Gramado Cine Vídeo. Gramado - RS. Fone: (54) 286-6226/ 295-1155. E-mail: gramadocinevideo@gramadosite.com.br. Internet: www.gramadocinevideo.com.br. 18 a 24 — IV Festival Latino Americano de Cine, Vídeo e TV de Campo Grande. MS. Fone/fax: (67) 331-2547. E-mail: cab_ala@ zipmail.com.br. Internet: www.festivaldecampogrande.com.br. 20 a 21 — Seminário de Programação de Televisão Universitária. Gramado - RS. Fone: (19) 3756-7325. E-mail: seminario@abtu.org.br.

Internet: www.abtu.org.br. 28 a 06/09 — 14º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo. SP. Fone: (11) 3034-5538. Fax: (11) 3815-9474. . E-mail: spshort@kinoforum.org. Internet: www.kinoforum.org.

SETEMBRO 2 a 7 — II Curta Santos. SP. Fone: (13) 3219-7456 / 3219-2036. E-mail: t.dantas@terra.com.br. Internet: www.curtasantos.hpg.com.br. 3 e 4 — Mostra Internacional de Filmes de Montanha. Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo - MG, PR, RJ, SP. Fone/fax: (21) 3322-1892. E-mail: 9d@9dproducoes.com.br. Internet: www.banffbrasil.com.br. 3 a 5 — SET 2003. Pavilhão de Congressos do Riocentro, Rio de Janeiro. Fone: (21) 2512-8747. E-mail: set@set.com.br. 11 a 16 — IBC 2003 - International Broadcasting Convention. Amsterdam RAI, Amsterdã, Holanda. Fone: (44-20) 7611-7500. . Fax: (44-20) 7611-7530. . E-mail: show@ibc.org. . Internet: www.ibc.org.


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