Po, Globe 54/55 2012

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Mae Segovia, 13, FILIPINAS

Quando tinha nove anos, Mae foi forçada a abandonar a escola e começar a trabalhar para ajudar a sustentar sua família. Ela tinha que dançar e se despir diante de uma câmera em um Internet café. As imagens eram transmitidas em todo o mundo através da Internet. Levou dois anos para o proprietário que abusava de Mae ser pego pela polícia. Agora, ele e muitos dos que assistiam às imagens estão na prisão, mas Mae não poderia mais viver com sua família. Havia o risco de que ela ficasse em apuros novamente devido à pobreza. Hoje ela vive em uma casa segura para meninas vulneráveis da organização Visayan Forum. Ela vai à escola e luta por outras meninas que são vítimas de abuso. – Sinto falta da minha família, mas amo a escola e estou melhor aqui, diz Mae. Mae representa crianças abusadas no comércio do sexo e crianças que lutam pelos direitos da criança. Nuzhat Tabassum Promi,14, BANGLADESH – Se o nível do mar subir um metro, a parte sul de Bangla­ desh, onde eu moro, ficará submersa. Penso nisso com frequência. O aquecimento global está causando o derretimento do gelo ao redor dos polos e do Himalaia, o que significa que somos mais atingidos por ciclones e inundações. No caminho para a escola no dia seguinte ao megaciclone havia mortos e feridos por toda parte, diz Nuzhat. – Ela vive na pequena cidade de Barisal, no sul de Bangladesh. Todas as manhãs, ela veste seu uniforme

escolar, acena para um bicitáxi e segue na condução até a escola. – Ciclones, tempestades muito poderosas, atingem Bangladesh todos os anos. O país está bem preparado e tem um bom sistema de alerta de ciclone. A pior coisa que me aconteceu na vida foi quando pensei que a escola havia sido destruída pelo me­gaciclone. Nuzhat representa crianças que têm seus direitos violados, como resultado de desastres naturais e degradação ambiental, e crianças que exigem respeito aos direitos das meninas.

Mofat Maninga, 15, QUÊNIA – Eu quero falar com o presidente do Quênia e contar a ele como a vida é difícil para as crianças, que sua polícia espanca crianças que vivem na rua e as joga na prisão. Na prisão! Como se pode trancar uma criança só porque ela é obrigada a viver na rua? Como é possível roubar a liberdade de uma criança? Eu diria ao presidente que, em vez disso, ele deveria cuidar das crianças. Dar-lhes um lugar para morar, algo para comer e a chance de ir à escola. Quando Mofat tinha oito anos, sua mãe morreu de AIDS. – Minha avó cuidava dela e não me contou quão doente minha mãe estava. Aquilo veio como um choque. Eu me sentia muito só. – Alguns anos mais tarde, o próprio Mofat adoeceu. Sua avó cuidava dele, mas, quando ela morreu, o resto da família expulsou Mofat de casa. Ele

Mais crianças do júri

tinha 13 anos e teve que morar na rua. Porém, atualmente, Mofat mora em um lar para crianças de rua e voltou a frequentar a escola. Mofat Maninga representa crianças que são infectadas com o HIV, e crianças que vivem na rua.

Liv Kjellberg, 13, SUÉCIA – Começa com provocações por algum motivo, como usar as roupas erradas, ser tímido ou não parecido com todos os outros. E depois simplesmente continua, com empurrões e coisas assim, e só piora cada vez mais, diz Liv. Logo nos primeiros anos da escola, ela foi excluída do grupo das meninas. Ela se sentava sozinha no refeitório e era submetida a assédio moral e cutucões. – Os professores nem sempre sabem o que está acontecendo entre os alunos e quando você começa a ser intimidado, provavelmente não diz nada. Você pensa que amanhã provavelmente será melhor e que poderá ficar junto com os outros. A própria Liv cuidou da questão e levantou dinheiro para que a organização Friends, que trabalha contra o assédio moral, pudesse vir à sua escola. – Agora é divertido na sala de aula e ninguém pratica assédio moral. E tenho sete bons amigos na escola, diz Liv. Liv representa crianças vítimas de assédio moral e crianças que lutam contra o assédio moral.

Poonam Thapa, 16, NEPAL Representa e luta pelas meninas que são traficadas e vendidas a bordéis como escravas, e todas as meninas que sofrem abuso. Páginas 8–9

David Pullin, 15, REINO UNIDO

Representa crianças que são separadas dos pais e ficam aos cuidados da sociedade, e crianças que lutam pelos direitos da criança. Páginas 10–11

Ndale Nyengela, 14, D.R. KONGO Representa soldados-criança e crianças em conflitos armados. Páginas 12–13

Emelda Zamambo, 12,

MOÇAMBIQUE

Representa crianças órfãs e crianças que lutam pelos direitos da criança. Páginas 34–39

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