Versus Magazine #14 Junho/Julho 2011

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A primeira edição de «Opportunistic Thieves of Spring» aconteceu já em Junho de 2010, mas apenas na América do Norte. Porquê? The Gentleman: Porque a nossa antiga editora, a Transcendental Creations, através da qual foi publicada essa primeira edição, está sedeada nos domínios do Canada. Foi por essa razão que o álbum esteve disponível principalmente nas antigas colónias. Mas também era possível obtê-lo noutros lugares, embora apenas através de pequenas distribuidoras. Depois da Transcendental surgiu a actual ligação com a Prophecy Productions. Fomos solicitados por eles em várias ocasiões, e, por fim, para usar um cliché vulgar, eles fizeramnos uma proposta que não pudemos recusar. Quando comparado com o «The Corpse of Rebirth», o novo álbum deixa claro que houve uma grande evolução nos A Forest of Stars (AFoS). O cunho excêntrico manteve-se, só que agora os temas parecem mais acabados e são mais memoráveis. Qual é a vossa impressão? Mister Curse: Nunca houve qualquer intenção de mudar as coisas; penso que é apenas o resultado da evolução natural da banda. Continuo ainda muito satisfeito com as canções do primeiro álbum, mas estou na generalidade mais contente com este segundo disco. Esperemos que o terceiro seja ainda melhor. The Gentleman: Acho que o mais importante é que o nível de confiança em nós próprios aumentou entre o primeiro e o segundo álbum. Tornou-se importante não ficarmos presos numa rotina a repetir o que tínhamos feito antes, e ao mesmo tempo precisávamos de mais desafios. Assim, as mudanças que referes não resultaram de qualquer plano delineado à partida. Apenas compusemos espontaneamente e este foi o resultado. De qualquer modo agrada-me que o novo álbum demonstre algum aperfeiçoamento. O inverso iria sugerir preguiça e complacência da nossa parte, o que já seria preocupante. Em «Opportunistic Thieves of

Spring» («OToS») as vozes soam bastante mais imponentes do que no primeiro álbum. Houve alguma razão para mudar isto? Mister Curse: Não. Não quisemos mudar o estilo de maneira nenhuma. Foi talvez a progressão que nos pareceu lógica. A minha voz costuma variar muito em função da minha disposição e à partida eu não sabia como me iria sentir durante as gravações. Nessa altura deixei-me simplesmente envolver pelas letras – muitas delas eram sobre temas desagradáveis e duros e eu estava apostado em expô-los da maneira mais vívida possível. Há muita coisa a acontecer na música dos AFoS. Os temas têm uma profundidade incrível e evocam uma variedade de emoções. Para o ouvinte é uma experiência quase esmagadora. Gostava que nos falassem um pouco sobre como é criar estas maravilhas sónicas. Mister Curse: No que toca às letras, costumo procurar o isolamento para as escrever. Depois disso é costume levarem um ‘tratamento’ de William Burroughs até ficarem adequadas às estruturas das canções. The Gentleman: A composição de «OToS» levou-nos cerca de dezoito meses de trabalho intermitente, e no fim acabamos por descartar cerca de uma hora de música. Em geral é apenas um de nós que propõem a estrutura base de cada canção. O resto do trabalho é feito depois em grupo. Nesse aspecto posso dizer que funcionamos mesmo como uma banda, em


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