Tribuna Espirita - Setembro 2013

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ARARAQUARA/SP - SETEMBRO DE 2013 - ANO 1 - 5000 EXEMPLARES - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Bem-aventurados

Fardo leve

Jesus tinha motivos muito sérios para iniciar o Sermão da Montanha com a humildade...

A conceituação espírita a respeito do assunto é maravilhosa, oferecendo-nos as melhores perspectivas para uma existência feliz e produtiva...

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Homenagem a Wallace

A evangelização dos filhos

Rosinha Toledo, e Ernesto Lia, paginas de saudade com nosso querido Wallace..

Por que levar meus filhos para a evangelização espírita infantojuvenil promovida pelo centro espírita?

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Desde o espetáculo do nascer do sol - que soa como amável e silencioso convite ao trabalho -, às frutas ou perfume das flores, à condição de seres sociais que se relacionam para o mútuo crescimento e mesmo a uma infinidade de tesouros que nem percebemos... Página 7

Dever de gratidão Donos do mundo?

Especial - EAC

Jesus disse: “Vós sois deuses”; nós, entretanto, estamos ainda distantes de realizar os prodígios condizentes com o ideal do Cristo...

Tudo sobre o maior evento espírita regional de 2013.

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Araraquara, setembro de 2013

Editorial Caro amigo leitor É com muita alegria que iniciamos uma grande jornada. Lançamos o Jornal Tribuna Espírita, um veículo independente para divulgação dos ensinamentos de Jesus, através da Doutrina Espírita, que tem por finalidade promover o estudo, a difusão e a prática do Espiritismo, com base nas obras da Codificação de Allan Kardec, com vistas à vivência do Evangelho. Será um jornal mensal que circulará em Araraquara (SP), Matão e região, com tiragem inicial de 5 mil exemplares e versão digital, disponível no site www. tribunaespirita.org. Não tem fins lucrativos, por isso será distribuído de forma gratuita; toda a renda arrecadada pela venda do apoio cultural será 100% destinada à produção, impressão e distribuição. Nosso trabalho é voluntário, e nossa motivação é divulgar o bem, para que possamos viver num mundo justo, solidário e fraterno, respeitando o ser humano sem qualquer distinção ou discriminação de sexo, cor ou raça, credo político ou religioso, e status social. Agradecemos a DEUS pela oportunidade confiada, e a toda equipe que fez com que este projeto, que era um sonho, se tornasse realidade. Abraço Fraterno. G.E.A.A - Grupo Espíritas Anônimos Araraquara

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” – Mateus 5:3

Sidney Francez Fernandes*

Jesus tinha motivos muito

sérios para iniciar o Sermão da Montanha com a humildade. O instinto de preservação que defendeu o homem na animalidade está ainda impregnado em seu espírito. Daí decorre que, pessoas que se esforçam para manter a humildade ou tem natureza tímida, podem vir a ser massacradas, ora por colegas e amigos, depois pelos concorrentes profissionais, mais além por familiares e depois por toda a sociedade. Em algumas pessoas, pode surgir uma espécie de carapaça protetora. E então, o outrora perseguido ou vítima vira opressor. Os prepotentes e belicosos serão convidados à reflexão pela dor. “É o sofrimento, e só o sofrimento, que abre no homem a compreensão interior” (Gandhi). Há, entretanto, os que não conseguem cultivar a humildade por autodefesa ou por desconhecerem os estragos que provocam. “Sou simples, humilde”, afirmam alguns com

EXPEDIENTE

Iniciativa: G.E.A.A - Grupo Espíritas Anônimos Araraquara

convicção. Não conseguem parar e refletir na própria conduta. E continuam sofrendo, por fazer sofrer. Como cultivar a humildade numa sociedade agressiva e egoísta? Conviver pacificamente, sem se expor à maldade alheia, requer exame constante de nossos procedimentos, identificando seus aspectos negativos: - Sob o pretexto de defender nossas ideias, não podemos ser os “donos da verdade”, deixando de admitir os próprios erros; - Vangloriar-se, presumir-se superior e diminuir o interlocutor são atitudes que envenenam um relacionamento; - Podemos perfeitamente demonstrar nossa capacidade e revelar nossos talentos. Não significa que devamos manipular, fugir da responsabilidade, menosprezar o concorrente ou monopolizar as oportunidades; - O mercado atual valoriza o pragmático e o versátil. No entanto, o bom profissional deve vacinar-se contra o melindre, a exagerada preocupação com si mesmo, o vocabulário pedante e a resistência para rever seus procedimentos. A reciclagem constante é exigência do progresso. É possível progredir e fazer sucesso sem ostentação ou deslealdade. A palavra chave é ASSERTIVIDADE: agir e verbalizar, ainda

Jornalista responsável: Cássio Leonardo Carrara MTB 73452/SP Diagramação: Leandro Aparecido Pardine Cássio Leonardo Carrara

que com firmeza, SEM AGRESSIVIDADE. Geralmente, não é O QUE fazemos que ofende. É O MODO como fazemos! À injusta acusação dos escribas – “Ele blasfema!” – Jesus teve alguma resposta agressiva? Ao contrário. Respondeu docemente: “Por que pensais mal em vossos corações?”. Diante da incredulidade dos discípulos Jesus indagou: “Por que temeis, homens de pouca fé?” Algum sinal de prepotência? Suas reações sempre foram maduras, educadas e assertivas. Simples! Como deve ser o nosso espírito. Precisamos aprender a cultivar esses exemplos. r *sidney@tribunaespirita.org

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Araraquara, setembro de 2013

Fardo leve equação matemática, estabelecendo perfeita proporção entre elas e a resistência do Espírito. O que a experiência demonstra é que as provações estão bem distantes desses limites. Há, digamos, enorme folga entre o que ele sofre e o que tem condições de suportar.

alternativas, em que o criminoso, em vez de ir para a prisão, escola de criminalidade, de onde geralmente sai pior, recebe sentença diferente. É condenado a prestar serviços comunitários, em instituições filantrópicas, aprendendo o valor dos serviços de ajuda ao próximo. A justiça humana apenas copia a Justiça Divina, que funciona assim.

Como todo pai, Deus quer os filhos felizes. Costumamos confundir sofrimento com infelicidade. Sofrimento é imposição da vida. Felicidade é uma construção pessoal, na intimidade de nossa consciência. Quem compreende isso jamais pensará em suicídio ao enfrentar provações. Em boa lógica, as dores do mundo deviam nos fazer felizes, como feliz fica o devedor ao quitar seus débitos.

4 – Poderia exemplificar? Há a história daquele Espírito altamente comprometido com o erro e o vício. Ao reencarnar, pediu aos seus 6 – Há penas alternativas para o Richard Simonetti* mentores que queriam enfrentar os resgate de nossos débitos cármicos? 1 – Qual a responsabilidade do piores males da Terra, ávido por resgaJesus proclama, no Sermão da 8 – A conceituação espírita a respeito suicida que enfrentava sofrimentos tar seus débitos. Os mentores fizeram Montanha (Mateus, 5:7): Bem- do assunto é maravilhosa, oferecendosuperiores às suas forças? nos as melhores perspectivas Isso não existe. Seria para uma existência feliz puro sadismo de Deus e produtiva, não obstante impor sobre os ombros de vivermos num planeta de um de seus filhos um fardo provas e expiações. Mas há impossível de ser carregado. um problema: como passar esse O peso de nossas provações conhecimento para aqueles que é, invariavelmente, compaprecisam dele? tível com nossas forças. Esse é o dever de todos os que conhecem a Doutri2 – Não obstante, o fato de na Espírita, os que se beo suicida considerar que o farneficiaram de suas luzes, os do é superior às suas forças não que tiveram sua existência funciona como atenuante? valorizada pela visão objeTalvez, em relação às tiva das realidades espirisuas responsabilidades, mas tuais. Somos chamados a não o isentará dos desaparticipar dos movimentos justes perispirituais que de divulgação doutrinária, provocará em si mesmo, colaborando com jornais impondo-lhe tormentos na espíritas, integrando gruvida espiritual, nem dos reclamos da diferente. Considerando que ele não -aventurados os misericordiosos pos no Centro Espírita e, como consciência a lhe dizer que lhe faltou teria a mínima condição de enfrentar porque alcançarão misericórdia. E diria Castro Alves, distribuindo um mínimo de confiança em Deus. semelhante expiação, planejaram para repete o profeta Oséias (Mateus, livros à mão cheia, convidando o ele algo bem mais simples. Seria mé- 9:13): Misericórdia quero, e não povo a pensar em termos de imor3 – Não é complicado imaginar dium, dedicado ao trabalho de ajuda sacrifício. Deus nos permite, em talidade, como só o Espiritismo é que os mentores espirituais, que orien- a encarnados e desencarnados. Como Sua bondade, substituir a moeda capaz. Teremos, então, um número tam a reencarnação de seus pupilos, instrumento da Espiritualidade, con- do sofrimento pela moeda da mi- cada vez menor de pessoas que sericórdia, o empenho em socorrer pensam em fugir da vida pela porta façam uma dosagem dos males que quistaria sua própria redenção. nossos irmãos, no resgate de nossos falsa do suicídio, ampliando-se o irão enfrentar, estabelecendo limites 5 – Com semelhante providência débitos cármicos. às provações como quem prepara uma contingente de pessoas capazes de equação matemática, a fim de que não não estaria ele faltando aos seus comenfrentar com serenidade e alegria promissos? 7 – Isso significa que não precisamos os desafios da existência. r se rompa a sua resistência? O aperfeiçoamento da justiça transitar pela Terra em clima de infeObviamente, não podemos enquadrar as provações humanas em simples humana criou a figura das penas licidade para os necessários reajustes? *richardsimonetti@tribunaespirita.org


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Araraquara, setembro de 2013

Homenagem a Wallace Leal Valentin Rodrigues Nascido em 11 de dezembro de 1924, em Divisa-ES. Wallace veio para Araraquara com a família na década de 30, estudou Ciências Econômicas em Ribeirão Preto, e ofereceu grande contribuição à cultura de Araraquara principalmente entre as décadas de 50 a 60. Ator e diretor de teatro, produtor, autor e diretor de cinema, escritor, jornalista, Wallace desenvolveu intenso trabalho doutrinário com a tradução e publicação de obras, além da edição das conhecidas publicações da Casa Editora O Clarim de Matão, onde foi editor chefe.

Nesta edição especial de lançamento da Tribuna Espírita, prestamos nossa homenagem a este ilustre Araraquarense. Conversamos com Delfina Rosa Rodrigues Toledo, a Rosinha Toledo, e com o artista plástico araraquarense Ernesto Lia, que conviveram na intimidade de Wallace e nos narraram suas memórias, de conteúdo inédito e comovente: Mocidade Espírita de Araraquara – uma página de saudades com nosso querido Wallace, por Rosinha R. Toledo Recuando no tempo (década de 40), recordo-me do Wallace descendo a Avenida 15 de Novembro, juntamente com Sra. Ninira, sua irmã e mais algumas pessoas. A eles juntávamos eu, minha mãe e mais alguns irmãos que vínhamos

da Avenida D. Pedro. O destino era o Centro Espírita situado mais abaixo naquela avenida. Àquele tempo, os trabalhos mediúnicos eram realizados de portas abertas, com acesso a todos que ali quisessem entrar. Esse foi o meu 1º contato com o Wallace. Passado algum tempo – a vida encarregava-se de nos afastar –, raramente o via pela cidade, embora ouvisse sempre referências elogiosas a seu respeito no campo das realizações culturais e filantrópicas. Já em 18/7/1948, quando da instalação do I Congresso de Mocidade Espírita do Brasil, no Teatro João Caetano, de Araraquara, se fizeram representar Dr. Ayrton de Toledo e Wallace L. Rodrigues, tamanho o seu engajamento no movimento espírita. Tornei-me espírita lá pelos idos de 1949, mais precisamente no dia 10/9, e fui muito bem recebida na recém-nascente Mocidade Espírita. Formara-se um grupo de jovens que, unidos, definiriam as metas norteadas do movimento espírita em Araraquara, nos setores da Evangelização Infantil, Mocidade e Centros Espíritas, igualmente sendo responsáveis pela Fundação da União Municipal Espirita (U.M.E.). Embora de formação espírita desde a infância, somente lá pelos anos de 1950 pudemos contar com a presença e participação desse querido companheiro Wallace na Mocidade, à qual imprimiu grande dinamismo. Com a sua interferência, aliada à ajuda e entusiasmo de todos, a Mocidade pôde contar com a presença ilustre de alguns cientistas, filósofos e escritores de renome nacional e internacional. Como exemplo citaríamos, entre outros, Pietro Ubaldi, autor da monumental obra A grande síntese, além do jovem e promissor Divaldo Pereira Franco e o deputado Campos Vergal. Sua participação na mocidade foi multifacetária, nos campos da cultura, das artes, do lazer e estudos com pesquisa e investigações. Em 1951, os jovens reunidos decidiram sobre a importância da criação de um órgão de divulgação

Arquivo pessoal – Rosinha

Festa Social da Mocidade Espírita: Ayrton Toledo; Rosinha Toledo; Wallace; Candido; Nestor Mazotti; Paulo Castro; Élcio Zaneta; Aroldo Rossom; Luiz Parreira; Pedro Coli; Raphael de Medina; Sra. Ninira; Sinira Leal e outros.

de suas atividades e dos postulados da Doutrina Espírita. E foi, assim, lançado um pequeno periódico, ao qual deram o nome de Folha Juventina. No 1º número, na capa, logo abaixo, Wallace escreve: “Não tenho queda para reportagens. Para crônicas, sim! Acho apaixonante escrever para as gerações que virão. Escrever para homens e mulheres do meu tempo, acontecimentos e iniciativas, experiências a frustrações. Sei que um dia, a coletividade desta “Toca do Sol” será toda espírita. Nesse dia, muitos desejarão saber como cresceu a árvore Evangelho Kardeciana nesta terra. A ‘Folha Juventina’ contará”. (Palavras proféticas) Ficaríamos aqui escrevendo páginas e páginas sobre a importante participação desse querido companheiro de ideal, que fez nascer entre ele e nós, já amigos, uma grande camaradagem cimentada na amizade verdadeira e no respeito. Aos domingos, costumávamos passar o dia praticamente juntos, desde as reuniões doutrinárias matinais, seguidas de passeios à tarde e culminando nas sessões de cinema. Que dias inesquecíveis aqueles! Creio que para nós e para ele foi um tempo bastante proveitoso e feliz. O meu relacionamento pessoal com Wallace estreitou-se sobremaneira devido às constantes conversas, trocas de ideias e impressões, ou talvez por razões que se perdem na esteira do tempo. Por ter ele um

espírito muito investigativo e eu incomodava-me com aquilo que não suscitava respostas às minhas dúvidas e curiosidades, por isso, assediava o querido amigo Wallace com muitas indagações. Certa vez, Wallace disse-me que havia terminado um livro, mas que estava com dúvidas quanto ao nome. Pediu-me se eu aceitaria opinar sobre o assunto, o que já fora solicitado a algumas pessoas. Naturalmente aceitei, mas tive que lê-lo. Estava ainda no original, com algumas correções a serem feitas. Os nomes propostos eram: “O que veio por último” ou “Esquina de Pedra”. O assunto versava sobre o nascimento do Cristianismo e, posteriormente, sua adulteração selada no Concilio de Niceia, com a nomenclatura de Catolicismo de caráter mais político que religioso. Como houve consenso nas opiniões solicitadas, sagrou-se o nome Esquina de Pedra. Intrigada com a qualidade e diversidade de informações e situações de certos detalhes apresentados no livro, quis saber dele algumas explicações. – Como, onde, quem lhe fornecera tão vasto material, Wallace? – e ele respondeu. – Rosinha, eu estava e me sentia lá. Posteriormente à publicação do livro, ele incluiu no final uma nota da qual o último paragrafo passo a transcrever:


PÁGINA 5 “Este livro, escrito sob forte vibração espiritual foi enriquecido por esses informes (da nota) quando já havia sido terminado. Acreditamos firmemente que todos os acontecimento e personagens presentes são reais e que os acontecimentos foram apenas suavizados, uma vez que nos sentimos dentro das cenas ao escrevê-lo. Várias das personalidades retratadas já foram detectadas por nossa sensibilidade. Todavia, isto não quer dizer absolutamente que A Esquina de Pedra seja um livro psicografado. Durante conversas com Carlos Alberto, ex-secretário e amigo do Wallace, para poder escrever esta crônica, ele não só confirmou a veracidade das minhas informações, como acrescentou que o nosso amigo em comum assegurava-lhe que tinha a faculdade dos desdobramentos constantes, narrando-lhe sobre algumas vidas que intuíra ter. Em relação ao livro A Esquina de Pedra, Wallace garantiu-lhe ter sido um soldado romano e testemunha das grandes perseguições aos cristãos da época. Isto me tranquilizou quanto à autenticidade das minhas afirmativas, já confirmada também por outros amigos que conviveram conosco na Mocidade Espírita. Lá pela década de 70, encontramo-nos e numa conversa usual, ele falou-me que estava esperando umas cópias que viriam de Londres e que tratavam das experiências de Sir Willian Crooks, um dos maiores sábios da época sobre materializações. – E como você obteve esse material? – perguntei curiosa. – Talvez movido por forte interesse pelo assunto, desdobrei-me e fui até Londres constatando que aquele precioso acervo estava à salvo – respondeu Wallace. Após a publicação do livro, lê-se no prefacio: “O trabalho foi árduo. A nosso favor tínhamos apenas as antigas coleções de órgãos espíritas dos arquivos schutelianos, e, inesperadamente, a descoberta de que os bombardeios de Londres não tinham destruído de todo as chapas fotográficas que Mr. Harrison, editor do “The Spirítualist” e o próprio Sir William Crookes haviam batido. Obter cópias foi um trabalho de obstinação.”

Araraquara, setembro de 2013 Eu estava no Colégio Progresso fazendo um curso complementar e o professor de Pedagogia pediu-nos um trabalho sobre um pedagogo famoso. Sem dúvidas escolhi Pestalozzi, pois não há apenas um simples elo sentimental casual entre este pedagogo e Kardec, ambos discípulos do mesmo Mestre que a todos nos inspira: Jesus. Sabia que o Wallace estava participando de um concurso de nível nacional sobre esse famoso educador. Solicitei-lhe algumas informações a respeito, e ele, atencioso como sempre, emprestou-me o original do seu trabalho. Até hoje guardo com carinho os apontamentos que completaram satisfatoriamente o meu trabalho e fiquei muito feliz em saber que ele obteve a consagração com o 1º lugar, merecidamente. Curiosa como sou, nesse papo de como, quem, quando, ele informou-me. – Eu me via junto a Pestalozzi às margens do Lago de Genebra, conversando amigavelmente. E dessa forma foram obtidas certas particularidades e informações – ele tinha facilidade no processo de desdobramento, como já dissemos anteriormente. Outro episódio pitoresco ocorrido que ele frequentemente nos narrava. – Sabe Rosinha, eu me vejo numa bela carruagem onde estão sentados ao meio Napoleão Bonaparte, ladeado por Madame de Staël (romancista e ensaista francesa que incorporou, como poucas mulheres, o espírito do Iluminismo francês) e a mulher mais linda da França. Empolgado e envaidecido, ele diria: – Estou entre uma das maiores inteligências e de mais exuberante beleza da França. Ao que eu lhe respondia: – Infelizmente não posso dizer o mesmo! Notava que ele sentia um grande prazer ao contar-me esse episódio. São conhecidas as diferenças entre Napoleão e Madame de Staël, daí o sorriso como uma pequena vingança. Isto porque Wallace sentia fortes indícios de ter sido a famosa escritora. Passaram-se alguns anos e lá pela década de 80, soube que Wallace se encontrava doente. Naquela época

eu era Coordenadora da Mocidade Espírita da “Obreiros do Bem”. Então, preocupada com as condições de sua saúde e igualmente saudosa, achei oportuno levar o presidente da Mocidade, o Sr. Braz, para conhecê-lo e sugerindo-lhe que pedisse a permissão para uma entrevista a respeito de sua biografia. Telefonei-lhe sobre minha intenção, pois ele já estava restrito quanto às visitas. Felizmente anuiu como sempre fazia quando solicitava-lhe algo. Marcamos dia e hora. Fomos recebidos com cortesia e quanto ao objetivo que ali nos trouxera, além da visita, argumentou ser melhor aproveitar aquele encontro com um papo mais agradável e descontraído e que ele mesmo escreveria sua biografia, entregando-a assim que estivesse pronta. E assim aconteceu. Depois de algum tempo de conversa agradável, Wallace apontoume um baú num canto, desafiandome a dizer o que se encontrava lá. – Olha Wallace, vindo de você, poderá ser até as Tábuas da Lei! Sorri. – Não Rosinha, mas é algo de suma importância. Trata-se de um livro de Mlle Clarie Baumard, cuja tradução e prefácio redigido por ela demonstrou ser de grande valor histórico. Essa senhora, ef iciente secretária e também grande amiga de Léon Denis, revela que no decorrer dos anos em que exerceu suas funções junto ao escritor já cego, redigiu um Diário, ao qual não recorreu para a leitura de sua obra. Deixava para os mais capazes e admiradores, trazerem ao mundo, a síntese de sua extraordinária obra e ímpar personalidade. Há dois prefácios no livro: um explicativo de Wallace, mais extenso, fornecendo-nos informações valiosas sobre a vida de homens que preludiaram o advento da 3ª Revelação. Coloca o Espiritismo num contexto histórico, tornando mais compreensível o seu surgimento do Luzeiro prometido pelo Mestre Jesus. O outro prefácio, de Sir Arthur Conan Doyle, também enaltece a figura desse notável Apóstolo. Achei que Wallace ficou inconformado pela autora não querer valer-se de seu Diário. Dizia ele: – Em que mãos estariam agora o precioso documento (Diário)?

Desapontado escreveria ao lado de seu prefácio – “O que o livro de Clarie Naumard não contou...” Conhecendo-o bem, estranhei o fato de não ter conseguido localizar o paradeiro de tal preciosidade. Estaria o nosso Sherlock Holmes do Espiritismo perdendo o faro? No dia do lançamento do livro “Léon Denis na intimidade”, realizado na banca espírita que fica em um das praças centrais de Araraquara, eu me ofereci para ir buscá-lo de carro, pois suas condições físicas não o permitiam ir a pé. Assim procedi e trazendo-o após o término com meu exemplar debaixo do braço, devidamente autografado com dedicatória. “Para minha queridíssima Rosinha, com o beijo e o coração. Wallace.” Guardo-o com muito carinho e saudades. Finalizando, arrojo-me o direito de tecer algumas impressões a respeito do meu caro amigo Wallace, embora sem as suas condições culturais de pensar e se expressar, que tanta admiração causavam a todos. Por isso vou me utilizar de outro instrumento, o coração, para que através de palavras simples e singelas, chegue até o seu, esse órgão da fé e da esperança e com o qual divisamos os verdadeiros amigos. Dando asas à imaginação, como numa comparação analógica, sempre via o Wallace assimilando-se a um pássaro multicor de exuberante e linda plumagem, preso numa gaiola dourada; por vezes feliz e saltitante diante dos olhares maravilhados de sua beleza e maravilhoso canto; outras vezes, entristecido, pois apesar da admiração causada e sabendo-se ser um ornamento raro, sofria com os grilhões da prisão e por atitudes intempestivas de crianças, jovens e até de alguns adultos totalmente distanciados do respeito, da sensibilidade e, sobretudo, do amor. A dualidade de sentimentos nos surpreende a cada passo. Quando merecer disfrutar a felicidade completa? Nós bem sabemos; quando a conquistarmos e ela exige esforço, luta, desapego, equilíbrio, enfim, evolução espiritual. Mas ainda somos seres humanos fragilizados, principalmente em nossas emoções.


Araraquara, setembro de 2013 Ah! Se tivéssemos o condão de perscrutar a alma nos seus escaninhos mais profundos. Quem poderá prever as lágrimas de alguém, mesmo estando em situação privilegiada? Maria Dolores, com sua extrema sensibilidade, através da psicografia de Chico Xavier, nos brindou com uma verdadeira pérola de sabedoria. O poema Erros de Amor, do qual extrai uma estrofe que nos leva à reflexão. Entre o afeto que sonha e o dever que governa, Quando conflito surge e quantos anseios vêm! Quando a dor de ser só escurece o caminho Ninguém pode prever as lágrima de alguém... O nosso belo pássaro, inconformado com seu destino, debatia-se, machucando as asas nas grades da gaiola, na inútil tentativa de quebrá-la. Queria voar, ver o sol frente a frente, contornar as estrelas, sentir mais próximo o suave perfume das flores e o êxtase do amor; desfrutar do direito de não ser caçado, perseguido, aprisionado, discriminado, enfim, viver intensamente a sua sensibilidade. A ave mais ferida por expectativas e sonhos, não realizados, tornase prisioneiro de si mesmo e contrapondo-se à expressiva contribuição ofertada para a valorização das coisas enriquecedoras, continuou machucando-se, machucando-se sem ter realizado a plenitude de vida almejada. Um dia encontraram-no muito ferido e morto. Os que passavam diziam: – Olhem o pássaro de ímpar beleza, que tanto enriquecia nossas vidas, que alegria e felicidade ele nos

proporcionava. Que grande perda, sentiremos muitas saudades. Alguém retrucou: – Deus que é justiça e misericórdia, não deveria permitir essa morte tão triste! Disse outro: – Pois foram exatamente esses tributos Divinos que proporcionaram-lhe condições para a devida reabilitação, reduzindo sua liberdade que tantos perigos oportuniza. Deus protegeu-o, meu caro, dos outros e dele mesmo. Porventura não somos todos igualmente prisioneiros dos corpos que merecemos? Q u e vo c ê, q u e r i d o a m i g o Wallace, capte através da acústica do seu sensível espírito, hoje livre, a verdadeira intensão dessa pequena e sincera oferenda. De sua amiga Rosinha. r Wallace Leal Valentin Rodrigues Por Ernesto Lia Sinto-me honrado, convidado que fui para falar sobre Wallace Leal Valentin Rodrigues. Preservar memórias é um dever necessário para que não se destruam patrimônios que retratam a nossa história. Viajam, assim, pela minha mente, belas e boas lembranças que guardo desta notável criatura, cuja transparência de alma em vida era tão peculiar. Wallace escreveu muitas peças teatrais: era como diríamos, uma verdadeira enciclopédia. Várias peças foram encenadas em Araraquara e outras cidades também. Montou com sucesso o filme intitulado “Santo Antônio e a Vaca”, totalmente realizado em Araraquara e cercanias; outros filmes também foram iniciados, como “Aurora de Uma Cidade”. Seu talento artístico era nato. Sua intelectualidade e sua

impecável postura destacavam-no através do ingrediente básico na conduta humana conhecido por Humildade. Era notório o seu prestígio com relação à cultura. O foco que Wallace dava aos textos teatrais era tanto constante, quanto positivo. Tanto é que os participantes de uma encenação passavam pelo seu crivo espontaneamente, com sucesso inigualável. As apresentações foram expandindo-se e assim aconteceu a apresentação do TECA – Teatro Experimental de Comédia de Araraquara – na capital da República, na época o Rio de Janeiro. O convite para o acontecimento foi feito pelo Ministro da Cultura, Paschoal Carlos Magno, que se sentiu orgulhoso por tê-lo levado para a Cidade Maravilhosa. O sucesso foi muito grande, dando ao TECA e logicamente ao Wallace todo o crédito artístico-cultural possível. O que realmente marcou o nosso conhecimento foi o interesse pela Arte em todas as suas manifestações. Nossa busca com respeito à cultura era incansável. Os assuntos versavam sempre pelo cinema, teatro e artes plásticas, ele com suas preferências: Tennessee Williams, Rilke e outros. Também discorríamos sobre Van Gogh e Rembrandt. Foi um crítico de arte mas não um artista plástico. Com relação às artes plásticas, eu estava rumo ao profissionalismo, manifestava insistentemente o seu desejo de ser retratado por mim. O referido portrait foi realizado numa das dependências da casa de seu cunhado e irmã, Sr. Rafael de Medina, e esposa, Ninira, onde nos reuníamos sempre e que nos deixou uma saudade imorredoura. Entre tantas lembranças que tenho de Wallace, figura o quanto ele foi útil e valoroso. Pertencendo à enti-

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Reprodução da tela do pintor Ernesto Lia, de 1951, que constou da matéria do Jornal O Diário, de 1966, na exposição em homenagem ao retratado Wallace L.V. Rodrigues, durante o EAC/2013.

dade espírita, trabalhou com afinco em atenção aos necessitados. Tinhas constante ligação com Chico Xavier. Sempre procurava ser útil na força dos seus atos, através de autêntico trabalho filantrópico, na mais pura realização do ser humano. A figura de Wallace merecia ter ficado eternizada em nosso Teatro Municipal, tantas foram as encenações programadas por ele e pelos artistas que passaram pela sua aprovação. Seu nome, ainda, deveria constar de uma instituição espírita, pela sua extrema dedicação à religião e por tanto carinho e despojamento que devotava às causas nobres. r O artista araraquarense Ernesto Lia é Acadêmico honoris causa e Vice-Presidente da Academia Brasileira de Belas Artes, membro da Accademia Mondiale Degli Artisti e Profissionisti, em Roma, membro efetivo de outras entidades nacionais e internacionais de arte.


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Dever de gratidão

Orson Peter Carrara*

Devemos tudo à vida abun-

dante que desfrutamos. Deus, o Criador, dotou-nos de vida e possibilitou-nos intenso e contínuo aprendizado. Para que pudéssemos evoluir, aprender, e, portanto, adquirir méritos do esforço colocado a serviço da conquista da felicidade, cercou-nos de inúmeros recursos. Entre eles estão as maravilhas produzidas pela natureza. Desde o espetáculo do nascer do sol – que soa como amável e silencioso convite ao trabalho –, às frutas ou perfume das flores, à condição de seres sociais que se relacionam para o mútuo crescimento e mesmo a uma infinidade de tesouros que nem percebemos. Sempre estão a nossa volta e o espaço desta página seria insuficiente para relacionar. Colocou-nos num planeta rico de possibilidades e perspectivas.

Dotou o planeta de água, fauna e flora abundantes; deu-nos os animais, pássaros e outros seres como companheiros de viagem e ainda escalou experimentados irmãos mais velhos que visitam o planeta periodicamente para ensinar o caminho do acerto e da felicidade. Entre eles, o maior de todos, Jesus de Nazaré, mensageiro do Evangelho, porta-voz direto do Pai Criador e que vivenciou em si mesmo o que ensinou. Diante das possibilidades abertas, a humanidade vai caminhando, errando, acertando, aprendendo. Descobrimos nossas próprias leis, estamos pesquisando o que ainda nos intriga e lutamos contra dificuldades e obstáculos que são próprios e naturais de nosso atual estágio evolutivo. Sim, porque somos criaturas em caminhada, imperfeitas, inacabadas. O tempo nos levará à perfeição relativa, quando estaremos promovidos à condição de cooperadores da grandiosa obra de Deus. Es s a s reflexões todas convidam-nos a pensar com mais

seriedade sobre a vida no planeta. Não estamos aqui a passeio. Também não estamos no planeta pela primeira nem última vez. Somos todos irmãos, devemo-nos solidariedade recíproca e cumprimos um justo programa de autoaperfeiçoamento, cuja finalidade é o progresso individual e coletivo. E neste coletivo incluímos toda a sociedade do planeta, em todos os sentidos e níveis que se queira analisar. No geral, devemos entender que, como filhos de um Pai Bondoso e Justo, que ama profundamente suas criaturas, fica o dever do auto-aprimoramento intelecto-moral, único instrumento real de equilíbrio e fe-

licidade. E consideremos que tudo isto enquadra-se até num dever de gratidão a tudo que recebemos diariamente de Deus, o Pai de todos nós. E pensemos que o auto-aprimoramento intelecto-moral nos levará pelo menos a duas consequências inquestionáveis: dominaremos o egoísmo feroz que ainda nos domina (o que determinará o fim da onda de sofrimentos que abate o planeta) e partiremos, porque mais conscientes, aos deveres da solidariedade que, por consequência, trarão o equilíbrio que esperamos. r *orson@tribunaespirita.org


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Os pais e a evangelização dos filhos ações do Centro Espírita, conclama aos espíritas o trabalho de educação das novas gerações para termos um mundo melhor. Os filhos e a evangelização Se encontramos no Espiritismo respostas às nossas dúvidas existenciais; consolo aos nossos sofrimentos; renovação dos ideais de vida; oportunidade de aprender a amar o Marcus De Mario* próximo; ensejo de libertação e crescimento moral e espiritual, qual a raPor que levar meus filhos zão de não entregar esse verdadeiro para a evangelização espírita in- tesouro aos nossos filhos? Se temos fantojuvenil promovida pelo centro tempo de realizar um tratamento espírita? Qual a importância disso espiritual, de assistir uma palestra para a vida deles? E eu, como pai ou mãe, tenho alguma participação nesse processo? Tais são as perguntas que pretendemos responder neste texto, lembrando, para iniciar, que o Espiritismo é, essencialmente, doutrina de educação do ser imortal presentemente reencarnado, e como todos somos espíritos imortais, todos somos necessitados de educação, que deve ter por base os ensinos e exemplos do Mestre Jesus. Educar é criar hábitos, é transmitir valores, é religar a criatura a Deus, Pai e Criador, é colocar Cristo nos corações, é combater as más tendências trazidas pelo espírito de outras existências. Esse conjunto de defini- pública, de receber um passe, o que ções também nos leva a um conjunto nos impede de ter tempo para levar de ações em que se insere a evange- nossos filhos à evangelização? lização promovida pelo centro esMuitos pais que tanto se preocupírita, quando crianças, adolescentes pam com a saúde, a escola, a roupa, e jovens entram em contato com os brinquedos, os passeios dos filhos, os princípios espíritas, tais como a devem igualmente preocupar-se com existência de Deus, a imortalidade a sua evangelização, ou seja, com a da alma, a reencarnação, a comuni- moralização dos filhos através das cabilidade entre o mundo material lições vivas do Evangelho, ampliadas, e o mundo espiritual, a lei de evo- aprofundadas pela visão da alma imorlução, ensinos muito profundos que tal, com todas as suas consequências, revivem o cristianismo primitivo, como demonstra a doutrina espírita. alicerçando virtudes que geram a paz Esse é o trabalho realizado pela de consciência, a felicidade, o amor evangelização espírita, tanto para a ao próximo e a prática da caridade. infância, normalmente dos 2/4 anos Diante de tudo isso, e com visão até 12/13 anos, como para a juventude futuro, o Espiritismo, através das de, de 13/14 a 21 anos ou mais. E os

pais não podem esquecer que amanhã, no futuro, serão dependentes dos filhos, necessitados de carinho, cooperação, solidariedade. Será que um filho egoísta, materialista, imediatista, terá condições para doar o que precisa sair do coração? Importância para a vida Anota Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, que se um jovem recebe a notícia de sua eminente morte para daqui a alguns meses, e for materialista, dirá a si mesmo: “Bem, já que vou morrer, o negócio é experimentar tudo enquanto há tempo”, e assim cairá nos vícios de toda ordem, ou, ao

serem homens de bem. Isso só pode acontecer pela aplicação da educação moral, o que a evangelização espírita procura realizar. O exemplo dos pais Os pais e responsáveis necessitam compreender que igualmente devem se educar, ou se evangelizar, pois se a palavra convence, o exemplo arrasta. Já assistimos filhos indagando: “Por que eu tenho que vir na evangelização, se minha mãe não fica, só aparece para me buscar quando a aula termina?”. Essa pergunta deve fazer os pais pensarem. E quando o filho chega em casa e escuta palavrões, assiste brigas, pais mentindo etc.? Pais e responsáveis precisam dar bons exemplos, esforçando-se na autoeducação, na transformação moral íntima, pois os filhos imitam os pais, e a missão de educar não compete apenas ao professor da escola ou ao evangelizador do centro espírita, mas igualmente aos pais. É muito importante que o centro espírita mantenha, junto da evangelização infantojuvenil, o grupo de pais, onde eles, e também outros responsáveis, estudarão temas sobre convivência familiar, educação dos filhos e tantos outros, no manancial oferecido pelo Espiritismo. Ou seja, evangelizam-se as almas imortais dos pequeninos e jovens, ao mesmo tempo em que evangelizam-se os adultos, pais e responsáveis. Concluindo, temos na evangelização desenvolvida pelo centro espírita verdadeira proposta pedagógica de Educação Espírita, não só para as novas gerações, como igualmente para as gerações que estão pais e/ou avós. É competência do centro espírita propiciar esse serviço, e é obrigação dos pais levar seus filhos, ao mesmo tempo em que participam ativamente da formação de um mundo de regeneração, onde o bem irá predominar sobre o mal. r

contrário, se entregará à mais profunda depressão, acelerando o processo de despedida da vida terrena. Mas, se esse jovem for espiritualista, dirá: “Bem, como a vida continua depois da morte, e creio em Deus, terei resignação e tudo farei para o bem da sociedade humana enquanto aqui estiver”. Qual resposta gostaríamos que nossos filhos dessem diante das provas e expiações que devem enfrentar? Certamente a segunda resposta, mas para isso eles precisam receber a semente da evangelização propiciada pelo centro espírita. O Espiritismo tem por finalidade realizar a transformação moral da humanidade, e isso sucederá na medida em que levar os indivíduos a *marcusdemario@tribunaespirita.org


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Donos do Mundo?

Valentim Fernandes*

O imperador romano Adria-

no, que reinou no século II, no apogeu de Roma, voltando de uma conquista, chamou os seus ministros e disse-lhes: – Agora exijo que me considereis Deus. Disse um deles: – Quer o senhor me ajudar nesta hora de necessidade? – Em quê? – perguntou o imperador. – Tenho um navio imobilizado a três milhas daqui, em alto mar, e nele está tudo o que possuo. – Muito bem – disse o imperador. – Mandarei uma frota para socorrê-lo. – Por que incomodar-se tanto? Mande simplesmente um sopro de vento. – Mas onde arranjarei o vento? – Se não sabe, como pode ser Deus, que criou o vento, e tudo o mais que existe no universo? É muito comum entre os seres humanos aqueles que se julgam “donos do mundo”, ideia presente em todos os segmentos da sociedade. Na política, nos esportes, no trabalho, na família, nas religiões etc.. São aqueles que se julgam os detentores da verdade, subestimando as capacidades do seu próximo, considerando-se verdadeiros “deuses”. Embora Jesus tenha dito: “Vós sois deuses, podeis fazer tudo o que eu faço e muito mais”, estamos ainda muito distantes de termos os atributos que proporcionem a realização de prodígios condizentes com o Cristo, pois o fazer a que Ele se referia estava

intimamente ligado ao amor ao próximo; esta sim capacidade presente em todos os seres humanos. No entanto, não é isso que vemos nos nossos dias. Muitos se esquecem de que somos todos iguais, que dependemos uns dos outros e que pouca coisa existe que possa ser realizada na individualidade. No esporte alguém ganha uma competição sozinho? Alguém poderia responder: o maratonista, o tenista, o que pratica salto a distância e outros que competem de forma individual. Mas eles não têm os treinadores, os massagistas, os fisiologistas e outros que formam a equipe? O raciocínio aplica-se também na política, no

e só pensam em si mesmos, pouco se importando com os outros. Neste nosso caminhar em busca da evolução, vamos encontrar simpatias e antipatias, e teremos até alguns inimigos. Isso é perfeitamente normal, porque até Jesus teve inimigos. Francisco de Assis, Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce e Chico Xavier também tiveram opositores. O grande diferencial deles em relação à maioria é que em momento algum se julgaram melhores do que ninguém. Jamais eles foram inimigos de quem quer que seja; nem daqueles que os perseguiam. Quando mudarmos esta mentalidade individualista, quando trabalho, na família e nas religi- deixarmos de nos considerarmos os ões. Alguém é capaz de curar uma melhores, quando admitirmos que pessoa sozinho? Embora muitos não somos capazes de produzir nem achem que sim, isso só ocorre por o vento, vamos olhar o nosso semeinterferência da espiritualidade, lhante em condições de igualdade respeitando a lei do merecimento. e respeitá-lo em suas limitações, O homem foi criado para viver bem como não invejaremos as suas em sociedade para poder progredir, qualidades, mas sim as imitaremos. Não vamos conseguir transporém o orgulho e o egoísmo são os grandes obstáculos ao seu progresso formar água em vinho, como fez moral. Apegam-se exageradamente Jesus, mas podemos mudar da água às coisas da matéria, o que resulta para o vinho se assim desejarmos. em um desenvolvimento intelectual Afinal, como dizia o romancista egoísta, fazendo com que se sintam Charles Dickens, “um homem superiores aos seus irmãos de jornada nunca sabe aquilo que é capaz até evolutiva. O egoísmo de uns incenti- que o tente fazer”. r va o egoísmo de outros. Todos sentem a necessidade de se defenderem *valentim@tribunaespirita.org

Aos queridos irmãos de Ideal Espírita (...) Neste momento de alegrias intraduzíveis, em que o plano espiritual se irmana aos companheiros encarnados, não poderíamos deixar de trazer a nossa mensagem. As vibrações ambientes (...) produzem emanações que são direcionadas para o ambiente psíquico da cidade que nos recebe, envolvendo a todos os seus habitantes.

Foram momentos aproveitados por encarnados e desencarnados que vieram de longe para igualmente participar deste evento (...). Quantidade enorme de entidades, a par das atividades materiais, eram auxiliadas por nossos benfeitores e trabalhadores do Além. Fica-nos, porém, o compromisso, para que possamos trabalhar todos os

conhecimentos recebidos à benefício de nós mesmos e do próximo. (...) O conhecimento é importante, mas sem a aplicação tornar-se-á inócuo. (...) Trecho parcial da mensagem transmitida pelo Espírito Urbano de Assis Xavier, em psicografia de Célia Xavier Camargo, no dia 23/9/2012, em Matão-SP, durante o 2o Encontro Cairbar Schutel.


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“Especial – Encontro Anual Cairbar Schutel” Tudo sobre o maior Evento Espírita Regional de 2013 Pelo terceiro ano consecutivo, e com imensa alegria e confraternização, o Encontro Anual Cairbar Schutel - conhecido como EAC - cumpre seus objetivos de união e confraternização dos espíritas, além do estímulo ao estudo, sendo coordenado pelo Instituto Cairbar Schutel, é realizado por numerosa equipe. Este ano contando com o apoio das USEs Matão e Araraquara. Homenageia também o ilustre Cairbar de Souza Schutel, considerado O Bandeirante do Espiritismo, que por sua ousadia criativa, perseverança e coragem numa época de preconceitos, intenso amor ao próximo e ardente fé em Deus, legou incomparável tesouro moral e cultural baseado nos ensinos do Evangelho e do Espiritismo. O evento, que em 2011 contou com aproximadamente 350 participantes de 45 cidades, e em 2012 com 600 participantes de 75 cidades e 5 estados, este ano, segundo os organizadores, com 45 cidades de 5 estados - somando 650 participantes, os números superaram as expectativas, estimulando a continuidade da tarefa de divulgação do Espiritismo, com a realização do evento. Orson Peter Carrara conversou com os palestrantes do EAC 2013 e traz uma série de depoimentos: Cíntia Vieira Soares e a evangelização de bebês Graduada em música, mestre em Educação (ambas pela UFG – Universidade Federal de Goiás) e diretora da escola “Música e Bebê” em Goiânia-GO, Cíntia fala sobre seu livro Evangelizando Bebês. 1. Por que a proposta Evangelizando Bebês? Considerando que evangelizar é alcançar os corações com o conhe-

cimento espírita e com a moral do Cristo, evangelizar bebês é educar o espírito desde a mais tenra idade, levando-o a sentir as vibrações amorosas de Jesus e a proteção de Deus. Além de vivenciar atividades doutrinárias e cristãs de estimulação, visando o seu desenvolvimento harmônico, o bebê é também incentivado a perceber os laços de carinho e amor que o une à mamãe, ao papai e seus familiares, em ambiente espiritualmente saturado de boas vibrações. 2. Como surgiu a ideia? A ideia de evangelizar bebês surgiu a partir da necessidade de atender crianças com menos de 2 anos de idade que, até então, não tinham a oportunidade de participar das atividades de evangelização em nossa casa espírita. Os pais queriam que os bebês ficassem nas salas com os irmãozinhos, mas não tínhamos nenhuma condição de receber crianças com faixa etária tão específica... Como eu já trabalhava com musicalização de bebês, a inspiração divina foi a de utilizar a mesma metodologia que eu dominava profissionalmente, a partir de um programa estruturado com conteúdo sobre Deus e os ensinamentos de Jesus. 3. Como tem sido a experiência das oficinas? Maravilhosa. A proposta é compartilhar ideias e práticas sobre o tema “Evangelização de Bebês”. o trabalho é feito em algumas regiões, desconhecido, realizamos a rotina de uma aula com algumas atividades fundamentais, com os próprios bebês da região e seus pais. A oficina é estruturada em dois momentos: o primeiro, com a demonstração de uma aula de evangelização para bebês, e o segundo, com a fundamentação pedagógica e doutrinária, a partir das

dúvidas e perguntas dos evangelizadores participantes. 4. Conte-nos algo marcante O aspecto mais distinto deste trabalho é a possibilidade de participação dos pais junto aos bebês. A presença ativa da mamãe e do papai nas atividades de evangelização do bebê é fonte básica de segurança e bem-estar, facilitando desde a sua adaptação até a sua completa integração ao ambiente educativo espiritual. Não podemos esquecer que os pais são acima de tudo corresponsáveis pelo processo de evangelização de seu filho. Assim, a evangelização propicia conteúdo evangélico doutrinário tanto para o bebê quanto para os pais, além de criar e fortalecer os vínculos da família com a Casa Espírita. 5. Qual seu trabalho no EAC 2013? Apresentamos uma palestra com o tema “A Arte de Servir e Educar”, e uma oficina para evangelizadores, com os bebês da região e seus pais. Os evangelizadores puderam tomar conhecimento de como a evangelização de bebês se processa na prática. Assim, além de incentivar o estudo mais aprofundado do assunto, esperamos estimular a estruturação de atividades para esta faixa etária em mais casas espíritas, e também contribuir com os trabalhos de evangelização já existentes. r Cláudio Marins fala sobre o tema central do Encontro Cairbar Schutel Especialmente convidado, justamente pelo tema do evento, Marins é Presidente da ABRARTE – Associação Brasileira de Artistas Espíritas 1. Existe uma arte espírita? Do ponto de vista de uma arte que é produzida sob inspiração dos preceitos espíritas, sim, existe uma arte espí-

rita! Em dezembro de 1860, Revista Espírita, Kardec utiliza pela primeira vez a expressão arte espírita no artigo intitulado “Arte Pagã, Arte Cristã, Arte Espírita”, enunciando: “... queremos dizer que as ideias e as crenças espíritas darão às produções do gênio uma marca particular, como ocorreu com as ideias e crenças cristãs...”. Não devemos compreender, portanto, arte espírita tão somente como uma arte produzida por médiuns ou confundi -la com um gênero artístico (tal como na música existe o gênero Gospel, Jazz e no cinema existe o gênero Drama, Comédia, Terror etc.). 2. De que forma a arte influencia na sensibilização humana para o bem? A arte é uma linguagem que fala direto ao coração! A música, o teatro, a poesia, a dança, a pintura, o cinema, a arquitetura a escultura etc., possuem mecanismos intrínsecos que atuam nas camadas mais profundas do ser. Quando as artes são revestidas de ideais nobres e superiores, “acordam” os corações dos homens para o bem, através das mensagens edificantes e de espiritualidade que encerram em seu conteúdo. 3. Relate uma experiência marcante com a ABRARTE? A convivência com amigos diversos, que compõem o atual quadro de associados da ABRARTE (Associação Brasileira de Artista Espíritas), sempre nos tem proporcionado experiências marcantes. Temos admirado o muito que estes trabalhadores fazem em prol da arte espírita com o mínimo de recursos que possuem! Temo ser injusto ao citar apenas uma dessas experiências. Por isso pedirei licença aos companheiros da Abrarte para citar aqui uma, dentre muitas, apenas a título de ilustração: No ano de 2012 a Abrarte realizou em Caucaia-CE,


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Efeito, em cuja trama contamos a história do policial Paulo, um homem que tinha uma vida tranquila quando um motorista alcoolizado atropela e mata sua esposa e filho. O desdobramento da trama traz muitas surpresas. Também estamos trabalhando na pré-produção de nosso primeiro documentário, Nos Passos do Mestre, com filmagens em Israel, Egito, Turquia e Brasil. O documentário vai mostrar a essência da doutrina cristã e a importância de certos acontecimentos históricos do cristianismo, alguns inclusive que foram modificados pela Igreja e até ocultos. Nos Passos do Mestre também vai apresentar algumas dramatizações da vida do Cristo, contadas a partir da ótica espírita. 3. Como o cinema vem influenciando a mentalidade humana com a exposição dos princípios espíritas? Na minha opinião, esse trabalho começou a alguns anos, em Hollywood, com os espíritos movimentando o psiquismo dos roteiristas, diretores e produtores daquela Meca cinematográfica. Eles não perceberam, mas foram tomados tais quais as mesas girantes o foram na França do século XIX. Aqui no Brasil, maior país espírita do mundo, ainda estamos engatinhando. Todas as produções espíritas realizadas até agora foram espetaculares como obras espíritas, mas deixaram a desejar como obras cinematográficas, assim, entendo que os espíritos estão nos treinando para que em breve possamos produzir grandes filmes, doutrinária e André Marouço, diretor de cinematograficamente falando. “O Filme dos Espíritos”, fala4. Relate uma experiência marnos sobre A Sétima Arte. 1. Qual a principal experiência cante com a direção do filme. Tudo é absolutamente marcante, que ficou com O Filme dos Espíritos? O Filme dos Espíritos foi para nós pois nós percebemos a presença dos uma universidade de cinema, já que espíritos o tempo todo. Mas, em Causa se tratava de nossa primeira experi- e Efeito, algo que nos impressionou ência. Aprendemos a fazer com mais foi o fato de não perdermos um dia qualidade, e o principal, aprendemos sequer de trabalho, já que não houve o que não devemos fazer. Cinema é imprevisto ou alteração climática que uma arte, é preciso respeitá-la como nos atrapalhasse. Me lembro de um dia tal; entendemos a partir dessa primei- que fomos fazer uma filmagem externa ra empreitada cinematográfica, que e chovia, a equipe estava muito preonossos filmes podem e devem trazer cupada, mas nós dissemos “não se prea doutrina dos espíritos na narrativa, ocupem, quando estivermos prontos a e em nossos filmes sempre existirá um chuva para um pouquinho”, e assim se pouco de doutrinação na trama, mas deu. Não nos passa pela cabeça a insade forma alguma podemos deixar de nidade de achar que pararam a chuva lado a missão de entreter e emocionar, para que trabalhássemos, mas sabemos afinal trata-se de uma arte. Aprende- que aqueles que efetivamente dirigem e produzem nossos trabalhos, ou seja, mos muito sobre roteiro, inclusive. 2. Há novidades para contar ao nossos amigos espirituais, dispõem de equipamentos de aferição meteoropúblico para os próximos meses? Estamos montando nosso se- lógica tão superiores aos nossos que, gundo longa-metragem, Causa e quando nós marcávamos dia, local o IX FÓRUM NACIONAL DE ARTE ESPÍRITA, com a presença de 250 participantes. Devido a condições de logística, o evento foi realizado dentro de um convento (o que por si só já foi um feito marcante), e no final foi feita uma homenagem dos artistas espíritas às irmãs de caridade que nos receberam de braços abertos. Foi emocionante ver 250 artistas espíritas cantando uma canção espírita para toda a equipe do convento, encerrando depois com a música “ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO”, em total clima de fraternidade e respeito mútuo. 4. Como o amigo vê o tema A ARTE DE SERVIR no EAC 2013? Parabenizo os organizadores do evento pela escolha do belo tema! É uma excelente oportunidade para estudarmos sobre a importância da arte, sua ação e influência sobre os espíritos encarnados e desencarnados e como melhor utilizá-la a serviço de Jesus e do nosso Pai criador. 5. Como o Espiritismo influencia a arte? O Espiritismo atua como um depurador da arte que conhecemos, na medida em que oferece aos artistas esclarecimentos e iluminação interior! Estando os artistas convencidos das realidades espirituais, estes irão cada vez mais se inspirar em valores superiores, enfraquecendo as temáticas de cunho materialista. As artes provenientes destes artistas terão harmonias e belezas que serão capazes de nos auxiliar a transcender os limites acanhados da matéria. r

mais de 50 anos de atividades ininterruptas na seara espírita, Therezinha Oliveira já presidiu o Centro Espírita “Allan Kardec” e a USE de Campinas-SP. Oradora brilhante, proferiu mais de duas mil palestras em todo o Brasil e até nos EUA. Suas obras já ultrapassaram a marca de 600 mil exemplares publicados, sendo 200 mil de livros e 400 mil de livretos. Por sua experiência, conhecimento, ativa dedicação e fidelidade aos postulados espíritas, Therezinha Oliveira continua a contribuir de forma inestimável para a causa espírita, mesmo com sua Lucy Dias Ramos fala da desencarnação ocorrida no dia 28 de desencarnação da filha Escritora de Juiz de Fora-MG rela- agosto de 2013, em Campinas-SP, ta experiência com a desencarnação da cidade onde residia. Célia Xavier Camargo, nasceu filha. Transcrevemos trechos parciais da entrevista publicada no portal – www. em Gália-SP e reside, há anos, em oconsolador.com – ano V – edição 206, Rolândia-PR. Ela e o marido – Joaquim Norberto de Camargo – estão de 24 de abril de 2011. 1. Um de seus recentes livros à frente de um grande trabalho de aborda uma vivência pessoal. Qual amparo e assistência a famílias carenfoi essa vivência e qual o título da tes. Estão vinculados ao Centro de Educação Infantil João Leão Pitta, obra e editora? Trata-se do livro Maior que a em Rolândia, sendo seu marido o Vida, edição FEB. É a narrativa fundador e presidente. Célia é filha de minha vivência ao lado da filha de Urbano de Assis Xavier, médium mais velha, que era médica e lutou de que Cairbar Schutel (Espírito) durante cinco anos contra o câncer. utilizou-se para se dirigir a antigos Vivemos uma experiência dolorosa, companheiros da seara espírita, em mas sendo espíritas, lutamos com Matão-SP, em 1938, quando da resignação e serenidade, usando própria desencarnação. Bacharel em todos os recursos que a Doutrina Contabilidade e Direito, é escritora Espírita oferece. (...) Todos os dias e expositora espírita. Psicografou e eu retornava ao meu lar e escrevia o publicou livros de nobres Espíritos. Conheça a história de ambas, que havíamos vivido durante aquele dia, como um diário, anotações que acessando: www.tribunaespita.org. r se transformaram no livro (...). 2. Com a experiência vivida, o Gutemberg Paschoal da Silva Trazendo oficina de música ao que teria a dizer a pessoas que vivem EAC 2013, conheça o autor do livro situações semelhantes? Que não se desesperem. Confiem Música para Evolução do Espírito. Trabalhador da Área de Comuem Deus, porque tudo passará um dia, a dor será menos intensa e pre- nicação Social Espírita do CEERJ, cisamos prosseguir vivendo com sere- instituição que atuou como Diretor nidade íntima. Quanto mais calmos por seis anos. Participa do gruo e confiantes, mesmo sofrendo, nossos de coordenação do trabalho de entes que já partiram receberão os COMEERJ. É músico e professor reflexos de nossos pensamentos, de de Língua Portuguesa e Redação, nossas atitudes e não merecem rece- pós-graduado em Psicopedagogia e ber emanações de nossa intemperan- História da Educação. Atua no Moça e de nossa dor com desequilíbrio. vimento Espírita como expositor, re(...) Eles também sentem nossa falta, alizando palestras e seminários pelo sentem saudades, mas não podemos estado do Rio de Janeiro e outros, impedir sua caminhada nessa outra a respeito de temas variados, tais dimensão de vida e tentar retê-los como: “O Centro Espírita”, “Música a nosso lado. Se você os ama, ore e e Espiritismo”, “Relacionamentos Humanos”, “Allan Kardec e a Codiconfie em Jesus (...). r ficação – Levantamento Histórico”, “Comunicação Social Espírita”, Therezinha Oliveira e “Modelos e Práticas de Liderança na Célia Xavier Camargo Conhecidas autoras relatam suas Casa Espírita”, “Oratória Responsável”, “Doutrina Espírita – proposta histórias. Personalidade marcante na his- de vida plena”, “Felicidade e Espitória do Espiritismo nacional, com ritismo” etc. r e horário das filmagens, eles já nos intuíam para que fosse feito nos dias, locais e horários em que as condições meteorológicas estariam perfeitas. 5. Como estimular o público espírita para essa eficiente ferramenta de divulgação? Isso vai acontecer naturalmente, quando tivermos cada vez mais e melhores filmes espíritas. O público reconhecerá a importância de divulgar e auxiliar, além de aplaudir nosso filmes. r


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Programação de eventos em Araraquara, Matão e região Feira do Livro Espírita A U.S.E. - União das Sociedades Espíritas de Araraquara promove, de 28 de setembro a 6 de outubro, na Praça Santa Cruz, a Feira do Livro Espírita. Durante este período, a feira estará aberta ao público todos os dias, das 10 às 22 horas, à exceção dos dias 29 de setembro (domingo), em que a feira funcionará das 9 às 18 horas, e do dia 6 de outubro, em que estará aberta das 9 às 18 horas. Confira as atividades programadas para a feira: 29/set - 09:00h (domingo) - Márcio Correa (São Carlos); 29/set - 16:00h (domingo) - Atividades da Mocidade; 02/out - 20:00h (quarta-feira) - Orson P. Carrara (Matão); 03/out - 20:00h (quinta-feira) - Otaciro R. Nascimento (São Carlos); 04/out - 20:00h (sexta-feira) - Nilza R. Pelá (Ribeirão Preto) 05/out - 17:30 (sábado) - Atividades Infanto-Juvenis 06/out - 09:00h (domingo) - Eliseu Mota Jr. (Franca) Seminário com Sandra Fiore A União Espírita Paschoal Grossi realiza, no dia 5 de outubro, seminário com Sandra Fiore. A exposição terá como temas: “Medo de falar em público”, “Palavra com responsabilidade” e “Como desenvolver os temas”. A participação no seminário se dará por meio de inscrições, que podem ser realizadas pelo telefone (16) 3335-7191, com Cecília, ou na secretária da União Espírita Paschoal Grossi, localizada na Rua São Bento, 2.395, em Araraquara.

Aos espíritas “(...) Reconheço que no movimento espírita existe muita gente que trabalha com vigor, buscando a própria iluminação e estendendo seu conhecimento aos irmãos que tanto necessitam de orientação e amparo. Trago a intenção, com essas palavras, talvez um tanto duras mas necessárias, de acordá-los para as realidades maiores,

visto que nossa maior vitória é a da própria elevação moral. (...) Trecho parcial da mensagem transmitida pelo Espírito Cairbar Schutel, em psicografia de Célia Xavier Camargo, na manhã de 24/9/2012, em Rolândia-PR, no dia seguinte ao encerramento do 2. Encontro Cairbar Schutel, ocorrido em Matão-SP.

Anuncie gratuitamente palestras ou eventos no jornal e em nosso site. Envie um e-mail para:

contato@tribunaespirita.org


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