História de um nome

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ATIVIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA LEMBRETES IMPORTANTES: • atividade individual para ser feita na folha de fichário; • escreva com letra legível e evite rasuras; • elabore respostas completas: início, desenvolvimento e conclusão; • releia a atividade depois de pronta para: − verificar se as explicações estão claras e com sentido; − conferir a grafia, a acentuação das palavras, a pontuação; − concluir que você se preocupou em aprender os conteúdos aplicados nos exercícios.

Texto: História de um Nome Minha avó paterna dizia: - Gente honesta, se for homem deve ser José, se for mulher, deve ser Maria! É verdade, que vovó não tinha nada contra os Joões, Paulos, Mários, Odetes e _ vá lá _ Fidélis. A sua implicância era, sobretudo, com

nomes

inventados,

comemorativos

de

um

acontecimento

qualquer, como era o caso, muito citado por ela, de uma tal Dona Holofotina, batizada no dia em que inauguraram a luz elétrica na rua em que a família morava. Acrescente-se também que vovó não mantinha relações com pessoas de nomes tirados metade da mãe e metade do pai. Jamais perdoou a um velho amigo seu – o “seu” Wagner - porque se casara com uma senhora chamada Emília, muito respeitável, aliás, mas que tivera o mau gosto de convencer o marido de batizar o primeiro filho com o nome leguminoso de Wagem – “Wag” de Wagner e “em” de Emília. É verdade que a vagem comum, crua ou ensopada, será sempre com “v”, enquanto o filho de “seu” Wagner herdara o “w” do pai. Mas isso não tinha nenhuma importância: a consoante não era


um detalhe bastante forte para impedir o risinho gozador de todos aqueles que eram apresentados ao menino Wagem. Mas deixemos de lado as birras de minha avó – e passemos ao estranho caso da família Veiga, que morava pertinho de nossa casa, em tempos idos. “Seu” Veiga, amante de boa leitura e cuja cachaça era colecionar livros, embora colecionasse também filhos, talvez com a mesma paixão, levou sua mania ao extremo de batizar os rebentos com nomes que tivessem relação com livros. Assim, o mais velho chamouse Prefácio da Veiga; o segundo, Prólogo; o terceiro, Índice e, sucessivamente, foram nascendo o Tomo, o Capítulo e, por fim, Epílogo da Veiga, caçula do casal. Lembro-me bem dos filhos de “seu” Veiga, todos excelentes rapazes, principalmente o Capítulo, sujeito prendado na confecção de balões e papagaios. Até hoje não encontrei ninguém que fizesse um papagaio tão bem quanto Capítulo. “Seu” Veiga não admitia piadas. Não tinha o menor senso de humor. Certa vez, ficou mesmo de relações estremecidas com meu pai, por causa de uma brincadeira. “Seu” Veiga ia passando pela nossa porta, levando a família para o banho de mar. Iam todos armados de barracas de praia, toalhas, etc. Papai estava na janela e, ao saudá-lo, fez a graça: - Vai levar a biblioteca para o banho? “Seu” Veiga ficou queimado durante muito tempo. Dona Odete – por alcunha “A estante” – mãe dos meninos, sofria o desgosto de ter tantos filhos homens e não ter uma menina “para me fazer companhia” – como costumava dizer. Acreditava, inclusive, que aquilo era castigo de Deus, por causa da ideia do marido de


botar aqueles nomes nos garotos. Por isso, fez uma promessa: se ainda tivesse uma menina, havia de chamá-la Maria. Sérgio Porto (Texto adaptado) ESTUDO DO TEXTO 1. Observe a oração abaixo: “Seu” Veiga ficou queimado durante muito tempo • Em que sentido a palavra destacada foi empregada? • Você conhece um outro significado para essa palavra? Qual? 2. “Seu” Veiga batizou os filhos com nomes relacionados a livros. Veja: Prefácio da Veiga, Prólogo, Índice, Tomo, Capítulo e Epílogo da Veiga. • Explique o que constitui cada uma das partes de um livro indicadas a seguir. a. Prefácio ou prólogo – b. Capítulo – c. Epílogo – 3. A avó do garoto tem uma ideia toda própria a respeito dos nomes que as pessoas podem ter. • Que ideia é essa? • Você concorda com essa teoria? Por quê? 4. De acordo com o texto, explique a origem do nome “Wagem”. • Na sua opinião, é fácil para Wagem conviver com o nome que recebeu? Por quê? 5. Observe. “Certa vez ficou mesmo de relações estremecidas com meu pai, por causa de uma brincadeira.” • Quem ficou “bronqueado” com a brincadeira?


• Que brincadeira foi essa? 6. Ao longo da história surge “Seu” Veiga. • Como é o temperamento dele? • Que palavras ou expressões do autor deram a voc~e essa informação? 7. Releia o 5º parágrafo do texto. • Qual é o “estranho caso da família Veiga”? 8. A que Dona Odete atribuía o fato de não ter uma filha? • Essa ideia a levou a fazer uma promessa. Qual? 9. Se você tivesse que dar um nome a alguém (irmão, primo, sobrinho, etc), você levaria em conta: ( ) a sonoridade (som) do nome. ( ) o significado do nome. ( ) o fato de ter um nome estranho. ( ) o fato de ser um nome atual. ( ) o fato de ser um nome de uma pessoa que você admira. ( ) Outro motivo (Nesse caso, cite-o) 10.

Você é o ilustrador. Desenhe o momento, que você mais

gostou da história. (Faça uma legenda para a cena)


PRODUÇÃO DE TEXTO Pesquise na sua família sobre o motivo que levou seus pais a darem a você o nome que tem. Depois, produza um texto (mínimo: 20 linhas), contando a história do seu nome. Sugestões: • Qual é o seu nome? Quem o escolheu? Por quê? • Você tem apelidos? Quais? • Qual a origem, o significado do seu nome? • Você gosta do seu nome ou queria mudá-lo? Comente. • Qual o melhor critério, na sua opinião, para a escolha do nome dos filhos? • Você conhece alguém que tenha nome ou sobrenome estranho? Comente. • Você acha que toda pessoa insatisfeita com seu nome deveria poder trocá-lo, mesmo que o seu nome fosse comum? Ou somente quem tem nome incomum tem esse direito? • Qual a importância do nome na vida de uma pessoa?


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