Revista Zine U-M

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Revista  U-M  *  Ano 1  *   Edição 1  *   nº 001

Entrevista: Lobo Pop Art Agora que sou Rika com Bruna Salim

Moda, Brechó, Mercado e Ambiente : onde esses temas se entrelaçam?


EXPEDIENTE Editora Executiva- Juliana Antunes Produtora Executiva - Nayara Soares Editora de Moda - Amanda Correia Produtora de Moda - Amanda Nogueira Editora de Arte - Viviane Bregantin Diagramadora- Deisi Libral茫o Ilustradoras - Carolina Zanotti e Marilia Moreira Fot贸grafas - Isabela Fukamatsu e Mariana Padilha Redatora Chefe - Suelen Prata

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COLABORADORES

Maria Adelina Pereira M么nica Zerbeto


CONTEÚDO

8 Prata da Casa 10 Straight up

12 Ps: com Mônica Zerbetto 14 Follow Me 19 Modices - Desejos

21 Convidado: Marcus Rottenn

24 Agora que sou Rika: com Bruna Salim

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29 Enfeitada de Sonhos 37 Bapho: Bazar das Pin Ups

39 Desaphafo: com Maria Adelina Pereira 42 Curiosidade: Lobo Pop Art

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C a r ta a o l ei tor

Brechó ou lojas de artigos usados e bazar serão os temas abordados nesta revista. Explorando um pouco esse lado diferenciado que pode se chamar de “Segunda Mão”. Nestes lugares é comum a venda de roupas, calçados, acessórios e etc. Há também o escambo, que é quando as peças dos brechós são feitas em base de trocas. Há pessoas que frequentam esses lugares e passam a ter um estilo próprio, muitas vezes diferenciado, além de encontrar nestes lugares bons preços e peças exclusivas - por ser criado no passado, o feitio (modelagens, aviamentos, etc) eram diferentes do que temos hoje. Para outras pessoas, se os objetos ou roupas que ali estão para venda foram pertences de um falecido, gera certo receio em adquirir, pois algumas pessoas acreditam que a energia do mesmo ainda continua na roupa ou objeto. Seja energia negativa ou positiva. Segunda Mão é uma maneira de se vestir bem sem gastar muito e encontrar peças em ótimas condições para uso e muitas vezes de marca, renovando o guarda-roupa.

por: Juliana Antunes

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C o l a bo r a d o r es

Maria Adelina Pereira

Superintendente da ABNT - Setor -Técnica Têxtil pela Escola SENAI Francisco Matarazzo -Engenheira Química pela FEI/FCA -Engenheira de Higiene e Segurança do Trabalho pela UNICAMP/PUCCAMP -Mestra em Administração pela FEA/USP -Professora no Curso de Tecnologia Têxtil na FATEC Americana desde 1987, no Curso de Tecnologia do Vestuário na Faculdade SENAI de São Paulo desde 2000, no Curso Superior de Moda do UNISAL desde 2003. -Consultora da PG Assessoria Técnica Têxteis e do Vestuário

Mônica Zerbetto Estilista

Formada na instituição de ensino: Faculdade Santa Marcelina - ano de 2010. -Estagiária da empresa Serpui Marie -Estagiária na empresa Sara e Mari -Assistente de estilo na empresa C&A -Estilista na empresa SAAD -Estilista na empresa Bokker jeans -Estilista e compradora na empresa Alpelo -Sócia e proprietária da empresa DB Rainbow -Designer de estamparia freelancer

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Comprar em brechós é uma das maneiras mais sustentáveis de se adquirir novas peças para seu guarda roupa!

Não esqueçam que as peças vintage nos ensinam muito!

Olhe as costuras e as modelagens!

Não se sabe ao certo onde tudo começou, porém há relatos de que a ideia de vender roupas e objetos de segunda mão surgiu no Brasil no final do séc. XIX, pelo comerciante Belchior, na cidade do Rio de Janeiro. Desse nome originou-se o termo ``Brechó´´, maneira mais fácil de pronunciar o nome Belchior, sendo até os dias de hoje a palavra símbolo para lugares que vendem artigos de segunda mão. No início era apenas o lugar onde havia velharias, cheirando a naftalina, onde pessoas com menos poder aquisitivo compravam. Atualmente, Brechós são lugares onde pessoas que buscam algo diferente frequentam e compram peças de marcas famosas, de outras coleções, ou até mesmo peças simples que podem ser customizadas e transformadas em exclusividade.Nos brechós podemos encontrar roupas, móveis, sapatos, objetos, acessórios, e tudo o que se possa reaproveitar, basta ter paciência e disposição para encontrar algo legal.

Se você preferir, existem vários brechós virtuais, para quem gosta de fazer compras sem sair de casa!

Garimpe em brechós em busca daquela peça incrível, mas tenha paciência!

Nada de comprar peças antigas apenas por que está na moda!

Por: Suelen Prata

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P r a ta d a C asa

PROMESSA UNISAL Aluno do primeiro ano do curso de Moda Unisal Luis Jujep Ross, (José Luis Rodrigues) conta a Zine U-M sobre suas qualidades artísticas e a sua produção de bolsas super criativas!

“Como Designer, vejo a bolsa de forma diferente dos outros produtos de moda, porque uma roupa tem que ter uma medida para se adequar ao corpo da mulher, já a bolsa não. O que varia da compra e da escolha da bolsa seria basicamente o formato dela e o preço. A minha primeira bolsa foi feita a mão, há cinco anos, com um tecido de couro sintético simples, sensível. Guardo-a com carinho. Não tenho minha marca favorita de bolsas, mas admiro internacionalmente a

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Emme. Há uma estilista brasileira que admiro, ela tem sua marca consagrada na Itália, Paula Cadermatori, que por ventura enviei a ela uma carta e ela me respondeu, sendo uma experiência emocionante, onde ela me elogiou e me deu palavras de incentivo, como: “só com o esforço vem o sucesso’’. Eu amo as artes, inclusive pinto quadros, mas a moda é a parte da arte mais comercial nos atuais, assim como na Grécia foi à escultura, no renascimento à pintura, hoje a parcela da arte que mais vende é a moda. Já vivenciei diversas experiências na arte, pinturas, gravuras, esculturas em tamanho real, fite, de tudo um pouco. Eu gostaria de unir a arte dos grafites ou pinturas com as bolsas, mas ainda não realizei essa façanha! As minhas bolsas não possuem nome devido ao fato de não repetir modelos.

bolsas têm a minha assinatura e são confeccionadas por mim. Os bordados também são desenhos meus, mas são confeccionados por terceiros.

Tenho 22 anos, e fiz até hoje em torno de 50 bolsas. Meu maior sonho não é o lucro, mas a glória da minha marca. Uma bolsa demora aproximadamente duas semanas para ficar pronta, Trabalho também com exclusividade, desenho a bolsa, mostro o desenho para a cliente, Marca se ela aprovar, confecciona-a O nome da minha marca é Jujep e entrego o desenho junto Ross. Surgiu este nome pelo com a bolsa, como uma fato de meu primeiro nome ser garantia de que a bolsa dela José, e na infância começaram é exclusiva e que não vou as variações, Joset, Josep, repetir o modelo novamente.’’ Josef, até chegar a Jujef, o que permaneceu até hoje. Todas as Fotos: Acervo pessoal


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S tr a i gh t u p Luisa Moraes: Camisa jeans do pai customizada

Lívia Occhiuzzo: Colete (brechó São Domingos)

Paulo Teodoro: Calça jeans, camiseta e blazer (brechó da Madá-centro)

PEPA: Roupas do brechó, Via Brechó, de Campinas

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Lívia Bordignon: Calça jeans da mãe


Rosângela Scarpelini: shorts jeans customizado Júlia Silva: Óculos de sol (brechó Igreja São Vito)

Barbara Bertola: Bolsa vintage.

Ego Oliver: Camisa jeans (brechó da vovózinha)

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P S c o m M ô n i c a Z er bet t o

Estilista, designer e dona de sua própria marca, está é Mônica Zerbetto, que mesmo sendo jovem, já tem uma ascensão no mercado, demonstrando o seu potencial. Mônica mostrou como seu amor pela moda também foi influenciado pelo brechó

Acho

bastante interessante o conceito de brechós e bazares, desde a época da faculdade sempre fui uma grande frequentadora dos brechós paulistanos, não apenas com o intuito de encontrar uma peça a preço reduzido, mas sim para aprender mais sobre a história da moda e analisar os detalhes e cortes das peças mais antigas. Acredito que o público que frequenta esses tipos de eventos ou lugares é um público que nem sempre quer seguir a risca as tendências impostas pela mídia, mas sim sustentar um estilo próprio que envolve peças que eventualmente nem estão 12 | Zine U-M - Dezembro 2013

Foto: Acervo pessoal

mais “em alta” na moda atual. Os bazares já seguem um outro conceito, o objetivo deles é a queima do estoque das marcas, por isso o foco é mais comercial e tem muito mais haver com o valor apresentado na etiqueta. Por um lado é muito bom, pois algumas “peças desejos” se encontram com valores mais acessíveis e muitas vezes até mais justos do que os valores anteriores, porém o grande problema é a desvalorização da peça para aquela


pessoa que se dispôs a comprar o produtos com o preço anterior. Muitas vezes compramos peças mais caras pois acreditamos valer a pena e ser algo direfenciado, uma semana depois a mesma peça encontrá-se com 50% de desconto na mesma prateleira.

e estilista, acho extremamente válida e interessante a idéia de bazares e principalmente brechós, porém acredito que, tudo tem seu tempo correto para acontecer, criando uma situação justa com os consumidores e valorizando ainda mais as peças que estão a venda.

Para mim, como consumidora e estilista, acho extremamente válida e interessante a idéia de bazares e principalmente brechós’ Atualmente, o principal problema relacionado principalmente aos bazares é que tudo está acontecendo muito rapidamente, coleções recém lançadas já entram em liquidação na mesma semana de lançamento, o que acaba prejudicando muito o consumidor e desvalorizando o produto muito rapidamente. Para mim, como consumidora

Foto: Acervo pessoal

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Follow Me: Couple Carismáticos Caroline Boian Martinelli e Thiago Guenther, incorporam casal de moda de poses divertidas

Fotografia: Mariana Padilha e Isabela Saiuri Fukamatsu Ilustração: Marília Moreira

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Zine U-M

Roupas e acess贸rios do - Dezembro 2013 |15 acervo da revista


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Roupas e acess贸rios do da revista |acervo Zine U-M - Dezembro 2013


Roupas e acess贸rios do acervo da revista Zine U-M - Dezembro 2013

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Modices

Desejos Desejos dos designers do Unisal

por: Juliana Antunes

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Convidado: Marcus Rottenn Marcus Rottenn nos conta um pouco como a inspiração e designer podem ser belos juntos.

S

“ empre fui apaixonado por desenho. Desde ‘’pirralho” eu já desenhava, e isso cresceu a cada dia. Queria cursar algo relacionado a artes, criação e afins. A Moda sempre foi algo que me chamou atenção, minha avó sempre costurou e eu gostava de tudo aquilo, criava super-heróis e ficava desenhando as roupas deles. Quando entrei na faculdade tive aquela ideia inicial (que a maioria das pessoas também tem, acredito eu ) , de num futuro me tornar um designer, entrar no final do desfile e ser aplaudido. Porém, dentro do curso conheci a imensidão de áreas que existe dentro da Moda. Desisti da área de criação de vestuário, foi algo que não me chamou mais atenção, mas a parte de ilustração sim, técnicas de traçar, pintar,

decorar os croquis foi o que mais gostei. Noites em claro desenvolvendo trabalhos foi muito bom, olhar os trabalhos prontos é compensador.

“A Moda sempre foi algo que me chamou atenção, minha avó sempre costurou e eu gostava de tudo aquilo, criava super-heróis e ficava desenhando as roupas deles.” Além da faculdade comecei fazer cursos extracurriculares, sobre pintura digital. Essa área foi a que mais me identifiquei sendo uma das coisas que mais amo até hoje. Após o curso eu trabalhei em uma confecção como designer e em seguida em uma estamparia

digital, fazendo a parte de desenvolvimento e coloração das estampas. Fui colaborador de uma revista de moda, escrevendo sobre a parte masculina. Também ministrei palestras sobre ilustração de Moda no SENAC de Americana e Etec de Nova Odessa. Hoje em dia me desliguei da área de moda e estou aprendendo a tatuar, isso por influência familiar, já que a minha irmã tatua há seis anos. Continuo com as ilustrações e alguns trabalhos como freelance, mas atualmente é a tatuagem que me chama atenção. É difícil afirmar que esse é o campo específico que eu quero trabalhar para o resto da vida, a cada dia que passa nós conhecemos coisas novas, sensações novas e isso muda completamente nossa vida, nossos ideais.

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Foto: Acervo pessoal do ilustrador

Foto: Acervo pessoal do ilustrador

Ilustração criada pra Semana de Moda Unisal - 2011

Foto: Acervo pessoal do ilustrador

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Ago r a q u e s o u R ik a Entrevista Bruna Salim, participou da primeira turma que a Unisal disponibilizou do curso de moda. Atualmente proprietária da loja BhrumilaS. (Zine U-M): Conte-nos um pouco da sua história. Porque você optou pelo curso de Moda? (Bruna Salim): A profissão de moda sempre me encantou. Desde pequena costurava roupas de boneca, montava bijuterias, adorava revistas de moda... Há alguns anos atrás, só existiam faculdades de moda em outras cidades (a mais próxima era em SP), e a despesa seria muito grande. Por isso, logo depois que eu terminei o 3º colegial, comecei a fazer cursos, na área: corte e costura, desenho de moda, vitrinismo... Até que em 2004 iniciou a primeira turma de moda da Unisal. Vi ai uma grande oportunidade de me aperfeiçoar e realizar meu grande sonho que era cursar Moda. Durante a faculdade, eu já tinha um atelie, onde costurava sob medida e também produzia bijuterias. Através da faculdade, fui ganhando experiência e conhecimento, o que me deu ainda mais segurança e certeza de que estava no caminho certo! A procura de roupas começou a aumentar, por isso fui deixando as bijuterias de lado e me dedicando a costura e me aperfeiçoando cada vez mais, focando também em produção de roupas para revenda, e não somente sob medida, o que deu super certo!

(Zine U-M): Como foi depois que se formou? Quais foram às dificuldades encontradas?

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(Bruna Salim): Quando terminei a faculdade, emFotograá: 2006, Isa já estava com minha marca própria criada, a BhrumilaS, mas a produção ainda era pequena, eu contava apenas com uma costureira, além de mim, que também desenvolvia as peças para marca. Em 2007 iniciei Pós Graduação em Gestão de design de Moda no SENAI em SP. Foi um ano e meio de muito aprendizado, onde fui me especializando na área de administração e gestão da minha empresa. Tanto que finalizei o curso no inicio de dezembro/2008 e na metade de dezembro deste mesmo ano, estava montando a loja BhrumilaS!Até hoje, todos os anos faço cursos de especialização em vários segmentos de moda. O último foi de Consultoria de Imagem Pessoal, o que valorizou ainda mais o atendimento a minhas clientes.


Nossa preocupação é com a qualidade você está do produto, por isso oferecemos tecidos atualmente? de qualidade e nos preocupamos muito com o acabamento das peças. (Bruna Salim): A loja esse ano está completando cinco anos, e conta com um mix bem variado Temos algumas vendedoras que fazem venda de produtos. Temos nossa confecção própria a domicilio, como sacoleiras, que veem até (voltada para o varejo), com tiragem limitada a loja, “montam” a sacola de acordo com o de peças, ou seja, o mesmo modelo geralmente perfil das clientes que vão atender e levam as é confeccionado em diferentes cores e roupas, em consignação e são comissionadas. tamanhos, sendo peças quase exclusivas. E caso a cliente goste de um modelo e queira fazer pequenas modificações na peça (cor, O que eu quero passar para tamanho, comprimento, decote, etc), nós confeccionamos uma peça exclusiva para as clientes é nosso diferencial, ela. Além disso, qualquer ajuste que precisar tanto do produto, quanto do ser feito na peça, nós mesmos fazemos e não cobramos nada a parte. Também trabalhamos atendimento e do local da com customização e peças sob medida loja, que oferece privacidade, (dependendo o modelo, coisas mais simples!). (Zine e o

U-M): que

Como faz hoje

Além disso, trabalhamos também com outras marcas de roupas, além de acessórios como bolsas, cintos, bijuterias e semijóias.

e a cliente se sente em casa!

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(Bruna Salim): Além da confecção própria e multimarca, trabalhamos com bijuterias, semijoias, cintos, bolsas e cosméticos Mary Kay. Iniciamos recentemente a venda e confecção de peças infantis femininas (linha mamãe e filhinha)

(Zine U-M): Quais os concorrentes principais? (Bruna Salim): Na verdade não conheço nenhum outro local aqui na região que faz o que fazemos aqui na BhrumilaS, que confeccionamos a peça sob medida, caso a cliente não encontre nada que lhe satisfaça já confeccionado, ofereço a consultoria de imagem (a cliente traz as roupas e acessórios e eu atendo como consultora, montando o look para determinada ocasião). Foto: Acervo Pessoal

(Zine U-M): Quais os Hábitos e atitudes dos consumidores em relação ao produto (Zine U-M): Como está a loja e qual a (periodicidade de compra, quantidade visão que os clientes possuem da marca? comprada, preferências por sabores, etc..)? (Bruna Salim): A loja fica situada em uma casa, por isso oferecemos um espaço aconchegante, climatizado, onde as clientes se sentem muito a vontade. Temos um espaço, cozinha, onde oferecemos café, cappuccino e bolachinhas, e geralmente de sexta-feira oferecemos bolo caseiro. O que eu quero passar para as clientes é nosso diferencial, tanto do produto, quanto do atendimento e do local da loja, que oferece privacidade, e a cliente se sente em casa! E de que estamos sempre à disposição delas para satisfazer todas as suas necessidades e desejos! Hoje possuo uma clientela muito fiel, a loja cresce consideravelmente a cada ano, mas sempre estou inovando, não podemos parar nunca! Trabalho muito, ainda mais com a crise mundial que está por aí, mas vejo o resultado e isso é muito gratificante!

(Zine U-M): Além da sua marca, quais outros produtos vocês trabalham?

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(Bruna Salim): Minha cliente frequenta a loja quase que semanalmente, mas algumas vezes compram, outras vezes só vem até a loja para tomar um café e bater papo. Mas sempre que têm novidades elas acabam comprando algo. Sendo assim, procuro inovar com algo novo toda a semana para satisfazer minhas clientes.

(Zine U-M): Já houve alguma espécie de marketing, divulgação, logo, rascunho, ou qualquer outro material relacionado ao trabalho atual? (Bruna Salim):A divulgação é feita por FACEBOOK (BhrumilaS) e o boca a boca. Já anunciei em revistas de região, mas não obtive retorno Já possuo o logo da marca, mas gostaria de criar uma identidade visual mais focada na exclusividade do meu produto, do “feito especialmente para você”.


(Zine U-M): Quais são os pontos positivos e negativos da marca/empresa. (Bruna Salim): Ponto Positivo: Roupas sob medidas e exclusivas. Mercadorias chegam toda semana (sempre há novidades) Ajustes e consertos de roupas são realizados na loja, às vezes no momento da compra e não tem custo adicional. Atendimentos Vips ou com hora marcada. Também temos um ambiente aconchegante, trabalhamos com portas fechadas e pela loja ser instalada em uma casa, as clientes se sentem literalmente “em casa”, se tornando um ponto de encontro! Ponto Negativo: Problemas com costureiras, o que ocasionou na venda de outras marcas de roupa na loja. A confecção de peças sob medida fica prejudicada com a falta de comprometimento das costureiras (que são terceirizadas) Pelo fato da loja ser situada em uma casa e trabalhar com portas fechadas, mesmo tendo uma placa na fachada, muitas pessoas acabam ficando receosas em entrar na loja, por não conhecer o produto. (Zine U-M): Fale qual é a Missão e objetivos do trabalho da sua Empresa. (Bruna Salim): Encantar e fidelizar nossa cliente, fazendo com que o momento de compra seja uma experiência prazerosa e segura, fazendo com que nossa cliente fique confiante e com autoestima elevada com a roupa que estão comprando, divulgando através do “boca a boca” o trabalho diferenciado que realizamos na BhrumilaS.

Fotografia: Mariana Victorino Padilha

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Fotografia: Mariana Victorino Padilha


Enfeitada de (muitos) sonhos Fotografia: Isabela Saiuri Fukamatsu Ilustração: Carolina Zanotti

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Tanise Geronimo e Vitor Hugo Caires ambos vestem roupas e acess贸rios do acervo da revista 30 | Zine U-M - Dezembro 2013


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Tanise Geronimo, Amanda Correia e Vitor Hugo Caires vestem roupas e acess贸rios do acervo da revista

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Tanise Geronimo, Amanda Correia e Vitor Hugo Caires vestem roupas e acess贸rios do acervo da revista

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Tanise Geronimo e Vitor Hugo Caires ambos vestem roupas e acess贸rios do acervo da revista


B a p ho

Bazar das Pin Ups O acervo do Bazar Clube das Pinups já vestiu personagem televisivo como Odilon Alleyona no programa Brothers ( REDE TV) e Hermes e Renato (MTV), também catálogos de moda e curtas metragens/ vídeos promocionais. Idealizado por Milena Carlström(foto) que possui uma vasta experiência em produção cultural, trabalhou por dez anos no Mercado Mundo Mix, Campinas e na extinta loja 60’s em São Paulo. Fotografia: Isabela Saiuri Fukamatsu Foto: Milena Carlström

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Foto: Juliane Pinheiros

Foto: Jheni Mucciolo

Foto: Barbara Mello

Felipe Guines e Edmar Almeira

Foto: Jaqueline Rodrigues Foto: Vanessa Guerreiro

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Foto: Giovana Ribeiro

Foto: Bruna La Serra


D e s a p h af o

Moda, Brechó, Mercado e Ambiente : onde esses temas se entrelaçam? por: Maria Adelina Pereira

L

endo os quatro temas, parecem que tem alguns pontos comuns , parecem pertencer a mundos diferentes como universos paralelos, mas sem dúvida há um palavra que faltou nessa lista que é o portal de passagem de um tema para outro: Sustentabilidade. “O sistema moda impõe um ritmo de obsolescência programada acelerado em que os produtos são descartados antes do final da sua vida potencial...” (Martins; Suzana Barreto, p. 2, 2010).

Os produtos de moda refletem a cultura, a sociedade, o momento da história, portanto são documentos que o corpo marca com seus hábitos, costumes e modos. O Império do Efêmero de Lipovestky reforça essa posição sobre o quão descartável os produtos de moda podem ser, porém isso é uma posição extremada com foco apenas nas vítimas da moda, nunca representa a totalidade. Os produtos de moda refletem a cultura,

a sociedade, o momento da história, portanto são documentos que o corpo marca com seus hábitos, costumes e modos. Uma roupa conforme conta o livro. ¨ O casaco de Marx¨, representa a história do corpo do usuário, traz as marcas e posições de ossos e músculos de quem a usou e se comunicou de alguma forma com aquela roupa , que representava sua preferência por um time, mas poderia ser a casaca de lã de Marx que comunicava a sociedade que ele era um homem de bem, que sob a cartola e a casaca podia entrar na Biblioteca de Londres. Essa história que as roupas contam e retratam bem o que encontramos no Brechó, onde as roupas podem ter mais uma chance de uso ou re-uso , o que é muito ecológico . As roupas do brechó podem ser uma forma barata de vestir-se ou representa a oportunidade de resgatar a história da moda, assim surge a moda vintage. A palavra “vintage” é emprestada dos vinhedos, onde a melhor tradução seria boa safra; e, para uma roupa ser considerada “vintage” é necessário ser de duas décadas atrás, ser testemunha de um estilo próprio ou estilista,

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A conscientização é algo demorado a se concretizar, mas não é impossível[..] não pode ter nenhum reparo ou transformação na peça (tem que ser original), tem que estar em perfeito estado de conservação e ter marcado época na moda em um determinado período. Sendo assim o Brechó é o caminho para as pesquisas para o vintage é um meio para levar ao re-uso com toda ecologia, história e moda que isso representa, assim não deixa de representar uma posição de preservação do meio ambiente que necessita ser respeitado. A conscientização é algo demorado a se concretizar, mas não é impossível, graças a ativistas sociais como o político norte americano Al Gore, que alertou a população em seu documentário “Uma Verdade Inconveniente” dos problemas pelos quais o planeta enfrenta devido ao descaso geral da humanidade em preservar os recursos naturais da Terra. A antropóloga, especialista em “vintage” e pesquisadora de tendências da WGSN/ Mindiset, Lígia Krás, discorreu sobre o assunto em entrevista ao blog da produtora de moda e idealizadora do

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projeto SSE (Ser Sustentável com Estilo), Chiara Gadaleta Klajmic. “Acredito que com o tempo as pessoas vão entender que, assim como economizar sacolas de plástico e ter sua eco-bag, comprar roupas usadas ajuda a preservar o ambiente.”. (portal ser sustentável com estilo). No Brasil o destino de muitas doações de roupas usadas que são doadas a igrejas e outras comunidades que encaminham para diversos países essas roupas para doação, muitas roupas dessas são recebidas por as comunidades necessitadas mas não são absorvidas por serem peças de inverno muito mais rigoroso que o nosso, bem como de estilo que não é aceito por nossa cultura e como consequência essas comunidades ou seus dirigentes vendem para brechós essas peças. Segundo a ABIT Associação Brasileira da Industria Têxtil e de Confecção que acompanha a importação de roupas usadas , juntamente com o Ministério do Meio Ambiente, verificam essas importações para averiguar se são roupas realmente usáveis ou apenas uma forma de países ricos descartarem material reciclável para outros países


Observa-se que há um interesse em reduzir a importações dessas roupas usadas e evitar que

Observa-se que há um interesse em reduzir a importações dessas roupas usadas e evitar que sejamos o depósito de recicláveis do resto do mundo como foi observado no caso de containers vindo com plásticos da Inglaterra e containers com roupas hospitalar dos Estados Unidos, o Ministério do Meio Ambiente obrigou a devolução aos países de origem sob ameaça de crises diplomáticas. Enfim os brechós abrem a possibilidade de termos uma moda sustentável que traz

a moda ecológica com oportunidade de sobrevida a peças que apresentam boa durabilidade apesar da sua efemeridade de cor , modelo ou estilo, o resgate histórico da moda pode valer a pena trilhar o caminho da sustentabilidade, quebrando o paradigma de que brechó é coisa de pobre, mas sim o ponto que entrelaça moda e sua história com a preservação do meio ambiente.

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C u r i o s i dade

Entrevista: Lobo Pop Art

L

obo

(Zine Pop

Arte,

é você

referência no Brasil e

U-M):

Por

escolheu

o

que aprendendo

sozinho.

Uma

nome coisa que sempre procurei

artístico de Lobo Por Art? fazer desde o começo, era não

no mundo. O artista No colégio, me lembro que na me influenciar em nada, não brasileiro é inspirado hora do intervalo, um garoto procurar referências de outros

pela geração do new wave, me chamou de Lobão, claro artistas e com isso acabei não assim em suas obras há que não gostei e quando não procurando técnicas. Ainda presença de traços marcantes gostamos de um apelido, hoje não sei se o jeito que e cores vibrantes. O artista

ai que ele pega mesmo.

plastico e designer concedeu

Quando

uma entrevista ao Zine U-M

faço meu trabalho é original

pintar ou é uma técnica comum, resolvi assinar como Lobão, nunca parei para pensar nisso. comecei

a

já que 90% das pessoas me conheciam assim. O Pop Art

(Zine U-M): O que você quer

Zine U-M): Como foi o seu veio como “sobrenome” para passar com suas obras? primeiro contato com as artes? justamente me diferenciar Sem dúvida vida e alegria são do cantor Lobão, este que há os meus maiores objetivos!. Desde criança estive envolvido uns 6 anos atrás, através dos Mas o que mais me agrada com a arte. Na época do seus advogados, me notificou é fazer uma obra única para colégio fazia capas de cadernos para que mudasse de nome, cada cliente, tentar entrar personalizadas para toda a achei que o melhor a fazer na história de cada cliente e turma, aos 15 anos desenhava era mudar para Lobo e não levar isso para a obra, acho estampas de camisetas para me arrependo, ganhei muito que com isso acabo contando algumas lojas. Meu primeiro mais confiança das pessoas. um pouco da história de emprego de carteira foi em cada cliente e depois da obra

uma agência de propaganda, alguns (Zine anos e comecei a pintar em feitas onde

trabalhei

por

2003 até os dias de hoje.

U-M): as

são

pronta, os clientes contam

técnicas?

um pouco da minha história.

Como

suas

A minha escola foi a vida, fui pintando aqui e ali e

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Fotos do acervo pessoal. Obras Coluna 1: My History, Four Love, Zine U-M - Dezembro 2013 |43 Francesca Monfrinatti Obras Coluna 2: Paris and..., For fun, Fusca


(Zine U-M): Como você acha que

seu caminho e siga em frente.

participar de uma exposição

se situa na arte brasileira atual? Acho que sou um artista em (Zine desenvolvimento, mesmo está já com 10 anos de carreira,

Parade ficava com vontade de

U-M):

brasileiro

assim. Acho que o convite

com

para a Mônica foi além das

inovações?

minhas expectativas, porque

O

acostumado

essas

acredito ter muito que aprender Vivemos hoje em um mundo além de ser uma escultura com e é este sentimento que faz onde tudo acontece muito exposição na cidade, como um artista ir cada vez mais rápido e temos acesso a tudo, longe. Muitas vezes penso a arte pode ser vista por todos.

sempre quis, tem uma história

que a maior dificuldade de um

Hoje a arte está cada vez

simples escultura, é a Mônica,

artista é agradar a ele próprio.

mais inserida na sociedade personagem que fez e faz parte

por trás de tudo, não é uma

Sou muito exigente com meu e tenho clientes em todos os da historia da maioria dos trabalho e sempre fico com cantos do Brasil e exterior. brasileiros, e isso tem tudo a ver a sensação que poderia ser

com meu trabalho. Por isso a

ainda melhor. O bom disso é

(Zine U-M): A moda tem alguma minha inspiração para pintá-la

que estou sempre em busca

influencia sobre a arte plástica? foi a própria historia da Mônica,

na Sim, sem dúvida, acho que bem colorida para as crianças, mostrando verdade acredito não existir. tanto a moda influencia as com estrelas, artes plásticas como a arte que ela é a estrela da festa. desta

perfeição,

(Zine U-M): O do

trabalho

artistas

que

que de

acha outros

brasileiros?

O Brasil é um pais muito rico nas artes plásticas, as cores do meu trabalho e de muitos artistas vem do nosso clima tropical, deste povo animado e alegre, apesar de tantas dificuldades, são estas que fazem muitos destes artistas desistirem da carreira. Um dica que dou para quem está começando é nunca desistir e também não achar que tudo acontece do dia pra noite, tente traçar

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influencia a moda. Na minha Usei dourado para retratar as arte, apesar de meus quadros bodas de ouro, (50 anos), e serem sempre bem coloridos, não poderia deixar de fora o algumas vezes vejo que mesmo

Mauricio de Sousa, que sou fã!

que inconscientemente, acabo puxando um tom que é tendência (Zine de moda. Moda e arte sempre O estarão ligadas. Moda é arte! sempre (Zine U-M): Como foi ser escolhido

com

artistas

plásticos

representar

a

um Monica

dos para na

comemoração de 50 anos? Sempre tive vontade de pintar uma escultura, desde o Cow

U-M):

Uma

frase?

importante

é

ir

em

frente!

Por: Suelen Prata


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