Jornal Repórter do Marão - 29-01-2009

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29 de Janeiro a 11 de Fevereiro 2009 • Quinzenário • Edição n.º 1211 • Ano 25 • Publica-se à quinta-feira • Director: Vítor Almeida • Director Adjunto: Alexandre Panda

O J o r n a l d a R e g i ã o d o Tâ m e g a e S o u s a

“SEX-SHOP”

DESCONHECE A CRISE Empresário da loja confessou ao RM aumento de venda de vibradores na época natalícia. Pág. 8/9

REGIÃO P.7

DOLMEN APRESENTOU PROJECTOS PARA A REGIÃO NO VALOR DE 154 MILHÕES DE EUROS RESENDE P.10

ANTÓNIO BORGES ACREDITA NO FUTURO DA CIM DO TÂMEGA E SOUSA AMARANTE P. 4

TRIBUNAL DA COMARCA CONTINUA A METER ÁGUA Obras no Palácio da Justiça continuam adiadas. Humidade no edifício põe em causa o nornal funcionamento da justiça.

MAU TEMPO

BOMBEIROS DA REGIÃO DESCONTENTES COM COORDENAÇÃO NACIONAL AMARANTE

Vão cantar-se as Janeiras este fim-desemana

CÂMARA DE BAIÃO CRIA REDE DESCENTRALIZADA DE SERVIÇOS

CELORICO DE BASTO 35 MILHÕES EM PROJECTOS RURAIS CINFÃES CÂMARA LANÇA CARTÃO JOVEM MUNICIPAL MARCO DE CANAVESES BOMBEIROS FESTEJARAM 85º ANIVERSÁRIO VALE DO SOUSA CAVACO SILVA VISITA CASTELO DE PAIVA


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Sociedade

Raptora do bebÉ de Penafiel julgada no final de Março O julgamento de Simone Ferreira, a jovem de 21 anos acusada de ter raptado um bebé do Hospital de Penafiel em Junho do ano passado, está marcado para o próximo dia 31 de Março, no tribunal de Lousada. Para além da alegada raptora, também um antigo namorado, César Almeida de 25 anos, é acusado de sequestro. Este jovem, segundo a acusação do MP, foi contactado pela arguida na véspera do rapto para a ajudar a levar um bebé do Hospital de Penafiel. César e Simone passaram a noite juntos num apartamento de Felgueiras e na tarde do dia seguinte deslocaram-se, no veículo de César, à unidade hospitalar e fugiram juntos com o bebé para Felgueiras, onde o actual namorado da jovem, Márcio, a veio buscar. Em casa dos sogros, Simone foi detida pela PJ, na mesma noite, na posse de um impresso da Segurança Social com vista à obtenção de abono de família, um boletim individual de saúde onde constavam o registo de vacinas e ainda um impresso de certificação de gravidez. Documentos que serviam para credibilizar a falsa gravidez. AP

Repórter do Marão 29 Janeiro 2009

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Tribunal da relação confirmou sentença do tribunal de Paredes

Falso PJ de Penafiel vai cumprir pena de quatro anos em Custóias Alexandre Panda Agostinho Leal, o indivíduo natural de Penafiel que se fez passar por inspector da polícia judiciária durante cerca de um ano, foi encaminhado para a cadeia de Custóias, depois da Relação do Porto ter confirmado a pena de quatro anos do Tribunal de Paredes. O falso investigador tinha recorrido da decisão do colectivo de Paredes, mas a Relação decidiu contra o indivíduo de 51 anos, julgado por vários crimes de ameaça, usurpação de funções, falsificação de documentos e ainda lenocínio, num processo em que a PJ e ainda duas vítimas se constituíram assistentes da acusação. A Relação validou a decisão da comarca de Paredes que considerou provado que “Agostinho Leal se fez passar por inspector utilizando um carro com artefactos normalmente utilizados pelos agentes do Estado e falsa documentação, para obter proveitos próprios e também favores sexuais, em alguns casos. O indivíduo de 51 anos foi julgado por vários crimes de ameaça, usurpação de funções, falsificação de documentos e ainda lenocínio, num processo em que a PJ e ainda duas vítimas se constituíram assistentes da acusação. Agostinho Leal foi detido em finais de 2006 pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Penafiel

A GNR apreendeu ao indivíduo um carro com pirilampos e um dístico falsificado

depois de um ano de averiguações sobre queixas implicado um indivíduo que se intitulava de inspector. Na altura, para além de coletes semelhantes aos das autoridades, foi-lhe apreendido um carro com pirilampos e um dístico falsificado. A PJ tinhase constituído assistente da acusação neste processo, uma vez que a estrutura policial entendeu que as alegadas usurpações de identidade do indivíduo denegriram a ima-

gem da judiciária. Auto-intitulado inspector da PJ, Agostinho Leal convencia as pessoas que podia resolver processos pendentes em tribunal e também ajudar em situações de cobranças difíceis. Também foi considerado provado um crime de lenocínio, em que Agostinho Leal incentivou a própria companheira da altura a prostituir-se.


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Sociedade

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Família das suspeitas fortemente referenciada pelas autoridades por tráfico

Mãe e filha detidas por tráfico de droga em Paredes Alexandre Panda Duas mulheres, mãe e filha suspeitas de liderar um esquema de venda de droga aos consumidores do Vale do Sousa, foram detidas no passado dia 21 de Janeiro pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Penafiel, em Paços de Ferreira e Paredes, na posse de 240 doses de heroína. A mãe de 60 anos residente em Lordelo, Paredes, que já tem cinco filhos presos por tráfico de droga, é suspeita de ter liderado o negócio familiar nos últimos meses, depois do último membro da família

ter sido detido pelas autoridades. A família é conhecida pelas forças policiais como sendo traficante de droga. A filha de 28 anos também foi detida pelo NIC de Penafiel quando estava a sair de casa, cerca das 7h30, para se dirigir ao emprego. Tinha cerca de 700 euros e uma centena de doses de droga. O esquema era simples. A filha, residente em Carvalhosa, Paços de Ferreira, que seria o elemento que guardava a droga e o dinheiro, passava todos os dias de manhã, antes de se deslocar para o emprego, em casa da mãe para reabastece-la. Já em

Lordelo, durante o dia, a mãe vendia a droga aos toxicodependentes, a partir da residência. A filha regressava à noite à casa da mãe para recuperar o dinheiro, fruto da venda do dia e para apurar qual era a quantidade necessária para o dia seguinte. Em media, as autoridades acreditam que a venda diária rondava as 200 doses, o equivalente a 1000 euros por dia. Desde de 2005 que a família das duas mulheres estava sob uma intensa vigilância das autoridades, que já levaram às detenções dos filhos da mulher de 60 anos. Cerca das 7h30 da mesma quarta-fei-

Tiros de chumbo no Marco de Canaveses

Atirador dispara sobre pessoas e lojas no centro da cidade

ra, o NIC montou duas vigilâncias às casas das suspeitas que não ofereceram resistência. A filha guardava a droga num porta lápis e, em casa da mãe, o NIC encontrou a heroína numa almofada. Ambas foram presentes ao tribunal de Paredes no dia seguinte para o primeiro interrogatório judicial, que determinou a proibição de se ausentar dos concelhos de residência, a proibição de contactar entre si e com toxicodependentes e também a apresentação diária nos postos da GNR das áreas onde residem.

Marco: Centro de Saúde assaltado O Centro de Saúde da Feira Nova em Marco de Canaveses foi assaltado durante o fim-de-semana entre 17 e 19 de Dezembro. Desconhecidos roubaram os computadores da secretaria da unidade de saúde o que provocou pequenos constrangimentos no atendimento, segundo alguns utentes. Para penetrar nas instalações os ladrões partiram uma janela, situada na secretaria. Há cerca de 15 dias, a mesma janela tinha sido arrombada, mas na altura nada tinha sido furtado, pelo que se presume que a primeira abordagem tenha sido um “reconhecido” à casa. O centro de saúde não tem nem alarme nem sistema de videovigilância pelo que não se sabe em que dia do fim-de-semana em que os larápios actuaram. Nenhum vizinho se apercebeu do assalto nem de movimentações suspeitas durante os mesmos dias. A GNR tomou conta da ocorrência e está a investigar o caso. AP

Felgueiras: Derrocada provoca um ferido A derrocada de uma parede exterior do cine-teatro Fonseca Moreira, no centro da cidade de Felgueiras, provocou no passado dia 21 de Janeiro, cerca das 17 h00, um ferido. Um operário da construção civil que estava a trabalhar na renovação do edifício foi apanhado pela parede. Os bombeiros de Felgueiras assistiram a vítima no local e transportaram-na para o hospital de Guimarães.

Alexandre Panda Um atirador armado de uma arma de chumbo de recreio está a disparar para as ruas do centro do Marco de Canaveses, assustando as pessoas que passam na zona do parque radical e da avenida Avelino Ferreira Torres. Os tiros já começaram no verão, durante o Festival do Anho Assado e Feira das Colectividades, altura em que chegaram as primeiras denúncias às autoridades. Perante as movimentações dos militares da GNR, o atirador decidiu parar durante uns meses, mas voltou recen-

temente ao ataque. Fonte policial adiantou ao RM que até agora nenhuma queixa formal foi apresentada, mas que as autoridades tiveram conhecimento do caso por simples denúncias de pessoas que viram o “sniper” em acção. Os alvos do atirador são pessoas, pássaros, edifícios e lojas. Uma vez que o atirador limita-se a disparar com uma arma de chumbo, a partir de um prédio alto, já localizado pela GNR, os projecteis ainda não resultaram em nenhum ferido, limitandose a magoar os populares. “Já fui atingido numa perna, mas como estava com umas

calças de ganga, acabou por não magoar muito. Na altura fiquei muito perplexo porque não percebia de onde é que podia vir o projéctil”, adiantou ao RM, uma das vítimas que preferiu manter o anonimato. Com o atirador a disparar novamente para as ruas do centro da cidade de Marco de Canaveses, as autoridades estão novamente em campo para identificar um suspeito. O caso está a irritar quem diariamente passa pelo palco do atirador, provocando o medo e o receio dos habitantes e clientes das lojas daquela zona da cidade marcoense.

Lousada: Motociclista abalroado por veículo em fuga Um motociclista de 69 anos ficou gravemente ferido depois de ter sido abalroado por uma viatura, cerca das 16h00 do passado dia 21 de Janeiro, no cruzamento de bairros em Casais, no concelho de Lousada. José Martins foi assistido no local pelos bombeiros de Lousada e pelo INEM e transportado para o hospital de São João do Porto.


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Amarante

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Estado já está a pagar renda das instalações provisórias mas a muda ainda não está prevista

Salas de audiências do tribunal continuam à chuva Alexandre Panda / Jorge Sousa As obras de remodelação do tribunal de Amarante, prometidas pelo Governo no Verão passado, continuam adiadas, apesar de o Estado já estar a pagar a renda no edifício dos escritórios da antiga Tapoban, onde irá funcionar o órgão judicial durante cerca de um ano. A infiltração da água das chuvas no edifício, que afecta diversas áreas do tribunal, casos de uma sala reservada para as vídeo-conferências e outra de audiências, é o problema mais grave do imóvel, sobretudo durante o actual Inverno, pródigo em pluviosidade. O perigo para quem utiliza estas salas, público, funcionários, advogados e magistrados, é constante porque as instalações eléctricas também são afectadas pela humidade. O piso, feito de tacos de madeira, é irregular dada à deformação provocada pela humidade. Num dos casos, o piso de tacos está praticamente desfeito. Esta situação arrasta-se há nove anos,

5º Encontro de Cantadores de Janeiras no sábado O Tâmega Park vai ser o palco do 5º Encontro de Cantadores de Janeiras, sábado 31 de Janeiro, organizado pela Câmara Municipal de Amarante. A exemplo dos anos anteriores, o evento vai contar com ranchos folclóricos, bandas de música, tunas, grupos corais, associações culturais e recreativas e estabelecimentos de ensino. O início das actuações está marcado para as 21:30, com entrada livre.

mas o Governo decidiu no ano passado abrir um concurso para renovar as instalações, empreitada que, apurou o RM, ainda não foi adjudicada. “As infiltrações são um perigo para a integridade física das pessoas e já foi necessário montar tendas para proteger os processos”, explicou uma fonte ao RM. A humidade é tanta que em dias de forte pluviosidade a água escorre pelas paredes e inunda pavimentos, tornando-os escorregadios e propícios a quedas. O primeiro concurso para renovar o edifício foi aberto há vários anos, mas foi sucessivamente adiado. Apesar da promessa do secretário de Estado da Justiça, Conde Rodrigues, aquando da visita ao tribunal em Fevereiro de 2008, de iniciar as obras em Junho passado, ninguém ainda consegue confirmar, sete meses de-

pois, a data da mudança de instalações ou o arranque das obras. O RM apurou que o Estado já está a pagar a renda do espaço arrendado desde Janeiro, que necessita ainda de algumas obras de adaptação para receber provisoriamente o tribunal. Face ao andamento do processo poucos

Actualmente com dez cursos disponíveis

Tâmega Park acolhe formandos do Centro de Formação Profissional de Amarante cursos: Desenho Técnico; Serralharia Mecânica; Electricidade e Instalações; Formação de Formadores (dois); Inglês e Informática e Desenho e Soldadura. Com mais de uma centena e meia de formandos já inscritos, o Centro de Formação de Amarante deverá vir a acolher bastantes mais nos próximos meses, estando a ser estudadas, pelo Município, soluções de transporte entre a cidade e o Tâmega Park, por forma a facilitar a sua mobilidade.

Ex-ministro apela à rebeldia dos jovens O ex-ministro Couto dos Santos lembrou sexta-feira 23 de Janeiro, em Amarante, o episódio do “rabo mostrado pelos estudantes”, numa célebre manifestação quando era titular da pasta da Educação, para apelar à rebeldia dos jovens face à crise generalizada que atravessa o país. “Os jovens andam adormecidos”, afirmou o antigo membro do governo de Cavaco Silva. Couto dos Santos falava no primeiro debate de um conjunto de conferências organizadas por um grupo de cidadãos de Amarante, agregadas sob a sigla “Forum Amarante”. Além de Couto dos Santos, participaram neste primeiro debate o docente universitário Paulo Santos e também Faria Paulino, um antigo capitão do Movimento do 25 de Abril. Ao primeiro debate, sobre a necessidade de uma nova cidadania, faltou João Teixeira Lopes, docente universitário e figura de relevo do Bloco de Esquerda. O facto de a maioria das pessoas que integram a organização serem oriundas da área social-democrata e democrata-cristã terá levado a pressões de dirigentes locais para que o bloquista não participasse neste encontro, decisão que pode também colocar em causa a participação de outros elementos de esquerda que foram convidados para as sessões seguintes, nomeadamente de Ana Drago. JS

acreditam que a mudança se verifique na interrupção da Páscoa, existindo quem augure que a mudança só se vai realizar nas férias judiciais do Verão, ou seja, com um ano de atraso. O custo da intervenção, a aguardar adjudicação, é de cerca de 1,2 milhões de euros, estando previsto que as obras decorrem durante um ano. Além de uma reformulação geral, o tribunal passará a dispor de três salas de audiência construídas de raiz, uma de grande capacidade e duas de média dimensão. A área ocupada pelo arquivo vai ser reaproveitada e aquele vai ser organizado no sótão do edifício. No novo mapa judiciário, o tribunal de Amarante, que tem uma pendência anual de cerca de 3500 processos, vai ser sede da circunscrição do Baixo Tâmega Norte, uma das duas que integram a NUTS Tâmega e Sousa.

CENFIM cria núcleo de Amarante

Desde Dezembro que o Município tem enriquecida a sua oferta formativa, com a abertura do Centro de Formação de Amarante do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), onde são leccionados cursos pelo Centro de Formação de Vila Real do IEFP e pelo CENFIM - Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica. Instalado num dos pavilhões do Tâ-

mega Park e ocupando uma área superior a quatro mil metros quadrados, o Centro de Formação tem em leccionação, por parte do IEFP, os cursos de Horticultura e Fruticultura Biológica; Acção Educativa e de Técnicas Aplicadas ao Serviço Pessoal e à Comunidade, devendo iniciar, em breve, um curso de nível B1 (1º ciclo), dirigido a desempregados sem escolarização. Por sua vez, o CENFIM oferece sete

Direccionado para uma área empresarial com significativa implantação em Amarante – a metalomecânica – o CENFIM abriu o seu núcleo no Município em Dezembro passado e conta já com cerca de uma centena de formandos. O Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica foi criado em Janeiro de 1985 pelas duas associações do sector, do Norte e do Sul, hoje designadas AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins de Portugal e ANEMM Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Electromecânicas e pelo IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional. Pelo CENFIM passaram já mais de 100.000 formandos, sendo 15.000 jovens, dos quais mais de 8.000 conseguiram emprego no Sector Metalúrgico e Electromecânico e mais de 85.000 activos de empresas.


Repórter do Marão 29 Janeiro 2009

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Baião

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Queda de Neve voltou a revestir o concelho de branco

Chuva e vento obrigaram protecção civil a cerca de 100 intervenções De novo, o concelho de Baião foi polvilhado com neve desde o passado Domingo 25 de Janeiro ao final da tarde até a madrugada de segunda-feira, cerca das 4h30. A queda de neve, embora com menor intensidade que o nevão histórico que paralisou toda a região no início no mês, obrigou a Protecção Civil a encerrar, entre as 21h30m e as 8h45m, as Estradas Nacionais 101 (Amarante – Baião), 321 ( Alto da Boavista – Queimada) e a 304-3 (Fojo- Carvalhais). Quanto às Estradas Municipais estiveram também encerradas, durante o mesmo período, a EM 578 ( Valadares – Avezudes), EM 579 (Entre Várzea- Campelo e Valdares) e a EM 580 (Avezudes – Gestaçô). O presidente da Câmara Municipal de Baião e da Protecção Civil Municipal, José Luís Carneiro, accionou os mecanismos de Protecção Civil, tendo sido envolvidos nas operações 27 homens e 11 viaturas do Serviço Municipal da Protecção Civil, dos Bombeiros Voluntários de Baião e de Santa Marinha do Zêzere, da GNR de local e das Estradas de Portugal, Na segunda-feira, a partir das 9h00, circulava-se em todas as estradas nacionais e municipais cortadas na mesma madrugada, embora com alguma prudência, principalmente nas zonas mais altas. De referir ainda que durante o mesmo fim-de-semana, devido às condições climatéricas adversas (vento e chuva forte), o Serviço Municipal de Protecção Civil de Baião resolveu cerca de 100 situações de derrocadas, quedas de árvores e deslizamento de terras.

Câmara instala rede descentralizada de balcões de serviços públicos e autárquicos Jorge Sousa A Câmara Municipal de Baião vai criar uma rede de balcões de serviços públicos e autárquicos, destinada a facilitar a vida aos cidadãos do concelho e evitar deslocações e gastos em transportes. O presidente da autarquia, José Luís Carneiro, em declarações ao RM, adiantou tratar-se “de um passo importante na estratégia de desenvolvimento descentralizado e participado do concelho”. O autarca acrescentou “que o objectivo é dotar de serviços descentralizados todos os núcleos populacionais com mais de 1.500 eleitores, nalguns casos abrangendo duas ou mais freguesias”. Actualmente funcionam duas dessas estruturas autárquicas nos pólos urbanos de Santa Marinha do Zêzere e de Ancede, mas o autarca de Baião promete alargar o serviço, nos próximos anos, aos núcleos populacionais de Gove, Santa Cruz do Douro, Gestaçô e Teixeira/Teixeiró. “Estamos a instalar uma rede multipolar de serviços autárquicos no concelho”, salientou José Luís Carneiro, acrescentando que “é importante aproximar a população da administração e dos serviços públicos”. “Baião não pode centralizar todo o

seu desenvolvimento na sede de concelho, deve antes apostar em todas as freguesias, mas especialmente nos

núcleos de Santa Marinha do Zêzere e Ancede”, sustentou o autarca. À excepção de processos urbanísticos mais complexos, que envolvam o PDM (Plano Director Municipal) ou licenciamentos de obras particulares, bem como operações de tesouraria relativas a pagamentos, a generalidade dos serviços autárquicos poderá ser prestada nesses balcões, dotados também de um PAC (Posto de Atendimento ao Cidadão), uma espécie de miniloja do Cidadão. Segundo o autarca, a cobrança de taxas ou tarifas de serviços, que hoje já é feita por Multibanco ou pelos Correios, também vai ser tratada nesses balcões, o mesmo acontecendo a todo o tipo de requerimentos e de

informações. “A rede digital que está a ser construída no concelho [financiada no âmbito do projecto Tâmega Digital] vai permitir, a curto prazo, a circulação digital de documentos”, acrescentou José Luís Carneiro. No âmbito deste projecto descentralizador foi lançado, sábado, um novo edifício em Santa Marinha do Zêzere que, além dos serviços autárquicos, vai albergar a sede da junta de freguesia, o Posto de Atendimento ao Cidadão (PAC), o Posto de Atendimento ao Munícipe (PAM) e uma biblioteca com Espaço Internet. Investimento de 750 mil euros A construção de novos edifícios autárquicos nos pólos urbanos de Santa Marinha do Zêzere e de Ancede é também justificada por José Luís Carneiro “devido à relação de charneira e de proximidade destas freguesias com os municípios vizinhos de Resende, Mesão Frio e Cinfães”. O autarca anunciou ainda ao RM que na actual sede da Junta de Freguesia de Ancede serão investidos 250 mil euros para remodelação e ampliação do edifício, tornando-o mais funcional e dotando-o também de novos serviços públicos e autárquicos.

Candidato do PSD à câmara diz que autarquia falhou no combate à neve Presidente da câmara afirma que José Carlos Póvoas desconhece o concelho. José Carlos Póvoas, candidato à Câmara de Baião pelo PSD, acusa o actual edil de fazer folclore em volta dos serviços de protecção civil accionados pela autarquia durante os nevões que paralisaram a região. O candidato do PSD disse ao RM que a câmara deveria ter um plano de emergência actualizado: “quem falhou foi o actual presidente da câmara que deveria ter uma protecção civil pró-activa. José Luís Carneiro fez um folclore a seu gosto para as televisões”, afirmou José Carlos Póvoas, contactado pelo RM. Num comunicado enviado para as redacções que lançou a polémica, a candidatura social democrata adiantou que “apesar de ter sido interpelado na última reunião de Câmara pelo vereador social-democrata para o cumprimento da Lei – a existência de um comando operacional municipal, bem como um plano de emergência para o concelho – José Luís Carneiro, de uma forma arrogante disse que não precisava de cumprir a Lei, porque ele próprio assumia o comando das operações”. “A vida das pessoas não tem custo, mas José Luís Carneiro colocou em risco a vida de cidadãos devido à sua inoperância em prol da sua propaganda pessoal”, diz o candidato à câmara, no mesmo comunicado Contactado pelo RM para comentar as críticas do futuro adversário do PSD nas próximas autárquicas, José Luís Carneiro começou por agradecer a todos os bombeiros e comandos, assim como elementos da GNR, presidentes de agrupamentos e IPSS, direcção do centro de saúde e todos os colaboradores da câmara, “pelo excelente desempenho nas operações da protecção civil”. O presidente da câmara também fez questão de contradizer José Carlos Póvoas, afirmando que Baião tem um plano de emergência Municipal: “é importante dizer que recebemos agradecimentos de entidades nacionais e distritais pela forma como conduzimos os socorros. Por outro lado, tenho de dizer que essas afirmações (de José Carlos Póvoas) apenas mostram um desconhecimento do território. Mas o comunicado do candidato do PSD é visto como uma nota de boa disposição, à semelhança de anteriores aparições públicas”, disse ao RM, José Luís Carneiro. AP


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Celorico / Cinfães

Empregada de loja sequestrada e roubada por dois casais A empregada de uma loja de roupa, em Fermil, Celorico de Basto, foi, na tarde do passado 19 de Janeiro, sequestrada por quatro assaltantes: duas mulheres e dois homens, encapuzados, que a ameaçaram com uma pistola. A vítima de 47 anos foi manietada com fita-cola e fechada na casa de banho. Os ladrões levaram cerca de 350 euros, entre o dinheiro da caixa e a carteira da funcionária. A meio da tarde, os dois casais entraram na loja, localizada junto da EN 205, disfarçados de clientes. Queriam experimentar sapatos. Depois de ter experimentado vários pares de sapatos, os larápios mostraram o verdadeiro objectivo da visita. “Estoirote os miolos e depois vai o teu marido”, foi com essas palavras que a funcionária percebeu que os jovens não estavam para brincadeiras. Os assaltantes apanharam a carteira da funcionária, de onde retiraram cerca de 170 euros e o cartão multibanco. O resto do dinheiro foi roubado da caixa registadora. Depois de terem roubado o dinheiro, os jovens preparam a fuga, amordaçando a mulher. Prenderam lhe os pés e as mãos e trancaram-na na casa-de-banho. Cerca de meia-hora depois é que uma vizinha estranhou a ausência da funcionária e ligou com a proprietária da loja. Entretanto, os jovens já se tinham posto em fuga num Opel Corsa com o qual foram ao centro de Celorico de Basto para levantar 150 euros com o cartão multibanco da vítima. A PJ de Braga está a investigar o caso.

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Celorico de Basto pretende investir 35 milhões de euros em projectos de valorização rural

Celorico de Basto apresentou 31 projectos ao Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE), através de um consórcio formado pelos municípios do Baixo Tâmega e por agentes privados da região que se propõe investir cerca de 150 milhões de euros em projectos de valorização de espaços rurais. A região vai apresentar uma candidatura ao Programa PROVERE, que contempla 155 intenções de investimento em

diferentes ramos de actividade, dos quais 31 são de Celorico de Basto, 20 privados e 11 públicos. Dos cerca de 70 projectos privados apresentados, 20 (28,6%) pertencem ao concelho de Celorico de Basto e representam um investimento de cerca de 15 milhões de euros (29,33%) do total do investimento (51 milhões de euros). No que concerne a investimentos públicos, Celorico de Basto, apresentou cerca de 20 milhões de euros, de um total de

Proporciona descontos em bens e serviços no concelho

Câmara de Cinfães lança Cartão Jovem municipal Os jovens residentes no município de Cinfães já podem aderir ao Cartão Jovem Municipal e usufruir de descontos e vantagens a nível municipal, nacional e europeu. O acordo entre a Câmara Municipal de Cinfães e a Movijovem, detentora da marca Cartão Jovem Euro<26, foi assinado no passado dia 23 de Janeiro, na Casa da Cultura. O Cartão Jovem Municipal Euro<26, para além de proporcionar os tradicionais descontos do Cartão Jovem clássico (em cinema, festivais de música, viagens, pousadas de juventude, eventos desportivos, museus, monumentos, em estabelecimentos comerciais, entre outros), proporciona benefícios exclusivos no município de Cinfães. No Espaço Internet municipal o desconto é de 100%, tal como no que diz respeito aos Re-

síduos Sólidos Urbanos. Nas licenças de Obras particulares o desconto que proporciona o Cartão Jovem é de 50%. No gimno-

desportivo e nas piscinas coberta e descoberta o desconto é de 20%.

Para além dos descontos em serviço municipais, o Cartão Jovem de Cinfães também prevê vantagens entre 10 à 21 % em diversas lojas localizadas no município. Desde livros a fios de ouro ou relógios e roupas o jovens terão direito a descontos, desde que seja apresentado o Cartão Jovem. As lojas aderentes também passam por oculista, sapataria, material eléctrico, transportes públicos, material informático, mobiliário de escritório e muito mais. O Cartão pode ser adquirido na Câmara Municipal de Cinfães, por jovens com idades entre os 12 e os 25 anos (inclusive), mediante pagamento de 8 euros, entrega de uma fotografia e apresentação do Bilhete de Identidade. O documento tem a validade de um ano.

Cinfães: Obras do Parque de Lazer de Mourilhe já arrancaram As obras do Parque de Lazer de Mourilhe, na freguesia de S. Cristóvão de Nogueira, arrancaram na segunda-feira 19 de Janeiro. A instalação de bar de apoio com esplanada, de parque de merendas e de bancas para a comercialização de fruta; a colocação de mobiliário urbano e de ecopontos; a criação de percursos pedonais, de ciclovia e de zonas de jogos tradicionais, de espec-

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táculos e de lazer; e a arborização do espaço, com espécimes adequados ao local, são as intervenções previstas. A plataforma existente no local será aproveitada. O Parque de Lazer de Mourilhe será implantado em terrenos da Rede Eléctrica Nacional, entidade com quem a Câmara Municipal de Cinfães celebrou protocolo de colaboração para proceder à empreitada. A localização do futuro Parque, numa

área com cerca de 20 mil m2, enquadrase no recorte paisagístico da Albufeira do Carrapatelo, no Rio Douro. Os trabalhos obedecerão às determinações do Plano de Ordenamento das Albufeiras da Régua e do Carrapatelo (POARC). A empreitada foi adjudicada à empresa IberSilva, Sucursal em Portugal, por 342.139,18 euros. O prazo de execução é de 150 dias.

103 milhões de euros. Os projectos vão de encontro aos objectivos do programa que prevê a valorização do património arquitectónico e cultural, recursos ambientais, certificação de actividades económicas tradicionais e projectos de hotelaria são as áreas prioritárias desta candidatura do Baixo Tâmega, designada “Paisagens Milenares”. Albertino Mota e Silva, presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto acredita que é uma excelente oportunidade para dar início à construção de alguns projectos importantes para o concelho, relacionados com turismo, ambiente e energias renováveis e realçou a importância da construção da ecopista que ligará Celorico de Basto a Amarante. De realçar que o PROVERE é um instrumento desenvolvido pelo Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional para estimular iniciativas dos agentes económicos orientadas para a melhoria da competitividade territorial de baixa densidade populacional. O projecto é liderado pela Cooperativa de Desenvolvimento do Baixo Tâmega (Dolmen) e conta com o envolvimento directo dos municípios de Celorico de Basto, Amarante, Baião, Marco de Canaveses, Cinfães, Resende e Penafiel, além de 68 entidades privadas e públicas. Entre estas encontram-se a Associação de Municípios do Baixo-Tâmega e várias juntas de freguesia de diferentes concelhos.

70 voluntários no banco do voluntariado O Banco Local de Voluntariado (BLV) de Cinfães está a iniciar o segundo ano de actividade com 75 inscrições: 70 voluntários e 5 instituições promotoras. No próximo mês de Fevereiro, 29 dos voluntários inscritos irão frequentar formação em voluntariado, já frequentada por um primeiro grupo. 22 dos voluntários aguardam entrevista. O trabalho de “i n t e re s se social e comunitário” será desenvolvido pelos voluntários nas instituições promotoras de voluntariado inscritas no Banco. Durante o primeiro ano de actividade, 2008, o BLV de Cinfães realizou, entre outras actividades, acções de sensibilização em juntas de freguesia, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), em escolas e junto da população local; e recolha e distribuição de livros e de brinquedos. O BLV de Cinfães continua a apelar à inscrição de pessoas e de instituições para desenvolvimento de trabalho voluntário, através do contacto 255 560 560 ou então por e-mail: partilharelibertaresperanca@gmail.com


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Região

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Cooperativa de Desenvolvimento Dolmen lidera o processo

Intenções de investimento de 154 milhões na região Mais de 150 milhões é quanto um consórcio formado por entidades públicas e privadas, sete municípios do Baixo Tâmega, Basto, Douro Sul e Vale do Sousa – todos integrantes da nova Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa –, se propõe investir, em projectos de valorização de espaços rurais. Em declarações à imprensa, José Luís Carneiro, presidente da Câmara Municipal de Baião e da Dolmen, cooperativa que lidera o processo, explicou que a região vai apresentar uma candidatura ao Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE), que contempla 155 intenções de investimento em diferentes áreas de actividade, sendo 85 oriundas de promotores públicos (103 milhões de euros) e 70 de promotores privados (51 milhões de euros). O PROVERE é um instrumento do QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional, desenvolvido pelo Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional “para estimular iniciativas dos agentes económicos orientadas para a melhoria da competitividade territorial de baixa densidade populacional”. Valorização do património arquitectónico e cultural, recursos ambientais, certificação de actividades económicas tradicionais e projectos de hotelaria são as áreas prioritárias desta candidatura, designada por “Paisagens Milenares”. O projecto é liderado pela Cooperativa de Desenvolvimento do Baixo Tâmega (Dolmen) e conta com o envolvimento directo dos municípios de Baião, Amarante, Marco de Canaveses, Cinfães, Resende, Penafiel e Celorico de Basto, além de 70 entidades privadas. Valorizar os recursos endógenos e únicos da região O autarca de Baião e presidente da Dolmen explicou na sessão de apresentação de candidatura, que decorreu no passado sábado, 17 de Janeiro, que este conjunto de projectos “pretende dar valor económico a recursos endógenos e únicos do território”. Na sessão pública, participaram os presidentes das câmaras de Amarante, Baião, Celorico de Basto, Marco de Canaveses e Resende e os vice-presidentes de Penafiel e Cinfães.

Candidaturas das autarquias aderentes e projectos privados foram apresentados a 17 de Janeiro, em Baião.

José Luís Carneiro mostrou-se esperançado de que os recursos financeiros previstos nesta candidatura possam contribuir para a concretização de projectos que ajudem a inverter alguns indicadores negativos da região, considerada uma das mais pobres do país. A concretização dos projectos criará 220 postos de trabalho, um indicador realçado pelo presidente da Dolmen a propósito das elevadas taxas de desemprego. Entre os projectos mais emblemáticos, designados como projectos âncora, contam-se intervenções na antiga cidade romana de Tongobriga, em Marco de Canaveses, valorização da Serra da Aboboreira, onde existe um importante campo arqueológico, estudado há quase três décadas, uma ecopista a ligar Celorico de Basto a Amarante, um centro interpretativo das artes e ofícios rurais em Marco de Canaveses, o lançamento de um canal de WebTV regional, bem como algumas unidades hoteleiras e de turismo rural a desenvolver na região. Rota do Românico no Baixo Tâmega A candidatura também prevê a implementação da Rota do Românico dos muni-

cípios do Tâmega (já existe uma na área do Vale do Sousa, criada antes da criação da NUTS Tâmega e Sousa), um projecto de turismo de aldeia, em Baião, e acções de interligação com o Douro Vinhateiro. Produtos da agricultura, pecuária ou artesanato da região, como a cereja de Resende, o vinho verde, os doces regionais ou a carne de raças autóctones, também poderão ser valorizados no âmbito de projectos contemplados no programa de acção. Esta candidatura, a apresentar na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), não garante financiamento directo aos projectos, mas pode, em caso de aprovação, permitir uma majoração até 10 por cento das candidaturas a apresentar a outros programas. Para José Luís Carneiro, só a coesão entre os vários municípios, em articulação com os investidores privados incluídos neste consórcio, tornou possível avançar com uma candidatura que considerou “muito forte”. “Temos de conseguir uma rede sólida para vencer as dificuldades”, insistiu. Também presente na apresentação esteve Ricardo Magalhães, antigo secretário de Estado do Ambiente e actual responsável pela Unidade de Missão do Douro. Ricardo Magalhães elogiou a candida-

tura do Baixo Tâmega e defendeu as vantagens das parcerias entre os sectores público e privado e entre os diversos níveis da administração. “Estas coisas fazem-se caminhando, não se decretam”, vincou. Ricardo Magalhães lembrou as dificuldades que a região teve há alguns anos para apresentar um Pacto Territorial de Desenvolvimento, em contraste com a abrangência desta candidatura. Lembrou, por outro lado, que a candidatura vai ter a concorrência de outras propostas de todo o norte do país, nomeadamente do Douro, do Minho e do Nordeste Transmontano. “Face à qualidade das várias candidaturas, não queria estar na pele de quem vai ter a responsabilidade de as seleccionar”, concluiu. A finalizar a sessão, Manuel Moreira, enquanto presidente da assembleia-geral da Dolmen, salientou a importância desta candidatura, apelando à união para que surjam “cada vez mais sinergias para, de uma vez por todas, darmos um salto qualitativo”. Para o autarca do Marco de Canaveses, “o Governo deve avaliar esta candidatura de acordo com a mérito que ela comporta”, e “só vencendo esta candidatura é que a região pode vencer e progredir”, disse.

Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa instalada a 31 de Janeiro A partir do próximo 31 de Janeiro a nova região administrativa, a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM) vai ganhar competência legal com a instalação dos seus órgãos, o Conselho Executivo e a Assembleia Intermunicipal.

A CIM do Tâmega e Sousa é constituída pelos municípios de Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Resende, correspondendo a um território de 1.988 km2 e a uma po-

pulação de cerca de 527 mil habitantes. O Conselho Executivo é o órgão de direcção da CIM, composto pelos 12 Presidentes de Câmara dos municípios integrantes e a sua instalação está agendada na sede da Comunidade Intermunicipal. A Assembleia Intermunicipal é o ór-

gão deliberativo da CIM, sendo composto por 66 membros, de entre os membros directamente eleitos das doze assembleias municipais e decorrente do acto eleitoral que ocorreu no final do ano passado naquelas mesmas assembleias.


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Destaque

Repórter do Marão 29 Janeiro 2009

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Reportagem do RM no interior de uma loja em Penafiel

SEX-SHOP da região do Tâmega e Sousa não conhece a crise

Alexandre Panda O ambiente cor-de-rosa é propício ao que os clientes vão procurar. À porta de entrada uma tabuleta obrigatória por lei que avisa: entrada proibida a menores. A Sex Brinca, a única sex-shop que concentra todos os produtos para poder adoptar esse nome está aberta há três anos e os clientes não têm faltado. Os clientes são de todas as faixas da sociedade, desde a mais elevada até a classe mais baixa. São advogados, empregadas de escritório ou operários da construção civil. Procuram provar o fruto proibido, apimentar a relação entre o casal, comprar brincadeiras para despedidas de solteiro ou, simplesmente matar a curiosidade sobre sexo. Uma segunda-feira de Janeiro não costuma ser um bom dia de negócio mas Alfredo Silva, proprietário da Sex-Shop de Penafiel, não se pode queixar. Em cerca de uma hora realizou duzentos euros em produtos como gel, lingerie ou vibrador. “Muitos clientes não se deslocam à minha loja apenas para comprar, ou seja não me limito a ser um vendedor de produtos íntimos. Em muitas situações, aconselho os clientes para que consigam ultrapassar tabus. Faço o papel de psicólogo, sexólogo ou terapeuta, porque ainda há muita vergonha entre os casais e tenho o dever de os desinibir quando cá aparecem à procura de algo”, explicou Alfredo Silva ao RM. A conversa com o proprietário toma ra-

Alfredo Silva é um comerciante satisfeito com o negócio

pidamente um rumo fálico: “para dar um exemplo dessa vergonha posso dizer que

há muito poucos casais que fazem masturbação individual um em frente ao outro. Têm de ultrapassar essa etapa para poder apreciar os prazeres da vida e ter uma verdadeira relação de cumplicidade”, acrescentou. A loja tem uma multifacetada oferta de produtos destinados à relação amorosa ou simplesmente à brincadeira em torno do sexo. São aventais alusivos ao peito das mulheres ou atributo dos homens, lingerie para todos os gostos e tamanhos, geles de lubrificação ou óleo para massagens. No fundo do estabelecimento, um espaço mais resguardado concentra os vibradores e filmes para adultos. “O que mais se vende são vibradores, mas a lingerie e os lubrificantes não ficam atrás”, garante Alfredo Silva, sempre com um sorriso de malícia no canto da boca quando apresenta os produtos.

Três clientes em meia-hora A campainha da porta toca. Um homem de meia-idade entra na loja com um olhar decidido. Dirige-se directamente para a estante das lingeries. “É para oferecer à minha mulher”, explica ao vendedor. Depois de ter escolhido o estilo e o tamanho, o cliente que pela primeira vez entrou naquela sex-shop, mas que já frequentou outros estabelecimentos, dirige-se à caixa para pagar, acompanhado de Alfredo. Já com um maço de notas na mão, o jovem lembra-se: “tenho de ir ver outra coisa”, e dirige-se para o espaço mais ousado da loja, de onde regressa com um vibrador. Entretanto, um jovem casal entrou – ela com um passo mais firme e ele um pouco reservado – à procura de um gel lubrificante. “Não é para nós. É uma brincadeira para oferecer a um casal amigo”, explicam

Preços:

• Gel: a partir de 10€ • Vibradores: 13 até 120€ • Cuecas comestíveis: 10€ • Óleos: a partir de 10€ • Algemas: 10 até 50€


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ao vendedor, com um sorriso. “E que tal uma lingerie? Uma vez que querem oferecer mais alguma coisinha ao vosso casal amigo?”, diz o vendedor. “Não, é tudo muito caro” responde o casal. Vendeu mais vibradores no Natal Para além das prendinhas para as crianças, para os adultos, o Pai Natal trouxe objectos íntimos para satisfazer as fantasias dos maiores de 18. Os namorados procuram essencialmente lingeries, enquanto que os casais estavam mais virados para os lubrificantes. “Esta época foi boa. Para além do costume, tivemos muita saída de vibradores, mas também de estimulantes sexuais tanto para homem como para mulheres”, explicou Alfredo Silva que se referia as cápsulas tipo viagra ou vitaminas sexuais para os machos e gel excitante apelidados de “orgasmo fácil” para as mulheres. “Temos clientes gays, lésbicas e heterossexuais. Solteiros e solteiras e casais. Muitas vezes são elas que se deslocam à loja. Eles ficam no carro, no parque de estacionamento, com vergonha de serem vistos a entrar neste tipo de loja. Elas acabam por ser mais desinibidas”, confessou o proprietário. Alguns rapazes, recentemente promovidos a adultos por força da lei, ficam-se pela montra. Param, observam os objectos expostos e arrancam num passo apressado, antes que alguém os veja. “Muitos acabam por regressar e perder o medo de entrar

aqui. Entram para ver os produtos de brincadeira, mas acabam por deslocar-se onde encontram objectos mais ousados”. “Nunca pensei entrar nesse negócio” Alfredo Silva tem 56 anos e abriu a primeira sex-shop em 2004, em Vila Nova de Gaia. Hoje é proprietário de três estabelecimentos. “Antes de trabalhar nesse ramo, numa tinha entrado numa sex-shop. Lancei-me nesse negócio de forma fortuita, nada foi premeditado. O espaço da minha primeira “sex-shop” em Grijó era destinado a uma cafetaria, mas por força de certas circunstâncias, não obtive fumo branco para abrir e foi aí que decidi lançar-me neste negócio”, explicou o proprietário. Em Penafiel, a loja existe há três anos e o volume de negócio tem crescido. Recentemente o quinquagenário, que esteve emigrado na Suíça durante largos anos, abriu uma loja perto de Albergaria-a-Velha.

Destaque

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Resende

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ANTÓNIO BORGES, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL:

“Não estar na Comunidade do Tâmega e Sousa era contra natura” O presidente da Câmara de Resende não tem dúvidas de que o município a que preside não podia estar numa outra comunidade intermunicipal que a do Tâmega e Sousa. Em entrevista ao RM, António Borges explicou que desde sempre os habitantes de Resende têm uma grande relação com os municípios do Distrito do Porto: “Não podíamos estar com Viseu ou Vila Real, uma vez que estamos mais próximos de territórios como Baião, Amarante, Cinfães ou Marco de Canaveses. São concelhos do nosso espaço e numa lógica de novo desenho político-administrativo é para o Porto que temos de nos virar. A população está mais virada para estes concelhos de que para Viseu ou Vila Real”, explicou ao RM, o presidente da câmara, que também confidenciou ao nosso jornal a intenção de se recandidatar ao cargo nas próximas autárquicas. Quando questionado sobre o qual é o lugar de Resende na nova Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, António Borges explicou que “Resende é a porta de entrada do Alto Douro Vinhateiro, o que faz do concelho um património ímpar nessa nova região administrativa. É nesse novo espaço que queremos dar o nosso contributo para poder fazer dessa região um espaço mais forte e mais capaz”. Sobre a falta de acessibilidades de que sofre Resende, António Borges explicou ao RM que já há algum tempo que o município está a tratar de uma nova ligação à A4, através de Baião e Marco de Canaveses e também de uma nova estrada que ligue o concelho à A24. “Resende e Baião têm estado a trabalhar com a Estradas de Portugal para resolver a questão das acessibilidades da região e as perspectivas são boas. Ao concluirmos a 321-2 (Baião – Ponte da Ermida) e a 222-2 (Ponte de Erminda e A24) estamos a criar um eixo poderoso que pode ajudar a desencravar

esta região do Douro e sobretudo pode também melhorar as acessibilidades às dinâmicas que se instalam na própria via fluvial. Há razões de carácter politica que nos deixam esperança. Com esta ligação o próprio conjunto dos municípios do Tâmega terão a ganhar”, adiantou António Borges. Autarca quer a certificação das Cavacas de Resende Para além de ser conhecido como o concelho da cereja, fruto que já está em processo de certificação, Resende está a tratar do reconhecimento da cavaca local. Neste momento o processo de certificação está pendente da produção em quantidade e também da aderência dos produtores: “A denominação de produtos de origem e a certificação dos produtos de origem é algo que defende o produto e os produtores. Mas é um caminho que passa pela vontade dos produtores em assumir compromissos com o mercado. Nos últimos anos, o fabrico das cavacas de Resende tem crescido de forma exponencial, em resultado da própria promoção das cavacas. Estamos num momento em que já se percebeu que é um produto que escoa com facilidade, o que é bom para os produtores, o concelho e a economia local, mas estamos ainda num processo de consciencialização para o problema da qualidade e para com a forma com que o nome da cavacas de Resende está a ser utilizado fora do concelho”, explicou o Presidente da câmara. É que em qualquer zona do país encontram-se as cavacas, mas nem sempre com a qualidade que deveriam ter, o que leva António Borges a incentivar os produtores de cavacas de Resende para o caminho da certificação, como forma de diferenciar o concelho. AP

Patente ao público até 22 de Fevereiro

Museu Municipal promove “Roteirinho” O Museu Municipal promove o “Roteirinho do Museu”, através de uma série de actividades dirigidas às crianças que frequentam as Escolas Básicas do 1.ª ciclo do concelho. O “Roteirinho” é uma edição lúdico-pedagógica que tem como objectivo orientar os mais novos na visita às exposições permanentes de Etnografia e Arqueologia, prendendo a sua atenção para os objectos do passado e, consequentemente, desencadear o sentimento de pertença e salvaguarda em relação ao património cultural resendense. Assim, através de uma visita curta, descontraída, informal e divertida, os alunos ficarão a conhecer as exposições patentes e serão presenteados com o “Roteirinho”. Com esta iniciativa pretende-se transmitir, numa perspectiva educativa e de animação, o conceito de que o Museu é não só um espaço de saberes mas também de diversão.

“Fragmentos” em exposição no Museu Municipal A exposição de pintura intitulada “Fragmentos” do artista Fernando Direito vai estar patente ao público até dia 22 no próximo mês. Segundo as palavras de Rodrigues Vaz, trata-se de uma “exposição antológica integrando especialmente obras da série “Iconografias”, a que juntou algumas significativas da fase “Empório do Meio”, estes mais recentes trabalhos de Fernando Direito aprofundam a reflexão sobre uma nova expressividade pictórica(...)”. Acrescenta ainda que esta expressividade “multiplica as possíveis interrogações em sugestões ricas de vibrações líricas, com recurso recorrente aos efeitos da chamada Grande Pintura, num misto de figurativo e abstracto, que umas vezes se inclina para um lado e outras vezes para outro, num equilíbrio fugaz onde o que interessa é o resultado visual, sempre

de grande impacto. No trabalho plástico de Fernando Direito tudo parece surgir com extrema liberdade, se bem que nada esteja disposto ao acaso. Trata-se, ao contrário, de soluções muito meditadas, onde as transparên-

cias de algumas manchas e os potentes empastelamentos de outras convivem graças à sua notável mestria compositiva, carregando a sua obra

de uma profunda dimensão expressiva, que não só responde a uma impetuosa poética gestual como também a uma meditação em torno da massa pictórica e o seu desenvolvimento no suporte”. Fernando Direito nasceu em 1944, é natural de Vila Nova de Foz Côa, vive e trabalha em Lisboa, iniciou a sua carreira nos anos sessenta em Moçambique. Expôs diversas vezes a título individual e colectivo por todo o país e possui diversas colecções, estando representado na Embaixada em Madrid, Paris, Atenas, Moscovo e Cidade do México. De destacar ainda que se encontra referenciado no Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Fernando de Pamplona.


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Grupo de Cantares da Associação dos Funcionários da Câmara Municipal actuam na TVI O Grupo de Cantares da Associação dos Funcionários da Câmara Municipal do Marco de Canaveses vai estar presente no programa “Você na TV”, no canal televisivo TVI, na próxima sexta-feira, dia 30 de Janeiro. Este foi criado em 2007, como forma de promover o salutar convívio entre os funcionários daquela instituição e integra 15 elementos. O seu reportório assenta na divulgação da música popular portuguesa, recorrendo à utilização de instrumentos tradicionais representativos da região: violão, cavaquinhos, ferrinho, etc. A tipicidade dos seus cantares e do seu instrumental resultam numa sonoridade que reforça o espírito alegre das gentes desta região.

Área Arqueológica do Freixo analisa “TONGOBRIGA” no passado domingo, 25 de janeiro

Bombeiros Voluntários festejaram 85.º aniversário Sandra Teixeira O mau tempo que se fez sentir no fimde-semana de 24 e 25 de Janeiro não estragou a festa reservada para a comemoração dos 85 anos do Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses. Sob o tema “lado a lado consigo”, as comemorações iniciaram por volta das 9 horas da manhã, com a formatura geral, seguindo-se o hastear de bandeiras, ao som das sirenes, a bênção de uma viatura e a homenagem aos Bombeiros e Associados falecidos, com deposição de uma coroa de flores junto ao monumento ao Bombeiro. A sessão solene teve lugar pelas 10h30, com uma mesa de honra composta por Miguel Lemos, em representação do Governo Civil do Porto, Alípio Mesquita, presidente da Mesa da Assembleia Geral dos Bombeiros Voluntários do Marco, Manuel Moreira, presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, José Campos, representante da Liga de Bombeiros Portugueses, Teixeira Leite, comandante distrital dos Bombeiros do Distrito do Porto, António Coutinho, presidente da Assembleia Municipal de Marco de Canaveses, José Miranda, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto, Cláudio Ferreira, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros do Marco e Fernando Nazário, comandante do corpo de Bom-

beiros do Marco. Abriu a sessão, Alípio Mesquita, lembrando os bombeiros que já partiram, mas sobretudo os que estão no activo, “nem sempre sabem ao que vão, mas vão”, disse o dirigente. Durante a sessão foram entregues os capacetes a 19 novos bombeiros e medalhas de cinco, 10, 15, 20 e 25 anos de dedicação e mérito, bem como medalhas de ouro a quatro bombeiros da corporação, já com mais de 35 anos de serviço. Durante as várias intervenções, Fernando Nazário dirigiu uma palavra especial aos novos bombeiros e aos medalhados. O comandante incidiu o seu discurso essencialmente sobre a nova legislação dos bombeiros e formação, algo que diz ser essencial para os bombeiros. São 275 horas por ano que cada bombeiro vai ter de formação, Fernando Nazário foi peremptório neste tema: “só é bombeiro quem pode ter formação, quem não pode, custa-lhe ir embora, mas tem de ir”, referiu. Aproveitando a presença dos altos dirigentes da Liga e Federação de Bombeiros, Nazário apelou à atribuição de mais meios para o quartel de Marco de Canaveses, dois veículos de combate a incêndio e uma ambulância de socorro. Seguiram-se outras intervenções, as quais assentaram sobretudo nas boas relações existentes entre os vários órgãos presentes e, no futuro, com a integração dos

novos bombeiros, também o pedido de novas viaturas foi tema das várias intervenções, reforçando o pedido do Comandante dos Bombeiros do Marco. Cláudio Ferreira referiu alguns dos melhoramentos já levados a cabo nas instalações do quartel e apelou “à mobilização de todos em torno da Associação Humanitária”. Quem também subscreveu as reivindicações de Fernando Nazário quanto à formação e à atribuição de novas viaturas, foi Manuel Moreira, salientando a necessidade da criação de um posto de socorros a náufragos, dado os dois rios que banham o concelho. O autarca marcoense deu conta da nova equipa de intervenção permanente, que está a ser formada, com cinco bombeiros. Um projecto que está já na fase de recrutamento e que resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal do Marco, os Bombeiros do Marco e a Autoridade Nacional da Protecção Civil. De acordo com Moreira, “o município de Marco de Canaveses é um dos primeiros do distrito e do país a assumir esta responsabilidade, numa parceria que a autarquia terá de arcar com 50 por cento da despesa com estes funcionários e a Autoridade da Protecção Civil com os outros 50 por cento, num total de 70 mil Euros ano”. A finalizar o seu discurso, o Presidente da Câmara sublinhou que “a única política que espero ver nesta casa deve ser a política da protecção civil, as outras têm de ficar fora destas portas”. A parte da tarde deste dia festivo foi reservada a um desfile, no qual participou o corpo de bombeiros e todas as viaturas pertencentes aos Bombeiros do Marco. A festa culminou com o cantar dos parabéns e o cortar do bolo de aniversário.

A Direcção Regional de Cultura do Norte, Área Arqueológica de Freixo, a Associação de Amigos de Tongobriga, a Universidade de Brown e investigadores convidados vão realizar uma breve reunião de análise avaliativa do projecto “TONGOBRIGA, cinco anos de intercâmbio científico - cultural”, no Auditório da Estação Arqueológica do Freixo, dia 29 Janeiro, pelas 16:00 horas. A reunião vai contar com as intervenções de António Lima, da Estação Arqueológica do Freixo; Filipa Cortesão Silva, Universidade de Coimbra; Jason Urbanus, Universidade de Brown (EUA); Jorge M. Araújo, Estação Arqueológica do Freixo; Katerina Thomas , DEREE College de Atenas (Grécia); Lino T. Dias, Estação Arqueológica do Freixo; Rudolf Winkes, Universidade de Brown (EUA); Silvana Trombetta, Universidade de São Paulo (Brasil); e Vagner Porto, Universidade de São Paulo (Brasil). Desde 2004 que está em curso um projecto de Intercâmbio Científico -Cultural entre a Estação Arqueológica do Freixo/Direcção Regional de Cultura do Norte e a Universidade de Brown (Estados Unidos da América). Decorre, actualmente, nos laboratórios da Estação Arqueológica de Freixo uma study season, com a participação das várias equipas de investigação.

Câmara adjudicOU elaboração de novo plano de reequilíbrio financeiro por 50 mil Euros A Câmara Municipal de Marco de Canaveses adjudicou a elaboração e fornecimento do novo plano de reequilíbrio financeiro do município de Marco de Canaveses, a uma empresa privada pelo valor de 50 mil euros. A empresa Marques da Cunha, Arlindo Duarte e Associados, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, vai ter de elaborar um novo plano, para o reequilíbrio financeiro da autarquia, no prazo de 58 dias. O registo desta adjudicação é datado de 18 de Dezembro passado, segundo informação constante no site www.base.gov.pt, onde está publicado o anúncio do concurso público, por ajuste directo, efectuado entre a empresa e autarquia marcoense.


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Opinião

Repórter do Marão 29 Janeiro 2009

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Amarante e os desafios da nova economia Helder Ferreira A menos que se acredite que é possível transferir para as Azenhas o Porto de Leixões, para a helipista o Aeroporto Sá Carneiro e para a Estação de Amarante a Estação de S. Bento, é que se pode continuar a insistir no argumento bafiento de que Amarante não avança porque não atrai indústria de grande dimensão. Ou então, fazendo tábua rasa das nossas condições morfológicas, continuar a insistir na instalação de grandes empresas agrícolas no concelho. Naturalmente não se concebe Amarante como um concelho isolado do país e do mundo e por isso imune às recentes alterações económicas. Nesse contexto, admitese numa perspectiva imediata de reconfiguração das estratégias rumo à manutenção/reforço da empregabilidade, por exemplo, para as PME’s da construção civil, uma viragem da construção de novas habitações para a recuperação e manutenção das existentes. Na agricultura também uma viragem assente no incremento da pequena agricultura de subsistência como forma de auxiliar nos orçamentos familiares e de geração de emprego local. Na indústria das urnas funerárias a adopção urgente de uma estratégia comum de reforço da capacidade concorrencial do negócio, procurando novas formas

de produção; incorporação de novos materiais; novas criações e design de produto; novas estratégias de marketing… Por outro lado, o recente reforço da oferta formativa nas áreas da metalurgia e metalomecânica assumem-se como factor determinante para o reforço da competência dos nossos Recursos Humanos e factor concorrencial para as empresas locais. Já para os desempregados a partir dos 30 / 35 anos sem escolaridade mínima obrigatória, a incursão pela oferta dos Centros Novas Oportunidades será sempre opção a ter em conta como forma de reforçar a sua capacidade concorrencial no acesso ao emprego. Mas a janela de oportunidades imediata de geração de trabalho para 2009, está em nossa opinião na rápida mudança de postura face ao Turismo, para o qual se exige um investimento na diversificação da oferta e qualidade de serviço, apostando em estratégias tão elementares como por exemplo: - Abertura do comércio tradicional em horários e dias que satisfaçam as necessidades dos turistas; - Profissionalizar a decoração das montras e exposição de artigos; - Criar merchandising alusivo às nossas singularidades e disponibilizá-lo de forma massiva nas lojas comerciais (Ex. réplicas do convento

de S. Gonçalo e da ponte; miniaturas das nossas guigas, dos nossos diabos…); - Disponibilizar na cidade passeios em charrete dotados de cocheiros com conhecimentos históricos, patrimoniais e linguísticos para apresentação da cidade a turistas; - Disponibilizar na cidade sistema de aluguer de automóveis antigos para visitas à cidade e envolvente; - Disponibilizar serviço de Guias Turísticos na cidade; - Disponibilizar Guias Turísticos para realização da Rota dos Vinhos Verdes, Rota do Românico, Rota dos Artesãos; Rota dos Artistas Amarantinos… garantindo-se que todos os intervenientes: Adegas; quintas; casas senhoriais; empreendimentos de turismo rural; igrejas; casas museu; atelier’s; museus rurais; igrejas; capelas; monumentos; lojas de artesanato; oficinas de artesanato… dispõem de pessoas com competências linguísticas; conhecimentos nas áreas que representam e que nos horários convencionados têm os espaços abertos e disponíveis para visita e comercialização de produtos; - Disponibilizar em sistema de aluguer de veículos todo-o-terreno para passeios nos diversos pontos de interesse do concelho; - Oferecer em todos os Hotéis e pontos de interesse turístico serviços de baby-siting com educadores

de infância e animadores sociais; - Dispor em S. Gonçalo (como por exemplo em Santiago de Compostela) de figurante trajado de S. Gonçalo, com conhecimentos linguísticos para apresentação da cidade a turistas e aconselhamento de ofertas gastronómicas e outras; - Devolver as guigas ao rio, proporcionando passeios musicados no rio; - Incrementar em complemento aos passeios de guigas ou gaivotas um serviço de fotografia na hora; - Proporcionar aos turistas a exploração dos afluentes do Tâmega para banhos e momentos de repouso e lazer em contacto com a natureza; - Oferecer aos turistas amantes da pesca programas que incluam a deslocação acompanhada a pesqueiros previamente definidos; -… A missão da manutenção e criação de postos de trabalho compete a todos, basta que para tal se interiorize como inevitável a competitividade na prestação do trabalho por parte dos activos e da pró-actividade face ao desemprego dos que pretendem aceder ao mercado de trabalho, sobretudo num cenário de oferta de mão-de-obra em que os empregadores tendem a seleccionar os mais competentes. Amarante

Uma disputa singular em Marco de Canaveses José Carlos Pereira As eleições autárquicas deste ano vão ser mais disputadas do que nunca em Marco de Canaveses, uma vez que se anunciam pelo menos quatro candidaturas com ambição de vencer. PSD, PS e dois movimentos independentes entram na luta com o propósito de ganhar as eleições, não se sabendo ainda o que vai suceder com o CDS, que dominou a autarquia durante mais de vinte anos, muito embora o líder distrital tenha garantido publicamente que o partido apresentaria listas próprias. Já a CDU não aspira a mais do que vencer uma ou duas freguesias e a garantir presença na Assembleia Municipal (AM). Manuel Moreira, actual presidente da Câmara, parte na frente e dispõe de todas as condições para poder renovar o seu mandato. Terá necessidade de fazer alguns ajustes no executivo, desde logo porque o seu vice-presidente está a meio tempo devido a compromissos empresariais, mas a grande aposta passará por tentar segurar a maioria na Câmara e procurar alcançá-la na AM. O empresário António Coutinho quererá continuar a presidir a este órgão e será assim um apoio fundamental para Moreira, nomeadamente ao nível da máquina de campanha. Ao presidente da Câmara resta

o desafio de tentar unir o PSD, já que a actual concelhia tem um longo percurso de divergência com os autarcas e com destacados militantes locais. O PS, que ambicionava ganhar, acaba por surgir muito debilitado por razões internas. O líder local Artur Melo e Castro, depois de se ter incompatibilizado com o vereador em funções, retirando-lhe a confiança política, e de não convergir esforços com os autarcas eleitos, não conseguiu convencer a distrital de que era o melhor candidato para o partido. Se a concelhia votou maioritariamente o seu nome, já o presidente da distrital veio a público diversas vezes assumir que preferia ter Norberto Soares, vereador eleito pelo CDS, como candidato. Essa atitude inqualificável da distrital provocou, a meu ver, danos irreparáveis para a candidatura de Artur Melo e Castro. Dirigentes socialistas da região ainda tentaram encontrar uma alternativa consensual, mas tal não foi possível. Quanto a Norberto Soares, depois de se ter deixado tentar pela possibilidade de concorrer pelo PS, voltou atrás e apresenta-se a eleições pelo movimento “Um Marco de Verdade”. Soares começou a carreira autárquica numa importante junta de freguesia pelo PSD e foi mais tarde vice-presidente de Ferrei-

ra Torres. Nas últimas eleições foi o candidato à presidência pelo CDS, com o beneplácito de Ferreira Torres e dos seus apoiantes, e alcançou 30% dos votos. Durante o mandato em curso, distanciou-se do CDS e passou a independente, muito embora permanecesse ligado aos autarcas do CDS na AM e nas freguesias. Para poder ganhar, Soares precisaria de reunir à sua volta personalidades com peso eleitoral específico, capazes de atrair eleitorado descontente com a maioria PSD, além de ter de neutralizar as prováveis investidas de Ferreira Torres, que não deve digerir com facilidade a deserção do seu entronizado sucessor. Avelino Ferreira Torres será a grande incógnita das eleições em Marco de Canaveses. Depois da derrota sofrida em Amarante, Torres procura a derradeira oportunidade de regressar ao poder. Constituiu o movimento “Marco Confiante” e aposta na reconquista dos marcoenses. Leva consigo o seu antigo número dois, Lindorfo Costa, e tenta recuperar os apoios que deixou quando foi candidatar-se a Amarante. Torres não tem tido vida fácil na angariação de candidatos prestigiados para as freguesias, mas em contrapartida parece ainda suscitar entusiasmos na população mais idosa e rural. As condenações em primeira instância de que foram alvo Ferreira

Torres e Lindorfo Costa fazem mossa, mas o resultado do julgamento em curso, em que Torres é acusado de seis crimes, será ainda mais decisivo. Num sentido ou noutro. Saber quanto vale neste momento Ferreira Torres, bem como os meios que consegue mobilizar, pode ser a chave para encontrar o vencedor das eleições em Marco de Canaveses. Espero que os marcoenses saibam dar uma lição de democracia e de participação cívica. Que saibam dizer não a quem condenou Marco de Canaveses a um longo calvário. Não podem ser premiados aqueles que contraíram uma dívida superior a 70 milhões de euros, já com os respectivos encargos, deixando o concelho com taxas terceiro-mundistas de cobertura das redes de água e saneamento – só esses compromissos com a dívida representam mais de 11.000 euros por dia, que podiam ser aplicados em benefício de todos. Não pode ficar impune quem provocou danos irreparáveis para o futuro – hoje, 28% do orçamento da Câmara é gasto em despesas com pessoal! Não pode sair vitorioso quem sistematicamente arrasta para os tribunais o nome e a honorabilidade da autarquia. Os marcoenses saberão travar o populismo e a demagogia. Deputado independente pelo PS na AM de Marco de Canaveses


Repórter do Marão 29 Janeiro 2009

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Opinião

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A Região tem Motivos de Esperança José Luís Carneiro Sete municípios e sessenta e oito entidades privadas constituíram um consórcio destinado à apresentação de uma candidatura ao Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos - «PROVERE». Trata-se de uma candidatura com um valor estimado de investimento na ordem dos 150 milhões de euros e que prevê a criação de 220 postos de trabalho. Este programa não financia directamente os projectos, porém, em caso de aprovação por parte da CCDR-N, confere uma “certificação” a cada uma das iniciativas de investimento incorporadas na candidatura, abrindo-lhes as portas a vários instrumentos de financiamento comunitário. Esta candidatura, subordinada à temática “Paisagens Milenares no Douro Verde”, conceitos criados e desenvolvidos pelo Doutor Lino Tavares Dias e pelo Dr. Rolando Pimenta, aposta na valorização do património histórico, cultural, natural e ambiental, assim como na qualificação das pessoas, do território e dos produtos locais. No contexto da mesma, foram ainda definidos onze «projectos-ân-

cora», ou seja, iniciativas que, pela sua natureza, âmbito e finalidades, poderão contribuir para a dinamização integrada do território e do seu potencial. São elas: “A Valorização das Paisagens Milenares – Tongóbriga”; “O Património Natural e Cultural como Factor de Desenvolvimento e Competitividade – Serra da Aboboreira”; “Web-TV – Douro Verde”; “Turismo de Aldeia – Casas da Lage”; “Unidade Hoteleira de 5 Estrelas – Pala/Ribadouro”; Hotel Solar Quinta da Boavista”; “Casas de Caseiro – Agroturismo”; “Ecopistas da Linha do Tâmega”; “Hotel Rural «ARSDURIUM»; “Rota do Românico”; “Centro de Artes e Ofícios Rurais Tradicionais”. Parte do trabalho das entidades públicas e privadas está realizado. Agora, e como assinalou o coordenador da “Unidade de Missão para o Douro”, Eng.º Ricardo Magalhães, a candidatura apresentada pela Cooperativa «Dólmen» vai confrontar-se com outras, provenientes de regiões e em que os actores já há muito desenvolvem trabalho em parceria e cooperação. Também elas procurarão valorizar as identidades e o valor dos produtos locais. Muitos desses espaços territoriais têm

inclusivamente uma história de projectos e iniciativas que demonstra uma boa articulação com as instâncias decisórias regionais e nacionais. Como foi reconhecido, a nossa candidatura é forte e ilustra coesão territorial e institucional. Independentemente do resultado que consigamos obter e, naturalmente, confiando na sua aprovação, há ilações muito positivas a retirar deste caminho comum que os actores da região têm vido a fazer: - em primeiro lugar, conseguimos apresentar uma estratégia definida e inscrita no âmbito de um Plano de Desenvolvimento Territorial (PDT) que, embora não tivesse alcançado uma natureza supra-municipal, permitirá à região avançar com um investimento superior a 100 milhões de euros na qualificação das pessoas, do território e das suas instituições, públicas e privadas; - em segundo lugar, uma parte dos mesmos actores e com a liderança da Cooperativa «Dólmen», envolveu-se numa candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) que alcançou uma boa qualificação e permitirá trazer para o território cerca de 25 milhões de euros de investimento em pro-

jectos de dinamização social, cultural e económica de um espaço rural no âmbito da “abordagem leader” e que envolve parceiros públicos e privados de Amarante, Baião, Cinfães, Marco de Canaveses, parte de Penafiel e de Resende; - por último, apresentamos – Cooperativa «Dólmen» - agora esta candidatura ao PROVERE com um valor estimado de investimento superior a 150 milhões de euros. Como se conclui há razões para a esperança no futuro desta região. Os mais directos responsáveis pelo desenvolvimento local e regional, de natureza pública e privada, compreenderam que o desenvolvimento se promove numa óptica de cooperação e parceria. O espírito que hoje enquadra os interesses e as estratégias locais de desenvolvimento resultará num interesse comum de desenvolvimento da região do «Douro Verde», valorizando para o efeito a sua “identidade”, assente nas suas “Paisagens Milenares”, histórica e culturalmente definidas, embora sempre abertas ao mundo e aos seus sinais. Presidente da Câmara Municipal de Baião

Um Monumento Cultural: A Fotobiografia de Amadeo de Souza Cardoso Beja Santos O nome de Amadeo de Souza Cardoso aparece em várias circunstâncias ligado a alguns dos mais significativos eventos da Fundação Calouste Gulbenkian: o seu Centro de Arte Moderna possui a maior colecção de obras do artista, é aqui que se guarda o seu valioso espólio documental, o próprio Centro foi inaugurado em 1983 com uma mostra dedicada a esta primeiríssima figura da arte moderna portuguesa, a exposição Diálogo de Vanguardas foi um dos acontecimentos emblemáticos do Cinquentenário da Fundação, em 2006. Nessa altura teve lugar a edição em fac-simile do livro manuscrito e ilustrado pelo artista La Legende de Saint Julien L´Hospitalier, a par do valioso catálogo da exposição “Diálogo de Vanguardas”. Seguiu-se a Fotobiografia, primeiro volume do catálogo que se pretende exaustivo e que precede os dois volumes que serão dedicados à pintura e ao desenho do malogrado artista nascido em Manhufe em 1887. A memória de Amadeo de Souza Cardoso tem estado em boas mãos, talvez nas melhores mãos . A sua Fotobiografia é um trabalho excepcional a que se afoitaram a Gulbenkian e a Assírio & Alvim. A investigadora Helena de Freitas tem cuidado da coordenação científica e no caso da Fotobiografia, Catarina Alfaro é a responsável pelo rigor historiográfico e a escolha das ilustrações mais poderosas e sugestivas. Uma fotobiografia é um exer-

cício sempre temerário: procurase entrar na vida de alguém com o intuito de relevar as facetas definitivas, incontornáveis, eloquentes. Com uma fotobiografia pretende-se a exposição inquestionável, das imagens e dos factos, nada de mais significativo pode ficar na sombra ou no olvido. No caso de Amadeo, é indispensável para os nossos olhos a versatilidade das suas assinaturas, comprovante de um espírito versátil, complexo, incansável. Os documentos visuais têm que comportar a criança e o seu meio, a abundância em que foi criado, a educação que recebeu, os seus primeiros atrevimentos artísticos, os locais de férias, as primeiras amizades. A criança é talentosa, dá um adolescente virtuoso que vem estudar para Lisboa num curso preparatório de desenho, na Real Academia de Belas-Artes. Descobre que a arquitectura o enfastia, empolga-se com a caricatura, o retrato-desenho. A caminho dos 19 anos, parte para Paris, acompanhado por Francisco Smith. Frequenta tertúlias em diversos ateliês, estuda e cultiva a caricatura. Os seus desenhos começam a ser conhecidos, discutidos. A fotobiografia a tudo faz alusão para nos dar um Amadeo de corpo inteiro: as cartas para a mãe, sobretudo, os primeiros desenhos, os amigos como Manuel Laranjeira, a propriedade em Manhufe, as casas em que vai viver em Paris, as férias na Bretanha, a frequência das galerias de arte e a leitura de Henri Bergson. Diverte-se e trabalha, decide ser artista, tem ateliê na Cité Falguière, num bairro onde é possível encontrar-se Mo-

digliani, Foujita, Soutine. Conhece Lucie Pecetto na Crèmerie Chaude, 96, Boulevard de Montparnasse. Começa uma relação que se extinguirá com a morte de Amadeo. Faz 21 anos e o pai saúda-o com uma carta muito bela. Depois das férias entre a Póvoa e Espinho regressa a Paris, retoma as caricaturas, entra nos círculos de artistas como Brancusi, Léger, Zadkine, Archipenko, Gontcharova. Nenhum deles por ventura sabe, eles são nomes de vanguarda, estão no centro do vulcão das vanguardas artísticas. O pai, abastado viticultor, constrói-lhe um ateliê em Manhufe, em Abril de 1910. Amadeo viaja, quer conhecer mais que Paris ou a Bretanha, vai até Inglaterra, Holanda e Bélgica. A sua fotobiografia inclui obrigatoriamente as revelações da sua evolução estética, aonde é que ele se sente moderno, não cubista nem futurista. 1911 é um ano em que Amadeo passa a ser um nome indispensável. Em 5 de Março, Modigliani e Amadeo inauguram uma exposição juntos, com o contributo de Brancusi. Aparecem por lá, entre outros, Picasso, Derain, Apollinaire, Max Jacob. No mês seguinte, Amadeo participa em Paris na primeira grande exposição cubista. Em 1912, logo em Março, Amadeo aparece noutra exposição determinante no âmbito das vanguardas artísticas do século XX. A publicação do álbum XX Dessins concretiza-se em Agosto e o seu trabalho é enviado para toda a Europa, EUA e Canadá. As suas relações ganham amplitude, são estreitas com os futuristas italianos, faz amizade

com Otto Freundlich, que o divulgará na Alemanha. Expõe nos salões franceses e vai participar na América na Armory Show. Em 1913, enquanto os seus quadros circulam na América, a sua pintura renova-se, o que era talento e modernidade entra na rota da genialidade e da pura antecipação com múltiplos recursos experimentais. Tudo terá começado com a Procissão Corpus Christi. Em 1914, entra nas exposições alemãs. Vive crises espirituais, lê Santo Agostinho, viaja com Lucie, fala-se em mais exposições, começa a Primeira Grande Guerra. Em Setembro, casa-se no Porto e vão para Manhufe. Robert e Sonia Delaunay vêm fixar-se em Vila do Conde, reforça-se a sua amizade com o casal. Amadeo trabalha infatigavelmente. A guerra afasta-o de tudo e de todos, mas ele escreve, publica o álbum 12 Reproductions, expõe no Porto, milhares de pessoas afluem, os insultos não faltam. Vem até Lisboa, por iniciativa de Almada Negreiros. Em 1918, Amadeo sonha regressar a Paris, mas a guerra continua brutal. Tentando fugir à gripe espanhola, que nesse ano matara 20 milhões de pessoas, abandona Manhufe e refugia-se na casa da família em Espinho, onde morrerá a 25 de Outubro, vitima precisamente da pneumónica, com 30 anos, morre a interrogar a sua arte. Esta Fotobiografia é um monumento gráfico de que nos podemos orgulhar, certifica onde e como Amadeo está entre os primeiros artistas portugueses de todos os tempos.


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Vale do Sousa

Repórter do Marão 29 Janeiro 2009

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Chefe de Estado vai inaugurar edifício da Associação dos Familiares das Vítimas da Tragédia da Ponte de Entre-os-Rios

Cavaco Silva visita Castelo de Paiva para inaugurar edifício O Presidente da República, Cavaco Silva, vai estar na tarde do próximo dia 6 de Fevereiro (sexta-feira), no concelho de Castelo de Paiva, naquela que será a primeira visita ao município como Chefe de Estado. Do programa da visita, destaca-se a inauguração da nova Biblioteca Municipal, localizada na Rua Emídio Navarro (centro da vila) e do Centro de Apoio Temporário para Crianças e Jovens em Risco, em Oliveira do Arda, na freguesia da Raiva, uma obra pertencente á Associação dos Familiares das Vítimas da Tragédia de Entre-os-Rios. Cavaco Silva deverá chegar ao início da tarde na câmara de Castelo de Paiva para uma recepção oficial no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Depois o Chefe de Estado irá deslocar-se à nova biblioteca municipal para depois terminar com a inauguração do Centro de Apoio Temporário para Crianças e Jovens em Risco, na freguesia da Raiva.

“Prémio de Poesia Daniel Faria” 2009 em Penafiel com prazo prolongado Foi prorrogado o prazo para a entrega de trabalhos no âmbito do “Prémio de Poesia Daniel Faria”, concurso instituído anualmente pela Câmara Municipal de Penafiel, a Quasi Edições e os herdeiros de Daniel Faria. O prazo para a entrega de candidaturas é, agora, até 30 de Janeiro de 2009. As obras concorrentes devem ser enviadas para “Prémio de Poesia Daniel Faria”, Avenida Carlos Bacelar, 968 salas 3A e 4A, 4760-103, Vila Nova de Famalicão. Os resultados serão publicados em Março de 2009. Recorde-se que o Prémio é atribuído na modalidade de poesia, visando estimular a criação poética e, em especial, o aparecimento de novos autores. Assim, podem concorrer ao Prémio trabalhos inéditos de autores com idade inferior a 35 anos. São admitidas a concurso exclusivamente obras inéditas em língua portuguesa, com o mínimo de 30 páginas.

Fundado em 1984 Quinzenário Regional • Publica-se à quinta-feira Registo/Título: ERC 109918 Depósito Legal: 26663/89 Director: Vítor Almeida (C.P. 5286) Director Adjunto: Alexandre Panda (C.P. 8276) Redacção: , Jorge Sousa (C.P. 1689), Sandra Teixeira, Alcino Oliveira (C.P. 4286) Empresa Editora: Média Marco Publicações, Lda. - NIF 504 850 725 Sede Redacção: Rua Manuel Pereira Soares, 80 1º Esq. Apartado 12 - 4634-909 Marco de Canaveses Telef. 255 521 307 - Fax: 255 534 850 E-mail: geral@reporterdomarao.com.pt Propriedade: Baião Repórter / Sociedade Editorial, Lda. NIF: 501475320 Sede Social: Rua Camões - Apartado 1 - 4640 Baião Partes sociais superiores a 10% do capital: Jorge Manuel Soares de Sousa, Marta Cláudia Amaro de Sousa Cap. Social: 5.000 Euros Impressão: Gráfica Diário do Minho - Braga Tiragem desta edição: 7.000 exemplares As opiniões expressas nos artigos assinados podem não corresponder necessariamente à opinião da Direcção deste jornal.

Geminação entre Sainte-Geneviève-des-Bois e Penafiel levou comitiva de 50 pessoas

Presidentes de junta de Penafiel em terras francesas Alexandre Panda Os presidentes de junta das freguesias de Penafiel deslocaram-se nos últimos dias 15 à 17 de Janeiro à Sainte Genevieve des Bois, uma cidade situada a cerca de 30 quilómetros e Paris no âmbito de uma geminação, com aquele município francês. As datas da viagem correspondiam a uma festa local : “les voeux du maire”: “os votos de bom ano do presidente da câmara local, que o RM acompanhou, a convite da autarquia penafidelense. Ao todo foram cinquenta portugueses que presenciaram as festividades da irmã francesa de Penafiel, numa viagem oferecida pela Câmara de Penafiel, representada pelo presidente Alberto Santos e dois vereadores.

Há cerca de 10 anos que Penafiel e Sainte Genevieve estão ligados por uma geminação e todos os anos uma comitiva de Penafiel voa para terras francesas. Este ano, a câmara de Penafiel decidiu convidar os presidentes de junta para representar o município e também “para dar um premio a quem se dedica diariamente à causa pública”, explicou ao RM, Mário Magalhães, vereador com o pelouro das freguesias, da câmara de Penafiel. Durante os três dias, os autarcas contactaram com os políticos franceses, para perceberam qual é o funcionamento de uma “mairie” (câmara), mas também apreciaram os vinhos e a gastronomia local. Ao longo dos três dias, para além de uma tarde de visita de monumentos em Paris e de

diversas iniciativas da câmara francesa, a comitiva também esteve reunida com uma associação de portugueses sediada em Sainte Genevieve e que conta com cerca de 2000 mil membros. Os emigrantes ofereceram um almoço à portuguesa e um espectáculo de rancho aos autarcas que responderam com o hino nacional, cantando por todos os elementos da comitiva. Para muitos dos presidentes de junta, esta viagem de avião entre Porto e Paris constituiu também o baptismo de voo. Alguns apreensivos, outros mais a vontade, todos entusiastas por voar. A comitiva da cidade de Sainte Genevieve deverá ser recebida na altura do três de Março em Penafiel, durante as comemorações da elevação de Penafiel a cidade.

Carta Arqueológica de Lousada foi apresentada em livro Na passada sexta-feira 23 de Janeiro, na Biblioteca Municipal de Lousada, foi apresentada a Carta Arqueológica do Concelho. A apresentação da obra esteve a cargo de João Pedro Ribeiro, Subdirector do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), também autor do prefácio da obra. Para o Vice-Presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, “os trabalhos de prospecção arqueológica têm vindo a decorrer, no concelho de Lousada, de forma sistemática e continuada, desde há cerca de 15 anos,

com resultados francamente motivadores. O reconhecimento dos sítios inventariados e o resultado das conclusões obtidas justificam, plenamente, a sua partilha, permitindo à população, em geral, e aos investigadores e demais interessados, em particular, aceder a instrumentos que possibilitam a reconstituição da paisagem antiga do concelho de Lousada”. A primeira redacção da Carta Arqueológica data de 1992, aquando da elaboração do Plano Director Municipal, sendo o actual documento considerado de “grande significado histórico, cultural e científico, que, muito

mais do que uma lista exaustiva de sítios de interesse arqueológico e patrimonial, surge como uma referência para novos projectos de investigação”- realçou o Pedro Machado. Para o Prof. Doutor João Pedro Ribeiro (IGESPAR), a Carta Arqueológica de Lousada “é um livro oportuno que corresponde ao inventário possível e desejável de realizar em 2008. Serve este documento para dar a conhecer à população o seu património e, acima de tudo, melhorar o ordenamento do território com conhecimento do passado projectado no futuro”.


Repórter do Marão 29 Janeiro 2009

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Fecho

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Em Lousada e Paços de Ferreira

Solitário assalta duas sapatarias em meia hora Alexandre Panda Um solitário armado de uma pistola assaltou, em apenas 20 minutos, um armazém de calçado em Lustosa, no concelho de Lousada e uma sapataria da localidade de Figueiró, em Paços de Ferreira, no passado dia 26 de Janeiro. Cerca das 18h40, o encapuzado, todo vestido de preto, entrou no armazém de venda ao público da empresa de calçado Rucoline, onde se encontravam a funcionária e uma cliente. Com a arma em punho, exigiu o dinheiro da caixa registadora, cerca de 100 euros, e pôs-se em fuga a pé. Apesar de estar apeado, tudo aponta para que o solitário tivesse uma mota estacionada junto ao armazém e eventualmente com um cúmplice, uma vez que apenas 20 minutos depois assaltou outra loja de calçado a cerca de cinco quilómetros de Lustosa. Já na sapataria Calcinext, cerca das 19h00, o mesmo assaltante, ameaçou a funcionária e uma cliente, para obter o di-

nheiro do apuro do dia. “Estava com a senhora no fundo da sapataria quando ele entrou e apontou-me logo a arma. Gritava que queria o dinheiro para eu abrir a caixa. Dei-lhe cerca de 200 euros mas ele queira mais”, contou ao RM a funcionária da loja que preferiu manter o anonimato. O solitário aproveitou para remexer todas as gavetas do balcão de pagamento, na tentativa de encontrar mais dinheiro, mas sem sucesso. O encapuzado fugiu da loja com os 200 euros e o telemóvel da funcionária. “Fui procurar auxílio ao stand de automóveis ao lado para ligar às autoridades. Entretanto o assaltante já tinha desaparecido”, explicou ainda ao RM, a funcionária. A GNR ainda tentou localizar o indivíduo suspeito mas sem sucesso. A investigação está entregue à PJ do Porto. As autoridades acreditam que este solitário possa ter protagonizado um outro assalto, durante o último fim-de-semana, a uma bomba de gasolina na zona de Fafe.

O assalto ficou registado em vídeo

Presidente da Federação dos bombeiros do distrito do Porto já protestou junto do comando geral em Lisboa

Bombeiros do Tâmega e Sousa criticam reforços desnecessários no combate à neve Os reforços de corporações de bombeiros de Lisboa e Setúbal para a zona do Tâmega e Sousa, no norte país, para intervirnas estradas daquelas zonas devido à neve e ao gelo, causaram mal-estar nos bombeiros do distrito do Porto e particularmente junto dos voluntários da Região do Tâmega e Sousa. É que enquanto os bombeiros do sul estavam a trabalhar, no passado dia 20 de Janeiro na zona do IP4, onde estavam as televisões, os voluntários das corporações do distrito do Porto estavam parados, nos quartéis. “Isto é passar-nos um atestado de incompetência. Até parece que não conseguimos dar conta dos serviços no último nevão. Nem esgotamos 10 por cento dos nossos meios”, desabafavam no mesmo dia ao RM os voluntários de várias corporações. Contactado pelo RM, o comandante dos Bombeiros de Baião, José Costa, onde a neve obrigou ao encerramento de algumas escolas, não quis fazer comentários, dizendo apenas que manifestou o desagrado generalizado junto do presidente da Federação Nacional dos Bombeiros. José Luís Carneiro, líder da autarquia baionense considerou que “caso os bombeiros de Lisboa tenham melhores meios que os do distrito do Porto para responder às necessidades,

trata-se de uma mais-valia. Caso contrário, não se percebe a deslocação dos meios”. Na zona do IP4 os bombeiros de Lisboa e de Setúbal, apoiados com duas dezenas de viaturas de combate a incêndio, estiveram a auxiliar automobilistas e ajudar na remoção da neve, enquanto que o limpa neve, já utilizado no último nevão, limpava as vias. Pelo que o RM conseguiu apurar, o úni-

co meio que os bombeiros do distrito do Porto não dispõem, e que estava a ser ontem utilizada, era uma ambulância todo o terreno. Em Baião, no mesmo dia 20, cerca de 850 alunos do ensino básico tiveram de regressar a casa prematuramente, devido à queda de neve, que condicionava a circulação automóvel. A estrada municipal 579, que liga a vila de Baião a Santa Marinha do

Zêzere, foi cortada ao trânsito. Nas estradas nacionais 101, 321, 321-1 e na variante à 321-1 entre Baião e Marco de Canaveses, a circulação estava condicionada. Ao final da tarde, José Luís Carneiro adiantava ao RM que a mistura entre queda de neve e aguaceiros estava a melhor as condições de circulação nas estradas do concelho de Baião. No dia seguinte, o presidente da Federação de Bombeiros do Porto reagiu à deslocação para o Marão de um contingente de 70 homens e de 12 viaturas de quatro corporações da Península de Setúbal. “Uma decisão incompreensível e uma despesa desnecessária”, foram essas as primeiras palavras do dirigente que garantiu ainda que a população “pode continuar a confiar nos bombeiros da sua região, sempre prontos e capazes de auxiliar”. José Miranda explicou ainda que “a direcção nacional da Protecção Civil quis passar a ideia de grande prontidão e coordenação, mas, na verdade, revelou total desorganização, já que, enquanto os bombeiros do Sul estavam no Marão, os da região estavam a descansar nos quartéis”. A operação obrigou à realização de nove mil quilómetros. Os bombeiros dos distritos do Porto e Vila Real falam de “um desperdício incompreensível”. AP



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