Versus Magazine #20 Junho/Julho 2012

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ou voz. Hmmmmm. Essa é uma boa questão. Não acho que tanto eu como o Greg alguma vez realmente tentemos escrever um riff ou secção que seja propositadamente “difícil de tocar”. Acho que essas partes surgem quando tentamos criar algo mais único do que apenas despejar uma nota, portanto experimentamos criar riffs interessantes… por vezes eles acabam por ser tramados de tocar ahaha. Ambos temos andado a tocar há bastante tempo de modo que raramente um de nós tenha uma ideia que o outro diga “pah, eu nunca vou conseguir tocar isto”. Dito isto… sim, há alguns segmentos das canções que são quase um pesadelo tocarmos juntos especialmente porque temos normalmente pouco tempo de ensaios juntos. Falando pessoalmente, Death Metal Progressico Melódico é atualmente o meu estilo musical predileto. Quando vocês começaram com a banda e definiram o vosso estilo estavam já claramente conscientes do som que queriam produzir daí em diante? Atualmente estão 100% contentes com o som que têm? Bem, estou convencido que todos na banda te diriam, e é verdade, que raramente estou satisfeito com alguma coisa ahah. Quando comecei com a banda há muitos anos, só queria tocar música pesada que tivesse alguma melodia presente, portanto ao longo dos anos este som tem-se de algum modo sido desenvolvido. Tive esta ideia de sonoridade durante anos que queria trazer para a nossa música e definitivamente ainda não estamos lá, embora acho que Formshifter é o mais próximo daquilo que conseguimos. No próximo álbum espero conseguir estar ainda mais próximo dessa sonoridade. “Iconic Images” é uma das minhas canções favoritas do álbum (mas há mais é claro); esta começa

com riffs extremamente pesados e rápidos culminando numa fantástica parte final puramente acústica onde tudo fica ligado de uma forma perfeitamente integrada. A minha questão seria qual a tua canção preferida neste álbum e porquê? Eu diria que “Twelve”, “Iconic Images”, “Behold” e “Path Disclosed” são as minhas preferidas. São pesadas, negras e esporadicamente melódicas em determinadas secções. É realmente o som que eu pretendo sempre atingir. O Greg teve formação musical formal e um grau académico subsequente pelo Conservatório. Porém no teu caso não encontrei muita informação sobre o teu background musical. Também tiveste treino específico ou és mais um autodidata da guitarra? Tive algumas lições esporadicamente mas a maior parte da minha habilidade e conhecimento fui eu que aprendi por mim. Penso que eu e o Greg vimos de panoramas completamente diferentes em termos de escrita de música mas é o que acho que torna os nossos álbuns ecléticos. Se eu ou ele escrevêssemos individualmente um álbum inteiro, o resultado seria completamente diferente. Não seria mau, apenas diferente. Eu sempre gravitei mais em torno do estilo de escrita baseado mais em riffs. Portanto muitas das minhas canções não são escritas com progressão melódica como foco principal (embora haja definitivamente certas secções que escrevi de modo pensado). Normalmente sento-me e ponho-me a tocar riffs até encontrar certas combinações que soem bem, quer estejam na minha escala em particular, quer sejam emprestadas etc. O Greg é normalmente muito metódico na maneira como escreve, todas as notas têm uma razão de ser. Acho que o resultado final dos nossos estilos conjugados acaba por funcionar bastante bem.

Comparando o mercado dos E.U.A, com a Europa onde é que vocês têm tido a melhor receptividade? Bem, nós temos maior visibilidade dentro dos EUA mas acho que a nossa música acaba por ser mais similar a alguns estilos na Europa, portanto gosto de pensar que o nível de recetividade acaba por ser equivalente em ambos mas quem sabe ahah. Dito isto, acho que a nossa música é realmente mais talhada, como foi dito numa review do nosso álbum novo, para o “Seasoned Metal Listener”, quer dizer que não cabemos realmente em muitos dos géneros musicais atuais, especialmente os estilos Americanos. Estão a planear concertos aqui na Europa? Nós certamente queremos vir a dar concertos na Europa. Mas para já não temos planos concretos. Para finalizar, um pouco de Filosofia. Muitos estudos científicos confirmam que a Religiosidade está relacionada com atividade elétrica no cérebro dos indivíduos. Acreditas na existência de Deus, ou estás alinhado com o lado científico de olhar par a Realidade e acreditas que Deus é apenas um subproduto da nossa própria mente? Hmmmmm. Essa é uma discussão bastante mais longa do que seria possível apenas nesta entrevista e eu não gostaria de falar por todos na banda portanto serei muito breve. Haja ou não um Deus, é um assunto exclusivamente pessoal para quem acredita e para quem não acredita portanto não discuto esta questão porque é quase impossível provar num sentido ou noutro, pelo menos dentro daquilo que eu conheço sobre o assunto. Portanto será um assunto para cada um meditar por si. Entrevista: Sérgio Teixeira


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