JORNAL Nº13 AORP MARÇO 2013

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.11 contrastarias Novos Emolumentos e Taxas Aprovadas: o papel da AORP

.14 BRUNO DA ROCHA Da Oficina para a Sala de Aula

.21 OURINDร STRIA 2013 21 a 24 de Marรงo


COLARES CHRISTIAN DIOR

Vamos dar as boas vindas à Primavera com estes colares em metal lacado. A “responsável” por estes colares é Camille Miceli que é a diretora criativa da Dior. Este é um metal lacado sofisticado, inspirado nas técnicas de profissionais joalheiros com mais design vanguardista. A gama destes colares é completada com cinco cores e duas versões. Uma versão suave de plexiglas e outra com flores adornadas com cristais Swarovski.


CAROS COLEGAS, Atravessamos tempos de preocupações. E quando assim é, encontrarmos os caminhos que nos conduzam ao sucesso, revela-se uma tarefa mais exigente e complexa. Impõe-se que consigamos olhar mais à frente, que sejamos capazes de admitir passos atrás, para os recuperarmos daí a pouco. Na Ourivesaria Portuguesa, a história há-de escrever sobre estes anos, mas ousamos antecipar esta leitura, e afirmar que nesta década, de uma forma geral, as empresas diminuiram os investimentos em equipamentos, reduziram a sua dimensão, dispensaram a tão necessária formação, sacrificaram a ousadia da inovação, pela certeza do conhecido, perderam identidade e posicionamento, tudo isto à procura da sobrevivência. Se juntarmos uma situação política e económica desfavorável, para não dizermos mais, temos a Ourivesaria a atravessar uma conjuntura cada vez mais incerta.

AORP Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal geral@aorp.pt

AORP Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal

É neste cenário, em mudança constante e com recursos cada vez mais difíceis que o conceito de inovar é mais premente. Temos de desenvolver esforços no sentido de introduzir novos métodos e peças de grande qualidade e beleza. Na Ourindústria deste ano, que começa no dia 21 de março, esperamos ver expostas peças com autenticidade e renovação que tanto precisamos. Não podemos importar cerca de 100 milhões e exportar apenas 33 milhões de euros (dados de 2011). Isso é o mais fácil, mas assim estamos a atrasar o desenvolvimento ou mesmo a caminhar para o fim da Ourivesaria portuguesa. Precisamos de aproveitar e introduzir as novas tecnologias para melhorar os processos de fabrico, e assim tornarmo-nos mais competitivos, resultado da diminuição dos custos de produção.

Sílvia Silva Gabinete de Comunicação e Imagem da AORP silvia.silva@aorp.pt

O receio de falhar, a insegurança e a dúvida fazem do empresário um gestor desmotivado. Devemos ter a visão e a intuição de saber navegar em águas tormentosas, não que o risco não deva ser ponderado, pois o risco sem prospeção e análise de mercado é suícidio. A AORP é o parceiro das empresas no desenvolvimento empresarial. Neste jornal, continuamos a apresentar tendências, empresas de sucesso, feiras internacionais, caminhos que pretendem inspirar o nosso setor e outras leituras de muito interesse. Orlando Gonçalves Colar: Bruno da Rocha Pulseira e Anel: Miguel Sereno Vestido: Elizabeth Teixeira Sapatos: Sílvia Rebatto

(Presidente AORP)


04 TENDÊNCIAS

1. Hervé Van Der Straeten Brincos Rock Candy modernos em ouro 18 quilates

6. Carolina Bucci Brincos em ouro 18 quilates

DIAS MAIS COLORIDOS

4. Tom Binns Cristais Swarovski multicoloridos

2. Tom Binns Cristais Swarovski pintados

5. Tom Binns Cristais Swarovski, pérolas e alfinetes pintados à mão

3. Tom Binns Cristais Swarovski pintados


05 DESIGNER INTERNACIONAL

Bakker é conhecido pelas suas experiências com novos materiais e projetos conceituais. A sua prática abrange um amplo espectro de utensílios diários, até à arquitetura e moda, sempre girando em torno da função e da estética clássica. Hoje, é o chefe do Departamento de Mestrados da Design Academy Eindhoven.

Os projetos de design de Bakker centram-se na investigação da relação entre arte e design. Desde 2009, explora este tema e desenvolve o seu papel como diretor de criação da HAN Gallery, anteriormente conhecido como Yii em Taiwan. Comissionado pelo Artesanato e Design de Taiwan, Yii foi chamado para criar uma coerência mais forte e sustentável entre a tradição artesanal Taiwanesa e o design contemporâneo praticado em Taiwan. Bakker foi chamado a fim de estabelecer uma identidade de design mais prolífico para Taiwan.

Gijs Bakker tirou o curso de joalheiro e designer industrial na Gerrit Rietveld Academie em Amsterdão, na Holanda e na Skolen Konstfack em Estocolmo, na Suécia. É designer de acessórios de casa, joias, eletrodomésticos, móveis, interiores, espaços públicos e exposições. Trabalhou e trabalha para várias empresas, entre elas: Polaroid, Artifort, HEMA, Royal VKB, e ENO Studio. Em 1993, fundou a Droog Design, juntamente com o crítico de design e historiador Renny Ramakers, um coletivo de designers holandês. Juntamente com Ramakers, Bakker foi o diretor curador de arte de todos os produtos da marca Droog design até 2009. Bakker lecionou em diferentes escolas, entre as quais o ARTEZ Instituto das Artes em Arnhem, Delft University of Technology e da Academia de Design de Eindhoven, onde ele trabalhou desde 1987 até 2012, desde 2000, como chefe do Programa de Mestrado.


06 GEMOLOGIA

Rui Galopim de Carvalho GEMÓLOGO

Pouca gente sabe que esta gema de elevada cotação e muito utilizada em alta-joalharia foi descoberta por um português de Goa na década de 1960.

Até 1967 ninguém havia visto esta pedra preciosa que, hoje em dia, se conhece como tanzanite. Até mesmo o seu descobridor, o goês Manuel d’Sousa, teve dificuldade em saber exactamente de que pedra se tratava quando, pela primeira vez, se deparou com a gema. A concessão mineira que requereu para a sua exploração ficou como sendo para olivinas (mineral de que é variedade o peridoto), pois era o mineral conhecido com características mais próximas. Na realidade, trata-se de uma variedade de zoizite, um aluminossilicato hidroxilado de cálcio, que tem diversas variedades gemológicas massivas como, por exemplo a thulite (rosa massiva), aniolite (verde massiva) e variedades transparentes de várias cores, incluindo o verde, amarelo, castanho e, claro, o violeta-azulado (tanzanite). O nome actual desta zoizite azul e/ou violeta decorre do seu único país de origem, até à data, a Tanzânia, tendo sido a conhecida casa Tiffany & Co. de Nova Iorque que a apelidou desta forma nos anos subsequentes à sua descoberta. Aliás, a Tiffany foi a primeira casa internacional a integrar a tanzanite em colecções de alta-joalharia. Após esta entronização em altajoalharia nos anos 1970, a tanzanite foi conquistando mercados alargando o seu espectro de aceitação muito para além do norte-americano e, hoje em dia, ocupa um lugar de grande destaque no universo das pedras de cor. A chave do seu grande sucesso e aceitação estará, em primeira análise, nas suas cores que variam do azul com tonalidade violeta ao violeta com tonalidade azul. O facto

de ocorrer em pedras de dimensão considerável, não sendo invulgares gemas facetadas de peso superior a 10 quilates, permite que integrem joias de maior aparato como pedra central, não raras vezes acompanhadas de diamantes, o que lhes confere protagonismo. Outro fator diferenciador, que, neste caso, é levado em consideração pelos profissionais, é a lapidação. Para se obter uma desejavelmente uniforme cor e elevado brilho nas pedras, quando observadas à vista desarmada e em luz normal, as proporções e simetria do talhe tem que ser a adequada ao material para se tirar o melhor partido das suas propriedades visuais, potenciando o seu valor. Por fim, o que destaca a tanzanite das demais gemas, é o facto de proceder unicamente de uma região mineira, muito localizada (e longe de inesgotável) perto de Arusha, na Tanzânia. Não se conhece, até hoje, mais nenhuma região no mundo onde ocorram zoizites nesta variedade gemológica com estas propriedades e qualidade. De certa forma, esta limitação geográfica e mineira, têm sido utilizadas como argumento de valor futuro desta pedra preciosa. Manuel d’Sousa quando viu a primeira tanzanite, reconheceu-lhe o potencial gemológico que a sua cor azul-violeta e elevada transparência imediatamente sugeriam. Durante alguns anos, as tanzanites eram recolhidas do jazigo mineral nesta sua cor. Sucede porém, que com o avanço do desmonte mineiro, a cor das zoizites começou a deixar de ser azul para passar a ser castanha. Esta situação seria o fim da tanzanite como gema, não fosse a investigação que foi feita para tentar alterar a

cor castanha da zoizite para o azul, mais popular e utilizado. É preciso, assim, um ligeiro tratamento térmico para trazer à luz a famosa tonalidade violeta que é a causa da sua grande procura, significando que virtualmente todas as tanzanites não são, na verdade, de cor natural, sendo esta prática reconhecida e entendida como normal nos mercados. Segundo alguns observadores, este tratamento não é mais do que uma pequena ajuda do Homem ao que a natureza não terminou no processo geológico que lhes deu origem o que não deixa de ser uma forma interesssante e criativa de abordar o tratamento térmico numa gema. Para os portugueses, o interesse da tanzanite está para além dos seus reconhecidos atributos gemológicos que fazem da gema um caso de grande sucesso no mundo da joalharia. O facto de ter sido um português, natural de Goa, a descobri-la é, sem dúvida, um motivo de valor acrescentado.


07 LEGISLAÇÃO

Empresários em nome individual, gerentes e administradores já têm direito a subsídio

J

á se encontra em vigor o novo regime jurídico de proteção no desemprego dos trabalhadores independentes com atividade empresarial e dos membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas (gerentes e administradores). No entanto, este diploma exige um prazo de garantia de 720 dias, que corresponde a quase dois anos de descontos para efeitos de atribuição das prestações de desemprego, o que implica que só em 2015 tais montantes possam ser concedidos aos respetivos beneficiários. É considerado desemprego toda a situação de perda de rendimentos decorrente de encerramento de empresa ou de cessação de atividade profissional de forma involuntária do beneficiário com capacidade e disponibilidade para o trabalho e inscrito para emprego no centro de emprego.

Beneficiários abrangidos

O novo regime de proteção no desemprego abrange: - os trabalhadores independentes com atividade empresarial; - os membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas que exerçam funções de gerência ou de administração. Consideram-se com atividade empresarial os trabalhadores independentes como tal enquadrados no respetivo regime que sejam: - empresários em nome individual com rendimentos decorrentes do exercício de qualquer atividade comercial ou industrial (rendimentos empresariais e profissionais - categoria B); - titulares de estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada (EIRL); - cônjuges dos trabalhadores independentes suprareferidos que com eles exercem efetiva atividade profissional com caráter de regularidade e permanência.

Prestações a conceder

Está prevista a atribuição do subsídio por cessação

de atividade profissional e do subsídio parcial por cessação de atividade profissional, que têm por objetivo compensar a perda de rendimentos dos trabalhadores independentes com atividade empresarial, bem como dos gerentes e dos administradores das pessoas coletivas, em virtude da cessação de atividade profissional por motivos justificados que determinam o encerramento da empresa.

Encerramento da empresa ou cessação da atividade de forma involuntária

O encerramento da empresa ou a cessação da atividade profissional considera-se involuntária sempre que baseadas em: - redução significativa do volume de negócios que determine o encerramento da empresa ou a cessação da atividade para efeitos de IVA. Considerase que existe redução significativa do volume de negócios quando se verifique redução do volume de faturação da atividade igual ou superior a 60% no ano relevante e nos dois anos imediatamente anteriores, bem como apresentação de resultados negativos contabilísticos e fiscais no ano relevante e no ano imediatamente anterior; - sentença de declaração da insolvência nas situações em que seja determinada a cessação da atividade dos gerentes ou administradores ou em que o processo de insolvência termine com o encerramento total e definitivo da empresa. É considerada involuntária a cessação da atividade dos gerentes ou administradores ou a cessação da atividade da empresa desde que a insolvência não tenha sido qualificada como culposa em consequência de atuação dolosa ou com culpa grave dos gerentes ou administradores; - ocorrência de motivos económicos, técnicos, produtivos e organizativos que inviabilizem a continuação da atividade económica ou profissional. Trata-se das situações de impossibilidade superveniente, prática ou legal de continuação da atividade, que não se enquadrem nas demais situações aqui descritas; - motivos de força maior determinante da cessação da atividade económica ou profissional. A lei

exige o encerramento do estabelecimento aberto ao público enquanto os beneficiários estejam a receber a prestação; - perda de licença administrativa sempre que esta seja exigida para o exercício da atividade e desde que essa perda não seja motivada por incumprimentos contratuais ou pela prática de infração administrativa ou delito imputável ao próprio.

Condições de atribuição

O reconhecimento do direito aos subsídios por cessação de atividade profissional está dependente do preenchimento cumulativo das seguintes condições: - encerramento da empresa ou cessação da atividade profissional de forma involuntária; - cumprimento do prazo de garantia; - situação contributiva regularizada perante a Segurança Social, do próprio e da empresa; - perda de rendimentos que determine a cessação de atividade; - inscrição no centro de emprego da área de residência, para efeitos de emprego.

Novas taxas contributivas

De acordo com a redação introduzida ao art. 168º do Código Contributivo pela Lei nº 66-B/2012, de 31.12 (Lei do OE 2013), é de 34,75% a taxa contributiva a cargo dos empresários em nome individual e dos titulares de estabelecimento individual de responsabilidade limitada, e respetivos cônjuges. Por seu lado, relativamente aos membros das pessoas coletivas que exerçam funções de gerência ou de administração, o art. 69º daquele Código passou a prever uma taxa contributiva de 34,75% (contra os anteriores 29,6%), sendo, respetivamente, de 23,75% (antes 20,3%) e de 11% (antes 9,3) para as entidades empregadoras e para os trabalhadores.


08 ARTIGO OPINIÃO

ARTIGO Manuel Salgueiro Business Consulter

O empresário ou o profissional dos metais preciosos precisam de entender as forças básicas que conduzem os preços dos mercados internacionais destas mercadorias. Estas forças são responsáveis pela grande maioria das variações dos preços a um nível diário e podem ser divididas em duas componentes: na dinâmica da procura e na dinâmica da oferta. É na luta entre estas duas dinâmicas que se formam os preços. O lado da oferta: Os metais preciosos são inerentemente raros ou de disponibilidade limitada. Alegoricamente, diz-se que todo o ouro recolhido até aos dias de hoje caberia dentro de um cubo com 20 metros de altura. Presentemente o ouro ainda é extraído como minério e esta quantidade extraída foi ultrapassada pela quantidade de nova procura desde há vários anos, em grande parte pelo aumento da procura por parte de instituições financeiras. Os maiores países exportadores são a África do Sul, a Austrália e a Rússia. Por o ouro ser tão durável e valioso, relativamente pouco ouro é perdido anualmente, e portanto uma parte da quantidade de oferta de ouro reciclado é refundido para novas aplicações. O lado da procura: Devido ao ouro ser tão desejado e com múltiplas aplicações, a procura deste é enorme. Como por exemplo, uma componente da procura global

do ouro é a sua utilização no fabrico de joias. Isto é especialmente verdade na Índia, China e outros países do oriente, onde as joias de ouro não são apenas decorativas, mas o método preferido de utilização do ouro é como reserva de valor. A durabilidade, maleabilidade e a capacidade de condução de eletricidade faz do ouro um metal altamente utilizado na indústria de alta tecnologia, desde componentes informáticos a componentes militares e da indústria aeronáutica. A componente final da procura – é de longe a mais importante – e a do ouro como veículo de investimento. Enquanto a procura do ouro como veículo de investimento é menor do que a sua utilização em joias e outros processos industriais, a componente de procura deste como ativo financeiro é a que geralmente determina com mais frequência as variações de preço, dado as elevadas variações diárias destas quantidades, ao contrário das outras utilizações, um pouco mais constantes diariamente e anualmente. Quando a procura do ouro como investimento aumenta, os preços aumentam, e a sua procura pela indústria diminui. Convém então perceber porque é que os mercados financeiros recorrem ao ouro como ativo. Vamos dividir esta ‘procura do ouro pelos mercados financeiros’ em duas componentes: a componente ‘fundamental’ e a componente ‘reserva de valor’.

Os mercados procuram ou não o ouro via a componente fundamental quando criam uma expectativa que vai haver um aumento da procura de qualquer uma das componentes aqui posteriormente enunciadas. Por exemplo, imaginemos que os mercados sabem em antemão que vai haver um avião novo no mercado cujo método de produção recorre intensamente à utilização do ouro. Os mercados então especularão sobre o ouro carregando o sistema informático que gere as transacções globais do mercado do ouro com pedidos de compra, e dado este acréscimo de procura, o mais provável é o preço subir. Estão a especular sobre pressupostos ‘fundamentais’ ou pressupostos que inferem na utilização do ouro. A componente ‘reserva de valor’ está relacionada com a percepção história do ouro como ativo de reserva. Se o mundo acabar amanhã (já esteve mais longe) e de repente o papel e as moedas passarem a valer rigorosamente nada dado uma hipotética falta de confiança das pessoas no dinheiro, o que é que restará como moeda de troca? Muitos objetos com certeza, mas ouro será um dos principais sem dúvida. Por isso a escalada do preço durante a crise financeira internacional (o receio de um colapso da economia internacional) ou durante os picos da crise de dívida europeia (o receio do colapso do Euro e de alguns países da zona Euro). Durante 2013, do lado da oferta,

não se prevê nenhum avanço na tecnologia de extracção nem que irá ser descoberta nenhuma reserva significativa de ouro. A capacidade de extrair ouro mantém-se constante apesar de alguns tumultos em minas Sul Africanas, e as espectativas de uma subida do ouro em 2013 por causa do efeito da procura fazem os mineiros aumentar a capacidade de extracção, portanto não se prevê um efeito significativo desta força de mercado. Do lado da procura, as coisas tornam-se um bocado mais complexas. Passada a eleição presidencial Americana, os mercados estão agora focados nos prognósticos de crescimento mundial, na crise de dívida Europeia e no déficit do governo Americano. Enquanto a crise de dívida Europeia paira sobre o velho continente, os mercados continuam a apostar no ouro. John Paulson (gestor do Fundo de investimento Paulson & Co.) e o conhecido investidor George Soros têm posições semelhantes quanto ao futuro do mercado do ouro. A inércia do sistema político Americano em resolver os seus problemas fiscais e dos países Europeus em resolver os seus problemas de sobreendividamento faz com que os mercados não tenham muita confiança em ativos como ações (dependentes do crescimento económico) e fundos de dívida (probabilidade de incumprimento também dependente do crescimento económico), pondo o foco de volta do ouro e outros ativos de ‘refúgio’ como foi apresentado anteriormente.


09 ARTIGO OPINIÃO

Se o mundo acabar amanhã e de repente o papel e as moedas passarem a valer rigorosamente nada dado uma hipotética falta de confiança das pessoas no dinheiro, o que é que restará como moeda de troca?

No dia 22 de Janeiro, o FMI lançou o ‘World Economic Outlook’ e as suas previsões positivas para o crescimento no médio/longo prazo foram notadas nas semanas seguintes. Nos últimos discursos, a líder do FMI tem-se revelado positiva quanto ao crescimento mundial portanto será provável que as revisões sejam positivas. Por crescimento mundial entenda-se que as pessoas (em média, em todo o mundo) passarão em média a ter mais capacidade de compra para comprar ouro e produtos que têm ouro incorporado, fazendo o preço do ouro subir. Outros elementos chave na previsão da procura do ouro, é o nível de compra de ouro por parte dos bancos centrais, à medida que compram ouro para utilizar como instrumento de reserva de valor (este ouro é geralmente comprado por bancos centrais de países em desenvolvimento com o objetivo de aumentar as suas reservas, para diminuir a sua exposição caso haja uma crise de balança de pagamentos, o banco central Chinês tem comprado bastante ouro nestes últimos anos). Outra atividade que os

bancos centrais executam que tem uma grande influência no mercado do ouro é a sua política monetária. Durante os últimos anos, dado a política liberal de emissão de moeda (taxas de juro baixas, políticas de recompra de ativos aos bancos), o chamado quantitative easing, tem feito com que o aumento de circulação de moeda faça com que parte desta seja investida em ativos como o ouro, conduzindo a uma subida de preço. Para 2013, não se esperam grandes mudanças nas políticas monetárias dos principais bancos centrais, e se acontecerem será porventura uma política de redução da liquidez, conduzindo a uma baixa dos preços.

Os mercados Asiáticos continuarão a comprar ouro a um ritmo forte, não trazendo grandes efeitos para o próximo ano. Um indicador para o crescimento económico útil é o preço do barril de petróleo e tem havido sinais de aumento de preço no futuro (no mercado de futuros de petróleo), também em outros metais, menos preciosos. Como é possível constatar, os possíveis sinais de crescimento ou declínio do preço do ouro são inúmeros, e se fosse possível prever com um nível elevado de exactidão esses preços, não estaria aqui com certeza a partilhar esse método, estaria sim a especular sobre o preço do zahav (ouro em Hebraico). Exis-

tem leituras diversas que se podem retirar dos mercados globais de uma maneira relativamente simples, gratuita e que diminui em muito o risco da atividade de um profissional dos metais preciosos. Os sinais de crescimento económico são essenciais para previsão da procura do ouro no mercado internacional, e prever este crescimento é uma tarefa que exige ferramentas e um conhecimento profundo dos mercados. Inúmeras agências fazem estas previsões diariamente, semanalmente ou trimestralmente que juntamente com outros dados e ativos será possível acompanhar dia a dia o porquê da movimentação do preço do ouro, e talvez especular com um grau de certeza razoável o futuro preço deste. O exercício seguinte (PRÓXIMA EDIÇÃO) nunca será um exercício através de uma bola de cristal, pois estas não existem, mas vamos imaginar que caminhamos ao lado de um fraco lampião, numa rua larga e escura. Podemos não conseguir prever onde vai a estrada, mas podemos por o pé no chão com um pouco mais de conforto.


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11 NOTÍCIAS

NOVOS EMOLUMENTOS E TAXAS APROVADAS: O papel da AORP No passado dia 19 de dezembro, foi aprovada a Portaria 418-A/2012 que publicou os novos emolumentos, as taxas e as propinas previstos no Regulamento das Contrastarias, revogando a anterior legislação. Esta portaria aprovou, na generalidade, aumentos de cerca de 90% e criou um emolumento mínimo por lote de Euros 7,5. O setor da Ourivesaria convive com legislação com mais de 30 anos que não é alterada quase desde a sua publicação. Foi com surpresa que os agentes económicos receberam a notícia da entrada em vigor desta portaria, um ato isolado que prevê somente o aumento do preço dos emolumentos, sem mexer em nenhuma outra questão do setor, que há anos reclama pela atualização da legislação há muito obsoleta. Na sequência desta realidade, a AORP convocou uma reunião de associados para definir medidas a tomar face a esta legislação, sendo que na Assembleia Geral realizada a 15 de janeiro 2013, numa das mais participadas reuniões de sempre da associação, os mais de 140 associados presentes, unanimemente decidiram: . Realizar uma ação coletiva de protesto, no dia 23 de janeiro, em frente às instalações da Contrastaria do Porto e de Lisboa, apresentando, cada participante, no livro de reclamações o descontentamento e desacordo do setor com a portaria em questão; . Não realizar pedidos de marcação de peças na Contrastaria, no dia 23 janeiro; . Convocar os órgãos de comunicação social para estarem presentes na ação acima indicada; Agendar reunião com os Ministérios das Finanças e Economia para apresentar posição da AORP; . Agendar reunião com diretora do Departamento das Contrastarias, para tentar agilizar e regulamentar a definição do conceito de lote; . Analisar juridicamente a possibilidade e viabilidade de interpôr uma providência cautelar para suspenção da aplicação da Portaria em causa, por inconstitucionalidade do processo legislativo. A AORP executou todas as medidas previstas que alcançaram os resultados que descrevemos em baixo: - Ação Coletiva de Protesto, realizada no dia 23.01.2013, em frente às instalações da Contrastaria do Porto, estando presentes cerca de 150 empresas que apresentaram, no livro de reclamações e/ou em abaixo assinado o descontentamento e desacordo do setor com a portaria em questão; Esta ação teve a cobertura de todas as televisões portuguesas e de vários jornais diários.

- Depois do pedido de audiência que endereçámos, a Secretária de Estado do Tesouro delegou competências no Presidente do Conselho de Administração da INCM, S.A. para nos receber, reunião mantida no dia 24.01.2013. - O Secretário de Estado do Empreendorismo, Competitividade e Inovação agendou reunião para o dia 13.03.2013. - Na reunião com o Presidente do Conselho de Administração da INCM, S.A. a AORP apresentou a sua posição, salientando a questão do preço mínimo por lote e a definição do conceito do próprio lote. Foi explicado com detalhe o impacto altamente negativo que tal situação traria ao setor. Conseguiu-se que fosse simplificado o conceito de lote, pelo que a Contrastaria enviou um comunicado a explicar o seguinte:

“As famílias de artefactos que poderão ser aglomeradas num lote passam a ter a seguinte estrutura: - Anéis - Inclui também alianças e anéis com aplicações; - Berloques – Inclui também medalhas e cruzes, centros de colar, berloques com aplicações, e cruzes com aplicações; - Brincos – Inclui também tornilhos e argolas, e brincos com aplicações; - Colares – Inclui também voltas, colares com aplicações, e correntes; - Pulseiras – Inclui também escravas e pulseiras com aplicações. As situações duvidosas serão decididas pelas chefes da Contrastaria.” A Contrastaria esclareceu ainda a questão dos pesos dos lotes, informando o que segue: “Antes separavam-se os artefactos com menos de 10g e os com mais de 10g. Os artefactos com o intervalo de peso entre mais de 1g e 10g pagam à peça, os com mais de 10g pagam ao peso. O que se entendeu fazer foi o seguinte: Lotes de prata com mais e menos de 10g. Se um Utente apresentar um lote com mais de 10g e outro com menos de 10g, faz-se as contas aos emolumentos a pagar de um lote e do outro, se a soma total dos 2 presumíveis lotes for inferior a € 7,50, juntam-se e dá-se entrada num só lote, o que quererá dizer que paga a peso efetivo.”

A AORP não se satisfaz com o alargamento obtido. Como sabemos, não resolve o problema, apenas o atenua levemente. Na mesma reunião resultou um compromisso de criação de um grupo de trabalho conjunto, para mais uma vez, se apresentar uma proposta de Regulamento das Contrastarias, que deverá forçosamente rever esta portaria agora aprovada, o conceito de lote, as questões das isenções (metais e pesos mínimos de artefactos sujeitos a marcação), sistema de contrastarias, e outras questões igualmente fulcrais para o desenvolvimento da Ourivesaria Portuguesa. A direção da AORP decidiu fazer um inquérito ao setor, para saber qual a sua opinião relativamente ao sistema de contrastarias que Portugal deve optar. Estamos neste momento a trabalhar nos resultados obtidos, para preparmos a proposta de regulamento, com base nessas respostas.



13 ARTIGO DE OPINIÃO

Clotário

EMPRESÁRIO

V

ivemos tempos difíceis. A todos, Estado e agentes económicos, é exigido um esforço suplementar de tomar decisões sensatas, alicerçadas em estudos para os quais escute, o mais possível, todas as partes envolvidas que tenham uma palavra a dizer, pesando e analisando todas as consequências da elaboração de um novo Diploma Legal, ou no caso das empresas, de uma normal ação de gestão. O setor da Ourivesaria foi surpreendido recentemente com a publicação da Portaria nº 418-A/2012 de 19 de dezembro que aprovou os emolumentos, as taxas e as propinas previstos no Regulamento das Contrastarias. Quer as associações do setor, quer as empresas com atividade neste ramo, foram colocadas perante factos consumados. Alguém, entenda-se a INCM,

Para se levantarem da sua banca de trabalho, muitas vezes os ourives empurram a gaveta com a barriga! Dá jeito e é eficaz. pensou ter resolvido o seu problema! Enquanto “serviços oficiais essencialmente técnicos”… as contrastarias “têm como especial função regular e fiscalizar, dentro das áreas da sua competência, o exercício da indústria e comércio”… funções plasmadas no art. 1º do Regulamento das Contrastarias. A consulta dos agentes económicos por parte das entidades com competência para legislar, regular ou fiscalizar, no decorrer de processos de alteração substancial do quadro normativo legal a que vão estar sujeitos, parece resultar do mais elementar bom senso. Presunção e água benta cada um toma a que quer, mas neste momento com a nova

tabela de emolumentos, até um ato tão simples e necessário a todos os agentes económicos como é o de garantir o PVP (preço de venda ao público), fica posto em causa, desnecessária e insensatamente posto em causa, nomeadamente na comercialização de artefactos de ourivesaria de mais baixo preço de custo. Para se levantarem da sua banca de trabalho, muitas vezes os ourives empurram a gaveta com a barriga! Dá jeito e é eficaz. No momento seguinte estamos de pé. O que pretenderam empurrar os autores desta Portaria? Se pretenderam solucionar uma situação que todos os agentes do setor tinham consciência que se arrastava há imenso tempo, a atualização dos emolumentos, o contributo dos empresários que fazem da Ourivesaria o seu labor é assim tão despiciendo? Somos assim tão dispensáveis de dar opinião, parecer, conselho ou simplesmente sermos escutados, para a elaboração de quadros normativos que vão de forma decisiva e imperativa regular o nosso trabalho. Somos nós que estamos a pedir de mais? Não somos nós que com as nossas empresas, lutamos, trabalhamos, inovamos, criamos emprego, pagamos impostos, geramos riqueza para o país? Não somos nós sujeitos de cumprir o Regulamento das contrastarias? Não somos nós diariamente confrontados com as ações, omissões, erros, distanciamento, alheamento, por vezes quase com o autismo, em coabitação no tempo e no espaço com o cumprimento correto e eficaz das Contrastarias? Não somos nós que beneficiamos desta eficiência, direito que nos assiste como utentes dos seus serviços? Não somos nós os prejudicados de todo e qualquer tipo de ineficiência? Somos disso ressarcidos? Somos disso compensados nem que seja com uma simples auscultação acerca do que pode ser feito em prol da melhoria dos serviços? Somos nós utentes sujei-

Somos nós que estamos a pedir de mais? Não somos nós que com as nossas empresas, lutamos, trabalhamos, inovamos, criamos emprego, pagamos impostos, geramos riqueza para o país? Não somos nós sujeitos de cumprir o Regulamento das contrastarias?

que todos tomemos conhecimento dela e que nos juntemos novamente em assembleia para sobre ela refletirmos em conjunto. Ao que parece, a atualização dos emolumentos era última antes da Próxima. E esta, a próxima já está aí. O que vamos fazer? Em primeiro lugar, voto que o façamos em conjunto… temos mais força. Em segundo, vamos a isso… vamos fazer destes tempos difíceis tempos de luta, de empenho, de reflexão e de sucesso.

tos de Deveres? Somos, com certeza que o somos. E de Direitos? Na última Assembleia-Geral da AORP conseguimos encontrar um mínimo denominador comum. Permitiu-nos levar a cabo uma ação de sensibilização e protesto que nos juntou de forma inusitada. Cabe-nos manter e fazer crescer esse Em primeiro lugar, voto que denominador que o façamos em conjunto… temos unanimemente mais força. Em segundo, vamos a votamos. Cabe-nos isso… vamos fazer destes tempos reconhecer que juntos temos mais difíceis tempos de luta, de capacidade de nos empenho, de reflexão fazermos escutar. e de sucesso. Cabe-nos escolher qual o caminho que queremos seguir: desde logo se o faremos em conjunto, e assim sendo, guiados por que objetivos. Nestes tempos difíceis, o poder, entenda-se o estado, através dos seus vários agentes tem tomado uma série de decisões, algumas plasmadas em lei, que a todos nos afetam. Sentimos isso diariamente nas nossas empresas. Continuamos a trabalhar, a criar riqueza e a pagar os devidos impostos. Somos sujeitos de Direitos. Vamos lutar por eles? Na última assembleia Está aí a Resolução da Assembleia da República nº 9/2013, publicada no Diário da República, 1ª série, Nº 24, 4 de fevereiro de 2013. Será conveniente

geral da AORP conseguimos encontrar um mínimo denominador comum.


14 ESPAÇO ASSOCIADO

Um nome, uma marca que incorpora a originalidade e a inovação da Ourivesaria portuguesa!

quais destacamos, China, Angola, Espanha, entre outros.

Cedo começaram os passos do Bruno da Rocha pela Ourivesaria.

Foi um percurso árduo, entre fracassos e vitórias fez o seu caminho, considera que conquistou o seu espaço: “tenho a empresa que quero, com a dimensão que escolhi e faço as peças que a minha imaginação me entrega”.

Iniciou em 1987 a sua aprendizagem na joalharia, no Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e Relojoaria (CINDOR), foi no contexto formativo que teve o primeiro contato com esta área e pela qual ficou logo seduzido. As competências técnicas adquiridas, foram o passaporte para a sua criatividade, a partir desse momento, a joalharia e criador fundiram-se num único ser. Neste quadro, participou em inúmeras exposições, concursos e feira nacionais e internacionais. Mais tarde, constituiu a sua empresa, o que lhe permitiu partilhar os prazeres da sua criação.

Não se pense no entanto que está parado ou sequer realizado, um artista nunca o está. Segreda-nos que está sempre à procura de novos desafios, que o estimulem, e que lhe tirem o sono. O sucesso, como diz, “não é uma linha reta, mas sim um novelo”. O gozo de se ganhar vale também pelo caminho feito. Aos 41 anos, surge uma nova estrada na vida do Bruno da Rocha, que este quis percorrer. O convite para dar formação em joalharia chegou da Administração do CINDOR, a escola, pela qual nutre um especial carinho, não fosse esta a instituição que proporcionou os primeiros ensinamentos da sua arte, pelo que recusar seria totalmente descabido.

Nas suas palavras afirma-se como “um artista, preciso muito de liberdade, de viajar, de sair à noite, de estar com amigos, de viver nesta minha cidade do Porto”. Partilhar os seus conhecimentos

Numa conversa descontraída, nas instalações do seu atelier, o Bruno abriu-nos o coração e começou logo por nos dizer “que não seria feliz se tivesse assumido um percurso de empresário tradicional”. Nas suas palavras afirma-se como “um artista, e preciso muito de liberdade, de viajar, de sair à noite, de estar com amigos, de viver nesta minha cidade do Porto”. E é isso que sentimos com o avançar da conversa. Um empresário diferente, com alma rebelde com toques de desorganização e irracionalidade. Vive de paixões.

Sendo a joalharia a forma de se expressar como artista, esta é a paixão da sua vida. Nunca ambicionou ser um empresário, com uma indústria que abrangesse todos os nichos de mercado, que com toda a certeza, ao nível financeiro se repercutiria em lucros mais generosos. Mas sim, partilhar as suas criações, com um consumidor ávido das suas peças, que até à presente data tem correspondido as suas expectativas. As suas peças com o seu traço peculiar, são reconhecidas pelas suas componentes técnica e estética. Este é retorno do seu trabalho, que o gratifica no seu dia-a-dia. A marca Bruno da Rocha, posiciona-se no mercado nacional com alguma notoriedade, assim como, em alguns mercados internacionais, dos

com os alunos, passou a fazer parte dia a dia deste artista. Trocou as noites de sofá, pelas salas de formação e pelos olhares atentos e ávidos de conhecimento. No CINDOR, o Bruno está a dar formação, em horário pós laboral. Iniciou esta nova função de formador, com cursos de iniciação e pretende acompanhar os seus alunos até ao final do percurso formativo, que se traduzirá num joalheiro. “Tem sido, muito gratificante, assistir à consolidação das competências técnicas dos alunos, desde o fundir, laminar, trefilar, serrar, limar, entre outras, até a execução das suas próprias peças, onde já incorporam a sua criatividade.” Diz-nos que, para manter os seus alunos motivados os coloca a realizar trabalhos práticos e criativos “comigo começaram logo a fazer peças de construções simples e geométricas, e a partir daí, introduzo as tecnologias dos metais, aquisição de conhecimentos sobre a plasticidade dos materiais, entre outras técnicas em função das peças em execução. O processo formativo é muito dinâmi-


15 ESPAÇO ASSOCIADO

É quando as empresas encontram os caminhos das escolas, e estas as recebem e interagem, que construímos uma cadeia de valor completa. co, alunos e formador, estão sempre em interação. Bruno afirma: “ Os desafios são constantes, e os resultados surpreendentes”. Numa panóplia de formandos, com destrezas e criatividades distintas, sente que contracena com novos conceitos de joalharia, uns mais embrionários que outros mas devidamente sustentados. O objetivo é assegurar, que a joalharia seja sempre prestigiada. Em tom de fim de conversa, e como que resumindo tudo e reorganizando o discurso que foi solto e cativante, grita-nos um “além da escola e da minha empresa, adoro ter tempo livre para mim, e prezo muito a parte social da minha vida”. É nas suas palavras “o que me permite criar as minhas peças e ser feliz”. Mas, sabemos que o

“bichinho” do ensino está ali, e o setor terá a ganhar com experiências deste tipo. É quando as empresas encontram os caminhos das escolas, e estas as recebem e interagem, que construímos uma cadeia de valor completa. A aposta do CINDOR de investir em bons profissionais da área, para integrarem o seu corpo docente, será com toda a certeza uma mais-valia, e “com o ex-aluno do Centro sinto-me lisonjeado pelo convite e muito orgulhoso em contribuir para o sucesso desta prezada instituição. Com este espírito, estamos no caminho certo….. Vamos contribuir…. É por ai!”


16 FEIRAS

Inhorgenta Munique 2013: o sucesso de uma feira

“A Inhorgenta Munique é a exposição mais importante para os visitantes de língua alemã, mas está claramente a ganhar importância internacional”.

Um total de 30.000 visitantes profissionais de 85 países foram de 22-25 fevereiro de 2013 à feira Inhorgenta Munique, representando um aumento de cerca de 2%. Um terço deles vieram do exterior. Entre os países representados podemos destacar a Áustria, Suíça, Itália, Espanha, Holanda e Reino Unido. No entanto, Munique recebeu também visitantes dos EUA, Rússia, China, América do Sul e Emirados Árabes Unidos. Desta forma, a feira continuou a expandir a sua vertente internacional e consolidou o seu papel como líder mundial do luxo acessível, no segmento de joias, relógios e estilo de vida. Klaus Dittrich, diretor da Messe München GmbH, explicou: “A Inhorgenta Munique é a exposição mais importante para os visitantes de língua alemã, mas está claramente a ganhar importância internacional”. O feedback desta edição de 2013 é claramente positivo, e é confirmado pelo inquérito realizado aos visitantes da Messe München. Mais de 97% dos visitantes avaliou o salão como excelente, muito bom ou bom, o que é um sinal de melhoria. Especialmente a atmosfera vivenciada nos pavilhões, criada pela alta qualidade da exposição, marcou de uma forma muito positiva os visitantes. 55% dos visitantes profissionais qualificaram-na de extraordinária a muito boa, e 37% atribuiram nota de razoável. A grande maioria dos visitantes profissionais, ficaram particularmente satisfeitos com a integridade e clareza do certame, bem como com a grande variedade de oferta. “A resposta positiva dos visitantes profissionais é a prova da confiança que tem a indústria desta feira. Estamos muito satisfeitos

www.inhorgenta.com

por termos sido capazes de convencer os nossos expositores e visitantes com o nosso novo posicionamento como plataforma de tendências de luxo acessível e abordagem de design de alta qualidade”, disse Klaus Dittrich. Um total de 1.237 expositores, significando um aumento de 9% em relação a 2012, mostrou as suas últimas coleções na Inhorgenta Munique, sendo que a participação estrangeira aumentou de 37 para 47%. Com a abertura de um novo Pavilhão Life Style “Tendências e Visão” esta feira, celebrou o seu 40 º Aniversário. Ocupando agora um total de sete pavilhões, onde a grande variedade de tendências, novos materiais e formas dos produtos expostos revelou formas inovadoras e de futuro e destacou a importância que a feira dá à realização de negócios. Portugal teve nesta edição a sua maior representação de sempre, estando em exposição de forma individual ou coletivamente, na mostra de Ourivesaria Portuguesa no Stand da AORP. As empresas presentes na feira: . Astorga Jewels . Barbosa Design . ELEUTERIO . Eugénio Campos Lda. . Gumus . Pedro Castro & Oliveiras, Lda. . RAINBOW JEWELLERY, Lda . Susenajoias . Verdegreen Jewellery


17 FEIRAS

A maioria das empresas encontra-se a executar projetos de internacionalização no âmbito do Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME. Estes programas foram desenvolvidos com sucesso, pelo departamento de estudos e consultoria da AORP, que está disponível para apoiar novas empresas a entrar neste percurso de internacionalização.


RUNS


19 NOTÍCIAS

João C.C. Abrantes e Ermanno Aparo

UIDM, Instituto Politécnico de Viana do Castelo

A utilização de MATERIAIS cerâmicos high-tech em produtos de elevado valor acrescentado: o exemplo da joalharia O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), através da sua Unidade de Investigação e Desenvolvimento em Materiais, UIDM (http://uidm.estg. ipvc.pt), promove projetos de investigação onde os materiais desempenham um papel fundamental e com aplicação em áreas tão diversas como a energia, o ambiente, o design, englobando o desenvolvimento e otimização de propriedades de novos materiais e/ou técnicas de processamento. Estes projetos, sempre que possível, tentam ser multidisciplinares e realizados em parceria com o tecido empresarial existente.

O material de suporte selecionado foi a alumina, um material cerâmico de alta tecnologia, que possui propriedades de elevado desempenho, apesar do seu baixo custo. Este material, exaltando a filigrana, não renuncia à sua elegância e ao seu fascínio, valorizando o metal precioso sem se confundirem e garantindo a sua própria identidade. Para o conceito foi utilizado o azulejo como um dos exlibris do panorama português. O azulejo como elemento que, influenciado pela cultura árabe, acompanhou a evolução do espaço urbano português, sofrendo influências e evoluções e constituindo um meio de expressão, mas também e sobretudo, um catalisador cultural.

Em 2006, no âmbito da disciplina de projeto do curso de Design do Produto do IPVC, nasce o projeto Luxtiles, de- Os resultados deste projeto foram muito senvolvido por alguns positivos e reconhe(...)alumina, um maalunos e sob a oriencidos largamente pela tação de docentes e com terial cerâmico de população em geral. alta tecnologia, a colaboração direta da Foram produzidas UIDM, do Museu do que possui proprie- peças de ourivesaria Ouro de Travassos, da de elevada qualidade dades de elevado Câmara Municipal de desempenho, apesar e beleza, plasmadas, Póvoa de Lanhoso e do seu baixo custo. no final, num catálogo por diversas oficinas de que inclui imagens das Este material, ourives-filigraneiros. peças de joalharia, nas exaltando a fiquais houve a preoEste projeto, tendo ligrana, não renun- cupação de conciliar em atenção as tendên- cia à sua elegância aspetos culturais, estée ao seu fascínio, cias atuais do setor da ticos e funcionais. joalharia, propõe uma valorizando o visão de produto cada metal precioso sem O projeto, para além vez mais orientada para dos produtos concebise confundirem e a sua caracterização dos, serviu para desengarantindo a sua qualitativa, projetada volver uma tecnologia própria numa escolha criteinovadora, baseada no identidade. riosa de materiais e de fabrico de cerâmicos cenários para objetos mais caracteriza- luminosos e coloridos através da utilidos e caracterizantes. Quando se fala de zação de pigmentos cerâmicos de alta um novo conceito de joias, pretende- temperatura. No processo de desen-se procurar um novo enquadramento volvimento desta tecnologia, as mispara a filigrana portuguesa, uma arte da turas de alumina e corante são homogeourivesaria riquíssima e elaborada, que neizadas em moinhos rápidos de bolas, neste caso, se transforma num elemento de forma a garantir uma cor homogénea precioso do objeto. em todo o objeto. As peças são sinterizadas a alta temperatura, garantindo,

desse modo, um elevado desempenho mecânico e assegurando que, mesmo em situações extremas, não ocorrem alterações de cor provocadas por eventuais riscos superficiais, uma vez que todo o corpo possuiu uma coloração homogénea. O brilho, textura e sensação ao tato, são garantidos por polimento especial com pastas de polimento específicas. Através do projeto VT– Vehículos de Tecnologia, apoiado pelo POCTEP, pretende-se transferir esta tecnologia para empresas do setor da joalharia, setor especialmente acarinhado nesta iniciativa de I&DT. Refira-se que a introdução de materiais cerâmicos de alta tecnologia na joalharia permite obter um grande leque de escolha de configurações cromáticas e, consequentemente, uma maior diversidade de produtos, potenciando mercados. Os potenciais utilizadores desta tecnologia incluem, portanto, ateliers de cerâmica, de joalharia e de design, embora não se exclua a hipótese de criação de uma spin-off que se dedique ao design, fabrico e distribuição. Todavia, os materiais e a tecnologia desenvolvida poderão ser utilizados em muitas outras aplicações,. Na verdade, onde o tato, o brilho e luminosidade forem relevantes requisitos, existirá, em princípio, uma potencial aplicação. Estarão nestes caso os botões de autorrádios e incrustações em móveis, em cutelaria, em canetas, etc. A alumina utilizada neste projeto também não esgota o leque de materiais disponíveis, sendo, por exemplo, a zircónia, um material de elevado potencial em produtos deste tipo.



21 NOTÍCIAS

O lema “Gondomar, Capital da Ourivesaria” ganha uma dimensão maior, a cada ano, pela altura em que se realiza a “Ourindústria”. Durante quatro dias Gondomar recebe os profissionais do setor – numa iniciativa que representa um valioso contributo aos negócios relacionados com a arte mais tradicional de Gondomar: a Ourivesaria.

Março é o mês em que, uma vez mais, a Ourivesaria de Gondomar irá estar em evidente destaque. Entre os dias 21 e 24 de março realizase, no Multiusos, mais uma edição da “Ourindústria”. Iniciativa promovida pela Divisão de Desenvolvimento Económico da Câmara de Gondomar, em parceria com a Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, a “Ourindústria 2013” pretende, principalmente, continuar a desenvolver e promover o setor.

www.cm-gondomar.pt

Continuar a reafirmar Gondomar como a “Capital da Ourivesaria” é, também, objetivo sempre inerente a esta iniciativa. O certame decorre de 21 a 24 de março. Os primeiros dias estarão reservados aos profissionais do setor e, no dia 24, a “Ourindústria” abre a um público mais generalizado. Esta é, pelos profissionais da Ourivesaria, considerada uma das mais importantes feiras do setor que se realiza em Portugal. São quatro dias de apresentação de produtos, definição de parcerias e captação de novos mercados e clientes. Este ano, à semelhança de edições anteriores, o evento junta os diversos setores

A AUDITOR – Santos Freitas & Filho, Lda., com mais de 40 anos de experiência no mercado, concebe, importa, desenvolve e personaliza todos os equipamentos para a gestão e controlo de qualquer Negócio. Com o objetivo de proporcionar um serviço de valor acrescentado, foi estabelecido um protocolo entre a AUDITOR e a Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, através do qual o forte knowhow das duas instituições será partilhado, proporcionando-se desta forma um serviço que vai de encontro às necessidades de cada cliente. As empresas interessadas em usufruir as vantagens deste protocolo, deverá contactar a AUDITOR, ou visitar o site: www.auditor.pt.

associados à Ourivesaria no Multiusos – prevendo-se a participação de perto de uma centena de expositores. Promovida pela Divisão de Desenvolvimento Económico da Câmara de Gondomar da Câmara Municipal de Gondomar (e dinamizada com a parceria da Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal e do Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e Relojoaria), a “Ourindústria” assume um papel estratégico na divulgação, promoção e estímulo do ramo da Ourivesaria e das indústrias e serviços associados. Esta feira realiza-se com os objetivos de garantir a promoção e dinamização da Ourivesaria, orientar e criar intercâmbios comerciais, proporcionar novas oportunidades de negócios, dinamizar o tecido empresarial, organizar debates de ideias para a Ourivesaria, manter a coesão do setor e, também, atualizar e partilhar novos modelos de gestão, revitalizando a economia concelhia.

Este protocolo permite aos associados da AORP o acesso a diversas vantagens, onde se inclui:

Estas condições abrangem uma vasta gama de produtos, onde a título de exemplo se pode destacar:

- Condições especiais de aquisição; - Acesso a campanhas promocionais especiais; - Produtos e serviços desenvolvidos especificamente para o sector da ourivesaria e relojoaria; - Consultoria; - Análise de crédito; - Oferta de instalação e formação.

- Sistemas de videovigilância; - Soluções de segurança e detecção de intrusos; - Sistemas de facturação certificados e diversos equipamentos complementares; - Soluções de controlo, protecção e gestão de tesouraria; - Software de gestão de back office; - Ferramentas de marketing online; - Produtos e serviços de tecnologia de informação; - Concepção de soluções web-based; - Ferramentas de comunicação e publicidade; ...

www.auditor.pt


22 SUGESTÕES

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GZ Goldschmiede Zeitung

PORTUGUESE SOUL Tudo sobre acessórios, calçado e moda. Um blog criado pela APICCAPS (Jornal da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e seus Sucedâneaos) que surge no seguimento da revista com as últimas tendências do mercado nacional e internacional em calçado, bolsas, couro e acessórios.

Informações sobre joias, ourivesaria, prataria, pedras preciosas, e uma apresentação de artistas e novidades técnicas.

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www.gz-online.de

FEIRA The Jewellery Show London Projetos para inspirar e seduzir The Jewellery Show London é um evento comercial de prestígio, que vai ter lugar no próximo mês de 11 a 12 de junho de 2013 na Somerset House em The Strand, um dos locais mais emblemáticos da cidade. O evento apresenta marcas influentes britânicas e internacionais, fornecedores e designers de joias dentro de um ambiente de vanguarda ao longo de dois dias.

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www.thejewelleryshowlondon.com

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www.portugueseshoes.pt


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