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Rhobo, numero 4, 1968, Paris, editada por Julien Blaine e Jean Clay, p.12 (com início do texto de Jean Clay sobre Lygia Clark).

infra-estrutura fora as duas ou três grandes cidades do país cria em muitos outros lugares uma necessidade de mostrar no calor da ação a produção artística do momento. Muita energia lhe é consagrada, que tem ela mesma a ver com a maior vivacidade da crítica vis-à-vis da historiografia, como sinalizamos. O relativo palimpsesto mnésico gerado pela ausência de museus fora das cidades mencionadas e a existência de exposições e de instituições com vocação para mostrar a produção recente têm uma vantagem: o peso de uma história da arte muito interiorizada não age sobre os artistas. Não há entre os artistas brasileiros um legado pesado – eventualmente inibidor – como pode existir em outros contextos culturais ou históricos, em que o artista é também homem com bagagem a transportar consigo para trabalhar e produzir em função dela. Uma historiografia da arte pouco consolidada e mal difundida, assim como o número limitado de museus, desenha uma situação na qual o artista não se sente tomado pela necessidade excessiva da referência histórica ou historicista. Na realidade, entre os artistas, que evidentemente não ignoram nada da história da arte, a história está presente sob as formas de referência dinâmica que nenhum supereu for-

Presença da arte brasileira: história e visibilidade internacional Stéphane Huchet

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