Edição 1046

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RRJ

ANOS

www.rronline.com.br editorial@metodista.br facebook.com/rudgeramosonline

Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo ANO 35 - Nº 1046

3 de dezembro de 2015

» AOS LEITORES - O Rudge Ramos Jornal entra em período de férias. Voltamos em fevereiro de 2016.

Pág. 2

Thamiris Galhardo/RRJ

» BOA AÇÃO Amanda Goulart/RRJ

Falta de

energia Entidades arrecadam recursos com a comercialização de produtos doados em bazares Pág. 6 e 7

» EM FORMA Jackeline Sindeaux/RRJ

Pais matriculam os filhos na academia como alternativa para a falta de atividade física Págs. 10 e 11

Moradores do Jardim do Mar enfrentam há 30 dias problemas com os constantes apagões; situação foi agravada pelas fortes chuvas do dia 13 de novembro; poste localizado na rua Eugênio Aronchi é apontado como um dos vilões. Pág. 3

Site RROnline atinge mais de 1 milhão de acessos Pág. 5


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POLÍTICA

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

3 de dezembro de 2015

DE OLHO NA CÂMARA

Plano Municipal de Educação causa discussão entre vereadores e munícipes Questão de gênero e sexualidade leva grupos LGBT e religiosos ao plenário da Casa Thaís Valverde/RRJ

Guilherme Pimenta Thaís Valverde

O PME (Plano Municipal de Educação) começou a ser debatido na Câmara Municipal de São Bernardo na última quarta-feira (2) e causou intensa discussão entre vereadores e munícipes presentes no plenário. Sob clima tenso, representantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis) pressionavam os vereadores que se manifestavam contrários à diversidade de gênero, que tem causado polêmica no projeto desde o início do ano. Por outro lado, havia também munícipes que apoiavam os parlamentares, que são contra a inclusão da temática no plano educacional. Em sua maioria, os manifestantes eram de grupos religiosos. O plano, que estabelece metas de ensino para serem cumpridas na cidade nos próximos 10 anos, não faz nenhuma menção direta à palavra “gênero” ou “diversidade sexual”. Mas, no entendimento dos vereadores, há brechas no texto que podem ligar o tema a outros projetos do Executivo. Dos 28 vereadores, 22 assinaram duas emendas: uma que proíbe a “aplicação de práticas pedagógicas e a confecção de material didático ou publicitário que induza a prática sexual ou promova a Ideologia de Gê-

Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000 

Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo

Manifestante do movimento LGBT protesta contra fala do vereador Demarchi (PSD), à direita, de preto

nero” e outra que veda em todo o sistema municipal de ensino à “implementação de qualquer orientação relacionada à ideologia de gênero”. Os únicos que não assinaram o texto foram cinco dos oito petistas que compõem a bancada do PT no Legislativo: José Cloves, Marcos Lula, Matias Fiuza, Zé Ferreira e Tião Mateus. Luís Ferrarezi, por ser presidente da Câmara, não pode assinar emendas. Cloves (PT) disse na tribuna que “a educação tem

DIRETOR - Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA Maristela Caretta (MTb 64.183) EQUIPE DE REDAÇÃO: Adílson Junior, Amanda Guilhen, Bianca Santos, Cibele Garcia, Erika Daykem, Felipe Siqueira, Gabrielli Salviano, Guilherme Pimenta, Larissa Pereira, Laura Reif, Letícia Ticianeli, Lucas Laranjeira, Marcelo Argachoy, Natália Scarabotto, Pedro Giordan, Rogério Nascimento, Thaís Valverde, Thais Souza, Thamiris Galhardo, Vinícius Claro e alunos do 5º semestre de Jornalismo.

TIRAGEM: 15 mil exemplares - Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar

que ser igual para todos”. “Os direitos são iguais, sendo as pessoas homossexuais, negras ou deficientes”, afirmou. No final da fala do vereador, quem se posicionava contra a questão de gênero na tribuna vaiava e gritava a palavra “família” várias vezes. Já o governista Rafael Demarchi (PSD), um dos que mais defendem a proibição da temática sobre sexualidade e gênero no texto, afirmou que o tema não deve ser abordado com crianças. “Quem vai defen-

Reitores e diretores das Instituições Metodistas de Educação Marcio de Moraes (reitor da UMESP e do Centro Universitário Metodista Bennett); Gustavo Jacques Dias Alvim (reitor da UNIMEP); Márcia Nogueira Amorim (reitora do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix); Karen Estefan Dutra (diretora da Faculdade Metodista Granbery); Roberto Pontes da Fonseca (reitor do Centro Universitário Metodista IPA e Diretor da FAMES); Walter Chalegre dos Santos (diretor geral do IMED e diretor de Educação Básica das Instituições Metodistas de Educação); Débora Castanha (diretora de Educação Básica das Instituições Metodistas de Educação); Marilice Trentini de Oliveira (diretora do Colégio Metodista Americano); Gilka Silvia de Rezende Figueiredo (diretora do Colégio Metodista Bennett); Simone Borrelli Achtschin (diretora do Colégio Metodista Granbery); Márcia Amorim (diretora do Colégio Metodista Izabela Hendrix); Joselene Henriques (diretora do Colégio Metodista Piracicabano).

dê-los? Criança não é um mini adulto. Quem pagaria por isso seriam as crianças. Nós representamos 850 mil habitantes, e não é um

grupo de minorias que vai fazer com que aprovemos isso”, declarou. O presidente da Câmara, Luís Ferrarezi (PT), pediu a suspensão da sessão após o final da discussão do projeto na tribuna. Como o tempo estava acabando, a votação do plano ficou para a próxima sessão (dia 9). “O clima estava previsto, o que menos queriam era discutir o plano. Sob tensão nós não avançamos, e por isso tomei essa decisão”, disse. Questionado se está faltando diálogo entre o Executivo e o Legislativo, ele afirmou esperar que “o governo e o PT se manifestem e se organizem”. “Há um distanciamento entre o governo e os vereadores, e isso reflete aqui na casa. Não há diálogo e nem uma proximidade necessária”, falou Ferrarezi. Em declarações dadas à imprensa no início do ano, o prefeito Luiz Marinho (PT) se posicionou favorável à questão do gênero no plano de educação. Caso as emendas sejam aprovadas, o prefeito decide se veta ou sanciona. Caso vete, os vereadores têm o poder de derrubar o veto. 

Aos leitores O Rudge Ramos Jornal é um veículo de comunicação voltado para a comunidade há 35 anos. O jornal também tem caráter pedagógico, pois é produzido por alunos do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo. Por isso, em razão do recesso escolar, a Redação para agora e volta a partir de fevereiro de 2016. Desejamos a todos os leitores Boas Festas e feliz 2016.

Colégio Episcopal - Bispo Paulo Tarso de Oliveira Lockmann (1ª Região Eclesiástica); Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa (2ª Região Eclesiástica); Bispo José Carlos Peres (3ª Região Eclesiástica); Bispo Roberto Alves de Souza (4ª Região Eclesiástica); Bispo Adonias Pereira do Lago (5ª Região Eclesiástica); Bispo João Carlos Lopes (6ª Região Eclesiástica); Bispa Marisa de Freitas Ferreira (Região Missionária do Nordeste); Bispo Carlos Alberto Tavares Alves (Região Missionária da Amazônia). Coordenação Geral de Ação Missionária - Pastora Giselma Souza Almeida Matos; Deise Luce de Sousa Marques; Pastor Clemir José Chagas; Iara da Silva Côvolo; Pastora Cristiane Capeleti Pereira; Luiz Roberto Saparolli; Pastora Hideide Brito Torres; Elias Bonifácio Leite; Bispo Adonias Pereira do Lago; Recildo Narciso de Oliveira; Bispo João Carlos Lopes; Eric de Oliveira Santos; Bispa Marisa de Freitas Ferreira; Silas Dornelas de Novaes. Conselho Superior de Administração - Paulo

Borges Campos Jr. (presidente); Aires Ademir Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Oscar Francisco Alves Jr.; Ronilson Carassini; Valdecir Barreros; Nelson Custódio Fér (suplente). Diretor Geral - Robson Ramos de Aguiar Vice-Diretor Geral - Gustavo Jacques Dias Alvim Diretor de Finanças e Controladoria - Walter Chalegre dos Santos (em exercício) Diretor de Inovação, Comunicação e Marketing Luciano Sathler Conselho Geral das Instituições Metodistas de Educação - Rev. Luis de Souza Cardoso (secretário executivo); Rodrigo Ramos Sathler Rosa (gestor administrativo-financeiro); Evandro Ribeiro Oliveira (auditor interno); Marina Camilo Pereira Fazolim (secretária).


RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

CIDADE

3 de dezembro de 2015

DE OLHO NA CIDADE

Moradores do Jardim do Mar “ reclamam de falta constante de luz

Já fizemos abaixo-assinado aqui na rua cobrando providências. Tem tido apagões a noite toda.” Vanderce Rêgo Lopes da Silva Professor Aposentado

Situação se agravou após forte chuva ocorrida na noite do dia 13 de novembro Thamiris Galhardo/RRJ

Guilherme Pimenta Thamiris Galhardo

É SÓ BATER um vento que acaba a luz. É assim que moradores do bairro Jardim do Mar, em São Bernardo, resumem a situação que estão vivendo com a constante falta de energia elétrica na região nos últimos 30 dias. Alguns moradores relataram que a situação se agravou após a forte chuva ocorrida no dia 13 de novembro deste ano. Naquele dia, eles chegaram a ficar sem energia por mais de 12 horas na parte da noite. Houve casos de família que perdeu alimentos que estavam guardados na geladeira. “Estava viajando. Estragou tudo”, afirmou a dona de casa Verônica Alves Ragazzi, 59, que mora na rua Eugênio Aronchi. Já o professor aposentado Vanderce Rêgo Lopes da Silva, 78, no bairro há 50 anos, disse que seu computador foi danificado, o que causou a perda de alguns arquivos. “Já fizemos abaixo-assinado aqui na rua cobrando providências. Tem tido apagões a noite toda”, declarou Lopes, que tem um “kit apagão” com uma lanterna recarregável e velas. Outra residente do bairro, a biomédica Rosana

Aparecida da Silva Fávero, 55, afirmou que teve que desmontar seu portão elétrico para sair com o carro. “É só dar um espirro e acabou a energia. Entramos em contato com a Eletropaulo. Afirmam que vão verificar, mas não resolvem nada”, disse. Segundo Rosana, um poste localizado próximo à sua casa, que sustenta um transformador, é o suposto responsável pela constante falta de luz. Mas há quem aponte outras possíveis razões. A comerciante Rita de Cássia Bo-

Residente do bairro, Vanderce Rêgo, optou por um kit apagão após grande frequência de falta de energia elétrica

nani, 52, atribui o problema a novos empreendimentos imobiliários na região. “Deveria haver um investimento maior [no fornecimento de energia], moro no bairro há 50 anos e não acontecia isso antes”, afirmou. O comércio do local também tem dificuldades com a falta de luz. A funcionária

Distância entre pontos de ônibus na avenida Senador Vergueiro prejudica moradores Cibele Garcia Maristela Caretta

PONTO FOI removido durante obra da Nova Lions e não retornou ao local de origem A aposentada Odette do Nascimento Filliettaz, 82, moradora do Rudge há 63 anos, entrou em contato com a redação por meio do WhatsApp para reclamar de um ponto de ônibus que foi removido da avenida Senador Vergueiro.

Ele funcionava no sentido Centro, na altura do número 3.999 e, durante as obras da Nova Lions, passou a funcionar na altura do número 4.113, junto a outro ponto já existente. Mesmo após o término das obras, o ponto não foi devolvido ao seu local de origem. Atualmente, a distância entre uma parada e outra é de aproximadamente 700 metros, o que resulta em cerca de oito minutos de caminhada. “É muito longe. O ponto antigo ficava mais perto.

do Pet Shop “É o Bicho” Rafaela Morati Fazan, 29, disse que tiveram que fechar o estabelecimento no último mês em razão dos apagões. “O banho dos cães fica prejudicado”, explicou. A síndica do Condomínio Fênix, Suzete Testa, 74, relatou que teve um dia em que chegou a ficar 15 horas sem energia. “Nos outros dias o tempo é menor, chegando a três, quatro horas sem luz. Temos que colocar o portão no modo manual para os moradores entrarem”, explicou a

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síndica, responsável pela manutenção do condomínio há 14 anos. No dia 18 de novembro, a Câmara Municipal aprovou um requerimento de informações, solicitando à AES Eletropaulo esclarecimentos sobre a falta de energia em bairros da cidade. Também está protocolado no Legislativo municipal um pedido de convocação de um representante do órgão na região para prestar esclarecimentos. Procurada por e-mail, no dia 18, a AES Eletropaulo disse não ter sido notificada sobre o requerimento aprovado na Câmara Municipal. A reportagem entrou em contato, via e-mail e telefone, para que a empresa se pronunciasse a respeito da falta de luz constante no bairro Jardim do Mar, mas até o fechamento desta edição não houve retorno. Desconto Todos os moradores citados no texto afirmaram que não houve nenhum desconto em sua conta de luz em razão das constantes faltas de energia. Mas a Agência Nacional de Energia Elétrica, responsável pela regulamentação do setor, determina que deve haver desconto na conta dos moradores prejudicados. 

Reprodução: Google Maps Murilo Rodrigues

Ponto foi realocado e hoje funciona a 700 metros da próxima parada

Agora, um ponto ficou mais distante do outro e não é difícil só para mim, mas para todas as pessoas que moram nas imediações da avenida Lions. Tenho problema nas pernas e uso bengala. En-

tão, fica muito complicado”, contou a aposentada. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de São Bernardo, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição. 

V

ocê tem alguma reclamação do seu bairro para mandar ao Rudge Ramos Jornal? Faça como Odete do Nasicmento Filliettaz, anote o número do nosso WhatsApp e conte qual é a sua sugestão, que a gente pode publicar aqui.


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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

3 de dezembro de 2015

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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

3 de dezembro de 2015

CIDADE

Site do jornal ultrapassa 1 milhão de acessos em 2015

versão online. “O RROnline passa credibilidade e presta serviços à população, gerando também formação aos leitores”, ressaltou. De acordo com o coordenador do curso de Jornalismo, Rodolfo Carlos Martino, a marca demonstra quanto o trabalho do Rudge Ramos Jornal, criado nos anos 80, se ampliou. “O veículo se mostra porta-voz das questões sociais que envolvem a comunidade e a cidade de São Bernardo”, falou. No primeiro semestre de 2015, o site já havia chegado a meio milhão de cliques.

RROnline, versão do Rudge Ramos Jornal na web, tem caráter pedagógico e é produzido por alunos e estagiários de Jornalismo da Universidade Metodista Guilherme Pimenta Thamiris Galhardo

NO ANO em que o Rudge Ramos Jornal comemora 35 anos, sua versão digital também atingiu uma marca importante. O Rudge Ramos Online (www.rronline.com. br), site pedagógico de notícias do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo criado em 2007, registrou no período de 1º de janeiro a 23 de novembro deste ano mais de um milhão de acessos. De visitantes únicos, usuários que acessaram o portal uma única vez, o número chega a 847.964 cliques. A diferença para chegar a mais de 1 milhão é em razão de internautas que acessaram o site mais de uma vez. Segundo dados do sistema Google Analytics, as notícias mais visitadas se

referem à prestação de serviços, em São Bernardo e nas outras seis cidades do ABC, e relacionadas à área da saúde. Ainda segundo a plataforma de contagem, o tempo médio que o internauta fica no RROnline é de dois minutos e 30 segundos. O site conta também com reportagens de outros assuntos: política, economia, cidades, cultura, esportes, educação, comportamento e tecnologia. Com perfil multimídia, além das reportagens em formato de texto, o RROnline tem também vídeos e áudios, alcançando diversas plataformas. O conteúdo é produzido por estagiários da Redação Multimídia, localizada no campus Rudge Ramos da Metodista, e alunos do curso de Jornalismo, sob a orientação de professores-editores. Para o reitor da Universidade Metodista de São

Thamiris Galhardo/RRJ

Redação Multimídia é o espaço para produção das notícias do portal

Paulo, professor Marcio de Moraes, a versão online do Rudge Ramos Jornal é importante para a comunidade, que reconhece a instituição e o trabalho dos profissionais que cuidam do veículo. “Quando criamos o site em parceria com o portal UOL, não imaginávamos que chegaria a esse patamar, mas agora vemos

a importância dele para os moradores”, disse. Moraes lembrou que a versão impressa do Rudge Ramos Jornal, que completa 35 anos em 2015, nasceu com aspecto comunitário, para prestar serviços a quem mora no Rudge. O reitor considerou também como positiva a grande participação de internautas na

Redes No ano de 2015, o Rudge Ramos Online também ingressou nas redes sociais. O veículo, que já estava hospedado no Facebook (Rudge Ramos Online), aderiu à plataforma de fotos Instagram (@PortalRROnline), e ao Twitter (@PortalRROnline), marcado pela instantaneidade das notícias. Além de acompanhar o Rudge em todas as redes sociais, o leitor/internauta também pode enviar sugestões de pauta ou reclamações do bairro onde mora à redação por meio do Whatsapp, no número 9720013275. Algumas reportagens já foram produzidas após a sugestões dos leitores. 

O maior evento do ABC acontece em um final de semana. Qual a sua desculpa para não ir? Tudo bem, nós sabemos que muitas pessoas trabalham no fim de semana, mas o Expometô, maior feira de moda, gastronomia e cosmética do ABC, acontece das 14h às 22h30, nos dois dias. A feira conta com 25 estandes idealizados pelos alunos da Faculdade de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo. Além de conhecer o trabalho desses alunos, você ainda pode sair de lá levando vários prêmios para casa. Sem desculpas, compareça nesse megaevento e surpreenda-se.

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Dias 5 e 6 de dezembro de 2015, das 14h às 22h. PAVILHÃO VERA CRUZ Av. Lucas Nogueira Garcez, 856 Centro - São Bernardo do Campo

Entrada: 1 kg de alimento não-perecível (exceto sal e açúcar) Crianças com até 7 anos estão isentas da entrega de 1kg de alimento não-perecível

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COMPORTAMENTO

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

3 de dezembro de 2015

Doação de itens usados contribui com entidades Instituições vendem roupas, brinquedos, utensílios e até móveis em bazares

Fotos: Amanda Goulart/RRJ

Maria Marola, moradora do Rudge Ramos, tem o hábito de comprar em bazares beneficentes para economizar e contribuir com as instituições Amanda Goulart

EM SÃO BERNARDO, instituições como creches, abrigos e entidades, conseguem arrecadar dinheiro com produtos usados que foram doados. Os produtos são organizados em bazares e a renda arrecadada ajuda na manutenção dessas casas. A Casa Santa Clara, que fica na Vila Euclides, atende 300 crianças carentes, de 4 a 12 anos, de segunda à quinta-feira, no período da manhã e da tarde. Segundo a voluntária e coordenadora da creche Marilene Cardoso, a doação de alimentos e vestuário é essencial para manter o local. De acordo com Marilene, a maioria das crianças vem de famílias muito pobres. “Oferecemos duas refeições em cada período e para arrecadar dinheiro para a compra dos alimentos, todo mês as doações de roupas e objetos são organizadas em um bazar”, afirmou. Em funcionamento há 30 anos, a Casa dos Velhinhos Dona Adelaide, que fica no centro da cidade, é outra entidade que dá assistência para 36 idosos, sendo 24 mulheres e 12 homens, com diversas dificuldades e limitações.

Localizada no centro de São Bernardo, a Casa dos Velhinhos Dona Adelaide recebe há 30 anos doações de todo ABC e também recolhe produtos nas residências

Segundo a assistente social da entidade Deiale Daphene Martins, todo tipo de doação é importante, desde produtos de higiene até vestuário. “Mantemos um bazar que funciona diariamente e que é alimentado por doações de todo o ABC. Também fazemos o recolhimento dos produtos se for preciso”, disse. Deiale não soube in-

formar o valor que é arrecadado mensalmente pelas vendas do bazar, mas, segundo ela, a quantia varia de acordo com o mês. A verba é revertida nas necessidades do local, como a compra de alimentos e produtos de higiene. “De outubro a dezembro as vendas aumentam. No final do ano as pessoas querem ajudar mais. Acho que

apoiar outras pessoas com aquilo que você não utiliza é maravilhoso”, falou. No bairro Paulicéia, o IAM (Instituto Social Meimei) atende cerca de 500 crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social há 36 anos. A instituição oferece serviço de creche, reforço escolar e aulas de música e informática. O bazar do IAM é composto por doações que chegam da região. Segundo a consultora de marketing Analine Silva, em média 4 mil pessoas passam pelo espaço por mês. “O dinheiro das vendas é utilizado para manter o local. Quando é necessário, encaminhamos doações diretamente para as famílias”, explicou. Analine disse que os alimentos não são comercializados no bazar porque são utilizados nas refeições oferecidas pela instituição. Segundo ela, a maioria dos jovens que frequentam a entidade são de Diadema,

Mantemos um bazar que funciona diariamente e que é alimentado por doações de todo o ABC.”

Deiale Martins Assistente social

por causa da proximidade do bairro com o município. A comerciante Regina Célia Fernandes, moradora do Rudge Ramos, faz doações para orfanatos e creches há mais de 20 anos. Para ela, doar é um ato de solidariedade que não beneficia apenas as pessoas que recebem a contribuição. “Me sinto prestativa e feliz quando faço doação de algo que não uso mais, assim consigo ajudar quem realmente precisa”, explicou. Regina separa brinquedos e roupas para doação uma vez por ano. “Sempre presto atenção no estado do que vai ser doado. Não acho certo doar coisas velhas e quebradas”, disse. A aposentada Ana Maria Marola também é moradora do Rudge Ramos e acha que é importante se desfazer de tudo que não é utilizado. Ela tem o costume de comprar produtos do bazar do IAM. “Quando um produto é adquirido faço a doação de outro, para não acumular o que não uso mais”, relatou. Para a aposentada, a comercialização é uma ótima forma de ajudar os jovens da instituição, “beneficio outras pessoas e economizo ao mesmo tempo, já que os produtos têm um preço menor, pois comprei um casaco por R$40, sendo que o mesmo modelo em uma loja convencional custava mais de R$200.” Desapego De acordo com a psicóloga Angelica Capelari, a doação é como um desapego e só traz benefícios aos doadores, porque assim “as pessoas podem encontrar a felicidade na doação de objetos que já não são utilizados. Ver que outras pessoas são beneficiadas traz uma sensação de bem estar para o doador”. Segundo Angelica, muitas pessoas enfrentam resistência em doar o que já não tem mais utilidade. Ela contou que isso faz parte de um quadro de transtorno de ansiedade que envolve a acumulação e que nesses casos, as pessoas costumam guardar coisas inúteis que não carregam afeto.


RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

3 de dezembro de 2015

COMPORTAMENTO

Bruno Madrid/RRJ

Facebook é utilizado em compras e vendas Bruno Madrid

O ATO de pessoas comuns comprarem, venderem e trocarem produtos usados chegou às redes sociais. Na região existem grupos do gênero no Facebook. As principais diferenças da compra e venda pela rede estão na facilidade: diferentemente de alguns sites específicos de compra e venda, a rede social é gratuita e não é preciso fazer um cadastro como vendedor ou comprador. Mas, se engana quem pensa que não há regras específicas nestes grupos. O “Desapego das Moms do ABC”, por exemplo, foi inaugurado no fim de 2014, tem mais de 5 mil participantes e possui três normas básicas aos membros: informações específicas sobre os produtos (como tamanho e função), valores e comprometimento (quem não comparecer no ponto combinado é banido

da página). Obviamente, os acessórios precisam estar em bom estado. Dentre os produtos vendidos no grupo, se destacam os artigos infantis. Participante da página, Rosângela Pancelli contou de onde veio a ideia para procurar este tipo de comércio. “Vi que minha filha estava começando a perder muitas roupas, então procurei sites para me desfazer”, afirmou. Rosângela administra outros dois grupos menores que têm a mesma finalidade. A advogada Ilza Feriani passou a comprar produtos usados no ano passado e não se arrepende. “Além de ser mais fácil e barato, os membros se ajudam e divulgam as demandas para outras pessoas”, disse. No “Desapego das Moms do ABC” são anunciadas, principalmente, roupas que acabaram ficando pequenas com o passar do tempo, devido ao crescimento das crianças. Frequentemente, também

são vendidos variados tipos de brinquedos. Ponto de encontro O lugar escolhido para a troca é fundamental para quem pratica este tipo de ação pela internet. Geralmente, comprador e vendedor entram em contato direto via Facebook, trocando o número de celular

Grupos de Facebook da região chegam a reunir milhares de pessoas, que compram e vendem produtos usados

e marcando a visita em um local público, como estações de trem ou ruas movimentadas da região. Apesar de a prática

estar ganhando cada vez mais adeptos, algumas pessoas acabam combinando e não comparecendo ao local escolhido para finalizar a compra. “Existem muitos que reservam, enrolam e não vêm buscar o produto. Nisso, deixamos de vender para outro que realmente tinha interesse”, disse Rosângela. 

Brechós vendem peças de qualidade “ Bruno Yonezawa/RRJ

Bruno Yonezawa

QUEM ACHA que as roupas de brechós são de “segunda mão”, está enganado. Isso é o que garantem os proprietários desses estabelecimentos no Rudge Ramos. Diego Gonçalves é dono do Mr. Brechó, que tem sede em Diadema e há sete meses mantém uma filial no Rudge Ramos. Ele contou que começou a administrar o estabelecimento na cidade vizinha há quatro anos. “Esse brechó é um negócio de família. Minha esposa assumiu da minha sogra e aos poucos fui me interessando também, até que comecei a trabalhar aqui”, relatou Gonçalves. O dono disse que o brechó é uma alternativa às lojas de roupa convencionais, já que também vendem peças de qualidade, ocasionalmente de grife, por um preço baixo. “Muitas vezes as roupas nem foram usadas, então estão praticamente novas. Consigo garantir um custo benefício para o cliente que quiser fazer a compra.” E é justamente esse

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Ao longo do tempo fui acostumando com a ideia de usar roupas que já pertenceram a outras pessoas.” Marcella Simonini

Estudante de Ciências e Humandidades

Todas as roupas do brechô Aconchêgo passam por uma triagem antes de irem para os cabides do espaço

custo benefício que leva a estudante de Ciências e Humanidades da UFABC (Universidade Federal do ABC) Marcella Simonini a comprar roupas nos brechós. Ela começou a frequentar esse tipo de estabelecimento ainda quando criança, quando sua mãe a levava. “Ao longo do tempo fui acostumando com a ideia

de usar roupas que já pertenceram a outras pessoas e, hoje em dia, costumo fazer muitas compras em brechós”, disse Marcella. Apesar das visitas frequentes a essas lojas, a estudante garantiu não gastar muito dinheiro: “Entro para ver se tem alguma roupa que eu goste e, caso tenha, levo. Sempre é em conta.”

O proprietário do brechó Aconchêgo, Flaudir Fogaça, no Rudge Ramos, afirmou que “a loja foi aberta em 2003, momento em que o país passava por uma crise na economia, e eu vi no brechó uma solução”. Fogaça explicou que todas as peças que ele compra para depois vender passam por uma triagem, onde ava-

lia a condição da roupa e negocia com o proprietário o valor. “Eu coloco novas roupas nos cabides todos os dias porque muitos me procuram para vender peças que não querem mais usar. Entretanto, todas essas ofertas são avaliadas”, relatou. Apesar dos baixos preços dos produtos, os brechós tentam sobreviver em meio às outras lojas de roupas. Na competição com esses estabelecimentos, Gonçalves prepara liquidações e promoções para poder se manter diante da concorrência. Já Fogaça afirmou que o segredo para o sucesso do brechó diante do mercado é o ato da compra. “Eu sempre compro roupas com boa qualidade com meus fornecedores e, ultimamente, compro roupas até de atacados para poder oferecer aos meus clientes”, contou o proprietário do Aconchêgo. 


COMPORTAMENTO

Carlos Arriero

de Carlos Arriero/RRJ

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e-commerce em 2009, com o irmão Eduardo. A partir de então, o volume de vendas chamou a atenção. “O site vem crescendo. A vitrola só acompanhou a questão do retrô voltar à moda.”

Jean Gantinis mostra o disco do Led Zeppelin, em sua loja especializada em rock, em Santo André

DISCOS DE VINIL Jovens são responsáveis pela volta do produto ao mercado tor da fábrica da Polysom. Segundo ele, os outros formatos de som não interferem no mercado do vinil. “O Carlos Arriero/RRJ

Letícia Queiróz, 20, com a vitrola portátil e o disco “Tom, Vinícius, Toquinho e Miúcha”, gravado ao vivo no Canecão, Rio de Janeiro, em 1977; é o primeiro disco ao vivo de Tom Jobim

Lojas físicas Apesar da facilidade do comércio online, os jovens invadiram os sebos e lojas de vinis. Edson Barderi, ou Chalaça, como prefere ser chamado, mantém uma banca de discos de vinis há 18 anos em Santo André. O espaço é pequeno, mas o jornalista aposentado consegue expor 5 mil discos. Os preços variam de R$ 5 a R$ 100, um preço mais justo, comparado a outras bancas. “Se não fosse a molecada vir comprar os discos de rock and roll, eu não venderia tantos discos. Pode ver que deixo os de rock até na frente da banca para facilitar o manuseio”, diz Chalaça, apontando para uma pilha de cerca de 50 discos de rock que ele atualiza diariamente. “A velharada passa aqui para negociar a venda dos discos comigo e a molecada vem e compra. É um ciclo.” A experiência de ouvir um disco de vinil, embora seja velha, está virando modinha entre os jovens, segundo o dono da Metal Music, Jean Gantinis, 55, loja especializada em rock e que comercializa discos de vinil desde 1985. Gantinis enxerga os discos como algo único. Por isso vende alguns discos por até R$ 500. “O vinil é o original do lançamento. O CD você grava outro, a fita cassete, o DVD. O disco não tem como gravar.” Para Jean, o futuro do ascendente mercado de vinis não é visto com bons olhos. “As gravadoras não relançam nada, apenas lançam as bandas novas. A tendência é diminuir o consumo. Está cada vez mais difícil achar os discos mais clássicos dos anos 50, 60 e 70.” 

vir ou

LETÍCIA QUEIRÓZ tem 20 anos. Em 2012, aos 18, comprou uma vitrola portátil e alguns discos. Sempre ouviu falar que a qualidade do aparelho de toca-discos era melhor e resolveu aderir ao formato. Letícia não teve incentivo de ninguém de sua família ou amigos, foi ela própria quem criou esse gosto pelos LPs. Hoje, ela tem 43 discos, e a cada dia a coleção cresce cada vez mais. “É uma paixão. Sempre que tenho um dinheirinho sobrando vou ao sebo ou a alguma feira de discos procurar os títulos das bandas que me interessam”, disse a estudante de direito. Quando o primeiro disco de vinil da história, “The Voice of Frank Sinatra”, foi lançado em 1948, nem os pais da Letícia pensavam em nascer. A mãe é do ano de 1959 e o pai, de 1960. A tecnologia vinil prosperou por quase um século. Mas, no início da década de 90, começou a ser destronada pelo CD. Graças às novas gerações, essa mídia voltou com força ao mercado. A demanda pelo vinil não para de crescer, a ponto de fazer a produção aumentar uma média de 60% ao ano, congestionando as prensas da Polysom, única fábrica de discos de vinil da América Latina. Quarenta e cinco discos clássicos de música brasileira relançados, além da crescente fabricação de LPs a pedido de novas bandas e artistas. João Augusto é consul-

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3 de dezembro de 2015

vinil não voltou para substituir nada, mas sim para se converter em mais uma opção de se reproduzir música, com tradição, saudosismo e romance”, afirmou. Mesmo com as dificuldades e responsabilidades, o especialista vê com bons olhos o futuro da empresa. “A Polysom é a única fábrica da América Latina, e os artistas querem produzir vinis. É como um Fusca: vários rodam por aí, e eles precisam de peças de reposição e manutenção.”

RA RI DA DES

Outro fator que deixa claro a ascensão do mercado de vinis é o número de vendas de aparelhos toca-discos. Para se ter uma ideia, a Trapemix, loja online especializada na venda em toca-discos, vende cerca de 500 vitrolas por mês, variando entre R$ 660 e R$ 1.800. Além disso, a loja vende artigos para manutenção do aparelho, mesmo a garantia sendo por conta do fabricante. O dono da Trapemix, Everton Leite, criou este Reprodução: Guia da Semana

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“Louco por você”, o 1º disco da carreira de Roberto Carlos, lançado em 1961, é raro porque existem apenas 3 mil cópias. Valor aproximado: R$ 3.500 mil

Apenas 300 exemplares do psicodélico “Paêbiru” sobraram após a enchente na gravadora Rozemblit, no ano de 1975. Valor aproximado: R$ 4.000 mil


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COMPORTAMENTO

Fotos: Gabriell Peçanha/RRJ

Fãs preferem lojas físicas para comprar Gabriell Peçanha

MESMO pagando mais, colecionadores e fãs de LP’s preferem comprar seus discos diretamente na loja. E os motivos variam. O estudante de direito João Pedro Sequetin, 21, é um deles. Ele conta que prefere as lojas físicas a compras na internet, pois uma das coisas que ele mais leva em consideração quando vai comprar um disco são as capas. “Dá pra ver mais detalhes antes de comprar”, conta. Segundo ele, o melhor lugar para comprar um vinil são os vendedores ambulantes ou feirinhas, onde você pode conferir a qualidade do produto pessoalmente, e mesmo assim não gasta tanto. “Só não tenho mais LP’s devido ao preço. Não dá para gastar R$ 100 num disco só para deixar meio que de enfeite.” Outro fã declarado das chamadas bolachas é Elio Sant’Anna, 19. Ele cursa

Tecnologia da Informação e gerencia um site sobre os Beatles: “Os garotos de Liverpool”. Colecionando desde 2010, Sant’Anna tem cerca de 60 LP’s, principalmente dos Beatles e de Paul McCartney. Para ele, para comprar discos novos é indiferente, mas, para obter discos usados, as lojas físicas são indispensáveis. “Alguns sebos têm vitrolas onde você pode testar o LP antes de comprar.” Essa tendência é confirmada pelo dono da Merci Disco, Sérgio de Anuncio, 64, que está no Rudge Ramos desde 1960. “Eles gostam de comprar em lojas porque podem pegar no vinil, olhar, levar na hora. É uma moda que voltou, então é até uma questão de curiosidade.” Outra característica de comprar pessoalmente é a compra por impulso. “Às vezes vou à alguma loja e acabo levando um disco que eu nem tinha intenção de comprar”, explicou o

mêcanico especializado em projetos industriais, Dener Ariane, 38. Além da banda, raridade e preço, outra coisa que chama a atenção no momento da compra é a capa do disco. “De todos que eu tenho, a minha preferida é a Soldiers of Sunrise, do Viper”, afirma. Quem optar por comprar na rede pode encontrar preços, origem e ano variados. Comprar na internet é uma tendência dos últimos anos.

Sérgio de Anúncio (acima), é dono da Merci Disco, há 55 anos no Rudge Ramos. João Sequetin ( à dir.) coleciona vinis há três anos

Mas sites de venda deixam a escolha do preço a critério do anunciante e, dessa forma, muitos acabam exagerando na pedida. Outro problema é justamente a questão da segurança em compras desse tipo. 

Jovens aderem ao estilo vintage Cadu Tinoco

VOCÊ JÁ ouviu falar em vintage? Essa é uma palavra para definir o que é antigo. Roupas, músicas, estilo de vida. Tudo que alguém faz que gerações anteriores costumavam fazer é definido como vintage. A cultura vintage é uma realidade hoje. Os homens estão com bigodes grandes, as garotas com óculos dos anos 1970 e as bandas das décadas de 1960, 1970 e 1980 estão mais populares do que nunca. Vive-se uma volta ao passado e, no futuro, o que é relembrado hoje pode ser lembrado de novo. O tempo dirá. Essa manifestação cultural está na moda ultimamente. Os jovens estão agindo como as gerações passadas e, principalmente, escutando muitas bandas antigas. Esse é o caso de André Cáceres. O estudante de jornalismo da Cásper Líbero, de 19 anos, costuma

ouvir bandas como Black Sabbath, Led Zeppelin e Beatles. “O trabalho deles é mais autoral e não uma coisa montada por um produtor”, disse Cáceres ao explicar preferência por grupos do passado. O conceito de cultura vintage muitas vezes se confunde com o de nostalgia. A estudiosa Linda Hutcheon, em seu livro intitulado “Irony, Nostalgy and the Postmodern”, que traduzido quer dizer “Ironia, Nostalgia e o Pós-Moderno”, diz que o fato de preferir as coisas como eram no passado é uma reação normal criada pela inacessibilidade para com as gerações anteriores. Apesar de interessante, o efeito da nostalgia pode agir como uma barreira para a renovação. Para o estudante de design de games Felipe Toma, 21, a procura por bandas antigas acaba desmotivando os novos artistas a continuar. “Por que uma banda se esforçaria para entrar em um festival

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Arquivo Pessoal/RRJ

O disco do Rush é o preferido do André Cáceres, que também curte bandas consagradas do Rock, como Led Zeppelin e AC/DC

e servir de “abre-alas” para outra mais consolidada?” Fã de grupos como Green Day, Bowling for Soup e

Zebrahead, Toma diz preferir a nova geração por causa da qualidade da produção: “A música é mais limpa e mais rápida. Isso atrai a minha atenção por ser mais legal de ouvir.” O que André e Felipe dividem é a indiferença para os discos de vinil. Para André, o vinil pertence a uma geração anterior à dele.

“Ainda tenho alguns de rock e de samba, mas por ter nascido em uma época que o vinil já tinha morrido, o meu contato foi pouco.” Já para Felipe, a preferência pela música digital passa pela facilidade do acesso: “É mais fácil de trocar de música, de levar pra rua e de compartilhar com os amigos. 


10 ESPORTE

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Academia deixa de ser exclusiva para adultos Especialistas afirmam que musculação pode ser benéfica na infância Jackeline Sindeaux/RRJ

Jackeline Sindeaux

SEM ESPAÇO para brincar na rua, correr, jogar bola, empinar pipa, brincar de pega-pega, crianças buscam novos lugares para se exercitar: as academias. Diferentemente do que se imaginava, médicos indicam que, a partir dos 12 anos, a atividade é benéfica. Mas a prática dessa atividade gera uma outra questão. Hoje já se discute se a criança pode ou não fazer musculação desde cedo.

Isso é decorrente dos primeiros estudos, nos anos 90, que anulavam a musculação para essa faixa etária. Nos levantamentos, a hipótese era que as crianças estariam sujeitas a lesões devido ao tecido ósseo estar em formação. Entretanto, novas pesquisas têm indicado que tanto crianças quanto adolescentes podem se beneficiar com o treinamento de força. De acordo com o pediatra Tomaso Pina, a prática de exercícios físicos é fundamental para as crianças e,

quanto mais cedo começar, melhor para seu desenvolvimento motor. “Com uma avaliação médica prévia, uma orientação do professor que vai

A grande diferença entre adultos e a criança é a intensidade. As crianças treinam de duas até três vezes por semana e sempre utilizam a carga mínima.” Norberto Vieira

Professor de Ed. Física

acompanhar a criança e a aparelhagem adequada, a musculação não é prejudicial mesmo em idade mais baixa”, afirmou. A estudande do ensino médio Giovana Abreu, 15, frequenta academia desde os 11 anos. Iniciou com o objetivo de melhorar seu condicionamento físico, já que possui problemas respiratórios. “Sinto uma grande melhora. Como pratico treinos aeróbicos também com a esteira, isso me ajuda muito na questão da respiração e fôlego”, disse a estudante.

Médicos afirmam que a partir dos

12 anos, musculação é saudável

Giovana Abreu pratica musculação desde os 11 anos. Como tinha problemas respiratórios, seu médico indicou essa atividade. Hoje, ela segue com os exercícios para melhorar seu condicionamento físico

Investimento Com a desmistificação dessa atividade, academias começaram a investir nesse novo segmento. No Rudge Ramos, a Fiscal Training oferece um treino personalizado para crianças a partir dos 10 anos. Segundo o professor da academia Norberto Vieira, utilizam-se apenas alguns aparelhos, com cuidado em relação a carga usada em cada exercício. “A grande diferença entre adultos e a criança é a intensidade. As crianças treinam de duas até três vezes por semana e sempre utilizam a carga mínima”. De acordo com a professora de educação física Cristiane Zuppo, o problema que envolve a musculação na infância não é a atividade, mas sim como as academias recebem a criança. “Estão cada vez mais lotadas e as crianças necessitam de um cuidado e atenção especial. Por isso acredito que a grande maioria não está preparada para receber esse tipo de público”, afirmou. Para o pediatra Tomaso Pina, é um mito dizer que a criança pode ter problema de desgaste dos ossos, rupturas e comprometimento no crescimento com os exercícios. “A atividade física colabora com equilíbrio, melhora a condição cardiovascular e, no futuro, evita problemas cardíacos ou cardiorrespiratórios”, disse o médico. Giovana contou que além de problemas respiratórios, possui tendência a engordar. Por isso a atividade a ajuda a se manter saudável. “Hoje me olho e me sinto bem por dentro e por fora.” 


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ESPORTE

Sedentarismo vai além da obesidade “ Mariana Pratali/RRJ

Mariana Pratali

NESTE NOVO mundo digital, não é difícil encontrar crianças muito mais interessadas nas tecnologias do que em brincadeiras que exigem algum esforço físico. Jogar bola na rua, pular corda, correr ou andar de bicicleta são atividades pouco vistas na rotina das novas gerações. O hábito de ficar o dia todo conectado, sem fazer exercício, é um dos caminhos para o sedentarismo infantil. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera sedentária a criança, de 6 a 17 anos, que não pratica, no mínimo, 300 minutos de atividade física por semana. Como é o caso da estudante Ana Carolina Alonso, 13, que hoje só faz a aula de educação física na escola. “Eu prefiro ficar no celular porque eu acho que é mais legal para passar o tempo e também agora é moda, todo mundo só se comunica por lá”, contou. Ana já praticou quatro tipos diferentes de esportes, mas hoje foca nos estudos

LAURA RAMOS, 9, encontrou outra forma para se exercitar: o método pilates. Seus pais, Rose e Irineu, conheceram a técnica no início do ano. Como não tinham com quem deixar a filha no horário da aula, Laura acabou indo junto a eles. O que era para ser uma espera virou uma hora de brincadeiras que, sem ela saber, contribui para uma qualidade de vida melhor. “Eu gosto de pular na cama elástica, pular corda, e subir no Barrel (equipamento do pilates)”, contou. Ela acompanha os pais uma vez por semana e, junto à professora, montou

Os pais têm que ser exemplo. Colocar o limite no tempo de uso e proporcionar atividades que toda a família possa fazer junta.”

Paloma Vilhena Psicóloga

riscos de se tornar.”

Ana Carolina não consegue se desligar da rede; prefere passar o dia no celular à praticar algum exercício

e nas aulas de canto. “Fico no celular praticamente o dia todo, antes e depois da escola. Vivo de celular.” A mãe, Neide Alonso, conta que a filha não se adaptou em algumas das modalidades e preferiu parar, porém não totalmente. “Fiz um acordo para que focasse nos estudos, com

aulas de inglês, informática e outros tipos de atividades, como o teatro.” O uso excessivo de aparelhos tecnológicos, como smartphones, tablets, computadores e até mesmo a própria televisão estimula o estilo de vida sedentário. A pediatra Adriana Pellini explica que a falta de

um circuito de exercícios variados, de acordo com o gosto dela. A fisioterapeuta Alessandra Alves indica o pilates como mais uma opção para as crianças se exercitarem, já que ele trabalha alongamento e fortalecimento muscular. O método desenvolvido no início do século XX por Joseph Pilates melhora também a concentração e a respiração, além do ganho de força. Porém, são necessárias algumas adaptações para o público infantil. “Por ser um pouco repetitivo para a criança, pode-se mesclar com exercícios de equilíbrio, pular na cama elástica e desafios no solo com bolas e corda”, explicou. De acordo com ela, por trabalhar com um lado lúdi-

atividade física na infância pode trazer problemas para a saúde e desenvolvimento da criança. “O sedentarismo está interligado com a obesidade infantil e pode ser considerado uma doença atual. Não necessariamente uma criança sedentária será obesa, mas corre mais Juno Bertoloni/RRJ

Pilates pode ser opção para criança se exercitar Juno Bertoloni

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co, a criança acaba gastando calorias sem perceber, por estar brincando e se divertindo. Além da prática de esportes na escola e das brincadei-

ras com as outras crianças no prédio onde mora, Laura agora tem o pilates.“É uma outra maneira de fazer exercício físico”, contou.

Outros riscos Não só a saúde física, mas também a mental pode ser afetada. A psicóloga infantil Paloma Vilhena afirma que ser sedentário afeta no desempenho escolar e nos relacionamentos familiares. “Uma criança sedentária para de fazer atividades que contribuem para o desenvolvimento motor, perde a oportunidade de se relacionar com outras crianças. Então, isso interfere na parte afetiva e no desenvolvimento cognitivo, porque ela não tem que desenvolver raciocínio.” As duas especialistas indicam que os pais incentivem as atividades e que a criança faça algo que goste e não por obrigatoriedade. “Os pais têm que ser exemplo. Colocar o limite no tempo de uso e proporcionar atividades que toda a família possa fazer junta” recomendou a psicóloga. 

Laura Ramos demonstra movimento do Pilates na companhia dos pais

O diferencial da atividade é a evolução durante o tempo de prática. Nos esportes feitos na escola, normalmente isso não ocorre, o que pode desestimular a criança. Os pais contam que como ela pratica várias atividades, o tempo destinado aos aparelhos eletrônicos, como o tablet e o computador, acaba sendo menor. Ela aprendeu a separar o tempo de cada atividade, destinando menos tempo ao mundo virtual. Pilates, assim como outras atividades, pode contribuir com a recomendação do Ministério da Saúde. Segundo o órgão, o ideal é que as crianças não passem mais que duas horas por dia assistindo TV, jogando videogame ou brincando no computador. 


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