Book A Regenerar Braga - Partnerships for Urban Regeneration 2009-13

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“O património não pode esquecer que o desenvolvimento da pessoa é a sua verdadeira finalidade. Para desempenhar eficazmente este papel, é importante que não seja museografado, congelado. Só cumprirá a sua vocação intelectual, afetiva, espiritual, se se aproximar do público, e se vulgarizar e se se tornar suficientemente atraente.” Michel Lacroix O Princípio de Noé ou a Ética da Salvaguarda


PARCERIAS PARA A REGENERAÇÃO URBANA


EDITOR Município de Braga COORDENAÇÃO E DESIGN Tripledesign FOTOGRAFIA Tripledesign João Martinho Moura CTB—Companhia Teatro Braga Theatro Circo TEXTOS Prefácio: Vice-Presidente CM Braga Vítor Sousa Município de Braga · DMGURU/Divisão de Renovação Urbana Tripledesign Pedro do Lobito TIPO DE LETRA Composto com a família tipográfica Leitura – dstype IMPRESSÃO Tecnigráfica TIRAGEM 1000 Exemplares EDIÇÃO A Regenerar Braga – Parcerias para a Regeneração Urbana DATA DE PUBLICAÇÃO Setembro de 2013


6 PREFÁCIO 10 SOBRE AS PRU 16 CENTRO HISTÓRICO 18 20 22 24 26 28 30 32

REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO · Avenida da Liberdade · Rua de Santo António da Praça e da Praça Municipal · Largo Carlos Amarante e ruas de Dr. Gonçalo Sampaio, de S. Lázaro e do Raio · Rua Andrade Corvo e Campo das Hortas · Largo Senhora a Branca · Rua dos Chãos e Avenida Central · Rua de São Vicente, Largo dos Penedos e Avenida General Norton de Matos · Edifício da Antiga Estação Ferroviária – Espaços Culturais

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PARCERIAS · Projecto Musa—Theatro Circo (Ciclo de Programação no Feminino) · Bragacult—CTB (Projeto de Intervenção Cultural)

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REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO · Rio Este e suas margens · Parque da Ponte · Parque do Monte do Picoto · Escola de Música do Mercado Cultural do Carandá

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PARCERIAS · Quercus—Ações de sensibilização e educação ambiental · Bragacult—CTB (Projeto de Intervenção Cultural/Linha Verde) · Bragahabit—Ações de dinamização cultural do corredor verde urbano de Braga · Grupo Espiral

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B//SIDE Exposição Zonas Verdes Concurso de Fotografia Vê Braga


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PREFÁCIO

A nossa cidade, com características ímpares, revela-nos a cada dia 2 mil anos de história. A evolução de Bracara Augusta fez do nosso concelho o mais jovem a nível Europeu, desenvolvendo à sua volta uma dinâmica de grande energia. Um crescimento sustentado em elevados padrões que valorizam a qualidade de vida dos Bracarenses, dotando de infra-estruturas e equipamentos fundamentais à sua vivência com destaque para a salvaguarda e reabilitação do Centro Histórico. Braga oferece oportunidades de cultura e lazer únicas no país, com animação noturna, teatro, exposições, museus e galerias de arte. Cidade de cultura e tradições, onde história e religião convivem com a indústria tecnológica e a vida académica. Como qualquer cidade europeia, Braga também requer um reforço na aposta em necessidades próprias de cidades em forte crescimento, nomeadamente, a revitalização económica e social centrada em sectores baseados no conhecimento e criatividade, inovação tecnológica ao nível da reabilitação do edificado e das infra-estruturas e serviços urbanos, acréscimo de participação dos cidadãos no processo de gestão urbana, reforço da inserção do Centro Histórico na estrutura e dinâmicas do território envolvente, aumento da inserção urbana e social dos conjuntos habitacionais reforçando a qualidade dos espaços públicos, qualificação e melhoria da


acessibilidade e usufruto das estruturas ecológicas e revitalização da utilização de equipamentos coletivos. Os projetos de regeneração urbana são fundamentais para tornar Braga mais atrativa e dinâmica, tanto para quem nela vive, como para quem a visita ou nela quer investir. Assentes em dois programas de ação: “Parcerias para a Regeneração Urbana do Centro Histórico” e “Parcerias para a Regeneração Urbana da Zona Ribeirinha do Rio Este”, num total de 17 milhões de euros de investimento, estas operações tiveram o propósito de reabilitar a cidade a nível arquitetónico, recuperando edifícios, realçando a beleza do edificado, requalificando ruas e praças, salvaguardando o património arqueológico, desenvolvendo projetos inovadores e ações imateriais, com o objetivo de ampliar e melhorar as condições de uso e fruição por parte dos cidadãos. A nível cultural apoiámos novos projetos em várias vertentes, da música à dança, passando pelo teatro, pela cultura popular e pela arte digital. Para além da aposta nas valências arquitetónicas e urbanísticas, pensámos na inserção social, na promoção do emprego, na valorização do património e na difusão cultural. Estes projetos, visíveis neste livro, implicaram inúmeras ações, parcerias, investimentos municipais e comunitários. São investimentos do presente a pensar no futuro. É a nossa Cidade, a nossa Terra. Um legado para as próximas gerações. Vítor Sousa / Vice Presidente do Município de Braga


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Num processo de Regeneração Urbana que englobou diversas ações e parcerias, Braga tornou-se mais cidade, e melhor cidade, para quem nela vive e respira—assim como para os novos cidadãos e investidores que acolhe de braços abertos!


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Monte do Picoto


SOBRE AS PRU Enquadramento

Em Braga, como em outras partes do mundo, tem-se assistido, nas últimas décadas, a processos de intervenção na regeneração das áreas centrais e históricas das cidades, adotando uma perspetiva de espetro alargado que atende tanto à reabilitação urbanística, ambiental e do edificado quanto à revitalização social, cultural e económica. Esta intervenção justifica-se por se reconhecer que estas áreas apresentam normalmente significativos sintomas de degradação ao nível do espaço urbano e do edificado que a define mas, sobretudo, porque esta degradação surge acompanhada de decadência social, cultural e económica, com abandono progressivo, envelhecimento e empobrecimento das populações residentes. Braga não difere deste diagnóstico, tanto do ponto de vista dos problemas que o afetam, quanto da resposta que o município adotou nos últimos anos, que procura estimular outros agentes públicos e privados no desenvolvimento de projetos tendentes a recuperar a atratividade desta área. Trata-se de um espaço urbano de grande valor patrimonial, com importância reconhecida num espaço geográfico alargado e com uma área de atração de proximidade que se estende a todo o noroeste da Península Ibérica. Nesta área, a Câmara Municipal de Braga tem desenvolvido uma intervenção sustentada e sistemática de reabilitação do Centro Histórico, objeto de intervenções estruturadas no quadro dos Programas de Reabilitação de Áreas Urbanas Degradadas (praud), de Reabilitação Urbana (pru), do Programa Operacional da Cultura (poc), com apoio do Estado Português e da União Europeia e nela foram desenvolvidos dois Programas de Urbanismo Comercial (procom e urbcom) em parceria

entre a Câmara Municipal e a Associação Comercial de Braga, para além dos investimentos diretos com recurso aos fundos municipais que permitiram ações de reabilitação de edifícios e espaços urbanos. Atentos à experiência desenvolvida neste âmbito, reconhece-se que a reabilitação do espaço urbano tem efetivamente induzido intervenções de agentes diversificados que contribuem para a melhoria do desempenho ao nível das diferentes funcionalidades instaladas no edificado que dão o mote ao uso, vivência e fruição das cidades históricas. A nova Política de Cidades polis xxi, através da sua linha Parcerias para a Regeneração Urbana, criou oportunidade para o financiamento público deste tipo de operações integradas multi-temáticas e em parceria entre os municípios e os principais agentes da transformação do território urbano, sejam entidades públicas ou privadas e no caso de Braga com particular ênfase, face à aprovação “com mérito” das duas candidaturas que submeteu – Parceria para a Regeneração Urbana do Centro Histórico e Parceria para a Regeneração Urbana do Rio Este. Tendo em conta que a maior parte do investimento previsto, financiado a 85% pelo feder (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional), no âmbito do programa ON2 (Programa Operacional Regional do Norte) correspondia a projetos já bem amadurecidos, era convicção da autarquia de Braga, dos restantes parceiros e das entidades de tutela que os Programas de Ação iriam permitir concretizar no terreno, com resultados imediatamente visíveis e reprodutíveis noutros espaços urbanos, os objetivos da política urbana nacional.


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Centro Histórico de Braga

A parceria para a regeneração urbana concretizada incidiu sobre o Centro Histórico de Braga que se explana por uma área superior a 170 hectares, com uma ocupação urbana bimilenária, que lhe confere um singularíssimo lugar no contexto das urbes históricas, quer ao nível do património arquitetónico quer ao nível do património arqueológico. Este programa de ação iniciado em 2009 e concluído em 2012, conferiu inovação ao processo de regeneração do Centro Histórico de Braga, através das linhas de parcerias criadas que envolveram importantes instituições culturais da cidade (theatro circo e companhia de teatro de braga), empresas municipais (bragahabit e tub em) e um parceiro comercial e imobiliário (grupo regojo sa) que desenvolveu uma grande intervenção no denominado “Quarteirão dos CTT”, sob projeto do Arq.º Gonçalo Byrne. A estratégia geral definida teve como principal enfoque a reabilitação e requalificação do espaço urbano, preconizando “criar novos padrões de urbanidade para Braga, marcada por valores como a qualidade, a escala humana, a sociabilidade, a integração social, a competitividade em espaço alargado” na perspetiva de dar continuidade ao processo de regeneração urbana do Centro Histórico, segundo “uma filosofia de intervenção em parceria e olhando agora outros horizontes de internacionalização e distinção”, enquadrados pelos seguintes objetivos: – Conferir ao CH uma notoriedade cultural e urbana que afirme a Cidade no quadro do sistema urbano do noroeste peninsular; - Projetar no espaço público o capital artístico, cultural e criativo dos principais equipamentos locais; - Reforçar a coesão social urbana no quadro de uma sociedade progressivamente integradora de segmentos vulneráveis da população; - Alavancar a instalação no CH de novos projetos de investimento económico que contribuam para a centralidade e cosmopolitismo comercial da cidade; - Melhorar a articulação do espaço do CH com soluções de mobilidade mais sustentáveis; - Estimular e atrair novas atividades criativas para o núcleo central da Cidade, favorecendo a reutilização de ativos patrimoniais. Subjacente a esta estratégia esteve o trabalho de salvaguarda e revitalização do CH desenvolvido pela CM Braga, desde 1979 (classificação da primitiva área crítica de recuperação e reconversão urbanística), que em traços muito gerais, indu-

ziu e apoiou a conservação e reabilitação de mais de 1100 edifícios privados, promoveu a reabilitação de 38 edifícios municipais (convento do pópulo, museu de imagem, antiga escola da sé, theatro circo, entre outros) e consumou a reabilitação e requalificação de uma área de 160.000m2 de espaços públicos do C.H. correspondendo 55.000m2 aos 17 distintos espaços intervencionados no âmbito desta parceria, numa lógica de continuidade e expansão do processo de regeneração. No plano dos vetores orientadores dos projetos (aprovados previamente pelo Ministério da Cultura) privilegiaram-se a inovação e as boas práticas associadas à acessibilidade, à mobilidade, à segurança, à racionalidade construtiva e à integração e reciclagem de materiais existentes; promoveu-se a salvaguarda do património arqueológico e o respeito e valorização dos valores culturais arquitetónicos e ambientais existentes; renovaram-se as infra-estruturas existentes e introduziram-se novas infra-estruturas; compatibilizaram-se os usos e atividades económicas existentes, conjugados com o aumento do potencial de atração de novos usos e atividades, na perspetiva de contribuir para um maior uso e apropriação dos “novos” espaços por parte dos cidadãos. A salvaguarda do património cultural, a reabilitação, requalificação e animação dos Centros Históricos são tarefas nunca acabadas que exigem a participação de todos e que à medida que se executam, geram novos desafios e expectativas, implicam uma avaliação contínua do processo na perspetiva de gerar respostas adequadas e ajustadas às premissas e valores inerentes à salvaguarda e reabilitação, mas também, às necessidades e exigências da cidade histórica viva, ativa, dinâmica, permanentemente utilizada e fruída, sendo os cidadãos os seus destinatárias fundamentais. No caso concreto do Centro Histórico de Braga, impõe-se ainda cumprir um desígnio histórico que remonta há 2000 anos e a Bracara Augusta, sob o qual e até ao presente o CH sempre se apresentou como um centro cívico, económico e cultural cuja influência e capacidade de atração ultrapassou (e continua a ultrapassar) em muito, os seus estritos limites territoriais, distendendo-se a uma vasta região para além fonteiras. Pedro Lopes · dmguru/divisão de renovação urbana



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Rio Este

É indiscutível a importância que os espaços ambientalmente nobres têm na conceção de cidade contemporânea e de território urbano sustentável, seja do ponto de vista da competitividade das cidades, seja da qualidade percebida e usufruída pelos residentes e visitantes. Nesta linha de pensamento e enquadrada na Política de Cidades polis xxi, através da sua linha Parcerias para a Regeneração Urbana, o Município de Braga definiu uma zona de intervenção, tendo por base uma área com uma extensão de quase 3 quilómetros e uma superfície total de cerca de 75 hectares ao longo das margens do Rio Este, entre a Av. Frei Bartolomeu dos Mártires e a Ponte Pedrinha, englobando ainda algumas áreas naturais integradas no perímetro urbano da Cidade de Braga, com destaque para o conjunto formado pelo Monte do Picoto e pelo Parque de S. João da Ponte. Para esta zona foi elaborado um Programa de Ação, desenvolvido por uma Parceria Local que integra o Município, a bragahabit em, a tub em, a companhia de teatro de braga, a quercus, a equipa espiral e a empresa privada pactoinvest sa. Subjacentes a esta parceria foram definidos projetos e ações enquadrados em tipologias de projetos que correspondem às prioridades da política nacional nesta matéria: – Valorização de áreas de excelência urbana, nomeadamente frentes ribeirinhas; – Qualificação de espaços relevantes para a estruturação urbana; – Renovação das funções e dos usos de áreas abandonadas ou com usos desqualificados. Neste enquadramento o programa de ação contemplou a execução de projetos de intervenção de requalificação física (Rio Este, Parque da Ponte, Monte do Picoto); a criação de infraestruturas de apoio às atividades das populações locais e dos utentes (Escola de Música do Carandá, instalações para Associações, Bar do Lago); o apoio a um conjunto de atividades lúdicas, desportivas, culturais, de educação ambiental e para a cidadania; a integração desta área em redes “da Cidade”, sejam físicas (rede de equipamentos culturais, como o Mercado Cultural do Carandá/ Escola de Música), sejam imateriais (manifestações artísticas como a Linha Verde do projeto BragaCult); a criação de fatores de excelência que contribuam, para além da qualidade da área, para a qualidade e competitividade global da Cidade de Braga (um Parque da Ci-

dade, local de convivência, indutor de práticas físicas e sociais tendentes a melhorar o bem estar geral e a saúde pública). Esta parceria possuía como objetivos gerais, por um lado e desde logo, a alteração do alheamento da Cidade relativamente ao rio, o único elemento desta faixa territorial verdadeiramente “autóctone” e cuja presença, nomeadamente na área urbana, é marcante e incontornável, se bem que apareça aos olhos da maioria sobretudo como um problema e muito raramente como uma mais valia; por outro lado e não menos importante, preconizava contribuir para alcançar novos padrões de urbanidade para Braga, constituindo-se como um projeto –modelo na promoção da qualidade ambiental,da saúde e bem-estar, da integração social e da tolerância. Ao nível de objetivos mais concretos enunciam-se os seguintes: – Qualificar ambiental, urbanística, cultural e socialmente o território urbano definido pelo percurso do Rio Este e espaços envolventes (Parque da Ponte e Monte do Picoto), promovendo a sua integração com a restante malha urbana e renovando funções e usos de algumas áreas abandonadas ou desqualificadas; – Valorizar uma área que se pretende de excelência urbana, apoiada num contínuo de grande valor ambiental, gerando uma nova centralidade e um espaço de representação de cidadania e de uma nova forma de viver a Cidade de Braga, mais saudável e partilhada; – Criar amenidades urbanas atrativas (cultura, lazer, convívio, prática regular e informal de desporto); – Contribuir para a coesão social e a tolerância; – Resolver de forma definitiva alguns problemas prementes que prejudicam a qualidade de vida e a imagem da cidade; – Criar fatores imateriais de sustentabilidade da intervenção, através de práticas de trabalho em parceria. Esta é de facto uma operação de regeneração urbana de grande importância para a Cidade e para os seus Cidadãos, mas também um projeto que permitirá difundir novas práticas de intervenção urbana, das quais cumpre desde já destacar o Parque da Ponte e o Mercado Cultural do Carandá que receberam respetivamente o reconhecimento dos Prémios ihru 2011 e 2012.



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CENTRO HISTÓRICO


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CENTRO HISTÓRICO Reabilitação e requalificação da Avenida da Liberdade

A intervenção permitiu criar uma nova plataforma prolongando a zona pedonal já existente na envolvente à Praça da República para uma vasta área da avenida, uma área nobre marcada pelo Theatro Circo, ex-libris dos equipamentos culturais de Braga e por uma grande importância comercial. O novo espaço criado, à imagem de uma praça ajardinada, com um tratamento urbanístico nobre, que permite aos cidadãos a contemplação do edificado de elevado valor arquitetónico bem como do importante eixo visual da avenida. O tratamento de superfície da Avenida da Liberdade privilegiou a utilização de lajeados de granito nos novos percursos, sendo mantidos os antigos passeios compostos por uma malha formada por guias de granito e calçada tradicional decorada em “pedrinha” de calcário. Na área central, mais exposta, foi desenhada uma sequência de canteiros ajardinados que conferem ao espaço uma imagem geral peculiar permitindo-lhe uma utilização mais descomprometida, próxima à de jardim público. Ao nível do tratamento urbano, houve a preocupação de manter o coberto arbóreo, repondo algumas das árvores que foram retiradas dos alinhamentos existentes, de melhorar a oferta de mobiliário urbano, com a introdução de novos bancos de jardim e de papeleiras e ainda de reforçar e uniformizar a iluminação pública, também criando iluminação cénica sobre o novo jardim e alguns dos edifícios mais notáveis. Hoje constata-se já que o processo de reabilitação e requalificação desenvolvido trouxe um acréscimo muito significativo no uso e fruição da avenida por parte dos cidadãos. Arq.º Luís Machado · dmguru/divisão de renovação urbana

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CENTRO HISTÓRICO Reabilitação e requalificação da Rua de Santo António da Praça e da Praça Municipal A Rua de Santo António da Praça sempre esteve associada a uma das entradas da cidade medieval fazendo a ligação entre dois espaços urbanos, ambos importantes na história e na vivência da cidade: a Praça Conde de Agrolongo e a Praça Municipal. Nos dias de hoje a importância na interligação destes dois espaços mantém-se. Na Praça Conde de Agrolongo está construído o maior parque de estacionamento subterrâneo da cidade, importante infraestrutura de suporte ao Centro Histórico. Noutra vertente, a Praça Municipal constitui o espaço protocolar por excelência, inerência que lhe é conferida pelos edifícios da Câmara Municipal e do antigo Paço Arquiepiscopal (atual Arquivo Distrital) aí implantados. Estes dois espaços associados à Rua da Misericórdia permite-nos constituir um corredor preferencial para acesso à zona monumental da Sé Catedral. Percurso que antes se constatava insipiente e pouco digno face à sua localização estratégica nesta zona da cidade. Assim percebemos que a intervenção operada na Rua de Santo António da Praça e na Praça Municipal teve por objetivo fundamental melhorar as condições de circulação pedonal entre a Praça Conde de Agrolongo e a zona central do Centro Histórico da cidade, criando um novo percurso amplo e atrativo, que articula ainda as áreas exclusivamente pedonais já existentes no núcleo urbano. Arq.º Pedro Nogueira · dmguru/divisão de renovação urbana

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CENTRO HISTÓRICO Reabilitação e requalificação do Largo Carlos Amarante e ruas de Dr. Gonçalo Sampaio, de S. Lázaro e do Raio O Largo Carlos Amarante está situado num espaço central da cidade, o antigo Campo dos Remédios, criado por D. Diogo de Sousa, e nele se localizam duas obras de particular interesse, a Igreja de S. Marcos (do marcante arquiteto bracarense, Carlos Amarante) e a Igreja de Stª Cruz. Esta praça histórica encontrava-se fortemente descaraterizada graças, sobretudo, à circulação automóvel e ao aparcamento. Assim, procurando resgatar o seu papel no centro histórico da cidade, as intervenções recentes privilegiaram a libertação do espaço público à circulação pedonal e o condicionamento disciplinado do trânsito automóvel. Esta intervenção conseguiu a clarificação espacial da imponente praça e devida valorização dos seus imóveis através da criação de uma ampla zona pavimentada e espaço verde que servem como base à fruição de múltiplas valências: comércio, equipamentos, serviços diversos, teatro, cafés e esplanadas. Parte de um eixo viário fundamental, o trânsito automóvel e estacionamento continuam a existir, agora devidamente condicionados e assegurando a circulação de autocarros e o acesso ao hospital. Com um novo alinhamento dos limites de implantação da construção no quarteirão que integrava o edifício dos Correios conseguiu-se uma melhor visibilidade e valorização do Palácio do Raio, reforçada através do desenho de uma escada de receção exterior, mais condigna com o edifício. Na Rua de S. Lázaro o arruamento foi alargado e os passeios pavimentados, integrando-se assim no projeto global. Arq.º Miguel Castro · dmguru/divisão de renovação urbana

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CENTRO HISTÓRICO Reabilitação e requalificação da Rua Andrade Corvo e do Campo das Hortas A intervenção operada visou a requalificação tanto do designado Campo das Hortas como da Rua de Andrade Corvo que lhe é marginal, num total de área intervencionada de 12 380m2, 2 880m2 dos quais pertencentes ao jardim. Enquadrada numa lógica de melhoria das condições de acessibilidades e de mobilidade urbana, esta obra permitiu prolongar o eixo de circulação pedonal Nascente—Poente já existente, até à renovada estação de caminho-de-ferro. Trata-se de um eixo estratégico que atravessa todo o Centro Histórico prolongando-se atualmente, no outro sentido, até à Rua de S. Victor, numa extensão de 1700m. A reconfiguração do perfil da Rua Andrade Corvo, consequência da ampliação do referido corredor, permitiu também melhorar o enquadramento visual do Arco da Porta Nova, verdadeiro ex-líbris e porta nobre de acesso ao Centro Histórico de Braga. O novo desenho urbano conferido à rua torna-a mais apelativa, de imagem mais atual e economicamente mais atrativa ao investimento privado. A regeneração desta artéria foi fundamental por ser esta uma das entradas estratégicas da cidade, com enorme impacto na sua imagem turística. O Campo das Hortas, de imagem forte e consolidada, foi alvo de restauro, mantendo a essência e o desenho do jardim de cariz romântico entre muros. Nos arruamentos que contornam a plataforma central foram melhorados os passeios e reordenado o estacionamento automóvel, que se manteve para suporte da atividade económica aí consolidada, associada sobretudo à restauração. Arq.º Pedro Nogueira · dmguru/divisão de renovação urbana

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CENTRO HISTÓRICO Reabilitação e requalificação do Largo Senhora a Branca

Genericamente a obra do Largo da Senhora a Branca consistiu na reformulação de pavimento, reformulação de circulação de trânsito automóvel através da criação de cruzamento simples com semáforos e reformulação de infraestruturas existentes, com uma área de intervenção de 12895m2. Ao nível da circulação automóvel eliminou-se o trânsito automóvel nas ruas confinantes com os edifícios de forma a unificar o Largo e conferir um enquadramento digno à Igreja de Nossa Senhora a Branca, apenas permitindo nas mesmas trânsito condicionado a moradores e cargas/descargas. O tratamento proposto para estes espaços segue a mesma atitude de intervenção urbanística que a Câmara Municipal de Braga tem vindo a implementar noutras obras realizadas na área envolvente, criando uma perfeita interligação funcional e estética entre os espaços e valores existentes. No âmbito da implementação das normas de acessibilidades, para além do substancial aumento da largura dos passeios executados, todas as passagens de peões foram rampeadas e introduzidas as prescrições que conferem aos espaços urbanos intervencionados condições mínimas de acessibilidade por pessoas com mobilidade reduzida. Com esta intervenção constata-se já a apropriação do espaço pelos utilizadores/moradores e o renascimento da atividade comercial e serviços, uma vez que os espaços comerciais/serviços que se encontravam fechados tornaram a abrir portas, umas vezes com a mesma atividade, outras com atividades completamente diferentes, passando o Largo da Senhora a Branca a ser espaço mais atrativo, consequência da regeneração urbana desenvolvida. Arq.º Sérgio Carvalho · dmguru/divisão de renovação urbana

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CENTRO HISTÓRICO Reabilitação e requalificação da Rua dos Chãos e da Avenida Central A intervenção englobou duas artérias fundamentais na estrutura urbana do Centro Histórico da Cidade, a Avenida Central e a Rua dos Chãos. As últimas intervenções urbanísticas operadas na Avenida Central esqueceram a zona de circulação automóvel localizada no lado norte deste grande espaço, verificando-se uma considerável discrepância, quer ao nível do estado de conservação do espaço público, quer ao nível da atratividade das atividades económicas instaladas neste lado da avenida em comparação com o eixo pedonal existente no lado sul. A Rua dos Chãos, estrategicamente implantada num corredor que faz a articulação entre o centro nevrálgico do Centro Histórico e a Central de Camionagem, importante interface de transportes interurbanos da cidade, adquiriu grande apetência comercial, mas fortemente condicionada pela dimensão reduzida dos passeios e pela imagem caótica provocada pelo estacionamento anárquico. Com a intervenção operada, quer pelo redesenho dos seus perfis transversais, quer pela reorganização da presença do automóvel, conseguiu-se humanizar ambas as artérias e reforçar a importância dos corredores pedonais que fazem, agora com condições de segurança e de conforto, a articulação do centro cívico, “a Arcada”, com a zona norte da cidade, através da Rua dos Chãos e com a zona nascente da cidade usando, também, a parte norte da Avenida Central. A nova imagem urbana mais depurada e atual conferida a estes espaços é também economicamente mais atrativa, convidando à fixação de novas atividades e ao investimento privado. Arq.º Pedro Nogueira · dmguru/divisão de renovação urbana

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CENTRO HISTÓRICO Reabilitação e requalificação da Rua S. Vicente, Largo dos Penedos e Avenida General Norton de Matos A obra incidiu sobre três espaços urbanos, a praça Alexandre Herculano, o primeiro troço da Rua de S. Vicente e a parte sul da Avenida General Norton de Matos, que embora de cariz e natureza distintas, foi objetivo comum devolver-lhes a dignidade urbana perdida no decorrer do tempo. A intervenção tem por referência base a praça Alexandre Herculano, mais conhecida por “Largo dos Penedos”, espaço de importância estratégica como encontro de percursos que convergem ao Centro Histórico da cidade. A intervenção incidiu sobre a definição clara de um único corredor automóvel, solução que libertou a maior parte do espaço disponível ao peão. Junto aos edifícios foram assim definidas novas plataformas com áreas generosas para uma utilização descomprometida que potencia a utilização lúdica do espaço e dá suporte à dinâmica dos estabelecimentos de restauração e bebidas aí instalados dando-lhes a possibilidade de criação de novas esplanadas. A mesma atitude operada na praça estendeu-se para o troço poente da Rua de S. Vicente, artéria muito antiga que manteve no tempo um perfil transversal estreito, limitação física que impeliu para a sua transformação em artéria pedonal, solução estratégica que potencia a regeneração da atividade comercial já instalada. A intervenção na Av. Gen. Norton de Matos abrangeu apenas o seu topo sul, ou seja, o espaço compreendido entre a Rua Gabriel Pereira de Castro e a passagem para a Praça Alexandre Herculano. O novo desenho do espaço pretendeu sobretudo converter a via, anteriormente reduzida a mero parque de estacionamento, numa nova praça que sirva de suporte a novas dinâmicas urbanas. Arq.º Pedro Nogueira · dmguru/divisão de renovação urbana

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CENTRO HISTÓRICO Reabilitação e requalificação do Edifício da antiga Estação Ferroviária – Espaços Culturais A antiga Estação Ferroviária de Braga, situada no terminal do troço da linha de comboio Nine-Braga, foi cedido pela refer à Câmara Municipal de Braga no âmbito das obras gerais de renovação da linha Férrea do Norte. O edifício mantém a traça antiga nas suas fachadas, volumetria e coberturas, e está integrado na obra de renovação da nova gare da refer, salvaguardando a sua existência e sua memória. Para tal, a solução arquitetónica adotada foi de reconstrução do edifício, preservando e salvaguardando a sua traça primitiva. O seu interior, que se encontrava em adiantado estado de degradação, foi totalmente renovado mantendo-se a lógica dos espaços primitivos e recuperando a estrutura de madeira, tabiques e caixilharias existentes. Foi criado um lugar para espaços de exposições e museu e um conjunto de espaços ou frações destinados a atividades sociais ou culturais de entidades de utilidade sem fins lucrativos. O edifício articula-se com o edificado e com o espaço público existente, contribuindo o novo programa de equipamento para a dinamização e revitalização do local e da cidade de Braga. Arq.º Mário Louro · cmb/gabinete de projetos

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CENTRO HISTÓRICO Projecto Musa—Theatro Circo (Ciclo de Programação no Feminino)

Programação Artística de Cinema, Música,Teatro e Dança Contemporânea no Theatro Circo. Este programa possibilitou expandir a estratégia de formação de públicos através de ações específicas como oficinas, conversas e debates com artistas, ações complementares a espetáculos e outros formatos menos regulares. O programa incluiu ainda a apresentação continuada de espetáculos de pequeno a grande formato sob o tema do feminino, a criação de duas oficinas já previstas na candidatura sobre cinema, o esboço de uma rede de dinamizadores culturais, a programação intensiva e ininterrupta de cinema e a introdução na programação de ciclos temáticos como os concertos comentados. Todas as atividades visaram e permitiram solidificar um trabalho estruturado, na relação com a restante programação, permitindo sensibilizar o público em geral para toda a abrangência estética, histórica e ética que o diálogo com a particularidade de cada sessão permite fomentar num discurso atento, crítico e motor de património imaterial.


Bragacult—CTB (Projeto de Intervenção Cultural)

Projeto de intervenção e revitalização cultural inserido no âmbito da parceria para a Regeneração Urbana do Centro Histórico de Braga que permitiu envolver instituições e comunidade, de forma a criar um projeto de longa duração, promovendo o contato dos intervenientes com valências multimédia, de escrita e representação, através do desenvolvimento de diversas Oficinas, com especial ênfase no desenvolvimento criativo. A criação e formação de públicos foi um dos principais objetivos deste projeto, no sentido da continuidade e dinamização cultural que se pretende para a cidade, bem como do enraízamento e desenvolvimento de sentido de pertença dos seus cidadãos, passando em muito pela reconstrução de espaços e memórias de Braga que a contextualizam na sua história e tradições. Pretendeu-se, em especial, envolver os cidadãos na construção cultural da sua cidade e região, de forma a transformar Braga num foco estimulante, dinâmico e criativo, com forte poder de atração também para o exterior.


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RIO ESTE


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RIO ESTE Reabilitação e requalificação do Rio Este e suas margens

O Rio Este é um eixo estruturante vital e incontornável na malha urbana, sendo encarado como uma mais-valia da cidade e das suas condições de vida. A sua zona ribeirinha deixa mesmo antever enorme potencial à luz de novos padrões de urbanidade, que valorizam o seu enquadramento com outros espaços verdes e a sua aptidão para espaço de lazer e de convívio em ambiente citadino. Nessa perspetiva, atribui-se especial atenção a arranjos urbanísticos do espaço ribeirinho em moldes favoráveis à sua articulação possível com a malha urbana que comunica com o centro citadino. A fase de intervenção em torno do Rio Este para a reabilitação e requalificação das suas margens, numa extensão de quase três quilómetros, engloba, por isso mesmo, a estratégia que visa promover uma ligação “transversal”, através de elementos físicos (ou imateriais), para a articulação deste curso fluvial com o resto da cidade, em especial a área central. Além de condições de acessibilidade, com percursos interligados ao longo do rio, pretende-se também melhorar o parqueamento automóvel, e complementar, melhorar ou dotar de zonas de lazer ou de desporto, articuladas com as zonas habitacionais e os equipamentos adjacentes. O objetivo final será ligar toda a cidade pelas margens do Rio Este para proporcionar a sua fruição plena e melhorar desse modo a qualidade de vida dos habitantes. Trata-se de transformar aquele curso fluvial na peça central que una zonas urbanas e áreas rurais e facilite a mobilidade entre diferentes locais ribeirinhos. A intervenção reforçará a aptidão do Rio Este e da sua área envolvente para enquadrar o vasto parque citadino que começou a ser gizado com a requalificação do espaço de S. João da Ponte para abranger também o Monte do Picoto, numa conjugação integrada de espaços verdes de domínio público entre nascente e poente e entre poente e sul, transmitindo desse modo uma imagem de cidade estruturada. O enquadramento do Rio Este e da sua área envolvente nessa extensa área florestada e ecológica em ambiente urbano vai depender, em grande parte, da melhoria da qualidade do seu leito e da arborização de espaços ribeirinhos, de forma a fazer deles locais seguros, limpos e saudáveis, muito valiosos em termos ambientais. Este processo de regeneração urbana pretende envolver as organizações representativas dos utilizadores ou de outras que possam realizar atividades diversificadas e abertas, capazes de enraizar hábitos de utilização permanente.

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OBRA EM FASE DE CONCLUSテグ


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RIO ESTE Reabilitação e requalificação do Parque da Ponte

PRÉMIO IHRU

CATEGORIA Reabilitação de Espaço Urbano

Pretendeu-se alargar e melhorar uso deste magnífico parque da cidade de Braga, tomando como referência os parques urbanos contemporâneos onde para além do espaço natural, os utentes encontram um conjunto de valências que melhoram a permanência e o uso do espaço natural. Assim, a intervenção do Parque da Ponte compreendeu a construção de um conjunto de edifícios destinados a equipamentos, como sejam a sede dos Amigos da Ponte, um restaurante e bar adoçados ao lago, a criação de um auditório ao ar-livre, do jardim do lago, de um parque infantil e a conversão do edifício do horto em videoteca Municipal. Compreendeu ainda a renovação de infra-estruturas elétricas, de drenagem de águas, do sistema de rega e do abastecimento de água, e a repavimentação e dotação do espaço de condições para uma melhor fruição do parque. A demolição de alguns edifícios e a remoção de peças em granito, a remodelação dos pavimentos, dos equipamentos e do mobiliário urbano obsoletos, foram o primeiro ponto da intervenção, seguindo-se tudo o que não possuía qualidade ou características compatíveis com o parque que se pretendia criar, estando incluídos neste conjunto elementos arbóreos e arbustivos. Para a implementação do “novo” parque utilizou-se uma geometria base para o desenho de edifícios, pavimentos, equipamento e mobiliário urbano de modo a garantir unidade na intervenção estabelecendo também uma relação temporal bem definida entre o que foi preservado e o que foi introduzido de novo. Arq.º Sérgio Borges /Arq.º Miguel Castro dmguru/divisão de renovação urbana

ANTES


DEPOIS


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RIO ESTE Reabilitação e requalificação do Monte do Picoto Um parque que já está renovado, um rio que ficará embelezado por pequenos bosques ribeirinhos e um monte altaneiro que será reflorestado e acessível ao lazer, eis a solução do Município de Braga para colocar a cidade ao alcance de uma vida mais saudável e propícia a atividades lúdicas. Com a mancha arborizada do Rio Este, do Parque S. João da Ponte e do Monte do Picoto, Braga passará a dispor do espaço verde público mais relevante do distrito, que poderá atrair também habitantes de outros concelhos. Em termos de mobilidade, o Parque de S. João da Ponte já está pronto para reforçar a travessia franca e atrativa entre a área urbana que corre de norte para sul (e de nascente para poente) e o Monte do Picoto, sobranceiro à parte sul da cidade. A requalificação dos espaços interiores e exteriores do Parque de S. João da Ponte criou as condições para enquadrar a sua componente bucólica no manto verde que passará a acompanhar o Rio Este, com o próximo arranjo urbanístico das suas margens até ao Parque de Exposições de Braga. O manto verde nascente-poente será prolongado para sul, a partir de S. João da Ponte, com a próxima reflorestação do Monte do Picoto, no âmbito do parque de lazer nele previsto. Pela primeira vez, vai ser possível articular, em termos de mobilidade urbana, o topo sul da Avenida da Liberdade e o Parque de S. João da Ponte com o Monte do Picoto e o conjunto de estruturas que nele serão implantadas para lhe renovar a imagem verde, florestal e ecológica e proporcionar assim o seu pleno usufruto. Esta solução urbanística colocará a capela de S. João da Ponte em comunicação franca e cómoda com o Monte do Picoto. Será através de um percurso que irá serpentear o próprio monte até à capela de S. Cristóvão, também a implantar lá, por ser nesta zona da cidade que os motoristas veneram, anualmente, o seu padroeiro. No âmbito do projeto, vai ser possível atravessar de automóvel o Monte do Picoto. A obra faz parte da primeira fase do projeto de revitalização que permitirá também prolongar a Avenida da Liberdade até à zona poente-sul do Estádio 1º de Maio. O acesso à referida variante será feito por duas rotundas, uma a construir na zona poente-sul do Estádio 1º de Maio, na saída de Braga para Guimarães, e outra no lado nascente do Monte do Picoto, junto à Quinta da Capela, na subida para Santa Marta da Falperra. O arruamento permitirá interligar pelo Monte do Picoto duas estradas nacionais, a EN 101 e a EN 309, até para aliviar no topo sul da Avenida da Liberdade, junto ao Parque da Ponte, o tráfego rodoviário entre Braga e Guimarães e vice-versa, uma vez que o escoamento estará facilitado pela via circular norte da cidade, a partir da estrada para a Falperra. ANTES


OBRA EM FASE DE CONCLUSテグ


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RIO ESTE Reabilitação e requalificação da Escola de Música do Mercado Cultural do Carandá

PRÉMIO IHRU

CATEGORIA Reabilitação de Edifício de Equipamento

«Neste projecto proponho retirar a cobertura, desenhar um jardim, uma rua e construir o programa “cultural” no pouco que ainda sobra.» Eduardo Souto de Moura

A reabilitação do Mercado do Carandá desenvolveu-se em dois momentos, correspondendo o primeiro à Escola de Dança, espaços comerciais e espaço ajardinado e o segundo à Escola de Música cuja intervenção decorreu no âmbito desta parceria. A Obra relativa à Escola de Música decorreu em duas fases, consistindo a primeira na demolição parcial do edifício existente, mantendo-se alguns dos seus elementos construtivos, nomeadamente as escadas e alguns pilares como testemunho da pré-existência; a segunda correspondeu à construção de um novo edifício destinado a uma escola de música. O acesso ao edifício, a partir da sua envolvente exterior, é feito num único ponto, tanto para aceder à escola de dança, como para aceder à escola de música, reforçando a ideia de que se propõe um único “espaço cultural”. No entanto, uma vez no recinto, existe uma franca separação dos programas ocupacionais, o proposto e o existente, através da existência de um muro transversal em pedra, uma preexistência do local, que nos permitiu definir a nossa área de intervenção. A entrada no edifício é feita a partir de um amplo espaço interior que dá, simultaneamente, lugar a várias funções. Dadas as suas características e a sua localização, este espaço funciona como foyer do edifício, área de apoio ao auditório e ainda como área polivalente para os alunos. Esta optimização do espaço encontra-se também apoiada pela distribuição do programa ao longo do edifício. Concentraram-se as áreas de carácter mais público junto da entrada e as restantes junto ao corredor de distribuição. Este desenvolve-se a partir do foyer, que corresponde a um eixo longitudinal de atravessamento do edifício, a partir do qual se podem aceder todos os espaços definidos no programa. O edifício conseguido é um corpo comprido que se desenvolve em dois pisos, onde são garantidas todas as acessibilidades necessárias a cada espaço, e todas as exigências de segurança dos mesmos. O Auditório pode ter um funcionamento independente, encerrando-se os espaços de aula com mecanismos próprios e abrindo-se assim para a cidade.

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DEPOIS


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RIO ESTE Quercus Ações de sensibilização e educação ambiental

Bragacult—CTB Projeto de Intervenção Cultural/Linha Verde

Projeto inserido no âmbito da parceria para a Regeneração Urbana do Rio Este, que promoveu atividades diversas de carácter ambiental e ecológico. Os principais objetivos das atividades realizadas passaram por sensibilizar a população para os problemas ambientais, demonstrando soluções ecológicas para utilizar no quotidiano; por integrar a população, em especial o grupo etário em idade escolar, no meio ambiente, suscitando-lhes o gosto pela realização de atividades ao ar livre; e por promover a maior sensibilização das populações para as questões ambientais e prevenir a degradação das áreas recuperadas. As atividades desenvolvidas incluíram a realização de oficinas sobre diversos temas como observação de aves, reutilização de resíduos, compostagem, vermicompostagem, fornos solares, caminhadas e exercícios de orientação nas áreas regeneradas e nas zonas envolventes ou observação de anfíbios.

Projeto inserido no âmbito da parceria para a Regeneração Urbana do Rio Este, que permitiu envolver instituições e comunidade, de forma a criar um projeto de longa duração que promoveu o contato dos intervenientes com valências multimédia, de escrita e representação, através do desenvolvimento de diversas Oficinas, que deram especial ênfase ao desenvolvimento criativo. A criação e formação de públicos foi um dos objetivos deste projeto, no sentido da continuidade e dinamização cultural que se pretende para a cidade, bem como do enraizamento e desenvolvimento de sentido de pertença dos seus cidadãos, passando em muito pela reconstrução de espaços e memórias de Braga que a contextualizam na sua história e tradições. Pretendeu-se, em especial, envolver os cidadãos na construção cultural da sua cidade e região, de forma a transformar Braga num foco estimulante, dinâmico e criativo, com forte poder de atração também para o exterior.


Bragahabit Ações de dinamização cultural do corredor verde urbano de Braga

Grupo Espiral

Projeto de intervenção social e humana que promoveu a participação de toda a população de Braga. A ação mais emblemática foi a da unidade móvel Brag@brinca (mini-autocarro itinerante), que levou às crianças mais desfavorecidas e desprotegidas dos principais bairros sociais de Braga atividades de interação lúdica, permitindo-lhes uma ajuda importante no seu desenvolvimento e no combate à exclusão, promovendo a integração social. O desenvolvimento de outras ações propostas, como os workshops e ações de informação, promoveram o debate e a reflexão, bem como a interação entre intervenientes e parceiros, de forma a obter conclusões que permitam a sã continuidade dos programas iniciados.

Este projeto, inserido no âmbito da parceria para a Regeneração Urbana do Rio Este, dinamizou os espaços públicos do Parque da Ponte e Monte do Picoto, através de ações de dimensão cultural e social, destinadas ao público em geral. Como principais objetivos contaram-se a promoção da música e da multiculturalidade, a par do desporto ao ar livre, usufruindo da paisagem e de espaços de lazer e das tradições populares portuguesas. Das diversas atividades realizadas destacam-se os workshops de Zés P’reiras.


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EVENTOS


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EVENTOS B//SIDE Evento de Arte Generativa OUT 2012 //Braga

PRÉMIO NACIONAL MULTIMÉDIA APMP CATEGORIA Arte e Cultura

O B//SIDE foi um evento de arte generativa idealizado pela Tripledesign como parte integrante do Plano de Comunicação desenvolvido para as PRU’s Braga — Parcerias para a Regeneração Urbana do Centro Histórico de Braga e Rio Este, 2009—2013. O Plano de Comunicação desenvolvido para as PRU’s Braga englobou a identidade visual, comunicação, divulgação de informação e criação e coordenação de algumas das iniciativas inseridas neste projeto. Braga foi palco de um evento único onde o público foi o ator principal: uma estrutura gigante, em forma de “B”, que serviu de tela audiovisual ao artefacto de arte digital com o qual todos eram convidados a interagir construindo, com os próprios movimentos do corpo, figuras geométricas em multiplicidade. Uma experiência única de interação ao ar livre com uma portentosa estrutura: uma instalação interativa que permitia a qualquer pessoa estabelecer um diálogo artístico-corporal com um sistema artificial. B//SIDE foi uma obra de arte generativa com aspectos pioneiros em Portugal, quer pelo conceito do evento e a tecnologia utilizada, quer pela sua dimensão e acontecimento em espaço público. A autoria do artefacto de arte digital foi de João Martinho Moura, artista digital bracarense. Esta obra permitia que a partir de vários padrões qualquer pessoa pudesse realizar uma imensidão de figuras geométricas a partir da sua intervenção criativa: através de videomapping e tracking em tempo real, os movimentos do público captados na área dos sensores, resultavam em projeções únicas sobre o “B” (símbolo do Município de Braga e das PRU’s) geradas pelo seu próprio movimento. Movimento, imagem e música são sincronizados num efeito único e original, produzido exclusivamente por cada pessoa: o público é o ator/artista, o “B” a sua tela, a cidade o seu palco! O espetáculo inaugural contou com a atuação da companhia de dança Arte Total, representando uma performance com direção artística de Cristina Mendanha. Braga destacou-se uma vez mais a nível nacional e internacional, afirmando a sua filosofia inovadora no âmbito tecnológico, artístico e cultural, promovendo-se como cidade de futuro e de juventude inovadora.



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EVENTOS Exposição Zonas Verdes

Esta exposição assumiu um importantíssimo papel, uma vez que serviu como plataforma promocional, ilustrativa e, inclusive, reflexiva sobre todo o projeto e a sua abrangência. Realizada em plena Av. Central, foi um local de passagem, de paragem, de consciencialização e de inspiração sobre a cidade e a sua evolução, um local de reunião e discussão positiva. A ideia foi, uma vez mais, envolver o público no projeto, procurando que este ganhasse uma consciência e dimensão maiores, para que os cidadãos ficassem a conhecer algumas das obras realizadas ao abrigo das PRU, apercebendo-se das diferenças acontecidas na sua cidade—sentindo como este projeto lhes permite viver melhor e ter mais Braga! Ainda sobre este tema, foi realizado um vídeo, exibido na exposição e divulgado de forma viral por todas as redes sociais e site aregenerarbraga.com, ilustrando o futuro deste quadro de intervenções.



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EVENTOS Concurso de Fotografia Vê Braga MAI/JUL 2013 Vê Braga – A Regeneração Urbana de Braga é vista pelo olhar de cada um! Desafiamos todos os interessados a percorrer a cidade de Braga, fotografando as obras dos PRU que decorreram entre 2009 e 2013. Quisemos que o público visse pelos seus olhos, e fotografasse, as transformações acontecidas na cidade através do símbolo deste projeto, um stencil com o recorte de um “B”. Aqui ficam, em jeito de registo, as 10 mais votadas online pelo público conforme regulamento do concurso ao qual foram sumetidas/apresentadas 257 imagens que receberam cerca de 12 000 gostos. 1. Filipa Matos 2. 4. 6. 7. João Nuno Alves Lopes 3. Gonçalo Delgado 5. Ana Catarina Dias Azevedo 8. Manuel Ferreira Azevedo 9. 10. Alexandrina Barbosa

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