Relatorio jornadas 2011

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RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011 AORP

OBSERVATÓRIO DE TENDÊNCIAS E DE INTERNACIONALIZAÇÃO OURIVESARIA


Título: Observatório de Tendências e de Internacionalização – Relatório de Atividades 2011

Promotor: Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal Porto, Dezembro 2011

Realizado por: QUID IDEIAS Estudos e Projectos, Lda / Francisca Bonet Funktor Consultoria, Lda.

Design e paginação: Silvia Silva AORP

Impressão: Funktor Consultoria, Lda

Tiragem: 50 Exemplares Projeto com o apoio do Programa Operacional Fatores de Competitividade / SIAC


O OBSERVATÓRIO DE TENDÊNCIAS E DE INTERNACIONALIZAÇÃO 1 . TENDÊNCIAS 2011 1.1. Valores Moda Aplicados ao Mercado da Ourivesaria

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Distinção entre Moda e Valor Moda

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Elementos da Linguagem Moda

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A Linguagem Moda Através dos Novos Media: As Redes Sociais

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1.2. Tendências de Ourivesaria

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Um Apontamento Moda vs Joia

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Tendências Verão 2013 Adaptadas ao Setor da Ourivesaria

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2. INTERNACIONALIZAÇÃO E MERCADOS 2011 2.1 . Evolução da Balança Comercial Internacional

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Principais Indicadores Actividade Sectorial

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Balança Comercial – Evolução 2010

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2.2. Acompanhamento dos Mercados Internacionais

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BIBLIOGRAFIA

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ANEXO

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O QUE É?

O observatório de tendências e de internalização implementado pela AORP no seio do setor da ourivesaria de Portugal, consiste na implementação duma metodologia destinada à observação, à pesquisa, e à análise de dados e informações relevantes para a atividade sectorial. Funciona como um orgão de prospeção e produção de informação adaptada. Possibilita colmatar fragilidades, possibilitando a capacitação e o melhor alinhamento com o universo da moda e as últimas tendências estilísticas e comercias.

COMO?

Está estruturado em duas atividades principais: Recolha e produção de informações sobre tendências estilísticas e estéticas no sector da ourivesaria e da fileira moda; Tratamento e divulgação de dados sobre balança comercial, acesso quantitativo e qualitativo aos mercados internacionais.

PARA QUEM?

PME do setor e agentes da envolvente do setor da ourivesaria em Portugal. Decisores institucionais.

OBJETIVOS

Estratégicos: Melhorar o conhecimento e a introdução de inovação no setor; Promover a implementação de soluções adaptadas para aumentar a competitividade sectorial. Específicos: Desenvolver um Observatório para estudo de tendências e de mercados; Utilizar articuladamente os recursos disponíveis em termos de conhecimento de tendências de mercado, para fomentar a competitividade e a internacionalização; Produzir conhecimento adaptado ao público-alvo das PME setoriais.

METODOLOGIA

A implementação do Observatório forma parte de um projeto mais global “Ourivesaria On the Move”, apoiado pelo Programa SIAC – Sistema de Incentivos das Acções Coletivas. Ambiciona fortalecer a dinâmica iniciada no projecto “Ourivesaria XXL” (2009-2010) de geração de informação e conteúdos de base estratégica para o sector da ourivesaria nacional e assegurar a sua divulgação e aproveitamento operacional por parte das PME. Também permite assegurar a presença da AORP e da ourivesaria nacional nas atividades da envolvente internacional. As atividades do Observatório resumemse em: Levantamento da informação existente sobre mercados e tendências no sector da ourivesaria e da fileira moda (Divulgação regular de informação adaptada às PME e apresentação das conclusões anuais nas Jornadas de Ourivesaria); Seguimento da balança comercial internacional e dos mercados a partir da presença sistemática nas principais 4

feiras e salões setoriais a nível mundial (Participação em Feiras e realização de relatórios da visita com informações práticas e com a auscultação direta da situação do sector); Divulgação nos meios de comunicação da AORP e Apresentação das conclusões anuais durante as Jornadas da Ourivesaria). O trabalho foi desenvolvido entre janeiro e dezembro de 2011. As realizações foram validadas na segunda edição das Jornadas de Ourivesaria, organizadas em 15 de dezembro de 2011, na sede da AORP. A sessão contou com a participação de dirigentes de empresas, responsáveis e formandos dos centros de formação e escolas de ourivesaria e agentes setoriais.


Trend = a general or prevailing direction, tendency, or inclination / a general movement or change / current style, fashion, or taste Trendsetter = somebody who starts a new trend in fashion or popularizes an idea, theory, etc...

“Para criar tendências é preciso ter um olhar visionário, estar aberto a um novo modelo mental e sair da zona de conforto.” “Acompanhar as tendências é fundamental para as organizações. É pois essencial compreender as mudanças sociais e as novidades para posicionar o negócio corretamente e adequá-lo às novas situações.”


A escolha temática de observação sobre o universo das tendências foi motivada pela premente necessidade setorial para acompanhar as mudanças de consumo de produtos de ourivesaria e a rápida assimilação da ourivesaria pelo universo da moda com a introdução massiva de marcas de moda no setor. Neste contexto, as empresas e os agentes da fileira são obrigados a apreender e identificar as tendências que marcam o momento e a adaptar os seus negócios à mudança para conseguir vingar no mercado. As tendências geram transformação na vida das pessoas, trazem inovação e expressam o sentir e as necessidades de uma sociedade. São diferentes dos modismos, introduzidos nas colecções de roupas, sapatos e acessórios, que mudam a cada estação. Para poder criar tendências as empresas e profissionais precisam ter um olhar visionário, estar abertos para novos modelos mentais e sair da zona de conforto. Devem ser capazes de identificar as necessidades existentes no mercado, e, ao tentar resolvê-las, criar produtos que se tornem eles próprios tendência. Para identificar uma tendência é necessário estar alerta e atento aos acontecimentos e analisar o que se encontra em mudança. Acompanhar as tendências é fundamental para as organizações. É pois essencial compreender as mudanças sociais e as novidades para posicionar o negócio corretamente e adequa-lo às novas situações.

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1.1 Valores moda aplicados ao mercado da ourivesaria. Sinergias entre moda e ourivesaria TENDÊNCIA: Ideia religiosa, económica, política, artística, que se orienta em determinada direção. MODA: o uso, modo ou costume que está em voga durante algum tempo, ou em determinado país, com especialidade nos vestidos, telas e enfeites, principalmente os recentemente introduzidos. A tendência é um movimento com uma direção e com continuidade. A Moda é um feito pontual e efémero.

Distinção entre Moda e Valor moda A moda está associada à indumentária enquanto o Valor moda é mais consistente, já que transcende, vive da renovação. A moda é efémera e pontual. A tendência ou valor moda transcende o tempo. É constantemente renovado e constitui-se como o motor do consumo. A importância do Valor moda. Toda marca deve assentar as suas bases num valor moda bem definido, o que conforma o seu ADN. A marca é o valor mais importante. É um intangível, que apoia-se numa narração (storytelling) e em imagens bem delimitadas que proporcionam consistência e coerência aos valores.


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A marca deve criar códigos de comunicação com o seu consumidor, transmitir sinais de identidade e valores aspiracionais. O setor moda trabalha muito nos “valores moda”. A linguagem moda responde a relatos ou histórias. São valores intangíveis, que conduzem o consumidor a valores intangíveis e mundos imaginários. Podem ser reais ou não. Constituem o STORYTELLING. Por exemplo, a Chanel cria a sua narrativa a partir da realidade, representando a mulher e o espírito de rebeldia. A Louis Vuitton a partir do universo da viagem e da aventura. A marca americana Ralph Lauren, recria ela própria uma representação de um idílico espírito americano. A linguagem moda responde a uma linguagem não verbal com um código visual (comum e entendido): Oferece senhas de identidade. Neste contexto, a marca deve conseguir transmitir senhas de identidade que ao mesmo tempo agrupam e personalizam (distinguem). - Agrupam porque transmitem um sentimento de pertença a uma tribo ou comunidade; - Personalizam porque permitem ao consumidor mostrar a própria identidade, complementando e potenciando a personalidade individual.

çamento de coleções, geralmente duas vezes por ano. O que está fora da coleção está fora de moda. É por isso fundamental, criar um valor moda, que identifique a marca. A marca deve trabalhar sempre de forma coerente e global todas as dimensões da linguagem moda. Quer os elementos físicos (logótipo, imagens...) quer os elementos virtuais (o chamado ADN da marca). Deve haver uma coordenação e correlação entre a linguagem verbal e a não verbal/visual (muito estendida, na atualidade). Oferecendo senhas de identidade bem identificáveis. Os principais elementos de transmissão da linguagem moda, o story telling: -

Produto / Coleções / Desfiles Logótipo Coleções / Lookbook / Catálogo Campanhas Estilismos/ bodegones / Looks Brand Ambassadors / Celebrities Pontos venda / Flagshigs Evento/Openning O estilista / designer Aliança com outros sectores Peças-chave

A linguagem da moda cria um cosmos específico onde se mistura a necessidade e a ilusão.

Elementos da linguagem moda FORA DE COLEÇÃO = FORA DE MODA A moda é pontual, efémera. Precisa de um trabalho constante. Atualmente a linguagem da moda se cria com o lan7


LOGÓTIPO Deve ser coerente com a marca e produtos. Facilmente identificável. COLEÇÕES, LOOKBOOK, CATÁLOGO A marca molda-se em cada estação ou coleção para chegar ao mercado. A divulgação das coleções realiza-se cada vez mais através das novas tecnologias. Há mesmo especialistas que indicam que a tecnologia é mais moda que a própria moda. Pode-se colocar como o exemplo a inclusão maciça do suporte IPad. Tendência dentro deste apartado é a difusão de catálogos através de envios digitais, nomeadamente através da internet e suas aplicações (Ipad e apss telefónicos). CAMPANHAS Nas campanhas promocionais cada relato deve transmitir um valor e uma personalidade. Sempre sendo coerente com os valores intrínsecos da marca. Os meios preferidos para as campanhas continuam a ser as revistas e meios de comunicação escritos. Mas deteta-se o uso cada vez mais acentuado de outros meios e das novas tecnologias. As marcas devem inovar para encontrar novos suportes e espaços de comunicação. Um exemplo é dado pela marca Tous que neste ano 2011 lançou uma campanha de natal que interactuava com o consumidor. Utilizou um sistema de vitrinas colocadas nos espaços públicos, ruas,... que forneciam bolas da árvore de natal com a imagem promocional da campanha de natal.

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EVENTO / OPENNING A marca como anfitriã de eventos, tais como eventos organizados por ONG, red carpets... que permitem uma forte exposição mediática. É imprescindível avaliar a correlação entre os valores da marca e das entidades/eventos sponsorizadas.

ESTILISMOS/ LOOKS EDITORIAIS São conjuntos/apresentações que compõem um estilo de vida a volta da marca ou produto. Na utilização desta linguagem é fundamental uma correta interpretação do estilo de vida do potencial consumidor a quem se dirige o produto. PONTO DE VENDA/FLAGSHIG A loja converte-se num vetor mais de transmissão dos valores da marca. As marcas aprofundam o conceito de Shopping experience, onde o comprador ingressa numa experiência de imersão total no universo da marca. Resulta importante a escolha na localização do ponto de venda. Esta deve contar com os valores espaciais da cidade, bairro ou rua de implantação. BRAND AMBASSADORS /CELEBRITIES Recurso à utilização de figuras públicas ou personalidades relevantes para veicular a mensagem da marca e completá-la. A união pode ser feita por contrato ou ter um carácter espontâneo. Pode tomar a forma de contrato publicitário, participação em eventos, editoriais ou desfile em red carpets...

AS PEÇAS ICONE: IT; MUST, MUST HAVE... Estas peças são como o logótipo, icónicas e exibem-se sem a necessidade de marca. As marcas realizam esforços para lançar peças ícone que sejam reconhecíveis. É a identificação da marca que prevalece.

DESIGNER / ALIANÇAS COM OUTROS DESIGNERS As alianças com outros estilistas/marcas permitem a fusão de valores, a retro alimentação. Devem ser realizadas com estratégia e sentido. Por exemplo, a marca Tous lançou uma coleção com o sapateiro Manolo Blahnik. Neste caso concreto, a Tous estava interessada em introduzir-se no mercado americano e a Blahnik no mexicano, onde a empresa de ourivesaria tem boa implantação. Também a super-modelo Kate Moss lançou uma coleção de joalharia com a Fred. Nesta ocasião, a Fred aproveita a notoriedade da modelo para aumentar as vendas e a modelo associa-se aos valores de luxo da marca. ALIANÇAS COM OUTROS SETORES São estratégias Win/Win que permitem elevar à categoria de marcas e produtos, no caso de parcerias com o setor de ourivesaria. Eleva-se à categoria da joia outros produtos e simultaneamente aumenta a difusão da marca de joalharia/ourivesaria, tradicionalmente com mercados mais restritos. São exemplos de aplicação desta estratégia as grandes marcas que investem em hotéis, como a Suite Tiffany do Hotel Saint Regis ou a água Bling da Swarowsky. 9


A LINGUAGEM MODA ATRAVÉS DOS NOVOS MEIOS: AS REDES SOCIAIS No contexto de importância da linguagem da Moda através das redes sociais, o vetor de comunicação democratiza-se. A moda tem uma relação especial com as redes sociais, utilizando-as de forma profusa para expandir e globalizar a linguagem moda. As redes sociais permitem transmitir novas propostas e relatos conformando o denominado STORYTELLING 2.0. em que ganha relevância o testemunho. Multiplicam-se os vetores de transmissão amplificando-se o âmbito de influência. Surgem novos elementos para a transmissão da linguagem moda, o Storytelling 2.0. RELAÇÃO COM INFLUENCERS BRAND CONTENT GESTÃO DA COMUNIDADE VIDA DIGITAL – ADN DIGITAL DA MARCA SHOPPING SOCIAL

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NOVOS INFLUENCERS Entram no sistema novos emissores que conformam um sistema mais democrático. São novos atores com novas capacidades, os bloggers moda, pessoas anónimas ou profissionais da moda, com capacidade de influenciar as decisões dos consumidores, e também das marcas. Segundo estudos recentes, cerca de 76% dos indivíduos acreditam mais no que os outros estão a dizer do que no que dizem as marcas. A credibilidade está no consumidor, na experiência. BRAND CONTENT As marcas devem produzir conteúdo 2.0, adaptado às redes sociais. Estes contents conformam a vida digital da marca. As características mais chamativas são o seu dinamismo e a sua atualização constante. Os conteúdos adaptam-se e veiculam valores para além da vida das coleções. Exemplos destes são fornecidos pelas marcas Louis Vuitton que recria o universo das viagens ou a marca de joalharia Chopard que permite através de uma aplicação ler as experiências dos clientes com as próprias jóias.

de 1000% das suas vendas; APPS NO FACEBOOK - utilizados por marcas de joalharia tais como a Bulgari. Oferecem a possibilidade de personalização e a introdução de brand channels complementares, canais vídeo & streaming (shows, opennig, behind the scenes...). TWITTER - permite também a criação de perfis de marca. Neste canal a reunião de mais de 1000 seguidores outorga a qualificação de influencer. APPS MÓVEIS – aplicações para o telemóvel, para o IPad,... permitem inspirar, partilhar, informar e comprar através de fórmulas móveis e de compromisso on & off.

SHOPPING SOCIAL – vão mais além do que o E-commerce e trabalham através de ferramentas de difusão Social. São uma espécie de plataformas partilhadas, que permitem recolher os gostos individuais com uma expressão (ou difusão) global (ex. A plataforma Polyvore). PLATAFORMAS DE EMPREENDEDORES (Enterprenurial platform) apresentam o perfil dos designers com possibilidade de interação para conhecer mais e socializar (ex. Boticca). Uma parte importante da comunicação faz-se de forma testemunhal e tutorial porque cada vez mais a credibilidade está no consumidor. As marcas permitem ao consumidor contar a sua experiência.

DIGITAL LIFE : GESTÃO COMUNIDADE A rede social permite à marca gerir uma comunidade de pessoas. Conseguindo ampliar o seu campo de influência. A vida digital da empresa pode desenvolver-se nos vários canais das redes sociais: FACEBOOK – com a criação de perfis e páginas de apresentação de coleções; F-COMMERCE ou integração de shopping nas redes Óscar de la Renta lançou no facebook uma aplicação que permite o shopping e que incrementa exponencialmente o seu target de clientes a nível mundial. Também o portal de vendas on line Asos introduz o E-commerce no facebook o que se manifestou num aumento 11


1.2. TENDêNCIAS DE OURIVESARIA De uma maneira geral, no século XXI, são tendência: a nova estrutura de ciclo de vida e familiar (várias famílias sucessivas, relações consensuais,…); a sustentabilidade (política ambiental, ecologia,…); a responsabilidade social e a transparência (humanização das marcas, mostrando o seu ADN, dando cara à organização e valorizando os seus pontos fortes ou defeitos); o conceito e âmbito da beleza e do design (valorização de mulheres e homens comuns); o bem estar (consumo de alimentos orgânicos, campanhas anti tabagismo e anti obesidade...); a longevidade (pais e mães cinquentões, longevidade no trabalho); a diversidade (consumo do multiculturalismo (várias etnias), gay friendly,…); e política de descontos (mais por menos...).

CONTAS AORP 2010 ELIMINAÇÃO QUASE TOTAL DOS PREJUÍZOS

FARILU SEGUNDA GERAÇÃO APOSTA NA TECNOLOGIA DE PONTA PARA O SUCESSO EMPRESARIAL NO MUNDO DA OURIVESARIA

“I’M ALL EARS” ILUSTRAÇÕES TRANSFORMADAS EM PEÇAS DE JOALHARIA AUREA PRAGA

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Um apontamento Moda vs Joia Apesar de moda e joia terem mensagens diferentes, atualmente intercambiam linguagens, valores, significados e competências. Do conceito tradicional A joia é algo único e exclusivo “É para sempre”. A moda é algo seriado, repetitivo e temporal “passa de moda”. A mudança de mentalidades faz com que a ourivesaria se alinhe cada vez mais com o universo moda o que tem consequências enormes já que muda o paradigma do setor. Agora da filosofia “uma jóia é para sempre” passa-se ao argumento de venda e imaginário que diz “uma jóia é para sempre”. Em realidade em moda “uma jóia é temporal e estacional”. A ourivesaria entra em cheio no universo moda. O cruzamento é enorme, porque também as marcas de moda entram no setor. As principais Maisons de Couture ou Moda abrem espaços na Place Vendôme de Paris, espaço de referência para o setor. Quase todas as marcas de pret-a-porter lançam coleções de ourivesaria. A ourivesaria entra assim numa dinâmica de moda. Valores “Tendências” para a ourivesaria Polarização Sustentável Novos mundos Inspiração natureza Crafter “artesanal” Storytelling Hiperpersonalização POLARIZAÇÃO A moda vive polarizada e o sector da ourivesaria deve adaptar-se: do fast fashion ao luxury fashion, de low cost ao luxo. Os extremos cobram valor: do vintage ao futurismo, do oversize e minimal. SUSTENTABILIDADE Eco, orgânica, ética, transparente, reciclagem... Consumo de joalharia ética, práticas e

processos de fabrico eco-sustentáveis. Também na área do design surge uma nova categoria, os ethical designers... (ex.- http://boticca.com/picks/ethicaldesigners/) http://www.nytimes.com/2011/11/10/ fashion/10iht-reco.html?_r=2 CRAFTER “artesanal” Eclosão dos valores étnicos e da recuperação do trabalho e do produto artesanal. Supõe um retorno às origens, com inspiração nas manualidades (ex. Origami,...) ou nas formas simples e rústicas. Valorização de técnicas tradicionais e da manufatura. Criação de peças únicas e exclusivas ou ainda vintage, recicladas e únicas. NOVOS MUNDOS Valorização do exótico, procura da inspiração na terra, nas culturas longínquas e no étnico. Introdução de novos mundos: sonhos, paraísos perdidos, passado, esoterismo... Os materiais e as suas propriedades cobram valor e ajudam a compor a história e os valores da peça. INSPIRAÇÃO NATUREZA Elementos próximos e tirados diretamente da natureza, como pedras apenas sem pulir, inspiração de animais, vegetação e flores... STORYTELLING O valor do relato. HIPERPERSONALIZAÇÃO Jóias feitas unicamente para mim, como por exemplo a impressão digital. Também aparece uma corrente de personalização com as peças feitas por si mesmo “Do it yourself”, com possibilidade de personalização ou de entrar no processo de criação.

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TENDêNCIAS VERÃ0 2013 ADAPTADAS AO SETOR DA OURIVESARIA De seguida apresentam-se 2 macrotendências, referindo uma abordagem dos conceitos, materiais, cores, motivos e acabamentos. São apresentadas a partir do trabalho de NATIVIDADE FREITAS baseando-se nas informações de tendências gerais da CARLIN INTERNATIONAL. O verão 13 caracteriza-se pela ideia de REENCONTRO. Seja através das viagens, das artes, dos encontros festivos, sejam as conexões reais ou virtuais, que favorecem o intercâmbio acelerando as novas ideias, dando aos indivíduos a vontade de se evidenciarem. Surge uma nova etapa criativa!

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Para a estação primavera-verão 2013 temos 5 temas ou seja 5 direcções criativas... O tema ILUSÃO onde somos projetados num paraíso tropical criado pela associação do real e do virtual. TESTEMUNHOS leva-nos a conhecer os viajantes de amanhã. VIRTUOSO leva-nos a descobrir uma nova estética híbrida, resultante do reencontro de influências Oriente/Ocidente. Em EUFORIA explora-se o potencial

criativo gerado pelo reencontro das energias humanas. Finalmente imagina-se o quotidiano de amanhã, reencontro entre o presente e um futuro cheio de surpresas com EXTRAORDINÁRIO. A seguir expõem-se de forma mais detalhada os temas Ilusão e Virtuoso. Para cada um deles são explicados os fenómenos sociais associados e as suas traduções a nível Design/Arquitectura/Arte seguido das pistas criativas a serem exploradas com alguns exemplos de peças de ourivesaria.


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Tema ILUSÃO Primavera –verão 2013 Ilusão é um tema que anuncia imediatamente a ruptura com o Inverno, afixando as cores ultra vitaminadas e um imaginário exótico que nos transporta instantaneamente para um ambiente tropical, fonte de prazer imediato. As coleções de verão são lançadas sempre no coração do inverno, num período onde a depressão sazonal é um verdadeiro fenómeno da sociedade que toca cerca de 20% da população. Para fugir desta aura invernal, passamos a sonhar o exotismo e a cor e fazem-se umas escapadelas de alguns dias para destinos ensolarados (verifica-se nesta altura, em termos de turismo, uma crescente procura de destinos tropicais). O corpo com falta de sol reclama a falta de vitamina D! e desenvolve-se uma nova forma de “bem estar expresso” para dar energia e motivação no quotidiano. As injeções de vitaminas para manter a forma estão em pleno boom nos ginásios e spas urbanos e vê-se emergir uma nova oferta de massagem minuto. E em casa, para um prazer imediato, apoiamo-nos nas novas tecnologias: ecrans planos e sistemas de projecções cada vez mais sofisticados permitem recrear ambientes artificiais coloridos e benéficos.

Descodificação na arquitetura e na arte As formas de relaxamento tornam-se mais energéticas. Os habituais ambientes calmos e zen são substituídos por decorações coloridas e exóticas instalando uma descontracção optimista. Spas e duches transformam-se em escapadelas instantâneas que nos transportam para paraísos tropicais, é o caso do hotel spa da Missoni em Edimburgo. Outra opção são as novas tecnologias

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que permitem emergir instantaneamente num ambiente colorido e tropical, como a Urban Alliance uma instalação interactiva de 24m e 2500 leds que animam o ambiente de um túnel em Amsterdam tornando o percurso animado e divertido, transmitindo simultaneamente outra segurança... O famoso fotógrafo Mario Sorrenti, capta a beleza feminina em versão projecção Mapping de cores vibrantes para a Vogue de Fevereiro 2011. David Hockney conceituado artista plástico sempre pintou em tela convencional e agora aos 73 anos adoptou a tablete digital como suporte das suas pinturas, um dos pioneiros na adaptação da arte pictural às evoluções tecnológicas. Cecilia Webwer materializa as suas fantasias de evasão criando flores e borboletas exóticas a partir de fotografias de corpos humanos nus que ela recorta, dá cor e organiza (cada imagem é composta de 700 imagens sobrepostas). Uma ilusão benéfica que nos transporta directamente aos trópicos.

ILUSÃO PARADISÍACA A gigante instalação luminosa BIOTOPE d’INGO MAURER recria o aspeto vivente da natureza: Esponjas naturais e borboletas feitas à mão, fazem-nos mergulhar virtualmente no coração de uma floresta luxuriante. E para um toque de exotismo em casa, o artista criou uma peça de iluminação sobre a qual colocou borboletas artificiais. Martin Bergstrom designer de moda sueco, ilustrador, encenador, pintor... um artista multidisciplinar que explora um design moderno e inovador combinado com técnicas ancestrais desenvolve este projeto “painted Fruits” - um exotismo patente com as diferentes cores de tinta sobre materiais orgânicos.


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ILUSÃO PARADISÍA CA INGO MAURE

INGO MAURER Martin BIOTOPE Bergstro

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Descodificação no design Para fugir da monotonia e animar o quotidiano, designers e arquitectos reinventam os códigos tropicais nas suas criações. Os artistas Fulvio Bonavia e Michel Tcherevkoff reinventam os objectos do quotidiano sob o angulo do exotismo. As suas esculturas luxuriantes e coloridas dão-nos a ilusão de poderem ser utilizadas tal qual e transportam-nos a um imaginário tropical.

Tradução destas pistas na ourivesaria começamos com SHOT DE PRAZER FANTASIA NATURAL com uma encenação de Martin Bergstrom  Ilusão caleidoscópica para um design jovem e experimental de aspeto digital e electrizante. Temos agora a paleta de cores, uma gama optimista que mistura os tons tónicos, e os intensos artificiais para um resultado multicolor engenhoso.

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O que devemos reter: repensar a ideia de bem-estar sobre um ângulo mais dinâmico e tecnológico em contraste com a visão tradicional suave e zen estimulando assim a compra de impulso. Jogar com as cores vibrantes de verão como um cocktail vitaminado. explorar uma estética tropical deliberadamente Kitsch. realizar fantasias exóticas através de imagens virtuais, elementos da natureza e misturas de cores.

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Tema Virtuoso Primavera-verão 2013 Este tema faz-nos mergulhar no coração de uma nova alquimia artística onde as especializações se reencontram e se elevam até à excelência. Os clássicos renovam-se numa mistura de inspiração do séc.XVIII Europeu e do know-how asiático. Num mundo globalizado, as influências culturais, o know-how, as especializações e técnicas ancestrais das civilizações, entrecruzam-se e enriquecem-se. - a China depois de se ter elevado a 2ª potência económica mundial em 2009, torna-se o nº1 mundial do mercado da arte à frente dos EUA em 2010 e conta hoje 4 dos 10 mais cotados artistas do mundo. - a Índia parece seguir o mesmo caminho: a feira de arte contemporânea “India Art Summit” reuniu para a sua 4ª edição em 2011. 128 000 visitantes vindos de todo o mundo tornando Nova Delhi como um local de mercado de arte em plena expansão. Essa influência cultural afecta a criação e participa num novo mix de géneros, que se traduz por uma complementaridade Oriente / Ocidente e Tradição / Inovação. Um novo equilíbrio estético híbrido surge da excelência de todos os países. Os artistas fazem comunicar civili-

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zações e know-how estes fusionam-se para materializar um novo equilíbrio estético subtil, intemporal e universal. A arquitetura e pintura reencontram-se neste projecto «Residental Russian Avant-garde». Cada uma das 5 torres residenciais é a reinterpretação de uma célebre pintura construtivista Russa do inicio do século XX. O escultor chinês LI Xiaofeng reinterpretou o polo lacoste a partir de cacos de porcelana chinesa sobre os quais ele pintou o célebre crocodilo. Esta peça de vestuário de cerâmica inspirou de seguida a criação de um modelo de polo único vendido em edição limitada. Uma colaboração que ilustra o vaivém de influências entre oriente e ocidente.


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Descodificação no design Quando as épocas se cruzam em criações inovadoras, por vezes projectamos antigas heranças culturais para o futuro… A designer Haider Ackermann revela a sua perfeição e mestria nos volumes e cores da sua colecção Inv 11/12. As suas silhuetas perfeitamente equilibradas na sua construção oscilam entre Oriente e Ocidente, tradição e futuro: ela usa sedas japonesas realçadas por peles sintéticas, esculpidas através de origamis, recortes e nós drapeados. Uma estética subtil sublimada pela excelência da técnica. A ilustradora Russa Tatiana Plakhova na sua criação “Complexity Graphics” propõe delicados motivos florais digitais feitos à mão. A sua mestria em artes gráficas permitiu-a fazer estas imagens ponto por ponto. Um artesanato digital majestoso que alia know-how e modernidade. O Designer Japones Yuri Suzuki combina tradição e futurismo com “Urushi Musical Interface” uma interface táctil musical que é coberta de pontos luminosos simbolizando as notas emitindo os sons assim que se lhes toca. Este objeto ultra contemporâneo é lacado segundo técnicas ancestrais japonesas, um processo que necessita de 20 a 100 etapas diferentes.

Descodificação na arquitetura e nA arte Temos aqui, uma combinação estudada de referências árabes, cujas linhas e contornos harmonizam-se em novos desenvolvimentos geométricos. Edifícios, paredes e gradeamentos são decorados e trabalhados como rendas ou filigranas. É de realçar o projeto Ecooler, um sistema de refrigeração natural e decorativo criado pelos designers Israelitas Mey e Boaz Khan inspirados pelas técnicas ancestrais de drenar a água e pela arquitectura tradicional do médio oriente. Apresenta-se sob a forma de um delicado mosaico de condutas de água em cerâmica oca que se unem e refrescam a atmosfera. 21


Tradução destas pistas na ourivesaria Algures entre a amplitude e a precisão as superfícies desenvolvem um refinamento ornamental em pleno equilíbrio. Um trabalho à volta da visão fragmentada das coisas. O Miho Museum, no Japão, próximo de Kyoto, concebido pelo arquiteto PEI, realça a divisão do espaço e da paisagem. Em moda o vestuário fragmentado e descontraído ilustra elegância e dinâmica quotidiana Para a Joalharia o mesmo princípio... Pistas para materiais/design As superfícies reflectem o brilho técnico, ligeiramente franzidas ou plissadas e podem criar texturas intensas, próximas da «laca chinesa». Tal como esta caneta Parker feita à mão em niquel Paladium e cerâmica negra e este relógio Nixon também em cerâmica negra.  Objetos decorativos são revisitados com abordagens de alta tecnologia ancestral: As linhas são depuradas, aerodinâmicas com detalhes de precisão extrema como cristal de Michael Young. Elas foram facetadas segundo uma técnica ancestral chinesa que implica processos muito longos e complexos resultando estas peças de excepção. Os motivos encontram as suas fontes de inspiração nos arquivos do séc. XVIII europeu. Estilizados e re-trabalhados por meio das técnicas contemporâneas, eles modernizam-se conservando a sua riqueza e excelência e misturam-se com as formas de inspiração asiática.  Objetos e decorações inspiram-se nos origamis japoneses em combinação com elaborados plissados. Os objetos de decoração introduzem um trabalho de plissado escultural.

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Criam-se objetos de formas delicadas entre minimalismo e ostentação. Mobiliário abre-se em acordeão aliando funcionalidade e estética. A joalharia é texturada e embelezada como se de papel se tratasse...  As pulseiras do joalheiro e designer Dimitar Delchev: Ele questiona o verdadeiro valor da joia utilizando materiais não convencionais nas suas peças de joalharia...e este belo pin de Hugo Madureira.  As belas gravações e decorações em cisel do vidro e cristal tradicional são perfeitas para decorar materiais lacados e superfícies nobres. Estas decorações podem jogar em objectos e ornamentos nobres ou sobre objectos mais quotidianos.  Pista materiais Jade e turmalina refletem o carácter e subtileza dos materiais. Destaca a peça de Senzanone. Esta peça clássica feita em ouro e Jade combina a tradição chinesa com a estética ocidental, pois foi inspirada nas moedas de ouro italianas e chinesas do séc. XIII que na altura eram em jade.  Cores As tonalidades delicadas subtilmente acizentadas misturam-se a sombreados distintos para criar contrastes refinados e ritmados. Acentuam-se os toques esverdeados que conferem à gama o seu caráter invulgar temperado pelos tons rosados.

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O que devemos reter deste tema... - desenvolver uma estética de altagama, inovadora e sofisticada; - desenvolver produtos de exceção fusionando subtilmente influencias culturais e técnicas ancestrais ocidentais e orientais; - valorizar o caráter inovador dos produtos trabalhando decorações refinadas aplicando know-how e excelência artesanal; - trabalhar coloridos subtis, explorar os reflexos, os claroescuro e os contrastes tal como os grandes mestres; sublimar as texturas e esculpir as formas; - explorar composições e geometrias preciosas.

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Internationalization = In economics, internationalization has been viewed as a process of increasing involvement of enterprises in international markets, although there is no agreed definition of internationalization or international entrepreneurship. There are several internationalization theories which try to explain why there are international activities. Testemunho da Empresária Assunção Silva, durante a 2ª edição das Jornadas de Ourivesaria (2011): “as empresas devem ser persistentes (no seu acesso ao mercado internacional/ participação em feiras internacionais). É difícil ter lucros no início. Vamos lá fora uma ou duas vezes sem ganhar para as despesas, mas o saldo final é sempre positivo em termos de experiência adquirida para vender fora, mas também para vender aqui”.


OBSERVATÓRIO DE TENDÊNCIAS E DE INTERNACIONALIZAÇÃO

2.1. EVOLUÇÃO DA BALANÇA COMERCIAL INTERNACIONAL “Em Portugal, o saldo da balança comercial da ourivesaria mantém-se negativo. No entanto, da análise dos dados aprecia-se uma melhoria em 2009. Para além disso, transparece um certo esforço realizado no sentido de aumentar os valores relativos às exportações. Itália e Espanha aparecem como principais fornecedores da ourivesaria nacional. Relativamente às exportações, a França posiciona-se como o primeiro mercado de exportação, embora a percentagem de empresas exportadoras seja ainda pequena. Angola mantém-se um bom cliente e Espanha está a recuperar. A China e os Estados Unidos não parecem recuperar valores pré-crise.” In AORP, Diagnóstico Mapa setor da Ourivesaria XXI – Mapa Sectorial XXI, Dezembro 2010

Neste capítulo é apresentada a evolução dos principais indicadores de atividade sectorial, com especial incidência na balança comercial internacional. Os dados utilizados são os do Instituto Nacional de Estatística (Portugal) e da Base de dados Comtrade das Nações Unidas, Commodity Trade Statistics Database (Comtrade das Nações Unidas). Foram tomadas em consideração as seguintes pautas alfandegárias.

Código

Descrição

7113

Artefatos de Joalharia, de Ourivesaria e Outras Obras: e suas partes, de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos

7114

Artefatos de ourivesaria e suas partes, de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos

7115

Outras obras de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos

7116

Obras de pérolas naturais ou cultivadas, de pedras preciosas ou semipreciosas ou de pedras sintéticas ou reconstituídas

7117

Bijutarias: de metais comuns, mesmo prateados, dourados ou platinados 27


Principais indicadores de atividade setorial Entre 2007 e 2009 (fonte INE Portugal) - Decréscimo nº empresas / decréscimo pessoal ao serviço

Fabricação de joalharia, ourivesaria, bijutaria e artigos similares, cunhagem de moeda

2007

2009

Nº empresas

1165

1074

Pessoal ao serviço (nº)

3211

2775

- Nº Médio trabalhadores / empresa 1,5 (em 2007);

1,3 (em 2009)

- Mais importante descida em empresas de Fabricação de joalharia, ourivesaria e artigos similares

Fabricação de joalharia, ourivesaria e artigos similares

2007

2009

Nº empresas

992

846

Pessoal ao serviço (nº)

2934

2443

- Incremento no volume de negócios / estabilização nos valores de produção

Fabricação de joalharia, ourivesaria, bijutaria e artigos similares, cunhagem de moeda

2007

2009

Volume negócios (€)

174.790.033

197.644.156

Produção (€) das empresas

145.360.695

143.542.613

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OBSERVATÓRIO DE TENDÊNCIAS E DE INTERNACIONALIZAÇÃO

Balança comercial - Evolução 2010 Entre 2004 e 2010 (fonte COMTRADE) - Incremento geral das exportações: 2009 pior ano sequência – 2010 recuperação supera valores máximos sequência + 16,3% (entre 2009 e 2010) / + 48,9% (entre 2004 e 2010) - Incremento importações: 2009 pior ano sequência – 2010 recuperação + 41,6% (entre 2009 e 2010) / + 32,2% (entre 2004 e 2010) - Déficit das exportações em relação às importações Correlação em termos monetários entre valor exportações e importações (ex. 1$ de exportações corresponde a 3,8$ de exportações para todas as categorias, no ano 2010)

2010 EXPORTAÇÃO

IMPORTAÇÃO

Pauta Alfandegária

1$

3,8 $

Todas (7113, 7114, 7115, 7116, 7117)

1$

3,3 $

Todas sem bijutaria (7113, 7114, 7115, 7116)

1$

3,2 $

7113

1$

3,9 $

7114

1$

8,4 $

7115

1$

1,3 $

7116 (* Em 2009, 1€ Exp. - 29,9€ Imp.)

1$

5,9 $

7117

- O motor das exportações nacionais é a pauta 7113 (Artefactos de Joalharia, de Ourivesaria e Outras Obras: e suas partes, de metais preciosos ou de metais folheados ou chapeados de metais preciosos). 29


De forma resumida, apresenta-se a evolução dos valores das exportações e importações.

entre 2004 e 2010 Exportações Pauta 7113 Pauta 7114 Pauta 7115 Pauta 7116 Pauta 7117

+ 96% - 9% + 95% + 9685% + 311%

(de 12 567 468 $ a 24 655 039 $) (de 4 549 768 $ a 4 139 485 $) (de 176 077 $ a 343 358 $) (de 20 161 $ a 1 952 695 $) (de 2 421 722 $ a 7 540 936 $)

+ 47,7% + 19,5% + 63,1% + 71,2% + 35,4%

(de 54 149 091 $ a 79 976 369 $) (de 13 385 449$ (2005) a 15 999 474 $) (de 1774 821 $ a 2 894 065 $) (de 1 434 169 $ a 2 455 321 $) (de 33 083 286 $ a 44 813 041 $)

+ 9,7 % +18,4 % - 43% + 3919% + 38%

(de 22 482 824 $ a 24 655 039 $) (de 3 525 241 $ a 4 139 485 $) (de 802 711 $ a 343 358 $) (de 49 819 $ a 1 952 695 $) (de 5 460 960 $ a 7 540 936 $)

+ 71,4% + 58,5% - 59,7% + 63,3% + 10,9%

(de 46 662 692 $ a 79 976 369 $) (de 10 095 255 $ a 15 999 474 $) (de 4 886 274 $ a 2 894 065 $) (de 1 493 752 $ a 2 455 321 $) (de 40 376 388 $ a 44 813 041 $)

Importações Pauta 7113 Pauta 7114 Pauta 7115 Pauta 7116 Pauta 7117

Entre 2009 e 2010 Exportações Pauta 7113 Pauta 7114 Pauta 7115 Pauta 7116 Pauta 7117

Importações Pauta 7113 Pauta 7114 Pauta 7115 Pauta 7116 Pauta 7117

Inclui-se ainda na análise algumas informações relativas a outras pautas afins ao sector da ourivesaria. - Incremento exponencial de 12183%, na pauta 7108 (ouro, incluindo ouro prateado com platina)

Exportações:

2 355 436$ (em 2004) para 286 963 032$ (em 2010)

- Importante incremento de 865,3%, na pauta 7112 (resíduos e sucata de metais preciosos folheados ou chapados de metais preciosos)

Exportações:

1 467 469$ (em 2004) para 12 698 065 $ (em 2010)

Em anexo encontram-se as informações estatísticas mais detalhadas.

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OBSERVATÓRIO DE TENDÊNCIAS E DE INTERNACIONALIZAÇÃO

2.2. ACOMPANHAMENTO MERCADOS INTERNACIONAIS Uma das atividades do observatório consiste no acompanhamento sistemático das principais feiras e salões setoriais a nível mundial. A atividade serve para tomar o pulso ao setor no internacional, assim como identificar a

evolução quantitativa e qualitativa dos mercados.

Basileia-Suíça, Baselworld (em março); e de Madrid-Espanha, Iberjoya (em setembro).

Durante 2011 uma representação da AORP participou nas feiras de: MunichAlemanha, Inhorgenta (em fevereiro);

IBERJOYA - MADRID INHORGENTA - MUNIQUE BASELWORLD - BASEL 31


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FEVEREIRO 2011 INHORGENTA (Organização Messe Munchen GMBH) Munich (Alemanha) 25 a 28 de fevereiro de 2011 (anual) http://www.inhorgenta.com

Inhorgenta é uma boa oportunidade para se promover e informar, especialmente se a empresa estiver interessada no mercado germano-parlante e no do Este da Europa. Apresenta uma oferta muito completa, sendo considerada a mais internacional de todas as feiras do setor (no último ano participaram nesta Feira 36 países), oferecendo uma vasta gama de produtos. Exibe as últimas tendências do mercado e da moda. Organiza diversos workshops para os visitantes durante o evento. É reconhecida a nível internacional pela joalharia de design/ joalharia de autor. Estatísticas A Feira ocupa 6 pavilhões (há um pavilhão exclusivo para o design, com 300 stands). A edição de 2011 contou com 1116 expositores de 36 países. Incrementou o volume total de vendas, em 4% e o de visitantes em 2%. Teve 32.000 visitantes (70% alemães e 30% provenientes de 79 países). Por nacionalidades, o top 10 de frequentação foi dos seguintes países: Alemanha, Áustria, Espanha, Itália, Suécia, Suíça, Grécia, Países Baixos, Reino Unido e Republica Checa.

EMPRESAS PORTUGUESAS PARTICIPANTES Assunção Silva-Unipessoal, Lda Iluminada Mendes Mimata Styliano Jewellery

Algumas informações sobre o mercado alemão A principal característica do setor na Alemanha é a notável percentagem de importações. De facto, as importações alemãs de ourivesaria representam 57,1% das transações internacionais do setor (França conta com uma percentagem de 50,9% e Itália de 17%, por exemplo). Exerce, também, um importante papel como re-exportador para outros países europeus. A Alemanha posiciona-se como o 5º principal produtor de ourivesaria na UE, ocupando os lugares cimeiros juntamente com a Itália, França, Reino Unido e Espanha. A produção nacional ronda os 807 milhões de euros, o que representa cerca de 6,2% do total produzido na União Europeia. Regista-se uma tendência para o decréscimo da produção, em parte motivada pelo preço dos metais preciosos, mas sobretudo pelo incremento das importações asiáticas. As vendas na Alemanha estão concentradas em estabelecimentos especializados. No entanto, regista-se um incremento importante nas vendas nos locais não especializados, como grandes superfícies comerciais, lojas não especializadas, lojas de venda de vestuário, etc.

Peculiaridades do mercado alemão 18 quilates é o toque de ouro mais po-pular. No segmento mais baixo o ouro de 9 quilates tem também bastante popularidade, assim como as técnicas de laminado ou ocas para diminuir o peso dos metais preciosos nos produtos; A cor do ouro mais procurada em 2008 foi o branco (inclusivé nas alianças). Verifica-se também um interesse notável nas combinações de ouro e platina, prata e aço...; Grande importância nas técnicas dos acabamentos, o que permite fazer peças únicas e a personalização das peças, devido a uma grande procura

do mercado de produtos diferenciados e desenhos originais; Tendência para o consumo de ourivesaria romântica com charms personalizados e peças com um forte simbolismo; Bastante diversidade de tipos e estilos de ourivesaria e, também, realização de combinações entre bijutaria e ourivesaria.

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MARÇO 2011 Baselworld – Basileia (Suíça) 24 a 31 Março 2011 (anual) http://www.baselworld.com

O Salão Mundial de Relojoaria e Joalharia, Baselworld, é o evento internacional líder da indústria da relojoaria. É um dos eventos de maior exclusividade a nível mundial onde as marcas mais conhecidas e exclusivas estão presentes. O Salão ocupa 160.000 m2, e dividese EM 8 espaços: Hall of Dreams; Hall of Desires; Hall of Inspirations; Hall of Emotions; Hall of Sensations; Hall of Visions “First Avenue”; Hall of Fascinations e BASELWORLD Palace. Estatísticas A edição de 2011 contou com a presença de 1892 expositores de 45 países. O maior número de expositores foi da Europa, de onde estiveram presentes 1206 expositores (63,7% do total), seguido da Ásia com 522 expositores (27,6%), e da América do Norte com 85 expositores (4,5%). Setenta e nove expositores eram de outras procedências (4,2%). Em termos de produtos, a ourivesaria congregou um maior número de empresas expositoras, nomeadamente 736 (39,6%), seguida pela relojoaria com 627 empresas (30,9%), e por último pelas empresas de artigos similares, 529 (29,5%). Relativamente à superfície ocupada pelos expositores, a relojoaria ocupou maioritariamente o recinto de exposição (64% da superfície). Seguidamente, posicionou-se a ourivesaria (23,3% da superfície ocupada) e os produtos afins (12,7%). Estes números indicam a supremacia do sector da relojoaria na

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feira, em que todas as grandes marcas de relógios apresentam as suas novidades em stands sumptuosos. Visitaram o evento 103200 pessoas, procedentes de mais de 100 países, o que significou um aumento de 2,5% de visitantes em relação ao ano anterior.

Empresas Portuguesas participantes Em Março de 2011 participou 1 empresa portuguesa. A marca representada foi a Frato Jewels, da Maia.

Algumas Informações sobre o mercado da Baselworld A Baselworld é um evento único na sua natureza. Representa o ponto de encontro profissional e de vendas mais importante das grandes marcas internacionais de relojoaria e joalharia. A participação na feira permite manter a rede de contactos exclusivos destas marcas. Constitui a melhor plataforma de negócios à escala mundial para os profissionais do sector e conta com uma excecional cobertura mediática. Em 2011 foram acreditados 3055 jornalistas (mais 5% do que na edição anterior de

2010).Todos os media especializados do setor dos artigos de luxo estão presentes na Feira de Basileia. Esta é também o lugar de preferência para a exibição das tendências globais do setor e das novidades das marcas.


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SETEMBRO 2011 Iberjoya (Organização IFEMA) Madrid (Espanha) 14 a 18 setembro (bi-anual) http://www.ifema.es/ferias/sir/iberjoya/

Iberjoya (Salón Internacional de la Joyería, Platería e Industrias Afins), ocorre simultaneamente a Bisutex (Salón Internacional de la Bisutería y Complementos) e a Intergift (Internacional Regalo). As últimas edições da Iberjoya (principal feira de ourivesaria em Espanha) contaram com um número crescente de empresas nacionais. Estatísticas A Feira de Ourivesaria ocupa 1 pavilhão. No entanto, também há exposição de artigos em prata e outros metais no pavilhão da Feira Bijutex. A edição de setembro 2011 contou com 1116 expositores de 36 países. Verificou um aumento do volume total de vendas de 4%, e de visitantes de 2%. Relativamente aos visitantes, foram 13594 (o pavilhão de Bijutex contou com 3248). Por procedência a maior frequentação foi da Europa (84,2%), seguida da América do sul (8,5%), América do Norte (3,1%), Ásia e Oceania (2,6%) e África (1,4%).

Empresas Portuguesas participantes Na edição de setembro de 2011 participaram um total de 17 empresas portuguesas. Um grupo de 8 através do Programa Portugal 2011, Business On the Way, promovido pela AEP em parceria com a AORP. Estas marcas foram: António Marinho Lda.; Casimiro Coelho, Lda.; Elza Pereira, Lda.; Fernando Rocha Joalheiro, SA.; Gofrey,

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Lda.: Mimata, Lda.; Flamigo, S.A.; e Gil Sousa, Lda, Assunção Silva Unipessoal, Lda, Cartijoya - Kabza, Coimpack - Embalagens, Lda, J. Barbosa, Lda, Vilma Ranitc - Vr. Apresentaram ainda, em stand individual, as suas coleções as empresas: Eugénio Campos, Lda.; Marques e Gomes, Lda.; PEKAN Jewellery, S.A.; Styliano e Ribeiro, Lda.

Algumas informações sobre o mercado espanhol Espanha ocupa o 3º lugar entre os países produtores de ourivesaria, a seguir a Itália e à França, representando uma faturação estimada de 1500 milhões de euros (em 2009). O setor encontra-se muito segmentado em grandes aglomerados territoriais (Centro e Madrid, Norte, Catalunha e Levante, Andaluzia e Ilhas…) fruto da dimensão do mercado e das diferenças culturais e de consumo existentes. Verifica-se ainda uma grande desagregação devido ao forte controlo do retalho por pequenos fabricantes. O mercado espanhol é um mercado maduro em termos setoriais, reflexo da relevante tradição produtiva e do gosto dos seus consumidores por produtos sumptuosos. O mercado espanhol seue cada vez mais a moda, identificando-se um gosto forte pelo produto estrangeiro. O volume de vendas globais ascendeu a 1513 milhões de Euros, em 2008, posicionando a Espanha como o 5º maior mercado da União Europeia. Apesar destes resultados, regista-se uma progressiva inflexão no mercado, com taxas anuais de decréscimo de -0,7%, entre 2004 e 2008.

Algumas peculiaridades do mercado espanhol: A qualidade do ouro mais comercializada em Espanha é de 750mm, frente aos 800mm do ouro português; Em Espanha, os artigos de prata podem ser vendidos em lojas de bijutaria ou outro tipo de comércios. Em Portugal, os artigos de ouro e prata só podem ser vendidos em ourivesarias. Este facto traduz-se numa ampliação do mercado potencial dos produtos de prata em Espanha. Em termos de promoção é comum os produtores de prata participarem nas feiras de bijutaria e artigos de decoração.


Outlook informações sector / moda: Entre janeiro e dezembro 2011, seguimento dos principais meios de comunicação do sector da ourivesaria e da moda (imprensa escrita, redes sociais,...) http://www.jewellermagazine.com/Jeweller.aspx http://icgj.net/ http://sydandpia.wordpress.com/2011/06/30/spring-2012-jewelry-trends/ http://www.tjfgroup.com/ http://thadfashion.com/2011-2012-jewelry-trends/ http://trendbloger.com/jewelry-trends-spring-summer-2011-2012 http://www.europaregina.eu/trends/eclat_de_mode-fashion_jewelry_trends_fall_winter_2011_2012-07082011.htm http://www.grupoduplex.com/ http://www.vogue.it/ http://www.jckonline.com/magazine/archive

Documentação: “Tendências internacionais de ourivesaria”, realizado por Natividade Freitas, designer/especialista em tendências “Valores moda aplicados ao mercado da ourivesaria. Sinergias entre moda e ourivesaria”, realizado por Gema Requena, especialista marketing moda e redes sociais

Bases de dados: INE – Instituto Nacional de Estatística (Portugal) COMTRADE (Nações Unidas)

Visitas de acompanhamento das Feiras: Inhorgenta – Munich (Alemanha) Baserworld – Basilea (Suíça) Iberjoya – Madrid (Espanha)



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