Versus Magazine #12 Fevereiro/Março 2011

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balho das vozes é soberbo. Temas como “Welcome”, “The sound of flies” ou “Ghostride” com o seu começo tímido e acústico levam-nos para outro nível de agressividade com o desenrolar da música. Apesar de «Behind the Black Veil» ser um álbum muito coeso, destacam-se os temas “Open up my eyes” e “Snakeskin” – de algum modo esquizofrénicos, com riffs pesados e soberbos, “Ghostride” o mais pesado e “thrashy” do álbum, e por fim “A symphony of shadows” o tema mais sinfónico e orquestrado. De realçar, por fim, a orquestração e o ambiente criado pelo teclista Demi Scott. [9/10] Eduardo Ramalhadeiro

as hostilidades em «Rubicon» com um line-up renovado, novos vocalistas, Mariangela e Kjetil e novo segundo guitarrista, Gyri; e contando com a participação do conhecido produtor Waldemar Sorychta, «Rubicon» é uma proposta deveras actual e sólida dos Tristania, não defraudando em nada as expectativas, isto se, tivermos paciência para ouvirmos o álbum com um espírito aberto umas quantas vezes. O álbum não entra logo à primeira por causa da componente mais mainstream e só a partir de «Exil» – música 5 – é que os nostálgicos se sentirão em casa. De facto, apesar de «Rubicon» ser uma proposta consistente, existe uma linha invisível que divide o álbum entre as quatro primeiras músicas e as restantes, o que prejudica o todo e incute uma percepção errada ao ouvir somente as primeiras canções. [8/10] Carlos Filipe

TRISTANIA «Rubicon» (2010 / Napalm Records) Sempre desafiando-se a si próprios na ânsia de regenerar o som da banda, os Tristania têm conseguido acrescentar sempre algo de novo à já sua extensa discografia. «Rubicon» é mais uma camada musical que acrescentam, por vezes mais mainstream, por outras mais Tristania – Prova disto são «Year of the Rat» e «Exil» respectivamente, mas sempre metal gótico e neste lançamento de 2010, claramente diferente dos dois anteriores álbuns, «Ashes» e «Illumination». Atacando

WATAIN «Lawless Darkness» (2010 / Season of Mist) Se «Sworn to the Dark», o álbum anterior dos Watain, soou como uma colagem estilística evidente mas ainda assim bem-vinda a bandas como Dissection e Dawn, o mesmo já não se poderá dizer deste novo registo de estúdio. O que não é propriamente motivo para alarme: os fãs daquelas magníficas

melodias desoladas celebrizadas pela banda do malogrado Jon Nordveit, podem dormir descansados pois estas continuam a surgir aqui no seu melhor por entre riffs old-school, embora de uma forma mais subtil. Mas embora dependa muito menos desses elementos, o que se salienta em «Lawless Darkness» é o arsenal de influências thrash e heavy tradicional que o trio sueco recupera do seu passado remoto, traduzindo-as em malhas tão inesperadas que por vezes nos esquecemos que estamos a ouvir uma banda de black metal. É o que acontece de forma notória no ambicioso “Waters of Ain”, em especial naquele grande final apoteótico, bem como nos leads de “Total funeral”. Outros temas dignos de nota são os brilhantes “Hymn to Qayin” e “Kiss of death”, estes sem solos, e mais em linha com o que ouvimos do colectivo de Uppsala nos dois discos anteriores. Apesar de modesto no que toca a aspectos de originalidade, este quarto longa duração ganha pelo nível superior de composição que exibe, tanto nas passagens melódicas de beleza diabólica, como nos segmentos mais furiosamente punitivos. Liricamente, não há surpresas: este é mais um monumento erigido às forças da escuridão, com uma intensidade blasfema suficiente para pulverizar de um sopro meia dúzia de congregações religiosas. [8.5/10] Ernesto Martins


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