Anuário Bahia Indústria Florestal

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Anuário Bahia indústria florestal Ano Base 2012

Anuário Bahia indústria florestal


Ficha técnica:

Conteúdo e revisão:

Pöyry Silviconsult Engenharia Ltda.

Criação de Projeto gráfico e Editoração: Accessing Comunicação accessing@accessing.com.br www.accessing.com.br

Jornalista revisora da versão: Adriana Souza

DRT/Ba 3369

Apoio:

Anuário Bahia indústria florestal

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Carta do presidente

Sustentabilidade nas ações Praticar uma gestão transpar­­e­nte­­­­­­­­ e responsável, que agrega valor ao Estado em que atuam as nossas associadas é o compromisso do Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira de Papel e Artefatos de Papel e Papelão do Estado da Bahia - SINDPACEL.

da Abaf, compartilhamos a visão de que o desenvolvimento é fruto de um diálogo construtivo entre a iniciativa privada, o poder público e a sociedade, em um movimento consciente na busca por soluções que visam o crescimento sustentável e ordenado do setor.

Desde que assumi o compromisso de gerir o Sindpacel, juntamente com os colegas da nova diretoria, atuamos de maneira integrada no intuito de aprimorar nossos processos para transformarmos nossa atividade sindical em um importante eixo para o desenvolvimento do Estado da Bahia.

Hoje, o Sindicato busca uma atuação global com caráter regional. Somos líderes na questão ambiental.

A Bahia possui potencial para se consolidar como um dos maiores polos da indústria de base florestal do mundo, pois possui condições de clima e solo extremamente favoráveis ao plantio de rápido crescimento e um setor privado organizado e com mão de obra qualificada.

Jorge Cajazeira Presidente do Sindpacel.

Somando os esforços, conseguimos mostrar ao público de interesse que somos uma geração de executivos comprometidos não somente com o Estado, mas principalmente com seu povo e seu ambiente natural.

Atuando em parceria com instituições irmãs, como é o caso

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Índice

Apresentação 05 Panorama mundial do mercado florestal Área de plantios florestais 06 Consumo de madeira 08 Produção Industrial Celulose 11 Papel 13 Painéis de madeira compensada e reconstituída 14 Comércio Internacional 16 Caracterização da cadeia produtiva de base florestal da Bahia 19 Área de plantios florestais 21 Produção industrial 24 Consumo estadual de produtos de base florestal 27 Importância socioeconômica do segmento de base florestal para A bahia Indicadores econômicos Produto interno bruto 28 Comércio internacional 29

1.2 Principais mercados internacionais dos produtos de base florestal da Bahia Celulose 31 Celulose solúvel 32 Papel 33 Serrados 34 Ferroligas 35 1.3 Arrecadação de tributos 36 1.4 Investimentos setoriais 36 Indicadores sociais 2.1 Geração de empregos 37 2.2 Áreas de preservação 38 2.3 Índice de Desenvolvimento Municipal Firjan (IFDM) 38 Desafios das indústrias brasileiras e baianas de base florestal 40


Apresentação Um dos mais antigos sindicatos da Bahia, o Sindicato das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia - Sindpacel, está próximo de completar seis décadas de atuação. Nesse período, suas lideranças estiveram à frente da evolução do ramo de papel e celulose com a chegada de novas tecnologias e a incorporação das melhores práticas corporativas e ambientais.

Um sindicato que age em defesa das indústrias que representa e que se preocupa em agregar valor ao desenvolvimento social no Estado em que atua. Mais do que trazer inovação para a produção industrial do Estado, o setor de papel e celulose tornou-se referência para outros segmentos ao agrupar conceitos fundamentais nos dias de hoje, que alinha sustentabilidade nas ações e proporciona ganhos sociais e econômicos.

A entidade também tem como desafio integrar as indústrias de papel e celulose em suas relações com os trabalhadores, governos, órgãos públicos e entidades da sociedade civil organizada. Além disso, busca ser fonte de informações, análises e estatísticas que possam servir de base para o melhor entendimento do setor. Atualmente, o Sindpacel possui representação em 14 fóruns dos segmentos de Meio Ambiente, Governo, Terceiro setor e Conselhos.

Lista de siglas SIGLA ABAF APP BHKP BSKP CERFLOR COFINS CSLL FSC E&R ha ICMS IFDM INSS IPTU IPVA IRPJ ISO ISS ITR m3 ONGS PEFC PIB PIS PMVA RL RPPN R$ SIBF SINPACEL t UKP un US$

SIGNIFICADO Associação Baiana das Empresas de Base Florestal Área de Preservação Permanente Celulose Kraft Branqueada de Fibra Curta Celulose Kraft Branqueada de Fibra Longa Programa Brasileiro de Certificação Florestal Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Forest Stewardship Council Emprego e Renda Hectares Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal Imposto Nacional do Seguro Social Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores Imposto de Renda de Pessoa Jurídica International Organization for Standardization Imposto sobre Serviço Imposto sobre Propriedade Territorial Rural Metro Cúbico Organizações Não Governamentais Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes Produto Interno Bruto Programa de Integração Social Produtos de Maior Valor Agregado Reserva Legal Reserva Particular do Patrimônio Natural Real Sistema Industrial de Base Florestal Sind. das Indústrias do Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão do Estado da Bahia

Tonelada Celulose Kraft não Branqueada Unidade Dólar 5

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Panorama Mundial do Mercado Florestal

Área de Plantios Florestais A área de plantios florestais existentes no mundo é estimada em 129 milhões de hectares, sendo que a China concentra 31 milhões hectares. As florestas plantadas aparecem também como um componente estratégico para países como Estados Unidos (25 milhões de hectares)

e Rússia (14 milhões de hectares). Na América Latina, existem 15 milhões de hectares de plantios florestais, com destaque para os gêneros Pinus e Eucalyptus (Figura 1)

Figura1. Área de Plantios Florestais no Mundo

31

China EUA

25 20

restante da Ásia América Latina

O Brasil possui 47% da área plantada na América Latina.

15

Brasil

14

rússia 12

África 6

Europa Ocidental 4

Oceania 3

Europa Oriental 05

10

15

20

25

30

Milhões de Ha Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

Em 2012, a área plantada de Pinus e Eucalyptus totalizou 6,6 milhões de hectares no Brasil. A maior concentração de plantios florestais está nas regiões Sul e Sudeste, devido à localização das principais unidades­ industriais.

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35


O Brasil possui 47% das áreas de plantios florestais sul-americanas, o que representa cerca de 6% da área plantada mundial. Em 2012, a área brasileira de plantios florestais atingiu 7,1 milhões de hectares. Os plantios de Eucalyptus representaram 71% da área total e os

plantios de Pinus, 22%. Outras espécies perfizeram 7% de área nacional de plantios florestais (Figura 2).

Figura 2. Distribuição da Área Brasileira de Plantios Florestais por Cultura

Pinus 22% Acácia Seringueira Outra

Paricá

7%

Teca Outras Eucalyptus 71% Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

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Consumo de Madeira Em 2012, foram consumidos­, aproximadamente, 1,1 bilhão de m³ de madeira provinda de plantios florestais no mundo, sendo que, 31% desse volume foi utilizado para fins energéticos e 69% para fins industriais (Figura 3).

Figura 3. Distribuição do Consumo Mundial de Madeira Provinda de Plantios Florestais por Classe de Uso Madeira consumida 1,1 bilhões de m3

31%

69%

lenha

Madeira industrial

(341 milhões de m3)

(759 milhões de m3)

59%3

2%

Madeira grossa

(448 milhões de m3)

cobre e vapor

serrados

subprodutos

uso energético

indústria de processamento Mecânico

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

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Madeira de processo (243 milhões de m3)

painéis de Madeira

(cavacos, costaneira, entre outros)

9% outros usos industriais (68 milhões de m3)

celulose

papel e embalagens

fibra reciclada

indústria de papel e celulose


No Brasil, 75% da madeira de plantios florestais consumida anualmente é destinada para fins industriais. Com destaque para os ramos de papel e celulose, serrados, compensados e carvão vegetal (Figura 4).

Figura 4. Participação do Consumo de Madeira por Ramo Industrial­no Brasil

Madeira Tratada 1% Lenha Industrial 25% Celulose e Papel 35%

Carvão 13%

Painéis reconstituídos 7% Serrados e Compensados 19% Fonte: ABRAF (2013), Pöyry Silviconsult (2013)

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Em 2012, o consumo brasileiro de madeira in natura proveniente de plantios florestais foi de 183 milhões de m³, representando 17% de toda a madeira de plantios florestais consumida no mundo (Figura 5).

Figura 5. Consumo de Madeira por Gênero Florestal e Ramo Industrial­no Brasil

200 183

180 160

Milhões de (m3)

140

131

Celulose e papel

120

Painéis reconstruídos

100

Indústria Madeireira

80 60

Carvão

52

Lenha industrial

40

Madeira tratada

20 0

Pinus

Eucalyptus

Fonte: ABRAF (2013), Pöyry Silviconsult (2013)

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Total


Produção Industrial

Celulose O Brasil destaca-se como o terceiro maior produtor mundial de celulose para a fabricação de papel (Figura 6). Em relação à produção de celulose que é

comercializada no mercado, ou seja, não está comprometida somente com a produção de seus derivados, o país lidera o ranking mundial.

Figura 6. Ranking dos Principais Países Produtores de Celulose para Fabricação de Papel

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

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A produção mundial de celulose solúvel (≈4,3 milhões de toneladas) está maciçamente concentrada nos Estados Unidos­(21%), África do Sul (17%), Canadá (14%) e Brasil (10%), conforme ilustra a Figura 7.

Figura 7. Distribuição da Produção Mundial de Celulose Solúvel – 2012

Demais Países 13%

EUA 21%

Vietnã 3% rússia 4%

Suécia 5%

Índia 6%

África do Sul 17%

Áustria 7%

Canadá 14% Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

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Brasil 10%


Papel Em 2012, a produção mundial de papel atingiu o montante de 393 milhões de toneladas, sendo que mais de 50% dessa produção foi destinada a confecção de embalagens de papel. No período, a participação brasileira

na produção mundial de papel representou 4% da produção de papéis para fins sanitários, 2% da produção de papéis para imprimir e escrever e 3% do papel de embalagens (Figura 8).

Figura 8. Participação da Produção Brasileira na Produção Mundial de Papel – 2012

100%

4%

2%

3%

80% 60%

resto do Mundo Brasil

40% 20% 0% Papel para Imprimir

Papel para Embalagens

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

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Painéis de Madeira Compensada e Reconstituída Atualmente, os maiores fabricantes mundiais de painéis de madeira compensada são a China (45 milhões de m³ - 54%) e os Estados Unidos (9 milhões de m³ - 11%). O Brasil é o oitavo produtor mundial, com pouco

mais de 2% do volume total fabricado. Panorama similar é encontrado no mercado de painéis reconstituídos, em que a China­ e os Estados Unidos são os principais países produtores e a produção brasileira representa

3% do volume produzido mundialmente (Figura 9).

Figura 9. Principais Produtores Mundiais de Painéis de Madeira Compensada e Reconstituída – 2012

Painéis Compensados e Lâminas

Painéis reconstituídos

China

China

EUA

EUA

Malásia

Alemanha

Indonésia

rússia

rússia

Polônia

Índia

Canadá

Japão

Turquia

Brasil

Brasil

Canadá

França

Demais Países

Demais Países

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

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O Brasil representa uma parcela significativa da produção mundial de madeira serrada. Em 2012, sua participação respondeu por 6% da produção mundial de serrados (Figura 10).

Figura 10. Distribuição da Produção Mundial de Serrados – 2012 EUA 15%

Demais Países 34% China 11%

Canadá 10% Finlândia 2% Índia 4%

rússia 8%

Suécia 4% Alemanha 6%

Brasil 6%

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

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Comércio Internacional O comércio internacional mundial de produtos de base florestal movimentou mais de US$ 440 bilhões. Entre os maiores exportadores, destacaram-se Canadá­, Alemanha­ , Suécia, Finlândia e China (Figura 11). Os principais

importadores são China­ , Japão, Alemanha, Estados­Unidos e Itália­(Figura 12).

Figura 11. Principais Países Exportadores de Produtos de Base Florestal

EXPOrTAÇÃO

Suécia US$ 35 bilhões Canadá US$ 34 bilhões

Alemanha US$ 43 bilhões

Estados Unidos US$ 48 bilhões

China US$ 21 bilhões

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

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Finlândia US$ 29 bilhões

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Figura 12. Principais Países Importadores de Produtos de Base Florestal

Importação

Reino Unido US$ 20 bilhões

Estados Unidos US$ 33 bilhões

França US$ 20 bilhões

Alemanha US$ 38 bilhões Itália US$ 20 bilhões

China US$ 60 bilhões

Fonte: Secex, adaptado por Pöyry Silviconsult (2013)

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O mercado externo, tem um importante papel no consumo dos produtos brasileiros de base florestal. Em 2012, as exportações do segmento atingiram US$ 7,5 bilhões e o saldo da balança comercial atingiu US$ 5,5 milhões (19,1% da balança comercial nacional). Os principais destinos das

exportações brasileiras dos produtos de base florestal foram Estados­Unidos, China, Holanda e Argentina (US$ 4,5 bilhões – 60%), conforme ilustra a Figura 13.

Figura 13. Principais Destinos dos Produtos Brasileiros da Indústria de Base Florestal

Holanda Inglaterra (Compenssados) (Celulose) Bélgica Alemanha (Compensados) (Celulose/Compensados)

Estados Unidos (Celulose/Papel/Serrados/Painéis)

Arábia Saudita (Serrados)

México (serrados)

Chile (Papel) Argentina (Papel/Painéis)

África do Sul (Painéis)

Fonte: Secex, adaptado por Pöyry Silviconsult (2013)

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China (Celulose)


Caracterização da Cadeia Produtiva de Base Florestal da Bahia A cadeia produtiva do segmento florestal baiano caracteri­zase­­­­ pela grande diversidade de atividades, que compreende desde a produção de madeira até a obtenção de produtos nos ramos industriais de celulose, papel, processamento mecânico, madeira tratada, siderurgia

a carvão vegetal e geração de energia (Figura 14).

Figura 14. Cadeia Produtiva do Segmento Florestal Baiano produção de Madeira in natura

transformação primária

transformação secundária

comércio varejista

construção civil

formas e escoras

plantios de pinus

consumo indústrial e doméstico

Madeira tratada

revendas de Madeira

serrarias embalagens Móveis

produção em geral papel impressão papel ondulado indústrias de celulose

complexo portuário

fins sanitários

plantios de eucalyptus

papel cartão indústrias de celulose solúvel indústrias e comércio

usinas de carvão vegetal

ferroligas geração de energia, calor e vapor

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

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Vale ressaltar que essa cadeia produtiva não pode ser considerada completa em decorrência da ausência de players do ramo de painéis de madeira. O elo de produção de madeira in natura na Bahia é caracterizado pela existência de 617 mil hectares de plantios florestais dos gêneros Eucalyptus e Pinus. Ja o elo de transformação primária, é caracterizado por uma gama de indústrias que processam madeira in natura. São representantes desse elo as serrarias, indústrias de celulose e de celulose solúvel, usinas de tratamento de madeira e usinas de carbonização de madeira.

industrial e doméstico de produtos semiacabados de base florestal. Estão incluídos nesse leque revendedores e distribuidores em geral. Na sequência do comércio varejista, encontra-se um elo da cadeia consumo industrial e doméstico. Nesse elo, destaca-se principalmente o ramo de construção civil e a indústria em geral, que também pode consumir madeira para fins de geração de energia.

No elo de transformação secundária, os produtos da primeira transformação são reprocessados para produzir embalagens de madeira (pallets), caixarias, móveis, formas para concreto, ferroliga, papel, energia elétrica, vapor e calor. O elo de comércio varejista é responsável por abastecer o consumo

Caracterização da Cadeia Produtiva de Base Florestal da Bahia

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Área de Plantios Florestais A Bahia possui 617 mil hectares de plantios florestais dos gêneros Eucalyptus e Pinus, representando 9% da área total de plantios do país (Figura 15).

Figura 15. Ranking Brasileiro de Área de Plantios Florestais por Estado

1492

MG 1186

SP Pr

818

SC

646

BA

617 597

MS 450

rS

860

Outros Mil de Hectares

0

500

1500

1000

2000

Fonte: ABRAF, adaptado por Pöyry Silviconsult (2013)

Na Bahia, as áreas plantadas com Pinus e Eucalyptus quando somadas às áreas florestais preservadas, equivalem a 1 milhão de ha.

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A distribuição geográfica das áreas de plantios florestais da Bahia é ilustrada na Figura 16.

Figura 16. Distribuição Geográfica da Área de Plantios Florestais na Bahia

Euclides da Cunha

Luis Eduardo Magalhães Barreiras

Feira de Santana

Salvador

Jaborandi

Vitória da Conquista

Eunápolis Porto Seguro

Mucuri Fonte: Mapeamento Nacional da Área de Plantios Florestais elaborado pela Pöyry Silviconsult (2013)

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Nos últimos anos, destaca-se o desenvolvimento da atividade florestal nas regiões de Vitória da Conquista, Jequié e Barreiras. Figura 16. Distribuição Geográfica da Área de Plantios Florestais nas Regiões de Vitória da Conquista, Jequié e Barreiras

Fonte: Mapeamento Nacional da Área de Plantios Florestais elaborado pela Pöyry Silviconsult (2013)

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Produção Industrial A Bahia possui um dos maiores parques industrial de celulose do mundo. Em 2012, a produção baiana de celulose alcançou 2,8 milhões de toneladas e a produção de papel, 360 mil toneladas, mantendo o Estado como o 4º maior produtor brasileiro. Ademais, o Estado destaca-se como o principal produtor nacional

de celulose solúvel (91%) e de ferroligas (29%). A Figura 18, ilustra a participação da Bahia na produção nacional de produtos de base florestal.­

Figura 18. Participação da Bahia na Produção Nacional dos Diferentes Produtos da Indústria Nacional de Base Florestal - 2012 Celulose

Celulose Solúvel

16

0.5

Papel 12

14

10

12 8

10 8

0.3

6

6

4

4 2

2

Bahia (20%)

0

Serrados

Bahia (91%)

0

Ferroligas

0

100% da produção de base florestal da Bahia vêm de florestas plantadas, que são recursos renováveis.

Carvão Vegetal 20

1.0

12

Bahia (4%)

18 10

16 14

8

12 10

0.5

6

8 4

6 4

2 0

Bahia (6%)

Bahia (29%)

0

Fonte: Anuário ABRAF (2013) e Pöyry Silviconsult (2013)

Caracterização da Cadeia Produtiva de Base Florestal da Bahia

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24

2 0

Bahia (4%)


Segundo levantamento, o parque industrial de base florestal do Estado é formado por, aproximadamente, 93 empresas, sendo que, o ramo de serrados concentra 81% do total de empresas. Já o ramo de papel e celulose abrange 8%.

Figura 19. Distribuição Relativa do Número de Empresas do Segmento de Base Florestal da Bahia por Ramo Industrial

Siderurgia a Carvão Vegetal 2%

Madeira Tratada 3%

Móveis 6%

Papel e Celulose 8%

Serrados 81%

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

Caracterização da Cadeia Produtiva de Base Florestal da Bahia

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A Figura 20 ilustra a distribuição geográf ica das principais indústrias de base f lorestal da Bahia. Figura 20. Distribuição Geográfica das Indústrias de Base Florestal­da Bahia

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

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Consumo Estadual de Produtos de Base Florestal Nacionalmente, a Bahia se destaca no consumo de celulose, papel e móveis. Além disso, destaca-se também o consumo de lenha para geração de energia e vapor em olarias e na

indústria em geral. O consumo anual estimado dos principais produtos madeireiros de base florestal na Bahia é apresentado na Tabela 1.

Tabela 1. Consumo Anual dos Principais Produtos de Base Florestal­no Estado da Bahia

volume consumido Produto

Brasil

Celulose(t)

360.000

5.794.000

6,2%

Papel1 (t)

476.000

9.570.000

5,0%

Móveis2(un)

23.000

326.000

7,1%

Serrados e PMVA3 (m3)

347.000

8.320.000

4,2%

Carvão Vegatal (m3)

540.000

27.000.000

2,0%

Painéis de Madeira 1 (m3)

58.000

6.500.025

0,9%

Madeira Tratada (m3)

7.000

1.500.000

0,5%

1.680.000

44.700.000

3,8%

Lenha (m3) 1

participação

Bahia

Este item compreende o consumo de papel de imprimir e escrever, embalagem de papel e papel tissue.

2 3

Este item compreende móveis com algum componente de madeira

Produtos de maior valor agregado

Fonte: ANUÁRIO ABRAF 2013 e Poyry Silviconsulting (2013)

Grande parte do consumo baiano de produtos de base florestal - principalmente papel, painéis de madeira e móveis - é suprido por outros estados brasileiros, o que configura uma oportunidade de investimento nesses segmentos.

Caracterização da Cadeia Produtiva de Base Florestal da Bahia

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Importância Socioeconômica do Segmento de Base Florestal para A Bahia

Indicadores Econômicos 1.1 Produto Interno Bruto O segmento industrial de base florestal (SIBF) é um dos mais expressivos da economia baiana. Em 2012, o PIB do segmento atingiu R$ 8,0 bilhões, o que equivale a 5% do PIB estadual (Figura 21). Figura 21. Contribuição do Segmento Baiano de Base Florestal para o PIB Estadual Agronegócio 7%

Construção Civil 8%

Indústria de Transformação 7%

Segmento Florestal 5%

Outros Segmentos 14%

Setor Público 15,7%

Serviços 43%

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

Em relação a 2011, o PIB do segmento florestal baiano acumulou crescimento de 2,6%. Valor superior ao apresentado pelos demais segmentos da indústria de transformação (2,5%) e ao resultado do PIB Agrícola, que acumulou uma queda de 1,3%. O crescimento do PIB florestal foi influenciado positivamente pelo aumento dos preços de celulose no mercado e pela valorização do real frente ao dólar.

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Comércio Internacional No último ano, as exportações da Bahia totalizaram US$ 11,3 bilhões. O segmento florestal foi o segundo mais importante da pauta de exportações estadual­, participando com 16% das exportações totais (Figura 22).

Figura 22. Participação do Segmento Baiano de Base Florestal no Comércio Internacional Outros 52%

Indústria Petroquímica 18%

Soja e Derivados 14% Setor Florestal 16%

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

A participação do segmento de base florestal é significativa para o saldo da balança comercial do Estado. Em 2012, o segmento contribuiu com US$ 1,7 bilhão (49%) para formação do saldo da balança comercial do estado (US$ 3,5 bilhões).

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O mercado internacional é o principal destino da celulose, da celulose solúvel e dos serrados produzidos no Estado da Bahia. As produções de papel e de ferroligas, apesar de serem majoritariamente voltadas ao mercado interno, também implicam em exportações significativas. A produção de carvão

vegetal é totalmente consumida no mercado brasileiro (Figura 23).

Figura 23. Participação Nacional e Internacional do Consumo dos Produtos de Base Florestal da Bahia

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

Importância Socioeconômica do Segmento de Base Florestal para Bahia

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1.2

Principais Mercados Internacionais dos Produtos de Base Florestal da Bahia Celulose Em 2012, as exportações da celulose branqueada somaram aproximadamente US$ 1,2 bilhão, apresentando um decréscimo­de 6,7% em relação ao ano de 2011. Atualmente os principais destinos da celulose exportada pela Bahia são a China e os Estados­Unidos­ , que juntos,

importaram US$ 602,5 milhões (Figura 24).

Figura 24. Principais Destinos das Exportações Baianas – Celulose

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

Importância Socioeconômica do Segmento de Base Florestal para Bahia

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Celulose Solúvel Em 2012, as exportações de celulose solúvel somaram aproximadamente, US$ 0,4 bilhão, mantendo-se no mesmo patamar do valor exportado no ano de 2011. Atualmente, os principais destinos são China e Estados Unidos­­,­ que juntos, importaram US$ 0,3 bilhões (Figura 25).

Figura 25. Principais Destinos das Exportações Baianas – Celulose Solúvel

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

Importância Socioeconômica do Segmento de Base Florestal para Bahia

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Papel O papel é o segundo produto mais exportado pelo segmento de base florestal da Bahia, atrás apenas da celulose. Contudo, vem apresentando quedas desde 2008, quando atingiu o maior valor da série histórica, com aproximadamente US$ 130 milhões. De 2010 para 2012, o valor exportado caiu de US$ 131

milhões para US$ 86 milhões. Os principais importadores de papel baiano são Estados­Unidos­, Peru, Egito, Ilhas Cayman­e Reino Unido (Figura 26).­­­

Figura 26. Principais Destinos das Exportações Baianas – Papel

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

Importância Socioeconômica do Segmento de Base Florestal para Bahia

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Serrados O ramo de madeira serrada representou uma pequena participação no total exportado pelo segmento de base florestal da Bahia, atingindo apenas US$ 685 mil em 2012. Os principais destinos da exportação foram Estados Unidos, Portugal e México­(Figura 27).

Figura 27. Principais Destinos das Exportações Baianas – Serrados

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

Importância Socioeconômica do Segmento de Base Florestal para Bahia

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34


Ferroligas Em 2012, as exportações de Ferroligas somaram, aproximadamente, US$ 123 milhões, apresentando um aumento de 3,5% em relação ao ano de 2011. Atualmente, os principais destinos das exportações são Japão, Holanda, Itália, Chile e Argentina­(Figura 28).

Figura 28. Principais Destinos das Exportações Baianas – FerroLiga

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

Importância Socioeconômica do Segmento de Base Florestal para Bahia

35

Anuário Bahia indústria florestal


1.3

Arrecadação de tributos Em termos tributários, o segmento também dá uma demonstração de força. A arrecadação tributária oriunda das empresas que fazem parte do segmento de base florestal da Bahia, atingiu em 2012 cerca de R$ 1,1 bilhão em tributos federais, estaduais e municipais.

1 Para o cálculo do montante arrecadado pelo segmento de base florestal consideraram-se os seguintes tributos: IPTU, IPVA, INSS, ITR, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, ISS, ICMS, entre outros. É importante ressaltar que foram considerados­as desonerações e benefícios fiscais concedidos a alguns ramos do segmento

1.4

Investimentos Setoriais A Bahia posiciona-se como o quarto estado brasileiro no ranking de destino dos investimentos anunciados em 2012 no Brasil, com um montante de US$ 10 bilhões.

para fins socioambientais em prol das comunidades influenciadas pelos empreendimentos de base florestal e R$ 7 milhões em projetos de pesquisa e desenvolvimento.

No ano, os investimentos do segmento florestal totalizaram R$ 350 milhões (3,5% do investimento total), incluindo investimentos industriais, implantação de plantios florestais e melhoria de infraestrutura de apoio. Ademais, está incluído neste montante, o valor de R$ 21 milhões que foram destinados

Os investimentos previstos para o período de 2014-2020 estão estimados em R$ 8 bilhões, contemplando desde a expansão de unidades industriais até a instalação de centros de distribuição no estado.

Importância Socioeconômica do Segmento de Base Florestal para Bahia

Anuário Bahia indústria florestal

36


Indicadores Sociais 2.1

Geração de empregos Os reflexos positivos da atividade florestal também são percebidos na geração e manutenção de postos de trabalho no campo e na indústria, absorvendo parte da mão-de-obra dispensada por outras atividades econômicas em regiões fora dos centros urbanos. Estima-se que o número de empregos mantidos pelo segmento florestal baiano seja da ordem de 320 mil, sendo 40 mil empregos diretos, 100 mil indiretos e 180 mil resultantes do efeito-renda, sendo que os empregos gerados pelo segmento florestal estão distribuídos principalmente fora do meio urbano.

Na Bahia, o salário médio dos trabalhadores da atividade silvicultural (plantio e manutenção de florestal) é de R$ 905/ mês (11% superior ao salário pago aos trabalhadores do segmento agropecuário do estado, R$ 805 por mês). Ademais, destaca-se que o salário médio dos trabalhadores da indústria florestal é R$ 1.610/mês, o que está alinhado com o salário médio da indústria baiana de transformação­(Figura 29).

Figura 29. Salário Mensal Médio por Atividade Econômica no Estado da Bahia 1600

1410

1400

Salário Mensal Médio (r$)

1200 905

1000 813 800 600 400 200 0 Agricultura e Pecuária

Atividade Florestal

Segmento de Celulose e Papel

Fonte: CAGED/MTE (2013), Pöyry Silviconsult (2013)

Importância Socioeconômica do Segmento de Base Florestal para Bahia

37

Anuário Bahia indústria florestal


2.2

Áreas de Preservação O principal benefício indireto proporcionado pelo segmento florestal no Estado da Bahia é a preservação de 404 mil hectares de florestas naturais sob a forma de Áreas de Preservação Permanente (APPs), de Reservas Legais (RLs) e de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

As empresas baianas de base florestal preservam aproximadamente 0,7 hectares para cada hectare efetivamente plantado. Outras atividades intensivas na utilização de terras, preservam somente 0,1 hectares a cada hectare efetivamente utilizado.

2.3

Índice de Desenvolvimento Municipal­Firjan (IFDM) O segmento florestal baiano, além de participar para a contribuição dos macroindicadores­ econômicos, também contribui significativamente para a melhoria da qualidade de vida da população localizada em suas regiões de atuação. Ao analisar o IFDM de municípios baianos, onde a atividade florestal possui destaque, observa-se que entre

2000 e 2010 houve, de modo geral, um avanço na melhoria da qualidade de vida de suas populações, principalmente no que se refere aos critérios de educação e saúde (Figura 30).

Importância Socioeconômica do Segmento de Base Florestal para Bahia

Anuário Bahia indústria florestal

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Figura 30. Avanço Médio do Índice FIRJAN em Municípios Baianos com Destaque na Atividade Florestal

0.61 0.47

0.75

0.51

0.61

0.42

2010

2000 E&r

Educação

Saúde

Fonte: FIRJAN, 2013

2 O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), indicador semelhante ao IDH, que monitora anualmente o desenvolvimento econômico, social e humano dos municípios sob a ótica de indicadores considerados essenciais, como emprego, renda, educação e saúde, retrata um maior nível de desenvolvimento municipal quando esses indicadores se aproximam do valor 1.

Mucuri, Eunápolis, Alagoinhas, Pojuca e Teixeira de Freitas.

3

É importante ressaltar que a grande parte dessa melhoria da qualidade de vida ocorreu devido aos empregos gerados, programas desenvolvidos e investimentos realizados pelas empresas baianas do segmento de base florestal.

Importância Socioeconômica do Segmento de Base Florestal para Bahia

39

Anuário Bahia indústria florestal


Desafios das Indústrias Brasileiras e Baianas de Base Florestal A produtividade dos plantios de Eucalyptus da Bahia é a maior no mundo, principalmente pelas condições edafoclimáticas regionais e pela tecnologia de ponta empregada na cultura (Figura 31). Ademais, a Bahia possuiu outras vantagens comparativas

aos demais estados do Brasil, quais sejam: desburocratização ambiental para plantio e corte dos plantios florestais e maior facilidade para escoamento da produção setorial até os portos.

Figura 31. Benchmarking Mundial da Produtividade de Eucalyptus

45 40 35

m3/ha.ano

30 25 20 15 10 5 0

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

Apesar da incontestável importância econômica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o Brasil e para Bahia, o ambiente de negócio para o desenvolvimento da atividade florestal no país não é dos melhores. A competitividade dos produtos florestais nacionais está se deteriorando frente

Anuário Bahia indústria florestal

40

aos seus principais concorrentes internacionais. No início desta década, o Brasil ostentava o status de país com o menor custo mundial de produção de madeira de processo. No entanto, após doze anos o país perdeu quatro posições. Atualmente, é mais caro produzir madeira para uso na

indústria de celulose no Brasil do que na Rússia, Indonésia e Estados Unidos (Figura 32). Nesse contexto, vale ressaltar que a Bahia continua tendo o menor custo de produção de madeira de processo no mundo, entretanto, com uma margem significativamente inferior ao indicador de 12 anos atrás.


Figura 32. Benchmarking Mundial­de Custo de Produção de Madeira­de Processo

2012

2000

Bahia

Brasil

rússia

rússia

Indonésia

Indonésia

EUA

Áfria do Sul

Brasil

EUA

Canadá

Canadá

Áfria do Sul

Chile

Finlândia

França

Chile

Finlândia

França

Austrália

Portugal

Portugal

Espanha

Espanha

Austrália

0

20

40

60

80

100

0

20

40

US$/m sub at mill gate

60

80

100

US$/m sub at mill gate

3

3

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

Em 2012, a inflação do setor florestal brasileiro, medida pelo INCAF-Pöyry­ , foi de 14,7%, três vezes superior ao IPCA (5,8%) e quatro

vezes superior à inflação internacional média (4,0%), conforme ilustrado pela Figura 33.

350 INCAF

IPCA

Figura 33. Comportamento

Inflação Internacional

da Inflação Setorial de

300

Custos, IPCA e Inflação Internacional

250

200

150

Fonte: Pöyry Silviconsult (2013)

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

2000

100

Índice Nacional de Custos da Atividade Florestal

41

Anuário Bahia indústria florestal


O aumento generalizado dos custos de produção de madeira no Brasil está reduzindo significativamente, a rentabilidade da indústria integrada de base florestal e dos produtores independentes de plantios

florestais. Em 2000, as melhores fábricas de celulose no Brasil tinham uma vantagem competitiva de custo de produção de, aproximadamente, 175 US$/t em relação à média da indústria mundial. Já em 2012,

200

esta vantagem caiu para cerca de 80 US$/t. O Brasil vem perdendo a liderança mundial para países como Uruguai, Chile e Indonésia­(Figura 34).

Figura 34. Evolução do Diferencial de Custo de Produção de Celulose

150

BHKP – Melhor do Brasil

us$/toneladas

versus Média Mundial

100

50

0 2000

2012

2005

Fonte: Pöyry Internacional (2012)

Apesar do momento de desafios, investimentos em planos florestais são uma ótima alternativa para composição de portfólios, por ser um ativo que apresenta ganhos dissociados

Figura 35. Evolução do Índice de Rentabilidade da Atividade Florestal versus outros Indicadores de Rentabilidade de Investimentos

450

IRT - Pöyry

400

IPCA

do comportamento do mercado de ações e ter comportamento associado à inflação, além do “crescimento biológico”. Entre 2000 e 2012, a rentabilidade média de ativos florestais

brasileiros, medida pelo IRT-Pöyry­­, foi 7,3% a.a., indicador superior à inflação do período e ao retorno de outros investimentos de baixíssimo risco (Figura 35).

Ibovespa: em 2012 acumulou perda de 2,7%.

Ibovespa

350 300 250

IRT: em 2012 apresentou ganhos de 1%.

200 150

Fonte: IPEA e Pöyry Silviconsult (2012).

Desafios das Indústrias Brasileira e Baiana de Base Florestal

Anuário Bahia indústria florestal

42

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

2000

100

Índice de Rentabilidade de Investimentos em Ativos Florestais


A Bahia possui potencial para se consolidar como um dos maiores polos da indústria de base florestal do mundo, todavia, para que isso aconteça é necessário que sejam proporcionados condições para a indústria regional manter-se competitiva

e diversificada. Especificamente em relação ao setor florestal, a Bahia precisa aproveitar de maneira eficaz seu potencial, eliminando as principais barreiras que atrapalham o avanço setorial, sejam elas:

Insegurança jurídica: a restrição de compra de terras por estrangeiros e a não regulamentação do tema para a manutenção da entrada de capitais com foco produtivo inviabilizou mais de R$ 6 bilhões de investimentos previstos na indústria baiana de base f lorestal.

Tributação complexa e excessiva: as empresas brasileiras gastam um terço do ano para lidar com impostos. Atualmente, são 88 tributos federais, estaduais e municipais. Além disso, as regras tributárias mudam constantemente: 46 normas publicadas diariamente pela receita federal.

Infraestrutura deficitária e precária: nos países emergentes, a relação Investimento/PIB é de, aproximadamente, 30%. No Brasil, esse indicador não supera os 20%. O custo logístico nos Estados Unidos para levar uma tonelada de celulose ao porto é de, aproximadamente, US$ 20. No Brasil o desembolso com esse componente pode chegar a US$ 90.

Legislação trabalhista excessivamente onerosa: os encargos trabalhistas no Brasil representam em média 60% do salário base, em quanto na China esse indicador é de 31%, nos Estados Unidos 9% e na Dinamarca 6%.

Desafios das Indústrias Brasileira e Baiana de Base Florestal

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Anuário Bahia indústria florestal


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