Versus Magazine #21 Agosto/Setembro 2012

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relação entre ambos? Desta vez, Vaari (a mascote dos Korpiklaani) aparece como Väinämöinen. Na capa, podem também ver o rio em chamas, que atravessa o Manala e que conduz ao mundo subterrâneo onde vivem os mortos. Nela também figura um cisne do Manala: se o matarem, vocês também morrem.

já existiam. Talvez o universo musical e lírico das duas obras seja diferente, mas o paralelismo estabelecido é interessante.

O que encontramos neste álbum? Canções tradicionais transformadas pela banda? Canções originais da vossa autoria seguindo o modelo das canções tradicionais finlandesas? As duas coisas? Todas as canções são originais, exceto “Ievan Polkka”, que é uma composição tradicional, como já referi. Mas nunca seguimos modelos, sejam eles tradicionais ou não. Compomos as canções à nossa maneira e orgulhamo-nos muito dessa nossa capacidade de criar um universo próprio.

É significativo para a banda contar com um etnomusicólogo entre os seus membros? Que parte da obra dos Korpiklaani não poderia existir sem ele? Tuomas Rounakari e o seu conhecimento nessa área são fundamentais para nós atualmente. Os estudos que tem desenvolvido em etnomusicologia centram-se numa cuidadosa análise da nossa tradição em música folclórica e deram-lhe uma grande flexibilidade, uma grande capacidade de se adaptar a diversos géneros. Tuomas é um académico, especialista em música ritual da zona do ártico. Esse é um traço essencial da sua identidade, que se revela na sua forma de tocar, com caraterísticas xamânicas.

Podemos considerar o vosso «Manala» como uma espécie de “Carmina Burana” dos tempos modernos, sem a atmosfera aterradora que Carl Orff deu à sua obra-prima (embora os vossos temas sejam bem mais tenebrosos)? Nunca pensei nisso, mas agora que focas esse assunto, há de facto algumas semelhanças entre “Manala” e “Carmina Burana”. Ambas as obras apresentam música composta para poemas que

Qual é a origem do folclore finlandês que figura nos vossos álbuns? Pelo que li, o vosso país tem diversos tipos de folclore. Na minha opinião, na Finlândia, só há dois tipos de folclore, com música e letras bem diferentes. O do norte é mais xamânico e recorre a menos instrumentos. A maior parte das vezes usa apenas o yoik (uma tradição vocal finlandesa) e um tambor. No resto da Finlândia, temos um folclore mais alegre,


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