Versus Magazine #22 Outubro/Novembro 2012

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metal. Não podemos (nem queremos) negar que há semelhanças entre as duas bandas. As pessoas associam-nas com base nos conceitos que as fundamentam, na orientação musical seguida. Sempre compararam as duas bandas e não vemos nenhum problema nisso. Mithotyn era uma grande banda, sem dúvida. Mas também há muitas diferenças entre elas. É claro que são mais evidentes para quem fez parte das duas do que para o público em geral. King of Asgard representa um novo capítulo na nossa carreira e ainda tem muito para dar. O que torna especial a abordagem do folk metal feita por King of Asgard? Por que devemos ouvir a vossa música e comprar os vossos álbuns? Isso és tu que nos vais dizer, haha… Bem, penso que somos bastante originais na nossa abordagem, fazemos a música em que acreditamos, captamos o espírito da nossa época. No que se refere ao lado viking, procuramos dar a conhecer, na nossa música, a melancolia e a dureza que deviam caracterizar a sua vida. Misturamos esse lado com referências a canções folclóricas. Pode não se notar muito, mas está lá. Muitas bandas de viking metal fazem uma música alegre, de festa, etc., que não tem nada a ver com a atmosfera que nós procuramos recriar nas nossas canções. Por isso, sentimos que, apesar de nos terem atribuído esse rótulo, somos mais do que uma banda de viking metal. É claro que alguns concordarão connosco e outros discordarão. Pela nossa parte, fazemos o que nos parece melhor e não estamos preocupados com a categoria em que nos incluem. O que esperam encontrar no norte para onde vão neste álbum? Sabemos bem o que nos espera no norte: a nossa pátria e a nossa herança ancestral. Este título [«… to North»] leva-nos a refletir sobre a nossa herança nórdica e o principal conceito que fundamenta a nossa inspiração lírica. É um conceito ambíguo e um tanto vago e, por isso, deixamos a cada um o trabalho de construir a sua própria interpretação do mesmo. Pela parte que nos toca, constitui um tributo ao Norte e à sua herança cultural e evoca o amor que temos à nossa terra. Pareceu-nos um título adequado ao álbum, porque pode ser associado a todas as canções. É claro que essa ligação é mais evidente na faixa instrumental «…to North», com a qual o álbum encerra.

“No que se refere ao lado vik hecer, na nossa música, a me viam caracterizar a sua vida.”

Por que razão o Norte tem de ser tão tenebroso? Adoro os países nórdicos, embora seja oriunda do Sul da Europa, e não me parecem assim tão sombrios, apesar do clima. Mas nós amamos a escuridão do Norte! É uma pergunta a que é difícil responder, porque esses sentimentos variam de pessoa para pessoa. Antes de mais, tem algo a ver com o clima, que também afeta as pessoas, as suas reações, as suas criações – no nosso caso, a música. Mas é claro que o clima não nos torna forçosamente melancólicos. De vez em quando, nós – os do Norte – também sorrimos e até rimos. Haha! Também acredito que há elementos do nosso ambiente que nos afetam desde a infância. Portanto, tencionamos fazer com que a nossa música continue a ser negra ou, pelo menos, muito cinzenta, sombria. E qual é o significado da bela capa do vosso álbum? Vejo nela uma floresta, mas também me faz pensar numa catedral gótica. E não posso deixar de te perguntar quem a fez. Foi pintada por um amigo próximo, o grande artista Mattias Frisk. É uma pintura a óleo sobre tela, o que não é nada comum nos dias de hoje, e também apresenta alguma manipulação digital, mas


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