Versus Magazine #16 Outubro/Novembro 2011

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grafia eu goste de uma forma absoluta e unânime.

Como crítico e também como alguém que possui algum background musical, incomoda-me que a maior parte das pessoas (principalmente os críticos) não saibam avaliar, só porque a banda decidiu mudar o seu estilo. Este tipo de críticas incomoda-te? Quer dizer, fico aborrecido quando as pessoas analisam o RSO em comparação com os vossos quatro primeiros álbuns e não como o álbum em si. Não achas que isso revela uma falta de cultura musical de quem faz esse tipo de análise? Penso que é natural que se compare os álbuns duma banda. Contudo, é certo que seria mais fácil se, de alguma maneira, cada álbum fosse analisado por si só. Tomando o meu caso como exemplo, eu vejo como sou influenciado pelos trabalhos de uma banda e aí é inevitável a comparação musical. Para cada álbum que fizemos existe um núcleo duro de fãs reclamando que aquele é que é de longe o nosso melhor álbum. Só fazemos a música que gostamos e esperamos que as pessoas tenham um espírito aberto em relação a isso. De qualquer maneira, não têm que gostar. Não consigo nomear uma banda cuja disco-

Não achas que é injusto para a banda? Uma banda nunca será tratada de forma “justa”, nem nunca lhe será concedida a atenção suficiente para que possa ser vista da forma que desejaria. É simplesmente impossível. Com um pouco de sorte teremos sempre um nicho dos media reservado para nós, mas nunca seremos totalmente compreendidos. Também não é algo que possas exigir; terás sim que esperar que a tua primeira abordagem seja visível e reconhecida de alguma maneira. Quando participámos no Festival da Eurovisão, na Suécia, de repente tivemos uma grande cobertura por parte dos media por causa de uma canção que nunca ninguém ouviu até a essa altura. Se juntarmos a isso a falta de atenção que tivemos até a esse ponto, acaba por ser um pouco estranho e injusto. Mas como explicar os PoS em cinco minutos a quem nunca nos ouviu antes? De certo modo até foi bom, pois pudemos apresentar a banda a quem não nos conhecia de todo. O público não estava por dentro dos álbuns e temas anteriores e isto fez com que ficassem mais “abertos” à música que fazemos agora. Iremos ver algum dia os PoS retornarem às suas raízes musicais? Aqueles pelos quais foram primeiramente reconhecidos? Para voltar ao tipo de som e estrutura musical de «Entropia»? Duvido. Era um tempo diferente; nós éramos pessoas diferentes e isso não seria evoluir como músicos, se voltássemos a esse tipo de som específico. As raízes estarão lá sempre. Nós só estendemos os nossos braços e procuramos, também, novos caminhos. Que planos têm, se é que têm ou o que é que podemos esperar dos próximos anos? Haverá outra mudança de estilo? Talvez outra re-invenção dos PoS? Não faço a mínima ideia. Teremos de esperar para ver...


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