Viver Osasco - nº 15

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EXEMPLAR GRÁTIS

Caio, a Oportunidade

Anna, a Genialidade

Fábio, a Tenacidade

Triptico Típico

Jovens alçam vôo atrás do sonho de ganhar o mundo

As Mil Artes de um Agitador

Tamborilando, gênio vivo que mexe e remexe com a cultura V I V E R O S A S C O popular de Osasco

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4 10 22 26 Ano III – nº 15 Setembro/Outubro 2012 Triptico Triplo Capa: Viver Osasco

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ISTOCKPHOTOS

HILTON COSTA

SUMÁRIO

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EDITORIAL - Pelo Voto se Conhece o Eleitor Urna eleitoral é como câmara fotográfica: r evela a dignidade do cidadão e de seu voto COMPORTAMENTO - Cair Fora Pode Ser um Bom Negócio Três jovens de Osasco mostram o que fazer para sair do país e trilhar um caminho vencedor na vida BONS VIZINHOS - Cotia Acolhe Pequeno Campeão No Kartódromo de Granja Viana, um dos melhores do país, brilha o piloto osasquense Diego, de 10 anos PERSONAGEM - Muitas Artes num Homem Só Tamborilando é nome que não diz quem é o cara que toca e agita a cultura de Osasco.

ARTIGOS E SEÇÕES: Acontece - Ah! Você não sabia? Então é bom saber que Osasco é bem mais que notícias de crimes. 8 Cultura & Lazer - Essa é a única riqueza que não há como você perder. Então, trata de cultivá-la. 36 Direitos & Deveres - O tal “fator previdenciário” tira grana do aposentado. Quanto é isso? E é justo ou injusto? 30 Escreve quem lê - Se você gosta de “Viver Osasco”, diga. Se não gosta, diga também, caramba! Faça valer a sua opinião! 38 Gente - O que faz – de bom! – esse pessoal que é parte de nosso dia-a-dia. 6 Serviço - Informações que podem ajudar vocie na hora H. 37 Vídeos - Encontre aqui sugestoes para você ver, pensar e se divertir, no aconchego de sua casa. 42 V I V E R

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EDITORIAL

A Hora de Você Se Revelar Aprimeira-dama Michelle Obama declarou recentemente que o cargo de presidente de um país não faz um homem; apenas o revela. Podemos dizer o mesmo de um prefeito ou de um vereador, seja ele de que país for. Mas o interessante é que podemos dizer, também, que o voto de um eleitor não o faz um cidadão melhor; só o revela. Na hora anônima da urna, é fácil ceder à tentação de extravasar sentimentos de revolta contra “as autoridades” que “não resolvem meus problemas”, minha pobreza, que enriquecem ilicitamente, que esquecem de tratar de minhas necessidades de escola, moradia, saúde, lazer, transporte... Revoltados, às vezes votamos (como já aconteceu) em hipopótamos ou em palhaços. Às vezes assumimos que votamos em branco, isto é, “em ninguém”, como uma forma de protestar. A verdade é que não há protesto nessas atitudes. Fazemos apenas nosso auto-retrato. E ele pode nos revelar o que somos: animais irracionais, palhaços de um jogo em que somos ao mesmo tempo o atirador e o alvo ou, simplesmente, um ninguém, um nada? Se eu “vender” meu voto, sou um vendido, uma quinquilharia, não um cidadão. Se meu voto é para um ladrão, há pouca probabilidade de que eu mesmo não esteja só esperando uma chance para me apropriar de algo que não me pertence.

Viver Osasco é uma publicação da Viver Edições e Produções Ltda. 4

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Votar em branco pode significar apenas preguiça – pecado que, se não for o mais mortal, é o mais estulto. Em resumo, não tem essa de não saber em quem votar ou de “votar em qualquer um”. Aplique-se, estude, converse e, afinal, vote e revele-se o cidadão que o país precisa que você seja. Que a cidade precisa. Em Osasco, seis candidatos querem ser prefeito. Estude, analise. E vote e revele-se alguém de consciência tranqüila. Para a Câmara de Vereadores, 434 se candidatam a 21 vagas. O que significa mais de vinte candidatos por cargo. Quer uma sugestão? Não caia na conversa fiada do candidato que diz que vai lhe dar um sapato novo, vai pintar o seu portão, lhe dar uma camiseta. Sabe por quê ? Porque cada vereador eleito, em Osasco – cada um – vai representar mais de 31 mil osasquenses. Portanto, ele não vai poder cumprir aquelas promessas feitas individualmente. Então, a dica é: aprenda a ver aqueles que pensam no todo, não em você sozinho. É isso que revela um cidadão. Nós, desta pequena revista, temos certeza de que você, eleitor osasquense, vai nesta eleição se revelar o verdadeiro cidadão que é: digno e pronto para fazer uma cidade cada vez melhor. Edmilson Conceição editor

Editor: Edmilson Conceição Jornalista Responsavel: Shitomo Nakazato MT-14471 Editor de Arte: Arnaldo Colón Silva Comercial: Carlos Camargo - Cel.: 9745 1313 comercial@viverosasco.com.br

Designer: Henrique Vargas Impressão: W Gráfica e Editora Tiragem: 15.000 exemplares Viver Edições e Produções Ltda. telefone: 3608-0787 / 3695-3133 redacao@viverosasco.com.br V I V E R

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GENTE

Conhecida pelos deliciosos bolos que prepara em sua confeitaria, Adélia Mine Uehara, quando aqui chegou, vendia seus deliciosos pastéis na feira e foi a criadora dos famosos pastéis redondos. Desde jovem preparava seus bolos em fogão a lenha e ainda hoje junto com a sua equipe, produz com receituário e processo próprio. Abriu sua primeira loja na Rua General Bitencourt, atrás da antiga Cobraseixos, logo tornando se pequena, mudou-se para o espaço atual na Rua João Crudo. Hoje seus bolos são entregues na avenida Paulista, Lapa, Pinheiros, Santo Amaro e Alphavile, recomendado pelos próprios clientes. Além do espírito empreendedor, por outro lado tem um coração doce, pois está sempre doando seus deliciosos bolos à instituições assistenciais e até em hospitais.

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Guaçu Piteri

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Nascido em Pindorama – SP, aos 5 anos, veio morar em Osasco, sendo o 10º filho caçula de família de imigrantes italianos. Aos 10 anos de idade, seus familiares lhe propiciaram a oportunidade de poder continuar seus estudos. Forma-se engenheiro agrônomo, e ganha bolsa para fazer pós-graduação em Sociologia na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, onde conheceu sua esposa. Participou da emancipação política da cidade, foi prefeito em dois mandatos, deputado estadual e federal e hoje é professor de sociologia na Unifieo. Autor do livro “Sonhar é preciso: comunidade e política nos tempos da ditadura”, a qual dedica a sua querida esposa Chela, já prepara seu segundo livro e ainda hoje questiona se cumpriu com as expectativas de seus familiares. V I V E R

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Dona Mine

Chefe Paulo

Participa do 30º Grupo Escoteiro Tuidara, desde sua fundação em 13 de outubro de 1990, que teve a sua primeira sede no Colégio Albert Einstein, Vila Campesina. Hoje é diretor presidente do grupo e comanda 132 participantes, juntamente com seus familiares, que direta e indiretamente cerca de 750 pessoas formam hoje a família Tuidara. Sua atual sede, após várias mudanças, fica no CSSIIEX – Clube dos Subtenentes e Sargentos do II Exército, no Rochdalle, onde realizam suas atividades aos sábados das 14:30 às 18:00 horas. Acompanhando a realidade social e econômica do país, o grupo se preocupa em promover a formação de valores e principalmente o caráter e a condução de bons cidadãos participativos em suas comunidades. V I V E R

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ACONTECE

ARQUIVO

Grupo que resgata e preserva nossa história “Osasco em fotos”, grupo criado em março de 2011 no Facebook, por Romulo Fasanaro Filho, fotógrafo, na prefeitura do município há 25 anos, conta com um acervo de mais de 7.000 fotos e mais de 3.000 membros. O objetivo inicial era resgatar, divulgar e preservar a história da cidade, mas com o tempo, o conteúdo das publicações diversificou, além de promover a interação entre os participantes, trocando ideias, ilustrando as fotos com dados históricos, pessoais e do cotidiano, o grupo decidiu divulgar pessoas desaparecidas, comunicados e campanhas relevantes de cunho social e cultural. Já se realizaram encontros para aproximação do grupo, que se conheciam virtualmente e definidos novos projetos tais com exposições e passeios fotográficos. Acessar o Facebook e procurar “Grupo Osasco em Fotos Perfil 2”.

UNIFIEO

A FIEO completa 45 anos com três campi

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Instituida em 26 de outubro de 1967, a FIEO – Fundação Instituto de Ensino para Osasco, instituiu a Faculdade de Direito, iniciando suas atividades com sua primeira turma de 118 alunos e hoje mantém o UNIFIEO – Centro Universitário FIEO, com mais de 60 cursos e cerca de 13 mil alunos. Com mais de 87 mil metros quadrados de área construída, o UNIFIEO possui 212 salas de aula, 8 auditórios, 2 anfiteatros e 74 laboratórios. Mais de 45 mil alunos se formaram pela Instituição, nos diversos cursos de graduação, graduação tecnológica, pós-graduação e extensão. Atualmente o UNIFIEO possui o único curso de mestrado recomendado pela CAPES da região e um dos quatro da grande São Paulo. O mestrado em Psicologia da Educação, é o único da América Latina com ênfase em psicopedagogia. V I V E R

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COMPORTAMENTO

Que força leva os jovens a querer mudar o mundo? Em Osasco, talvez seja o velho e bom espírito imigrante, rebrotando. O fato é que isso começa a ser uma marca osasquense. Aqui você encontra as sagas – reais – de três jovens que formam um painel bem ilustrativo. O trio não se conhece entre si e cada um segue sua própria trilha. Um, Caio, ensaia ser jogador de futebol. Outro, Fábio, já tempera com mestria a receita do sucesso internacional como chef de cozinha. A terceira, Anna, espanta o mundo com o talento e a velocidade com que retira emoções de seu violino. Tudo está acontecendo agora mesmo: os três praticamente se cruzaram no saguão do Aeroporto de Cumbica neste mês de agosto. Outra característica comum aos três: são todos muito determinados e focados no que fazem, desde pequenos. Mais ainda: eles vão, mas voltam. Querem devolver a outros jovens e à sua terra um pouco da força que receberam. Parafraseando Gilberto Gil, diríamos, dos três, que o caminho deles pelo mundo eles mesmos traçam. Mas Osasco é que lhes deu régua e compasso. Reportagens: Edmilson Conceição

tríptico. S.m. 1. Obra de pintura ou de escultura, constituída de um painel central e duas meias-portas laterais capazes de se fechar sobre ele, recobrindo-o completamente. 1 0

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FOTOS: VIVER OSASCO

Tríptico Osasquense

Anna, a Guerreira do Violino Ela começou aos 13 anos, tarde para os obsessivos cânones de ensino de música erudita. Mas, talentosa e determinada, ultrapassou todas as expectativas, espanta os especialistas internacionais e ainda quer transformar o Brasil no país dos violinistas.

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egítima osasquense de 22 anos, Anna Janaína Vitorino Murakawa é filha de pai nissei, Plínio, e mãe nordestina, Leide. Essa bem-sucedida salada genética, cultural e geográfica de oriental com o Nordeste brasileiro e o ambiente de Osasco resultou na pérola Anna Murakawa. A garota curiosa, independente e aplicada nos estudos desde cedo manifestou características incomuns de

iniciativa, determinação e coragem. Anna surpreendeu os pais decidindo sozinha o que iria ser na vida: violinista. E ninguém nunca mais a tirou desse caminho. Aparentemente, a única e frágil ligação familiar de Anna com a música vem do fato de que o pai foi aluno da mãe de Anna, professora de dança de salão. Fora isso, o fato de Genivaldo, tio da garota, trabalhar como professor de artes cênicas V I V E R

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ARQUIVO PESSOAL

no Projeto Guri de Osasco (ver quadro), uma iniciativa social em que a música é um dos pilares. Ou seja, Anna Murakawa é praticamente um fenômeno espontâneo. No princípio deste mês de agosto, Anna partiu para mais uma etapa de sua formação musical. Vai passar dois anos na cidade de Denver, EUA, num curso de mestrado em performance de violino, o mais celebrado (e dos mais difíceis) instrumento de uma orquestra. A opção pelo violino foi coisa de amor à primeira vista. – Comecei aos 13 anos – conta Anna –

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Orquestra do Estado de Sofia. Solo, Concerto nº 5 de Mozart

quando visitando meu tio vi um violino no meio de um monte de outros instrumentos do Projeto Guri. Peguei e nunca mais larguei. Treze anos de idade? Não é muito tarde? A maioria absoluta dos bons violinistas do mundo inteiro começa aos seis, cinco e até quatro anos... Mas a inexplicável força que levou Anna ao violino – ou o instrumento até ela – revelou-se rápida e surpreendente, como se quisesse recuperar o tempo perdido. Aos 15 anos a garota já havia ingressado

na Orquestra Sinfônica de Heliópolis. No ano seguinte, Anna Murakawa já tocava na Orquestra de Câmara da Universidade de São Paulo (Ocam). Aos 17, ingressou na Young Orchestra of Americas (YOA) e ali, antes de completar a maioridade, já estava viajando e apresentando-se por todo o Brasil e outros países sul-americanos. Curtindo o violino, e com muito talento, Anna foi notada por um olhar experiente. Num festival em Brasília, a prestigiada violinista e professora Evgenia-Maria Popova, da Bulgária, impressionou-se com o desempenho de Anna Murakawa. E convidou: – Em meu país temos uma das melhores escolas de violino do mundo. Por que você não vem se aperfeiçoar lá? – Como é possível? – interrogou Anna. – Não é caro? Não tenho dinheiro nem para a passagem... – Aí eu não sei – disse a professora, como quem diz “se vire:”. – Isso é com você!

Anna se virou. Encheu-se de coragem, dirigiu-se ao Projeto Guri e fez um desafio à direção: – Sei que vocês não têm nenhuma bolsa para estudar música no exterior. Mas eu fui convidada para estudar na Europa e preciso de uma bolsa para a viagem e para me manter lá. Por que vocês não criam uma? Ela conseguiu. A iniciativa abriu caminho e hoje treze alunos do Projeto Guri se beneficiam de bolsas semelhantes à de Anna Murakawa. Bulgária, a postos! Por quatro anos a impetuosa violinista de Osasco mergulhou no frio e até na privação alimentar, num dos países de cultura e língua mais fechados do mundo. – As aulas eram totalmente em búlgaro – conta Anna. – Levei seis meses para falar umas palavrinhas. Mas de novo essa osasquense de fibra venceu. Aprendeu a falar correntemente a língua búlgara. E o inglês, o espanhol e

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o francês, por conta da convivência com outros estudantes. E agora se determinou a falar também a língua russa, que usa o mesmo alfabeto (cirílico) dos búlgaros. Mais que isso: teve seu desempenho reconhecido como dos melhores da escola e propôs à direção fazer em um ano os dois anos finais do curso. E foi aprovada. Motivo? Queria ir logo, como foi, para os EUA, para fazer um curso certificado internacionalmente, na cidade de Pittsburgh. A viagem de agora, agosto de 2012, novamente nos EUA, é um curso de mestrado, mais um desafio na vida dessa insaciável violinista. Assim, lá se foi Anna Murakawa. Vai voltar melhor? Difícil: Essa menina já é um gênio completo, o máximo em tudo que se propõe a fazer. E o que Anna Murakawa se propõe a fazer no futuro um pouco mais distante? – Eu quero ter um nome internacional – afirma ela com a determinação típica de seu espírito guerreiro. Nós, osasquense – e o mundo! – ainda ouviremos falar muito dessa musicista.

Talvez ela tenha a carreira mais vertiginosa de que se tem notícia entre os violinistas de todo o mundo. Mas o melhor de tudo é que a nossa osasquense-nordestina-sansei tem um projeto. Aliás, um Projeto, com “P” maiúsculo. – É para daqui uns vinte anos – prevê Anna, – quando eu tiver meu nome internacionalmente consolidado. Nome internacional, carreira, sucesso... Pode parecer, mas esse não é um propósito egoísta. Anna acredita que só tendo um nome forte ela conseguirá mudar alguma coisa no lugar de suas origens. – Eu quero voltar ao Brasil – destaca Anna Murakawa. – Quero voltar a Osasco e dar corpo, aqui, na minha terra, à idéia de tornar o país um ponto de referencia mundial no mundo da música. Precisamos de bons professores aqui, para criar uma verdadeira escola violinística. Podemos ser o país do violino. O sonho não é pequeno. Nem a alma de Anna Murakawa. Alguém duvida de que ela, a guerreira, vai conseguir?

Aprenda Música de Graça em Osasco. Fale com o Guri. O Projeto Guri é uma iniciativa do governo do Estado de São Paulo que tem como objetivo o ensino da música e a promoção da inclusão sociocultural. Atende hoje na Grande São Paulo cerca de 14.500 alunos, com idades que variam de 6 a 18 anos. Os cursos oferecidos incluem desde a iniciação musical mais simples até uma formação seqüencial, com duração de 8 semestres e aulas 4 vezes por semana. 1 4

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Em Osasco, o Projeto Guri conta com dois pólos: 1) AME–Osasco – Rua Reinaldo Boldrin, 200, Jardim Baronesa. A unidade tem capacidade para 118 alubos (vagas remanescentes: 28) e oferece entre outros os cursos de iniciação (inclusive para adultos), percussão, cavaquinho e violão. 2) Osasco – Av. Visconde de Nova Granada, 513, Km 18. Aulas de iniciação, instrumentos de sopro (metais e madeiras), percussão, vio-

lão, violino, viola, violoncelo e contrabaixo. Capacidade para 240 alunos, vagas disponíveis (inscrições abertas) para 112. Para se inscrever no Projeto Guri é exigido que o candidato esteja cursando o ensino regulamentar (fundamental ou médio) e basta apresentar na unidade o RG e um comprovante de residência. Os cursos são todos gratuitos. Mais informações no site www. gurisantamarcelina.org.br V I V E R

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FOTOS: VIVER OSASCO

Caio Coloca a Europa no Currículo Aos 15 anos, ele não sabe se vai ser jogador profissional de futebol. Mas já ensina, depois da primeira viagem e do primeiro título no exterior, que o melhor jogo é aprender e tentar sempre.

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de falar pouco, o jovem Caio de Moura Vicenzo Xavier. Mas quando fala, é bem mais decidido e maduro do que o normal num garoto de 16 anos, idade que ele completa agora em novembro. Quando tinha apenas 6 anos de idade, também falou pouco, mas foi ainda mais incisivo. – Eu quero jogar futebol aí nesse campo – disse Caio, como se fosse um imperador. Ele falava com o avô, Almir ....., pai de Sandra, a mãe de Caio. Com o menino pela mão, o avô caminhava para seu trabalho, passando em frente ao campo do Osasquinho, no Rochdale.

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O avô ainda quis desconversar, falando qualquer coisa como “amanhã a gente vê...” Mas o pequeno Caio não se deixou levar na maciota: – Eu quero jogar logo! Não demorou muito lá estava o menino, de uniforme, todo dia no tal Osasquinho. O avô o deixava na hora de entrar no trabalho e só pegava na saída. Era o dia todo batendo bola. A mesma determinação e fissura pela bola levou Caio, agora em 2012, para uma aventura pouco comum. Passou 43 dias na Europa, de onde voltou no último dia 15 de

agosto. Naturalmente, foi jogar bola. Sem a mão do avô, longe da mãe e do pai, Carlos Alberto, mas com a ajuda e o indisfarçável orgulho deste, que até chora à beira do campo quando vê o filho atuando. Mas onde joga Caio? E na Europa? Caio, saiu diretamente do Jardim ..... , em Osasco, e com mais 61 atletas do Clube Pequeninos do Jockey (ver quadro) foi participar dos tradicionais torneios mundiais de futebol dos países nórdicos: Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia. O osasquense desembarcou em Guarulhos, na volta, com pelo menos uma medalha de ouro e uma faixa de campeão. Jogar bola foi fácil, para Caio. Vencer, na Europa, nem tanto. Disputam os campeonatos de verão mais de 8 mil garotos da mesma faixa de idade de Caio. São quase duzentas equipes, de mais de cem países de todos os cantos do mundo. Os números não estão errados, não. É isso mesmo, dez vezes maior que a copa da Fifa. Com a diferença que a Copa do Mundo profissional é a cada quatro anos e a do verão europeu é todo ano.. Ah, claro! Esta foi a primeira viagem de avião de Caio. E foi também a primeira vez que ele botou fora do país seus pés de lateral direito. Evolução rápida, para quem apenas há um ano está inscrito na equipe 97 (nascidos em 1997) do Pequeninos. – Fui à Europa para jogar bola – confirma Caio –, mas também para aprender a ter mais responsabilidade, a conviver em grupo, respeitar os companheiros e até os adversários, e conhecer outras culturas, outras línguas e costumes. Aprendi muito, nesses quarenta dias. O Sr. Guima e outros dirigentes nos ensinam a ter disciplina. Carlos Alberto, um pequeno empresário do ramo de serralheria em Osasco, diz convicto que valeu a pena dar o presenV I V E R

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te que deu ao filho: “Essa experiência vai ser útil ao Caio para toda a vida”. O pai sente que não custou muito desembolsar os R$ 8 mil da viagem, 40% patrocíninados por um cliente da serralheria. Antes de ingressar nos Pequeninos, Caio peregrinou por vários clubes profissionais de futebol. Fez teste no Corinthiams, no Coritiba, no São Paulo... Que ele é bom de bola, não há dúvida. E hoje já nem vale muito a restrição física que Caio tinha, com seu 1m70 de altura e 52 kg, diante dos questionáveis padrões futebol-força. – Aprendi a dominar o espaço com inteligência – explica Caio. – Não é preciso força. O Neimar já mostrou que é isso que vale.

A viagem terá ajudado Caio a se tornar um jogador de futebol profissional? – Eu não sei do amanhã, só Deus é que sabe – responde Caio. – O que eu sei é que é muito bom ter no meu currículo, agora, um título de campeão da Gotha Cup (Suécia), o maior torneio do mundo. É o mesmo título que o Zé Roberto e o André Luís, da Seleção Brasileira, tiveram no tempo que jogavam no Pequeninos. Então o futuro desse tímido mas confiante osasquense está garantido? – Não tenho nada definido. – observa Caio, cauteloso. – Mas quero aprender mais, experimentar, tentar sempre, sem medo de errar. Sem tentar nao se consegue nada!

Duzentos mil em Campo O Clube Pequeninos do Jockey é uma entidade particular, sem visar lucro e sem receber verbas oficiais. As mensalidades são irrisórias,alguns atletas pagam apenas simbólicos R$ 10,00. O clube foi fundado em 1970 e é dirigido até hoje pelo ex-jóquei José Guimarães Junior (conhecido desde a juventudo como o 1 8

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“Velho Guima”, ou simplesmente Guima”). Pode-se dizer que o Pequeninos é a mãe de todas as escolinhas de futebol que pululam atualmente pelo país.Aliás, serve de modelo para iniciativas semelhantes na África e até na... Europa. Pelos gramados dos Pequeninos já passaram cerca de 200 mil jovens, nos seus 42 anos de história.

Uma das legendárias iniciativas do Velho Guima é há trinta anos (com apenas duas ou três interrupções) ele leva seus jovens atletas à Europa. Doações, sorteios e outras mágicas financiam a viagem de muitos garotos. Paga quem pode, quem não pode não paga. Famílias, às vezes, penam para pagar as passagens de ônibus do dia-a-dia.

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Fábio, um Chef em Ascensão

Audidata, ele enfrentou as tarefas mais humildes para se aproximar do sonho de lidar com gastronomia. Assim que deu, embarcou num navio, venceu desafios em terras distantes e agora é parceiro de gente famosa, como o ator Robert De Niro.

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ortugal, , Estados Unidos, Grécia, Rússia... Poucos brasileiros não nascidos em berço de ouro viajaram e viveram em tantos países quanto o osasquense Fábio Sérgio Nakazato. Quase metade de sua idade atual, 34 anos, Fábio levou nessa vida meio nômade, peregrinando por continentes e mares. Neste último dia 7 de agosto Fábio partiu para mais um destino internacional. Desta vez, do outro lado do mundo,

a cidade de Perth, na costa ocidental da Austrália. Foi fazer o quê? Fábio é chef de cozinha, uma das profissões mais valorizadas hoje em dia no mundo. E valorizada principalmente quando se trata de cozinha japonesa, a especialidade dele. Tímido, de uma modéstia desconcertante, fala pausada e suave, Fábio nem diz que vai “chefiar” alguma coisa na Austrália. Sugere apenas que estava “de férias” V I V E R

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ARQUIVO PESSOAL

Fábio apresenta suas criações em Moscou

em Osasco, mas à disposição e aguardando, as instruções de... Robert De Niro. Quem? Robert De Niro, ele próprio. O consagrado ator de cinema norte-americano. De Niro só indiretamente convocou Fábio. O ator é um dos donos da rede de restaurantes Nobu. Seu sócio e inspirador da sofisticada gastronomia do empreendimento é o festejado chef japonês Nobu Matsuhisa. A Nobu Restaurants tem 25 casas espalhadas pelo mundo. Para a rede, Fábio Nakazato é hoje uma espécie de coringa, apesar do pouco tempo de casa: os empreendedores apostam em seu talento e disposição para cuidar, notadamente, de estabelecimentos novos ou em ritmo de desenvolvimento. O osasquense já provou que é bom nesse negócio de encarar desafios. Em Moscou, por exemplo, Fábio conseguiu se impor como chef no restaurante Nobu local, numa difícil conjuntura. A economia russa é ainda pouco afeita às práticas do mercado de consumo. Mesmo assim, Fábio obteve reconhecimento. Sua foto mereceu página inteira em reportagem de uma das mais importantes revistas moscovitas de gastronomia. Como o brasileiro Fábio Nakazato foi 2 0

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parar nas ilustres companhias de Nobu Matsuhisa e Robert De Niro? – Comecei só na vontade e na coragem – declara Fábio, com sua costumeira simplicidade. – Sempre gostei de cozinha. Lia muito sobre o assunto, comprava livros e revistas. Um dia decidi me aproximar de um lugar onde eu sabia que se praticava uma cozinha conceituada. Me apresentei no Grand Hyatt, um hotel norte-americano que fica, no Morumbi, em São Paulo. Fui admitido e principiei a trabalhar como ajudante. Fábio tinha então recém atingido a maioridade. Em sua fome de ampliar conhecimentos e horizontes, o jovem decidiu em seguida embarcar num cruzeiro internacional. Trabalhava nas funções mais humildes da cozinha. Mas a sua modéstia não impediu que os dirigentes logo percebessem que ali estava alguém com talento. Era só trabalhar muito e não desistir. Foi assim que um dia, num restaurante japonês em Portugal, quando o titular decidiu ir embora, Fabio se viu guindado de ajudante de sushi man a chef sushi. Assim se fez o chef Fábio Nakazato. Em sua forma contida de ser, Fábio despista, dizendo que chef não é profissão, é

função. Mas o fato é que ele logo estava preparando e criando pratos, que os clientes invariavelmente elogiavam. Um prato de alta gastronomia, como se sabe, é quase sempre uma obra de arte. Efêmera, mas arte. Rica no visual, na composição dos elementos de diferentes sabores e consistências, e até na adequação aos detalhes do ambiente e do próprio consumidor. Mas Fábio não se vê como artista, e desafia a sua quase irritante sobriedade: – Não sou melhor que ninguém, apenas faço o que gosto. Meu mérito, se tenho algum, é reconhecer meus pontos fracos e tentar me aperfeiçoar sempre. Além disso, é preciso saber que a gente não é ninguém sozinho. Faço parte de uma equipe. A gente tem que ser completo, como um maestro numa orquestra. Foi com essa visão que em apenas um ano Fábio conquistou sua meteórica ascensão nas organizações Nobu. Para ele, fruto apenas de confiança mútua. O visto de Fábio para a Austrália tem quatro anos de validade. Vai ficar tanto tempo lá? Não tem sonho de montar seu próprio restaurante no Brasil, quem sabe em Osasco? – Sonho eu tenho – diz Fábio. – Dinheiro, não. Mas isso não é o mais importante. E o que é importante? – Meu desejo é voltar ao Brasil no futuro – admite o chef. – Quero continuar fazendo o que gosto e sendo feliz na minha obsessão por esse trabalho. Se der, quero passar para as pessoas um pouco do que eu consegui e que outros também passaram para mim. É ousado demais pensar que Osasco poderia sediar, quem sabe, a 28ª, 30ª ou 40ª casa Nobu, para sossegar um pouco o ritmo alucinante desse chef menino? V I V E R

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KARTÓDROMO GRANJA VIANA

BONS VIZINHOS

Kart: Coisa de Gente Grande em Cotia O kartódromo de Granja Viana faz dos pequenos carros de competição um grande negócio, que atrai aficionados de todo o país. Dentre eles um legítimo campeão, de 10 anos de idade, o osasquense Diego Ramos. Reportagem: Edmilson Conceição 2 2

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ocê, osasquense, está convidado a pegar um sol num desses finais de semana. Pode sentar-se descontraído numa arquibancada e ficar olhando dezenas de karts se digladiando na pista. Se for no Kartódromo de Granja Viana, em Cotia, é de graça. É um agradável programa. Mesmo para quem não tem gasolina nas veias e o cérebro inundado da adrenalina das ultrapassagens. No Granja Viana é possível, de repente, topar com um grande nome do automobilismo, mesmo da Formula 1, como Rubinho Barrichello, por exemplo. Ainda que você não tenha a gana das

corridas, ali no kartódromo de Cotia se puder você deve ir um pouco além do sol contemplativo das arquibancadas. É como penetrar nos bastidores de um teatro. O kartódromo de Granja Viana é uma pequena cidade. Ruas cheias de boxes, oficinas, karts para todo lado, sendo montados, desmontados, reparados, preparados, transportados em carretas, traillers, caminhões-baú... É mecânico em toda parte, lojas de artigos e equipamentos esportivos, espaços para administração, ambulatório, praça, estacionamentos, podium para as premiações, reservados para descanso dos pilotos e auxiliares... A diferença para uma cidade é que, ali, tudo... funciona! O kartódromo é uma iniciativa da família Giaffone, um piloto de corrida que fundou o local em 1995. As provas que atraem tanta gente para Cotia são de dois tipos. Nos dias de semana, depois das 18 e até às 23 horas, ocorrem as chamadas “locações”. Grupos de interessados, participam de baterias que são organizadas pelos próprios competidores. Eles juntam uma turma, combinam o dia e hora e correm. O kartódromo só administra. Cada participante paga R$ 100,00, e a bateria dura 25 minutos. É uma competição informal, uma brincadeira entre amigos. Na definição do pessoal, essa amistosa disputa tem o nome de Indoor. Mas mesmo sendo algo “caseiro”, os pegas do Indoor acontecem quase todo dia. De acordo com funcionários do Granja Viana, a coisa pra valer mesmo são os campeonatos de kart. O campeonato nacional envolve dez etapas durante todo o ano, praticamente uma competição por mês. As categorias incluem pilotos de idades as mais variadas, a partir de 6 anos, divididos em V I V E R

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TV RACING

classes. Começando com a Mirim (6 a 8 anos), depois Cadete (8 a 10), Mini-Max e Executivo são algumas dessas categorias. Na categoria Cadete, um dos mais brilhantes pilotos é Diego Ramos (ver quadro). Atualmente, a prova de maior destaque do kart nacional é a “500 Milhas”, tradicionalmente feita no Granja Vianna. A partir do ano passado, porém, passou a ser disputada em Santa Catarina, numa parceria do kartódromo de Cotia com o Parque Beto Carreiro. Diversos pilotos do mundo inteiro, como Schumacher, Massa, Toni Canaã e Rubinho, fazem questao de participar das 12 horas da prova, embarcando nos pequenos karts todo mês de dezembro. Alguns dos principais nomes da história do kart no Brasil, aliás, são Ayrton Senna, Emerson Fittipaldi, Rubens Barrichello e Wilson Fittipaldi Jr. O que significa que o kart pode ser um bom começo para uma brincadeira de gente grande.

Diego, Pequeno Astro de

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Por influência de um amigo da família, Elias, piloto da Fórmula DCTT, o garoto Diego Ramos entrou num kart pela primeira vez, aos 7 anos de idade. Não quer mais sair. Foi mais que uma paixão. Diego logo de saída impressionou de tal forma o piloto Elias, que não restou aos pais Sandro e Daniela outra alternativa senão apostarem tudo na “carreira” do menino. Aposta boa. O osasquense Diego Ramos é hoje, com 10 anos de idade, um dos pequenos fenômenos do kart nacional. Vencedor de várias 2 4

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das etapas do campeonato brasileiro, competindo na categoria Cadete, Diego já começa a alimentar a esperança de muita gente de ver em alguns anos um nome osasquense brilhando nas glamurosas equipes do automobilismo internacional. Fácil assim? Nem tanto, segundo declara Daniela, a mãe de Diego. – As primeiras corridas dele eu nem queria ver. Ficava de costas – afirma ela. Aos poucos, o gosto das vitórias foi superando o medo.

Para quem achar estranho o nome desses campeões da F-1, é bom saber que no kart as regras, equipamentos e todo o aparato técnico é muito semelhante ao da principal classe do automobilismo mundial. Em cada competiçao existem diretores de prova, vistorias técnicas, fiscais de pista, regulamentos específicos para cada categoria, rigorosas especificações para motores e chassis... Um kart que pesar apenas 100 gramas a menos do que o devido, por exemplo, pode ser desclassificado. Tudo é regulado pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), a mesma entidade que administra as demais competições no país.

Serviço “Viver Osasco” Kartódromo Granja Viana – Rua Dr Tomás Sepé, 443, Jardim da Glória, Cotia, CEP 06711270. Fone (0xx)11 4702-5055, e-mail contato@ kartgranjaviana.com.br

Primeira Grandeza no Kart – Em Itu, um campeonato de quatro etapas, ele venceu todas – assinala a orgulhosa mãe. Com as constantes participações, inclusive em provas fora do Estado, Diego Ramos esqueceu a antiga atração que tinha pelo futebol. Segundo Daniela, o kart trouxe ainda outras mudanças na vida do filho. Uma delas, proporcionada pelo fato de que o kart exige muita disciplina. – O Diego era muito agitado – reconhece. – Depois do kart, seu desempenho na escola melhorou muito.

Ele ganhou bastante em concentração e atenção. Outro bom efeito colateral é que o Colégio Haya atribuiu uma bolsa de estudos de metade do valor da mensalidade do seu aluno-piloto. – Isso nos ajudou muito – atesta Daniela, preocupada com os altos investimentos que o kart exige. Da mesma forma, o patrocínio do Escritório de Contabilidade “Paulista”, do avo de Diego, contribui para diluir os custos da dedicação de Diego ao kartismo. Outra mudança ocorrida foi na vida dos pais de Diego.

Agora eles não têm mais fim de semana livre. É só corrida, em função da atividade do filho. Mais que tudo, porém, o que impressiona é que Diego fez do automobilismo um interesse de 24 horas por dia. – Para ele isso é coisa séria – diz a mãe. – Enquanto outros garotos ficam brincando, ele ocupa todo seu tempo livre em ver corridas na TV. Acho que esse é um diferencial que faz um campeão. E o importante é que ele não faz isso por obrigação, mas por puro prazer, porque gosta. V I V E R

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PERSONAGEM

FOTOS: VIVER OSASCO

Tamborilando, Gênio Oxigenador da Cultura

to metálico que forma o portal da cidade. Todos os dias, Luís Tamborilando, este carioca de 62 anos de idade e osasquense de mais de 50 (veio para cá aos 6), está no Calçadão da Rua Antonio B. Coutinho. Ali, para sobreviver (mal e mal) vende numa banquinha de um metro quadrado bolsas, cintos, carteiras, bonés e outros acessórios fundamentais para os cidadãos modernos. Talvez algum crítico se anime a insinuar que o próprio Tamborilando, com suas múltiplas atividades artísticas seria um acessório. Isto é, não fundamental. Já disseram a ele, Tamborilando, que “arte não enche barriga”, imagine! E ele respondeu com um cordel: “Não enche mesmo, arte é só matéria-prima...” Matéria-prima para burilar seres humanos. Mais que despojado, quase um descamisado, livre como um tribalista nas savanas antes dos navios negreiros, Tambo-

rilando é um ser humano burilado. Com freqüência visto batendo uma bolinha ali mesmo no calçadão, ao lado da sua banca. Se a bola de futebol estiver parada num canto e um garoto a pegar, sem problema: brinca até cansar devolve. É uma espécie de objeto comunitário. Se um freguês se aproxima, Tamburilan..., perdão, Tamborilando corre pressuroso no atendimento, cheio de gentilezas e até de mesuras. Não é nenhuma técnica estudada para ganhar o cliente, não. É do seu natural ser solícito, gosta de estender tapetes para os amigos e toda gente. – Oi, Tambor! – É alguém que passa, cumprimentando amistosamente o ambulante. – Fica tranqüilo que hoje à noite vou estar lá na reunião do samba... Quase sempre é assim. Não se passam dois minutos sem que alguém, invariavelmente com um sorriso, dê ao Tamborilando um alô, preste contas de

Reportagem: Edmilson Conceição

Ele é popular. Todo osasquense que passa pelo Calçadão (e todos passam) o conhece. Mas nem todos sabem de suas mil faces, sua onipresença em quase todos os calçamentos culturais da cidade.

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antor, ator, compositor, cordelista (criador de literatura de cordel), dançarino, diretor de teatro, dramaturgo (autor de textos teatrais), escritor, jornalista, poeta, sambista, vendedor ambulante, agitador cultural (o que significa fundador e/ou participante da criação de vários

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movimentos culturais em Osasco)... Tudo isso, junto e bem misturado, na atualidade e no passado, está reunido numa só pessoa: Luís Alberto Lima Rodrigues. Como? Você, osasquense, não o conhece? E o Tamborilando, sabe quem é? Ah, esse é mais conhecido do que o viaduV I V E R

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um compromisso, acerte uma reunião, comente qualquer coisa. Ah, se esse dono das calçadas se candidatasse! Certamente não teria mais a oferecer a Osasco como político do que o que já oferece como cidadão. Mas, estranhamente, será que este cidadão amado pelo povo merece mesmo ser quase ignorado pelos poderes constituídos da cidade? Nome de Coluna “Tamborilando”: isso lá é nome de gente? Também não é um estilo de vida. Luís tampouco toca tamborim nem qualquer outro instrumento musical. O apelido (uma bem-sucedida marca que valeria a pena registrar) vem do nome de uma coluna de jornal que ele assinou há tempos no “Diário da Região”. Foi-se a coluna, ficou a marca, como uma tatuagem. Pelo gerúndio, poder-se-ia pensar que Tamborilando é, antes de tudo, um sambista. É. Mas não antes de tudo. Ele é um ser multifacetado. É quase exaustivo detalhar cada uma daquelas atividades relacionadas no começo desta reportagem. Um observador meio sarcástico já disse que o currículo de Tamborilando é uma bíblia, de tantos nomes que ele cita, de outras pessoas, por pura generosidade. Generoso ou não, o fato é que Tamborilando tem dado efetiva contribuição à vida cultural da cidade. Poderia ser apelidado de Luís Agitando. Ou Luís Oxigenando. Vamos lá a umas poucas dessas atividades 2 8

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vivificadoras da cultura osasquense. Tamborilando tem mais de cinquenta textos de cordel. Dentre eles, muitas homenagens a figuras ilustres da história da cidade, como imigrantes, emancipadores, empreendedores e artistas. Aliás, nosso ambulante é também um arisco pesquisador. Bom cantor, boa voz, boa presença, Tamborilando não precisa muito para soltar a voz em público. Desfia os mais longos e complicados sambas-enredo ou os mais sugestivos sambas clássicos com memória precisa. E não esquece o nome dos autores no final. Como disse, ele gosta de estender tapetes. Esse artista popular (arte ou é popular ou não é arte) colocou seu talento em rimas e ritmo para compor hinos, sambas-enredo e outras formas que animam a ópera das ruas e as festividades cívicas. E o palco. Nos três últimos FECT – Festival de (Cenas) Curtas de Teatro, são de Tamborilando os textos de “As Bandeiras de Raposo Tavares”, “Maria Angélica, A Escrava Alforriada” e “A História de Antônio Agu”. São peças que ele eventualmente ainda interpretou e dirigiu, apresentadas pela Cia. Estrela de Teatro, de Osasco, da qual ele é integrante, óbvio. Tamborilando é um dos fundadores da celebrada Praça do Samba, da mesma forma que entra na fotografia de praticamente tudo que se produziu coletivamente em Osasco em torno do ritmo mais típico brasileiro. Por exemplo, as

escolas Arco-Íris, Unidos de Osasco, Acadêmicos do Rochdale, Águia Negra, Mocidade Independente do Bel, Império Negro do Helena Maria, Noel Rosa de Presidente Altino e a UESMO – União das Escolas de Samba do Município de Osasco. Naturalmente, Tamborilando está nos registros de praticamente todo movimento envolvendo a sua etnia – ele é filho de pai branco e mãe negra, mas orgulhosamente se diz um pardo de alma negra. Foi presidente do Núcleo da Comunidade Negra de Osasco e um dos idealizadores da Casa de Angola. É pouco? Libertário, Tamborilando não escapa a controvérsias. No Nuproarte - Núcleo de Produtores de Arte de Osasco, alguém pode encontrá-lo ainda hoje, após seu cotidiano desempenho econômico-social-esportivo do Calçadão da Rua Antonio B. Coutinho, em meio apaixonantes (para eles) discussões. O tema é o “desnudismo”. Seja lá o que isso possa parecer, trata-se de uma quase esotérica teoria sobre a função da arte como liber-

tadora do ser humano. Ou quase isso. Assim é Luís Tamborilando. Doce, cheio de poesia e borbulhante de ação, esse saltimbanco da cultura pode não ser a expressão máxima de todos os tempos das artes osasquenses. Mas merece ser melhor... apreciado. Tamborilando é muda carioca que trouxe daquela terra, com uma pitada de banzo, um pouco do gênio do “menino bom” Pixinguinha e do lavador de carros Cartola. Juntou isso com um travo esquisito de Palmares (AL, torrão natal dos pais de Tamborilando e que lembra Zumbi), para cantar Osasco como um Castro Alves. Não é pouco. Vida longa, Tamborilando, sambista, poeta popular, ator, cordelista..

Nota da Redação – Contrariamente ao costume, “Viver Osasco” não usou nesta “reportagem” a linguagem na primeira pessoa. Não reproduzimos diretamente nenhuma fala do entrevistado. De propósito. Queremos que este texto se pareça como uma homenagem, um tapete estendido a quem se esbalda em estendê-los a outrem. É como um busto, que não fala mas pode dizer muito.

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DIREITOS & DEVERES

ISTOCKPHOTOS

Fator Previdenciário: o Que É e Por Que Existe?

Um dos pontos mais polêmicos da seguridade social do país coloca em lados opostos duas sobrevivências: a do sistema previdenciário e a do próprio aposentado. Dra. Alecsandra J. Silva (*)

O fator previdenciário foi instituído em 1999 pela Lei nº 9876, com o objetivo de reduzir o valor dos benefícios previdenciários. Reduzir o valor dos benefícios? Pois é. A idéia é a seguinte: como a Previdência há tempos vem acumulando “prejuízos” 3 0

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crescentes e como há muita gente se aposentando com pouca idade e em pleno vigor físico, criou-se um jeito de desestimular essas aposentadorias precoces. É essa a função do fator previdenciário. O fator funciona como um freio. Quanto menor a idade do segurado na época da

aposentadoria, maior a redução do valor do benefício. Um exemplo: um segurado teve sua aposentadoria integral concedida em outubro de 2007, aos 48 anos de idade. Sem o fator previdenciário, ele receberia por mês R$ 2.620,61. Com a aplicação do fator, o valor do seu benefício despencou para R$ 1.514,71. Ou seja, o fator deu sumiço em 42% dos seus proventos, o que em um ano significa perda de mais de R$ 13 mil. Deve-se notar que, paralelamente à criação do fator, o valor da aposentadoria passou a ser calculado com base na média aritmética de 80% dos maiores salários de contribuição, a contar de julho de 1994 até a data da aposentadoria. Em outras palavras, o valor da aposentadoria desde então passou a ser bem menor que o último salário recebido na ativa pelo segurado. As contorções feitas pelo governo para manter de pé o sistema previdenciário ainda incluem na mecânica da aposentadoria a “expectativa de vida”. Ou seja, quanto tempo de vida o cidadão tem até alcançar a idade média de falecimento do brasileiro (ou brasileira). Essa expectativa de vida é calculada e atualizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por que foi incluída no cálculo da aposentadoria? Porque está provado que nós brasileiros estamos vivendo mais tempo, não somos mais o “país de jovens” que éramos 50 ou 60 anos atrás. Isto significa que com mais idosos gozando de aposentadoria e menos jovens contribuindo o sistema fica em risco. Mas voltemos ao fator previdenciário. Nas aposentadorias por tempo de contribuição, a aplicação do fator passou V I V E R

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a ser obrigatória. Já nas aposentadorias por idade, o fator previdenciário não se aplica. Portanto, podemos dizer que, quem puder optar entre a aposentadoria por idade ou a aposentadoria por tempo de contribuição, a aposentadoria por idade é mais vantajosa. Essa ”interferência” do fator previdenciário reduzindo o valor de uma aposentadoria pode não parecer justa. Por esse motivo, levanta-se na Câmara Federal a possibilidade de sua eliminação ou substituição, o que depende de complicadas negociações políticas. Uma das hipóteses é que o valor da aposentadoria não sofra a redução do fato quando a soma da idade do segurado com o seu tempo de contribuição for igual a 95 para homens e 85 para mulheres. Mas por enquanto isso é só uma hipótese. Sem dúvida, o segurado tem sido penalizado desde que foi sancionada a lei do fator previdenciário. Às vezes a injustiça é perceptível, pois alguém que iniciou suas contribuições previdenciárias mais cedo pode receber menos do que aquele que pouco contribuiu mas que possui mais idade. Em resumo, o fator previdenciário não é algo simples de ser entendido nem em sua mecânica nem em sua consistência política e humana. Merece que todos nós, cidadãos comuns, trabalhadores, técnicos, gastemos um pouco de nossas energias para sua avaliação e reavaliação. Até porque sua existência não redimiu a Previdência do seu crônico déficit. Impõe-se discuti-lo, ainda que estejamos obrigados a aceitá-lo, enquanto for lei. (*) A Dra. Alecsandra J. Silva é advogada (OAB 190.837-SP), com escritório em Osasco. Fone 3591-7370, alecsandrajs@terra.com.br 3 2

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Estação Primavera!!! O néctar-metálico-monóxido das flores!!!¨ Amor na Primavera!!! das flores monóxidas... que exalam o perfume ácido!!! Que eram sugadas por mil insetos-marimbondos tontos... Tontas abelhas...que trocaram o mel das folhas das flores!!! pela glicose das folhas-de-flandres... Embriagam-se de amor ( que é doce), de néctar-metálico e saliva humana!!! Restos adocicados encontrados nas latinhas de refrigerantes... de coca, guaraná, pepsi, fanta..., jogadas nas ruas, jardins e lixeiras da cidade... Abelhas, marimbondos, insetos e “latinhas”... pisadas, amassadas pelos pés descalços e encardidos dos miseráveis catadores de lixo...luxo. que veem nas latinhas o néctar-metálico da sobrevivência do amor na Pimavera... Amor na Primavera...das flores do buquê dos meus sonhos. que enfeitam e perfumam a minh’alma... depositadas aos pés de Deus Pai -Deus Filho Jesus e do Espírito Santo Consolador!!! Jardins do Céu...onde as flores exalam o perfume da justiça, da Graça- e do Perfume do Amor eterno!!!

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CULTURA & LAZER

TEATRO

SERVIÇO

SHOW

Os Saltimbancos O que uma gata manhosa, uma galinha trabalhadora, um jumento revoltado e um cão de guarda possuem em comum? A princípio, nada, a não ser a vontade de serem livres apesar de viverem em uma realidade opressora. E é exatamente esse sentimento que faz com que esses quatro animais unam-se em uma jornada em busca da liberdade, felicidade e, por que não, a fama. Assim inicia uma aventura sem igual, na qual cada animal descobrirá o verdadeiro significado das palavras amizade e força. A montagem é uma adaptação do texto original de Sérgio Bardotti, traduzido para o português na década de 70, pelo cantor e compositor Chico Buarque. Sábado (22/09), às 16h Livre – 45 minutos Informações: 3602-6225 Entrada franca. SESI - Osasco

BAILE DO SIMONAL O ‘Baile do Simonal’ é mais que uma homenagem: trata-se de uma verdadeira festa. O show concebido e produzido por Max de Castro e Wilson Simoninha, filhos de Simonal, traz um repertório composto por sucessos gravados pelo cantor nos anos 60 e 70, como “Sá Marina”, “País Tropical”, “Nem vem que não tem”, “Mamãe passou açúcar em mim”, “Meu Limão, Meu Limoeiro”, “Mustang Cor de Sangue”, “Lobo bobo”, “A Tonga da Mironga do Kabuletê”, “Que maravilha” e “Aqui é o País do Futebol”. Tenda 1. Livre. R$ 12,00 (inteira); R$ 6,00 (usuário matriculado no SESC R$ 3,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes). 14/09, 15/09. Sexta e sábado, às 20h. SESC - Osasco

MÚSICA

Visitantes Crescidos na base rock alternativo e com um gosto pela psicodelia, os quatro rapazes idealizaram a Visitantes em 2001 na cidade de São Paulo. O trabalho autoral da banda Visitantes, cujas canções trabalham a ponte entre o rock alternativo dos anos 90 e a música brasileira, com toques de psicodelia, mescla de estilos que a própria banda denomina Rock Tropical. 07/10 – domingo - 19:00 horas Modalidade: Música Classificação: 14 anos Gênero: Rock Duração 50min. SESI - Osasco

Cine, foto e presentes Revelação de filme e digital Câmeras fotográficas Artigos para presentes Acessórios em geral Foto Shizuma 3681-7271 / 3681-2626 Rua João Batista, 113 – Centro – Osasco SP

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escreve Quem lê

SENSIBILIDADE E FOTO Sr. Editor Adorei a matéria sobre o palhaço Osaskitto, que foi elaborada com muita sensibilidade semântica e conceitual. Gostaria que nos autorizassem a reproduzir nos jornais institucionais da Fundação Pró-Sangue a foto que está nas páginas 10 e 11 da edição 13 de “Viver Osasco”).

Katia Maria de Francischi Assessora de Imprensa, Fundação Pró-Sangue imprensafps@prosangue.sp.gov.br Nota da Redação – Autorização concedida, com muito gosto. FILHOS DA MATÉRIA Sr. Editor O Centro de Treinamento Cargil Sports gostaria de agradecer a excelente materia publicada (“Viver Osasco”, edição 14) por essa conceituada revista. Na ocasião tivemos a oportunidade de divulgar o nosso trabalho como “garimpadores” de novos talentos de futebol, além de receber novos alunos, que depois de ver a matéria nos procuraram e hoje fazem parte de um time vencedor. Sucesso a todos. Juvenal Custódio Dias profjuvenal@hotmail.com Nota da Redação – Ficamos contentes que vocês, como um dos “pais da matéria” (expressão que marcou o inimitável Osmar Santos) tenham mais alunos em conseqüência da reportagem. Torcemos pelo time de todas as boas escolinhas de esporte!

Capeando declaração do Ministério das Relações Exteriores da Armênia, o Consulado informa que o inconformismo com a decisão das autoridades húngaras prende-se ao fato de que o mencionado cidadão azerbajano, que se encontrava sentenciado à prisão perpétua na Hungria, ter assassinado em 2004, em solo magiar, o cidadão armênio Gurguen Margaryan. Ao permitir a extradição do criminoso, que estava até 31 de agosto pp preso, a Hungria na prática o deixou livre inclusive para ser supostamente “glorificado” por seu ato no seu país natal. A Armênia, repudiando a impunidade do ato cometido contra seu cidadão, decidiu suspender relações diplomáticas com a Hungria. Além

disso, busca o apoio das comunidades armênias em variados continentes para sensibilizar as autoridades dos Direitos Humanos européias para a sua causa. Nem o Consulado em São Paulo nem o MRE da Armênia esclareceram os motivos e as circunstâncias do crime ocorrido em Budapest. Em respeito à numerosa comunidade armênia em Osasco e ao pedido das autoridades do povo armênio no Brasil, sem prejuízo do posicionamento diplomático oficial brasileiro e sem abraçar antagonismos de nenhuma das partes, “Viver Osasco” cumpre com esta nota sua responsabilidade de informar a população osasquense.

Prezado leitor

Nesta Seção você, leitor, tem oportunidade de dizer o que sente ou pensa em relação às reportagens e artigos publicados por “Viver Osasco”. Aqui é a sua tribuna livre. Envie-nos suas sugestões e críticas ou aponte nossos eventuais deslizes. Reservamo-nos apenas o direito de resumir ou editar seus comentários, preservando o sentido do conteúdo, a fim de adequar o texto ao nosso padrão editorial. Excluiremos tão-somente a defesa de ilegalidades, juízos preconceituosos e tabuísmos. Entre em contato pelo fone (11) 3141-4133 ou, se preferir, pelo e-mail: redacao@viverosasco.com.br ARTE VALORIZADA Sr. Editor Gosto muito quando encontro a revista “Viver Osasco”, em geral no caixa da padaria ou no balcão do Teatro Municipal. Nela já li muitas matérias sobre colegas das artes e considero-a uma valorização das artes na nossa cidade. Caso eu possa, voluntariamente, contribuir com o trabalho de vocês, ficaria honrada. Bons ventos! Flavia Cristina Peixoto Chaves (Tina Chaves) flavia.c.p.chaves@hotmail.com Nota da Redação – Nós é que nos sentimos

NOTA

À Comunidade Armênia de Osasco O Consulado Geral Honorário da Armênia em São Paulo solicita que os cidadãos da coletividade que ele representa enviem abaixo-assinados à Embaixada da Hungria em Brasília e à Baronesa Catherine Ashton vice-presidente da Comissão Européia e representante da UE para Políticas de Segurança, repudiando a decisão do governo da Hungria de extraditar para o Azerbajão o cidadão azerbajano Ramil Sahib Safarov. 3 8

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honrados, Tina. Queremos, sim, contar com sua generosa oferta, de ser um de nossos braços junto ao meio artístico osasquense. Obrigado. Entraremos em contato.

É uma publicação da Viver edições. Com tiragem de 15.000 exemplares e ampla distribuição por toda Osasco, esta publicação visa resgatar um pouco da história e da cultura desta grande cidade. Trazendo ao leitor curiosidades, dicas gastronômicas e culturais, bem como atualidades e lazer. Para anunciar e fazer parte deste novo segmento editorial, basta ligar para: 11 3695-3133 comercial@viverosasco.com.br

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INFORME PUBLICITÁRIO

Filmes inclusivos O MENINO DE CABELOS VERDES

A AGENDA

DEPOIS QUE OTAR PARTIU

A agenda Vincent, está desempregado, mas sem coragem de contar à esposa e aos três filhos. Todas as manhãs ele sai para “trabalhar”, mas na verdade fica perambulando pela cidade. No seu desespero, Vincent simula viagens de negócios e chega ao cúmulo de entrar em escritórios e cumprimentar as pessoas como se fosse parte da equipe. Com o tempo Vincent se enrola para convencer a família de que tem uma agenda cheia de compromissos e suas mentiras começam a surtir efeito, aumentando sua angústia pessoal. Depois que Otar Partiu Ada, uma jovem de 25 anos, vive em Tbilisi, a capital da Geórgia pós-soviética, num pequeno apartamento com Marina, a mãe, e Eka, a avó. Os ânimos às vezes se exaltam acirrando as tensões. São tempos difíceis, de escassez e de falta de expectativas para a juventude. Suas rotinas mudam com as notícias de Otar, o filho de Eka, um médico que foi tentar a vida em Paris, onde só consegue sobreviver como pedreiro. Otar tornou-se um mito na família e suas cartas chegam como mensagens de sonho e esperança. Sua mãe o venera. De repente, Ada e Marina se vêem obrigadas a ocultar de Eka, a 4 2

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noticia da morte de Otar. Mãe e filha são obrigadas a simular que Otar vive e continua escrevendo de Paris. E a mentira acaba transformando a vida delas. O menino de cabelos verdes Peter Frye um garoto inglês que, na II Guerra Mundial, perde os pais. Ninguém diz a ele que é um órfão de guerra. E assim, sem ele próprio saber o porquê, vai sendo despachado da casa de um parente para o outro e nenhum interessado em ajudá-lo. Peter acaba indo parar na casa do tio Gramp. Peter e Gramp parecem se dar bem, mas na manhã seguinte em que toma conhecimento que seus pais morreram, o cabelo de Peter, subitamente, adquire a cor verde. As reações das pessoas que o cercam tornam-se absurdas, desprezando e perseguindo Peter por ele não ser igual aos demais. Peter acredita que a cor verde de seus cabelos é uma mensagem de paz entre os homens e um repúdio à guerra, que torna tantas crianças infelizes. Entretanto, ele é obrigado por todos a raspar seus cabelos verdes. Dra. Vivian Freire Zanfolin CRP 61488 - Pós-graduada USP www.psicologavivian.com

Ambulatório Médico, Mais uma Conquista do Parque Mazzei Foi inaugurado no último dia 16 de agosto o ambulatório especializado em medicina do trabalho, uma iniciativa que passa a ser no setor referência para a Zona Norte de Osasco e toda a Região. A obra é uma iniciativa da Associação das Empresas do Distrito Industrial Norte de Osasco (ASSEDINO) e é administrada pelo Grupo Mast, organização dedicada à prestação de serviços ambulatoriais a trabalhadores de empresas. Funcionando em modernas instalações e dotado dos mais atualizados aparelhos e laboratórios, o ambulatório conta com médicos e enfermeiras – e até uma fonoaudióloga – que estão preparados para realizar desde os exames admissionais e demissionais exigidos por lei até consultas e exames biomédicos, além de emitir laudos enquadrados em todos os programas de segurança do trabalho e medicina ocupacional. “Uma das principais vantagens do novo ambulatório”, assinala o gerente da Associação, Cid Saturnino, “é facilitar a vida dos trabalhadores, que não precisam mais se deslocar até pontos distantes para obter seus documentos médicos.” Por outro lado, segundo ainda Saturnino, as empresas passam a ter uma expressiva redução de custos, com a atenuação ou diminuição de faltas e ausências ao trabalho, o que contribui para elevar os níveis de competitividade empresarial. O ambulatório conta com uma capacidade de atendimento de oitenta pessoas por dia e destina-se ao mercado formado pelas 55 indústrias do Distrito Industrial do Parque Mazzei, o que representa um contingente total de cerca de 5 mil trabalhadores. O investimento inicial da Assedino no empreendimento soma R$ 250 mil, o que é considerado modesto, diante dos muitos benefícios que trará para as empresas, os trabalhadores e a região como um todo.

HISTÓRICO DE AÇÃO

Fundada há 23 anos, por iniciativa do empresário Luiz Belolli – que foi o primeiro e é o atual presidente – a Assedino tem uma história de atuações marcantes. Foi das primeiras organizações a conduzir no Estado uma Parceria Público-Privada, o que se tornaria um modelo consagrado hoje em todo o país. Com isso, dividindo com o poder municipal os custos, a Assedino obteve as melhorias que transformaram o norte de Osasco num pólo de atividade econômica e social. Foram implantadas melhorias como saneamento básico, asfaltamento e a canalização do córrego Mutinga. Entre as ações de repercussão social da Assedino destaca-se o programa de capacitação de jovens para o primeiro emprego, que em cinco anos colocou no mercado mais de 250 jovens. A Assedino é isso: um núcleo de gente ativa, com visão empresarial moderna, disposta a moldar o futuro agindo forte no presente. O Ambulatório Médico é mais um passo nessa direção.

Associação Empresarial do Distrito Industrial Norte de Osasco

www.assedino.com.br Av. Lourenço Belolli, 700 - Parque Industrial Mazzei Fone / Fax: 11 3687 8000 V I V E R

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