Tribuna Alpina - Edição Inaugural

TRIBUNA ALPINA

Estude com quem tem mostrado competência.

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Informação e Cidadania

Rua José Jacinto Ribeiro, nº410 / 3523-1817

Edição inaugural

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Rua José Jacinto Ribeiro, nº410 / 3523-1817

Alpinópolis/MG - Abril de 2014 | Distribuição gratuita

COMO ANDA O PROCESSO DE COMPRA DE VOTO DE JULIO BATATINHA E CLÉBER DO LÓI CONSELHO DE SAÚDE DENUNCIA TAMANHO DE AMBULÂNCIAS

Conselho Municipal de Saúde apresentou denuncia relativa ao tamanho reduzido das ambulâncias enviadas ao município pelo Governo do Estado.

O órgão alega que nos veículos não há espaço suficiente para abrigar uma pessoa de maior porte. (Pág. 04)

Desde o mês de outubro de 2012 corre na justiça um processo que acusa Julio Batatinha e Cléber do Lói pelo crime de compra de voto. Em que pé está o processo?

Já existe alguma sentença do juiz? Existe a possibilidade de Julio e Cléber serem cassados? Veja as respostas para essas e outras perguntas em matéria completa trazida nesta edição. (Pág. 03)

QUEM SE LEMBRA DO MUSILANCHE?

82 SÃO PREJUDICADoS COM QUEDA DA LEI 100 EM ALPINÓPOLIS

REPAROS COM MASSA ASFÁTICA GERAM POLÊMICA NA CIDADE

Derrubada da Lei 100 pelo STF prejudica 82 profissionais da educação em Alpinópolis. Diretoras de escola da cidade colocam a culpa na conta do governo mineiro. (Pág. 03)

Nossa história: Quem se lembra do Musilanche?

Reviva as emoções de uma época que marcou a vida de muitos alpinopolenses. (Pág. 07)

“Remendos” feitos com CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado Quente) sobre bloquetes de cimento nas ruas de Alpinópolis são desaprovados pela maiorida dos moradores. (Pág. 04)

Violência assusta

CHARGE

Assassinatos, roubos, espancamentos e outros crimes considerados violentos voltam a preocupar os moradores de Alpinópolis. A recente morte a tiros de um jovem de 21 anos, somado a outros delitos já acontecidos nesse início de 2014, deixam o povo alpinopolense apreensivo e amedrontado diante da possibilidade de uma nova onda de violência assolar a cidade.

(Pág 05)

Dr. Antonio Carlos de Faria Filho

DrA. ADRIANA ANTUNES RIBEIRO DE FARIA

Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia

Dermatologia

Dr. francisco de assis morais freire

Dr. rODRIGO KALLÁS GONÇALVES

Oftalmologia

Otorrinolaringologia

Dra. viviane de paula freitas ribeiro

Dra. mônica viana silva faria

Ortondotina

Odontopediatria

Dra. claudia lemos moura righetto

alexsandra ribeiro de paula

Cirurgiã Dentista - Periodontia

Fonoaudióloga

MARCELA CARVALHO LUZ

Evelyne silva lemos

Psicóloga - Acupunturista

Pilates Clínico Funcional

CRM 40.1111

CRM-MG 28.880

CRO-MG 27.741

CRO-MG 38.073

CRP 04/26009

Rua Rio de Janeiro nº 2 Mundo Novo

Telefone: 3523 1468

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CRM-MG 45.103

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CREFITO 4:117232F

Rua José Jacinto Ribeiro, 198 - São Benedito - Alpinópolis/MG

Fone: 3523-2396

TRIBUNA ALPINA

opinião

EDITORIAL

EXPEDIENTE

TRIBUNA ALPINA

Jornalista responsável: Bruno Vilela Redator: Claudio Kraüss Conselho editorial: João Batista Passos e Sanderson Flávio de Oliveira

Curto e Grosso LOTEAMENTO ALTO DA VENTANIA No último dia 5 de abril o prefeito Julio Batatinha reuniu-se, na Câmara Municipal, com proprietários dos terrenos do Alto da Ventania para discutir o futuro do loteamento.

OBRA CARA O prefeito disse que o custo das obras ficaria em torno de R$ 1 milhão e 200 mil e que a prefeitura não poderia arcar com essa despesa.

PROPOSTA Julio propôs aos donos dos lotes que fosse feito um rateio entre todos, sendo que cada um pagaria parceladamente algo entre R$ 8 mil e R$ 10 mil, caso contrário não seria possível iniciar as obras.

NEM A PAU, JUVENAL...

A maioria esmagadora dos donos recusou a proposta do prefeito dizendo, em tom de protesto, que todas as despesas têm que ser pagas pela prefeitura, pois essa é uma obrigação do município.

DO MEU BOLSO DE NOVO? Os proprietários frisaram que, caso aceitassem a proposta, estariam pagando pelo serviço duas vezes, pois já pagam impostos demais e, portanto, o dinheiro para o financiamento das obras no local tem que ser 100% público.

QUEM PARTICIPOU Além dos cidadãos interessados e do prefeito, estiveram presentes na reunião os engenheiros César Paula e Cayo Orlandi, os vereadores Douglas Tintas, Paulina do São Bento, Noé da Lódia, Adriano Ploc, Zé Antônio da COPASA, Zé Acácio, Jaqueline da Rádio e Luiz Paiva.

OPOSIÇÃO Apenas a vereadora

Jaqueline da Rádio e o vereador Luiz Paiva criticaram a proposta do prefeito, defendendo a idéia de que as obras de infraestrutura têm que ser bancadas totalmente pela prefeitura.

COMISSÃO Foi montada uma comissão, com oito representantes dos donos dos terrenos, para intermediar as negociações e apresentar propostas ao Executivo.

NOVA REUNIÃO A comissão se reuniu no dia 8 de abril e ficou confirmado que a proposta do prefeito não será aceita e que os direitos dos proprietários serão procurados.

PIZZA? Mais uma vez nada ficou definido em relação a esse polêmico assunto dos terrenos do Alto da Ventania. Quem é dono e sonha com a casa própria precisa ter paciência de Jó...

CASSIO SOARES O político passense deixou, no dia 4 de abril, a direção da SEDESE para voltar a exercer sua função como deputado estadual na ALMG, cargo para o qual pretende concorrer novamente.

PAREO DURO Em Alpinópolis, Cássio Soares saiu como majoritário nas eleições de 2010, mas certamente encontrará um pleito eleitoral com concorrência mais acirrada em 2014.

VOTO A VOTO Cássio terá que disputar os votos dos alpinopolenses com Emidinho Madeira, Antônio Carlos Arantes e Daniel Aloise, todos já com boa base de apoio consolidada na cidade.

ESPAÇO DO LEITOR Falar da minha cidade pode ser mais difícil, mas falar da minha querida Ventania é leve, é doce.

Cidade do meu coração, de lembranças que me vem à tona a cada dia em minha vida. Vejo o antes: as pessoas queridas que fizeram parte do seu crescimento, como a Zaia e sua família na Pizzaria D. Helena. Vejo o presente, tão inconstante por suas surpresas que me arrancaram sorrisos da última vez em que a visitei há pouco mais de um mês.

Alpinópolis é uma cidade aconchegante, de pessoas acolhedoras.

Não de pessoas desconfiadas, mas de uma família que cresce junto.

Ah, quem em cidades vizinhas não fala com satisfação: - Nossa, tenho vários parentes, familiares em Alpinópolis!

Eu mesmo! Minha bisavó morava encostado na Praça do Rosário e adorava ver a vida passar

Alpinópolis/MG | Abril de 2014 | Página 2

da sua sacada no pouco tempo que eu tinha em minha breve visita.

A cidade cresceu, se fortaleceu. E dentre tantos amigos que fiz está Claudio Kraüss, o redator deste jornal para o qual escrevo: TRIBUNA ALPINA. Já era hora desse grande observador da vida e profissional lançar esse desafio a ele próprio e ao comércio da cidade que será responsável por seu futuro.

Há mais de 10 anos fiz minha vida acontecer em um jornal e hoje somos um grupo de comunicação em Passos com grandes parceiros. Assim, inicio desde já a incentivar e colaborar da forma que for preciso com a TRIBUNA ALPINA, com os membros dessa qualificada equipe editorial e com essa sociedade alpinopolense que tanto amo.

Sucesso TRIBUNA ALPINA! Cossinho Freitas Passos/MG

Denuncias para a seção “Boca no Trombone” e textos para o “Espaço do Leitor” poderão ser encaminhados através do e-mail: contato@tribunaalpina.com.br

É com grande contentamento que apresentamos ao povo alpinopolense a publicação impressa Tribuna Alpina. Este canal de comunicação, já bem conhecido de nossa gente em seu formato eletrônico, desde o início mantém-se pautado pelo lema “Informação e Cidadania”. Aqui pretendemos compartilhar, de modo claro e direto, ideias, conhecimentos, experiências, história, cultura, vida social e política de nosso município, com vistas a lançar novos olhares e desafios para a construção de uma sociedade solidária, democrática e com justiça social. É uma nova fase de um projeto que nasceu para corresponder às expectativas do leitor de um novo tempo.

Seguindo uma linha editorial crítica o Tribuna Alpina oferece uma proposta simples, porém ousada. O jornal ganha nova vida fora do mundo virtual e reforça sua missão social de trazer a verdade

que precisa ser dita. Doa a quem doer. Mas por essa sua reconhecida natureza objurgatória, seria correto rotulá-lo como oposicionista? Afinal, quanto há de solidez nesses conceitos denominados “oposição/ situação” no meio jornalístico? Será que essa fórmula ainda funciona para entender a identidade e a vocação dos novos perfis dos órgãos de imprensa?

Não o cremos. Não que os veículos de comunicação não tenham posições políticas, pois é fato sabido por todos que eles as têm, mas isso é apenas parte do que representam e do que fazem.

Este jornal também se posiciona de acordo com suas convicções políticas, mas sempre respeitando a verdade e a vida acima de tudo. Isso é inquestionável. Essa semântica mais convencional de “oposição” e “situação” não ajuda muito a entender nem aos próprios atores da política local, quanto mais a um humilde

jornal. A imprensa, como objeto teórico, ganhou autonomia e não cabe mais nos escaninhos da política, mas a tem como uma matéria prima. Falamos e falaremos muito sobre ela.

Então não resta a menor dúvida de que o Tribuna Alpina cobrirá a política local. É seu dever. O jornalismo, em sua essência, é uma atividade política, pois lida o tempo todo com o poder e com os direitos da cidadania. Mas um jornal não é a mesma coisa que um partido e sua qualidade não vem do fato de ele ser visto como “de oposição” ou “de situação”. Vem, antes, da disposição que tem de refletir o pluralismo, da transparência com que emite sua própria opinião, da sua independência e da capacidade que demonstra de investigar a fundo os assuntos que reporta. Neste ponto é que se estampam os selos de qualidade e de identidade desse periódico. O

Tribuna Alpina, por seus princípios, jamais poderá caber na classificação “oposição/situação”, ainda que muitos possam vir tentar acomodá-lo a essa visão reducionista.

Nesta edição inaugural, que agora recebe o calor das mãos do leitor, o jornal traz uma mescla de matérias já publicadas durante seu ano e meio de vida nas sendas virtuais e de assuntos atuais.

Nesta, e nas próximas publicações, muitas novidades, como o espaço do chargista André Western que estampa nossa capa com sua arte, se misturarão com publicações já conhecidas do leitor, como a seção “Legislativo em Foco” que na versão impressa trará um resumo mensal sobre as ações da Câmara Municipal.

E há mais, muito mais a ser desvendado através desse veículo de comunicação genuinamente ventaniense. Basta abrir e se aventurar por suas páginas.

OPINIÃO

A decepção da não estadualização

“Quando se sonha sozinho é apenas um sonho.

Quando se sonha junto é o começo da realidade”.

Durante anos a população passense e a região toda acreditaram no sonho da estadualização da FESP – Fundação de Ensino Superior de Passos, que conta hoje com mais de 20 cursos e aproximadamente 4000 (quatro mil) estudantes. Sonho este que nos fez acreditar que estávamos perto da realidade com as veementes promessas dos nossos “ilustres políticos”, como do Deputado/Secretário Nárcio Rodrigues, do Deputado Estadual Cássio Soares e mais ainda com a visita feita pelo Governador Antonio Augusto Junho Anastasia, em 2013, na cidade de Passos.

Ocasião esta, que o mesmo afirmou que voltaria na cidade em março de 2014 para efetivar de vez a sonhada estadualização.

Logo após a visita do Governador Anastasia, a cidade de Passos foi invadida por outdoors com sua foto junto ao Deputado Estadual Cássio Soares, agradecendo a “estadualização”. Fato este, que levou a população a acreditar mais ainda na promessa feita e se sentir ainda mais próxima da realização do sonho ESTADUALIZAÇÃO. Promessas constantemente reforçadas pelo Presidente do Conselho Curador, Fabio Kallas, que afirmava ser a favor da sonhada estadualização, mesmo tendo tentado mudar o Estatuto da referida Fundação, afastando o Governador e o Estado

de qualquer intervenção junto a FESP. Relembrando ainda, que o único professor a votar contra a mudança, foi sumariamente demitido logo depois da famigerada assembléia que foi parar nas mãos da Curadoria das Fundações.

Iniciado o ano de 2014 vários jovens da cidade e da região prestaram vestibular na FESP, na esperança de que pagariam apenas 3 (três) meses de mensalidade, muitos fizeram empréstimos para custear um curso e o sonho de ter um diploma de nível superior.

Chegamos ao mês de março e o Governador continuou inerte, sem ao menos mencionar o nome de Passos.

Os estudantes e a população passaram a cobrar nas redes sociais uma definição sobre o futuro da FESP, ocasião que o Deputado/ Secretário Nárcio Rodrigues confirmou veemente a estadualização prometida e ainda publicou as seguintes palavras, no dia 9 de março de 2.014, no seu perfil do Facebook: “Um jornal de Passos – “publicou matéria nesse fim de semana registrando a conduta do prof Fabio Kallas, q não acredita na estadualização da FESP e na criação da UEMG em Passos. A matéria insinua que, de certa forma, eu estaria participando desse jogo.

Quero refutar com a maior VEEMÊNCIA essas insinuações. A lei da estadualização nos dá prazo de sete meses p consolidar a incorporação da FESP. O Governador Antonio Anastasia anunciou, dia 30 de novembro, que

assinaria os decretos em março desse ano, Anastasia está em viagem à China. Um dia antes de viajar, me ligou e determinou que, na sua ausência, concluíssemos nós e a Seplag - os estudos do impacto orçamentário da completa estadualização das Fundações. Tenho certeza de que ainda esse mês, os atos serão anunciados.

Quem torcer ou jogar contra isso, terá uma desagradável surpresa. Vai desservir Passos e entrar para a História como inimigo da vontade popular. espero que o jornal não queira entrar nesse time.

Mentira não é notícia. É traição ao leitor. A FESP SERÁ UEMG em breve. Quem viver, verá”.

“Desmenti veementemente. E reafirmei nosso compromisso - do Governo de Minas - com a estadualização. Se tem gente na FESP ou em Passos que não acredita nisso, terá uma desagradável surpresa. Foi isso q eu disse e é isso que eu volto a dizer”.

“Ninguém é dono d estadualização. Ela é compromisso de Governo, direito dos alunos e conquista da Sociedade”.

“Só q o sonho é de todos. Não tem dono. A única alegria q podemos ter é de ajudar a concretizá-lo. Conto muito c vcs.

Basta o Fabio vir a publico e dizer q apóia a estadualização, como eu fiz. Todos estamos esperando isso dele. Desmente qqer intriga.

Agradeço a tds, inclusive a vc, o apoio dado - mas a conquista é da sociedade, e não nossa. Minha amizade c Fabio Kallas fala por mim,

mais q qqer coisa”.

Os dias foram passando, o mês de março findando e mesmo diante de tantas promessas o Governador e os envolvidos no assunto não se manifestavam. Os estudantes e a população resolveram a fazer um manifesto pacifico pró estadualização na porta da FESP, que suspendeu as aulas e deixou as luzes do prédio apagadas no dia 27/03.

Reaparecem, Nárcio Rodrigues, Cássio Soares, Anastasia, Fabio Kallas e mais uma vez, dia 03 de abril de 2014, a população e a região de Passos foram empurradas, foram preteridas, foram enganadas com a assinatura de um decreto que não nos garante nada.

Um decreto que pode ser revogado a qualquer momento de acordo com a vontade dos “nossos ilustres representantes”, já mencionados.

Mais uma vez o sonho adiado, esquecido, apagado por um decreto que nos promete a estadualização para 03 de novembro de 2.014, um mês após as eleições.

Mais uma vez o sonho de uma Universidade Pública fica a mercê da boa vontade de alguns sem compromisso algum com a cidade e com a região.

A Universidade Pública somente será realidade no dia que os estudantes não estiverem mais pagando as abusivas mensalidades!!!

Decreto não garante Universidade Pública!!!

Isabel Pereira, advogada, pós-graduada em Dir. Público e em Dir. Administrativo, - E-mail: advisabelpereira@yahoo.com.br

As opiniões expressas nesta seção não correspondem necessariamente às opiniões do Tribuna Alpina.

BOCA NO TROMBONE Mãe de aluno critica prefeitura por armazenar “árvores de natal” metálicas em pátio de escola

A mãe de um estudante da Escola Municipal Cônego Vicente Bianchi procurou a equipe Tribuna Alpina para fazer uma reclamação relativa ao armazenamento de material inadequado no pátio da escola onde estudam cerca de 250 crianças.

A denunciante relatou que, há mais ou menos um mês, os funcionários da prefeitura levaram para o pátio onde as crianças brincam os cones metálicos utilizados pela prefeitura, como “árvores de natal”, para decorar as praças da cidade durante o período natalino de 2013.

Segundo ela, a prefeitura foi muito irresponsável ao colocar esse material em um local cheio de crianças, pois mesmo que os cones estejam armazenados com algum tipo de proteção é

muito arriscado que uma criança se machuque. “Fiquei indignada quando meu filho chegou em casa contando que as “arvores de natal” das praças estavam na escola dele. Para falar verdade, no começo eu nem tinha entendido direito, mas depois conversando com outras mães, fiquei sabendo que todos aqueles cones de metal que esta-

vam esparramados pela cidade na Festa do Reinado tinham sido levados pra lá.

A primeira coisa que veio na minha cabeça foi imaginar se acontecesse alguma coisa com uma criança da escola, pois esse tipo de material não pode ficar em um lugar cheio de meninos como é o pátio do Bianchi. Disseram que levaram pra lá porque começaram uma obra no

almoxarifado e não tinha lugar pra guardar. Mas isso pra mim não justifica nada e acho que eles poderiam ter levado pra qualquer lugar, menos para o pátio de uma escola”, disparou a mãe. A diretora Marcilene Silva foi contatada por nossa equipe e esclareceu que os cones metálicos ficarão no pátio da escola até que a obra de construção do PSF Centro seja concluída. Também elucidou que foi colocada uma proteção de tela (tipo mosquiteiro) que isola bem o material e mantém os alunos afastados de qualquer perigo e que a diretora do Departamento de Educação, Maria das Dores Vilela, já se manifestou e solicitou ao setor de almoxarifado que faça a retirada do material o quanto antes.

TRIBUNA ALPINA

política

Compra de votos

Um assunto que ainda gera muitas dúvidas para a população de Alpinópolis é a polêmica denúncia sobre uma suposta compra de votos de Julio Cesar Bueno da Silva, o Julio Batatinha (PTB) e Cléber José Pereira, o Cléber do Lói (PDT), quando ambos eram ainda candidatos aos cargos que hoje ocupam. A maioria dos alpinopolenses acha, inclusive, que o processo não deu em nada e acabou.

Mas afinal, o processo realmente teve fim ou ainda existe chance do prefeito e do vice serem cassados? A resposta é: sim, há possibilidade real de Julio e Cléber serem cassados e perderem seus cargos, inclusive de se tornarem inelegíveis.

O PROCESSO O município de Alpinópolis pode vir, brevemente, aumentar a lista de políticos cassados que cresce a cada dia no Brasil. Isso porque prefeito e vice respondem na Justiça Eleitoral um processo por captação ilícita de sufrágio (compra de voto), chamada no meio jurídico de AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral). Trata-se do processo nº 50220.2012.613.0010, movido por Éder Nilton de Souza Pinto em outubro de 2012, que tem como prova principal um vídeo onde, supostamente, Julio e Cléber são flagrados comprando votos. A ação encontra-se atualmente conclusa para despacho do juiz eleitoral Cesar Rodrigo Iotti.

ENTENDA O CASO Uma ação foi protocolada na Justiça Eleitoral de Alpinópolis na manhã do dia sete de outubro de 2012, o dia das eleições das quais saíram vitoriosos Julio Batatinha e Cléber do Lói, por Éder Nilton de Souza Pinto.

A Ação Cautelar, relativa a possíveis compras de votos durante a campanha política, foi proposta contra Júlio Cesar Bueno da Silva, Cléber José Pereira, Sandra Mara Morais da Silveira Borges

Imagem reproduzida do vídeo postado na rede de compartilhamento YouTube. e Sebastião Ribeiro Neto, os dois últimos candidatos derrotados do DEM. Além dessa denúncia feita por Éder, ainda foram oferecidas à promotoria outras da mesma natureza apresentadas por siglas partidárias participantes do pleito municipal de 2012, a saber: PMDB, Psol, PT e PV. Todos os denunciantes alegam que os candidatos citados compraram votos durante a última campanha, o que caracteriza conduta ilícita segundo o Art. 41-A da Lei nº 9.504/97. Éder Nilton entregou supositivas provas ao Cartório Eleitoral, protocoladas por um Termo de Depósito (representação 27008.2012.6.13.0010), que evidenciariam o ato ilícito de compra de votos. Entre outros materiais, foram depositadas na oportunidade, mídias eletrônicas (DVDs e cartão de memória) contendo vídeos que mostram, em uma situação arquitetada, tanto Júlio Batatinha como Tião Neto (candidato a vice na chapa do DEM) sendo abordados por um eleitor que pedia R$ 60,00 para comprar pneus de moto, o qual se comprometeu posteriormente, a retribuir o favor com votos. As imagens

foram disponibilizadas também em um famoso site de compartilhamento de vídeos o que gerou muita polêmica na cidade. A filmagem, postada no You Tube conta, atualmente, com 3.296 visualizações.

Após isso, o processo passou a correr dento dos procedimentos de praxe da Justiça Eleitoral. Em dezembro de 2012, Dr. Roberto Carlos de Menezes, juiz eleitoral até então responsável pela demanda, proferiu despacho comunicando seu afastamento do caso em virtude de ter ligações próximas com ambas as partes, fato que o colocaria em posição suspeita para efetuar esse julgamento. O litígio então seguiu para a Comarca de Passos, ficando a cargo do magistrado Juarez Raniero até a nomeação do novo juiz eleitoral da Comarca de Alpinópolis, Dr. César Rodrigo Iotti, que atualmente dirige os trabalhos do Fórum local e, conseqüentemente, está incumbido de dar seguimento à ação.

O investigante Éder Nilton, que é representado pelo advogado Mauro Jorge de Paula Bomfim, justificou o porquê da denuncia dizendo que foi procurado

Legislativo em foco

Nesta primeira publicação da seção Legislativo em Foco o Tribuna Alpina optou por apresentar um breve relato sobre o Poder Legislativo. A partir da próxima edição este espaço passará a publicar as atividades mensais da Câmara Municipal e, para que o leitor possa compreender melhor as informações, se faz necessário esclarecer as funções exercidas por nossos vereadores.

Mas antes de entrar nos méritos do que é ou não função dos vereadores que compõem a Câmara Municipal de Alpinópolis é importante saber que o governo municipal divide-se em dois poderes independentes entre si, o Executivo (Prefeitura) e o Legislativo (Câmara de Vereadores), e independentes aos poderes e órgãos da União e dos Estados. As funções que competem à atuação municipal estão previstas na Constituição Federal de 1988, que diz em seu texto que os municípios podem formular suas próprias leis, desde que não entrem em conflito com as leis de outras esferas, e têm autonomia para editar sua própria Lei Orgânica, ou seja, a compilação dos direitos, poderes e prioridades municipais. Em nosso município a LOM (Lei Orgânica Municipal) foi promulgada no ano de 1990 e prevê em seu Capítulo I as prerrogativas do Poder Legislativo, onde pode ser verificado o que é ou não função dos parlamentares alpinopolenses. É interessante lembrar que as câmaras de vereadores são, no Brasil, mais antigas do que o próprio Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas. A primeira delas foi instalada por Martin Afonso de Souza na capitania hereditária de São Vicente, em 1532, e ficou conhecida como “Câmara Vicentina”. A primeira Câmara Municipal de Alpinópolis foi instalada no dia 13 de dezembro de 1947 e seu primeiro presidente foi Osvaldo Américo dos Reis.

Quais são as funções dos vereadores?

O vereador desempenha, como funções típicas, as tarefas de legislar e de exercer o controle externo do Poder

Executivo. A função legislativa consiste em elaborar, apreciar, alterar ou revogar as leis de interesse para a vida do município. Essas leis podem ter origem na própria Câmara ou resultar de projetos oriundos do prefeito, ou da própria sociedade, através da iniciativa popular. É interessante ressaltar que em um município como Alpinópolis a função legislativa do vereador é, de certa forma, bastante limitada, pois a ele cabe basicamente o direito de suplementar as leis estaduais e federais. A grande tarefa de nossos parlamentares seria, portanto a fiscalização. O vereador tem o poder e o dever de fiscalizar o prefeito, cuidar da aplicação dos recursos, a observância do orçamento. É muito importante que você verifique se o vereador em quem votou exerce ativamente essa função fiscalizadora.

Quantos vereadores compõem a Câmara de Alpinópolis?

A Lei Orgânica Municipal prevê, em seu art. 21, que o número de vereadores em Alpinópolis é fixado por Resolução da Câmara, sendo observados os limites previstos na Constituição Federal.

Atualmente nosso Poder Legislativo é composto por nove vereadores, sendo eles: José Acácio Vilela - PSDB (atual líder da oposição e eleito com 707 votos), Sandra Aparecida Carvalho Nascimento - PSD (atual presidente e eleita com 631 votos), Douglas Brasileiro Freire - PP (eleito com 585 votos), Noé Freire Bueno PTB (atual vice-presidente e líder do governo, eleito com 521 votos), Adriano Bernardo Francisco - PDT (atual secretário e líder da situação, eleito com 513 votos), José Antônio dos Santos - PTB (eleito com 353 votos), Jaqueline Cândida Rocha - DEM (eleita com 303 votos) e Luiz Antônio Paiva Oliveira - PRB (eleito com 256 votos).

Qual a importância da Câmara nas decisões políticas e administrativas de Alpinópolis?

A Câmara Municipal corresponde ao Poder Legislativo, ou seja, cabe aos vereadores

alpinopolenses a elaboração e votação de leis que são da competência do município (sistema tributário, serviços públicos, isenções e anistias fiscais, por exemplo). Como já dito, são eles importantes instrumentos por lhes caber fiscalizar a atuação do prefeito e os gastos da prefeitura.

Devem zelar pelo bom desempenho do Executivo e exigir a prestação de contas dos gastos públicos. Uma função importante dos vereadores, porém desconhecida por boa parte da população, é a de funcionar como uma ponte entre os cidadãos e o prefeito, por meio de um recurso chamado indicação. Ele é uma requisição de informação ou providência que um vereador envia à prefeitura ou outro órgão municipal em nome do eleitor. Como não funcionam como leis, as indicações não exigem que o vereador faça consultas em plenário para apresentá-las ao prefeito.

Cabe ao prefeito ou diretor de departamento atender ou não à solicitação, sem que para isso precise ser apresentado um projeto do vereador.

Quanto ganha um vereador alpinopolense?

Assim como a quantidade de vereadores na Câmara, o salário deles é determinado pelo número de habitantes do município. Nas cidades entre 10.001 e 50.000 habitantes, o vereador pode ganhar, no máximo, 30% do salário de um deputado estadual. Os parlamentares alpinopolenses recebem, atualmente, o valor mensal de R$ 2.116,83.

O que é Regimento Interno? É uma Resolução (estatuto) que fixa e determina a constituição, estrutura, atribuições, competências e funcionamento da Câmara Municipal. Portanto, é um instrumento normativo produzido pelo Poder Legislativo que define as atribuições dos órgãos da Câmara, do processo legislativo, da tramitação dos documentos, sujeitos à apreciação da casa. O atual Regimento Interno da Câmara Municipal de Alpinópolis foi instituído através da Resolução nº 001 de 04 de janeiro de 2012.

por algumas pessoas que afirmavam possuir uma prova filmada de compra de votos e que precisavam de ajuda, pois não sabiam bem como fazer a queixa à justiça. “Após verificar o material não tive dúvidas de que poderia, e queria, auxiliar naquilo que me pediam, pois o que vi ia totalmente contra meus princípios políticos. Os rapazes que produziram a filmagem esclareceram que há tempos viam os candidatos comprando votos descaradamente e que, inclusive, alguns deixaram bem claro que, caso necessitassem algo, era só procurar por eles. Ficaram então indignados com aquilo, sendo que resolveram mostrar a todos o que acontecia de verdade. Foi quando tomaram a decisão de produzir o vídeo e assim o fizeram.

Procuraram-me e eu resolvi colocar a cara a tapa e mover a ação contra os que agora são investigados”, disse o denunciante.

A defesa de Julio e Cléber, representada pelos advogados Rômulo de Oliveira Fraga e Leandro Cezar de Oliveira, baseou-se, segundo os autos, na possibilidade das gravações do vídeo (principal prova do processo) não serem autênticas e também na negação de que

Alpinópolis/MG | Abril de 2014 | Página 3 tenha ocorrido a indução da compra de voto por parte de seus clientes. Perante a possibilidade de falsidade das gravações, a defesa teve deferido pelo juiz um pedido para que houvesse uma análise pericial nas mídias pertencentes ao processo.

A perícia, feita pelo perito nomeado Marcos Salvador Dias, apresentou um laudo de 39 páginas, do qual restou a afirmação de que havia autenticidade nas mídias brutas, ou seja, o vídeo não é falso.

A partir daí a ação seguiu para novo parecer do Ministério Público, atualmente representado pela promotora Andressa Isabelle Ferreira Barreto, que, dando ciência do laudo pericial, declarou

que as questões ali tratadas apenas serão analisadas no momento da elaboração do parecer final. Atualmente o processo caminha para sua fase final e encontra-se concluso para o juiz eleitoral.

Nesse estágio o magistrado poderá dar sua sentença com as provas já produzidas ou determinar intimação das partes para formação de novas provas e, só assim, finalizar o julgamento na primeira instância.

O PREFEITO E O VICE Julio Batatinha e Cléber do Lói foram procurados na Prefeitura Municipal de Alpinópolis por nossa reportagem para falar sobre o assunto, porém preferiram não se manifestar.

Material depositado na Justiça Eleitoral na oportunidade da denuncia feita em outubro de 2012.

EM ALPINÓPOLIS

Derrubada da Lei 100 prejudica 82 servidores

Em Alpinópolis 82 servidores da educação efetivados pelo governo de Minas Gerais através da Lei 100/2007 devem ser penalizados pela decisão dada no mês passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou a legislação inconstitucional. Com essa medida, trabalhadores em todo o estado perderam a estabilidade e voltam a ser considerados servidores designados. Em 2007, o então governador Aécio Neves (PSDB) sancionou a Lei Complementar 100/2007 com objetivo de corrigir distorções previdenciárias.

Com a aprovação dessa lei, algo em torno de 98 mil servidores mineiros, a maior parte lotada na Secretaria de Estado de Educação, teve “garantida” sua estabilidade no emprego.

Alpinópolis pertence à 27ª Superintendência Regional de Ensino (SRE), com sede na vizinha cidade de Passos. Na área de abrangência da SER-Passos, cerca de dois mil profissionais da educação se encontram nessa condição, devendo sofrer os efeitos da medida do Supremo. Entre esses profissionais, encontram-se professores, inspetores, auxiliares, supervisores e diversos profissionais contratados pelo governo de Minas para trabalharem na área de Educação.

De acordo com Maria Antônia Mourão, presidente do Sind-UTE de Passos, a notícia causou um verdadeiro caos na rede de ensino pública estadual.

“Os educadores ficaram angustiados com a notícia, se sentido desrespeitados por tudo o que o Governo de Minas fez. A pergunta mais comum que os prejudicados fazem ao ligar no sindicato é se seria possível uma reversão dessa decisão, para a qual respondemos que nem mesmo o governador tem esse poder”, explicou a sindicalista.

Fato é que, quando esta lei foi sancionada em Minas Gerais, já havia duas ações em outros pontos do Brasil considerando leis similares inconstitucionais, uma no Acre e outra no Distrito Federal. Esse fato, por si só, já coloca em xeque a competência de todo o aparato jurídico do governo mineiro, que deveria ter previsto que a lei poderia ser questionada pelo STF. Com essa atitude, tanto a gestão do ex-governador Aécio Neves como a do atual governador Antônio Anastasia (PSDB), comprometeram a vida de 98 mil servidores estaduais, entre eles os 82 alpinopolenses. Esses servidores estão sendo penalizados por um erro que não cometeram.

Na Escola Estadual Dona Indá foram 28 os profissionais prejudicados De acordo com o Sind -UTE, essa ação, que culminou na decisão do STF, foi proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) e prejudicou os servidores que são vítimas da situação. O sindicato ainda lembrou que o governo instituiu a legislação em 2007 para sanar uma dívida grande com a união, pendências com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Com a sanção da Lei 100, no ano de 2007, muitos servidores deixaram de prestar o concurso público promovido pelo Governo de Minas, confiando na estabilidade garantida pela legislação aprovada pelo governo tucano.

EM ALPINÓPOLIS Dos 82 profissionais acometidos no município de Alpinópolis, 28 estavam lotados na Escola Estadual Dona Indá, sendo 16 professores, nove auxiliares de serviços gerais e três auxiliares de secretaria.

Para a diretora Ana Andrea de Oliveira o clima que se instalou no colégio é muito negativo, uma vez que os servidores foram pegos de surpresa, pois, mesmo sabendo da inconstitucionalidade da lei, não acreditavam isso pudesse ocorrer, ainda mais que o próprio governo alimentava as esperanças de que a legislação não seria derrubada. “O clima está terrível, mas um fato positivo que acompanhamos entre os servidores afetados no Dona Indá foi a solidariedade demonstrada uns com os outros, principalmente por parte dos efetivos. Todos já sabiam que a lei era inconstitucional, mas ninguém esperava essa queda, pois o Estado sempre tranqüilizava a todos. Esta situação que estamos vivendo é culpa exclusiva do governo estadual e quem está pagando o pato são os servidores”, disparou a diretora.

Na Escola Estadual Dom João VI foram 38 os prejudicados. São 19 professores, 14 auxiliares de serviços gerais, três supervisores e dois auxiliares de secretaria atingidos pela derrubada da lei. A diretora Rosimeire

Cardoso Freire Faria teme uma desestruturação séria na Secretaria de Estado de Educação, caso a medida perdure, mas crê que as autoridades competentes farão algo para amenizar a situação.

A Apae de Alpinópolis teve nove profissionais afetados pela medida, todos eles professores. Segundo declaração da diretora Maria José de Lima, todos ficaram surpreendidos com o desrespeito do Governo de Minas perante a classe, pois no momento de elaboração e aprovação da lei ninguém foi consultado. “Os profissionais estão perplexos com o desrespeito demonstrado pelo governo, que em nenhum momento consultou os envolvidos sobre o assunto.

O que aconteceu, de fato, foi que simplesmente os servidores dormiram sem nada e acordaram com a Lei 100, sem nenhum direito de opinar. A classe foi usada para ajustar os problemas do governo estadual com o INSS”, desabafou a diretora.

No CESEC, o Centro de Ensino Supletivo Dr. Hélio Ferreira Lopes, os lesados foram sete, sendo três professores, três auxiliares de serviços gerais e um auxiliar de secretaria. Maria Denize Freire de Medeiros, a diretora, também disse que todos estavam cientes da inconstitucionalidade da Lei 100, porém havia uma grande confiança nas promessas do governo de que nada ocorreria com os servidores. Opina, em coro com as outras colegas de direção, que a legislação foi estabelecida visando “tapar um buraco” do Governo de Minas com o INSS. A professora do CESEC Maria Izabel de Melo Vilela, disse estar muito decepcionada com o ocorrido, pois está prestes a se aposentar e a medida a prejudicará bastante. “Estou quase me aposentando e repentinamente recebo essa notícia. Se soubesse que isso aconteceria, teria feito o último concurso do Estado. Só não fiz, pois confiei nessa Lei 100 que o governo afirmava que ninguém derrubaria nunca”, lamentou a professora.

TRIBUNA ALPINA

cidade

Alpinópolis/MG | Abril de 2014 | Página 4

“Remendos” de massa asfáltica nas ruas desagrada população

Uma ação que vem gerando polêmica, desde o seu início em meados de novembro do ano passado, são os “remendos” feitos com massa asfáltica sobre os bloquetes de concreto em várias ruas avariadas de Alpinópolis. Em pontos espalhados pela cidade a prefeitura vem executando esse serviço que divide as opiniões dos cidadãos, porém sendo criticado pela grande maioria, segundo pôde averiguar a reportagem do Tribuna Alpina.

O que vem rendendo comentários é o fato do Departamento Municipal de Obras Públicas (DEMOP) estar fazendo os consertos dessa forma, quando o ideal (e correto) seria seguir a técnica padrão para reparação desse tipo de calçamento, ou seja, retirar o bloquete, fazer a reposição do colchão de areia e recolocar a peça.

Esse procedimento apresenta custo reduzido e mantém a boa estética das vias públicas ao contrário dos “remendos” que demandam a compra de CBUQ (massa asfáltica) e comprometem o visual do desenho lógico e geométrico dos bloquetes.

Além da estética, também vem sendo contestada a durabilidade dessas reparações feitas com CBUQ, que parece não ser das mais longas. Em menos de três meses os “remendos” já

transporte

Trecho de rua jocosamente apelidado por moradores de “Tobogã da Dona Indá”

precisaram ser refeitos em diversos lugares. A curta permanência da massa asfáltica sobre os bloquetes poderia ser explicada pelo natural movimento das peças de concreto do calçamento o que causaria rachaduras e posterior entrada de água na massa, provocando sua rápida deterioração.

Os bloquetes de concreto, também conhecidos pelo nome de pavimento ecológico, são altamente recomendáveis para calçamento de ambientes urbanos devido a suas características que proporcionam boa permeabilidade, permitindo absorção de parte do líquido pelo solo.

Isso evita um grande volume de água correndo sobre as ruas, o que não acontece

em trechos pavimentados com asfalto. Ações como a feita pela prefeitura na Rua Dona Indá, por exemplo, onde praticamente meia pista foi coberta com CBUQ na extensão entre a Praça Manoel Cabral e a Rua Espírito Santo, compromete a absorção da água e pode provocar, em caso de chuva forte, uma enxurrada volumosa que descerá encontrando pouca resistência rua abaixo, causando estragos significativos. Esse trecho foi jocosamente apelidado por alguns moradores como “Tobogã da Dona Indá”.

O CIDADÃO A moradora do bairro Bela Vista, Vera Czubinski, critica duramente esse tipo

Conselho de Saúde contesta dimensões das ambulâncias O Conselho Municipal de Saúde enviou, no final do ano passado, uma denúncia ao Conselho Estadual relativa às dimensões dos veículos utilizados no serviço de transporte em saúde (ambulâncias), que vieram atender ao município através de convênio firmado entre a Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais e a Prefeitura Municipal de Alpinópolis. As reclamações são referentes ao tamanho inadequado das ambulâncias que não oferecem espaço suficiente para acomodar nem usuários de estatura mediana.

Segundo a denuncia, esses veículos que servem ao município e inclusive são os utilizados na Santa Casa de Misericórdia de Alpinópolis para as remoções no atendimento de urgência e emergência, devido a seu tamanho reduzido, podem colocar em risco a segurança e estabilidade do paciente transportado.

O CESMG O CESMG (Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais) encaminhou a demanda para conhecimento e manifestações da SES, contendo o questionamento sobre a falta de comodidade desse equipamento de saúde considerado da maior importância para uma assistência com dignidade aos usuários do Sistema Único de Saúde. De acordo com Geraldo Heleno Lopes, representante do Conselho Estadual, o documento enviado lembrava que quando o Sr. Marcus Pestana era Secretario de Estado de Saúde de Minas Gerais, em sua aula magna de abertura da VI conferencia Estadual de Saúde de Minas Gerais, apresentou um projeto de reformulação do programa de governo, que tinha o antigo nome de “Transporte Sanitário” e hoje é o “Transporte em Saúde”, onde ele a OMS condenavam esse tipo de ambulância e trazia uma inovação ou renovação e conceito totalmente diferente disto que é visto agora.

A SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE Em face da reclamação repassada pelo CESMG à SES (Secretaria do Estado da Saúde de Minas Gerais), a última respondeu que os veículos destinados às prefeituras não apresentam riscos para a realização de transferências de pacientes que necessitem de remoção simples. Felipe Braga Ribeiro Rosa, responsável pelo serviço estadual de transpor-

A imagem mostra como um homem de 1,75m (estatura mediana) ficaria acomodado dentro de uma das ambulâncias te em saúde da SES, declarou que “As ambulâncias são destinadas às prefeituras com todos os equipamentos obrigatórios, conforme a Portaria 2048 de 2002. Segundo ele, essa norma não define o tamanho mínimo destes veículos e diante da especificidade dos pacientes que utilizam este tipo de transporte a SES adotou o tipo furgão para adaptação como ambulância simples, escolha essa devida a sua boa funcionalidade, além de atrelar desempenho e economia para as prefeituras. Uma ambulância para simples remoção do tipo furgão tem um valor para o Governo de Minas de aproximadamente R$ 44.072,00 enquanto um veículo com dimensões maiores, uma Van tipo cargo, não sairia por menos de R$ 128.100,00. Assim, optando pelas primeiras, o governo estadual pode atender um número maior de municípios e pessoas. Porém através dessa reclamação de Alpinópolis, a primeira recebida desde a implementação deste tipo de veículo na frota, serão realizadas melhoras nas especificações do produto para um atendimento com maior qualidade aos cidadãos mineiros”, afirmou Rosa.

POLÊMICA NA CÂMARA MUNICIPAL O assunto foi levado ao Poder Legislativo alpinopolense na reunião do último dia 10 de março, quando usou da tribuna o ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde, Sanderson Flávio Oliveira, que comunicou à Casa a denúncia feita ao CESMG sobre o tamanho inadequado e a comodidade nas ambulâncias enviadas pelo Governo de Minas à Prefeitura Municipal de Alpinópolis.

O vereador situacionista Adriano Bernardo Francisco, o Adriano Ploc (PDT), em face do discurso do repre-

sentante do conselho, disse que concordava apenas em parte com o posicionamento do CMS. Declarou ser um apoiador e “fã do governador Anastasia” e que, mesmo as ambulâncias não tendo o tamanho necessário para acomodar transportados de maior porte, são equipamentos “ganhados” e, como tal, é melhor aceitar do que ficar sem nada. O termo “ganhado”, utilizado pelo parlamentar, suscitou imediato revide do ex-presidente do CMS, assim como dos vereadores Luiz Paiva (PRB) e Jaqueline Cândida Rocha (DEM). Todos foram unânimes ao criticar a fala de Adriano Ploc, dizendo que aquele equipamento não era “ganhado” e sim pago com dinheiro de impostos dos contribuintes.

O HOSPITAL O provedor da Santa Casa de Misericórdia de Alpinópolis, Herculano José dos Reis, o Dunda, disse que, apesar de lamentar o tamanho dos veículos que também considera inadequado, não opina sobre a questão, uma vez que essa não é uma responsabilidade do hospital e sim da Prefeitura de Alpinópolis.

De acordo com Dunda “O hospital só é responsável pelo atendimento ‘da porta pra dentro’, sendo o transporte, conseqüentemente adequação dos veículos, de inteira responsabilidade da administração municipal, que contrata da Santa Casa o serviço de pronto atendimento. A disponibilização de uma ambulância 24h por dia é prevista no contrato, porém a qualidade da mesma fica por conta da prefeitura”.

A PREFEITURA A equipe Tribuna Alpina entrou em contato com a administração municipal para manifestação sobre o assunto, porém o prefeito optou por não se pronunciar.

de medida da prefeitura dizendo desaprovar os tais “remendões” que estariam causando má impressão aos visitantes e causando poluição visual aos moradores. “Sou totalmente contra esses ‘remendões’ que estão deixando a cidade feia, tanto aos olhos de quem vive aqui em Alpinópolis, quanto aos dos que vêm de fora. Em minha opinião, ao invés de trazer melhorias, isso só empobrece o visual da cidade. Alpinópolis é um lugar que possui grande potencial turístico, que para ser desenvolvido demanda investimentos na estética urbana. Medidas como essa apenas destroem o que já foi construído”, desabafa a cidadã.

Para José Gilberto Freire, comerciante residente na Rua Dona Indá, as coberturas com asfalto resolveram parcialmente o problema dos buracos nas ruas, mas ainda não é possível avaliar se, de fato, o resultado será duradouro. Especificamente sobre o maior de todos os “remendos”, o feito na rua onde reside, disse que depois que jogaram o asfalto ainda não choveu e então não há como dizer se o problema de danos causado pelas águas pluviais poderá ser evitado. “Em curto prazo parece que o problema dos buracos foi solucionado, mas não dá para negar que o ‘remendo’ prejudicou a aparência da rua, deixando o visual desigual. Já que resolveram jogar o asfalto deveriam

então ter feito na rua inteira e não só em uma parte.

Para ver se o problema dos estragos que são causados pelas chuvas foi resolvido, precisamos primeiro esperar cair uma chuva forte para depois poder opinar”, declarou cauteloso o morador.

OS GASTOS COM TAPA-BURACO De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura de Alpinópolis, a administração gastou, entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014, mais de R$ 225 mil com operações tapa-buraco que envolvem o uso de massa asfáltica. Segundo verificado no documento firmado entre a prefeitura e a empresa contratada para realizar os serviços, o objeto, previsto na cláusula primeira do Contrato Administrativo 103/2013, consiste no seguinte: Execução de Tapa buraco com aplicação de pintura de ligação e CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado Quente), faixa C, do DENIT” nas ruas asfaltadas do município pela Prefeitura Municipal de Alpinópolis/ MG, conforme quantitativos constantes no Anexo I desse documento.

Ainda conforme o contrato, a prefeitura paga à empresa o valor de R$ 402,00 por tonelada de CBUQ e R$ 1,50 por m² de pintura de ligação. Cruzando os dados do montante gasto com a operação tapa-buraco e os valores pagos pelo material, é possível concluir que já foram jogadas sobre as ruas

de Alpinópolis, pelo menos, 600 toneladas de massa asfáltica.

A SOLUÇÃO Como já mencionado, os reparos nessa natureza de calçamento são bem simples, consistindo basicamente em retirar o bloquete, ajustar o colchão de areia e reassentar o mesmo bloquete. Porém, a palavra de ordem para evitar essa classe de problemas é prevenção.

Em uma cidade construída em cima de relevo montanhoso, como é o caso de Alpinópolis, é fundamental que as vias públicas sejam dotadas de um bom sistema de captação de águas pluviais, as conhecidas galerias. A solução definitiva para evitar danos a calçamentos com bloquetes de concreto seria, portanto, um bom planejamento e construção dessas galerias nas ruas, principalmente nas mais íngremes. Exemplo clássico da eficiência dessa medida é a Rua Professor Telles, que foi pavimentada há mais de 40 anos durante o mandato de Antônio José de Freitas, onde foram implantadas galerias de forma adequada.

Essa via permanece intacta há mais de quatro décadas, mesmo em face das fortes chuvas que, em outras ruas, provocam sérias avarias nos calçamentos.

A PREFEITURA A Prefeitura Municipal de Alpinópolis foi contatada por nossa equipe, mas optou por não comentar a matéria.

REPOSIÇÃO DE PERDAS

Reajuste dos servidores foi de apenas 5,39%

O prefeito municipal Julio Cesar Bueno da Silva, o Julio Batatinha (PTB) concedeu aos servidores da Prefeitura Municipal de Alpinópolis um reajuste salarial de 5,39%. Para tal, o mandatário enviou ao Pode Legislativo o PL 002/2014, que foi aprovado no dia 19 de março, em caráter de urgência, e sancionado logo em seguida. Na mesma data foi aprovado também o PL 004/2014, de autoria do Poder Legislativo, que determinou os mesmos 5,39% de reajuste nos vencimentos do prefeito, vice-prefeito, diretores de departamento e cargos comissionados. Segundo o Poder Executivo, o reajuste concedido faz apenas a reposição das perdas salariais do período, de acordo com o INPC/IBGE acumulado nos últimos 12 meses. Essa revisão geral anual dos vencimentos dos servidores, a qual constitui uma garantia constitucional que visa a reposição do poder aquisitivo da remuneração do trabalhador, é feita sempre no mês de março.

Com o reajuste o prefeito passou a receber mensalmente R$ 14.893,88, o vice R$ 3.494,70 e diretores de departamento R$ 2.487,23. Os vereadores também tiveram seus vencimentos reajustados pelo mesmo índice e recebem agora o valor mensal de R$ 2.116,83.

O SINDICATO O anúncio oficial feito pelo prefeito Julio Cesar Bueno da Silva, o Julio Batatinha (PTB), de reajuste salarial para os servidores de 5,39% não foi recebido com surpresa pelo Sindi-

Presidente do SEMPRE Benedito Oliveira disse o pouco substancial aumento não foi recebido com surpresa pelo sindicato. cato dos Empregados da Prefeitura de Alpinópolis (SEMPRE), pois no dia da reunião e discussão da data base o prefeito já havia deixado claro que não seria possível o reajuste além do índice, sendo que um aumento maior ultrapassaria o limite de tolerância da folha de pagamento e poderia comprometer as finanças do município.

Segundo o presidente do sindicato, Benedito Oliveira, a entidade fez sua parte convocando os diversos departamentos da administração para a preparação de um documento contendo as reivindicações dos servidores, porém o comparecimento foi acanhado. Também esclareceu que a pauta encontra-se na sede do SEMPRE para conferência de qualquer servidor que queria conferi-la. “Quero deixar bem claro que nós do sindicato cumprimos nosso papel e convidamos todos os setores

para a elaboração da pauta de reivindicações, porem somente compareceu a reunião representante de dois setores. Assim mesmo elaboramos uma pauta baseada nas anteriores e acrescentando alguns pedidos que são feitos nas ruas quando somos abordados por servidores que cobram do sindicato melhorias de salários, entre outros benefícios. Lembramos que essa pauta foi protocolada pelo prefeito e esta no sindicato e o servidor que queira verificar, basta procurar o SEMPRE. Ainda gostaria de lembrar que o sindicato é um órgão que representa a todos os servidores e precisa de cada um deles para unir forças e crescer”, disse o sindicalista.

O PREFEITO Julio Batatinha foi procurado pela reportagem do Tribuna Alpina e preferiu não manifesta-se.

TRIBUNA ALPINA

gerais

Alpinópolis/MG | Abril de 2014 | Página 5

ASSOPROCULTURAL - Um ideal de promoção da cidadania através da arte A maioria das ações de desenvolvimento social de iniciativa popular começa com pessoas insatisfeitas com determinada situação e que se unem para mudá -la, visando construir algo melhor. Em Alpinópolis não foi diferente e a semente do trabalho da Associação de Promoção do Desenvolvimento e Preservação Cultural de Alpinópolis – Assoprocultural foi lançada e brotou exatamente assim.

Um grupo de amigos, com o objetivo comum de interferir no quadro social da cidade, resolveu tomar atitude e ser aquela mudança desejada há tempos. Depois de muita conversa e planejamento essas pessoas perceberam que havia chegado o momento de partir para prática e colocar, de fato, a mão na massa. O grupo concordava que havia uma série de instâncias que formavam o cenário estrutural da cidade e que, se quisesse mudá-lo, deveria estabelecer ações em cada uma particularmente. Foi quando tiveram início, no ano de 2010, acanhados movimentos ambientais e sindicais que foram a base de todo o trabalho que viria a ser realizado.

COMO TUDO COMEÇOU Os ativistas passaram a sentir a necessidade de contribuir para o desenvolvimento da cultura regional.

Foi quando houve o encontro ideológico de Ronaldo Oliveira, ex-extrator de pedras e portador de silicose e Francisco Jerônimo da Silva, popularmente conhecido como Quito que, indignados com a situação trabalhista, política e social da cidade trataram de agir e fazer acontecer. Eram então lançadas as sementes de uma nobre ação que frutificaria em breve. O processo tomou fôlego com a chegada de uma figura fundamental, que serviu como ponte para ligar outro grupo aos dois citados moradores do Santos

Professor Marcos Magalhães ministrando aulas de violão Reis: Donizete Mendonça.

Assim, iniciou-se um processo de diálogo com os moradores do bairro e de visitas periódicas às residências. Ao notar que uma igreja abandonada do local servia como ponto de consumo e venda de drogas, o grupo despertou para a urgência da tomada de medidas combativas a estes males sociais. Chegou-se então ao consenso de que somente a educação e a cultura poderiam conduzir aquelas pessoa a um câmbio social estrutural. Com autorização da Paróquia de São Sebastião, houve um mutirão para promover a reforma daquela igreja que serviria de quartel general para as ações planejadas pelo grupo que se solidificava.

Começados os trabalhos, ainda de forma rudimentar, foi constatado pelo grupo que as crianças do bairro apresentavam excesso de tempo ocioso e que eram vítimas de total descaso do poder público, o que as tornava altamente suscetíveis aos perigos da rua. Houve então a criação de um grupo

que se encarregou de elaborar medidas sócio-culturais que chegassem até os mais necessitados e que interferisse, de forma impactante, em sua formação.

O GRUPO DE TEATRO MEMÓRIA VIVA De início empreendeuse a estruturação de um projeto teatral resultando na criação do grupo Memória Viva. O nome veio através do entendimento de que, além da ferramenta “arte” como transformadora social, a ação poderia proporcionar um resgate da singularidade cultural e das raízes do município. O teatro apenas começou a funcionar, de fato, no começo de 2012 com os preparativos para a peça Paixão de Cristo, a primeira que o grupo realizou.

FUNDAÇÃO DA ASSOPROCULTURAL A associação foi legalmente instalada em 23 de janeiro de 2012 e batizada como Assoprocultural, nome sugerido pelo advogado e militante dos direitos hu-

manos Paulo César da Fonseca. Segundo o jurista o objetivo proposto levaria cultura a toda cidade, como uma lufada de ar a ventilar a Ventania, daí a referência ao verbo “assoprar”. No final do ano, especificamente no mês de dezembro, iniciaram-se as aulas de violão ministradas pelo professor de História Marcos Magalhães, atividade que conta com a participação de mais de trinta crianças e adolescentes.

ATIVIDADES Ainda em 2012 foi inaugurado o Cantinho da Criança, um espaço idealizado por Rogério Bonílio, Joselene Oliveira e Denise Oliveira visando promover encontros semanais com crianças de até 10 anos para brincadeiras e atividades pedagógicas. Nesse ano, a associação deu um grande passo para cumprir seu papel social iniciando práticas esportivas através do voluntariado de David Lira, treinador de MMA e Muay Thai que, generosa-

mente, ofereceu o espaço de sua academia para atender crianças carentes que foram iniciadas nos princípios fundamentais da luta corporal. Outro voluntariado importante que veio somar ao grupo foram as aulas de canto de Luiz Winter, músico de Carmo do Rio Claro, atividade que possibilitou a formação de um coral.

A associação já conta com um calendário fixo de atividades culturais como, por exemplo, o Dia das Mães, no qual as crianças em companhia de adultos e um violonista saem em cortejo a fazer serenatas para as mães do bairro.

Há também a Festa Junina com típica quadrilha e apresentações de músicos do bairro, a comemoração com atividades lúdicas do Dia das Crianças e as festas de final de ano.

O IMPACTO SOCIAL Para Donizete Mendonça o trabalho realizado na Assoprocultural tem como base a estruturação da família através de ações culturais, educativas e esportivas.

Ele considera a disposição e a tomada de iniciativa fundamentais para o desenvolvimento de um trabalho dessa envergadura e reclama do vácuo de poder existente em razão da falta de aplicação de políticas públicas em vários segmentos comunitários de Alpinópolis. “Se existe a intenção de mudar a sociedade para melhor, a primeira coisa é o investimento na família e, por meio da educação, da cultura e do esporte é possível estruturar o núcleo familiar. Para realizar um trabalho como esse que começamos, além da coragem e disposição de colocar a mão na massa, há que ter um senso de responsabilidade muito grande, pois esse tipo de ação social uma vez iniciada

não pode ser interrompida. O jovem ou a criança que se envolve em projetos dessa natureza, muitas vezes, está em situação de risco social e tem ali, no local da atividade escolhida, o único momento onde se sente incluído socialmente e se interrompemos isso o prejuízo psicológico e afetivo é muito grande. Temos perfeita consciência disso e responsabilidade com o compromisso que assumimos, tanto é que procuramos não estar vinculados ao poder público para não correr o risco de tornar o projeto dependente de prefeitura e nem de outra esfera de governo. É claro que já recebemos auxilio governamental em algumas situações, assim como de outras associações como a Nossa Senhora do Rosário por exemplo, o que tornou possível a seqüência das atividades, mas nos mantemos sempre com autonomia.

Outra coisa que não podemos deixar de mencionar é a ajuda recebida do comércio e de pessoas com espírito de cidadania, que foram e são de fundamental importância para seguirmos buscando nosso objetivo. Como já dito, o objetivo é estruturar a família e para isso é necessário promover o cidadão através dessas ações propostas pela Assoprocultural”, afirmou o ativista.

ONDE FUNCIONA A Assoprocultural desenvolve suas atividades atualmente nas dependências do Conselho Social Comunitário Ampliado - COSCA (antiga creche Nair Ribeiro) e na igreja do bairro Santos Reis, onde são ministradas aulas de artesanato, Língua Espanhola, caratê e violão.

Maiores informações podem ser fornecidas pelo telefone 3523 1713 (COSCA) ou pessoalmente na Avenida Osvaldo Antonio Resende Reis nº 69, durante horário comercial.

ALERTA

Fantasma da violência volta a assombrar Alpinópolis

Quando a esperança de uma trégua na onda violência, vivenciada em 2013, parecia ser possível Alpinópolis é novamente assombrada por crimes de causar inveja a bandidos de facções criminosas das capitais. Só neste início de 2014 a cidade já foi vítima de um latrocínio, ocorrido em fevereiro, e agora o assassinato de um jovem de 21 anos, morto a tiros na semana passada.

São assassinatos, assaltos a mão armada, espancamentos e outros crimes considerados violentos que incrementam as estatísticas e colocam nossas autoridades de sobreaviso.

Segundo dados disponibilizados pela Polícia Militar, somente neste primeiro quadrimestre de 2014, nosso município foi palco de sete crimes considerados violentos, números considerados até animadores se comparados aos 24 ocorridos no mesmo período em 2013.

Dado importantíssimo que não pode ser omitido é que na grande maioria das ações criminosas ocorridas em 2013 e 2014 houve envolvimento de menores, quase sempre portando armas de fogo.

A situação merece ser encarada com absoluta cautela, pois pelos sinais já dados neste início de ano, corremos o risco de ter repetido o triste histórico da criminalidade de 2013, que elenca 46 crimes violentos.

Diante desse cenário, seria correto afirmar que uma geração de bandidos está despontando em Alpinópolis? Talvez seja essa uma afirmativa um pouco exagerada, mas pode ela servir como um sinal de alerta que nos leve a reconsiderar

muito no trabalho da polícia é a participação da comunidade. O cidadão pode ajudar denunciando e não precisa, de forma alguma, ficar preocupado com represálias, pois a identidade de quem denuncia é mantida em absoluto sigilo. Com essa ajuda da população, o trabalho da polícia é muito facilitado e o benefício em ganho de segurança é imediato”, afirma o tenente.

Reginaldo Oliveira, de 41 anos, passou sete dias na UTI depois de ser violentamente agredido na noite de 21 de março

os caminhos e opções que estamos oferecendo aos jovens e crianças de nossa cidade. Não diferente de qualquer pequena localidade interiorana, sabe-se que Ventania carece de alternativas saudáveis de lazer que incluam espetáculos esportivos e atividades culturais para fazer frente aos bares, festas e shows esporádicos, ambientes geralmente regados a álcool e drogas, que são praticamente as únicas opções de recreação disponíveis por aqui. Fato é que essa modalidade de lazer, há muito, vem tirando o sono das famílias alpinopolenses.

Em face dessa preocupante conjuntura, haveria algum caminho para uma possível redução (porque não dizer supressão) dessa onda de criminalidade que sinais de voltar a incomodar essa cidade que foi segura e tranquila em tempos idos?

Se esse caminho de fato

Protesto feito em 2013 cobrando providências das autoridades alpinopolenses para o problema da violência. existe, podemos afiançar que seguramente deve ser pavimentado por investimentos, públicos e privados, em cultura e esporte. Porém, parece que o poder público alpinopolense mantém, desde a canetada dada em 1938 pelo governador Benedito Valadares, a desanimadora tradição de destinar escassos recursos orçamentários para a manutenção dessa espécie de atividades. Infelizmente somos obrigados a engolir os miseráveis percentuais direcionados a esse fim pela Lei Orçamentária Anual o que naturalmente leva a se concretizar o ditado popular que afirma que “o barato sai caro”. O maior prejuízo não é o financeiro e sim o social.

A POLÍCIA O novo comandante do destacamento da Polícia Militar de Alpinópolis, Tenente Robson, afirmou que são muitos os agravantes que contribuem para esse aumento de violência, principal-

mente no tocante à participação de menores nos crimes.

Segundo ele a falta de vagas para internação de menores infratores é um problema sério em nosso estado, pois isso propicia a soltura dos mesmos após serem presos e receberem sentença. “Os problemas enfrentados com a violência na região têm sido caracterizados, em muitos casos, pela participação de menores de idade que, com a errônea idéia de impunidade, entram para o mundo do crime. Uma medida que poderia ajudar bastante seria a disponibilização de mais vagas para a internação dos menores e, melhor ainda, se fosse construída uma unidade prisional para atender essa demanda no Sul e Sudoeste de Minas. As estatísticas da criminalidade em Alpinópolis diminuíram logo que foram conseguidas vagas para a internação de alguns elementos da cidade, isso em meados de novembro do ano passado. Outro fator importante e que pode ajudar

O QUE FAZER? A ação policial, que também pode ser chamada de ação reparadora, resolve a parte que lhe toca do problema, porém deixa sua verdadeira causa descoberta. É necessário identificar o que tem promovido essa debandada de jovens para os caminhos do crime que, naturalmente, tem gerado a avalanche de violência presenciada nestes últimos tempos. Seria muito injusto designar apenas ao poder público toda a carga de culpa

por essa problemática. A responsabilidade também é da comunidade alpinopolense, que tem a obrigação de contribuir para o estancamento dessa criminalidade hemorrágica que parece estar saindo de nosso controle. O cidadão pode e deve exigir atitude do poder público, mas não tem o direito de se reservar a proferir críticas e esperar que tudo seja resolvido apenas pelos governantes.

Este argumento aqui montado não busca apontar “culpados exclusivos” para o problema da violência em Alpinópolis. A grande questão é abrir os olhos para o que tem ocorrido e buscar soluções sustentáveis, cada um em sua alçada. É fundamental que cada um faça sua parte, mobilizando seu bairro, sua escola, sua igreja, sua associação ou seu partido político. É hora de colocar em prática uma ação válida que mostre para a Ventania que a união pode fazer a diferença.

Rua Bahia nº 218 - Mundo Novo - 3523 2777

TRIBUNA ALPINA

coluna social

Um registro especial vai para a visita de Euller, ex-jogador do Atlético Mineiro e da Seleção Brasileira, à cidade de Alpinópolis.

O atleta deu uma palestra e um extraordinário testemunho de vida e superação na Câmara Municipal.

Motivo de extrema alegria na família de Efraim e Ivana Lopes foi a chegada da netinha Letícia. Vovó Ivana exibe com orgulho essa garotinha guerreira, filha de Izabela e Rodrigo.

Quem soprou velinhas no dia 27 de março foi o empresário e vice-prefeito Cléber do Lói. Família e amigos comemoraram com festa a data natalícia dessa simpática figura tão querida pela comunidade alpinopolense.

Nossos parabéns e votos de muito sucesso a Guilherme Lima, filho de Luis e Iara, que se formou no curso de Engenharia de Telecomunicações pela INATEL de Santa Rita do Sapucaí.

Alpinópolis/MG | Abril de 2014 | Página 6

A médica alpinopolense Ana Paula Carvalho, na foto ladeada pelos pais Omar Jonas e Concebida e pelas irmãs Patrícia e Anelise, foi recentemente admitida para compor o corpo clínico de um dos mais renomados hospitais brasileiros, o Sírio-Libanês de São Paulo.

Sucesso!

Lucas Ventania foi entrevistado por Celia Coev no programa Talk Show da TV Flix. O artista falou sobre suas andanças pelo mundo, sua carreira, a descoberta da música em sua vida, além de mostrar seu trabalho e falar da cultura caipira. Bão tamém!

“Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mateus 21:9) Nada mais adequado que felicitar o carismático líder da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, pastor Edmilson, com essa linda passagem bíblica pela comemoração de seu aniversário no dia 29 de março.

Quem está fazendo o maior sucesso com seus relógios de pedra e madeira de demolição é Tiso Oliveira. A fusão do maquinário dos relógios com um primoroso trabalho artesanal dá a cada uma dessas peças um traço de bom gosto refinado mesclado com sua funcionalidade. É produto de primeira linha Made in Ventania!

Dando o ar da graça, para receber os mimos dos pais Lídia e Chandelle, aí está o pimpolho Lucas. Vovô Kinka Leite já deve estar preparando a voz de veludo para embalar o netinho que nasceu com cara de artista. Seja bem vindo à Ventania, Lucas!

Orgulho para Alpinópolis é ter um filho compondo a equipe de Gestão da Educação em Saúde do Ministério da Saúde em Brasília. José Rodrigues Freire Filho, o Tezinho, foi aprovado em seleção pública para ocupar essa importante função técnica na capital federal. Ele que tanto já fez por nossa Ventania, agora que faça pelo Brasil.

Parabéns, Tezinho!

E no dia 26 de março, o simpático garotinho Antônio chegou para encher de felicidade o papai Matheus e a mamãe Laura. Os avós Tarcisio/Dirna e Toninho Freire/ Solange também não cabem em si de contentamento com vinda do netinho.

CASA DO CRIADOR

Produtos de Campo e Quintal ►Venda de pequenos animais (cães, gatos, aves e peixes) ►Rações variadas ►Material de pesca

Rua Belo Horizonte nº 1122 - Centro - Alpinópolis/MG

Se é festa, é

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Du Caneco

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TRIPALIUM

Saúde e Segurança do Trabalho

Serviços que a firma presta: ► Elaboração de PPRA PGR - PCMAT - PCMSO ► Avaliações Ambientais ► Treinamentos de Segurança ► Consultoria de CIPA, CIPAMIN e CIPATR ► Emissão de Laudos (LTCAT) e PPP ► Assistência Técnica Pericial

Rua Professor Telles nº 403 - Andar 1| São Benedito | Fone: 3523 3269

Rua Quirino dos Reis, 55 - Centro Tel.: 3523-1096 | Alpinópolis/MG

TRIBUNA ALPINA

NOSSA HISTÓRIA

Alpinópolis/MG | Abril de 2014 | Página 7

Quem se lembra do Musilanche? durante as quase duas décadas de funcionamento desse local que acabou se tornando parte da história de muitas pessoas.

O Musilanche foi inaugurado no dia 22 de dezembro de 1984 e funcionou até 29 de agosto de 2004, segundo relato de João Gualberto Vilela, proprietário da casa nos seus quase 20 anos de existência. O pitoresco nome Musilanche surgiu de uma viagem a São Miguel do Araguaia, no estado de Goiás, cidade na qual João Gualberto conheceu um bar que, além de servir refeições e proporcionar apresentações musicais à clientela, ostentava essa inusitada nomenclatura em seu letreiro. Pela similaridade com o empreendimento que tinha em mente implantar, o nome veio junto no pacote de idéias trazido do estado goiano.

♪ By the rivers of Babylon… there we sat down… ♫ ♫ Ye-eah we wept… when we remembered Zion… ♪

É certo que muita gente, sempre que escuta esse trecho da canção “Rivers of Babylon” da banda Boney M, aperta os olhos recordando com doída saudade uma das mais emblemáticas casas noturnas alpinopolenses: o Musilanche. As originais coreografias executadas ao som desta canção e também de outros sucessos internacionais das bandas Modern Talking, Creedence e Guns and Roses, além das baladas nacionais cantadas pelo Raça Negra, Alceu Valença, Zezé de Camargo e Luciano, É o Tchan, entre tantos outros; proporcionaram à juventude alpinopolense muita diversão

Um detalhe interessante e que não pode ficar sem registro é que, em 1983, João Gualberto montou um bar provisório (em uma barraca de bambu), no mesmo lugar onde posteriormente funcionou o Musilanche, e o sucesso deste improvisado empreendimento, que ficou conhecido com “Barraca da Música da Saudade”, foi tão grande que o animou a dedicar-se ao ramo.

“Quando montei essa barraca, bem na época do lançamento do sucesso Música da Saudade, da dupla Gilberto e Gilmar, o movimento foi muito grande e então resolvi que daria seqüência ao negócio. Assim, investi minhas economias na construção do barracão, equipamento de som e na montagem do bar, tudo mais ou menos nos moldes que tinha visto em Goiás. Daí nasceu o Musilanche”, lembrou com

Fichas utlizadas no Musilanche

Interior do Musilanche visível saudosismo João Gualberto.

Foram várias fases que marcaram a existência do Musilanche, tendo iniciado como um bar/ restaurante, logo se transformando em discoteca (termo muito utilizado na época), depois em um animado forró (com música ao vivo) e voltando a ser restaurante, mas desta vez, com a inovação de servir chope. No final de 1994, quando foi estabelecida a socie-

dade com Hélio Morais, o Musilanche tornou-se a danceteria mais badalada da cidade e assim permaneceu até o ano de 1997, quando a parceria foi rompida e Hélio montou a danceteria Hangar, outra casa noturna que deixou boas lembranças aos alpinopolenses.

No final dos anos 90, devido à queda do movimento causada pela abertura de outros estabelecimentos concorrentes, João Gualberto chegou a

cogitar o fechamento da casa, porém foi insistente e isso só veio a ocorrer, de fato, em agosto de 2004.

O Musilanche sempre será lembrado por quem freqüentou a noite alpinopolense nas décadas de 80, 90 e início dos anos 2000. Hoje o local, na Praça do Rosário, é ocupado pela Speed Academia, porém sempre desperta um sentimento nostálgico de um tempo que marcou a vida de quem teve o privilégio de vivê-lo.

O VENTANIENSE

Bola, um grande poeta alpinopolense

Qualquer cidade ou nação que compreenda a necessidade de criar uma população de leitores há, primeiramente, que preparar-se estrategicamente para lançar o hábito da leitura no meio de sua gente, de modo a agradá-la e fidelizá-la.

Um jeito interessante de fazer isso é despertar, através de artistas locais, a admiração pela nossa língua portuguesa. Nesse sentido, muitas tentativas já foram feitas por aqui, porém, quase todas, sem alcançar muito sucesso.

Em Alpinópolis, infelizmente, valoriza-se muito pouco o artista e o incentivo aos talentos locais é muitíssimo limitado, principalmente por parte do poder público.

Ventania é terra de poetas, e bons poetas. A linguagem poética é um caminho estratégico para despertar afeição pela língua materna. A rima, o

Poeta alpinopolense Fiico Alvim, o Bola ritmo e a sonoridade propiciam uma descoberta gradativa da potenciali-

dade do idioma escrito o que permite perceber que é possível brincar com as

palavras e assim se apaixonar de vez pela leitura.

A proximidade da cultura

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local cantada em versos pode ser uma excelente artimanha para fisgar o potencial leitor alpinopolense, pois fará com que ele se encontre nos escritos de artistas da terra.

Um dos mais brilhantes poetas que Alpinópolis já viu sem, contundo, ser reconhecido como tal, é Fiico Alvim, o Bola, artista nascido em Ventania no dia da pátria do ano de 1935. Celibatário por opção, Bola, apesar de gabar-se de haver levado vida efervescente de namorador, não se embrenhou pelas lides da caminhada matrimonial o que talvez tenha lhe rendido esse espaço, apenas concedido pela solidão, para arquitetar os versos fantásticos que cantam com orgulho a terra tão amada. Seu primeiro poema foi “A morte do Jorginho” escrito em 1951, no qual narra uma morte trágica ocorrida na cidade

durante a década de 40.

Já a obra que mais aprecia é intitulada “Fazenda Cachoeira” que fala sobre sua primeira escola e de sua amizade com Sebastião Pimenta de Morais, o Bastião Braulino, revelando através das rimas a escalada de sua infância.

Seria injusto deixar de mencionar “A morte do escrivão”, versos profundamente emocionantes nos quais é contado o triste falecimento de Geraldo Brasileiro, o Dengo.

Bola escreveu dezenas de poemas e lamenta, em tom sentido, a falta de reconhecimento e apoio em relação a sua arte.

Hoje residente no Lar São Vicente de Paulo, continua escrevendo versos de primeira linha que o elevam ao patamar de admirável amigo das letras. Bola é um instrumento onde Deus sopra uma melodia chamada Ventania.

Junte-se a nós e lute por eles!

Ajude a acabar com o abandono.

Adote e castre.

ORNAMENTAÇÃO E JARDINAGEM Rua Isaias de Faria, 75

(35) 8417-0030 / 3523-1193 / 9144-3455

Rua Belo Horizonte, 743 - Centro - Alpinópolis - MG

Deus é fiel

Avenida Governador Valadares, 280 Fone: 3523-2076 - Alpinópolis/MG

ESTA É A SOLUÇÃO!

TRIBUNA ALPINA

cultura

Letras de Alpinópolis

Ler é desvendar o mundo.

Através da leitura viajas, conheces pessoas e lugares, aumentas o vocabulário.

Hoje com a Era da Informática, é fácil escrever, mas muitos se esquecem de que o texto escrito obedece a certos critérios, escrever é como construir uma casa, há que ter o cabedal necessário e esse cabedal, que são as palavras, a construção das frases, a clareza, nós adquirimos, através da leitura.

Alpinópolis sempre foi pródigo em bons escritores, historiadores, poetas. Talvez a própria cidade desconheça muitos dos seus filhos que registraram e registram em livros o dom que lhes vem do alto. Pode ser até que esta estrutura geográfica, a cidade cercada por essa morraria, seja um ambiente inspirador e que leve a pessoa a ser mais contemplativa.

Citar nomes não é muito aconselhável, pois corre-se o risco de esquecer algum, ainda mais eu que fiquei longe tantos anos, mas hoje vivo a distancia de um grito

e posso mais falar das Letras da Ventania. Tenho em minhas estantes vários autores que vou agora apenas mencionar alguns, posteriormente outros virão para esta página e até mesmo estudos críticos de algumas obras.

Olho para o lado e logo já vejo Omar Kraüss, Antonio Salum, Cecilia Paim, Iglair Lopes. De outros tenho alguns versos como Fiico Alvim e Helena Freire. Muitos mais existem e, sei, ainda conhecerei suas obras.

Existe uma associação de escritores de Passos e região, a Escritores & Companhia, que conta em seu quadro de associados com vários alpinopolenses e outros que vieram de famílias de lá e, até, uma poetiza que adotou Alpinópolis para viver. Alpinópolis, a Ventania para os íntimos. Podemos citar alguns conterrâneos que fazem parte de nossa associação e que participam de nossa primeira antologia: Reverendo Antonio Lemos da Silveira, nosso atual presidente, Coronel José Carlos Lemos, nosso tesoureiro, o publicitário Magela Oliveira e sua irmã, a poetiza e artista plástica Yara Oliveira, filhos do alpinopolense Walter Thomaz de Oliveira, sobrinhos do Adelino Oliveira, eu, Hilda Mendonça, secretária, que sai da Ventania, mas a levo comigo onde ando, a poetiza Fabiana Junia (que escolheu a Ventania para morar), o médico Dr. José Levindo Brasileiro,

nosso ex- presidente que tem raízes alpinopolenses, Lázaro Lemos Freire, que escreveu um livro que fala sobre São José da Barra, a Barra Velha e a Barra Nova, a poetiza que sempre escreve versos mas que só agora, através da associação, está se revelando, a professora Maria Jesuina Faria Pereira. Bem, esses são só alguns, voltarei a falar de outros escritores de nossa terra, pois em um artigo só é impossível me referir a todos e suas obras.

Conclamo os jovens de Alpinópolis para que registrem fatos, pessoas e acontecimentos de nossa terra, mas como disse no início, não se constrói uma casa sem que haja o material, portanto, comecem por ler. Ler muito.

Leiam os autores de nossa terra e verão que a leitura os levou a ser os escritores que hoje são e assim estarão, um dia, aptos a serem escritores, poetas, cronistas, historiadores, a segurarem esta bandeira das letras de Alpinópolis. O campo é vasto e lembremos o jovem Castro Alves, (lamentavelmente faleceu com apenas 24 anos) no seu poema O Livro e a América: ”ÓH, bendito o que semeias livros,l ivros à mão cheia e manda o povo pensar, o livro caindo n’alma, é chuva que faz a palma, é água que faz o mar.”

Hilda Mendonça - Professora, contista, poetisa, folclorista, cronista, romancista e escritora de livros infantis e juvenis.

Alpinópolis/MG | Abril de 2014 | Página 8

DICAS DE PORTUGUÊS

Com Valdete Aparecida Santos Ribeiro - Professora de Português

Aluga-se sala ou alugam-se salas?

A dúvida impressa no título (verbo no singular ou no plural?) é muito comum hoje, quando o mercado se expande e oferece-se de tudo: cofres, vestidos de noiva, casas, produtos de limpeza, animais domésticos... Enfim, tudo pode ser alugado ou vendido. Já li uma notícia que dá conta de que até marido pode ser locado. Claro, não é para fazer TUDO que um marido faz. Alugam-se maridos para fazer o serviço básico dessa classe: trocar lâmpada, consertar a torneira, aparar a grama... Que me perdoem os maridos competentes, que fazem mais do que isso!

Mas o nosso assunto não é sobre marido. É sobre o verbo em construções como a do título. Pois é. Para tirar a dúvida sem complicar (Eu deveria falar de sujeito, verbo transitivo direto, voz passiva... e provavelmente faria meus iniciantes leitores torcerem o nariz e minha participação

na revista poderia nascer morta por falta de leitores), vamos explicar apenas o seguinte:

ficar no singular: Encontrase indivíduo malandro hoje em dia, Amola-se tesoura, Aluga-se vestido de noiva.

Quando você precisar escrever uma frase como “Encontra(m)-se indivíduos malandros hoje em dia”, ou “Amola(m)-se tesouras e alicates” ou “Aluga(m)-se vestidos de noiva”, preste atenção ao que você pode fazer com a frase: Indivíduos malandros são encontrados hoje em dia.

Tesouras e alicates são amolados.

Vestidos de noiva são alugados.

Foi possível fazer a transformação? Então o verbo deve combinar com o nome a que se refere: “indivíduos”, “tesouras e alicates”, “vestidos de noiva” estão no plural.

Logo, o verbo deve estar também no plural: Encontram-se indivíduos malandros hoje em dia; Amolam-se tesouras e alicate; Alugam-se vestidos de noiva.

E se o nome estiver no singular? Aí, o verbo deve

Há casos em que não é possível fazer a transformação? Há. Veja: Precisa-se de funcionários experientes. (Não é possível transformar em “De funcionários experientes são precisados) . O mesmo acontece com “Necessita-se de secretárias”, por exemplo.

E aí?

Aí, o verbo só pode ficar no singular.

Entendeu?

Portanto: Em frases com VERBO + SE, tente fazer a transformação. Se for possível, o verbo concorda com o nome. Se não for, o verbo deve ficar no singular. É isso!

Valdete Aparecida Santos Ribeiro Professora de Português

agende

ESPETÁCULO DA PAIXÃO DE CRISTO NO MONTE DAS OLIVEIRAS

NO IEPUC É ASSIM, ALUNOS DO 3º ANO VÃO DIRETO PARA AS

UNIVERSIDADES O sucesso é daqueles que batalham e, com toda certeza, nossos alunos são merecedores dele.

Ana Luiza dos Anjos Borges Lemos Odontologia PUC (Campinas)

Bruno Lima Ferreira Administração – FESP (Fundação de Ensino Superior de Passos)

Gabriel da Silva Brasileiro Damasceno Engenharia Civil – UNILA ( Universidade Fed. Da Integração Latino Americana) – Foz do Iguaçu

Gregório Zanetti Pollo Agronomia – UFV (Universidade Federal de Viçosa)

Isabela Cristina Martins Rafael Arquitetura – UNIFRAN (Universidade de Franca)

Joyce Vilela Paiva Eng. Elétrica - UNIFEI (Universidade Federal de Itajubá) - UFV (Universidade Federal de Viçosa)

Raphael Damasceno de Camargo Engenharia de Computação INATEL (Santa Rita) Ciências da Computação UNIFRAN (Franca)

Mariana Nayara Lima da Silveira Engenharia Civil FESP(Fundação de Ensino Superior de Passos) PUC CAMP (Campinas) PUC POÇOS (Poços de Caldas) Engenharia Elétrica UNIFEI (Universidade Federal de Itajubá) Engenharia de Alimentos Universidade Federal do Triangulo Mineiro (Campus de Uberaba)

Samuel Abreu Mélo Engenharia de Controle de Automação – INATEL (Santa Rita) Túlio Vilela Dias Engenharia de Controle de automação – UNIFEI (Universidade Federal de Itájuba) – Campus de Itabira Engenharia de Controle de Automação – INATEL (Santa Rita)

Matheus dos Anjos Melo Faria Lemos Direito (UNIFRAN)

Sérgio Henrique de Souza Carvalho UFMT – (Universidade Federal do Mato Grosso) – Engenharia Elétrica e Engenharia da Computação / TREINEIRO 2º Ano do Ensino Médio.

INSTITUTO EDUCACIONAL PADRE UBIRAJARA CABRAL

Rua José Jacinto Ribeiro, nº410 / 3523--1817

O Grupo de Teatro do Oprimido Monte das Oliveiras realiza, sob a direção de Zé Gê Gerais, o espetáculo teatral: “Lógos & Paixão”.

O espetáculo foi montado sob uma ótica inusitada e a partir de exemplos bíblicos da Paixão de Cristo, trazendo ao público uma retrospectiva da história da humanidade.

Dez anos após sua criação, a apresentação do grupo em 2014 inova agregando diversas técnicas teatrais, como o teatro imagem, teatro de animação, teatro simbólico, teatro do oprimido e narrativas cênicas, tudo em um espetáculo surpreendedor que valoriza a reflexão sobre diversas questões emergentes do cotidiano, tendo como referencia a Bíblia em uma poética teatral.

As apresentações ocorrem no Retiro Espiritual Monte das Oliveiras nos dias 17 e 18 de Abril, sempre às 16 horas. A entrada é gratuita.

As apresentações ocorrem no Retiro Espiritual Monte das Oliveiras

Conheça nossas promoções

Ligue: 3523-2817 Rua Belo Horizonte 1192 - Centro