Manual de Criação de Caprinos e Ovinos

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Os sintomas clínicos são: irritação, prurido e escarificação da pele, devido a traumas ocasionados ao esfregar o corpo em superfícies. Na maioria das vezes, as lesões da pele são agravadas devido às infecções bacterianas e larvas de moscas. Uma infestação maciça deixa os animais inquietos, sem comer, magros e esgotados, podendo também levá-los à morte. Em rebanhos infestados, realizar o tratamento através de banhos de aspersão ou imersão, com produtos à base de organofosforados e piretroides, repetindo o tratamento dez dias após. 10.4.1.3.4 Oestrose (Bicho de Cabeça) É uma doença causada pela larva da mosca Oestrus ovis. Acomete os ovinos de diferentes idades, e ocasionalmente caprinos. Os principais são: dificuldade respiratória, secreção nasal sanguinolenta, animais balançam a cabeça constantemente, ficam apáticos e alguns casos podem desenvolver sinais neurológicos. O tratamento consiste na administração de antiparasitários e combate as moscas transmissoras. 10.4.2 Doenças Infectocontagiosas É uma doença causada pela bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis que acomete caprinos e ovinos, é caracterizada pela formação de abscessos superficiais ou nas vísceras dos animais. A contaminação se dá por ferimentos, arranhões, ou mesmo pela pele intacta, vias respiratória, digestiva e genital e pelo cordão umbilical. Os abscessos aparecem com maior frequência nos gânglios localizados na região da espádua, pré-auricular e flanco, conforme indicado na foto a seguir. Foto - Fábio Ximenes

Este procedimento deverá ser feito apenas por pessoa habilitada. A ferida deve ser protegida das moscas com aplicação de repelentes diariamente até a cicatrização. O pus retirado deve ser queimado e os instrumentos usados devem ser desinfetados. Como medidas profiláticas devem-se: • Isolar os animais doentes e evitar que os abscessos existentes se rompam, evitando-se a contaminação do meio em que os animais estão. • Os animais tratados só deverão retornar ao rebanho após completa cicatrização. • Em rebanhos onde exista a reincidência poderá ser feita a vacinação. • Animais com reincidência de abscessos devem ser descartados. Foto - Fábio Ximenes

Animal com abscesso grave - Linfadenite Caseosa (Mal do Caroço)

10.4.2.2 Pododermatite (Podridão dos Cascos)

Possíveis locais dos abscessos causados pela linfadenite caseosa

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O principal agente causador da doença é a bactéria Dichelobacter nodosus, podendo haver associação de outras bactérias: Fusobacterium necrophorum e Corynebacterium pyogenes. É uma doença contagiosa que se caracteriza por dermatite localizada principalmente na junção da pele com o casco. Com o agravo, a inflamação pode atingir a parte sensível do casco, causando laminite e severa claudicação.

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10.4.2.1 Linfadenite Caseosa (Mal do Caroço)

O melhor tratamento é local, com a retirada do caroço quando este estiver mole e sem pelos, utilizando-se o seguinte procedimento: 1. Desinfetar o local do caroço com solução à base de iodo; 2. Abrir o abscesso, com uso de um bisturi com lâmina nova, em toda sua extensão para facilitar a saída de todo o pus. 3. Após retirar todo o pus, limpar e desinfetar a “bolsa” colocando tintura de iodo a 10%.


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