Versus Magazine #20 Junho/Julho 2012

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ta de 1998, fui a um concerto com o Valak (o nosso atual guitarrista de sessão). Atuavam os Opeth e os Cradle of Filth. Tenho a impressão de que era a tournée de apresentação do álbum «Dusk and Her Embrace». Bolas! Foi um concerto inesquecível para mim. Fez-me mudar muito. Aqui na Holanda, estava habituado a ver públicos bastante sóbrios, que iam bebendo e ouvindo a música. Mas, naquele concerto, foi diferente. As pessoas chegaram, compraram t-shirts de CoF e começaram a mudar de roupa logo ali. Pouco depois da introdução do concerto soar, só se viam fãs a galgar uns por cima dos outros para chegar à banda. CoF não era apenas um banda de música extrema. Estavam imbuídos de um espírito “vampiresco”, tipo “família Adams”… e era mesmo isso que eu queria. Não era

apenas uma questão de gritar e parecer perverso. Era uma espécie de conversão em personagem de um filme de horror, que me inspirava muito. Era muito mais do que uma forma de expressão. Se fizeres a coisa certa, nada te pode deter. Nessa altura, até me pareceu que eles deviam apostar mais no corpsepaint. Mas reconheço que o visual deles estava adequado ao conceito de base da banda. Seja como for, naquele dia, eu e o Valak passámo-nos para o campo do black metal melódico. Até formámos logo uma banda, chamada Inger Indolia, que ainda durou uns anos. Dimmu Borgir é também uma inspiração para nós, sobretudo o álbum «Enthroned Darkness Triumphant». E há outras bandas que nos inspiraram, como, por exemplo, Mörk Grying, Abyssos,

Ragnarok e Dismember. O Valak e eu seguimos caminhos separados durante um tempo. Ele descobriu a sua paixão pela cena thrash sueca e continua ligado a ela. Mas é fantástico tê-lo de volta. Ele é um guitarrista maravilhoso, muito perfecionista, e tem uma presença tenebrosa em palco que é única. Mais tarde, começámos ambos a interessar-nos muito por filmes de horror e bandas como Mayhem e Dark Funeral. Quando Carach Angren começou, comparavam-nos muito aos Dimmu Borgir. Mas nós queríamos ser nós próprios, tornarmo-nos numa banda de relevo. Tínhamos um conceito associado a fantasmas. Decidimos usar corpsepaint e ter sempre uma imagem tenebrosa, associada ao horror, porque estes aspetos estéticos nos pareciam muito inspiradores. Seguimos o


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